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PORTUGUÊS - ESPECIAL REDAÇÃO – FLÁVIA RITA COUTINHO SARMENTO REDAÇÃO TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS Professora: Flávia Rita Coutinho Sarmento www.flaviarita.com [email protected] APERFEIÇOAMENTO E CAPACITAÇÃO PÁG. 1

Redacao Textos Dissertativos Argumentativos

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  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTO

    REDAO

    TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS

    Professora: Flvia Rita Coutinho Sarmentowww.flaviarita.com

    [email protected]

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 1

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTO

    APRESENTAO

    A folha em branco, o tempo passando. As unhas rodas, o tema dado e nenhuma idia. Muitas

    pessoas j passaram por uma situao semelhante, em que no sabiam absolutamente por onde

    comear a escrever sobre determinado assunto.

    Escrever pode ser fcil para qualquer pessoa, desde que esta queira se empenhar para tanto. No

    h mgicas ou frmulas prticas para aprender a escrever. Na verdade, um trabalho que depende

    sobremaneira do empenho do interessado em aprender.

    Para este intento, algumas dicas prticas podem ser dadas para auxiliar, mas nada substitui a

    necessidade de escrever sempre. O ato da escrita deve se tornar algo natural, a fim de afastar o

    fantasma do "branco total". Alm disso, a leitura e a atualizao de informaes tambm colaboram

    muito na qualidade do texto.

    O objetivo da redao chegar a um texto que ser to repleto de escolhas pessoais (idias,

    palavras, estruturas frasais, organizao, exemplos) que, at partindo de um mesmo assunto geral,

    milhares de pessoas podem chegar a um bom resultado apresentando trabalhos nitidamente

    diferentes.

    Para desenvolver esse trabalho, a presente apostila direciona-se ao estudo dissertativo. Ser

    considerada uma mdia de trinta linhas para as redaes, sobretudo no tocante distribuio destas

    linhas nas subdivises textuais apresentadas.

    Muitas vezes, as maiores dificuldades esto na concretizao das idias no papel. Para auxiliar

    neste processo, a apostila conta tambm com um suporte de Lngua Portuguesa. A preocupao

    aqui no de nomenclaturas ou classificaes, o que teve relevo foi a funcionalidade lingstica no

    momento da escrita.

    Alguns pontos merecem destaque especial para um aprimoramento da escrita:

    ler mais

    adquirir o hbito de escrever

    pontuar adequadamente

    organizar idias

    construir perodos mais curtos

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 2

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTO

    Estrutura textual

    Assunto

    Delimitar um aspecto acerca do tema proposto importante para uma boa abordagem do assunto.

    No se poder fazer uma anlise aprofundada se o tema for amplo, por isso especifica-se o assunto

    a ser tratado.

    A escolha do aspecto, entretanto, no pode restringir demais o tema ou corre-se o risco da falta de

    idias.

    Essa delimitao deve ser feita na introduo e, a partir da, o leitor sabe que aquele aspecto ser

    explorado no decorrer do texto e a concluso far meno direta a ele.

    Observe alguns exemplos:

    televiso - a violncia na televiso / a televiso e a opinio pblica

    a vida nas grandes cidades - a vida social dos jovens nas grandes cidades / os problemas das

    grandes cidades

    preconceitos - preconceitos raciais / causas do preconceito racial

    progresso - vantagens e desvantagens sociais do progresso / progresso e evoluo humana

    ITENS NECESSRIOS PRODUO DE TEXTO

    1 Pargrafos

    So blocos de texto, cuja primeira linha inicia-se em margem especial, maior do que a margem

    normal do texto. Concentram sempre uma idia-ncleo relacionada diretamente ao tema da redao.

    No h moldes rgidos para a construo de um pargrafo. O ideal que em cada pargrafo haja

    dois ou trs perodos, usando pontos continuativos (na mesma linha) intermedirios.

    A diviso em pargrafos indicativa de que o leitor encontrar, em cada um deles, um tpico do

    que o autor pretende transmitir. Essa delimitao deve estar esquematizada desde antes do

    rascunho, no momento do planejamento estrutural, assim a redao apresentar mais coerncia.

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 3

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTO

    2 Qualidades de uma dissertao

    O texto deve ser sempre bem claro, conciso e objetivo. A coerncia um aspecto de grande

    importncia para a eficincia de uma dissertao, pois no deve haver pormenores excessivos ou

    explicaes desnecessrias. Todas as idias apresentadas devem ser relevantes para o tema

    proposto e relacionadas diretamente a ele.

    A originalidade demonstra sua segurana e faz um diferencial em meio aos demais textos. S no

    se pode, em aspecto nenhum, abandonar o tema proposto.

    Toda redao deve ter incio, meio e fim, que so designados por introduo, desenvolvimento e

    concluso, respectivamente. As ideias distribuem-se de forma lgica, sem haver fragmentao da

    mesma ideia em vrios pargrafos.

    Elementos de coeso: Algumas palavras e expresses facilitam a ligao entre as idias, estejam

    elas num mesmo pargrafo ou no. No obrigatrio, entretanto, o emprego destas expresses para

    que um texto tenha qualidade. Seguem algumas sugestes e suas respectivas relaes:

    assim, desse modo - tm valor exemplificativo e complementar. A seqncia introduzida por eles

    serve normalmente para explicitar, confirmar e complementar o que se disse anteriormente.

    ainda - serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada

    concluso; ou para incluir um elemento a mais dentro de um conjunto de idias qualquer.

    alis, alm do mais, alm de tudo, alm disso - introduzem um argumento decisivo,

    apresentado como acrscimo. Pode ser usado para dar um "golpe final" num argumento contrrio.

    mas, porm, todavia, contudo, entretanto... (conj. adversativas) - marcam oposio entre dois

    enunciados.

    embora, ainda que, mesmo que - servem para admitir um dado contrrio para depois negar seu

    valor de argumento, diminuir sua importncia. Trata-se de um recurso dissertativo muito bom, pois

    sem negar as possveis objees, afirma-se um ponto de vista contrrio.

    este, esse e aquele - so chamados termos anafricos e podem fazer referncia a termos

    anteriormente expressos, inclusive para estabelecer semelhanas e/ou diferenas entre eles.

    3 O que dissertao

    Dissertar um ato praticado pelas pessoas todos os dias. Elas procuram justificativas para a

    elevao dos preos, para o aumento da violncia nas cidades, para a represso dos pais. mundial

    a preocupao com a bomba atmica, a AIDS, a solido, a poluio. Muitas vezes, em casos de

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 4

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTOdivergncia de opinies, cada um defende seus pontos de vista em relao ao futebol, ao cinema,

    msica.

    A vida cotidiana traz constantemente a necessidade de exposio de idias pessoais, opinies e

    pontos de vista. Em alguns casos, preciso persuadir os outros a adotarem ou aceitarem uma forma

    de pensar diferente. Em todas essas situaes e em muitas outras, utiliza-se a linguagem para

    dissertar, ou seja, organizam-se palavras, frases, textos, a fim de, por meio da apresentao de

    idias, dados e conceitos, chegar-se a concluses.

    Em suma, dissertao implica discusso de ideias, argumentao, organizao do pensamento,

    defesa de pontos de vista, descoberta de solues. , entretanto, necessrio conhecimento do

    assunto que se vai abordar, aliado a uma tomada de posio diante desse assunto.

    3.1 Argumentao

    A base de uma dissertao a fundamentao de seu ponto de vista, sua opinio sobre o

    assunto. Para tanto, deve-se atentar para as relaes de causa-conseqncia e pontos favorveis e

    desfavorveis, muito usadas nesse processo.

    Algumas expresses indicadoras de causa e consequncia:

    causa: por causa de, graas a, em virtude de, em vista de, devido a, por motivo de

    consequncia: conseqentemente, em decorrncia, como resultado, efeito de

    Algumas expresses que podem ser usadas para abordar temas com divergncia de opinies: em

    contrapartida, se por um lado... / por outro... , xxx um fenmeno ambguo, enquanto uns afirmam... /

    outros dizem que...

    Mesmo quando se destacam caractersticas positivas, bom utilizar ponto negativo. Neste caso,

    destaca-se que a importncia dos pontos positivos minimizam a negatividade do outro argumento.

    3.2 Partes de uma dissertao

    Introduo :

    Constitui o pargrafo inicial do texto e deve ter, em mdia, 5 linhas. composta por uma sinopse

    do assunto a ser tratado no texto. No se pode, entretanto, comear as explicaes antes do tempo.

    Todas as idias devem ser apresentadas de forma sinttica, pois no desenvolvimento que sero

    detalhadas.

    A construo da introduo pode ser feita de vrias maneiras:

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 5

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTO

    Constatao do problema

    Exemplos: O aumento progressivo dos ndices de violncia nos grandes centros urbanos est

    promovendo uma mobilizao poltico-social.

    Delimitao do assunto

    Exemplos: A cidade do Rio de Janeiro, um dos ncleos urbanos mais atrativos turisticamente no

    Brasil, aparece nos meios de comunicao tambm como foco de violncia urbana.

    Definio do tema

    Exemplos: Como um dos mais problemticos fenmenos sociais, a violncia est mobilizando no

    s o governo brasileiro, mas tambm toda a populao num esforo para sua erradicao.

    Na construo da introduo, a utilizao de um dos mtodos apresentados no seria suficiente.

