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João Batista Gomes REGÊNCIA CRASE Concursos e Vestibulares SOUCONCURSEIRO Linguativa Manaus 2013

Regência e Crase (COMPLETA).pdf

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João Batista Gomes

REGÊNCIACRASE

Concursos e Vestibulares

SOUCONCURSEIROLinguativa

Manaus2013

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2 – João Batista Gomes

© 2013 by João Batista Gomes

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Arte capaJessé Este vam

Revisão técnico-gramaticalJoão Batista Gomes

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Regência e Crase – 3

SUMÁRIO

REGÊNCIA ................................................................................................................................ 5Definição .................................................................................................................................... 5Nomenclatura ............................................................................................................................ 5Tipos de regência ..................................................................................................................... 6Classificação dos verbos quanto à predicação ....................................................................... 6

VERBO TRANSITIVO DIRETO ................................................................................................. 6Definição .................................................................................................................................... 6Objeto direto preposicionado ................................................................................................... 6Aplicação 1 ................................................................................................................................ 7Objeto direto x pronomes átonos ............................................................................................ 8Verbo transitivo direto X lhe ...................................................................................................... 8Aplicação 2 e 3 .......................................................................................................................... 8Verbo transitivo direto x voz passiva ........................................................................................ 9Verbo transitivo direto x oração substantiva objetiva direta ................................................... 9Aplicação 4 e 5 .......................................................................................................................... 9Verbo transitivo direto + se .................................................................................................... 10Verbos transobjetivos ............................................................................................................. 10Reforço 1 ................................................................................................................................. 10Aplicação 6 e 7 ........................................................................................................................ 10Principais verbos transobjetivos ............................................................................................. 11Lista de verbos transitivos diretos .......................................................................................... 11Reforço 2 ................................................................................................................................. 13TESTES 1 ................................................................................................................................ 13

VERBO TRANSITIVO INDIRETO ........................................................................................... 16Definição .................................................................................................................................. 16Preposição obrigatória ............................................................................................................ 16Aplicação 8 a 11...................................................................................................................... 16Verbo transitivo indireto x pronomes ..................................................................................... 17Aplicação 12 a 16 ................................................................................................................... 17Verbo transitivo indireto x me, te, se, nos, vos ..................................................................... 18Aplicação 17 a 21 ................................................................................................................... 18Verbo transitivo indireto x voz passiva ................................................................................... 19Transitivo indireto + se (pis) .................................................................................................. 19Aplicação 22 a 25 ................................................................................................................... 19Verbo transitivo indireto x oração substantiva objetiva indireta ........................................... 20Aplicação 26 a 31 ................................................................................................................... 19Lista de verbos transitivos indiretos ....................................................................................... 21

VERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO ......................................................................... 22Dois complementos ................................................................................................................ 22Aplicação 32 ............................................................................................................................ 22Combinação de pronomes ..................................................................................................... 23Objeto indireto x predicativo do objeto .................................................................................. 23Aplicação 33 e 34 ................................................................................................................... 23Objeto indireto x adn............................................................................................................... 24Lista de verbos transitivos diretos e indiretos ....................................................................... 24Aplicação 35 ............................................................................................................................ 24Aplicação 36 a 38 ................................................................................................................... 28

VERBO INTRANSITIVO .......................................................................................................... 29Sem complemento .................................................................................................................. 29Aplicação 39 a 43 ................................................................................................................... 29

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4 – João Batista Gomes

Intransitivo X transitivo indireto .............................................................................................. 30Aplicação 44 a 47 ................................................................................................................... 30Lista de verbos intransitivos ................................................................................................... 31

VERBO DE LIGAÇÃO ............................................................................................................ 34Sem ação ................................................................................................................................ 34Sentido dos verbos de ligação ............................................................................................... 34Aplicação 51 ............................................................................................................................ 34Lista de verbos de ligação ...................................................................................................... 35

TESTES 2 ................................................................................................................................ 37

VERBOS ESPECIAIS .............................................................................................................. 43Assistir ..................................................................................................................................... 43Aplicação 52 e 53 ................................................................................................................... 43Aspirar ..................................................................................................................................... 44Avisar, certificar, informar, notificar, proibir ............................................................................ 44Aplicação 54 e 56 ................................................................................................................... 44Chamar .................................................................................................................................... 45Chegar, ir, voltar, retornar ...................................................................................................... 45Aplicação 57 e 58 ................................................................................................................... 45Estar, ficar, morar, residir ....................................................................................................... 46Custar ...................................................................................................................................... 46Aplicação 59 e 61 ................................................................................................................... 46Esquecer, lembrar, recordar, admirar .................................................................................... 47Preferir ..................................................................................................................................... 47Aplicação 62 e 63 ................................................................................................................... 47Querer ..................................................................................................................................... 48Simpatizar, antipatizar ............................................................................................................ 48Aplicação 64 e 65 ................................................................................................................... 48Visar ......................................................................................................................................... 49Aplicação 66 a 68 ................................................................................................................... 49Abdicar ..................................................................................................................................... 50Aborrecer-lhe ou aborrecê-la? ............................................................................................... 50Aplicação 69 a 70 ................................................................................................................... 50Implicar, pisar, a domicílio, em domicílio ................................................................................ 51Aplicação 71 a 72 ................................................................................................................... 51Ao telefone, a prazo, a vista, chutar, fazer que, dar-se o, dar à luz .................................... 52Aplicação 73 a 74 ................................................................................................................... 54

CRASE ..................................................................................................................................... 55Aplicação 1 e 2 ........................................................................................................................ 55Aplicação 3 e 4 ........................................................................................................................ 56Aplicação 5 a 7 ........................................................................................................................ 57

CASOS ESPECIAIS DE CRASE ............................................................................................. 57Aplicação 8 a 12...................................................................................................................... 58Aplicação 13 a 16 ................................................................................................................... 59Aplicação 17 a 20 ................................................................................................................... 60Aplicação 21 a 26 ................................................................................................................... 61Aplicação 27 ............................................................................................................................ 62

TESTES 1 ................................................................................................................................ 65RESPOSTAS (Regência) ....................................................................................................... 75RESPOSTAS (Crase) ............................................................................................................. 76REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 77

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Regência e Crase – 5

REGÊNCIA

1. Definição

Regência é a relação de dependência oude subordinação que as palavras têmentre si dentro da frase. Isso sugere queuma palavra (a regida) completa osentido da outra (a regente). Vejamos naprática:

a) A criança nasceu.b) O vereador morreu.c) O estudante desapareceu.

Notamos que os verbos nascer, morrer edesaparecer não precisam de com-plemento verbal, ou seja, não precisamde objeto direto ou de objeto indireto.

Importante: só existem dois comple-mentos verbais:

a) objeto direto – completa o sentido doverbo sem auxílio de preposição;

b) objeto indireto – completa o sentidodo verbo com auxílio de preposição.

Vamos acrescentar mais palavras àsfrases em discussão:

a) A criança nasceu à noite.

A expressão “à noite” sugere tempo,

portanto é adjunto adverbial de tempo;

não é complemento verbal.

b) O vereador morreu no motel.

A expressão “no motel” sugere lugar, por-

tanto é adjunto adverbial de lugar; não

é complemento verbal.

c) O estudante desapareceu na selva.

A expressão “na selva” sugere lugar, por-

tanto é adjunto adverbial de lugar; não

é complemento verbal.

Vamos discutir novas construções:

a) Ela votou em Eduardo.

Note que “votar” exige a preposição “em”para a eufonia da frase.

A expressão “em Eduardo” não pode serchamada de “adjunto adverbial”: não su-gere tempo, lugar, modo, causa, etc.

Conclusão: a expressão “em Eduardo”é objeto indireto.

Classificação de “votar”: transitivo in-direto.

b) Ela votou em Manacapuru.

Note que “votar” exige a preposição “em”para a eufonia da frase.

A expressão “em Manacapuru” indica cir-cunstância de lugar.

Conclusão: “em Manacapuru” é adjuntoadverbial de lugar.

Classificação de “votar”: intransitivo.

c) Ela votou em branco.

Note que “votar” exige a preposição “em”.

A expressão “em branco” indica circuns-tância de modo.

Conclusão: “em branco” é adjuntoadverbial de modo.

Classificação de “votar”: intransitivo.

2. Nomenclatura

a) Transitivo – Verbo que exige comple-mento (objeto direto ou indireto).

b) Intransitivo – Verbo que não exigecomplemento; pode vir sozinho ouacompanhado de adjunto adverbialou de predicativo do sujeito.

c) Direto – Complemento sem preposi-ção.

d) Indireto – Complemento com preposi-ção.

e) Circunstância – Condição de tempo,lugar ou modo que cerca ou acom-panha um fato ou uma situação quelhes é essencial à natureza.

f) Predicação verbal – Particularidadede cada verbo (ou de suas diferentesacepções) de aceitar ou não comple-mento(s).

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6 – João Batista Gomes

3. Tipos de regência

A regência pode ser verbal ou nominal.Os exemplos a seguir são esclare-cedores.

a) Temos necessidade de paz.

O termo regente (que exige a preposição

“de”) é um nome (necessidade = subs-

tantivo); portanto regência nominal.

b) Pedro gosta de futebol.

O termo regente (que exige a preposição

“de”) é um verbo (gostar); portanto re-

gência verbal.

c) Todos assistiram aos jogos.

O termo regente (que exige a preposição

“a”) é um verbo (assistir); portanto re-

gência verbal.

d) Na reunião, fizeram alusão à mobili-dade urbana.

O termo regente (que exige a preposição

“a”) é um nome (alusão = substantivo);

portanto regência nominal.

4. Classificação dos verbos quantoà predicação

Quanto à regência (relação entre o ver-bo e os termos ou expressões que lhecompletam o sentido ou a ele atribuemuma circunstância), podemos dividir to-dos os verbos da língua portuguesa emtrês categorias:

a) transitivos (exigem complemento);b) intransitivos (sem complemento);c) de ligação (exigem predicativo).

Os transitivos podem ser:

a) diretos;b) indiretos;c) diretos e indiretos.

Importante: verbo de ligação serve paraligar o predicativo ao sujeito.

VERBO TRANSITIVO DIRETO

1. Definição – Entende-se por transiti-vo o verbo que precisa de comple-mento. Transitivo direto é, pois, overbo que exige complemento sempreposição.

Exemplos:

a) De repente, a vida exige pressa.

Função de “pressa”: objeto direto.

Regência de “exigir”: verbo transitivo di-

reto.

b) Os paramédicos assistiram as víti-mas do acidente.

Função de “as vítimas do acidente”: ob-

jeto direto.

Regência de “assistir”: verbo transitivo

direto.

c) Convém visar todos os documentosantes da viagem.

Função de “todos os documentos”: obje-

to direto.

Regência de “visar”: verbo transitivo di-

reto.

d) Traição amorosa implica sofrimentoe decepção.

Função de “sofrimento e decepção”: ob-

jeto direto.

Regência de “implicar”: verbo transitivo

direto.

e) Na delegacia, pisaram seu corpo pa-ra que confessasse o delito.

Função de “seu corpo”: objeto direto.

Regência de “pisar”: verbo transitivo di-

reto.

2. Objeto direto preposicionado

Se o verbo transitivo direto vier prepo-sicionado, com certeza a preposição nãoé exigida pelo verbo. O complementorecebe, então, o nome de objeto diretopreposicionado.

Exemplos:

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Regência e Crase – 7

a) Ela só ouve a mim.

Regência de “ouvir”: transitivo direto.

Função sintática da expressão “a mim”:

objeto direto preposicionado.

Preposição “a”: exigida pelo pronome

tônico “mim”.

b) Venceu ao pai o filho.

Regência de “vencer”: transitivo direto.

Função sintática da expressão “ao pai”:

objeto direto preposicionado.

Preposição “a”: exigida pelo contexto –

a frase ficaria ambígua sem a preposi-

ção.

c) Em casa, ele não respeitava a nin-guém.

Regência de “respeitar”: transitivo direto.

Função sintática da expressão “a nin-

guém”: objeto direto preposicionado.

Preposição “a”: exigida pelo pronome

indefinido “ninguém”.

d) Não devemos magoar as pessoas aquem amamos.

Regência de “amar”: transitivo direto.

Função sintática da expressão “a quem”:

objeto direto preposicionado.

Preposição “a”: exigida pelo pronome

relativo “quem”.

Aplicação 1

Escolha a letra com objeto diretopreposicionado.

a) Convém promover a devassa fiscalpara combater a sonegação.

b) Ainda nesta semana, a Receita Fede-ral anuncia a lista de empresas deve-doras.

c) O combate à sonegação tem a finali-dade de coibir a evasão de divisas.

d) As corretoras devem demonstrar querecolheram a contento os impostossobre os ganhos de capital.

e) O passo seguinte do aperto planeja-do é chegar a pessoas físicas a quemo leão não tem atacado ultimamente.

3. Objeto direto x pronomes átonos

Ao lado de verbos transitivos diretos, nafunção de complemento, podem apare-cer os seguintes pronomes átonos:

a) o, a, os, as – Podem aparecer antes(próclise), no meio (mesóclise) oudepois (ênclise) do verbo, represen-tando pessoas ou coisas.

Exemplos:

1. Nos momentos difíceis, eu sempre aapoio.

Regência de “apoiar”: transitivo direto.

Função morfológica do “a”: pronome

átono.

Função sintática do “a”: objeto direto de

“apoiar”.

2. Convivendo com ela, eu a mudei..

Regência de “mudar”: transitivo direto.

Função morfológica do “a”: pronome

átono.

Função sintática do “a”: objeto direto de

“mudar”.

3. Na entrada da fazenda, eu o avistei.

Regência de “avistar”: transitivo direto.

Função morfológica do “o”: pronome

átono.

Função sintática do “o”: objeto direto

de “avistar”.

b) lo, la, los, las – Variantes de o, a, os,as quando enclíticos (depois do ver-bo) ou mesoclíticos (no meio do ver-bo). Devem ser acrescentados a ver-bos transitivos diretos que terminempor r, s ou z.

Exemplos:

1. Vou ouvi-la nos momentos difíceis.Regência de “ouvir”: transitivo direto.

Função morfológica do “la”: pronome

átono.

Função sintática do “la”: objeto direto

de “ouvir”.

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8 – João Batista Gomes

2. Com o tempo, mudá-la-ei.

Regência de “mudar”: transitivo direto.

Função morfológica do “la”: pronome

átono.

Função sintática do “la”: objeto direto

de “mudar”.

b) no, na, nos, nas – Variantes de o, a,os, as quando enclíticos (depois doverbo). Devem ser acrescentados averbos transitivos diretos que termi-nem por m, ão ou õe.

Exemplos:

1. Com relação ao dinheiro, ele repõe-no ainda hoje.

Regência de “repor”: transitivo direto.

Função morfológica do “no”: pronome

átono.

Função sintática do “no”: objeto direto de

“repor”.

2. Lições de esperança? Eles dão-nastodos os dias.

Regência de “dar”: transitivo direto.

Função morfológica do “nas”: pronome

átono.

Função sintática do “nas”: objeto direto

de “dar”.

Aplicação 2

Julgue as frases seguintes quanto aouso de pronomes.

a. ( ) Reponho o dinheiro ainda hoje =Reponho-lhe.

b. ( ) Reponho o dinheiro ainda hoje =Reponho-o.

c. ( ) Transpomos com cautela o obstá-culo = Transpomos-lhe.

d. ( ) Transpomos com cautela o obstá-culo = Transpomo-no.

e. ( ) Transpomos com cautela o obstá-culo = Transpomo-lo.

4. Verbo transitivo direto x lhe

Se o pronome lhe estiver ao lado de ver-bo transitivo direto, com certeza estaráno papel de pronome possessivo: podeser trocado por seu (dele), sua (dela),seus (deles), suas (delas). A função sin-tática, nesse caso, é de adjunto adno-minal.

Exemplos:

1. Ouço-lhe muito as opiniões.Ouço muito as suas opiniões.

Regência de “ouvir”: transitivo direto.

Função de “as opiniões”: objeto direto.

Função morfológica do “lhe”: pronome

possessivo.

Função sintática do “lhe”: adjunto adno-

minal.

2. Amo-lhe muito o caráter.Amo muito o seu caráter.

Regência de “amar”: transitivo direto.

Função de “o caráter”: objeto direto

Função morfológica do “lhe”: pronome

possessivo.

Função sintática do “lhe”: adjunto adno-

minal.

3. Em plena rua, roubaram-lhe a bolsa.Em plena rua, roubaram a sua bolsa.

Regência de “roubar”: transitivo direto.

Função de “a bolsa”: objeto direto

Função morfológica do “lhe”: pronome

possessivo.

Função sintática do “lhe”: adjunto adno-

minal.

Aplicação 3

Julgue as frases seguintes quanto aouso de pronomes.

a. ( ) Conheço-lhe de algum lugar.b. ( ) Conheço-a de algum lugar.c. ( ) Conheço-lhe a família há muitos

anos.d. ( ) Conheço sua família há muitos

anos.e. ( ) Se o vir hoje, talvez não lhe reco-

nheça.

