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RECURSOS HUMANOS E PSICODINÂMICA DO TRABALHO MBA – FEG – UNESP - 2 PROFa. DRA. WILMA LUCIA CASTRO DINIZ CARDOSO 28 DE OUTUBRO DE 2010

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RECURSOS HUMANOS E PSICODINÂMICA DO

TRABALHO

MBA – FEG – UNESP - 2

PROFa. DRA. WILMA LUCIA CASTRO DINIZ CARDOSO

28 DE OUTUBRO DE 2010

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INTRODUÇÃO

* O Homem não foi feito para viver só. Por isso, é através dos relacionamentos que realiza, que sua existência ganha contornos e se estabelece.

* Mas é também, justamente nesses relacionamentos, que aparecem os primeiros problemas: conflitos, tensões, desentendimentos, entre outras coisas.

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* Outro ponto importante a ser enfatizado, são as diferenças individuais que estão presentes nos relacionamentos com pessoas diferentes, com diferentes temperamentos, tanto no dia-a-dia social quanto no ambiente de trabalho.

* Essas diferenças podem se tornar ricas para alguns indivíduos, enquanto para outros, se tornar um desafio à sua sobrevivência tanto profissional quanto pessoal e psicológica.

* Aprender a “arte” da boa convivência talvez seja a maior necessidade humana. (Lenda dos porcos espinhos de Schopenhauer)

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* Elton Mayo, um dos grandes estudiosos da realidade do trabalho, já em 1945, se preocupava ao constatar que a maior deficiência humana estava na incapacidade de conseguir a cooperação e a compreensão de um outro, afirmando que “foram desastrosas para a sociedade as consequências do desequilíbrio entre o desenvolvimento de aptidões técnicas e das habilidades sociais”.

* Se no passado já se dava grande importância às habilidades humanas e sociais, nos dias de hoje elas são fundamentais. Estudos têm demonstrado que a “arte” da convivência é tão importante quanto a inteligência, a determinação, o conhecimento ou as habilidades profissionais de uma forma geral.

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* Aceitar como verdadeiras essas afirmações e constatações, requer, na realidade, estarmos abertos a esse novo paradigma, a nos permitir conhecer mais profundamente, sem pré-conceitos e preconceitos, o porquê é hoje uma das preocupações de outros profissionais em relação ao ambiente de trabalho e as pessoas que o compartilham.

* A partir de agora, entraremos definitivamente no tema que propusemos trabalhar, ou seja, “Recursos Humanos e Saúde do Trabalhador”.

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SAÚDE MENTAL E TRABALHO

* O estudo das interrelações entre a Saúde Mental e o Trabalho situa-se em um campo interdisciplinar complexo, abrangente e ainda insuficientemente examinado.

* É o ponto de encontro de disciplinas distintas tais como a psicologia social, a psicologia experimental e a psicologia clínica, a psiquiatria clínica, a psicossomática, a psicanálise, a toxicologia, a medicina do trabalho, a ergonomia, a epidemiologia e as várias disciplinas da engenharia industrial e de produção que estudam a organização e os processos de trabalho. (SELIGMANN-SILVA, 1986)

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* Um estudo integrado da Dinâmica envolvida no trabalho é necessário, para que seja possível ver com maior clareza a necessidade ou não de uma maior promoção da saúde mental do trabalhador.

* Dejours e Abdoucheli (1990, p. 120) esclarecem que ao falarmos “dinâmica/dinâmico”, significa que a investigação da realidade organizacional nesse aspecto toma como centro os conflitos que surgem no encontro entre Sujeito-trabalhador (com sua história singular) com uma Situação de trabalho com características já fixadas que independem da vontade do sujeito.

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* Se por um lado o significado de “trabalho” caracterize uma atividade que possibilita a subsistência dos indivíduos (DOBB, 1976), por outro lado significa a realização de uma obra que “expresse” o sujeito, dando-lhe reconhecimento social.

* Porém, os esforços rotineiros e repetitivos, sem possibilidade da livre expressão, traz ao trabalhador um desconforto inevitável, levando-o às descompensações em sua saúde mental, causando-lhe o adoecimento.

* Seligmann-Silva (1994) apresenta algumas condições específicas de trabalho e de vida que se vinculam com a saúde mental dos trabalhadores:

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=> Condições vinculadas aos aspectos físicos e químicos do trabalho;

=> Riscos de acidentes e de doenças;

=> Condições derivadas das características da organização como ritmo intenso, jornadas extensas, isolamento a que são submetidos alguns trabalhadores, as formas de controle e as avaliações desenvolvidas na organização e na hierarquia.