    Deve-se, num segundo perodo, lanar as idias a serem explicitadas no desenvolvimento. Para

    tanto pode-se levantar 3 argumentos, causas e conseqncias, prs e contras. Lembre-se de que as

    explicaes e respectivas fundamentaes de cada uma dessas idias cabem somente ao

    desenvolvimento.

    Observe alguns exemplos:

    A televiso - Se por um lado esse popular veculo de comunicao pode influenciar o espectador,

    tambm se constitui num excelente divulgador de informaes com potencial at mesmo pedaggico.

    (as trs idias: manipulador de opinies, divulgador de informaes e instrumento educacional.)

    Escassez de energia eltrica - Destacam-se como fatores preponderantes para esse processo o

    aumento populacional e a m distribuio de energia que podem acarretar novo racionamento.

    (as trs idias: crescimento da populao e da demanda de energia, problemas com distribuio

    da energia gerada no Brasil e a conseqncia do racionamento do uso de energia)

    A juventude e a violncia - Pode-se associar esse crescimento da violncia com o nmero de

    jovens envolvidos com drogas e sem orientaes familiares, o que gera preconceito em relao a

    praticantes de esportes de luta e "funkeiros"

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 6

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTO

    Desenvolvimento :

    Esta segunda parte de uma redao, tambm chamada de argumentao, representa o corpo do

    texto. Aqui sero desenvolvidas as idias propostas na introduo. o momento em que se defende

    o ponto de vista acerca do tema proposto. Deve-se atentar para no deixar de abordar nenhum item

    proposto na introduo.

    Pode estar dividido em 2 ou 3 pargrafos e corresponde a umas 20 linhas, aproximadamente.

    A abordagem depende da tcnica definida na introduo: 3 argumentos, causas e conseqncias

    ou prs e contras. O conceito de argumento importante, pois ele a base da dissertao. Causa,

    conseqncia, pr, contra so todos tipos de argumentos; logo pode-se apresentar 3 causas, por

    exemplo, num texto.

    A reflexo sobre o tema proposto no pode ser superficial, para aprofundar essa abordagem

    buscam-se sempre os porqus. De modo prtico o procedimento :

    - Levantar os argumentos referentes ao tema proposto.

    - Fazer a pergunta por qu? a cada um deles, relacionando-o diretamente ao tema e sociedade

    brasileira atual.

    A distribuio da argumentao em pargrafos depende, tambm, da tcnica adotada:

    - 3 argumentos: um pargrafo explica cada um dos argumentos;

    - causas e conseqncias: podem estar distribudas em 2 ou 3 pargrafos. Ou agrupam-se causas

    e conseqncias, constituindo 2 pargrafos; ou associa-se uma causa a uma conseqncia e com

    cada grupo constroem-se 2 ou 3 pargrafos.;

    - prs e contras: so as mesmas opes da tcnica de causas e conseqncias, substitudas por

    prs e contras.

    - abordagem histrica: compara-se o antes e o hoje, elucidando os motivos e conseqncias

    dessas transformaes. Cuidado com dados como datas, nomes etc. de que no se tenha certeza.

    - abordagem comparativa: usam-se duas idias centrais para serem relacionadas no decorrer do

    texto. A relao destacada pode ser de identificao, de comparao ou as duas ao mesmo tempo.

    muito importante manter uma abordagem mais ampla, mostrar os dois lados da questo. O texto

    esquematizado previamente reflete organizao e tcnica, valorizando bastante a redao. Logo, um

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 7

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTOtexto equilibrado tem mais chances de receber melhores conceitos dos avaliadores, por demonstrar

    que o candidato se empenhou para constru-lo.

    Recurso adicional - para elucidar uma idia e demonstrar atualizao, pode-se apresentar de

    forma bastante objetiva e breve um exemplo relacionado ao assunto.

    ATIVIDADE PARA ARGUMENTAO E TPICO FRASAL

    1) Faa o tpico frasal de cada um dos temas apresentados:

    2) Encontre uma causa e uma consequncia relacionados proposio abaixo e construa um

    pargrafo para cada argumento:

    O Brasil tem enfrentado graves problemas na rea de sade e previdncia pblicas

    Tpico Frasal

    Causa

    Consequncia

    As campanhas contra a misria e a fome esto mobilizando todas as naes

    Tpico Frasal

    Causa

    Consequncia

    Precariedade do sistema pblico de transportes no Brasil

    Tpico Frasal

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 8

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTO

    Causa

    Consequncia

    Alto ndice de mortalidade infantil em algumas regies brasileiras

    Tpico Frasal

    Causa

    Consequncia

    Congestionamento nas grandes cidades

    Tpico Frasal

    Causa

    Consequncia

    Baixo ndice de mo-de-obra especializada no Brasil

    Tpico Frasal

    Causa

    Consequncia

    Falta de investimento em tecnologia em pases subdesenvolvidos APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 9

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTOTpico Frasal

    Causa

    Consequncia

    Uso de agrotxicos sem controle no Brasil

    Tpico Frasal

    Causa

    Consequncia

    3) Levante um argumento favorvel e um desfavorvel para cada proposio abaixo. Em seguida,

    construa um pargrafo envolvendo suas idias.

    As greves dos trabalhadores em relao sociedade e nao no Brasil

    Favorvel

    Contrrio

    Pargrafo

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 10

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTO

    A implementao do projeto Ficha Limpa

    Favorvel

    Contrrio

    Pargrafo

    Avaliao de desempenho para funcionrios pblicos

    Favorvel

    Contrrio

    Pargrafo

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 11

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTO

    Tcnicas de motivao individuais e coletivas aplicadas aos servidores pblicos

    Favorvel

    Contrrio

    Pargrafo

    Ensino a distncia no Brasil

    Favorvel

    Contrrio

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 12

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTOPargrafo

    Concluso :

    Representa o fecho do texto e vai gerar a impresso final do avaliador. Deve conter, assim como a

    introduo, em torno de 5 linhas.

    Pode-se fazer uma reafirmao do tema e dar-lhe um fecho ou apresentar possveis solues para

    o problema apresentado.

    Apesar de ser um parecer pessoal, jamais se inclua.

    Evite comear com palavras e expresses como: concluindo, para finalizar, conclui-se que, enfim...

    Elas tm carter redundante no texto.

    Evitar numa dissertao :

    Aps o ttulo de uma redao no coloque ponto.

    Ao terminar o texto, no coloque qualquer coisa escrita ou riscos de qualquer natureza.

    Prefira usar palavras de lngua portuguesa a estrangeirismos.

    No use chaves, provrbios, ditos populares ou frases feitas.

    No use questionamentos em seu texto, sobretudo em sua concluso.

    Jamais usar a primeira pessoa do singular. (Exemplo: O que voc acha sobre o aborto -

    ainda assim, pode-se usar a 3 pessoa)

    Evite usar palavras como "coisa" e "algo", por terem sentido vago. Prefira: elemento, fator,

    tpico, ndice, item etc. APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 13

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTO Repetir muitas vezes as mesmas palavras empobrece o texto. Lance mo de sinnimos e

    expresses que representem a idia em questo.

    S cite exemplos de domnio pblico, sem narrar seu desenrolar. Faa somente uma breve

    meno.

    A emoo no pode perpassar nem mesmo num adjetivo empregado no texto. Ateno

    imparcialidade.

    Evite o uso de etc. e jamais abrevie palavras

    No analisar assuntos polmicos sob apenas um dos lados da questo

    Exemplo de texto dissertativo para anlise

    A posio social da mulher de hoje

    Ao contrrio de algumas teses predominantes at bem pouco tempo, a maioria das sociedades de

    hoje j comeam a reconhecer a no existncia de distino alguma entre homens e mulheres. No

    h diferena de carter intelectual ou de qualquer outro tipo que permita considerar aqueles

    superiores a estas.

    Com efeito, o passar do tempo est a mostrar a participao ativa das mulheres em inmeras

    atividades. At nas reas antes exclusivamente masculinas, elas esto presentes, inclusive em

    posies de comando. Esto no comrcio, nas indstrias, predominam no magistrio e destacam-se

    nas artes. No tocante economia e poltica, a cada dia que passa, esto vencendo obstculos,

    preconceitos e ocupando mais espaos.

    Cabe ressaltar que essa participao no pode nem deve ser analisada apenas pelo prisma

    quantitativo. Convm observar o progressivo crescimento da participao feminina em detrimento aos

    muitos anos em que no tinham espao na sociedade brasileira e mundial.

    Muitos preconceitos foram ultrapassados, mas muitos ainda perduram e emperram essa revoluo

    de costumes. A igualdade de oportunidades ainda no se efetivou por completo, sobretudo no

    mercado de trabalho. Tomando-se por base o crescimento qualitativo da representatividade feminina,

    uma questo de tempo a conquista da real equiparao entre os seres humanos, sem distines de

    sexo.

    COERNCIA E COESO

    1. Coerncia:

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 14

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTOProduzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, convencer, discordar, ordenar,

    ou seja, o texto uma unidade de significado produzida sempre com uma determinada inteno.

    Assim como a frase no uma simples sucesso de palavras, o texto tambm no uma simples

    sucesso de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato com nossos

    interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos um texto em que h coerncia.

    A coerncia resultante da no-contradio entre os diversos segmentos textuais que devem

    estar encadeados logicamente. Cada segmento textual pressuposto do segmento seguinte, que por

    sua vez ser pressuposto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos eles

    estejam concatenados harmonicamente. Quando h quebra nessa concatenao, ou quando um

    segmento atual est em contradio com um anterior, perde-se a coerncia textual.

