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8/15/2019 REDES SOCIAIS VIRTUAIS: NOVOS MOLDES PARA COMUNICAÇÃO MUSEOLÓGICA CONTEMPORÂNEA
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
ESCOLA DE DIREITO, TURISMO E MUSEOLOGIADEPARTAMENTO DE MUSEOLOGIA
MONOGRAFIA
REDES SOCIAIS VIRTUAIS: NOVOS MOLDES PARA COMUNICAÇÃO
MUSEOLÓGICA CONTEMPORÂNEA
ANDRÉ LUIZ DA SILVA PAULO
Ouro Preto, MG2016
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ANDRÉ LUIZ DA SILVA PAULO
REDES SOCIAIS VIRTUAIS: NOVOS MOLDES PARA COMUNICAÇÃO
MUSEOLÓGICA CONTEMPORÂNEA
Ouro Preto2016
Monografia apresentada ao Departamento deMuseologia, da Universidade Federa de Ouro Preto,
como requisito parcial à obtenção do título de Bacharelem Museologia.
Área de concentração: Ciências Sociais Aplicadas,Museologia.
Orientadora Profª. Valéria Sávia Tomé FrançaCoorientador: Prof. Dr. Cláudio Rodrigues Coração
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À professora Priscilla Arigoni por prontamente aceitar compor a banca de avaliação,
pelas conversas de incentivos e pela paciência.
Ao Lazaro, meu companheiro de lar e da vida, pela paciência comigo durante este
período de produção e todos os outros 365 dias do ano.
À SOMUS-Consultorias, meu orgulho de “pai”, o lugar onde pude desenvolver -me
como profissional e como pessoa. Onde o trabalho se tornou diversão, agradeço a
todos os membros desta empresa, ex, atuais e futuros. Especialmente a Tamires, Ana,
Cristiane que se tornaram parte da minha vida nesta empreitada.
À Republica Elma Chips, que foi mais que um lar nestes últimos anos. Se tornou uma
arena política contra a repressão de um sistema arcaico e discriminatório ainda muito
aceito na cidade de Ouro Preto.
À universidade Federal de Ouro Preto, à Escola de Direito, Turismo e Museologia, a
Departamento de Museologia, pela oportunidade de desenvolvimento profissional e
pela estrutura que obtive durante toda a minha formação.
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“Se as pessoas pudessem decidir sobre si mesmas e sobre suas vidas, se não
estivessem encerradas no sempre-igual, então não se entediariam”
Theodor Adorno
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RESUMO
Neste trabalho serão analisadas as implicações que as redes sociais virtuais
imprimem sobre os processos de comunicação museológica na contemporaneidade,
considerando toda a complexidade estabelecida nas relações sociais em rede.
Utilizou-se como objeto de estudo as analogias estabelecidas nos perfis da rede social
virtual Instagram© , dos Centros Culturais do Banco do Brasil do Rio de Janeiro, São
Paulo e Belo Horizonte. O objetivo é interpretar como estas instituições se apropriam
desta ferramenta e de que forma ocorrem as relações nas redes eletrônicas. A escolha
destes espaços foi pautada principalmente pela sua dinâmica de interação com seu
público visitante/consumidor, por se tratar de instituições pioneiras na utilização deste
meio comunicacional. Trata-se de um estudo baseado em pesquisas bibliográficas,
levantamento de campo e na abordagem dialética de análise. Os levantamentos de
dados demonstram a existência do ternário: Arquitetura, pessoas e exposições que
resultam na resignificação e reapropriação dos equipamentos culturais analisados. O
que se conclui que no cenário atual, as redes sociais de interação virtual se configuram
como um importante meio relacional entre os atores envolvidos nesta dinâmica, além
de fornecer uma infinita possibilidade de utilização para estes equipamentos culturais.
Palavras chaves: Museologia; Comunicação; Redes sociais; Centros Culturais doBanco do Brasil; Instagram©.
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ABSTRACT
In this work will be analyzed the implications that virtual social networs prints about the
museological communications process in the contemporaneity, considering all the
complexity established in the social relations in network . Was used with study object
the analogies established in the profiles of the virtual social network Instagram©, of the
Centros Culturais do Banco do Brasil of the Rio de Janeiro, São Paulo e Belo
Horizonte. The objective is to interpret how these institutions took possession of this
tool and how the relationships occur in electronic networks. The choice of this space
was mainly guided by yours dynamic interaction with your visiting public/ consumer, by
treat yourself of pioneering institutions in using of this means communicational. It is a
study based in bibliographic research, field survey and on the dialectical approach of
analysis. The field surveys demonstrate the existence of the ternary: Architecture,
people and exhibitions that result in reinterpretations and reappropriations of the
cultural equipments analyzed. What we conclude is that in the current scenario, the
social networks of virtual interaction are configured as an important relational
environment among the actors involved in this dynamic, beyond on give an infinite
possibility of uses for these cultural equipments.
Keywords: Museology; Comunication; Social networks: Centros Cultuais do Banco do
Brasil; Instagram©.
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LISTA GRÁFICOS
Gráfico 1 - Evolução dos acessos em operação na telefonia móvel .............. 20 Gráfico 2 - Evolução na utilização da telefonia móvel – IBGE ...................... 21
Gráfico 3 - Palavras chaves CCBB- RJ ......................................................... 65
Gráfico 4 - Palavras chaves CCBB-SP ......................................................... 71 Gráfico 5 - Palavras chaves CCBB-BH .......................................................... 75
https://d.docs.live.net/7e6c629010d70b32/Museologia%208.2/Monografia/MONOGRAFIA%20FINAL%20II.docx#_Toc446329277https://d.docs.live.net/7e6c629010d70b32/Museologia%208.2/Monografia/MONOGRAFIA%20FINAL%20II.docx#_Toc446329277https://d.docs.live.net/7e6c629010d70b32/Museologia%208.2/Monografia/MONOGRAFIA%20FINAL%20II.docx#_Toc446329278https://d.docs.live.net/7e6c629010d70b32/Museologia%208.2/Monografia/MONOGRAFIA%20FINAL%20II.docx#_Toc446329278https://d.docs.live.net/7e6c629010d70b32/Museologia%208.2/Monografia/MONOGRAFIA%20FINAL%20II.docx#_Toc446329279https://d.docs.live.net/7e6c629010d70b32/Museologia%208.2/Monografia/MONOGRAFIA%20FINAL%20II.docx#_Toc446329279https://d.docs.live.net/7e6c629010d70b32/Museologia%208.2/Monografia/MONOGRAFIA%20FINAL%20II.docx#_Toc446329279https://d.docs.live.net/7e6c629010d70b32/Museologia%208.2/Monografia/MONOGRAFIA%20FINAL%20II.docx#_Toc446329278https://d.docs.live.net/7e6c629010d70b32/Museologia%208.2/Monografia/MONOGRAFIA%20FINAL%20II.docx#_Toc446329277
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LISTA DE ABREVATURAS E SIGLAS
ANATEL - Agência Nacional De Telecomunicações
ARPA - Advanced Research Project Agency
ARPANET - Advanced Research Projects Agency Network
BB – Banco do Brasil
BH – Belo Horizonte
CCBB – Centro Cultural do Banco de Brasil
CMD - Comunicações Mediadas Por Computadores
CONTEL - Conselho Nacional De TelecomunicaçõesEUA - United States of América/Estados Unidos da América
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística
ICOM – The International Council of Museums
IP - Internet Protocol
NSF - National Science Foundation
ONG - Organização Não Governamental
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
RJ - Rio de Janeiro
SP – São Paulo
TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação
TCP - Transmission Control Protocol
TELEBRAS - Telecomunicações Brasileiras S.AUCLA - University of California, Los Angeles
UCSB - University of California, Santa Barbara
URSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
WAP - Wireless Application Protocol
WWW - W orld Wide Web
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SUMARIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 13 2.1 Contexto histórico .................................................................................. 13 2.2 A internet ............................................................................................... 16 2.3 Web 2.0 e s redes sociais ...................................................................... 21 2.4 Instagram© ............................................................................................ 28 2.4.1 Ferramentas básicas .......................................................................... 31 2.4.2 Hashtags (#) ....................................................................................... 34 2.5 Processos culturais na pós modernidade, sociedade da informação .... 36 2.6 Processos de comunicação na Museologia ........................................... 39 2.7 Centros Culturais ................................................................................... 41
2.7.1 Centros Culturais do Banco do Brasil ................................................. 45 2.7.2 Centro Cultural Do Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB-RJ) ......... 46 2.7.3 Centro Cultural Do Banco do Brasil São Paulo (CCBB-SP) ............... 47 2.7.4 Centro Cultural Do Banco do Brasil Belo Horizonte (CCBB-BH) ........ 49
3 METODOLOGIA, RESULTADO, ANÁLISE E DISCUSSÃO ............................... 51 3.1 Metodologia ........................................................................................... 51 3.1.1 Método ............................................................................................... 52 3.1.2 Etnografia ........................................................................................... 54 3.1.3 Netnografia ......................................................................................... 55
Levantamento de dados ................................................................................. 56 3.1.4 CCBBRJ ............................................................................................. 59 3.1.5 CCBBSP ............................................................................................. 66 3.1.6 CCBBBH ............................................................................................ 72 3.2 Estudo e análise dos dados ................................................................... 76 3.2.1 Arquitetura .......................................................................................... 77 3.2.2 Pessoas .............................................................................................. 79 3.2.3 Exposições ......................................................................................... 80 3.2.4 Apropriação e ressignificação da instituição ....................................... 81
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 82
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 85
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1 INTRODUÇÃO
O processo de redemocratização do Brasil iniciado no final da década de 70,
trouxe à sociedade brasileira uma nova forma de articulação baseada no
princípio de fluxo de informação transferidas através de articulações sociais em
redes de interação. Estas redes são movimentos sociais que se organizam em
prol de uma coletividade podendo proporcionar melhorias sociopolíticas
principalmente àqueles menos abastados. Assim observa-se surgimento de
grupos de mobilização social, como associação de moradores, ONG’s,
sindicatos etc.
