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FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA Ano 128 • Nº 2.177 • Agosto 2010 D EUS , C RISTO E C ARIDADE R$ 5,00 ISSN 1413 - 1749

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F E D E R A Ç Ã O E S P Í R I T A B R A S I L E I R A

Ano 128 • Nº 2.177 • Agosto 2010D EUS , CR I S TO E CAR I D ADE

R$ 5,00

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Fundada em 21 de janeiro de 1883

Fundador: AUGUSTO ELIAS DA SILVA

Revista de Espiritismo CristãoAno 128 / Agosto, 2010 / N o 2.177

ISSN 1413-1749Propriedade e orientação daFEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRADiretor: NESTOR JOÃO MASOTTI

Editor: ALTIVO FERREIRA

Redatores: AFFONSO BORGES GALLEGO SOARES, ANTONIO

CESAR PERRI DE CARVALHO E EVANDRO NOLETO

BEZERRA

Secretário: PAULO DE TARSO DOS REIS LYRA

Gerente: ILCIO BIANCHI

Gerente de Produção: GILBERTO ANDRADE

Equipe de Diagramação: SARAÍ AYRES TORRES, AGADYR

TORRES PEREIRA E CLAUDIO CARVALHO

Equipe de Revisão: MÔNICA DOS SANTOS E WAGNA

CARVALHO

REFORMADOR: Registro de publicação no 121.P.209/73 (DCDP do Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça)CNPJ 33.644.857/0002-84 • I. E. 81.600.503

Direção e Redação:Av. L-2 Norte • Q. 603 • Conj. F (SGAN) 70830-030 • Brasília (DF)Tel.: (61) 2101-6150FAX: (61) 3322-0523Home page: http://www.febnet.org.brE-mail: [email protected]

Departamento Editorial e Gráfico:Rua Sousa Valente, 17 • 20941-040Rio de Janeiro (RJ) • BrasilTel.: (21) 2187-8282 • FAX: (21) 2187-8298E-mails: [email protected]

[email protected]

Projeto gráfico da revista: JULIO MOREIRA

Capa: PAULO MÁRCIO MOREIRA

SumárioExpediente

PARA O BRASILAssinatura anual R$ 339,00Número avulso R$ 55,00

PARA O EXTERIORAssinatura anual US$ 335,00

Assinatura dde RReformador: Tel.: (21) 2187-8264 • 2187-8274

E-mmail: [email protected]

Editorial

“Nosso Lar” – O filme

Entrevista: Produção do filme Nosso Lar (Capa)

Nosso Lar é um filme para todas as pessoas

Presença de Chico Xavier

História de um pão – Irmão X

Esflorando o Evangelho

Zelo do bem – Emmanuel

A FEB e o Esperanto

Promissora iniciativa – Affonso Soares

Curiosidade

Seara Espírita

A Lei do Trabalho – Christiano Torchi

A força do amor – Yvonne Pereira

Cidadania – Richard Simonetti

Produção do filme

Uma crise e um desafio – Carlos Abranches

Os romances de Emmanuel e o nosso tempo –

Flávio Rey de Carvalho

A Juventude Espírita e a Unificação –

Xerxes Pessoa de Luna

Mocidade – Hernani T. Sant’Anna

Em dia com o Espiritismo – Evolução centrada nos

genes – Marta Antunes Moura

A Revelação – uma perspectiva histórica –

Leonardo Paixão

Juvanir Borges de Souza

O consolo e a educação do Espírito no tempo de

pensar – Maria do Socorro de Sousa Rodrigues

Retorno à Pátria Espiritual – Nedyr Mendes da Rocha

Vivendo diferenças – Licurgo Soares de Lacerda Filho

Renovação – Fernanda Leite Bião

Dever e lazer – Mauro Paiva Fonseca

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Editorial

“Nosso Lar” – O filme

m 1944, a FEB editou, pela primeira vez, o livro Nosso Lar, ditado pelo

Espírito André Luiz e psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Trazendo para o conhecimento geral vários aspectos da vida no mundo

espiritual, tratando, especialmente, de como se desenvolvem as atividades em uma

cidade espiritual que adota esse nome, o livro foi recebido com entusiasmo por

parte de alguns, com ceticismo por parte de outros e com incredulidade por um ter-

ceiro grupo, como era de se esperar.

O que esta obra não provocou foi desinteresse, pois desde o seu lançamento é um

dos livros espíritas mais procurados, lidos e divulgados, alcançando, hoje, uma tira-

gem de aproximadamente dois milhões de exemplares somente na língua portugue-

sa. Este livro está editado, também, em vários outros idiomas, provocando o mesmo

interesse.

Baseado neste livro e adotando o mesmo nome, no próximo dia 3 de setembro

deste ano de 2010, será lançado o filme Nosso Lar, produzido pela Cinética Filmes

e distribuído pela Empresa Fox Film do Brasil, com coprodução da Globo Filmes.

Esse filme deverá chamar a atenção de todos, não apenas por mostrar, com toda

a potencialidade da mídia cinematográfica, como é a vida no mundo espiritual, des-

tacando a nossa própria imortalidade, mas, também, pelas demonstrações da prá-

tica do bem, da caridade aplicada no seu sentido mais abrangente.

Essa dupla abordagem que o filme apresenta – a nossa imortalidade como rea-

lidade e a caridade como roteiro de vida – deverá, por certo, nos levar a meditar

mais aprofundadamente sobre o sentido da nossa existência, a analisar melhor as

leis de Deus que regem a nossa vida, a dar mais atenção ao futuro que nos espera,

e a cuidar mais do nosso presente, cientes de que iremos, sempre, nos defrontar

com os nossos desacertos, que reclamam correção, e com os nossos acertos, que

proporcionam a nossa evolução espiritual.

Vale a pena ler, reler, ver, rever, ouvir Nosso Lar, e com ele conviver, em livro,

filme e outras mídias.

E

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Livro Terceiro, capítuloIII, da primeira obra bási-ca da Codificação, aborda

uma das leis mais importantes pa-ra o progresso dos seres: o trabalho.Afinal, o que é o trabalho e porque Deus o instituiu como lei co-mum a tudo e a todos? De acordocom o Dicionário Houaiss, o traba-lho é o “conjunto de atividades,produtivas ou criativas, que o ho-mem exerce para atingir determi-nado fim”. Entretanto, o trabalhotranscende a essa conceituaçãousual, porquanto ele é inerente atodos os aspectos da Natureza:

O trabalho é uma lei para as hu-

manidades planetárias, assim co-

mo para as sociedades do espa-

ço. Desde o ser mais rudimen-

tar até os Espíritos angélicos que

velam pelos destinos dos mun-

dos, cada um executa sua obra,

sua parte, no grande concerto

universal.1

Detenhamo-nos, entretanto, ainvestigar a Lei do Trabalho, den-tro do âmbito social, humano, noqual se destaca como Lei Moral,segundo a concepção dos Espíri-tos superiores, e onde também serevela, de forma explícita, a per-feição das Leis Naturais.

Neste aspecto, o trabalho nãocompreende apenas as ocupaçõesmateriais executadas com o auxíliodo corpo físico, mas também asatividades de ordem intelectual,no campo das artes, da música,da filosofia, da religião, da ciênciaetc. O trabalho é imprescindível

ao homem, não apenas porque éum meio de conservação do cor-po, mas, sobretudo, de aperfeiçoa-mento da inteligência e da alma.

Nenhum Espírito, encarnado oudesencarnado, será capaz de pro-gredir sem esforço próprio, queé indispensável ao equilíbrio. Comsua dedicação e gênio inventivo,com sua usina mental, que vibraem sintonia com as leis divinas,a criatura avança cada vez maisem busca da solução de seusproblemas. Toda esta atividadecompreende o trabalho, que na-da mais é, segundo a raiz grega

OCH R I S T I A N O TO RC H I

A Lei doTrabalho

1DENIS, Léon. Depois da morte. ed. esp. 1.imp. Rio de Janeiro: FEB, 2008. P. 5, cap.52, p. 409.

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ergon, que ação, “movimento in-cessante da vida”.2

Utilizando o trabalho comoveículo de renovação, o homemtransformou completamente a fa-ce do Planeta e os seus próprioshábitos. Não fosse o trabalho, ohomem permaneceria estaciona-do na infância moral e intelectual,no estado de natureza.

Para alguns linguistas, a palavratrabalho derivaria do latim tripa-lium, antigo instrumento, utiliza-do na Antiguidade, para torturarescravos. É, talvez, por isso que aideia de trabalho estivesse primi-tivamente associada a sofrimento.Além disso, o mito bíblico – deque o homem foi condenado a vi-ver do próprio suor –3 contribui, àfeição de atavismo religioso, paramuitos considerarem o trabalhouma espécie de punição divina.

Com o progresso da civilização,esse conceito depreciativo vemganhando novos contornos. Evo-luiu para esforço e depois paraobra, passando o trabalho a ser re-compensado proporcionalmenteao benefício que gera para a socie-dade. Hodiernamente, trabalhar,para muitas pessoas, é motivo desatisfação. É quando o homem serealiza, consciente da importânciade seu ofício, por mais humilde eárido que seja, porque se sente útilà coletividade.

Como os seres humanos têmconstituição e resistência orgâni-

cas diferentes, uns cansam maisfacilmente que outros. Nesse ponto,necessitamos aprender a conhecero próprio corpo, utilizando e con-dicionando o organismo confor-me a estrutura física de cada um.Muitas vezes a mente quer, masfaltam energias. Por isso, os Espí-ritos amigos alertam, na questão683 de O Livro dos Espíritos, que olimite do trabalho é o das forçasde cada um.

De par com o trabalho, temosoutra lei natural correspondente:a do repouso – descanso necessá-rio ao refazimento do corpo físicoe do intelecto –, o qual não deveser confundido com preguiça ouociosidade, que constitui o descan-so inoperante, imerecido. As con-sequências para o Espírito que per-manece no ócio são a estagnaçãoda inteligência, a rotina, a sensaçãode inutilidade, o tédio e o cresci-mento do mal. Contudo, não bastatrabalhar. É preciso desempenharo serviço com retidão: “O dever,lealmente cumprido, mantém asaúde da consciência”.4

O terceiro mandamento da leimosaica,5 que determina a guardado sábado, representa, na realida-de, o estabelecimento do descansosemanal como medida útil desti-nada a proteger o corpo do esgo-tamento resultante do trabalho.Os hebreus fizeram disso umaquestão moral obrigatória, que foi

assimilada por vários segmentosreligiosos e perdura até hoje, coma adoção de um dia específico dasemana reservado exclusivamentepara descansar e louvar a Deus.

Jesus, entretanto, que tambémtrabalhava aos sábados, curando econsolando os enfermos, deixoubem claro que “o sábado foi feitopara o homem e não o homem pa-ra o sábado”,6 acentuando, ainda,que “meu Pai trabalha até hoje, eeu também”.7 O bom senso nos dizque não é preciso, rigorosamente,descansar ou louvar a Deus numdia especificamente reservado pa-ra isso, seja domingo ou sábado.Afinal, tudo na vida é trabalho. Atéo corpo humano trabalha, mesmodurante o repouso, como é o casodo cérebro e do coração. Certasinstituições e profissionais, com osseus plantões, trabalham continua-mente. Impraticável, pois, paralisaro mundo por causa de um dia docalendário humano. O que impor-ta é que todos cultivemos os va-lores espirituais e descansemos, emmomentos próprios, de acordocom as necessidades e conveniên-cias de cada um, de sua profissão,de suas atividades, de seus limites.

Não se olvide, porém, a existên-cia de abusos nessa área, sobretudonos grandes centros urbanos, ondecertas pessoas adquirem compor-tamentos compulsivos, em relaçãoà atividade laboral. São conhecidascomo workaholics, palavra inglesaque designa os indivíduos viciados

2XAVIER,Francisco C.Caminho, verdade e vi-da. Pelo Espírito Emmanuel. 28. ed. 2. reimp.Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 4, p. 23.

3GÊNESIS, 3:19.

4XAVIER, Francisco C.; VIEIRA, Waldo.Conduta espírita. Pelo Espírito AndréLuiz. 31. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB,2008. Cap. 8, p. 40.

5ÊXODO, 20:8-11.

6MARCOS, 2:27.

7JOÃO, 5:17.

6 Reformador • Agosto 2010330000

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em trabalho, seja por ambição ouganância, seja por fuga psicológi-ca ou outro motivo qualquer.

Consideremos ainda a aposenta-doria: mais que uma época desti-nada ao repouso, vem a ser umprêmio ao esforço despendido pelohomem, que lhe proporciona o in-dispensável sustento nos dias develhice, período em que se lhe des-vanecem as forças, o poder criativoe a agilidade na execução das tare-fas de subsistência. É importanteressalvar, porém, que o declínio dasatividades físicas na velhice se deveao desgaste do corpo, mas o Espí-rito continua senhor de suas facul-dades e do progresso alcançado.

Atualmente, o avanço da Medi-cina e das condições sociais permi-te ao homem o aumento grada-tivo de sua expectativa de vida.Sendo assim, mesmo quando seaposenta, não é recomendável aoindivíduo manter-se ocioso. De-ve, aproveitando-se da experiên-cia adquirida, procurar substituira sua rotina por alguma atividadeedificante, embora mais leve e maisadequada às suas aptidões, gostose forças, de preferência em benefí-cio do próximo, no trabalho volun-tário, para que suas energias nãovenham a se deteriorar, lançan-do-o na depressão e na sensaçãode inutilidade:

– A evolução, a competência, o

aprimoramento e a sublimação

resultam do trabalho incessan-

te. Quanto mais se nos avulta o

conhecimento, mais nos senti-

mos distanciados do repouso. A

inércia opera a coagulação de

nossas forças mentais, nos pla-

nos mais baixos da vida. [...]8

Isso não quer dizer que devemosesperar a aposentadoria, para sóentão praticar o bem, o qual pode-mos fazer diariamente, concilian-do-o com nossas tarefas normais, oque já nos servirá de planejamentoe exercício para os dias de inativi-dade profissional.