    A coerncia tambm resultante da adequao do que se diz ao contexto extra verbal, ou seja,

    quilo o que o texto faz referncia, que precisa ser conhecido pelo receptor.

    Ao ler uma frase como "No vero passado, quando estivemos na capital do Cear Fortaleza, no

    pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto que chegou a nevar", percebemos que ela

    incoerente em decorrncia da incompatibilidade entre um conhecimento prvio que temos da

    realizada com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal", em Fortaleza

    no neva (ainda mais no vero!).

    Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantstica, o exemplo acima poderia fazer sentido,

    dando coerncia ao texto - nesse caso, o contexto seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerncia

    interna da narrativa.

    No caso de apresentar uma inadequao entre o que informa e a realidade "normal" pr-

    conhecida, para guardar a coerncia o texto deve apresentar elementos lingsticos instruindo o

    receptor acerca dessa anormalidade.

    Uma afirmao como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do dcimo andar e no sofreu

    nenhum arranho." coerente, na medida que a frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o

    leitor para a anormalidade do fato narrado.

    2. Coeso:

    A redao deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coerncia e coeso. E a coeso,

    como o prprio nome diz (coeso significa ligado), a propriedade que os elementos textuais tm de

    estar interligados. De um fazer referncia ao outro. Do sentido de um depender da relao com o

    outro. Preste ateno a este texto, observando como as palavras se comunicam, como dependem

    uma das outras.

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 15

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTO So Paulo: Oito pessoas morrem em queda de avio

    Das Agncias

    Cinco passageiros de uma mesma famlia, de Maring, dois tripulantes e uma mulher que viu o

    avio cair morreram

    Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma famlia e dois tripulantes, alm de uma

    mulher que teve ataque cardaco) na queda de um avio (1) bimotor Aero Commander, da empresa

    J. Caetano, da cidade de Maring (PR). O avio (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro sobrados da

    Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de So Paulo, por volta das 21h40 de

    sbado. O impacto (2) ainda atingiu mais trs residncias.

    Estavam no avio (1) o empresrio Silvio Name Jnior (4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito

    de Maring nas ltimas eleies (leia reportagem nesta pgina); o piloto (1) Jos Traspadini (4), de

    64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antnio da Silva Jnior, de 38; o sogro de Name Jnior (4), Mrcio

    Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Mrcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes

    Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), Joo Izidoro de Andrade (7), de 53 anos.

    Izidoro Andrade (7) conhecido na regio (8) como um dos maiores compradores de cabeas de

    gado do Sul (8) do pas. Mrcio Ribeiro (5) era um dos scios do Frigorfico Navira, empresa

    proprietria do bimotor (1). Isidoro Andrade (7) havia alugado o avio (1) Rockwell Aero Commander

    691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a So Paulo assistir ao velrio do filho (7) Srgio Ricardo de Andrade

    (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um assalto e ser baleado na noite de sexta-feira.

    O avio (1) deixou Maring s 7 horas de sbado e pousou no aeroporto de Congonhas s 8h27.

    Na volta, o bimotor (1) decolou para Maring s 21h20 e, minutos depois, caiu na altura do nmero

    375 da Rua Andaquara, uma espcie de vila fechada, prxima avenida Nossa Senhora do Sabar,

    uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de So Paulo. Ainda no se conhece as causas

    do acidente (2). O avio (1) no tinha caixa preta e a torre de controle tambm no tem informaes.

    O laudo tcnico demora no mnimo 60 dias para ser concludo.

    Segundo testemunhas, o bimotor (1) j estava em chamas antes de cair em cima de quatro casas

    (9). Trs pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avio (1) ficaram feridas. Elas (10)

    no sofreram ferimentos graves. (10) Apenas escoriaes e queimaduras. Eldia Fiorezzi, de 62

    anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Socorro de Santa Ceclia.

    Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avio envolvido no acidente. Ele foi retomado

    nove vezes durante o texto. Isso necessrio clareza e compreenso do texto. A memria do

    leitor deve ser reavivada a cada instante. Se, por exemplo, o avio fosse citado uma vez no primeiro

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 16

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTOpargrafo e fosse retomado somente uma vez, no ltimo, talvez a clareza da matria fosse

    comprometida.

    E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns mecanismos:

    a) REPETIO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o texto. Pode perceber que a

    palavra avio foi bastante usada, principalmente por ele ter sido o veculo envolvido no acidente, que

    a notcia propriamente dita. A repetio um dos principais elementos de coeso do texto

    jornalstico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por parte do receptor (o leitor, no

    caso). A repetio pode ser considerada a mais explcita ferramenta de coeso. Na dissertao

    cobrada pelos vestibulares, obviamente deve ser usada com parcimnia, uma vez que um nmero

    elevado de repeties pode levar o leitor exausto.

    b) REPETIO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repetio parcial o mais

    comum mecanismo coesivo do texto jornalstico. Costuma-se, uma vez citado o nome completo de

    um entrevistado - ou da vtima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na ltima linha

    do segundo pargrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente o(s) seu(s) sobrenome(s).

    Quando os nomes em questo so de celebridades (polticos, artistas, escritores, etc.), de praxe,

    durante o texto, utilizar a nominalizao por meio da qual so conhecidas pelo pblico. Exemplos:

    Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o candidato prefeitura de

    Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes femininos costumam ser retomados pelo primeiro

    nome, a no ser nos casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da matria, mais relevantes e

    as identifiquem com mais propriedade.

    c) ELIPSE: a omisso de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto da matria.

    Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avio (1) o empresrio Silvio Name Jnior (4), de 33 anos,

    que foi candidato a prefeito de Maring nas ltimas eleies; o piloto (1) Jos Traspadini (4), de 64

    anos; o co-piloto (1) Geraldo Antnio da Silva Jnior, de 38. Perceba que no foi necessrio repetir-

    se a palavra avio logo aps as palavras piloto e co-piloto. Numa matria que trata de um acidente

    de avio, obviamente o piloto ser de avies; o leitor no poderia pensar que se tratasse de um piloto

    de automveis, por exemplo. No ltimo pargrafo ocorre outro exemplo de elipse: Trs pessoas (10)

    que estavam nas casas (9) atingidas pelo avio (1) ficaram feridas. Elas (10) no sofreram ferimentos

    graves. (10) Apenas escoriaes e queimaduras. Note que o (10) em negrito, antes de Apenas,

    uma omisso de um elemento j citado: Trs pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As

    trs pessoas sofreram) Apenas escoriaes e queimaduras.

    d) SUBSTITUIES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um elemento j citado ou de se

    referir a outro que ainda vai ser mencionado a substituio, que o mecanismo pelo qual se usa

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 17

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTOuma palavra (ou grupo de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os

    principais elementos de substituio:

    Pronomes: a funo gramatical do pronome justamente substituir ou acompanhar um nome. Ele

    pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a idia contida em um pargrafo ou no texto todo. Na

    matria-exemplo, so ntidos alguns casos de substituio pronominal: o sogro de Name Jnior (4),

    Mrcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Mrcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela

    Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), Joo Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome

    possessivo seus retoma Name Jnior (os filhos de Name Jnior...); o pronome pessoal ela, contrado

    com a preposio de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No

    ltimo pargrafo, o pronome pessoal elas retoma as trs pessoas que estavam nas casas atingidas

    pelo avio: Elas (10) no sofreram ferimentos graves.

    Eptetos: so palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se referem a um

    elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificao pode ser conhecida ou no pelo leitor. Caso no

    seja, deve ser introduzida de modo que fique fcil a sua relao com o elemento qualificado.

    Exemplos:

    a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O presidente, que voltou h dois dias

    de Cuba, entregou-lhes um certificado... (o epteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso;

    poder-se-ia usar, como exemplo, socilogo);

    b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro dos

    Esportes, a seleo... (o epteto ex-Ministro dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento;

    poder-se-iam, por exemplo, usar as formas jogador do sculo, nmero um do mundo, etc.

    Sinnimos ou quase sinnimos: palavras com o mesmo sentido (ou muito parecido) dos

    elementos a serem retomados. Exemplo: O prdio foi demolido s 15h. Muitos curiosos se

    aglomeraram ao redor do edifcio, para conferir o espetculo (edifcio retoma prdio. Ambos so

    sinnimos).

    Nomes deverbais: so derivados de verbos e retomam a ao expressa por eles. Servem, ainda,

    como um resumo dos argumentos j utilizados. Exemplos: Uma fila de centenas de veculos

    paralisou o trnsito da Avenida Higienpolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos.

    A paralisao foi a maneira encontrada... (paralisao, que deriva de paralisar, retoma a ao de

    centenas de veculos de paralisar o trnsito da Avenida Higienpolis). O impacto (2) ainda atingiu

    mais trs residncias (o nome impacto retoma e resume o acidente de avio noticiado na matria-

    exemplo)

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 18

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTOElementos classificadores e categorizadores: referem-se a um elemento (palavra ou grupo de

    palavras) j mencionado ou no por meio de uma classe ou categoria a que esse elemento pertena:

    Uma fila de centenas de veculos paralisou o trnsito da Avenida Higienpolis. O protesto foi a

    maneira encontrada... (protesto retoma toda a idia anterior - da paralisao -, categorizando-a como

    um protesto); Quatro ces foram encontrados ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos

    enfrentaram a reao dos animais (animais retoma ces, indicando uma das possveis classificaes

    que se podem atribuir a eles).

