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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país REUNIÃO COM OS FUNCIONÁRIOS DO BB, AMANHÃ, 18H, NO SINDICATO Edição Diária 7357| Salvador, segunda-feira, 18.12.2017 Presidente Augusto Vasconcelos REFORMA DA PREVIDÊNCIA À serviço do grande capital, o governo Temer ignora as dívidas das empresas sonegadoras e empurra a conta da crise para a aposentadoria. Página 3 Promessa ao mercado Todo cuidado é pouco com o governo de Michel Temer. O fato de ter deixado a reforma da Previdência para 2018 não quer dizer que a proposta está fora de pauta. Temer tem compromisso com o grande capital, financiador do golpe. Está com a caneta pronta para sancionar a matéria assim que passar pelo Congresso Nacional. Portanto, não dá para desmobilizar. Se quiser garantir a aposentadoria, brasileiro terá de ir para as ruas. Atenção tem de ser permanente

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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia

Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

REUNIÃO COM OS FUNCIONÁRIOS DO BB, AMANHÃ, 18H, NO SINDICATO

Edição Diária 7357| Salvador, segunda-feira, 18.12.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

À serviço do grande capital, o governo Temer ignora as dívidas das empresas sonegadoras e empurra a conta da crise para a aposentadoria. Página 3

Promessa ao mercado

Todo cuidado é pouco com o governo de Michel

Temer. O fato de ter deixado a reforma da

Previdência para 2018 não quer dizer que a proposta

está fora de pauta. Temer tem compromisso

com o grande capital, financiador do golpe.

Está com a caneta pronta para sancionar a matéria

assim que passar pelo Congresso Nacional.

Portanto, não dá para desmobilizar. Se quiser

garantir a aposentadoria, brasileiro terá de ir para as

ruas. Atenção tem de ser permanente

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 18.12.20172 RETROCESSO

Sem ter como comprovar renda, vida fica mais difícil para milhões de brasileirosrOSE [email protected]

manoel porto

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Informalidade limita acesso ao crédito

informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-BA. Chefe de reportagem: rose lima - reg. MTE 4645 DrT-BA. repórteres: Ana Beatriz leal - reg. MTE 4590 DrT-BA e renata Andrade- reg. MTE 4409 SrTE-BA . Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

TEMAS & DEBATES

Conjunturaradicalizada

rogaciano Medeiros *O cerco midiático em defesa da pri-

são de Lula no dia 24 de janeiro, quando o TRF4 julga, em Porto Alegre (RS), o re-curso da defesa à condenação no caso do tríplex do Guarujá (SP), são sintomas cla-ros de que a direita está mesmo disposta a endurecer. A esticar ainda mais a corda. Pouco importa se romper.

As elites ultraconservadoras, histori-camente avessas à democracia e ao povo, apoiadas no tripé Judiciário, Legislativo e mídia, só não têm clareza ainda da forma mais indicada para concretizar a próxima fase do golpe, que é impedir, de qualquer jeito, as forças progressistas e populares de retomarem o poder central.

Está evidente que, pela via democráti-ca, de respeito ao Estado de direito, não há como evitar. As pesquisas comprovam. Aliás, no plano eleitoral o golpe fracassou completamente. A prisão ou a exclusão do ex-presidente da disputa eleitoral é apenas uma possibilidade, que inclusive não ofe-rece garantia ao golpismo, pois inocenta-do ou condenado, livre ou preso, vivo ou morto, Lula define o próximo presidente da República.

Por isso mesmo, os setores mais extre-mados e raivosos da direita se articulam e conspiram, como sabem fazer muito bem, para a suspensão da eleição presidencial do próximo ano. Aí sim, a continuidade do golpismo estaria assegurada. O problema está em encontrar uma narrativa plausível. Afinal, se no plano interno as instituições estão dominadas, em nível externo as re-percussões internacionais poderiam criar embaraços.

No outro lado, quer dizer, entre as cha-madas forças progressistas e populares, se faz imperiosa e urgente a intensificação máxima dos protestos de massa. É preciso ocupar as ruas, com manifestações gran-diosas, constantemente. Sem falar em pe-quenas escaramuças diárias, onde e quan-do for possível. Como aconteceu em 1984, nas Diretas Já, e em 1992, no Fora Collor.

