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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Engenharia de Lorena – EEL Lorena - 2013 Isabela Faria Santos Redução da quantidade de resíduos destinados a aterro industrial em uma empresa siderúrgica

Redução da quantidade de resíduos destinados a aterro industrial …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2013/MIQ... · 2014. 5. 21. · Figura 15 - Modelo de 5W1H 30 Figura

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U N I V E R S I D A D E D E S Ã O P A U L O

Escola de Engenhar ia de Lorena – EEL

Lorena - 2013

Isabela Faria Santos

Redução da quantidade de resíduos

destinados a aterro industrial em uma

empresa siderúrgica

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Isabela Faria Santos

Redução da quantidade de resíduos

destinados a aterro industrial em uma

empresa siderúrgica

Monografia apresentada à Escola de Engenharia de Lorena EEL-USP como requisito para conclusão de Graduação do curso de Engenharia Industrial Química.

Orientador: Prof. Dr. Marco Antonio Carvalho Pereira

Lorena – 2013

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Agradecimentos

Agradeço, primeiramente, aos meus pais Paulo Pirola e Ana Lázara e a minha irmã Gabriela pelos

ensinamentos ao longo de minha vida e pelo apoio nos momentos difíceis, me encorajando a

nunca desistir.

Ao André, que se mostrou companheiro para todas as horas, me ajudando nessa época tão

conturbada em minha vida.

Ao meu orientador Prof. Dr. Marco Antonio Carvalho Pereira pela orientação, ensinamentos,

apoio e confiança durante o desenvolvimento do trabalho.

A empresa siderúrgica e aos Engenheiros Paulo e Edenilson pela oportunidade.

Aos colaboradores participantes do grupo Vanor, Rafael, José Antonio e Thiago pelo excelente

trabalho realizado e por toda dedicação.

A Universidade de São Paulo pela oportunidade de realização desse curso.

A todos os professores que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desse

trabalho, através dos ensinamentos ao longo de todo o curso.

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Resumo

Atualmente, as empresas tem grande preocupação com o desenvolvimento sustentável,

pois além de preservar o meio ambiente e se preocupar com a sociedade, estão também

ganhando legitimidade e permanência no mercado. Com isso, as empresas buscam

reduzir, reciclar ou reutilizar os resíduos. Visando essa sustentabilidade, esse trabalho,

realizado em uma empresa siderúrgica, teve como objetivos diminuir a quantidade de

resíduos disposta no aterro industrial, diminuir o custo com resíduos para a empresa e

melhorar o indicador de reaproveitamento de resíduos. Para o alcance dos objetivos

propostos, foi utilizada a metodologia MASP, que possui 8 etapas, sendo elas:

Identificação do Problema, Observação, Análise, Plano de Ação, Ação, Verificação,

Padronização e Conclusão. Com o uso dessa metodologia, foi priorizado o trabalho no

resíduo do Lodo das ETEs, pois era o que mais influenciava no problema de grandes

quantidades de resíduos sendo enviadas para aterro. Com isso, através da realização das

etapas da metodologia MASP, 100% do resíduo gerado passou a ser reutilizado em

processo de produção de contrapesos, comprovando a eficiência desse método na

resolução de problemas.

Palavras Chave: Resíduos. Siderurgia. MASP.

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Abstract

Currently, companies have great concern about sustainable development. Besides

preserving the environment and worrying about society, they are looking for legitimacy

and permanence in the market. So, companies seek to reduce, reuse or recycle residues.

Towards sustainability, this research, which was made in a steel company, aimed to

decrease the amount of residues disposed in landfills, reduce residues costs to the

company and improve the reuse waste indicator. To achieve these objectives, this work

used the methodology QC STORY (Quality Control Story). This methodology requires

seven steps: Plan and Problem definition, Data, Analysis, Action, Study,

Act/Standardization and Plans for the future. It allowed prioritizing the waste sludge of

the effluent treatment, because this residue has the biggest influence on the amount of

residues that is sent to the landfill. Performing the QC STORY steps, 100% of the sludge

that is generated was reused in the production process of counterweights.

Keywords: Residues. Steel Company. QC STORY.

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Lista de Figuras

Figura 1 - Processo de Produção do Aço 13

Figura 2 - Gaiolas Laminadoras 14

Figura 3 - Fluxograma da Reciclagem de Água Bruta 15

Figura 4 - Detalhes dos componentes de um filtro de areia 19

Figura 5 - Ciclo do PDCA 21

Figura 6 - Etapa 1 22

Figura 7 - Etapa 2 23

Figura 8 - Etapa 3 24

Figura 9 - Etapa 4 25

Figura 10 - Etapa 5 25

Figura 11 - Etapa 6 26

Figura 12 - Etapa 7 27

Figura 13 - Etapa 8 28

Figura 14 - Formulário para proposta de ação 30

Figura 15 - Modelo de 5W1H 30

Figura 16 - Modelo de fluxograma 31

Figura 17 - Gráfico de Pareto para os Casos de Devolução 32

Figura 18 - Diagrama de Ishikawa 33

Figura 19 - Diagramas de Dispersão 34

Figura 20 - Modelo de Carta de Controle 35

Figura 21 - Estruturação para condução da pesquisa-ação 38

Figura 22 - Comparação das etapas da pesquisa ação e do MASP 38

Figura 23 - Tanques de decantação 49

Figura 24 - Tanque de Secagem 49

Figura 25 - Lodo e Carepa no Aterro 50

Figura 26 - Diagrama de Ishikawa 51

Figura 27 - Ações realizadas 54

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Lista de Tabelas

Tabela 1- Composição Química 47

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Lista de Gráficos

Gráfico 1 - Quantidade de resíduo gerada por classe 43

Gráfico 2 - Porcentagem de resíduos Classe II 43

Gráfico 3 - Acompanhamento da Etapa de Verificação 55

Gráfico 4 - Acompanhamento do Projeto 57

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Sumário

1. INTRODUÇÃO 9

1.1. JUSTIFICATIVA 9

1.2. OBJETIVO GERAL 10

1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 10

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 12

2.1. PROCESSO DE PRODUÇÃO DO AÇO 12

2.2. TRATAMENTO DE ÁGUAS DE CONTATO DIRETO NAS SIDERÚRGICAS 15

2.3. MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS 19

3. METODOLOGIA 37

3.1. MÉTODO DE PESQUISA 37

3.2. OBJETO DE PESQUISA 40

3.3. CONDUÇÃO DA PESQUISA 40

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 42

4.1. ETAPA 1 - IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA 42

4.2. ETAPA 2 – OBSERVAÇÃO 46

4.3. ETAPA 3 – ANÁLISE 50

4.4. ETAPAS 4 E 5 - PLANO DE AÇÃO E AÇÃO 52

4.5. ETAPA 6 - VERIFICAÇÃO 54

4.6. ETAPA 7 - PADRONIZAÇÃO 55

4.7. ETAPA 8 - CONCLUSÃO 56

4.8. VERIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS 57

5. CONCLUSÃO 59

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1. Introdução

Com o crescimento industrial e o desenvolvimento da sociedade, os recursos

naturais passaram a ser utilizados em demasia. Sem um controle, isso pode levar a um

esgotamento destes recursos, provocando um grande impacto ambiental. Esse impacto

pode decorrer também, dos resíduos, das emissões, das contaminações, etc. provindas

do processamento dos recursos naturais para obtenção de produtos industriais.

Na década de 80 apareceu pela primeira vez o conceito de desenvolvimento

sustentável, sendo consagrado em relatório publicado pela World Comission on

Environment and Development, órgão da ONU. Este relatório definiu o desenvolvimento

sustentável como “(...) desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem

comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias

necessidades.” (BRUNDTLAND, 1987, p. 16, tradução nossa).

O homem começou a perceber que o desenvolvimento industrial acelerado poderia

prejudicar as gerações futuras de maneira irreversível.

O aumento do interesse pela sustentabilidade, desde então, vem ocorrendo, em

função da consciência ambiental da sociedade e pela legislação ambiental que está cada

vez mais exigente.

As empresas passaram a perceber o impacto de seu processo no meio ambiente,

possibilitando a criação de estudos para diminuição da geração de resíduos, consumo de

energia elétrica, emissão de gases poluentes, etc. Um exemplo são as empresas

siderúrgicas.

1.1. Justificativa

A indústria do aço cresce consideravelmente a cada ano, se recuperando da crise

econômica que afetou a produção no final de 2008 e início de 2009. E, com isso,

aumentam-se também a geração de resíduos, o uso dos recursos naturais, a captação de

água, etc. (INSTITUTO AÇO BRASIL, 2012)

A geração de coprodutos e resíduos nas siderúrgicas é bastante significativa, sendo

que para cada tonelada de aço bruto produzido, gera-se 600 Kg de coprodutos e resíduos

(INSTITUTO AÇO BRASIL, 2013).