    Advrbios: palavras que exprimem circunstncias, principalmente as de lugar: Em So Paulo, no

    houve problemas. L, os operrios no aderiram... (o advrbio de lugar l retoma So Paulo).

    Exemplos de advrbios que comumente funcionam como elementos referenciais, isto , como

    elementos que se referem a outros do texto: a, aqui, ali, onde, l, etc.

    Observao: mais freqente a referncia a elementos j citados no texto. Porm, muito

    comum a utilizao de palavras e expresses que se refiram a elementos que ainda sero utilizados.

    Exemplo: Izidoro Andrade (7) conhecido na regio (8) como um dos maiores compradores de

    cabeas de gado do Sul (8) do pas. Mrcio Ribeiro (5) era um dos scios do Frigorfico Navira,

    empresa proprietria do bimotor (1). A palavra regio serve como elemento classificador de Sul (A

    palavra Sul indica uma regio do pas), que s citada na linha seguinte.

    Conexo:

    Alm da constante referncia entre palavras do texto, observa-se na coeso a propriedade de unir

    termos e oraes por meio de conectivos, que so representados, na Gramtica, por inmeras

    palavras e expresses. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpao do sentido

    do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados pelo sentido. Baseamo-

    nos no autor Othon Moacyr Garcia (Comunicao em Prosa Moderna).

    Prioridade, relevncia: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princpio,

    primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo, a priori

    (itlico), a posteriori (itlico).

    Tempo (freqncia, durao, ordem, sucesso, anterioridade, posterioridade): ento, enfim, logo,

    logo depois, imediatamente, logo aps, a princpio, no momento em que, pouco antes, pouco depois,

    anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje,

    freqentemente, constantemente s vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre,

    raramente, no raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse nterim, nesse meio tempo, nesse

    hiato, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas

    as vezes que, cada vez que, apenas, j, mal, nem bem.

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 19

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTOSemelhana, comparao, conformidade: igualmente, da mesma forma, assim tambm, do

    mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idntica, de

    conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto

    quanto, como, assim como, como se, bem como.

    Condio, hiptese: se, caso, eventualmente.

    Adio, continuao: alm disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda cima, por outro

    lado, tambm, e, nem, no s ... mas tambm, no s... como tambm, no apenas ... como tambm,

    no s ... bem como, com, ou (quando no for excludente).

    Dvida: talvez provavelmente, possivelmente, qui, quem sabe, provvel, no certo, se

    que.

    Certeza, nfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem

    dvida, inegavelmente, com toda a certeza.

    Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de sbito, subitamente, de repente,

    imprevistamente, surpreendentemente.

    Ilustrao, esclarecimento: por exemplo, s para ilustrar, s para exemplificar, isto , quer dizer,

    em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, alis.

    Propsito, inteno, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propsito de, com a finalidade de,

    com o intuito de, para que, a fim de que, para.

    Lugar, proximidade, distncia: perto de, prximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais

    adiante, aqui, alm, acol, l, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.

    Resumo, recapitulao, concluso: em suma, em sntese, em concluso, enfim, em resumo,

    portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre vrgulas), dessarte,

    destarte, assim sendo.

    Causa e conseqncia. Explicao: por conseqncia, por conseguinte, como resultado, por

    isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, to (tanto, tamanho) ... que, porque,

    porquanto, pois, j que, uma vez que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de

    tal sorte que, de tal forma que, haja vista.

    Contraste, oposio, restrio, ressalva: pelo contrrio, em contraste com, salvo, exceto,

    menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo que,

    posto que, posto, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, s que, ao passo que.

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 20

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTOIdias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.

    RESUMINDO

    Dissertar o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente com o texto de apresentao cientfica, o relatrio, o texto didtico, o artigo enciclopdico. Em princpio, o texto dissertativo no est preocupado com a persuaso e sim, com a transmisso de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo.

    Os textos argumentativos, ao contrrio, tm por finalidade principal persuadir o leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto. Quando o texto, alm de explicar, tambm persuade o interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo.

    O texto dissertativo-argumentativo tem uma estrutura convencional, formada por trs partes essenciais. IntroduoQue apresenta o assunto e o posicionamento do autor. Ao se posicionar, o autor formula uma tese ou a idia principal do texto. DesenvolvimentoFormado pelos pargrafos que fundamentam a tese. Normalmente, em cada pargrafo, apresentado e desenvolvido um argumento. Cada um deles pode estabelecer relaes de causa e efeito ou comparaes entre situaes, pocas e lugares diferentes, pode tambm se apoiar em depoimentos ou citaes de pessoas especializadas no assunto abordado, em dados estatsticos, pesquisas, aluses histricas. ConclusoQue geralmente retoma a tese, sintetizando as ideias gerais do texto ou propondo solues para o problema discutido. Mais raramente, a concluso pode vir na forma de interrogao ou representada por um elemento-surpresa. No caso da interrogao, ela meramente retrica e deve j ter sido respondida pelo texto. O elemento surpresa consiste quase sempre em uma citao cientfica, filosfica ou literria, em uma formulao irnica ou em uma ideia reveladora que surpreenda o leitor e, ao mesmo tempo, d novos significados ao texto.

    Ateno: a linguagem do texto dissertativo-argumentativo costuma ser impessoal, objetiva e denotativa. Mais raramente, entretanto, h a combinao da objetividade com recursos poticos, como metforas e alegorias. Predominam formas verbais no presente do indicativo e emprega-se o padro culto e formal da lngua.

    O Pargrafo Alm da estrutura global do texto dissertativo-argumentativo, importante conhecer a estrutura de uma de suas unidades bsicas: o pargrafo.

    Pargrafo uma unidade de texto organizada em torno de uma ideia-ncleo, que desenvolvida por idias secundrias. O pargrafo deve ser formado por duas ou mais frases, sendo seu tamanho varivel. No texto dissertativo-argumentativo, os pargrafos devem estar todos relacionados com a tese ou idia principal do texto, geralmente apresentada na introduo.

    Embora existam diferentes formas de organizao de pargrafos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gneros jornalsticos apresentam uma estrutura-padro. Essa estrutura consiste em trs partes: a ideia-ncleo, as ideias secundrias (que desenvolvem a ideia-ncleo), a concluso. Em pargrafos curtos, raro haver concluso.

    A seguir, ser apresentado um espelho de correo de redao. A faixa de valores dos itens analisados sofre alterao a cada concurso, os aspectos macroestruturais e microestruturais so

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 21

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTOvariveis na maneira como so expostos. No entanto, os espelhos no fogem ao padro pr-determinado.

    ESPELHO DA AVALIAO DA PROVA DISCURSIVA DO CESPE (NC)

    Aspectos macroestruturais nota obtidafaixa de valores

    APRESENTAO TEXTUAL De 0 a 01Legibilidade Respeito s margens e indicao de pargrafos ESTRUTURA TEXTUAL (dissertativa) De 0 a 05Introduo adequada ao tema/posicionamento Desenvolvimento Fechamento do texto de forma coerente DESENVOLVIMENTO DO TEMA De 0 a 10Estabelecimento de conexes lgicas entre os argumentos

    Objetividade de argumentao frente ao tema/posicionamento

    Estabelecimento de uma progressividade textual em relao sequncia lgica do pensamento

    Tipos de erro considerados pela BancaPontuaoConstruo do perodoEmprego de conectoresConcordncia nominalConcordncia verbalRegncia nominalRegncia verbalGrafia/acentuaoRepetio/omisso vocabularOutros

    NOTA DA PROVA EM CONTEDO (NC) NC = 10 (soma das notas dos quesitos)

    Nmero de linhas efetivamente ocupadas (NL)Nmero de erros (NE)

    NOTA DA PROVA DISCURSIVA (NPD): NPD = NC 2 x NE : TL

    ESPELHO DA AVALIAO DA PROVA DISCURSIVA DA FCC

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 22

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTONa avaliao da Prova de Redao sero considerados, para atribuio dos pontos, os seguintesaspectos:

    1 Contedo at 40 (quarenta) pontos:a) perspectiva adotada no tratamento do tema;b) capacidade de anlise e senso crtico em relao ao tema proposto;c) consistncia dos argumentos, clareza e coerncia no seu encadeamento.

    2 A nota ser prejudicada, proporcionalmente, caso ocorra uma abordagem tangencial, parcial oudiluda em meio a divagaes e/ou colagem de textos e de questes apresentados na prova.

    3 Estrutura at 30 (trinta) pontos:a) respeito ao gnero solicitado;b) progresso textual e encadeamento de ideias;c) articulao de frases e pargrafos (coeso textual).

    4 Expresso at 30 (trinta) pontos:4.1 A avaliao da expresso no ser feita de modo estanque ou mecnico, mas sim de acordo com sua estreita correlao com o contedo desenvolvido.4.2 A avaliao ser feita considerando-se:a) desempenho lingustico de acordo com o nvel de conhecimento exigido;b) adequao do nvel de linguagem adotado produo proposta e coerncia no uso;c) domnio da norma culta formal, com ateno aos seguintes itens: estrutura sinttica de oraes eperodos, elementos coesivos; concordncia verbal e nominal; pontuao; regncia verbal e nominal;emprego de pronomes; flexo verbal e nominal; uso de tempos e modos verbais; grafia e acentuao.

