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Reflexões PUCRS dezembro/2002 1

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2 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

novidade 2003

encontros mensaisencontros mensais“Fé e Cultura”

Aguardeoutras

novidades

2 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

Érico HammesEvilázio TeixeiraJoaquim Clotet

Lucia Maria Martins GiraffaMirian OliveiraSilvia Koch Martins

Equipe Responsável

Março - Ciência e FéPergetino PivattoAbril - Dom Vicente Scherer e a CulturaElvo Clemente e Urbano ZillesMaio - Carta Apostólica, Rosarium Virginis MariaeEvilázio TeixeiraJunho - Ecologia e Meio AmbienteLuiz Carlos SusinAgosto - A Missão e o Papel do Leigo na IgrejaEmílio Jeckel e Luís Fernando BarzottoSetembro - Carta Apostólica, Novo Milenio IneunteGeraldo Borges Hackmann e Manoel dos SantosOutubro - A Nova Genética Humana e suas Implicações ÉticasClarice Alho e Joaquim ClotetNovembro - Cristianismo e Pluralismo ReligiosoÉrico Hammes

Março - Ciência e FéPergetino PivattoAbril - Dom Vicente Scherer e a CulturaElvo Clemente e Urbano ZillesMaio - Carta Apostólica, Rosarium Virginis MariaeEvilázio TeixeiraJunho - Ecologia e Meio AmbienteLuiz Carlos SusinAgosto - A Missão e o Papel do Leigo na IgrejaEmílio Jeckel e Luís Fernando BarzottoSetembro - Carta Apostólica, Novo Milenio IneunteGeraldo Borges Hackmann e Manoel dos SantosOutubro - A Nova Genética Humana e suas Implicações ÉticasClarice Alho e Joaquim ClotetNovembro - Cristianismo e Pluralismo ReligiosoÉrico Hammes

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Editorial ............................................................................................................................................... 4Agendas .............................................................................................................................................. 4Maristas enviam mensagem .................................................................................................................. 5

Educação marista ................................................................................................................................ 8Depoimentos sobre O Olhar................................................................................................................. 11Tendências atuais para gestão de pessoas ............................................................................................. 14Demo apresenta avaliação de aluno diferenciada .................................................................................. 16

Respeito mútuo entre integrantes da comunidade .................................................................................. 18Atitudes revelam identidade institucional ............................................................................................... 20Depoimentos sobre A Identidade ......................................................................................................... 21

Reflexões sobre solidariedade no trabalho ............................................................................................ 23Depoimentos sobre O Compromisso ................................................................................................... 24

Mensagem do 20º Capítulo-Geral ........................................................................................................ 26Quanta Vida! ....................................................................................................................................... 28

Plano de Desenvolvimento Institucional ................................................................................................ 29Refletindo sobre o Reflexões ................................................................................................................ 30“Reflexões” e seu impacto sobre minha consciência de professor .......................................................... 32

Registros Fotográficos de 2002 ........................................................................................................... 34Expediente .......................................................................................................................................... 43

Índice

O OLHARO OLHARO OLHARO OLHARO OLHAR

Índice

A IDENTIDA IDENTIDA IDENTIDA IDENTIDA IDENTIDADEADEADEADEADE

O COMPROMISSOO COMPROMISSOO COMPROMISSOO COMPROMISSOO COMPROMISSO

ASSEMBLÉIA MUNDIAL MARISTASSEMBLÉIA MUNDIAL MARISTASSEMBLÉIA MUNDIAL MARISTASSEMBLÉIA MUNDIAL MARISTASSEMBLÉIA MUNDIAL MARISTAAAAA

OPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃO

GALERIAGALERIAGALERIAGALERIAGALERIA

Reflexões PUCRS dezembro/2002 3

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4 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

Vivemos num mundo de grandecomplexidade e de sérios desafios aosindivíduos, em particular, e à huma-nidade inteira.

Para a Universidade, já não bastadedicar-se tranqüilamente ao ensinoe à pesquisa como se fosse um oásisno meio dos imensos e graves proble-mas da “aldeia global”.

Temos que procurar e apontar so-luções e caminhos, que ajudem ahumanidade a encontrar dias melhorespara o amanhã.

O Projeto Reflexões é umacontribuição e ajuda para, em primeirolugar, a própria comunidade universi-tária da PUCRS encontrar seus me-lhores rumos e elementos fortes desintonia e coesão, podendo simulta- Ir. Norberto Francisco Rauch

Reitor

EditorialEditorialEditorialEditorialEditorialneamente apontar alternativas e ca-minhos à sociedade, visando à supera-ção das dificuldades e problemas quea afligem.

A Universidade, sobretudo, emsendo Católica, é “perita em humani-dades.”

Internamente, temos proble-mas a resolver, modificações arealizar, a partir do nosso PlanoEstratégico.

Por isso, todos estamos convida-dos a refletir e analisar em profundi-dade as questões que nos desafiam.

A você, integrante do ProjetoReflexões, um convite especial.

AGENDAENCONTROS 2003

11, 12 e 13 de abrilGrupo 2003/1

Introduzindo uma reflexão sobre a PUCRSBento Gonçalves31 de maio

Grupos de 2002 Reforçando o nosso compromisso institucional

29, 30 e 31 de agostoGrupo 2003/2

Introduzindo uma reflexão sobre a PUCRSBento Gonçalves

25 de outubroGrupos de 2003

Refletindo a Identidade da PUCRS10 de dezembro

Grupos de 2000, 2001, 2002 e 2003Encontro com Reitor

26, 27 e 28 de abrilGrupo 2002/1

Introduzindo uma reflexão sobre a PUCRSBento Gonçalves6 de junho

Grupos de 2000, 2001 e 2002Reunião de estudos sobre aAssembléia Mundial Marista

17 de agostoGrupos de 2000 e 2001

Reforçando o nosso compromisso institucional30/31 de agosto e 1º de setembro

Grupo 2002/2 Introduzindo uma reflexão sobre a PUCRS

BentoGonçalves26 de outubroGrupos de 2002

Refletindo a Identidade da PUCRS12 de dezembro

Grupos de 2000, 2001 e 2002Encontro com Reitor

ENCONTROS 2002

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Reflexões PUCRS dezembro/2002 5

De 4 de setembro a 14 de outubro,de 2001, 118 irmãos maristasestiveram em Roma, reunidos no 20ºCapítulo-Geral, ou AssembléiaMundial Marista, que contou tambémcom a participação de 17 leigos.Desse encontro resultou umamensagem aos professores,funcionários e colaboradores dasdiversas unidades que integram oInstituto dos Irmãos Maristas,reproduzida nas páginas 26, 27 e 28desta revista. Participou daAssembléia o vice-reitor da PUCRS,Joaquim Clotet, que aqui comentaalguns dos assuntos que fizeram partedos debates do encontro.

REFLEXÕES – A mensagem fala deuma “extensa família” formada emtorno dos maristas. O que a Assembléiaquis dizer com essa expressão?

CLOTET- A convicção tradicional,havida ao longo do tempo, sobre aspessoas que trabalham na instituiçãomarista, é que eram apenas pessoascontratadas. Para muitos a relaçãoestabelecida já não é apenas de merofuncionário. Além de dedicar uma sériede anos da própria vida, abraçam umafunção de acordo com os fins prioritá-rios da obra. Alguns se identificam tantocom o modo de ser da instituição, que aconsideram como uma família. A tal pontoque a própria entidade reconhece comofamiliares os colaboradores que traba-

lham com dedicação etotal integração aosprincípios que pautam odinamismo e a razão deser do Instituto. Elessão, de verdade, a pró-pria corporação.

REFLEXÕES – Oque a Assembléia querdizer com “você, ami-go ou amiga, e cada umde nós, recebemos vidaem abundância”?

CLOTET - Esse é um convite paraque as pessoas reflitam e se apercebamde que são muito prendadas. Todos nósrecebemos uma educação, tivemos umafamília, alguns tiveram também umaformação religiosa muito boa, e aformação religiosa ajuda a viver,enfrentando a vida com otimismo. Re-cebemos os Sacramentos. Não podemosesquecer de que em nossa vida pudemosusufruir da experiência de pessoas quenos amaram muito e continuam nosamando. Temos muitos motivos parasermos felizes. Temos razões sobejaspara dizer: eu recebi vida em abundância!Como é bom viver!

REFLEXÕES – Por que foiescolhido o texto de Moisés?

CLOTET - A Assembléia Mundial

Marista escolheu esse texto porque, emprimeiro lugar, ele é uma manifestaçãoexpressiva da Bíblia sobre a vida e,segundo, porque ele é muito aceito, nãoapenas pelos católicos, mas também pelamaioria dos protestantes e igualmentepela tradição israelita. É um texto bemabrangente, uma mensagem do Deus doAntigo Testamento, que diz: Escolhe avida. De que forma deves escolher avida? Amando! Amando a Deus, e a teussemelhantes. Realizar-te-ás na vida,amando. Um belo desafio, não é?

REFLEXÕES – O que pode ser ditosobre a frase “o Senhor nos chama aabrir caminhos, processos de vitali-dade”?

CLOTET - A Assembléia MundialMarista faz um apelo a todos os amigos

EntrEntrEntrEntrEntreeeeevista:vista:vista:vista:vista: J J J J Joaquim Clotetoaquim Clotetoaquim Clotetoaquim Clotetoaquim Clotet

Maristas enviam mensagemVice-Reitor da PUCRS conta sobrea busca da Identidade de umaUniversidade Marista

Beatriz Dornelles

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do Instituto Marista para que sejamfecundos: educando, pesquisando, es-tudando, sendo solidários. Felizes erealizados na vida familiar e profissional.

REFLEXÕES – O que é a identidadeinstitucional?

CLOTET – Ela pode ser consideradasob o aspecto teórico, quer dizer, o idealproposto pelo fundador ou pela entidadefundacional; ou sob o aspecto prático,resultado da integração das pessoasque constituem a instituição, orientadas

por princípios definidos e acessíveis.

REFLEXÕES – Como se afirma aidentidade institucional?

CLOTET – O esforço pela afirmaçãoda identidade de uma instituição é umtrabalho constante e comporta a partici-pação de todos. Sem essa característica,a instituição enfraquece e diminui a suacapacidade de atuação, passando adepender dos projetos de seus líderes,administradores ou componentes.

REFLEXÕES – Qual a identidadeda PUCRS?

CLOTET – A PUCRS é uma

instituição confessional católica,mantida pelo Instituto dos IrmãosMaristas, que se rege pela legislaçãofederal, pelas disposições canônicasaplicáveis por seu Estatuto e Regimentoe, no que couber, pelo Estatuto da Enti-dade Mantenedora. Constituída pelacomunidade de professores, funcioná-rios e alunos, a Universidade tem porfinalidade trabalhar no ensino, pesquisa,extensão e pela evangelização da cultura.

REFLEXÕES – Quais ascaracterísticas de uma universidadecatólica?

CLOTET – Fidelidade à mensagemdo Evangelho, sólida formação religiosa,humana, científica e profissional eempenho institucional no serviço àfamília humana. Numa universidadecatólica todas as atividades deveriamestar impregnadas pelo espírito próprioque a caracteriza.