Após a década de 90, com o advento da internet e a introdução de novas
mídias neste contexto de interação social, visualizamos uma reconfiguração dadinâmica de inclusão democrática das camadas menos favorecidas da
sociedade brasileira, permitindo assim voz e espaço a este segmento.
As redes sociais, segundo MARTELETO (2001, p.72), representam “(...) um
conjunto de participantes autônomos, unindo ideias e recursos em torno de
valores e interesses com partilhados” . Com base nesta definição podemos
considerar que as novas mídias eletrônicas, no caso Instagram®, conglobam as
partes que serão objetos de estudo neste trabalho, no caso, os centros culturais,
seus consumidores e demais usuários desta rede. Proporcionando desta forma
trocas de experiências e informações entre os atores anteriormente
mencionados.
(...) A Internet, chamada “rede das redes”, caracteriza-se por doisaspectos principais. Primeiro, é um grande acervo de dados e deinformações aberto a múltiplas escritas, consultas, leituras, usos eapropriações. Segundo, é uma arena ampliada geograficamente esocialmente para interação, comunicação e sociabilidade. Portanto, atua
como suporte de atividades cooperativas em escala mundial,organizadas no âmbito de comunidades massivamente interativas comoa Wikipedia, os coletivos de desenvolvedores de softwares livres, osblogs, os jogadores em rede ou as plataformas relacionais, comoFacebook, MySpace, etc. (CARDON, 2008 apud MARTELETO 2010, p.32).
Considerando toda massa informacional produzida nestas plataformas,
verificou-se a necessidade de estabelecer parâmetros para análise das
informações relacionadas ao objeto de estudo, a interação entre público e
instituição. Desta forma utilizou-se a plataforma de pesquisa estáticas de redes
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que tratem sobre essa nova forma de comunicação empregada pelas instituições
estudadas.
Desta forma objetiva-se analisar os perfis da rede social virtual Instagram®
dos Centros Culturais do Banco do Brasil das cidades do Rio de Janeiro, São
Paulo e Belo Horizonte, a fim de identificar a forma relacional entre os atores
participantes desta rede, instituição e usuário/público visitante, considerando
neste processo o Instagram® como ferramenta de suporte na comunicação
museológica contemporânea.
Os objetivos específicos serão:
a) Analisar as dinâmicas sociais na contemporaneidade;
b)Identificar a influência das redes sociais digitais para o processo de
comunicação museológica;
c) Compreender como se dá a relação entre o público visitante e os centros
culturais por intermédio das redes sociais virtuais;
d) Identificar a influência da nova dinâmica comunicacional, nas instituições
estudadas.
e) analisar as informações postadas nos perfis sociais das instituições.
Para alcance dos objetivos propostos neste estudo, optou-se pela
utilização da abordagem qualitativa mista, a fim de estabelecer um arcabouço
teórico que possibilitasse uma reflexão sobre os processos analisados.
Considera-se que a concepção de comunicação museologia contemporânea se
configura como importante protagonista nos estreitamentos dos laços e nos
processos de reapropriação dos espaços culturais, permitindo desta forma a
democratização de acesso cultural e o fortalecimento das políticas públicas
culturais.
O presente estudo justifica-se teoricamente pela escassez de trabalhosque tentam identificar as novas formas de reação concebidas pelas redes sociais
nos processos de apropriação cultural na sociedade brasileira. Os estudos
comunicacionais mediados pelas TIC’s ainda são raros no campo de análise da
museologia, desta forma verifica-se um descompasso diante das demandas do
público/visitante.
Para possibilitar um maior entendimento do tema estudado, este trabalho
apresentará no capitulo 2 conceitos e definições sobre o contexto histórico dasrelações sociais em rede. Realizará uma explanação sobre a internet, seu
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surgimento, desenvolvimento tecnológico e implementação no Brasil, mostrando
seu desdobramento nos moldes interativos a web 2.0 finalizando nas redes
sociais digitais. No tópico seguinte é apresentado ao leitor o objeto principal de
estudo, o Instagram®, neste momento discute-se seu surgimento,
desenvolvimento e aplicabilidade às questões estudadas. A fim de ilustrar ao
leitor a sua funcionalidade, ainda serão demonstradas as suas ferramentas
básicas de utilização, dando destaque especial ao conceito hashtags. Nas
seções seguintes discute-se os processos contemporâneos de apropriação
cultural da sociedade pós-moderna e sua produção do conhecimento realizando
um link com o novo modus operantes da comunicação museológica nesta
interfase social. Na quinta sessão, levantaremos o histórico e conceitos
referentes aos centros culturais, para posteriormente tratarmos especificamente
os Centros Culturais do Banco do Brasil – CCBB. O Capitulo 3 dedicado a expor
a metodologia utilizada, levantamento e análise dos dados estudados, inicia-se
com uma breve apresentação da definição dos métodos utilizados para essa
produção. Em seguida busca-se conceituar teoricamente estes métodos,
relacionando os dados levantados, separados por instituição estudada. Na
última seção deste capítulo realiza-se uma apresentação dos resultados
encontrados e as interpretações realizadas dos mesmos. No capítulo 4 realiza-
se algumas ponderações finais sobre a produção, seus resultados, experiências
e questionamentos levantados.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capitulo irá expor um breve panorama histórico sobre toda a amálgama
conceitual e teórica que compõe o tema a ser desenvolvido neste trabalho, além
de descrever e contextualizar termos e analogias que serão expostos nopercurso desta produção
2.1 Contexto histórico
O cenário atual das relações sociais configura-se pela descentralização
dos sujeitos e suas identidades, provocando uma crise de identificação do
indivíduo. Como propõe HALL (2006, p.10), a sociedade midiatizada cria um
indivíduo descolocado das suas identidades culturais nacionais, criando relações
que quebram fronteiras, levantando a máxima de um mundo plano, interligado.
Desta forma:
Um tipo diferente de mudança estrutural está transformando associedades modernas no final do século XX. Isso está fragmentando aspaisagens culturais de classe, gênero, sexualidade, etnia, raça enacionalidade, que, no passado, nos tinham fornecido sólidaslocalizações como indivíduos sociais. Estas transformações estãotambém mudando nossas identidades pessoais, abalando a ideia queternos de nós próprios como sujeitos integrados. Esta perda de um
"sentido de si" estável é chamada, algumas vezes, de deslocamento oudescentração do sujeito. Esse duplo deslocamento descentração dosindivíduos tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de simesmos constitui uma "crise de identidade" para o indivíduo.
Parte desta concepção é fruto do processo de globalização que se inicia
na década 1970, mas que tem seu ápice em meados dos anos 80 quando o
microcomputador é implantado em escala doméstica. Além deste fator, deve-se
considerar as novas configurações geopolíticas, informacionais e sociais deste
período. CASTELLS (1992, p.20) afirma que “O papel crescentementeimportante do conhecimento e da informação é uma característica dos novos
sistemas econômicos avançados, transcendendo as características de outros
modos de produção. ”
KRATZ (2006, p. 4) considera que a globalização se associa em partes
com a transformação das formas de comunicação e transporte, possibilitando
desta forma uma nova concepção nas relações sociais e culturais, quebrando
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barreiras e aproximado grupos antes distantes geograficamente e vistos como
diferentes/exóticas perante olhar ocidental.
Todo este processo interligado às comunicações mediadas por
computadores - CMD, como afirma PERUZZO (2002, p. 282), alteram as formas
relacionais entre os indivíduos que se conectam em uma comunidade
reconfigurando as interações sociais.
Para NISBET (1967, p.48), a comunidade é:
Uma fusão de sentimentos e pensamentos, de tradição e compromisso,de adesão e volição. Pode ser encontrado em, ou expressarsimbolicamente, localidade, religião, nação, raça, idade, ocupação, oucruzada. Seu arquétipo, tanto historicamente e simbolicamente, é afamília, e em quase todo tipo de verdadeira comunidade a nomenclatura
da família é importante. Fundamentais para a força do vínculo dacomunidade é a antítese verdadeira ou imaginada formada no mesmotecido social, pelas relações não-comunais de concorrência ou conflito,utilidade ou aceitação contratual. Estes, por sua relativa impessoalidadee anonimato, destacam os laços pessoais estreitos da comunidade.
No Brasil o processo de redemocratização iniciado no final da década de
70, traz à sociedade brasileira uma nova forma de articulação baseado no
princípio de fluxo de informação transferida através de articulações sociais em
redes de interação.