Grande número de pessoas nãotem consciência da importânciadessa fase. Muitas delas, no afã degozarem a vida, interrompem asatividades profissionais na plenitu-de de suas forças físicas, sem qual-

quer preparo psicológico para ad-ministrar o seu tempo livre, e aca-bam adoecendo ou enveredando--se em vícios perniciosos à saúdefísica e moral. Para nos precatar-mos contra esses males, é impor-tante que nos conscientizemos deque o trabalho é uma dádiva queDeus nos conferiu para conquis-tarmos a redenção intelecto-moralpor nosso próprio merecimento.

Depois destas reflexões, concluí-mos, com os Espíritos superiores,que o trabalho, seja ele profissio-nal ou caritativo, juntamente coma oração, constitui não só o móveldo progresso do ser, mas tambéma mais poderosa proteção contrao mal, uma vez que possibilita aoEspírito corrigir as imperfeições edisciplinar a própria vontade.

8XAVIER, Francisco C. Entre a terra e o céu.Pelo Espírito André Luiz. 25. ed. 2. reimp.Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 11, p. 88.

7Agosto 2010 • Reformador 330011

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Amigos e irmãos, abraço-osfervorosamente.

esta oportunidade, desejocompartilhar com os com-panheiros um fato relacio-

nado ao suicídio que resultounuma série de ações, desenvolvi-das ao longo de 18 meses, apro-ximadamente, mas cujo desfechosuperou todas as expectativas,mesmo as inimagináveis.

As regiões de sofrimento on-de vivem os suicidas, de todasas categorias, são inúmeras evastas nos planos do Espírito.Brotam de um dia para outro,pois os excessos da Humanida-de têm reduzido o tempo dereencarnação para um númerosignificativo de pessoas. Osatentados contra a manutençãoda saúde física, mental e psico-lógica atingem cifras realmenteassustadoras.

A campanha Em Defesa da Vi-da, conduzida pelos espíritas, éação que ameniza a situação. Masalgo mais intenso e abrangente,

que envolva a sociedade, urgeser desenvolvido.

Assim, passamos ao nosso re-lato.

Localizamos em determinadonicho, em nosso plano, uma co-munidade de suicidas vivendoem situação precária, em todosos aspectos. Chamava a nossaatenção que tal reduto de dornunca reduzia de tamanho. Aocontrário, contabilizávamosum número crescente, dia apósdia. Procurando analisar aproblemática por todos osseus ângulos, verificamos queno local, incrustado em espaçode difícil acesso, existia uma es-pécie de “escola” – se este é o no-me que se pode utilizar – cujosintegrantes se especializaramem indução ao suicídio: técni-cas, recursos e equipamentossofisticados eram desenvolvidospara que encarnados cometes-sem suicídio.

O suicida era, então, con-duzido à instituição e, sobtortura, a alma sofredora

fornecia elementos mentais queserviam de alimento à manu-tenção de diferentes desarmo-

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A forçado amor

O encerramento do 3º Congresso Espírita Brasileiro, na visãodos Espíritos, relatado por Yvonne A. Pereira

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nias que conduzem o homem aodesespero.

Fomos surpreendidos pelaexistência de tal organização e es-tarrecidos diante do fato, de comoa alienação, associada à maldade,pode desestruturar o ser humano.

Após tomar conhecimento dosdetalhes, um plano de trabalho foidefinido, depois que um mensagei-ro de elevada região veio até nós.

Durante algum tempo peleja-mos para sermos adequadamen-te preparados, inclusive apren-dendo a liberar vibrações maissublimadas, a fim de fornecer amatéria mental e sentimentospuros que pudessem erguer um

campo de força energético aoredor do local.

Almas devotadas estiveram co-nosco permanentemente, ins-truindo-nos, fortificando-nos enos revelando a excelsitude doamor. Entretanto, era preciso fa-zer algo mais. Desfazer a organi-zação não representaria, em prin-cípio, maiores problemas; o desa-fio seria convencer os instrutoresa não fazer mais aquele tipo demaldade. Várias tentativas foramenvidadas, neste sentido. Orienta-dores esclarecidos da Vida Maiorforam rejeitados e até ridiculari-zados. Nada conseguíamos comos dirigentes daquela instituição,voltada para a prática do suicídio.

Mas, a vitória chegou, glorio-sa, no final da tarde do domingoúltimo,1 quando, convidados aparticipar do encerramento doCongresso, aqueles dirigentespresenciaram a luminosidade doamor. Conseguiram, finalmente,ver o significado da vida, a suaimportância e fundamentos.

Foram momentos de grandeemoção que envolveu a todosnós, quando uma nesga de luzdesceu sobre os encarnados e de-sencarnados no exato instante emque todos, em ambos os planosda vida, se deram as mãos e can-taram a música em prol da paz.

A nesga de luz se alargou, cres-ceu, envolveu a todos. A força

do amor jorrou plena e, em su-blime explosão, rompeu o ar, cir-culou sobre a cabeça de todos,espalhou-se como poderosa on-da para além do recinto, ganhan-do a cidade.

Brasília se nimbou de luz, noar, no solo, nas águas. À nossa vi-são estupefata e maravilhada pa-recia que uma nova estrela esta-va surgindo. Os seres da Criação,vegetais, animais e hominais, oselementos inertes, rochas e mine-rais, as construções humanas, pré-dios, edifícios, avenidas, bancos,repartições públicas e privadas,residências, tudo, enfim, foi ba-nhado por luz pura e cristalinaque jorrava do Alto.

Célere, a bela luminosidadeespalhou do coração da Pátriapara todos os recantos do Brasil,das Américas, da Europa, África,mais além, no Extremo e MédioOriente, atingindo todos os con-tinentes, países e cidades. Alcan-çou os polos do Planeta, girou,em bailado sublime, por brevesminutos ao redor da Terra e seprolongou mais além, em dire-ção ao infinito.

Jesus tinha se aproximado doPlaneta, em brevíssima visita deluz, amor e compaixão.

Jamais presenciei tanta belezae tanta paz!

Com afeto.

Yvonne Pereira

(Mensagem psicográfica recebida por

Marta Antunes de Moura, na Federação

Espírita Brasileira, em Brasília, no dia

22 de abril de 2010.)

1Domingo, 18 de abril de 2010: dia do encer-ramento do 3o Congresso Espírita

Brasileiro. Todos os presentescantavam, emociona-dos,a música pela paz.

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ala-se muito, na atualidade,sobre cidadania.

Ser cidadão é estar cons-ciente dos próprios direitos, comoestabelece o artigo 5o da Consti-tuição Brasileira:

Todos são iguais perante a lei,sem distinção de qualquer nature-za, garantindo-se aos brasileiros eaos estrangeiros residentes no Paísa inviolabilidade do direito à vida,à liberdade, à igualdade, à segu-rança e à propriedade [...]

Tais conquistas são fundamen-tais, sem dúvida.

Podemos e devemos lutar por elas.Podemos e devemos melhorar

as condições de vida de uma co-munidade, atendendo a elemen-tares direitos de seus membros.

Mas há outro passo, mais im-portante.

Ser cidadão não é apenas rei-vindicar direitos.

É, sobretudo, assumir deveres.É o que nos diz a questão 877,

de O Livro dos Espíritos, ed. FEB:

Da necessidade que o homemtem de viver em sociedade, nascem--lhe obrigações especiais?

“Certo e a primeira de todas é ade respeitar os direitos de seus se-melhantes. Aquele que respeitaresses direitos procederá semprecom justiça. Em o vosso mundo,porque a maioria dos homens nãopratica a lei de justiça, cada umusa de represálias. Essa a causa daperturbação e da confusão emque vivem as sociedades huma-nas. A vida social outorga direitose impõe deveres recíprocos.”

A observação do mentor espiri-tual está bem de acordo com a le-gislação de qualquer país, instituin-do deveres que visam sustentar aordem e o bem-estar dos cidadãos.

Nem é preciso um conhecimen-to mais amplo das leis para saberquais são nossos deveres, partindodo dever fundamental de não fazernada que perturbe ou cause pre-juízo a alguém.

Temos liberdade de fazer o quequisermos, desde que não façamosnada que atazane o próximo.

Essa orientação, aliás, não énova.

Desde os Dez Mandamentos,de Moisés, existe a orientaçãoprecisa do que não nos é lícitofazer – matar, trair, mentir, co-biçar, furtar...

Observada essa orientação ele-mentar, eliminaríamos a maiorparte dos males que afetam aHumanidade.

Não obstante, há um passoadiante, no caminho da verdadei-ra cidadania.

Ele nos é estimulado por Jesus,quando nos convida a fazer pelopróximo o bem que desejamospara nós.

Isso é fundamental, porquantosimplesmente não fazer nada queafete o semelhante pode ser umaforma velada de egoísmo:

– Cada um na sua. Não preju-dico ninguém e não quero queninguém me aborreça!

Com semelhante comporta-mento talvez tivéssemos na Terraa eliminação do mal originárioda iniciativa de alguns, mas per-

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RI C H A R D SI M O N E T T I

Cidadania

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maneceria o mal por omissão demuitos.

Posso não ser culpado pelaexistência de favelados, não exer-citei nenhum mal para que issoacontecesse. Não obstante, guar-do a culpa por não estar exerci-tando o bem, a fim de que sejameliminadas as favelas.

Diríamos que a verdadeira ci-dadania não se exprime apenasna observância de leis humanas,mas, sobretudo, no cumprimen-to das Leis Divinas que pedemnossa integração em organiza-ções que visam o bem-estar so-cial, sejam associações de mora-dores, clubes de serviço, centroscomunitários, instituições filan-trópicas e religiosas, contribuindopara uma sociedade consciente,ativa e responsável.

Um amigo espírita reclamava:– É complicado ser espírita,

porquanto a Doutrina buzina otempo todo que é preciso reformarnossa casa mental, cultivar bonspensamentos, falar sempre a ver-dade, não fofocar, não fazer nadaque perturbe o próximo... E nãobasta não incomodar o próximo,é preciso que nos incomodemoscom suas carências e necessida-des, ajudando-o. E quando a gentepensa em descansar, vem a orien-tação de que é preciso estudar,aprender sempre. Haja disposição!

Realmente não é fácil, uma vezque semelhantes iniciativas coli-dem com a tendência ao acomoda-mento que caracteriza o compor-tamento humano, neste planeta

de provas e expiações, orientadopelo egoísmo.

Não obstante, é preciso admitirque não estamos na Terra em jorna-da de férias. O objetivo fundamen-tal de nosso trânsito na carne cha-ma-se evolução, com o empenhopor superar mazelas e imperfeições.

Isso obviamente exige trabalho,dedicação, perseverança, esforçopor superar milenárias tendênciasao acomodamento.

Talvez tenhamos dificuldade,em princípio, por não ser exata-mente o que gostaríamos de fazer.Mas se insistirmos logo tomare-mos gosto, habilitando-nos a gos-tar do que fazemos.

Então, leitor amigo, como di-zia velho slogan de antigo progra-ma de televisão, o céu será o nossolimite!

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Reformador: Como ocorreu aadaptação do texto do livro parao filme?Produção: O roteirista vê o filmeantes de todo mundo, mas seutrabalho não é só escrever lite-ralmente. É preciso pensar, tomardecisões criativas muito impor-tantes. Portanto, a adaptaçãocumpriu alguns estágios de tra-balho bem definidos – primeiro,o estudo minucioso do livro (ede todos os demais livros da Sé-rie André Luiz), seguido de reu-niões com leitores para ouvirmosos seus sentimentos e percepçõesa respeito da história. Depois, ti-vemos a colaboração intensa daprópria Federação Espírita Bra-

sileira, que nos ajudou a mantero foco nas questões essenciais dolivro. Por fim, o desenvolvimen-

to da história já roteirizada, como trabalho criativo sempre embusca do melhor para dramati-

PRO D U Ç Ã O D O F I L M E NO S S O LA REntrevista

é um filme paratodas as pessoas

Nosso Lar

O lançamento do filme Nosso Lar é um fato marcante no ano do Centenário de Chico Xavier. A equipe que produziu o filme – Wagner de Assis, roteiro e

direção, Iafa Britz, produção, e Luiz Augusto de Queiroz, produção executiva – comenta a superprodução cinematográfica sobre o livrobest seller psicografado por Chico Xavier e destaca a expectativa

para o lançamento no dia 3 de setembro

Wagner de Assis, roteirista e diretor

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Capa

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zar, emocionar, entreter opúblico.Reformador: Que experiên-cias tiveram durante as fil-magens?Produção: Todo o processodo filme foi cheio de apren-dizados, tanto a partir depercepções espirituais co-mo das relações entre aspessoas. Preferimos enfati-zar este último aspecto, umavez que entendemos que aharmonia entre profissio-nais de diferentes opçõesreligiosas foi fundamentale maravilhosa. Vivemos ex-periências únicas de verdias mágicos de filmagens,ver atuações importantes,enfim, quando a câmera liga ésempre um momento único.

Reformador: Houve dificuldadetécnica para retratar o Umbral?Produção: Todo o filme foi umgrande desafio técnico, porqueprecisávamos usar tecnologia deefeitos visuais como nunca foi fei-to antes. O Umbral foi um desa-fio à parte porque precisávamosde um lugar onde pudéssemoscriar aquela dimensão. Encon-tramos uma “super” pedreira noRio de Janeiro e trabalhamosdia e noite nela. Porém, o cená-rio da cidade espiritual nuncaexistiu e isso fez com que tivés-semos que filmar com um panoazul (o famoso Chroma key) emgrande parte das cenas. Os ato-res tinham que fazer um exercí-cio muito grande para imaginaro que não podia ser visto.