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Em 2012, as empresas associadas ao Instituto Aço Brasil (IABr) produziram 17,7

milhões de toneladas de coprodutos e resíduos, 1,5 milhões de toneladas a menos que a

geração do ano anterior. Com relação à destinação 88,5% dos resíduos e coprodutos

gerados foram reaproveitados. (INSTITUTO AÇO BRASIL, 2013)

Nem sempre é possível diminuir a geração dos resíduos sólidos, por alteração no

processo ou usando novas tecnologias. Mas é possível reaproveitá-los em diversos

segmentos, possibilitando a redução dos custos e dos impactos ambientais com a

disposição final em aterros, por exemplo.

Para que o reaproveitamento destes resíduos seja viável é necessário conhecer as

suas características físicas, químicas e ambientais.

De acordo com Gumieri (2002), a baixa reutilização destes resíduos ocorre devido

ao pouco conhecimento de suas características, a variabilidade, a inexistência de normas

e especificações, dificultando então, sua viabilidade técnica.

O desenvolvimento de processos de reciclagem ainda é um desafio. E com ele será

possível obter lucros dentro das siderúrgicas (GUDENAU et al., 2005).

Para Boff e Beuren (2012, p.22), “quanto mais a empresa demonstrar que aliado aos

resultados econômicos está a preocupação com a comunidade e a preservação do meio

ambiente, estará também preservando sua permanência e legitimidade na sociedade.”.

Buscando essa legitimidade, permanência no mercado e a sustentabilidade

ambiental, esse trabalho teve como objetivo diminuir a quantidade de resíduos enviada a

um aterro industrial.

A empresa onde o trabalho foi desenvolvido é uma siderúrgica multinacional, com

operações industriais em 14 países.

Para resolver esse problema, foi utilizado o método MASP (Método de Análise e

Solução de Problemas).

1.2. Objetivo Geral

Este trabalho teve como objetivo diminuir a quantidade de resíduos enviada para

um aterro industrial de uma grande empresa siderúrgica.

1.3. Objetivos específicos

Diminuir a disposição de resíduos no aterro industrial.

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Diminuir o custo com resíduos para a empresa.

Melhorar o indicador de reaproveitamento de resíduos da empresa.

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2. Revisão Bibliográfica

2.1. Processo de Produção do Aço

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de aço, devido à proximidade das

jazidas minerais, eficiência da logística de transporte, mão de obra barata e qualificada e

pela qualidade e abundância do minério de ferro brasileiro (LUZES1, 2005 apud FRATE,

2006, p. 41).

O Brasil também possui um custo de produção baixo e também custo baixo com

relação a alguns insumos, como o minério de ferro, em comparação com os principais

produtores de aço (FRATE, 2006).

As usinas siderúrgicas são classificadas como integradas, semi-integradas e não

integradas. As usinas integradas participam de todo o processo produtivo do aço:

redução, refino e laminação. As usinas semi-integradas participam do processo de refino

e laminação, utilizando ferro gusa, ferro esponja ou sucata para produzir o aço nas

aciarias elétricas. Já as usinas não integradas não produzem o aço, possuindo apenas

redução ou processamento. (RAMOS, 2007)

Com relação a seus produtos as usinas podem ser classificadas em: usinas de semi-

acabados (placas, blocos e tarugos); de planos aços carbono (chapas e bobinas); de planos

aços especiais / ligados (chapas e bobinas); de longos aços carbono (barras, perfis, fio

máquina, vergalhões, arames e tubos sem costura); de longos aços especiais / ligados

(barras, fio-máquina, arames e tubos sem costura) (INSTITUTO AÇO BRASIL, 2009).

1 LUZES, I.C.F. Informação Verbal. A Analista de comércio exterior. Brasília: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior, 21 nov. 2005.

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Figura 1 - Processo de Produção do Aço (INSTITUTO AÇO BRASIL, 2013, p.19)

2.1.1. Laminação

O processo de produção do aço de uma usina semi-integrada se inicia na Aciaria

Elétrica. O produto da aciaria, chamado de tarugo ou lingote é enviado para a etapa de

conformação mecânica. (INSTITUTO AÇO BRASIL, 2009)

A laminação é um processo de conformação mecânica, onde a seção transversal da

matéria-prima é reduzida devido à passagem por cilindros.

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Os laminadores são compostos por gaiolas, sendo estas formadas por cilindros que

serão os responsáveis pela redução da seção.

Figura 2 - Gaiolas Laminadoras (SIEMENS, 2013)

Primeiramente, a matéria-prima vinda da Aciaria, é reaquecida nos fornos de

reaquecimento, chegando a uma temperatura em torno de 1000˚C a 1200˚C (INSTITUTO

AÇO BRASIL, 2009). Isso é feito para homogeneizar a temperatura em todo o material,

facilitando o processo de conformação.

Depois, o material é enviado às gaiolas de desbaste, responsável pelas primeiras

deformações do material, preparando-o para a próxima etapa, que é o trem

intermediário (INSTITUTO AÇO BRASIL, 2009).

Nesta etapa, a seção do material é reduzida, mas não é a seção especificada. É

necessária a passagem pelo trem acabador, onde são dadas as dimensões finais do

material. (INSTITUTO AÇO BRASIL, 2009)

Há diferenças nos equipamentos do trem acabador, dependendo do tipo de

material que irá ser produzido, como as barras e os rolos. Mas o objetivo é o mesmo,

atingir as dimensões especificadas. (INSTITUTO AÇO BRASIL, 2009)

Durante todo o processo de laminação é utilizado água para resfriar os cilindros

responsáveis pela conformação. Na empresa onde o trabalho foi realizado, essa água é

tratada e recirculada, sendo utilizada novamente.

A água utilizada no resfriamento dos equipamentos da laminação é tratada na

Estação de Tratamento de Efluentes da Usina. Esse tratamento é feito para que esta água

não danifique o produto que está sendo laminado.

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2.2. Tratamento de águas de contato direto nas siderúrgicas

Após o resfriamento dos produtos e equipamentos na laminação, essa água é

tratada antes de retornar ao processo, para evitar o aparecimento de defeitos nos

materiais, devido a sais presentes nesse efluente de retorno.

O processo de reciclagem de água bruta nessa usina ocorre de acordo com o

fluxograma apresentado na figura 3.

Figura 3 - Fluxograma da Reciclagem de Água Bruta

A água de contato direto com os laminadores é enviada ao tanque de acúmulo de

carepa, onde ocorre a sedimentação deste resíduo, que é retirado utilizando

equipamentos mecânicos e então, enviado ao canal de carepa, onde permanece secando.

Durante a secagem, a água em excesso retorna ao tanque de acúmulo de carepa. A

carepa seca é então reutilizada na produção de contrapesos, blocos, etc.

Depois do tanque de acúmulo de carepa, a água segue para outros tanques onde

ocorre a adição de produtos químicos. O carbonato de sódio adicionado tem como função

ajustar o pH, para que se atinja o pH ideal para a etapa seguinte. Depois, são adicionados

polímeros aniônicos, para que ocorra a floculação. O material sólido é separado depois de

decantado, e é chamado de lodo, sendo enviado para tanques de secagem e depois ao

aterro industrial de Resíduos Classe II A. A água em excesso presente no lodo retorna

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16

para os tanques de decantação, seguindo o fluxo de tratamento. Este lodo é gerado em

grandes quantidades e não possui nenhum tipo de reuso.

O efluente já com menor concentração de sólidos passa por um processo de

flutuação, onde ocorre a separação água/óleo. Após isso, o efluente segue para filtros de

areia/antracito, onde ocorre separação física de sólidos ainda presentes no efluente.

Por fim, esse efluente já apresenta baixa concentração de sólidos, podendo ser

enviado para as torres de resfriamento. Nessa etapa é feita a cloração da água, para

eliminar micro-organismos que possam estar presentes. Depois de resfriado, o efluente

retorna ao processo.

2.2.1. Sedimentação

A sedimentação é um processo que utiliza a força propulsora da gravidade para

separar um meio sólido de um líquido (CADORIN, 2008).

O processo de sedimentação é classificado em 4 tipos: sedimentação discreta (tipo

I), sedimentação floculenta (Tipo II), sedimentação em zona (Tipo III), sedimentação por

compressão (Tipo IV). (FABRETI, 2006; CADORIN, 2008; GOMES, 2010; LOPES, 2011)

Tipo I: Sedimentação Discreta: refere-se à sedimentação de partículas não

floculentas, com baixa concentração de sólidos. Essas partículas não interagem com as

partículas vizinhas, sedimentando como entidades individuais.