REFLEXÕES – O que a PUCRSespera de seu público?

CLOTET – Que os membros católicosda comunidade universitária mantenhamfidelidade pessoal ao credo católico, com

tudo quanto isso comporta. Dos mem-bros não-católicos, espera-se o respeitodo caráter próprio da instituição na qualprestam serviço, enquanto a Universi-dade, de sua parte, respeitará a sualiberdade religiosa. Juntos, independen-temente das diferenças religiosas, todosdeveremos zelar pela qualidade nastarefas assumidas e pela justiça social.

REFLEXÕES – O que significa, emtermos práticos, aprofundar aidentidade marista?

CLOTET – Aprofundar, neste caso,

é conhecer a espiritualidade e tradiçãopedagógica marista sintonizandoafetivamente com este modo de ser ecrescendo em responsabilidade.

REFLEXÕES - Crescer emresponsabilidade é um convite atodos?

CLOTET - Sim. Este é um apelo feitoà humanidade nos últimos anos, nãoapenas por líderes religiosos, como JoãoPaulo II, mas também por destacadosintelectuais, como Hans Jonas e EdgarMorin, entre outros. Os colaboradores

Características deuma universidade

católica: fidelidade àmensagem do

Evangelho, sólidaformação religiosa,humana, científica

e profissional eempenho no serviço

à família humana

Universidade:“Juntos,

independentementedas diferenças

religiosas, todosdeveremos

zelar pelaqualidade nas

tarefas assumidase pela justiça social”

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maristas não podem ignorar esse chama-do. Depois, olhar o mundo com fé ecarinho: sermos otimistas. O educadordeve ser otimista por natureza. Trata-sede uma atitude não apenas psicológica,mas fundada na fé, em Deus. Ele quer omelhor para nós. Vamos trabalhar, pois,com fé e carinho.

REFLEXÕES - Essa foi a primeiravez que os maristas se dirigiram aosleigos, e a partir de agora como será?

CLOTET – Não é bem assim. Delonga data, os Maristas partilham suamissão e responsabilidades com seus co-laboradores. A própria Igreja convida osleigos a terem uma vida mais ativa dentrodas estruturas e instituições eclesiaisdesde o Concílio Vaticano II. Os docu-mentos da Igreja Católica sobre os Ins-titutos da Vida Religiosa, como A VidaConsagrada (1996) e A partir de Cristo(2002), estimulam a partilha da espiritua-lidade, do carisma e da missão com osleigos. A penúltima Assembléia MundialMarista, de 1993, tratou o assunto comprofundidade e abriu o diálogo com ho-mens e mulheres conhecedores da vidae atividades dos irmãos maristas domundo todo. Há muitos anos que os ma-ristas contam e partilham com os seuscolaboradores. O que mudou foi o tom ea intensidade do chamado e do convite.

Há, com certeza, muitas pessoas a maisque podem vibrar conosco.

REFLEXÕES – O que os maristasesperam de seus colaboradores?

CLOTET – Em primeiro lugar, queeles se sintam felizes e realizados,trabalhando e colaborando nessa grandefamília. Para isso, que sejam competen-tes, sentindo-se tocados pelo amor deDeus, que saibam trabalhar em equipe,que sejam inovadores, de coração abertoe de fácil abordagem, quer dizer,fraternos, dedicados aos alunos. ComoMaria de Nazaré, têm fé no jovem e res-peito pela caminhada de cada um. Sãoconstrutores da solidariedade humana.O nosso mundo, que está se transfor-mando de sociedade pós-industrial emsociedade do conhecimento, precisa depessoas com esse perfil para não ser, naexpressão de Francis Fukuyama, umasociedade pós-humana. Os valores reli-giosos e humanos, presentes e atualiza-dos pelos professores, funcionários ealunos, numa instituição de ensinosuperior como a PUCRS, irão contribuirpara isso.

“O educador deveser otimista por

natureza. Trata-se deuma atitude não

apenas psicológica,mas fundada na fé,em Deus. Ele quer o

melhor para nós.Vamos trabalhar,pois, com fé e

carinho”

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8 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

Em 31 de agosto de 2002, aequipe editorial da revista Reflexõesorganizou uma mesa-redonda com aparticipação do Ir. Manoel Alves e doIr. Reitor Clemente Juliatto, da PUC-PR, quando expuseram seuspensamentos sobre a educaçãomarista, a sintonia da universidadecom a comunidade, a práticapedagógica, a busca da excelênciana pós-graduação. Participaram damesa as professoras Helena W.Oliveira, Maria Emília Engers, VeraLúcia S de Lima e Beatriz Dornelles.

REFLEXÕES – Como seeduca, utilizando-se da pedagogiamarista?

IR.IR.IR.IR.IR. MANOEL MANOEL MANOEL MANOEL MANOEL ALALALALALVESVESVESVESVES - O artigo13 do Ideário Marista diz que o educadormarista deve dar sentido evangélico atoda realidade humana. Eu costumo dizerque este é o coração da proposta educa-tiva marista, porque aí nós articulamosaquilo que Champagnat preconizava, dobom cristão e do virtuoso cidadão, namedida em que o processo de ensino eaprendizagem, de desenvolvimento, quea educação propicia ao indivíduo, searticula, por se tratar de uma realidadeeminentemente humana, com atotalidade da vida dos educandos, do

educador e dos conteúdos que vãointermediar esta relação pedagógica.

Os homens vão apren-dendo a se organizarem em socie-dade, a viverem juntos. Vão, ao lon-go do tempo, fazendo com que suahistória se teça no cotidiano detantas vidas, de tantos aconteci-mentos, enfim, tudo, em todas asáreas do conhecimento, nos remetea esta presença do transcendentena história da vida da pessoa. Oprofessor, o educador, nesta relaçãopedagógica, tem o papel , na perspectivamarista, de suscitar, de despertar naconsciência de todos a manifestação deDeus, do transcendente, em todas estasrealidades que constituem a nossa vida,a nossa existência de pessoa humana.

REFLEXÕES: Como auniversidade católica, marista,preconiza a interação com acomunidade?

IR.IR.IR.IR.IR. CLEMENTE JULIA CLEMENTE JULIA CLEMENTE JULIA CLEMENTE JULIA CLEMENTE JULIATTTTTTTTTTOOOOO -Uma universidade, seja ela católica ounão, está inserida em um ambiente socialque a sustenta. Ela, por ser um centroprivilegiado de recursos, de talentos,com um potencial extraordinário, temque dar respostas, porque ela é aorganização social mais expressivadentro da comunidade. Ela tem

obrigação maior neste sentido. Já pas-sou aquele tempo em que a universidadetinha até uma imagem de torre de marfim,fazendo as suas coisas, as suas altaspesquisas e elucubrações científicas efilosóficas, sem ter que dar uma respostaà sociedade. Isso acabou! Altos murosem volta dos campus das universidadesjá passaram! Nós costumamos dizer quequeremos a nossa PUC muito próximado barulho das ruas, no sentido de elanão estar divorciada do que aconteceao seu redor; estar, de preferência, nomeio da rua, no meio da praça, para darrespostas. E, eu acredito que de todosos indicadores de qualidade de umauniversidade, o número um é o grau desintonia social que tem a universidadecom a comunidade. A universidade,então, tem que estudar os problemas etem que dar respostas! Ela é uma ‘agên-

Educa IR.IR.IR.IR.IR.

CLEMENTECLEMENTECLEMENTECLEMENTECLEMENTEJULIAJULIAJULIAJULIAJULIATTTTTTTTTTOOOOO

PPPPParararararticipantes:ticipantes:ticipantes:ticipantes:ticipantes:Helena Helena Helena Helena Helena WWWWW..... Oli Oli Oli Oli OlivvvvveireireireireiraaaaaMaria Emília EngersMaria Emília EngersMaria Emília EngersMaria Emília EngersMaria Emília EngersVVVVVererererera Lúcia Sa Lúcia Sa Lúcia Sa Lúcia Sa Lúcia S..... de Lima de Lima de Lima de Lima de LimaBeatriz DornellesBeatriz DornellesBeatriz DornellesBeatriz DornellesBeatriz Dornelles

8 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

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cia social’ com um grau, um potencialtão grande, não só na formação delideranças, como também nos conteú-dos. É um local, um depósito de idéias,uma usina de propostas extraordinárias,e isto tem que reverter em benefício dacomunidade. O envolvimento dos pro-fessores e dos alunos, as propostas depesquisas aplicadas, a elaboração demonografias e teses de mestrado edoutorado devem envolver os proble-mas de modo a dar uma sustentaçãoteórica e respostas práticas. Tem que sernesta direção. É desta maneira que opaís se desenvolve, a universidade sedesenvolve e presta serviço qualificadoà comunidade.

REFLEXÕES - Ir. Manoel, noseu texto e na sua fala foi mencionada

a questão da interação entreideário marista, da propostapedagógica marista, com odocumento da Unesco - “Umtesouro a descobrir” -, e ataxinomia de Bloon, do domíniocognitivo, afetivo e psicomotor.Como o senhor vê esta integraçãona prática dos educandáriosmaristas?

IR.IR.IR.IR.IR. MANOEL MANOEL MANOEL MANOEL MANOEL ALALALALALVESVESVESVESVES - Emuma instituição de ensino marista

este é um ideal porque emerge de nossatradição pedagógica e, como todo ideal,é algo a se conquistar no dia-a-dia, comesforço, com atenção, sempre submeten-do a um processo de avaliação sério eno sentido de se buscar as limitaçõesque existem, como existem em qualquerinstituição, de se atingir na totalidadeeste ideal. Ideal é sempre uma coisa quemove, que catalisa nossa atenção,nossos esforços. Então, olhando a prá-tica pedagógica concreta das insti-tuições de ensino maristas, nós vamosconstatar que existem lacunas, falhas ematingir a totalidade em tudo e em todo otempo aquilo que se constitui o idealpedagógico marista. No entanto, a gentepercebe o quanto isso acontece, o quan-to isso já foi introjetado na prática dessasinstituições, porque essas práticas sãomuito coerentes com a proposta

pedagógica que anima as instituições.E, o que sempre me deixa muito motivado,muito satisfeito, é poder constatar queaquilo que Marcelino Champagnat, aindaque de uma forma implícita, deixa no seudircurso pedagógico e que, logo depoisde sua morte, seus discípulos vãotornando mais explícito nos primeirosdocumentos do Instituto, que são essestrês eixos. Eles, volta e meia, reaparecem,como na taxinomia de Bloon, como nodocumento da Unesco, como nasdiretrizes curriculares nacionais e emoutos documentos que estão balizandoa ação pedagógica hoje, que atestam,não só a pertinência, a solidez, aconsistência da proposta pedagógicamarista naquela época, como aatualidade desta proposta nos dias dehoje. Isto facilita tremendamente parauma instituição de ensino marista ser,ao mesmo tempo, fiel a suas origens,atual, moderna, capaz de oferecer aoshomens dos tempos de hoje, aoscontemporâneos, uma proposta queresponda às ansiedades, às aspiraçõese às demandas da sociedade atual.

