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CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO Mauro Rodrigues Ribeiro REDES SOCIAIS: Possibilidade de Práticas Educativas na Educação Superior Americana 2013

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO

Mauro Rodrigues Ribeiro

REDES SOCIAIS:

Possibilidade de Práticas Educativas na Educação

Superior

Americana

2013

CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO

Mauro Rodrigues Ribeiro

REDES SOCIAIS:

Possibilidade de Práticas Educativas na Educação

Superior

Dissertação apresentada como exigência parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação à Comissão Julgadora do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, sob a orientação do Prof. Dr. Renato Kraide Soffner e coorientação de Prof. Dr. Cristiano de Jesus.

Americana

2013

FICHA CATALOGRÁFICA

R37r Ribeiro, Mauro Rodrigues.

Redes Sociais: Possibilidade de Práticas Educativas na Educação Superior / Mauro Rodrigues Ribeiro – Americana: Centro Universitário Salesiano de São Paulo, 2013.

88 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Centro Universitário

Salesiano - UNISAL – SP. Orientador: Prof. Dr. Renato Kraide Soffner

Coorientador: Prof. Dr. Cristiano de Jesus Inclui bibliografia. 1. Educação online; 2. Comunicação digital; 3. Redes

sociais. I. Jesus, Cristiano de. II. Centro Universitário Salesiano de São Paulo. III. Título.

CDD – 374.2

Catalogação: Bibliotecária Carla Cristina do Valle Faganelli CRB 104/2012 UNISAL: Unidade de Ensino de Americana

Mauro Rodrigues Ribeiro

Redes Sociais: Possibilidade de Práticas Educativas na Educação Superior

Dissertação apresentada como exigência parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação no Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL.

Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em 02/05/2013, pela

comissão julgadora:

Banca examinadora

Prof. Dr. Marcos Dias

Instituição: FATEC - Americana

Assinatura: _____________________________________________________

Prof. Dr.: Renato Kraide Soffner (Orientador)

Instituição: Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL

Assinatura: _____________________________________________________

Prof Dr.: Cristiano de Jesus (Coorientador)

Instituição: Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL

Assinatura: _____________________________________________________

Americana

2013

Dedico a minha família,

Onilia Helena esposa.

Marco Henrique, Thiony, Maíra, Marcos Roberto e Manuela filhos.

Caio, Ana Elisa e Marcos Vinicius netos.

AGRADECIMENTOS

A DEUS

Por ter possibilitado alcançar mais esse desafio e por todas as benções

recebidas.

Professores

Merece serem considerados por estes agradecimentos todos os

professores com quem convivi e em especial a professora doutora, Maria Luiza

Bissoto pelos meses de convívio em torno da construção desta dissertação

com grande dedicação, profissionalismo e talento.

Orientador

Ao professor Dr. Cristiano de Jesus pela atenção, apoio e dedicação

durante todo o processo de orientação, e por ter partilhado seu conhecimento.

Amigos

Aos amigos que se tornaram, sem que soubessem, fonte de energia e

motivação, aos quais agradeço nomeadamente: Marta Mancini, Andrea Davila,

Silvia Elias, Vivian Kauling e Marcelo Meaulo.

Família

A minha esposa Helena e aos meus filhos Marco Henrique, sua esposa

Thiony, a minha princesa Maíra, a minha caçula Manuela e a seu marido

Marcos Roberto e ao meu neto mais velho e amado Caio, como também aos

pequenos e tão amados Ana Elisa e Marcos Vinicius agradeço pela

compreensão silenciosa das minhas ausências, pela pronta disposição em

suprir minha falta no convívio familiar e pela grande generosidade e amor de

todos.

Especial

Aos amigos, as minhas maiores conquistas deste ano, Professora

Mestre Renata Adriani que deu aquele “empurrão” necessário para o início do

mestrado e Professor Mestre José Luiz de Matos Lourenço, que possibilitou a

elaboração do estudo de caso, que tanto enriqueceu essa pesquisa, o meu

muito obrigado.

A minha questão não é acabar com a escola, é mudá-la

completamente, é radicalmente fazer que nasça dela um

novo ser tão atual quanto a tecnologia. Eu continuo

lutando no sentido de pôr a escola à altura do seu tempo.

E pôr a escola à altura do seu tempo não é soterrá-la,

mas refazê-la (Freire, 1996).

RESUMO

Este trabalho disponibiliza a análise da utilização de ferramentas colaborativas, no território da comunicação mediada pelo computador e da aprendizagem on-line, no processo de ensino e aprendizagem. Busca um novo modelo de prática educativa e traz à luz a discussão da necessidade de uma nova metodologia para contribuir na construção do conhecimento do estudante universitário. Analisa ainda, o uso da tecnologia, especificamente as mídias sociais como ferramenta de suporte à colaboração no processo de ensino e aprendizagem. Busca-se compreender, no decorrer do trabalho, como as redes sociais podem auxiliar grupos de estudantes, mediados pelo professor na construção do conhecimento, por meio da educação online, e como esses alunos são conduzidos por meio da aprendizagem colaborativa, fazendo usos de ferramentas comunicativas síncronas e assíncronas, que possibilitam a interação e permitem aos alunos estabelecer trocas, discutir e opinar sobre os assuntos propostos, construindo seu conhecimento. Esta análise é realizada mediante levantamentos bibliográficos e pelas interações no ambiente da rede, a qual é detectada pela aplicação de um questionário. Partindo dessas constatações teve-se como objetivo, oferecer subsídios à instituição para uma reflexão sobre a aplicabilidade no processo ensino e aprendizagem com o uso das TIC’s (Tecnologias de Informação e Comunicação). Os resultados apontam e orientam para a possibilidade do uso da ferramenta, rede social, com finalidade educativa, de forma mais efetiva no favorecimento da construção do conhecimento.

Palavras-chave: educação online; comunicação digital; redes sociais.

ABSTRACT

Within digital communication and online learning processes, this article intends to analyze the way collaborative tools and social media itself can influence both teaching and learning processes. It shows a new model to educational processes and raises the discussion on the demand for a new learning methodology. It shows that social networks can support student’s learning, thru online education process, in which groups of students and their teachers use communicative tools (synchronous and asynchronous) that enable their interaction and allow them to exchange experiences, as well as discuss and opine, building their knowledge. This research was based on two work fronts: the bibliography analysis; and the student’s interactions on digital environment, that was registered and detected by the use of a questionnaire. The results showed that it is possible to use the social media, in a more effective way, in order to support the educative process. It is expected that this article can be used as a tool to guide the thought about the use of the ICTs on the learning and teaching processes.

Keywords: online education, digital communication, social media, social network

LISTA DE SIGLAS

AVAs - Ambientes Virtuais de Aprendizagem.

CC - Conferência por Computador

CMC – Comunicação Mediada pelo Computador

EaD - Ensino a Distância

ENADE – Exame Nacional de Desempenho do Estudante

IES – Instituições de Ensino Superior

INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

MSN – Microsoft Service Network

MUD - Multiple User Domains

MOO - Multi-User Domains Object Oriented

MUSH - Multi-User Shared hallucination

PUC – Pontifícia Universidade Católica

TIC’s – Tecnologias de Informação e Comunicação

USP – Universidade de São Paulo

WWW – World Wide Web

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 12

1.1. Objeto e problema da pesquisa ................................................................................ 14

1.2. Justificativa ............................................................................................................. 15

1.3. Hipóteses .................................................................................................................. 16

1.4. Objetivos...................................................................................................................19

1.5. Formulação do problema ......................................................................................... 20

1.5.1.1 Método ............................................................................................................... 26

1.5.1.2 Instrumento de Coleta de Dados ........................................................................ 26

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 28

2.1 As redes sociais.........................................................................................................29

2.1.1 Características das redes sociais.............................................................................30

2.1.1.1 Youtube...........................................................................................................31

2.1.1.2 Facebook.........................................................................................................32

2.2 Comunicações Assíncrona e Sincrônica ................................................................... 36

2.3 O Discurso Oral e o Discurso Escrito ....................................................................... 40

2.4 A internet e a Comunicação Mediada por Computador ............................................ 42

2.5 O Discurso Eletrônico ............................................................................................... 42

2.5.1 O Discurso Eletrônico na Comunicação Assíncrona ............................................. 46

2.5.2 O Discurso Eletrônico na Comunicação Sincrônica .............................................. 46 2.6 Aprendizagem on-line ............................................................................................... 48

3. ESTUDO DE CASO ...................................................................................... 56

4. CONCLUSÃO ............................................................................................... 66

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................ 70

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...................................................................... 73

APÊNDICES ..................................................................................................... 75

Matérias postadas para discussão ................................................................ 83

GLOSSÁRIO .................................................................................................... 85

MEMORIAL DESCRITIVO

Mauro Rodrigues Ribeiro

Neste texto, apresento minha trajetória profissional, a fim de explicitar a

origem dos questionamentos que me levaram a realização do Mestrado em

Educação.

Formei-me no ano de 1980, no curso de Engenharia Elétrica e atuei em

empresas do segmento de equipamentos elétricos, alcançando a posição de

Diretor Industrial.

Durante essa trajetória profissional e simultaneamente, pós-graduei-me

em engenharia de segurança do trabalho e no exterior cursei a especialização

em plataformas off shore.

No ano de 1989, ao deixar a área técnica e iniciar a carreira de gestor,

busquei uma formação específica na área, ocasião em que cursei o

bacharelado em administração.

Em função de minha especialização profissional ao longo dos anos ter

sido na área técnica, no ano de 2005 fui convidado a ministrar a disciplina de

Logística em uma Instituição de Ensino Superior – IES localizada na região de

Campinas.

A experiência profissional adquirida e os trabalhos de consultoria

prestados na área da disciplina ministrada, a princípio, e de acordo com minhas

percepções, eram suficientes para uma mediação eficaz na construção do

conhecimento dos alunos.

Entretanto em 2010 passei a me questionar se técnicas educativas

aliadas à experiência profissional poderiam efetivamente potencializar o

processo de ensino?

De acordo com Almeida (apud FUJITA, 2010, p. 19):

Esta prática intuitiva é uma ação do professor que: está sempre impregnada de teorias, muitas vezes ele não tem consciência disso, ou então sua visão teórica é incoerente com sua prática. Assim suas reflexões devem permitir a busca de teorias que facilitem aprender o significado de sua prática, problematizá-la e identificar o seu estilo de atuação.

Desta forma e pelo acima exposto, no primeiro semestre de 2011, iniciei

o programa de mestrado em Educação no Centro Universitário Salesiano de

São Paulo – unidade Americana.

Percebendo no dia a dia como docente o uso sistemático pelos alunos das

novas mídias e por leitura das metodologias colaborativas, propus desenvolver

a pesquisa, “Redes Sociais: Possibilidade de Práticas Educativas na Educação

Superior”, sob a orientação dos professores doutores Renato Soffner e

Cristiano de Jesus.

12

1. INTRODUÇÃO

Conectado às novas tecnologias desde a infância, o novo aluno

universitário obriga o ensino superior a adequar sua estrutura e seus

processos. A palavra de ordem ainda é experimentar (JAHN, 2012, p.3).

O tema proposto nasceu da necessidade de indagar sobre uma

mudança na metodologia de ensino aplicada na educação superior, na

tentativa de buscar eficácia na construção do conhecimento do alunado que

apresenta um perfil e necessidade muito diferentes das consideradas pelos

métodos utilizados.

As Mídias Sociais vem conquistando relevância na relação entre

estudantes do ensino superior. Portanto, a proposta é experimentar uma

metodologia que faça uso desta ferramenta tecnológica como instrumento na

construção de conhecimento do aluno, já que este faz uso desta para

comunicação e entretenimento, desenvolvendo habilidades para seu uso.

Cria-se então, a necessidade de pesquisar as Mídias Sociais, com

objetivo de instigar significado na aprendizagem de maneira eficaz e

duradoura. Investigar uma metodologia que leve a um processo de melhores

práticas educativas, pois a apropriação pelos estudantes universitários do uso

das Redes Sociais tem solicitado das IES (Instituições de Ensino Superior)

novas concepções e estratégias do processo de ensino-aprendizagem.

Este fenômeno contemporâneo, as Mídias Sociais, em fase de

amadurecimento de seus usuários no que se refere à percepção das múltiplas

possibilidades na construção do conhecimento compartilhado, e a ausência de

entendimento, também ocorre nas instituições que não têm desenvolvido

projetos que incluam as novas tecnologias em seus processos de ensino, que

possibilite uma formação mais apropriada ao perfil dos estudantes

universitários.

Sabe-se que a escola não tem cumprido com esta tão

importante e indispensável função, dificultando, assim, a

efetivação e utilização das novas tecnologias de informação e

comunicação numa perspectiva reflexiva e critica, visto que é

necessário desmistificar a sua utilização, no sentido de saber

lidar com a informação e não apenas consumi-la.

13

Considerando que o avanço técnico no que se refere às

mídias, à disseminação social das redes telemáticas e rede

mundial de computadores representam uma realidade que se

impõe na sociedade e na escola, exigindo que a última integre

no processo educacional as novas tecnologias.

O grande desafio para a escola implica em mudanças que vão

desde a concepção de educação, de aprendizagem e de

formação de professores, até a definição de políticas públicas

que possam garantir a democratização e apropriação destas

ferramentas em uma perspectiva crítica. (SANTOS; 2005, p. 3)

A dinâmica dos avanços tecnológicos vem criando uma nova forma de

comunicação e sem levar em consideração o consenso de forma racional e

argumentativa um novo processo de formação de opinião.

Essa nova linguagem está produzindo uma nova cultura. Como

manipular esse veículo de comunicação para construir conhecimento?

De fato não há duvidas de que as tecnologias de informação já fazem parte da cultura da geração atual mais do que em qualquer outra. Porém ter em mãos e oferecer qualquer ferramenta sem antes definir como ela será utilizada provoca pouca ou nenhuma diferença no aprendizado (NETO, 2004, p. 22).

Pretende-se, com este trabalho, chamar a atenção para o uso da mídia

social como potencializadora da educação, que estimule os alunos a

compartilhar e construir conhecimento de forma conjunta, possibilitando um

novo ambiente de compartilhamento de conhecimento e examinando a sua

introdução no processo de ensino das instituições.

Perpassando neste momento, para a questão da organização, este

trabalho foi disposto da seguinte maneira:

O primeiro capítulo versa sobre a apresentação do tema, como a mídia

social vem conquistando relevância na relação do alunado do ensino superior,

o que justifica a necessidade de abrir uma discussão sobre o tema.

São temas do segundo capítulo, as perspectivas sobre a metodologia a

ser utilizada para que não seja permitido, que esse trabalho caia no senso

comum.

14

O terceiro capítulo envolverá um estudo sobre a Educação online, a

apresentação da fundamentação teórica, que fundamentará a pesquisa,

considerando sua relevância nas discussões e na construção de um novo

conhecimento.

A partir destes capítulos houve a necessidade de se formatar um estudo

de caso que permitisse o aprofundamento sobre esse fenômeno denominado

“Redes Sociais na Educação”.

