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Líderes adiam para hoje votação final da Previdência ENTENDIMENTO Senadores da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania começaram a analisar ontem o texto com as mudanças aceitas pelo governo na reforma tributária Órgão de divulgação do Senado Federal Ano IX – Nº 1.847 – Brasília, quinta-feira, 11 de dezembro de 2003 REFORMAS Páginas 3 a 5 Acordo garante o exame de emendas ao texto da tributária Salário mínimo pode ter R$ 19 de reajuste no próximo ano Página 6 AVANÇOS Sarney lembrou a aprovação, entre outras matérias, dos estatutos do Idoso e do Desarmamento Congresso cumpriu a sua missão em 2003, diz Sarney Página 7 Senadores querem maior participação nos rumos da Ancine Subcomissão discutiu ontem com representante do Executivo a Agência Nacional de Cinema. Página 7 Márcia Kalume Plenário aprova novas regras para venda de dietéticos O objetivo do projeto é garantir o máximo de informações aos consumidores. Página 5 Jane de Araújo

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Líderes adiam parahoje votação final

da Previdência

ENTENDIMENTO Senadores da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania começaram a analisar ontem o texto com as mudanças aceitas pelo governo na reforma tributária

Órgão de divulgação do Senado Federal Ano IX – Nº 1.847 – Brasília, quinta-feira, 11 de dezembro de 2003

REFORMAS

Páginas 3 a 5

Acordo garante oexame de emendas

ao texto da tributária

Salário mínimo pode ter R$ 19de reajuste no próximo ano

Página 6

AVANÇOS Sarney lembrou a aprovação, entre outrasmatérias, dos estatutos do Idoso e do Desarmamento

Congresso cumpriu a suamissão em 2003, diz Sarney

Página 7

Senadoresquerem maior

participação nosrumos da Ancine

Subcomissão discutiuontem com representante

do Executivo a AgênciaNacional de Cinema.

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O objetivo do projetoé garantir o máximo

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2 Brasília, quinta-feira, 11 de dezembro de 2003

Pavan registra500 anos de SãoFrancisco do Sul

A aproximação dos 500 anosda cidade de São Francisco doSul, a serem comemorados nodia 5 de janeiro do próximoano, foi lembrada em Plenáriopelo senador Leonel Pavan(PSDB-SC).

Ao homenagear o municípiocatarinense, o parlamentar re-cordou que a expedição do na-vegador francês Binot Paulmierde Gonneville atracou na Ilhade São Francisco ao se desviarde sua rota original, as Índias,participando assim da forma-ção da terceira cidade mais an-tiga do país. Pavan ressaltou aimportância dos desbravado-res franceses, que conviveramcerca de seis meses com os ín-dios da região.

– Nascia assim, pelas mãosdos navegadores franceses, ahoje rica cidade de São Francis-co do Sul, que comemora demaneira gloriosa os seus 500anos de existência – disse o se-nador.

De acordo com Pavan, o mu-nicípio, situado a 188 quilôme-tros de Florianópolis, é o quin-to maior porto brasileiro emmovimentação de contêineres.Além disso, comentou, tem ricoacervo histórico e beleza natu-ral como atrativos.

INVESTIMENTO Verba financiaprojeto de desenvolvimentosustentável, afirma Eduardo

Empréstimointernacional

para o TocantinsO senador Eduardo Siqueira

Campos (PSDB-TO) anunciouque o Banco Mundial aprovouna última terça-feira emprésti-mo de US$ 60 milhões para oTocantins. A verba é destinadaa projeto de desenvolvimentosustentável que envolve a cons-trução de estradas vicinais, ofortalecimento de administra-ções locais e compensaçõesambientais. O governo do esta-do entrará com uma contra-partida de cerca de US$ 40 mi-lhões.

Eduardo destacou que aaprovação do empréstimo, dis-cutido desde maio de 2002, sófoi possível devido ao equilí-brio financeiro do Tocantins,um dos estados mais bem clas-sificados pela Secretaria do Te-souro Nacional. O senadorlembrou que o Tocantins já ti-nha as contas equilibradas an-tes mesmo da aprovação da Leide Responsabilidade Fiscal.

– Muitos estados não conse-guem concluir operações inter-nas e externas de crédito por-que não têm condições de ofe-recer contrapartida financeira,pois descumprem a Lei de Res-ponsabilidade Fiscal e a LeiCamata – afirmou.

Em aparte, o senador OsmarDias (PDT-PR) classificou ainfra-estrutura do Tocantinscomo invejável. O senador JoãoTenório (PSDB-AL) sugeriu queo exemplo de austeridade dadopelo estado seja seguido pelasdemais unidades federativas.

Eduardo Siqueira Camposrelatou também telefonema re-cebido do presidente do BancoNacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES),Carlos Lessa. O presidenteagradeceu pronunciamento deEduardo Siqueira Campos e de-monstrou interesse em discu-tir projeto do senador que ga-rante financiamento a estu-dantes de universidades parti-culares.

www.senado.gov.brE-mail: [email protected].: 0800-612211 - Fax: (61) 311-3137

MESA DO SENADO FEDERAL

Presidente: José Sarney1º Vice-Presidente: Paulo Paim2º Vice-Presidente: Eduardo Siqueira Campos1º Secretário: Romeu Tuma2º Secretário: Alberto Silva3º Secretário: Heráclito Fortes4º Secretário: Sérgio ZambiasiSuplentes de Secretário: João Alberto Souza,Serys Slhessarenko, Geraldo Mesquita Júnior,Marcelo Crivella

Endereço: Praça dos Três Poderes, Ed. Anexo Ido Senado Federal, 20º andar - Brasília - DFCEP 70165-920

Diretor-Geral do Senado: Agaciel da Silva MaiaSecretário-Geral da Mesa: Raimundo Carreiro SilvaDiretor da Secretaria de Comunicação Social: Armando S. RollembergDiretora do Jornal do Senado: Maria da Conceição Lima Alves (61) 311-3333Editores: Djalba Lima, Edson de Almeida, Eduardo Leão, Iara Altafin e José do Carmo AndradeDiagramação: Iracema F. da Silva, Osmar Miranda, Sergio Luiz Gomes da Silva e Wesley BezerraRevisão: Eny Junia Carvalho, Lindolfo do Amaral Almeida, Miquéas D. de Morais e Rita AvellinoTratamento de Imagem: Edmilson FigueiredoArte: Cirilo QuartimCirculação e Atendimento ao leitor: John Kennedy Gurgel (61) 311-3333

Agência SenadoDiretor: Antonio Caraballo (61) 311-3327Chefia de reportagem: Helena Daltro Pontual (61) 311-1151 e Valter Gonçalves Júnior (61) 311-1670Edição: Marcos Magalhães e Marco Antonio Reis (61) 311-1667

O noticiário do Jornal do Senado é elaborado pela equipe de jornalistas da Subsecretaria AgênciaSenado e poderá ser reproduzido mediante citação da fonte.