REFLEXÕES - Nós sabemosque a pedagogia marista nasceu parao ensino fundamental e passou a seraplicada nas universidades. Nossasuniversidades já são, ou buscam ser,centros de excelência em determinados

ção MaristaIR.IR.IR.IR.IR.MANOELMANOELMANOELMANOELMANOELALALALALALVESVESVESVESVES

O OLHARO OLHARO OLHARO OLHARO OLHARIntroduzindo uma reflexão sobre a PUCRS

Reflexões PUCRS dezembro/2002 9

Após a realização de suaspalestras, durante encontro

em Bento Gonçalves, osIrmãos Juliatto e Alves

participaram de uma mesaredonda com quatro

professoras de diferentesáreas.

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campos do saber. Como vamosprojetar a idéia marista para apesquisa e a pós-graduação?

IR.IR.IR.IR.IR. CLEMENTE JULIA CLEMENTE JULIA CLEMENTE JULIA CLEMENTE JULIA CLEMENTE JULIATTTTTTTTTTO O O O O -As universidades maristas são maisrecentes. A de Porto Alegra é a primeira,a do Paraná é a segunda. Os irmãoscomeçaram seus trabalhos nas escolasrurais, no ensino fundamental, e depoisforam se espalhando para o ensino médioe ensino superior. A proposta maristade educação serve tanto para criançasquanto para jovens; serve tanto noensino fundamental e pré-escola comotambém é atualíssimo no de pós-graduação e na pesquisa, porque osprincípios de amor à verdade, depersistência, de dedicação, de esforço,de amor ao educando são válidos.Champagnat dizia que qualquereducação só é possível se o educadortiver amor ao educando. Isto é válidoem qualquer nível. Naturalmente, umauniversidade no nível de pós-graduação,que busca a excelência, porque auniversidade logicamente vai ter umagraduação muito ampla e muitoabrangente, como é a PUCRS, e tambéma nossa, que tem uns 50, 60 cursos degraduação como base, mas, depois, emoutro nível, tem as especializações, aspós-graduações lato e stricto , e vai seafunilando para os cursos de mestradoe uns poucos de doutorado. Nós temosque ser bons em tudo, ótimos em

algumas áreas e excelentes numaspoucas áreas. Mas se formos inteligen-tes, nós poderemos escolher algumasáreas de excelência que tenham reper-cussão também no restante da gradua-ção e das outras atividades. Só para e-xemplificar, se nós queremos ser umaeducação de excelência, eu não tenhodúvidas de que em uma instituiçãomarista excelente deverá ser a faculdadeou o departamento de Educação, porqueela tem a missão não só de formar edu-cadores para as escolas públicas e paratodo o sistema, como também ser umcentro de aperfeiçoamento de toda adocência dentro da universidade. Asnossas universidades nasceram, pelomenos a nossa, como escola de Filoso-fia, e foi pensada para formar os irmãos,depois seus auxiliares e daí se estendeupara universidade. Alguns pontos de ex-celência vão forçar e ser uma alavancapara toda a excelência do ensino e todaa educação para uma mesma univer-sidade.

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ma-téria

1p

DepoimentosProfessores e funcionários que participaram

dos encontros, em Bento Gonçalves,apresentam suas reflexões

“Pedro Demo foi dinâmico,participante, fez a platéia interagir,

praticou sua teoria.”Elaine Faria

Educação

“Foi muito boa a organização do encontroReflexões. As palestras foram excelentes e nos

levaram a pensar com profundidade.”Gládis Garcia

Turismo

Reflexões PUCRS dezembro/2002 11

O OLHARO OLHARO OLHARO OLHARO OLHAR

“Precisamos cuidar o papel da ação comunitária e não assistencialista.Devemos propor trabalho de justiça, paz e solidariedade. A mudançadeve ocorrer ao longo do curso. A ação pedagógica pode acontecerde diferentes formas, através de projetos, programas de estágios, etc.Podemos, ainda, desfocar a estrutura de ensino do professor para oaluno, humanizando a relação.”

Gilberto MedeirosEducação a Distância

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12 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

“As palestras apresentam um conteúdo mobilizador,que questiona práticas correntes de ensino eavaliação, válido para um encontro chamado

“Reflexões”.”Charles Monteiro

História

“O conceito marista pode e deve ser trabalhado com nossosalunos, especialmente no 1º e 2º semestres. É quando

falamos de responsabilidade social, cultural, profissional efamiliar. Desenvolvemos o assunto com o aluno assim: o

que está fazendo na faculdade, por que a escolha,

informações sobre a universidade católica-marista, etc.”Claudio Luis Frankenberg

Engenharia Química

“Este lado humanista, de solidariedade, é bem exercido dentro doHSL, apesar das coisas dentro da saúde terem uma limitação política,social e financeira muito bem determinada. Acho que desenvolvemosuma relação com o paciente bastante humanista e penso que

passamos isso para nossos alunos, o que é o mais importante”.Marília Gervini

HSL - Pediatria

12 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

“É importante um funcionário administrativo ir nesse tipo deencontro. Sempre li o que a universidade queria, mas nunca

havia participado. Foi importante dar opinião, acrescentar oque se pensa. Além disso, pude trazer para o grupo que

represento o que ouvi dos gestores da instituição”.Paulo Ricardo Santos da Silva

Prefeitura Universitária

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Reflexões PUCRS dezembro/2002 13Reflexões PUCRS dezembro/2002 13Reflexões PUCRS dezembro/2002 13

“Posso contribuir para o desenvolvimento do ideáriomarista ouvindo os alunos e compartilhando oconhecimento. A vivência dos alunos também éenriquecedora”.Olga Eidt

Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição

“O encontro me fez ver que é preciso transmitir sempre, e cada vezmais, o ideário marista aos alunos da Medicina. Isto já vem sendofeito e pode-se verificar os resultados através do Conselho Regional deMedicina. No ranking dos egressos das escolas de Medicina, os ex-alunos da PUCRS são os que menos respondem processos éticos noCRM”.

Plinio BaúMedicina

“O encontro foi muito bom, as palestras foram deexcelente nível, bem como a participação dos

professores e funcionários, com boa integração,entrosamento, tranqüilidade e ambiente

facilitador”.Norma Prates

Serviço Social

O OLHARO OLHARO OLHARO OLHARO OLHAR

“Foi possível identificarmos com clareza a identidade cristã emarista da PUCRS, como também foram muito válidos os

grupos de trabalho, pois propiciaram conhecermos ofuncionamento de outros setores, identificando as

realidades distintas e assim construirmos novos desafios.Senti como se estivesse em casa e acredito ser este o

caminho para atingirmos nossas metas”.Lúcia StasiakPPG - FAMECOS

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14 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

Um dos grandes problemasenfrentados pelas organizações tem sido,historicamente, a administração derecursos humanos ou, como apropriada-mente menciona o prof. José RobertoGomes da Silva, do IAG/PUC-Rio , aGestão de Pessoas. Encarada como umfator estratégico, que se constrói e sedesenvolve a partir de uma verdadeirarelação de parceria, sobre ela o autorapresenta uma contribuição importantepara as organizações modernas queexistem em um mundo dinâmico,complexo e imprevisível.

O professor José Roberto iniciao trabalho abordando a questão daimportância do foco estratégico nadefinição da forma de atuar das orga-nizações, incluindo as universidades.Faz referências sobre a concepçãotradicional do significado de estratégiae do planejamento para a gerência dasorganizações. Destaca que é funda-mental entender que a visão do plane-jamento, por si só, embora pudesse estaradequada a ambientes estáticos,mecanísticos e controláveis, não satisfazàs exigências de sucesso das organiza-ções em um ambiente imprevisível ecomplexo como se caracteriza o atual,indicando a necessidade de capaci-dades de inovação e de integração daação organizacional como um todo.

Dirigindo o trabalho ao ponto

Tendências atuais paragestão de pessoas

principal - a mudança de foco na Gestãode Pessoas - o autor faz afirmações arespeito da importância das pessoas,como autênticas parceiras das organi-zações, independentemente da posiçãoque ocupam, inclusive participando deproblemas relacionados às questõesestratégicas. Manifesta também que,embora haja a concordância dasorganizações quanto à importância daspessoas como a sua principal riqueza,às vezes o discurso não se realiza naprática.

Com o objetivo de discutir atentativa de mudança de foco naGestão das Pessoas, o professor JoséRoberto afirma haverem pontos queexigem ainda muita reflexão por partedas organizações. Também apresentaas principais tendências que, segundoele, as organizações estão implemen-tando. Sublinha que a reflexão propostapode ser aproveitada pelas universida-des brasileiras, na medida em que lhesviabiliza o repensar do seu modelo degestão de pessoal.

Os pontos destacados peloprofessor José Roberto, carentes dereflexão, referem-se às suas preocupa-ções com a visão das organizações maistradicionais a respeito dos modelos deadministração de recursos humanos,dando pouca importância às questõesde natureza estratégica que envolvem

a verdadeira Gestão de Pessoas, aindautilizando-se de sistemas mecanísticosde gestão de pessoal.

IDÉIAS ALTERNATIVAS

O autor destaca algumas dasidéias recentes de alternativas aosprogramas tradicionais de Gestão dePessoas.

a) “A promoção de um maiornível de abertura às idéias”: a abertura àparticipação e abertura à reflexão.

b) “O empowerment”: odesenvolvimento do empowerment (darpoder) exige paralelamente a oferta decondições favoráveis à motivação,competência e autonomia para decisãoe ação.

c) “A gestão de competên-cias”: a criação de um banco de compe-tências que, basicamente, é um sistemade informações apoiado por um bancode dados (quantitativos e qualitativos),construído de forma que, além de guardarorganizadamente um verdadeiro in-ventário das competências disponíveis,permite a atualização e identificação aqualquer tempo e no lugar onde fornecessário.

d) “A gestão do desempe-nho”: é considerada como “elementochave” em uma organização. Junto coma gestão de competências, são conside-rados dois sistemas que oferecemsustentação à administração de outros

“O diálogo é o primeiro passo para mudar tudo, aliás,para mudar qualquer coisa na realidade do ser humano”

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Reflexões PUCRS dezembro/2002 15

Resenha de Cleiton Tambellini BorgesFaculdade de Administração, Contabilidade e

Informática do Campus Uruguaiana - PUCRS

O OLHARO OLHARO OLHARO OLHARO OLHAR

Reflexões PUCRS dezembro/2002 15

programas de Gestão de Pessoas. Oprofessor José Roberto indica uma sériede requisitos necessários a um sistemaadequado de gestão do desempenho.

e) “As oportunidades de car-reira”: o foco na integração e na inovaçãoconduz ao desenvolvimento de umanova noção de carreira que privilegia opotencial de crescimento da pessoa e oseu grau de contribuição, diminuindo aimportância do quesito tempo de servi-ço.

f) “Os mecanismos de reco-nhecimento e remuneração”: os meca-nismos de remuneração devem con-templar aspectos mais criativos, justose coerentes, não só relacionados à remu-neração variável, já usual, mas tambémà sua parte fixa.

g) “A gestão do clima orga-nizacional” : a Gestão de Pessoas neces-sita de um acompanhamento e, “comoem um casamento”, conforme o autor, oaproveitamento de todas as oportunida-des de melhorá-la e evitar os desgastescaracterísticos da rotina e das dificul-dades do dia-a-dia.