    5. Na aferio do critrio de correo gramatical, por ocasio da avaliao do desempenho na Prova de Redao a que se refere esse Captulo, podero os candidatos valer-se das normas ortogrficas em vigor antes ou depois daquelas implementadas pelo Decreto Presidencial n 6.583, de 29 de setembro de 2008, em decorrncia do perodo de transio previsto no art. 2, pargrafo nico da citada norma, que estabeleceu o Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa.

    6. Ser atribuda nota ZERO redao que:a) fugir modalidade de texto solicitada e/ou ao tema proposto;b) apresentar textos sob forma no articulada verbalmente (apenas com desenhos, nmeros e palavrassoltas ou em versos) ou qualquer fragmento de texto escrito fora do local apropriado.c) for assinada fora do local apropriado;d) apresentar qualquer sinal que, de alguma forma, possibilite a identificao do candidato;e) for escrita a lpis, em parte ou em sua totalidade;f) estiver em branco;g) apresentar letra ilegvel e/ou incompreensvel.

    7. A folha para rascunho no Caderno de Provas de preenchimento facultativo. Em hiptese alguma o rascunho elaborado pelo candidato ser considerado na correo da Prova de Redao pela bancaexaminadora.

    8. Na Prova de Redao, devero ser rigorosamente observados os limites mnimo de 20 (vinte) linhas e mximo de 30 (trinta) linhas, sob pena de perda de pontos a serem atribudos Redao.

    9. A Prova de Redao ter carter eliminatrio e ser avaliada na escala de 0 (zero) a 100 (cem)pontos, considerando-se habilitado o candidato que nela obtiver nota igual ou superior a 50(cinquenta) pontos.

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 23

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTOESTRUTURA TEXTUAL DISSERTATIVA

    1. Bases Conceituais PARTE I O contedo da redao a) Apresentao Textual Legibilidade e erro: escreva sempre com letra legvel. Prefira a letra cursiva. A letra de imprensa poder ser usada desde que se distinga bem as iniciais maisculas e minsculas. No caso de erro, risque com um trao simples, o trecho ou o sinal grfico e escreva o respectivo substituto.

    Ateno: no use parnteses para esse fim.

    - Respeito s margens e indicao dos pargrafos;

    Para dar incio aos pargrafos, o espao de mais ou menos dois centmetros suficiente. Observe as margens esquerda e direita na folha para o texto definitivo. No crie outras. No deixe buracos no texto. Na translineao, obedea s regras de diviso silbica. - Limite mximo de linhas; Alm de escrever seu texto em local devido (folha definitiva), respeite o limite mximo de linhas destinadas a cada parte da prova, conforme orientao da banca. As linhas que ultrapassarem o limite mximo sero desconsideradas ou qualquer texto que ultrapassar a extenso mxima ser totalmente desconsiderado.

    -Eliminao do candidato;

    Seu texto poder ser desconsiderado nas seguintes situaes: - ultrapassagem do limite mximo de linhas. - ausncia de texto: quando o candidato no faz seu texto na FOLHA PARA O TEXTO DEFINITIVO.

    - fuga total ao tema: analise cuidadosamente a proposta apresentada. Estruture seu texto em conformidade com as orientaes explicitadas no caderno da prova discursiva.

    - registros indevidos: anotaes do tipo fim, the end, O senhor meu pastor, nada me faltar ou recados ao examinador, rubricas e desenhos. b) Estrutura Textual Dissertativa No d ttulo ao texto, (exceto se este for solicitado). A redao comea na linha 1 da folha definitiva, com o seu pargrafo de introduo.

    Estrutura clssica do texto dissertativo

    b.1) Introduo adequada ao tema / posicionamento

    Apresenta a idia que vai ser discutida, a tese a ser defendida. Cabe introduo situar o leitor a respeito da postura ideolgica de quem o redige acerca de determinado assunto. Deve conter a tese e as generalidades que sero aprofundadas ao longo do desenvolvimento do texto. O importante que a sua introduo seja completa e esteja em consonncia com os critrios de paragrafao. No misture idias.

    b.2) Desenvolvimento

    Apresenta cada um dos argumentos ordenadamente, analisando detidamente as idias e exemplificando de maneira rica e suficiente o pensamento. Nele, organizamos o pensamento em favor da tese. Cada pargrafo (e o texto) pode ser organizado de diferentes maneiras:

    - Estabelecimento das relaes de causa e efeito: motivos, razes, fundamentos, alicerces, os porqus/ conseqncias, efeitos, repercusses, reflexos;

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 24

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTO- Estabelecimento de comparaes e contrastes: diferenas e semelhanas entre elementos de um lado, de outro lado, em contraste, ao contrrio;

    - Enumeraes e exemplificaes: indicao de fatores, funes ou elementos que esclarecem ou reforam uma afirmao.

    b.3) Fechamento do texto de forma coerente

    Retoma ou reafirma todas as idias apresentadas e discutidas no desenvolvimento, tomando uma posio acerca do problema, da tese. tambm um momento de expanso, desde que se mantenha uma conexo lgica entre as idias.

    c) Desenvolvimento do Tema

    c.1) Estabelecimento de conexes lgicas entre os argumentos.

    Apresentao dos argumentos de forma ordenada, com anlise detida das idias e exemplificao de maneira rica e suficiente do pensamento. Para garantir as devidas conexes entre perodos, pargrafos e argumentos, empregar os elementos responsveis pela coerncia e unicidade, tais como operadores de sequenciao, conectores, pronomes. Procurar garantir a unidade temtica.

    c.2) Objetividade de argumentao frente ao tema / posicionamento

    O texto precisa ser articulado com base nas informaes essenciais que desenvolvero o tema proposto. Dispensar as idias excessivas e perifricas. Planejar previamente a redao definindo antecipadamente o que deve ser feito. Recorrer ao banco de idias um passo importante. Listar as idias que lhe vier cabea sobre o tema.. Estabelecer a tese que ser defendida. Selecionar cuidadosamente entre as idias listadas, aquelas que delimitaro o tema e defendero o seu posicionamento.

    c.3) Estabelecimento de uma progressividade textual em relao seqncia lgica do pensamento.

    O texto deve apresentar coerncia seqencial satisfatria. Quando se proceder seleo dos argumentos no banco de idias, deve-se classific-los segundo a fora para convencer o leitor, partindo dos menos fortes parta os mais fortes.

    A redao elaborada a partir de esquema permite-lhes desenvolver o texto com seqncia lgica, de acordo com os critrios exigidos no comando da questo (nmero de linhas, por exemplo), atendendo aos aspectos mencionados no espelho de avaliao.

    SUGESTO DE PRODUO DE TEXTO COM BASE EM ESQUEMASESQUEMA BSICO DA DISSERTAO

    1 pargrafo: TEMA + argumento 1 + argumento 2 + argumento 3

    2 pargrafo :desenvolvimento do argumento 1

    3 pargrafo: desenvolvimento do argumento 2

    4 pargrafo: desenvolvimento do argumento 3

    5 pargrafo: expresso inicial + reafirmao do tema + observao final.

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 25

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTO

    EXEMPLO:

    TEMA: Chegando ao terceiro milnio, o homem ainda no conseguiu resolver graves problemas que preocupam a todos.

    POR QU?*arg. 1: Existem populaes imersas em completa misria.*arg. 2: A paz interrompida frequentemente por conflitos internacionais.*arg. 3: O meio ambiente encontra-se ameaado por srio desequilbrio ecolgico.

    Texto definitivo (de Aluno) Para Avaliao

    Chegando ao terceiro milnio, o homem ainda no conseguiu resolver os graves problemas que preocupam a todos, pois existem populaes imersas em completa misria, a paz interrompida frequentemente por conflitos internacionais e, alm do mais, o meio ambiente encontra-se ameaado por srio desequilbrio ecolgico.

    Embora o planeta disponha de riquezas incalculveis estas, mal distribudas, quer entre Estados, quer entre indivduos encontramos legies de famintos em pontos especficos da Terra. Nos pases do Terceiro Mundo, sobretudo em certas regies da frica, v-se, com tristeza, a falncia da solidariedade humana e da colaborao entre as naes.

    Alm disso, nestas ltimas dcadas, tem-se assistido, com certa preocupao, aos conflitos internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memria a lembrana das guerras do Vietn e da Coria, as quais provocaram grande extermnio. Na atualidade, as pessoas testemunham conflitos na antiga Iugoslvia, em alguns membros da Comunidade dos Estados Independentes. Ainda, deve-se mencionar a Guerra do Golfo, que tanta apreenso nos causou.

    Outra preocupao constante o desequilbrio ecolgico, provocado pela ambio desmedida de alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as guas dos rios. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agresses, acabe por se transformar em local inabitvel.

    Em virtude disso, as pessoas so levadas a acreditar que o homem est muito longe de solucionar os graves problemas que afligem diretamente uma grande parcela da humanidade e indiretamente a qualquer pessoa consciente e solidria. desejvel que providncias sejam tomadas no sentido de melhorar a vida no mundo contemporneo. Dessa forma, o mundo aprender a conviver com as adversidades se preocupando em super-las.

