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Fundada em 21 de janeiro de 1883

Fundador: Augusto Elias da Silva

Revista de Espiritismo CristãoAno 125 / Setembro, 2007 / N o 2.142

ISSN 1413-1749Propriedade e orientação daFEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRADiretor: NESTOR JOÃO MASOTTI

Diretor-substituto e Editor: ALTIVO FERREIRA

Redatores: AFFONSO BORGES GALLEGO SOARES, ANTONIO

CESAR PERRI DE CARVALHO, EVANDRO

NOLETO BEZERRA E LAURO DE OLIVEIRA SÃO THIAGO

Secretário: PAULO DE TARSO DOS REIS LYRA

Gerente: ILCIO BIANCHI

Gerente de Produção: GILBERTO ANDRADE

Equipe de Diagramação: SARAÍ AYRES TORRES, AGADYR

TORRES E CLAUDIO CARVALHO

Equipe de Revisão: MÔNICA DOS SANTOS E WAGNA

CARVALHO

REFORMADOR: Registro de publicação no 121.P.209/73 (DCDP do Departamento de Polí-cia Federal do Ministério da Justiça),CNPJ 33.644.857/0002-84 • I. E. 81.600.503

Direção e Redação:Av. L-2 Norte • Q. 603 • Conj. F (SGAN) 70830-030 • Brasília (DF)Tel.: (61) 2101-6150FAX: (61) 3322-0523

Departamento Editorial e Gráfico:Rua Souza Valente, 17 • 20941-040Rio de Janeiro (RJ) • BrasilTel.: (21) 2187-8282 • FAX: (21) 2187-8298E-mail: [email protected]

Home page: http://www.febnet.org.brE-mail: [email protected] e

[email protected]

Projeto gráfico da revista: JULIO MOREIRA

Capa: AGADYR TORRES

Editorial

Mundos habitados

Entrevista: Júlio César Freitas Góes

Espiritismo em Sergipe

Presença de Chico Xavier

Alergia e obsessão – Dias da Cruz

Esflorando o Evangelho

Fé – Emmanuel

A FEB e o Esperanto

Evangelho – Espiritismo – Esperanto, na FEB-Rio –

Affonso Soares

Reformador de ontem

Poluição Espiritual – João Marcus

Seara Espírita

Leis morais – Juvanir Borges de Souza

A maior aventura psíquica, em nível da Ciência,

de que se tem notícia – Ney da Silva Pinheiro

Oração ao céu do Brasil – Pedro D’Alcântara

O privilégio de servir – Richard Simonetti

O Espiritismo em nossas vidas – Osmar Marthi Filho

Planeta parecido com a Terra é descoberto (Capa) –

Davilson Silva

Como foi escrito O Livro dos Espíritos – Jáder Sampaio

Paz em casa – Emmanuel

O menino Jesus no Templo – Mário Frigéri

O menino Jesus no meio dos doutores

Em dia com o Espiritismo – Fundamentos da razão

humana – Marta Antunes Moura

50 Congresso Espírita Mundial

Identidade dos Espíritos – Rildo G. Mouta

Seminário sobre “Educação dos Sentimentos” na

FEB-Rio

V Encontro Nacional de Diretores de DIJ

Entendendo o Espiritismo – Eliana Thomé

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SumárioExpediente

PARA O BRASILAssinatura anual RR$$ 3399,,0000Número avulso RR$$ 55,,0000

PARA O EXTERIORAssinatura anual UUSS$$ 3355,,0000

AAssssiinnaattuurraa ddee RReeffoorrmmaaddoorr:: Tel.: (21) 2187-8264 • 2187-8274

EE--mmaaiill:: [email protected]

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Editorial

4 Reformador • Setembro 2007 333300

a questão 55 de O Livro dos Espíritos (Ed. FEB), Kardec pergunta:

“São habitados todos os globos que se movem no espaço?”

E os Espíritos superiores respondem:

“Sim e o homem terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência,

em bondade e em perfeição. Entretanto, há homens que se têm por espíritos muito for-

tes e que imaginam pertencer a este pequenino globo o privilégio de conter seres racio-

nais. Orgulho e vaidade! Julgam que só para eles criou Deus o Universo.”

Esta questão foi divulgada pela Doutrina Espírita há 150 anos (O Livro dos

Espíritos foi lançado em 18 de abril de 1857), época em que, pela ascendência da

Teologia, a afirmação de habitabilidade de outros mundos, além da Terra, consti-

tuía-se em verdadeira heresia.

Entretanto, as conquistas da Ciência nesse terreno, pelo aprofundamento de

pesquisas com vastos recursos tecnológicos, acabaram por derrubar as negações

infundadas da Teologia, dando base consistente à grande revelação da pluralidade

de mundos habitados por humanidades em diferentes níveis de progresso intelec-

tual e moral.

Com isso também ficou evidenciado o fato de que o Alto, no interesse e em bene-

fício de todos, sempre antecipa esclarecimentos e informações que são fundamen-

tais para o progresso do ser humano.

Remontando aos textos evangélicos, nossa atenção se detém sobre o ensino,

bastante significativo, de Jesus: “Não se turbe o vosso coração. – Credes em Deus,

crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse,

já eu vo-lo teria dito [...]”.*

Desse modo, Jesus não apenas esclarece o homem com referência à amplitude do

Universo e à multiplicidade dos mundos habitados, como também asserena seu

coração, dando-lhe a convicção de que ele nunca está abandonado pela Providência

Divina, é um ser que continua a existir depois da morte física, progredindo perma-

nentemente, e, como filho de Deus, é um habitante do Universo.

Diante de tão consoladora realidade, cabe-nos apenas continuar trabalhando

em harmonia com as leis morais explicitadas por Jesus no Evangelho, com o que

iremos conquistando, através do nosso próprio esforço, a alegria de servir e de viver.

N

Mundos habitados

*Evangelho segundo João, capítulo 14, versículos 1 e 2.

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5Setembro 2007 • Reformador 333311

Livro dos Espíritos, na Par-te terceira, em sua ediçãodefinitiva, trata das leis di-

vinas ou naturais.Os caracteres das leis naturais,

sua imutabilidade e eternidade,sua aplicação tanto à matériaquanto ao espírito – os dois ele-mentos universais – são revela-ções dos Espíritos superiores semas quais se torna difícil entendero funcionamento e a origem detudo o que existe bem comocompreender Deus, o Criador, aCausa Primária de todas as coi-sas, a Inteligência Suprema.

De outro lado, como ao homemnão é possível compreender a na-tureza íntima de Deus, por lhe fal-tar condições evolutivas para tal, éatravés da observação de suasobras e do funcionamento de suasleis que, em um mundo inferiorcomo a Terra, seus habitantes po-dem formar uma idéia do poder eperfeição do Criador do Universo.

Mas os Espíritos reveladoresadvertiram que, embora já saiba-mos que Deus é eterno, imutável,imaterial, único, infinito, onipo-tente, justo e bom, o homem, nograu evolutivo em que se encon-tra como habitante deste mun-do, por mais inteligente que seja,ainda não tem condições de en-

tender tudo o que diz respeito aoCriador. (Ver questão 13 deO Livro dos Espíritos, Ed. FEB.)

A sábia observação dos Espíri-tos superiores deixa clara a ne-cessidade de o homem compreen-der que, apesar de já ter conheci-mento dos atributos essenciaisde Deus e de tudo o que precisa-va, em seu atual estágio evoluti-vo, dele saber, há coisas que estãoacima de sua capacidade deentendimento.

Somos seres limitados em in-teligência, idéias e percepções, aopasso que Deus está acima dequaisquer limitações que se possaconceber, revelando-se sua bonda-de e sabedoria tanto nas peque-nas coisas quanto na grandeza eno infinito de sua Obra.

Essas reflexões, que derivam daDoutrina consoladora, mostram,de um lado, a necessidade de cul-tivar a inteligência com que fo-mos dotados por Nosso Pai, oque os homens vêm fazendo des-de tempos imemoriais, como de-monstra o progresso alcançado emtodos os ramos do conhecimen-to humano.

Mas, de outro lado, não ficaexcluída a necessidade prementeque temos de educar continua-mente os sentimentos, fundamen-

to essencial para a elevação mo-ral do Espírito imortal, de que seocupou precipuamente o MestreJesus, em sua missão excepcionalde há dois mil anos.

Para facilitar aos homens acompreensão da necessidade docultivo dos sentimentos, o Mes-tre Incomparável sintetizou noamor a Deus e ao próximo as ba-ses da educação moral, já que oamor identifica a evolução dascriaturas.

É o amor o sentimento que seopõe às chagas do egoísmo e doorgulho, alimentados pela igno-rância.

Esses males geraram os anta-gonismos sociais, os conflitos, asguerras e todas as misérias físicase morais, no decorrer da históriahumana.

A destruição dessas chagas sóse efetivará pela evolução moral,com a aceitação e a prática dacaridade, da humildade, da soli-dariedade, da compreensão, dafraternidade, que são componen-tes e desdobramentos do amor aDeus, inspirando o amor aopróximo.

Há, sem dúvida, um descom-passo entre o progresso intelec-tual e o moral do homem.

A Humanidade avança mais

Leis morais

OJU VA N I R B O RG E S D E SO U Z A

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rapidamente no campo intelec-tual que no moral.

Por isso o Cristo, Governadordeste orbe, deu maior ênfase aosensinos morais, em sua mensagem,por saber que a Humanidade detodos os tempos tem propensãoem cultivar prioritariamente suainteligência nas mais variadaspesquisas, das quais têm resultadoinegáveis benefícios, principal-mente de natureza material, aopasso que, no campo moral, con-tinuam prevalecendo o egoísmo,o orgulho, a vaidade, a ignorânciae seus derivados, na maior parteda população terrestre.

Na busca da perfeição, mesmoem mundos de expiações e pro-vas, como o que habitamos, umaexistência, por mais prolongadaque seja, não é suficiente para queo ser humano possa adquirir osconhecimentos necessários refe-rentes à matéria, por muito que sededique ao estudo das ciências.

Mais difícil ainda seria a trans-formação moral do Espírito, paramelhor, em uma única existênciacorpórea.

Esse fato, que está ao alcancedo entendimento dos seres hu-manos, demonstra a sabedoriada lei divina da reencarnação, quepossibilita a cada individualida-de espiritual o aperfeiçoamentocontínuo, tanto intelectual quan-to moral.

A justiça divina provê, atravésde tantas reencarnações quantasnecessárias, a evolução do Espí-rito nos dois campos do aperfei-çoamento, ficando ao arbítrio decada um o maior ou menor apro-

veitamento das oportunidadesoferecidas pelas leis divinas.

A realidade das vidas sucessivaspara todos os Espíritos que estãonas fases de auto-aperfeiçoamen-to em busca da perfeição, emboraconhecida por antigas religiõesorientais, não é aceita pelas gran-des religiões da atualidade, entreas quais, as igrejas cristãs.

Coube ao Espiritismo, o Conso-lador (O Livro dos Espíritos, cap. IVda Parte segunda) pôr em evidên-cia a pluralidade das existênciasnos diferentes mundos, inclusive aTerra, e a justiça da reencarnaçãocomo lei divina, retificando, as-sim, antigos erros concepcionaisde religiões e filosofias, que têmagora, com o Consolador, prome-tido e enviado pelo Cristo, o en-contro com a Verdade – a realida-de a ser transmitida a bilhões decriaturas, facilitando-lhes o enten-dimento da vida e da perfeição dasleis de Deus.

Como está expresso na obrabásica do Espiritismo (op. cit.,questão 171):

Todos os Espíritos tendem para

a perfeição e Deus lhes faculta

os meios de alcançá-la, propor-

cionando-lhes as provações da

vida corporal. Sua justiça, po-

rém, lhes concede realizar, em

novas existências, o que não pu-

deram fazer ou concluir numa

primeira prova.

A coerência e a justiça da lei di-vina, que admite muitas existên-cias para o Espírito, corrigem a su-posição errônea de um inferno eter-no para aqueles que cometeram

erros em uma existência, ou que seinclinaram à prática do mal, sem aoportunidade de corrigi-los.

Condenação eterna, sofrimen-tos sem fim, assim como um céude delícias para sempre, são idéiassurgidas da imaginação e da inter-pretação das Escrituras, incompa-tíveis com a bondade, o amor e ajustiça perfeita do Criador.

A promessa do Cristo a respei-to da vinda do Consolador, quese tornou tão necessário à Hu-manidade, é mais uma evidênciadas previsões e da sabedoria doGovernador deste orbe, que co-nhece perfeitamente as necessi-dades de seus habitantes.

Durante séculos e milênios têmprevalecido concepções errôneas arespeito das leis naturais que regema vida dos seres que vivem neste eem outros mundos atrasados.

Entretanto, o aperfeiçoamen-to individual e coletivo é lei quealcança a todos.

Compreendendo ou não o sen-tido das normas divinas, ninguémpode fugir aos seus desígnios.

Qualquer que seja a situação in-telecto-moral em que se encontre oEspírito, seu esforço e trabalho nobem, auxiliando seus semelhantes eseu ambiente, são reconhecidos pe-las leis. Se, ao contrário, se inclinapara o mal, não se furta aos efeitosdas normas, que visam corrigi-lo.

Não existe somente um méto-do, uma norma ou uma formaconsagrada pela lei do progresso.Assim, nem todos progridem damesma forma.

A Providência Divina utilizainúmeros processos, muitas mo-

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dalidades e formas para o atendi-mento ao imperativo da evolução.

Nessas condições, podemoscompreender que, mesmo conce-bendo idéias não totalmente cor-retas, as criaturas, individual oucoletivamente, podem progredir,retificando na época oportuna oserros concepcionais antes aceitos.

Nesse sentido podemos enten-der o progresso realizado por mui-tos Espíritos que, embora não ad-mitindo a doutrina da reencarna-ção, progrediram em vidas sucessi-vas, até que chegasse o momentoda retificação de suas concepções,diante da realidade e de evidênciasirrecusáveis.

Criado simples e ignorante(op. cit., questão 115), o Criadorpermite que cada Espírito esco-lha o caminho a seguir. Se toma ocaminho do erro, do mal, contrá-rio aos desígnios divi-nos, a responsabilidadeé sua, e, cedo ou tarde,responderá pela retifi-cação, seja através doarrependimento, comobras no bem, seja pelosofrimento em uma ouem diversas encarna-ções reajustadoras.

A atuação das leisdivinas permite, dessaforma, a conjugaçãoda liberdade (livre-ar-bítrio) com o determi-nismo, comprovandoa perfeição dessas leisnaturais, atuantes nasdimensões física e es-piritual.

Questão interessante,

de ordem filosófica, resolvida pelaDoutrina Espírita de forma clara econvincente, é a de saber se ao Es-pírito, para evoluir, basta abster-sede praticar o mal, dado que, mui-tas vezes, sua posição de encarna-do ou desencarnado não lhe fa-cilita a prática do bem.

O ensino dos Espíritos revelado-res é claro, não deixando dúvida deque, nos termos da lei natural, nãobasta que o homem não pratique omal, “[...] cumpre-lhe fazer o bemno limite de suas forças, porquantoresponderá por todo mal que hajaresultado de não haver praticado obem”. (Op. cit., questão 642.)