Impresso pela Secretaria Especial de Editoração e Publicações

A votação, em segundo e último turno, da proposta de reforma da Previdência (PEC nº 67/03), prevista paraontem, foi adiada para hoje, às 14h30. O Plenário deve realizar ainda a segunda sessão de discussão, emprimeiro turno, da PEC paralela (PEC nº 77/03), que altera pontos da reforma previdenciária, como ossubtetos dos salários nos estados e municípios, e institui a paridade de reajuste entre ativos e inativos.

Reforma da Previdência vai a Plenário

Em discussão na Comissão de AssuntosSociais (CAS), a partir das 11h, projeto (PLSnº 195/03) da senadora Ideli Salvatti (PT-SC) que concede às mulheres em trabalho

Benefícios para mulheres grávidas na pauta da CAS

O presidente do Senado, José Sarney, recebe, às11h, o procurador-geral Cláudio Fonteles; às11h30, a ministra do Meio Ambiente; e às 12h,representante de ONG em defesa de portadoresde necessidades especiais, Teresa d’Amaral.

Sarney tem três audiênciasA Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania(CCJ) realiza reunião, às 10h, para votar emendasapresentadas à reforma tributária (PEC nº 74/03).Os parlamentares pretendem discutir a propostaem Plenário ainda esta semana.

CCJ vota reforma tributária

A agenda completa, incluindo o número de cada proposição, está disponívelna Internet, no endereço www.senado.gov.br/agencia/agenda/agenda.asp

de parto o direito a um acompanhantedurante todo o parto e o pós-parto, noâmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),entre outros itens.

Segundo o senador,endividamento do paíscresceu cerca de 500bilhões de reais nosúltimos 35 meses

O senador João Capiberibe(PSB-AP) criticou o aumento dadívida pública brasileira, que,segundo ele, inviabiliza o cres-cimento econômico de que opaís necessita. Para Capiberibe,cabe ao Congresso analisar adívida e propor soluções.

Com base em dados da Se-cretaria do Tesouro Nacionalrelativos aos últimos 35 meses,o senador informou que a dívi-da consolidada saltou de R$

646 bilhões para R$1,2 trilhão,um acréscimo de R$ 551 bi-lhões. O valor corresponde a R$15,7 bilhões por mês, ressaltouo senador.

Conforme Capiberibe, as ra-zões para esse aumento tive-ram início em 1994, com ocompromisso assinado com oFundo Monetário Internacio-nal (FMI) de assegurar altossuperávits primários, que levouo governo a aumentar a cargatributária do contribuinte.

Para Capiberibe, o governoLula nada fez para mudar a si-tuação: continuou a contin-genciar o Orçamento para ga-rantir o superávit primário epoder aumentar ainda mais acarga tributária.

– É verdade que ele propôsreformas, mas as propostas nãomodificam as estruturas dossetores, ou seja, nada muda deessencial – analisou.

ANÁLISE Capiberibe pede que oCongresso Nacional proponhasoluções para a questão

Para Capiberibe, dívidaimpede o crescimento

HOMENAGEM Pavan destacaparticipação dos franceses naformação do município

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3Brasília, quinta-feira, 11 de dezembro de 2003

Senado pode votar emenda paralela no dia 15

Aprimeira votação em Plenário da propostaparalela deve ocorrer na próxima segunda- feira, informou ontem o relator da reforma

da Previdência Social e líder do PT, senador TiãoViana (AC) – foto. Ele prevê que a votação emsegundo e último turno será feita no dia 23. Aemenda paralela contém as mudanças incluídaspelos senadores na reforma previdenciária e,depois de concluído o exame no Senado, seguirápara análise dos deputados.Os senadores participaram ontem da primeirasessão de discussão da emenda paralela – haveráainda outras quatro sessões. A maioria criticou a

reforma do sistema previdenciário, mas admitiuvotar a favor da proposta, porque ela repõe, paraos servidores, benefícios que foram retirados pelareforma da Previdência.A proposta será discutida inclusive em sessãoconvocada para a manhã deste sábado. Os líderespartidários decidiram com o presidente doSenado, José Sarney, que serão realizadas sessõesnos fins de semana até a véspera do Natal, paracontagem de prazo de tramitação, o que tornarápossível a votação, ainda este ano, de todas asreformas propostas pelo presidente Luiz InácioLula da Silva.

Faltaram estudospara justificar as mudanças

O senador Papaléo Pa-es (PMDB-AP) afirmouque votará contra a refor-ma previdenciária emsegundo turno, como fezno primeiro turno, porentender que o governonão apresentou estudostécnicos consistentespara embasar as mudan-ças constitucionais pre-tendidas.

Papaléo disse que o Se-nado não deve compac-tuar com essa “campanhadescabida e inverídica,feita pelo governo e parteda mídia”, para induzir apopulação, especialmen-te os mais carentes de in-formações, a acreditarque os servidores públi-cos são privilegiados eresponsáveis pela estag-nação do crescimento dopaís.

Garantia deparidade e regra

de transição

No primeiro dia de dis-cussão da emenda parale-la, o senador Paulo Paim(PT-RS) pediu mais agili-dade na tramitação damatéria, para que sejapossível, já na próximasemana, encaminhar aproposta ao presidente daCâmara, João Paulo Cu-nha. A PEC paralela não éa proposta dos sonhos,mas representa avançoem relação à reforma ori-ginal da Previdência, dis-se ele.

– Uma vez aprovadaesta PEC 77, aí sim, tere-mos concluído a reformada Previdência – afirmou.Paim lembrou que a pro-posta paralela garante aparidade, o subteto úniconos estados e uma regrade transição, ao contráriodo projeto original.

Ação responsávelda bancada

oposicionista

Além de elogiar o quedefiniu como atitude res-ponsável da bancadaoposicionista durante anegociação da emendaparalela à proposta de re-forma da Previdência, osenador Eduardo SiqueiraCampos (PSDB-TO) des-tacou a viabilidade do ca-lendário de tramitaçãodas duas matérias no Se-nado. Ele ressaltou o em-penho do senador PauloPaim (PT-RS) em ver aemenda aprovada antesdo recesso.

Eduardo também reco-nheceu o esforço do mi-nistro-chefe da Casa Civilda Presidência da Repú-blica, José Dirceu, e daslideranças partidárias emconstruir um entendi-mento em torno da refor-ma da Previdência.