Tipo II: Sedimentação Floculenta: refere-se à sedimentação de partículas que estão

em solução relativamente diluídas. Durante o processo ocorre colisão entre essas

partículas, formando agregados maiores. Essa floculação depende do contato entre as

partículas, que varia com a vazão, profundidade do tanque, gradiente de velocidade,

concentração e tamanho.

Tipo III: Sedimentação em Zona: refere-se à sedimentação de partículas com

concentração intermediária de sólidos. Ocorrem forças interparticulares que retardam a

sedimentação das partículas vizinhas. Essas partículas permaneceram em posições fixas,

sedimentando como um bloco rígido. Favorece a formação de uma interface sólido-

líquida bem definida.

Tipo IV: Sedimentação por compressão: refere-se à sedimentação de partículas com

concentração elevada, formando uma estrutura que se sedimenta por compressão. Isso

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17

ocorre devido ao peso das partículas, fazendo com que a água seja removida dos flocos,

diminuindo seu volume.

O processo de sedimentação da empresa em questão ocorre no tanque de acúmulo

de carepa, onde o sólido sedimentado é chamado de carepa e é separado por garras

mecânicas. O efluente segue para a etapa de coagulação e floculação.

2.2.2. Coagulação/Floculação

As partículas em suspensão podem ser removidas por sedimentação, em um

período de tempo razoável, sem a necessidade de se adicionar coagulantes. Mas as

partículas coloidais (0,01 µm a 1,0 µm), devido ao seu baixo peso específico, necessitam

desses reagentes. (FERRAZ, 2012)

A clarificação, no tratamento de efluentes, tem como objetivo aglutinar as

partículas em suspensão, utilizando a coagulação/floculação. Isso reduz a quantidade de

sólidos em suspensão, poluentes e carga orgânica (CAVALCANTI, 2012).

A coagulação ocorre com a aglutinação de partículas finas. Essas partículas são

atraídas por forças de Van-der-Waals, sendo efetivas apenas a pequenas distâncias. A

ação dessas forças é repelida devido à presença de uma atmosfera eletricamente

carregada ao redor dessas partículas. Com isso, há um equilíbrio entre essas forças de

atração e repulsão. (PENNA, 2009)

Com a adição de coagulantes, ocorrerá a neutralização dessas cargas, pois são

eletrólitos de carga oposta ao do sistema. Isso anulará as forças de repulsão, permitindo a

aderência entre as partículas devido às forças moleculares (PENNA, 2009). Depois se

procura homogeneizar a mistura, por processo mecânico ou hidráulico.

Após essa etapa de coagulação, as partículas na água bruta irão formar os flocos. E

este processo é denominado floculação. Esta ocorre com a formação de “pontes” entre

partículas em suspensão. Os reagentes utilizados são polímeros de cadeia longa, podendo

ser naturais ou sintéticos.

Em suma, na coagulação ocorre desestabilização da dispersão coloidal e na

floculação ocorre a agregação dessas partículas coloidais através do uso dos polímeros. A

floculação é realizada após a coagulação, para permitir a formação de agregados maiores.

(MENEZES, 2005)

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Essas partículas formadas na coagulação/floculação serão separadas da parte

líquida por sedimentação ou flotação.

2.2.3. Filtros de Areia

Os filtros de areia são equipamentos formados por uma ou mais camadas de

materiais granulares, principalmente areia ou pedregulhos (MESQUITA, 2010).

As partículas sólidas presentes no fluido ficam retidas no meio poroso, por

possuírem diâmetros maiores (RAMIREZ, 2010).

Mas pode ocorrer também o fenômeno da aderência, aonde as partículas em

suspensão vão se aderir ao grão do material do meio filtrante (PIZARRO2, 1996 apud

RAMIREZ, 2010, p. 27). Isso possibilita a retenção de partículas com diâmetros menores

que o do meio (RICHTER; NETTO, 20003 apud RAMIREZ, 2010, p. 27).

O princípio de funcionamento se baseia na aplicação de um afluente sobre a

superfície do leito de areia, por meio de uma tubulação que realiza a distribuição

(MENORÉT et al., 2002; TONETTI, 2004)

2 PIZARRO, F. Riegos localizados de alta frecuencia. 3 ed. Madrid: Mundi Prensa, 1996. 513 p.

3 RICHTER, C. A.; NETTO, J. M. de A. Tratamento de água – tecnologia atualizada. 3 ed. São Paulo, 2000.

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Figura 4 - Detalhes dos componentes de um filtro de areia (RAMIREZ, 2010, p. 25)

Esse filtro possui como vantagens o pequeno espaço requerido e a pouca energia

consumida (TONETTI, 2004).

2.3. Método de Análise e Solução de Problemas

A sociedade atual exige qualidade nos processos, produtos, serviços, atendimento,

etc. Diversos métodos foram desenvolvidos para aperfeiçoar a gestão da qualidade nas

organizações, como o sistema de gerenciamento denominado QC STORY (Método de

Solução de Problemas).

O método de solução de problemas é fundamental para o controle da qualidade.

Sabe-se que problema é um resultado indesejável de um processo, que pode se

manifestar a partir da existência de uma série de causas (ALVAREZ, 1997).

Muitas empresas resolvem seus problemas de maneira errônea, isso faz com que

ele não seja totalmente erradicado, voltando a acontecer, apesar de todos os esforços

para eliminá-lo.

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Alguns erros cometidos durante a solução dos problemas são: concluir por intuição,

não analisando alternativas; decidir pelo caminho mais fácil, desprezando dados e fatos,

devido à pressa ou dificuldade; dimensionamento errado do problema, devido ao uso

inadequado das ferramentas; contentar-se com uma única solução, devido, por exemplo,

a falta de tempo; isolar-se com o problema, não consultando as pessoas responsáveis

pela ação ou as pessoas realmente afetadas; desprezar os detalhes, não aprofundando na

solução e nem em seus efeitos colaterais (GRIMALDI; MANCUSO, 19944 apud AGUIAR,

2004, p. 21).

Para que estes erros não sejam cometidos é necessário o uso de métodos que

permitam que os problemas sejam solucionados de maneira eficaz, como o já citado QC

STORY (conhecido também como QC Storyline ou Quality Improvement Story) e

conhecido no Brasil como Método de Análise e Solução de Problemas (MASP).

Este método fornece meios para analisar e priorizar os problemas; gerar controle da

qualidade; identificar situações - problema; estabelecer o controle de forma rápida;

planejar o trabalho que será realizado (ROSSATO, 1996).

“A análise de processo é uma sequência de procedimentos lógicos, baseada em

fatos e dados, que objetiva localizar a causa fundamental dos problemas” (CAMPOS,

1992, p. 208). Essa análise pode ser utilizada na rotina ou no gerenciamento da empresa,

sendo possível localizar uma nova meta como um problema a ser resolvido (CAMPOS,

1992).

Este é um método flexível e não é prescritivo, pois as ferramentas não são

específicas para cada etapa, são apenas sugeridas (ALVAREZ, 1997).

Deve-se ressaltar a diferença entre método e ferramenta. Método é uma sequência

lógica para se atingir uma meta. Já a ferramenta é um recurso utilizado pelo método. Sem

o método, as ferramentas não irão solucionar os problemas de maneira definitiva

(CAMPOS, 1992).

O QC STORY pode ser aplicado a outras situações, além dos problemas de chão de

fábrica, apenas adequando as técnicas para isso (ALVAREZ, 1997).

Utiliza o conceito do PDCA (Ciclo do PDCA, Ciclo de Shewart ou Ciclo de Deming),

que é um ciclo com foco na melhoria contínua (FREITAS, 2009).

4 GRIMALDI, R.; MANCUSO, J.H. Qualidade Total. Folha de SP e Sebrae, 6º e 7º fascículos, 1994.

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21

O PDCA, segundo Campos (1992), é composto de quatro fases, sendo elas: planejar,

executar, verificar e atuar.

Plan - O planejamento consiste em se estabelecer metas sobre os itens de controle

e definir o método para se atingir essas metas.

Do - A execução é feita da maneira como prevista no plano e devem ser coletados

os dados que serão utilizados para a verificação.

Check - A partir desses dados coletados, compara-se o resultado com a meta

estipulada no planejamento.

Action - detectam-se os desvios e atua de maneira a corrigi-los.

Figura 5 - Ciclo do PDCA (CAMPOS, 2004)

O ciclo do PDCA está bem disseminado, sendo bastante utilizado nas indústrias,

serviços, comércio e também em trabalhos acadêmicos (TERNER, 2008).

2.2.4. As Etapas do MASP

As etapas do MASP devem ser seguidas de maneira sequencial, para que o

problema seja corretamente identificado, bloqueado e corrigido.