* Mendes (1989) já afirmava que o trabalho não é só lugar de sofrimento ou só de prazer, mas é proveniente da dinâmica interna das situações e da organização do trabalho: relações subjetivas, condutas e ações do sujeito permitidas pela organização do trabalho.

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* Para Dejours (1988), a organização do trabalho exerce sobre o sujeito uma ação específica que pode vir a atingir seu aparelho psíquico, ora causado pelo choque entre sua história individual (projetos, esperanças e desejos) e uma organização de trabalho que ignora esse aspecto, ora não possibilitando nenhuma modificação em sua tarefa para a satisfação de suas necessidades fisiológicas e seus desejos psicológicos”.

* Autores como Minayo (1985), Pitta (1990), Guimarães (1992), Seligmann-Silva (1994) e Mauro (1996), acreditam que é a INTERAÇÃO das diferentes instâncias envolvidas na dialética trabalho-trabalhador que o processo saúde-doença se desenhará.

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* É indispensável referir aqui a insuficiência de políticas de saúde integradas e eficientes no enfrentamento dos problemas ligados à Saúde Mental na população geral que é extensiva à população ativa de tralhadores.

* Seria interessante que os responsáveis pelos Recursos Humanos nas organizações, manifestassem o interesse em implantar um Programa de Saúde Mental do Trabalhador, possibilitando, posteriormente, medidas de prevenção e intervenção tanto para evitar ocorrências que inviabilizem o desempenho profissional, como para possibilitar UMA MAIOR SATISFAÇÃO NO TRABALHO DA POPULAÇÃO ATIVA NA ORGANIZAÇÃO E SUA CONSEQUENTE PRODUÇÃO EFICAZ E COM QUALIDADE.

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* Levando sempre em consideração os objetivos da Organização Mundial de Saúde (OMS) que define a Saúde Mental como “um estado completo de bem-estar físico, mental e social”, passaremos a falar primeiramente da prevalência de Transtornos Mentais em Trabalhadores no ambiente de trabalho, ressaltando a Depressão, o Estresse Ocupacional e a Síndrome de Burnout, assim como a possibilidade da ocorrência da Síndrome de Karoshi.

* Posteriormente, abordaremos a presença do Alcoolismo e da Drogadição no ambiente de trabalho.

* Para finalizar, falaremos sobre a Doença Ocupacional LER/DORT e seus aspectos psicológicos.

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TRANSTORNOS MENTAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO

* Estudos sobre os Transtornos Mentais no Ambiente de Trabalho dão conta da prevalência de aproximadamente 20% entre a população ativa trabalhadora.

* Esse valor nas últimas décadas, mostra a expansão também do maior conhecimento acerca das bases bioquímicas dos transtornos mentais e o consequente avanço na descoberta de novos tratamentos farmacológicos para determinadas doenças.

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• Entretanto, esses achados terão mais valor se vierem acompanhados do conhecimento de “em que circunstâncias se manifestam, em que locais e em conjunção com que tipo de agravos físicos” ocorrem.

* Levando em consideração especificamente o ambiente do trabalho, podemos reconhecer que ele é um dos mais propensos ao aparecimento desses transtornos, já que é nele que passamos a maior parte de nossas vidas.

• Então, em função dessa realidade no ambiente laboral, iremos agora falar sobre a Depressão.

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DEPRESSÃO E TRABALHO

* A CID-10 (1993) – Classificação Internacional das Doenças – O.M.S. e o DSM-IV (1995) – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – A.P.A., colocam a Depressão na posição de “Transtorno de Humor”.

* A Depressão e outros transtornos do humor, incluindo também as alterações ansiosas, são problemas psicológicos que, em muitíssimos casos, se expressam através de uma ampla variedade de transtornos físicos e funcionais.

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* Nós a entenderemos como um Transtorno no qual a perturbação fundamental é uma alteração do humor ou do afeto (com ou sem ansiedade associada) ou de uma elação (euforia).

* A alteração do humor em geral se acompanha de uma modificação do nível global de atividade, e os outros sintomas são ou secundários a estas alterações do humor e da atividade, ou facilmente compreensíveis no contexto onde ocorrem estas alterações.

* A maioria destes transtornos tendem a ser recorrentes (repetem-se) e as ocorrências individuais podem frequentemente estar relacionadas com situações ou fatos estressantes.

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* Durante os episódios típicos desse transtorno, a pessoa apresenta um rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade costumeira.

* Existe alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de concentração, associadas em geral à fadiga, mesmo após um esforço mínimo. Observam-se problemas do sono e diminuição do apetite.

