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1 Comentário ao texto “A Web 2.0 e a BE 2.0” Tomando como ponto de partida o texto em foco, a abordagem incide sobre a análise comparativa do novo ambiente digital, decorrente das aplicações utilizadas em diversos contextos, desde o início da primeira década do século XXI. A diferença fundamental baseia-se em novas formas de produzir, relacionar e difundir informação na Web, na mudança que se opera do documento linear para o documento em hipertexto, que permite a adopção e a utilização de novas linguagens descodificadas, acessíveis ao utilizador comum. A gradual afirmação desta segunda geração de recursos eletrónicos, atribuída a Tim O’Reilly, gerou o desenvolvimento de novos modelos de comunicação: Wikis permitem que os documentos, sejam editados coletivamente com uma linguagem de marcação muito simples e eficaz, através da utilização de um navegador Web; uma das características definitivas da tecnologia wiki é a facilidade com que as páginas são criadas e alteradas - geralmente não existe qualquer revisão antes de as modificações serem aceites e a maioria dos wikis são abertos a todo o público ou pelo menos a todas as pessoas que têm acesso ao servidor wiki. Folksonomia É uma maneira de indexar informações. Esta expressão toma por analogia a taxonomia, mas inclui o prefixo folk, palavra da língua inglesa que significa pessoas, ou de carácter popular. O ponto forte da folksonomia é sua construção a partir da linguagem natural da comunidade que a utiliza. Enquanto na taxonomia clássica primeiro são definidas as categorias do índice para depois encaixar as informações numa delas (e em apenas uma), a folksonomia permite a cada utilizador da informação, classificar com uma ou mais palavras-chaves, conhecidas como tags (em português, marcadores ou etiquetas). A indexação, bem conhecida entre os bibliotecários, como um dos procedimentos na cadeia do tratamento documental é essencial para recuperar a informação, na procura pelos utilizadores. Redes Sociais Virtuais - são grupos ou espaços específicos na Internet, que permitem partilhar dados e informações, sendo estas de caráter geral ou específico, das mais diversas formas (textos, arquivos, imagens fotos, vídeos, etc.). Há também a formação de grupos por afinidade, formando comunidades virtuais, com ou sem autorização, e de espaços abertos ou não para discussões, debates e apresentação de temas variados (comunidades, fóruns, twitter , sítios de relacionamento). As entradas das contribuições na Wikipédia são neste âmbito elucidativas, apesar de por vezes, a validação crítica das fontes seja necessária para uma mais sustentada apreciação do valor dos artigos, referências cruzadas e remissivas. Do ponto de vista quantitativo, verificou-se um aumento significativo, do número de utilizadores das redes sociais de cerca de 45 milhões para 1 bilião, bem como do número de sites, de 250 mil para 80 milhões, entre 1996 e 2006.

Reflexão sobre o texto a web 2.0 e a be 2.0

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Comentário ao texto “A Web 2.0 e a BE 2.0”

Tomando como ponto de partida o texto em foco, a abordagem incide sobre a

análise comparativa do novo ambiente digital, decorrente das aplicações

utilizadas em diversos contextos, desde o início da primeira década do século

XXI. A diferença fundamental baseia-se em novas formas de produzir,

relacionar e difundir informação na Web, na mudança que se opera do

documento linear para o documento em hipertexto, que permite a adopção e a

utilização de novas linguagens descodificadas, acessíveis ao utilizador comum.

A gradual afirmação desta segunda geração de recursos eletrónicos, atribuída

a Tim O’Reilly, gerou o desenvolvimento de novos modelos de comunicação:

Wikis – permitem que os documentos, sejam editados coletivamente com uma

linguagem de marcação muito simples e eficaz, através da utilização de

um navegador Web; uma das características definitivas da tecnologia wiki é a

facilidade com que as páginas são criadas e alteradas - geralmente não existe

qualquer revisão antes de as modificações serem aceites e a maioria dos wikis

são abertos a todo o público ou pelo menos a todas as pessoas que têm

acesso ao servidor wiki.

Folksonomia – É uma maneira de indexar informações. Esta expressão toma

por analogia a taxonomia, mas inclui o prefixo folk, palavra da língua inglesa

que significa pessoas, ou de carácter popular. O ponto forte da folksonomia é

sua construção a partir da linguagem natural da comunidade que a utiliza.

Enquanto na taxonomia clássica primeiro são definidas as categorias do índice

para depois encaixar as informações numa delas (e em apenas uma), a

folksonomia permite a cada utilizador da informação, classificar com uma ou

mais palavras-chaves, conhecidas como tags (em português, marcadores ou

etiquetas). A indexação, bem conhecida entre os bibliotecários, como um dos

procedimentos na cadeia do tratamento documental é essencial para recuperar

a informação, na procura pelos utilizadores.