A suspensão da greve geral do dia 5 de dezembro foi um grande erro, até porque, desmobilizar é facílimo, mas mobilizar são outros quinhentos. E não dá para deposi-tar todas as esperanças nas urnas, na via institucional. Está em jogo a democracia, a soberania nacional. Há três anos a di-reita ataca, causa imensos estragos e ago-ra anuncia, espetaculosamente, o golpe fi-nal. Chegou a hora de reagir, de encarar o monstro, de partir para o ataque. A con-juntura aponta para a radicalização.

*rogaciano Medeiros é jornalistaTexto com, no máximo, 1.900 caracteres

A CARTEIRA assinada garante ao cidadão acesso a importantes serviços bancários. O crédito imobiliário, que ajuda milhões de brasileiros a realizarem o sonho da casa própria, é um bom exemplo. Mas, com a redução da oferta de vagas formais e o au-mento da informalidade a concessão de em-préstimos está mais difícil.

No Brasil, cerca de 1,64 milhão pesso-as passaram a viver essa realidade no últi-mo ano. A tendência é o número aumentar mais com a nova legislação trabalhista e a terceirização irrestrita, impostas pelo go-verno Temer. Sem ter como comprovar ren-da mensal, o trabalhador informal que pre-cisa de crédito fica a ver navios.

Quer dizer, além de perder benefícios di-retos, como férias e descanso semanal remu-

nerado, o profissional sem carteira assinada perde direitos indiretos, como o acesso ao crédito. Nos últimos três anos, cerca de 3,4 milhões de trabalhadores passaram para a informalidade no Brasil, 288 mil só no tri-mestre terminado em setembro.

O país tem agora 10,9 milhões de traba-lhadores sem carteira assinada. No mesmo período de 2016, eram 10,2 milhões. Já os trabalhadores por conta própria somam 22,9 milhões de pessoas. Os dados são do IBGE.

Sindicato participa de debate na UFBAATUANTE em todos os espaços, o Sindica-to dos Bancários da Bahia segue levando a opinião dos trabalhadores e construindo pontes para o fortalecimento da luta contra o grande capital.

Na última quarta-feira, o presidente da entidade, Augusto Vasconcelos, partici-pou de debate na Faculdade de Direito da UFBA, em Salvador. Durante a aula da dis-ciplina Direito e Movimentos sociais, coor-denada pelo professor Carlos Freire, discu-

tiu com os estudantes e professores sobre a luta da categoria contra a opressão do siste-ma financeiro, defesa de direitos, prejuízos das reformas trabalhista e da Previdência.

O presidente do Sindicato, Augusto Vas-concelos, ainda tratou da importância do movimento sindical para resistir contra a opressão do capital e do poder econômico. “O debate foi enriquecedor porque os alu-nos participaram ativamente com ideias e fazendo perguntas sobre os temas”.

Trabalhador informal tem sérias dificuldades

A importância do movimento

sindical na defesa dos direitos dos

trabalhadores foi tema de palestra na

Faculdade de Direito da UFBA

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o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, segunda-feira, 18.12.2017 3REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Cidadão paga pela anistia das dívidas das empresas rEDAçãO [email protected]

joão ubaldo

Brasileiro perdee as empresasganham, muito

O BRADESCO passou dos li-mites. Um gerente pessoa física foi demitido por causa de um simples SMS. Os gerentes que possuem inúmeras tarefas ficam com a incumbência de entrar em contato com clientes e de-pois registrar em sistema os mo-tivos do contato. Após a ligação, o banco envia um SMS solici-tando avaliação sobre a qualida-de do atendimento e pergunta se

PARA Michel Temer, que se aposentou aos 55 anos com pen-são de R$ 30 mil por mês, é fácil defender a reforma da Previdên-cia. No entanto, para a maioria dos brasileiros, a aprovação da proposta significa sérias dificul-dades para a aposentadoria.