De acordo com Scherer-Warren (2006, p. 113) as redes de
movimentos sociais:
Pressupõe a identificação de sujeitos coletivos em torno de valores,objetivos ou projetos em comum, os quais definem os atores ousituações sistêmicas antagônicas que devem ser combatidas etransformadas. Em outras palavras, o Movimento Social, em sentidomais amplo, se constitui em torno de uma identidade ou identificação, dadefinição de adversários ou opositores e de um projeto ou utopia, numcontínuo processo em construção e resulta das múltiplas articulações
acima mencionadas.
Ainda segundo a autora, as redes possibilitam o estreitamento de laços
entre diversos segmentos, em diferentes tipos de organizações, sendo elas:
politicas, geográficas e culturais com valores distintos. Todavia a mesma ressalta
que nem sempre essa relação se configura de forma não conflituosa, porém essa
nova organização vem permitindo a defesa de demandas sociais plurais.
(WARREN, 2006, p. 115-116.)
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O estudo do uso do Instagram©, especificamente, como uma ferramenta
de interação social nas redes eletrônicas tem demonstrado ser uma solução
dinâmica e contemporânea aos processos museais de compartilhamento de
memórias e do patrimônio material e imaterial bem como de suas
representações. As redes sociais, segundo MARTELETO (2001, p.72),
representam “um conjunto de participantes autônomos, unindo ideias e recursos
em torno de valores e interesses compartilhados”. Com base nesta definição
podemos considerar que as novas mídias eletrônicas, no caso o Instagram ©,
conglobam as partes envolvidas, instituições e seus públicos, proporcionando
desta forma um estreitamento dos laços destes atores.
A Internet, chamada “rede das redes”, caracteriza-se por dois aspectosprincipais. Primeiro, é um grande acervo de dados e de informaçõesaberto a múltiplas escritas, consultas, leituras, usos e apropriações.Segundo, é uma arena ampliada geograficamente e socialmente parainteração, comunicação e sociabilidade. Portanto, atua como suporte deatividades cooperativas em escala mundial, organizadas no âmbito decomunidades massivamente interativas como a Wikipedia, os coletivosde desenvolvedores de softwares livres, os blogs, os jogadores em redeou as plataformas relacionais, como Facebook, MySpace, etc.(CARDON, 2008 apud MARTELETO 2010, p. 32).”
A possibilidade deste novo tipo de relação dos indivíduos só foi
configurada graças ao surgimento e desenvolvimento da internet, a chamada“rede das redes”. O seu surgimento ocorre em 1969, quando a Advanced
Research Project Agency (ARPA), agência criada pelo Departamento De Defesa
dos Estado Unidos, desenvolve uma rede de computadores chamada Arpanet.
O objetivo deste projeto era de reunir recursos informacionais para que o
desenvolvimento tecnológico militar dos EUA fosse maior que o da União
Soviética.
Permitindo, segundo CASTELLS, (2003, p.14) “(...) aos vários centros de
computadores e centros de pesquisa que trabalhavam para a agência
compartilhar on-line tempo de computação”.
Todavia, a internet para uso doméstico, nos moldes que conhecemos
hoje, só foi possível a partir de fevereiro de 1990 com o encerramento do projeto
militar ARPA, liberando a administração da internet a National Science
Foundation (NSF). CASTELLS (2003, p. 15) afirma que: o controle pela NSF
durou pouco tempo pois “(...) logo em seguida começou sua privatização devido
à desregulação das telecomunicações e o domínio público das tecnologias de
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redes de computadores. ” O Brasil só se junta à rede mundial de
computadores, após este evento, assim como países desenvolvidos no caso dos
EUA ,países Europeus e de grupos emergentes, como Argentina, México e Índia.
Hoje visualizamos uma nova forma de estabelecimento de comunicação,
proporcionada pelo advento da WEB 2.0. Este novo molde, permite aos seus
usuários, maior interação e compartilhamento de informações quase que
instantaneamente. A partir deste momento iniciam-se o desenvolvimento de
plataformas interativas, como o caso do Instagram© .
De acordo com Lévy (1999, p.47), a expansão aos níveis que assistimos
hoje da Web não foi planejada. Qualquer um que queira publicar algo nesse
espaço pode fazê-lo, possibilitando que uma serie de pessoas consiga acessar
o que foi publicado. Afirmando que “A página Web é apenas um elemento, uma
parte do corpus inapreensível da totalidade da World Wide Web”.
(...) por meio da incorporação, por esse novo modelo, de característicase de funções antes impraticáveis nos meios midiáticos tradicionais,ultrapassaríamos a sociedade de massa para encontrarmo-nos numaNova arena social, que permite a interatividade entre as pessoas e a“globalização da comunicação ao nível espacial global e também a nívellocal (CARDOSO,2010, p.36)
Este mecanismo possibilitou o surgimento de uma gama de sites e
softwares sociais, entre estes os que conhecemos popularmente como “redes
sociais”. Neste caso, trata-se como redes sociais apenas a plataforma
cibernética de interação entre os usuários, e não as relações estabelecidas
nesta.
2.2 A internet
Para compreensão do desdobramento das tecnologias da informação e sua
evolução, torna-se necessário entender o desenvolvimento dos computadores eas redes de telecomunicação, além dos fatores que possibilitaram o surgimento
e a apropriação destas ferramentas. CASTELLS (1999, p. 60) especifica as
características do primeiro computador eletrônico, que possuía cerca de 70 mil
resistores; 18 mil válvulas; peso aproximado de 30 toneladas e 2,75 metros de
altura. Observa-se que devido às suas características essa primeira fase destes
processadores não permitia uso doméstico.
Pierre Lévy (1999, p. 182) fala sobre a informática, segundo ele:
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equipamentos de informática cresce exponencialmente, demandando desta
forma o aumento de investimentos na transmissão eletrônica de dados. Assim
em 1976, em caráter experimental são instaladas entre as cidades do Rio de
Janeiro e São Paulo as primeiras linhas específicas para transmissão de dados
digitais.
Segundo OLIVEIRA (2005, p. 115 apud CARVALHO, 2006, p.74)
(...) assim como acontecera com a telefonia, a comunicação dedados também seria assunto de Estado, ainda que este nãosoubesse direito que órgão cuidaria do assunto. Em setembrode 1973, Iberê Gilson, então presidente da Embratel, chegou adeclarar que seria constituída a Etelbrás, uma subsidiária daEmbratel para as áreas de telegrafia, telex e teleprocessamentode dados.
Em vias de fato, tanto no Brasil quanto no mundo, apenas após adisseminação do World Wide Web (WWW), no início dos anos 1990, que ocorre
verdadeiramente a popularização da internet nos moldes de utilização que
conhecemos hoje. O WWW foi o primeiro provedor de acesso comercial do
mundo, o que permitiu que usuários comuns alcançassem a grande rede via
telefone.
Segundo Pierre Lévy (1999, p. 44 apud CAMPOS; MACHADO 2014, p.24)
, a World Wide Web surgiu em Genebra com o objetivo de facilitar a comunicaçãoentre físicos. Para ele “Esse sistema permite interconectar através de vínculos
hipertextos todos os documentos digitalizados do planeta e torná-los acessíveis
com alguns cliques a partir de qualquer ponto do globo".
Ainda segundo Lévy (1999, p.47 apud CAMPOS; MACHADO 2014, p.24),
o boom da Web não foi planejado e, qualquer um que queira publicar algo nesse
ambiente, pode fazê-lo, permitindo que uma imensa gama de pessoas consiga
acessar o que foi publicado. Segundo ele, “A página Web é apenas um elemento,
uma parte do corpus inapreensível da totalidade da World Wide Web”.
É de suma importância nesta produção o apontamento da implantação e
desenvolvimento da tecnologia de acesso móvel a internet no Brasil, visto que,
a rede social analisada nesta produção, o Instagram© , é um software social
desenvolvido para smartphones, como será melhor explanado futuramente.
Desta forma, a rede móvel de acesso à internet desempenha um papel
fundamental para o desenvolvimento dessa plataforma.
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O acesso à rede móvel de dados se dá através da tecnologia WAP
(Wireless Application Protocol ), se configura em um protocolo de comunicação
e ambiente de aplicações para a distribuição de recursos de informação, serviços
de telefonia avançado e acesso à internet a partir de dispositivos móveis, os
smartphones. O seu desenvolvimento ocorre a partir de 1995, nos EUA e se
expande para o mundo, principalmente no mercado oriental, que se torna em
pouco tempo líderes mundiais em serviços e tecnologias neste segmento.
Com o desenvolvimento da tecnologia WAP, surge a 3° geração dos serviços de
transmissão de dados, o que chamamos de 3G. Segundo PEREIRA (2003, p.
121 apud TAURION, 2001)
(..) 3G é uma especificação internacional para a 3a geração de
aparelhos de comunicação móveis (a 1 a geração foram oscelulares analógicos e a 2a geração foram os celulares digitais). A tecnologia 3G promete altas taxas de transmissão de dados,de até 384 Kbps quando o aparelho está imóvel ou emmovimento lento (velocidade de uma pessoa comum), 128 Kbpsem um carro e 2 Mbps em aplicações fixas. A tecnologia 3G iráfuncionar sobre interfaces sem fio, como GSM, TDMA e CDMA.