Redes Sociais Virtuais - são grupos ou espaços específicos na Internet, que

permitem partilhar dados e informações, sendo estas de caráter geral ou

específico, das mais diversas formas (textos, arquivos, imagens fotos, vídeos,

etc.). Há também a formação de grupos por afinidade, formando comunidades

virtuais, com ou sem autorização, e de espaços abertos ou não para

discussões, debates e apresentação de temas variados (comunidades,

fóruns, twitter, sítios de relacionamento).

As entradas das contribuições na Wikipédia são neste âmbito elucidativas,

apesar de por vezes, a validação crítica das fontes seja necessária para uma

mais sustentada apreciação do valor dos artigos, referências cruzadas e

remissivas.

Do ponto de vista quantitativo, verificou-se um aumento significativo, do

número de utilizadores das redes sociais de cerca de 45 milhões para 1 bilião,

bem como do número de sites, de 250 mil para 80 milhões, entre 1996 e 2006.

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Do ponto de vista qualitativo, a variedade dos conteúdos publicados originou

também um fenómeno de mais ampla participação, interação e valor

acrescentado, na conexão entre comunidades de prática formais e informais,

ou de organizações de natureza diversa, com interesses comuns. (Fig.1)

O novo paradigma da Sociedade da Informação, é desta forma

contextualizado em novas aplicações de plataformas como o Google,

Facebook, Flickr, Picasa e muitos outros.

Nessa perspetiva, a transição da Web 1.0 para a Web 2.0, reconfigura as

relações interpessoais, devido não apenas à criação de conteúdos por novos

agentes, mas também pela participação e avaliação, através de conexões

hipertextuais, entre sítios e aplicações, entre os internautas, no ciberespaço.

No contexto da Sociedade do Conhecimento, “o ciberespaço como suporte

da inteligência colectiva é uma das principais condições do seu próprio

desenvolvimento. Toda a história da cibercultura testemunha largamente este

processo de retroacção positiva, isto é, da automanutenção da revolução das

redes digitais”, como refere Pierre Lévy, na obra intitulada Cibercultura,

resultante do Relatório para o Conselho da Europa no quadro do projeto

«Novas Tecnologias: cooperação cultural e comunicação», em 1997.

A interconexão dos utilizadores na Sociedade em Rede, foi assim enriquecida

pelas potencialidades de novos conteúdos digitais e sítios, através de múltiplas

interações e competências nucleares comparadas às funções das sinapses de

um “cérebro global”, em que o utilizador como sujeito ativo intervém com

competências nucleares: valorização dos serviços, em detrimento dos pacotes

de software; arquitetura de participação; mistura e transformação de dados;

disponibilidade e compatibilidade de software, além de um único dispositivo ou

aparelho e independentemente das marcas; aproveitamento e condução da

inteligência coletiva (Fig. 2).

A semântica das conexões de informação surge assim cruzada com a

semântica das conexões sociais, com as potencialidades dos níveis e natureza

da Web, em níveis de complexidade crescente.

Sobre o papel da Biblioteca 2.0, [disponível em

http://www.librarycrunch.com/2005/12/what_is_library_20.html e acedido em 20/01/2013],

Michael Casey postou (2005) o significado do conceito do seguinte modo:

“Para mim, a Biblioteca 2.0 não é sobre tecnologia. A Biblioteca 2.0 procura colher boas

ideias do exterior e utilizá-las para disponibilizar novos e melhorados serviços num esforço

para atingir uma nova população alvo. É uma estrutura para integrar a mudança em novos

níveis de operações da biblioteca. É neste nosso esforço para atingir este novo nível de

serviço que nós utilizaremos essas novas tecnologias, muitas vezes”.

Centrada na melhoria dos serviços em diversos níveis (Fig. 3), ou na

representação circular do movimento (Fig. 4) e das ações para a mudança,

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podemos então considerar pela etiquetagem traduzida, aliás expressa de forma

clara, na interpretação do(s) autore(s) deste texto, as seguintes palavras-

chave, como exercício de memorização minimalista para a melhoria:

a) Biblioteca tradicional

b) Motores de busca/bases de dados online/correio eletrónico

c) Observação de tendências/predisposição para a experiência/vontade de

mudar

d) Projetos-piloto/ permissão do pessoal para participar/experimentação

e) Confiança nos utilizadores/mudança=crescimento/participação dos

utilizadores

f) Confiança na comunidade/compromisso da comunidade/comunidade

digital ativa/mudança permanente

As condições para mudanças eficientes na BE, implica a convergência de

energias entre o número variável de pessoas (PB, professores, assistentes

operacionais e assistentes administrativos), que exerce funções de forma

permanente ou ocasional, empenho e formação profissional na organização

dos vários tipos de serviços. Dos utilizadores é também necessário gerar

motivação para realizar ações de mudança, segundo a disponibilidade de

energia, para além do envolvimento nas tarefas curriculares

Carlos Carvalho.