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TERÇA-FEIRA, 21 DE ABRIL DE 2015 TIC, Metas e Bibliotecas Escolares Ao longo do último o desenvolvimento da tecnologia permitiu generalizar o acesso dos cidadãos à informação. Tendo sido criada a “sociedade rede”, impelida pela internet e pelos média, a informação expandiu-se à escala global e gerou rápidas mudanças sociais, culturais e tecnológicas, que se repercutiram nos sistemas educativos, colocando a estes a necessidade de responderem de forma adequada aos desafios: da heterogeneidade de públicos, alargamento de frequência obrigatória, domínio de tecnologias sempre em mudança, aumento da pressão social para obtenção de resultados eficazes por parte das escolas, adequação da oferta formativa às exigências dos mercados, entre outras. A crescente afirmação das perspetivas métricas de eficácia e eficiência (dos rankings, das metas e do controlo dos resultados das aprendizagens) promoveram a uniformização curricular enquanto opção estratégica que fundamenta o princípio da igualdade de oportunidades, que tem alicerçado o paradigma da escola ocidental. A publicação das metas subjaz estes princípios, que se deve investir na aquisição e desenvolvimento do conhecimento, seguindo um dos princípios essenciais das teorias da instrução, priorizando a relação entre o que se pretende que o aluno aprenda – conhecimento ou capacidade – e os processos envolvidos em tal aprendizagem. Neste sentido, foram publicadas as metas transversais na área das TIC enquadrando o desenvolvimento das literacias e das competências transversais que os alunos deverão adquirir ao longo das fases do seu percurso. Nesta sequência, a publicação do referencial aprender com a BE vem esclarecer e regular a relação articulada entre os ambientes globais da sociedade de informação do conhecimento com o contexto educacional das metas curriculares. O documento articula os propósitos enquadrados na era digital (economias do conhecimento, utilização crescente das TIC, transformação nas formas e modos de se aceder à informação, alterações de suportes da leitura), caracteriza os novos ambientes de aprendizagem (ambientes físicos e virtuais, natureza social da aprendizagem, dimensões da aprendizagem) e aborda a questão dos novos quadros de referência sobre as aprendizagens curriculares (competências e metas de aprendizagem, aprendizagem ao longo da vida, tipo de competências, integração curricular de saberes transversais,…). O referencial define desempenhos que traduzem os conhecimentos e capacidades a desenvolver pelos alunos nas áreas da literacia da leitura, literacia dos média e literacia da informação, tendo em conta uma perspetiva transdisciplinar, que não dispensa os conhecimentos dos conteúdos disciplinares, e que podem ser praticados em diversos contextos (ao nível disciplinar, interdisciplinar ou multidisciplinar).

Reflexão a.fonseca

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Page 1: Reflexão   a.fonseca

TERÇA-FEIRA, 21 DE ABRIL DE 2015

TIC, Metas e Bibliotecas Escolares

Ao longo do último o desenvolvimento da tecnologia permitiu generalizar o acesso dos

cidadãos à informação. Tendo sido criada a “sociedade rede”, impelida pela internet e pelos

média, a informação expandiu-se à escala global e gerou rápidas mudanças sociais, culturais e

tecnológicas, que se repercutiram nos sistemas educativos, colocando a estes a necessidade

de responderem de forma adequada aos desafios: da heterogeneidade de públicos,

alargamento de frequência obrigatória, domínio de tecnologias sempre em mudança, aumento

da pressão social para obtenção de resultados eficazes por parte das escolas, adequação da

oferta formativa às exigências dos mercados, entre outras.

A crescente afirmação das perspetivas métricas de eficácia e eficiência (dos rankings, das

metas e do controlo dos resultados das aprendizagens) promoveram a uniformização

curricular enquanto opção estratégica que fundamenta o princípio da igualdade de

oportunidades, que tem alicerçado o paradigma da escola ocidental.

A publicação das metas subjaz estes princípios, que se deve investir na aquisição e

desenvolvimento do conhecimento, seguindo um dos princípios essenciais das teorias da

instrução, priorizando a relação entre o que se pretende que o aluno aprenda – conhecimento

ou capacidade – e os processos envolvidos em tal aprendizagem. Neste sentido, foram

publicadas as metas transversais na área das TIC enquadrando o desenvolvimento das

literacias e das competências transversais que os alunos deverão adquirir ao longo das fases

do seu percurso.

Nesta sequência, a publicação do referencial aprender com a BE vem esclarecer e regular a

relação articulada entre os ambientes globais da sociedade de informação do conhecimento

com o contexto educacional das metas curriculares. O documento articula os propósitos

enquadrados na era digital (economias do conhecimento, utilização crescente das TIC,

transformação nas formas e modos de se aceder à informação, alterações de suportes da

leitura), caracteriza os novos ambientes de aprendizagem (ambientes físicos e virtuais,

natureza social da aprendizagem, dimensões da aprendizagem) e aborda a questão dos novos

quadros de referência sobre as aprendizagens curriculares (competências e metas de

aprendizagem, aprendizagem ao longo da vida, tipo de competências, integração curricular de

saberes transversais,…).

O referencial define desempenhos que traduzem os conhecimentos e capacidades a

desenvolver pelos alunos nas áreas da literacia da leitura, literacia dos média e literacia da

informação, tendo em conta uma perspetiva transdisciplinar, que não dispensa os

conhecimentos dos conteúdos disciplinares, e que podem ser praticados em diversos

contextos (ao nível disciplinar, interdisciplinar ou multidisciplinar).

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Cabe às bibliotecas e aos seus agentes dinamizar a reconceptualização do trabalho de

planificação e colaborativamente atualizar e promover constantemente o conhecimento sobre

a dimensão tecnológica - um espaço cibernético que flui em tempo real, proliferação de

artefactos tecnológicos…; dimensão social - influência dos media no quotidiano, novas

sociabilidades e profissões…; dimensão científica - novas áreas de investigação; a

complexidade do mosaico dos conhecimentos…

http://ple-elp.blogspot.pt/2015/04/metas-e-bibliotecas-escolares-ao-longo.html