Muitas dúvidasem torno

da proposta

Em seu discurso, o se-nador Osmar Dias (PDT-PR) disse que tem muitasdúvidas sobre a proposta,e que só vai votar a favorem obediência à orienta-ção do seu partido. Eleafirmou que suas dúvidasdecorrem da declaraçãodo presidente Lula de quea reforma não é a “dosmeus sonhos, é a da cabe-ça dos políticos”.

– Não sei se a PEC 77 é areforma da cabeça dospolíticos ou a da cabeçado presidente. Essa PECnão é a da cabeça do Lula,não é dos parlamentares,que não gostaram dela,também não é a dos ser-vidores e dos aposenta-dos. Eu gostaria de apro-var a reforma que Lulaprometeu na campanhaeleitoral.

Texto confiscabenefícios dos

servidores

O senador Alvaro Dias(PSDB-PR) afirmou que aproposta paralela é filhada esperteza política. “Elafoi o bálsamo para aplacarconsciências atormenta-das, especialmente da-queles que estiveram aopé do palanque eleitoraldo presidentes Lula”.

Lembrando frase deWinston Churchill (“apromessa do candidato éo sepulcro do estadista”),Alvaro afirmou que Lulatenta, agora, fugir da res-ponsabilidade que assu-miu, afirmando que a re-forma não partiu de suacabeça. A reforma da Pre-vidência, de acordo com osenador, “confisca benefí-cios auferidos por quemtrabalhou para auferi-los,que pagou para obtê-los eagora terá de pagar mais”.

Equilíbrio fiscal e realismo

orçamentário

Ao elogiar os avançoscontidos na proposta, osenador Antonio CarlosValadares (PSB-SE) citoucomo exemplos a dispen-sa de contribuição (11%)dos trabalhadores aco-metidos de doenças in-capacitantes e a inclusãono sistema previden-ciário de 40 milhões detrabalhadores.

Para Valadares, a atua-ção dos parlamentares foifundamental no aperfei-çoamento da proposta.Essa teria sido a mensa-gem do presidente Lulaao dizer que a reforma ti-nha sido feita pelo Con-gresso, assinalou.

A reforma da Previdên-cia, opinou, será funda-mental para o equilíbriofiscal e para o realismo or-çamentário.

PAPALÉO PAES PAULO PAIM EDUARDO S. CAMPOS OSMAR DIAS ALVARO DIAS VALADARES

REFORMAS Senadores da oposição e da base de apoio ao governo participaram ontem do início da discussãoda proposta paralela. Haverá mais quatro sessões de debates antes da votação em primeiro turno

Emenda podeser engavetada

na Câmarados Deputados

Para o senador EfraimMorais (PFL-PB), seráinútil o esforço do Senadoem votar a emenda para-lela para reduzir os preju-ízos dos servidores públi-cos, porque ela será enga-vetada pela Câmara.

Isso vai acontecer, de

acordo com o líder da Mi-noria, não porque os de-putados queiram rejeitá-la, mas porque o governonão permitirá sua apro-vação, dados seus com-promissos com o FundoMonetário Internacional(FMI) e os banqueiros.

– Com a PEC 77, o caixado governo diminuirá, oFMI ficará zangado e osbanqueiros internacio-nais muito tristes. O PT,que fez uma campanhaeleitoral defendendo osinteresses da população,agora esqueceu tudo e

está traindo o bem-estarda população.

Em aparte, Paulo Paim(PT-RS) apelou para que aPEC paralela seja aprova-da por unanimidade, afim de que o Senado pos-sa pressionar a Câmara avotá-la com rapidez.

EFRAIM MORAIS

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4 Brasília, quinta-feira, 11 de dezembro de 2003

Adiada para hoje decisão sobre Previdência

Aúltima votação da reforma da Previdência,que deveria ter ocorrido ontem, foi adiada para hoje, a partir das 14h30. A decisão foi

tomada pelos líderes partidários.O adiamento foi decidido por volta das 17h,quando se encontravam em Plenário 77 dos 81senadores – quatro a menos que na tarde do dia26 de novembro, quando a reforma foi aprovadaem primeiro turno. O PFL ponderou ainda que,regimentalmente, não poderia haver a votação nomesmo dia em que a CCJ examinou as emendas dePlenário – que ocorreu ontem, às 15h30. O líder do

PFL, senador José Agripino – foto –, lembrou que oRegimento Interno do Senado exige prazo de 24horas entre as votações de comissão e de Plenário,período em que a decisão é publicada paraconhecimento de todos os senadores.O parecer do relator Tião Viana (PT-AC) sobre asemendas de Plenário, em segundo turno, foi lidoem reunião extraordinária da CCJ às 23h30 deterça-feira. Na tarde de ontem a comissão aprovouo parecer, que aceitou quatro das nove emendas –todas com pequenas alterações de redação, semmodificar o conteúdo.

PT deve sergeneroso comHeloísa Helena

Ao destacar ontem quea aprovação da reforma daPrevidência simboliza umprimeiro passo que o go-verno Luiz Inácio Lula daSilva dá em direção ao ob-jetivo de promover as mu-danças necessárias aopaís, o senador EduardoSuplicy (PT-SP) lamentouque a votação em primei-ro turno da matéria no Se-nado tenha provocado di-vergências no partido.

Nesse sentido, ele pediuque o PT seja generoso aojulgar a senadora HeloísaHelena (AL) na reuniãomarcada para este fim desemana. A sugestão de Su-plicy é que, em vez de ex-pulsão do partido, Heloí-sa Helena seja punidacom suspensão de seismeses pelo seu voto con-trário à reforma.

Paralela reduzinjustiças da

proposta original

O líder do PSDB, sena-dor Arthur Virgílio (AM),anunciou ontem que vaivotar a favor da emendaparalela da Previdência(PEC nº 77/03). Para o par-lamentar, apesar de nãoser a reforma ideal, elaameniza situações criadaspela proposta original dogoverno, que contém umacarga de injustiças contraos servidores. Ele disseque a oposição se consi-dera responsável pelosaperfeiçoamentos obtidosna emenda paralela.

Arthur Virgílio afirmouque a PEC paralela de-monstra que a oposiçãoexiste, pois o governo tevede ceder em alguns pon-tos que não estavam in-corporados na propostaoriginal da reforma daPrevidência.

Sentido dasreformas nãofoi debatido

A senadora Heloísa He-lena (PT-AL) apontou aausência, no debate par-lamentar, da análise sobreo real sentido das refor-mas previdenciária e tri-butária em tramitação noCongresso.