Pretende-se a partir das conclusões, discutir a inserção das redes

sociais no processo de ensino e aprendizagem, com a participação do

professor como mediador, facilitando ao aluno a organização de sua estrutura

cognitiva na área especifica de conhecimento de forma progressiva e

compartilhada.

Com isso, o objeto e o problema deste trabalho são valer-se desse

fenômeno que estimule uma verdadeira revolução educacional e possibilite

uma discussão sobre o uso das mídias sociais na construção do conhecimento.

1.1. Objeto e problema da pesquisa

O principal objeto deste trabalho é pesquisar o uso das mídias sociais na

construção do conhecimento, trazendo à luz elementos para discussão e

pesquisar a melhor maneira para introduzir essa ferramenta no processo de

ensino-aprendizagem. Para tanto, se torna importante estudar:

a) Os métodos atuais de ensino são eficazes na construção do

conhecimento dos jovens que nasceram na revolução tecnológica?

b) A metodologia de ensino utilizada atende ao anseio dos jovens

tecnológicos?

c) Ter-se-ia mais sucesso com a inclusão das mídias sociais como

ferramenta de uma nova metodologia de ensino?

d) A utilização da tecnologia poderá resolver os problemas levantados?

e) O objeto desta dissertação é experimentar através de pesquisa um

modelo ou uma metodologia que possa atender as preocupações

descritas. Como direcionar esse interesse coletivo para o

desenvolvimento do conhecimento?

15

É preciso considerar que os métodos tradicionais de ensino, os quais constituem em obstáculos para que os estudantes se tornem “pensadores-críticos”, já que recebe tudo pronto; para mudar esse cenário o aluno precisa ser o sujeito de sua própria aprendizagem (MARION, apud SILVA, 2011, p. 35).

Um bom programa de ensino precisa aliar as novas tecnologias com o

projeto pedagógico da instituição (CALLIARI, 2012, p.51).

Este processo em desenvolvimento vem sendo discutido por

especialistas na área de educação, bem como por professores e alunos nas

IES (Instituição de Ensino Superior), justificando esta pesquisa e a discussão

da reconstrução dos processos de ensino e aprendizagem com o uso das TIC’s

(Tecnologias de Informação e Comunicação). Na busca de uma alternativa de

prática educativa, de cunho interdisciplinar e sugerir uma proposta

fundamentada no uso das mídias sociais como ferramenta.

1.2. Justificativa

A tecnologia está criando um novo ambiente alterando a forma de

comunicação e de interação do ser humano. Tem alterado os símbolos e

significados, modificando o indivíduo por suas técnicas de comunicação, sendo

que as mídias sociais vêm determinando uma modelagem da sociedade. Essa

transformação social deve ser apropriada na educação e vinculada ao modo de

construção do conhecimento.

Não há como contestar que a tecnologia foi incorporada na produção do

conhecimento e na apropriação do saber. Sua validação no espaço científico e

acadêmico é percebida por meio dos investimentos de todos os segmentos da

sociedade. Devem-se buscar novos sentidos para tecnologia no campo da

educação envolvendo as comunidades de produtores, usuários e receptores do

processo de ensino e aprendizagem.

Toda a ação de criação tecnológica é um conjunto de procedimentos encadeados entre si (o conhecimento funcional), que se estruturam na interação com os objetos em construção. Este conhecimento, na forma de saber-fazer ou de

16

enunciados, assegura a própria construção do conhecimento (FERREIRA, 2001, p.143).

A oportunidade de melhorar as práticas educativas, com a reflexão sobre

a reestruturação das metodologias é a única forma de tornar mais eficaz a

construção do conhecimento no ensino universitário. Um novo modelo

educativo é a forma mais eficiente de renovar e atender as necessidades das

novas gerações de universitários.

Esta renovação abre a oportunidade para pesquisar um método ou um

plano que responda os problemas propostos e ampliar a discussão sobre a

reforma das metodologias nas universidades.

As comunicações de massa foram afetadas pelo uso da informática,

criando propostas inovadoras, que mudaram o contexto dessa forma de

comunicação.

A constatação de que a tecnologia faz parte das ações rotineiras das

pessoas e propõe novas formas de pensar as questões que se referem à

cultura e a comunicação, não pode mais ser negado. Importante salientar que,

além de modificar o contato do homem com a sociedade, a tecnologia é

considerada um novo símbolo para a própria sociedade. Trata-se de uma

discussão ainda embrionária no Brasil, mas de grande importância para a

sociedade no futuro e desta forma, deve-se mobilizar professores e alunos,

políticos e cidadãos preocupados com o desenvolvimento da educação.

Desta forma, as hipóteses desta pesquisa leva a buscar a compreensão

das tecnologias com olhar no fazer uso dela não como ferramenta, mas

também como objeto de conhecimento e instrumento necessário ao trabalho

pedagógico dos profissionais da área para facilitar, complementar e

potencializar o nível de aprendizagem.

1.3. Hipóteses

Neste contexto, o ideal é pesquisar a melhor forma de criar um ambiente

em condições tecnológicas favoráveis, para que o aluno receba orientação,

participe de discussões, faça avaliações, interaja com os colegas e

professores, compartilhando para criar conhecimento.

17

No mundo contemporâneo, a velocidade é uma característica muito

forte, tornando-se uma força que leva à necessidade de adaptação de todos os

segmentos da sociedade. Neste sentido a universidade deve encarar esse

desafio.

As tecnologias digitais fizeram emergir um novo paradigma social, descrito por alguns autores, como sociedade da informação ou sociedade em rede alicerçada no poder da informação (Castells, 2003), sociedade do conhecimento (Hargreaves, 2003) ou sociedade da aprendizagem (Pozo, 2004). Um mundo onde o fluxo de informações é intenso, em permanente mudança, e “onde o conhecimento é um recurso flexível, fluido, sempre em expansão e em mudança” (Hargreaves, 2003, p. 33). Um mundo desterritorializado, onde não existem barreiras de tempo e de espaço para que as pessoas se comuniquem. Uma nova era que oferece múltiplas possibilidades de aprender, em que o espaço físico da escola, tão proeminente em outras décadas, neste novo paradigma, deixa de ser o local exclusivo para a construção do conhecimento e preparação do cidadão para a vida ativa (COUTINHO, 2011, p. 1).

Certamente, por tratar-se de um assunto contemporâneo, novas

hipóteses surgirão no desenvolvimento da pesquisa, uma vez que, na

sociedade, o ritmo acelerado da produção do conhecimento e sua tendência

fragmentada, fazem com que a obsolescência desse conhecimento também

aumente, emancipando uma geração de indivíduos contemporâneos, com

formas de pensar, sentir e agir, alicerçadas no individualismo, no isolamento e

na forma de olhar o mundo que estão na base dos problemas sociais.

A possibilidade de inserção das redes sociais no processo de maneira a

facilitar a passagem do conceito da disciplina para o aluno de forma

significativa, sendo o professor um mediador no processo em que o aluno

organiza sua estrutura cognitiva na área específica de conhecimento, por meio

de significados claros e de forma progressiva e compartilhada com a

comunidade.

As Instituições devem considerar o universo das redes sociais como um

conjunto de excelentes oportunidades a serem trabalhadas, bem como as

mudanças comportamentais da nova sociedade. As influências das redes

18

sociais na sociedade devem levar a uma reflexão tanto dos professores quanto

das IES.

Hoje, a tecnologia de redes sociais converge com outras tecnologias,

tornando a rede uma plataforma para uma gama muito grande de aplicativos

como vídeos, jogos, hipertextos, dentre outros, que possibilitam a troca de

informações, experiências e discussões.

Agora, com as mídias digitais, notícias, informações,

entretenimento, jogos, comunicação multilateral, veiculadas em

redes fixas e móveis, podem ser acessadas, em qualquer

momento, de qualquer lugar para qualquer outro lugar. Isso

provoca transformações radicais nos modos de se informar,

aprender, conhecer, nas práticas de lazer e de socialização.

(PESCE, 2012, p. 28)

A construção de um sistema suportado pelas redes sociais

colaborativas, pode ser uma estratégia, que possibilitará aos seus usuários

compartilharem e discutirem as informações, potencializando a aquisição de

conhecimento, com o objetivo maior de melhorar o processo de ensino e

aprendizagem por meio das interações dos usuários das redes sociais.

Quando um indivíduo torna-se frequentador assíduo das ferramentas de comunicação da internet, este passa a tê-las como um meio para interação social e aquisição de conhecimento (KOZINETS, apud GOMES, 2001 p.7).

Com este enfoque, prioriza-se como objetivo a busca de uma melhor

compreensão do processo educativo que possa promover o uso das novas

tecnologias que possibilite ao aluno a construção de seu conhecimento.

1.4. Objetivos

Considerando o novo cenário do processo de ensino, consistem como

objetivos deste trabalho:

19

Pesquisar a necessidade de revisar as metodologias da formação

universitária, e a realidade da sociedade moderna definida por sua

diversidade e complexidade que pode levar à busca do novo, da

reestruturação e de um olhar crítico para a educação superior;

Propor uma metodologia em que haja a participação das novas

tecnologias que facilitem a construção do conhecimento dos

aprendentes do ensino superior;

Discutir um plano que leve novas tendências na forma de abordar e

construir conhecimento na educação universitária, que acelere o ritmo

da produção e desacelere a sua obsolescência;

Propor os caminhos de novos modelos para o processo de ensino-

aprendizagem de jovens universitários;

Apresentar uma proposta que possa ser discutida pela sociedade sobre

o assunto da reestruturação do ensino, e sua real necessidade de

mudança, para que possa gerar transformação da nova geração de

universitários;

Descrever e explicar uma nova proposta, que apresente uma visão mais

ampla e que o sujeito possa ter o poder de construir seu conhecimento

com autonomia, sem ter um espaço pré-determinado;

Desafiar o alunado a pesquisar e construir novos conhecimentos através

da partilha colaborativa entre os colegas participantes da comunidade da

rede social;

Sugerir a introdução de discussões no processo de construção do

conhecimento, para que torne o ambiente de aprendizagem provocante

e que estimule o aluno a aprender. Porém, para isso, as Instituições

devem romper com os paradigmas das práticas atuais, pois os

estudantes do ensino superior estão exigindo um processo de

construção do conhecimento dinâmico e não fragmentado.

As tecnologias não são utilizadas apenas para promover a aprendizagem a distância, mas servem de forma eficiente para complementar o ensino presencial proporcionando uma aprendizagem colaborativa (DILLENBOUG, apud GOMES, 2011 p. 4).

20

Este trabalho tem também como objetivo, disponibilizar uma análise dos

dados e as reflexões por eles trazidas referentes ao tema proposto, assim

como considerações sobre possíveis desdobramentos e investigações futuras,

problematizando assim o uso interativo das mídias sociais no processo

educacional no ensino superior.

1.5. Formulação do problema

Pesquisar uma forma de usar as redes sociais, fenômeno interativo tão

comum nessa última década, favorecidas e potencializadas por ferramentas

tecnológicas cada vez mais acessíveis, de forma a promover e facilitar os

processos de aprendizagem e identificar o melhor caminho para implantar

metodologias didáticas eficientes, diferenciadas dos métodos convencionais de

ensino.

Como pensar e incorporar as redes sociais e seu potencial de congregar

pessoas, de uma forma pedagógica como novas maneiras de informar e

comunicar. A hipermídia, um dos recursos tecnológicos com maior apelo

educativo, por si só, não estabelece um vínculo com o aluno, de forma a

garantir o aprendizado. Entretanto, ela precisa ser inserida como ferramenta

para potencializar o ensino e a aprendizagem, pois, não é esta que

proporcionará o resultado buscado, mas sim a forma de usá-las.

A troca do quadro-negro pela tela do computador deve ser feita com cuidado e estar acompanhada de uma proposta pedagógica, que conheça as exigências de uma educação transformadora, enfatize a criatividade, a pró-ação, a pesquisa e a formação do aluno cidadão. A tecnologia digital deve ser usada para desenvolver competência nos alunos, de forma que, os conteúdos trabalhados sejam significativos socialmente e provoquem mudanças individuais e coletivas (AMARAL, 2004, p. 43).

As Instituições de Ensino devem olhar para as metodologias colocadas

pela contemporaneidade, pressionadas pelas tecnologias digitais, na busca do

atendimento das expectativas do alunado.

O cenário mais possível do processo de ensino e aprendizagem será o de sistemas integrados, que ofereçam

21

oportunidades diversas de formação, com atividades presenciais e a distância, por meio da interação entre professores e estudantes. As dinâmicas colaborativas apresentam-se, então como uma estratégia educativa para formação dos futuros aprendentes (BARBOSA, 2008, p. 21).

Partindo do princípio do conhecimento pré-existente das novas

tecnologias que as pessoas hoje mostram, e das possibilidades de interação

social que essas abrem, questiona-se as formas de melhor usá-las,

didaticamente de forma a desenvolver uma relação entre mídias, redes sociais

e aprendizagem, o que poderia resultar em um maior compromisso do

estudante com seu processo formativo.

Sugere-se para tanto, uma investigação que envolva as mídias digitais

num fenômeno cada vez mais estendido, que são aquelas das redes sociais.

Este ambiente facilitaria à identificação pessoal com o ambiente de ensino, e

poderia esta gestar a necessidade de aprender.

Qual o melhor caminho para proporcionar um novo ambiente, desafiador

que equilibre o conhecimento pré-existente e o novo conhecimento criando

condições para melhor desenvolvimento do ensino e a aprendizagem.

Como criar novas formas de educação, em que são utilizadas as redes

sociais?

Como fazer educação com o uso da tecnologia?

Como fazer uso da tecnologia para se aprender mais e melhor?

Como a tecnologia pode auxiliar para ensinar mais e melhor?

Portanto, para que novas práticas educativas sejam construídas torna-se

necessário uma nova visão de mundo que possibilite buscar um novo sentido

do processo pedagógico, criando novas formas inovadoras na construção do

conhecimento.

O Ser professor, na perspectiva fenomenológica, requer posturas reflexivas de repensar a visão de mundo, de inovar perante o movimento próprio de ser, de estar, de pensar e de fazer, de estar atento ao percebido, de reafirmar o sentido na intermediação pedagógica, para transcender os limites circundantes no contexto educativo, na revelação do real e absoluto (RIGOTTI, 2009, p.58).

Incorporar as redes sociais para favorecer a construção do

conhecimento, levando em consideração a troca de experiências entre seus

22

participantes, garantindo o desenvolvimento de competências e habilidades

mais significativas. Com essa ferramenta é possível garantir a ancoragem de

novos conhecimentos.

Para criar a interação necessária é preciso conhecer o aluno. Este

conhecimento será adquirido por meio de pesquisas de campo, com alunos do

sétimo e oitavo semestre de uma faculdade do curso de administração de

empresas. Esta pesquisa ocorrerá durante o ano letivo de 2012, possibilitando

um estudo de caso que será apresentado neste trabalho.