Finalizando, o professor JoséRoberto explica que a concepção de umnovo foco para a Gestão de Pessoasimplica a necessidade da revisão deconceitos, valores e práticas relacio-nados aos recursos humanos. Ressaltaque não existe uma única maneira depensar a Gestão de Pessoas, mas deveser pensada de modo único, ou seja,como um todo, entretanto sem desprezaras particularidades de cada organização.

Considerando tratar-se derelações de parceria entre as organiza-ções e os seus participantes, seres hu-manos com características diferentes, oautor observa que a iniciativa mais im-portante para o repensar a Gestão dePessoas seja o contato franco e aberto,a partir da construção de uma base dediálogo organizacional, que proporcio-nará a confirmação de verdadeiroscompromissos entre parceiros.

Fica essa consistente aborda-gem do professor José Roberto Gomes

da Silva, como uma contribuição para asorganizações de diferentes setores,inclusive as universidades brasileiras,conduzindo à reflexão no sentido daevolução dos seus modelos de gestão,voltados à valorização das pessoas,como parceiras, promotoras do desen-volvimento individual e organizacional.

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16 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

Todos os encontros do Reflexõestêm contado com a presença dosociólogo, educador e pesquisadorPedro Demo, da Universidade de Brasília,que, a convite da PUCRS, tem ministradopalestras sobre “O Ensino Superior noSéculo 21: Aprender a Aprender”. Aspalavras de Demo provocaram profundareflexão por parte dos professores,especialmente no que tange à avaliaçãodos alunos. Por isso, solicitamos umaentrevista exclusiva para o Reflexões,tentando compreender, um pouco melhor,o que prega o educador.

Entre uma das polêmicas provoca-das pelo pesquisador, está o fato de pre-ferir a pesquisa à prova, como métodode avaliação do aluno. Segundo Demo,a prova só se direciona a conteúdos, émuito reprodutiva e dificilmente estimulao pensar e questionar. A pesquisa, porsua vez, exige mais do aluno, que precisapensar o ano inteiro e não decorar. Comoexemplo, cita as universidades de Har-vard, Stanford e Frankfurt, dentre asmelhores do mundo, onde dificilmentehá prova e aula. Esta é facultativa. “Aquinão teríamos coragem de fazer isso, poiscorremos o risco de ficar sozinhos emsala de aula”, diz Demo.

Pensar, para o sociólogo, é mate-mático, lógico, seqüencial, algoritmo.Saber pensar é complexo, não-linear, estáligado aos mistérios da comunicaçãohumana, da inteligência emocional. Co-mo definição conceitual, destaca Demo:

“Quem sabe pensar, duvida do quepensa. Quem não sabe pensar, acreditano que pensa”.

Saber pensar é, também, uma arma euma habilidade, que pode ser usada parao bem ou para o mal. Fazer guerra, porexemplo, é saber pensar. O crime orga-nizado também. “Não podemos perderde vista que a realidade é um fenômenocomplexo e dúbio, ambíguo”, lembra De-mo.

SOCIEDADE DESIGUAL

Sobre o desenvolvimento, o soció-logo destaca que os países ocidentaisestão criando sociedades muito desi-guais, “exacerbadamente desiguais”.Por isso, defende a humanização dodesenvolvimento. A expressão significaaumentar a retidão e voltar o desenvol-vimento para o bem comum. “Quemtransformou a sociedade cada vez maisdesigual e mais destruída foi o neolibe-ralismo”, afirma Demo.

Segundo seu julgamento, o mercadocapitalista não tem como ser humani-zado,por isso é preciso fugir desse mo-delo. Opesquisador define o capitalismo “comoabsurdo, obsessivo e paranóico naconcentração dos recursos”. Por isso,acredita que é necessário superar esse tipode sociedade e encontrar algo onde o bemcomum possa ser uma referência pelo menostão importante quanto o mercado que, afinal,é o meio, e não o fim.

INSTRUCIONISMO

Uma das principais críticas de PedroDemo vai para o “instrucionismo”, quesignifica a domesticação autoritária doaluno pelo professor, de cima para baixoe de fora para dentro, de forma que aoaluno cabe escutar, tomar nota e fazerprova. Demo propõe que o professorpasse a educar e fazer do aluno um bomaluno.

Aliás, para o sociólogo o grandeproblema da Universidade não é o aluno,mas o professor, que é vítima do sistemae, portanto, reprodutor e perpetuador domesmo. A responsabilidade de mudar osprofessores para melhor é dos reitores,diz Demo, destacando que “ser reitornão é simplesmente orçamento, carro,prédio, entre outros bens materiais, mas,especialmente, proporcionar a qualifi-cação de seus professores”.

A frase que bem define a compre-ensão de Demo sobre o assunto é: “Oinstrucionismo é a estratégia básica deimbecilização dos marginalizados,porque lhes oferece coisas pobres parapobres, evitando que eles ascendam aoconhecimento propriamente dito, emparticular sua potencialidade disruptiva(conhecimento que rompe com o queestá dado ou dito). O instrucionismo é ocultivo da dependência”. Demo explicaque esta política prega a submissão, apessoa não-contestatória, não-rebelde.“A pessoa que aprende muda de idéia,

DEMO APRESENTAAVALIAÇÃO DE ALUNODIFERENCIADAEle propõe o fim da prova, com a adoção de propostapedagógica voltada para pesquisa

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Reflexões PUCRS dezembro/2002 17

O OLHARO OLHARO OLHARO OLHARO OLHARde opinião”. Este tipo de educação equi-para-se ao assistencialismo, na políticasocial. “Assistência infantiliza aspessoas. Se alguém recebe cesta básica,está infantilizado, pois ficará eternamentedependendo do outro. Esse alguém a-chará que o outro resolverá seu proble-ma e não se apresentará como sujeitosocial”.

O grande desafio do professor,destaca Demo, é ter um aluno muitodespreparado e fazer dele um bom aluno.“Isto é ser professor, não é dar aula”,afirmou. Porém, lembra que o grandeproblema é mudar a mentalidade dosprofessores, pois eles foram formadosneste método e, portanto, são vítimasdo sistema.

HUMANIZAR ODESENVOLVIMENTO

Demo entende que a tradiçãoocidental cultuou um desenvolvimentoagressivo, tanto em termos de sociedadequanto da natureza, criando sociedadesexacerbadamente desiguais. Segundodestacou, o neoliberalismo pontencia-lizou dois graves problemas: a desigual-dade social e a destruição da sociedade.

Por isso, defende a humanização dodesenvolvimento, ou seja, um desen-volvimento voltado para o bem comume não só para determinadas categoriasdo mercado. “Quando o conhecimentoestá fechado no mercado, faz o que omercado pede, e não o que a ética, obem comum ou a democracia pedem.

Particularmente, Demo não acreditana possibilidade de humanizar ocapitalismo. Por isso, defende a criaçãode uma nova sociedade, onde o bemcomum possa ser uma referência, nomínimo, tão importante quanto omercado.

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18 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

Os sábados são geralmentereservados para os mais diferentescompromissos. Sejam eles sociais,esportivos, religiosos, festivos e cívicose outros menos votados. A importânciade cada compromisso varia de acordocom seu público e sua identidade, quepodem ser formais e informais. O ProjetoReflexões reuniu quase duzentos partici-pantes entre professores, funcionáriose prestadores de serviço para a Univer-sidade a fim de discutir duas questõespertinentes aos nossos dias: a busca daverdadeira identidade da PUCRS e suasimplicações nas atitudes e compor-tamentos.

Na abertura do encontro, o Sr.Reitor Norberto Rauch saudou a todose tratou logo de dar boas-vindas aosparticipantes e ressaltar a importânciados trabalhos para o crescimento daUniversidade. O Sr. Vice-Reitor Prof. Joa-quim Clotet fez oportunas citações depensadores do passado, que tiveramseus trabalhos notificados pela formaequilibrada de pensar, agir e tomardecisões, reafirmando que o trabalho ecomprometimento são fatores de sumaimportância para o crescimento daUniversidade.

A divisão dos grupos para asdiscussão das questões propostasmostrou a existência de uma grande sin-tonia entre os grupos, pois as respostase ações apresentadas norteavam sempre,ou quase sempre, para o tema mais ex-posto, que foi o respeito mútuo entre osintegrantes da Comunidade Universi-tária - professores, alunos, funcionários- contra certos feudos existentes: acessi-bilidade, flexibilidade, comunicação. Aconclusão a que se chega é que existeuma grande expectativa quanto às

mudanças propostas pela universidade.É visível a sintonia de idéias epensamento quando pequenos gruposse encontram para discutir certas açõesreferentes à PUCRS. As respostas àsindagações pa-recem obedecer a umamesma linha de raciocínio quanto ao queesperam da Universidade.

A mudança significa a oportu-nidade de crescimento, e isso nós vimosatravés da montagem quase cinema-tográfica, feita pelo Irmão Adelino, ondeaparecem os primeiros prédios: a cons-trução do hospital e outros que vieramcom o passar do tempo.

A PUCRS realmente se tornouuma das maiores universidades domundo, a partir da ajuda de muitoscolaboradores. Entre eles, professorese funcionários que, muitas vezes, nãochegam a receber justa homenagem que,certamente, merecem. Devo aqui ressal-tar e parabenizar a brilhante iniciativa daAdministração Superior da Universidadeem prestar tão justa homenagem àquelesque, com seu perfil, contribuíram para ocrescimento dessa casa. As homenagenstiveram suas peculiaridades pessoais. Aprofessora Lucinda Lorenzoni foi aprimeira a receber tal deferência, em que,entre outros atributos, destacou-se o deeducadora nata e sua participação nacriação dos importantes cursos da Facul-dade de Educação, entre tantos outros.Esta educadora mal pôde agradecer,tamanha era sua emoção. Emoção desciado palco até a platéia. A senhora NoelyRaban foi a segunda a ser homenageadapela sua bondade e doação com quesempre ajudou humildes e necessitados,principalmente os funcionários daPrefeitura Universitária, local ondedesempenhou sua funções. Por último,

o professor João Miguel Messina, ousimplesmente professor Messina, comotodos o conhecem. O perfil traçado peloseu amigo de muitos anos, Dr. Loro, fezcom que conhecêssemos um pouco maisda história do sempre simpático, solícito,prestativo e amigo professor Messina.Ao final, era unânime a opinião dospresentes: as homenagens foram muitojustas.

Para finalizar, mais uma vezdestaco o acerto que a PUCRS teve emprestar, ainda em vida, a mais justahomenagem a seus colaboradores, pois,na minha opinião, não existe nada maismórbido do que prestar homenagenspóstumas aos que já partiram desta vidapara outro patamar, pois, além de deixarparentes e amigos tristes, fica a impres-são do esquecimento.