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22

O MASP utilizado consta de oito etapas:

1) Identificação do problema

2) Observação

3) Análise

4) Plano de Ação

5) Ação

6) Verificação

7) Padronização

8) Conclusão

Etapa 1: Identificação do Problema

Figura 6 - Etapa 1 (CAMPOS, 1992)

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23

Etapa 2: Observação

Figura 7 - Etapa 2 (CAMPOS, 1992)

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24

Etapa 3: Análise

Figura 8 - Etapa 3 (CAMPOS, 1992)

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25

Etapa 4: Plano de Ação

Figura 9 - Etapa 4 (CAMPOS, 1992)

Etapa 5: Ação

Figura 10 - Etapa 5 (CAMPOS, 1992)

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26

Etapa 6: Verificação

Figura 11 - Etapa 6 (CAMPOS, 1992)

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27

Etapa 7: Padronização

Figura 12 - Etapa 7 (CAMPOS, 1992)

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28

Etapa 8: Conclusão

Figura 13 - Etapa 8 (CAMPOS, 1992)

O método deve ser utilizado pelos operadores e supervisores e estes devem ser

orientados pelo gerente. Todos os colaboradores devem ser treinados no método, para

que assim possam aplicá-lo corretamente, atingindo seu objetivo.

2.2.5. Ferramentas

As ferramentas que podem ser utilizadas no método definido na empresa são:

1. Fluxogramas ou diagramas de processo

2. Lista de verificação

3. Diagrama de Pareto

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29

4. Diagrama de Causa e Efeito

5. Histograma

6. Gráfico de Dispersão

7. Carta de Controle

Ainda há três ferramentas complementares:

1. Estratificação

2. Brainstorming

3. 5W1H

2.3.2.1. Estratificação

Na estratificação ocorre o agrupamento de dados e informações com o objetivo de

se encontrar pontos comuns. Tem-se como fatores de estratificação naturais, os

equipamentos, insumos, métodos, pessoas, medidas e condições ambientais.

Segundo Werkema (1995) estratificando as informações, sob vários pontos de vista,

é possível reconhecer as características do problema, como por exemplo:

Tempo: Os resultados são diferentes de manhã, de tarde e de

noite?

Local: Os resultados são diferentes em diferentes regiões do país ou

em diferentes linhas de produção?

Tipo: Os resultados são diferentes dependendo do fornecedor?

2.3.2.2. Brainstorming

O brainstorming é chamado também de tempestade de ideias. Nesta técnica os

participantes do grupo, envolvidos no projeto, apresentam todas as ideias que vem a

cabeça e estas vão sendo listadas por outro participante numa lousa ou quadro. As ideias

não devem ser criticadas, elogiadas e nem descartadas, para que os participantes não se

sintam intimidados, possibilitando o maior fluxo de ideias.

De acordo com Peinado e Graeml (2007), para uma reunião de Brainstorming deve-

se decidir o assunto que será discutido, escolher uma pessoa que será responsável por

anotar as ideias, possibilitar que os participantes falem suas ideias, cada um de uma vez e

continuar até que tenham se esgotados todas, para depois discuti-las.

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30

2.3.2.3. 5W1H

É um check list utilizado para garantir que chefia e subordinados saibam como a

operação será conduzida (PEINADO; GRAEML, 2007).

Deve se elaborar um formulário para cada proposta de ação, respondendo as

perguntas do quadro abaixo:

WHAT (O quê?) Qual tarefa? O que será feito? Quais são as

contramedidas para eliminar as causas do problema?

WHERE (Onde?) Onde será executada a tarefa?

WHY (Por quê?) Por que esta tarefa é necessária?

WHO (Quem?) Quem vai fazer? Qual departamento?

WHEN (Quando?) Quando será feito? A que horas? Qual o cronograma a ser

seguido?

HOW (Como?) Qual o método? De que maneira será feito?

Figura 14 - Formulário para proposta de ação

Figura 15 - Modelo de 5W1H

2.3.2.4. Fluxograma

O Fluxograma é um diagrama utilizado para representar os passos de um processo

por meio de símbolos gráficos. O uso do fluxograma facilita o entendimento e visualização

do processo, facilitando a identificação de pontos ou áreas problemáticas. Esses

O quê? Onde? Por quê? Quem? Quando? Como?

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31

problemas, então, poderão ser tratados e o processo melhorado, rumo à qualidade total.

(PEINADO; GRAEML, 2007)

Figura 16 - Modelo de fluxograma (PEINADO; GRAEML, 2007, p. 540)

2.3.2.5. Lista de Verificação

As folhas de verificação facilitam a coleta e organização dos dados. É uma das

ferramentas da qualidade mais simples, onde os dados coletados são organizados em

quadros ou tabelas (PEINADO; GRAEML, 2007).

Segundo Krajewski, Ritzman e Malhotra (2009, p.1345 apud TAVAREZ, 2012, p.31)

“uma lista de verificação é um formulário usado para registrar a frequência da ocorrência

de determinadas características do serviço ou produto relacionado ao desempenho”.

Essa ferramenta apresenta bastante flexibilidade, sendo vários os tipos e folhas que

podem ser utilizadas. Essas folhas são criadas de acordo com o objetivo da coleta de

5 KRAJEWSKI,L.J.; RITZMAN, L.; MALHOTRA, M. Administração de Produção e Operações. São Paulo: Pearson

Prentice Hall, 2009. 615 p.

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32

dados. Têm-se como exemplo, Folhas de Verificação para Classificação de um defeito,

para Identificação de Causas de Defeitos, para Localização de Defeitos. (WERKEMA, 1995)

2.3.2.6. Diagrama de Pareto

Os diagramas de pareto são gráficos compostos por barras verticais, que

possibilitam determinar quais problemas são prioridades (WERKEMA, 1995).

A distribuição dos problemas é variável e com essa ferramenta, é possível melhorar

significativamente um indicador, atacando os problemas pouco vitais (pequeno número

de problemas que resultam em grandes perdas), através de um pequeno número de

ações. E com isso, não é necessário o dispêndio de tempo e dinheiro com problemas que

não irão interferir consideravelmente nas perdas (WERKEMA, 1995).

O gráfico possui barras verticais organizadas em ordem decrescente de frequência,

sendo possível determinar os problemas ou causas prioritárias, que representam de 80 a

90% das perdas. Nas abscissas é colocado o parâmetro que se deseja estudar e no eixo

das ordenadas, a frequência (AGUIAR, 2004).

O Gráfico de Pareto pode ser usado para efeito e para causa. Nos gráficos para

efeito é possível identificar os principais problemas e nos de causa, as principais causas do

problema (WERKEMA, 1995).

Figura 17 - Gráfico de Pareto para os Casos de Devolução (PEINADO; GRAEML, 2007, p. 549).

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33

2.3.2.7. Diagrama de Causa e Efeito

Esse diagrama também é chamado de Espinha de Peixe e de Diagrama de Ishikawa,

devido ao seu criador Professor Kaoru Ishikawa.

Esse diagrama relaciona os efeitos com suas causas, sendo possível identificá-las

corretamente, antes de aplicar as mudanças (WERKEMA, 1995).

Um exemplo de diagrama de Ishikawa é o 6M, que relaciona fatores como Mão-de-

obra, Matéria-prima, Meio Ambiente, Medição, Máquina e Método. Para organizações de

serviços há a alteração destes fatores por Política, Legislação, Lugar, Pessoal,

Procedimentos, etc. (PEINADO; GRAEML, 2007).

As causas podem ser levantadas utilizando a ferramenta Brainstorming (WERKEMA,

1995).

A linha horizontal representa o efeito do problema. Nas linhas ligadas diretamente

na linha horizontal são levantadas as causas primárias. As linhas que partem dessas

causas primárias são as causas secundárias e assim sucessivamente. Para se chegar a

essas causas é necessário partir do efeito e realizar a pergunta: Por que isso ocorre? E

continuar perguntando até que esgote todas as alternativas.

Depois, deve-se reunir com todos os participantes do grupo e testar as hipóteses.

Com o teste de hipóteses é possível identificar as causas que possuem maior

importância para a ocorrência do efeito.

Figura 18 - Diagrama de Ishikawa (GIOVANA, 2011)

2.3.2.8. Histograma

O histograma envolve medições de dados, como dimensão, temperatura, etc. e

mostra a distribuição desses valores. Ele mostra o comportamento dos valores de uma

característica através da frequência que esses valores aparecem.

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34

O histograma é um gráfico de barras no qual o eixo horizontal, subdividido em vários pequenos intervalos, apresenta os valores assumidos por uma variável de interesse. Para cada um destes intervalos é construída uma barra vertical, cuja área deve ser proporcional ao número de observações na amostra cujos valores pertencem ao intervalo correspondente. (WERKEMA, 1995)

Com isso, é possível obter a forma de distribuição dos dados, sua dispersão e

centralização, sendo possível saber se o processo está estável ou não, se atende às

especificações e se serão necessárias medidas para diminuir a variabilidade do processo

(WERKEMA, 1995).