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Regência e Crase – 9

5. Verbo transitivo direto x voz pas-siva

Os verbos transitivos diretos aceitam mu-dança da voz ativa para a passiva e vice-versa. Os verbos transitivos indiretos, in-transitivos e de ligação não aceitam mu-dança para a voz passiva.

1. A empresa contratou novos operá-rios. (voz ativa)Novos operários foram contratadospela empresa. (voz passiva)

Regência de “contratar”: transitivo dire-to.Função de “novos operários”: objetodireto (voz ativa) e sujeito (voz passiva).Função de “a empresa”: sujeito (voz ati-va) e agente da passiva (voz passiva).

2. Após a assembleia, os funcionáriosprotocolizaram o pedido . (voz ativa)Após a assembleia, o pedido foi pro-tocolizado pelos funcionários (voz pas-siva)

Regência de “protocolizar”: transitivo di-reto.Função de “o pedido”: objeto direto (vozativa) e sujeito (voz passiva).Função de “os funcionários”: sujeito (vozativa) e agente da passiva (voz passiva).

3. Ouviram-se as reclamações dos ope-rários. (voz passiva)Ouviram as reclamações dos ope-rários. (voz ativa)

Regência de “ouvir”: transitivo direto.Função de “as reclamações”: objeto dire-to (voz ativa) e sujeito (voz passiva).Sujeito de “ouviram”: simples (voz passi-va) e indeterminado (voz ativa).

Aplicação 4

Escolha a alternativa em que o verboadmita mudança para a voz passiva.

a) Lembrou-se da infância e chorou.b) Hoje, quem não gosta de futebol?c) Precisamos de carpinteiros.d) Ela se referiu ao marido com ironia.e) Apresentou as desculpas e saiu.

6. Verbo transitivo direto x oraçãosubstantiva objetiva direta

O complemento do verbo transitivo diretopode ser uma oração inteira: é a oraçãosubordinada substantiva objetiva direta.

1. Sinto que ela ainda me ama.Sinto isso.Regência de “sentir”: transitivo direto.

Objeto direto de “sentir”: “que ela ainda

me ama”.

Função morfológica do “que”: conjun-

ção integrante.

Classificação da oração subordinada:

substantiva objetiva direta.

2. Não sei se a empresa ainda me acei-ta.Não sei isso.

Regência de “saber”: transitivo direto.

Objeto direto de “saber”: “se a empresa

ainda me aceita”.

Função morfológica do “se”: conjunção

integrante.

Classificação da oração subordinada:

substantiva objetiva direta.

3. Convém considerar que nada é eter-no.Convém considerar isso.

Regência de “considerar”: transitivo di-

reto.

Objeto direto de “considerar”: “que nada

é eterno”.

Função morfológica do “que”: conjun-

ção integrante.

Classificação da oração subordinada:

substantiva objetiva direta.

Aplicação 5

Escolha a alternativa com objeto di-reto oracional.

a) Elisa? Não a vejo desde o Carnaval.b) Não convém desistir agora.c) Ocorre que não temos mais prestígio.d) Entendeu que estava derrotado.e) Coube a mim denunciar o esquema.

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10 – João Batista Gomes

7. Verbo transitivo direto + se

O se é a partícula formadora da voz pas-siva pronominal ou sintética. Nesse caso,tem as seguintes características:

a) Vem sempre ligado a verbo sem pre-posição (transitivo direto ou transiti-vos direto e indireto).

b) O verbo apassivado pelo pronome “se”concordará normalmente com o seusujeito, que vem, quase sempre, pos-posto.

c) A mudança da frase para a voz ativaé feita com supressão do “se”; o ver-bo irá obrigatoriamente para o pluralpara que, na voz ativa, tenha sujeitoindeterminado.

d) O “se” não tem função sintática.

Aplicação 6

Julgue as frases seguintes quanto àcorreção gramatical.

a. ( ) Conserta-se aparelhos eletrôni-cos.

b. ( ) Consertam-se aparelhos eletrôni-cos.

c. ( ) Consertam aparelhos eletrônicos.d. ( ) Aparelhos eletrônicos são con-

sertados.e. ( ) Construiu-se, ultimamente, inú-

meras creches na cidade.

Aplicação 7

“Não se pode mudar as práticas deprodução sem educar devidamenteas gerações”.

No período acima:

a) O “se” indica sujeito indeterminado.b) A troca de “Não se pode mudar” por

“não se podem mudar” corrige errogramatical.

c) O verbo “poder” é transitivo direto.d) Trata-se de período simples.e) Trata-se de período composto com

três orações.

8. Verbos transobjetivos

Alguns verbos transitivos diretos reque-rem um complemento após o objeto dire-to: é o complemento-predicativo (ou pre-dicativo do objeto). São conhecidos co-mo transobjetivos.

Predicado – Nesse caso, o predicadoserá verbo-nominal.

1. Julgamos Teotônio incapaz dessaatitude.

Regência de “julgar”: transitivo direto.Objeto direto de “julgar”: “Teotônio”.Função de “incapaz”: predicativo do ob-jeto.Predicado: verbo-nominal.

2. Elegeram-na vereadora.

Regência de “eleger”: transitivo direto.Objeto direto de “eleger”: “na”.Função de “vereadora”: predicativo doobjeto.Predicado: verbo-nominal.

3. Ele fez a criança feliz.

Regência de “fazer”: transitivo direto.Objeto direto de “fazer”: “a criança”.Função de “feliz”: predicativo do objeto.Predicado: verbo-nominal.

4. O povo chamava-o de corrupto.

Regência de “chamar”: transitivo direto.Objeto direto de “chamar”: “o”.Função de “de corrupto”: predicativo doobjeto.

Predicado: verbo-nominal.

Reforço 1

Conheça aqui as preposições:

a) Acidental – Palavra que pode funcio-nar como preposição: afora, confor-me, consoante, exceto, fora, medi-ante, não obstante, salvo, trás.

b) Essencial – Palavra invariável quesempre funciona como preposição: a,ante, após, até, com, contra, de,desde, durante, em, entre, para, pe-rante, por, sem, sob, sobre.

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Regência e Crase – 11

9. Principais verbos transobjetivos

Os verbos seguintes, quando emprega-dos em sentido especial, são transob-jetivos: transitivos diretos (raramente in-diretos) + predicativo. Vêm acompanha-dos de predicativo do objeto, formandoo predicado verbo-nominal.

ACHAREu sempre a achei atraente.

ACLAMAR

Os funcionários aclamaram-no líder.

ACUSARO povo acusava-o de corrupto.

CALCULAROs familiares calculavam-na morta.

CHAMAR

Os moleques chamavam-na de galinha-garnisé.

CONSIDERAR

Sempre a considerei infiel.

CONSTITUIR

No jornal, constituíram-no revisor-chefe.

COROAR Coroaram-na rainha caipira.

CRERNa infância, todos me criam um santo.

DAR

Apesar das evidências, ele não se davapor vencido.

DECLARAR

Depois dos testes, declararam-me habili-tado.

DEIXARUsaram o livro e deixaram-no rasgado.

ELEGER

O povo elegeu-o senador pelo Amazonas.

ENCONTRARPara minha decepção, fui encontrá-la muito

feliz.

FAZER

A minha intenção era fazê-la secretária.

IMAGINAREu a imaginava menos gorda.

INTITULAROs ribeirinhos intitularam-no herói.

JULGAR

Todos o julgavam culpado.

NOMEAR

Nomearam meu primo inspetor-chefe.

SABER

Ali, ninguém o sabia bandido.

SUPOR

A família supunha-o íntegro.

TACHAR

Por causa da briga, tacharam-no de louco.

TER

Todos o tinham como doido.

10. Lista de verbos transitivos diretos

Listamos aqui os verbos transitivos diretosmais empregados no dia a dia. Ao ladodeles, servindo-lhes de complemento, nãose pode usar o pronome átono lhe(s).

ABENÇOAREu o abençoo, meu filho.Antes de partir, abençoou todos os filhos.

ABORRECEROs bêbados aborreciam-no, mas ele não sezangava.De hoje em diante, vou procurar não maisaborrecê-la.

ABRAÇARAbracei-a poucas vezes.Quando chegava, abraçava todos de casa.

ACHAREu a achei meio gorda, mas bem interessante.Na juventude, achamos tudo muito engraçado.

ACOLHERO juiz acolheu o nosso pedido.

AMARAmo-a muito.Devemos amar a vida com muita intensidade.

CASTIGARCastiguei-o poucas vezes quando era criança.Ela o castiga, mas gosta dele.

COLHERAs mangas, colhi-as ainda meio verdes.Meu tio Ananias ganha dinheiro colhendo milho.

COMENTAREssas decisões, devemos comentá-las emreunião.Na próxima aula, comentaremos a prova.

COMERAs f lores que você mandou? Comi-as noalmoço.

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12 – João Batista Gomes

COMPRARFrutas e verduras? Evite comprá-las emexcesso.Comecei a vida comprando dívidas dos outros.

CONTRARIARPor causa do derrame, evite contrariá-la.Por qualquer besteira, contrariava pais.

CONVIDAREu estou convidando-a para um passeio debarco.Fiz um grande festas, mas convidei só osfamiliares.

DESCULPAREu já a desculpei.Antes de mais nada, quero dizer que já des-culpei todos vocês.

ESTUPRAREstupraram-na antes do casamento.Não apenas estupraram a moça: mataram-na.

ESTIMAREstimo-a muito, Cristina.Dede cedo, aprendi a estimar os livros.Estimo que estejas com saúde.

ESPERAREspero-a na igreja, na parte de trás, é claro.Espero que você encontre logo um novo amor.Da parte dela, nunca pude esperar aquelecomportamento.

ELOGIAREu já o elogiei mais do que devia.Comprazia-se em elogiar os amigos.Todos elogiaram muito o seu primeiro romance.

ENCONTRAREncontrá-la-ei na esquina, pode esperar.Até que enfim encontrei alguém que me ama.Não demore muito a encontrar uma solução.

FERIRJamais quis feri-la; foi um acidente.Sem querer, feri um pássaro.Uma luz forte feriu-lhe os olhos.

IMITARNo início, eu o imitava.Comecei minha carreira imitando os grandesmestres.Em sua arte, procure não imitar o real, masrecriá-lo.

LEVARSe viajar, eu a levarei comigo.Você pode partir, mas não permitirei que leveas crianças.Partirei, mas levarei saudades.

MATAR

Podiam prendê-la, mas matá-la foi um erro.

Fazendo isso, vocês matarão as plantações.

Vez por outra, matava serviço para passear.

PERSEGUIR

Não vou mais persegui-la.

Depois das eleições, os cabos eleitorais

deixaram de perseguir o deputado.

PRENDER

Além de prendê-la, torturaram-na.

Fomos obrigados a prender três dos parti-

cipantes.

Ela consegue prender a respiração por três

minutos.

PREJUDICAR

Jamais o prejudicaria.

Fazia tudo para prejudicar os alunos.

Tanto sol assim pode prejudicar sua beleza.

RECEBER

Recebi-a em casa, à noite.

Tinha prazer em receber os amigos.

Depois de dois anos, conseguimos receber a

herança.

De manhã cedo, recebeu a má notícia.

SAUDAR

Saúdo-a pela coragem.

Todos saudaram as candidatas.

Os convidados saudaram-se.

SOCORRER

Sem querer, eu a socorri.

Nosso trabalho era socorrer animais feridos.

Um pequeno barco socorreu-nos.

TER

Eu tive-a em meus braços.

Só vou ter férias em janeiro.

No passado, tive muitos cargos importantes.

Ela não pode pegar chuva: tem asma.

VER

Vim vê-la.

Pela primeira vez, vi o sol nascer quadrado.

Antes de assumir, viu os prós e os contras da

repartição.

Eu não os vejo há mais de dois anos.

VISITAR

Visito-a todas as tardes.

Elas se visitam com assiduidade.

O fiscal visitou o nosso estabelecimento, mas

não o multou.

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Regência e Crase – 13

Reforço 2

Vícios de linguagem:

a) Barbarismo – Qualquer erro grama-tical que fira a norma culta da língua.Pode ser:

1. Ortoépico (troca ou omissão de fo-nemas, como a pronúncia aberta do

“o” tônico de “bolsos”, a pronúncia“poblema” em vez de “problema”, ou

ainda mudança da sílaba acentuada“rúbrica” em vez de “rubrica”).

2. Gráfico (troca de letras, como a

troca de “s” por “z”, “ss”, “ç”, etc.).

3. Gramatical (inadequação nas fle-

xões, como em “quando eu ver” emvez de “quando eu vir”, ou erro de

flexão de gênero, como “ela está meiatriste”, ou “coma menas farinha”).

4. Semântico (emprego inadequado deuma palavra ou locução, por não se

conhecer seu sentido preciso, comousar-se “ir de encontro a” [chocar-se

com] com o sentido de “estar con-forme, combinar” ou “ir ao encontro

de” [combinar, estar conforme] como sentido de “chocar-se”).

b) Solecismo – Erro de sintaxe (concor-dância, crase, colocação pronominal,regência, etc.).

c) Cacofonia – repetição de sons (fone-mas ou sílabas) considerada desa-gradável ao ouvido:

1. Dei um beijo na boca dela. (cadela)2. Vou-me já. (mijar)

3. Paguei por cada favor seu. (porcada)

d) Pleonasmo vicioso – repetição des-necessária, redundância de termos.

1. É preciso encarar de frente o proble-ma da violência urbana.

2. Morreu de hemorragia sanguínea.3. Entre para dentro, saia da chuva.

4. Perdemos nosso elo de ligação comos índios.

TESTES 1

01. Nas frases com o verbo abençoar,indique a única com erro.

a) Sem autorização do bispo, não possoabençoá-la.

b) Que Deus lhe abençoe os passos!c) Que Deus lhe abençoe!d) Vamos pedir a Sua Santidade que nos

abençoe.  e) Meu pai já te abençoou; isso é o bas-

tante.

02. Nas frases com o verbo aborrecer,indique a única com erro.

a) Não adianta: hoje você não vai con-seguir aborrecer-me. 

b) Vovó, quem lhe aborrece tanto assim?c) Ele está ficando velho: qualquer bes-

teira o aborrece. d) Não a queremos aborrecer.e) Viemos aborrecê-lo mais uma vez. 

03. Nas construções seguintes, as ex-pressões destacadas são respecti-vamente: 

1. Admiro-lhe a capacidade de fingir. 2. Todos lhe admiram o corpo esguio.  3. Até os treze anos, ninguém a admira-

va.  

a) adjunto adnominal, adjunto adnomi-nal e objeto direto.  

b) objeto indireto, objeto indireto e objetodireto. 

c) adjunto adnominal, objeto indireto eobjeto direto. 

d) objeto indireto, adjunto adnominal eobjeto direto. 

e) adjunto adnominal, objeto indireto eobjeto indireto. 

Page 14: Regência e Crase (COMPLETA).pdf

14 – João Batista Gomes

04. Nas construções seguintes, as ex-pressões destaque são respectiva-mente: 

1. Mesmo sem me conhecerem, eles aju-daram a mim.  

2. São pessoas humildes que eu queroajudar por uma questão de humani-dade.  

3. Quer ajudar-me? Então, comece pelalimpeza dos livros. 

a) objeto direto preposicionado, objetodireto e objeto direto. 

b) objeto direto preposicionado, objetodireto e objeto indireto. 

c) objeto indireto, objeto direto e objetodireto. 

d) objeto indireto, sujeito e objeto dire-to. 

e) objeto indireto, sujeito e objeto indi-reto. 

05. Nas construções seguintes, as ex-pressões em negrito são respectiva-mente: 

1. Que São Judas Tadeu te abençoe! 2. Que São Judas Tadeu te abençoe o

caminho!

a) pronome pessoal oblíquo átono (ob-jeto indireto) e pronome possessivo(adjunto adnominal). 

b) pronome pessoal oblíquo átono (ob-jeto direto) e pronome pessoal oblí-quo átono (objeto direto).

c) pronome pessoal oblíquo átono (ob-jeto direto) e pronome possessivo(adjunto adnominal).  

d) pronome possessivo (adjunto adno-minal) e pronome possessivo (adjun-to adnominal). 

e) pronome possessivo (adjunto adno-minal) e pronome possessivo (objetodireto). 

06. Nas construções seguintes, substituao complemento do verbo por um pro-nome átono conveniente; depois, es-colha a letra com a sequência cor-reta.

1. Apoiamos a tua decisão.  2. Apoiarei a tua decisão. 

a) Apoiamo-la – apoiarei-ab) Apoiamo-la – apoiá-la-ei  c) Apoiamos ela – apoiá-la-ei  d) Apoiamos-lhe – apoiarei-ae) Apoiamos-lhe – apoiá-la-ei  

07. Nas construções seguintes, as ex-pressões em negrito são respectiva-mente: 

1. Conheço-te todas as tramas. 2. Sei que vocês não conhecem a mim,

mas provarei que sou honesto. 3. As minhas dúvidas dissiparam-se

quando lhe conheci a família. 

a) objeto direto, objeto direto e objetodireto. 

b) objeto direto, objeto direto preposi-cionado e objeto indireto. 

c) adjunto adnominal, objeto direto pre-posicionado e adjunto adnominal.

d) adjunto adnominal, objeto indireto eadjunto adnominal. 

e) objeto direto, objeto indireto e objetoindireto.