* Existe quase sempre uma diminuição da auto-estima e da autoconfiança e freqüentemente idéias de culpabilidade e ou de indignidade, mesmo nas formas mais leves.

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* O humor depressivo varia de dia para dia ou segundo as circunstâncias, e pode ser acompanhado de sintomas “somáticos”: perda de interesse ou prazer, despertar matinal precoce (antes da hora habitual de despertar), agravamento matinal da depressão, lentidão psicomotora, agitação, perda de peso e da libido.

* O número e a gravidade dos sintomas permitem determinar três graus de um episódio depressivo: leve, moderado e grave.

=> LEVE: geralmente estão presentes ao menos dois ou três dos sintomas citados anteriormente. O paciente usualmente sofre com a presença destes sintomas, mas provavelmente será capaz de desempenhar a maior parte das atividades.

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* MODERADO: Geralmente estão presentes quatro ou mais dos sintomas já citados e o paciente aparentemente tem muita dificuldade para continuar a desempenhar as atividades de rotina.

* GRAVE SEM SINTOMAS PSICÓTICOS: Episódio depressivo onde vários dos sintomas são marcantes e angustiantes, tipicamente a perda da auto-estima e idéias de desvalia ou culpa. As idéias e os atos suicidas são comuns e observa-se em geral uma série de sintomas "somáticos".

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* GRAVE COM SINTOMAS PSICÓTICOS: Episódio depressivo correspondente a descrição de um episódio depressivo grave descrito anteriormente, mas acompanhado de alucinações, idéias delirantes, de uma lentidão psicomotora ou de estupor de uma gravidade tal, que todas as atividades sociais e funcionais normais tornam-se impossíveis.. Pode existir o risco de morrer por suicídio, de desidratação ou de desnutrição.

* A depressão também pode ser cíclica e recorrente. Também pode apresentar-se como uma distimia.

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* O QUE ELA ACARRETA AO INDIVÍDUO NO AMBIENTE DE TRABALHO? AOS COLEGAS? À ORGANIZAÇÃO?

* Como um dos sintomas é o sentimento de menos valia, a falta de interesse por coisas que geralmente dava valor e a desmotivação frente a situações prazeirosas, assim como a convivência com os colegas e com as tarefas a serem realizadas ficam comprometidas, independentemente do nível de gravidade que o sujeito apresente.

* Nos casos mais graves, porém, o comprometimento é tal, que há a orientação de se realizar o afastamento funcional do sujeito, evitando-se danos à sua própria saúde física e mental como a dos seus colegas, além do comprometimento da qualidade de seus serviços.

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* QUAL É O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DO RH FRENTE A ESSE TRANSTORNO? COMO AGIR?

* Primeiramente é importante afirmar que há sujeitos que evitam que outros percebam que se encontram nesse quadro, com medo de consequências trabalhistas.

* “Diagnosticar” esse problema também não é função do do chefe ou do pessoal do RH, porém, devem ficar atentos às percepções e colocações dos colegas do grupo de trabalho desse sujeito, pois “os de fora” muitas vezes percebem mais do que o próprio sujeito envolvido.

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* Os próximos passos, os mais importantes, são o contato com o sujeito primeiro e com os profissionais do Departamento de Recursos Humanos, para o possível encaminhamento para exames com o médico do trabalho.

* Havendo o comprometimento do sujeito, cabe ao médico do trabalho o encaminhamento a um médico psiquiatra para o fechamento do diagnóstico e o tratamento (sujeito dentro ou fora do trabalho).

* IMPORTANTE: a depressão é uma das doenças mais comuns no trabalho. Como os medicamentos muitas vezes levam à uma perda dos reflexos e da agilidade de pensamento, deve-se evitar que o sujeito permaneça em ambientes com riscos de acidentes.

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ESTRESSE OCUPACIONAL

* O termo stress, na forma que vem sendo utilizado, vem da Física e tem o sentido do grau de deformidade que uma estrutura sofre quando é submetida a um esforço.

* Para Hans Selye esse termo significa um conjunto de reações que um organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço de adaptação. Foi esse autor que, em 1936, utilizou o termo para designar esforço na área da Biologia.

* Criou também o conceito de SGA – Síndrome Geral de Adaptação.

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* O stress ou estresse, possui dois significados:

=> 1. Processo: tensão diante de uma situação de desafio, tanto por ameaça quanto por conquista.

=> 2. Estado: resultado positivo ou negativo da tensão realizada pela pessoa.

•Ter estresse significa estar submetido a estressores, isto é, situações que vêm do meio externo ou do meio interno.

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=> Estressores externos: frio, calor, condições de insalubridade, entre outros.