Esse princípio, que parece in-justo em muitas situações em quese encontra o homem, mostra cla-ramente a necessidade de atentar--se para todas as circunstâncias davida, em muitas das quais deixa-

mos de aproveitar oportunidadesespeciais para a prática do bem porsimples comodismo, ou indiferen-ça, com relação a particularidadesque prejudicam nosso próximo,posicionamentos que, muitas ve-zes, podem ser evitados por nossaatuação, ou vontade expressa.

Todas as leis naturais são divi-nas, estabelecidas pelo Criador.

Tomamos conhecimento des-sas leis pela simples observaçãodos inúmeros fenômenos queocorrem em nosso mundo, nosdiversos reinos da Natureza.

No tocante aos bilhões de as-tros que compõem o Universo,não temos a possibilidade da ob-servação direta, mas a razão nosdiz que as leis naturais de cadamundo são apropriadas à quali-ficação e à natureza dos seres queos habitam.

7Setembro 2007 • Reformador 333333

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8 Reformador • Setembro 2007 333344

psíquica, em nível da

ssinalou-se, no mês de abrilpassado, mais um aniver-sário da desencarnação,

do eminente sábio Sir WilliamCrookes, ocorrida em Londres, a 4de abril de 1919, no número 7 doKesington Park Gardens. Nascidoa 17 de junho de 1832, em Lon-dres, no Regent Street, foi o pri-meiro cientista inglês, de alto ga-barito, que, com surpreendentedesassombro, em face do intransi-gente preconceito da ortodoxia doestablishment científico dominantena época, e, com severas precau-ções, investigou, por três anos, onotável fenômeno de materializa-ção do Espírito Katie King, comoregistra a literatura espírita, con-cluindo, ante a evidência dos fatos,

com esta memorável profissão defé raciocinada: – “O Espiritismoestá cientificamente demonstradoe seria covardia moral negar-lhe omeu testemunho”.

Para apresentação desse nomevenerando, autêntico missionárioda Ciência (veja A Gênese, cap. I,item 6), lembremos o testemunhodo insigne e insuspeito doutor JoséLapponi, clínico, professor de An-tropologia, escritor e protomédi-co de dois papas (Leão XIII e PioX) que, em estudo médico–crítico,publicado sob o título de Hipno-tismo e Espiritismo, 5. ed. FEB, p.138-139, desfazendo as agressõescom que pretendiam nodoar areputação científica de Crookes,declara, do alto de sua cátedra,com corajosa imparcialidade:

[...] físico respeitado em qual-

quer parte da Terra; que, aos 20

anos de idade, já havia publicado

importantes trabalhos sobre a luz

polarizada; que, mais tarde, pro-

duziu importantes trabalhos so-

bre os espectros luminosos dos

corpos celestes; que inventou o

fotômetro de polarização e o mi-

crospetroscópio; que escreveu

trabalhos de Química bastante

apreciados; que é autor de um

Tratado de Análise Química, ora

tornado clássico; que fez impor-

tantes pesquisas em Astronomia;

que contribuiu grandemente pa-

ra os progressos da fotografia

celeste [...] que foi enviado pelo

Governo inglês a Oran, para es-

tudar, com outros doutos, o

eclipse solar; que é versado em

Medicina, em Higiene Pública e

em Ciências Naturais [...] que

descobriu um processo de amal-

gamação metálica por meio do

sódio, hoje largamente aplicado

[...] para a extração do ouro; que

descobriu um novo corpo metá-

lico, o Tálio; que, finalmente,

fez conhecer o estado radiante

da matéria, o qual permitiu a

A maior aventura

Ciência, de que se tem notícia

A

“A existência da alma, que era apresentada como um dogma de fé por todas as religiões e que a filosofia nos mostrava por palavras, é hoje, graças ao

Espiritismo, uma verdade científica. [...] A prova científica da existência da alma e da sua comunicação conosco é o legado

mais brilhante que o presente século [XIX] vai deixar ao vindouro.”*

NEY DA SI LVA PI N H E I RO

*Fatos espíritas, William Crookes. Traduçãode Oscar d’Argonnel (pseudônimo de Car-los Gardone Ramos segundo a revistaReformador de abril de 1979, p. 141), “Pre-fácio”, Ed. FEB.

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famosa descoberta dos raios

Röentgen, tão útil para a foto-

grafia a que se chamou fotogra-

fia do invisível.

Um homem de tão alto intelecto

e de tão vasto saber; homem que

passou a vida a indagar, com a

máxima severidade, os mais ár-

duos segredos da Natureza, quis

examinar os fenômenos espiritis-

tas e submetê-los à severa crítica

das ciências experimentais. Nas

suas pesquisas foi secundado

por outros dois físicos de valor,

William Huggins e Ed. W. Cox.

Por meio de aparelhos de pre-

cisão e de registradores automá-

ticos, ele examinou escrupulo-

samente, até nas mais insignifi-

cantes particularidades, os fe-

nômenos produzidos sob seus

olhos. Experimentou, repetidas

vezes, em pleno dia, em aposen-

tos escolhidos por ele e bem ilu-

minados, ou pela luz solar, ou

por luz elétrica, ou à luz fosfóri-

ca. [...] Pois bem: estudados os

fenômenos espiritistas, por en-

tre tantas precauções e com o

maior cepticismo científico, te-

ve ele, honestamente, de repetir

quanto antes já dissera Alfredo

Russel Wallace: “Adquiri a prova

certa da realidade dos fenôme-

nos espiritistas”.

Charles Richet, Prêmio Nobel deFisiologia, em conferência pronun-ciada na Faculdade de Medicina deParis, em 24 de junho de 1925, comsua inconteste e respeitável auto-ridade, perante severo auditório,classificando William Crookes, tex-tualmente, como “um dos maiores

sábios do nosso tempo e de todosos tempos”, assim se referiu às suascélebres experiências e à sua obracientífica (Ciência Metapsíquica dosFatos à Doutrina, de Carlos Imbas-sahy, edições Mundo Espírita,1949, p. 15 a 40):

Para começar, as [experiências] de

Crookes. Estas são de granito. [...]

Se tiverdes alguma curiosidade

e alguns vagares, eu vos aconse-

lharia que lêsseis com cuidado a

pormenorizada exposição das

experiências de Crookes, e fica-

ríeis convencidos da realidade

dos fatos, a menos que vos resig-

neis a encarar Crookes como

um imbecil, o que seria mais im-

becil ainda. (p. 33.)

E continua Richet:Crookes viu, em plena luz, me-

sas e cadeiras se deslocarem, flo-

res aparecerem e se moverem,

um acordeão passar sobre sua

cabeça e tocar, ruídos retum-

bantes se produzirem sem con-

tato, e isto tudo em franca clari-

dade, diante de sábios honestos

e experimentados, em um labo-

ratório de Química.

Crookes viu Florence Cook [a

médium] desdobrar-se em

um fantasma, observou,

com o auxílio de

uma lâmpada de

fósforo, em seu

próprio laboratório, e por muitas

vezes, o fantasma de Katie King,

conversando com Florence Cook.

Como se explica que esses fatos

não tenham sido admitidos, e

que se tenha inventado, para ex-

plicá-los, toda a sorte de inép-

cias caluniosas? Certo é porque

os homens – e os sábios, talvez,

ainda mais que todos – têm me-

do das coisas novas.

Assim, quando Crookes lhes trou-

xe provas formidáveis, riram-se.

E eu também, ah! eu ri como os

outros. Mas hoje, [penitencia-

-se Richet] depois de ter visto o

que vi, reconheço, enfim, muito

dificilmente, muito laboriosa-

9Setembro 2007 • Reformador 333355

William Crookes

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mente, que Crookes tinha razão

[...]. (p. 33-34.)

O doutor Paul Gibier, Diretor doInstituto Bacteriológico (InstitutoPasteur) de Nova York; ex-Internodos Hospitais de Paris; ex-Assistentede Patologia Comparada do MuseuHistórico Natural de Paris; Membroda Academia de Ciências de NovaYork e da Sociedade de PesquisasPsíquicas de Londres, e Cavaleiroda Legião de Honra da França, emseu livro O Espiritismo (FaquirismoOcidental), 5. ed. FEB, p. 158, pro-nunciando-se sobre o assombrosotrabalho de Crookes, escreveu:

[...] Até aqui, vimos escritores,

poetas e filósofos, sem autoridade

em matéria científica, opinando

em favor dos fenômenos espiri-

tualistas: isso, como se diz, não

traz conseqüências. Seja,

mas eis que um fato gra-

ve se produziu: um dos

primeiros sábios do mun-

do, um experimentador,

cujas obras suportam sem

desvantagem comparação

com as de Dumas, Wurtz,

Berthelot, Frémy, pronun-

ciou-se de modo mais

afirmativo, baseado em

provas experimentais em

apoio dessas coisas tene-

brosas que se supunham

sepultadas na noite da Ida-

de Média. Que devemos

concluir? Por que ousou

dar como certos os fatos

[...] será forçoso que o

Sr. Crookes seja um lou-

co ou um impostor?

[...] Será acaso um impos-

tor que tenha querido zombar

do público? Mas, com que inte-

resse? [...] Pelo contrário, não

ignorava que qualquer fraude

– se fraude tivesse havido – se-

ria prontamente descoberta, en-

tão! Então seria a vergonha, se-

ria a ruína, seria o desastre, o

desabamento de uma vida hon-

rosa de homem honesto e de sá-

bio. [...] No fim de uma vida tão

bem preenchida, tornada glorio-

sa por tantas descobertas, uma

só das quais bastaria para imor-

talizar um homem, ele desceria

de seu pedestal para revolver-se

miseravelmente na lama? [...]

Não, não seria possível! – con-cluiu Gibier.

Como se vê, Crookes não é umhomem comum, capaz de se ver

liquidado na voragem do tempoou obscurecido pela insensatez detodos os tempos. O seu exemplo ea sua obra imortal são um farol,uma página aberta à civilização,descortinando uma realidade, umespetáculo da grandeza divina.

Enquanto o homem não hou-ver comprometido as conquistasvivas da civilização, a memóriadesse sábio, desse benfeitor da Hu-manidade será lembrada comoum dos propulsores do progresso.

Não obstante, quando anunciou,depois de anos de observações, quefora vencido pelas evidências dos fa-tos, a Real Sociedade de Ciências deLondres, de que fora presidente, sevoltou contra ele, e o secretário des-sa instituição, Stokes (protótipo damentalidade retrógrada da época),negou-se a aceitar o convite, que lhefez Crookes, para presenciar os fa-tos, pois era daqueles piores cegos,que mesmo que visse não acredita-ria. A publicação dos trabalhos deCrookes, em 1874, produziu tal rea-ção que, por pouco, a insensatez nãoo eliminou da referida Sociedade,não fosse a autoridade do sábio e anecessidade de justificarem a medi-da, demonstrando estarem erra-das as suas categóricas declara-ções quanto à realidade das mate-rializações do Espírito Katie King,testemunhadas por vultos eminen-tes do cenário científico da época.

A verdade, porém, não deixaráde ser verdade, por força alguma,muito menos pela esdrúxula ne-gação dos que nada entendem, ounão querem entender, ou desa-parelhados de recursos interiorespara a rota de elevação.

10 Reformador • Setembro 2007 333366

Crookes com o Espírito Katie King materializado,e a médium de ectoplasmia (Florence Cook)

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Reformador: Quantos centros es-píritas estão unidos à FederaçãoEspírita do Estado de Sergipe? Júlio César: O Movimento Espíri-ta no Estado de Sergipe é compos-to por cerca de 80 instituições, dasquais 48 são adesas à Fede-ração Espírita do Estadode Sergipe. Estamosdesenvolvendo umtrabalho de cons-cientização dosdirigentes para aimportância daunião em tornoda atividade fe-derativa.

Reformador: Quando foi fundadaa Federação Espírita e quais as suasações principais?Júlio César: A Federação Espíritado Estado de Sergipe foi fundadaem 5 de novembro de 1950, sob a

orientação da Caravana daFraternidade com base

no “Pacto Áureo”, fir-mado aos 5 de ou-tubro de 1949, esob a égide da Fe-deração EspíritaBrasileira. Aqui emSergipe, naquele 5

de novembro de1950, em reunião na

sede do Grupo Espí-rita Irmão Fego, com

a presença dos membros da Cara-vana da Fraternidade: Artur Linsde Vasconcelos, Leopoldo Macha-do, Ary Casadio, Francisco Spi-nelli e Carlos Jordão da Silva, edas lideranças do Estado: Antô-nio Monteiro de Jesus, DálioRibeiro de Mendonça, FranciscoOliva Daniel Bispo dos Santos eJosé Élson Fontes, foi deliberadoque seria constituída uma Co-missão Executiva, presidida porJosé Élson Fontes e secretariadapor Dálio Ribeiro de Mendonça,encarregada de elaborar o Esta-tuto e regimento interno da Fe-deração Espírita sergipana. Naatualidade centramos esforçosno trabalho de unificação, e nos-sas principais ações compreendema promoção de eventos, cursos,seminários e encontros, buscan-do sempre despertar em nossoscolaboradores os ideais de uniãoe unificação.Reformador: Há alguma partici-pação em programas radiofônicos ede TV?

Espiritismoem Sergipe

Júlio César Freitas Góes, presidente da Federação Espírita do Estado de Sergipe, faz relato

sobre o Movimento Espírita naquele Estado desde a histórica Caravana da Fraternidade

até as programações atuais

JÚ L I O CÉ S A R F. GÓ E SEntrevista

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Júlio César: Temos um programade rádio semanal, que vai ao araos sábados, o qual completou 23anos. Tínhamos até o início desteano um programa de TV, porém,devido a uma reformulação daemissora, infelizmente perdemoso espaço.

Reformador: Qual é a caracterís-tica do Movimento Espírita emSergipe?Júlio César: O Movimento Espí-rita em Sergipe tem como carac-terística ser formado por institui-ções pequenas e, na sua grandemaioria, a origem se deu a partirde dissidências de casas maiores.As instituições em geral desenvol-vem trabalhos assistenciais e dou-trinários, estes através de exposi-ções. Ainda há resistências ao es-tudo, o que leva a incorrer emdesvios, sobretudo na área me-diúnica. O personalismo se trans-forma em obstáculo à atividadefederativa, mas estamos trabalhan-do com muito afinco para mudareste quadro.

Reformador: Quais as relações daFederação com ações da ComissãoRegional Nordeste e a atuação comCampanhas aprovadas pelo Con-selho Federativo Nacional (CFN)?Júlio César: Procuramos pôr emprática todas as ações sugeridas pe-lo CFN na ocasião das Reuniões daComissão Regional Nordeste, sem-pre com muito entusiasmo. Em ca-ráter permanente nós trabalhamosas Campanhas Viver em Família,Em Defesa da Vida e Construamos aPaz Promovendo o Bem!.