08. Julgue as construções seguintesquanto ao emprego de pronomes.

a. ( ) Saiba que errei, mas ainda lheamo muito.

b. ( ) Eu lhe admiro desde a época decolégio.

c. ( ) Por sua idade, ela devia respeitar-lhe mais.

d. ( ) Vou visitar-lhe no próximo fim desemana.

e. ( ) Antes de firmar compromisso, que-ro conhecer-lhe melhor.

09. Nas construções seguintes com overbo estimar, indique a única comerro gramatical.

a) Estimo-a muito, Cristina; sempre te vouestimar.

b) Por causa disso, vou estimar-te parasempre.

Page 15: Regência e Crase (COMPLETA).pdf

Regência e Crase – 15

c) Enquanto viver, estimar-te-ei.d) Eu sei que ela me trai; mesmo assim,

eu a estimo.e) Com o tempo, passei a estimá-la mais.

10. (CETRO–Pref Pinheiral-SP) Assinale aalternativa que possua, na mesmaordem, dois verbos com a mesmatransitividade dos grifados na oração:“Um jogador que confunde o entre-vistador, pois não corresponde àexpectativa...”

a) O rapaz agrediu o chefe, porque nãotinha argumentos de defesa.

b) Embora gostasse de praia, preferiu ocampo.

c) Jorge conversou com a filha e resol-veu as mágoas.

d) A atriz conquistou a plateia que ne-cessitava daquele humor.

e) O acidente provocou mortes e atrapa-lhou o trânsito.

11. (FEI-SP) Identifique a alternativa emque há objeto direto preposicionado:

a) Passou aos alunos, para estudo, otexto impresso.

b) Naquela época, era difícil viajar paraa Europa.

c) Em dias chuvosos, gosto de ler umbom livro.

d) Sentamo-nos numa das mesas epedimos o jantar.

e) Amou a João com o mais puro amor.

12. (CETRO–Pref Araçatuba-SP–2008)Leia a seguinte frase:

“Que venham os meses e os anos, nãoconseguirão tirar mais nada de mim, nãopodem me tirar mais nada. Estou tão sóe sem esperança, que posso enfrentá-los sem medo.”

Assinale a alternativa que apresentaa classificação do pronome em des-taque e o termo a que se refere.

a) Pronome oblíquo tônico / “mim” e“me”.

b) Pronome oblíquo átono / “os mesese os anos”.

c) Pronome possessivo / “mim” e “me”.d) Pronome pessoal do caso reto / o

sujeito oculto da oração (eu).e) Pronome demonstrativo / “os meses

e os anos”.

13. (CETRO–Pref. Cruzeiro) Assinale aalternativa que apresenta o uso cor-reto do pronome.

a) Logo ao chegar, cumprimentou-lhepela vitória.

b) Forçou a visão, mas não avistou-omais.

c) Nunca lhe ocorrera uma sorte tãogrande.

d) Me comunicaram a chegada do navioontem.

e) Você venha logo, que te conto o queocorreu.

14. (FGV–IBGE) Assinale a opção emque as duas frases se completamcorretamente com o pronome “lhe”:

a) Não ..... amo mais. / O filho não .....obedecia.

b) Espero-..... há anos. / Eu já ..... co-nheço bem.

c) Nós ..... queremos muito bem. / Nunca..... perdoarei, João.

d) Ainda não ..... encontrei trabalhando,rapaz. / Desejou-..... felicidades.

e) Sempre ..... vejo no mesmo lugar. /Chamou-..... de tolo.

15. (UFF–RJ) Assinale a frase em queestá usado indevidamente um dospronomes seguintes: o, lhe.

a) Não lhe agrada semelhante providên-cia?

b) A resposta do professor não o satis-fez.

c) Ajudá-lo-ei a preparar as aulas.d) O poeta assistiu-a nas horas amar-

gas, com extrema dedicação.e) Vou visitar-lhe na próxima semana.

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16 – João Batista Gomes

VERBO TRANSITIVO INDIRETO

1. Definição – É o verbo que exigecomplemento (objeto indireto) compreposição.

a) Ela assistiu o filme de terror. (errado)Ela assistiu ao filme de terror. (certo)

Regência de “assistir”: transitivo indireto.

Função de “ao filme de terror”: objeto in-

direto.

b) O trabalhador precisa assistência mé-dica. (errado)O trabalhador precisa de assistênciamédica. (certo)

Regência de “precisar”: transitivo indire-

to.

Função de “de assistência médica”: ob-

jeto indireto.

c) A assistência médica que o trabalha-dor precisa deve ser custeada pelaempresa. (errado)

A assistência médica de que o traba-lhador precisa deve ser custeada pe-la empresa. (certo)

A assistência médica da qual o traba-lhador precisa deve ser custeada pe-la empresa. (certo)

Regência de “precisar”: transitivo indire-

to.

Função morfológica do “que” (= da qual)

pronome relativo.

Função sintática de “de que / do qual”:

objeto indireto.

Aplicação 8

Escolha a alternativa com erro deregência verbal.

a) A palestra a que assistimos terminoutarde.

b) A palestra à qual assistimos termi-nou tarde.

c) São poucas as pessoas em que con-fio.

d) Casamento implica em filhos.e) São muitas as pessoas a que amo.

2. Preposição obrigatória

A preposição é obrigatória para verbostransitivos indiretos. É comum, na lingua-gem popular, a construção de frases semo devido emprego da preposição,principalmente no período composto porsubordinação (oração substantiva eoração adjetiva).

Aplicação 9

Julgue os itens a seguir quanto à re-gência verbal.

a. ( ) O Brasil precisa este homem.b. ( ) O Brasil precisa deste homem.c. ( ) Este é o homem que o Brasil pre-

cisa.e. ( ) Este é o homem de que o Brasil

precisa.e. ( ) Este é o homem de quem o Brasil

precisa.

Aplicação 10

Julgue os itens a seguir quanto à re-gência verbal.

a. ( ) O filme que assistimos ganhouvários prêmios nacionais.

b. ( ) O filme que presenciamos ga-nhou vários prêmios nacionais.

c. ( ) O livro que te referes pertence aoRealismo brasileiro.

d. ( ) O dinheiro que você necessitaestá aqui.

e. ( ) Esta é a mulher que gosto desdea infância.

Aplicação 11

Julgue os itens a seguir quanto à re-gência verbal.

a. ( ) São poucas as mulheres porqueme apaixonei de verdade.

b. ( ) São poucas as mulheres por queme apaixonei de verdade.

c. ( ) São poucas as mulheres pelasquais me apaixonei de verdade.

Page 17: Regência e Crase (COMPLETA).pdf

Regência e Crase – 17

d. ( ) São poucas as mulheres por quemme apaixonei de verdade.

e. ( ) São muitas as causas por que lu-tamos.

Aplicação 12

(CONSULPLAN–2010) NÃO há errode regência verbal em:

a) Altos salários são dados os jogadores,sem terem ficado nos bancos escola-res.

b) Falta de punição implica violência.c) Muitos preferem, como ídolos, pesso-

as sem princípios morais do que pes-soas honestas.

d) Todos assistem os programas de tele-visão que só apresentam tragédias.

e) O povo esquece, rapidamente, doscrimes que abalam a sociedade.

Aplicação 13

Julgue os itens a seguir quanto à re-gência verbal.

a. ( ) Os problemas que se referiu osecretário afetam a todos.

b. ( ) Os problemas à que se referiu osecretário afetam a todos.

c. ( ) Os problemas a que se referiu osecretário afetam a todos.

d. ( ) Os problemas aos quais se re-feriu o secretário afetam a todos.

e. ( ) Os produtos que trabalhamossão perigosos.

Aplicação 14

(CEPERJ–2008) “Refiro-me a estabula e não aquela poesia que rele-mos ontem.”

Nesta frase, a falta de um acentográfico indica erro de:

a) concordância verbal;b) regência verbal;c) concordância nominal;d) regência nominal;e) pontuação.

3. Transitivo indireto x pronomes

Os verbos transitivos indiretos podem tero objeto indireto representado pelos se-guintes pronomes:

a) lhe, lhes (para pessoas ou coisas);só podem ser usados com verbos queexijam preposição “a” ou “para”.

b) a ele, a ela, a eles, a elas, a isso(para pessoas ou coisas).

c) me, te, se, nos, vos (para pessoas).

Aplicação 15

Julgue os itens a seguir quanto aouso de pronomes.

a. ( ) Os trabalhadores assistiram a umdebate sobre mobilidade urbana.Os trabalhadores assistiram-no.

b. ( ) Os trabalhadores assistiram a umdebate sobre mobilidade urbana.Os trabalhadores assistiram-lhe.

c. ( ) Os trabalhadores assistiram a umdebate sobre mobilidade urbana.Os trabalhadores assistiram aele.

d. ( ) Muitos não obedecem às leis detrânsito.Muitos não lhes obedecem.

e. ) Muitos não obedecem às leis detrânsito.Muitos não obedecem a elas.

Aplicação 16

Julgue os itens a seguir quanto aouso de pronomes.

a. ( ) Os eleitores acreditam nos políti-cos.Os eleitores acreditam-lhes.

b. ( ) Os eleitores acreditam nos políti-cos.Os eleitores acreditam neles.

c. ( ) Os brasileiros creem nas empre-sas do terceiro setor.Os brasileiros creem-lhes.

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18 – João Batista Gomes

d. ( ) Os brasileiros creem nas empre-sas do terceiro setor.Os brasileiros creem nelas.

e. ( ) A maioria não gosta do horárioeleitoral gratuito.A maioria não lhe gosta.

Aplicação 17

Julgue os itens a seguir quanto ao usode pronomes.

a. ( ) Ao filme de ontem, assistimo-lopela tevê.

b. ( ) Ao filme de ontem, assistimos-lhepela tevê.

c. ( ) Ao filme de ontem, assistimos aele pela tevê.

d. ( ) São tantas as leis que fica difícilobedecer-lhes na íntegra.

e. ( ) São tantas as leis que fica difícilobedecê-las na íntegra.

Aplicação 18Julgue os itens a seguir quanto à cor-reção gramatical.

a. ( ) À consagração do papa, não che-gamos a assisti-la.

b. ( ) À consagração do papa, não che-gamos a assistir-lhe.

c. ( ) À consagração do papa, não che-gamos a assistir a ela.

d. ( ) Gosto-lhe muito, mas tenho ver-gonha de lhe dizer isso.

e. ( ) A uma vida melhor? Sempre aspi-ramos a ela.

Aplicação 19

Julgue os itens a seguir quanto ao usode pronomes.

a. ( ) O filme era muito longo; não con-seguimos assisti-lo todo.

b. ( ) O filme era muito longo; não con-seguimos assistir-lhe todo.

c. ( ) O filme era muito longo; não con-seguimos assistir a todo ele.

d. ( ) O filme era muito longo; não con-seguimos ver-lhe todo.

e. ( ) O filme era muito longo; não con-seguimos vê-lo todo.

4. Transitivo indireto x me, te, se, nos,vos

Também podem representar o objeto in-direto os pronomes me, te, se, nos, vos.

Aplicação 20

Julgue os itens a seguir quanto aouso de pronomes.

a. ( ) Na empresa, todos me obede-cem.

b. ( ) Na empresa, todos obedecem amim.

c. ( ) Convém que te atendam primei-ro.

d. ( ) Convém que atendam primeiro ati.

e. ( ) No primeiro dia de mandato,ofereceram-nos propina.

Aplicação 21

(Cesgranrio–Petrobrás–2011) Subs-tituindo o verbo destacado por outro,a frase, quanto à regência verbal,torna-se INCORRETA em:

a) O líder da equipe, finalmente, viu aapresentação do projeto.O líder da equipe, finalmente, assistiuà apresentação do projeto.

b) Mesmo não concordando, ele acatouas ordens do seu superior.Mesmo não concordando, ele obede-ceu às ordens do seu superior.

c) Gostava de recordar os fatos de suainfância.Gostava de lembrar dos fatos de suainfância.

d) O candidato desejava uma melhorcolocação no ranking.O candidato aspirava a uma melhorcolocação no ranking.

e) Naquele momento, o empresário tro-cou a família pela carreira.Naquele momento, o empresário pre-feriu a carreira à família.

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Regência e Crase – 19

5. Transitivo indireto x voz passiva

Os verbos transitivos indiretos não acei-tam, em rigor, voz passiva. Alguns ver-bos, porém, por força do uso, são apassi-vados. É o caso de obedecer, desobe-decer, atender e responder. Mas aten-ção: só aceitam a voz passiva analítica(verbo “ser” + particípio).

Aplicação 22

Julgue os itens a seguir quanto à cor-reção gramatical.

a. ( ) O jogo foi assistido por todosnós.

b. ( ) Todos nós assistimos ao jogo.c. ( ) As viagens espaciais são muito

visadas pelos cientistas.d. ( ) Os cientistas visam muito às via-

gens espaciais.e. ( ) As leis foram feitas para serem

obedecidas.

Aplicação 23

A frase em que a forma destacadaestá apropriada às normas grama-ticais é:

a) O sucesso do projeto incentivou-lhesa continuar perseguindo as metasiniciais.

b) Apesar de o prefeito ter apoio popular,a imprensa escrita resolveu ignorar-lhe.

c) Na administração pública, o bom-senso manda confiar-lhe pouco.

d) Para a conquista de um diploma emnível superior, a família incentivou-lhemuito.

e) Tinha consciência de sua condiçãosubalterna; por isso, aos chefes ime-diatos, obedecia-lhes cegamente.

6. Transitivo indireto + se (pis)

Os verbos transitivos indiretos, quandoacompanhados do pronome “se”, carac-terizam o sujeito indeterminado. Nessecaso, o verbo fica na terceira pessoa dosingular.

1. Precisam-se de pedreiros. (errado)Precisa-se de pedreiros. (certo)Regência de “precisar”: vti.

Função do “se”: pronome que indeter-

mina o sujeito (pis).

Sujeito da frase: indeterminado.

Função de “de pedreiros”: objeto indi-

reto.

Aplicação 24

Julgue os itens a seguir quanto à cor-reção gramatical.

a. ( ) Obedecem-se aos princípios eco-lógicos.

b. ( ) Obedece-se aos princípios ecoló-gicos.

c. ( ) Diariamente, assistem-se a cenasde violência contra as mulheres.

d. ( ) Diariamente, assiste-se a cenasde violência contra as mulheres.

e. ( ) Na política, devem-se visar àsnecessidades prementes do povo.

Aplicação 25

Julgue os itens a seguir quanto à cor-reção gramatical.

a. ( ) Nesse caso, não se tratam de sim-ples agressões ao meio ambiente.

b. ( ) Nesse caso, não se trata de sim-ples agressões ao meioambiente.

c. ( ) Ainda hoje, recorrem-se a méto-dos violentos para combater o usode drogas.

d. ( ) Ainda hoje, recorre-se a métodosviolentos para combater o uso dedrogas.

e. ( ) Nas indústrias, necessitam-se maisde técnicos que de engenheiros.

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20 – João Batista Gomes

Aplicação 26

(EPCAR) O “que” devidamente em-pregado só não seria regido de pre-posição na opção:

a) O cargo ....... aspiro depende de con-curso.

b) Eis a razão ....... não compareci.c) Rui é o orador ....... mais admiro.d) O jovem ....... te referiste foi repro-

vado.e) Ali está o abrigo ....... necessitamos.

Aplicação 27

(FGV–IBGE) Assinale a opção queapresenta a regência verbal incor-reta, de acordo com a norma cultada língua:

a) Os sertanejos aspiram a uma vidamais confortável.

b) Obedeceu rigorosamente ao horáriode trabalho do corte de cana.

c) O rapaz presenciou o trabalho doscanavieiros.

d) O fazendeiro agrediu-lhe sem neces-sidade.

e) Ao assinar o contrato, o usineiro vi-sou, apenas, ao lucro pretendido.

Aplicação 28

(FCC–TRT–20 reg–2011) “A leitura emprofundidade foi substituída pelamassa de informações, em sua maio-ria superficiais”.

Com a transposição da frase acimapara a voz ativa, o verbo passará aser

a) substituíram.b) substituiu.c) substituíra.d) tinham substituído.e) substituiriam.

7. Transitivo indireto x oração subor-dinada substantiva objetiva indi-reta

O complemento do verbo transitivo indire-to (objeto indireto) pode ser uma oraçãointeira: é a oração subordinada subs-tantiva objetiva indireta.

Aplicação 29

“Gostava de que todos a bajulas-sem.”

Sobre período acima, assinale a al-ternativa incorreta.

a) A preposição “de” pode ser eliminadasem prejuízo à correção gramatical.

b) Trata-se de período composto por su-bordinação.

c) O período contém objeto indireto ora-cional.

d) O “que” é conjunção integrante.e) O período contém dois pronomes.

Aplicação 30

“Precisava de que ela estivesse sem-pre ao seu lado.”