    A orientao dada pelo esquema, desde o 1 pargrafo, faz com que o candidato no se perca ao longo da produo. Por exemplo, no h como fazer a introduo maior que o desenvolvimento, j que a introduo apresenta, de forma embrionria, o que ser desenvolvido no corpo do texto. E lembre-se de que a concluso sempre retoma a ideia apresentada na introduo, reafirmando-a, apresentando propostas, solues para o caso apresentado. Com essa noo clara, de estrutura de texto, tambm possvel melhorar o seu desempenho nas provas de compreenso e interpretao de textos.

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 26

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTO

    Dissertar , em resumo, I. Expor um assunto, esclarecendo as verdades que o envolvem, discutindo a problemtica que nele reside.II. Defender princpios, tomando decises.III. Analisar objetivamente um assunto por meio de uma sequncia lgica de ideias.IV. Apresentar opinies sobre um determinado assunto.V. Apresentar opinies positivas e negativas, provando suas opinies, citando fatos, razes, justificativas.

    Para fazer uma boa dissertao, exige-se:

    a) Conhecimentos do assunto (adquirido por meio da leitura, da observao de fatos, do dilogo, etc.);

    b) Reflexes sobre o tema, procurando descobrir boas ideias e concluses acertadas (antes de escrever necessrio pensar);

    c) Planejamento:

    1. Introduo: consiste na proposio do tema, da ideia principal, apresentada de modo a sugerir o desenvolvimento;

    2. Desenvolvimento: consiste no desenvolvimento da matria, isto , discutir e avaliar as ideias em torno do assunto permitindo uma concluso;

    3. Concluso: pode ser feita por uma sntese das ideias discutidas no desenvolvimento. o resultado final.

    d) Registrar ideias fundamentais numa sequncia (ESQUEMA)

    e) Acrescentar o que faltar, ou suprimir o que for suprfluo, desnecessrio (RASCUNHO)

    f) Desenvolvimento do plano com clareza e correo, mantendo sempre fidelidade ao tema.

    DICAS FINAIS

    Ao redigir voc deve observar alguns aspectos importantes:

    No rasurar e nem rabiscar a sua folha de redao. Faa letra legvel. Obedea ao espao proposto. Onde iniciar o 1 pargrafo, inicie todos os outros. No deixe espaos em branco. Observar o nmero mnimo de palavras exigido.

    (Lembre-se: para contar o n. de palavras exclui-se conjuno, preposio e artigo).

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 27

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTO

    Observe o desenho abaixo para maior clareza:

    ____________________TTULO________________ _______ Centralizar o ttulo na primeira linha__________________________________________________ Saltar uma linha para comear a redigir__________________________________________________ No deixar espao em branco ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Iniciar a redao com pargrafo; o mesmo __________________________________________________ espao deixado para a margem do primeiro__________________________________________________ pargrafo deve ser respeitado para os __________________________________________________ demais__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ No usar esta linha

    Obs: No h necessidade de preencher toda a folha, mas o nmero de palavras exigido deve ser respeitado.

    DETALHES QUE DEVEMOS EVITAR

    CONDIES DE NULIDADE

    So condies de nulidade da prova de Redao:

    a) ser ilegvel;b) fugir totalmente ao tema proposto;c) abordar superficialmente, evasiva e inadequadamente o tema;d) evidenciar desconhecimento do tema escolhido;e) conter dois ou mais pargrafos agramaticais;f) no obedecer aos tipos de composio propostos;g) ter um nmero de palavras inferior ao exigido.

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 28

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    ASPECTOS AVALIADOS EM UM TEXTO

    BLOCO A: Aspectos da leitura

    1. Falta de entendimento do enunciado ( tema, modalidade, tipologia ).2. Tratamento perifrico do tema.

    BLOCO B: Aspectos estticos

    3. Grafia ininteligvel.4. Desrespeito s margens.5. Pequeno recuo de pargrafo.

    BLOCO C: Aspectos sintticos

    6. Pontuao e/ou paragrafao incorretas. 7. Perodo longo. 8. Ausncia de articulao sinttica.9. Uso incorreto de conectivos para estabelecimento de relao lgica.10. Ausncia de conectivos.11. Uso de gerndio para evitar conectivos ou outros fins.12. Perodo/ideia incompleto.13. Inverso de termos sintticos.14. Intercalao excessiva e confusa de oraes.15. Uso equivocado de preposio ( reg. Verbal e/ou nominal )16. Ausncia de termos sintticos ( sujeito, objeto, etc. )

    BLOCO D: Aspectos enunciativos

    17. Vocabulrio inadequado para o contexto.18. Objetividade inadequada para a proposta.19. Subjetividade inadequada para a proposta.20. Ausncia de clareza inadequada para a proposta.21. Repetio vocabular ou de ideias inadequada.22. Incoerncia interna.23. Incoerncia externa. 24. Estratgias ineficazes para a enunciao.25. Inadequao do texto ao interlocutor 1.26. Inadequao do texto ao interlocutor 2.27. Inadequao do texto aos objetivos.28. Argumentao frgil.29. Variante lingustica equivocada. 30. Ambiguidade inadequada de ideias.31. Repetio inadequada de ideias-ausncia de progresso.

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 29

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    REDAO COMENTADA

    TEMA: Redija um texto dissertativo-argumentativo, abordando o CINEMA COMO PRTICA SOCIAL.

    (sem ttulo)

    O cinema, enquanto (hyperlink voc sabia 1) veculo da mdia e meio de comunicao, um frum social de relevncia incomparvel. Em seus mltiplos aspectos, o cinema abarca e trabalha diversas dimenses da vida humana, o que se reflete em seus papis enquanto forma de entretenimento objeto de concepo e expresso artstica, sua atuao formativa e doutrinadora scio-cultural e mesmo psicolgica. Nesses termos, destaca-se sua eminncia inequvoca enquanto (hyperlink voc sabia 1) recurso social e arena no s de cultura, mas da epistemologia em que o homem e toda sua complexidade so passveis de anlise.

    Os filmes no se resumem a histrias; no se limitam a elaboraes circulares ou sem compromisso os filmes so fruto de e visam a necessidades humanas. Sejam qual forem o objetivo primrio e seus decorrentes, a produo cinematogrfica responde ao anelo (e hoje necessidade) do lazer ao mesmo tempo que (hyperlink voc sabia 2) com mais ou menos sofisticao, analisa e busca compreender (com mais ou menos sofisticao) a realidade humana e sua problemtica. Deste atributo advm sua dimenso a sua dimenso artstica (expressiva, compreensiva) e sua funo crtica (intrnseca ou extrnseca, encerrando ou suscitando debates), que conforme o contexto afluem formao (ou deformao) do intelecto e conscincia bem como doutrinamento, ativo ou sutil, do expectador.

    Por essas razes, o cinema enquanto (hyperlink voc sabia 1) frum, permitindo o escrutnio do observador s articulaes expositivas do cineasta (e, por extenso, dos atores sociais a que responde), relativas inevitavelmente s significantes e referentes do universo do expectador, que permita a circulao, e com ela discusso, de idias e prticas. E tal em instncias, que, por sua penetrncia e apelo, so absolutamente sui generis. nesse frum que, hoje mais que nunca, se origem boa parte do iderio e perspectivas humanas, se endossam ou questionam as prticas de vida, bem como os processos e meios ativos e interativos de relao entre o homem e suas conjecturas.

    , portanto, bom e necessrio que se atente aos produtos e obras do cinema; sempre, todavia, com crtica e perspectiva em contrapeso empatia pela expresso comunicativa. No mundo atual (hyperlink voc sabia 3) impossvel permanecer alheio s manifestaes da cultura, e para galgar uma insero mais integral no contexto social, a busca e absoro de suas mensagens faz-se mister. sempre essencial todavia, atentar ao processo de crtica, mais delicado, que permite a incorporao das discusses a interferncia criteriosa e pautada no meio o cinema, enquanto (hyperlink voc sabia 1) mtica social, interferindo na sociedade que o motivou e da qual aflu.

    ASPECTOS LINGUSTICOS

    1. Voc sabia?

    A conjuno enquanto frequentemente empregada de modo inadequado pelos usurios da lngua. Tal conector se limita a situaes de tempo simultneo, mas usado com valor restritivo em diversas situaes. Portanto, fique atento! Construes com valor limitativo exigem como, e no enquanto!

    Errado: O Brasil, enquanto pas exportador, deveria...

    Certo: O Brasil, como pas exportador, deveria...

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 30

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    2. Voc sabia?

    Locues prepositivas ou conjuntivas, como ao mesmo tempo em que e a ponto de, so expresses invariveis da lngua portuguesa. Entretanto, ao longo dos anos, algumas delas acabaram sendo alteradas pelo uso oral. Por isso, com certa freqncia, so empregadas de forma incorreta. Confira alguns exemplos para no errar. Certo X ErradoA ponto de Ao ponto deAo mesmo tempo em que Ao mesmo tempo queApesar de que Apesar queNa medida em que medida em queUma vez que De vez que

    3. Voc sabia?

    Nas expresses adverbiais deslocadas, empregue vrgula!

    Se um perodo estiver disposto na ordem direta, no haver necessidade de sinalizar ao leitor nenhum efeito de sentido pretendido. No entanto, h necessidade de se marcar com vrgula fenmenos como:

    inverses intercalaes omisso de termos que ficam ocultos na cadeia da frase.

    Essas situaes lingsticas, em geral, so marcadas por vrgulas na escrita.