Ao tratar, em particular,das mudanças na Previ-dência Social, a senadoraafirmou que, a exemplodo que ocorreu em 1998,na gestão de FernandoHenrique Cardoso, o go-verno Luiz Inácio Lula daSilva assumiu um enfo-que "privativista e mer-cantil" no encaminha-mento da matéria.

– Como não se podemexer nos juros, no servi-ço da dívida e no superá-vit, esvaziam-se os direi-tos dos trabalhadores –declarou Heloísa.

Proposição éresultado de

acordo político

"Não venham chamar aPEC nº 77 de engodo e detapeação, porque forammãos conscientes que afizeram", afirmou o sena-dor Garibaldi Alves Filho(PMDB-RN) ao defendero acordo político que le-vou à proposta paralelada reforma do sistemaprevidenciário.

– Os avanços estão aí eninguém pode negar.Não são grandes con-quistas, mas são avanços– declarou.

Ele reconheceu que ne-nhuma das duas PECs (67e 77) atende às expectati-vas dos servidores e apo-sentados, mas, disse, aemenda paralela poderáser uma lei especial paradefinir a maneira como osnovos servidores entrarãono serviço público.

Governo não deveser obedecido“cegamente”

O senador Mão Santa(PMDB-PI) lembrou que apopulação brasileira foiclara nas últimas eleiçõesao dar o governo federal aoPartido dos Trabalhadores(PT) mas elegeu apenas 14senadores da agremiação.

Ele evocou nomes degrandes parlamentarescomo Afonso Arinos e RuiBarbosa, para enfatizarque o Senado é formadopor políticos experientesque não deveriam obede-cer cegamente às pres-sões para que matériasenviadas pelo Poder Exe-cutivo sejam aprovadassem alterações.

– Se Cristo estivesseaqui hoje, diria: "Não dê opoder a Lula, porque aemenda 67 tirou das ve-lhinhas, dos idosos e dosdeficientes" – afirmou.

Emenda resgatadireitos dos

trabalhadores

O senador Flávio Arns(PT-PR) defendeu ontema aprovação da Propostade Emenda à Constitui-ção no 77 – PEC paralela –por entender que ela res-gata direitos dos traba-lhadores não previstos naPEC no 67.

Além dessa reparaçãode direitos, a aprovação daparalela será, na opiniãode Arns, a concretizaçãodo entendimento que jádeveria ter sido obtido navotação da 67. Para o se-nador, medidas de arro-cho servem somente paraagravar o quadro social.

– Devemos investir nareforma da cidadania –pregou Arns, que defen-deu também a não expul-são da senadora HeloísaHelena (PT-AL) pelo Dire-tório Nacional do PT.

EDUARDO SUPLICY ARTHUR VIRGÍLIO HELOÍSA HELENA GARIBALDI ALVES MÃO SANTA FLÁVIO ARNS

REFORMAS O parecer do relator Tião Viana acatou quatro emendas apresentadas em Plenário ao texto daPrevidência. A última votação da proposta de emenda constitucional começa às 14h30

PECs 67 e 77devem tertramitaçãoconjunta

O senador Paulo Octá-vio (PFL-DF) fez um ape-lo ontem aos líderes dabase parlamentar do go-verno para que eles per-mitam que a proposta deemenda à Constituição(PEC nº 67) da reformaprevidenciária seja votada

junto com a PEC nº 77(emenda paralela). Se-gundo o senador, bastariaaguardar quatro mesespara que a Câmara apro-vasse a paralela, e entãoultimar a votação da 67 noPlenário do Senado.

– Este é o caminho éti-

co da tramitação legis-lativa no Congresso. Nãohaveria prejuízo para nin-guém e, sobretudo, estarí-amos fugindo de um pre-cedente perigoso que seráaprovar uma PEC, já sa-bendo que será modifica-da em poucos meses. A

Constituição merece res-peito e não pode ser obje-to do "jeitinho brasileiro"– argumentou .

Paulo Octávio ponde-rou que a PEC 67, ao seraprovada, geraria efeitosjurídicos que, com a PEC77, seriam anulados.

PAULO OCTÁVIO

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5Brasília, quinta-feira, 11 de dezembro de 2003

PLENÁRIO

O Plenário do Senado apro-vou ontem projeto (PLS 77/95)que altera a Lei de VigilânciaSanitária para disciplinar o re-gistro e a rotulagem de produ-tos dietéticos, com o objetivode dar maior segurança aosconsumidores. O projeto, queserá sancionado nos próximosdias pelo presidente da Repú-blica, estabelece o registroobrigatório de todos os produ-tos dietéticos no órgão de vigi-lância sanitária e a inserção daexpressão “produto dietético”nas embalagens.

O texto aprovado é umsubstitutivo da Câmara dosDeputados a projeto apresen-tado em 1995 pela então sena-dora Júnia Marise. Os deputa-

ALIMENTOS Exigências aprovadas ontem em Plenário dependemagora da sanção do presidente da República para entrar em vigor

Rótulo de dietéticos teráque ser mais detalhado

dos flexibilizaram a propostaoriginal em dois pontos, reti-rando a exigência de que as em-balagens contivessem, obriga-toriamente, informação sobre olimite máximo de tolerância àingestão diária dos componen-tes químicos do produto e aadvertências sobre a necessida-de de consulta médica prévia.

A Câmara também diminuiuas dimensões sugeridas pelaex-senadora Júnia Marise paraa expressão “produto dietético”,que na proposta original ocu-paria espaço equivalente ao donome do produto. Os dizeresagora deverão ser em tipo nãoinferior a um quinto do tipo deletra de maior tamanho e damesma cor da marca.

O Senado aprovou por una-nimidade requerimento do se-nador Demostenes Torres(PFL-GO) de moção de apoio àsenadora Patrícia Saboya (PPS-CE), destacando a conduçãoséria e o respeito aos direitosfundamentais na presidênciada comissão parlamentar mis-ta de inquérito que está inves-tigando a exploração sexualcontra crianças e adolescentes.

O autor do requerimento,que exerce o cargo de procura-dor do Senado Federal, expli-cou que, no dia 6 de novembro,presidindo uma das reuniõesda CPI, Patrícia foi vítima deatentado à sua dignidade quan-do, obrigada a utilizar as prer-rogativas que lhe cabem, man-dou prender o advogadoAbadio Marques de Rezendepara que a ordem e a disciplinadaquela sessão pudessem sermantidas.

– O exercício desses direitosfundamentais não pode serconfundido com seu próprio

Senado aprova moção deapoio a Patrícia Saboya

abuso, não podendo nem mes-mo dar margem à inversão tu-multuária da investigação –justifica Demostenes em seurequerimento.

