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| ROMANOS - A GRAçA CUMPRE A LEI 168 | REFLEXÕES BÍBLICAS ESTUDO 46 QUE É A VIDA NO ESPÍRITO? Leituras diárias Segunda Rm 8.1-4 Terça Rm 8.5-9 Quarta Rm 8.10-13 Quinta Rm 8.14-17 Sexta Rm 8.18-23 Sábado Rm 8.24-28 Domingo Gl 5.25 Texto bíblico: Romanos 8 Texto básico: Romanos 8.9-17 Texto áureo: Romanos 8.14 Será verdade que o capítulo 7 de Romanos é o perfil de Paulo sem a con- versão e o capítulo 8 apresenta sua nova imagem? Já li um pequeno livro em que o autor nega a existência de crente car- nal. Ou a pessoa é espiritual ou não é crente. Sem tomar espaço e tempo com outras instruções bíblicas sobre a ques- tão, é bom ter em mente que o conflito do apóstolo com o pecado (lição ante- rior) ocorre na época em que ele escre- ve, quando já é “servo de Jesus Cristo”. Qual o cristão que não experimenta fra- quezas, pelo menos em momentos? Cer- tamente Rm 8 apresenta o Paulo triun- fante sobre as fragilidades registradas no capítulo anterior. Um crescimento. Tenhamos consciência de que somos salvos da condenação do pecado, mas não da presença do pecado. A redenção de nosso corpo está ainda incompleta. Falta-nos a glorificação. Temos que viver na carne, até que nos libertemos dessa limitação humana. Mas viver na carne não é o mesmo que andar segundo a carne. Pode-se viver na carne e andar no Espí- rito. Que é a vida no Espírito? É VIDA SOB UMA NOVA LEI - Rm 8. 9-11 Na lição anterior, a lei perdeu o domí- nio sobre o crente. Que lei é essa? É a lei que só poderia justificar pelas obras; a lei que exigia do homem justiça própria; a lei usada como instrumento de morte. Está o crente sem lei? Não passou a pertencer a outro Amo, que é o Senhor Jesus? E há centenas de mandamentos seus nos Evangelhos. Dr. William Caray Taylor publicou, há muitos anos, o livro intitulado Os Mandamentos de Jesus, em que faz referência a quase 500 ensi- nos do Mestre em forma de leis do Reino. Em Rm 8.2, Paulo menciona “a lei do Es- pírito da vida”. O Espírito é vida e faz no homem uma fonte de vida (Jo 7.38,39). As seguintes observações podem ajudar: 1. A habitação do Espírito Santo no crente significa o rompimento com a car- ne (sentido ético), a fim de pertencer a Cristo e viver para ele (Gl 2.20). A carne

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168 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S

ESTUDO 46

QuE É A VIDA NO ESPÍRITO?

Leituras diárias

Segunda Rm 8.1-4Terça Rm 8.5-9Quarta Rm 8.10-13Quinta Rm 8.14-17Sexta Rm 8.18-23Sábado Rm 8.24-28Domingo Gl 5.25

Texto bíblico: Romanos 8 Texto básico: Romanos 8.9-17Texto áureo: Romanos 8.14

Será verdade que o capítulo 7 de Romanos é o perfil de Paulo sem a con-versão e o capítulo 8 apresenta sua nova imagem? Já li um pequeno livro em que o autor nega a existência de crente car-nal. Ou a pessoa é espiritual ou não é crente. Sem tomar espaço e tempo com outras instruções bíblicas sobre a ques-tão, é bom ter em mente que o conflito do apóstolo com o pecado (lição ante-rior) ocorre na época em que ele escre-ve, quando já é “servo de Jesus Cristo”. Qual o cristão que não experimenta fra-quezas, pelo menos em momentos? Cer-tamente Rm 8 apresenta o Paulo triun-fante sobre as fragilidades registradas no capítulo anterior. Um crescimento.

Tenhamos consciência de que somos salvos da condenação do pecado, mas não da presença do pecado. A redenção de nosso corpo está ainda incompleta. Falta-nos a glorificação. Temos que viver na carne, até que nos libertemos dessa limitação humana. Mas viver na carne não é o mesmo que andar segundo a carne. Pode-se viver na carne e andar no Espí-rito.

