REDESCOBRINDO A ESSÊNCIA E A MISSÃO DA IGREJA (1Pe 1.9-10)

Jesus é a única razão de existir da igreja, e, portanto, só nele ela encontra expressão e propósito. O cristianismo, portanto, é um estilo de vida baseado em Jesus e seus ensinos. A igreja é a expressão visível e comunitária de Cristo. Seu propósito é ser o objeto do seu deleite e satisfação, identificando-se com ele em sua natureza e essência espiritual.

Qual é, portanto, a sua missão?

Em relação a Deus:

1. Constituir uma morada para Deus – um templo espiritual (1Co 3.16)

2. Adorá-lo com a mais profunda expressão de amor de devoção (Jo. 4.24)

3. Viver uma vida de santidade e obediência absoluta (1Ts 4.3; 1Pe 1.15-16)

4. Servi-lo com todos os recursos e bens que ele nos concede (1Ts 1.9)

Em relação a ela mesma:

1. Desenvolver uma relação de vida comunitária com base nos princípios que Jesus ensinou (At 2.44-47; 4.32-35)

2. Promover a edificação mútua, proporcionando um ambiente de crescimento, aceitação, encorajamento e tratamento do caráter (Rm 14.19; 15.1,2,7; Ef 4.16,29)

3. Desenvolver uma relação de serviço uns aos outros por meio dos dons espirituais (1Co 14.12, 26)

Em relação ao mudo:

1. Testemunhar da morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo (Lc 24.44-48; At 1.8,22; 4.33)

- A atividade de testemunhar consiste em três aspectos pedagógicos: 1) Ensinar; 2) Pregar; 3) Operar sinais – e isto era muito ativo e forte na igreja primitiva (Mc 16.15-16; At. 5.42; 2.43; 9.20).

2. Praticar a justiça como manifestação da nova realidade que cada cristão vive em Cristo (Mt 5.14-16; Ef 2.10)

3. Fazer discípulos obedientes e comprometidos com Cristo, com base em seus ensinos e filosofia de vida (Mt 28.19-20)

- O discípulo almeja aprender fatos, entender idéias, ganhar uma nova cosmovisão de vida com o mestre (Lc 14.26-33) – Shedd.

- O discipulado cristão requer a tomada do “jugo” de Cristo, conseqüentemente, requer que o discípulo aprenda dele seus ensinamentos e compartilhe seu caráter (“manso de humilde de coração” Mt. 11.28-30)

- Tanto instrução como valores devem ser transmitidos do mestre aos que crêem nele por intermédio da igreja (At. 2.41-47);

- O propósito do discipulado é apresentar todo homem perfeito em Cristo (Cl 1.28)

Jesus Cristo gastou horas incontáveis no ensino, instruindo seus discípulos nos princípios de vida abundante (Mt 5-7), diretamente e por ações (milagres). O objetivo duplo nunca deve ser esquecido:

1. Os discípulos precisavam aprender a interiorizar tudo que o Senhor era e as verdades que ele ensinava para seu próprio desenvolvimento.

2. Também, como futuros mestres, necessitavam aprender para poder ensinar. Após a ascensão de Jesus, eles se tornariam os substitutos de Jesus na liderança visível da Igreja, por isso a afirmação de Pedro: “Não é razoável que abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas” (At. 6.2b).

Paulo mostra a centralidade do ensino. Logo que houve centenas de conversões em Éfeso, ele discorreu diariamente na escola de Tirano durante dois anos (At 19.9,10). Um manuscrito antigo acrescenta que Paulo ficava das 11 da manhã às 4 horas da tarde neste trabalho.

Se há fidedignidade nesta antiga fonte de informação, teríamos de confessar que Paulo estava muito mais preocupado com o ensino e o discipulado do que nós que pastoreamos igrejas locais (At. 20.27). (2Tm 2.1-2)

Conclusão

Com base em tudo quanto dissemos até aqui, resta-nos fazer as seguintes perguntas:

1. Como igreja, estamos fazendo realmente o que Jesus ordenou conforme Mt. 28.19?

2. A qualidade de vida cristã dos crentes modernos refletem o verdadeiro discipulado?

3. A nossa agenda prioriza o que Jesus mandou fazer?

Uma possível nova agenda a ser proposta:

1. Investir tempo e recursos no testemunho da igreja diante da sociedade

2. Priorizar o discipulado como uma agenda permanente e prioritária da igreja

3. Redefinir a forma de nos reunirmos como igreja local

4. Dedicação intensa em uma agenda de oração para que Deus restaure e traga direção espiritual para cada líder espiritual e cada discípulo de Jesus.