2.3.2.9. Gráfico de Dispersão

Com os gráficos de dispersão é possível perceber a relação entre duas variáveis.

Mas essa relação não é necessariamente uma relação de causa e efeito. A relação entre

as variáveis pode ser também uma relação entre efeitos, entre causas, ou na realidade,

não ter relação nenhuma. Por isso é necessário conhecimento técnico no processo, para

se definir se possui ou não uma relação e qual é o tipo desta (WERKEMA, 1995).

Esse gráfico é feito através da coleta de dados. Uma variável é representada no eixo

horizontal e a outra no eixo vertical.

Deve-se atentar para o intervalo de variação, pois, por exemplo, pode-se pegar um

pequeno intervalo, onde se tem uma relação linear. Mas se esse intervalo for maior, pode

ficar evidente que não há relação entre as duas variáveis. (WERKEMA, 1995).

Figura 19 - Diagramas de Dispersão (LUGLI, 2008)

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35

2.3.2.10. Carta de Controle

Toda produção final possui certa variabilidade em suas características. Essas

variabilidades podem ser causadas por variação na matéria-prima, nos equipamentos, nas

condições ambientais, etc. É importante que essa variabilidade de produto seja

controlada, para que este seja de boa qualidade (WERKEMA, 1995).

Uma ferramenta utilizada para monitorar a variabilidade e avaliar a estabilidade de

um processo é chamada de gráficos de controle (WERKEMA, 1995).

Figura 20 - Modelo de Carta de Controle

O processo estará fora de controle se os pontos não estiverem entre o LSC (Limite

superior de controle) e LIC (Limite inferior de controle) e/ou se os pontos não tiverem

uma configuração aleatória (WERKEMA, 1995). Quando o processo estiver fora de

controle é possível dispor de informações que possibilitam a identificação das causas

(WERKEMA, 1995).

Série6; Hora 1; 33

Série6; Hora 2; 32

Série6; Hora 3; 30

Série6; Hora 4; 32

Série6; Hora 5; 31

Série6; Hora 6; 33 Série6; Hora 7; 33

Série6; Hora 8; 32

Série6; Hora 9; 31

Série6; Hora 10; 30

Série6; Hora 11; 31

Série6; Hora 12; 32

Títu

lo d

o E

ixo

Título do Eixo

Carta de Controle

LSC

LIC

MÉDIA

LSC = Limite Superior de controle = 34 g LIC = Limite inferior de controle = 30 g Média = 32 g

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36

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37

3. Metodologia

3.1. Método de Pesquisa

O presente trabalho se baseou em um estudo exploratório, utilizando a pesquisa-

ação.

A pesquisa-ação é uma metodologia onde o pesquisador participa ativamente do

trabalho, propondo ações para a melhoria da prática.

Diferente de muitos estudos, onde primeiro se tem um embasamento teórico para

identificação de lacunas e depois se inicia o trabalho, a pesquisa-ação parte de um

problema e que para resolvê-lo irá se realizar um estudo teórico (MELLO, 2012).

O pesquisador não é um observador independente, mas se torna um participante, e o processo de mudança torna-se seu objeto de pesquisa. Deste modo, o pesquisador tem dois objetivos: agir para solucionar um problema e contribuir para um conjunto de conceitos para o desenvolvimento do sistema. (BENBASAT, GOLDSTEIN, MEAD, 1987, p. 371)

Segundo Brown e Dowling (2001, p. 1526 apud TRIPP, 2005, p. 447) a “pesquisa-

ação é um termo que se aplica a projetos em que os práticos buscam efetuar

transformações em suas próprias práticas...”.

A escolha da pesquisa ação deve-se ao fato que este método de pesquisa possui

base empírica focada na resolução de um problema coletivo no qual os participantes

estão envolvidos ativamente.

A sequência para a condução da pesquisa-ação acontece em cinco fases: planejar,

coletar dados, analisar esses dados, implementar ações para resolver o problema em

questão, avaliar os resultados e gerar um relatório afim de prover o monitoramento e

divulgação dos resultados obtidos (COUGHLAN; COUGHLAN,2002). A Figura 21 apresenta

a estruturação da condução da pesquisa ação.

6 BROWN, A.; DOWLING, P. Doing research/reading research: a mode of interrogation for teaching. Londres:

Routledge Falmer, 2001.

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38

Figura 21 - Estruturação para condução da pesquisa-ação (Adaptado de Coughlan e Coughlan, 2002)

Esta lógica da pesquisa-ação se assemelha as etapas do MASP, de acordo com a

figura 22:

Etapas da Pesquisa-Ação Etapas do MASP

Planejar a pesquisa-ação 1 - Identificação do problema

Coletar dados 2 - Observação

Analisar dados e planejar

ações

3 - Análise

4 - Plano de Ação

Implementar ações 5 - Ação

Avaliar resultados e gerar

relatórios

6 - Verificação

7 - Padronização

8 - Conclusão

Figura 22 - Comparação das etapas da pesquisa ação e do MASP

Planejar a pesquisa- ação

Coletar dados

Analisar dados e planejar ações

Implementar ações

Avaliar resultados e

gerar relatório

Monitoramento

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39

No planejamento da pesquisa-ação são identificadas as situações problemáticas e

estas são submetidas à análise para se encontrar seu grau de relevância e sua viabilidade,

definindo assim, a situação que deverá ser trabalhada. Isso equivale à etapa 1 de

Identificação do Problema do MASP, onde os problemas são identificados e priorizados

de acordo com seu grau de significância, utilizando como ferramenta de análise o

diagrama de Pareto.

Após definir o problema que será trabalhado é feita a coleta de dados, que na

pesquisa ação ocorre de maneira similar a da etapa 2 do MASP, onde são realizadas

observações na área onde o problema ocorre, onde é realizada uma revisão bibliográfica,

para se encontrar estudos semelhantes que possam ter sido feitos anteriormente e, por

fim, os dados são levantados e medidos.

As observações realizadas são analisadas e uma hipótese é levantada acerca da

causa do problema e, com isso, é elaborado um plano de ação para atacar essa causa.

Esta é a etapa de análise dos dados e planejamento das ações da pesquisa-ação. No

MASP, as etapas que realizam procedimentos similares são a etapa 3 de Análise, onde se

utiliza o digrama de Ishikawa como ferramenta para analisar as observações obtidas e a

etapa 4 onde se elabora o Plano de Ação a ser implantado.

Elaborado o plano de ação, realiza-se a etapa de implementação das ações da

pesquisa-ação, onde todo o plano esboçado é posto em prática. Essa etapa é similar a

etapa 5 do MASP.

Por fim, é realizada a última etapa da pesquisa-ação, que é analisar resultados e

gerar relatórios. Esta etapa se equivale às etapas 6, 7 e 8 do MASP, pois ambos utilizam

um indicador para acompanhamento do trabalho, o plano de ação é avaliado, verificando

se precisa de aperfeiçoamento e por fim, os resultados obtidos são comunicados a todos

os interessados.

Essa comparação mostra claramente a relação entre o método de pesquisa

científica escolhido e a metodologia MASP, que foi utilizada para atingimento dos

objetivos propostos.

A metodologia MASP é prescritiva, sendo importante a sua aplicação na ordem

correta das etapas, para que a resolução do problema seja eficiente.

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40

3.2. Objeto de Pesquisa

A empresa em questão é uma siderúrgica multinacional e a planta onde este

trabalho foi realizado se localiza no Vale do Paraíba. Possui como um de seus valores a

sustentabilidade econômica, social e ambiental. Visando manter o compromisso desse

desenvolvimento sustentável, a empresa investe na redução do uso de recursos naturais,

redução da geração de resíduos, reciclagem e pesquisas para aumentar o

reaproveitamento de coprodutos.

Com relação aos resíduos gerados, a empresa gera resíduos classe I (resíduos

perigosos), resíduos classe IIB (resíduos inertes) e resíduos classe IIA (resíduos não

perigosos e não inertes). A destinação destes resíduos é feita pela área de Meio

Ambiente, buscando sempre reduzir, reciclar ou reaproveitar. Quando nenhuma dessas

alternativas é possível, os resíduos acabam sendo destinados a aterros específicos, de

acordo com sua classe.

Visando a sustentabilidade, destinar resíduos para aterros é uma prática bastante

indesejável, pois são consumidos recursos naturais nos processos de produção, obtendo-

se estes resíduos, que aterrados não irão contribuir em nenhum outro processo. Sendo

reaproveitados é possível consumir menos recursos naturais nos processos em que

vierem a ser reutilizados.

Além disso, o aterro ocupa um grande espaço e deve ser monitorado e controlado,

aumentando custos e ocupando um local que poderia ser utilizado para fins mais

sustentáveis.