    Exemplo de deslocamento de expresso adverbial

    s dez horas, as autoridades visitaram o salo do automvel.adjunto adverbial sujeito verbo complemento do verbo

    Comentrio da Redao (Publicado em 2008 EDITORA ABRIL / Flvia Rita Coutinho Sarmento)

    Rigor lingstico e contedo: combinao perfeita!

    Sem ttulo e empregando uma estrutura de paragrafao bastante comum s produes dissertativas: um pargrafo de introduo, dois de desenvolvimento e um de concluso, o candidato conseguiu atingir s exigncias da proposta de redao da UFRJ/2008.

    J em seu pargrafo introdutrio, o vestibulando demonstrou ter compreendido adequadamente os fragmentos apresentados na proposta e fez uma aluso indireta aos trs trechos, apresentando as idias contidas neles de modo parafraseado. Essa tcnica de introduo bastante simples porque usa como recurso o material oferecido na prpria proposta; mas, ao mesmo tempo, demanda estratgias discursivas para a exposio clara das idias.

    O candidato, na estruturao de seus posicionamentos, cometeu um equvoco freqente ao restringir a focalizao em diversos pontos de seu texto. O uso da conjuno temporal enquanto para limitar um assunto no normativo, ou seja, no segue os padres cultos da lngua. Assim, logo na frase que abre o texto, o candidatou cometeu um deslize lingstico. A sentena O cinema, enquanto

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 31

  • PORTUGUS - ESPECIAL REDAO FLVIA RITA COUTINHO SARMENTOveculo da mdia e meio de comunicao, um frum social de relevncia incomparvel., embora apresente a tese do produtor com clareza, no atende ao quesito norma culta, um dos comandos da proposta de redao da UFRJ/2008 . No apenas nesse perodo, mas em diversos outros o vestibulando fez uso desse mecanismo inadequado de restrio. O uso do articulador como seria eficiente para esse tipo de recorte. Desse modo, o candidato poderia se expressar, por exemplo, da seguinte forma: O cinema, como veculo da mdia e meio de comunicao, ....

    Merecem destaque, ao longo da produo, escolhas vocabulares pouco comuns, melhorando as condies gerais da redao. Palavras como epistemologia, mister, doutrinamento, conjecturas, mtica entre outras, podem enriquecer o texto se utilizadas de modo adequado, isto , dentro de um contexto pertinente. E foi isso que o candidato fez: apostou em um amplo vocabulrio para expressar, de modo impessoal (em terceira pessoa), seus pontos de vista acerca do tema.

    No segundo pargrafo, ao apresentar a base argumentativa do texto, o vestibulando recorreu aos parnteses como um recurso de marcao do posicionamento enunciativo do locutor-autor. Por diversas vezes, interrompeu a seqncia da frase para expor informaes de cunho complementar s apresentadas anteriormente. As idias defendidas, sem dvida, garantiram a boa aceitao desse pargrafo. De contedo amplo, o candidato discorreu sobre aspectos passados e atuais do cinema, abordou aspectos artsticos e sociais relacionados a tal modalidade de expresso.

    O terceiro pargrafo faz um link com o anterior. Introduzido pela expresso por essas razes, prioriza a exposio de conseqncias a partir do que j foi exposto. Com idias originais e boa capacidade argumentativa, o vestibulando apostou na defesa da idia de que o cinema no s uma forma de o homem se reconhecer, mas uma interpretao da realidade por meio da qual se pode questionar o mundo em que se vive.

    O ltimo pargrafo, com traos explcitos de concluso (portanto), faz uma retomada dos posicionamentos assumidos ao longo do texto. Embora o candidato tenha incorrido em uma afirmao muito categrica (... impossvel permanecer alheio s manifestaes da cultura...), ela foi adequadamente contrabalanceada pela ressalva introduzida no perodo seguinte ( sempre essencial todavia...), o que evidencia a necessidade de uma anlise crtica do expectador diante do que lhe oferecido no cinema.

    Assim, o candidato, que cometeu pequenos desvios no emprego de vrgulas e na acentuao de palavras, conseguiu obter sucesso em seu texto a partir de um contedo original e um vocabulrio rico. Alm de explorar amplamente o tema sob diversas perspectivas, o vestibulando mostrou ter domnio acerca da estruturao de textos argumentativos.

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    TEXTOS PARA CORREO

    TEXTO 01A manipulao do eleitorado.

    Considervel parte do eleitorado brasileiro pertence a uma inferior camada scio-cultural. Quando uma eleio acontece no Brasil, esse eleitorado mune-se to somente da informao que lhe mostrada pelas redes de comunicao em massa.

    Um indivduo ilustrado, provido de slida bagagem acadmica , muitas vezes, capaz de articular perguntas que forcem esse ou aquele candidato a esclarecer suas propostas. Em contraponto, aquele que tem educao deficiente absorve passivamente qualquer informao que lhe oferecido. Infelizmente, essa passou pelo ineficiente sistema nacional de ensino. A realidade , ento, que o ensino pblico no forma cidados conscientes.

    Alia-se a esse quadro de deficincia escolar, o descaso dos dirigentes das empresas de mdia. Tais pessoas promovem irresponsavelmente esse ou aquele candidato, de acordo com suas convenincias. Sob um eleitorado to debilmente formado, essa influncia decisiva no processo eleitoral.

    Quem possui tal influncia sob a deciso do eleitorado deveria, pois, lidar com o assunto mais responsavelmente. Se isso no for possvel, tornam-se imprescindveis reformas no ensino pblico. Caso contrrio, continuar-se- a viver em um pas manipulado pelos donos dessas redes.

    Observaes:

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    TEXTO 02

    TEMA: Saneamento bsico e epidemia de dengue

    Negligentes quanto Sade Pblica.

    Meses antes da epidemia de dengue assustar a sociedade brasileira, a secretaria Nacional de Sade recebeu um estudo apontando a sucetibilidade brasileira a essa epidemia. A secretaria, diplomaticamente, ignorou o estudo; tomou tudo por hiptese e nenhuma providncia foi tomada.

    A epidemia em si foi prevista, mas no sua magnitude. Quando insaurada, medidas foram tomadas para cont-la, e essas surtiram efeito quando aliadas diminuio do nvel pluvial. No momento, o problema est controlado. No entanto, se prevalecerem novamente os paliativos no prximo vero, a sociedade se encontrar mais uma vez com a dengue. Para erradiar definitivamente problemas como esse do contexto social, medidas efetivas em torno de saneamento bsico devem ser tomadas. O governo e as prefeituras devem ver alm de resultados imediatos, e investir em tratamento de gua e esgoto.

    A sade pblica no deveria ser mais um item na pauta dos governantes. Deveria ser uma prioridade absoluta, e tudo que lhe diga respeito. No se pode ter uma sociedade saudvel se no existe movimentao de recursos com esse fim.

    Observaes:

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    TEXTO 03

    TEMA: Estrangeirismo

    Sim e no para yes e s.

    No Brasil, mata-se a cada dia um pouco do idioma portugus. Vocbulos ingleses e espanhis viraram sinnimo de elegncia ao substituirem palavras que j existem. A populao, por sua vez, no se manifesta em relao a tal assassinato.

    Constantemente, voc se depara com estrangeirismo pelas ruas de sua cidade. muito fcil voc chegar em um fast-food para comer nuggets e bacred potatoes. A sobremesa tambm uma delcia: o sundae. O difcil para poucos, infelizmente, entender os vocbulos. Pessoas que usam este tipo de requinte so as principais assassinas de nossa lngua. H aquelas que pronunciam o outro idioma sem saber que existe a traduo. O que confirma a falta de interesse do governo e do povo em manter as tradies do idioma.

    Portanto, seria elegante chegar em uma lanchonete de atendimento rpido para comer pedaos de frango e batata assada. A sobremesa claro: o sorvete. Usar as palavras que tenham uma traduo muito importante para a recuperao da lngua. Basta dizer sim ao portugus ao invs de yes ou s.

    Observaes:

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    TEMAS DE REDAO

    TEMA 1

    Atualmente os meios de comunicao tm falado muito sobre a Reforma da Previdncia, desde sua importncia e necessidade, at mesmo crticas, principalmente do ponto de vista dos chamados radicais do PT. Redija um texto expondo suas ideias sobre essa reforma.

    TEMA 2

    A violncia , hoje, destaque em todos os noticirios brasileiros. Mas afinal, qual seria a sua causa? Redija um texto tentando responder a essa questo.

    TEMA 3

    O programa Fome Zero do Governo Federal e o combate violncia, principalmente nas grandes cidades, tm participao constante nos debates do cidado brasileiro, desde rodas de botecos a importantes programas de TV. O que voc acha ser prioridade, o combate fome ou violncia?

    TEMA 4

    Atualmente, no Brasil, foi institudo o programa de cotas para negros em algumas universidades e, recentemente, h projetos polticos de estender esse critrio de acesso para outras instituies de ensino superior para essa parcela da sociedade brasileira. Enquanto uma parte da opinio pblica e autoridades defendem a manuteno e continuidade de expanso desse projeto, h aqueles que acham ser uma forma de discriminao e no de apoio. Veja dois pontos de vista:

    - A cota para negros diminui o teor de excluso social, j que as pesquisas do IBGE sempre comprovaram que os negros tm os mais baixos salrios e as menores chances de acesso a um emprego.

    - O negro beneficirio desse sistema de cotas poder ser apontado como incompetente, perante o acesso tradicional do vestibular, mas est ocupando uma vaga por critrio de apadrinhamento social.