Sobre período acima, assinale a al-ternativa incorreta.

a) O verbo “precisar” é transitivo indi-reto.

b) Objeto indireto de “precisar” é oracio-nal.

c) O “que” é conjunção integrante.d) A preposição “de” é expletiva.e) O período contém dois pronomes e

uma conjunção.

Aplicação 31

Há erro de regência verbal em:

a) Lembro-me de que tudo não passoude uma ilusão.

b) Lembro que tudo não passou de umailusão.

c) Nunca se esqueça de mim.d) São muitas as leis que se obedece.e) As posições a que aspiro são simples.

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Regência e Crase – 21

8. Lista de verbos transitivos indire-tos

Listamos aqui os verbos transitivos indi-retos mais empregados no dia a dia.

ABSTER-SE

A muito custo, absteve-se do álcool.

Os vícios de que me abstive são muitos.

ACENAR

Finalmente, o governo acenou com a pos-

sibilidade de renúncia.

ACONTECER

Aconteceu-nos, outrora, muito contratempo.

ADERIR

Chegou a hora de aderirmos à proposta da

oposição.

O movimento a que os estudantes aderiram é

democrático.

ADMIRAR-SE

Admiramo-nos de sua coragem.

ALUDIR

No discurso, ela aludiu ao nosso passado.

Os problemas a que aludimos são sérios.

ANSIAR

Sempre ansiei por dias melhores.

Os ideais por que anseio são nobres.

ANTIPATIZAR

Sempre simpatizei com esse seu sorriso.

APRAZER

Apraz-me muito a tua presença.

ARGUMENTAR

Temos motivos para argumentar contra suas

atitudes.

BASTAR

Pouca coisa basta ao homem sóbrio.

BATER

Não se deve bater em mulheres.

Altas horas, bateu à porta.

CABER

Cabe ao povo o direito de controlar as ações

do governo.

CARECER

Esse seu argumento carece de prova.

CEDER

Fiz tudo para não ceder 6tentação.

CUSTAR

Custou-lhe acreditar na derrota.

CONFIAREu estava certo; não podíamos confiar neles.São poucas as pessoas em que confiamos.

CONTENTAR-SEEu me contento com pouca coisa.

DEPARARNa rua, deparei (com) duas pessoas estranhas.

DESOBEDECERQuando adolescente, ela sempre lhe deso-bedecia.

ESQUECER-SEJamais me esquecerei de você.São traumas de que jamais me esquecerei.

FALTARMuita coisa falta aos mais humildes.

GOSTARSão muitos os estilos de música de que gosto.

LEMBRAR-SELembrei-me de minha infância e chorei.São muitas as coisas de que me lembro quandopenso na infância.

NECESSITARNessa campanha, vamos necessitar de todos.São poucas as coisas de que necessitamospara viver bem.

OBEDECERDepois de adulta, ela passou a lhe obedecer.Os preceitos a que obedecemos devem serjustos.

PENSARDa próxima vez, pense nas crianças pobres.

PERTENCEREssa terra nos pertence.Cada um deve voltar à região a que pertence.

PRECISARDesculpe, compadre, mas preciso destesanimais.Os trabalhadores de que preciso podem serleigos.

PROCEDERProcederam contra o patrão e saíram vitoriosos.A campanha a que procedemos incomoda

muita gente.

REAGIRO povo precisa reagir contra as arbitrariedadesda polícia.O assalto a que ela reagiu terminou emtragédia.Quando abordado, ele reagiu com socos epontapés.

Page 22: Regência e Crase (COMPLETA).pdf

22 – João Batista Gomes

RECORDAR-SERecordar-me-ei sempre de você.Um filme de cujo nome não me recordo mo-tivou-me a continuar.

RECORRERSempre que preciso, recorro aos meus pais.O médico a quem recorremos foi muito gentil.

REFERIR-SESão coisas sem nexo a que estou sempre mereferindo.Refiro-me a situações vexatórias.

RESISTIRSó nos resta resistir à opressão dos poderosos.São poucos os apelos publicitários a que oconsumir resiste.

RESPONDERConvém responder às cartas.As questões a que respondi são poucas.

REVIDARConvém não revidarmos às agressões.

SIMPATIZARSei que ela não simpatiza comigo.As pessoas com quem simpatizo são poucas.

SOBRESSAIREu nunca sobressaí em Química.Ela sobressai a todos pela inteligência.

TELEFONARDesculpe não ter telefonado antes para você.Quando puder, telefone para mim.

TORCERNessa questão, estou torcendo por você.O time por que torço está perdendo.

VACILAREles não vacilavam em denunciar as irregu-laridades.

ZOMBAROs animais pareciam zombar de mim.

VERBO TRANSITIVO DIRETO EINDIRETO

1. Dois complementos

Há verbos que possuem dupla predi-cação, exigindo dois complementos: umsem preposição (objeto direto), outrocom preposição (objeto indireto). Sãochamados de transitivos diretos e indi-retos ou bitransitivos. Outros nomes:biobjetivos e transitivos relativos.

Exemplos:

a) Ele ofertou flores à sogra.Ele ofertou-lhe flores.

Regência de “ofertar”: vtdi.Função de “flores”: objeto direto.Função de “à sogra / lhe”: objeto indireto.

b) Deram muito carinho à criança.Deram-lhe muito carinho.

Regência de “dar”: vtdi.Função de “muito carinho”: objeto direto.Função de “à criança/lhe”: objeto indireto.

c) Enviaram fotos comprometedoras aomarido traído.Enviaram-lhe fotos comprometedo-ras.

Regência de “enviar”: vtdi.Função de “fotos comprometedoras”:objeto direto.Função de “ao marido traído/lhe”: objetoindireto.

Aplicação 32

Julgue as frases seguintes quanto àregência verbal.

a. ( ) Informaram aos moradores do rom-pimento da adutora.

b. ( ) Informaram os moradores do rom-pimento da adutora.

c. ( ) Informaram aos moradores o rom-pimento da adutora.

d. ( ) Ela se deu o vexame de telefonarpara a amante do marido.

e. ( ) Ela se deu ao vexame de telefo-nar para a amante do marido.

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Regência e Crase – 23

2. Combinação de pronomes

Com verbos transitivos diretos e indiretos,pode ocorrer a combinação dos prono-mes átonos, incomum na língua coloqui-al brasileira, mas muito empregada pelosautores da literatura.

a) Ela me dizia coisas absurdas.Ela mas dizia (me + as = mas).Ela dizia-mas.

Regência de “dizer”: vtdi.

Função sintática do “mas”: objeto direto

e objeto indireto.

b) Ofertaram-lhe flores.Ofertaram-lhas (lhe + as = lhas).

Regência de “ofertar”: vtdi.

Função sintática do “lhas”: objeto direto

e objeto indireto.

c) Os alunos deram-nos flores.Os alunos deram-no-las (nos + as =no-las).

Regência de “dar”: vtdi.

Função sintática do “no-las”: objeto

direto e objeto indireto.

d) Eu lhes peço desculpas.Eu lhas peço (lhes + as = lhas).

Regência de “pedir”: vtdi.

Função sintática do “lhas”: objeto direto

e objeto indireto.

Aplicação 33

Assinale a letra errada quanto ao usode pronomes.

a) Enviamos flores à família= Enviamos-lhas.

b) Deram um presente à filha caçula.= Deram-lho.

c) Pediram desculpa aos funcionários.= Pediram-lhas.

d) Informaram o prazo aos clientes.= Informaram-lho.

e) Disseram palavras doces à viúva.= Disseram-lhas.

3. Objeto indireto x predicativo doobjeto

Em construções com verbos transob-jetivos (achar, apelidar, chamar, fazer,ter, xingar, etc.), o verbo não é transitivodireto e indireto: é apenas transitivo dire-to, acompanhado de “objeto direto + pre-dicativo do objeto”. Nesse caso, a oraçãotem predicado verbo-nominal.

a) À frente de todas, ela chamou-o defrouxo.

Regência de “chamar”: vtd (não vtdi).

Função sintática do “o”: objeto direto.

Função sintática de “de frouxo”: predi-

cativo do objeto (não objeto indireto).

Predicado: verbo-nominal.

b) À frente de todas, ela chamou-lhe defrouxo.

Regência de “chamar”: vti (não vtdi).

Função sintática do “lhe”: objeto indire-

to.

Função sintática de “de frouxo”: predi-

cativo do objeto (não objeto indireto).

Predicado: verbo-nominal.

c) Quando bebia, xingava a esposa demuitos nomes feios.

Regência de “xingar”: vtd (não vtdi).

Função sintática de “a esposa”: objeto

direto.

Função sintática de “de muitos nomes

feios”: predicativo do objeto (não objeto

indireto).

Predicado: verbo-nominal.

Aplicação 34

Assinale a alternativa em que o ter-mo sublinhado seja objeto indireto.

a) Chamaram-no de corrupto.b) Durante muitos anos, fizeram-no de

bobo.c) Eu o considero honesto.d) Rasgaram-lhe toda a roupa.e) Convém adequar o vocabulário à

plateia.

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24 – João Batista Gomes

4. Objeto indireto x adn

Em construções do tipo “Roubaram-lheo carro”, o verbo não é transitivo direto eindireto: é apenas transitivo direto, como lhe (ou me, te, nos, vos) na função deadjunto adnominal. Nesse caso, os pro-nomes me, te, nos, vos e lhe são posses-sivos: correspondem a meu, teu, nosso,vosso e seu.

a) Rasgaram-lhe a roupa.Rasgaram a sua roupa.

Regência de “rasgar”: vtd (não vtdi).

Função sintática de “a roupa”: objeto di-

reto.

Função sintática do “lhe” / “sua”: adjunto

adnominal (não objeto indireto).

b) Doía-lhe a cabeça.Doía a sua cabeça.

Regência de “doer”: vi (não vtdi).

Função sintática de “a cabeça”: sujeito.

Função sintática do “lhe” / “sua”: adjunto

adnominal (não objeto indireto).

c) Amassaram-lhe o carro.Amassaram o seu carro.

Regência de “amassar”: vtd (não vtdi).

Função sintática de “o carro”: objeto di-

reto.

Função sintática do “lhe” / “seu”: adjunto

adnominal (não objeto indireto).

Aplicação 35

Assinale a alternativa em que o ter-mo sublinhado seja objeto indireto.

a) Sempre lhe obedeci às ordens.b) Logo cedo, o público reconheceu-lhe

o talento.c) Apesar da insistência, não lhe conce-

deram o aumento pleiteado.d) A justiça confiscou-lhe todos os bens.e) Traçaram um plano para subtrair-lhe

a riqueza pouco a pouco.

5. Lista de verbos transitivos diretose indiretos

Eis uma relação dos verbos transitivosdiretos e indiretos mais empregados nodia a dia.

ACARRETARA decisão da diretoria acarretou prejuízos aosoperários.A notícia nos jornais acarretou-lhe cons-trangimentos.

ACOMODARÉ preciso acomodar as nossas ideias àformação de funcionários eficientes.

ACONSELHARNeste caso, eu lhe aconselho prudência.Desde o início, eu aconselhei isso a você.O médico aconselhou-me repouso.

ADAPTAREm pouco tempo, adaptei-me à nova função.Depois do acidente, demorei a adaptar-me ànova realidade.Com o tempo, os alunos foram-se adaptando ànova didática.

ADEQUARSem dinheiro, fomos obrigados a adequar acasa aos novos membros da família.Procuro adequar o meu vocabulário à plateia aquem me dirijo.

ALIARAliei o meu desejo à boa vontade dos pro-fessores e consegui formar-me.Além de tudo, ela sabe aliar beleza à dignidadede espírito.

APLICARAplicou-lhe um golpe e fugiu pelos fundos.Em um mês, aplicaram-lhe trinta injeções.Na cadeia, aplicaram-lhe chutes e pescoções,mas não confessou nada.

APRESENTARQuando retornou, apresentei-lhe a dívida; ficouassustado.Na mesma noite, apresentei-a aos meus pais.Apresentei-lhe as minhas desculpas, mas elanão aceitou.

ATRIBUIRTemos que atribuir o fracasso à ignorância donosso líder.O nosso erro foi atribuir-lhe muitos afazeres.Na repartição, atribuíram-me funções ines-peradas.

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Regência e Crase – 25

AUTORIZAR

Estou fora do hospital porque me autorizaram a

sair.

Eu não lhe autorizei o empréstimo.

Fui eu quem lhe autorizou a saída.

AVISAR

Avisaram-me do acidente, mas não pude

comparecer.

Eu lhe avisei que a moça era casada, não

avisei?

Avisamo-lo da audiência, mas ele não com-

pareceu.

BAIXAR

O diretor baixou uma instrução para todos os

professores de nível médio.

O ministro vai baixar normas para todos os

prestadores de serviços.

BARATEAR

Por causa da quantidade, baratearam-me a

cachaça.

Diante da escassez, não quiseram baratear-lhe

a carne bovina.

CAUSAR

As chuvas causaram-nos enormes prejuízos.

O aspecto dele, todo maltrapilho, causava-nos

asco.

Você pode ficar, desde que não me cause

aborrecimentos.

COLHER

Disso tudo colhemos uma lição: todos podem

errar.

Desse episódio colhemos que a política é

imprevisível.

COMUNICAR

Já era noite quando comunicaram-lhe o

acidente.

Já era noite quando comunicaram-no do

acidente.

COMPARAR

É possível comparar os poetas com os loucos.

Graciliano ramos, comparamo-lo a Machado de

Assis.

CONCEDER

Apesar da urgência, não me quiseram conceder

uma licença.

Seria possível conceder- lhe três dias para

tratamento de saúde?

A muito custo, concederam-me permissão para

falar de drogas nas salas de aula.

CONCILIAR

Foi preciso conciliar a família com o trabalho

noturno.

Ela consegue conciliar ternura com um modosevero de conduzir os negócios.

CONDUZIR

As más companhias conduziram-no à de-

linquência.

Os amigos conduziram-no à posição de líder.

CONFERIR

Conferiram-lhe o título de baronesa.

A escola conferiu o título de mestre a um aluno

superdotado.

Ela conferiu à banda um ar de solenidade.

CONFRONTAR

Nosso trabalho é confrontar o texto atual com o

antigo.

É possível confrontar as ideias de Machado de

Assis com as de Lima Barreto.

CONSENTIR

Não consinto esse tratamento desrespeitoso a

mim.

A patroa não lhe consente uma horinha de

descanso.

Na cadeia, consentem maus-tratos aos presos.

DAR

Na época de namoro, ele lhe dava toda a

atenção.

Deram-lhe tudo, menos educação.

Ela deu-se o direito de abandonar os estudos.

DEDICAR

Quando jovem, dediquei vários poemas ao

demônio.

Por tudo isso, vou dedicar-lhe o meu próximo

livro.

Os alunos dedicaram-me uma festa.

DEFENDER

Os cães defenderam-nos dos ladrões.

Quem nos defenderá contra os terroristas?

DEMONSTRAREla demonstra-me pouco o seu amor.

Demonstramos-lhe a verdade, mas ele não nos

deu ouvidos.

Quis demonstrar a mim mesmo que a ilusão

pode virar realidade.

DESTINARDestinei a ela a maior parte dos meus livros.

Sempre destinamos uma parte dos lucros para

assistência social.

Destinava a filha para uma carreira médica.

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26 – João Batista Gomes

DETERMINAR

O professor determinou-lhes que estudassem

toda a matéria.

Reconhecendo o meu erro, determinei- lhe

metade dos meus bens.

DIRIGIR

Dirigiu a correspondência ao próprio ministro.

No palanque, dirigiu palavras ásperas à

oposição.

DISTRIBUIR

No fim da vida, distribuiu toda a riqueza aos

pobres.

Em época de eleição, costuma distribuir

dinheiro a quem dele se aproxima.

Precisamos distribuir melhor as tarefas entre

os funcionários.

DIVIDIR

É hora de dividirmos as terras entre os pos-

seiros.

O dinheiro do prêmio, vou dividi-lo entre nós

três.

DIZER

Cristina, diga-me a verdade: você me trai?

Já ouvi tudo; não me diga mais nada.

Não tivemos coragem de lhe dizer toda a

verdade.

EMPREGAR

Empregava até madeira na construção de

automóveis.

Hoje, emprego o meu tempo em ações sociais.

EMPRESTAR

Ela emprestava aos pobres o dinheiro que

arrancava dos ricos.

Muitas vezes, emprestei- lhe gêneros ali-

mentícios.

O novo filho emprestou sentido à vida do casal.

ENSINAR

Meus pais ensinaram-me os caminhos da vida.

Era ainda criança quando me ensinaram o latim.

Tento ensinar-lhes Português brincado.

ENVIAR

Só recentemente lhe enviaram os compro-

vantes.

Enviamos-lhe os documentos pedidos.

Nunca lhe enviaram o dinheiro prometido.

EXERCITAR

Na escola, procuro exercitá-los no manejo

correto da língua.

Vou tentar exercitá-la no jogo do xadrez

EXPLICAR

Expliquei-lhe as minhas razões, mas não fui

perdoado.

Deixe que lhe explico tudo mais tarde; agora,

tenho de sair.

EXPOR

Não exponha seu corpo ao sol do meio-dia.