3.3. Condução da Pesquisa

O trabalho realizado buscou diminuir a quantidade de resíduos enviada para o

aterro industrial classe IIA. Para atingir esse objetivo foi montada uma equipe formada

por cinco integrantes, sendo quatro da área ambiental e um da Utilidades/Manutenção.

Este trabalho foi conduzido através de uma série de etapas, das quais as mais

relevantes foram:

1- Estudo aprofundado da metodologia MASP, por parte da pesquisadora.

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41

2- Conscientização da equipe na metodologia MASP, onde a pesquisadora treinou

os participantes do grupo no passo a passo de todas as etapas.

3- Aplicação de todas as etapas da metodologia MASP, no qual coube à

pesquisadora conduzir as seguintes etapas: Identificação do Problema,

Observação, Análise, Plano de Ação, Ação, Verificação, Padronização e

Conclusão.

A pesquisadora participou ativamente dos assuntos tratados em reunião, intervindo

em decisões, buscando soluções e contribuindo com ideias.

Todo o trabalho foi coordenado pela pesquisadora e todas as pessoas participaram

de modo colaborativo, para atingimento do objetivo proposto.

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42

4. Resultados e Discussão

4.1. Etapa 1 - Identificação do Problema

Seguindo a metodologia MASP, primeiramente iniciou-se o trabalho com a

identificação do problema.

A área de Meio Ambiente da empresa em questão é responsável pela gestão dos

resíduos. Os resíduos são classificados em Classe I (resíduos perigosos), Classe IIB

(resíduos inertes) e Classe IIA (resíduos não perigosos e não inertes), de acordo com a

norma da ABNT NBR 10004:2004.

A maioria dos resíduos da Classe IIA gerados na empresa é enviada pela área de

Meio Ambiente, para o aterro interno Classe IIA. Os resíduos da classe IIB são enviados

para o aterro de obra civil, dentro da própria Usina. E, por fim, os resíduos da Classe I são

enviados para outras empresas que tratam e destinam a aterros próprios e com controles

adequados. Muitos dos resíduos dentro da empresa já possuem algum tipo de destinação

mais sustentável que o aterro, como o reaproveitamento e a reciclagem.

No aterro de resíduos Classe IIA, os operadores são responsáveis pela

movimentação e alocação dos resíduos em locais pré-determinados, de maneira que cada

resíduo possua sua área específica, facilitando sua identificação.

Anualmente, tem-se o envio de grandes quantidades de resíduo para o aterro

Classe IIA, diminuindo sua vida útil. Isso não é interessante, pois o investimento para a

construção de um novo aterro é muito alto, além do impacto ambiental.

No ano de 2012 teve-se o aumento de 13,22% de resíduos aterrados. É

fundamental para a empresa que ela conheça bem o tipo e a quantidade de resíduos que

está sendo gerada. Para tal fim, foi utilizada a Análise de Pareto.

4.1.1. Análise de Pareto

Primeiramente, foram separados os resíduos por classe, para confirmar que os

principais problemas eram realmente dos resíduos da classe IIA. Os dados históricos,

referentes aos anos de 2011 e 2012, estão no gráfico 1.

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43

Gráfico 1 - Quantidade de resíduo gerada por classe

Com isso, foi possível confirmar que os resíduos mais gerados pertenciam à classe

IIA, que representavam cerca de 90% do total, no período apurado.

Em seguida, foi feita uma estratificação dos principais resíduos gerados dentro da

classe IIA. Os resultados encontrados estão no gráfico 2.

Gráfico 2 - Porcentagem de resíduos Classe II

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

IIA I IIB

Quantidade de Resíduos por Classe

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44

Verificou-se que os resíduos dos tipos Agregado 1, Agregado 2, Carepa, Areia7 e

Lodo representavam 80% da quantidade gerada.

Estes quatro tipos de resíduos (Agregado 1, Agregado 2, Carepa e Areia) possuem

destinação diferente, não indo para o aterro industrial interno Classe IIA, pois são

utilizados como insumos de outros processos.

Em função disto, o material que foi trabalhado para diminuir a quantidade de

resíduos enviada ao aterro Classe IIA foi o Lodo das ETEs, que representa o maior

problema da empresa, pois é o resíduo que possui a maior quantidade enviada ao aterro

industrial.

A geração deste resíduo ocorre devido ao uso de água para resfriar os

equipamentos da Laminação. A água bruta, após resfriar os equipamentos, é enviada a

tanques de decantação e são realizadas etapas de coagulação/floculação e flutuação,

para retirar impurezas desse efluente.

O lodo é gerado nos tanques de decantação após as etapas de coagulação e

floculação.

Esse tratamento de efluentes é realizado porque a água é novamente utilizada para

resfriar os equipamentos da laminação, e sem esse tratamento, o contato da água bruta

com os produtos levaria a danificação destes.

4.1.2. Descrição das perdas

Para o material destinado ao aterro, dois tipos de perdas foram considerados: as

qualitativas e as quantitativas.

As perdas qualitativas são as relacionadas ao impacto ambiental e as perdas

quantitativas referem-se à redução da vida útil do aterro e ao menor valor do indicador

de reaproveitamento de resíduos.

Para acompanhamento adequado do projeto, definiu-se um indicador e sua meta. O

indicador escolhido foi o de reaproveitamento de resíduos, sendo estabelecida a meta de

que, no mínimo 50% do lodo das ETEs gerado não deveria mais ser enviado para o aterro

industrial. O cálculo deste indicador é apresentado na equação 1:

7 O Agregado 1 e 2 se referem ao resíduo obtido do beneficiamento da escória gerada durante o refino e fusão do aço.

A Carepa é um resíduo obtido a partir da oxidação da superfície do aço em contato com o ar. A Areia é um resíduo obtido durante a moldação de cilindros na área da Fundição.

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45

Quantidade não enviada ao aterro (%) = Quantidade com destino mais sustentável

X100

(1) Quantidade gerada no mês

Antes da realização deste trabalho, o resíduo não possuía nenhuma outra

destinação além do aterro, portanto, ao substituir os valores na equação 1,o indicador se

encontrava em 0%.

Após essas definições, foram calculados os possíveis ganhos com a realização do

trabalho e atingimento da meta.

4.1.3. Ganho Viável

De fundamental importância para a empresa é o calculo do ganho esperado anual

a partir da implantação deste projeto. Este ganho é denominado na empresa como

Ganho Viável e seu cálculo se inicia a partir do custo do aterro, que inclui os custos de

transporte e movimentação dos resíduos no aterro, o custo com colaboradores e o custo

da vida útil do aterro. Esses valores foram somados e depois divididos pela capacidade

máxima de armazenamento de resíduos no aterro. Isso pode ser mais bem entendido

através da equação 2.

Custo do aterro =

Custos (transporte+movimentação+colaborador+vida útil) (R$) (2)

Tonelada Capacidade máxima de armazenamento no aterro (t)

A partir do cálculo do custo do aterro/tonelada, estabeleceu-se uma maneira para

calcular o ganho ao longo do projeto. Este cálculo se iniciou com o uso da equação 3.

No início do projeto não era possível se conhecer que tipo de destinação, diferente

do aterro industrial, o resíduo teria, se iria gerar receita ou custo. Sendo assim, no início

do projeto, não existia receita, portanto sendo atribuído um valor de R$ 0,00.

O termo Custo na equação 3 refere-se ao resíduo lodo das ETEs que é enviado ao

aterro, e seu cálculo é feito conforme demonstrado na equação 4.

Lucro = Receita - Custo (3)

Custo = Quantidade de lodo enviada ao aterro no mês x Custo do aterro

Tonelada (4)

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46

O cálculo do resultado final esperado com a realização do projeto, que mostra a

redução de custos, foi calculado através da equação 6.

O cálculo do valor anterior à realização do projeto foi feito utilizando a equação 3.

Com isso, o termo Custo foi calculado utilizando a quantidade de lodo gerada no mês,

durante um ano, obtendo-se o valor médio mensal de R$ 13.581,69.

Considerando que a meta estabelecida para redução da quantidade de lodo enviado

para o aterro foi de 50%, a “previsão do custo após a realização do projeto” representava

metade do valor médio mensal apurado na base histórica anterior ao início do projeto, ou

seja: 50% de R$ 13.581,69 = R$ 6.790,85.

Portanto, o Ganho Viável Anual esperado, após a realização do projeto, foi

calculado a partir da diferença entre o “Custo anterior a realização do projeto” e a “

Previsão do custo após a realização do projeto”, através da equação 6, sendo este valor

de R$ 81.490,14.

Com todos esses dados obtidos a etapa 1 foi finalizada.