Paulo Joeli Felix Ramos

Jornalista e Presidente daAssociação dos Funcionários da

PUCRS

Respeito mútuo entreintegrantes da comunidade

Este é o principal desejo manifestado pelos integrantes do encontro que discutiu aidentidade da PUCRS e implicações no comportamento dos docentes e funcionários

18 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

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Reflexões PUCRS dezembro/2002 19

A IDENTIDA IDENTIDA IDENTIDA IDENTIDA IDENTIDADEADEADEADEADEEncontro que busca refletir sobre a identidade da instituição

HomenageadosNoely RabadanPrefeitura Universitária

Lucinda LorenzoniFaculdade de Educação

João Messina da CruzFaculdade de Odontologia

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20 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

Dois grupos de professoresque participaram do Reflexões, em BentoGonçalves, no decorrer de 2002, reu-niram-se em 26 de outubro, no campusda PUCRS, para refletirem e proporemações relativas à identidade da PUCRS.A palestra sobre o tema foi ministradapelo vice-reitor, Professor Dr. JoaquimClotet, coordenador do Projeto Refle-xões, e contou com a participação deaproximadamente 200 pessoas, entredocentes e funcionários.

Reunidos, atentamente ouvi-ram o professor destacar que a identi-dade institucional pode ser consideradapelo aspecto teórico, ideal proposto pelofundador ou pela entidade fundacional,ou prático, resultado da integração doagir das pessoas que constituem a insti-tuição.

O esforço pela afirmação daidentidade de uma instituição é trabalhoconstante e exige participação coletiva,afirmou.“Sem essa identidade, a institui-ção enfraquece e diminui sua capacidadede atuação, passando a depender dascaracterísticas ou projetos de seus líde-res ou administradores e de seus compo-nentes”.

No caso da PUCRS, suaidentidade é vista através dos artigos 2ºe 4º de seu estatuto, da Ex Corde Eccle-siae (Constituição Apostólica sobre asUniversidades Católicas) e segundo atradição educativa marista.

Os artigos do Estatuto dizem:“A PUCRS é uma instituição con-fessional católica, que se rege pela

legislação federal, pelas disposiçõescanônicas aplicáveis, por seu Estatutoe Regimento e, no que couber, peloEstatuto da Entidade Mantenedora” e“Constituída pela comunidade deprofessores, funcionários e alunos, aUniversidade tem por finalidades traba-lhar como centro educativo superiormarista e pela evangelização da cultura”.

Segundo a Ex Corde Eccle-siae, é característica essencial da univer-sidade católica a inspiração cristã nãosó dos indivíduos, mas também da co-munidade universitária enquanto tal, oque comporta reflexão, fidelidade à men-sagem cristã e empenho institucional noserviço à humanidade. Portanto, os i-deais, as atitudes e os princípios cató-licos impregnam as atividades universi-tárias, destacou Clotet.

Na palestra, o professor tam-bém lembrou mensagens da XX Assem-bléia Mundial Marista, realizada emRoma, em 13 de outubro de 2001. Porexemplo, destacou que a Missão Educa-tiva Marista manifesta-se através doconhecimento da individualidade decada um, de sólida disciplina – resultadodo equilíbrio entre firmeza e doçura – ede simplicidade. Para o coordenador doReflexões, “o homem simples é sincero,busca a verdade, não é inquisitor, com-preende o problema dos outros, não éintelectualista, é homem de bom coração,afetivo, de fácil abordagem, amável comtodos e espontâneo na forma de pro-ceder”.

Lembrou, ainda, algumas carac-terísticas da tradição educativa marista:“amor ao trabalho, dedicação total, amorentranhado pelo educando, fé no jovem,paciência e respeito pela caminhada decada um.

Ao finalizar, Clotet ressaltouque a identidade de uma universidadecatólica deveria impregnar o conjuntode ações das pessoas que a compõem,pois o objetivo fundamental do trabalhode uma universidade católica é nãoapenas capacitar técnica e profissional-mente, mas também preparar as pessoasa viverem de acordo com valores cris-tãos.

A expressão dos valores cris-tãos, segundo destacou, é muito maisdo que um discurso a respeito deles. “Éapresentar coerência entre pensamento,discurso e ações no meio em que vive”.A universidade católica constitui-se,assim, na construção da solidariedadehumana, na viabilização da justiça,respeito e paz. A direção e a coordenaçãosão formas de prestar serviço e não deusufruir do poder. O compromisso coma comunidade local e regional constitui-se como necessário e insubstituível.

Atitudes revelamidentidade institucional

Devem ser constantes e exigem a participaçãocoletiva, pois “sem identidade, a instituição enfraquece”

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Reflexões PUCRS dezembro/2002 21

A IDENTIDA IDENTIDA IDENTIDA IDENTIDA IDENTIDADEADEADEADEADE

DepoimentosOpinião da comunidade revela caráter católico,

marista, e evangelização da cultura

“Uma das mais importantes, mais essenciais das açõesque representam o desenvolvimento da Identidade da

PUCRS é todos os funcionários, administrativos eprofessores praticarem o respeito mútuo. Ao termosrespeito uns pelos outros, automaticamente, vamos

passar isto para o nosso público-alvo, que são osalunos e a comunidade externa à Universidade.”

Mauro Antônio RechFAMECOS

“Muito mais nos preocupa e nos provoca uma ação dentro da PUCRS, aidéia e o desafio de se manter com coerência, de se ter, em nossa

prática, uma vivência real do que cultuamos do ponto de vista teórico.Esta é a idéia maior que eu vejo permanentemente sendo buscada na

Universidade, e espero que a gente consiga alcançá-la.”Marilu MedeirosEducação a Distância

“Essencial para ratificar a intenção da PUCRS com esse tipo de evento,demonstrando que o mesmo não é um mero encontro casual, masum pensar a universidade juntos. Também foi importante parareencontrar pessoas e ver que vínculos foram firmados. Foi válidona medida em que se pôde trocar idéias com outro grupo. Por fim,foi realmente emocionante o momento em que a PUCRShomenageou seus funcionários, demonstrando o apreço e

consideração que a instituição tem para com os mesmos, que,naquele momento, representavam cada um de nós.

Letícia Loureiro CorreaFaculdade de Direito

Reflexões PUCRS dezembro/2002 21

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22 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

A IDENTIDA IDENTIDA IDENTIDA IDENTIDA IDENTIDADEADEADEADEADE

22 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

“Achei muito interessante a reunião do grupo maior e pensamosmuito a respeito da identidade da PUCRS. Um aspecto que mepareceu muito importante foi o tema sobre auto-estima. No meugrupo de trabalho falamos muito nisso, sobre como, naUniversidade, é preciso nos valorizarmos mais. É preciso, todos,

nos sentirmos como um time que está ganhando, termos a idéia deque estamos bem e mostrarmos isso também para fora da

Universidade.”Claudia Musa FayHistória

“É uma oportunidade ímpar que nós, professores e funcionários,temos de discutir as questões que implicam o compromisso quetemos com a Universidade e a possibilidade de verificarmos oquanto existe de diversidade em nosso meio. E, em função dessecompromisso e da verificação dessa diversidade, encontrarmosfórmulas de superar as diferenças, as divergências, que fazem,também, parte da nossa identidade, e podermos construir uma

universidade que seja produto de todos nós.”Denis Dockhorn

Odontologia

“A identidade da PUCRS se vê no comprometimento, naação do dia-a-dia do funcionário, que deve ser

estimulado, permanentemente pela empresa. E não é sóbuscar o recurso pessoal. É buscar o crescimento

enquanto ser, enquanto pessoa, resgatando os valoresque, às vezes, ficam esquecidos. Também na

solidariedade! Não só dar, mas responder ao outro,cultivar o coleguismo.”

Leda Eunice de AlmeidaVice-Presidente da AFPUCRS

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Reflexões PUCRS dezembro/2002 23

A idéia de solidariedade é, aomesmo tempo, simples e complexa semque isso seja inconsistente. Em suaperspectiva humana mais natural, asolidariedade é esse sentimento de sen-sibilidade às formas de ser do outro, essadisponibilidade interior para aproximar-se com boas intenções das pessoas comquem se convive.

Trata-se, nesse caso, de umapropriedade absolutamente indispen-sável para todos os que desejam viveruma vida civilizada e qualificada doponto de vista social e humano. Mas,aqui, queremos pensar um pouco sobreo sentido, um tanto menos usual, do quegostaríamos de chamar solidariedadeprofissional.

De maneira analógica, diremosque a solidariedade profissional é essesentimento de sensibilidade às formasde trabalho do outro. Esse desejo de co-laborar na direção de uma eficiênciapessoal e institucional maior. Humanose profissionais que somos, temos anatural vocação para valorizar as nossaspotencialidades técnicas e investir emnossa carreira.

Mas há que se distinguir entreo justo amor pela profissão e o carrei-rismo sem limites, a vaidade exacerbadae a falta de humildade no poder. As hie-rarquias e a competitividade são própriasdas instituições modernas e, em si mes-mas, necessárias na divisão otimizadado trabalho. Mas é a solidariedade

O COMPROMISSOO COMPROMISSOO COMPROMISSOO COMPROMISSOO COMPROMISSO

Reflexões sobresolidariedade no

trabalhoCondição indispensável para quem deseja viver uma vidacivilizada e qualificada do ponto de vista social e humano

profissional, com profundo senso decompreensão e respeito pelas atividadesdo outro, algo que diferencia a insti-tuição de fundamentação religiosa, deuma empresa qualquer.

Ser solidário com nossos seme-lhantes é ser uma pessoa de valor sociale humano. Ser solidário profissional-mente com nossos parceiros de trabalhoé ser um profissional qualificado e dealto nível. Isso não significa,absolutamente, convivência acrítica oupuro confete de relações. Ao contrário,a crítica construtiva e, conseqüente-mente, produtiva é tudo o que se deseja.

O sucesso profissional deveser, antes de mais nada, uma medida doesforço e mérito do trabalho próprio,mais a capacidade de alavancar otrabalho do outro. Mas, para isso, trata-se de assumir, com muito discernimento,que eficiência individual consiste emresultados institucionais e não apenasbrilho personalizado.

O sentido de êxito coletivo notrabalho precisa ser assimilado comoreferência profissional. Isso não é fácil,de fato, à medida que somos diferentese temos estilos profissionais distintos.É necessária abertura de visão paraconviver com as formas variadas de fazeras coisas. Mas, certamente nada é maisprazeroso e gratificante do que conquis-tar o respeito, a admiração sincera e asolidariedade dos que fazem parte domesmo time e vencer com dignidade.

Reforçando o compromisso institucional

Jorge CamposPresidente da Associação

dos Docentes ePesquisadores da PUCRS

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24 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

DepoimentosEncontros contribuem para qualificaçãodo comprometimento de cada membro

universitário

VVVVVALDEMARINALDEMARINALDEMARINALDEMARINALDEMARINA BA BA BA BA B.....DE DE DE DE DE AZEVEDO E SOUZAAZEVEDO E SOUZAAZEVEDO E SOUZAAZEVEDO E SOUZAAZEVEDO E SOUZA - FACED

Na vida profissional, o Reflexõespossibilitou uma convivência maisfraterna com profissionais de outrasáreas, com a vivência da interdisci-plinaridade. Em relação à vida pes-soal, principalmente, com o autoco-nhecimento e com uma atitude deescuta.