Reformador: Qual público-alvovisa a produção do filme?Produção: Este é um filme paratodas as pessoas. Essa foi a pri-meira ideia que nasceu quandodecidimos começar o projeto eviemos à FEB pedir a licençados direitos autorais. Nunca en-tendemos cinema senão por suaforça ampla e irrestrita com to-dos os públicos. Nosso Lar é umdrama poderoso, com uma te-mática poderosa, que fala dire-tamente ao íntimo das pessoas.Vale a pena ver e levar tambémquem não gosta do tema paraver. Antes de tudo é uma men-sagem de esperança que passana tela.

Reformador: Qual tem sido areação dos profissionais dasáreas de produção e de distri-buição com relação ao filme?

Produção: Muita curiosida-de e muito interesse por con-ta da forma como o filmefoi produzido. Tem todosos efeitos visuais, emboraeles sejam um apoio à his-tória do Espírito André Luiz,que é o mais importante.Mas não é raro vermos lágri-mas no final de cada exibi-ção-teste que fazemos. O fil-me mexe muito com as pes-soas em diversos níveis. Cadaum tem uma ideia de mun-do espiritual e encontra neleidentificações e semelhan-ças. Outros descobrem-se.Outros sentem saudades deseus entes queridos.

Reformador: Qual a expectativade distribuição no Brasil e no Ex-terior?Produção: A Fox trabalha com adistribuição nacional. A carreirainternacional do filme depende

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Capa

Iafa Britz,produção

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muito de sua performance noBrasil. Mas já estamos em conta-to com empresas distribuidorasno Exterior.

Reformador: Para o Exterior, o fil-me será legendado ou dublado?Produção: O filme será legendadoou dublado de acordo com a em-presa distribuidora que tiver nego-ciado para determinado país.

Reformador: O filme suscitarámaior divulgação do livro e do Es-piritismo?Produção: Entendemos que umfilme sempre traz mais interessepelo tema que aborda. O livroNosso Lar já é um campeão devendas e esperamos que conti-nue sendo. Quanto ao Espiritis-mo, esperamos que as pessoas seinteressem pelo tema cada vezmais, por seu caráter universal,

com suas vertentes científica, filo-sófica e religiosa, e que isso possaajudar a todos.

Reformador: Quais recomendaçõesdariam aos dirigentes espíritas, emface do lançamento do filme?Produção: Sintam-se parceiros eajudem-nos a multiplicar a men-sagem de que o filme existe, e queprecisa ser bem divulgado parapoder ficar nos cinemas com amensagem positiva. Por isso, o dia3 de setembro precisa ser “mági-

co” – todas as salas de cinemaprecisam estar lotadas. Os doisprimeiros dias são essenciais paraa carreira de um filme. Portanto,nosso pedido é: não deixe para irna semana seguinte! Vá ao cine-ma no dia da estreia! Sabemosque o primeiro final de semana émarcante, define a carreira de umfilme. Divulgue-o junto a amigose volte na semana seguinte. So-mos todos multiplicadores da suadifusão! Os tempos são mais doque chegados!

Luiz Augustode Queiroz,produçãoexecutiva

14 Reformador • Agosto 2010330088

Nosso Lar é uma das maio-res produções cinematográfi-cas brasileiras e reúne grandesnomes do cinema internacio-nal como o compositor PhilipGlass, o diretor de fotografiaUeli Steiger e empresa de efei-tos visuais canadense Intelli-gent Creatures. O filme é co-produzido e distribuído pelaFox Film do Brasil.

Produção: Cinética Filmes;Coprodução Migdal Filmes,Globo Filmes e Fox Film doBrasil; Distribuição Fox Filmdo Brasil; Apoio Banco do Rio deJaneiro – Funcine BRJ e Fede-ração Espírita Brasileira (FEB);Roteiro e direção Wagner de

Assis; Produzido por Iafa Britz;Produção executiva Luiz Augus-to de Queiroz e Elizabeth Mari-nho Dias; Trilha sonora origi-nal Philip Glass; Direção de fo-tografia Ueli Steiger A. S. C.;Direção de arte Lia Renha; Efei-tos visuais Intelligent Creatures,Canadá; Coprodução executivaLuiz Cláudio Barbosa; Elenco:Renato Prieto como André Luiz,Fernando Alves Pinto, RosanneMulholland, Inez Viana, Rodri-go dos Santos, Werner Schüne-mann, Clemente Viscaíno; Par-ticipação especial: Ana Rosa,Othon Bastos e Paulo Goulart.Informações: <www.nossolarofilme.com.br>.

Capa

Produçãodo filme

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uando Barsabás, o tirano, demandou o reinoda morte, buscou debalde reintegrar-se nogrande palácio que lhe servira de residência.

A viúva, alegando infinita mágoa, desfizera-se damoradia, vendendo-lhe os adornos.

Viu ele, então, baixelas e candelabros, telas e jar-rões, tapetes e perfumes, joias e relíquias, sob o mar-telo do leiloeiro, enquanto os filhos querelavam notribunal, disputando a melhor parte da herança.

Ninguém lhe lembrava o nome, desde que nãofosse para reclamar o ouro e a prata que doara a mor-domos distintos.

E porque na memória de semelhantes amigos elenão passava, agora, de sombra, tentou o interesseafetivo de companheiros outros da infância...

Todavia, entre estes encontrou simplesmente a re-cordação dos próprios atos de malquerença e de usura.

Barsabás entregou-se às lágrimas, de tal modo,que a sombra lhe embargou, por fim, a visão, arro-jando-o nas trevas...

Vagueou por muito tempo no nevoeiro, entrevozes acusadoras, até que um dia aprendeu a pedirna oração, e, como se a rogativa lhe servisse de bús-sola, embora caminhasse às escuras, eis que, de súbi-to, se lhe extingue a cegueira e ele vê, diante de seuspassos, um santuário sublime, faiscante de luzes.

Milhões de estrelas e pétalas fulgurantes povoa-vam-no em todas as direções.

Barsabás, sem perceber, alcançara a Casa das Precesde Louvor, nas faixas inferiores do firmamento.

Não obstante deslumbrado, chorou, impulsivo,ante o ministro espiritual que velava no pórtico.

Após ouvi-lo, generoso, o funcionário angélicofalou, sereno:

– Barsabás, cada fragmento luminoso que contem-plas é uma prece de gratidão que subiu da Terra...

– Ai de mim – soluçou o desventurado – eu jamaisfiz o bem...

– Em verdade – prosseguiu o informante –, trazescontigo, em grandes sinais, o pranto e o sangue dosdoentes e das viúvas, dos velhinhos e órfãos indefe-sos que despojaste, nos teus dias de invigilância e decrueldade; entretanto, tens aqui, em teu crédito, umaoração de louvor...

E apontou-lhe acanhada estrela que brilhava à fei-ção de pequeno disco solar.

– Há 32 anos – disse, ainda, o instrutor – deste umpão a uma criança e essa criança te agradeceu, emprece ao Senhor da Vida.

Chorando de alegria e consultando velhas lem-branças, Barsabás perguntou:

– Jonakim, o enjeitado?– Sim, ele mesmo – confirmou o missionário divino.

– Segue a claridade do pão que deste, um dia, por amor,e livrar-te-ás, em definitivo, do sofrimento nas trevas.

E Barsabás acompanhou o tênue raio do tênuefulgor que se desprendia daquela gota estelar, mas,em vez de elevar-se às Alturas, encontrou-se numacarpintaria humilde da própria Terra.

Um homem calejado aí refletia, manobrando aenxó em pesado lenho...

Era Jonakim, aos quarenta de idade.Como se estivessem os dois identificados no doce

fio de luz, Barsabás abraçou-se a ele, qual viajanteabatido, de volta ao calor do lar........................................................................................

Decorrido um ano, Jonakim, o carpinteiro, osten-tava, sorridente, nos braços, mais um filhinho, cujoslouros cabelos emolduravam belos olhos azuis.

Com a bênção de um pão dado a um menino triste,por espírito de amor puro, conquistara Barsabás, nasLeis Eternas, o prêmio de renascer para redimir-se.

Fonte: XAVIER, Francisco C. O espírito da verdade. 17. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 81.

História de um pão

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Q

Presença de Chico Xavier

Pelo Espírito Irmão X

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16 Reformador • Agosto 2010 331100

uanto estão pagando pelavida?

Um dos graves sinais dacrise ética do ser humano, que seencontra atolado em uma psicos-fera coletiva de estresse e de faltade paciência, é a ausência de tem-po para consolidar algumas con-vicções éticas acerca do que é viver.

O resultado mais doentio e ime-diato dessa falta de hábito em re-fletir sobre a existência é o des-prezo e indiferença para com ela.Mata-se qualquer pessoa por mí-seros dinheiros, o suficiente paragarantir a droga do dia; destrói-sea árvore sem o menor escrúpulode consciência; arranca-se a vidado animal pelo prazer mórbido devê-lo esvair-se em sangue, no meioda rua.

Rompimentos amorosos? Cui-dado com eles. Aumenta a cadadia a quase incapacidade de ho-mens e mulheres suportarem ofim do namoro ou do casamento,anunciado pelo parceiro.

Este é o resultado dramático deuma geração que cresceu sem saberouvir “nãos” na hora certa. Rara-mente seus desejos foram impedi-dos de ser expressos. Quase nuncaessas adultas-crianças aprenderamque a vida nem sempre respondecom um “sim” ao que elas gosta-riam de fazer imediatamente.

São filhos do “quero já”, do “nãofui educado para esperar”.

E a pressa imposta pelo prazera todo custo acaba gerando uma

carga enorme de desvinculações,de sofrimentos a mais para quemacaba desgastando as emoções.

É por isso que a gente vê cadavez mais pessoas que revelamem si mesmas os efeitos das per-das sutis de sensibilidade amo-rosa. Dores da alma, que quemsó cuida do corpo e de suas sen-sações não consegue entendernem apreender.

QCA R LO S AB R A N C H E S

Uma crise eum desafio

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Na contrapartida do caos, umapostura nova para o ser.

No final da década de 1970,

uma ioguina indiana, Dadi

Janki, de 86 anos, foi conside-

rada pelo Instituto de Pesqui-

sa Médica e Científica da Uni-

versidade do Texas, como a

“mente mais estável do mun-

do”, porque mesmo testada

em situações tensas e perigo-

sas, seu eletroencefalograma

marcou a presença constante

de ondas delta, as ondas mais

positivas e lentas produzidas

pela atividade cerebral. Ela re-

cebeu da ONU o título muito

raro de ser concedido, de

Guardiã do Planeta, por seu

trabalho em prol de mentes

mais livres e pacíficas.

Quando lhe perguntaram, em

sua visita a São Paulo, a receita

de uma mente tão tranquila e

sem pesos, ela respondeu:

“Muito amor no coração

por todos e nenhum apego por

ninguém, tentar não preju-

dicar pessoa alguma mini-

mamente e eliminar da mente

qualquer pensamento negati-

vo, fazendo um exercício diá-

rio e ter a certeza de que não

estamos aqui à toa, mas para

cumprir o destino da evolução.

Que somos caminhantes, sem

dependências ou estabilidades.

[...]”.1

Dadi Jank afir-mou ainda queaquele que “nãopercebe isso setorna escravo dodesnecessário epolui a mente”.2

A questão da sin-tonia é tema recor-rente nas reflexõesespíritas. Emmanuelpropõe o seguinte, aesse respeito:

Quando co-

léricos e irri-

tadiços, agres-

sivos e ásperos

para com os ou-

tros, criamos por

atividade reflexa

o desalento e a intem-

perança, a crueldade e a se-

cura para nós mesmos, e quan-

do generosos e compreensivos,

prestimosos e úteis para com

aqueles que nos cercam, criamos,

consequentemente, a alegria e a

tranquilidade, a segurança e o

bom ânimo para nós próprios.3

Meu desejo, com este artigo, élembrar que precisamos colocaralguma coisa no lugar da confun-são em que se pode transformar amente e o coração do ser humano.

Em vez das guerrinhas mentaiscontra as adversidades, a disciplina

da meditação suave e generosa,através da prece e da leitura evan-gélico-doutrinária. Alguns minu-tos por dia, todos os dias.

Na contramão da impaciência,a mudança do padrão respirató-rio. Ser mais pleno e intenso nouso dos pulmões, todos os dias.

Ao contrário da raiva, experiên-cias pequeninas e progressivascom o perdão. Um pouco a cadadia, todos os dias.

O desafio está posto. O que nosfalta para começar?

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2Idem, ibidem.

3XAVIER, Francisco C. Pensamento e vida.Pelo Espírito Emmanuel. 18. ed. 1. reimp.Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 10, p. 46.

1Disponível em: <www.wagbarart.wordpress.com/2008/12/08/dadi-janki-a-mente-mais-estavel-do-mundo/>.

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iante da comemoração doCentenário do Nascimentode Chico Xavier, torna-se

oportuno ressaltar a importância departe de seu trabalho psicográfico.Dentre as várias obras por seu inter-médio produzidas, optamos por re-lembrar alguns aspectos relativosà adequação, às vivências em cursono nosso tempo, dos cinco roman-ces ditados por Emmanuel entre1938 e 1953. São eles: Há Dois MilAnos (1939), Cinquenta Anos Depois(1940), Paulo e Estêvão (1941), Re-núncia (1944) e Ave, Cristo! (1953).