Outras medidas poderiam ser tomadas para cobrir o “défi-cit” que o governo alega à Previ-dência, como exigir que as em-presas devedoras paguem o que devem. Em 2016, as dívidas do

Bradesco, Caixa, Itaú e JBS che-gavam a R$ 426 bilhões. O va-lor equivale a quase três vezes o “rombo” calculado pelo gover-no, de R$ 151,9 bilhões.

O déficit é também um dos pontos em que o governo ar-gumenta para que a população aprove as mudanças nas regras para a aposentadoria. Contudo, o rombo orçamentário aumen-tou depois que Temer abriu os cofres públicos para fugir das denúncias de formação de orga-nização criminosa e obstrução da Justiça.

Tem mais. Dados da Receita Federal revelam que o valor das renúncias fiscais totalizou R$ 270,9 bilhões em 2016. A previ-são para este ano é de que che-gue a R$ 275,9 bilhões.

O desmonte do BB é tema de reunião, no SindicatoNÃO é de hoje que Michel Te-mer deixa claro que pretende privatizar o que puder no país e os bancos públicos estão na lista. Para tratar do desmonte do Banco do Brasil, um dos muitos ataques feitos pelo go-verno contra o trabalhador, o Sindicato dos Bancários da Bahia se reúne com os funcio-nários da instituição financei-ra, amanhã, a partir das 18h.

O encontro será no auditório da entidade, nas Mercês, e tem o intuito de mobilizar os empre-gados do BB contra o desmonte. Como consequências da rees-truturação do banco, centenas de agências foram fechadas em todo o Brasil em menos de um ano e o quadro de funcionários

diminuiu com o PAI (Plano de Aposentadoria Incentivada).

A redução drástica piorou o serviço prestado à população. As agências vivem superlotadas, o atendimento é precário e a so-brecarga demais. Tudo isso re-flete na saúde dos funcionários e, consequentemente, no índi-ce de afastamentos por doença ocupacional.

A reunião também discu-te as ações judiciais movidas pelo Sindicato e a defesa dos direitos do funcionalismo. Na oportunidade, os bancários poderão tirar dúvidas sobre o andamento dos processos, principalmente depois que a reforma trabalhista entrou em vigor, em novembro.

Bradesco demite por causa de SMS. loucura total

houve ou não o contato.Se durante o mês, o sistema

receber duas repostas infor-mando que não houve o conta-to, a meta do bancário de todo o período é zerado. E se repetir no mês seguinte, o funcionário é demitido. Ao menos quatro gerentes foram desligados pelo mesmo motivo.

SobrecargaAlém do absurdo da demis-

são por SMS, o funcionário ti-

nha que abraçar funções além das suas, como tarefas relacio-nadas à unidade bancária de pe-queno porte.

Pra piorar a situação, o Plano de Demissão Voluntária Espe-cial (PDVE) eliminou 7,4 pos-tos de trabalho, sem nenhum sinal de contratação. As agên-cias e departamentos estão com funcionários exercendo funções duplas ou até triplas. Descaso.

Apenas um SMS faz banco demitir

Sindicato faz manifestações para denunciar o desmonte dos públicos

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 18.12.20174

SAQUE

RETROCESSO

No Brasil, cerca de 50 milhões vivem na linha da pobrezarOSE [email protected]

Com Temer, a miséria cresce

DOIS anos. É o tempo que o Brasil vai precisar para que o índice de desemprego volte a ser de um dígito. A taxa, que che-gou a 4,3% antes da crise polí-tica instalada por Aécio Neves (PSDB) e a extrema direita que não aceitaram perder as eleições de 2014, está em quase 13%.

Em 2015, quando a presiden-ta Dilma Rousseff tentava go-vernar, mas o Congresso Nacio-nal, sob a liderança de Eduardo

DEPOIS de anos de redução, a desigualdade volta a crescer no Brasil e milhões de brasilei-ros vivem na miséria. Cerca de 50 milhões estão na linha da pobreza e têm renda familiar equivalente a R$ 387,07. Para se ter ideia, a renda per capita dos 20% que ganham mais é 18 ve-zes maior do que o rendimento médio do que ganham menos.