Reformador: Qual sua expectativacom relação ao “Plano de Trabalhopara o Movimento Espírita Brasi-leiro”?Júlio César: Consideramos essePlano de Trabalho a mais avança-da das propostas do CFN desdeque começamos a participar doMovimento Espírita. Temos a cer-teza de que, se bem aplicado, ha-verá um excelente resultado. Esta-mos trabalhando no Plano, reali-zando um diagnóstico do nosso

Movimento para que, com os da-dos obtidos, possamos programare implementar as ações necessáriasà consecução do Plano. Nossa ex-pectativa é de sucesso absoluto.

Reformador: Uma mensagem aosnossos leitores.Júlio César: Nossa reflexão é quebusquemos a felicidade e vale àpena encontrá-la. Não precisare-mos ir muito longe, já que ela estáem nós mesmos.

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Oração ao céudo Brasil

Céu do Brasil, da glória em que te estrelas,Na mensagem de paz ao mundo inteiro,Guarda os astros sublimes do CruzeiroPor nossas avançadas sentinelas.

Recebe as nossas súplicas singelasE derrama no solo brasileiroAs bênçãos do Divino Timoneiro,Das quais, ditoso e lindo, te constelas!...

Faze da terra que nos abençoa Florão de amor e rútila coroaPara o trono do bem, puro e fecundo;

E faze-nos, no imenso campo humano,Servidores do Cristo SoberanoNo iluminado Coração do Mundo.

Pedro D’Alcântara

Fonte: XAVIER, Francisco C. Poetas redivivos. Por Diversos Espíri-tos. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Cap. 93, p. 132.

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13Setembro 2007 • Reformador 333399

Presença de Chico Xavier

uem se consagra aos trabalhos de socorro es-

piritual há de convir, por certo, em que a obses-

são é um processo alérgico, interessando o equi-

líbrio da mente.

Sabemos que a palavra “alergia” foi criada, neste sé-

culo [séc. XX], pelo médico vienense Von Pirquet, signi-

ficando a reação modificada nas ocorrências da hiper-

sensibilidade humana.

Semelhante alteração pode ser provocada no cam-

po orgânico pelos agentes mais diversos, quais sejam os

alimentos, a poeira doméstica, os polens das plantas,

os parasitos da pele, do intestino e do ar, tanto quan-

to as bactérias que se multiplicam em núcleos infecciosos.

As drogas largamente usadas, quando em associa-

ção com fatores protéicos, podem suscitar igualmente a

constituição de alérgenos alarmantes.

Como vemos, os elementos dessa ordem são exóge-

nos ou endógenos, isto é, procedem do meio externo ou

interno, em nos reportando ao mundo complexo do

organismo.

A medicina moderna, analisando a engrenagem do

fenômeno, admite que a ação do anticorpo sobre o antí-

geno, na intimidade da célula, liberta uma substância se-

melhante à histamina, vulgarmente chamada substância

“H”, que agindo sobre os vasos capilares, sobre as fibras e

sobre o sangue, atua desastrosamente, ocasionando varia-

dos desequilíbrios, a se expressarem, de modo particular,

na dermatite atípica, na dermatite de contato, na coriza

espasmódica, na asma, no edema, na urticária, na enxaque-

ca e na alergia sérica, digestiva, nervosa ou cardiovascular.

Evitando, porém, qualquer preciosismo da técnica

científica e relegando à medicina habitual o dever de as-

segurar os processos imunológicos da integridade física,

recordemos que as radiações mentais, que podemos

classificar por agentes “R”, na maioria das vezes se apre-

sentam, na base de formação da substância “H”, desem-

penhando importante papel em quase todas as pertur-

bações neuropsíquicas e usando o cérebro como órgão

de choque.

Todos os nossos pensamentos definidos por vibra-

ções, palavras ou atos, arrojam de nós raios específicos.

Assim sendo, é indispensável curar de nossas pró-

prias atitudes, na autodefesa e no amparo aos semelhan-

tes, porquanto a cólera e a irritação, a leviandade e a ma-

ledicência, a crueldade e a calúnia, a irreflexão e a bruta-

lidade, a tristeza e o desânimo, produzem elevada per-

centagem de agentes “R”, de natureza destrutiva, em nós

e em torno de nós, exógenos e endógenos, suscetíveis de

fixar-nos, por tempo indeterminado, em deploráveis la-

birintos da desarmonia mental.

Em muitas ocasiões, nossa conduta pode ser a nos-

sa enfermidade, tanto quanto o nosso comportamento

pode representar a nossa restauração e a nossa cura.

Para sanar a obsessão nos outros ou em nós mesmos,

é preciso cogitar dos agentes “R” que estamos emitindo.

O pensamento é força que determina, estabelece,

transforma, edifica, destrói e reconstrói.

Nele, ao influxo divino, reside a gênese de toda a

Criação.

Respeitemos, assim, a dieta do Evangelho, procu-

rando erguer um santuário de princípios morais respei-

táveis para as nossas manifestações de cada dia.

E, garantindo-nos contra a alergia e a obsessão de

qualquer procedência, atendamos ao sábio conselho

de Paulo, o grande convertido, quando adverte aos cris-

tãos da Igreja de Filipos:

– “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo

o que é nobre, tudo o que é puro, tudo o que é santo, seja,

em cada hora da vida, a luz dos vossos pensamentos”.

Fonte: XAVIER, Francisco Cândido. Instruções psicofônicas. Di-

versos Espíritos. 9. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 19,

p. 97-99.

Q

Pelo Espírito Dias da Cruz

Alergia e obsessão

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s anos enrugam a pele, masrenunciar ao entusiasmofaz enrugar a alma.

Quem disse isso, amigo leitor,sabia bem o que estava dizendo.

Dentre as grandes personalidadesdo século XX haverá sempre lu-gar de destaque para ele: Albert Schweitzer (1875-1965), alguémque nunca perdeu o entusiasmo.

Cheio de vontade, foi raroexemplar do homem de múltiplasaptidões – um artista e pensador

que conseguia ser tambémum homem de ação.

Nascido na Alsácia, filhode pastor protestante, dou-torou-se em Filosofia e Teo-logia, destacando-se desde

cedo como escritor. Publicoubrilhantes estudos sobre a vida

e o pensamento de Jesus.Exímio organista, era fã ardo-

roso de Bach (1685-1750), queajudou a popularizar com notá-veis estudos sobre suas técnicas,além de dedicar-se à produção deórgãos mais adequados à execu-

ção de suas composições.

Aos trinta anos poderiaconsiderar-se um homemfeliz e realizado, destacan-do-se como musicista, teó-

logo e escritor, atividades que lheeram muito gratas.

Estavam abertos para ele os ca-minhos da fama e da fortuna.

No entanto, revela em suas me-mórias:

Sentia-me esmagado sob o pesode tamanha felicidade e perguntavaa mim próprio se tinha direito dereceber este dom como coisa natu-ral. O direito à felicidade, eis aqui oproblema que em minha vida inte-rior converteu-se em assunto tão im-portante quanto fora em minha in-fância a compaixão por todos os so-frimentos que reinam no mundo.Este sentimento e esta questão de-terminaram, por suas recíprocas rea-ções, meu conceito de vida e marca-ram meu destino.

Dava-me conta de que não tinhao direito de aceitar como dons gratui-tos a felicidade e a juventude, a saúdee minha faculdade de trabalho. Aprofunda consciência de meus privi-légios fez-me compreender cada vezmais claramente estas palavras de Je-sus: “Não temos direito de guardarnossa vida para nós mesmos”. Aqueleque está coberto de benefícios, na vi-da, deve repartir, por seu turno, namesma medida. Aquele que não co-

O privilégiode servir

ORI C H A R D SI M O N E T T I

14 Reformador • Setembro 2007 334400

AlbertSchweitzer

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nhece o sofrimento deve contribuirpara minorar o do próximo. Todostemos de assumir uma parcela da dorque gravita sobre o mundo.

Schweitzer poderia divulgar es-sas idéias para grandes platéias naEuropa, com os dons da oratória edas letras, mas isso não lhe bastava.

Era preciso sair a campo, ir aoencontro dos sofredores!

Imperioso transformar em prá-tica, em ativismo do Bem, as teoriasreligiosas de edificação do ReinoDivino.

A Medicina lhe pareceu o cam-po mais adequado. Assim, sem va-cilar, pôs em prática um projetoque acalentava desde a adolescên-cia: formar-se médico. Aos trintaanos retornou aos bancos univer-sitários, matriculando-se na Es-cola de Medicina de Estrasburgo.

Toda sua família e amigos famo-sos, como Romain Rolland (1866--1944), escritor francês, e Charles--Marie Widor (1844-1937), compo-sitor e organista francês, seu profes-sor de música, condenaram a idéia.

Widor exprimiu, num exem-plo, a reprovação de todos:

– Você procede como o gene-ral que vai à linha de fogo comum rifle.

Mas Schweitzer sabia muitobem o que queria.

Inabalável, dedicou-se aos es-tudos, realizando prodígios de de-dicação para conciliá-los com suasatividades.

Formou-se em 1913, e tão logoteve condições partiu para a Áfri-ca, já casado com Hélène Bresslau,que lhe compartilhava os ideais.

Conseguira acumular recursosem viagens como conferencista econcertista. Seriam utilizados nafundação de um hospital parahansenianos, em Lambarene, noGabão.

Ali realizou seu mais caro ideal– servir à Humanidade.

E o fez com tal dedicação eamor, que o mundo festejou, em1952, o Prêmio Nobel da Paz quelhe foi conferido em reconheci-mento ao seu trabalho.

Quando desencarnou, em 1965,assim foi noticiado pelas agênciasinternacionais:

Após uma lenta agonia, faleceuem Lambarene, no Gabão, o mé-dico, missionário e musicista Al-bert Schweitzer, com a idade de 90anos. Durante mais de meio sécu-lo Schweitzer serviu ao povo afri-cano com rara e exemplar dedica-ção. O “grande doutor” expirououvindo os acordes da música deBach, que ele tanto amava e queexecutava com perfeição.

O exímio músico, o orador no-tável, o escritor brilhante, o teólo-go erudito seria lembrado parasempre como alguém que alcan-çou a suprema realização, preco-nizada por Jesus – a renúncia de simesmo em favor de seus irmãossofredores.

Corpo enrugado por décadassob o causticante sol africano.

Alma sem mácula, sustentadapela luz do Bem.

Ao longo da codificação espíri-ta Allan Kardec situa o egoísmocomo elemento gerador de todosos males humanos.

Ao proclamar a máxima Fora dacaridade não há salvação, oferece--nos o roteiro para que o vençamos.

Na medida em que nos preocu-pamos em fazer algo em favor do se-melhante começamos a derrotá-lo.

A duras penas vamos apren-dendo essa lição.

Espíritos como Albert Schweitzernão precisam de orientação nessesentido.

Perfeitamente integrados nosobjetivos da existência, já nascemcom a vocação de trabalhar emfavor do próximo.

Desconhecendo o egoísmo, malpodem esperar pelo privilégio deservir.

15Setembro 2007 • Reformador 334411

Dr. Albert Schweitzer e sua assistente, tratandode um paciente fora do hospital no Gabão

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assadas as comemorações,em todo o País e no Exte-rior, dos 150 anos de pu-

blicação de O Livro dos Espíritos,nas quais conseguimos percebera pujança, entusiasmo e uniãodo Movimento Espírita, pode-ríamos fazer uma análise do pa-pel do Espiritismo em nossasvidas.

Quando mergulhamos nossamente e sentimento nas obrasda Codificação e comple-

mentares, além do conhecimen-to das leis divinas, exaradas nes-sas obras, que muito nos escla-recem acerca de quem somos,de onde viemos, para onde va-mos e porque estamos aqui, ad-quirimos uma ampla consciên-cia de nosso papel como Espíri-tos no processo evolutivo, habi-tando o planeta Terra, aindamundo de provas e expiações.

Percebemos que, efetivamente,podemos transformar esse pla-neta, e realmente estamos con-seguindo esse intento, pois, comas incontáveis casas espíritasatuando nos quatro cantos domundo, temos a semeadura dosprincípios espíritas para a Hu-manidade.

Mas, e em nós? O que o Espi-ritismo representa em nossas vi-das?

Certa vez encontrei uma ami-

O Espiritismoem nossas vidas

POS M A R MA RT H I FI L H O

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ga que não via há bons anos. Aúltima notícia que tivera dela éque estava em depressão.

Quando, recentemente, a en-contrei, fiquei feliz ao vê-la ani-mada, otimista, alegre. Conversavai, conversa vem, ela me disseque havia se curado da depressãoe de todas as suas conseqüên-cias, graças ao Espiritismo. Queagora era uma nova pessoa, jánão mais precisava de remé-dios. Freqüentava umaCasa Espírita e se enga-jara em suas ativida-des assistenciais.

Em outra opor-tunidade, quan-do companhei-ras de nossa Ca-sa Espírita fa-ziam um ba-lanço anual dasatividades depromoção hu-mana às famíliascarentes, assistidaspor nossa institui-ção, a coordenadoradesse trabalho, em lá-grimas, pediu licença paranarrar o depoimento de umade nossas assistidas, quando lhefoi perguntado o que significavao Espiritismo em sua vida, e ela,emocionada, narrara que a Dou-trina Espírita significava o equi-líbrio em seu lar, pois já não bri-gava mais com o marido e filhos;ele já não bebia mais, estava maistranqüilo, mais compreensivo, eela mais feliz.

Essas duas histórias mostram--nos como realmente o Espiri-

tismo tem transformado vidas.E certamente cada um de nósterá muitas outras histórias se-melhantes para narrar.

Se, há algumas décadas, o “Es-piritismo prático” tinha a cono-tação principal relacionada àsatividades mediúnicas, hoje po-demos entender Espiritismo prá-

tico, principalmente, como a práti-ca dos ensinos morais de Jesus,esclarecidos pela Doutrina Espí-rita, aplicados em nossa vida co-tidiana, seja no lar, no trabalho,nas relações sociais, enfim, nabusca de nossa transformaçãoíntima, no supremo esforço demodificarmos pensamentos esentimentos, permitindo-nos al-

çar os grandes vôos do autodes-cobrimento e do autodesenvol-vimento.

Fazendo um balanço desses150 anos de publicação de O Li-vro dos Espíritos, além da expan-são numérica de casas espíritase de adeptos da Doutrina Espíritano Brasil e no mundo, temos tam-bém um aprofundamento do co-nhecimento espírita pelo ser hu-

mano e, conseqüentemente, atransformação moral do

homem, objetivo maiorda existência da Dou-

trina, pois à medi-da que conhece-mos melhor averdade ensina-da pelos Espíri-tos superiores,melhor com-preendemos quesó nos resta, pa-ra ser felizes, fa-

zer a felicidadealheia; para isso,

faz-se mister a vi-vência plena da cari-

dade e do amor, liçãodeixada por Jesus e res-

taurada pelo Espiritismo.Preparemo-nos, pois, para o

Mundo de Regeneração que seaproxima, desenvolvendo nossopotencial divino, tanto no cam-po do intelecto quanto no da mo-ral, com o estudo da DoutrinaEspírita, mas sobretudo, trazen-do-a para nosso coração, nossosentimento, buscando transfor-mar nossas atitudes com essesconhecimentos, promovendo aPaz e vivendo o Bem.