O acontecido expôs-me aos superiores,

abalando minha posição de líder.

Os novos produtos foram expostos ao público.

EXPRIMIR

Esforcei-me, mas não consegui exprimir-lhe a

minha ideia.

Com muita calma, ela exprimiu-me suas razões;

eu concordei.

GUARDAR

Guardei estes doces para você.

Guarde o que sobrou para os vaqueiros.

HABILITAR

Sua destreza habilita-o à prática de qualquer

arte marcial.

A maior missão é habilitar todo o grupo para a

prova.

HABITUAR

Com muito esforço, conseguimos habituá-la às

aulas de religião.

Habituei os meus filhos a defenderem-se dos

agressores das ruas.

INDICAR

Cheguei até aqui porque indicaram-me o

caminho.

Por favor, indique-me um bom médico para

coceiras entre os dedos.

Indiquei-a ao chefe, mas ele não a contratou.

IMPRIMIR

Quando falava, procurava imprimir um tom

austero às palavras.

Procuramos imprimir velocidade às nossas

ações.

INFLIGIR

Costumava infligir aos filhos castigos corporais.

Passaram a infligir aos motoristas faltosos

multas pesadas.

INFORMAR

Informamos-lhe o resultado do concurso.

Eles informaram o resultado aos alunos.

INTIMAR

O juiz intimou-os a comparecer.

Foi preciso intimá-los a prestar esclarecimento.

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Regência e Crase – 27

INVESTIR

A posição política investia-o de certa autoridadelocal.Investiu metade do dinheiro do prêmio em

ações.

LANÇARAntes de morrer, lançou um olhar de súplica à

família.Numa manifestação de raiva, lançou os

documentos ao lixo.

LECIONARQuando lhe lecionei o grego, ela dominou-o

com rapidez.Ela foi minha aluna, mas lhe lecionei poucas

lições

LEVARAcudiu-a um vizinho, levando-lhe água e

comida.Levaram-lhe roupas e calçados, numa de-

monstração de solidariedade.O meio em que vivia levou-o a proceder in-corretamente.

LIVRARJá o livrei várias vezes da cadeia.

É bom que nos livremos do mal.

MANIFESTARNo outro dia, manifestei-lhe a minha gratidão.

Estamos aqui para lhe manifestar agrade-cimentos.

MOSTRAR

Eles me mostravam a verdade, mas eu estavacego.

NARRAREm poucos minutos, narraram-me tudo, semnada omitir.

Começou a narrar aos pais toda a piadacontada pelo professor.

NOTICIARNo mesmo dia, noticiaram-lhe a tragédia.Noticiamos-lhe o ocorrido um dia depois.

NOTIFICARAntes de partir, notifiquei-o da minha resolução.

Antes de partir, notifiquei-lhe a minha resolução.Sentimos notificá-lo de tudo isso.Sentimos notificar-lhe tudo isso.

OFERECEREla me ofereceu o carro, mas eu não aceitei.Na época de namoro, ele me oferecia flores

todos os dias. Hoje, nem os espinhos.Nada lhe ofereço porque nada tenho.

OFERTARQuando estava no governo, ofertei-lhe cargosde chefia. Se vencer, ofertar-lhe-ei muitos presentes.

ORDENARCom voz firme, ordenei-lhes que saíssem.Com um gesto brusco, ordenou silêncio àplateia.

PARTIREle tem mais de dez filhos com quem parte todoo dinheiro que ganha.Na despedida, partiu a comida comigo.

PERMITIRApesar da insistência, não nos permitiramentrar.Permitimos-lhe que saísse, mas sob vigilância.Permitiram-me falar, desde que não difamasseo colégio.

PREGARProcure pregar-lhes a verdade.Dentro da igreja, pregou os olhos na freira comose a quisesse devorar.À meia-noite, pregou-lhe um susto.

PREPARARVenho preparando-os, desde cedo, paraconcursos públicos.Preparamos uma grande festa para a matriarcada família.Preparamos os ânimos para uma derrota.

PREVENIRQuero preveni-los da chegada de um novomembro no grupo.Previno-os de que a narrativa é trágica.Conseguimos prevenir os pais em favor daprisão da filha.

PRODUZIRO emprego produz-lhe o sustento de duasfamílias.O livro não lhe produziu o prestígio esperado.

PROIBIRHoje à noite, proíbo-a de sair.Hoje à noite, proíbo-lhe sair.Proibimos-lhe falar sobre o ocorrido.

PROVARHei de provar a todos que sou inocente.Provar-te-ei que o dinheiro foi desviado.Provamos a todos que a bondade traz felicidade.

REMETEREm uma semana, remeteram-me milhares dee-mails.Remeter-lhe-emos as boletos por e-mail.

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28 – João Batista Gomes

RENDERO processo contra o supermercado rendeu-lheboa indenização.O filho mais novo já lhe rendeu muitas dores decabeça.

REPARTIREm dado momento, fomos obrigados a repartiros lucros entre os empregados.A partir de hoje, vou repartir o meu dia emobrigações mais leves.Se chegarmos a casar, repartirei meus bens comvocê.

RESPONDERQuanto questionada, respondeu-me queestivera com a mãe.Respondi-lhe que estava com fome.

SALVARFoi Deus quem o salvou da morte.Fazendo isso, você o salvará das drogas.

SOLICITARSolicitaram-me que comparecesse ao quartelno outro dia.Diante das ameaças, solicitou proteção àpolícia.Solicito-lhe que remeta as encomendas aindahoje.

SUSPENDERSuspenderam-no da função de secretário.As índias suspendiam às tetas seus filhosmagros.

TRANSMITIROs mestres transmitiram-nos grandes lições.Procuro transmitir-lhes ensinamentos práticos.A presença dela transmite-me paz.O mosquito transmitiu-lhe dengue.

TOMARQuando dei por mim, haviam tomado-me tudo.No meio da rua, tomou-a nos braços.Depois do acidente, os filhos tomaram ódio aopai.

UTILIZAROs médicos utilizaram em mim uma técnicanova.O governo vem utilizando na lavoura osincentivos fiscais.Utilizaram a mão-de-obra dos presidiários naconstrução de casas populares.

VACINARAinda criança, vacinaram-no contra a varíola.A prefeitura exige que os cães sejam vacinadoscontra a raiva.

VALERO seu modo agressivo valeu-lhe muitasinimizades

A obra satírica valeu-lhe críticas e xingamentos.

Aplicação 36

Faça opção pela frase que contém ob-jeto direto interno.

a) Eles se amaram por toda a vida.b) Despede-se o amigo que muito o es-

tima.c) Vivemos, por muitos anos, uma vida

de sacrifícios.d) Para defender a família, ele pegou da

arma disposto a matar.e) Se fosse verdade, ela me diria a mim,

não aos outros.

Aplicação 37

Faça opção pela frase que contémobjeto indireto pleonástico.

a) Quando estou na repartição, todosatendem aos meus chamados.

b) Às ordens do chefe, procuro obede-cer a elas sem questionar.

c) Meus filhos, eles estimam a mim visi-velmente.

d) Quando moleque, chamavam-me detamanco.

e) Pedimos a todos que fossem buscaros livros.

Aplicação 38

(CETRO–CRM-PB-2010) Assinale aalternativa cuja regência esteja correta.

a) O país que nasci é muito frio. Prefiroo Brasil.

b) Passeava por entre as folhas quandoo encontrei.

c) Prefiro assistir televisão do que ler umlivro.

d) Tenho de ir ao consultório hoje, nãohá como ficar aqui.

e) Faltou-lhe encorajamento em conti-nuar o tratamento.

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Regência e Crase – 29

VERBO INTRANSTIVO

1. Sem complemento

Os verbos intransitivos não precisam decomplemento, ou seja, não precisam deobjeto direto nem de objeto indireto. Masatenção: o verbo intransitivo pode vir acom-panhado de adjunto adverbial e/ou depredicativo do sujeito.

a) A criança nasceu.Regência de “nascer”: verbo intransitivo.

b) A criança nasceu ontem.Regência de “nascer”: verbo intransitivo.

Função de “ontem”: adjunto adverbial de

tempo.

c) A criança nasceu ontem, no hospital.Regência de “nascer”: verbo intransitivo.

Função de “ontem”: adjunto adverbial de

tempo.

Função de “no hospital”: adjunto adver-

bial de lugar.

d) A criança nasceu ontem, no hospital,sadia.Regência de “nascer”: verbo intransitivo.

Função de “ontem”: adjunto adverbial de

tempo.

Função de “no hospital”: adjunto adver-

bial de lugar.

Função de “sadia”: predicativo do sujeito.

e) Os eleitores votaram em Eduardo.Regência de “votar”: verbo transitivo indi-

reto.

Função de “em Eduardo”: objeto indi-

reto.

f) Os eleitores votaram em Itacoatiara.Regência de “votar”: verbo intransitivo.

Função de “em Itacoatiara”: adjunto adver-

bial de lugar.

g) Os eleitores votaram em branco.Regência de “votar”: verbo intransitivo.

Função de “em branco”: adjunto adver-

bial de modo.

Aplicação 39Classifique os verbos em destaquequanto à regência.

a. ( ) Ele dormiu sozinho.b. ( ) Ele dormiu bem.c. ( ) Ele dormiu com a prima.d. ( ) Ele se casou com a prima.e. ( ) Ele disse que não se casa mais.

Aplicação 40Classifique os verbos em destaquequanto à regência.a. ( ) Ela sempre morou em Manaus.b. ( ) Ela sempre morou sozinha.c. ( ) Ela sempre morou com os pais.d. ( ) Eles não moram mais aqui.e. ( ) A casa em que moramos perten-

ce aos nossos avós.

Aplicação 41Classifique os verbos em destaquequanto à regência.a. ( ) Ela está muito magra.b. ( ) Ela está em casa.c. ( ) Ela está com câncer.d. ( ) Ele confessou que já esteve com

muitos mulheres.e. ( ) Não está em mim julgá-la.

Aplicação 42Classifique os verbos em destaquequanto à regência.a. ( ) Todos chegaram a casa, cansa-

dos.b. ( ) Chegamos à conclusão de que

não houve intenção de matar.c. ( ) Chegou, enfim, a hora da eleição.d. ( ) José de Alencar não conseguiu

chegar a senador.e. ( ) Chega de reclamações.

Aplicação 43Assinale a alternativa errada.a) A conclusão a que chegamos é óbvia.*b)A casa em que chegamos parecia

abandonada.c) A situação em que estamos é triste.d) O prédio em que moro fica no Centro.e) O drama que vivemos é surreal.

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30 – João Batista Gomes

2. Intransitivo x transitivo indireto

A classificação do verbo quanto à pre-dicação depende do sentido e do con-texto. Numa frase, o verbo pode ser in-transitivo; em outra, pode ser transitivoindireto. O verbo transitivo indireto exigepreposição, mas a preposição não é “pro-priedade” do verbo transitivo indireto. Écomum que um verbo intransitivo venhaacompanhado de preposição, introdu-zindo o adjunto adverbial.

a) Convém não ir para casa, agora.

Regência de “ir”: verbo intransitivo.

Função de “para casa”: adjunto adver-

bial de lugar.

b) Convém não ir ao ponto principal logono início.

Regência de “ir”: verbo transitivo indireto.

Função de “ao ponto principal”: objeto

indireto.

c) No início do ano, ela voltou para ca-sa.Regência de “voltar”: verbo intransitivo.

Função de “para casa”: adjunto adver-

bial de lugar.

d) No início do ano, ela voltou a praticaresportes.

Regência de “voltar”: verbo transitivo indi-

reto.

Função de “a praticar esportes”: objeto

indireto oracional.

e) Este procedimento não é ideal paravocê.Regência de “ser”: verbo de ligação.

Função de “ideal”: predicativo do sujeito.

f) Este procedimento não é de pessoaséria.

Regência de “ser”: verbo transitivo in-

direto.

Função de “de pessoa séria”: objeto in-

direto.

Aplicação 44

Classifique os verbos em destaquequanto à regência.

a. ( ) O barco virou.b. ( ) O vento virou o barco.c. ( ) A lagarta virou borboleta.d. ( ) O bêbado virou a mesa.e. ( ) O bêbado virou veado.

Aplicação 45

Classifique os verbos em destaquequanto à regência.

a. ( ) A filha virou-se contra o pai.b. ( ) Maria passou toda a roupa.c. ( ) Maria passou mal.d. ( ) Maria passou a governanta.e. ( ) Maria passou em concurso.

Aplicação 46

Classifique os verbos em destaquequanto à regência.

a. ( ) Ela bebeu e caiu na calçada.b. ( ) Minha prima caiu na vida.c. ( ) Caiu a cortina, e todos choraram.d. ( ) Durante o depoimento, caiu em

contradição.e. ( ) Depois do carnaval, caiu doente.

Aplicação 47

Classifique os verbos em destaquequanto à regência.

a. ( ) Convém precisar a época emque o fato aconteceu.

b. ( ) Ele precisou a balança da mer-cearia conforme orientação do fis-cal.

c. ( ) Ela cresceu e não precisa maisde mim.

d. ( ) Os documentos de que precisa-mos podem ser obtidos pelaInternet.

e. ( ) Ela trabalha porque precisa.

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Regência e Crase – 31

3. Lista de verbos intransitivos

Veja uma lista de verbos intransitivos em-pregados no dia a dia. Depois deles, apa-recem palavras ou expressões que tra-duzem ideias adverbiais (tempo, lugar,modo, intensidade, companhia, condição,causa, finalidade, etc.) ou atribuições dosujeito (predicativo do sujeito).

AGIR

Logo depois das ordens, procuramos agir.

Aja com cuidado neste caso.

Agimos rapidamente, mas não conseguimos

salvá-la.

APROXIMAR-SE

Quando o som foi ligado, alguns garimpeiros

se aproximaram.

Não tenha medo, aproxime-se.

ASSOMAR

Quando menos esperávamos, eles assomaram

no alto da serra.

Quando a lua assomou, partimos para a cidade.

BATER

Ela é perversa, gosta de bater.

Quando venta muito, as janelas batem sem

parar.

BATUCAR

Aqui perto, os negros batucam a noite inteira.

Desde criança, ela gosta de batucar.

CAIR

Todos ficaram chocados quando o avião caiu.

Ela permaneceu no meio da chuva, indiferente

aos pingos grossos que caíam.

CHEGAR

Os convidados chegaram atrasados.

A comitiva chegou à meia-noite.

Sempre procurei chegar a casa na hora certa.

CHORAR

Criança de barriga cheia não chora.

Você não precisa chorar; lágrimas não resol-

vem problemas.

CONVIR

Essas coisas que estão acontecendo não

convém.

CORRER

Não podia ver carro de polícia que principiava

a correr.

DESABAR

Por causa da chuva, várias casas desabaram.

Um aguaceiro forte desabou sobre a cidade,

causando pânico e prejuízo.

DESAPARECER

O gato pulou o muro e desapareceu na es-

curidão.

Os sintomas podem sumir, mas a doença não

desaparece.

DESCER

Desça daí, menino!

Com a enchente, as canoas desceram e nunca

mais foram vistas.

As águas desciam de arrancada.

DORMIR

Depois de certa idade, muita gente não con-

segue dormir.

Na fazenda, dormíamos em rede, espalhadas

pela varanda.

ENTRAR

À meia-noite, ela entrou no bar disposta a tudo.

Entramos na gruta, meio desconfiados.

Depois que os guardas foram embora, todos

nós entramos.

ESPLENDER

Mal a lua esplendeu, o barulho recomeçou.

No meio da noite, os lampiões esplendiam, e a

marcha continuava.

ESTAR

Estávamos na varanda quando tudo aconteceu.

Na juventude, estive muito tempo no interior.

Quando a procuro, ela nunca está.

ESTUAR

A água estuava na panela, e as cozinheiras a

depenar frangos.

Ao sol, os corpos estuavam, e nada podíamos

fazer para amenizar o sofrimento.

FALHAR

Perdemos porque a nossa tática falhou.

Falharam todas as promessas.

FALTAR

O processo parou porque faltam provas para

incriminá-lo.

De hoje em diante, prometemos não faltar mais.

GRITAR

No desespero, pôs-se a gritar no meio da noite.

Aqui, você pode gritar à vontade: ninguém vai

ouvir.

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32 – João Batista Gomes

IMPLICAR

Casamento implica responsabilidade.

INSTALAR-SE

A família instalou-se na praça.

Fomos obrigados a nos instalar em uma casa

abandonada.

IR

Naquela noite, todos foram à festa.

Fui a Manacapuru apenas três vezes.

Devemos ir atrás dos nossos sonhos.

MEDRAR

Aqui, à beira-rio, as plantas medram a olhos

vistos.

Aos meus olhos, tua beleza medra mais a cada

dia.

MORAR

Aqui moro desde que nasci.

Sempre moramos neste bairro.

A casa em que moro é alugada.

MORRER

As esperanças, mesmo com a idade, não

morrem.

Morreram em mim todas as crenças.

NASCER

Ela nasceu no Amazonas, mas estudou em São

Paulo.

Ainda criança, nasceu em mim o gosto pelos

livros.

OCORRER

Ocorreram coisas estranhas nesta casa.