Compreendendo que o único modo de conhecimento em profundidade dos outros é a participação em sua existência, ele inventa literalmente, e é o primeiro a pôr em prática, a observação participante, dando-nos exemplo do que deve ser o estudo intensivo de um grupo que nos é estranho (LAPLATINE, 2007, p. 84).

Buscar-se-á metodologias, que baseadas na interação entre estudantes

e mídias digitais, tragam resultados para um ensino e aprendizagem mais

efetivos na criação de competências para análise crítica, aproximando-os da

pesquisa, viabilizando o entendimento interdisciplinar e multidisciplinar dos

conteúdos, favorecendo o processo de ensino-aprendizagem. Facilitar a

aprendizagem das competências e habilidades caracterizadoras do conteúdo

bem como, a formação de capacidades cognitivas e comportamentais, e isso

dentro das disciplinas nucleadoras.

Trazendo à luz as considerações apresentadas, delineou-se o problema

desta pesquisa:

Podem as mídias sociais integrar-se ao processo de ensino e

aprendizagem e favorecer o aluno do ensino superior, criar significados e

construir conhecimento?

Para isso, são apresentados os métodos e técnicas utilizadas nesta

pesquisa que privilegie a qualidade e a credibilidade da investigação e da

exploração deste fenômeno contemporâneo.

1.5.1 Procedimentos de Pesquisa

Não se pode deixar de reconhecer que a pesquisa é o melhor caminho

23

para construir conhecimento novo. Para tanto, torna-se necessário determinar

um método para se chegar a esse conhecimento.

Os métodos procuram garantir ao pesquisador a objetividade necessária ao tratamento dos fatos. Oferecem normas destinadas a estabelecer a ruptura dos objetos científicos com os do senso comum (GIL, 1994, p. 28).

Para não permitir que essa inquietação faça parte do senso comum, faz-

se necessário o uso de um ou mais paradigmas para fundamentar as ações,

observações e julgamentos que serão propostos durante o desenvolvimento e

desdobramentos do trabalho. Considerar ainda que, a definição da Metodologia

para uma pesquisa é a única forma de realizar uma produção de maneira

ordenada, metódica e lógica.

Na escolha da abordagem metodológica levou-se em consideração os

métodos adequados para o campo de pesquisa no qual está inserido este

trabalho. Mumford apud Recuero (2000, p. 01) afirma que para pesquisas em

sistemas de informação, frequentemente, a combinação de métodos produz

melhor resultado.

Assim, por se tratar de um tema contemporâneo com pouco

conhecimento acumulado e publicado, nesta pesquisa será adotada uma

composição de métodos, objetivando levantar conceitos e formas de incorporar

as novas tecnologias nos processos de ensino e aprendizagem.

A pesquisa bibliográfica é a abertura da construção efetiva de um

protocolo de investigação, que deve ser identificada após a escolha de um

assunto e faz-se necessário elaborar uma revisão bibliográfica do tema

escolhido. Esse procedimento de pesquisa auxilia na escolha de um método

mais apropriado, assim como na identificação das variáveis e na legitimidade

da pesquisa.

A importância da pesquisa bibliográfica está na possibilidade de buscar

trabalhos já realizados na área da pesquisa em questão

A pesquisa bibliográfica permite compreender que, se de um lado a resolução de um problema pode ser obtida através dela, por outro, tanto a pesquisa de campo exige, como premissa, o levantamento do estudo da questão que se propõe a analisar e solucionar. A pesquisa bibliográfica pode, portanto ser

24

considerada também como o primeiro passo de toda a pesquisa científica (LAKATOS, 2001, p. 44).

A busca por informações é o primeiro passo para melhor desenvolver

qualquer assunto. Partir de trabalhos já concluídos sobre o fenômeno, estes

referenciais teóricos, imprimirão credibilidade à pesquisa, como também serão

investigados autores que possam fundamentar a discussão, tornando possível

uma análise crítica sobre o assunto estudado.

Com a pesquisa bibliográfica buscou-se reunir um conjunto de autores

que enriqueçam ou contradigam o tema possibilitando a fundamentação do

mesmo.

Pois, a partir do momento que o tema da pesquisa é escolhido, passa a

ser essencial a procura pelo conhecimento existente sobre este assunto. A

pesquisa bibliográfica é a melhor escolha para o assunto a ser tratado nesta

dissertação.

O acesso à bibliografia será manualmente ou eletronicamente. O

primeiro consiste em pesquisar diretamente nos livros, entretanto, este método

passou a ser antiquado com o advento da informática. Mas a busca de

informações não se concentrará somente na internet, também em outros

documentos como teses, livros, artigos, relatórios científicos e publicações.

A Web oferece alguns recursos de busca sobre tópicos atuais que seria difícil ou impossível encontrar em bibliotecas. Na Web podem-se realizar buscas em catálogos, índices, dissertações e tese que são disponibilizados pelas instituições (MATTAR, 2008, p.179).

A hipótese e o problema propostos serão respondidos por meio da

pesquisa bibliográfica, servindo-se de artigos e teses publicados, analisando e

discutindo essas contribuições. Esse método trará subsídios para o

conhecimento sobre o fenômeno, considerando as abordagens já apoderadas

pela literatura científica.

Este trabalho descreve uma pesquisa exploratória realizada em um

Centro de Educação Superior na cidade de São Paulo, com objetivo de

proporcionar uma visão geral, com a finalidade de elucidar os problemas

elencados por esta pesquisa.

25

Todo trabalho é de natureza exploratória quando envolve levantamento

bibliográfico e análise de exemplos que facilitem a compreensão. Tem como

objetivo desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias para a

formulação de abordagens posteriores. Dessa forma, a pesquisa exploratória

visa proporcionar um maior conhecimento para o pesquisador acerca do

assunto, potencializando a formulação dos problemas e criando hipóteses que

possam ser pesquisadas no futuro. Tem um olhar mais aproximativo do

fenômeno.

Esta pesquisa pode ser classificada de maneira abrangente como

exploratória, objetivando examinar as hipóteses descritas anteriormente.

As pesquisas exploratórias constituem a primeira etapa de uma investigação mais ampla. O produto final deste processo passa a ser um problema mais esclarecido, passível de investigação mediante procedimentos mais sistematizados (GIL, 1994, p. 45).

A pesquisa exploratória é uma consequência da pesquisa bibliográfica,

sendo adotada, pois se busca investigar um fenômeno ainda pouco explorado,

permitindo maior familiaridade entre o pesquisador e o tema pesquisado, para

dar embasamento na criação de hipóteses.

Ao fazer uso da pesquisa bibliográfica, o estudo de caso sobre o

problema pesquisado para estimular sua compreensão é denominado pesquisa

exploratória. Esta técnica possui a finalidade de desenvolver, esclarecer e

modificar ideias para a formulação de abordagens posteriores.

Assim o pesquisador adquire um maior conhecimento sobre o assunto, para que possa formular problemas mais precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos posteriores. As pesquisas exploratórias visam proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo (GIL, 1994, p. 43).

Adotou-se como estratégia de pesquisa para este trabalho o de estudo

de casos, do curso de Administração, de uma das IES instalada na cidade de

São Paulo.

26

1.5.1.1 Método

O estudo de caso é um método de pesquisa que permite a descrição e o

aprofundamento sobre uma dada realidade social. Este tipo de pesquisa

caracteriza-se pelo estudo de um caso, que consiste no objeto de observação.

O estudo de caso é muito frequente na pesquisa social, devido sua relativa simplicidade e economia, já que pode ser realizado por um único investigador, e não requer a aplicação de técnicas de massa para coleta de dados, como ocorre nos levantamentos (GIL, 1994, p. 94).

O estudo de caso se aplica quando se tem o interesse em observar o

comportamento dos alunos, para fundamentar melhor a discussão.

A escolha do objeto de análise ou o caso foi dos alunos do sétimo e

oitavo semestre do curso de Administração. Neste momento, também deve ser

definido os instrumentos para coleta de dados, pois são estes que darão

credibilidade e confiabilidade às informações.

Sendo um dos métodos mais utilizados para comprovação de um

fenômeno, o estudo de caso deve ter como objetivo a proposição de soluções e

melhorias dos problemas investigados, e este faz uso do questionário para

coleta dos dados que possibilitarão a construção e proposição das soluções.

O estudo de caso será fundamentado pelo acompanhamento, por um

período de seis meses, dos alunos do curso de administração, como já

proposto.

1.5.1.2 Instrumento de Coleta de Dados

O questionário como instrumento de coleta e avaliação de dados, é

muito importante na pesquisa científica, especialmente nas ciências da

educação. Não é uma tarefa fácil elaborar um questionário. Não existe um

método específico para se formular um questionário, porém, existem algumas

recomendações, bem como alguns cuidados que devem ser levados em conta,

nessa fase, que é considerada muito importante, em um processo de

pesquisa.

27

Um questionário é um instrumento de investigação que tem como

princípio a coleta de informações de um grupo representativo da população em

estudo. Formula-se uma série de questões sobre o tema escolhido, tomando o

cuidado de não ocorrer a relação direta entre pesquisador e respondentes.

Este instrumento é muito útil quando se pretende coletar informação

sobre um determinado tema. Assim, por meio da aplicação de um questionário

a um determinado público-alvo, é possível recolher informações que permitam

conhecê-lo melhor.

Muito cuidado deve ser tomado ao formular as questões, bem como na

apresentação do questionário. Na confecção do questionário, é importante

considerar o conhecimento das pessoas a quem ele vai ser aplicado. Outra

característica que vários autores chamam a atenção é a simplicidade e

questões curtas.

A maior parte do que se sabe a respeito da elaboração de questionários decorre da experiência. Resulta daí que boa parte do que se dispõe nesse domínio é constituída por receitas baseadas no senso comum, sem maior apoio em provas científicas rigorosas ou em teorias (GIL, 1994, p. 126).

O componente específico desta pesquisa é: “Como o aluno conceitua o

uso das mídias sociais e tecnologia de informação e comunicação, nos

processos educacionais no curso de Administração”.

As questões formuladas para responder tal componente específico são

as do questionário disponibilizado no apêndice.

28

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As novas tecnologias disponibilizam a seus usuários uma vasta

quantidade de possibilidades para comunicação. Este fenômeno tem

impactado diretamente a educação e consequentemente as Instituições de

Ensino Superior, estimulando a pesquisa acadêmica.

Para que se possa fundamentar este trabalho se faz necessário uma

revisão histórica da internet e suas ferramentas de comunicação.

A Internet ou rede mundial de computadores surgiu nas décadas de

1960 e 1970 e foi criada com objetivos militares, para atender uma solicitação

das forças armadas norte americanas de manter as comunicações em caso de

ataques inimigos que destruíssem os meios convencionais de

telecomunicações. Nas décadas de 1970 e 1980, além de ser utilizada para

fins militares, a Internet também foi um importante meio de comunicação

acadêmico. Estudantes e professores universitários, principalmente dos EUA,

trocavam ideias, mensagens e descobertas pelas linhas da rede mundial.

Foi somente no ano de 1990 que a Internet começou a alcançar a população

em geral. Neste ano, o engenheiro inglês Tim Bernes-Lee desenvolveu a World

Wide Web, a WWW.

A WWW teve seu protótipo desenvolvido pelo engenheiro inglês Tim Berners-Lee no Laboratório Europeu de Partículas, na Suíça, sistema aprimorado por ele e transformado em um mecanismo de partilha universal de documentos pela internet (LEIRIA & PORTELA, apud MENEZES, 2010, p. 28).

Este sistema possibilitou a utilização de uma interface gráfica e a criação

de sites mais dinâmicos e visualmente interessantes. A partir deste momento, a

Internet cresceu em ritmo acelerado. A década de 1990 tornou-se a era de

expansão da Internet. Para facilitar a navegação pela Internet, surgiram vários

navegadores (browsers) como, por exemplo, o Internet Explorer da Microsoft e

o Netscape Navigator. O surgimento acelerado de provedores de acesso e

portais de serviços online contribuiu para este crescimento. A Internet passou a

ser utilizada por vários segmentos sociais. Os estudantes passaram a fazer uso

da Internet para buscar informações de pesquisas escolares, como também a

29

utilizavam para a pura diversão em sites de games. As salas de chat tornaram-

se pontos de encontro para um bate-papo virtual em tempo real.

O outro desdobramento significativo foi o desenvolvimento de sistemas que permitem a troca de mensagens em tempo real entre dois ou mais interagentes, oportunamente chamados de sistemas de chat (bate-papo). Estabelecendo comunidades virtuais, em que pessoas se encontram e interagem em função de interesses comuns (MENEZES, 2010, p. 28).

Com o surgimento deste, um novo meio de comunicação, a Internet

passou a ser o sistema mais completo já criado pela tecnologia humana; uma

ferramenta que conjuga duas características dos meios anteriores: a

interatividade e a acessibilidade a vários segmentos sociais. O primeiro meio a

ser, ao mesmo tempo, com o alcance do rádio e da televisão, mas

transformando seus usuários, ao mesmo tempo, emissores e receptores da

mensagem. Um meio de comunicação, onde todos podem construir, escrever,

falar e serem ouvidos, vistos e lidos. Neste sentido e quebrando paradigmas, a

sociedade depara-se com uma nova revolução, tanto ou mais importante do

que a invenção da escrita.

O paradigma do pensamento linear está sendo superado por um novo paradigma: o pensamento hipertextual, que se organiza sob a forma de associações complexas, considerado muito mais apto e completo para descrever e explicar os fenômenos do que o linear (RECUERO, 2000, p. 01).

Soma-se a esse fenômeno, o aparecimento do ciberespaço, um espaço

novo, virtual, mas igualmente real, caracterizando uma reconfiguração dos

espaços já conhecidos, das relações entre as pessoas.

Como meio de comunicação, a Rede, como também é conhecida, veio a preencher o coração da Sociedade da Informação, imaginada e criticada por pensadores como CASTELLS, 1999 (RECUERO, 2000, p. 2).

E, um espaço inteiramente constituído de informação, como a Internet,

passa a ter um papel central nessa nova sociedade, pela reconfiguração do

espaço e das relações sociais. Denominado como ciberespaço, ou espaço

virtual, mas real e a maior revolução do século passado. Pode-se considerar a

30

Comunicação Mediada por Computador (CMC), como a mais profunda

revolução na comunicação desde a invenção da escrita.

Nenhum meio de comunicação foi tão poderoso e causou tantas e tão

profundas modificações na sociedade quanto à escrita. Todos proporcionaram

de modo mais ou menos contundente modificações na sociedade e na visão de

mundo das pessoas. Fundamentalmente, todos contribuíram para a redução do

espaço, ou seja, para a rapidez e eficiência da comunicação entre as pessoas

em localidades diferentes. Segundo McLuhan, apud Recuero, os meios de

comunicação atuam como extensões das capacidades naturais dos seres

humanos. Entretanto, nenhum foi tão eficiente como a Internet, pois, o meio da

Comunicação Mediada pelo Computador, proporcionou a extensão de várias

capacidades naturais. Não apenas podemos ver as coisas que nossos olhos

naturalmente não veem, como também podemos interagir com elas, tocá-las

em sua realidade virtual, construir nosso próprio raciocínio não linear sobre a

informação, ouvir aquilo que desejamos, conversar com quem não

conhecemos. Fundamentalmente, podemos interagir com o que quisermos.