De acordo com a ANATEL (Agência Nacional De Telecomunicações), o
Brasil registrou, em outubro de 2015, 273,79 milhões de linhas ativas na telefonia
móvel e densidade de 133,64 acessos por 100 habitantes. No décimo mês de
2015, os acessos pré-pagos totalizavam 201,34 milhões (73,54% do total) e os
pós-pagos, 72,45 milhões (26,46%).1
Gráfico 1 - Evolução dos acessos em operação na telefonia móvel
1
Número de acessos móveis no Brasil em dezembro de 2015. Disponível em:. Acessadoem 12 de janeiro de 2016.
Fonte: , acessado em 12 de janeiro de 2016.
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O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ao divulgar o
relatório do PNAD- 2013 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), estima
que:
(...) o contingente de pessoas de 10 anos ou mais de idade que
tinham telefone móvel celular para uso pessoal era de 130,2 milhões, o
que correspondia a 75,2% da população do País nessa faixa de idade.
Em relação a 2005, esse contingente aumentou 131,4% (73,9 milhões
de pessoas), enquanto em relação a 2008 o aumento foi de 49,4% (43,0
milhões de pessoas).
Gráfico 2 - Evolução na utilização da telefonia móvel – IBGE
2.3 Web 2.0 e s redes sociais
O termo web 2.0 surge em 2004, após Tim O'Reilly fundador da empresa
americana O'Reilly Media2, levantar essa bandeira, debatendo sobre uma
possível evolução da internet. Alguns especialistas, como o próprio criador da
World Wide Web Tim Berners-Lee, defendem que essa transformação proposta
não passa de uma utopia, considerando que boa parte da tecnologia ainda usada
nos moldes 2.0 são remanescentes da sua versão anterior.
2 Traduzida pelo autor: O que é O'Reilly Media? Tecnologia Livros, Conferências Tech, Cursosde TI e Notícias O'Reilly espalha o conhecimento dos inovadores através de seus livros detecnologia, serviços on-line, revistas, pesquisas e conferências tecnologia. Desde 1978, O'Reillyfoi um cronista e catalisador do desenvolvimento de ponta, lucrando com as tendênciastecnológicas que realmente importam e galvanização a sua adopção, amplificando "sinais fracos"do alpha geeks que estão criando o futuro. Um participante ativo na comunidade de tecnologia,
O'Reilly tem uma longa história de advocacia, tomada de meme, e evangelismo. Disponivel em: acessado em 05 de janeiro de 2016.
Fonte: PNAD 2013
http://www.oreilly.com/http://www.oreilly.com/
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Essa nova estruturação consiste na principal característica do
desdobramento da web 2.0, sendo este a interação entre os usuários e a
plataforma cibernética, que deixa de ser estática estreitando assim as relações
ali estabelecidas. WARREN (1995, p.1047) fala sobre as redes nas perspectivas
dos estudos sociais, segundo ela redes são elos/relações nodais que tem a ver
com o tecido social (Sistêmico).
Esse tecido se configura das relações estabelecidas entre os indivíduos
que se conectam através de uma rede, podendo estas serem classificadas em
três tipologias principais conforme mostra a figura abaixo (Figura 1, tipos de
configurações de rede). O que difere estes tipos de ramificações se refere ao
centro de poder destas relações, neste caso poder também pode serconsiderado como fluxo de informação.
Figura 1 - Tipos de configurações de rede.
De acordo com RECUERO (2009)4
(...). Se pensarmos que cada conexão representa uma relaçãode poder, temos que esses três modelos poderiam representarredes onde há maior e menor concentração de poder. A rededistribuída, por definição, é a rede onde há maior igualdade naestrutura de poder, onde os indivíduos não estão hierarquizados.Já a rede centralizada e descentralizada representam,
4 RECUERO, Raquel. Redes Sociais como Estruturas de Poder , disponível em: <
http://www.raquelrecuero.com/arquivos/redes_sociais_como_estruturas_de_poder.html> Acessado 12 de janeiro de 2016.
Fonte: acessado em: 12 de janeiro de 2016
http://www.raquelrecuero.com/http:/www.pontomidia.com.br/raquel/arquivos/redes_sociais_como_estruturas_de_poder.htmlhttp://www.raquelrecuero.com/http:/www.pontomidia.com.br/raquel/arquivos/redes_sociais_como_estruturas_de_poder.htmlhttp://www.raquelrecuero.com/http:/www.pontomidia.com.br/raquel/arquivos/redes_sociais_como_estruturas_de_poder.htmlhttp://www.raquelrecuero.com/arquivos/redes_sociais_como_estruturas_de_poder.htmlhttp://www.raquelrecuero.com/arquivos/redes_sociais_como_estruturas_de_poder.htmlhttp://www.raquelrecuero.com/http:/www.pontomidia.com.br/raquel/arquivos/redes_sociais_como_estruturas_de_poder.html
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necessariamente, redes hierarquizadas e com estruturas depoder bem definidas e concentradas em determinados atores.Um dos méritos da perspectiva do Barabási, assim, na minhaopinião, é chamar a atenção paraa presença da hierarquia - e por conseguinte, das estruturasde poder. Barabási demonstrou que a estrutura da rede "sem
escala" (ou seja, de redes mais centralizadas) seria a maiscomum nos fenômenos. Ou seja, é muito difícil que tenhamosredes distribuídas quando focamos sistemas sociais. Atendência é que sempre existam negociações de poder, levandoa uma tendência de clusterização e centralização da rede.Embora a Internet contribua para a distribuição maior do poderentre um maior número de nós, mesmo essas redes sociais sãohierarquizadas. Redes sociais na Internet, assim, tendem aser, portanto, hierarquizadas e descentralizadas, mas nãodistribuídas. “ (Grifos da autora)
Estamos inseridos nas redes sociais por meio dos laços/relações que
desenvolvemos tanto no ambiente virtual quando nos espaços físicos que
ocupamos. TOMAÉL; ALCARÁ; CHIARA (2005, p.93), chamam atenção para o
fato desta configuração em rede não ser recente nas relações humanas. De
acordo com as autoras nos agrupamos com nossos semelhantes, e essas
semelhanças podem se referir ao grupo social ao qual pertencemos, gostos
pessoais, espaço geográfico que ocupamos e etc. E que estas redes se alteram
conforme a trajetória do indivíduo, podendo esta ser delineada e expandida de
acordo com a nossa trajetória de vida. As redes sociais, por não serem objeto recente de estudos, ao longo do
tempo tiveram diferentes significações, nas abordagens das ciências sociais,
exatas e biológicas. Apenas nas últimas décadas como afirma MARTELETTO
(2001) as redes começam a serem vistas como uma ferramenta de organização,
apesar das relações nesta configuração existir desde os primórdios da história
da humanidade. Segundo MARTINHO (2003 apud AZEVEDO 2012, p. 11)
(...) a articulação em rede passou a ser valorizada no final dadécada de 80 e início da década de 90, especialmente devidoao uso das redes eletrônicas. A partir dessa época, a função darede foi explicitada e reconhecida e começou a ser consideradaum elemento político na sustentação dos diretos sociais danação.
Segundo MARTELETO (2001, p. 71) as redes ou network é um sistema
de nodos e elos; uma estrutura sem fronteiras; uma comunidade não geográfica;
um sistema de apoio ou um sistema físico que se pareça com uma arvore ou
rede.
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RECUERO (2014, p.61) nos elucida sobre o conceito de redes sociais, ao
lembrar que os estudos destas se associam aos trabalhos sociológicos e
psicológicos, que se desenvolvem desde do século XX com as reflexões de
SIMMEL e MORENO que analisam as “estruturas sociais e as redes de filiação
dos atores sociais. RECUERO (2009, p. 19), nos ilustra uma das primeiras
analise de redes, realizada pelo matemático Leonard Euler, criador do teorema
da teoria dos grafos5. Uma proposta Simples concebida pelo matemático, aduz
que para entrar e sair de determinada parte da cidade em que habitava,
Königsberg, sem passar pela mesma ponte seria necessário que a parte em
questão tivesse pelo menos duas pontes. A sua intenção era percorrer a cidade,
passando pelas sete pontes que existia nela, sem com isso, transitar duas vezes
em nenhuma delas.
(...) Uma rede social é definida como um conjunto de doiselementos: atores (pessoas, instituições ou grupos; os nós darede) e suas conexões (interações ou laços sociais)(Wasserman e Faust,1994; Degenne e Forse, 1999). Uma rede,assim, é uma metáfora para observar os padrões de conexão deum grupo social, a partir das conexões estabelecidas entre osdiversos atores. A abordagem de rede tem, assim, seu foco naestrutura social, onde não é possível isolar os atores sociais enem suas conexões (RECUERO, 2009, p.24 apud CAMPOS;
MACHADO 2014, p.26 ).
TAVARES (2015 p. 63) numa perspectiva contemporânea sobre as redes
sociais, considera que elas são conexões entre as pessoas, não
necessariamente em meio virtual, ocorrendo normalmente pela busca de alguma
mudança sociopolítica cultural de um individual ou de um grupo.