PARAR

Ela parou no meio da rua, desafiando a polícia.

Pára aí, ladrão!

PARTIR

No meio da tarde, ele partiu para a fazenda.

E assim, partimos todos em direção ao mar.

PEREGRINAR

Por muitos anos, peregrinei à procura de Deus.

Quem nunca peregrinou por terras distantes?

Peregrinamos pelo interior, mas nada des-

cobrimos.

PIGARREAR

Antes de começar a história, o professor

pigarreou três vezes.

Acordava cedo e ficava andando pela casa,

pigarreando, acordando a todos.

PISAR

Não pise a grama.

Convém não pisar os que estão por baixo.

RABEAR

Sempre que chegávamos, o cão rabeava emsinal de alegria.No aquário, os peixinhos rabeavam com-

passadamente.

RELUZIR

Mesmo quando está sem mandato político, ele

reluz.

Os olhos dela reluzem como estrela brilhante.

RESIDIR

Por muito anos, residimos no interior.

No início, residíamos na casa de nossos pais.

Já residi na cidade, no interior e até fora do

Brasil.

RETORNAR

Tente retornar o mais cedo possível.

Retornamos à fazenda, mas tudo estava

mudado.

Seguirei viagem, mas tenho certeza de que

jamais retornarei.

REUNIR-SE

Depois da aula, reuníamo-nos nos fundos da

escola.

Os professores não se reuniram como estava

prevista.

RIR

Depois da morte da esposa, ele não riu mais.

Quando tudo parece dar errado, ele estra-

nhamente ri.

RUGIR

As águas rugiam, amedrontando os caboclos.

Ao longe, rugiam as cachoeiras com seu

barulho abafado.

SECAR

Por causa da agressão ao meio ambiente, os

buritizeiros secaram.

As roupas secavam ao sol, como bandeiras ao

vento.

SENTAR-SE

Depois do jantar, o velho veio sentar-se ao meu

lado.

Queiram sentar-se, por favor, nessas cadeiras

rústicas.

Page 33: Regência e Crase (COMPLETA).pdf

Regência e Crase – 33

SITUAR-SE

A casa situa-se na beira da estrada.

A mesa dela situava-se à direita de quem entra

na sala.

SOPRAR

Um vento frio soprava, anunciando morte.

Aqui, a brisa sopra a noite inteira.

SUBIR

O sucesso subiu-lhe logo à cabeça.

Com apenas dezesseis anos, ele subiu à tribuna

e impressionou a todos.

Milagrosamente, o balão subiu.

SUMIR

Sem explicação, o dinheiro sumiu dos cofres

públicos.

Ela sumiu da cidade e nunca mais foi vista.

Com a tempestade, vários barcos sumiram.

SURGIR

O palhaço surgiu no palco.

O sol surgiu no horizonte.

O viajante surgiu ao longe.

TREMER

De repente, a terra tremeu, com estrondo.

Ela não conseguia falar nada, apenas tremia.

Ele tremeu de febre a noite toda.

TREPIDAR

Não consegui dormir: o ônibus trepidava muito.

Esta máquina trepida muito.

URGIR

Urge que se tomem providências.

O tempo urge; precisamos arranjar- lhe o

dinheiro.

URINAR

Depois da operação, ela urina a todo instante.

Ela urinou na cama até os dezoito anos.

VIVER

Ele viveu sempre na maior credulidade.

Ela sempre viveu para a família, sem pensar

em si própria.

VIRAR

Sem que ninguém nada entendesse, o barco

virou. 

Fiquei tonto, a cabeça virou e caí ao solo,

debatendo-me.

VOLTAR

Sempre tive receio de voltar à minha terra natal.

O lugar a que voltamos parecia outro, tão

mudado estava.

Fica sossegada que eu voltarei.

Aplicação 48

(FUVEST) Indique a alternativa correta:

a) Preferia brincar do que trabalhar.b) Preferia mais brincar a trabalhar.c) Preferia brincar a trabalhar.d) Preferia brincar à trabalhar.e) Preferia mais brincar que trabalhar.

Aplicação 49

(CETRO–Pref Pinheiral-SP) Assinale aalternativa cuja regência verbal estejade acordo com a norma culta.

I. Quem assistiu a esse jogo viu que oárbitro foi injusto.

II. Não assisto esse tipo de programa.III. O piloto precisou o local do pouso e

aterrou.IV. Visei ao alvo e atirei.V. Se ele quer morrer, ele aspira a morte.

a) Somente os períodos II, IV e V estãocorretos.

b) Todos os períodos estão corretos.c) Somente o período I está correto.d) Somente os períodos I e III estão

corretos.e) Somente os períodos IV e V estão

corretos.

Aplicação 50

(CONSULPLAN–Pref Campo Verde-MT–2010) NÃO há erro de regênciaverbal em:

a) Altos salários são dados os jogado-res, sem terem ficado nos bancos es-colares.

b) Falta de punição implica violência.c) Muitos preferem, como ídolos, pes-

soas sem princípios morais do quepessoas honestas.

d) Todos assistem os programas de tele-visão que só apresentam tragédias.

e) O povo esquece, rapidamente, doscrimes que abalam a sociedade.

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34 – João Batista Gomes

VERBO DE LIGAÇÃO

1. Sem ação

Os verbos de ligação não indicam ação.Retratam o lado estático da vida, indican-do o estado das pessoas ou coisas.

O verbo de ligação entra na constituiçãodo predicado nominal. Sua função é ligarao sujeito um estado, uma qualidade,uma condição.

Os principais verbos de ligação são: ser,estar, parecer, permanecer, continuar,ficar. Mas atenção: mesmo esses verbospodem apresentar-se como intransitivos,e outros verbos, tidos como transitivos,podem tornar-se de ligação.

2. Sentido dos verbos de ligação

a) Estado permanente:

1. João é estudioso.

Regência de “ser”: verbo de ligação.Função de “estudioso”: predicativo dosujeito.Classificação do predicado: nominal.

2. Tatiane vive cansada. .

Regência de “viver”: verbo de ligação.

b) Estado passageiro:

1. Você agora está estudiosa.

Regência de “estar”: verbo de liga-ção.Função de “estudiosa”: predicativodo sujeito.

Classificação do predicado: nominal.

2. Depois do fracasso da Seleção, o po-vo anda triste.

Regência de “andar”: verbo de liga-ção.

c) Continuidade de estado:

1. Pedro continua deprimido.

Regência de “continuar”: verbo de liga-ção.Função de “deprimido”: predicativo dosujeito.

Classificação do predicado: nominal.

2. A crise passou, mas ela permanececalada.

Regência de “permanecer”: verbo deligação.Função de “calada”: predicativo dosujeito.Classificação do predicado: nominal.

d) Mudança de estado:

1. Marta tornou-se arquiteta.

Regência de “tornar-se”: verbo de liga-ção.Função de “arquiteta”: predicativo dosujeito.Classificação do predicado: nominal.

2. Com o casamento, a vida ficou insu-portável.

Regência de “ficar”: verbo de ligação.Função de “insuportável”: predicativodo sujeito.Classificação do predicado: nominal.

e) Aparência:

1. Esta garota parece comportada.

Regência de “parecer”: verbo de liga-ção.Função de “comportada”: predicativodo sujeito.Classificação do predicado: nominal.

Aplicação 51

(CETRO–Pref Manaus–Implurb–2012)Assinale a alternativa que apresenta amesma figura de sintaxe presente noexemplo abaixo.

Ex.: Prefiro cozinhar do que lavar alouça.

a) Subimos morro acima para encontrarum bom local para acampar.

b) Aguardamos o feedback da empresaem relação à reclamação que fize-mos.

c) No pronto-socorro havia muitas pes-soas com hemorragia de sangue.

d) Haviam muitos erros na prova.e) Pagaram por cada centavo que de-

viam.

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Regência e Crase – 35

3. Lista de verbos de ligação

Veja uma lista dos verbos de ligação maisempregados no dia a dia. Depois deles,aparecem palavras ou expressões queindicam atribuições do sujeito (predica-tivo do sujeito).

ACHAR-SE

Ela não pôde vir porque se acha doente.

As matrículas acham-se abertas.

Ele se acha o melhor da turma.

ANDAR

Ultimamente, você anda meio esquisita.

Ando meio preocupado com você, minha filha.

Na cidade, andávamos sobressaltados com a

violência.

Ando triste, e a culpa é sua.

CAIR

Por causa da derrota no vestibular, ela caiu

doente.

Depois das provas, Isabel caiu doente.

CONTINUAR

Apesar da vitória, o povo continua deprimido.

Apesar dos mal-entendidos, continuaremos

firmes.

ENCONTRAR-SE

No meio do mato, ela se encontrava caída,

semimorta.

Pelo aspecto, ela encontra-se doente.

A julgar pela cara, ele se encontra zangado.

ESTAR

Você, ultimamente, está mais bonita.

Cada vez mais, estamos solitários.

Se ele voltar e nos vir juntos, estaremos per-

didos.

FICAR

Sou meio esquisito, mas não fique zangada

comigo. 

Danielle, na faculdade, ficou estudiosa.

Sempre que chove, fico meio triste.

PARECER

Ultimamente, ela parece abatida.

É impressão minha, ou você parece aflita?

No meio da confusão, parecíamos doidos,

gritando coisas sem nexo.

PERMANECER

Durante todo o julgamento, ele permaneceu

calado.

A mulher vociferava, mas o marido permanecia

mudo.

Para não complicar a situação, permanecemos

calados.

RESULTAR

Queria corrigir a feiúra, mas a operação resultou

inútil.

Os protestos, apesar de fortes, resultaram

inúteis.

SAIR

Minha proposta saiu vitoriosa.

Na eleição, ela saiu vencedora.

Na relação entre mim e ela, eu saí machucado.

SER

João é estudioso.

Ela, desde criança, sempre foi atenciosa.

Maria, apesar da idade, é criança.

TORNAR-SE

Com os constantes assaltos, a vida tornou-se

insuportável.

Depois dos quarenta, ele tornou-se homos-

sexual.

VIRAR

A lagarta virou borboleta.

Ninguém acreditava que ele, às sextas-feiras,

virava lobisomem.

Depois que foi abandonada pelo marido, ela

virou santa.

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36 – João Batista Gomes

Page 37: Regência e Crase (COMPLETA).pdf

Regência e Crase – 37

TESTES 2

01. (FGV–IBGE) Assinale a opção emque todos os adjetivos devem serseguidos pela mesma preposição:

a) ávido / bom / inconsequenteb) indigno / odioso / peritoc) leal / limpo / onerosod) orgulhoso / rico / sedentoe) oposto / pálido / sábio

02. (FGV–BB) Regência imprópria:

a) Não o via desde o ano passado.b) Fomos à cidade pela manhã.c) Informou ao cliente que o aviso che-

gara.d) Respondeu à carta no mesmo dia.e) Avisamos-lhe de que o cheque foi pa-

go.

03. (UNIFIC) Os encargos ....... nos obri-garam são aqueles ....... o diretor sereferia.

a) de que – queb) a cujos – cujosc) por que – qued) cujos – cujoe) a que – a que

04. (FTM-ARACAJU) As mulheres danoite ....... o poeta faz alusão ajudama colorir Aracaju, ....... coração batede noite, no silêncio.

A alternativa que completa corre-tamente as lacunas da frase acima é:

a) as quais / de cujob) a que / no qualc) de que / o quald) às quais / cujoe) que / em cujo

05. (SANTA CASA) É tal a simplicidade....... se reveste a redação desse do-cumento, que ele não comporta asformalidades ....... demais.

a) que – osb) de que– dosc) com que – para osd) em que – nose) a que – dos

06. (PUC–RS) Diferentes são os trata-mentos ....... se pode submeter o tex-to literário. Sempre se deve aspirar,no entanto, ....... objetividade cien-tífica, fugindo ....... subjetivismo.

a) à que – a – dob) que – a – aoc) à que – à – aod) a que – a – doe) a que – à – ao

07. (PUC-RS) Alguns demonstram ver-dadeira aversão ..... exames, porquenunca se empenharam o suficiente..... utilização do tempo ..... dispu-nham para o estudo.

a) com– pela – de queb) por – com – quec) a – na – qued) com– na – quee) a – na – de que

08. (FGV–BB) “Ele não ..... viu”. Não cabena frase:

a) nosb) lhec) med) tee) o

09. (FGV–BB) Emprego indevido de “o”:

a) O irmão o abraçou.b) O irmão o encontrou.c) O irmão o atendeu.d) O irmão o obedeceu.e) O irmão o ouviu.

Page 38: Regência e Crase (COMPLETA).pdf

38 – João Batista Gomes

10. (UF–RS) Isso ..... autorizava ..... tomara iniciativa.

a) o – àb) lhe – dec) o – ded) o – ae) lhe – a

11. (CESESP-PE) "... trepado numa redeafavelada cujas varandas serviam-lhe de divisórias do casebre".

Em qual das alternativas o uso de“cujo” não está conforme a normaculta?

a) Tenho um amigo cujos filhos vivem naEuropa.

b) Rico é o livro cujas páginas há liçõesde vida.

c) Naquela sociedade, havia um mitocuja memória não se apagava.

d) Eis o poeta cujo valor exaltamos.e) Afirmam-se muitos fatos de cuja vera-

cidade se deve desconfiar.

12. (CESGRANRIO) Assinale a opçãocuja lacuna não pode ser preenchidapela preposição entre parênteses:

a) uma companheira desta, ..... cujafigura os mais velhos se comoviam.(com)

b) uma companheira desta, ..... cujafigura já nos referimos anteriormente.(a)

c) uma companheira desta, ..... cujafigura havia um ar de grande dama de-cadente. (em)

d) uma companheira desta, ..... cujafigura andara todo o regimento apai-xonado. (por)

e) uma companheira desta, ..... cuja fi-gura as crianças se assustavam. (de)

13. (UF-PR) Assinale a alternativa quesubstitui corretamente as palavrassublinhadas:

1. Assistimos à inauguração da piscina.2. O governo assiste os flagelados.3. Ele aspirava a uma posição de maior

destaque.4. Ele aspirava o aroma das flores.5. O aluno obedece aos mestres.

a) lhe, os, a ela, a ele, lhesb) a ela, os, a ela, o, lhec) a ela, os, a, a ele, osd) a ela, a eles, lhe, lhe, lhese) lhe, a eles, a ela, o, lhes

14. (FCC) “…umas das poucas formasde circulação da renda monetáriaprovém justamente do rendimentodaquelas duas categorias”.

A frase cujo verbo exige o mesmo ti-po de complemento que o do grifa-do acima é:

a) Um dos resultados favoráveis da pes-quisa diz respeito ao aumento da ren-da média do trabalhador.

b) Houve queda no nível de desigual-dade nos rendimentos obtidos portrabalhadores do sexo masculino enaqueles obtidos por mulheres.

c) A pesquisa remete a conclusões oti-mistas acerca da queda da desigual-dade social no Brasil, apesar da per-manência da violência urbana.

d) Os dados da pesquisa assinalam umarecuperação significativa do rendi-mento médio do trabalhador, especi-almente em algumas regiões.

e) Os dados, apesar de positivos, mos-tram um quadro social ainda bastanteviolento, contrário a qualquer come-moração mais otimista.

15. (CETRO–Pref Manaus–Implurb–2012) De acordo com a norma-pa-drão da Língua Portuguesa e em re-lação à regência verbal, assinale aalternativa incorreta.

a) É comum adolescentes viciados aban-donarem os estudos.

b) Respondeu às perguntas dos jorna-listas de forma breve.

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Regência e Crase – 39

c) Assistiu, encantada, a peça encenadapor seu artista favorito.

d) Não se contentou em reclamar dosserviços que a empresa oferecia.

e) Chegamos, enfim, ao nosso destino.

16. (ESAF–MDIC–2012) O texto abaixofoi transcrito com adaptações. Assi-nale a opção que corresponde a errogramatical.

Mais um setor pede proteção contra a(1) concorrência externa: em resposta apedido, de julho de 2011, de entidadesde produtores de vinhos finos, o Minis-tério do Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior – MDIC abriuinvestigação para decidir se (2) aplicarestrições à (3) importação do produto.O MDIC vai apurar os motivos pela qual(4) a entrada do produto estrangeiroquase triplicou desde 2002, chegando a72 milhões de litros em 2011. Casoconclua que há prejuízo grave à (5)indústria brasileira, pode estabelecersalvaguardas - a saber: cotas para a en-trada de vinhos estrangeiros ou aumen-to da alíquota do imposto de importação(hoje de 27%). (Editorial, Folha de S. Paulo, 28/3/2012)

a) 1 d) 4b) 2 e) 5c) 3

17. (CESGRANRIO) Assinale a opçãoque completa corretamente aslacunas da seguinte frase:

“Toda comunidade, ..... aspirações enecessidades devem vincular-se ostemas da pesquisa científica, possuiuma cultura própria, ..... precisa serpreservada.”

a) cujas – de queb) a cujas – quec) cujas – pela quald) cuja – quee) a cujas – de que

18. (FUVEST) Assinale a alternativa gra-maticalmente correta:

a) Não tenham dúvidas que ele vencerá.b) O escravo ama e obedece o seu se-

nhor.c) Prefiro estudar do que trabalhar.d) O livro que te referes é célebre.e) Se lhe disserem que não o respeito,

enganam-no.