Autores como Logan (1999) definiram a Comunicação Mediada por Computador como uma nova e importantíssima linguagem. Para Logan, todo o desenvolvimento da humanidade deu-se sobre as tentativas de organização da complexidade e do caos da realidade que circundava os primeiros seres humanos (RECUERO, 2000, p. 03).

Na busca de organizar todo o seu raciocínio e a sua compreensão do

mundo, o homem criou a fala, a escrita, a matemática, a ciência, a informática

e recentemente, a sexta linguagem, a Internet. Cada linguagem surgia quando

a anterior não era mais suficiente para explicar os fenômenos.

Logan utiliza-se de uma perspectiva física e matemática (da teoria do caos) e humana (teoria da linguagem e as ideias de MCLUHAN) para definir a evolução da linguagem (RECUERO, 2000, p. 04).

Além disso, a Internet reúne as mídias, possibilitando assim a

interatividade e permitindo aos usuários da Rede, difundir mensagens e ideias

através de e-mail, chats ou mesmo em listas de discussão e websites.

31

As Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC’s possibilitam o

trabalho autônomo e grupal, ao criar espaços de debate e de construção de

aprendizagens. O estudante pode trabalhar sem limitações de espaço nem de

tempo, também possibilita um acompanhamento pelo mediador individual do

aluno. Fazer uso destas tecnologias com o objetivo de que o aluno desenvolva

competências, estratégias e habilidades, merece a atenção desta pesquisa já

que os alunos passam muito tempo conectados à Internet.

A Internet tem permitido uma nova maneira de comunicação, muito

aceita pelos jovens. Ter a percepção de que a Internet está imprimindo uma

nova forma de comunicação e interação social entre seus usuários, é o início

da quebra dos paradigmas. A mudança de paradigmas que o surgimento da

rede social ocasionou para as instituições de ensino e educadores não pode

ser mais relevada a um segundo plano.

As comunidades são criadas a partir de interesses em comum de seus

membros. A partir deste interesse, as pessoas conseguem criar entre si

relações sociais. Reighold, um dos pioneiros na identificação deste fenômeno,

apud Recuero, descreveu sua experiência na rede "The Well", contando como

o sentimento comunitário permeava todos os participantes dos fóruns e de

como estas relações a princípio virtuais foram estendidas para o mundo real.

Portanto, há uma nova forma de interagir, de comunicar, de reunir

pessoas sob a forma de uma comunidade. Este fenômeno derruba o

paradigma dos meios de comunicação e de comunidades.

A Internet possibilita a comunicação mediada pelo computador e

recentemente o uso das redes sociais potencializou essa comunicação

principalmente entre os jovens.

A internet traz, principalmente através do e-mail e dos sistemas de chat, a possibilidade do uso de computador como meio de comunicação, inaugurando assim o território da comunicação mediada pelo computador ou CMC (MENEZES, 2010 p. 28).

A tecnologia tem permitido novas formas de comunicação e transmissão

de informação aos seus usuários.

Associa-se à comunicação assíncrona o e-mail, por possuir a

característica de que os usuários não estejam online ao mesmo tempo.

32

Já a comunicação sincrônica permite aos seus usuários conversar em

tempo real forma utilizada pelo chat.

3.1 As Redes Sociais

Exaustivamente discutida e já conhecida as potencialidades das redes

sociais, busca-se nesse trabalho questionar se essas podem potencializar o

processo de ensino e aprendizagem. Sob este olhar, verifica-se que hoje, as

redes sociais são usadas das formas mais diversas, desde a utilização em

marketing até a utilização em causas específicas. Estes pontos são inerentes

às redes sociais e não podem ser desconsideradas das propostas educativas.

Ao se considerar a possibilidade de usos das redes sociais na educação,

não se pode deixar de levar em consideração que fará uso das características:

a comunicação e o relacionamento social.

Quando fala sobre a cibercultura, apontando como ela organiza novos discursos, discursos estes que se tornam necessários de serem incorporados a todas as práticas sociais, bem como as educacionais, a fim de que não existam abismos entre a realidade do indivíduo e seu processo social ou educativo (HILU,2011, p 5)

A rede social facilita o uso por pessoas ou organizações, que criam

comunidades com valores e objetivos comuns, reunidos em um espaço virtual.

Neste momento cria-se a possibilidade de compartilhamento de informações,

conhecimentos, interesses e compartilhamento de objetivos comuns,

possibilitando assim várias propostas de aplicação como: rede de

relacionamento, rede profissional, rede comunitária, rede de venda e troca de

produto, rede de compartilhamento de arquivos, rede de ensino e

aprendizagem e fórum de discussão.

Em todas as possibilidades, a característica principal é preservada a

interação entre os usuários que, segundo Recuero (2000), é o que fornece a

propriedade de social a estes espaços virtuais.

A interação é aquela ação que tem um reflexo comunicativo entre o indivíduo e seus pares como reflexo social. A interação, pois, tem sempre um caráter social perene e diretamente relacionado ao processo comunicativo (RECUERO, 2000, p.33).

33

3.1.1 Características das Redes Sociais

As redes sociais são espaços de comunicação com várias pessoas e

comunidades, o que possibilita tratar qualquer tipo de assunto. Proporciona

então, a grande vantagem de disponibilizar uma gama enorme de conteúdos.

Verifica-se que umas redes são mais apropriadas para compartilhamento de música com fins de relacionamento social, outras para vídeo, outras para notícias rápidas, outras para publicações científicas, e assim por diante, dependendo do que se intenciona propor, disponibilizar, discutir, socializar ou acessar (HILU, 2011, p. 9).

Pela pluralidade de redes sociais, esta pesquisa identificou junto aos

participantes do estudo de caso as redes sociais Facebook e Youtube como as

mais acessadas e por isso as consideradas aqui. As redes selecionadas

possibilitará alcançar os objetivos da pesquisa, pois, facilitará a aplicação de

práticas educacionais variadas.

3.1.1.1 Youtube

É uma rede de compartilhamento de arquivos, porém especificamente

de vídeos em formato digital. Uma rede com estas características permite que

um arquivo de computador possa ser compartilhado por diversas pessoas pela

Internet.

A sua característica mais importante é possibilitar a postagem de vídeos,

sendo que não são mais necessárias nem câmeras de vídeo de alta tecnologia

para alguém criar pequenos filmes e nem grande infraestrutura para

compartilhar os vídeos, pela Internet. Assim com a simplificação tecnológica na

produção de vídeos, qualquer pessoa pode realizar e postar seus trabalhos,

disponibilizando assim, um canal para distribuição e compartilhamento de

mídias na Internet.

O Youtube, por estas características, é uma rede que cresce em proporção maior do que o crescimento da Internet mundial. No mundo em média são vistas 2 bilhões de páginas do Youtube por dia, sendo seu público essencialmente jovem, na faixa entre 12 e 24 anos (HILU, 2011, p 33).

34

É disponibilizada como recurso pelo Youtube a possibilidade de inclusão

de comentários nos vídeos pelo autor e usuários. Além disso, permite para este

usuário também, o envio de mensagens para uma lista de contatos, além do

compartilhamento de vídeos de maneira privada. Há ainda a possibilidade de

deixar comentários nos canais, além dos comentários no espaço de discussão

dos próprios vídeos.

Outras ferramentas fazem parte das possibilidades do Youtube, como o

YouTube Streams, que permite assistir a um vídeo em grupo, e

simultaneamente discuti-lo em tempo real por um chat. A ferramenta Insight

permite que um usuário confira informações sobre quem está assistindo aos

seus vídeos (e quais).

Pela grande disponibilidade de ferramentas, o Youtube passou a ser

muito utilizado por professores e alunos.

É possível participar de grupos dedicados a determinados temas que abordam áreas de conhecimento ou assinar canais específicos de instituições de ensino. Por exemplo, Youtube EDU congrega vídeos e canais de faculdades e universidades, incluindo instituições de prestígio como MIT, Berkeley, Yale, Princeton e Stanford, dentre outras (HILU,2011, p. 40).

Este canal qualifica-se pela grande quantidade de mídias que podem ser

utilizadas pelo educador e aprendente. Além da grande quantidade de material

em diversas áreas do conhecimento, pode contar com uma gama de

ferramentas de interação.

Dentre estas oportunidades podemos citar: utilização de vídeos em atividades educacionais como um facilitador da compreensão do tema em estudo em questão e ampliando conceitos por meio de imagens, acesso aos produtos de pesquisa de alunos e professores, enriquecimento de aulas presenciais e em educação on line com material multimidiático, produção de vídeos por professores e alunos como atividades de criação, registro do progresso dos alunos em atividades e resoluções de problemas, participação de grupos dedicados a determinados temas (HILU, 2011, p. 45).

35

3.1.1.2 Facebook

O Facebook é um site de interação que permite disponibilizar arquivos.

Esta pesquisa leva em consideração também a possibilidade de uso da grande

quantidade de instrumentos que podem ser utilizados na educação.

O Facebook se configura mais voltado para a interação do que propriamente para a disponibilização de arquivos ou mídias específicas. Apesar de permitir tal utilização, para um trabalho pedagógico no Facebook, é sobre as suas possibilidades de interação que se coloca mais destaque como manancial de propostas, que são o cerne do conceito de redes sociais (HILU, 2011, p. 43)

A possibilidade de interação entre professor e alunos, bem como alunos

e alunos característica importante a ser analisada na rede social quando o

tema é educação.

As características que mais são valorizadas na educação são:

1. Os usuários que fazem parte de um determinado grupo podem

interagir nos seus destaques, ou no que ele posta, sendo possível fazer

comentários na sequência, em tempo real: o termo utilizado neste caso é curtir,

possibilitando o compartilhamento do texto na rede;

2. Usuários que não fazem parte do grupo podem receber as

mensagens, por meio de amigos comuns;

3. A atualização é dinâmica e rápida, e toda mensagem fica arquivada.

Imagens, vídeos têm o mesmo tratamento dos textos escritos, sendo possível

curtir e comentar.

Porém têm-se alguns pontos que podem ser problemas no uso do Facebook como ferramenta pedagógica, dependendo do que será trabalhado ou da proposta de uso. No Facebook a rede é aberta o que significa que todos veem os posts mesmo que o usuário esteja se dirigindo especificamente a uma única pessoa (HILU, 2011, p. 50).

As características apontadas acima são as mais relevantes e promovem

facilidades ao serem usadas na educação.

36

3.2 Comunicações Assíncrona e Sincrônica

A comunicação mediada pelo computador disponibiliza a seus usuários

objetos textuais, como exemplo o e-mail e o chat, que possibilitam a

comunicação interpessoal e interativa. Segundo Menezes, para o tipo de

comunicação proporcionada por esses dispositivos, tem sido sugerida a

distinção entre comunicação assíncrona e comunicação sincrônica.

O e-mail, correio eletrônico, ou simplesmente e-mail (abreviatura de

eletronic mail), é uma ferramenta que permite compor, enviar e receber

mensagens, textos, figuras e outros arquivos através da Internet. É um bom

exemplo de comunicação assíncrona, pois a comunicação que não ocorre

exatamente ao mesmo tempo, não simultânea, a mensagem emitida por uma

pessoa é recebida e respondida mais tarde pelas outras. Esta comunicação

que ocorre com um gap significativo de tempo em que diferentes utilizadores

em comunicação trocam informação que é enviada para ser recebida com um

determinado atraso.

Percebe-se que na comunicação assíncrona como na comunicação

sincrônica, a língua escrita é a forma que domina a interação em meio

eletrônico.

Entretanto, pesquisas sobre a comunicação mediada pelo computador têm sugerido que o uso da língua nestes sistemas assume um caráter híbrido entre a oralidade e a escrita. JONSSON (1998) sugere que no caso do correio eletrônico a troca de mensagens rápidas e usualmente bastante informais apresenta algumas semelhanças com a conversação oral (MENEZES, 2010, p. 29).

O chat, pela alta interatividade e da velocidade de troca de mensagens,

é a forma de comunicação mediada por computador onde a semelhança entre

a escrita e a conversação oral é mais explícita, sendo considerada assim, como

comunicação sincrônica.

A comunicação sincrônica é exemplificada pelos diversos sistemas de chat. Ela é caracterizada por um tipo de comunicação, o qual os participantes trocam mensagens em tempo real, ou seja, o que é digitado na tela é visto simultaneamente por todos os participantes. Trata-se de uma forma interativa de CMC (MENEZES, 2010, p.30).

37

Ao ler sobre as aplicações da comunicação mediada pelo computador

no ensino, é mencionada a semelhança entre o discurso eletrônico e o discurso

oral, interagindo através de meios de comunicação assíncrona mediada pelo

computador (e-mail). Por essas constatações, pode-se verificar a aproximação

entre a oralidade e a escrita.

Da mesma forma que oralidade é identificada na interação de usuários

através do e-mail, também é encontrada na forma mais interativa de

comunicação mediada pelo computador, como o chat. Observa-se também que

os usuários estão interagindo através de um meio que possibilita a alta

interatividade e a grande velocidade na troca de mensagens, estando assim

submetidos às mesmas condições de produção discursiva.

As mensagens trocadas na comunicação sincrônica são usualmente bastante curtas e recebem feedback imediato dos interagentes. Sendo a comunicação sincrônica a modalidade de CMC na qual o discurso produzido é mais explicitamente comparável a interação face a face (MENEZES, 2010, p. 30).

A Comunicação Mediada pelo Computador - CMC pode acontecer por

meio de vários modelos, sendo eles: texto, gráficos, vídeos e jogos. Entretanto,

o foco da discussão está no texto. Desta forma, na característica sincrônica

incluem-se os chats, ambientes ou salas virtuais, que possibilitam a interação

em tempo real, sendo em grupo ou individualmente e, as mensagens enviadas

pelos participantes podem ser lidas sem restrições.

Nesta modalidade também pode ser considerado os MUD’s (Multiple

User Domains), o MOO’s (Multi-User Domains Object Oriented) e os MUSH’s

(Multi-User Shared hallucination), ambientes da internet que combinam texto

com elementos gráficos.

Muitos provedores possibilitam a formação de grupos fechados de

discussão às salas de “bate papo”, quando um grupo deseja debater um

assunto específico. Pode-se nestes casos efetuar um agendamento prévio,

determinando data e horário. Ao considerar o processo de ensino e

aprendizagem, a comunicação sincrônica, representa a interação em sala de

aula, ou seja, a educação presencial.

38

Assim, comunicação sincrônica em grupo de discussão ou pelo chat,

beneficia a espontaneidade, o raciocínio e a concentração, como também são

desenvolvidas nas aulas presenciais.

Já na modalidade assíncrona inclui-se o e-mail (correio eletrônico) e o

Usenet (Unix User Network). A Usenet é um sistema mundial de grupos de

discussão e todos com acesso à Internet podem participar. Pode-se também

considerar neste modelo, a Conferência por Computador – CC, os fóruns e as

listas de discussão.