Para a elaboração deste trabalho utilizar-se-á como referencial as redes
sociais na internet, as também chamadas de Software sociais ou mídias sociais.Nesta configuração de interação a internet desempenha um papel fundamental
proporcionando a sociabilidade de seus usuários através das relações sociais
que são construídas utilizando como suporte estas mídias sociais. Observa-se
que este meio possibilitou uma maior participação popular nas decisões sociais
5 O estudo dos grafos é um segmento da matemática aplicada (...) que se dedica a estudar as
propriedades dos diferentes tipos de grafos” (RECUERO, 2009, p.20). Já os grafos podem serdefinidos como “... a representação de uma rede, constituído de nós e arestas que conectamesses nós. ” (RECUERO, 2009, p.20) apud CAMPOS ;MACHADO ( 2014, p.12)
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e políticas, além de fomentar o acesso democrático aos equipamentos culturais.
Tema que será abordado posteriormente neste estudo.
(...) O software social é um dos principais componentes da Web2.0, que permitem a criação de web sites que melhoram o
compartilhamento de conhecimento e serviços, sendo maiscolaborativos, dinâmicos e interativos do que as páginas webestáticas. Esses softwares são uma convergência entre redessociais, interação ‘ser humano-computador’ e web services.Esses programas são intuitivos a ponto de permitirem ao própriousuário realizar adaptações e continuar sua utilizaçãonormalmente.” (PATRICK; DOSTSIKA, 2007 apud JÚNIOR;MANTOVANI 2010, p.31).
CASTELLS (1999, apud TAVARES, 2015, p.64) ao considerar a
importância deste meio de interação social para as relações na atualidade afirma
que “(...) esse tipo de espaço de interação social, em especial o virtual, possibilita
a comunicação entre usuários e favorece a desnacionalização, a desestatização
e a democratização da informação, pela conectividade mundial estabelecida pela
internet”. Parte desta configuração se justifica pela dificuldade de encontros reais
entre as pessoas, neste sentido a internet permite a criação de laços, algumas
vezes afetivos.
(...) Redes constituem a nova morfologia social de nossassociedades e a difusão da lógica de redes modifica de forma
substancial a operação e os resultados dos processosprodutivos e de experiência, poder e cultura. (...) Eu afirmariaque essa lógica de redes gera uma determinação social em nívelmais alto que a dos interesses sociais específicos expressos pormeio das redes: o poder dos fluxos é mais importante que osfluxos do poder. A presença na rede ou a ausência dela e adinâmica de cada rede em relação às outras são fontes cruciaisde dominação e transformação de nossa sociedade: umasociedade que, portanto, podemos apropriadamente chamar desociedade em rede, caracterizada pela primazia da morfologiasocial sobre a ação social” (CASTELLS, 1999, p. 565).
As redes sociais são estruturas organizacionais formadas por nós, que
podem ser concebidos entre pessoas, pessoas e instituições ou entre
instituições. Estas conexões como já tratado nesta produção, não ocorrem
apenas no ciberespaço, apesar que nos dias atuais, este meio se configura como
o mais importante para este tipo de articulação social.
Nesta perspectiva, analisar as redes sociais no caso especifico o
Instagram© , esboça os novos moldes gregários e de acesso as ações culturais,
patrimoniais e de preservação e divulgação da memória, desmitificando em
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certos parâmetros as instituições, possibilitando que estas estreitem seus laços
com o público visitante.
Em se tratando de redes sociais a conglobação entre os atores
participantes desta teia ocorrem de duas formas principais, de forma associativa,
quando a interação se faz entre os membros de uma rede social; ou relacionais,
quando consideramos o indivíduo participativo em um grupo ou instituição
estabelecendo um vínculo. Essas relações entre estes indivíduos são
denominadas laço social, estes podem ser classificados como fortes ou fracos.
O que irá mensurar a intensidade de cada um deles, será a proximidade, o
engajamento e a cooperação entres os participantes desta rede.
(...) As redes sociais são web services que permitem ao indivíduoconstruir um perfil público ou parcialmente público dentro da rede; criaruma lista de usuários com os quais compartilha informações, conhecidoscomo “amigos” nas redes sociais; acessar o perfil de outros usuários narede de relacionamento (Harrison; Thomas, 2009 apud ).
O objeto de estudo deste trabalho, os centros culturais do banco do Brasil
das cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, possuem
separadamente contas na plataforma de interação social, Instagram© . Todos os
perfis são públicos, isso implica que todos os usuários desta rede podem ter
acesso às informações vinculadas às contas das instituições supracitadas.
Essas informações, tema trabalhado no capitulo 3, são referentes às ações
culturais promovidas pelas instituições no período de outubro a dezembro de
2015.
No caso analisado, os laços estabelecidos são de forma associativa,
considerando que as redes ali formadas são de usuários que seguem o perfil da
instituição, mantendo uma relação com a mesma através das utilizações das
ferramentas disponibilizadas no aplicativo. Os laços são “(...) a efetiva conexão
entre os atores que estão envolvidos nas interações.” (RECUERO, 2009, p.38).
Eles são resultados de interações sociais e se dão com o tempo: “(...) são formas
mais institucionalizadas de conexão entre atores”. (CAMPOS; MACHADO 2014,
p.27). Estes laços estão em crescente expansão se considerarmos os nós que
são formados ao longo desta interação
(...) Dentro dessas comunidades o usuário pode ser um membro
passivo, apenas lendo as mensagens postadas; podem serativos, fazendo contribuições; e podem ser articuladores,
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expondo-se e encorajando a interação no grupo (HARRISON;THOMAS, 2009 apud JÚNIOR; MANTOVANI 2010, p.32).
Se ponderarmos o número de seguidores que cada conta da instituição
analisada possui, mais os seguidores dos seus seguidores e assim
sucessivamente, chagaremos a números estratosféricos. Essa dinâmica
configura uma das principais características das redes sociais nos espaços
virtuais e sobretudo nas plataformas de interações sociais. Sabemos que boa
parte da atividade de um usuário, como por exemplo, curtir uma postagem de
determinado perfil, desencadeia um processo em massa. Avaliando que essa
atividade poderá ser visualizada pelos seus seguidores se tornando fonte de
motivação para que os seguidores destes, efetuem a mesma ação, desta forma
a promoção da instituição e de suas políticas alcançam um número gigantescode usuários.
Visto isso, observa-se a dimensão e potencialidade que as redes sociais
agregam na comunicação, sendo ela institucional ou museológica, considerando
as novas formas de relacionamento e difusão da informação na sociedade
contemporânea.
Segundo o IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística)6
(...) Entre os 53,5 milhões de usuários ativos da internet no Brasil édifícil encontrar quem não acesse algum tipo de rede social em casa ou
mesmo no trabalho. Sites como o Facebook e Twitter têm ganhado
cada vez mais a atenção e o tempo dos brasileiros que navegam na
rede. De acordo com dados do Netview, do IBOPE Media, em janeirode 2013, essas páginas e outras agrupadas na subcategoria
comunidades, que incluem também blogs, microblogs e fóruns,
atingiram mais de 46 milhões de usuários, o equivalente a 86% dos
internautas ativos da internet no período. No mesmo mês do ano
passado, esse total era de 40,6 milhões de usuários, um crescimento de
aproximadamente 15%. O total de usuários segue uma tendênciaconstante de crescimento. Em julho de 2009, o total de usuários da
subcategoria era cerca de 3 1,6 milhões de pessoas. Já em julho de2010, o número saltou para 33,7 milhões e no mesmo período de 2011,
já atingia 37,9 milhões.
2.4 Instagram ©
Com o desenvolvimento dos meios de comunicação mediados pela
internet, e a implantação das redes móveis de telefonia celular associada à
6 Disponível em: < http://www.ibopeinteligencia.com/noticias-e- pesquisas/numero-de- usuarios-de- redes-sociais- ultrapassa-46-milhoes-de- brasileiros/>. Acesso em 08 de janeiro de 2016.
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criação dos smartphones, surge uma nova forma de relação entre os indivíduos
possibilitada pelo uso destas tecnologias.
O Instagram© é um software de interação social multimídia que tem como
clara, a intenção de expor o cotidiano do usuário através de imagens e vídeos,
deixando de lado a linguagem verbal. Foi apresentado ao púbico em 6 de
outubro de 2010, desenvolvido por dois engenheiros de programação, sendo um
deles brasileiro.
A intenção inicial era a criação de um sistema que resgatasse a nostalgia
das fotografias instantâneas tiradas com as câmeras fotográficas Polaroides. O
nascimento do Instagram© se dá após a simplificação de um outro aplicativo
desenvolvido pelos engenheiros chamado Burbn. Neste aplicativo o usuário teria
acesso a várias funções como compartilhamento de sua localização, imagens,
vídeos, planos para o final de semana e etc., contudo o desenvolvimento deste
aplicativo mostrou-se muito complexo o que motivou a simplificação do mesmo
se limitando apenas no compartilhamento de imagens e vídeos.
O Instagram© é um aplicativo criado para smartphones, recentemente se
possibilitou o acesso das informações publicadas na rede via computadores.
Todavia a publicação ainda se realiza exclusivamente com a utilização dos
aparelhos celulares. Para isso, estes aplicativos necessitam estar associados a
uma plataforma que são, de forma simplificada, sistemas operacionais que
garantem a estrutura básica de funcionamentos dos aparelhos moveis.