Que é a vida no Espírito?

É VIDA SOB UMA NOVA LEI - Rm 8. 9-11

Na lição anterior, a lei perdeu o domí-nio sobre o crente. Que lei é essa? É a lei que só poderia justificar pelas obras; a lei que exigia do homem justiça própria; a lei usada como instrumento de morte.

Está o crente sem lei? Não passou a pertencer a outro Amo, que é o Senhor Jesus? E há centenas de mandamentos seus nos Evangelhos. Dr. William Caray Taylor publicou, há muitos anos, o livro intitulado Os Mandamentos de Jesus, em que faz referência a quase 500 ensi-nos do Mestre em forma de leis do Reino. Em Rm 8.2, Paulo menciona “a lei do Es-pírito da vida”. O Espírito é vida e faz no homem uma fonte de vida (Jo 7.38,39).

As seguintes observações podem ajudar:

1. A habitação do Espírito Santo no crente significa o rompimento com a car-ne (sentido ético), a fim de pertencer a Cristo e viver para ele (Gl 2.20). A carne

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tem suas ordens tiranas, seus impulsos descontrolados, suas exigências descabi-das. Crucificado com Cristo, o crente mor-re para o pecado que está em seus mem-bros. Seu corpo se santifica, deixa de ser morada do pecado, para ser santuário do Espírito. Ou isso acontece ou “esse tal não é dele” (v.9).

2. O corpo, sem a redenção final e completa, continua carecendo de morti-ficação, porque favorece a vida “na car-ne”, e a vida cristã há de ser “no Espírito” (v.9). A luta da carne contra o Espírito é referida em Gl 5. 16-26; e Cl 3.5 recomen-da que sejam exterminadas (mortifica-das) as “inclinações carnais”.

3. A vitória dessa vida no Espírito de-pende da presença de Cristo, na íntima relação que permite mortificar o corpo em benefício do espírito (v. 10). Esse cor-po é vivificado pelo Espírito, que é recur-so divino para mortificar as obras peca-minosas (v.13). Ele nos disciplina com suas santas leis. Nosso corpo assume um novo valor e passa a glorificar a Deus (I Co 6.20; II Co 4.10).

Aplicação a sua vida. O corpo serve ao mal e ao bem. Relacione coisas boas que a Bíblia diz sobre o corpo e aplique-as a seu corpo.

É VIDA DE NOVOS COMPROMISSOS - Rm 8.12,13)

“Somos devedores” (v.12). Temos um compromisso, mas não com a carne, como se estivéssemos ainda com os padrões do antigo senhor. Cristo nos arrebatou das garras do pecado. Foi o resgate. O pecado quer recuperar o que perdeu, mas terminou nosso relaciona-mento com ele. Não podemos mais servi-lo. Na verdade, o pecado é um senhor arbitrário, intruso, explorador, déspota,

malvado. Lamentavelmente, ele é que consegue maior número de servos, e com inúmeros compromissos.

A pergunta de Paulo em Rm 6.2 apon-ta um absurdo no compromisso com o pecado, da parte de quem já morreu para ele. Romanos 12.1e 2 desafia os crentes com o altar de Deus. “Viver se-gundo a carne” é compromisso passado, é vida inferior, mesquinha, humilhante, derrotista. Preciosas instruções bíblicas sobre o Espírito Santo podem resumir-se assim:

1. Sua operação inicial gera a nova criatura em Cristo. É o novo nascimento ou regeneração. Bem diferente de nascer da carne (Jo 3.6).

2. Essa nova criatura (novo homem) faz contraste com o “velho homem”(Rm 6.6; Ef 4.22-24). Começa uma nova vida. Quem deve conduzir o novo ser é aquele que o gerou --o próprio Espírito. Deixan-do-se guiar por ele, o homem se identifi-ca como filho de Deus (Rm 8.14).

3. Conhecendo as fraquezas huma-nas, o Espírito ajuda a superar os trope-ços do caminho, firmando os pés, propi-ciando o equilíbrio. É a imaturidade, ou mesmo a infância espiritual carecendo de acompanhamento (I Co 3.1-3). São as obras da carne (Gl 5.19-21). Produzir o fruto do Espírito é o que se espera do cristão (Gl 5.22). Compromisso que o pró-prio Espírito ajuda a saldar.