4.2. Etapa 2 – Observação

A etapa de observação busca descobrir as características do problema através da

coleta de dados e da visita no local de ocorrência do problema, utilizando, portanto,

dados quantitativos e qualitativos. Não se deve definir nenhuma causa do problema

nessa etapa, apenas observar os detalhes de todo o processo e realizar todos os testes

necessários. Os dados coletados serão utilizados na etapa 3, a fim de se encontrar as

causas raízes do problema.

Iniciou-se a etapa 2 analisando o resíduo, através de testes químicos e físicos, para

se conhecer suas características. Os resultados encontrados para a composição química

da amostra estão na tabela 1.

|Redução

de Custos| =

[(Custo anterior à realização do

projeto) -

(Previsão do custo após a

realização do projeto)] x12 (6)

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47

Elemento Concentração

C 2,35%

Si 0,63%

Mn 0,89%

P 0,19%

S 0,03%

Ni 0,10%

Cr 0,37%

Mo 0,04%

Cu 0,12%

Al 0,81%

Fe 85,77%

Tabela 1- Composição Química

Depois, foram obtidos resultados de densidade e umidade. A densidade real obtida

foi de 1,87g/cm3 e a umidade foi de 64,09%.

A partir da obtenção desses dados, foi desenvolvido um estudo para se encontrar

empresas que pudessem utilizar esse resíduo no processo.

O estudo para reutilização foi feito através de pesquisa em teses e dissertações,

análise das características do resíduo, pesquisa de reuso de resíduos similares ao lodo,

como por exemplo, a carepa.

Com a realização do estudo, constatou-se que este resíduo teria grande potencial

para reutilização em blocos e contrapesos industriais, pois resíduos com composição

química semelhante já são utilizados para este fim.

Assim, entrou-se em contato com empresas que produzem esses materiais.

Uma determinada empresa, que fabrica contrapesos, demonstrou interesse pelo

resíduo. Foram enviadas amostras de lodo seco para a empresa e a característica mais

importante que o cliente necessitava era a densidade do material. Após os testes, foi

visto que a densidade do resíduo ficou próxima da especificada, mas não atingiu o ideal

para o processo.

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48

Com isso, teve-se a ideia de misturar o lodo com a carepa, para elevar a densidade.

Foram enviadas amostras de lodo e carepa, em duas proporções distintas: (1:1) e (3:1).8

Isso foi feito, devido ao fato de a carepa possuir elevada densidade e por ser um resíduo

já reaproveitado em outros processos.

Segundo a empresa onde o material foi testado, o ideal para o processo era a

mistura de lodo e carepa (1:1). A densidade obtida nesse mistura foi de 2,74g/cm3, mas

para a reutilização do resíduo nessa empresa, a umidade deveria possuir valor menor que

10% e a umidade do lodo gerado foi de 64,09%.

Com isso, foi necessário aprofundar as observações para possibilitar a reutilização.

Foram realizadas várias observações nas áreas, buscando encontrar oportunidades de

melhorias relacionadas à alta umidade e também observar todos os pontos que

pudessem interferir na destinação, como por exemplo, transporte, disponibilidade de

mão de obra, padrão de mistura de resíduos e locais de armazenamento temporário, pois

o lodo, sendo um resíduo da classe IIA, não pode ser armazenado em local que não seja

impermeabilizado e controlado.

As áreas observadas foram: (i) - Utilidades, responsável pelo tratamento da água

bruta, no qual o resíduo é obtido e (ii) - Aterro interno Classe IIA, pois é o local de

manuseio e destino final do resíduo.

4.2.1. Visita na Área – Utilidades

O lodo é obtido durante o tratamento de água bruta, nos tanques de decantação.

O lodo decantado é levado ao tanque de secagem. Devido à granulometria do

resíduo, ocorre o entupimento dos filtros deste tanque, por onde deveria passar apenas a

água bruta. Os colaboradores colocam carepa (resíduo gerado no início do processo de

tratamento) no fundo do tanque de secagem, impedindo o retorno do lodo para os

tanques de decantação, mas, com isso, não se retira a água do resíduo.

8 Não foi possível obter os dados de densidade que a empresa necessitava e também não se teve acesso aos testes

realizados.

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49

Figura 23 - Tanques de decantação

Figura 24 - Tanque de Secagem

Foi adaptado um sifão para permitir a secagem do lodo nesse tanque, mas este não

é eficiente, pois retira pequena quantidade de água.

Observando a operação desse tanque de secagem, percebeu-se que dependendo

do operador que retirava o lodo do tanque e o enviava ao caminhão que iria transportá-lo

até o aterro, o lodo gerado possuía maior ou menor umidade.

Com isso, foi avaliada a maneira de retirada do lodo feita por cada colaborador.

Alguns colaboradores retiravam o lodo que se encontrava na superfície do tanque e o

enviava ao caminhão. Outros colaboradores retiravam o lodo que se encontrava mais ao

fundo, através do deslocamento do lodo superficial para o lado oposto. E constatou-se

que o lodo se encontrava mais seco quando retirado do fundo do tanque.

4.2.2. Visita na área – Aterro

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50

No aterro, o lodo era armazenado próximo à carepa, devido às características

semelhantes destes resíduos. O lodo era espalhado, utilizando um trator esteira, para que

ocorresse sua secagem.

Verificou-se que havia apenas um operador especializado na movimentação dos

resíduos no aterro, o que era arriscado, pois caso ocorresse algum imprevisto, não

haveria outra pessoa capacitada para realizar esta atividade. E não haveria tempo

disponível para este colaborador realizar a mistura do lodo e carepa (1:1) para a

destinação.

Figura 25 - Lodo e Carepa no Aterro

4.2.3. Transporte

Analisando o transporte de resíduos desde o tanque de secagem até o aterro

industrial, percebeu-se que o tanque de secagem se encontrava constantemente

saturado, pois não tinha um transporte programado para esse resíduo, tendo que solicitar

“empréstimo” de caminhão das outras áreas, dificultando a operação.

Essa saturação prejudicava ainda mais a secagem do resíduo, pois o sifão não

funcionava corretamente, além de não ser possível o planejamento do envio do resíduo

para o possível cliente.

4.3. Etapa 3 – Análise

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51

Depois de observados os pontos que interferiam na destinação, foi realizado o

brainstorming, onde foi perguntado aos colaboradores da equipe responsável pela

resolução desse problema (4 colaboradores da Área Ambiental e 1 da

Utilidades/Manutenção) “Por que grandes quantidades de lodo são enviadas ao aterro?”.

E com os dados obtidos montou-se o diagrama de Ishikawa (figura 26).

Figura 26 - Diagrama de Ishikawa

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52

As causas escolhidas foram as últimas relacionadas em cada fator, sendo em sua

maioria as causas terciárias. Apenas para o fator Método se utilizou a causa secundária,

pois não havia mais nenhuma causa relacionada. Isso foi feito após análise de cada causa

pelo grupo, pois atacando as causas terciárias ou secundárias, as causas primárias seriam

resolvidas, não sendo preciso atacá-las também. Com isso, as causas principais definidas

pelo grupo foram:

Matéria – prima

- Não há outro tanque de secagem para o lodo e o tanque existente é ineficiente,

fazendo com que o material fique constantemente úmido.

Mão de obra:

- Apenas um colaborador é treinado na operação do aterro, isso dificulta a mistura

de lodo e carepa (1:1), devido à falta de tempo do colaborador.

Meio Ambiente

- Não há um padrão com os resíduos e suas características, para que os

colaboradores possam ajudar no reuso dos resíduos.

- Não há um local para armazenamento do resíduo antes da destinação para a

empresa interessada.

Máquina

- Orifícios do tanque permitem a passagem do lodo, onde deveria apenas passar

água.

- A área de Utilidades não está inclusa no contrato com empresa terceira para uso

do caminhão. Com isso, a retirada de lodo é prejudicada, não conseguindo ser

programada.

Método

- Não há um padrão para mistura do lodo e carepa antes da destinação, o que pode

levar a alteração das características do resíduo, prejudicando seu reuso.

4.4. Etapas 4 e 5 - Plano de Ação e Ação

Com todas as causas definidas elaborou-se o plano de ação. O plano de ação

abrangeu todas as causas encontradas onde se procurou o menor custo possível.

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53

Além do plano de ação, também se elaborou um cronograma e com isso, foi

possível iniciar a etapa 5 do MASP, que é Ação.

As ações, a maneira como foram realizadas, o motivo de serem realizadas e sua

causa raiz estão relacionados na figura 27.