17Setembro 2007 • Reformador 334433

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or que só o nosso mundoteria criaturas vivas, um pla-neta tão pequeno quanto

imperceptível no conjunto de to-dos os astros observáveis pelo ho-mem? Deus criaria um espaço in-finito cheio de pontos a tremelu-zir, vistos à noite, para ficarmos aadmirá-los, quando as condiçõesatmosféricas o permitem? Ledoengano acreditar que todos osseres vivos e inteligentes se man-tenham apenas dentro de certolimite no imenso Universo.

Cientistas vasculharam o espa-ço à procura de sinais de vida eperceberam mais um planeta fo-

ra do Sistema Solar. Os cientistasdo Search for Extraterrestrial In-telligence (SETI) – em portuguêsBusca de Inteligência Extraterres-tre – sempre esperaram descobriralgum planeta bem distante dosistema heliocêntrico, com carac-terísticas aproximadas às da Terra.A revelação do novo astro aguçousobremodo o interesse dos afei-çoados pela exobiologia.

Essa novidade representa umprogresso para pesquisadores deexoplanetas, um grande passo. Talconcluiu o pessoal do programaSETI, ao se valer de potentes te-lescópios para investigação minu-ciosa das emissões e transmissõesde sons mediante sinais eletromag-néticos que percorrem o incomen-surável espaço exterior. O achado

resultou em algo significativopara o astrônomo francês Xa-

vier Bonfils, da Universidadede Lisboa, e para os seuscolegas de estudo que,junto com ele, esperamdescobrir outros.

• Não estamos sós –Os indícios de existên-

cia de vida apresentadospelo astro podem confir-

mar uma antiga e controvertidahipótese. De acordo com os vestí-gios, aquela teoria do “não estamossós no Universo” caminha para acomprovação, acham os cientis-tas que querem sair do campo daconjectura para o da afirmativa,pois afinal a nossa galáxia con-tém centenas de bilhões de estre-las. O planeta batizado com o no-me de Superterra (Gliese 581c)possui um nível de calor bastantefamiliar, que até sugere acolheralguma forma de vida semelhan-te à do nosso planeta azul.

Tudo indica que o grau de tem-peratura é entre zero e 40 grausCelsius. Os cientistas pretendemmedir o aquecimento de acordocom a quantidade de luz absor-vida pela atmosfera. Os possan-tes telescópios do tipo interferô-metro e refrator podem dar taisinformações, e o envio de ambosao espaço já está previsto porvolta de 2020. Os astrônomos que-rem estudar com segurança, pormeio da próxima geração de te-lescópios, a base essencial física equímica do referido planeta e, con-soante análises espectroscópicas,colher mais informes, quem sabe,surpreendentes.

Planeta parecido com aTerra é descoberto

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Os pesquisadores esperamalgum indício de forma de exis-tência. Descobrindo-se certosconstituintes químicos, a baseda vida, ou seja, o ozônio, odioxigênio e o metano, os cien-tistas podem topar com umE.T. (Extraterrestre). Além deBonfils, outros cientistas: Xa-vier Delfosse, do Centre Natio-nal de la Recherche Scienti-fique (CNRS) – em portuguêsCentro Nacional de PesquisaCientífica –, e os astrônomosda Suíça, participantes ativosda feliz descoberta, estão que-rendo expedir mensagens aocurioso e atraente astro.

Ao se perguntar a Bonfilsse ele e seus colegas do projetoSETI pretendiam mesmo enviarmensagens ao pequeno astro,cuja notícia de sua observaçãofoi divulgada em abril deste ano,disse categórico: “Sim, uma vezque as ondas eletromagnéticas sepropagam com a velocidade daluz, a mensagem levaria vinte anose meio para chegar lá e vinteanos e meio para chegar aqui, nocaso de uma resposta”.

O exoplaneta, o menor já vistofora do Sistema Solar, encontra--se 14 vezes mais perto da Gliese581 (estrela tipo anã vermelha)do que a Terra do Sol. Ele levaapenas treze dias para concluir asua órbita segundo o EuropeanSouthern Observatory (ESO) –em português Observatório Aus-tral Europeu –, de La Silla, Chile,local da descoberta, por intermé-dio de um espectrógrafo HARPS.Esses característicos, a distância

do seu sol, levaram os cientistasa reconhecerem a importância doestudo dessa descoberta.

• Gravidade superior – A mas-sa do exoplaneta sugere levezacinco vezes maior que a da Terra.Embora distribuída por um vo-lume 3,5 vezes maior, sua massavolumar faz presumir uma cons-tituição rochosa e também umamassa de água oceânica. A gravi-dade na superfície é 2,2 vezes su-perior à do nosso planeta, e seuraio, 1,5 vezes maior. Trata-se deum astro distinto, e a 581, a suacuriosa estrela anã avermelhada,é muito menor e mais fria que oSol. Isso torna o seu protegidoum planeta de “zona habitável”.

Para o astrônomo StéphaneUdry, de Genebra, Suíça, com to-das essas informações, por en-quanto, de uma coisa ele está con-victo: o planeta é parecido com o

nosso. “Teremos certeza”, revelouUdry, “se há ou se não há vidanele, na oportunidade em que seconhecer exatamente o tipo dematéria que o formou”. E per-gunto: por que não existiria al-gum tipo de criatura no Super-terra, algum gênero estranhíssi-mo de microorganismo?!

Desse modo, por que não exis-tir vida no Superterra ou em ou-tros planetas mais bem distantes?Que inferir das bactérias? Não so-brevivem em águas de temperatu-ra em altíssimos graus? Argumen-ta-se ser a luz solar imprescindívelà vida; no entanto, existem peixesnos abismos oceânicos sob fortepressão de centenas de quilogra-mas, insetos, moluscos, que vivemfaltos de um único e tênue foco deluz; a maior parte dos animais res-pira oxigênio e libera dióxido decarbono; as plantas não fazem ooposto, afora os vírus sem capaci-

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Provável aparência do Gliese 581c e sua estrela

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dade metabólica autônoma cujareprodução apenas acontece no in-terior de células vivas? Tudo issonão faz parte do encadeamento danatureza terrena?

Sabemos, à luz das novas tec-nologias, da existência de maisde 400 bilhões de estrelas em nos-sa galáxia, muitas das quais na-turalmente a reger a órbita de seusplanetas. Ao se levar em conta dis-tintas espécies daqui e suas res-pectivas particularidades, não énenhum absurdo supor a presençade seres vivos não só no protegi-do da 581, como em outros bi-lhões de planetas muito mais an-tigos que a Terra.

• Até céticos acreditam – Nemos mais céticos dos astrônomosse opõem a tal probabilidade, deforma que se alguém contesta aexistência de vida extraterrestredenota estar mal informado ou de-monstra extremada ignorânciados fatos relativos aos avançosda hodierna astronomia prática.A idéia, segundo a qual somentea Terra reuniria condições físicase químicas para abrigar todas ascriaturas, não persistirá por mui-to tempo.

Em contraste com a Ciência eo mediévico criacionismo bíbli-co, “[...] o homem terreno estálonge de ser, como supõe, o pri-meiro em inteligência, em bon-dade e em perfeição [...]” – pala-vras dos Espíritos a Allan Kardecao lhes perguntar se existiria vi-da em todos os globos no es-paço.1 Seguidamente, comentouKardec:

Deus povoou de seres vivos os

mundos, concorrendo todos

esses seres para o objetivo final

da Providência. Acreditar que

só os haja no planeta que habi-

tamos fora duvidar da sabedo-

ria de Deus [...].

Escreveu ainda o mestre lio-nês, exatamente no século 19:

[...] Dentro de alguns séculos,

causará espanto que uma reli-

gião feita para glorificar a Deus

o tenha rebaixado a tão mes-

quinhas proporções [...] Ainda

maior será o espanto, quando

souberem que elas [as desco-

bertas] foram repelidas porque

emancipariam o espírito dos ho-

mens e tirariam a preponderân-

cia dos que se diziam represen-

tantes de Deus na Terra.2

• Falsa ciência cria ateus – “Afalsa ciência cria ateus, a verda-deira faz o homem prostrar-sediante da divindade”, declarouFrançois-Marie Voltaire. A “falsaciência” a que se referiu Voltairesempre irá se contradizer, ao ne-gar o princípio de tudo quantoexiste, a presença de uma inteli-gência suprema e sua força cria-dora, onipotente. Essa força pal-pita desde os primórdios magné-ticos do domínio subatômico atéas mais distantes constelações doespaço infinito.

À vista do exposto, não tardaráque cientistas e sacerdotes desis-tam do parecer que os faz acre-ditar que há entre a Ciência e Re-ligião uma barreira, essas duasordens de idéias oriundas de

proposições errôneas, unilateraise exclusivistas.3 Que as lentes hu-manas vasculhem com radiote-lescópios as ondas radiofônicasque percorrem o espaço; isso sóirá comprovar quão suprema einigualável é a sabedoria divina.

O pessoal do SETI encontrarámuito mais planetas como o nos-so. Eles se surpreenderão com osmais belos e interessantes orbestambém habitados por criaturasevoluídas sem que sejam fiéis ànossa imagem e semelhança. Issocorrigirá errôneos conceitos so-bre a origem do Universo e farácom que cientistas e religiosos securvem ante o divino poder ab-soluto e infinito. Os que teima-rem em não admitir o progresso,as luzes da ciência estarão sujei-tos ao descrédito, ao ridículo; amaioria não lhes dará ouvidos.

“Há muitas moradas na casade meu Pai”, disse o Mestre Jesus,e o Espiritismo confirma esse as-serto há cento e cinqüenta anos.4

Deus não cria coisas estéreis, etodos os astros têm seu valor, suaserventia, ainda que pareçamextintos, sem vida, no turbilhãoda imensidade cósmica.

Referências:1KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.

90. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007.

Questão 55.2______. A gênese. 52. ed. Rio de

Janeiro: FEB, 2007. Cap. VI, final da

nota de rodapé, p. 150-152.3______. O evangelho segundo o espiri-

tismo. 24. ed. de bolso. Rio de Janeiro:

FEB, 2007. Cap. X, item 8.4Idem, ibidem. Cap. III, itens 1 a 19.

20 Reformador • Setembro 2007 334466

Capa

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21Setembro 2007 • Reformador 334477

Esf lorando o EvangelhoPelo Espírito Emmanuel

“Mas os cuidados deste mundo, os enganos das riquezas e as ambições

doutras coisas, entrando, sufocam a palavra, que fica infrutífera.”

– JESUS. (MARCOS, 4:19.)

árvore da fé viva não cresce no coração, miraculosamente.

Qual acontece na vida comum, o Criador dá tudo, mas não prescinde do

esforço da criatura.

Qualquer planta útil reclama especial atenção no desenvolvimento.

Indispensável cogitar-se do trabalho de proteção, auxílio e defesa. Estacadas,

adubos, vigilância, todos os fatores de preservação devem ser postos em movimen-

to, a fim de que o vegetal precioso atinja os fins a que se destina.

A conquista da crença edificante não é serviço de menor esforço.

A maioria das pessoas admite que a fé constitua milagrosa auréola doada a

alguns espíritos privilegiados pelo favor divino.

Isso, contudo, é um equívoco de lamentáveis conseqüências.

A sublime virtude é construção do mundo interior, em cujo desdobramento cada

aprendiz funciona como orientador, engenheiro e operário de si mesmo.

Não se faz possível a realização, quando excessivas ansiedades terrestres, de par-

ceria com enganos e ambições inferiores, torturam o campo íntimo, à maneira de

vermes e malfeitores, atacando a obra.

A lição do Evangelho é semente viva.

O coração humano é receptivo, tanto quanto a terra.

É imprescindível tratar a planta divina com desvelada ternura e instinto enérgi-

co de defesa.

Há muitos perigos sutis contra ela, quais sejam os tóxicos dos maus livros, as opi-

niões ociosas, as discussões excitantes, o hábito de analisar os outros antes do auto-

-exame.

Ninguém pode, pois, em sã consciência, transferir, de modo integral, a vibração

da fé ao espírito alheio, porque, realmente, isso é tarefa que compete a cada um.

A

Fonte: XAVIER, Francisco C. Vinha de luz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 40, p. 99-100.

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22 Reformador • Setembro 2007 334488

Movimento Espírita co-memora 150 anos da pu-blicação inicial de O Livro

dos Espíritos, por Allan Kardec. Osespíritas sabem que Kardec é opseudônimo de Hippolyte LéonDenizard Rivail, professor francêsque se dedicou ao estudo dos fenô-menos espirituais no século XIX.

O recebimento do livrona França

O livro nasceu sob o signo dapolêmica, e, como tal, esgotou-serapidamente. A primeira edição eracomposta de três partes, intitula-das “Doutrina Espírita”, “Leis Mo-rais” e “Esperanças e Consolações”.

A segunda edição, publicada emmarço de 1860, base da maioria dastraduções brasileiras, foi uma am-pliação significativa da primeiraedição. Ela apresentava 1019 ques-tões feitas aos Espíritos, acrescidasde comentários, contra as 501questões da primeira edição. A pri-meira parte desdobrou-se em duas:“Causas Primeiras” e “Mundo Es-piritual ou dos Espíritos”.

Criticado por uns, elogiado poroutros, o livro coroa o projeto ori-ginal do Prof. Rivail de discutir fi-losoficamente com os Espíritos,

através de diferentes médiuns,questões de assuntos diversos, ca-pazes de circunscrever uma dou-trina que tratasse da origem, tra-jetória e destino dos Espíritos.

Os leitores cuidadosos verão que,na obra, os Espíritos dissertam so-bre temas caros à Filosofia e aos filó-sofos europeus do século XIX, o quetornou o livro singular entre a pro-dução espiritualista de seu tempo.

Como foi redigido O Livro dos Espíritos?

As principais fontes que temossão a Revista Espírita, publicadamensalmente por Kardec, e os tex-tos autobiográficos publicados nolivro Obras Póstumas, especialmen-te o que se intitula “A minha pri-meira iniciação no Espiritismo”.

Silvino Canuto Abreu é um dosautores brasileiros que tratou dotema com fontes privilegiadas. Eleteve acesso a documentos de Kar-dec, como a sua correspondência,ainda não publicada.

O Prof. Rivail se aproximou dosgrupos espíritas a convite de con-frades magnetizadores, emboranão acreditasse na manifestação deEspíritos. À sua época, já houveratido contato com sonâmbulos, que

eram pessoas que alteravam seuestado de consciência sob efeitodo magnetismo e eram capazes derelatar percepções que não seriampossíveis pela via dos sentidos, co-mo a realização de diagnósticos deórgãos internos dos consulentes.

Os médiuns norte-americanosestiveram na Europa e fizeram de-monstrações de fenômenos daschamadas “mesas girantes”. Canu-to Abreu afirma que antes de suapassagem, nos círculos de magne-tizadores, alguns fenômenos já ha-viam sido objeto de experimenta-ção com sonâmbulas francesas.

Rivail freqüentou grupos me-diúnicos que recebiam convidadosexternos. Impressionou-se com asinformações que os Espíritos tra-ziam através da psicografia mecâ-nica, observou outros tipos de me-diunidade, como a incorporação, osonambulismo mediúnico incons-ciente, a mediunidade auditiva e aclarividência, ao longo de seus es-tudos. Contudo, ele se incomoda-va com o caráter fútil das pergun-tas que eram dirigidas aos Espíri-tos em alguns destes círculos.