19. (UF–UBERLÂNDIA) Assinale o perío-do em que foi empregado o prono-me relativo inadequado:

a) O livro a que eu me refiro é Tarde daNoite.

b) Ele é uma pessoa de cuja honestida-de ninguém duvida.

c) O livro em cujos dados nos apoiamosé este.

d) A pessoa perante a qual compare-cemos foi muito agradável.

e) O moço de cujo lhe falei ontem é este.

20. (PUC) Assinale a alternativa quepreencha corretamente as lacunasabaixo:

1. Veja bem estes olhos ....... se tem ou-vido falar.

2. Veja bem estes olhos ....... se dedi-caram muitos versos.

3. Veja bem estes olhos ....... brilho falao poeta.

4. Veja bem estes olhos ....... se extraemconfissões e promessas.

a) de que, a que, sobre o qual, dos quaisb) que, que, sobre o qual, quec) sobre os quais, que, de que, de onded) dos quais, aos quais, sobre cujo, dos

quaise) em quais, aos quais, a cujo, que

21. (CETRO–PMM–Implurb–2012) Deacordo com a norma-padrão deLíngua Portuguesa e em relação àregência nominal, assinale a alterna-tiva incorreta.

a) A diretoria era pouco acessível aosestudantes.

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40 – João Batista Gomes

b) Existe a necessidade, diante da atualconjuntura, em melhorar a qualidadeda educação.

c) A estrutura do animal encontrado eraanáloga à de animais pré-históricos.

d) Escreva uma carta referente à pro-posta de compra.

e) Vivem em São Paulo, mas são natu-rais de Manaus.

22. (FCC–TC–SP–2012) A frase em quea regência está em conformidadecom o padrão culto escrito é:

a) Em seu fingimento, só restou de quedissesse ao ex-sócio que sentia sau-dades dele.

b) Tudo isso considerado, é necessáriofazer que ele sinta o peso da respon-sabilidade.

c) Em atenção por seu talento indiscu-tível, o pouparam as devidas multas.

d) Passou os documentos a mão do téc-nico e não os perdeu de vista até aofinal da reunião.

e) Inconformado de que eles propala-vam injúrias a seu respeito, decidiudenunciá-los.

23. (FGV–FNDE–2007) “Novas tecnolo-gias e novos desafios pela frente. Ocenário está montado. Emerge umespaço para construção de um diá-logo contínuo por várias lentes e per-cepções das dinâmicas de conver-sação, de desenvolvimento e açãoque as novas tecnologias permitema partir da construção de novas for-mas de redes sociais.

Assinale a alternativa em que, alte-rando-se o trecho “construção de umdiálogo (...) que as novas tecnolo-gias permitem”, não se obedeceuàs regras gramaticais de regênciaverbal. Ignore as alterações de senti-do em relação ao texto original.

a) construção de um diálogo (...) a queas novas tecnologias aludem

b) construção de um diálogo (...) que asnovas tecnologias carecem

c) construção de um diálogo (...) a queas novas tecnologias procedem

d) construção de um diálogo (...) a queas novas tecnologias se referem

e) construção de um diálogo (...) que asnovas tecnologias atingem

24. (ESAF–CGU–AFC–2008) As opçõestrazem propostas de continuidadeao trecho abaixo, diferentemente re-digidas. Assinale a que contém errode regência e/ou de concordância.

Como ninguém quer falar em aumentode impostos, todos se aferram à expres-são mágica: reforma tributária. O temaevoca um país moderno, com distribui-ção mais justa dos valores arrecadados.(Krieger, Gustavo. “Agenda necessária e agenda possível”, Correio

Braziliense, 7/1/2008, p. 4)

a) Bonito na retórica. Quando o assuntochega à mesa de discussões, o climamuda. O governo federal não querdividir seu caixa. Estados e Municípiossempre querem mais dinheiro.

b) É bonito até chegar à mesa de discus-sões. Aí ninguém quer perder. Aocontrário: todos lutam para aumentarsua fatia do bolo.

c) Tudo vai bem até o assunto chegar àmesa de discussões. União, Estadose Municípios se digladiam para nãoperderem nenhuma partezinha doque arrecadam. O que querem mes-mo é ganhar mais.

d) Todos concordam até se sentarem namesa de discussões, quando se iniciaos mais acalorados debates. Nin-guém quer perder. Estados e Municí-pios buscam aumentar seu quinhãona nova divisão do dinheiro arreca-dado.

e) Falar em reforma tributária é bonito.O xis da questão é botá-la no papel,quando os interesses da União, Esta-dos e Municípios se chocam na buscade uma fatia maior do bolo para cadaum.

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Regência e Crase – 41

25. (FGV-TRE-PA-2011) “Infelizmente, ain-da hoje assistimos no Brasil a fenô-menos...”

No trecho acima, foi empregada a re-gência do verbo em completo acor-do com a norma culta. Assinale aalternativa em que isso NÃO tenhaocorrido.

a) O povo aspira a governos menos cor-ruptos.

b) Ele assiste em Belém.c) O combate à corrupção implica em

medidas éticas por parte das empre-sas.

d) As empresas pagaram aos funcioná-rios na data correta.

e) Muitas vezes o povo esquece o pas-sado dos políticos.

26. (FCC–TC-SP–2012) A frase em quea regência está em conformidadecom o padrão culto escrito é:

a) Em seu fingimento, só restou de quedissesse ao ex-sócio que sentia sau-dades dele.

b) Tudo isso considerado, é necessáriofazer que ele sinta o peso da respon-sabilidade.

c) Em atenção por seu talento indiscu-tível, o pouparam as devidas multas.

d) Passou os documentos a mão do téc-nico e não os perdeu de vista até aofinal da reunião.

e) Inconformado de que eles propala-vam injúrias a seu respeito, decidiu de-nunciá-los.

27. (FGV–SF–2008) “O Estado a queMachado serviu...”

Assinale a alternativa em que, alte-rando-se o trecho acima, manteve-se adequação à norma culta.

a) O Estado que Machado necessitava...b) O Estado de que Machado lembrava...c) O Estado por que Machado ansiava...

d) O Estado à que Machado preferia...e) O Estado que Machado se referia...

28. (FCC–MP/RS–2010) A expressãopronominal “em que” preenche cor-retamente a lacuna da frase:

a) O aumento da frota de veículos, evi-dente em inúmeras cidades, podeafetar a qualidade do ar ...... se respiranessas regiões.

b) O controle da poluição do ar nas gran-des cidades é um assunto ...... se trataem todas as discussões sobre o meioambiente.

c) Seria necessário propiciar transportede qualidade ...... a população dasgrandes cidades deixe seu carro nagaragem.

d) Nas grandes cidades, ...... os mora-dores dependem de transporte cole-tivo eficiente, tem aumentado consi-deravelmente a frota de carros parti-culares.

e) O carro próprio, ...... sonham muitosbrasileiros, tornou-se possível com aoferta de crédito e a isenção de im-postos.

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42 – João Batista Gomes

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Regência e Crase – 43

VERBOS ESPECIAIS

No âmbito da regência, especiais são osverbos que admitem mais de uma predi-cação, quase sempre em função da mu-dança de sentido.

1. Assistir

a) Assistir = ver

1. É verbo transitivo indireto (pede com-plemento com preposição “a”).

2. Admite construção com o pronomelhe(s) ou com as formas tônicas aele(a), a eles(as).

3. Não admite voz passiva.

Exemplo:

Assistimos às mudanças políticas.Assistimos-lhes.Assistimos a elas.

Regência de “assistir”: vti.

Função de “às mudanças políticas” /

“lhes” / “a elas”: objeto indireto.

b) Assistir = caber

1. É verbo transitivo indireto (pede com-plemento com preposição “a”).

2. Admite construção com o pronomelhe(s) ou com as formas tônicas aele(a), a eles(as).

3. Não admite voz passiva.

Exemplo:

O direito de reclamar assiste aos alunos.O direito de reclamar assiste-lhes.O direito de reclamar assiste a eles.

Regência de “assistir”: vti.

Função de “aos alunos” / “lhes” / “a elas”:

objeto indireto.

c) Assistir = ajudar; prestar socorro

1. É verbo transitivo direto (pede com-plemento sem preposição).

2. Não aceita para complemento o pro-nome lhe(s).

3. Admite voz passiva.

Exemplo:

O médico assiste os pacientes.O médico assiste-os.

Regência de “assistir”: vtd.Função de “os doentes” / “os”: objetodireto.

d) Assistir = morar; estar presente

1. É verbo intransitivo (vem acompa-nhado de adjunto adverbial de lugar,regido pela preposição “em”).

Exemplo:

Depois de eleita, ala passou a assistirem Brasília.

Regência de “assistir”: verbo intransitivo.Função de “em Brasília”: adjunto

adverbial de lugar.

Aplicação 52

Julgue as construções seguintes como verbo assistir.

a. ( ) Nos últimos anos, a população ja-mais assistiu crimes tão bárba-ros.

b. ( ) Nos últimos anos, a população ja-mais assistiu a crimes tão bárba-ros.

c. ( ) Algumas famílias assistiam as-sustadas ao espetáculo.

d. ( ) Algumas famílias assistiam as-sustadas o espetáculo.

e. ( ) As cenas que agora vamos as-sistir são desaconselhadas paracrianças.

Aplicação 53

Escolha a construção gramaticalmen-te correta.

a) A peça teatral foi assistida por todosos alunos.

b) Ao jogo de ontem, assistimo-lo pelatevê.

c) Queríamos ver o espetáculo ao vivo,mas só foi possível assisti-lo pela tv.

d) Logo depois do incidente, assistimosa reportagem pela tevê.

e) Jogos de futebol? Gosto de assistir aeles pela tevê.

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44 – João Batista Gomes

2. Aspirar

a) Aspirar = desejar, pretender

1. É verbo transitivo indireto (pede com-plemento com a preposição “a”).

2. Admite construção com o pronomelhe(s) ou com as formas tônicas aele(a), a eles(as).

3. Não admite voz passiva.

Exemplo:

Todos aspiram a um bom emprego.Todos lhe aspiram.Todos aspiram a ele.

Regência de “aspirar”: vti.

Função de “a um bom emprego” / “lhe” / “a

ele”: objeto indireto.

b) Aspirar = inalar, inspirar, sorver

1. É verbo transitivo direto (pede com-plemento sem preposição).

2. Admite construção com os pronomeso(s), a(as).

3. Admite voz passiva.

Exemplo:

Todos aspiram o ar poluído das cida-des.Todos o aspiram.

Regência de “aspirar”: vtd.

Função de “o ar poluído das cidades” / “o”:

objeto direto.

Aplicação 54

Julgue as construções seguintescom o verbo aspirar.

a. ( ) Os políticos, no afã de se torna-rem famosos, aspiram cargos pú-blicos cada vez mais altos.

b. ( ) Ele aspira a este pó de madeirahá muito tempo.

c. ( ) Convém trabalhar, sempre aspi-rando à posições nobres.

d. ( ) Ser eleito governador do estado:era essa a maior dignidade a queaspirava.

e. ( ) As mulheres brasileiras aspiramcargos políticos compatíveis como painel internacional.

3. Avisar, certificar, informar, notifi-car, proibir

1. São todos transitivos diretos e indi-retos.

2. pedem dois complementos: um compreposição (objeto indireto), outrosem (objeto direto). Um é pessoa, ou-tro coisa.

3. Não há vinculação obrigatória compessoa ou coisa. Há sempre duas ma-neiras corretas para a construção defrases.

4. Admitem voz passiva.

Exemplo 1:

Proíbo-lhe de sair. (errado)Proíbo-lhe sair. (certo)Proíbo-a de sair. (certo)

Regência de “proibir”: vtdi.Função do “lhe” / “de sair”: objetoindireto.Função do “a” / “sair”: objeto direto.

Exemplo 2:

Avisei-lhe do perigo. (errado)Avisei-lhe o perigo. (certo)Avisei-o do perigo. (certo)

Aplicação 55

Julgue as construções seguintes quan-to à regência verbal.

a. ( ) Avisarei as moças de que não sai-remos hoje.

b. ( ) Avisarei às moças que não saire-mos hoje.

c. ( ) Avisarei às moças de que não sai-remos hoje.

d. ( ) Certificar-lhe-ei de minha decisão.e. ( ) Certificar-lhe-ei minha decisão.

Aplicação 56

Julgue as construções seguintesquanto à regência verbal.

a. ( ) Informo-lhe de que cheguei.b. ( ) Informo-lhe que cheguei.c. ( ) Informo-o de que cheguei.d. ( ) Informo-o que cheguei.e. ( ) Informaram os alunos o resultado.

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Regência e Crase – 45

4. Chamar

a) Chamar = apelidar, xingar1. Admite qualquer construção. Pode

ser transitivo direto ou indireto indi-ferentemente.

2. Vem acompanhado de predicativodo objeto (com ou sem preposição).

3. Tem predicado verbo-nominal.

Exemplo 1:

Todos chamam ao vereador de corrupto.Todos lhe chamam de corrupto.

Regência de “chamar”: vti.

Função de “ao vereador” / “lhe”: objeto in-

direto.

Função de “de corrupto”: predicativo doobjeto.

Exemplo 2:

Todos chamam o vereador de corrupto.Todos o chamam de corrupto.

Regência de “chamar”: vtd.

Função de “o vereador” / “o”: objeto direto.

Função de “de corrupto”: predicativo do ob-

jeto.

b) Chamar = convidar, convocar

1. É transitivo direto (pede complemen-to sem preposição).

2. O complemento pode vir representa-do pelos pronomes átonos o(s),a(as), me, te, nos, vos.

3. Não aceita o pronome lhe(s) paracomplemento.

4. Tem predicado verbal.

Exemplo:

Chamei Cristina para almoçar.Chamei-a para almoçar.

Regência de “chamar”: vtd.

Função de “Cristina” / “a”: objeto direto.

Aplicação 57Julgue as frases seguintes quanto àregência verbal.

a. ( ) O rei chamou-lhe à sua presença.b. ( ) Chamamos-lhe de covarde.c. ( ) Chamamos-lhe covarde.d. ( ) Chamaram-lhe de pretensiosa.e. ( ) À noite, chamava por ela aos gri-

tos.

5. Chegar, ir, voltar, retornar

1. Associados à ideia de lugar, são ver-bos intransitivos.

2. Exigem adjunto adverbial de lugarregido pela preposição “a” e/ou “pa-ra”.

3. Rejeitam a preposição “em”.

4. Aceitam “aonde” e rejeitam “onde”.

Exemplo 1:

Todos chegaram no mercado, atrasados.(errado)Todos chegaram ao mercado, atrasados.(certo)

Regência de “chegar”: verbo intransitivo.

Função de “ao mercado”: adjunto adver-

bial de lugar.

Função de “atrasados”: predicativo do

sujeito.

Exemplo 2:

A casa onde chegamos parecia abando-nada. (errado)A casa aonde chegamos parecia aban-donada. (certo)A casa em que chegamos parecia aban-donada. (certo)A casa na qual chegamos parecia aban-donada. (certo)

Regência de “chegar”: verbo intransitivo.

Função de “aonde” / “em que” / “na qual”:

adjunto adverbial de lugar.

Classificação da oração “aonde chega-

mos” / “em que chegamos” / “na qual che-

gamos”: subordinada adjetiva restritiva.

Aplicação 58

Julgue as construções seguintes quan-to à regência verbal.

a. ( ) Até aonde você quer chegar?b. ( ) Até onde você quer chegar?c. ( ) Deixamos a cidade quando a

comitiva ia chegando na praça.d. ( ) Demoramos muito, mas

chegamos no sopé da montanha.e. ( ) No mesmo dia, fizeram-no ir para

o hospital.

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46 – João Batista Gomes

6. Estar, ficar, morar, residir, situar-se

1. Associados à ideia de lugar, são ver-bos intransitivos.

2. Exigem adjunto adverbial de lugar re-gido pela preposição “em”.

3. Rejeitam a preposição “a”.

4. Aceitam “onde” e rejeitam “aonde”.

Exemplo 1:

Já moramos na Rua Silva Ramos.

Regência de “morar”: verbo intransitivo.Função de “na Rua Silva Ramos”: adjuntoadverbial de lugar.

Exemplo 2:

O lugar em que ficamos era úmido.O lugar no qual ficamos era úmido.O lugar onde ficamos era úmido.

Regência de “ficar”: verbo intransitivo.Função de “em que” / “no qual” / “onde:

adjunto adverbial de lugar.

Aplicação 59

Julgue as frases seguintes quanto àregência verbal.

a. ( ) Para aonde você foi ontem à noi-te?

b. ( ) Para onde você foi ontem à noite?c. ( ) São muitos os lugares aonde

moramos, todos em casas aluga-das.

d. ( ) O terreno de que falamos situa-se à beira da estrada.

e. ( ) O casebre em que eles moravamficava na beira de um igarapé.