Acerca da atualidade desses li-vros, ponderamos que neles Em-manuel rememorou o passadonão sob o ponto de vista parcial elimitado dos personagens por elevividos em parte das histórias,1

mas sob perspectiva mais ampla,em função de seu amadurecimen-to espiritual alcançado até aquele

momento. Nesse sentido, sob oolhar e a compreensão de um Es-pírito postado no século XX,Emmanuel pôde destacar relaçõesde causa e efeito, à época não vis-lumbrada pelos personagens pre-sentes nas narrativas; pôde atri-buir maior ou menor grau de im-portância aos fatos e aos aconteci-

FL Á V I O REY D E CA RVA L H O

Os romances de

Emmanuele o nosso tempo

1Emmanuel não aparece como personagemsomente no romance Paulo e Estêvão. Sabe--se, contudo, que, durante a sua encarnaçãocomo o senador romano Públio Lentulus –de Há dois mil anos –, houve breve encon-

tro fortuito entre ele e Paulo de Tarso pró-ximo à Porta Ápia, por volta do ano 58 d.C.Cf. Emmanuel e o Apóstolo Paulo: umamensagem inédita. In: TAVARES, Clovis.Amor e sabedoria de Emmanuel. São Paulo:Calvário, 1970. p. 21-23.

D

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mentos vividos no pretérito e pô-de, inclusive, reordená-los, semdeformar os conteúdos originais,de modo a melhor se adequaremao contexto no qual essas obrasseriam veiculadas. A dificuldadede realizar tal procedimento foiexpressa pelo autor em 30 de de-zembro de 1938, durante a psico-grafia de Há Dois Mil Anos:

[...] Tenho-me esforçado, quan-

to possível, para adaptar uma

história tão antiga ao sabor das

expressões do mundo moder-

no, mas, em relatando a verdade,

somos levados a penetrar, antes

de tudo, na essência das coisas,

dos fatos e dos ensinamentos.2

Consequentemente, as expe-riências transitórias de Públio Len-tulus (Há Dois Mil Anos), Célia(Cinquenta Anos Depois), Paulode Tarso (Paulo e Estêvão), Alcío-ne (Renúncia), Irmão Corvino(Ave, Cristo!), entre outras, esti-mulam o leitor à reflexão sobre anecessidade do empenho pessoalna busca pelo autoburilamento,pelo resgate de débitos, pelo rea-juste e pela evolução espiritual.

Destacamos, desse modo, queos cinco romances em questão sãoadequados e direcionados às vi-vências em curso no nosso tempo.E essa relação se torna mais claraquando se procura entender o queestava em jogo, sob o ponto de

vista espiritual, no momento emque o autor espiritual ditava asreferidas histórias. Com esse fim,recorremos ao livro A Caminho daLuz, psicografado entre 17 de agos-to e 21 de setembro de 1938 – pou-co tempo antes de Há Dois Mil Anos,cuja psicografia seria iniciada em24 de outubro do mesmo ano –,no qual Emmanuel revelou seresperado, para o século XX, o iní-cio de uma fase de transição, emtermos espirituais, da Terra:“Apro-xima-se o momento em que seefetuará a aferição de todos osvalores terrestres para o ressurgi-mento das energias criado-ras de um mundo novo[...]”.3 (Grifo nosso.)Com base em algu-mas de suas expli-cações apresen-tadas ao longo domesmo texto, é pos-sível inferir do quese trata esse “ressur-gimento” de “ener-gias criadoras” deum mundo novo.

Segundo o autorespiritual, consta quehá uma “comunidadede Espíritos puros”, elei-tos por Deus, responsá-veis pela condução dosrumos de todos os tiposde vida contidos nos dife-rentes planetas situadosno Sistema Solar. Essa co-munidade, da qual Jesus é

um dos membros, teria se reu-nido, para discutir os rumos daTerra, somente por duas vezesao longo dos milênios conheci-dos: a primeira, logo no início daformação de nosso planeta, paradelinear as condições materiaisiniciais para o surgimento davida, e a segunda, às vésperas donascimento de Jesus, para defi-nir o meio pelo qual as lições doEvangelho seriam comunicadasà Humanidade.4

2XAVIER, Francisco C. Há dois mil anos.Pelo Espírito Emmanuel. 4. ed. esp. 2.reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Na inti-midade de Emmanuel, p. 8.

3Idem. A caminho da luz. Pelo EspíritoEmmanuel. 37. ed. 1. reimp. Rio de Janei-ro: FEB, 2009. Introdução.

4Idem, ibidem. Cap. 1, item A comunida-de dos Espíritos puros.

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Nessa época, a Humanidade te-ve a sua maioridade espiritualproclamada pelo desenvolvimen-to da sabedoria dos gregos, naesfera da filosofia, e, sequencial-mente, pelo advento das organi-zações romanas, nos campos dafamília e do direito. Como desdo-bramento, era esperado que o Im-pério Romano, em meio à sua vo-cação expansionista, pudesse uniros mais diferentes povos por meioda educação e da concórdia. Ha-via também a expectativa da assi-milação e da difusão da então re-cém-chegada mensagem do Evan-gelho trazida por Jesus, que unifi-caria o mundo pelos laços da fra-ternidade e do amor.5

No processo de realização desua missão unificadora, o ImpérioRomano acabou se expandindonão por meio da educação e daconcórdia, mas pelo recurso à for-

ça impositiva e conquistadora decunho militarista, promovendo,consequentemente, o ressentimen-to e a discórdia entre os homens –consta que boa parte desses des-vios somente encontraria o seureajustamento no transcorrer doséculo XX. Decorridos aproxima-damente 300 anos da chegada damensagem do Evangelho, suas li-ções e seus princípios começarama ser modificados e desvirtuadosde modo a se adaptarem às conve-niências dos poderes políticos domundo.6

Desde então, e de maneira maisintensa nos últimos séculos, aHumanidade se desenvolveu maisno campo material do que no es-piritual. A despeito disso, paraEmmanuel alguns frutos desse de-senvolvimento como o “avião” e a“radiotelefonia”, que à época emque ele escreveu começavam a li-gar de maneira mais intensa oscontinentes e os países, contri-buem positivamente para o esta-belecimento do princípio da soli-dariedade entre os seres huma-nos. Complementarmente, reve-lou Emmanuel que se aproxima omomento da realização de umaterceira reunião da “comunidadede Espíritos puros” para discutir edeliberar sobre os rumos da Ter-ra. Com base nessa informação,cremos estar vinculado à ideia darealização dessa terceira reuniãoda “comunidade de Espíritos pu-ros” o “ressurgimento” de “ener-

gias criadoras” de um mundonovo aludido pelo autor no iníciode A Caminho da Luz.7

Sobre a questão, podemos com-plementar que, atualmente, a cha-mada “globalização” – pautadapela expansão do fluxo de infor-mações, pela aceleração das transa-ções econômicas e pela crescentedifusão de valores políticos e mo-rais em uma escala sem preceden-tes –,8 enseja um ambiente propí-cio para se tentar estabelecer algoque foi tentado pela Espiritualida-de à época do Império Romano, ouseja, a união fraterna entre os po-vos conforme as lições e as exem-plificações do Evangelho. Nesse sen-tido, ponderamos que os conteú-dos, as lições e os exemplos contidosnos romances de Emmanuel estãoarticulados a um período de tran-sição espiritual do planeta queprepara a chegada de uma “NovaEra”, sendo eles, portanto, apesarde terem sido psicografados entre1938 e 1953, destinados às pessoascujas vivências se encontram emcurso no nosso tempo – tanto noBrasil quanto no mundo.9

5XAVIER, Francisco C. A caminho da luz.Pelo Espírito Emmanuel. 37. ed. 1. reimp.Cap. 11, item As guerras e a maiorida-de terrestre; cap 12, item Fim da vaidadehumana.

6Idem, ibidem. Cap. 15, item Culpas e res-gates dolorosos do homem espiritual; cap.25, p. 255-256.

7Idem, ibidem. Cap. 24, item Jesus; cap. 25,p. 256-257.

8BARBOSA, Alexandre Freitas de. O mundoglobalizado: política, sociedade e economia.4. ed. São Paulo: Contexto, 2008. p. 12-13.

9Segundo Emmanuel, é destino da Améri-ca receber o cetro da civilização e da cultu-ra, na orientação dos povos vindouros. Emmeio a esse fim, o Brasil será o local ondeaflorarão os valores sentimentais e espiri-tuais, pautados pelo Evangelho, destinadosà condução da Humanidade no futuro. Cf.Op. cit., cap. 20, item Missão da América;cap. 24, item A América e o futuro.

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Esf lorando o EvangelhoPelo Espírito Emmanuel

“E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem?”(I PEDRO, 3:13.)

Zelo do bem

Fonte: XAVIER, Francisco C. Caminho, verdade e vida. ed. especial. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 173.

emer os que praticam o mal é demonstrar que o bem ainda não se nos radi-

cou na alma convenientemente.

A interrogação de Pedro reveste-se de enorme sentido.

Se existe sólido propósito do bem nos teus caminhos, se és cuidadoso em sua

prática, quem mobilizará tamanho poder para anular as edificações de Deus?

O problema reside, entretanto, na necessidade de entendimento. Somos ainda

incapazes de examinar todos os aspectos de uma questão, todos os contornos de

uma paisagem. O que hoje nos parece a felicidade real pode ser amanhã cruel

desengano. Nossos desejos humanos modificam-se aos jorros purificadores da

fonte evolutiva. Urge, pois, afeiçoarmo-nos à Lei Divina, refletir-lhe os princípios

sagrados e submeter-nos aos Superiores Desígnios, trabalhando incessantemente

para o bem, onde estivermos.

Os melindres pessoais, as falsas necessidades, os preconceitos cristalizados,

operam muita vez a cegueira do espírito. Procedem daí imensos desastres para

todos os que guardam a intenção de bem fazer, dando ouvidos, porém, ao persona-

lismo inferior.

Quem cultiva a obediência ao Pai, no coração, sabe encontrar as oportunidades

de construir com o seu amor.

Os que alcançam, portanto, a compreensão legítima não podem temer o mal.

Nunca se perdem na secura da exigência nem nos desvios do sentimentalismo. Para

essas almas, que encontraram no íntimo de si próprias o prazer de servir sem inda-

gar, os insucessos, as provas, as enfermidades e os obstáculos são simplesmente

novas decisões das Forças Divinas, relativamente à tarefa que lhes dizem respeito,

destinadas a conduzi-las para a vida maior.

T

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22 Reformador • Agosto 2010331166

Unificação do MovimentoEspírita é trabalho que exi-ge a cooperação de todos

os que, sinceramente, queiram fa-zer parte do voluntariado da paz eda fraternidade, organizado peloplano espiritual superior e guiadopor Nosso Senhor Jesus Cristo. Tra-ta-se, nas palavras de Emmanuel,“de avançado cometimento daboa vontade de cada companhei-ro na construção do edifício cole-tivo do bem geral”.1

Sendo assim, o convite para atarefa é direcionado a todos, in-clusive aos jovens, cujo dinamis-mo e entusiasmo, característicosda sua faixa etária, não podem serdispensados do trabalho inces-sante de levar o Espiritismo à so-ciedade, não só como uma dou-trina que esclarece e consola, mastambém como um roteiro seguroe eficaz para todos aqueles quebuscam as luminosas estâncias dapaz e da felicidade.

Cabe aos dirigentes das insti-tuições espíritas a grande respon-

sabilidade de atrair e motivar osjovens para o trabalho da divulga-ção e vivência do Espiritismo, dis-ponibilizando meios e condiçõesque lhes possibilitem desenvolversua tarefa com alegria, compro-metimento, seriedade, responsa-bilidade e coerência com os princí-pios doutrinários. Isso, no entan-to, só será possível se, entre as par-tes, preponderar um clima de afe-tividade cristã, respeito, compa-nheirismo e confiança. Para tal sefaz necessária uma presença maisconstante dos voluntários adultose dirigentes das instituições juntoàs mocidades espíritas com o pro-pósito de conhecer e colaborarcom o importante trabalho queelas realizam no âmbito da evan-gelização da criança e do adoles-cente, do estudo doutrinário e ou-tros. Além disso, seria oportunaocasião para troca de ideias e expe-riências e para unir esforços nosentido de bem servirem à causado Cristo por meio do Espiritismo.

Como o trabalho da Unificaçãotambém exige significativo esmeroda sensibilidade, seria interessanteque as instituições espíritas apoias-sem e incentivassem, cada vez mais,

programas que envolvessem asmocidades em visitas assistenciaisa espaços socialmente carentese/ou outros, onde a dor e o sofri-mento convivem com relativa cons-tância. A visita a esses espaços, anosso ver, seria de grande valia porpossibilitar ao jovem uma amadu-recida tomada de consciência so-bre a importância do bom uso dosbens e dons com que foi agraciadona atual reencarnação. Além disso,serviria para aprimorar sua sensi-bilidade no trato com a misériahumana e exercitar seu senso decompaixão e respeito ao próximo,através de intervenções práticas,de natureza doutrinária e/ou socialque objetivassem a transformaçãodaquele quadro de carência, dor esofrimento. Tal experiência tam-bém contribuiria para o aprimo-ramento do seu senso de respeitoàs diferenças e seu espírito de com-preensão, indulgência (misericór-dia) e solidariedade, tão necessá-rios ao trabalho da Unificação.

Outro aspecto importante a sertrabalhado é a consciência da uni-dade no trabalho de natureza dou-trinária; a importância de uniresforços para que os objetivos

A Juventude Espíritae a Unificação

AXE R X E S PE S S OA D E LU NA

1XAVIER, Francisco C. Doutrina e vida. Es-píritos diversos. São Paulo: CEU, 1987. Em-manuel e a unificação do Espiritismo, p. 74.