O senador disse que a sessãode desagravo a Abadio Rezen-de, realizada pelo plenário doConselho Federal da Ordemdos Advogados do Brasil (OAB),no dia 8 de dezembro, foi mos-tra de corporativismo.

DESAGRAVO Patrícia Saboyarecebeu o apoio de todos ossenadores presentes

Ideli defenderegressividade

da DRU paraeducação

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) comunicou ontem em Ple-nário que já obteve mais de 33assinaturas de apoio para quea proposta de emenda à Cons-tituição (PEC n0 96/03) estabe-lecendo a regressividade da

Desvinculação de Re-ceitas da União (DRU)para a área de educa-ção tramite de formaautônoma à propostade reforma tributária,que deverá ser votadaeste ano pelo Senado.A proposta defendidapela senadora deter-mina que em 2004 a DRU atin-girá 10% dos recursos orça-mentários destinados à educa-ção, caindo para 5% em 2005 e2006. Em 2007 a área não seria

mais afetada.Segundo Ideli Salvatti,

embora a prorrogaçãoda DRU seja considera-da necessária para a ob-tenção do superávit pri-mário esperado pelo go-verno, significará R$ 3,6bilhões a menos para aeducação.

– Com as reduções já verifi-cadas ao longo dos anos, a áreade educação fica longe de cum-prir os 18% assegurados pelaConstituição – afirmou.

Ideli Salvatti

Governo e PFL chegam aacordo sobre a tributária

Em reunião extraordináriaconvocada para as 10h, a Co-missão de Constituição, Justiçae Cidadania (CCJ) começa a vo-tar hoje as emendas de Plená-rio à reforma tributária (PEC n°41/03). Ontem, o PFL e o gover-no chegaram a acordo em tor-no do Fundo de Participaçãodos Municípios (FPM), da Con-tribuição para o Financiamen-to da Seguridade Social (Co-fins) e da Contribuição de In-tervenção no Domínio Econô-mico (Cide) sobre produtos im-portados, que eram as princi-pais exigências do partido. ACCJ começou a analisar o novotexto ontem à noite, mas hou-ve pedido coletivo de vista.

Pelo entendimento, o FPMterá adicional de R$ 1 bilhão emnovembro de 2004, e mais R$1,5 bilhão em 2005 e 2006. O di-nheiro será repassado em no-vembro para que as prefeituras

paguem o 13° salário dos seusservidores. Quanto à Cofins so-bre produtos importados, ficoudecidido que o senador Rodol-pho Tourinho (PFL-BA) apre-sentará proposta de emenda àConstituição estabelecendoque só pagarão Cofins os pro-dutos importados com similarnacional que também paguemo tributo.

A Cide será cobrada também

A desoneração dosprodutos da cesta bá-sica pela redução dasalíquotas do Impostosobre Circulação deMercadorias e Servi-ços (ICMS) só deveráocorrer a partir de ja-neiro de 2005. Acor-do nesse sentido foifirmado em reuniãorealizada ontem en-tre os senadores daFrente Parlamentardo Centro-Oeste, o líder do go-verno, senador Aloizio Merca-dante (PT-SP), e o relator daproposta de reforma tributária,senador Romero Jucá.

Também ficou acertado que

Redução de ICMS da cesta básica fica para 2005

a implantação dessa medidaserá discutida no decorrer doano de 2004, já que o governovai encaminhar, em um prazode 120 dias, projeto de lei com-plementar estabelecendo as

sobre o combustível importa-do. Da arrecadação, serão re-passados 25% aos estados, quepor sua vez repassarão 25% aosmunicípios. O volume do re-passe será proporcional à qui-lometragem de rodovias asfal-tadas em cada estado. O rela-tor, Romero Jucá (PMDB-RR),afirmou que vai mudar o textoque trata da Cide sobre com-bustíveis importados.

alíquotas e os produtos que se-rão desonerados.

A solução encontrada, escla-receu o líder do PMDB, RenanCalheiros (AL), que tambémparticipou da reunião, foi a me-lhor para permitir a elevaçãodo poder de compra do traba-lhador e, ao mesmo tempo, queos estados do Centro-Oeste –grandes produtores de itens dacesta básica – não sejam preju-dicados.

Os senadores por Goiás De-mostenes Torres (PFL) e LúciaVânia (PSDB) considerarampositivo o acordo. Lucia Vâniadefendeu a também a desone-ração dos insumos e imple-mentos utilizados na produção.

ENTENDIMENTO Parlamentares do Centro-Oeste discutem medida com Mercadante

ESFORÇO Comissão de Justiça começou a examinar matéria ontem ànoite, mas reunião foi suspensa em virtude de pedido de vista

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REFORMAS CCJ reúne-se às 10h para examinar emendasà PEC que muda sistema tributário nacional

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6 Brasília, quinta-feira, 11 de dezembro de 2003

Aumento do saláriomínimo pode ser de R$ 19

A previsão consta derelatório setorial queespecifica valores doOrçamento da Uniãopara o próximo ano

O relatório que trata do Or-çamento da União para a áreade Trabalho, Previdência e As-sistência Social prevê a eleva-ção do salário mínimo no anoque vem para R$ 259, um au-mento de R$ 19 em relação aovalor atual. O autor do texto,deputado Roberto Balestra (PP-GO), apresentou sua propostaontem à noite aos integrantesda Comissão Mista de Orça-mento, que é presidida pelo se-nador Gilberto Mestrinho(PMDB-AM).

O colegiado começou a votarontem os relatórios setoriais,tendo aprovado o que trata,entre outros pontos, do com-portamento da dívida públicafederal.

O governo projetou em suaproposta orçamentária um au-mento de 25,72% com o paga-mento de juros e encargos doendividamento bruto, preven-do gastar R$ 117,8 bilhões em2004 contra R$ 93,7 bilhõesdeste ano. Os efeitos de umataxa média elevada em 2003 e

o aumento do estoque da dívi-da pública (de R$ 738,3 bilhõesno final de 2002 para R$ 1,097trilhão no encerramento doatual exercício, com um cresci-mento de 48,67%; e previsão definalizar 2004 com R$ 1,221trilhão) são alguns dos fatoresque explicam o crescimentodessas despesas.

O relatório trouxe novidadescomo a inclusão da dotação deR$ 140,1 milhões para o Minis-tério do Turismo e a retirada doorçamento fiscal referente aoServiço Federal de Processa-mento de Dados (Serpro), quepassa para o orçamento de in-vestimento das estatais. O cus-teio e a folha do órgão devemser mantidos com recursospróprios.