Os Espíritos incentivaram Rivaila empreender um projeto de pes-quisa sério, o que o levou a desen-volver uma metodologia própria

Como foi escritoO Livro dos Espíritos

OJÁ D E R SA M PA I O

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para fazer o diálogo com os Espí-ritos e redigir seu livro. Ele focali-zou suas questões em três grandestemas: a Filosofia geral, a Psicologiae a natureza do mundo invisível.1

As médiuns de Rivail

No princípio de seu trabalho,Rivail obteve muito material e tevea oportunidade de questionar di-versos Espíritos através da mediu-nidade de psicografia mecânica deCaroline e Julie Baudin. Em 1855,as jovens apresentavam, respectiva-mente, as idades de 16 e 14 anos.

Basicamente, Rivail preparava ostemas, desenvolvia perguntas emsua casa, multiplicava questões so-bre os temas, de forma a deixá--los claramente expostos, e os le-vava à residência das Baudin.

Elas psicografavam com o auxí-

lio de uma “corbeille toupie”,ou cesta-pião.2 As meninascolocavam a ponta dos dedosno corpo da cesta (as duas aomesmo tempo) e esta se mo-vimentava redigindo as res-postas às questões propostas,enquanto as jovens conver-savam assuntos diversos.3

Rivail formulava as per-guntas verbalmente e às ve-zes mentalmente,4 o que lhedava mais confiança na exis-tência de seres inteligentes,capazes de lhe perceber ospensamentos.

Os Espíritos incentivaramRivail a rever os conteúdos e ele re-solveu submeter os textos a outrosmédiuns. A terceira principal mé-dium da construção da primeira

edição de O Livro dos Espíritos foiRuth Celine Japhet, que concedeua Rivail, a pedido dos Espíritos, ses-sões sem público, voltadas à revi-são do texto do livro nascente.

Canuto Abreu afirma que Kar-dec incentivou posteriormente asmédiuns a escreverem com penade pato, o que aumentou a capaci-dade de produção mediúnica.

Além das três médiuns, Kardecincluiu textos recebidos por corres-pondência ou de círculos que visi-tou5 e contou com a colaboração deoutros médiuns,6 em menor escala.

[...] da fusão de todas as respos-

tas, coordenadas, classificadas e

Cena do filme O Espiritismo de Kardec aosdias de hoje, do DVD editado pela FEB

1KARDEC, Allan. Obras póstumas. 39. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2006. “A minha pri-meira iniciação no Espiritismo”, p. 300.

2O leitor interessado encontrará descri-ções detalhadas das cestas e pranchetasutilizadas à época no capítulo XIII de Olivro dos médiuns.

3KARDEC, Allan. Obras póstumas. 39. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2006. “A minha pri-meira iniciação no Espiritismo”, p. 297.

4Op. cit., p. 298.

5KARDEC, Allan. Revista espírita. 4. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2005. Janeiro de 1858,p. 59.

6______. Obras póstumas. 39. ed. Rio deJaneiro: FEB, 2006. “A minha primeira ini-ciação no Espiritismo”, p. 301.

Silvino Canuto Abreu teve acesso a váriosdocumentos de Kardec

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muitas vezes retocadas no silên-

cio da meditação, foi que elabo-

rei a primeira edição de O Livro

dos Espíritos, entregue à publi-

cidade em 18 de abril de 1857.7

Rivail não publicou o nomedos médiuns e os protegeu do pú-blico o quanto pôde. O assédio eperseguições sofridos pelas irmãsFox, nos Estados Unidos, parecemter sido uma das razões de tantozelo com a identidade das jovens.Ele, mesmo adotando pseudôni-mo, não seria, contudo, poupado.

Uma curiosidade: a médiumErmance Dufaux não participouda primeira edição de O Livro dosEspíritos, embora seus trabalhosestejam presentes em quase todosos exemplares da Revista Espíritade 1858. Canuto Abreu8 escreve

que ela teria sido apresentada aRivail no período do lançamentode O Livro dos Espíritos.

O Método de Kardec

Por que Rivail fez as mesmasperguntas para médiuns diferen-tes, por que submeteu o texto àapreciação de diferentes Espíritosantes de publicá-lo?

Este é o cerne do método de-senvolvido por ele para o inter-câmbio com o mundo espiritual.

Em primeiro lugar, Kardec nãoconsiderava os Espíritos como re-veladores,9 mas como fontes deinformação. Pessoas desencarna-das, com maior ou menor capaci-dade de explicação de sua realida-de, mais ou menos ligadas àscrenças que defendiam antes da

morte. Pode-se dizer que, noentendimento de Kardec, é ne-cessária uma análise o maisampla e franca possível daqui-lo que é produzido pelos mé-diuns, seja pelas limitaçõesdos Espíritos, seja pelas limita-ções dos próprios médiuns.

Este segundo ponto é umadas razões pelas quais Kardecconfirmava informações ob-tidas por médiuns intuitivoscom médiuns mecânicos. Umavez que o fenômeno se dá commenor influência das idéiaspróprias do médium mecânico(recorde-se que as meninasconversavam enquanto a ces-

ta escrevia frases de conteúdo di-verso), o Codificador os conside-ra importantes para o trabalhode revisão. As reservas de Kardecà produção mediúnica dos mé-diuns intuitivos são conhecidas.Ele escreve que: “São muito co-muns, mas também muito sujei-tos a erro, por não poderem, mui-tas vezes, discernir o que provémdos Espíritos do que deles pró-prios emana”.10

Uma terceira característica dométodo de Rivail é o diálogo so-crático com os Espíritos. Rivailmultiplica perguntas e usa a razãocomo instrumento para separar asrespostas gratuitas daquelas ela-boradas e encadeadas com lógica.

Rivail conhece bem as limita-ções da mediunidade. Em um tex-to intitulado “Contradições na

24 Reformador • Setembro 2007 335500

10 KARDEC, Allan. O livro dos médiuns.79. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap.XXVI, item 191, p. 244.

7Op. cit., p. 301.

8Cf. O livro dos espíritos e sua tradição his-tórica e lendária.

9KARDEC, Allan. Obras póstumas. 39. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2006. “A minhaprimeira iniciação no Espiritismo”, p. 300.

Kardec observando o fenômeno das mesas girantes (Cena do filmeO Espiritismo de Kardec aos dias de hoje, do DVD editado pela FEB)

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linguagem dos Espíritos”11 ele re-laciona os seguintes pontos:

1. O grau de ignorância ou de

saber dos Espíritos aos quais

nos dirigimos;

2. O embuste dos Espíritos in-

feriores que, tomando nomes

sob empréstimo, podem dizer,

por malícia, ignorância e mal-

dade, o contrário do que disse

alhures o Espírito cujo nome

usurparam;

3. Os defeitos pessoais do mé-

dium, que podem influir sobre

a pureza das comunicações e

alterar ou modificar o pensa-

mento do Espírito;

4. A insistência para obter uma

resposta que um Espírito recusa

dar, e que é transmitida por um

Espírito inferior;

5. A própria vontade do Espíri-

to, que fala segundo os tempos,

os lugares e as pessoas, e que

pode julgar conveniente não di-

zer tudo a toda gente;

6. A insuficiência da linguagem

humana para exprimir as coisas

do mundo incorpóreo;

7. A interpretação que cada um

pode dar a uma palavra ou ex-

plicação, conforme suas idéias

e preconceitos, ou o ponto de

vista sob o qual encaram as

coisas.

Mesmo limitada, a mediuni-dade é o único meio de comuni-cação de que dispomos e Rivaildispunha em seu tempo com osEspíritos. Seus cuidados possi-bilitam a obtenção de um co-nhecimento de qualidade supe-rior. Os cuidados com O Livrodos Espíritos influenciaram asobras posteriores que lhe foramum “desenvolvimento de assun-tos específicos”, tratados de ma-neira geral no coração da Codi-ficação.

25Setembro 2007 • Reformador 335511

11 KARDEC, Allan. Revista espírita. 4. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2005. Agosto de 1858,p. 334.

Compras na Terra o pão e a vestimenta, o calça-do e o remédio, menos a paz.

Dar-te-á o dinheiro residência e conforto, comexceção da tranqüilidade de espírito.

Eis por que nos recomenda Jesus venhamos adizer, antes de tudo, ao entrarmos numa casa: “pazseja nesta casa”.

A lição exprime vigoroso apelo à tolerância e aoentendimento.

No limiar do ninho doméstico, unge-te de com-preensão e de paciência, a fim de que não penetreso clima dos teus, à feição de inimigo familiar.

Se alguém está fora do caminho desejável ou sete desgostam arranjos caseiros, mobiliza a bon-dade e a cooperação para que o mal se reduza.

Se problemas te preocupam ou apontamentos

te humilham, cala os próprios aborrecimentos,limitando as inquietações.

Recebe a refeição por bênção divina.Usa portas e janelas, sem estrondos brutais.Não movas objetos, de arranco.Foge à gritaria inconveniente.Atende ao culto da gentileza.Há quem diga que o lar é o ponto de desabafo,

o lugar em que a pessoa se desoprime. Reconhe-cemos que sim; entretanto, isso não é razão paraque ele se torne em praça onde a criatura se ani-malize.

Pacifiquemos nossa área individual para que aárea dos outros se pacifique.

Todos anelamos a paz do mundo; no entanto, éimperioso não esquecer que a paz do mundo partede nós.

Paz em casa“Em qualquer casa onde entrardes, dizei

antes: ‘paz seja nesta casa’.”

(LUCAS, 10:5.)

EmmanuelFonte: XAVIER, Francisco C. Luz no lar. Por Diversos Espíritos.10. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 62, p. 158-159.

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ucas foi o único evangelistaa registrar a presença de Je-sus, aos doze anos, assenta-

do no meio dos mestres, no Tem-plo de Jerusalém, ouvindo-os e in-terrogando-os, conforme relata nocapítulo 2 de seu Evangelho. Qua-se dezenove séculos depois, emParis, o pintor francês Jean-Au-guste-Dominique Ingres (1780--1867) iria imortalizar na tela afamosa passagem evangélica.

Era o ano de 1862. Mal sabiaele que, no recesso de seu ateliê,enquanto pincelava em silêncioa tela que ficaria mundialmenteconhecida como “Jesus entre osDoutores”, estava sendo observa-do por um Espírito que tambémfora pintor quando encarnado,chamado Davi, provavelmente omesmo mestre do classicismoque lhe ensinara, em 1797 –quando Ingres contava apenas17 anos –, os rudimentos de suabela arte.1

Esse acontecimento ensejaria a

publicação de uma bela página naRevista Espírita de junho de 1862.2

Allan Kardec informa, nessa pá-gina, que a Sra. Dozon, sua colegada Sociedade Espírita de Paris,recebeu uma comunicação espon-tânea em casa, em 9 de abril docitado ano, de uma entidade queassinou o nome “Davi, pintor”.

Reportando-se ao tema evangé-lico “O menino Jesus encontradopor seus pais pregando no Templo,entre os doutores”, disse o Espíritoque este foi o motivo de uma telainspirada a um dos maiores pinto-res daquele tempo. Nesse quadro,onde brilhava a “[...] luz que Deusdá às almas para as esclarecer e asconduzir às regiões celestes [...]”, oartista executara, inconsciente-mente, uma ordem da Supremavontade. E da multidão que o con-templasse depois de pronto, pa-rando emocionada diante dessa fi-gura do Jesus menino, mais de umcoração seria conduzido ao pé dacruz.

O comunicante antecipa quetudo merece ser admirado naobra-prima de Ingres:

Vós o apreciareis um dia; eu vi

as primeiras pinceladas sobre es-

sa tela bendita. Vi surgirem, uma

a uma, as figuras, as poses dos

doutores; vi o anjo protetor de

Ingres, inspirando-o, fazer cair

os pergaminhos das mãos de

um desses doutores. Meu Deus,

aí se encontra toda uma revela-

ção! Essa voz de criança des-

truirá também, uma a uma, as

leis que não são suas. (Op. cit.)

Kardec opina

Nem a médium nem seu maridotinham ouvido falar desse quadro.Dos artistas consultados, nenhumtomara dele conhecimento. O dita-do mediúnico poderia ser, portan-to, uma mistificação. A melhor ma-neira de esclarecer a dúvida seriaprocurar pessoalmente o artista, pa-ra saber se ele se ocupara do assun-to. Dessa missão foi incumbido oSr. Dozon. Ao entrar no ateliê, viuo quadro recém-acabado, com astintas frescas, ainda desconhecido

O menino Jesusno Templo

LMÁ R I O FR I G É R I

1Gênios da Pintura. Neoclássicos, Român-ticos e Realistas. Abril Cultural, 1980.p. 117/8.

2KARDEC, Allan. Revista espírita. 2. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2006. Junho de1862, p. 246-250.

26 Reformador • Setembro 2007 335522

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do público. E o mais notável de tu-do é que a revelação espiritual erade uma exatidão admirável: tudoestava ali retratado, exatamente co-mo o Espírito dissera.

Quando o quadro foi expostonuma sala do Boulevard des Ita-liens, o eminente Codificador doEspiritismo foi vê-lo e admirá-lo,registrando, mais tarde, que elerepresentava uma das páginasmais sublimes da pintura de seutempo. “[...] Mas o que dele fazuma obra-prima invulgar [acres-

centa] é o sentimento que aí do-mina, a expressão, o pensamentoque brota de todas essas figuras,sobre as quais é possível ler a sur-presa, a estupefação, a comoção, adúvida, a necessidade de negar, airritação por se ver abatido poruma criança. Tudo isto é tão ver-dadeiro, tão natural, que começa-mos a pôr palavras em cada boca.Quanto à criança, é de um idealque deixa muito para trás tudoquanto já foi feito sobre o mesmoassunto. Não é um orador que fala

aos seus ouvintes; nem mesmo osolha: nele adivinhamos o órgão deuma voz celeste.” (Op. cit.)

Consultado, o pintor revelou“que não tinha composto essequadro em condições ordinárias;disse tê-lo começado pela arquite-tura [...]”, o que não era de seu fei-tio, e que as várias personagensque o compõem vinham posicio-nar-se espontaneamente sob o seupincel, sem que houvesse preme-ditação de sua parte para essearranjo.

Quadro pintado por Dominique Ingres: “Jesus entre os Doutores”

27Setembro 2007 • Reformador 335533

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Triunfo do Espiritualismo

Quando o fato foi relatado naSociedade Espírita de Paris, o Es-pírito Lamennais se manifestoupara dizer “[...] que a espirituali-dade e os movimentos da almaconstituem a fase mais brilhanteda arte [...]”. Revelou ainda que,“[...] em sua obra, Ingres não sónos mostra o estudo divino doartista, mas, também, a sua maispura e ideal inspiração [...] a idea-lidade haurida na natureza sim-ples, verdadeira e, por conseguin-te, bela em toda a acepção do ter-mo [...]”. E conclui:

[...] Nós, Espíritos, aplaudimos

as obras espiritualistas, assim

como censuramos a glorificação

dos sentimentos materiais e de

mau gosto. É uma virtude sentir

a beleza moral e a beleza física

nesse ponto; é a marca certa de

sentimentos harmoniosos, no

coração e na alma; e, quando o

sentimento do belo se desenvol-

ve a esse ponto, é raro que o

sentimento moral também não

o seja. É um grande exemplo o

desse velho de oitenta anos que,

no seio de uma sociedade cor-

rompida, representa o triunfo

do espiritualismo, com o gênio

sempre jovem e sempre puro da

fé. (Op. cit.)