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comuns sejam alcançados. Essaconscientização, devidamente es-merada com a vivência, garantirásintonia do Movimento Espíritacom os ideais do Espiritismo. Nes-se sentido, poder-se-ia estimularvisitas fraternas a mocidades de ou-tras instituições, com a finalidadede confraternização ou troca deexperiências. Também seria umaboa lembrança a participaçãoconjunta de jovens e adultos vo-luntários nos programas de for-mação e aprimoramento de tra-balhadores. Geralmente o Órgãode Unificação Estadual oferece àsinstituições eventos (encontros, cur-sos, simpósios etc.) voltados paraesse fim, nas diversas áreas de atua-ção do Centro Espírita. Seria umaforma de a Instituição garantir umfuturo seguro e sintonizado comos padrões doutrinários do genuí-no Espiritismo e com seus com-promissos na sociedade e no Mo-

vimento Espírita. A Instituição quenão se preocupa com sua juventu-de, até mesmo achando-a desneces-sária, está fadada a, futuramente,deixar de existir, uma vez que osadultos envelhecem e partem.

O jovem deve ser percebido, nadinâmica de atividades da Institui-ção, como parceiro tão valorosoquanto o adulto. Por isso não de-ve ficar limitado, única e exclusiva-mente, ao trabalho de evangeliza-ção infanto-juvenil, às reuniões democidade, ou a outras atividadesinerentes ao Departamento deInfância e Juventude. É fundamen-tal que ainda jovem se familiarize ese prepare para colaborar em ou-tras atividades da Casa. Neste sen-tido, experiências do adulto asso-ciadas ao dinamismo da juventu-de darão resultados promissores.

Os dirigentes de instituições es-píritas que ainda não atentarampara essa integração bem que po-

deriam iniciar esse processo con-vidando aqueles jovens mais en-volvidos com a Casa ou os queapresentassem interesse para cola-borar nos trabalhos da tribuna es-pírita (desde que tenham seguroconhecimento doutrinário e boacapacidade de comunicação); nasatividades da divulgação doutriná-ria, no setor administrativo, na áreada informática, na recepção aos quechegam à Casa e aos idosos, naÁrea da Assistência e PromoçãoSocial ou em outras atividades on-de seu dinamismo, sua boa vonta-de e seu comprometimento dou-trinário for requisitado.

Ainda dentro desse propósito, aconduta participativa e solidáriados adultos voluntários no desen-volvimento das atividades, suas re-lações interpessoais fraternas e aatenção constante para com asorientações doutrinárias serãotestemunhos vivos de que a liber-

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dade e o respeito à criatura huma-na são pilares imprescindíveis àsustentação das nossas atividadese realizações. Todos somos livrespara propor e realizar empreendi-mentos, desde que “a base karde-quiana permaneça em tudo e emtodos, para que não venhamos aperder o equilíbrio sobre os ali-cerces em que se nos levanta aorganização”.1 A organização espí-rita não dispensa, em hipótesealguma, “uma linha austera dedignidade”, de nobreza nas açõese de respeito à ordem, e convida--nos, por sua vez, à união constan-te de esforços, para a execução doprograma federativo emanadoda organização geral de Unifica-ção em nosso país que é o Conse-lho Federativo Nacional da Fede-ração Espírita Brasileira, “com vis-ta a uma plena harmonia de ob-jetivos e unidade de programa,moldado este pelas ‘Bases de or-ganização espírita’ aprovadas noRio de Janeiro, em 1904, e deacordo com o Pacto Áureo assina-do na Grande Conferência Espí-rita realizada no Rio de Janeiro,em 5 de outubro de 1949”. (Apos-tila Movimento Espírita da FEB.)

Finalizamos esta reflexão coma seguinte mensagem do EspíritoAdolfo Bezerra de Menezes, o in-cansável trabalhador da Unificaçãono Movimento Espírita:“Solidários,seremos união. Separados uns dosoutros, seremos pontos de vista”.

MocidadeHernani T. Sant’Anna

Diz o lirismo dos vatesQue “mocidade é poesia”...E eu acrescento: – alegria,Força, potência, vigor...Capacidade sublimeDe erguer um mundo diverso,Onde a vida seja um versoDe paz, de luz e de amor!

A mocidade na carne,Quando cheia de verdade,É farol – na tempestade,Estrela – na noite ultriz!Flor de esperança e bondadeErguida no val terreno,Rumo ao destino supremoPara um futuro feliz!

A Mocidade do CristoÉ expressão de beleza,Tocada da realezaDos ideais salvadores!É alavanca sublimeDuma era nova e ditosa,Que há-de surgir, gloriosa,Do caos da treva e das dores!

A mocidade, portanto,Não pode mais esquecer-seNesse constante perder-seDa inconsciência servil...Que, pois, se levante e sirva,Na fé que soergue a vida,A mocidade queridaDo coração do Brasil!

Fonte: Canções do alvorecer. 4. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2008. p. 87.

1EQUIPE FEB (Coordenador Juvanir Borgesde Souza). Bezerra de Menezes: ontem ehoje. 4. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB,2009. P. 3, cap. 1, p. 98.

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História revela que nenhu-ma teoria científica nasceucompleta. Por mais bem ela-

borada que tenha sido é submeti-da a revisões periódicas ou revo-gada totalmente. Neste aspecto, écostume dizer que, em Ciência,não há o “sempre” nem o “jamais”.Percebemos, no entanto, que se háassuntos facilmente resolvidospelos estudos científicos, tal nãoocorre com outros. Entre estes, otema evolução se enquadra per-feitamente, pois conta com signi-ficativo acervo de informações,acumuladas ao longo do tempo.

Entendemos que a forma maisadequada de estudar os mecanis-mos da evolução é desenvolver vi-são panorâmica do tema, adquiridapelo conhecimento dos seus pon-tos essenciais. Para tanto, é precisoagrupar as principais teorias difun-didas pela Academia, que basica-mente são quatro: a) evolução cen-trada nos genes – comentada nesteartigo –, que incorpora conceitos

definidos por Charles Darwin emseus trabalhos sobre a evolução dasespécies; b) evolução epigenética queconsidera a transmissão de infor-mações pelas células; c) evoluçãopor transmissão comportamental deinformações, ou a do aprendizadosocial; d) evolução exclusiva da es-pécie humana, fundamentada nosprocessos de aquisição e desenvol-vimento da linguagem.

O aprendizado a respeito da evo-lução biológica, centrado na here-ditariedade (ou nos genes), foi maisbem equacionado a partir do sé-culo vinte, em razão dos conheci-mentos adquiridos sobre uma mo-lécula orgânica simples: ácido deso-xirribonucleico (ADN, em portu-guês) ou DNA (em inglês: deoxy-ribonucleic acid). Grande avançocientífico ocorreu quando a estru-tura molecular do DNA foi decifra-da como constituída de dupla héli-ce, em decorrência das pesquisas dopesquisador estadunidense JamesWatson e do britânico Francis Crick,

em 1953, e que lhes valeu o PrêmioNobel de Medicina de 1962. Foiuma descoberta que marcou a erada biologia molecular no Planeta,condição que se revelou impres-cindível para os estudos posterio-res dos processos evolutivos.

O DNA é encontrado em todosos seres vivos do Planeta, excetoem alguns vírus, fazendo parte deuma estrutura denominada cro-mossoma, situada no núcleo dascélulas evoluídas ou eucariontes(fungos, protozoários, plantas eanimais). Nas células primitivas(procariontes) das bactérias oDNA está disperso no citoplasma.O número de cromossomos variaconforme a espécie: 32 na minho-ca, 44 no coelho, 46 no ser huma-no, 64 no cavalo, 380 na borbole-ta, 1.200 na samambaia etc.

Os cromossomas possuem, porsua vez, os genes que podem sergenericamente compreendidos co-mo unidades fundamentais da he-reditariedade. Cada gene é forma-

A

Em dia com o Espiritismo

MA RTA AN T U N E S MO U R A

Evoluçãocentrada nos genes

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do por uma sequência específicade ácidos nucléicos, biomoléculasque contêm a informação genéti-ca que poderá ser transmitida àsfuturas gerações.

O Espírito André Luiz amplia oconhecimento sobre os cromosso-mos quando nos fornece esclare-

cimentos sobre a natureza e a açãodesta estrutura celular, afirmandoque esta organela não é encontra-da, apenas, no plano material, co-mo supõe a Ciência:

Os cromossomas, estruturados

em grânulos infinitesimais de na-

tureza fisiopsicossomática, parti-

lham do corpo físico pelo núcleo

da célula em que se mantêm e

do corpo espiritual pelo cito-

plasma em que se implantam.1

(Grifo nosso.)

Outra informação do Espírito éa de que “os cromossomas perma-necem imorredouros, através doscentros genésicos de todos os se-res, encarnados e desencarnados,plasmando alicerces preciosos aosestudos filogenéticos do futuro”.2

Em outras palavras: a morte doveículo físico não destrói as orga-nelas biológicas porque estas fazemparte do perispírito. Como o peris-pírito modifica-se com o aperfei-

çoamento do Espírito, deduz-se,então, que as informaçõesgênicas são alteradas em ca-da reencarnação, de acordo

com as especificidades do pla-nejamento reencarnatório, inde-

pendentemente da contribuiçãoda herança genética dos genitores.

O estudo do DNAatingiu significativoapogeu com a publi-

cação do esboço doprojeto genoma huma-

no, no final de 2001. Os es-tudiosos estimaram, à época,

que o número de genes distribuí-dos nos 23 pares de cromossomosda espécie humana seria de 35 milou mais. Sabe-se hoje, porém, queeste número não deve passar de 20mil genes, quantidade considera-da insignificante, principalmentepara os ardorosos defensores daevolução centrada nos genes.

A evolução centrada nos genes éuma teoria respeitada e segura emmuitos aspectos. Todavia, revelaséria fragilidade ao admitir que

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todo processo evolutivo biológicoé originário dos genes, ignorandoque na célula há outras estruturasque estão também envolvidas. Nes-te sentido, André Luiz antecipa asinterpretações científicas e ensina:

[...] nos compele a considerar

que o transformismo das espé-

cies, como também a constitui-

ção de espécies novas, em se ajus-

tando a funções fisiológicas,

expansão e herança, baseia-se

no mecanismo e na química do

núcleo e do citoplasma, em que

as energias fisiopsicossomáticas

se reúnem.3 (Grifo nosso.)

Já não é possível pensar, comose imaginava há algumas décadas,que cada gene é responsável pelatransmissão de apenas um tipo decaracterística, inclusive as relacio-nadas à moral e ao caráter. Os mo-dernos estudos apontam em outradireção, identificando diferentesfatores que agem em conjunto comos genes. Esclarecem, a propósito,as docentes Eva Jablonka, da Uni-versidade de Tel Aviv, Israel, e Ma-rion Lambda, da Universidade deLondres, Inglaterra, que os geneti-cistas já estão falando em redes ge-néticas compostas, constituídas “[...]de dezenas ou centenas de genesque interagem uns com os outrose, juntos, afetam o desenvolvimen-to de um determinado traço [ge-nético]”.4 Acrescentam também:

Isso envolve interações entre

vários genes, muitas proteínas

e outros tipos de molécula e o

ambiente em que o indivíduo

se desenvolve. Até onde pode-

mos ver, num futuro próximo

ainda não será possível prever

qual conjunto de genes interage

entre si para produzir um dado

conjunto de circunstâncias. [...]

Não podemos mais pensar no

gene de DNA intrinsecamente

estável e discreto que codifica a

informação necessária para pro-

duzir uma proteína e é fielmen-

te copiado antes de ser passa-

do adiante. [...] Além disso, o

gene não pode ser visto como

uma unidade autônoma – como

um trecho específico do DNA

que produz sempre o mesmo

resultado. Se um segmento do

DNA produz ou não alguma

coisa, o que produz, quando e

onde o faz é algo que pode de-

pender de outras sequências

de DNA e do ambiente.5

Neste sentido, a teoria da evolu-ção centrada nos genes, mesmo as-sociada às ideias de Darwin, deveser considerada de forma genérica,pois não explica a biodiversidadedos seres vivos, nem mecanismosespecíficos da evolução. Os cientis-tas mais coerentes não aceitamque a moralidade de um indivíduo,as suas virtudes, religiosidade oumesmo certas habilidades, sejamtransmitidas por herança gênica.

Faz sentido, portanto, o pensa-mento de Alexandre, conhecidoorientador espiritual citado no li-vro Missionários da Luz, que sa-biamente assim se expressa:

[...] O organismo dos nascitu-

ros, em sua expressão mais den-

sa, provém do corpo dos pais,

que lhes entretêm a vida e lhes

criam os caracteres com o pró-

prio sangue; todavia, em seme-

lhante imperativo das leis divi-

nas para o serviço de reprodu-

ção das formas, não devemos

ver a subversão dos princípios

de liberdade espiritual, ima-

nente na ordem da Criação In-

finita. Por isso mesmo, a cria-

tura terrena herda tendências e

não qualidades. As primeiras

cercam o homem que renasce,

desde os primeiros dias de luta,

não só em seu corpo transitó-

rio, mas também no ambiente

geral a que foi chamado a viver,

aprimorando-se; as segundas

resultam do labor individual da

alma encarnada, na defesa, edu-

cação e aperfeiçoamento de si

mesma nos círculos benditos da

experiência.[...]6

Referências:1XAVIER, Francisco C.; VIEIRA, Waldo.

Evolução em dois mundos. Pelo Espírito

André Luiz. ed. esp. 2. reimp. Rio de Ja-

neiro: FEB, 2010. P. 1, cap. 6, item Con-

centrações fluídico-magnéticas, p. 53.2______. ______. Item Filtros de transfor-

mismo, p. 55.3______. ______. Item Descendência e

seleção, p. 55.4JABLONKA, Eva; LAMBDA, Marion J. Evo-

lução em quatro dimensões. Trad. Clau-

dio Angelo. São Paulo: Companhia das

Letras, 2010. p. 20.5______. ______. p. 21.6XAVIER, Francisco C. Missionários da luz.