O recebimento e o envio de mensagens utilizadas por grupos,

denominadas como sendo comunidades, são utilizados para discussão de

assuntos e interesses pré-determinados que façam uso do e-mail como veiculo

para contato, sendo caracterizado assim, o discurso textual.

Este recurso permite que os usuários elaborem comentários sobre os

assuntos enviados e estes são compartilhados para a comunidade. A figura do

mediador torna-se importante em um processo de ensino e aprendizagem que

direciona os comentários que sejam significativos à discussão, tendo a

possibilidade de disponibilizar os assuntos relacionados à área de interesse.

O fórum tem como sua principal característica o tempo ilimitado de

participação, bem como a não limitação do espaço, tornando um recurso

bastante apropriado para socialização e discussão de assuntos diversos.

Por sua natureza assíncrona, o fórum permite que seus usuários

controlem o tempo, o lugar, o ritmo e a natureza da interação, racionalizando o

processo de ensino e aprendizagem, pois têm a liberdade para fazer

comentários, questionamentos e expor ideias, estimulando assim a reflexão e a

prática discursiva, contribuindo significativamente para a construção do

conhecimento.

Esta interação pode ocorrer de forma síncrona ou assíncrona e, além de comunicação, essas duas modalidades de interação podem ser utilizadas para o acompanhamento dos alunos. Na modalidade síncrona, a comunicação entre participantes ocorre de forma simultânea, ou seja, alunos e professores/tutores se comunicam em tempo real, permitindo a criação de coesão e mantendo o ritmo do grupo. Em oposição, a comunicação assíncrona é mais flexível, pois não necessita de participação simultânea das partes; assim, os alunos podem definir seu ritmo de trabalho e possuem tempo para refletir e pesquisar

39

sobre as ideias que apresentarão (MANTOVANI, Danielly M.; 2010, p. 2).

Como a prática, em qualquer das modalidades mencionadas, sendo elas

assíncronas ou sincrônicas, o discurso é peça fundamental, uma vez que

passa a ser relevante a discussão do discurso eletrônico para esclarecer e

enriquecer a discussão proposta.

A discussão sobre construção do conhecimento e interação leva necessariamente, a uma reflexão sobre os processos de ensino-aprendizagem. E hoje com a inserção cada vez maior do computador nas práticas educacionais, uma problematização sobre o desenvolvimento do saber através da interação demanda ainda maior atenção. Disso decorre que o pensar sobre a educação mediada por computador não deve apenas patinar em torno de questões tecnológicas, sob o risco de submergir numa discussão tecnicista, útil apenas para reafirmar a educação tradicional e autoritária. Ou seja, é preciso conhecer a fundo o processo de aprendizagem humana para então investigar que atividades educacionais mediadas pelo computador podem favorecer a construção ativa e inventiva do conhecimento (PRIMO, 2003, p. 192).

A CMC tem possibilitado o contato entre usuários de diferentes culturas,

e este impacto da comunicação mediada por computador sobre a cultura,

sociedade e educação contemporâneas tem estimulado o interesse pela

investigação acadêmica.

A comunicação mediada pelo computador tem como principal

característica a velocidade com que mensagens podem ser trocadas. Este

fenômeno tem gerado novas práticas discursivas, que começam a receber a

denominação de discurso eletrônico. O elemento que mais chama a atenção no

discurso eletrônico é que ele representa um tipo de comunicação que é

legitimado pela escrita. O discurso eletrônico adquire dimensão que se

assemelham com o discurso oral.

Outro aspecto de aproximação entre o discurso escrito do e-mail e o discurso oral diz respeito à ocorrência, nas mensagens eletrônicas, de traços de desempenho linguístico tais como repetição de itens lexicais e estruturas sintáticas, endereçamento direto, marcadores de hesitação e de envolvimento pessoal, traços que, de acordo com Biber, refletem a interatividade dos eventos comunicativos face a face (MENEZES, 2010, p. 34).

40

Com a discussão dos parágrafos anteriores faz-se necessário a

apresentação de alguns conceitos da Internet e das modalidades de

comunicação por ela proporcionadas, para facilitar ou propiciar um melhor

entendimento sobre os aspectos de aproximação do discurso eletrônico e sua

relação com a oralidade, o discurso oral e o escrito.

3.3 O Discurso Oral e o Discurso Escrito

A escrita acadêmica é tomada como modelo prototípico do discurso

escrito, ao passo que a conversação face a face é tomada como modelo do

discurso oral. Segundo Menezes (2010), esta noção se aplica à conversação

face a face por esta fazer uso espontâneo e não planejado da linguagem, no

sentido de que a mesma acontece em tempo real.

O sistema de troca de turnos, entre o emissor e receptor é como a

organização da conversação interativa, sendo que, o discurso conversacional,

dependente dos participantes, onde ocorre uma interdependência de suas

falas.

Outro aspecto da conversação face a face que deve ser levado em conta

é que nela o participante vale-se de sistemas comunicativos não verbais como

componentes da construção e interpretação de significados, tomando como

exemplo, a gesticulação.

É interessante notar que no uso da caixa alta é interpretado pelos usuários da rede como grito, sendo, portanto considerado uma marca de agressividade ou até mesmo uma violação das regras de etiqueta para mensagens de e-mail (MENEZES, 2010, p. 34).

A diferença entre o discurso oral e o discurso escrito refere-se ao

processo de produção de cada um, e que resultam em produtos específicos. O

tempo é uma variável que deve ser considerada nesta análise, uma vez que o

discurso oral se dá sob limites de tempo mais restritos que o discurso escrito.

Outro fator é a interatividade imediata do discurso oral, onde o que fala interage

diretamente com seus ouvintes, enquanto que a distância espacial e

41

cronológica entre o produtor e o receptor do discurso é possível apenas pela

escrita.

Tabela 1- Caracterização tipológica da escrita e da fala segundo CHAFE

(1982), Ricardo Souza – UFMG, (2008)

QUALIDADE TRAÇO TIPOLÓGICO

1 - Sequência de unidades

ideacionais sem o uso de conectivos.

Fragmentação

(Discurso Oral)

2 - Introduções de unidades ideacionais

através de conjunções coordenadas.

1 - Nominalizações (substituição de verbos

pelos substantivos correspondentes).

2 - Particípios com a função de substantivos e

adjetivos.

Integração 3 - Alta frequência de modificadores pré-

nominais.

(Discurso Escrito)

4 - Conjunção de sintagmas nominais, verbais

e adjetivais.

5 - Ocorrência de itens ideacionais dispostos

em série.

6 - Sequências de sintagmas preposicionais.

(Sintagma unidade sintática composta).

Em um discurso oral, a interatividade entre emissor e receptor tem o

formato da conversa face a face e, nesta situação, tanto o emissor quanto o

receptor têm o conhecimento do contexto da conversa, possibilitando a ambos

a sinalização do impacto e a compreensão do que foi dito.

As circunstâncias de produção da fala e da escrita e suas possíveis implicações sobre os produtos alcançados são noções que, como veremos, tornam-se bastante úteis para uma análise do tipo de discurso gerado no uso dos computadores como meio de comunicação, com todas as possibilidades por ele abertas quanto à velocidade de troca de mensagens e de interação entre produtor e receptor do discurso (SOUZA, 2005, p. 6).

42

Já no discurso escrito, os leitores estão distantes no espaço e no tempo.

Este distanciamento é a característica marcando o tipo do discurso. Esta

análise tem sua importância para fundamentar a conversação mediada pelo

computador.

3.4 A internet e a Comunicação Mediada por Computador

Quando se faz referência a Comunicação Mediada por Computador, o

fenômeno mais significativo foi o desenvolvimento de sistemas que permitem

troca de mensagens em tempo real entre dois ou mais usuários, denominados

sistemas de chat (bate-papo), por possibilitar a formação de comunidades

virtuais, onde pessoas se encontram e interagem em função de interesses

comuns.

A Internet permite através do e-mail e dos sistemas de chat, a

possibilidade do uso dos computadores como meio de comunicação, criando

assim e por esses meios, a comunicação mediada pelo computador, ou CMC.

Nela, o computador tem como papel principal o de mediador e veículo, ficando

em plano principal a existência de interlocutores ou como são denominados,

usuários.

Desta forma, a CMC é entendida como o computador sendo utilizado

para comunicação direta realizada entre usuário a usuário, assumindo o papel

de mediador e instrumento. O e-mail e o chat são os dispositivos da CMC mais

utilizados.

O e-mail é o dispositivo que permite a comunicação assíncrona, com

uma proximidade significativa com a conversação ou com a escrita. Já a

comunicação sincrônica é conseguida pelo uso do chat, pela característica dos

usuários trocarem mensagens em tempo real, sendo uma forma mais interativa

de CMC, podendo ser comparada com a conversação face a face.

3.5 O Discurso Eletrônico

Esta discussão tem sua importância quando busca colocar à luz, as

características do discurso eletrônico, bem como as características da

comunicação sincrônica e assíncrona.

43

O discurso eletrônico faz uso das duas características de comunicação

tanto a assíncrona como a sincrônica.

Na comunicação por e-mail e por tratar-se de um instrumento de

comunicação assíncrona, esta possibilita a construção de texto formal com alto

grau de planejamento e elaboração, tanto que Souza (2005, p; 10) sugere que,

“a princípio, o e-mail não necessariamente delimita qualquer alteração entre a

produção textual por ele proporcionada e outras modalidades do discurso

escrito.”

Essa característica não anula a possibilidade do e-mail também carregar

um estilo de escrita muito próximo da oralidade. A velocidade proporcionada

por esse instrumento na troca de mensagens faz com que possa assemelhar-

se com a conversação face a face. As discussões travadas por e-mail são

consideradas pela sua semelhança como discussões orais.

Uma característica do discurso na comunicação através do e-mail que o aproxima significativamente da conversação é que na comunicação por e-mail podem ser verificados comportamentos característicos de eventos comunicativos face a face. Estes comportamentos provavelmente têm papel comparável aos componentes não verbais, como sistemas comunicativos auxiliares ao estabelecimento de turnos, contextualização e construção de significados no discurso conversacional (SOUZA, 2005, p. 15).

Na comunicação por e-mail, os componentes da conversação são

marcados por signos. È muito comum nas conversações por este dispositivo o

uso de emoticons, de recursos ortográficos e de pontuação que visam indicar

uma atitude emocional do usuário. Evita-se assim, a necessidade de se

expressar as emoções textualmente, simplificando a mensagem escrita.

Em resumo, a comunicação assíncrona utilizada pelo computador, tem

sua característica semelhante à conversação face a face; já a comunicação

sincrônica tem esta característica, conversação face a face, como a mais

marcante.

Os usuários do chat tem limite de tempo para elaboração das mensagens,

semelhança das conversações em encontros face a face. Como a conversação

44

acontece em tempo real, a comunicação sincrônica tende a ser informal. Por

isso é usual encontrar na comunicação sincrônica, vícios de linguagem muito

comuns na comunicação face a face.

Por ser um tipo de comunicação que sugere uma analogia estrita com a fala, os usuários dos sistemas de chat tendem a desenvolver alguns dispositivos que corroboram a economia da escrita e resultam no efetivo aumento da velocidade de comunicação. Um destes dispositivos é o uso frequente de reduções ortográficas de palavras, tendo em vista uma preservação de sua semelhança fonética com padrões informais de fala (SOUZA, 2005. p. 26).

Essa forma de comunicação de escrita simplificada proporciona aos

usuários, a vantagem da velocidade da leitura da mensagem e essa diminuição

de tempo faz com que se consiga aproximar-se a velocidade da fala.

Como exemplo do que ocorre na comunicação assíncrona, na

comunicação sincrônica, por sua característica de uma linguagem simplificada,

também ocorre o uso de signos, muito comuns na interação por chat.

Souza (2005, p. 41), define que os usuários de chat usam de estratégias

de simplificação sintática e violação das regras ortográficas do texto escrito

convencional. Essas adaptações são mostradas na tabela 2:

45

Tabela 2 - Modificações observadas no uso da linguagem escrita no

chat (LUNDSTORM, 1995) SOUZA (2005, p. 43).

ADAPTAÇÃO DO CÓDIGO GERADA

PELO CHAT

ESTRATÉGIA UTILIZADA

EXEMPLOS

Reconstrução do contexto afetivo e da comunicação não verbal.

Uso de “emoticons” ao fim de uma sentença

:-) (sorriso) :-( (tristeza/aborrecimento)

Uso de maiúsculas como marcador de alteração prosódica

Transcrição de vocalizações

Argh RSRSRS

Repetição da pontuação como recurso de ênfase

Olá ! ! ! ! !

Necessidade de rapidez na comunicação:

Uso de abreviações Tbm – também Vc – você

Simplificação sintática (supressão do sujeito e de auxiliares)

Mto – muito Ctz - certeza

Supressão da pontuação convencional

Supressão do uso de letras maiúsculas

A CMC pelo chat tem semelhança em sua prática com a comunicação

escrita e oral, principalmente na modalidade sincrônica. Com a oral pela

interatividade e com a escrita por valer-se de símbolos gráficos.

A variante sincrônica seja um tipo de prática discursiva que no mínimo subverta as noções tradicionais de oralidade e escrita. Ela é escrita por valer-se de grafemas e ser passível de registro e armazenamento, possuindo potencialmente a permanência que caracteriza toda comunicação escrita. Ao mesmo tempo, ela aproxima-se do discurso oral por suas possibilidades quanto à interatividade, por nela podermos identificar traços de organização de troca de turnos, pelo discurso ser construído conjuntamente e localmente pelos interagentes, e por ele ter sua forma influenciada pela pressão do tempo, tal como acontece na conversação. Ela assemelha-se à conversação também por recorrer, ainda que semioticamente, à contextualização paralinguística, por seus usuários parecerem necessitar tão insistentemente transportar para a tela do computador suas risadas, tons de voz e expressões faciais (SOUZA, 2005, p. 50).

46

O recurso do chat gera uma conversação com as mesmas condições de

diferenciação entre fala e escrita, sendo a dinâmica e os componentes de uma

conversa face a face evidentes neste ambiente virtual. Por assim ser, o

discurso eletrônico reproduz um meio escrito bem como apresenta os

elementos do discurso oral.

3.5.1 O Discurso Eletrônico na Comunicação Assíncrona

Com relação à comunicação através do e-mail, por tratar-se de um

dispositivo de comunicação assíncrona, isto é que não implica a

simultaneidade de construção, envio e recepção, as mensagens por e-mail são

elaboradas em texto formal, sem deixar de ser planejada, assemelhando-se

assim, ao discurso escrito, mas sem deixar de perceber que este dispositivo

também é carregado de possibilidades que podem resultar em um estilo de

escrita bastante marcado por traços de oralidade. Uma de suas características

permite que seus usuários estabeleçam a troca de mensagens instantânea, e a

resposta a uma mensagem poderá ocorrer muito rapidamente, estabelecendo

uma sequência de várias trocas de mensagens, conservando assim, as

características de uma conversação face a face.