Existem hoje disponíveis no mercado três plataformas: o IOS, exclusivos
para aparelhos da fabricante norte americana Apple; Windows Phone, exclusivo
para aparelhos fabricados pela Microsoft ; e finalmente a mais popular entre estas
plataformas, o sistema Android , criado pela Google e disponibilizado para
diversos fabricantes de aparelhos celulares. Hoje o Instagram© está disponívelpara as três plataformas, contudo no seu lançamento ele era permitido apenas
a usuários do sistema IOS.
Para ter acesso ao aplicativo deve-se fazer o download e instala-lo no
smartphone. Cada sistema conta com um ambiente virtual, chamado de loja,
onde estão disponíveis todos os aplicativos compatíveis com a respectiva
plataforma. Após a instalação, o usuário deve fazer um cadastro básico, com as
informações de e-mail e telefone, ou utilizar os dados cadastrados no Facebook © ,como mostra a figura (Figura 3, página de cadastro do Instagram© ). Após o
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Figura 4 - Escolha da foto de perfil Figura 5 - Página do perfil
2.4.1 Ferramentas básicas
O Instagram© é um aplicativo com uma interface bem básica, de fácil uso,
e com poucas opções de configuração. Abaixo serão expostos os nomes e a
função das ferramentas básicas de uso.
Essa ferramenta tem o nome de “home” e direciona o usuário para sua
página inicial ou timeline, onde o mesmo encontrará as publicações dos
perfis que segue7.
Pesquisar, este acesso permite encontrar outros usuários da rede
digitando o seu nome, além disso é possível localizar temas, marcações
e localização, como uma cidade por exemplo, que estão sendo citados noaplicativo através de Hashtags (#). Posteriormente este termo será definido ao
leitor.
Através deste link o usuário poderá fotografar e logo em seguida aplicar
os filtros e a legenda para sua postagem. O aplicativo ainda permite que
o usuário faça postagens de fotografias armazenas em seu dispositivo.
7 Seguir significa curtir a página de outro usuário, quando se faz isso todas as postagens queeste realiza na sua conta aparecem na linha do tempo de quem o segue.
Fonte: Adaptado do Instagram - 2016 Fonte: Adaptado do Instagram - 2016
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Nesta aba é possível realizar o acompanhamento de notificações do perfil,
como por exemplo quando alguém curte uma publicação, ou começa a seguir
essa conta. Ainda é possível acompanhar as atividades de seus seguidores
através desta ferramenta.
Essa ferramenta permite ao usuário o acesso a sua conta, visualizando
a sua timeline e informações básica do perfil.
Essa aba permite a edição das informações do perfil que serão
exibidas aos usuários da rede.
Estes dois links permitem ao usuário alterar a forma que serão
exibidas as fotos quando o mesmo acessa seu perfil, sendo
duas opções em grade ou em lista.
Essa aba permite ao usuário um filtro das publicações através da
localidade onde cada uma delas foi postada. Essa localização é umas
das opções dadas antes da postagem de cada foto.
Este ícone permite ao usuário encontrar as fotos em que foi marcado
por outras pessoas.
Essa opção dá acesso ao usuário a configurações da conta, como e-
mail para contato, configuração e privacidade e etc. É importante
ressaltar que o usuário pode optar em ter um perfil público, onde qualquer outra
pessoa conectada à rede pode ter acesso as suas informações, ou um perfil
privado, onde essas informações só podem ser acessadas por pessoas
previamente autorizadas.
Antes de realizar qualquer tipo de postagem de foto, sendo ela tirada pelo
aplicativo ou do arquivo do celular do usuário, são oferecidas algumas
ferramentas básicas de edição de imagem, como filtros, que são o carro chefe
desta plataforma, além de tags8 de localização e marcação de pessoas. Estas
opções serão apresentadas. A primeira etapa consiste no ajuste da imagem para
o tamanho padrão do aplicativo, lá o usuário pode escolher o enquadramento
8 TAG é uma das principais ferramentas da web 2.0, é uma palavra chave utilizada pararelacionar informações semelhantes.
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que melhor lhe agrada, ou usar um enquadramento automático como mostra a
figura a seguir. (Figura 6, página de enquadramento)
Figura 6 - Página de enquadramento
Na segunda etapa, após o ajuste da imagem que será postada, o usuário
é direcionado para uma página onde ele terá acesso a vários filtros com
configurações já estabelecidas, ou se preferir poderá alterar as definições
destes, como mostra figura abaixo (Figura 7, página de edição).
Figura 7 - Página de Edição
Fonte: Adaptado do Instagram - 2016
Fonte: Adaptado do Instagram - 2016
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O último passo será onde o usuário poderá escrever a legenda para
imagem que será postada, utilizar as tags de localização e, além de poder marcar
as pessoas na imagem. O mais interessante nesta etapa é a possibilidade de
compartilhamento da mesma postagem em outras redes sociais, como por
exemplo, o Facebook. A imagem abaixo mostra como esse procedimento
acontece (Figura 8, última etapa de postagem).
Figura 8 - Última etapa de postagem
A aba direct apresentada na figura acima (Figura 8, última etapa de
postagem), possibilita ao usuário selecionar um grupo especifico de pessoas, ou
apenas um indivíduo ao qual ele quer compartilhar aquela postagem. Este tipo
de publicação não é visível na timeline de quem a postou, pois deixa de ser
pública e passa a ser uma publicação privada.
2.4.2 Hashtags (#)
Segundo CUNHA (2012, p.4) as hashtags são cadeias de caracteres, de
livre criação do usuário de plataformas virtuais de interação com a finalidade de
agregar e contextualizar metadados as publicações, funcionando como palavras
chaves ás mesmas. Desta forma, SUSSAI (2014, p. 24) afirma que “o termo se
transforma em um hiperlink indexável por motores de busca, permitindo que seu
conteúdo possa ser recuperado posteriormente”.
Fonte: Adaptado do Instagram - 2016
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A principal função da hashtag dentro do Instagram© é de agrupar informações
criando grupos que são associados a essas tags, por exemplo o caso que será
estudado posteriormente, as tags do #CCBBBH, #CCBBRJ e #CCBBSP. Estes
conteúdos são organizados de forma cronológica.
Além deste papel fundamental em agrupar as informações as hashtags,
configuram-se como importante meio de divulgação da marca, através da
publicação de eventos, programação e atividades diversas desenvolvidas pelas
instituições. Observou-se nas publicações analisadas neste trabalho a
importância deste tipo de comunicação levando em consideração a possibilidade
de estreitamento dos laços entres os atores envolvidos neste processo, público
e instituição, além de se configurar como uma excelente ferramenta no auxílio
ao acesso e a democratização dos bens culturais.
Segundo SUSSAI (2014, p. 25)
(...) A hashtag foi utilizada pela primeira vez em 2007, por ChrisMessina no Twitter. Na época havia certa necessidade deorganizar os tweets por tópicos. Assim, Messina (2007 apud Cunha 2012), idealizou a utilização do sinal # para identificarpalavras chave dos tweets e facilitar a busca diretamente porelas, aumentando com isso a precisão das consultas.
Para cada rede social a hashtag desempenha um papel especifico. No
caso do Instagram© ela cria grupos que associam as imagens em temáticas
semelhantes, facilitando desta forma para o usuário o filtro destas informações,
além de permitir que essas imagens sejam facilmente encontradas, fomentando
desta forma um maior grau de interação. Além destas características
apresentadas, a hashtag torna-se uma ferramenta de recuperação da
informação, pois ela se transforma em um hiperlink permitindo um rápido acesso
ao usuário as informações pesquisadas. Abaixo (Figura 9 Exemplo de busca
utilizando hashtag será apresentado um exemplo que ilustra melhor essa
relação.
A busca realizada utilizando a hashtag #CCBBRJ, no dia 14 de janeiro de
2016, por volta de 11 horas trouxe consigo uma relação de 22.149 imagens
tagueadas9 com a hashtag mencionada. Na imagem acima (Figura 9 Exemplo
9 “Taguear significa adicionar tags ou palavras-chaves a um arquivo, normalmente disponível
na Web. Foi com as redes sociais que ele se popularizou e termos como tags, keywords ehashtags passaram a fazer parte do vocabulário dos internautas. ” (SUSSAI (2014, p. 26 )
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de busca utilizando hashtag ), as fotografias apresentadas estão organizadas em
ordem cronológica e pertencem tanto a usuários que fizeram este tipo de citação,
quando a publicações da própria instituição. O número apresentado é uma
pequena demonstração da potencialidade de comunicação que essa ferramenta
fornece.
Figura 9 - Exemplo de busca utilizando hashtag.
2.5 Processos culturais na pós modernidade, sociedade da informação
A pós modernidade nos processos comunicacionais é um conceito que
surge com o advento da sociedade de produção e consumo em massa
influenciada pelo mass mídia. Nos processos de produção artísticos,
observamos um deslocamento destes do seu contexto religioso para uma
produção voltada para o espetáculo provida pelos mecenatos e pela publicidade.
(...) O termo ‘pós-moderno’ aparece, pela primeira vez, na esferaestética, mais precisamente no domínio da crítica literária... O
temo ‘pós-moderno’, na literatura, aparece como crítica ediferenciação do movimento das vanguardas do alto
Hashtagpesquisada.
Imagensagrupadas
com amesmahashtag.
Hashtagrelacionadas apesquisa.