Pelo Espírito André Luiz. 3. ed. esp. 2.

reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 13,

p. 237-238.

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recente Encontro Estadual de Estudos Es-píritas, promovido pela Federação EspíritaPernambucana (FEP), em Recife, nos dias

22 e 23 de maio, sob a coordenação da presidentedaquela Federativa, Ednar Santos, e conduzido pe-los representantes da Federação Espírita Brasileira(FEB), Aldenice Cousseiro, Elmir dos Santos Limae Marta Antunes de Moura, revestiu-se de signifi-cativa importância pa-ra as atividades dos es-perantistas-espíritas.

Além de itens sem-pre presentes em even-tos desse gênero, pa-trocinados por umaFederativa: Estudo eEducação da Mediuni-dade (EEM) – Aldeni-ce Cousseiro; EstudoSistematizado da Dou-trina Espírita (ESDE)e Estudo Aprofundadoda Doutrina Espírita(EADE) – Marta An-tunes de Moura: a FEPtambém incluiu o estudo do esperanto sob a égidedo tríplice ideal Evangelho – Espiritismo – Espe-ranto, a cargo de Elmir dos Santos Lima.

A iniciativa da FEP é, sob todos os pontos devista, auspiciosa por conferir ao estudo da LínguaInternacional Neutra, no âmbito de sua influência

estadual, a condição de curso regular usual na CasaEspírita, como, aliás, é preconizado no opúsculoOrientação ao Centro Espírita, do Conselho Federa-tivo Nacional (CFN), edição da FEB.

Cerca de 80 dirigentes de instituições espíritas dePernambuco, encarregados da área de estudos espí-ritas, presentes no Encontro, fortaleceram suas con-vicções a respeito do importante papel do esperan-

to, tanto na divulgaçãoda Doutrina Espíritaalém de nossas frontei-ras, como também nafacilitação das relaçõesinternacionais da fa-mília espírita mundial,pela adoção da únicalíngua comum da Hu-manidade.

Servindo-se de ricomaterial impresso, com-posto por mensagensde eminentes Espíritose livros doutrinários,editados no idioma dafraternidade, o prof.

Elmir discorreu sobre os objetivos do esperanto nosserviços do Consolador e sobre a sua importância noaparelhamento da sociedade com vistas à nova erada vida universalista em nosso planeta.

Assim é que, em sua exposição, os participantesforam estimulados à formação de grupos de estudo

Promissorainiciativa

O

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A FEB e o Esperanto

AF F O N S O SOA R E S

Elmir dos Santos Lima

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do idioma e compreenderam melhor a amplitude datrilogia Evangelho – Espiritismo – Esperanto, ideaisque se ligam pelo incentivo à legítima fraternidade,inspirada na recomendação de Jesus – “Amai-vos unsaos outros como eu vos amei”, ao mesmo tempo emque conheceram, ou recordaram, o incentivo do mun-do espiritual aos trabalhos em torno do esperanto,trazido principalmente pelos Espíritos Emmanuel,Francisco Valdomiro Lorenz, Abel Gomes e Ismael

Gomes Braga, através das faculdades mediúnicas deChico Xavier e Divaldo Franco.

Rogamos ao Senhor da Vinha que sustente, com oseu imensurável amor, os trabalhadores da DoutrinaEspírita em Pernambuco, para que iniciativas comoessa, em favor do esperanto, permaneçam, enrique-cendo as operosidades do Movimento Espírita da-quele Estado, e, principalmente, se estendam às demais Federativas.

osso amigo e coidealista no esperanto, AloísioSartorato, que desenvolve fecundas atividadesde ensino e divulgação no Movimento Espe-

rantista brasileiro, entre as quais a coordenação da listade discussão kke-diskutlisto <kke-diskutlisto@yahoo grupos.com.br>, patrocinada pela Cooperativa Cultu-ral dos Esperantistas no Rio de Janeiro <www.kke.org.br>, deu notícia de uma manifestação assaz curio-sa a respeito da LínguaInternacional Neutra.

Eis o texto, enviadoaos membros da listaem 13 de junho:

Segundo notícia

publicada no pe-

riódico russo La

ondo de Esperanto

( m a r ç o / 2 0 1 0 ) ,

MAX KASPARU,

conhecido psiquia-

tra tcheco, come-

çou a aprender esperanto há alguns meses e, quan-

do, recentemente, entrevistado pela Rádio Tcheca 2 –

Praga fez, no mínimo, uma afirmação polêmica.

Indagado que conselho daria para a prevenção do mal

de Alzheimer, afirmou que “o remédio mais eficiente

para prevenir o mal de Alzheimer seria o aprendizado

da língua internacional esperanto”, acrescentando que

“ela se constitui de um mosaico lógico para expressar

ideias, constituindo uma forma não complicada de

exercício cerebral”. Além disso, segundo Kasparu,“o es-

peranto possui uma vantagem adicional, uma vez que

enriquece a vida social dos alunos através de novas

amizades, inclusive no Exterior, o que é muito impor-

tante, principalmente para pessoas da terceira idade”.

De certa maneira, a cons-

tatação do psiquiatra

tcheco vem corroborar

as conclusões do esperan-

tista brasileiro Alberto

Flores, de Volta Redonda,

através de seu trabalho

de ensino do esperanto

para pessoas da terceira

idade, que ele denomi-

nou esperantoterapia.

Sobre as atividadesde Alberto Flores em torno do ensino do esperanto apessoas da terceira idade, no Centro Gerontológicoda Associação dos Aposentados e Pensionistas deVolta Redonda, Reformador publicou matéria nestacoluna, em seu número de junho de 2007, sob o título“Sugestivo depoimento sobre o Esperanto”.

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NCuriosidade

Site da Cooperativa Cultural dos Esperantistas

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história da Humanidadefoi feita de deuses e mis-térios. As potências da Na-

tureza, tomadas como poderesdivinos, desenvolveram-se pelaconcepção humana do animis-mo para as formas zooantropo-mórficas e deuses que se intro-metiam nos assuntos humanos,auxiliando-os, como lemos nosclássicos de Homero – a Ilíada e Odisseia. Os deuses passaram aser menos incomodados com ospetitórios dos homens quando aHistória aparece. Hecateu deMileto (VI a.C.), ao voltar de suaviagem ao Egito diz: “Vou escre-ver o que acho ser verdade, por-

que as lendas dos gre-gos parecem ser mui-tas e risíveis”, porém,quem passa para aposteridade com otítulo de pai da His-tória é Heródoto deHalicarnasso, por ser oprimeiro a empregara palavra história nosentido de investigação.Com o surgimento daHistória, as revelaçõessobre diversos fato-res humanos, tais co-mo costumes, interes-ses econômicos, clima, sociedade,guerras, já não têm explicação no

sobrenatural: os deu-ses não são mais os

responsáveis pelosdestinos do ho-mem. Mas, perdeuo homem a sua fé?

A revelação divina jánão tem nenhumaimportância? A com-preensão humana de

que seus atos condu-zem a consequênciasboas ou ruins faz o ho-mem avançar em suavisão do divino, é maisum passo dado rumo

à desmaterialização dos deusese/ou de Deus.

A Revelação –uma perspectiva histórica

ALE O NA R D O PA I X Ã O

Heródoto, o paida História

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Como culturalmente somosfilhos das tradições judaico--cristãs, não poderíamos esque-cer que Iavé (ou Jeovah) se re-velou a Abrão e posteriormentea Moisés (Êxodo, 3: 14), dizen-do: EU SOU O QUE SOU. Estaexpressão usada pela entidadeespiritual que se comunicoucom Moisés traz a característicade não se definir com um nomepróprio, não deixando margem,desta forma, a que se pense emum outro deus. No entanto, asações de Iavé revelam-nos umdeus ciumento, irado e vingati-vo. A definição de Deus comoPai, justo e misericordioso, noslábios do Rabi da Galileia, foicausa de perturbação e admira-ção num meio em que a Lei deMoisés era a única salvação.Mas a esperança no Salvadorprometido, que libertaria os ju-deus do jugo romano, fazia a al-guns verem no Filho do carpin-teiro a promessa da liberdadeentre eles. A sua morte e a suaresignação foram decepção eespanto para quem esperava vernele a figura enérgica que ex-pulsou os vendilhões do Tem-plo. A sua mensagem libertado-ra permanece como a chave paraabrir a porta que nos levará à

saída da prisão da ignorânciana qual ainda nos encontramos.E, infelizmente, enquanto asreligiões não buscarem uma re-visão dos princípios “cristãos”que pensam seguir, muito longeficará o dia da libertação huma-

na. A força que as religiões têmse encontra próxima a elas, po-rém, renegam-na, como os ju-deus renegaram o Homem deNazaré; esta força é o Espiritis-mo, como bem falou Léon De-

nis: “O Espiritismo não é a reli-gião do futuro, é o futuro dasreligiões”. A revelação espírita,por não ter um nome que a re-presente, sendo um ser coletivoe caminhando pari passu com aCiência, nunca será passadohistórico, mas, sim, presençaconstante na história da evolu-ção humana – é o que afirmaAllan Kardec:

[...] Caminhando de par com o

progresso, o Espiritismo jamais

será ultrapassado, porque, se no-

vas descobertas lhe demonstras-

sem estar em erro acerca de um

ponto qualquer, ele se modifica-

ria nesse ponto. Se uma verdade

nova se revelar, ele a aceitará.

(A Gênese, cap. 1, item 55, Ed.

FEB.)

Esta afirmativa está, aliás, emperfeita sintonia com o caráter daDoutrina, assim definido peloCodificador:

[...] o que caracteriza a revela-

ção espírita é o ser divina a

sua origem e da iniciativa dos

Espíritos, sendo a sua elabora-

ção fruto do trabalho do ho-

mem. (A Gênese, cap. 1, item

13, Ed. FEB.)

“O que caracteriza a

revelaçãoespírita é oser divina a

sua origem eda iniciativa

dos Espíritos”

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pós longo período de en-fermidade, suportada eaceita com valor cristão,

desencarnou em 5 de junho pas-sado, na Casa de Saúde São José,no Rio de Janeiro, o ex-presidenteda Federação Espírita Brasileira(FEB), Juvanir Borges de Souza.

Ao velório, realizado pela ma-nhã no Memorial do Carmo, e aosepultamento à tarde no Cemité-rio São Francisco Xavier, ambosno bairro carioca do Caju, com-pareceram diretores, voluntáriose funcionários da FEB, bem comoconfrades de diversas casas espí-ritas do Rio de Janeiro, parentese amigos.

Antes que o corpo do valorososeareiro fosse conduzido à sepul-tura, ouviu-se a palavra emocio-nada de sua esposa, Yola CarvalhoBorges de Souza, seguida da ma-nifestação com que o presidente daFEB, Nestor João Masotti, igual-mente emocionado, enalteceu osnobres traços de caráter do com-panheiro que regressava às regiõesespirituais, proferindo sentida pre-ce ao final da cerimônia.

Juvanir Borges de Souza nasceuem 13 de abril de 1916, na cidade

mineira de Cataguases. Ali fezseus estudos primários,

e, por haver reen-carnado em lar es-

pírita, iniciou--se, ainda na in-fância, nas luzesda Doutrina Es-pírita, frequen-tando as aulas

de moral cristã no Centro Espíri-ta Paz, Luz e Amor, em sua cidadenatal. Essa iniciação também foiassistida por um senhor de nomeJ. Lacerda que, aos domingos, lheministrava lições do catecismoespírita. Juvanir recordava, comprazer, o fato de que, nesse período,ele lia Reformador junto ao seuTio Parreira, durante caminha-das pelo campo, o que lhe valeucomo primeiros contatos com aCasa de Ismael.

A transição entre os anos 30 e 40 viu a sua transferência para oentão Distrito Federal, atual Riode Janeiro, para cursar a Faculda-de de Direito da Universidade doBrasil, bacharelando-se em 1942.Trazendo consigo o endereço daFEB, Av. Passos no 30, passou afrequentar-lhe as sessões domin-gueiras. Em 31 de dezembro doano seguinte, contraiu núpciascom Yola, que se lhe tornaria ina-preciável esteio em todos os mo-mentos de sua vida.

Admitido, por concurso públi-co, nos quadros do antigo Institu-to de Aposentadoria dos Indus-triários (IAPI), hoje INSS, fez-seprocurador da Previdência Social,dedicando-se também à sua ban-ca de advogado.

A

Juvanir Borgesde Souza

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Nessa fase de uma vida invaria-velmente rica em atividades no-bres, especialmente em serviçosna Seara de Jesus, Juvanir ingres-sa no Centro Espírita Bezerra deMenezes, no bairro do Estácio.Conta sua esposa que àquela épo-ca ambos frequentavam o CentroEspírita Olímpia Belém, onde,por indicação de uma amiga, elese submeteu ao tratamento espi-ritual de séria enfermidade nosolhos. Ali o casal trava conheci-mento com Lindolpho Antônio,que os leva a frequentar o referi-do Centro Bezerra de Menezes,casa em que Juvanir receberia no-vos ensejos de trabalho.

Suas atividades na FEB se inicia-ram com palestras e artigos em Re-formador, as quais ele nunca aban-donou, mesmo quando suas res-ponsabilidades foram acrescidas depesados encargos administrativos.

A contribuição de Juvanir, co-mo articulista do órgão oficial daFEB, foi tão brilhante e fecunda,que a Casa de Ismael entendeu degrande alcance enfeixar os textosem livros, visando a torná-los sem-pre disponíveis ao Movimento Es-pírita. Assim é que surgiram asobras Tempo de Transição (1988),Tempo de Renovação (1989), NovosTempos (2001) e Amai-vos e Instruí--vos (2002). Juvanir também coor-denou a compilação das obras Be-zerra de Menezes – Ontem e Hoje(2000) e O que dizem os Espíritossobre o aborto (2001), bem comoproduziu importante texto, em for-ma de folheto, para comemorar o1o Centenário da FEB, sob o títu-lo Escorço Histórico da Federação

Espírita Brasileira. Este importan-te documento, lançado em 1989,foi quase que totalmente calcadonos seus trabalhos “O Centenáriodo Reformador” e “O Centenário daFederação Espírita Brasileira”, pu-blicados nos números de Reforma-dor de dezembro/82, dezembro/83a fevereiro/84, respectivamente.