O governo decidiu também

A Subsecretaria de RelaçõesPúblicas do Senado Federal re-cebeu ontem o Prêmio OpiniãoPública 2003, conferido peloConselho Regional de RelaçõesPúblicas de São Paulo, que pre-mia anualmente projetos deprofissionais e instituições queatuam na área. Das 12 catego-rias premiadas neste ano, o Se-nado ganhou em duas.

Na categoria Relações Públi-cas Governamentais, o prêmiofoi concedido pelo trabalho

Relações Públicas do Senado recebe prêmio"Terceira Idade: o Desafio daInclusão Social". O projeto, co-ordenado por Ana Lúcia Novel-li, é uma iniciativa do Senadopara estabelecer canais de co-municação e participação dasociedade na discussão daquestão do idoso. Para isso, aSubsecretaria de Relações Pú-blicas criou o serviço de aten-dimento telefônico gratuitopara que a população pudessetirar dúvidas sobre o assunto.

Na outra categoria em que a

DESARMAMENTO

agrupar nas Operações Oficiaisde Crédito todos os recursospara subsídios e financiamen-tos que estavam espalhadosnos orçamentos de vários mi-nistérios.

O deputado Gilmar Machado(PT-MG) foi o único relator se-torial autorizado a apresentarparecer sobre os destaques quetratam de valores, porque o seurelatório foi entregue antes queo relator-geral distribuísse osR$ 500 milhões obtidos com adiminuição dos valores do su-perávit primário, em decorrên-cia da queda do Produto Inter-no Bruto (PIB) deste ano. O re-lator acolheu emendas no va-lor de R$ 184,39 milhões, dosquais R$ 63,47 milhões foramdestinados ao atendimento deemendas individuais.

subsecretaria foi premiada, ade Administração de Crises, oprojeto desenvolvido foi "Co-municação, Emoção e História– O Senado Federal entre o for-mal e o informal na posse pre-sidencial". O projeto, coorde-nado pelo diretor da subsecre-taria, Francisco Etelvino Bion-do, tratou do problema geradopelo excesso de pessoas pre-sentes à cerimônia de posse dopresidente Luiz Inácio Lula daSilva.

O senador César Borges(PFL-BA) disse ontem à RádioSenado que não concorda coma decisão do go-verno de editaruma medida pro-visória autorizan-do os municípioscom mais de 50mil habitantes amanter guardasarmados. Peloprojeto do Estatu-to do Desarma-mento, aprovadoterça-feira em Ple-nário, somente ascidades com maisde 250 mil habitantes poderãoter policiais municipais comporte de arma.

– O perigo é que, numa cida-de pequena, teremos uma for-

César Borges é contramudança no estatuto

ça armada que pode se tornarum poder discricionário doExecutivo local. Então, me pa-

rece que dá maistranqüilidadeter uma guardamunicipal numacidade de gran-de porte. Na ci-dade pequena, étemerário – ob-servou CésarBorges, que foirelator do esta-tuto no Senado.

A decisão deeditar a medidaprovisória foi

antecipada ontem mesmo, du-rante a votação do Estatuto doDesarmamento no Senado,pelo líder do governo, senadorAloizio Mercadante (PT-SP).

Reconhecendo que o Estatu-to do Desarmamento não iráresolver o problema da segu-rança pública no país, o líder doPSDB no Senado, Arthur Vir-gílio (AM), afirmou ter esperan-ça de que a iniciativa possa re-presentar um passo expressivoem direção à cultura da paz.

Ao mesmo tempo em que aproposição deve ajudar a incu-

Arthur Virgílio vê texto comopasso em direção à paz

tir uma cultura pacífica nas ge-rações futuras, vai estimular asociedade a cobrar que o Esta-do faça a sua parte e desarmeos bandidos, conforme assina-lou o senador.

– Votei a favor do projeto peloseu alcance civilizatório e porser uma forma de cobrar que oEstado saia da inércia em quese encontra – declarou.

O senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que a principal causada violência no país é o desem-prego. Durante a discussão doEstatuto do Desarmamento,realizada terça-feira, o parla-mentar afirmou que, como mé-dico, sabe que os exames paradiagnosticar a doença no paísjá foram feitos, e a causa é a fal-ta de postos de trabalho para a

Mão Santa diz que causa daviolência é o desemprego

população.Para o parlamentar, a aprova-

ção do estatuto pelo Senado éapenas um passo no combateà violência.

– Temos muito a fazer, sobre-tudo buscando emprego, que éo dever de todo governante –afirmou.

Ele também cobrou a cons-trução de mais penitenciárias.

Zambiasi promove livro de Borges de MedeirosO senador Sérgio Zambiasi (PTB-

RS) presidiu ontem, na Biblioteca doSenado, o relançamento do livro OPoder Moderador na República Presi-dencial, de Borges de Medeiros, comprefácios do ex-senador PauloBrossard e do conselheiro VictorFaccioni, presidente do Tribunal deContas do Rio Grande do Sul.

Governador gaúcho por cinco ve-zes, Borges de Medeiros escreveu a

obra em 1933 e esta é a terceira edi-ção, trazida a público pela Assem-bléia Legislativa do Rio Grande doSul, em convênio com a Editora daUniversidade de Caxias do Sul. Par-ticiparam da solenidade, além deZambiasi e Victor Faccioni, os depu-tados Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) e José Carlos Aleluia (PFL-BA),o ministro Edson Vidigal, vice-presi-dente do Superior Tribunal de Jus-

tiça, e outras autoridades.A apresentação do livro é do se-

nador Sérgio Zambiasi, para quemos ensinamentos dessa obra "rara eespecial" continuam tão vivos quan-to na época em que foram escritos,há 70 anos. De acordo com o parla-mentar, o autor do livro influenciougerações de políticos e a própriavida do povo com suas atitudes, de-terminação e coragem.

César Borges preocupa-secom guarda armada empequenos municípios

RELATÓRIOS Deputado Gilmar Machado (C), ao lado de GilbertoMestrinho (D), acolheu emendas à proposta orçamentária para 2004

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7Brasília, quinta-feira, 11 de dezembro de 2003

Os senadores da Subcomis-são de Cinema, ComunicaçãoSocial e Informática querem termaior participação na defini-ção dos rumos da Agência Na-cional de Cinema (Ancine). Du-rante audiência pública reali-zada ontem, com a presença dosubchefe da Coordenação deAção Governamental da CasaCivil, Luiz Alberto dos Santos,os integrantes do colegiadocondenaram unanimemente apossibilidade de realização de

O presidente do Senado, JoséSarney, disse ontem que 2003 foium ano proveitoso para o Con-gresso Nacional. Ele destacou avotação das reformas previden-ciária e tributária e propostas deinteresse social entre as princi-pais matérias examinadas pelosparlamentares.