A pesquisa do IBGE (Insti-tuto Brasileiro de Geografia e

Virada do ano é na AABBPARA comemorar a chegada de 2018 em grande estilo, a As-sociação Atlética do Banco do Brasil (AABB), promove o Ré-veillon da AABB Salvador. Para os bancários sindicalizados, associados ou não da AABB Salvador, foi preparado uma

Estatística) comprova que a de-sigualdade aumentou com o go-verno Temer e todos os esforços feitos pelos governos Lula e Dil-ma para fazer o país avançar es-tão indo para o ralo.

Além do desemprego eleva-do, o encarecimento do preço dos produtos corroem a renda do cidadão. Cenário que tende a piorar com a reforma trabalhis-ta. A nova lei achata ainda mais os salários e retira direitos.

Segundo o IBGE, a desigual-dade cresceu em todos os ní-veis. Em geral, a mulher tem sa-lário inferior ao do homem. Os trabalhadores pretos e pardos recebem menos, são maioria entre os desempregados e têm menor grau de escolaridade.

Desemprego vai demorarCunha (PMDB), impedia com as "pautas bombas", o índice de desemprego fechou em 8,5%. De lá para cá, com o golpe jurí-dico-parlamentar-midiático, o cenário piorou muito.

Neste ano, a taxa atingiu a incrível marca dos 13,3%. Ago-ra, está em 12,8%. O que o go-verno Temer esconde é que a tímida redução está ligada ao trabalho informal - aquele que é precarizado e retira direitos.

condição especial para o traba-lhador curtir o ano novo.

A festa será composta com mesas para quatro pessoas, com direito a uma garrafa de espu-mante, espaço Kids, DJ, estacio-namento gratuito, segurança e muito mais.

RETADA A presidenciável Manuela D Á́vila (PCdoB) deu uma resposta à altura ao também pré-candidato Ciro Go-mes (PDT), que elogiou a celeridade recorde do TRF4 no julgamento de Lula. "Justiça boa é a do contraditório, do am-plo direito de defesa e do respeito ao devido processo legal. Justiça boa é a do tratamento isonômico. A rapidez, nesse caso, é aquela típica dos processos de exceção”.

RESPALDO A cada pesquisa divulgada, aumenta o ódio da direita a Lula, que apesar de todo linchamento da mídia lidera absoluto a corrida presidencial. Outro detalhe: cres-ceu a percepção da população sobre a perseguição política de que ele é vítima. Segundo o Vox Populi, 56% dos brasilei-ros acham um abuso prendê-lo ou impedi-lo de disputar a eleição do próximo ano. Respaldo popular.

VISÍVEL Datafolha, Ibope, Vox Populi, DataPoder360, Instituto Paraná, enfim todas as pesquisas apontam Lula disparado na corrida presidencial. Mesmo assim, o Judici-ário quer prendê-lo, sem apresentar nem uma prova sequer. Um atentado à democracia, um desrespeito à vontade popu-lar. E ainda há quem diga que não há golpe no Brasil. Igno-rância ou má fé.

ÚNICO Indicado para ser vice de Lula na eleição presiden-cial do próximo ano, o senador Roberto Requião (PMDB--PR) não admite falar sobre o assunto. Prefere, no momento, se preocupar com a soberania nacional. Para ele, o ex-presi-dente é o único candidato com capacidade para “interrom-per o projeto de entrega da nossa economia”.

ENSANDECIMENTO A extrema direita de orientação fascista volta a se movimentar para tentar suspender a elei-ção do próximo ano. Entrou em desespero total porque está difícil impor o parlamentarismo, Lula só faz crescer na pre-ferência do eleitorado e para completar reduziu considera-velmente o índice de rejeição. Quer dizer, inabilitado, preso ou morto, decide o próximo presidente. Se for impedido de disputar, ganha quem ele apoiar.

Em pouco mais de um ano, pobreza cresceu consideravelmente no país

O brasileiro sente na pele

os reflexos da política do

governo Temer. A taxa de

desemprego desparou

e, segundo o iBGE, vai

demorar a cair