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54

Ação Realizada Como? Por quê? Causa Raiz

Divulgaram-se os resíduos e suas características para os colaboradores

Utilizando um meio de comunicação interna da empresa

Não há um padrão com os resíduos e suas características

Para que os colaboradores possam propor ideias de reutilização

Trocou-se o sifão de secagem do tanque por um mais eficiente

Comprando um novo sifão

Pois o sifão antigo não retirava a água adequadamente e visando redução de custos, não se construiu outro tanque

Não há outro tanque de secagem para o lodo e o tanque existente é ineficiente

Padronizou-se a maneira de se misturar lodo e carepa para destinação

Utilizando procedimento controlado e revisado pela área de Meio Ambiente, ficando disponível para todos os colaboradores envolvidos na operação

Para que a mistura fique de acordo com o especificado pelo cliente, para não haver reclamações

Não há um padrão para mistura do lodo e carepa antes da destinação

Foram treinados mais dois colaboradores na operação dos equipamentos do aterro

Através de contratação de empresa terceira

Para tornar possível a mistura de carepa e lodo, pois apenas um colaborador não conseguiria fazer toda a operação

Apenas um colaborador é treinado na operação do aterro

Definiu-se um local de armazenamento da mistura lodo e carepa para destinação

Através de identificação de locais disponíveis na empresa

Os resíduos devem ser armazenados em locais impermeabilizados e cobertos, para não gerar impacto ambiental

Não há um local para armazenamento do resíduo antes da destinação

Bloquearam-se os orifícios do tanque

Utilizando o mesmo material do restante do tanque

Pois a carepa que os colaboradores utilizavam para bloquear os orifícios não durava, fazendo com que o lodo fosse para os outros tanques

Orifícios do tanque permitem a passagem do lodo

Definiu-se um caminhão para a área de Utilidades

Através de contrato com empresa terceira

Para que a retirada do lodo conseguisse ser planejada, melhorando a destinação

A área de Utilidades não está inclusa no contrato com empresa terceira para uso do caminhão

Negociou-se um valor para o resíduo

Através de conversa com a empresa cliente

Para conseguir aumentar a receita com esse material

-

Figura 27 - Ações realizadas

4.5. Etapa 6 - Verificação

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55

A etapa de verificação foi realizada após a conclusão de todas as ações. Foi feito um

monitoramento dos resultados do indicador durante três meses e caso em algum desses

meses a meta estipulada não tivesse sido atingida, seria necessário voltar para a etapa 2

do MASP.

O acompanhamento do trabalho foi feito desde seu início. No mês 1 foi realizada a

etapa de identificação; nos meses 2, 3 e 4 foram realizadas as observações, análise e o

plano de ação; no mês 5 as ações elaboradas no plano de ação foram colocadas em

prática; os meses 6, 7 e 8 se referem a etapa de verificação, que visa checar se a meta foi

atingida.

Pelo gráfico 3 foi possível perceber que nos meses de verificação (6,7 e 8) do

indicador obtido utilizando a equação 1, o lodo atingiu 100% de reuso, sendo que a meta

esperada era de no mínimo 50%.

Esse valor obtido para o indicador significa que toda a quantidade de lodo das ETEs

gerada no mês foi destinada para a empresa produtora de contrapesos, não sendo

enviada para o aterro.

Gráfico 3 - Acompanhamento da Etapa de Verificação

4.6. Etapa 7 - Padronização

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56

Após a verificação, foi realizada a padronização de todas as operações, conforme

descrito pelo MASP. Os padrões modificados foram:

Maneira de retirada do lodo do tanque

Operação do resíduo no aterro

Transporte

Na maneira de retirada do lodo no tanque, colocou-se como padrão a retirada do

material concentrado no fundo do tanque de secagem e não na superfície.

Na operação do resíduo no aterro, padronizou-se a maneira com que o lodo deve

ser misturado com a carepa. Estabeleceu-se também como essa mistura deve ser

espalhada e onde deve ser armazenada.

O transporte foi padronizado através de um contrato com empresa terceira, pois a

área (Utilidades) não possuía um contrato específico para ela, tendo problemas ao

efetuar o transporte do resíduo até seu local de armazenamento.

Após a padronização, foram realizados os treinamentos e monitoramentos do

cumprimento dos procedimentos.

4.7. Etapa 8 - Conclusão

Nesta etapa, a equipe analisou todos os pontos positivos e negativos do MASP, para

melhorar os próximos projetos.

Isso foi feito através da realização de reuniões com todos os envolvidos no trabalho,

onde todos os pontos foram discutidos, para se chegar a um consenso.

Com relação aos pontos positivos, identificou-se que o uso das ferramentas

brainstorming, diagrama de Ishikawa e diagrama de pareto foram primordiais para o

atingimento dos resultados e o apoio das áreas produtivas e dos laboratórios possibilitou

a coleta e análise de dados.

Como dificuldades durante o trabalho, teve-se o contato com os clientes para

enviar os resíduos para teste, pois tinham receio de que os resíduos prejudicassem seus

processos produtivos; as ações que demandavam grandes investimentos, como a

construção de um novo tanque de secagem, devido à situação atual da empresa, não

puderam ser realizadas e para isso, foram feitas adequações no processo e nos

procedimentos.

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57

4.8. Verificação dos objetivos

Para acompanhamento do trabalho foi utilizado a equação 1 e, com isso, foi obtido

o gráfico 4 de monitoramento.

Gráfico 4 - Acompanhamento do Projeto

No gráfico 4, o mês 1 se refere à etapa de identificação, onde o resíduo não foi

reutilizado. Os meses 2, 3 e 4 foram aqueles nos quais foram realizadas as etapas de

observação, análise e plano de ação. O mês 5 se refere ao mês no qual foram realizadas

as ações definidas na etapa anterior. Já os meses 6,7 e 8 se referem à etapa de

verificação.

O mês 4 teve alta porcentagem de reuso, pois foi o mês onde houve baixa geração

do resíduo e onde os resíduos foram enviados para a empresa cliente em maior

quantidade.

Nos meses de verificação, caso o projeto não tivesse sido realizado, o custo com o

envio do resíduo ao aterro seria de R$ 5.115,12 mensais, utilizando a equação 4.

Como toda a quantidade de resíduo gerada foi destinada à empresa produtora de

contrapesos, esse custo de envio ao aterro foi R$ 0,00.

Tem se que o custo anual caso o projeto não fosse realizado, seria de R$ 61.381,42,

significando o custo mensal de R$ 5.115,12 em um período de um ano. E o custo anual

Etapa de Verificação

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58

com a realização do projeto foi de R$ 0,00. Então, a redução de custos anual obtida foi de

R$ 61.381,42.

Com o decorrer do trabalho, foi possível obter receita com o resíduo, através de sua

venda.

A receita foi calculada utilizando a equação 7:

O valor obtido foi de R$ 560,67 mensais.

Com isso o ganho anual obtido com este trabalho foi de R$ 68.109,44. Nesse valor

está incluso a redução de custos obtida com o projeto e a receita obtida com a venda do

resíduo.

O valor foi menor que o previsto no início do projeto, pois nos meses de verificação

a geração do resíduo se manteve menor que a geração utilizada no cálculo do ganho

viável. Isso aconteceu, pois a geração do resíduo é diretamente proporcional à produção

de aço, e a produção se mostrou menor nos meses em questão.

É importante destacar, portanto, que além de não diminuir a vida útil do aterro, o

resíduo passou a gerar receita para a Usina.

Com relação ao objetivo de aumentar o indicador de reaproveitamento de resíduos

da empresa, o Lodo contribuiu em 3,14% no índice de reaproveitamento mensal. Esse

cálculo foi feito utilizando a equação 8, onde se utilizou os valores mês a mês, durante os

3 meses de verificação.

Contribuição no indicador = Quantidade de lodo reutilizada

X 100 (8) Quantidade total de resíduos reutilizados

Receita = Quantidade de lodo enviada à empresa X no mês x Valor de venda do resíduo (7)

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59

5. Conclusão

O MASP (Método de Análise e Solução de Problemas) é um valiosíssima método de

gestão da rotina do dia-a-dia, com foco na melhoria de atividades operacionais, que pode

ser utilizado em problemas relacionados à área de Meio Ambiente, não se limitando

apenas a problemas das áreas produtivas. Para isso foram necessárias algumas

adaptações, não sendo utilizadas todas as ferramentas do método.

Os objetivos do trabalho - diminuir a disposição de resíduos no aterro industrial,

diminuir o custo destes resíduos para a empresa e melhorar o indicador de

reaproveitamento de resíduos da empresa - foram atingidos, comprovando a eficiência

do MASP na resolução de problemas.

O Ganho Anual obtido pela empresa foi de R$ 68.109,44. Além disto, a vida útil do

aterro, de forma indireta, foi aumentada, uma vez que o resíduo não foi mais depositado

no aterro.

Este resíduo, que antes era enterrado, passo u a gerar receita para a Usina, através

de sua venda.

O indicador de reaproveitamento de resíduos da empresa aumentou, pois o Lodo

contribuiu em 3,14% no índice de reaproveitamento.

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