3.5.2 O Discurso Eletrônico na Comunicação Sincrônica

Como visto, a comunicação assíncrona, mediada pelo computador, tem

como possibilidade a aproximação com o discurso oral face a face, sendo que,

a comunicação sincrônica tem esta aproximação como sua característica

principal.

No chat, os usuários têm a variável “tempo”, a ser considerada na

elaboração das mensagens; essa mesma consideração ocorre na comunicação

face a face. O processo de comunicação, pelo fato de acontecer em tempo

real, é contínuo, podendo ser informal, já que a velocidade de resposta é uma

exigência.

47

Este tipo de comunicação mantém características assemelhadas com a

fala, pois os usuários dos sistemas de chat fazem uso de dispositivos que

possibilitam economia na escrita e resultam no aumento da velocidade de

comunicação. Um destes dispositivos é o uso frequente de reduções

ortográficas de palavras aproximando-se ainda mais da velocidade da fala.

Esse uso da ortografia implica não somente na simplificação da escrita, mas também a diminuição do tempo de decodificação na leitura, fazendo com que os usuários familiarizados aproximem-se ainda mais da velocidade da fala (MENEZES, 2010, p. 36).

É possível incorporar os scripts que indicam ações do tipo sorri e

surpresa, que complementam as frases escritas pelos usuários.

A comunicação mediada por computador sincrônica como linguagem,

uma vez que se assemelha à escrita ou oralidade, tem seu sucesso

dependente da habilidade do usuário nos quesitos velocidade e clareza da

comunicação.

Ao considerar o discurso eletrônico uma modalidade de comunicação

com características semelhantes às da fala e da escrita, deve-se respeitar as

diferenças dos produtos de cada modalidade, mas sendo mais sensato ao ser

considerado mais uma forma de comunicação, por tratar-se de uma

composição do discurso oral e escrito.

MENEZES (2010) sugere que:

A possibilidade das novas tecnologias de comunicação subverte os sistemas sociais seja limitada, havendo mais evidência de que componentes do ambiente da vida real sejam reproduzidos nas salas de chat.

O mesmo autor continua dizendo que “o discurso eletrônico, longe de

ser uma subversão radical das conversações de uso da língua, talvez seja na

verdade um composto de reproduções em um meio ainda predominantemente

escrito de elementos comunicativos normais no discurso oral”.

Entende-se que o discurso eletrônico, como por exemplo, as salas de chat, tem uma grande aproximação da fala e escrita. Em salas de chat frequentadas por adolescentes, a escolha de

48

tópicos conversacionais e a dinâmica de comportamento no tocante ao flerte e ao namoro sejam em diversos aspectos um reflexo do que poderia ser observado em uma festa de adolescentes no mundo real (CLARK, Lynn S. apud MENEZES, 2010, p. 39).

3.6 Aprendizagem on-line

A aprendizagem on-line surge com o advento das tecnologias de

informação e comunicação e com o avanço da Internet. Por se tratar de uma

modalidade denominada no meio acadêmico como a distância e via Internet, o

seu estudo recebe atenção dos pesquisadores da área da educação, uma vez

que tem características diferentes da aprendizagem no ensino presencial.

Entretanto, é importante destacar que a aprendizagem on-line está

condicionada ao papel do professor como mediador e a interação entre os

alunos por meio do diálogo, sejam orais ou escritas, condições fundamentais

que vão contribuir para a construção do conhecimento.

Menezes (2010) afirma que:

Ao responder às perguntas do professor ou dos colegas, ao levantar questionamentos ou, ao tecer comentário, os aprendizes estão envolvidos ativamente na negociação de significados, o que é de grande importância para que a aquisição do conhecimento se dê.

É importante ratificar que, as discussões quando previamente definidas

por um mediador geram interação e reflexão sobre o tema proposto. Isso

enfatiza a interação entre aluno-professor, aluno-aluno e promove a aquisição,

já que as mensagens são recebidas e respondidas em tempo real e mediados

por textos sincrônicos.

Segundo Menezes (2010) pode até mesmo ser mais eficaz na promoção

da aquisição do que ocorresse em um ambiente não eletrônico.

A aprendizagem on-line deve criar um ambiente colaborativo, para que

se possam potencializar as situações em que professores e alunos pesquisem,

discutam, construam individualmente e coletivamente seus conhecimentos.

49

A internet é uma ferramenta que possibilita a organização das mais

diversas atividades, pode ser um meio para que os alunos colaborem uns com

os outros nas atividades de grupo. A aprendizagem sedimentada nesta

ferramenta, a Internet, deve fazer uso da facilidade de comunicação e

cooperação entre os indivíduos. O uso da Internet planejado pode ser um

instrumento significativo no processo educativo, pois propicia a criação de

ambientes motivadores, interativos e colaborativos.

Interações em que há grande equilíbrio entre os participantes, simetria comunicativa no que se refere à distribuição de turnos e de papéis, e uma combinação de previsibilidade e de familiaridade com o assunto, interação contingente, na qual reside a maior probabilidade de que a aprendizagem se dê com melhor qualidade já que o planejamento é do conhecimento de todos os participantes e a realidade educacional pode então ser transformada (MENEZES, 2010, p. 211).

A aprendizagem colaborativa ocorre por meio da construção em

conjunto e com a ajuda entre os membros do grupo quando se busca atingir

algo ou adquirir novos conhecimentos. A base da aprendizagem colaborativa

está na interação e troca entre os alunos, na busca de melhorar a competência

dos mesmos para os trabalhos cooperativos em grupo e onde professores e

alunos produzam seus conhecimentos com criticidade.

Por ser inovadora, a aprendizagem colaborativa deve contar com a

ajuda da instituição e do professor para haja adaptação dos alunos nesta

metodologia, pois nem sempre eles se encontram preparados para trabalhar de

forma colaborativa. A intervenção do professor como mediador/facilitador é de

grande importância para que, atento às posturas dos alunos, possa trazê-los

para o processo de colaboração.

Além disso, o planejamento como em qualquer outra modalidade de

aprendizagem é imprescindível para que se possam deixar os objetivos claros,

conseguindo assim alcançá-los e monitorá-los, uma vez que, nem sempre

atividade em grupo enfoca a aprendizagem colaborativa e compartilhada. É

uma prática dos alunos no trabalho em grupo tanto no ensino presencial como

no ensino on-line, adotar uma distribuição de tarefas entre os colegas, cabendo

a cada um fazer apenas uma parte.

50

O cuidado no planejamento não permitirá a ocorrência da fragmentação

das tarefas, direcionando os alunos para a prática do trabalho conjunto,

característica da aprendizagem colaborativa, onde todos produzam

conhecimento e, deixam de ser independentes para se tornarem

interdependentes.

É sabido que nem todos os participantes serão bem sucedidos e os

objetivos nem sempre serão alcançados, já que depende de algumas

circunstâncias que poderão levar à perda do processo, tais como: falta de

iniciativa, mal-entendidos, conflitos e desinteresse.

Os resultados são superiores na sala de aula virtual para alunos motivados e com maior interação com o professor e com outros estudantes e sua participação ativa nas discussões (...). Portanto, depende muito de até que ponto o professor foi capaz de construir e manter um grupo de aprendizagem cooperativo e colaborativo (KEARSLEY, 2011, p. 48).

A aprendizagem on-line depende dos interesses dos grupos envolvidos,

sendo por meio da compatibilidade entre as competências, estratégias e

habilidades dos alunos, pela participação e interação do educando com o

ambiente, outros alunos e professores ou seu desempenho ao longo das

discussões.

Os fóruns online e o Bate-Papo fornecem áreas públicas para a publicação e discussão de opiniões. Cada estudante pode ver as respostas dos outros estudantes e aprender através da exposição a diferentes perspectivas. Isto beneficia os estudantes porque podem, assim, combinar novas opiniões com suas próprias e desenvolver uma base sólida de aprendizagem. As pesquisas mostram que “à medida que os aprendizes se tornam conscientes das variações de interpretação e na construção do significado, entre um conjunto de pessoas, eles constroem um significado individual” (WOLYNEC, 2005, p.1).

Ainda de acordo com o mesmo autor:

A Internet fornece vários meios para ampliar a comunicação entre os alunos e os docentes, incluindo grupos de discussão, bate-papo e correio eletrônico. Os pesquisadores verificaram que a inclusão destes elementos nos cursos aumenta a motivação dos estudantes e a participação em grupos de discussão e em projetos. Os estudantes ficam mais propensos

51

à participação devido a certo grau de anonimato que acaba servindo de motivação... as pessoas sentem-se com mais capacidade. Eles tornam-se mais corajosos e confrontadores no que tange à expressão de ideias (WOLYNEC, 2005, p. 1).

O processo de ensino e aprendizagem tem caminhado para uma maior

flexibilização com atividades de discussão em grupo cada vez mais aplicada

pelos docentes, e o uso da tecnologia possibilita a aplicação desse método que

conduz os alunos ao compartilhamento e a discussão coletiva dos assuntos

abordados bem como suas experiências.

A aprendizagem online foca o aluno e o chama a participação moldando

a uma educação ativa e transformadora. Com isso, o aprendente supera o

individualismo pela tecnologia que o aproxima e interage, criando vínculos.

Este modelo que possibilita o desenvolvimento de uma aprendizagem

ativa e compartilhada pode ser confirmada por pesquisadores da área da

educação, como será destacado:

Abordagens educacionais baseadas em dinâmicas colaborativas

A pesquisadora Barbosa apresenta como objeto de estudo as Dinâmicas

Colaborativas online, com o objetivo de analisar os fatores que devem ser

considerados nas abordagens educacionais colaborativas online,

fundamentando-as em teorias que permitiram elaborar estratégias que

promovam uma efetiva colaboração.

O desenvolvimento da investigação foi conduzido pelos

questionamentos:

a) Quais processos educacionais são desenvolvidos em educação

colaborativa.

b) Quais fatores interferem na dinâmica de colaboração online.

A autora analisou os dados da sua proposta metodológica de

aprendizagem e identificou os elementos que constituem as dinâmicas

colaborativas.

Segundo Santos e Campos (apud BARBOSA, 2008, p. 239), “o enfoque

sócio-interacionista, que entende que a aprendizagem é fortemente

condicionada pela interação social, tem se consolidado como mais adequado

para atividades desenvolvidas na internet”.

52

A utilização das novas tecnologias possibilita um trabalho cooperativo,

colaborativo e interativo, especialmente na educação online. A capacidade de

envolver-se no trabalho é:

Uma marca da aprendizagem online é o fundamento da comunidade de aprendizagem, e tem seus níveis mais altos de satisfação quando a colaboração é parte integrante. Incluir atividades colaborativas é a melhor maneira de abranger a maioria de estilos de aprendizagem do grupo (PALLOFF e PRATT, apud BARBOSA, 2008, p.154).

A autora constata que dinâmicas colaborativas fortalecem a

aprendizagem, à medida que os estudantes descobrem seu potencial e

desenvolvem mais amplamente múltiplos caminhos para aprendizagem, uma

vez que a colaboração promove:

a) Desenvolvimento do pensamento crítico: foros de discussão,

interação e negociação com os pares, auxiliam na avaliação coletiva de

eventos ou situações – determinação da pertinência, adequação e eficácia do

que está sendo examinado, a fim de se alcançar os objetivos estabelecidos – e

na criação de solução para os problemas, por meio de uma visão

compartilhada;

b) Cocriação do conhecimento: a colaboração estimula a troca

constante de informações e expectativas – o compartilhamento de ideias e a

ação em conjunto, a partir de várias perspectivas. Em um processo dinâmico,

cada um torna-se agente dessa construção coletiva do conhecimento;

c) Aprendizagem ativa e transformadora: em colaboração, os

sujeitos experimentam a aprendizagem de uma nova forma. Assim que uma

ideia é articulada e apresentada ao grupo, ela se torna parte de uma interação

continuada na qual pode ser contestada ou expandida, dinamizando o

processo de construção do conhecimento;

d) Aprendizagem significativa: numa proposta de trabalho em grupo,

a contribuição de pessoas diferentes, entendimentos e habilidades

complementares podem gerar resultados que dificilmente seriam encontrados

individualmente. Ao expressar suas ideias, cada um trabalha ativamente os

conceitos em construção. Estabelecendo conexões com seu conhecimento

prévio percebe sentidos e constrói significados;

53

e) Sociabilidade e democratização: as dinâmicas colaborativas

democratizam a participação, exercitam a alteridade por meio da aceitação, a

tolerância, o respeito às diferenças, respeito às ideias do outro e permitindo

mais interação entre alunos como também entre alunos e professor.

O resultado desta investigação comprovado pela autora foi que as

dinâmicas colaborativas possibilitam a criação de uma comunidade de

aprendizagem e revelam-se como formas diferenciadas de se atuar com

qualidade em educação online.

Devem ser considerados os fatores pertinentes à mediação de

atividades individuais e de grupo (tendo por meta o alcance de objetivos

comuns de aprendizagem), bem como as estratégias metodológicas e a gestão

de todo o processo de ensino e aprendizagem.

Fatores inerentes às dinâmicas colaborativas online

Tabela 3 – Fatores inerentes à dinâmica

Posturas Individuais

Comportamento e Responsabilidade

Comprometimento com os colegas, cumprimento das tarefas, formação contínua, leitura prévia dos materiais, pesquisa, reflexão, respeito aos prazos, seriedade na realização das tarefas.

Disciplina Organização, planejamento e disponibilidade.

Autonomia Autoaprendizagem, autoavaliação, estruturação do processo de aprendizagem, independência e planejamento de estudo.

Habilidades relacionadas à tomada de decisão, por meio de leitura e escrita

Análise e síntese, interpretação, argumentação, criatividade, descontração, expressão de ideias, extroversão, liderança, organização de ideias, ousadia, pragmatismo, segurança, solução de problemas e trabalho em grupo.

Envolvimento Assiduidade, atenção às atividades, concentração, constância, dedicação, dinamismo, disponibilidade, empenho para superar obstáculos e dificuldades, entusiasmo, iniciativa, interesse, participação ativa nas atividades, persistência na busca por resultados positivos, prazer, predisposição, realização de tarefas da melhor forma

54

possível.

Afetividade Atenção aos colegas, compreensão do outro, desenvolvimento de laços de amizade, expressão de interesses e sentimentos, receptividade e solidariedade.

Posturas Coletivas

Interação, por meio de leitura e escrita

Processos coletivos de enunciação, comunicação constante, intercâmbio do grupo, entrosamento, compartilhamento de ideias e atividades, socialização de conhecimentos, compartilhamento de informações, troca de experiências, debates, troca de impressões e opiniões, construção coletiva do conhecimento.

Trabalho em equipe

Aceitação da decisão da maioria, acompanhamento do ritmo do grupo, colaboração, cooperação, consenso, cumplicidade, democracia, espírito de equipe, liberdade de expressão, negociação, objetividade, organização do grupo, organização do tempo, planejamento do desenvolvimento das atividades e produtividade.