SUSANASUSANASUSANASUSANASUSANAGIB AZEVEDOGIB AZEVEDOGIB AZEVEDOGIB AZEVEDOGIB AZEVEDOFAMECOS

Os encontros possibilitam aintegração entre as diferentes facul-dades; o reconhecimento das poten-cialidades e das dificuldades, daspessoas, das lacunas da Universi-dade, bem como a conscientizaçãodos participantes da comunidade uni-versitária sobre seu papel na Educa-ção e de sua contribuição na cons-trução da pessoa.

JOÃOOÃOOÃOOÃOOÃOCARLCARLCARLCARLCARLOS GASPOS GASPOS GASPOS GASPOS GASPARINARINARINARINARINCENTRO DE EVENTOSPRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DEEX-ALUNOS DA PUCRS

Desde o primeiro encontro, deLaguna, passando por aquele quefizemos no prédio 41, e agora todaesta caminhada que estamos passan-do, tenho notado um crescimento naunião entre os membros desse grupoque compõe o Reflexões. Noto nasconversas de corredores a respeitodos temas que são tratados, de identi-dade universitária, do seu compro-misso com a Universidade, e isto éalgo que engrandece todo o corpodocente e funcional desta casa por-que começa a se notar um grupounido em torno de um objetivo maior,que se chama Pontifícia Universida-de Católica do Rio Grande do Sul.

EMÍLIOEMÍLIOEMÍLIOEMÍLIOEMÍLIOANTÕNIO JECKEL NETOANTÕNIO JECKEL NETOANTÕNIO JECKEL NETOANTÕNIO JECKEL NETOANTÕNIO JECKEL NETOINSTITUTO DEGERIATRIAE GERONTOLOGIA

Como os encontros contribuírampara teu compromisso com aPUCRS?

Foi uma coisa meio dramática...,pois estava num momento de decidirse permaneceria na UFRGS ou não.Depois daquele encontro, foi ummomento muito importante porquerefleti, conversando com colegas,discutindo a questão da missão decompromisso, e decidi dar um saltona vida! E isso é uma coisa meiodramática porque todo mundo dizia:“Tu és louco?! Largar um empregopúblico federal, aposentadoria,etc...” Pensei, não é só isto a vidada gente. Tem que ter algo mais! A-quilo que foi comentado pelo P. Érico.É uma coisa que vem da gente. Agente tem que se sentir pessoa; nãoé simplesmente só cuidar as coisaspara mim. Foi um momento em quedisse para mim mesmo: aqui naPUCRS posso me realizar como pes-soa e como profissional. Por issodigo que foi meio dramática a in-fluência daquele 1o encontro doReflexões.

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PRPRPRPRPROOOOOTÁSIOTÁSIOTÁSIOTÁSIOTÁSIOPLETSCHPLETSCHPLETSCHPLETSCHPLETSCHURUGUAIANA

Encontro-me com o espírito dis-ponível para refletir com os colegasas principais questões da Univer-sidade, da comunidade universitáriae também com expectativa de ver apossibilidade de implementação dasreflexões e decisões que a gentetoma neste momento. A história doProjeto Reflexões é muito positiva.

SIMONE LUISISIMONE LUISISIMONE LUISISIMONE LUISISIMONE LUISIODONTOLOGIA

A oportunidade é muito válidaporque resgata os dois encontros jáacontecidos, os dois grupos anterio-res, e isso fortalece muito mais otrabalho de equipe, fundamental paraa implementação das metas estra-tégicas da Universidade. Isso é im-portante porque retoma muita coisanossa. É importante tocar o coraçãode cada um, pois, a partir de umengajamento, de um comprometi-mento individual, nós vamos ter ocompromisso para desenvolver umplanejamento estratégico dentro dacomunidade acadêmica.

DENIZARDENIZARDENIZARDENIZARDENIZARALBERTOALBERTOALBERTOALBERTOALBERTODDDDDA SILA SILA SILA SILA SILVVVVVA MELA MELA MELA MELA MELOOOOOFAENFI – CURSO DE FISIOTERAPIA

A partir da participação noProjeto Reflexões foi possível co-nhecer um pouco mais a história daUniversidade, dos princípios maristas,que norteiam a Instituição de formaampla, e, bem especificamente,trazer isso para o grupo do qual façoparte, a FAENFI. Poder dividir issocom o grupo dos professores, in-formar um pouco melhor como aPUCRS está estruturada, falar sobrea abertura que a Universidade apre-senta para que as pessoas possamparticipar de maneira significativa etrazer sua contribuição. Com issoconseguimos aumentar, disseminardentro do grupo, as idéias que foramtrazidas do Projeto Reflexões e, atémesmo, dar uma noção, aos profes-sores, daquelas coisas que são extre-mamente importantes dentro da uni-versidade e muitas vezes não são in-formados. A gente pode, então, tendoparticipado do Projeto, comunicar demaneira bastante ampla.

MARIOMARIOMARIOMARIOMARIOHAMILHAMILHAMILHAMILHAMILTTTTTON ON ON ON ON VILELAVILELAVILELAVILELAVILELAPRPPG

Acredito que é uma oportunidadeímpar de nós nos reencontrarmospara reexaminarmos a situação daUniversidade, propormos novas eboas alternativas para o desenvolvi-mento da PUCRS.

O COMPROMISSOO COMPROMISSOO COMPROMISSOO COMPROMISSOO COMPROMISSO

JORGE FRANZGERÊNCIA FINANCEIRA

Todo participante do Projeto Re-flexões é convidado a incorporar amística marista, onde a simplicidadee a disponibilidade para servir sesobrepõem a qualquer outra preocu-pação. É pelo comprometimentomanifestado em nossas ações do dia-a-dia que vamos construindo a nossaverdadeira Identidade Institucional.

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Estimados amigos e amigas,

Uma saudaçãocordial a todo o mundomarista. Enviamo-lhesesta mensagem, quepara nós é vida eesperança.

Vocês sãomuitos, de tantos lu-gares e culturas e for-mam conosco uma ex-tensa família: educado-res e colaboradores,catequistas e animado-res, alunos e ex-alunos,pais de família, membrosde fraternidades e mui-tos outros maristas...Quanta vida!

Nosso Capítu-lo-Geral foi uma expe-riência profunda e dina-mizadora; por isso lhesdirigimos esta carta. Es-tamos convencidos deque você, amigo ou ami-ga, e cada um de nós,recebemos vida em a-bundância (cf.Jo, 10,10).E sabemos que, atravésdela, se faz presente oDeus encarnado.

Nos olhos vi-vos das crianças, no sorriso contagiantedos jovens, nas mãos delicadas dosadultos, no abraço caloroso dos ido-

sos... o Senhor nos fala com força e noschama a abrir caminhos, processos de

vitalidade.Queremos

recordar especial-ente aqueles dentrevocês que sentemdebilidades, doen-ças, necessidades dequalquer espécie,desalento, solidão,pobreza... porque ossentimos mais próxi-mos e porque temosa certeza de que nopequeno e no fraco avida se faz milagre eprofecia (como nassementes). Em todosouvimos o grito doPai da Vida.

Durante seissemanas, os 118 Ir-mãos, reunidos emRoma, vivemos o Ca-pítulo como uma ex-periência intensa, en-riquecida pela parti-cipação de 17 leigosque conosco estive-ram por algum tempo.Sabemos tambémque todo o mundomarista esteve co-nosco em Capítulo.

Você também. Obri-gado!Agradecemos a você e a todos,

o interesse e os sonhos manifestadosdurante o Capítulo, a presença na oração

Mensagem do 20ºCapítulo-Geral

Encontro realizado em Roma com 118 irmãos maristas e17 leigos. Deles recebemos este comunicado

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e na lembrança, as múltiplasdemonstrações de afeto.

Pedimos que continuem a nosacompanhar em nossa caminhada defuturo e de crescimento pessoal, comu-nitário e como Instituto.

Ao refletir e discernir juntos,vimos e valorizamos a realidade dosjovens e do mundo, nossa realidademarista e da Igreja ... e encontramos luzese sombras, como também muitos sinaisde vida. Selecionamos cinco sinais, queimpulsionam nosso agir e se concretizamem linhas práticas de ação:

Nas fontes de água viva (cf. Jo4,10) nos sentimos chamados acentralizar, aproximadamente, nossasvidas e nossas comunidades em Cristo,como fez Maria; e para isso, pôr emmarcha processos de crescimentohumano e de conversão.

Vendo como é bom que osIrmãos vivam unidos (cf. sl 133)..., nossentimos chamados a revitalizar nossascomunidades para que sejam espaçosde fraternidade, de simplicidade e vidaevangélica, a serviço da missão.

Alargando a tenda (cf. Is54,2)..., nos sentimos chamados aaprofundar nossa identidade específicade Irmãos e leigos, ao partilhar vida:espiritualidade, missão, formação...

Como um fogo que abrasa econsome..., nos sentimos chamados aavançar juntos, Irmãos e leigos, decididae inequivocadamente, na proximidadedas crianças e jovens mais pobres eexcluídos, por caminhos novos de edu-cação, evangelização e solidariedade.

E tudo isso, com um estilo degoverno e animação que desejamossempre mais a serviço da vida...

Como vêem, o espíritovivificador (cf. Gl 5,25) continua afecundar nossos horizontes, enchendo-os de esperança. Concretizar tudo issonão será fácil: como elaborar processospara avançar em nossa espiritualidadeapostólica marista? Como crescer emespírito fraterno?

Como tornar hoje mais viva eatual a missão, nossa solidariedade?Como dar novos passos no caminho dapartilha entre Irmãos e leigos?

Estimados amigos, vocês nosconhecem e apreciam, por isso pedimostambém seu apoio. Ao partilhar comvocês os apelos que descobrimos,quiséramos que também os sintam comoseus. Especialmente porque, como jácomprovaram, o caminhar juntos,Irmãos e Leigos, é uma de nossasaspirações e desafios. Nisso o papel devocês é decisivo.

Teremos que enfrentar juntosmuitos desses desafios: promovendoexperiências e processos de reflexão emconjunto, que nos levem a aprofundarnossa identidade, estimulando itineráriosde formação comuns que atendam aoespecífico de cada vocação; crescendoem co-responsabilidade e reciprocidadenas obras existentes e nas novaspresenças, avançando na criação decomunidades abertas, para trabalhar comos jovens, especialmente os maisabandonados.

Olhando para Maria, rea-prendemos a escuta, a acolhida e novasformas de ser presença, atitudes que sãocentrais em nossa espiritualidadeapostólica. Que ela inspire nossa tarefaeducativa e evangelizadora, parapriorizar os mais necessitados, os que“não têm vinho” (Jo 2,3), nem educação,sentido, amor...

Com Champagnat, homem decoração sensível e sem fronteiras,voltamos hoje a olhar o mundo comolhos de fé e com carinho. E novamenteele diz a vocês e a cada um de nós:“Quanto bem você pode fazer, queridoamigo!”

Obrigado por estar conosco,por sua amizade e apreço! E obrigadotambém a Jesus, que nos convida: “faze-te ao largo” (Lc 5,4). Pois a vida não seacaba, Deus é o Deus dos vivos e muitassão as razões para crer, esperar e amar...certos de que “... nossa esperança nãodecepcionará” (Rm 5,5).

Unidos a vocês, escolhemos avida!