Fonte: Adaptado do Instagram - 2016
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modernismo. (...) pós-moderno -moderno é a expressão dosentido de mudança cultural e social correspondente aoaparecimento de uma ordem econômica chamada de pósindustrialismo...” (LEMOS, 2013, p.63)
Estamos inseridos em uma sociedade em que os processos de
apropriação cultural, memória e patrimônio se atrelam cada vez mais aos meios
de comunicação mediados pelas tecnologias informacionais, principalmente
aqueles interligados pelas redes de interações virtuais. Essa nova dinâmica
social é ocasionada pelos processos econômicos e pelos avanços tecnológicos
ocorridos no XX. Segundo Takahashi (2000, p. 5), essa sociedade da informação
possui “marcante dimensão social, em virtude do seu elevado potencial de
promover a integração, ao reduzir as distâncias entre pessoas e aumentar o seu
nível de informação”.
Todavia, atrelado a este processo, precisa-se ressaltar a importância da
revolução industrial para a sociedade em que nos encontramos neste momento.
Este evento e seus reflexos sociais possibilitaram a expansão da produção de
conhecimento exigindo desta forma meios mais ágeis e acessíveis para
disseminação da informação. Assim visualiza-se uma nova revolução que se faz
atuante na sociedade contemporânea, a revolução tecnológica.
Esses avanços tecnológicos possibilitam a sociedade maior acesso ainformação, derrubando barreiras e estreitando laços. Segundo Takahashi
(2000, p.3): trata-se de “uma nova era em que a informação flui a velocidades e
em quantidades há apenas poucos anos inimagináveis, assumindo valores
sociais e econômicos fundamentais”.
Essa nova ordem cria uma sociedade de demandas imediatista, dinâmica
e principalmente imagética, exigindo desta forma a alteração das relações entre
os meios de produção da informação e o seu público. PADILHA, CAFÉ e SILVA(2014, p.3) consideram que:
(...) isso ocorre devido ao processo evolutivo que vem se propagando nasociedade e exigindo, assim, um caminho que entrelace culturas,costumes, saberes, enfim, que conecte pessoas e tecnologias, porintermédio de redes.
A imagem, neste processo midiático desenvolve um papel essencial nas
relações estabelecidas entre os indivíduos do mundo pós-moderno, pois essa,
grade portadora de signos e significados que se convertem nos códigos capazes
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de fornecer a dinâmica e fluidez necessárias para as novas demandas
comunicacionais no mundo digital.
Desta forma como FLUSSER (2007, p. 89-125) nos lembra, as superfícies
sempre estiveram presentes nas sociedades no seu processo comunicacional,
sendo elas as paredes de Lascaux, nos papiros, ou no próprio papel. Todavia
elas não desempenhavam na vida humana a importância que as superfícies
digitais, desempenham hoje no nosso dia-dia. Essa relevância se dá
principalmente pelo papel que a imagem representa nestes processos. Para ele
“(...) a leitura de imagem é mais rápida porque o tempo necessário para que suas
mensagens sejam recebidas é mais denso”.
A velocidade em que observamos a produção e distribuição da informação
nestas relações se configura como um elemento muito importante para o
entendimento de toda esta amalgama. Considerando que a produção de
conhecimento está estritamente relacionada com a capacidade informação tem
em configurar-se como “uma unidade de significado e de representação”
(CARVALHO, 2005, p.15).
Assim essa nova configuração social provoca a como proposto por HALL
(2006, p.2) uma crise de identidade do sujeito pós-moderno que vive influenciado
por estas relações.
(...) um tipo diferente de mudança estrutural está transformandoas sociedades modernas no final do século XX. Isso estáfragmentando as paisagens culturais de classe, gênero,sexualidade, etnia, raça e nacionalidade, que, no passado, nostinham fornecido sólidas localizações como indivíduos sociais.Estas transformações estão também mudando nossasidentidades pessoais, abalando a idéia que ternos de nóspróprios como sujeitos integrados. Esta perda de um "sentido desi" estável é chamada, algumas vezes, de deslocamento oudescentração do sujeito. Esse duplo deslocamento—descentração dos indivíduos tanto de seu lugar no mundo social
e cultural quanto de si mesmos — constitui uma "crise deidentidade" para o indivíduo. (HALL, 2006, p.2).
Identifica-se que o deslocamento dos sujeitos contemporâneos e a
fragmentação de sua identidade são dinâmicas provocadas principalmente pela
alteração dos meios de produção e comunicação. A globalização quebra
barreiras, extingui fronteiras, criando uma utópica linearidade global com relação
ao acesso informacional.
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(...) podemos entender o fato museológico como um processocomunicacional, numa perspectiva da interação entre o museu e a
sociedade. Para tanto, o museu vai de encontro à cultura ao assumir que
a significação da mensagem museal é uma construção cultural que
acontece a partir das mediações do cotidiano do público visitante, ou
seja, o cotidiano cultural sustenta interpretação do público, da mesma
forma que o receptor (o visitante de museu) é construtor ativo de sua própria experiência museal. (...) Em síntese, a aproximação das áreas
de comunicação e recepção para possibilitar o posicionamento do
cotidiano do público e suas interpretações e significações junto ao
universo patrimonial das coisas musealizadas. Também entender como
as mensagens museológicas são apropriadas, reelaboradas e inseridasno cotidiano do público visitante, ou seja, como as mensagens
museológicas são veiculadas na vida das pessoas e qual o impacto
sociológico dessa veiculação. (CURY, 2005, p.276-277)
Observamos que este novo modo de conceber comunicação museológica
se estabelece em uma relação de pró atividade, onde o público desenvolve papel
fundamental na elaboração e ampliação de práticas que proporcione o acesso
cultural universal garantido pela constituição federal.
2.7 Centros Culturais
O museu como instituição de preservação da memória e receptáculo do
patrimônio cultural, sob o contexto da cultura de consumo necessitou se
aprimorar e modernizar-se para atender as novas demandas sociais, sobretudo
na segunda metade do século XX.
Essa adaptação se tornou essencial para sua manutenção, tanto
financeira, como de público e este novo cenário demandou destas instituições a
apropriação de processos que as tornassem sustentáveis, não ficando
dependente apenas do Estado para manutenção de suas atividades. Nesse
cenário, a partir da década de 1970 observa-se a expansão dos centros culturais.
Perante as preocupações com estes dilemas vividos pelas instituições, em
1972 realizou-se a Mesa Redonda de Santiago no Chile, uma conferência
internacional de museus, organizada pelo ICOM, onde foram definidas novas
diretrizes para atuação dos museus junto à comunidade. Transformando
radicalmente o modus operante que esse desempenhava na sociedade, e a
forma como se relacionava com seu acervo. O museu, a partir de então, passa
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ser visto como uma entidade a serviço da comunidade a qual se insere, sendo
seu trabalho pautado nas seguintes diretrizes11:
1- Que os museus devem intensificar seus esforços narecuperação do património cultural, para fazê-lo desempenhar
um papel social e evitar que ele seja dispersado fora dos paíseslatino-americanos;
2- Que as técnicas museográficas tradicionais devem sermodernizadas para estabelecer uma melhor comunicação entreo objecto e o visitante; que o museu deve conservar seu carácterde instituição permanente, sem que isto implique na utilizaçãode técnicas e de materiais dispendiosos e complicados, quepoderiam conduzir o museu a um desperdício incompatível coma situação dos países latino-americanos;
Considera-se que uma das resoluções mais importantes da Mesa
Redonda de Santiago do Chile é a definição das ações que os museus deveriam
desempenhar.
“o museu integral, destinado a proporcionar à comunidade umavisão de conjunto de seu meio material e cultural. Ela sugere quea UNESCO utilize os meios de difusão que se encontram à suadisposição para incentivar esta nova tendência. ”
O museu passa a se consolidar na sociedade, pois como uma instituição
inserida nela, começa a perceber e agregar as transformações e demandas
populares nos seus processos internos. Desta forma em 2001 na 20ª Assembléia
Geral da ICOM, realizada na cidade de Barcelona, Espanha, temos uma
ampliação do conceito de museus, onde os centros culturais passam a ser vistos
como entidades portadoras de valores sociais, que contribuem para a
democratização de acesso aos bens culturais. Desta forma o “CCBB, que apesar
de não preencher todos os requisitos de um museu tradicional é aceita como ator
importante no campo e nas relações que nele se estabelecem”. (OLIVEIRA,
VIEIRA E SILVA, 2007, p.132).
Segundo a nova definição o museu se torna uma:
(...) Instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço dasociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e queadquire, conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhosmateriais do homem e de seu entorno, para educação e deleiteda sociedade. Além das instituições designadas como “Museus”,se considerarão incluídas nesta definição: (...) Os centrosculturais e demais entidades que facilitem a conservação e a
11Disponível em:http://revistas.ulusofona.pt/index.php/cadernosociomuseologia/article/view/335/244> Acesso e,20 de fevereiro de 2016.