Pesquisando na Internet, tive-mos o imenso prazer de localizara famosa tela de Ingres. A sensa-ção de estar contemplando omesmo quadro que suscitou tan-ta admiração em Kardec, levou--nos à composição do seguintepoema:

Jesus entre os Doutores

Ei-lo no Templo, Jesus, um menino,Dando aos Doutores a excelsa lição,E sobrepondo à humana argüiçãoA intensa luz de Seu Verbo divino.

Na face deles é enorme a emoção,Em cada olhar há surpresa ante o ensino;Vede que tomba das mãos dum rabinoA antiga Lei de Moisés pelo chão!

Entre uma e outra sutil pincelada,Ingres medita e, de alma inspirada,Susta no ar o pincel em fulgores...

Mas finda a obra e desfeito esse espanto,A tela mostra, sublime, o encanto

Do Cristo jovem pregando aos Doutores.

Três dias depois o achara, no templo, assentado no meio dos mestres, ouvindo-os e interrogando-os.

(Lucas, 2:46.)

ra, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da

Páscoa.

E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o cos-

tume do dia da festa.

E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino

Jesus em Jerusalém, e não o souberam seus pais.

Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho,

andaram caminho de um dia e procuravam-no entre os parentes e

conhecidos.

E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca

dele.

E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assen-

tado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.

E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e

respostas. [...]

O menino Jesusno meio dos doutores

Fonte: Evangelho segundo Lucas, capítulo 2, versículos 41 a 47.

O

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palavra razão (do latimratio) é interpretada comofaculdade humana que

possui a capacidade de raciocinar,apreender, compreender, ponde-rar e julgar. Sinônima de inteli-gência, a razão é apontada pela Fi-losofia como orientadora da con-duta humana através da qual, peloraciocínio, pode o homem mani-festar a essência da sua inteligên-cia, sempre que se apóie nos ins-trumentos lógicos da prova e daargumentação.

A racionalidade filosófica de-fende o controle exclusivo da ra-zão no entendimento da verdade,justificando que somente a inteli-gência consegue identificar as qua-lidades primárias ou essenciaisdos objetos. Faz oposição à imagi-nação por considerá-la limitada,apta a captar apenas as qualidadessecundárias dos objetos, com au-xílio dos órgãos sensoriais. No sé-culo dezoito, os filósofos raciona-listas defendiam a tese de que aimaginação distorcia a realidade,a própria essência das coisas, por

representar os objetos de maneiraobscura e confusa, enquanto a ra-zão o fazia de maneira clara e dis-tinta. René Descartes procurouconstruir uma ponte entre as idéiasreinantes, apesar de suasinterpretações mostraremforte apelo racional. Se-gundo ele, no conheci-mento há apenas queconsiderar dois pon-tos, a saber: o quenós conhecemos e oobjeto a ser conheci-do. Em nós, há so-mente quatro faculdadesque nos podem servir para esseuso: são a inteligência, a imagina-ção, os sentidos e a memória.1

A situação é diferente, hoje,porque a imaginação é considera-da base da criatividade que, porsua vez, pode demonstrar a verda-de ou a realidade de forma atémais completa que a razão. É pre-ferível concluir que não há facul-dade mais importante que ou-tra. Todas são úteis e ser-vem aos propósitos do de-

senvolvimento intelectual e moraldo Espírito.

A doutrina filosófica, que defi-ne a razão como guia se-

guro e orientador daconduta huma-

na, em todosos campos

A

Em dia com o Espiritismo

Fundamentos darazão humana

MA RTA AN T U N E S MO U R A

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do saber, tem como fundamentos aindagação e a investigação, refe-renciais da metodologia científica.O primeiro fundamento estimula oraciocínio, o segundo trabalha asevidências. Trata-se, a rigor,de dou-trina de natureza estóica – escolahelênica de idéias ecléticas predo-minantes nos cinco primeirosséculos d.C. – que considerava arazão como força que liberta o ho-mem dos preconceitos, dos mitose das falsas opiniões enraizadas.Ensinava, igualmente, que somen-te a razão pode controlar as pai-xões animalizadas presentes nanatureza humana. (DIÓGENES, L.:Vitae et placita philosophorum.VII.)

Platão e Aristóteles enfatizavama importância de fazer distinçãoentre razão e sensibilidade, fontebásica do conhecimento comum.(PLATÃO: Fedro. 83a; ARISTÓTE-

LES: Metaphysica. I, 1, 980b-26.)Lembrando Sócrates, Platão acres-

centa que é preciso buscar aÉtica da Razão, ou seja, não se

deixar iludir pelas aparências ousimulacros do conhecimento. ParaSanto Agostinho, razão é força cria-dora do mundo humano: inventoua linguagem, a escrita, o cálculo, asartes, as ciências; é o que de imortalexiste no ser humano. (De ordine.II, 19, 50.)

O pensamento aristotélico ensi-na que somente a essência da razãopossui atributos para perceber averdade ou a realidade, por ser algoinerente no ser humano e que po-de ser desenvolvido pela educação.Tal conceito passou a ser denomi-nado autoconsciência ou consciên-cia racional, a partir do século de-zenove. Os filósofos que defende-ram (e defendem) essa ordem deidéias estavam convictos de que ainteligência tem a exclusiva capaci-dade para discernir entre o certo eo errado.2

A idéia da autoconsciência, to-davia, nos reporta a Sócrates, queentende ser a razão o logos, isto é,o diálogo permanente que conduzao conhecimento de si mesmo eà essência das coisas. Em resposta àquestão 919a de O Livro dos Espí-ritos, Santo Agostinho ensina comodesenvolver a autoconsciência:

Fazei o que eu fazia, quando vi-

vi na Terra: ao fim do dia, inter-

rogava a minha consciência,

passava em revista ao que fizera

e perguntava a mim mesmo se

não faltara a algum dever, se nin-

guém tivera motivo para de mim

se queixar.

....................................................

Examinai o que pudestes ter

obrado contra Deus, depois

contra o vosso próximo e, final-

mente, contra vós mesmos. As

respostas vos darão, ou o des-

canso para a vossa consciência,

ou a indicação de um mal que

precise ser curado.

O conhecimento de si mesmo é,

portanto, a chave do progresso

individual. [...] Quando estiver-

des indecisos sobre o valor de

uma de vossas ações, inquiri co-

mo qualificaríeis se praticada

por outra pessoa. Se a censurais

noutrem, não na podereis ter por

legítima quando fordes o seu

autor [...].3

Razão, segundo o Espiritismo,é conquista da mente humana,“[...] o campo de nossa consciên-cia desperta, na faixa evolutiva emque o conhecimento adquiridonos permite operar”.4 Por ser con-cessão divina, a razão regula aevolução do Espírito que, em suapassagem pelos reinos inferioresda Natureza, “[...] viajou do sim-ples impulso para a irritabilida-de, da irritabilidade para a sensa-ção, da sensação para o instinto,do instinto para a razão [...]”.5

Nesse processo, “[...] o cérebro éo aparelho da razão [...]”,6 onde amente se manifesta.5

Os Espíritos orientadores es-clarecem que a razão não é guiainfalível, porque, sendo imper-feito o Espírito, também é im-perfeita a sua inteligência (ra-zão): “Seria infalível, se não fossefalseada pela má-educação, peloorgulho e pelo egoísmo. [...] a ra-zão permite a escolha e dá ao ho-

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mem o livre-arbítrio”.7 Assim, oaperfeiçoamento da razão decor-re do progresso do Espírito que,tornando-se melhor, aprende aguiar-se pelo bom senso, que éo uso criterioso ou ponderadoda razão. Em síntese, “[...] a ra-zão e a vontade, o conhecimentoe o discernimento entram emfunção nas forças do destino,conferindo ao Espírito as respon-sabilidades naturais que devepossuir sobre si mesmo [...]”.8

Por último, importa conside-rar que a razão é continuamenteinfluenciada por outros valorespresentes na mente espiritual.Não atua nem desenvolve isola-damente. A influência recíprocavibra em todos os instantes da vi-da e em todos os pontos do Uni-verso, de forma que o uso dolivre-arbítrio de alguém repercu-te na existência de outras pessoas.Tudo se desloca e renova sob osprincípios de interdependência erepercussão. O reflexo esboça aemotividade. A emotividade plas-ma a idéia. A idéia determina aatitude e a palavra que comandamas ações.4 É natural, pois, que arazão seja diretamente contraba-lanceada pelo sentimento, a fimde que ocorra a evolução inte-gral do Espírito. [...] A razão semo sentimento é fria e implacávelcomo os números, e os números po-dem ser fatores de observação ecatalogação da atividade, mas nun-ca criaram a vida. A razão é umabase indispensável, mas só o senti-mento cria e edifica. É por esse mo-tivo que as conquistas do humanis-mo jamais poderão desaparecer nos

processos evolutivos da Humani-dade.9

Referências:1DESCARTES, R. Regras para a orientação

do espírito. Tradução de Maria Ermantina

Galvão. São Paulo: Martins Fontes. Regra

XII, p. 73.2ABBRAGNANO, Nicola. Dicionário de filo-

sofia. Tradução de Alfredo Bosi e Ivone

Castilho Benedetti. 4. ed. São Paulo: Mar-

tins Fontes, 2000. p. 827-828.3KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tra-

dução de Guillon Ribeiro. 89. ed. Rio de

Janeiro: FEB, 2007. Questão 919a.4XAVIER, Francisco C. Pensamento e vida.

Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Ja-

neiro: FEB, 2006. Cap. 1, p. 12.5______. No mundo maior. Pelo Espírito

André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB,

2006. Cap. 4, p. 68.6______. Os mensageiros. Pelo Espírito

André Luiz. 43. ed. Rio de Janeiro: FEB,

2006. “Os mensageiros”, p. 7.7KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.

Tradução de Guillon Ribeiro. 89. ed. Rio

de Janeiro: FEB, 2007. Questão 75a.8XAVIER, Francisco C. Ação e reação. Pelo

Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janei-

ro: FEB, 2004. Cap. 7, p. 112.9______. O consolador. Pelo Espírito Em-

manuel. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004.

Questão 198.

5o Congresso Espírita Mundial O 5o Congresso Espírita Mundial ocorrerá em Cartagena de

Índias (Colômbia), de 10 a 13 de outubro de 2007, promovido

pelo Conselho Espírita Internacional e realizado pela Confedera-

ção Espírita Colombiana, com o apoio da Federação Espírita da

Costa Atlântica. O Congresso terá como sede o Centro de Con-

venções de Cartagena de Índias, junto ao Centro Histórico da tra-

dicional cidade caribenha. A programação deste evento – disponí-

vel nas páginas eletrônicas da FEB, do CEI e do Congresso –, tem

como tema central “Doutrina Espírita: 150 Anos de Luz e Paz” e

será a comemoração mundial dos 150 anos de publicação de

O Livro dos Espíritos – o Sesquicentenário da Doutrina Espírita.

As inscrições podem ser realizadas por meio da página eletrôni-

ca: www.consejoespirita.com/portal, assim como o seu pagamen-

to, por transferência bancária ou por cartão de crédito. A inscrição

pode ser feita, no Brasil, enviando sua solicitação e pagamento à

Secretaria Geral do CEI, pelo e-mail: [email protected] Mais

informações podem ser obtidas nas páginas eletrônicas da FEB:

www.febnet.org.br, do CEI: www.spiritist.org, do Congresso:

www.consejoespirita.com; e pelos correios eletrônicos: 5congre-

[email protected]; [email protected]

31Setembro 2007 • Reformador 335577

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ob a direção de Affonso Soares, realizou-seem 10 de julho passado, na Sede Seccionalda FEB, no Rio de Janeiro, um evento de ca-

ráter esperantista-espírita, incluído na programa-ção do 42o Congresso Brasileiro de Esperanto,ocorrido de 8 a 13 do mesmo mês.

O rico e edificante conteúdo do encontro na Av.Passos teve como ponto alto a palestra do presidenteNestor João Masotti sobre o tema “Evangelho, Espi-ritismo, Esperanto – FEB e Lorenz de mãos dadas”.

Páginas do mundo espiritual sobre a Língua In-ternacional Neutra – Preparação do Porvir, de AbelGomes, ditada a Chico Xavier, e Esperanto, ditadapelo poeta Castro Alves ao citado médium –, foramapresentadas, respectivamente, por João da SilvaSantos e Neide de Barros Rego; a bela poesia Quan-ta Luz!, de Cenyra Pinto, foi cantada pela mesmaNeide, poetisa, declamadora e cantora; e uma sig-nificativa mensagem do Dr. Renato Corsetti, pre-sidente da Associação Universal de Esperanto

(Rotterdam, Holanda) deram especial colorido à fes-ta de congraçamento em que, efetivamente, se cons-tituiu aquele momento na Avenida Passos.

Por revestir caráter especial, aqui transcrevemosa mensagem do Dr. Renato Corsetti:

“Prezado Nestor Masotti, queridos participantesda reunião ‘Evangelho, Espiritismo, Esperanto –FEB e Lorenz de mãos dadas’.

Devo confessar que me sinto muito pequeno diantede vocês e das atividades que realizam. Num certo sen-tido, os esperantistas, como tal, são pessoas de apenasuma dimensão: a lingüística. Eu mesmo me empenhoem conhecer tudo sobre línguas e seu funcionamento,e provavelmente por isso não alcanço outros elemen-tos que constituem o ser humano, elementos tão im-portantes, ou mesmo mais importantes do que os denatureza lingüística. Por essa razão, sempre tenho, enão apenas faço divulgar, um grande respeito por pes-soas e por movimentos de natureza espiritual como o

Evangelho � Espiritismo �Esperanto, na FEB-Rio

SMesa diretora composta por Danilo Villela, Nestor Masotti, Affonso Soares e Robinson Mattos

32 Reformador • Setembro 2007 335588

A FEB e o Esperanto

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de vocês, que in-vestigam outrasdimensões damente huma-na e auxiliamcriaturas em

outros campos,que não apenas olingüístico.

Por outro lado,o Esperanto é ummaravilhoso ins-

trumento de intercomunicação que possibilita aos es-perantistas-espíritas do Brasil difundir pelo mundo in-teiro informações sobre o trabalho que vocês realizam.

Na comunidade do Esperanto, o Espiritismo é co-nhecido e respeitado. Constitui-se em parte inte-grante de nossa cultura. O mesmo, entretanto, não sepode dizer sobre boa parte da sociedade aqui naEuropa. Faço votos para que tal situação se modi-fique no futuro. Na Itália, por exemplo, a existênciado Espiritismo não é conhecida.