– O Congresso cumpriu suamissão: foi um ano de muito tra-balho, mas que estamos termi-nando com uma grande con-tribuição ao país.

Sarney mencionou, além dasreformas, a aprovação do Esta-tuto do Idoso e do Estatuto doDesarmamento, que impõe res-trições ao registro, porte ecomercialização de armas defogo.

Missa de NatalJosé Sarney participou on-

Senadores querem discutir a AncineDEBATE Sérgio Cabral (C) e Hélio Costa (D) na audiência com Luiz Alberto dos Santos

mudanças na agência por meiode medida provisória.

Santos informou que o Con-selho Superior de Cinema eAudiovisual, vinculado à CasaCivil, é que vai elaborar o pro-jeto de lei ou a medida provi-sória sobre o novo formato daentidade que passará a se cha-mar Agência Nacional de Ci-nema e do Audiovisual(Ancinav).

Os senadores Hélio Costa(PMDB-MG) e Eduardo Azere-

do (PSDB-MG) lembraram queas medidas provisórias só po-dem ser usadas em situações deemergência. Gerson Camata(sem partido-ES) criticou alte-rações nas agências reguladorasenquanto Sérgio Cabral(PMDB-RJ) destacou que todosos senadores conhecem bem ascompetências do Senado, assi-nalando a importância daSubcomissão de Cinema, quetem, entre suas tarefas, a de es-colher dirigentes da Ancine.

Legislativo cumpriu sua missão, afirma Sarney

CONFRATERNIZAÇÃO José Sarney participa, juntamente comparlamentares e servidores, da Missa de Natal no Salão Negro

tem, ao lado de sua esposa,dona Marly, da confraterniza-ção de fim de ano de parlamen-tares e servidores, assistindo à

Missa do Natal do Senhor cele-brada pelo cardeal-arcebispode Brasília, dom José Freire Fal-cão, no Salão Negro.

Foi aprovado ontem pela Comissão de AssuntosSociais (CAS), por unanimidade, parecer favorávelà mensagem presidencial que indicou o médicoFausto Pereira dos Santos para o cargo de diretorda Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).O órgão é responsável pela regulação e fiscaliza-ção dos planos de saúde.

O relator, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE),enalteceu a capacidade de Fausto Pereira. A men-sagem com sua indicação segue para o Plenário.

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ)aprovou ontem, em votação secreta, parecer favorávelà indicação do almirante-de-esquadra José Alfredo Lou-renço dos Santos para exercer o cargo de ministro doSuperior Tribunal Militar (STM).

Ele vai ocupar a vaga aberta com a aposentadoriado almirante-de-esquadra Eduardo Cezar de Andrade.A mensagem presidencial, que será submetida agora àvotação do Plenário do Senado, teve como relator osenador Luiz Otávio (PMDB-PA).

Designação de almirante parao STM tem parecer favorável

Indicação de Fausto Pereirapara ANS é acolhida pela CAS

Luiz Otávio (D) ao lado de José Alfredo Fausto Pereira dos Santos

Durante sessãoconjunta, foramliberadas verbas paraministérios, estadose municípios

Os recursos para o pagamen-to dos vencimentos de novem-bro dos bombeiros e dos polici-ais civis e militares do DistritoFederal, e parcela do décimoterceiro das áreas de segurança,saúde e educação da capital daRepública foram aprovados on-tem pelo Congresso Nacional.São R$ 106,19 milhões incluídosem projeto que abre crédito su-plementar de R$ 548,71 milhõesem favor dos Ministérios da Fa-zenda e do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior egarante transferências de R$ 108milhões para estados, municípi-os e DF.

Durante a discussão, o sena-dor Paulo Octávio (PFL-DF)afirmou que nunca houveatraso no pagamento dos po-liciais e que a segurança de

Congresso aprovacrédito para pagar

policiais do DF

IMPORTÂNCIA A segurança dacapital da República interessa atodo o país, afirma Paulo Octávio

As regras definidas pela Reso-lução nº 1 para o funcionamen-to da Comissão Mista de Orça-mento e tramitação de matéri-as orçamentárias terão vigênciaaté julho de 2004. Projeto de re-solução do deputado RicardoBarros (PP-PR) foi aprovado on-tem pelo Congresso.

O deputado Inocêncio Oli-veira (PFL-PE), que presidiu asessão, aceitou alteração dedata sugerida pelo deputadoPauderney Avelino (PFL-AM) –de 30 de maio para 30 de julho–, depois que se certificou deque isso não prejudicaria acor-

Regra atual sobre Orçamentofica valendo até julho de 2004

do fechado pelo presidente doSenado, José Sarney, de quegrupo de trabalho formularáaté meados do próximo ano aspropostas para mudar a trami-tação do Orçamento.

Sarney apresentou essa solu-ção como forma de apaziguaros ânimos de Ricardo Barros eoutros deputados, que amea-çavam derrubar o acordo quegarantiu aos senadores a pos-sibilidade de apresentaremmais três emendas de caráterestruturante, no caso das ban-cadas com mais de 18 parla-mentares.

Brasília interessa a todo o Bra-sil. O senador Romeu Tuma(PFL-SP) também defendeu avotação do projeto.

Na mesma sessão, os parla-mentares aprovaram ainda pro-jetos abrangendo dez créditossuplementares no valor total deR$ 2,54 bilhões e mais quatroprojetos de créditos especiaisreferentes a ações novas no Or-çamento deste ano, no montan-te de R$ 179,36 milhões.

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8 Brasília, quinta-feira, 11 de dezembro de 2003

O senador Osmar Dias (PDT-PR) destacou a comemoração,este ano, dos 20 anos do inícioda criação dos Centros Integra-dos de Educação Pública(Cieps), pelo ex-governador doRio de Janeiro e atual presiden-te do Partido Democrático Tra-balhista (PDT), Leonel Brizola.Para o parlamentar, o modelode escola criado por Brizola epelo “saudoso professor e sena-dor” Darcy Ribeiro, continuamoderno e atual.

O senador lamentou que atentativa do governo federal deintroduzir os Cieps (batizadosde Ciacs) no sistema educacio-nal brasileiro não tenha tidoprosseguimento, mas parabe-nizou o prefeito de Cascavel(PR), Edgar Bueno (PDT), queinaugurou no município 45 es-colas em sistema integral. Alémdas atribuições normais de umcolégio, os estabelecimentos deensino de Cascavel oferecemtrês refeições diárias e fortale-cem as noções de cidadania.