Roma, 13 de outubro de 2001.Irmãos capitulares – 20º Capítulo-Geral

ASSEMBLÉIA MUNDIAL MARISTASSEMBLÉIA MUNDIAL MARISTASSEMBLÉIA MUNDIAL MARISTASSEMBLÉIA MUNDIAL MARISTASSEMBLÉIA MUNDIAL MARISTAAAAAReunião de estudos sobre a

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28 dezembro/2002 Reflexões PUCRS

Meus caros amigos,

Escrevo-lhes hoje esta carta para compartilhar uma surpresa e uma alegria. A surpresa: ter sido convidado parafalar no dia 6 de junho passado sobre a Mensagem do 20º Capítulo-Geral do Instituto Marista aos seuscolaboradores. O auditório estava cheio de colegas e autoridades da nossa PUCRS. Depois de mais de vinte anosde magistério com sua rotina de aulas e palestras, confesso que estava nervoso como no dia em que me defronteicom a minha primeira turma de alunos. A alegria: parece que consegui!

Ao ler pela primeira vez a Mensagem, o meu olho de biólogo bateu automaticamente na palavra VIDA. Mas, éóbvio, ela não estava ali somente no seu sentido biológico. Fala-se da vida na sua plenitude, nas dimensões dosocial, do espiritual, da saúde, do político, em todas as dimensões que esta palavra pode assumir. Por isso naMensagem a expressão alegre: “Quanta vida!”. E o convite para partilharmos a vida. Não somente a nossa vidacotidiana, mas a fonte dela para todos nós. “Eu sou a verdade e a vida” (Jo 14,6).

A Mensagem do Capítulo nos convida a abrir caminhos e a pôr em marcha processos de crescimento humano.A buscar caminhos novos de educação, evangelização e solidariedade. A estarmos a serviço da vida. Ao ler isto,me encontrei refletindo sobre o nosso dia-a-dia na PUCRS - talvez um hábito adquirido pelos encontros Reflexões...

“Abrir caminhos”. Não apenas servir de sinal de tráfego, que indica a direção, mas fica sempre no mesmo lugar.“Pôr em marcha processos de crescimento humano”. O crescimento de nossos alunos, de nossos educandos.Educação, não mercado. Educando, não simples cliente. Processo, não apenas produto. Estar a serviço da vidapara não transformar os nossos alunos em meros instrumentos do mercado. Buscar maneiras de ensinar epesquisar que desenvolvam a solidariedade ao invés da competição, que estimulem a busca do conhecimentopara colocá-lo a serviço dos outros e não somente do lucro. Porém, muitas vezes somos envolvidos por umcontexto que nos leva para outros caminhos. A busca do conhecimento se transforma em busca do reconhecimento.Precisamos produzir conhecimento e acumulá-lo no currículo Lattes.

Mas os apelos da Mensagem são os de “trabalhar com os jovens”, de “promover experiências e processosde reflexão conjunta”, de “estimular itinerários de formação conjunta que atendam o específico de cada vocação”.Convenhamos, não é fácil nestes dias de hoje...

Por isso me vieram à mente algumas perguntas. Estou preparado para educar? Como professor, procuro qualificarminhas habilidades docentes? Como pesquisador, me preocupo em buscar e difundir o conhecimento novo demaneira solidária? Como cristão trabalhando numa instituição católica, sou testemunho evangelizador? Procurocrescer em espírito fraterno com todos aqueles que fazem parte do meu ambiente de trabalho? Realmente, não éfácil... Mas, como dizia Champagnat, “quanto bem você pode fazer, querido amigo”. Certamente não somosperfeitos, mas devemos ser “o sal da terra” e “a luz do mundo” (Mt 5, 13-16). Pois a VIDA não se acaba. “Temostantas coisas para acolher, partilhar, celebrar! Há vida em cada pessoa, em cada comunidade, em cada grupo!“Quanta vida em nossa universidade! Precisamos nos entusiasmar cada vez mais com a nossa vida, com a dosnossos alunos, com a das pessoas que trabalham conosco.

Por isso encerro esta carta repetindo o convite do Capítulo: “Escolhamos a vida!”

Um grande abraço para todos.Emilio A. Jeckel Neto

Coordenador de Pós-Graduaçãoem Gerontologia Biomédica

Quanta Vida!ASSEMBLÉIA MUNDIAL MARISTASSEMBLÉIA MUNDIAL MARISTASSEMBLÉIA MUNDIAL MARISTASSEMBLÉIA MUNDIAL MARISTASSEMBLÉIA MUNDIAL MARISTAAAAA

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OPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃO

A Comissão específica doInstituto Nacional de Estudos e Pes-quisas Pedagógicos do Ministério daEducação e Desporto aprovou, no dia20 de setembro último, o Plano deDesenvolvimento Institucional (2002-2005) da Pontifícia Universidade Católicado Rio Grande do Sul. O documento éapresentado pelo irmão Lauro FranciscoHochscheidt, ex-presidente da mante-nedora, e pelo irmão Norberto FranciscoRauch, reitor. Ambos asseguram ao MECa disposição da entidade de se atualizarpara o adequado cumprimento de suamissão até 2005. Os dois dirigentes apon-tam o Plano de Desenvolvimento Insti-tucional “como uma grande bússola queirá auxiliar o processo de tomada de de-cisão e a edificação da sua trajetóriafutura”.

São indicados dezoito ob-jetivos e metas para estas sete áreas:graduação, pós-graduação e pesquisa,extensão e educação continuada,educação a distância, ação comunitáriae responsabilidade social, recursoshumanos e clima organizacional e gestãoda universidade, marketing, comunica-ção e resultados globais. Os objetivossão acompanhados por estratégiasprioritárias e por ações com a apropriadacronologia. Prevê-se, por exemplo, oaumento aproximado de 250 professoresem regime de tempo integral até o fim de2004.

De outra parte, os docentesserão informados a respeito dos orga-nismos de fomento. Os fatores deter-minantes de custos, preços e resultadosserão do conhecimento dos gestores edos professores. Essas providências serelacionam com o compromisso dacomunidade universitária de “cresci-mento com sustentabilidade”. Com-preende-se, assim, a cautela da insti-tuição na abertura de cursos levando emconta a demanda da comunidade e aempregabilidade. O Ministério da Edu-cação e Desporto é informado do con-teúdo de todos os cursos da univer-sidade com o perfil do egresso e com a

síntese do projeto pedagógico, o qualconsidera o educando “como sujeitocapaz de intervir e transformar asociedade”. Todos os cursos passam porrevisão curricular em atenção, aliás, àsDiretrizes Curriculares daquela Pasta. Noconcernente à avaliação institucional,são apresentados os resultados doExame Nacional de Cursos, da Avaliaçãodas Condições de Ensino e os parâ-metros da auto-avaliação. Estes têm emvista consolidar “uma cultura de ava-liação da Universidade”. É motivo desatisfação para os interessados e, creio,para a opinião pública, o despacho: “Re-comendo a continuidade da tramitaçãodo processo, tendo em vista a adequa-ção do Plano de DesenvolvimentoInstitucional às exigências da legislaçãoe aos critérios de coerência e factibi-lidade”.

A determinação do MEC paraa elaboração do Plano de Desenvolvi-mento Institucional veio em momentoadequado para esta universidade.Número considerável de dirigentes,professores e funcionários já haviamparticipado do Projeto Reflexões e daprodução do Plano Estratégico. As trêsatividades se inter-relacionam. Há umdomínio da nomenclatura do planeja-mento; existe consenso sobre a indis-pensável aliança do ensino e da pes-quisa. E, lembrando os anos de chumboda educação particular brasileira (1989-1990), se faz presente maior engajamentodas pessoas com sua instituição. Sãomelhores as relações das entidades. É

mérito do projeto Reflexões o grau deinformação sobre São MarcelinoChampagnat e o Instituto dos IrmãosMaristas. Estes, além desta universi-dade, dirigem a PUC do Paraná, parti-cipam da administração da UniversidadeCatólica de Brasília, reabrem Faculdadesem Fortaleza e fundam instituições deensino superior em Recife. O irmão JoséOtão teve liderança entre seus pares. Foimembro-fundador do Conselho deReitores das Universidades Brasileirase presidiu a Associação Brasileira deEscolas Superiores Católicas. O atualreitor, irmão Norberto Francisco Rauch,foi também presidente da última entidadecitada.

Ir. Mainar* Presidente do Instituto de Cultura

Hispânica do Rio Grande do Sul

Plano deDesenvolvimento

InstitucionalGrande bússola que irá auxiliar o

processo de tomada de decisão

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O professor titular de DireitoConstitucional da Faculdade de Direitoda PUCRS, Carlos Alberto Allgayer,falecido em abril de 2002, participou dosencontros “Reflexões”, deixando umartigo, intitulado “Refletindo sobre oReflexões”, no qual manifestou suasimpressões sobre o projeto. Em suahomenagem, destacamos algumasponderações feitas pelo professor naépoca.

Sobre a palestra do sociólogo PedroDemo, que vem participando de todosos encontros do “Reflexões”, Allgayerressaltou os seguintes pontos:

O mandato essencial da univer-sidade não deve ser o tradicional “en-sino-pesquisa-extensão”, mas, sim,“conhecimento e educação”; se há oconhecimento que esclarece e o queimbeciliza, é preciso analisar o quantonosso ensino leva geralmente a um ouao outro: aqui há que refletir sobre oensino e colonialismo; enquantopromove-se o conhecimento, teme-se oconhecimento: “a morada do conheci-mento é a morada do poder”; o enfoqueprimordial de nosso sistema educacionalé o ensino, quando na verdade deveriaser a aprendizagem; aula não é suficiente,pode ser desnecessária, ou até, semantida nos atuais pobres limites, serácontraproducente; o essencial é a pes-quisa permanente: “enquanto aUniversidade do Primeiro Mundo pes-quisa, a do Terceiro dá aulas”; a ver-dadeira “face de nossa educação é o

instrucionismo”: treinamento = domes-ticação; aula sobre aula, prova sobreprova; marcos institucionais acolhidospela legislação recente e pelas diretrizesgovernamentais: 200 dias letivos porano, “provão”, etc.; currículos exten-sivos; domínio apenas reprodutivo dosconhecimentos.

Na análise de Allgayer, as mudançaspreconizadas por Pedro Demo não estãolocalizadas apenas na revisão institu-cional, mas concentram-se na relaçãoaprendizagem-ensino, que se estabeleceno contato entre professor e aluno. “Parao sociólogo, o centro da mudança estána atitude do professor e do aluno anteo fenômeno essencial da aprendizagem”,afirmou Allgayer, lembrando que aaprendizagem deve ser “reconstrutiva,política e emocional”, segundo Demo.

Parece à primeira vista, destacouAllgayer, que “a pregação para acabarcom a aula, nos seus moldes atuais,presume o desaparecimento doprofessor. Se isso significar o desapare-cimento do professor como mero agenteinformador, sim. Mas o papel do pro-fessor passa a ser muito mais exigidoquando se trata de orientar, acompanhar,induzir, avaliar, retomando o processotantas vezes quanto for necessário paraque o aluno consiga o milagre daaquisição do conhecimento”.