A Sociedade Lorenz, com que tenho tido o prazerde colaborar durante um longo tempo, possui to-dos os méritos pela divulgação do Espiritismoentre os esperantistas. Espero que ela continue a aju-dar os espíritas brasileiros a levarem sua mensagemde paz e fraternidade ao mundo. Nunca o mundoprecisou tanto e com tanta urgência dessa men-sagem, e não vejo à minha volta outros que possamdivulgá-la com sinceridade, a não ser, evidentemen-te, os próprios esperantistas.

Desejo a todos uma boa colaboração aos nossosmovimentos por um mundo melhor”.

Compuseram a Mesa diretora dos trabalhos, alémdo diretor Affonso Soares e do presidente NestorMasotti, os confrades Robinson Mattos, presidenteda Societo Lorenz, e Danilo Villela, presidente do LarFabiano de Cristo, os quais dirigiram suas saudaçõesem nome das respectivas entidades.

Em sua fecunda alocução, opresidente Masotti dis-correu sobre os trêsideais que estarãonas bases da No-va Era, enfati-zando-lhes afecunda asso-ciação nas ati-vidades do Mo-vimento Espíritano Brasil, ao mes-mo tempo que evi-denciou os serviçosque a Língua Inter-nacional Neutra tem prestado na disseminação dosprincípios da Doutrina em diversas regiões do Planeta.

Ao final, ouviu-se, cantado pelos participantes –cerca de 400 pessoas – o poema La Espero (A Esperan-ça), da autoria do criador do esperanto, Lázaro LuísZamenhof, o qual, musicado pelo esperantista francêsFélicien Menu de Ménil (1860-1930), consagrou-secomo o hino do Movimento Esperantista mundial.

Neide de Barros Rego

João da Silva Santos

Aspecto parcial do público

33Setembro 2007 • Reformador 335599

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34 Reformador • Setembro 2007 336600

llan Kardec, em O Livro dosMédiuns, cap. XXIV, item255, ensina-nos:

A questão da identidade dos Es-

píritos é uma das mais contro-

vertidas, mesmo entre os adep-

tos do Espiritismo. É que, com

efeito, os Espíritos não nos tra-

zem um ato de notoriedade e sa-

be-se com que facilidade alguns

dentre eles tomam nomes que

nunca lhes pertenceram. Esta,

por isso mesmo, é, depois da ob-

sessão, uma das maiores dificul-

dades do Espiritismo prático.

Todavia, em muitos casos, a

identidade absoluta não passa

de questão secundária e sem

importância real.

Mais adiante, no item 267,subitens 2o, 1o, 9o, 8o e 10o, o Codi-ficador resume os meios de se re-conhecer os Espíritos, com base nobom senso e na retidão do juízo.Afirma ele:

Apreciam-se os Espíritos pela

linguagem de que usam e pelas

suas ações. [...]

Não há outro critério. [...]

....................................................

Os Espíritos superiores se expri-

mem com simplicidade, sem

prolixidade. [...]

Reconhecem-se ainda os Espíri-

tos levianos, pela facilidade com

que predizem o futuro e precisam

fatos materiais de que não nos é

dado ter conhecimento. [...]

....................................................

Os bons Espíritos nunca orde-

nam; não se impõem, aconse-

lham e, se não são escutados,

retiram-se. [...]

Um outro famoso pesquisadordos fenômenos espíritas ou psíqui-cos foi o francês Alfred Erny. Escre-veu ele em seu livro O PsiquismoExperimental, Ed. FEB, cap. IX, “Aidentidade dos Espíritos”:

Eis uma das mais difíceis ques-

tões para todos os que estudam

os fenômenos psíquicos e as

relações dos homens com os

desencarnados.

A respeito do mesmo assunto,eis o que escreveu o notável escri-tor, jornalista e publicista inglêsWilliam Thomas Stead, desencar-nado em 1912, quando do naufrá-gio do transatlântico “Titanic” (NoInvisível, Léon Denis, cap. XXI, p.328, Ed. FEB):

Durante semanas e meses antes

da morte de meu irmão, conver-

sávamos acerca da comunhão

dos Espíritos, quando [...] me pe-

diu ele que lhe desse um pedaço

de louça de barro, pena e tinta.

Fez duas marcas a tinta num dos

lados e uma no outro; quebrando

em seguida em dois o fragmento

de barro, deu-me um dos peda-

ços [...] escondeu o outro num

lugar somente dele conhecido, na

intenção de me vir, depois de sua

morte, revelar onde se achava. [...]

Tempos depois, o irmão deStead desencarnou e, numa sessãode fenômenos psíquicos, informouque o outro pedaço se encontravana gaveta de determinada escriva-ninha. Aberta a mesma, lá estava ooutro pedaço, que se adaptava per-feitamente à parte guardada pelopesquisador.

Em seu livro A Alma é Imortal,cap. IV, item Estudo sobre a identi-dade dos Espíritos, p. 275-276, Ed.FEB, Gabriel Delanne afirma, es-clarecendo o assunto:

[...] no estado atual dos nossos

conhecimentos, cremos que a

identidade de um Espírito se

acha perfeitamente estabelecida

quando ele se mostra a atuar,

materializado, numa forma idên-

tica à que teve outrora o seu

corpo físico.

É o caso de Estela Livermore e de

muitos outros Espíritos [...].

Em verdade, o que nos falta éaprofundarmo-nos no conheci-mento da Doutrina dos Espíri-tos, a Terceira Revelação de Deusaos homens, o Consolador pro-metido por Jesus.

Identidade dos Espíritos

ARI L D O G. MO U TA

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35Setembro 2007 • Reformador 336611

Reformador de ontem

e repente, despertou no mundo inteiro umaaguda consciência do problema da poluição.Descobriram, afinal, os homens, que estão en-

venenando de mil formas diferentes o planeta emque vivemos. Os mares, que abrigaram as primeirasformas de vida e que seguiram, através dos milêniossem conta, estimulando e sustentando a vida em suasmúltiplas manifestações, converteram-se, nas déca-das finais deste século [XX], em vastíssimas e mudaslatas de lixo, onde os rios também poluídos despe-jam, a cada minuto, quantidades incalculáveis de de-tritos, tóxicos e podridão.

Nas grandes cidades, está poluído o ar que respi-ramos. Partículas invisíveis de venenos de toda sortebóiam na atmosfera e invadem-nos o organismo in-defeso. O motor a explosão, base de todo o sistemade transporte moderno, expele, dia e noite, largasquantidades de gases de alto poder tóxico. São aindaesses motores infernais, que se tornaram pratica-mente indispensáveis ao fluxo e refluxo das massashumanas, que vieram agravar o calamitoso proble-ma do ruído urbano. Essa nova forma de poluição,chamada auditiva, nos atormenta de dia e nos ener-va de noite, precipitando desarranjos psíquicos já desi tão comuns nos seres que vivem sob a terrível pres-são das tensões embutidas no mecanismo da vidamoderna em sociedade.

Até os alimentos que ingerimos trazem taxas ele-vadas de substâncias maléficas, absorvidas da atmos-fera ou projetadas sobre as plantas para as defende-rem de insetos e larvas. É que a civilização, há longotempo, começou a perturbar o equilíbrio renovadordas leis naturais, na ingênua, perigosa e irresponsá-vel ilusão de corrigir a obra de Deus.

As chaminés das usinas contaminam os ares, en-

quanto suas tubulações de descarga de rejeitos infec-tam os rios. Além disso, circulam em torno de nós, emtodo o espaço aéreo que nos envolve, radiações terrí-veis desprendidas das experiências atômicas, nas quaisse ensaiam as dantescas matanças do futuro. Um cien-tista americano dizia há pouco, a um jornalista, queserão necessários de seis a dez séculos para se esgotaro poder destruidor dos refugos radiativos resultantesda fabricação de armas nucleares. Esses refugos sãoguardados em tanques de aço e envolvidos em argi-la para não afetarem os organismos vivos.

Junte-se a tudo isso o “background” de interessescomerciais irredutíveis e impiedosos que não abdi-cam, por um instante, à fúria incontida de ganhar di-nheiro e teremos a imagem apocalíptica do mundoem que vivemos. É aterradora, pois, a visão que pode-remos projetar do mundo que nos espera e aos nossosfilhos, mundo que a incúria humana deixará para asgerações que nos sucederem, até que as leis divinas doamor interfiram no processo de desagregação e espo-liação dos recursos naturais para o qual se arranjou onome tão sonoro, mas enganador, de civilização.

Há, porém, a outra face dessa deprimente meda-lha: a face espiritual que os cientistas humanos, sem-pre voltados para os aspectos materiais da vida, ain-da não aprenderam a sentir. Há também – e como! apoluição espiritual no mundo em que vivemos. Essanão a vemos, nem ouvimos, nem ingerimos ou res-piramos, mas está por toda a parte, à nossa volta, nosdramas espirituais que se desencadeiam nos doisplanos da vida. Espíritos e homens, envolvidos nosseus problemas e presos às suas paixões, aos seusódios e compromissos, atormentam-se mutuamente,num intercâmbio doentio que espalha radiaçõesperturbadoras.

O fantástico crescimento populacional da Terra –saltaremos de 3,6 bilhões para 6,2 bilhões até o fim

Poluição Espiritual

DJO Ã O M A RC U S*

*N. da R.: Pseudônimo de Hermínio C. Miranda.

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do século – convoca, neste final dos tempos, bilhõesde Espíritos que vagam pelas paragens infelizes domundo espiritual. Para aqui vêm renascer multidõesde seres desajustados, que carregam consigo umaatmosfera psíquica depressiva, a irradiar vibraçõesviciosas. Acompanham-nos comparsas desequilibra-dos, empenhados em partilharem os prazeres maisgrosseiros que o corpo físico possa proporcionar.Despreparados para as conquistas do Espírito, forado alcance, ainda, das injunções do amor verdadeiro,pobres irmãos desorientados, entregam-se desespe-radamente à trágica tarefa de transformar o corpofísico num instrumento de gozo. Não importa opreço que isso vai custar em angústias presentese futuras. Ignorando eles a realidade do mundo pós-tumo, a vida lhes parece apenas uma fração fugidiade tempo que é preciso “matar” e não aproveitar nodesenvolvimento das faculdades espirituais.

Nessa multidão aflita e em fuga, que desfila diantedos nossos olhos atônitos, figuram, por certo, muitostalentos genuínos cultivados em vidas inúmeras, quese foram e se perderam em experiências frustradas.Seguem buscando coisas que não sabem, sonhandosonhos que não se realizam, assistindo a uma vidaque não vivem, querendo ao mesmo tempo ser espec-tadoras e atores no imenso drama da existência.

Daí as drogas, instrumento de fuga, recurso finaldaqueles que não estão ainda armados espiritual-mente para enfrentar as lutas e as realidades do viverterreno, com suas dificuldades, suas conquistas, seutrabalho, suas alegrias, seu aprendizado, enfim. Todoesse pensamento tumultuado de pobres irmãos afli-tos, que nem sabem o que são e o que desejam, cir-cula pelos espaços, avolumando as vibrações pesadasdo desespero, dessa indefinível angústia que pesaespecialmente sobre aqueles que têm mais aguda asensibilidade psíquica.

Os mensageiros espirituais nos falam, com fre-qüência, das dificuldades que devem vencer os dedi-cados trabalhadores do bem que, em missões deamor e sacrifício, penetram nesta pesada atmosferapsíquica em que vivemos, para socorrer-nos, para tra-zer o consolo de sua presença, a certeza do seu afeto,a esperança de nossa redenção.

Nessas tarefas de profundo teor fraterno, encon-tram apoio nos núcleos espíritas, na prece desinte-ressada de todos aqueles que – espíritas ou não –aprenderam a estabelecer com Deus o diálogo doamor universal. É que para orar não precisamos denenhuma credencial senão a de sentir em nós, viva eatuante, uma partícula da luz divina que nos faz cria-turas do mesmo Pai, ovelhas do mesmo rebanho,com o mesmo destino de paz inscrito no futuro.

É bem verdade que viemos viver numa época difí-cil, na qual a poderosa máquina civilizadora criouuma nova esfinge a rosnar soturnamente a ameaçamultimilenar: Ou me decifras ou te devoro!

Quanto a nós, espíritas, é evidente que sentimosno fundo do ser a repercussão dessas dores e angús-tias da hora última, mas graças a Deus já sentimosdespertar a compreensão das leis divinas. Já sabemosque somos espíritos imortais e eternos, repetindo nomundo confuso de hoje, experiências que nos leva-rão ao planeta redimido de amanhã. O plano espiri-tual, na generosidade de seus mentores, sob a luzpoderosa do Cristo, colocou à nossa disposição umconhecimento que fortalece, porque nos ensina acompreender as crises que desatam a aceleração doprocesso evolutivo. Sabemos que precisamos serpacientes e tolerantes. Entendemos que é necessáriomantermo-nos em prece, servindo o quanto possí-vel, dentro das nossas próprias limitações e imperfei-ções. Não nos faltará, jamais, a proteção espiritualpara o trabalho honesto. Se a hora é difícil, grande éo nosso patrimônio espiritual, no conhecimento dasverdades eternas, diante das quais as angústias domomento são manchas de sombra num caminhoensolarado que nos leva à redenção espiritual.

Nada, pois, de temores. O mesmo Deus de amorque nos trouxe até estes dias tumultuados continua-rá a cuidar de nós todos, mesmo daqueles que seacham momentaneamente perdidos pelos atalhosperigosos da ilusão. Não nos deixemos contaminarpelo pessimismo, nem impressionar pela densa ondade poluição espiritual que se amplia sobre o planetaem que vivemos. Deus vela por todos nós.

Fonte: Reformador de abril de 1971, p. 22(90)-23(91).

36 Reformador • Setembro 2007 336622

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Novo momento de edifica-ção e confraternização foi vivi-do pelos cerca de 400 partici-pantes que, no dia 21 de julho,acorreram à Sede Seccional daFEB, no Rio de Janeiro, paramais um seminário da sérieque, em parceria com o Con-selho Espírita do Estado doRio de Janeiro (CEERJ), ali vemocorrendo mensalmente, emcomemoração dos 150 anos depublicação de O Livro dos Es-píritos.

O tema do encontro foi “Edu-cação dos Sentimentos” e sua ex-posição, a cargo de Jason de Ca-margo – autor do livro com o

mesmo nome –, abordou assun-tos como “Exercitando o Autoco-nhecimento”, “Trabalhando asEmoções e os Sentimentos”, “De-senvolvendo as Virtudes”, “Au-mentando a Auto-estima” e “For-mando o Hábito da Meditação”.

Compuseram a Mesa diretora,além do expositor, os confradesAloísio Ghiggino, diretor do CEERJ,e Affonso Soares, diretor da FEB.

Jason de Camargo, que é pro-fessor de Física e Matemática, mi-lita há longos anos no Movimen-to Espírita do Rio Grande doSul, já tendo exercido, entre mui-tos outros encargos, a presidên-cia da Federação Espírita daque-

le Estado.Além de fecunda, porembasada nas grandes

teses da Doutrina e em suas vi-vências pessoais, a exposiçãode Jason ainda ganhou o brilho desua fluência e encantadora joviali-dade, tendo, sem dúvida alguma,contribuído para a edificação detodos os que ali tiveram o prazerde conhecê-lo ou revê-lo.