=> Estressores internos: mundo que temos dentro de nós como os pensamentos, emoções – angústia, medo, alegria, tristeza.

* Tanto os estressores externos quanto os internos, são capazes de “disparar” em nosso organismo uma série de reações via sistema nervoso, sistema endócrino e sistema imunológico, por meio da estimulação do hipotálamo e sistema límbico, que estão intimamente relacionadas com o funcionamento dos órgãos e regulação das emoções.

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* Perspectiva biopsicossocial do estresse: uma relação particular entre uma pessoa, seu ambiente as circunstâncias as quais está submetida, que é avaliada pela pessoa como uma ameaça ou algo que exige dela mais do que suas próprias habilidades ou recursos e que põe em perigo seu bem-estar ou sobrevivência.

* Estresse no Trabalho: situações em que a pessoa percebe seu ambiente de trabalho como ameaçador a suas necessidades de realização pessoal e profissional e/ou a sua saúde física ou mental, prejudicando a interação nesse ambiente e não possuindo recursos adequados para enfrentar tais situações.

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* O estresse possui três fases: alarme, resistência e exaustão.

=> ALARME: aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial; aumento da concentração de glóbulos vermelhos; aumento da concentração de açúcar no sangue; redistribuição do sangue; aumento da frequência respiratória; dilatação dos brônquios; dilatação da pupila; aumento da concentração de glóbulos brancos; ansiedade.

=> RESISTÊNCIA: aumento do córtex da supra-renal; ulcerações no aparelho digestivo; irritabilidade; insônia; mudanças no humor; diminuição do desejo sexual; atrofia de algunas estruturas relacionadas à produção de células do sangue.

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=> EXAUSTÃO: retorno parcial e breve à Fase de Alarme; falha dos mecanismos de adaptação; esgotamento por sobrecarga fisiológica; morte do organismo.

* Há dois tipos de estresse: eutress e distress.

=> EUTRESS: estresse positivo – o esforço de adaptação gera sensação de realização pessoal, bem-estar e satisfação das necessidades, mesmo que decorrente de esforços inesperados. É um esforço sadia na garantia de sobrevivência.

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=> DISTRESS: estresse negativo - tensão com rompimento do equilíbrio biopsicossocial por excesso ou falta de esforço, incompatível com tempo, resultados e realização.

* MECANISMO DE COPING ou ENFRENTAMENTO:

=> É o conjunto de esforços que uma pessoa desenvolve para manejar ou lidar com as solicitações externas ou internas que são avaliadas por ela como excessivas ou acima de suas possibilidades.

=> Funciona como uma estratégia da pessoa, para lidar com as situações estressoras.

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INDICADORES DE ESTRESSORES INDIVIDUAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO

•Queda da eficiência;

•Ausências repetidas;

•Insegurança nas decisões;

•Protelação da tomada de decisão;

•Sobrecarga voluntária de trabalho;

•Uso abusivo de medicamentos;

•Irritabilidade constante;

•Explosão emocional fácil;

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•Grande nível de tensão;

•Sentimento de frustração;

•Sentimentos de onipotência;

•Desconfiança;

•Eclosão ou agravamento de doenças.

INDICADORES DE ESTRESSORES NO FUNCIONAMENTO DOS GRUPOS E ORGANIZAÇÕES

•GRUPOS: competição não saudável; politicagem;

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comportamento hostil com as pessoas; perda de tempo com discussões inúteis; pouca contribuição ao trabalho; trabalho isolado dos membros; não compartilhamento de problemas comuns; alto nível de insegurança; grande dependência do líder.

•ORGANIZAÇÃO: greves; atrasos constantes nos prazos; ociosidade, sabotagem, absenteísmo; alta rotatividade de funcionários; altas taxas de doenças; baixo nível de esforço; vínculos empobrecidos; relacionamento entre os funcionários caracterizados por rivalidade, desconfiança, desrespeito e desqualificação.

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ÚLTIMAS CONSIDERAÇÕES DESTA PRIMEIRA PARTE

* Várias são as situações desencadeadoras da Depressão e do Estresse no ambiente de trabalho, como vimos.

* O importante é que estejamos atentos a essas manifestações e reações dos sujeitos nas organizações, pois o fato desses sujeitos serem bem preparados tecnicamente não lhes facilita por si só a realização de suas tarefas e até mesmo de gerenciar pessoas.

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•Gerenciar pessoas é uma das tarefas mais árduas que existe.

•Preparar futuros chefes é também possibilitar-lhes conhecer melhor a “alma humana”.

•E é isso que pretendemos fazer aqui até o final dessa abordagem.