Pedro Demo condena também osatuais currículos extensivos, cujoresultado é apenas uma grande quan-tidade de aulas espalhadas durante o

semestre, dentro de uma preocupaçãoquantitativa de alcançar o mínimo dehoras-aula determinado pela lei. Comosolução, prega a organização curricularcomo um tecido de momentos deaprendizagem, dentro do possívelinterdisciplinares, nos quais diversosprofessores interajam no sentido deapontar as relações lógicas entre asdiversas áreas de conhecimento.

Allgayer lembrou que, em socorro aessas teses, o Reitor da PUC-PR, Ir.Clemente Ivo Juliatto, expôs a atualorganização da Pontifícia UniversidadeCatólica do Paraná, dirigida há 25 anospelos Irmãos Maristas, apresentando onovo Projeto Pedagógico da PUC-PR.

Resumidamente, a “PUC-PR professaque o foco da educação está centradomenos no professor do que no aluno emais na aprendizagem do que no ensino.A formação de nível superior é umprocesso de transformação do conheci-mento em comportamentos, serviços ebens significativos para a sociedade.

O estudante de nível superior, emqualquer curso, só estará formadoquando souber transformar o queaprende em algum comportamento, pro-duto, serviço ou informação de forma agarantir acesso, para a comunidade, aoconhecimento que descobriu e àquelaaprendizagem que realizou. É precisocapacitar o sujeito da aprendizagem autilizar os processos de produção do co-nhecimento científico para aprenderconstantemente.

Refletindosobre o Reflexões

Artigo escrito pelo professor Carlos Alberto Allgayerdestaca principais idéias dos palestrantes

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Além de destacar o projeto da PUC-PR, Allgayer lembrou a missão dauniversidade católica e marista. “Ciênciae fé, longe de serem pólos dicotômicosou antagônicos, devem andar de braçosdados”, afirmou Irmão Clemente. Assucessivas manifestações do Papa JoãoPaulo II ao longo de seu pontificadosituam de maneira precisa esse tema.

A Constituição Apostólica Ex CordeEcclesiae, de 1990; o documento Pre-sença da Igreja na Universidade e naCultura Universitária, de 1994; o dis-curso aos Professores Universitários deTodas as Nações, de 9/9/2000; a Homiliado Jubileu dos Professores Universi-tários, de 10/9/2000, apenas para citaralgumas das manifestações papais, têmo condão de ressaltar os liames do sen-tido católico com a realidade univer-sitária, lembrou o professor de Direito.

E destacou, ainda, que a Universi-dade Católica precisa educar de modo aconduzir os estudantes à busca cons-tante de respostas a quatro perguntasfundamentais: a pergunta pela Verdade,pela Justiça, pelo Bem e pela Trans-cendência. Além disso, cabe à Univer-sidade Católica a formação para asolidariedade, como valor referencial doCristianismo.

Sobre a conferência do Ir. ManoelAlves, Allgayer destacou: “A PropostaMarista de Educação, como a enten-demos hoje, foi sendo gestada pouco apouco. Ela não surgiu do nada, tampouconasceu pronta. Teve como ponto departida as intuições, reflexões e práticasde Marcelino Champagnat e seus pri-meiros companheiros. Foi sendo melhorelaborada e tematizada por diversasgerações de educadores maristas esendo enriquecida por longos anos deexperiência e de vasta internaciona-lidade em sua aplicação”.

Segundo Ir. Manoel, a tradiçãopedagógica marista se insere na maislídima tradição educacional católica,especialmente a partir das experiênciasdesenvolvidas na França desde o séc.XVI. Marcelino Champagnat, ao iniciarsua obra educacional, foi buscar nessatradição, já consolidada, o que havia demelhor e mais coerente com as suas

intenções e propósitos.Entre os fundamentos hoje con-

siderados essenciais à visão da Edu-cação Marista, ressaltou Allgayer, lem-brando as palavras de Irmão Manoel,encontram-se algumas qualidades quedevem caracterizar seus seguidores:presença, simplicidade, humildade,modéstia, espírito de família e amor aotrabalho.

Essas virtudes são projetadas noimenso trabalho hoje realizado peloInstituto Marista e pelos seguidores deseu espírito, em direção aos jovens,especialmente os mais desatendidos,como semeadores da boa nova e nainspiração da Virgem Maria, modelo deEducadora.

E Allgayer conclui: “Os desafios queesperam os docentes dispostos a enve-redar por novas formas de participaçãono processo de aprendizagem-ensinonão são poucos nem fáceis de vencer.Isso é mais verdadeiro quando o atualensino ministrado se radica em fórmulasconservadoras, cumprindo a realidadeapontada no encontro sob exame de quea Universidade é uma estrutura normal-mente resistente à mudança.

Contudo, o bom senso, a colocaçãodo aprendizado do aluno como centroradical da sua missão e a abertura paranovas experiências, no limite daprudência e do resultado a ser alcançado,significam passos importantes. Trata-sede processo paciente e muitas vezespenoso, em que o primeiro passo é odespojamento e o caminho no sentidoda humildade ante a tarefa a sercumprida.

Certamente, aqueles professores eprofessoras voltados ao aperfeiçoa-mento do exercício de sua profissãoterão grandes compensações seinsistirem em seus objetivos”.

OPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃO

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Ter participado, ao longo dosúltimos três anos, do processo deaprendizagem e convívio que tem sido oprojeto “Reflexões” é a experiência maispositiva que tive em minha experiênciajá relativamente longa de professor.

Comecei a dar aulas desde os18 anos, num dos cursinhos pioneirosde pré-vestibular em Porto Alegre, o IPV.Logo depois, lecionei, sucessivamente,na Universidade de Caxias do Sul, naUNISINOS e na PUCRS, onde tive duasdiferentes passagens.

No caso de Caxias do Sul, aconvite de Jayme Paviani e JoséClemente Pozenato, cheguei a participarde um processo que tentou a renovaçãodaquela Universidade. Mais tarde, naUNISINOS, a convite de AntoninhoGonzalez e Miron Stoffels, atuei duranteuma década naquela universidade e,enfim, ainda a convite de AntoninhoGonzalez, reintegrei-me à PUCRS, ondejá estivera a convite do saudoso AlbertoAndré.

Nesse retorno, a decisãodefinitiva sobre a vida acadêmica:primeiro a participação no curso deGraduação, em seguida a decisão deconcluir o Mestrado e, então, com oincentivo propiciado pela Reitoria daPUCRS, no projeto “1000 para o ano2000”, o encaminhamento, desenvol-vimento e conclusão do Doutorado.

Fui surpreendido, menos dedois meses após ultrapassar tal desafio,com o convite para coordenar o Pro-

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grama de Pós-Graduação em Comu-nicação Social que a professora Dra.Dóris Haussen havia organizado e vinhadirigindo com enorme sensibilidade.Assustou-me de início a tarefa, masdecidi enfrentá-la. E então surgiu oconvite para participar do “Reflexões”.A tarefa era difícil e, ao mesmo tempo,fascinante: refletir criticamente sobrenossa universidade, a partir de umdocumento fundador, o “MarcoReferencial”.

Lembro que, na primeira reu-nião preparatória, tendo a participação,dentre outros, do Vice-Reitor IrmãoClotet, confessei desconhecer o docu-mento. Descobri depois que boa partedos professores integrados à PUCRS,sobretudo os horistas, igualmente,desconheciam tal documento.

Num segundo momento, de-finidos os temas, trouxe minhas pri-meiras observações, que expressei emvoz alta. Imaginava, por antecipação, osusto e o rechaço, mas para minha sur-presa, recebi o entusiasmo. Era a hora,verdadeiramente, de nos olharmos nosolhos, de colocarmos a mão em nossasconsciências e então expressarmos, comfirmeza, mas com respeito e sensibi-lidade, o que pensávamos e sentíamossobre nossa instituição.

O encontro que vivemos emLaguna foi simplesmente emocionante.Para mim, a palestra a respeito da históriados maristas, e depois, os relatos sobre

“Reflexões” e seu impactosobre minha consciência

de professorAs abordagens críticas a respeito do “ser marista”

causaram profunda revolução em meu interior

as inovações da PUCRS do Paraná,culminando com as abordagens críticasa respeito do “ser marista”, causaramprofunda revolução em meu interior.Sempre fui um profissional entusiasmadocom o que faço. Tenho dificuldade emabraçar tarefa pela qual não possa vestira camiseta.

Mas a experiência do “Re-flexões” superou a tudo o que havia atéentão vivido e posso dizer, com orgulhoe com humildade, ao mesmo tempo, queaquilo tudo mexeu com a minha cabeçae mexeu com o meu coração. Não sei seme tornei um melhor professor, mascertamente melhorei minha própriacondição humana. Ampliei minhaconsciência sobre a tarefa educacionale, especialmente, a tarefa educacionalsob a perspectiva marista.

Cresci numa família religiosa,católica. Pessoalmente, mantenho-mefiel aos princípios cristãos que aprendiquando criança, mas foi, sobretudo comas novas edições do “Reflexões”, umamadurecimento continuado e apro-fundado que nossa universidade nospropiciou. Tenho, na gaveta daescrivaninha que uso na sala deCoordenação, o volume com os textosdaqueles encontros. Volta e meio abro-o, ao acaso, e leio alguma passagem. Decerto modo, aquele conjunto de palavrastornou-se para mim como que umaespécie de mandamento superior.Assumi, comigo mesmo, um

compromisso maior com essaperspectiva, mesmo que, algum dia,venha a me distanciar do universomarista. Este substantivo que é, aomesmo tempo, também um adjetivo,tornou-se para mim quase que uma vozde comando a se transformar em palavrade ação.

Hoje, sinto-me ainda maiscompromissado com a tarefa peda-gógica, mas um compromisso que vemde mais fundo. E tenho notado que, demodo geral, boa parte, se não a maioriados colegas que se integraram a esseprocesso, tem expressado o mesmosentimento. Por tudo isso, só possoexpressar gratidão à universidade queme permitiu tal experiência profissionale humana, da qual espero podercontinuar participando ainda durantebom tempo.___________________Antonio HohlfeldtCoordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social daPUCRS.

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Reitor:Norberto Francisco Rauch

Vice-Reitor e Coordenador do ProjetoReflexões:Joaquim Clotet

Professores Responsáveis pelo ProjetoReflexões:Armando Luiz Bortolini, Érico JoãoHammes, Helena W. Oliveira, LauryGarcia Job, Maria Emília Amaral Engers eVera Lúcia Strube de Lima.

Comissão organizadorado Projeto Reflexões

Coordenadoras Editoriais:Laury Garcia Job - FAMECOSMaria Helena de Oliveira - FAMECOS

Editora Responsável e textos:Beatriz Dornelles(R.P./Mtb 5012) - FAMECOS

Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica:Agência Experimental de Publicidade ePropaganda - AGEXPP/FAMECOS

Impressão:Gráfica Epecê

Revisão:Renato Schmaedecke

Foto Central:Bento Gonçalves 2002

Fotos:Marcos Colombo e Gilson Oliveira

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAv. Ipiranga, 6681 - CEP 90619-900 Porto Alegre - RS - BrasilFone: (51) 3320-3500 - Fax: (51) 3339-1564E-mail: [email protected]

Expediente

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