Como sempre, o auditório semanifestou através de sugestivosquestionamentos, a evidenciar aimportância de um tema que, navida do ser humano, permeia, semexceção, todas as suas atividades,tanto na vida íntima como na derelação.

Foi efetivamente mais um belofruto da parceria pela qual a FEB eo CEERJ muito têm contribuídopara o fortalecimento do Movi-mento Espírita.

Seminário sobre“Educação dos Sentimentos”

Aspecto parcial do público na Sede Seccional da FEB no Rio de Janeiro

Jason de Camargo fala ao público

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na FEB-RIO

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Promovido pela Federação Espírita Brasilei-ra (FEB), através do Departamento de Infân-cia e Juventude (DIJ), realizou-se na sua sede,em Brasília (DF), o V Encontro Nacional de Di-retores de DIJ, no período de 27 a 29 de julho,com a participação de cerca de 150 diretores ecoordenadores de Departamentos de Infânciae Juventude das Entidades Federativas de 25Estados e do Distrito Federal, além de convida-dos de Portugal, Áustria e Argentina.

Objetivos

Com o tema central “E, após tantos anos...Por que te deténs?”, baseado em Atos dosApóstolos (22:16), foram objetivos do evento: a) Re-fletir sobre os rumos da Evangelização Espírita noBrasil; b) Discutir a Evangelização Espírita da Juven-tude: seus objetivos e seus resultados; c) Avaliar o al-cance das metas traçadas no IV Encontro Nacionalde Diretores de DIJ; d) Traçar novas metas para o de-senvolvimento da Evangelização, congregando todosos trabalhadores e interessados nessa tarefa; e) Reveras ações realizadas nos Estados para a Dinamizaçãoda Campanha de Evangelização, analisar sua eficáciae discutir a correção de rumos; f) Discutir e estabe-lecer metas de qualidade na Evangelização Espíritada Criança e do Jovem.

Conteúdos

Constaram do programa os seguintes conteúdos:a) Evangelização Espírita: fundamentos e rumos –Mesa-redonda coordenada por Gladys Pedersen deOliveira, com a participação de Cecília Rocha, AltivoFerreira, Nestor Masotti, Rute Ribeiro e Solange

Moacyr; b) Juventude Espírita – Seminário coorde-nado por Cecília Rocha, com a participação de Gla-dys Pedersen de Oliveira, Francis Lobo, Darcy NevesMoreira, Nélia Salles e Janine Mattar; c) Avaliaçãodos Projetos e do alcance das metas programadas pa-ra a Evangelização – Trabalho em grupos, coordena-do por Rute Ribeiro e Miriam Dusi; d) A ação evan-gelizadora da infância e da juventude em busca daqualidade – Simpósio coordenado por Rute Ribeiro,com a participação de Verônica Padilha, Nailka Val-morbida, Miriam Dusi, Berenice Santos, Irany Fran-co de Almeida e Sandra Borba Pereira; e) Estabeleci-mento de metas para o qüinqüênio até 2012 – Dis-cussão em plenário coordenada por Cecília Rochae Rute Ribeiro; f) Palestra: “E agora, por que tedeténs?” – Sandra Borba Pereira.

Metas 2007-2012

Com base na discussão em plenário, foram fixadasas metas para o qüinqüênio até 2012, como segue:

V Encontro Nacionalde Diretores de DIJ

Abertura: Presidente Nestor Masotti (orando), ladeado pela diretorado DIJ/FEB Rute Ribeiro e pela vice-presidente Cecília Rocha

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Projeto Currículo para as Escolas deEvangelização Espírita

• Realização de cursos de atualização so-bre currículo, pelo menos uma vez porano;

• Formação de equipe qualificada paraapresentar e tornar compreendido ocurrículo, divulgando-o para os traba-lhadores do DIJ e de outras áreas detrabalho da Casa Espírita;

• Divulgação do currículo em 100% das casas espíritas, atingindo 80% dosevangelizadores, com implantação em70%.

Projeto Dinamização da Campanha deEvangelização

• Produção de materiais voltados à divulgação evitalização da Campanha, por meio de mídiaimpressa, eletrônica e televisiva, palestras, semi-nários, encontros, visitas e outros.

Projeto Capacitação de Evangelizadores• 100% dos evangelizadores freqüentando grupos

de estudos na Casa Espírita;

• Realização de cursos de atualização duas vezesao ano;

• Capacitação de 80% dos evangelizadores em 100%das casas espíritas.

Projeto Família e Evangelização• Consolidação das metas atuais;

• Sensibilização e capacitação de trabalhadorespara implantação do projeto em 70% das casasespíritas.

Projeto Avaliação das Atividades daEvangelização Espírita Infanto-Juvenil

• Implantação de projeto de avaliação que viseatingir 100% das atividades desenvolvidas peloDIJ, em todos os níveis e em todo o Estado.

Participantes do Encontro,presentes à Abertura

Participantes da Mesa-redonda. Cecília Rochafaz sua exposição

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rometido por Jesus, eis queo Consolador nos foi final-mente legado através da

Doutrina Espírita, chegado otempo em que todas as coisas de-veriam “[...] ser restabelecidas noseu verdadeiro sentido, para dissi-par as trevas, confundir os orgu-lhosos e glorificar os justos”, se-gundo instrução do Espírito deVerdade, no “Prefácio” de O Evan-gelho segundo o Espiritismo.

A ignorância da existência dohomem espiritual, alimentada pe-lo materialismo humano, gerouvárias escolas filosóficas para anegação absoluta do Criador e dasresponsabilidades do ser nos cam-pos moral e religioso.

No campo moral, como a His-tória registrou no capítulo da éti-ca, a conduta dos homens foi sub-metida a múltiplas e doloridas ex-periências, que deixam evidenteso inconformismo, o vazio íntimoe a manifestação dos traços maisnegativos da criatura humana.

Com efeito, vamos encontrá-lavoltada unicamente aos gozos e aosbens materiais, sempre em buscade um poder temporal, como aliássão todos em nosso planeta. Se na-da teme das leis humanas, desco-bre dolorosamente que as leis divi-nas registram e aferem tudo, acio-nando a lei de ação e reação, em seuautomatismo, naquela cobrançainevitável e perfeita do evoluir sem-pre, não importa o tempo despen-dido para tanto.

No campo religioso, os desas-tres não foram menos dolorosos edramáticos. A fantasia, o medo e omaravilhoso tornaram-se lei na in-terpretação de Deus e de sua Cria-ção, chocando-se, como era de seesperar, com a Ciência, principal-mente no que tange às atividadeshumanas ou ao homem racional.

Deus, aprisionado a dogmas e ainteresses políticos e religiosos,tornou-se perseguidor e juiz crueldos que lhe negavam a força e apresença, longe do Pai amoroso

que enviou Jesus à Terra para con-solar os humildes, curar os enfer-mos e exortar os homens de féatravés das bem-aventuranças.

Eis que o Espiritismo surge, tra-zendo à luz da razão e do raciocínioo homem após a morte, eminente-mente espiritual (na sua essência)embora nem sempre espirituali-zado (nas aquisições realizadasatravés das reencarnações).

Conforme lemos em O que é oEspiritismo, de Allan Kardec (ca-pítulo II, “Noções elementares deEspiritismo”, item 1):

É um erro crer-se que basta a

certos incrédulos o testemunho

de fenômenos extraordinários

para que se tornem convictos.

Quem não admite no homem a

existência da alma ou Espírito,

também não a aceita fora dele; e

portanto, negando a causa, nega

implicitamente os efeitos [...].

Não cabe ao Espiritismo a con-versão pela força. Se força existe,

Entendendoo Espiritismo

P

E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre;0 Espírito de verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece;

mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós.Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará

todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. – Jesus (Evangelho segundo João, 14:16-17 e 26.)

EL I A NA TH O M É

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está na argumentação e na expe-rimentação realizadas, desde o sé-culo XIX, pelos mais eminenteshomens da época, entre os quaiscientistas conceituados, quando acriatura humana teve seu destinoestudado – a busca da perfeição –,sua origem devassada como filhosde Deus, e seu futuro descoberto(tornarmo-nos seres universais).

Não estamos, somos! E o quesomos, senão Espíritos envergandoum corpo material na realizaçãode tarefas e de aprendizados, visan-do a ascensão do próprio ser e sualibertação definitiva dos mundosmateriais, ocasião em que poderáprosseguir seu aprendizado no pla-no espiritual, a verdadeira morada.

A Terra, como outros mundosdestinados a tal, é uma passagemobrigatória para as almas em pro-vas e expiações. É a escola aben-çoada outorgada pelo Pai aos fi-lhos rebeldes e ingratos. É aqui, naaspiração de um mundo melhor,no desejo do amor puro e na pro-cura da verdadeira caridade, paranão falar da própria identidade,que o homem realiza seus apren-dizados elementares, caminha compassos vacilantes e luta por vencera si mesmo.

Ainda em O que é o Espiritismo(cap. II, item 7) lemos que os Es-píritos não são, como freqüente-mente se imagina, seres à parte nacriação; são – reforça Allan Kar-dec – as almas daqueles que vive-ram sobre a Terra ou em outrosmundos, despojados de seu envol-tório corporal.

Entender o Espiritismo é acei-tar sua participação na orquestra-

ção dos mundos, é trabalhar juntoa Deus, é vibrar por amor, é quereremancipar-se espiritualmente emdireção à luz onde os problemas domundo, gerados pela imprevidên-cia e pela ignorância, ganham no-vos aspectos e encontram solução.

Com efeito, a solução de nossodestino passa pelo coração e pelobom emprego de nossas faculda-des espirituais tendo em vista queo pensamento, a vontade e o sensomoral estão na alma encarnadaou no Espírito, não sendo jamais,por isso mesmo, um atributo damatéria.

Se a inteligência nos é necessá-ria para apreender o nosso glorio-so destino, não dispensamos osdotes do amor e da fraternidadepara dirigir a nossa conduta comofilhos de Deus.

Jesus, o modelo de to-dos, aí está há mais dedois mil anos, qual fa-rol imperecível da fra-ternidade. O trabalhoé individual, mas oamor deve ser univer-sal tal qual Ele exempli-ficou através do perdãoaos seus perseguidores.“Pois todos sois filhosde Deus pela fé em Cris-to Jesus”, segundo ressal-ta Paulo em sua carta aosGálatas (3:26).

Para bem compreen-der a nossa extraordináriagênese espiritual de filhosde Deus e Espíritos livresna conquista da própriaperfeição, apresenta-nosa Codificação os infor-

mes necessários revelando as con-seqüências de cada ato, cada esco-lha, cada pensamento, cada cami-nho escolhido, neste e no outromundo.

E na trajetória inexorável do pro-gresso espiritual, os que pautamsuas vivências nos ensinamentosde Jesus, e na moral evangélicapraticada por Ele, colhem os lou-ros destinados aos que vivem coma consciência em paz, representa-da pelo amor incondicional aDeus e ao próximo: uma tarefa decada homem – esteja ele na Terraou no plano espiritual –, segundoformula o Espiritismo.

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Pernambuco: Mostra EspíritaA Federação Espírita Pernambucana promove noTeatro Guararapes, do Centro de Convenções dePernambuco, a Mostra Espírita 2007, nos dias 14 e 15de setembro, em comemoração ao Sesquicentenáriodo Espiritismo, com o tema “O Livro dos Espíritos: OConsolador prometido por Jesus”. Participam comoexpositores Alberto Almeida (PA), Joselma MariaCoelho (MG), Nazareno Feitosa (DF) e vários outros,de Pernambuco.

Santa Catarina: Dinamismo na preparaçãode trabalhadores

A Federação Espírita Catarinense (FEC) está implemen-tando um amplo projeto de preparação de trabalha-dores espíritas, com base no programa de “Capacita-ção Administrativa de Dirigentes Espíritas”, promo-vido pela Secretaria Geral do CFN. Ricardo Mesquita,como coordenador deste programa junto à FEC, feza abertura de mais uma turma, no dia 29 de julho,com 30 participantes, na cidade de Criciúma; e, nodia 5 de agosto, o início de curso na cidade de Tu-barão, ambas as localidades no Sul do Estado. Nogrupo de participantes de curso anteriormente ofer-tado em Criciúma, já houve a preparação de multi-plicadores para colaborarem em outras localidades.O curso se encontra em andamento nas cidades deBalneário Camboriú, Blumenau, Joinville e Jaraguádo Sul. Informações: Tel.: (48) 3223-5367.

Casa Espírita centenáriaO Centro Espírita de Jacarepaguá (CEJ) comple-tou, em 28 de agosto, 135 anos de fundação doGrupo Espírita Fé, Amor e Caridade – SantoAgostinho, do qual é sucessor. A efeméride foicomemorada com a realização da “Semana Espíritado CEJ”, que também homenageou os 150 anos deO Livro dos Espíritos. Foram expositores: César Soa-res dos Reis, Julio César de Sá Roriz, Ana Gui-marães, Geraldo Guimarães, Nina Peixoto, PalmiroCosta e José Raul Teixeira.

Inglaterra: Medicina e EspiritualidadeA British Union of Spiritist Societies (BUSS), promo-veu, em Londres, nos dias 30 de junho e 1o de julho,o 1o Congresso Britânico de Medicina e Espirituali-dade. O evento contou com o apoio da AssociaçãoMédico-Espírita Internacional (AME), do ConselhoEspírita Internacional (CEI) e da Federação EspíritaBrasileira (FEB). Reuniu mais de trezentos partici-pantes e representantes de 16 países.Informações: [email protected] e www.medspiritistcongress.org

R. G. do Sul: O Centro Espírita e a LeiA Federação Espírita do Rio Grande do Sul pro-moveu, na cidade de Passo Fundo, o seminário “OCentro Espírita e a Lei: Assistência e PromoçãoSocial”, nos dias 14 e 15 de julho. Atuaram comoexpositores Ricardo Silva, da Assessoria Jurídica daFEB, Jurema Guterres e Lúcia Moehlecke, ambas deNovo Hamburgo.

M. G. do Sul: Congresso EspíritaDe 17 a 20 de agosto aconteceu o 1o Congresso Espí-rita de Mato Grosso do Sul, promovido pela Federa-ção Espírita de Mato Grosso do Sul, nas dependên-cias da Câmara Municipal de Campo Grande e doCentro de Convenções Rubens Gil de Camillo.O presidente da FEB, Nestor João Masotti, estevepresente, e Divaldo Pereira Franco proferiu palestrapública de encerramento do evento. Informações:www.fems.org.br

Abrade: II COMBRADEA Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritis-mo realizará em João Pessoa (PB), de 11 a 14 de ou-tubro deste ano, o II COMBRADE – CongressoBrasileiro de Divulgadores do Espiritismo. Entre ostemas a serem abordados, destacamos: “A ética naComunicação Social Espírita”, “Comunicação SocialEspírita – Sempre com Kardec”, “Espiritismo e Eco-logia” e “De Kardec ao III milênio”.

Seara Espírita

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