As atividades administrativasde Juvanir na FEB têm início em1975, na gestão do ex-presidenteFrancisco Thiesen. Segundo D.Yola, ao término de um estudodoutrinário no Centro EspíritaBezerra de Menezes, Juvanir rece-be a visita de Agadyr Teixeira Tor-res, portador de convite para quecomparecesse ao DepartamentoEditorial da FEB, no bairro de SãoCristóvão, no Rio de Janeiro. Ali,Juvanir aceita a convocação paraservir à Casa de Ismael na funçãode tesoureiro. Em 1978, é eleitopara a vice-presidência, em quepermaneceria até a desencarnaçãode Francisco Thiesen, em 6 deagosto de 1990, quando assume apresidência, cargo que exerceria,com abnegação, devotamento, eproficiência, até 2001.

Conciliando prudência e arrojoem atitudes ao mesmo tempo fra-ternas e firmes, estribadas na fielobservância dos princípios doEvangelho e da Doutrina Espírita,Juvanir legou um sólido critériopara a boa condução da Casa deIsmael, com a consequente influên-cia positiva no Movimento Espí-rita em geral.

Tais predicados de sua perso-nalidade superior se evidenciaramconcretamente, entre muitos ou-

tros, em diversos eventos ocorri-dos em sua gestão, tais como olançamento, pelo Conselho Fede-rativo Nacional (CFN), das Cam-panhas Em Defesa da Vida e Viverem Família (1994) e Divulgaçãodo Espiritismo (1996), e a partici-pação da FEB, de 28 a 31 de agos-to de 2000, no “Encontro de Cúpu-la Mundial de Líderes Religiosose Espirituais pela Paz”, promo-vido pela Organização das Na-ções Unidas (ONU), sendo a suacontribuição, como presidenteda FEB, o trabalho intitulado“Pobreza – Má distribuição deBens”, publicado em Reformadorde outubro/2000.

É também de sua iniciativa ainserção das atividades em tornodo esperanto na estrutura admi-nistrativa da FEB, pela criação,em 1991, do seu Departamentode Esperanto.

Juvanir deixou marcas indelé-veis de sua exemplificação espíritano coração de todos os que comele conviveram nas tarefas diáriasda FEB, dando-nos a imagem da-quele homem de bem a que se re-fere Allan Kardec no capítuloXVII, item 3, de O Evangelho se-gundo o Espiritismo.

E agora, o querido companhei-ro, absolutamente credenciado equalificado para tão honrosa con-dição, cerra fileiras entre os devo-tados Espíritos incumbidos de ser-vir a Jesus, sustentando e impul-sionando, nas regiões espirituais,o Programa de Ismael no Brasil eno Mundo.

Deus o ampare, amigo e irmãoJuvanir!

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nsinar e apren-der constituemfases de um mes-

mo processo, no en-tanto, para esta açãointerligada é necessá-rio esforço daqueleque, supostamente,ensina e do que dese-ja aprender. Relacio-nando este “fazer”com o atendimentonas instituições espí-ritas, analisemos oseguinte:

O primeiro mo-mento de inserção doassistido à Casa Espí-rita é motivado porvários fatores, sendo o mais co-mum a busca de consolo. Nestecaso, a preparação de quem aten-de é fundamental para não criarsituações embaraçosas, tendo ocuidado de ouvir o assistido semenquadrá-lo, de pronto, nas situa-

ções decorrentes de obsessõesou mediunidade em afloramen-to, como se costuma denominar.Nem sempre são esses dois casos:não podemos fornecer diagnósti-co espiritual num primeiro aten-dimento, o que podemos fazer é

orientar sobre as várias possibi-lidades que existem para respon-der à situação presente, recomen-dando leitura de textos edifican-tes como o Evangelho e convi-dando-o a participar da atividadede Assistência e Acompanhamento

EMA R I A D O SO C O R RO D E SO U S A RO D R I G U E S

O consolo e aeducação do Espíritono tempo de pensar

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Espiritual (AtE), passes, águafluidificada, presentes na Institui-ção, bem como sugerir que pro-cure um especialista na Área. Nocaso de tristezas, apatias, tremo-res, melancolias, ansiedades, de-pressões, síndromes do pânico etc.,os sintomas nem sempre estãorelacionados a fenômenos de ob-sessão, somente a avaliação mé-dico-psicológica criteriosa pode-rá fornecer tal diagnóstico, ob-servando os neurotransmissores(serotonina, noradrenalina, do-pamina etc.), bem como a dosa-gem de lítio que é um estabiliza-dor de humor muito usado naPsiquiatria.

Desse modo, faz-se o atendi-mento que consola e alivia, indi-cam-se caminhos e propicia-sesegurança. Orienta-se também,oferecendo ao assistido o recursode que a Instituição dispõe e osmecanismos de ação que devemser por ele empreendidos.

Após vários momentos de lei-tura e reflexão coletiva, do Evan-gelho no AtE, desde que avalia-das pelo grupo que acompanhaos casos, por vezes, sendo neces-sárias, reuniões mediúnicas paraesclarecer tais situações, sugere--se o empenho na educação doEspírito, que se pode realizar,também, por meio do estudocontínuo e da reflexão sobre oconteúdo estudado. Na trajetó-ria desse acompanhamento es-piritual ao assistido, investiga--se sobre simbioses ou processosde interligações entre os trans-tornos já citados e obsessões te-nazes, sendo estes apenas con-

sequências das vinganças per-duráveis (obsessões).

Por isso, não basta apenas con-solar, é imprescindível a mudan-ça de comportamento, a educa-ção do Espírito, que ocorre dedentro para fora do indivíduo,favorecida pelos estudos grupaise individuais, tal como faziaSócrates nas perguntas que inci-tavam a dúvida e a gestação denovas ideias.

O processo de introspecção doindivíduo, amparado também nasações beneméritas, propiciarámudança de comportamento.Este é o verdadeiro propósito daDoutrina Espírita: proporcionar

à Humanidade um manancial deinformações e esclarecimentos quepromovam oportunidades de mu-dança interna, pois o consolo per-manente e sem orientação poderácriar muletas para o resto da vi-da, privando o homem do ense-jo de uma mudança de conduta.É o que acontece com muitas pes-soas. O “ensinar e aprender”eman-cipa o indivíduo que ensina, ao pro-mover a escuta e a ausculta inte-rior, e o que aprende, quando ou-ve, analisa e internaliza, minimi-zando as sombras morais, e per-mitindo momentos de felicidaderelativa com que a vida e os esfor-ços individuais lhe favorecem.

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Registramos a desencarnação,aos 77 anos, de Nedyr Mendes daRocha, ocorrida no dia 6 de ju-nho passado, em Campinas (SP).Era casado com dona Alayde.Ao lado do irmão Nélio e dopai Nestor, fundou o GrupoEspírita Casa do Caminho e aCasa da Criança Meimei, emCampinas, e foi presidente dasmesmas. Nedyr era fotógrafoprofissional e documentou fe-nômenos de materialização emCampinas (1963) e em Uberaba(1965), que provocaram des-taques na imprensa da época.Foi presidente da USE Inter-

municipal de Campinas e daprópria Entidade FederativaEstadual, a União das Socieda-des Espíritas do Estado de SãoPaulo, no período de 1986 a1990. Nessa condição, repre-sentou São Paulo no ConselhoFederativo Nacional da FEB.Em breve será publicado umlivro sobre pesquisas realiza-das no campo da ectoplasmia,de autoria de Aécio PereiraChagas e de Nedyr, com fotosdeste último.

Ao seareiro que retorna àPátria Espiritual, rogamos asbênçãos de Jesus.

Nedyr Mendes da Rocha

Retorno à Pátria Espiritual

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onviver com diferenças ànossa volta parece ser o “des-tino” de cada um dos Espí-

ritos, encarnados ou não. As dis-tintas maneiras de pensar e agir,os diferentes tipos físicos, os variados gostos e tendências, asdiversas formas de se expressar,compõem um mundo complexo,e, às vezes, provocam conflitosde toda ordem.

É necessário que todos refli-tam seriamente sobre esta ques-tão. Dizemos todos, pois, de umaforma ou de outra, a discrimi-nação ainda encontra abrigo emnosso íntimo. Apenas as dife-rentes formas de comportamen-to perante o que nos incomo-da é que diferenciam os que sedeixam levar pelos instintos, da-queles que submetem suas ten-dências naturais ao crivo da ra-zão e do bom senso. Deste mo-

do, alguns demonstram facil-mente seu desagravo perante al-guém ou alguma situação; ou-tros, apesar de também divergi-rem, silenciam.

Infelizmente, a discriminaçãomuitas vezes é palavra de ordem.Contudo, é preciso entender queexistem mudanças que, por suaimportância para o funciona-mento mais harmonioso da so-ciedade, se tornaram urgentes eimprescindíveis. Mas, como so-mos persistentes na manuten-ção de erros e vícios adquiridosdurante seguidas encarnações, aprópria necessidade levou os le-gisladores a elaborarem artigose leis para impedir a impunida-de e a manutenção do descaso pe-rante as segregações. Por esta ra-zão, foram criadas normas, tais co-mo: o Estatuto do Idoso, as penascontra a discriminação racial, o

Estatuto da Criança e do Adoles-cente, as regras sobre a inclusãosocial, o direito ao culto e à reli-gião, dentre outros.

O esforço para a mudançaestá vindo, então, pela imposi-ção e não por nossa reforma devalores. Todavia, já é um movi-mento que aponta para a me-lhoria social.

Toda discriminação deno-ta desconhecimento das leis bá-sicas da evolução espiritual, par-ticularmente aquelas que se re-ferem à reencarnação. Portan-to, se nos desagradam esta ouaquela maneira de pensar ou asatitudes alheias, recordemos quea nossa própria forma de pon-derar e agir sofre mudanças, mes-mo no curso de uma única exis-tência.

Se mantemos distanciamen-to ou repulsa por pessoas de

Vivendodiferenças

CLI C U RG O SOA R E S D E LAC E R DA FI L H O

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outras raças, reflitamos que essasdiferenças são apenas externas,porque tais pessoas são Espíri-tos, independentemente dos cor-pos que animam.

Caso concluamos que o idosojá viveu o que a vida pôde lheproporcionar e que agora se tor-nou um estorvo, tenhamos acerteza de que o tempo de vida é definido pela capacidade quecada um tem de colaborar como progresso, mesmo quandoeste se faça através das dificul-dades impostas pela doença oupela dependência física.

Antes de sermos intolerantescom a religião alheia, relembre-

mos que a evolução individualse realiza muito mais pelo quefazemos em benefício dos quenos cercam, do que pelas cren-ças que tenhamos acerca da vidapresente e da futura.

Quando os hábitos de nossosfamiliares nos incomodam, sai-bamos que muitos deles toleramsecretamente os nossos, em fa-vor do equilíbrio doméstico.

Antes de rejeitarmos as ideiasdos mais jovens, alegando a suafalta de experiência e a sua im-petuosidade, ouçamo-las compaciência, recordando que, quan-do também jovens, sofríamos asmesmas censuras, embora ten-

tássemos contribuir para enten-dê-las.

Modificações individuais ecoletivas são indispensáveis, se-ja na maneira de agir ou de pen-sar. Sabemos que elas não che-garão de surpresa; em realidadesão o resultado das experimen-tações diárias que fazemos embusca de nosso ideal. Se quiser-mos realmente a mudança, co-mecemos por nós mesmos, nãoesperemos que ela se realize nooutro. A tolerância e a simplici-dade são as virtudes que preci-samos desenvolver para tornar avida mais fácil e mais proveitosapara todos.

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oltar ao tempo, visitar osporões da História da Hu-manidade, conhecer as ma-

neiras, os valores, a vida pulsandoe impulsionando o presente, emdireção ao eterno porvir...

Jesus, Mestre e amigo, agia nopresente, mas seu ministériotambém se projetava no futu-ro, pensando nas geraçõesvindouras.

Jesus, planejando a constru-

ção do reino dos céus na Ter-

ra, fez-se modelo de amor e,

impregnando cada ser que

dele se acercava, vem alteran-

do os rumos da Humanidade,

que lentamente abandona a

sombra, supera a ignorân-

cia e avança no rumo glo-

rioso do Infinito.1

A cada passo, a cada ensina-mento, a cada palavra exercia(e exerce) uma força poderosasobre vidas humanas. Seu con-vite era o eterno recomeço! “Re-volucionário por excelência”2 –

recorda Joanna de Ângelis – “estabe-lecia a luta de dentro para fora: amorte do homem velho e o nascimen-to do homem novo”.3 (Grifo nosso.)

Recomeçar, começar de novo,renovar atitudes e comportamen-tos usando a força do tempo e dos

experimentos de uma vida. “A in-cessante renovação dos valores,para melhor, torna-se motivaçãopermanente para a estruturação

do ser real, profundo, vitoriososobre si mesmo.”4

A lagarta adormece na terra

imunda para ressurgir na alegre

borboleta que plaina.

A semente sucumbe no solo a

fim de dar lugar ao arvoredo que

triunfa acima do chão.

O ramo de enxerto modifica a

estrutura primitiva da planta ou

a multiplica em plantas novas.5

Todos têm um arcabouço deconhecimentos classificados ecolocados em ação. A todos sãodadas as possibilidades para es-crever um novo capítulo da suavida no livro da existência.