Aplicação a sua vida. A vida no Espí-rito envolve compromissos sérios. Que compromissos você tem assumido?

É VIDA DE SEGURANÇA PERMANENTE - Rm 8.14-17

O privilégio da vida no Espírito in-clui a segurança cristã sob três aspec-tos:

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1. Posição de filhos (vv. 14,15). Filhos em lugar de escravos. O pecador, “ven-dido sob o pecado” (Rm 7.14) ou “vendi-do como escravo do pecado”, ou ainda “levado cativo à lei do pecado”, encontra a mão amiga que o liberta. Os termos resgate e adoção (também justificação) eram conhecidos nos tribunais da época. Tomados por escritores bíblicos, passam a fazer parte do numeroso vocabulário da segurança cristã. Cessa o comércio com esse escravo de paixões carnais, víti-ma de angustiante instabilidade e temor. Encontra, afinal, um guia pelo caminho, um redentor que é Pai, com quem entra em comunhão.

2. O testemunho do Espírito (v.16). Não apenas testifica ao nosso espírito, mas com o nosso espírito. É mais do que uma informação que vem de fora, porque o testemunho do Espírito coincide com a nossa convicção. Ele está na experiência dos crentes.

3. Posição de herdeiros (v.17). É direito de filhos. Herdeiros de quê? De seu reino, que distribui riquezas espirituais aqui e na eternidade. Somos co-herdeiros da-quele que é “o primogênito entre mui-tos irmãos” (v.29). Parte dessa herança virá depois. Há um preço a pagar? O v. 17 menciona a participação dos crentes nos sofrimentos de Cristo: “(...) se é que com ele padecemos”. Aos Colossenses, o apóstolo declara: “(...) cumpro na minha carne o que resta das aflições de Cristo, por amor do seu corpo, que é a igreja” (Cl 1.24). Curioso, não acha? O sofrimento reden-tor de Cristo na cruz foi completo, sufi-ciente. Nada a esse sofrimento as aflições de Paulo podiam acrescentar. Nem as dele nem as nossas. Mas Cristo continua sofrendo por meio de sua igreja, ao lon-go dos séculos de lutas e perseguições. A igreja não é seu corpo? Resta, portan-to, a cada crente assumir com ele essas

dores. Pedro sugere: “Regozijai-vos por serdes participantes das aflições de Cris-to, para que também na revelação de sua glória vos regozijeis e exulteis” (I Pe 4.13). Veja ainda Jo 12.24-26; Mt 16.24,25; II Tm 2.12. Que O Senhor da igreja ainda sofre por ela não há dúvida. Basta recordar sua pergunta a um perseguidor dos crentes: “Saulo, Saulo, por que me persegues? (At 9.4). Maltratar os seguidores de Jesus é maltratar o próprio Jesus. É fazê-lo sofrer. Sobre essa identificação de Cristo com seus discípulos (chamados de irmãos em Mt 25.40 ),confira também Mt 25.41-45. Sendo assim, a honrosa posição de co-herdeiros de Cristo envolve pade-cimentos dos cristãos com ele, antes da glorificação com ele, conforme o v. 17 do texto em estudo. Estamos dispostos?

Aplicação a sua vida. Á luz de 1Pedro 4.13, de que modo você pode ser partici-pante nos sofrimentos de Cristo?

PARA SUA REFLEXÃO

1. Você tem sido vítima de inclinações carnais? Como tem agido nesses mo-mentos perigosos? A leitura bíblica, a oração, o culto, o trabalho na Causa representam recursos a sua dispo-sição, em benefício de sua firmeza e vitória? Você os tem usado com pro-veito?

2. Reflita ainda sobre estas considera-ções dos comentaristas Jamieson, Fausset e Brown: “Se a religião de al-guém não melhora seus princípios morais, suas deficiências morais corrompem sua religião. A chuva que cai pura do céu não continuará pura, se é recebida em receptáculo sujo” ( Comentário Exegetico y Explica-tivo de la Biblia )