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continuação e gestão de bens patrimoniais, materiais ouimateriais. (FURLONI,2010, p.8)
Pós este encontro os centros culturais são percebidos e considerados
como ferramentas importantes para a sociedade contemporânea, contudo a sua
origem pode ser considerada bastante remota, visto que segundo RAMOS 2007,
apud NEVES, 2013, p.4)
(...) Há indícios que a origem dos espaços culturais pode estarna Antiguidade Clássica, em um complexo cultural como aBiblioteca de Alexandria ou “museion”. A Biblioteca eracomposta por palácios reais, onde abrigavam variados tipos dedocumentos com o objetivo de preservar o saber existente naGrécia Antiga, abordando os campos da religião, mitologia,filosofia, medicina, dentre outros. Funcionava como um local deestudo e de culto às divindades e armazenava estátuas, obrasde arte, instrumentos cirúrgicos e astronômicos; ela possuía
também um anfiteatro, um observatório, salas de trabalho,refeitório, jardim botânico e zoológico, o que a caracterizariacomo o mais nítido e antigo Centro de Cultura.
Motivado pela sua dinâmica e pela ampla possibilidade de inserção, não
existe uma definição que caracterize os centros culturais, todavia MILANESI
(1997, p.28 apud RAMOS, 2007, p.2) acredita que um centro cultural é a “r eunião
de produtos culturais, a possibilidade de discuti-los e a prática de criar novos
produtos”. Estes locais reúnem diversas atividades de cunho cultural, que
possibilitem a reflexão, criação e acesso e disseminação cultural (RAMOS, 2007,
p.2).
Segundo Milanesi (1990, p. 21-22) efetivamente, a partir da década de
1970, a França passa novamente a exercer o papel pioneiro na promoção
cultural com a construção do Centro Cultural Georges Pompidou, o Beaubourg,
em Paris. Sua obra teve início 1975 e foi entregue ao público em 1977. Este
autor, ao descrever o Centro Georges Pompidou, aponta:
“com cinco pavimentos e três subterrâneos, tem cem mil metrosquadrados, sendo setenta mil, área útil para receber pessoas detodas as idades e com experiências intelectuais diferenciadas, Aconstrução “comunica”, permitindo ao visitante ou usuárioenvolver-se com estímulos variados e simultâneos: cadaespaço. Quem entra no edifício e percorre o seu arcabouçomovimentado vive múltiplas experiências. A construção de açoe vidro, com certo sarcasmo, foi chamada de “refinaria”,denominação que levou a uma outra mais próxima de seuobjetivo: “usina cultural”. (MILANESI, 1990, p.31)
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Embora inicialmente tenha gerado polêmicas, como o descontentamento
com a construção de um edifício contemporâneo na paisagem tradicional
parisiense, o fato é que esse modelo de centro de cultura, reunindo num mesmo
espaço salas de exposição, área cultural, cinemas, cafés, livrarias e restaurantes
foi importado para o resto do mundo, colocando a França como pioneira, o que
nas palavras de Milanesi (1990, p.30) “impunha um estilo e dava um salto
qualitativo, definindo-se como centro cultural do ocidente” e incentivando a
criação de inúmeros centros ao redor do mundo, e posteriormente vindo essa
prática, a se tornar uma tendência mundial. E embora esses novos centros se
diferenciem da instituição museu, por uma série de motivos, incluindo sobretudo
a impermanência de acervos museológicos, é fato que eles configuram um novo
locus de exposição da arte e do patrimônio cultural.
Os Centros culturais proporcionam uma heterogeneidade do seu público
visitante/usuário, ocasionado pela gama de atividades oferecidas nestes
espaços (DABUL, 2008 p.261). O seu objetivo principal e a promoção de ações
culturais “um espaço que seja a simbiose, o amálgama torturado das relações
humanas, parece ser próprio à Cultura e desejável como proposta” (MILANESI,
2003, p. 172 ).
O Brasil é influenciado por essa nova dinâmica cultural nos anos 80, após
o sucesso e grande repercussão do Centre National d’Art et Culture Georges
Pompidou, com a criação do Centro Cultural do Jabaquara e do Centro Cultural
Paulista, ambos em São Paulo. (NEVES, 2013, p.4)
(...) importa ressaltar que a cidade de São Paulo foi,praticamente, a pioneira na instalação de equipamento culturaisno padrão Beaubourg, embora sem a repercussão do modelofrancês, com a inauguração do Centro Cultural Paulista, em
1982. A iniciativa partira do poder público municipal, queidealizara o espaço sob o enfoque formativo, a abrigarexposições e oficinas sem a necessidade do “marketing” cultural.Sob essa nova orientação, a praça paulistana também foiprecursora, com a abertura pelo Banco Itaú de um espaçocultural próprio em 1987, destinado a exposições e com oobjetivo de formar um banco de dados amplo e informatizado naárea de artes plásticas. O acervo mapeado só ficou disponível,no entanto, para pesquisa em 1989. Comedida e sem grandesalardes, a iniciativa do Banco Itaú correspondia aos ganhos deoportunidade incentivados pela lei Sarney, primeiro instrumentode benefício fiscal lançado pelo Governo Federal, mais tardesubstituído pela Lei Rouanet em virtude de irregularidades e
malversação dos recursos públicos. Ambos osempreendimentos, tanto o do poder público quanto o dainiciativa. ( VIEIRA, 2006, p. 201).
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Brasil. Essa mesma diretoria é a responsável pelas estratégias de marketing do
BB e do CCBB. “Por sua veiculação direta com o mantenedor, o CCBB insere -
se na esfera econômica, apesar de configurar-se para o público que comparece
a seus eventos como um agente do campo artístico, do qual, obviamente,
também é integrante” (GOULART, FARIAS. 2012, p.340).
(...) O CCBB não pode ser caracterizado estritamente comoagência estatal de cultura, ficando-lhe reservado o papel deexecutor de diretrizes e normas elaboradas pelo BB. Políticaspúblicas compreendem regulação institucional e ações doEstado por meio dos governos e de suas agências. Entretanto,a instituição é influenciada pelas políticas culturais do Ministérioda Cultura (MinC), de modo que o cerne da sua interpretaçãocomo objeto empírico reside no fato de que usufrui de políticaspúblicas de cultura, caso das leis de incentivo, em particular daLei Rouanet (GOULART, FARIAS. 2012, p.340).
Hoje a instituição conta com quatro unidades, sendo que três estão
localizadas na região sudeste (Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo) e
uma na região centro-oeste do país (Brasília). Segundo informações obtidas no
site da instituição12, a primeira unidade a ser inaugurada, a da cidade do Rio de
Janeiro faz com que seu mantenedor o Banco do Brasil, tornasse o precursor em
investimentos culturais no país. A programação é definida por formas de editais
públicos de ocupação dos espaços, patrocinados pelo próprio banco.(...) A qualidade, a gratuidade e a regularidade da programaçãogarantiram aos CCBBs o reconhecimento de suas atuações, em formade diversos prêmios, publicações e reportagens. O crescimentoconstante de público revela a receptividade que os CCBBs possuem efazem que suas realizações permaneçam nos rankings das principaisinstituições culturais do mundo.13
2.7.2 Centro Cultural Do Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB-RJ)
Com previsão para início das atividades em 12 de outubro de 1988, seu
evento de inauguração era parte integrante da agenda de comemorações dos
180 anos de sua instituição mantenedora, o BB. Todavia não foi possível tal
acontecimento devido a atrasos nas obras de recuperação e adaptação do
prédio: “O projeto de adaptação preservou o requinte das colunas, dos
12 Disponivel em: acessado em 17 de
fevereiro de 2016.13 Disponivel em: acessado em 17 defevereiro de 2016.
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ornamentos, do mármore que sobe do foyer pelas escadarias e retrabalhou a
cúpula sobre a rotunda”14. A escolha deste prédio tem como motivação principal
o fato deste ter sido cede do Banco Brasil até a sua transferência para Brasília
em 1960.
De acordo com VIEIRA (2006, p.89)
(...) As homenagens de aniversário incluíram ainda oslançamentos de carimbo postal e medalhas, produzidos pelaEmpresa Brasileira de Correios e Telégrafos e pela Casa daMoeda do Brasil, assim como eventos voltados para acomunidade, com destaque para concertos, exposições de arte,feiras e atividades culturais promovidas pelas AABB, realizaçõesdesenvolvidas para lembrar a “instituição que ajuda a escrever ahistória do Brasil.
Localizado no centro da cidade, o prédio em que está instalada a
instituição é de estilo neoclássico concebido pelo arquiteto Francisco Joaquim
Bethencourt da Silva (1831-1912). Inicialmente tinha como propósito sediar a
associação Comercial do Rio de Janeiro. Contudo em 1920, sua posse é
transferida para o Banco do Brasil que o reformou para ser utilizado como sua
sede.
Sua inauguração oficial ocorre um ano além do previsto em, 12 de outubro
de 1989.(...) O CCBB Rio de Janeiro transformou-se rapidamente em um doscentros culturais mais importantes do País. É a instituição cultural maisvisitada do Brasil e a 20º no mundo, de acordo com o ranking publicadoem abril de 2015 pelo The Art Newspaper (Inglaterra).O prédio possuiuma área construída de 19.243m². O CCBB ocupa 15.046m² dessetotal.”15
2.7.3 Centro Cultural Do Banco do Brasil São Paulo (CCBB-SP)
O surgimento do Centro Cultural do Banco Brasil na cidade de São Pauloocorre influenciado por duas questões principais, a primeira delas está em torno
da popularidade que o centro carioca obteve em tão pouco tempo de existência,
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