– Sem dúvida, é um modelode escola que deveríamos ado-tar em todas as cidades destepaís – disse o senador, que pre-tende discutir a questão nopróximo ano na Comissão deEducação (CE), que preside.

Osmar Diasdestaca os 20anos do Ciep

EDUCAÇÃO Osmar Dias disseque o modelo da escola deveriaser adotado em todo o país

Definidos nomes para comissão representativa

APOIO Aprovação mostraria quea Casa dá importância ao tema,segundo Serys Slhessarenko

Plenário aprova novo embaixador para os Estados UnidosO Plenário aprovou ontem a indi-cação do diplomata RobertoAbdenur para embaixador do Bra-sil nos Estados Unidos. Foram 52votos a favor, 6 contra e 1 absten-ção. Abdenur foi aprovado anteri-ormente pela Comissão de Rela-ções Exteriores e Defesa Nacional(CRE), na última terça-feira. Na oca-

sião, ele disse que lutaria para apro-ximar mais os Parlamentos brasilei-ro e norte-americano e enumerousuas prioridades como embaixadornos Estados Unidos, como debater"com altivez" a Área de Livre Comér-cio das Américas (Alca) e lutar pelaliberdade dos brasileiros detidos porentrar ilegalmente naquele país.

O Plenário aprovou também a indi-cação do diplomata César Amaralpara embaixador na Jamaica, com60 votos favoráveis, 2 contra e 1 abs-tenção.Os senadores aprovaram ainda a in-dicação da Presidência da Repúbli-ca para compor o Conselho daAgência Nacional de Telecomunica-

ções (Anatel). O nome indicado é ode Pedro Jaime Ziller de Araújo, en-genheiro eletricista e secretário deTelecomunicações do Ministério dasComunicações. Foram 57 votos afavor e 5 contra. Pedro Jaime haviasido aprovado pela Comissão deServiços de Infra-Estrutura (CI) porunanimidade, na terça-feira.

IMIGRANTES Abdenurpromete lutar pelosbrasileiros presos nos EUA

O senador Eduardo Azeredo(PSDB-MG) alertou ontem queos problemas de administraçãodo governo Luiz Inácio Lula daSilva estão provocando atrasono desenvolvimento da áreatecnológica. Matéria do jornalValor Econômico publicada naúltima segunda-feira, disse, in-formou que o Brasil perdeu dezposições no ranking mundialde tecnologia de rede, passan-do do 29º para o 39º lugar.

A pesquisa, segundo o jornal,integra o Relatório Mundial deTecnologia de Comunicação eInformação 2003-2004. Com orebaixamento no ranking, dis-se o senador, o Brasil perdeu oposto de melhor colocado naAmérica Latina, ficando o Chi-le à frente, no 32º lugar.

De acordo com Azeredo, ogoverno deixou de investir R$3 bilhões em tecnologia na áreade informática, não reservandorecursos para o Serviço de Pro-cessamento de Dados (Serpro)do governo, o Fundo de Uni-versalização das Comunicaçõ-es (Fust) e os programas de in-clusão digital nas escolas.

– Se utilizarmos a tecnologiade maneira adequada, o Brasilpoderá dar melhores condiçõesà população – observou.

Azeredo: paíscai no rankingda tecnologia

ECONOMIA Para Azeredo, ogoverno deixou de investirR$ 3 bilhões em informática

ANÚNCIO Foram anunciados ao Plenário os senadores da comissãoque funcionará durante o recesso do Congresso Nacional

A sessão de ontem do Senado Federal foi presidida pelos senadores José Sarney, Paulo Paim, Eduardo Siqueira Campos, Romeu Tuma e Leonel Pavan

O presidente José Sarneyanunciou os nomes dos sena-dores que integrarão a Comis-são Representativa do Congres-so Nacional, que responderápela Casa durante o período derecesso parlamentar, marcadopara o período de 16 de dezem-bro a 14 de fevereiro de 2004.As indicações foram feitas pe-las lideranças partidárias.

Pelo Bloco da Minoria PFL/PSDB foram indicados os sena-dores Eduardo Siqueira Campos(PSDB-TO), Paulo Octávio (PFL-DF) e Demostenes Torres (PFL-GO). Pelo bloco de apoio ao go-verno, os senadores escolhidosforam Eurípedes Camargo (PT-DF) e Magno Malta (PL-ES). Olíder do PMDB indicou os sena-dores Valmir Amaral (DF) eRamez Tebet (MS). Já o blocoPDT/PPS será representado

pelo senador Mozarildo Caval-canti (PPS-RR).

A leitura dos nomes dos indi-cados foi feita pelo 1º secretário,senador Romeu Tuma (PFL-SP),que também enumerou os se-nadores que integrarão a Co-missão como suplentes. ArthurVirgílio (PSDB-AM), Lúcia Vânia

(PSDB-GO) e Edison Lobão(PFL-MA) foram indicados peloBloco da Minoria. O bloco deapoio ao governo indicou as se-nadoras Ideli Salvatti (PT-SC) eSerys Slhessarenko (PT-MT). Jáos senadores Luiz Otávio (PA) ePapaléo Paes (AP) foram os es-colhidos pelo PMDB.

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Serys pede comissãode direitos humanos

Senadora propõe queo Plenário aprove logoa criação do novocolegiado. Proposta jápassou pela CCJ

A senadora Serys Slhessa-renko (PT-MT) conclamou on-tem o Plenário do Senado aaprovar o mais rapidamentepossível o Projeto de Resoluçãonº 5/03 que cria a Comissão deDireitos Humanos e Questõesde Gênero. Quando a sena-dora discursou em Plenário, aresolução acabara de ser apro-vada na Comissão de Constitui-ção, Justiça e Cidadania (CCJ).

Ela ressaltou a importânciada decisão, especialmente por-que ocorreu no dia dedicado à

comemoração da DeclaraçãoUniversal dos Direitos Huma-nos — proclamada pelas Na-ções Unidas em 10 de dezembrode 1948. A rápida decisão emPlenário, disse, dará ao país e ao

mundo o sinal de que o país estátratando o assunto com a serie-dade que merece.

Além dos direitos humanosde uma maneira geral, a comis-são tratará de temas mais espe-cíficos relativos aos direitos damulher, da infância, da juventu-de, dos idosos, das minorias so-ciais ou étnicas e dos estrangei-ros; e de temas relativos à famí-lia e à integração social das pes-soas portadoras de deficiências.

Citando matéria do jornalistaAngus Macswan, da agência denotícias inglesa Reuters, Serysalertou para a crise de direitoshumanos em que vive imersa acamada pobre da população.Esses cidadãos são as maioresvítimas de arbitrariedades, deacordo com relatório da AnistiaInternacional.