Sociabilidade Aceitação das diversidades, apoio mútuo, bom humor, coleguismo, companheirismo, confiança, diálogo, diplomacia, educação, empatia, flexibilidade, humildade, paciência, positivismo, respeito aos ritmos individuais, respeito às dificuldades do outro, respeito às opiniões do outro, respeito mútuo, saber ouvir, socialização, tolerância e valorizar o conhecimento do colega.

Estratégias Metodológicas

Motivação Atividades de grupo: colaboração e cooperação Contextualização teoria com prática Descentralização: rompimento das estruturas de poder entre professor e aluno Autoavaliação

Gestão

Planejamento Organização Direção Controle Acompanhamento e análise permanente do processo

Como afirma Gomez (apud BARBOSA, 2008, p. 242) “a pedagogia da

virtualidade está sendo na multiplicidade de práticas educativas na esfera

digital e procede necessariamente por conselhos ou receitas, pela práxis”.

55

A autora coinclui que sua investigação comprovou que as dinâmicas

colaborativas da aprendizagem online revertem-se como formas de se atuar

com qualidade em educação.

56

4. ESTUDO DE CASO

Atualmente o interesse dos pesquisadores em desenvolver e ou

aprimorar o processo de ensino e aprendizagem intermediados pelo uso das

Tecnologias de Informação e Comunicação é crescente.

Deu-se conta da necessidade de adequar os processos tradicionais ao

aprendizado online, fazendo uso da internet e suas aplicações que possibilitam

e facilitam a interação.

Uma das ferramentas pesquisadas, neste trabalho, para viabilizar a

interação e colaboração com aspectos pedagógicos é a Rede Social.

Com essas considerações, este trabalho adotou como objetivo geral

identificar formas que possibilite a melhora do processo de ensino e

aprendizagem ao lançar mão das Redes Sociais para consolidar a colaboração

e interação entre os usuários do ensino superior na construção do

conhecimento.

Também se adotou como objetivo o levantamento de questões sobre a

possibilidade de refletir acerca do uso das tecnologias olhando-as como

ferramentas de comunicação e suas possibilidades pedagógicas possíveis de

serem empregadas no dia a dia do processo de ensino.

4.1 Principais Conceitos

A aprendizagem online considera métodos específicos que entrega ao

usuário o poder da construção do conhecimento, devendo então desenvolver

estratégias e competências para garantir que isso ocorra.

Quando esse “poder” é transferido a alguns grupos, denomina-se como

sendo aprendizagem colaborativa, considerando assim que o conhecimento é

uma construção social favorecida pela interação e colaboração dos

participantes do grupo em questão.

As Redes Sociais proporcionam a prática colaborativa e incentivam a

construção do conhecimento de forma colaborativa por possibilitar a interação

em tempo real de seus usuários.

Na busca do melhor caminho para motivar a participação e possibilitar a

construção do conhecimento dos usuários, adotou-se a combinação de

elementos textuais, vídeos, a interação entre os alunos e presencial, fazendo

57

uso assim de todo potencial que estes recursos possibilitam (nas modalidades

síncrona e assíncrona). Estas foram condições importantes para que se

pudesse atender o proposto pela pesquisa. Considerou-se sempre como norte

as modalidades de comunicação anteriormente mencionadas, sendo elas

assíncronas ou sincrônicas, pois o discurso é peça fundamental, uma vez que

passa a ser relevante a forma do discurso eletrônico para esclarecer e

enriquecer a discussão proposta.

Há vários motivos para a utilização das redes sociais em educação. Elas

são habitualmente usadas pelos alunos, uma vez que eles já estão conectados,

já sabem utilizá-las, estão familiarizados com vários recursos e acessam-nas

com frequência, o que facilita atividades realizadas nas redes. Além disso, as

redes sociais têm um grande potencial para gerar interação, que é um dos

objetivos em educação. É necessário formar alunos no trabalho em grupos e

em redes, então nada mais adequado que o uso das redes sociais. Com a

diversidade de possibilidades de redes sociais, esta pesquisa identificou junto

aos participantes do estudo de caso a rede social Facebook como a mais

acessada e por isso considerada nesta pesquisa.

O Facebook pode ser explorado como ferramenta pedagógica

importante, principalmente na promoção da colaboração no processo

educativo, e ainda, permite a construção crítica e reflexiva de informação e

conhecimento (JULIANI,2012,p.3). Como observado, há diversos experimentos

positivos do Facebook na educação. Este trabalho disponibiliza as informações

coletadas no uso desta rede social em uma instituição de ensino superior,

especificamente aplicado a disciplina de Tópicos especiais em Administração

no curso de bacharelado em Administração.

A seguir é apresentada a metodologia empregada neste trabalho.

4.2 Método

Esta pesquisa dá-se por um estudo de caso para levantamento e

análise dos dados, O estudo foi dirigido na aplicação de atividades a um grupo

específico de alunos do ensino superior como já esclarecido anteriormente.

Para tanto, adotou a prática de procedimentos quantitativos, para auxiliar

na compreensão dos significados construídos dos indivíduos pesquisados e

58

proporcionando entendimento de como estes perceberam e vivenciaram a

experiência.

Caracteriza-se, como uma pesquisa aplicada, pois é um produto

coletado a partir de uma disciplina de tópicos especiais em administração com

85 alunos.

E a partir de observação, acompanhamento e aplicação de questionário

coletaram-se dados com objetivo de compreender o comportamento, a

participação e o desenvolvimento da construção do conhecimento.

Faz uso do conceito de aprendizagem on-line, bem como, o conceito de

redes sociais, que organiza novos discursos incorporados especialmente à

prática educacional. Neste sentido, questiona-se: as redes sociais podem

ampliar ou aprofundar as práticas educacionais?

4.2.1 Objetivo

O objetivo é o de a pesquisa acompanhar e avaliar a interação,

participação e a construção do conhecimento dos usuários do facebook em um

perfil aberto especificamente para atender essa necessidade, permitindo aos

alunos usuários a participação com comentários, curtição e postando assuntos

de seu interesse e que atendessem a proposta, da disciplina Estudos

Contemporâneos, e que construam conhecimento para o Exame Nacional de

Desempenho do Estudante – ENADE.

A proposta pedagógica adotada se propunha a alimentar os usuários, do

processo de aprendizagem em questão com conceitos e informações que

pudessem ser melhor compreendidos com a utilização das mídias sociais,

neste caso o facebook.

4.2.2 Participantes

É importante observar que a simples troca de informações, no entanto,

não constitui, por si só, uma atividade pedagógica. Com a transferência do

poder da construção do conhecimento transferido ao aluno, ensinar é, cada vez

mais, uma atividade mediadora e sendo assim, a interação, passa a ser muito

importante neste contexto.

Por isso estudo foi dirigido na aplicação de atividades a um grupo

específico do sétimo e oitavo semestre do curso de Administração. Os temas

59

destas atividades foram para atender as exigências do ENADE em

conhecimentos gerais, sobre as quais os alunos deveriam refletir e discutir.

Inicialmente os assuntos foram acrescentados e acompanhados pelo

professor mediador, que também acompanhou a execução das tarefas pelos

alunos, o resgate dos alunos que não acessaram os conteúdos e o resultado

final em termos de geração de conhecimento para o processo de ensino e

aprendizagem.

Os debates acerca de conteúdos, as dúvidas e os comentários

demonstraram grande entusiasmo dos alunos. A aprendizagem colaborativa

ocorreu durante o semestre, tempo que durou a pesquisa. Vários alunos

cooperaram com vídeos, links e textos sobre assuntos relacionados, tornando o

processo dinâmico e interativo.

Todos os participantes, alunos e professores, tinham conhecimento da

pesquisa e atenderam a solicitação para responderem ao questionário.

A aplicação do questionário foi importante para identificar as variáveis

que pudessem interferir no uso da Rede Social, consequentemente na

interação e colaboração.

4.2.3 Análise dos dados

O estudo de caso faz uso do conceito de aprendizagem on-line, bem

como, o conceito de redes sociais, que organiza novos discursos incorporados

especialmente à prática educacional. Neste sentido, questiona-se: as redes

sociais podem ampliar ou aprofundar as práticas educacionais?

Foi escolhido o Facebook para estudar suas características na

construção do conhecimento, com o objetivo de refletir sobre as possibilidades

diferentes de práticas educacionais.

Para a análise e categorização dos dados, estes foram relacionados e

posteriormente hierarquizados. A análise dos dados foi desenvolvida mediante

um processo de construção de categorias ou temas, que capturam padrões

repetidos na maior parte dos dados coletados.

Os dados foram coletados a partir de observações e aplicação de

questionários. As observações foram realizadas a fim de compreender o

60

comportamento dos usuários no Facebook disponibilizado. O questionário

buscou verificar se as necessidades estavam sendo atendidas.

O conteúdo a ser aprendido respeita as diretrizes do INEP (Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), para Atualidades ou Tópicos

Especiais. O conteúdo foi apresentado em forma de textos, vídeos e fotos,

buscando um ambiente de aprendizado leve que inflame a atenção do usuário,

crie o interesse e que atendesse suas necessidades.

Orientou-se que o professor, que inserisse ao conteúdo, dicas de leituras

e reflexões que fossem apresentadas como assuntos interessantes, a serem

explorados pelo aluno, possibilitando e estimulando o uso dos diferentes

ferramentas cognitivas para a sua aprendizagem.

O professor mediador foi o responsável pela interação e adaptação do

conteúdo quando era solicitado. Todo esse processo foi acompanhado pelo

professor mediador, desde a execução das tarefas pelos alunos, o resgate dos

alunos que não a acessaram os conteúdos e até o resultado final em termos de

geração de conhecimento para o processo de ensino e aprendizagem.

O Facebook, com vistas à interação social, pôde ser aproveitado para a

construção de uma saber participativo e colaborativo, na medida em que

permitiram aos alunos a publicação de vídeos, textos e links. O professor

acompanhou a discussão, cumprindo o papel de mediador.

O questionário aplicado é composto de 17 questões objetivas e

afirmativas para facilitar as repostas dos participantes. As quatro primeiras

perguntas são socioeconômicas e as treze restantes objetivam identificar o

interesse e sua opinião sobre a ferramenta.

Para análise dos dados foram construídos os quadros abaixo, com base

nas repostas do questionário aplicado:

4.3 Discussão dos Resultados O questionário foi aplicado no inicio de todo o processo para possibilitar

a escolha da mídia social.

Descreve-se na sequência a avaliação do questionário aplicado para

conhecer a opinião e a experiência dos alunos.

61

Ao final são elaboradas algumas considerações não só no tocante aos

usos das redes sociais, mas também sobre a execução e o ganho das

propostas pedagógicas.

Apresentam-se neste momento alguns dados extraídos do questionário

que foram discutidos e avaliados:

Somente 67% dos alunos pesquisados responderam ao

questionário. Setenta (70) é o total de alunos das salas que

participaram da pesquisa.

93% dos participantes trabalham. Como consequência o acesso à

mídia ocorre no trabalho (76%) ou na faculdade (51%). São

nestes locais que os alunos encontram momentos de

disponibilidade para acesso a mídia. Muitos buscam acessar

várias vezes ao dia essa condição é observada, pois 83% deles

acessam de suas residências.

A escolha do Facebook deu-se por observar que 72% dos alunos

já acessavam essa mídia social. Foi solicitado aos alunos sem

acesso que providenciassem a abertura de uma conta. Observou-

se que 100% dos respondentes acessam a outras mídias.

Como exposto o questionário foi respondido no início dos

trabalhos para possibilitar a escolha da mídia social. Por ser

novidade, 49% dos que responderam o questionário pouco

valorizaram o uso da mídia social como ferramenta no processo

de ensino e aprendizagem. Com o inicio dos trabalhos pelos

comentários dos alunos participantes e o incentivo do mediador,

ocorreu mais de 100% de adesão, pois alunos que não

responderam ao questionário também participaram dos trabalhos.

No final da pesquisa tinha-se 62 participantes.

Deve-se chamar a atenção a um dado que impressiona é que

49% dos participantes acessam 5 ou mais vezes por dia a mídia

social.

Ao discutir sobre os assuntos a serem postados a adesão foi de

62%,

62

Observou-se que 66% dos alunos compartilham e interagem com

os colegas sobre os assuntos postados.

45% dos alunos opinaram como muito positivo a experiência do

uso da mídia social na construção do conhecimento.

Percebe-se que a participação do usuário depende do interesse e tipos

de assuntos tratados na rede. Esta participação pelo que se pode observar

aumenta a interação com outros usuários, como também é motivada pela

mediação do professor, criando assim um processo de aprendizagem.

Ainda com relação à participação, na sala do oitavo semestre,

contávamos com 40 alunos e na sala do sétimo com 45. Como primeira

investida houve mais de cinquenta por cento de usuários, sendo considerado

um sucesso.

4.3.1 Interação

A ferramenta disponibilizada pelas redes sociais, a comunicação

assíncrona, possibilita uma interação eficaz entre os usuários. Percebe-se uma

desinibição nos comentários e tornando esse método mais efetivo neste

quesito, quando se compara com o ensino presencial.

A pesquisa mostra que a participação ocorre em horário e local

aumentado à interação e confirmando que esta ferramenta leva a sala de aula

para fora dos muros da instituição, o que amplia o horário da aula presencial.

Percebe-se uma melhora na interação dos usuários, pois estes contam com

tempo de reflexão antes de postarem seus comentários.

O estudo evidência a presença do mediador no processo ensino e

aprendizagem por meio de redes sociais, o professor. O método pedagógico

com as redes exige um acompanhamento constante do mediador que tem a

missão de mediar conhecimento.

Descreve-se na sequência a avaliação do questionário aplicado para

conhecer a opinião e a experiência dos alunos.

Ao final são elaboradas algumas considerações não só no tocante aos

usos das redes sociais, mas também no tocante à execução e do ganho das

propostas pedagógicas.

Foram quesitos passíveis de avaliação:

A execução das tarefas pelos alunos;

63

O acompanhamento das atividades realizadas;

O resgate dos alunos que não a realizaram no tempo previsto;

O resultado final em termos de geração de conhecimento para o

processo de ensino e aprendizagem.

Pode-se constatar a possibilidade do uso das redes sociais como

ferramentas de comunicação aplicáveis pedagogicamente, porém, pode-se

constatar também, alguns cuidados que o educador deve se preocupar para

minimizar as dificuldades de colaboração e interação, as quais são levantadas

as mais significativas. Ao final, são elaboradas algumas considerações não só

no tocante aos usos das redes sociais, mas também no tocante à execução e

do ganho das propostas pedagógicas.

Foram objetos de avaliação:

A execução das tarefas pelos alunos;

O acompanhamento das atividades realizadas;

O resgate dos alunos que não a realizaram no tempo previsto;

O resultado final em termos de geração de conhecimento para o

processo de ensino e aprendizagem.

4.4 Proposta de uso das Redes Sociais

4.4.1 Perfil do Professor Mediador

É muito importante a consciência do professor mediador, que mesmo

fora da sala de aula, em uma rede social, ainda continua sendo professor, e

deve cuidar de seu comportamento, ser exemplo do bom uso deste recurso.