Somos convidados à constan-te renovação. Entretanto, só ope-ram transformações em suas vi-das aqueles que estão abertos aesse movimento, aqueles que já sepercebem como cidadãos, sujei-tos de sua própria vida,apesar deimersos no turbilhão terreno.

Jesus tocava os corações jáamolecidos e vencidos pelo can-

saço da repetição. Efetuava transfor-

VFE R NA N DA LE I T E BI Ã O

1FRANCO, Divaldo P. Desperte e seja feliz.Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 9. ed. Sal-vador: LEAL, 2004. p. 160.

2Idem. Jesus e atualidade. Pelo Espírito Joannade Ângelis. 8. ed. São Paulo: Pensamento--Cultrix, 2000. p. 74. 3Idem, ibidem.

4Idem. Autodescobrimento: uma busca in-terior. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 13.ed. Salvador: LEAL, 2004. p. 89.

5Idem. Celeiro de bênçãos. Pelo Espírito Joannade Ângelis. 9. ed. Salvador: LEAL, 2005. p. 22.

Renovação

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mações pelo seu olhar de confiança,sua empatia e seu amor, por meiodos quais conseguia se aproximar,chegar bem perto de cada ser, em umdiálogo de igual para igual, entreirmãos, filhos do mesmo Criador.

O olhar pode operar manifesta-ções profundas e transformadoras,assim como aniquilar.

O olhar do Mestre trazia o ser àluz, mesmo em meio à escuridão.Diante da escuridão, da repetição decomportamentos adoecedores,da ig-norância e do desamor, o vigor daluz, do esclarecimento, da mudançaíntima e da abertura de consciência.

Aqueles que acreditavam, levanta-vam-se e o seguiam,pois suas túnicasjá se haviam transformado. O pesoda falência havia se transubstancia-do em possibilidade de recomeço.

O renascimento para a vida éfranqueado todos os dias. O reco-meço é parte do cotidiano. “Cadadia é bênção nova, cada minuto fa-culdade espontânea de crescimen-to. Ninguém há que esteja vencido,senão quando abandona a luta.”6

Faça parte da falange da mudan-ça universal. Aprenda a usar seussentidos.

Não deixe que a nuvem da nãorealização, da negação de si próprioescureça a sua oportunidade deolhar para si mesmo.“O autoconhe-cimento faculta o esforço por supe-rar as dificuldades e lutar contra asimperfeições que tisnam a claridade

diamantina da consciência que re-flete o pensamento divino.”7

Visite o seu coração, aproxime--se do outro.

Use o brilho dos seus olhos pa-ra iluminar os que compartilhamda sua presença e vão em busca deseu auxílio fraterno.

Use suas palavras para ensinar,para dignificar a vida. Estenda suasmãos ao toque suave. Contemplea troca de energias entre você e o seusemelhante, entre você e a natureza.

Seus ouvidos são instrumentospotentes. Captam o som dos movi-mentos dos viventes,o som das notasmusicais e a batida do seu coração.

O equilíbrio é uma necessidadede sobrevivência.

É preciso estar atento aos mo-vimentos corporais, a cada necessi-dade singular, ao caminho, ao per-curso e às escolhas. “Discernimen-to sobre o que deve e pode fazer, nãose permitindo eleger o que agrada,mas não deve, ou aquilo que deve,porém não convém executar.”8

É preciso prestar atenção ao pesoe ao valor colocados em sua própriabalança íntima, tomando o devidocuidado para não pesar nem maisde um lado nem mais do outro,e procurando distinguir entre “oque é ilusório e o que é verdadeiro,o que tem estrutura resistente aotempo e às transformações cultu-rais e aquilo que apenas engoda”.9

Não chorar demais, não sorrirdemais, não falar demais, não se ca-lar totalmente. Eterno aprendizado!

Hoje é mais um dia, mas podeser um dia diferente em sua vida,em sua história. O que acha?

Permita-se o recomeço, a re-novação, como as estações do ano.Deixe as flores perfumarem suaexistência até que as folhas caiam.Deixe que o sol traga esperança e saúde, até que o frio faça vocêse recolher. Aproveite os ciclos daexistência.

Todas as coisas têm seu tempo, e

todas elas passam debaixo do céu

segundo termo que a cada uma

foi prescrito. Há tempo de nascer,

e tempo de morrer. Há tempo de

plantar, e tempo de arrancar o que

se plantou. Há tempo de matar, e

tempo de sarar. Há tempo de cho-

rar, e tempo de rir. Há tempo de

se afligir, e tempo de saltar de gos-

to. Há tempo de espalhar pedras,

e tempo de as juntar. Há tempo de

dar abraços, e tempo de se pôr

longe deles. Há tempo de guardar,

e tempo de lançar fora. Há tem-

po de rasgar, e tempo de coser. Há

tempo de calar, e tempo de falar.

Há tempo de amor, e tempo de

ódio. Há tempo de guerra, e tem-

po de paz – Livro do Eclesiastes

(3:1-8.)10 (Grifo nosso.)

6FRANCO Divaldo P. Celeiro de bênçãos.Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 9. ed. Sal-vador: LEAL, 2005. p. 22.

7Idem. Otimismo. Pelo Espírito Joanna deÂngelis. 7. ed. Salvador: LEAL, 2005. p. 50.

8Idem. Autodescobrimento: uma busca in-terior. Espírito Joanna de Ângelis. 13. ed.Salvador: LEAL, 2004. p. 78.

9Idem. Vida: desafios e soluções. Pelo Espírito

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Joanna de Ângelis. 8. ed. Salvador: LEAL,2006. p. 35.

10BÍBLIA SAGRADA: edição ecumênica.Trad. Padre Antônio Pereira de Figueire-do, com notas e um completo DicionárioPrático por Monsenhor José Alberto L. deCastro Pinto, Bispo Auxiliar do Rio de Ja-neiro. [S. I.]: Barsa, 1972. p. 512.

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quase totalidade dos Es-píritos que encarnam naTerra traz, como objeti-

vo a alcançar, a erradicação, naprópria natureza espiritual, dasimperfeições e fraquezas queainda os prendem à inferiori-dade e ao mal. Trazem com-prometimentos com umpassado de culpas, er-ros, pecados, e até cri-mes, que estarão a re-clamar reparação, pa-ra possibilitar-lhes adefinitiva ascensãoàs Esferas de Luz, dei-xando para trás as atéentão indispensáveisencarnações na crostaplanetária. Através de umprograma encarnatório, cui-dadosamente elaborado porEspíritos superiores, encarrega-dos desse mister, são estabeleci-das provações e expiações, cujocumprimento quitará o saldodevedor do passado que cada

um de nós carrega. Esta verdadenos confirma que a finalida-de da vida material é o progres-so do Espírito! Mas, ao invés de

dedicar-se ao trabalho fecundoda autopurificação, a grandemaioria dos homens prefere

tapar os olhos e os ouvidos àsausteras advertências que Jesusnos legou com o seu Evangelho,anestesiando a consciência, queprocuram iludir com um descul-pismo falso, para acomodá-la

aos interesses imediatos daspaixões e prazeres da vida

material. Para isto, bus-cam afanosamente re-

cursos que desviem aprópria atenção dasimperiosas necessida-des reclamadas pelosimpositivos da lei deevolução, a que todosestamos sujeitos, des-

prezando os compro-missos assumidos com

as realidades que lhes se-jam peculiares.Para alimentar este estado de

descaso com relação às própriasnecessidades, contribuem ex-pressivamente as diversões e la-zeres de conteúdo ofensivo à mo-ral e aos bons costumes.

Devere lazer

AMAU RO PA I VA FO N S E C A

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É compreensível que, em de-corrência do estágio de imper-feição em que nos demoramos,da natureza inferior que noscaracteriza, busquemos o la-zer como meio de atenuar ostravos da dor e as agrurasdo sofrimento, a influen-ciar-nos o sistema ner-voso através do estres-se. O que não se deveaceitar, entretanto, éo exagero, o fanatis-mo, com que a grandemaioria dos encarnados se lan-ça na busca de sensações amor-tecedoras das atenções que se-riam dedicadas às necessidadesde combate, sem tréguas, às cha-gas da alma, representadas peloorgulho, vaidade, egoísmo, pre-potência, traição, ciúme, e ou-tras mais desse mesmo gênero.As emoções primárias e banaisque todos estes lazeres trazem, eque nenhum benefício prestamà natureza espiritual, são ogrande foco das atenções da mas-sa dos “mortos” segundo Jesus,porque nenhum, ou quase ne-nhum interesse demonstram pelocultivo das coisas do Espírito edos elevados atributos da alma.

E por que assim acontece? –porque lhes falta o conhecimen-to e, sem ele, a fé! Não se dão aotrabalho de procurar conheceros ensinos com que o MestreNazareno veio atapetar, com do-çura e amor, os ásperos cami-nhos dos destinos humanos.Não compreenderam ainda quea existência na matéria é aben-çoada oportunidade concedida

pelo Soberano Legislador do Uni-verso para aperfeiçoamento doEspírito, que somos em essência,e que constitui a nossa nature-za eterna. Não somos apenas umcorpo de carne e ossos que seextinguirá invariavelmente notúmulo, mas um ser, portador decidadania divina, que utilizatemporariamente um veículomaterial para fomentar o pró-prio progresso e que retorna àcoletividade de origem, após li-bertar-se de todos os empecilhosque o prendem à inferiorida-de. Assim, o tempo perdido como exagerado cultivo das emoções

banais, proporcionadas pelos la-zeres de conteúdo moral infe-rior, constitui grave desvio dasmentes humanas, das necessida-des de esforço, que os compro-missos imperiosos com a pró-pria ascensão espiritual estão areclamar.

O homem verdadeiramente es-forçado, que se conduz com sabe-doria, busca o equilíbrio, usando,sem abusar, das alegrias que o la-zer proporciona, não deixandoque ele suplante a importância quedeverão representar para todas ascriaturas as inadiáveis necessida-des do Espírito!

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Seara EspíritaSeara Espírita

Ceará: Centenário do Movimento EspíritaOs 100 anos do Centro Espírita Cearense foram co-memorados nos dias 18 e 19 de junho, pela FederaçãoEspírita do Estado do Ceará. Este Centro deu origemao Movimento Espírita organizado cearense. O presi-dente da FEB, Nestor João Masotti, foi um dos convi-dados para a comemoração e proferiu palestra no dia19. Informações: <www.feec.org.br>.

FEB lança o livro A Caravana daFraternidade

Dentro das comemorações pela passagem dos 60anos da “Caravana da Fraternidade”, a FEB lançou olivro A Caravana da Fraternidade, de autoria deLeopoldo Machado. Este livro teve apenas uma edi-ção, em 1954, e traz relato da histórica jornada quecontribuiu para a consolidação do então recém-im-plantado Conselho Federativo Nacional da FEB. Olançamento ocorreu no dia 19 de junho, em eventopromovido pelo Conselho Espírita do Estado do Riode Janeiro (CEERJ), nas dependências do Grupo Es-pírita da Fraternidade Irmã Scheila, Nova Iguaçu(RJ), com palestras de Antonio Cesar Perri de Car-valho, sobre Leopoldo Machado, e Roberto Versiani,sobre as Ações de União e de Unificação do CFN daFEB. Informações: <www.ceerj.org.br>.

FEB no Conselho Nacional de AssistênciaSocial

A Federação Espírita Brasileira foi eleita membrotitular do Conselho Nacional de Assistência Social(CNAS). Representando-a, tomou posse no dia 21 dejunho o confrade Clodoaldo de Lima Leite. Informa-ções: <[email protected]>.

Divaldo profere palestras na EuropaDivaldo Pereira Franco, acompanhado de Nilson deSouza Pereira, cumpriu programa de palestras e se-minários durante 43 dias, em maio e junho, por 26cidades de 12 países da Europa. Informações: <www.mansaodocaminho.com.br>.

Rio Grande do Sul: Oficina do Conte MaisO Departamento de Pesquisa e Estudo (DEPE), daFederação Espírita do Rio Grande do Sul (FERGS),realizou no dia 26 de junho a “Oficina para Formaçãode Contadores de Histórias” na própria Instituição.Informações: <[email protected]>.

Homenagem a Chico Xavier em Instituiçãode São Paulo

O Centro Espírita Jesus Redivivo, situado na VilaFormosa, em São Paulo (SP), realizou no dia 12 dejunho uma homenagem aos 100 anos de nascimentode Chico Xavier, e oito anos de sua desencarnaçãoocorrida no dia 30 do referido mês. A diretora da Fe-deração Espírita Brasileira Marta Antunes de Mouraproferiu palestra, na qual destacou aspectos da vidae da obra do saudoso médium espírita. Informações:<www.febnet.org.br>.

Espírito Santo: Dimensões Espirituais daFamília

Ocorrido no dia 19 de junho, o seminário Dimen-sões Espirituais da Família contou com exposição daoradora Dalva Silva Souza, em evento que recebeudivulgação da Federação Espírita do Estado do Espí-rito Santo (FEEES). Informações: <www.decomfeees.wordpress.com>.

Goiás: Mostra Goiana de Cinema e VídeoEspírita

A Federação Espírita do Estado de Goiás (FEEGO), pro-moveu a segunda edição da Mostra Goiana de Cinemae Vídeo Espírita, de 23 a 25 de julho, no Centro CulturalGoiânia Ouro. Dentro das categorias Videoclipe, Cur-ta-metragem, Curta-mocidade, Animação e Documen-tário, os interessados inscreveram seus filmes com te-mática espírita de no máximo 20 minutos. A Mostrapromoveu palestras com Oceano Vieira de Melo, daVersátil Home Vídeo, e Edmundo Cezar, diretor da As-sociação Brasileira de Artistas Espíritas (Abrarte), en-tre outros. Informações: <www.feego.org.br>.

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