    Escolha uma dessas opinies e redija um texto reforando as ideias nela apresentada.

    TEMA 5

    Os pases subdesenvolvidos so hoje os maiores detentores de recursos naturais e reservas ecolgicas. Redija um texto explicando como tais pases poderiam usar em benefcio prprio as riquezas que possuem.

    TEMA 6

    A criminalidade vem ocupando um espao cada vez mais amplo dentro da sociedade brasileira. O fato de os envolvidos nem sempre serem marginalizados leva a uma assertiva:

    A marginalidade no Brasil nem sempre marginaliza os envolvidos. ( Rubem Alves ) Redija um texto argumentativo retificando ou ratificando o excerto de Rubem Alves. Para tanto, tome como base a realidade brasileira.

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 36

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    TEMA 7

    Quando que devemos interferir no curso natural da vida? Mdicos e familiares se deparam cotidianamente com rdua tarefa de decidirem manter ou no a vida de pacientes cujas chances so mnimas. D a sua opinio a respeito do assunto.

    TEMA 8

    A prostituio no representa a falta de escolha do indivduo, mas a escolha mais fcil. ( Jussara Gomes ) Redija um texto apresentando argumentos contrrios e favorveis ao fragmento apresentado.

    TEMA 09

    Os veculos de informao hoje perderam a funo de formadores de opinio e passaram a refletir ideologias dos grupos aos quais se vinculam. ( Danuza Leo )

    Redija um texto argumentativo confirmando a assertiva.

    TEMA 10

    As buscas por terapias que visem a minimizar o desconforto interior esto cada vez maiores. Isso reflete as tenses do mundo contemporneo. Redija um texto explicando a relao existente entre modernidade e estresse.

    TEMA 11

    Tribunal Regional do Trabalho da 6 Regio

    No h caminhos para a paz. A paz o caminho.(Mahatma Gandhi - pacifista indiano)

    Periferia lado bom o que voc me dizAlguns motivos pra te deixar felizLonge do lcool, longe do crime

    Sua paz voc que define(versos de um rap)

    Tendo em vista os conflitos existentes na vida moderna, quer de natureza blica entre as naes, quer de natureza social, desenvolva suas idias, em um texto dissertativo-argumentativo, a propsito

    do tema:

    Fundamental para a vida, a paz torna-se um bem cada vez mais distante de todos.

    APERFEIOAMENTO E CAPACITAO PG. 37

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    TEMA 12

    TEXTO 01 Blitz da Imigrao prende 57 brasileiros

    Dono de empresa de limpeza em que os imigrantes trabalham era investigado por subornar oficial de imigrao por Raimundo SantanaEditor

    O Departamento de Imigrao de Boston, capital de Massachusetts, est analisando a situao de cada um dos 57 brasileiros que foram presos na madrugada da ltima tera-feira, dia 15, quando faziam a limpeza de 28 lojas da rede de supermercados Stop Shop, em vrias cidades deste estado e do vizinho estado de Connecticut. O objetivo definir o procedimento de deportao daqueles que estiverem ilegalmente no pas. Para segunda-feira, dia 21, est marcada a primeira audincia do proprietrio da empresa para a qual todos os imigrantes presos trabalhavam. Jos Neto, 38 anos, que morava em Allston, Massachusetts, ter audincia com o juiz Robert B. Collings, quando tomar conhecimento das acusaes que existem contra ele. No comunicado oficial emitido ontem pelo Departamento de Justia de Boston consta que Jos Neto estava sendo investigado desde outubro do ano passado por subornar um oficial da imigrao, ao qual pagou US$ 20 mil para a obteno do green card dele e da mulher, e por outras infraes s leis de imigrao dos EUA.

    TEXTO 02 Em busca de uma vida melhor

    Milhes de pessoas saem dos pases pobres em direo ao mundo desenvolvido

    Os movimentos migratrios no so novidades na histria da humanidade. Nem os motivos pelos quais as pessoas deixa seu territrio. Conflito, fome, desemprego e falta de acesso a condio bsicas para a sobrevivncia expulsam populaes internas do pas de origem. Muitas vezes sem estruturas e de maneiras desesperada, essas pessoas so arrastadas de um lugar a outro em, busca de uma vida melhor. Colocam-se em situaes de risco. Que, eventualmente, acabam em frustrao ou mesmo em morte. Atualmente existem 175 milhes imigrantes espalhados pelo globo, 3% da populao mundial, segundo organizao das naes unidas(ONU).O movimento foi acentuado nos ltimos 15 anos. O desenvolvimento desigual entre nao atrai cada vez mais gente em direo ao mundo desenvolvido. Os Estados Unidos recebem a maior parte ou35 milhes de estrangeiros. Em relao aos continentes, a imigrao, cerca de 60 milhes de pessoas

    ESCREVA UM ARTIGO DE OPINIO PARA SER PUBLICADO EM UM JORNAL BRASILEIRO SOBRE O TRATAMENTO RECEBIDO PELOS IMIGRANTES BRASILEIROS NOS EUA.

    TEMA 13

    Com base na frase abaixo, d a sua opinio num texto dissertativo sobre o que seja uma vida melhor.

    Eu sei que a vida deveria ser bem melhor e ser (Gonzaga JR., Luiz. O que o que ?)

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    TEMA 14

    Nossos dolos ainda so os mesmos e as aparncias no enganam mais. Voc diz que depois deles No apareceu mais ningum. (Belchior)

    O mito o sonho pblico. (Joseph Campbell)

    Os textos acima referem-se a mitos ou personalidades que se destacam por alguma caracterstica ou comportamento peculiar. E para voc, o que significam os mitos? Voc concorda com a afirmao do primeiro texto? Os mitos no se renovam? Exponha suas idias numa dissertao. D um ttulo a seu texto.

    TEMA 15

    De todas as coisas desse mundo to variado, a nica que me exalta, me afeta, me mobiliza o gnero humano. So as gentes (...) minha amada gente brasileira, que minha dor, por sua pobreza e seu atraso desnecessrios. tambm meu orgulho, por tudo o que pode ser, h de ser. (Ribeiro, Darcy. O Brasil como problema, 2 ed. RJ; Francisco Alves)

    Considerando o trecho acima, produza um texto dissertativo sobre comportamento coletivo na sociedade brasileira, hoje.

    TEMA 16

    A propsito, escolha um dos trs temas abaixo e construa, a partir deles, um texto dissertativo, limitado a 30 linhas.

    Pelo eleito, conhece-se o eleitor. A mdia tem influncia direta no processo eleitoral. Cada povo tem o governo que merece.

    TEMA 17

    Entendemos que o papel da famlia importantssimo nos dias de hoje, mas precisamos trabalhar para o sustento dela prpria. Surgem brigas homricas, pai e filho se digladiam; me e filha no se respeitam devido perda do sentido primrio de famlia. Faa uma dissertao de aproximadamente 25 linhas sobre: Clula Familiar Importante?

    TEMA 18

    A velhice na viso oriental tida como sinnimo de sabedoria, acmulo de cultura, vivncia, etc. mas sabido por todos que no Brasil a velhice vista como improdutividade, incompetncia, etc. Faa uma dissertao de aproximadamente 25 linhas sobre o tema: Velhice: Incompetncia ou sabedoria.

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    TEMA 19

    H em cada criminoso uma criana que no teve amor. (Flvio Gikovate)

    Na mensagem acima h uma afirmao categrica, na qual se responsabiliza a falta de sentimento amoroso, que seria a causa primria do comportamento criminoso. Voc concorda com essa tese? Justifique sua posio em um texto dissertativo, de 25 a 30 linhas.

    TEMA 20

    Alguns pases defendem a democracia, porm o povo no est preparado para t-la. necessrio que se tenha um domnio cultural para que tenhamos um povo digno. Faa uma dissertao de aproximadamente 25 linhas sobre: Leitura, Hbito Importante ou no para o Ser Humano?

    TEMA 21

    A sociedade organizada segundo os parmetros do dinheiro e do trabalho, ao mesmo tempo que cria a figura do trabalhador, cria tambm a figura do vagabundo, do delinqente, do trabalhador que no deu certo e que freqentemente esbarra na lei, do criminosos em potencial. Essas so as pessoas que estaro mais sujeitas perseguio e punio. (Andra Buoro et al . Violncia urbana- dilemas e desafios) Art.5 Todos so iguais perante a lei; sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:(...) III ningum ser submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;(Constituio da Repblica Federativa do Brasil, 1988) considerando que as idias apresentadas acima e nos textos da prova objetiva tm carter unicamente motivador, redija um texto dissertativo, posicionando-se acerca do seguinte tema:

    O combate violncia deve ser feito com imparcialidade e respeito ao ser humano.

    TEMA 22 A sociedade no o retrato apenas de seus governantes, o retrato de seus cidados, em destaque, de suas elites. o nosso retrato, do Brasil todo, de todos ns(Srgio Abranches)

    considerando que as idias apresentadas acima e nos textos da prova objetiva tm carter unicamente motivador, redija um texto dissertativo, posicionando-se acerca do seguinte tema:

    A sociedade formao da sociedade brasileira. TEMA 23 O alvo errado do plebiscitoO Congresso discute a forma do plebiscito que pode proibir a venda legal de armas para civis. No entanto, nmeros levantados por VEJA sugerem que o problema do comrcio de armas clandestinas, a maioria contrabandeada, estratosfericamente maior que o das vendas legais. ARMAS NOVAS