Deve criar regras de participação para orientar os usuários, e discuti-lo

com os alunos, para que possa evitar comportamentos inapropriados. Percebe-

se que o grupo conduz o modo operandis dos usuários. Esse regulamento foi

apresentado junto ao convite para participação no qual foi exposta a

importância da participação, o objetivo e a proposta de fazer da rede um

instrumento de aprendizado colaborativo, buscando sempre o desenvolvimento

da capacidade argumentativa pela discussão por pequenos textos.

4.4.2 Escolha da Rede Social

64

Pela pesquisa realizada junto a esse grupo de alunos identificou-se que

a Rede Social mais utilizada era o Facebook. Com as regras postas e a rede

ideal identificada, partiu-se para definição dos conteúdos a serem postados.

Como já informado, o objetivo principal é construir conhecimento em

Cultura Geral para o exame ENADE, fazendo uso da disciplina ministrada em

sala de aula, denominada Tópicos Especiais em Administração, sendo que os

conteúdos foram definidos a cada aula presencial para que possibilitasse a

continuidade dos assuntos já tratados ou identificasse os de maior interesse

dos usuários.

Com esse viés, abriu-se a possibilidade aos alunos de postarem vídeos,

reportagens e indicar link’s que contribuíssem com os conteúdos ministrados

em sala de aula ou sobre um determinado assunto que tenham interesse em

conhecer e compartilhar.

4.4.3 Método utilizado

O planejamento levou em consideração a abertura de um novo espaço

para a discussão colaborativa e possibilitou aos alunos o resgate da autoria da

construção de seu conhecimento de forma compartilhada.

Não se pretende dar uma “receita”, pois este assunto, o uso das mídias

sociais na educação, carece de muita discussão para que se possa determinar

a melhor ou mais indicada forma de uso desta ferramenta.

Nesta pesquisa foi aplicado um método que é colocado para discussão e

análise:

a. Atrair os usuários. Com uma proposta interessante, e explicar os

objetivos e benefícios que se pretende alcançar e evidenciar a

oportunidade de se tornarem responsáveis pelos conteúdos.

b. Necessidade de mediação. Ressalta-se a importância do papel do

mediador, pois sua condução e orientação são imprescindíveis para o

sucesso desta empreitada.

c. Disponibilizar conteúdos. Prevaleceu a disponibilização de noticias

de jornais e revistas no primeiro momento, após isso os próprios

usuários foram postando os assuntos atuais que desejavam discutir.

d. Promovendo discussões. A participação do mediador tem grande

importância nesta etapa, incentivando os alunos discutirem os assuntos

65

postados, levantando questionamentos e opinando sobre os

comentários efetuados.

e. Interagir. Optou-se por manter as discussões concentradas no

próprio Facebook pela preocupação em não abrir mais um espaço de

comunicação, facilitando assim o trabalho de mediação.

f. Promover as capacidades. O mediador buscou promover a

manifestação das ideias de forma reduzida e desenvolver a capacidade

de síntese dos usuários.

4.4.4 Vantagens dos uso das redes sociais

Os ambientes colaborativos de aprendizagem proporcionados pelo uso

das mídias sociais apresentam vantagens para os alunos em nível pessoal e

de grupo conforme apresentado na tabela 4.

Tabela 4 – Vantagens identificadas

Fonte: Autor

VANTAGENS IDENTIFICADAS NO USO DAS REDES SOCIAIS

PESSOAIS GRUPO

Aumenta as competências sociais, de interação e comunicação.

Possibilita o alcance de conteúdos de maior qualidade

Incentiva o pensamento crítico Aumenta a responsabilidade pelo próprio aprendizado e do grupo

Promove o conhecimento de novos assuntos

Troca de informações e o aprendizado colaborativo

Diminui o medo da critica O intercâmbio de ideias aumenta o interesse

Aumenta a interação com o grupo

Aumenta a satisfação pelo trabalho, e a relação social

Aumenta o valor respeito e solidariedade

Aumenta a aproximação entre os usuários

A pedagogia da aprendizagem colaborativa é centrada no grupo e

não em indivíduos isolados. O indivíduo aprende do grupo, mas

individualmente também contribui para a aprendizagem dos outros.

Há assim uma forte interdependência entre a aprendizagem

colaborativa e a aprendizagem individual. (MEIRINHOS, 2011, P. 10)

66

5. CONCLUSÃO

Esta pesquisa apresenta uma observação e avaliação sobre o uso das

mídias sociais na educação; buscou-se observar a interação e participação dos

usuários e suas consequências no processo de ensino e aprendizagem, bem

como o ganho na construção do conhecimento.

Percebe-se que a maioria do alunado motiva-se com os ambientes

criados com o uso das redes sociais. Esta ferramenta tornou-os mais

participativos, pois se identifica a maior intervenção, colaboração e produção

nos textos apresentados pelo mediador, observando-se assim, a construção do

conhecimento coletivo, com o compartilhamento do saber e de informações

que ocorreram durante a realização desta pesquisa.

As provas bimestrais aplicadas para a disciplina utilizada como geradora

dos assuntos a serem discutidos, foi o instrumento de avaliação.

Enxergou-se também que os alunos são motivados pela necessidade de

participar de grupos ou comunidades, o que levou a escolha da abertura do

Facebook , visto que estão preparados para socializar e compartilhar em rede.

Por ser uma ferramenta de comunicação síncrona, possibilita a

discussão em tempo real, o que motivou a interação e o compartilhamento

mais demorado e mais pormenorizado. Buscou-se observar a ajuda que a

possibilidade de um aprendizado colaborativo pode causar nos usuários.

A participação neste espaço possibilita que o aprendizado ocorra de

forma mais natural, pois se pode promover a discussão em tempo real e

esclarecer suas dúvidas.

A colaboração proporcionou aos alunos a divisão de opiniões sobre um

assunto específico e a organização de outro olhar, construindo assim, o

conhecimento.

O mediador procurou evitar a simplificação, (abreviações), para ter um

ganho de qualidade na comunicação entre os usuários, mas em algumas

situações foi inviável por ter os alunos incorporados essa forma de

comunicação. Mas o que se percebe é que também houve um ganho nas

relações sociais e no poder de síntese.

67

Observou-se que existem ganhos na construção do conhecimento, e que

a rede social auxilia nas atividades colaborativas aumentando a eficiência do

processo de ensino e aprendizagem.

Ressalta-se que as relações sociais entre usuários e usuários e

professor tornou-se mais amigável.

Por meio das TIC’s, particularmente as redes sociais, pode-se criar um

ambiente de apoio às aulas presenciais da disciplina específica. Para isso, o

papel do professor mediador foi favorecer o trabalho conjunto, o

compartilhamento na construção do conhecimento, desafiando aos usuários a

interagirem e partilharem seus conhecimentos.

As Mídias e as Redes Sociais têm potencialidades desde que participem

dos processos pedagógicos e das metodologias do processo de ensino e

aprendizagem, e possibilitem a apreensão de conhecimento e a construção de

saberes, de forma compartilhada e criando a prática de trocas.

Sabe-se que não há fórmula mágica, nem receita pronta para utilização das Mídias Sociais na Educação, mas por ser a rede um espaço social, é também um espaço de educação e aprendizado, mas é papel do professor explorar as potencialidades desse recurso e de outras ferramentas tecnológicas, com criatividade, procurando propor atividades que possam ser inseridas no contexto das suas aulas, mas nunca esquecendo que a tecnologia é um meio e não um fim (BARBOSA, 2008, p. 12).

Atualmente já são disponibilizados vários recursos que facilitam a

interação e o compartilhamento, facilitando o trabalho do professor mediador e

dos alunos no trabalho colaborativo. Exemplificando, pode-se postar no grupo

link para artigos sobre o tema em discussão e todos os usuários receberão

uma mensagem pelo Facebook.

Entende-se como limitação do estudo o fato de ter sido desenvolvido

envolvendo apenas uma disciplina. Esta situação pode ter mascarado os

resultados observados.

Percebe-se que novas ferramentas estão sendo criadas, pelas mídias

sociais, para que as limitações, como a impossibilidade de controlar o que foi

lido, sejam superadas e possibilitem o melhor uso na educação.

Essa preocupação das mídias em disponibilizar mais recursos para

facilitar o seu uso na educação, faz com que os pragmáticos, repensem a

68

velocidade de que determinadas mídias sociais podem tornar-se obsoletas,

inviabilizando o estudo do Facebook, como exemplo, auxiliando no processo de

ensino e aprendizagem.

São várias as possibilidades que são permeadas ao se fazer uso da

tecnologia na educação que foram percebidas ao longo deste trabalho. Não se

conseguiu com que os alunos tivessem autonomia na construção de seu

conhecimento como também desenvolver capacidades cognitivas e sociais.

Portanto, entende-se que o uso do espaço virtual auxiliou na construção do

conhecimento e na socialização de seus usuários.

A importância do mediador se dá a partir do momento em que este

passa a motivar a participação e dedicação dos alunos e a não permitir os

desvios dos comentários aos assuntos disponibilizados. Preocupando-se em

manter a liberdade de expressão, conduzindo para que a relação entre aluno-

aluno e aluno-professor observe o respeito mutuo.

Fez-se uso da mídia social como apoio ou extensão da sala de aula na

disciplina Tópicos Especiais, portanto não houve prejuízo do conteúdo proposto

pois este foi garantido nas aulas presenciais. Por isso, pode-se avaliar de

forma positiva a colaboração da tecnologia na construção do conhecimento do

grupo pesquisado. Confirmando assim o auxiliado dado pelo recurso oferecido.

Ao final do primeiro mês, percebeu-se uma grande adesão dos alunos.

Aumentou significativamente a participação. Os alunos passaram a

disponibilizar assuntos e abrirem discussões. Identificando-se assim a

motivação causada pelo uso da mídia social nesta disciplina.

Este trabalho foi o início de um processo, que deve se tornar contínuo,

possibilitando sua melhor compreensão e para que dentro de uma prática

pedagógica possa contribuir para a construção do conhecimento efetivamente.

Considerar o uso das mídias sociais na educação é um caminho que

deve ser trilhado pelos docentes e instituições do ensino superior. Esta

pesquisa teve com um dos seus objetivos de trazer a luz esta discussão.

Este trabalho não tem a pretensão de apresentar conclusões definitivas,

mas sim, abrir possibilidades para novas investigações na área. Sugere que

outras experiências sejam elaboradas no futuro, e que seja mantida a proposta

atual. Será necessário ainda pesquisar exaustivamente o uso educativo dessas

ferramentas de interação das mídias sociais. Mas esse colaborará para o

69

estabelecimento de estratégias de utilização de mídias sociais no ensino

superior.

70

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75

APÊNDICES

PESQUISA

PROF. MAURO R. RIBEIRO

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO PARA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

QUESTIONÁRIO

1- Idade (anos)?

20 a 25 25 a30 30 a 35 35 a 40 45 acima

2- Sexo?

Masculino Feminino

3- Residente?

Zona Norte Zona Leste Zona Oeste Zona Sul Outro Município

4- Trabalha?

Sim Não

5- Acesso à internet

Casa Trabalho Faculdade

6- Faz uso da mídia?

MSN Facebook Orkut Outros Mais de um

7- Uso para?

Comunicação Entretenimento Estudo Todos

8- Qual sua opinião para o uso do facebook como ferramenta de

aprendizagem?

Ruim Regular Bom Ótimo

9- Quantas vezes você acessa a mídia ao dia?

Uma vez Duas vezes Cinco vezes Mais de cinco vezes

76

10-Qual sua opinião sobre o uso do facebook na disciplina de Tópicos

Especiais?

Ruim Regular Bom Ótimo

11-Os assuntos postados são?

Ruim Regular Bom Ótimo

12-São de fácil compreensão?

Sim Não Mais ou menos

13-Em sua opinião tem ajudado na construção do seu conhecimento?

Sim Não Mais ou menos

14-Você divide sua opinião sobre os assuntos postados com seus colegas

no facebook?

Sim Não Quase nunca

15-Em sua opinião a participação do professor é importante?

Sim Não Às vezes

16-Em sua opinião outras disciplinas deveriam usar essa ferramenta como

apoio?

Sim Não

17-Esse método de interação (facebook) em sua opinião facilita seu

estudo?

Sim Não Às vezes.

77

Gráficos

a. Idade ( anos) Faixa etária Quantidade

20 a 25 14

25 a 30 14

30 a 35 11

35 a 40 06

Acima de 45 02

Total 47

b. Sexo

c. Residência

Zona da Capital Quantidade

Zona Norte 25

Zona Leste 05

Zona Oeste 03

Zona Sul 04

Outros Municípios 10

Total 47

Sexo Quantidade

Masculino 17

Feminino 30

Total 47

78

d. Trabalho

Condição Quantidade

Trabalha 44

Não trabalha 03

Total 47

e. Acesso à internet

Local Quantidade

Casa 39

Trabalho 36

Faculdade 24

Total 47

f. Faz uso da mídia

Mídia Quantidade

MSN 20

Facebook 34

Orkut 04

Outros 27

Mais de um 25

Total 47

79

g. Uso para

Tipo Quantidade

Comunicação 43

Entretenimento 35

Estudo 37

Total 47

h. Qual sua opinião quanto ao uso do Facebook como ferramenta de

aprendizagem?

Ruim 06

Regular 17

Bom 16

Ótimo 08

Total 47

i. Quantidade de acesso diário

Uma vez 14

Duas vezes 10

Cinco vezes 08

Mais de cinco

vezes

15

Total 47

80

j. Opinião do uso da mídia social para a disciplina.

Ruim 08

Regular 13

Bom 22

Ótimo 04

Total 47

k. Opinião sobre os assuntos postados

Ruim 06

Regular 12

Bom 24

Ótimo 05

Total 47

81

l. Opinião sobre a facilidade de compreensão dos assuntos postados.

Sim 31

Não 05

Mais ou menos 11

Total 47

1- Em sua opinião tem ajudado na construção do seu conhecimento?

Sim 24

Não 10

Mais ou menos 13

Total 47

m. Divide os assuntos postados com os colegas?

Sim 31

Não 06

Quase nunca 10

Total 47

82

n. Opinião sobre a importância da participação do professor.

Sim 36

Não 04

Às vezes 07

Total 47

o. Opinião sobre a inclusão de outras disciplinas.

Sim 33

Não 14

Total 47

p. Opinião sobre a facilidade gerada pela mídia nos estudos.

Sim 21

Não 13

Às vezes 13

Total 47

83

Matérias postadas para discussão

figura 1

Imagem 8/514: 28.fev.2013 - Vaticano libera imagens dos bastidores do último dia do papado de Bento 16. Na foto, o pontífice deixa a sacada principal da residência de verão de Castel Gandolfo, no sul da Roma, após emitir sua última mensagem como papa AFP

figura 2

figura 3

84

figura 4

figura 5

figura 6

85

GLOSSÁRIO

CHAT - IRC Internet Relay Chat, sala de bate-papo.

e-mail - eletronic mail, correio eletrônico.

Link – “atalho”, que pode ser uma palavra ou uma frase que conduz o usuário

a uma página.