Aplicação 60

Assinale a alternativa que respeita anorma culta da língua.

a) Sempre residimos à Rua Aurora.b) Elas residem à Praça da Bandeira.c) A casa que morava era de madeira.d) Recordo-me de todos os lugares em

que estivemos.e) As tribos em que fomos eram

modernas.

7. Custar = ser difícil, demorar

1. É transitivo indireto (exige comple-mento com a preposição “a”).

2. O complemento (objeto indireto) po-de vir representado pelos pronomesátonos me, te, nos, vos, lhe(s), aele(s), a ela(s).

3. Só pode ser usado na terceira pessoado singular, tendo como sujeito umaoração reduzida de infinitivo.

Exemplo 1:

Eu custei muito a acreditar em você. (er-rado)Custou-me muito acreditar em você.(certo)

Regência de “custar”: vti.

Função do “me”: objeto indireto.

Sujeito de “custou”: “acreditar em você” =

oração subordinada substantiva subjetiva

reduzida de infinitivo.

Exemplo 2:

Nós custamos a pegar a um táxi. (errado)Custou-nos pegar um táxi. (certo)

Regência de “custar”: vti.

Função do “nos”: objeto indireto.

Sujeito de “custou”: “pegar um táxi” =

oração subordinada substantiva subjetiva

reduzida de infinitivo.

Aplicação 61

Julgue as construções seguintesquanto à regência verbal.

a. ( ) Maria custou a compreender osmeandros da política.

b. ( ) Custou à Maria compreender osmeandros da política.

c. ( ) A maioria dos candidatos custa aperceber as armadilhas dasprovas dos concursos públicos.

d. ( ) Custa à maioria dos candidatosperceber as armadilhas dasprovas dos concursos públicos.

e. ( ) As pessoas custam a reconheceras boas ações.

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Regência e Crase – 47

8. Esquecer, lembrar, recordar, ad-mirar

1. Acompanhados de pronome átono(me, te, se, nos, vos): são transitivosindiretos (preposição “de”).

2. Sem pronome átono: são transitivosdiretos (rejeitam a preposição “de”).

3. Função do pronome átono: pronomeque integra o verbo (piv).

Exemplo 1:

Perdão, esqueci do seu aniversário. (er-rado)Perdão, esqueci-me do seu aniversário.(certo)

Regência de “esquecer”: vti.

Função de “do seu aniversário”: objeto in-

direto.

Função do “me”: piv.

Exemplo 2:

Perdão, esqueci do seu aniversário. (er-rado)Perdão, esqueci o seu aniversário. (cer-to)

Regência de “esquecer”: vtd.

Função de “o seu aniversário”: objeto direto.

Aplicação 62

Julgue as construções seguintesquanto à regência verbal.

a. ( ) Nunca me esqueci de minha pri-meira namorada.

b. ( ) Nunca esqueci de minha primeiranamorada.

c. ( ) Nunca esqueci minha primeiranamorada.

d. ( ) Tatisa e Lu, como esquecer essaspersonagens de Lygia FagundesTelles?

e. ( ) Esqueci-me do nome dele.

9. Preferir

1. É verbo transitivo direto e indireto:exige dois complementos (objeto dire-to e objeto indireto).

2. A construção não admite as seguintespalavras ou expressões: mais, me-nos, muito mais, muito menos, an-tes, que, do que, mil vezes.

3. Deve-se tomar especial cuidado quan-to à presença (ou à omissão) da cra-se.

4. O adjetivo “preferível” segue a regên-cia de “preferir”.

Exemplo 1:

Prefiro mil vezes morrer do que casar.(errado)Prefiro morrer a casar. (certo)

Regência de “preferir”: vtdi.Função de “morrer”: objeto direto.Função de “a casar”: objeto indireto.

Exemplo 2:

É preferível antes perder do que vencerde modo desonesto. (errado)É preferível perder a vencer de mododesonesto. (certo)

Regência de “preferível”: adjetivo transitivo(exige preposição “a”).Função de “perder”: sujeito.Função de “a vencer”: complemento nominal

de “preferível”.

Aplicação 63

Julgue as construções seguintesquanto à regência verbal.

a. ( ) Ele preferiu antes a morte do queenfrentar a violência na peniten-ciária.

b. ( ) Ele preferiu a morte a enfrentara violência na penitenciária.

c. ( ) Ele preferiu morrer a enfrentar aviolência na penitenciária.

d. ( ) Ele preferiu morrer a entregar-seà polícia.

e. ( ) Ele preferiu ser enterrado vivo doque trabalhar.

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48 – João Batista Gomes

10. Querer

a) Querer = desejar, ter intenção de

1. É verbo transitivo direto: exige com-plemento (objeto direto) sem prepo-sição.

2. O complemento pode vir representa-do pelos pronomes átonos o, a, os,as.

3. Rejeita o pronome lhe(s) para a fun-ção de complemento.

Exemplo 1:

Ele não quer você para esposa.Ele não lhe quer para esposa. (errado)Ele não a quer para esposa. (certo)

Regência de “querer”: vtd.

Função de “você” / “a”: objeto direto.

b) Querer = amar, estimar, querer bem

1. É verbo transitivo indireto: exige com-plemento (objeto indireto) com a pre-posição “a”.

2. O complemento pode vir representa-do pelos pronomes átonos lhe(s), aele(s), a ela(s).

3. Rejeita os pronomes o(s), a(s) paraa função de complemento.

Exemplo 2:

Quero muito a você, minha filha.Quero-a muito, minha filha. (errado)Quero-lhe muito, minha filha. (certo)

Regência de “querer”: vti.

Função de “a você” / “lhe”: objeto indireto.

Aplicação 64

Julgue as construções seguintesquanto à regência verbal.

a. ( ) Do filho que muito lhe quer.b. ( ) Do filho que muito a quer.c. ( ) Os pais queriam muito aqueles fi-

lhos.d. ( ) Os pais queriam muito àqueles fi-

lhos.e. ( ) Aquela é a mulher a quem quero

bem.

11. Simpatizar, antipatizar

A ideia lógica é simpatizar (ou antipati-zar) “com algo” ou “com alguém”.

1. São transitivos indiretos: exigem com-plemento com a preposição “com”.

2. Não podem ser pronominais; rejeitamos pronomes átonos me, te, se, nos,vos, lhe(s).

3. O objeto indireto pode vir representa-do pelos pronomes tônicos comigo,contigo, com ele, com ela, com você.

Exemplo 1:

Sempre me simpatizei com você. (erra-do)Sempre simpatizei com você. (certo)

Regência de “simpatizar”: vti.

Função de “com você”: objeto indireto.

Exemplo 2:

No ambiente de trabalho, são poucas aspessoas com que me simpatizo. (erra-do)No ambiente de trabalho, são poucas aspessoas com que simpatizo.(certo)

Regência de “simpatizar”: vti.

Função de “com que”: objeto indireto.

Classificação da oração “com que simpa-

tizo”: subordinada adjetiva restritiva.

Aplicação 65

Julgue as frases seguintes quanto àregência verbal.

a. ( ) Há muito tempo, venho simpati-zando você, Januária.

b. ( ) Há muito tempo, venho simpati-zando com você, Januária.

c. ( ) Há muito tempo, venho simpati-zando-me com você, Januária.

d. ( ) Simpatizei-me contigo logo quete vi.

e. ( ) Simpatizei contigo logo que te vi.

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Regência e Crase – 49

12. Visar

a) Visar = dirigir o olhar, apontar arma;pôr o visto em, assinar

1. É verbo transitivo direto: exige com-plemento sem preposição.

2. O objeto direto pode vir representadopelos pronomes o(s), a(s) e suas va-riações lo(s), la(s), no(s), na(s).

3. Rejeita o pronome lhe(s) para a fun-ção de complemento.

Exemplo 1:

Convém visar aos passaportes. (errado)Convém visar os passaportes. (certo)

Regência de “visar”: vtd.Função de “os passaportes”: objeto direto.

Exemplo 2:

Ele visava a mais bela jovem da festa.Regência de “visar”: vtd.Função de “a mais bela jovem da festa”: ob-

jeto direto.

b) Visar = ter em vista, pretender

1. É verbo transitivo indireto: exige com-plemento com a preposição “a”.

2. O objeto indireto pode vir representa-do pelos pronomes lhe(s), a ele(s),a ela(s).

Exemplo 1:

O ser humano sempre visa a liberdade.(errado)O ser humano sempre visa à liberdade.(certo)

Regência de “visar”: vti.

Função de “à liberdade”: objeto indireto.

Exemplo 2:

A posição a que visamos depende deconchavos políticos. (certo)A posição à qual visamos depende deconchavos políticos. (certo)

Regência de “visar”: vti.

Função de “a que” / “à qual”: objeto indireto.

Classificação da oração “a que visamos” /

“à qual visamos”: subordinada adjetiva res-

tritiva.

Aplicação 66

(Cesgranrio–Petrobrás–2011) Subs-tituindo o verbo destacado por outro,a frase, quanto à regência verbal, tor-na-se INCORRETA em:

a) O líder da equipe, finalmente, viu a apre-sentação do projeto.O líder da equipe, finalmente, assistiuà apresentação do projeto.

b) Mesmo não concordando, ele acatouas ordens do seu superior.Mesmo não concordando, ele obede-ceu às ordens do seu superior.

c) Gostava de recordar os fatos de suainfância.Gostava de lembrar dos fatos de suainfância.

d) O candidato desejava uma melhorcolocação no ranking.O candidato aspirava a uma melhorcolocação no ranking.

e) Naquele momento, o empresário tro-cou a família pela carreira.Naquele momento, o empresário pre-feriu a carreira à família.

Aplicação 67

(EJEF–TJ–MG–2008) Assinale a al-ternativa que contém ERRO de re-gência verbal:

a) Não gosto de lembrar o passado.b) Consta dos autos que José não com-

pareceu à audiência.c) É preciso obedecer às leis.d) Todos aspiram o progresso na vida.

Aplicação 68

(EJEF–TJ–MG–2008) Assinale a al-ternativa em que a regência verbalestá CORRETA.

a) Assisti o filme de que você gostou.b) Prefiro mais a cidade do que o campo.c) Este é o museu de que mais gosto.d) Finalmente chegamos em Diaman-

tina.

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50 – João Batista Gomes

13. Abdicar ou abdicar de?

No sentido de “renunciar, desistir de”,abdicar é transitivo direto (abdicar algo)ou transitivo indireto (abdicar de algo)indiferentemente.

Exemplo 1:

Abdicou os prazeres terrenos quandoentrou para a igreja.Regência de “abdicar”: vtd.

Função de “os prazeres terrenos”: objeto di-

reto.

Exemplo 2:

Abdicou dos prazeres terrenos quandoentrou para a igreja.

Regência de “abdicar”: vti.

Função de “dos prazeres terrenos”: objeto

indireto.

14. Abençoá-lo ou abençoar-lhe?

Abençoar (dar a bênção a; benzer) tran-sitivo direto: o complemento não pode virrepresentado pelo pronome lhe(s).

Exemplos:

Deus lhe abençoe, minha filha. (errado)Deus a abençoe, minha filha. (certo)

Regência de “abençoar”: vtd.

Função do pronome “a”: objeto direto.

Função de “minha filha”: vocativo.

Que Deus abençoe a este recém-nas-cido. (errado)Que Deus abençoe este recém-nascido.(certo)

Regência de “abençoar”: vtd.

Função de “este recém-nascido”: objeto

direto.

15. Aborrecê-la ou aborrecer-lhe?

Aborrecer (causar aborrecimento a; des-gostar) é verbo transitivo direto: o com-plemento não pode vir representado pelopronome lhe(s).

Exemplo:

Vou tentar não lhe aborrecer. (errado)Vou tentar não a aborrecer. (certo)

Regência de “aborrecer”: vtd.

Função do pronome “a”: objeto direto.

Aplicação 69

(COVEST–HC-UF–PE–2010) Assina-le a única alternativa que está emdesacordo com a norma padrão dalíngua, no que se refere às regras deregência (verbal e nominal).

a) Os vários tipos de discriminação sãoatitudes contra as quais todos deve-mos lutar.

b) O palestrante, de cujo nome me es-queci, enfatizou a necessidade de umamudança ética.

c) Não sabia aonde se dirigir para de-nunciar as aplicações irresponsáveisda ciência e tecnologia.

d) O público perante o qual discursouficou animado com a possibilidade demudanças éticas.

e) As autoridades prometem solucionarem breve o problema que todos es-távamos preocupados.

Aplicação 70

(FUMARC–CEMIG–2010) A mudançana regência verbal NÃO implica mu-dança de sentido em:

a) O nome do funcionário não constoudo relatório de atividades.O nome do funcionário não constouno relatório de atividades.

b) Segundo o chefe do cerimonial, pou-cos convidados beberam o vinho.Segundo o chefe do cerimonial, pou-cos convidados beberam do vinho.

c) Conforme se comprovou posterior-mente, os dois rapazes visavam oscheques.Conforme se comprovou posterior-mente, os dois rapazes visavam aoscheques.

d) Durante a mesa-redonda, falou comcolegas do curso de Engenharia.Durante a mesa-redonda, falou a cole-gas do curso de Engenharia.

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Regência e Crase – 51

16. Implicar ou implicar em?

Implicar (ter como consequência, acarre-tar, originar) é verbo transitivo direto: ocomplemento não pode vir acompanhadoda preposição “em”.

Exemplo:

Casamento implica em chifres. (errado)Casamento implica chifres. (certo)

Regência de “implicar”: vtd.

Função do “chifres”: objeto direto.

17. Pisar ou pisar em?

Pisar (andar, pôr os pés, calcar, passarpor cima) é verbo transitivo direto: o com-plemento não pode vir acompanhado dapreposição “em”.

Exemplo 1:

Não pise na grama. (errado)Não pise a grama. (certo)

Regência de “pisar”: vtd.Função do “a grama”: objeto direto.

Exemplo 2:

Os objetos em que pisamos eram cor-tantes. (errado)Os objetos que pisamos eram cortan-tes. (certo)

Regência de “pisar”: vtd.Função do “que”: objeto direto.Classificação da oração “que pisamos”: su-

bordinada adjetiva restritiva.

18. A domicílio, em domicílio

A domicílio – Usa-se com verbos intran-sitivos (dão ideia de movimento; pedempreposição “a”: chegar, ir, voltar, retornar).Função sintática da expressão “a domi-cílio”: adjunto adverbial de lugar.

Exemplo:

Depois de morar no exterior, ela voltouem domicílio. (errado)Depois de morar no exterior, ela voltou adomicílio. (certo)

Regência de “voltar”: verbo intransitivo.Função de “a domicílio”: adjunto adverbial

de lugar.

Em domicílio – Usa-se com verbos a cu-jo sentido se associe a ideia de “em al-gum lugar”. É o caso de “fazer entrega”:a ideia completa é “fazer entrega emalgum lugar”, ou seja, “fazer entrega emdomicílio”.

Exemplo 1:

Fazem-se entregas a domicílio. (errado)Fazem-se entregas em domicílio. (certo)

Regência de “fazer”: vtd.

Função de “entregas”: sujeito.

Função de “em domicílio”: adjunto adver-

bial de lugar.

Exemplo 2:

Dão-se aulas a domicílio. (errado)Dão-se aulas em domicílio. (certo)Regência de “dar”: vtd.

Função de “aulas”: sujeito.

Função de “em domicílio”: adjunto adver-

bial de lugar.

Aplicação 71

(Inst. Cidades–Unifesp–2009) “E nãoesqueça de trazer força e magia.”

Quanto à regência do verbo “Esque-cer” no verso destacado, é CORRE-TO afirmar:

a) Seu uso está correto, visto que utilizaa preposição “de”.

b) Seu uso está correto, pois, como se-gue em locução verbal, não poderiadeixar de usar a preposição.

c) Seu uso está incorreto, pois deveria,quando transitivo indireto, ser tam-bém pronominal.

d) Seu uso está incorreto, pois é sempretransitivo direto.

Aplicação 72

Há erro de regência em:

a) É bom pisar com cautela essas terras.b) Entregamos lanche em domicílio.c) Casamento implica em filhos.d) Em breve, voltaremos a domicílio.e) Faz-se macumba em domicílio.

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52 – João Batista Gomes

19. Ao telefone, no telefone

O correto é estar, falar, conversar, namo-rar, brincar “ao telefone”.

Exemplo:

Dormia pouco: passava a noite inteira notelefone. (errado)Dormia pouco: passava a noite inteira aotelefone. (certo)

Regência de “passar”: verbo intransitivo.

Função de “ao telefone”: adjunto adverbial.

20. A prazo, a vista

As expressões “a prazo” e “a vista”, nosentido de pagar, comprar, adquirir, nãoadmitem artigo (portanto sem crase). O“a” é apenas preposição. A locução “àvista de” é automaticamente com crase.

Exemplo:

Compramos os móveis à vista. (errado)Compramos os móveis a vista. (certo)Compramos os móveis a prazo. (certo)

Regência de “comprar”: vtd.

Função de “os móveis”: objeto direto.

Função de “a vista” / “a prazo”: adjunto ad-

verbial de modo.

21. Chutar em ou chutar a?

O correto é “chutar a gol” ou “contra ogol” ou “para o gol”, mas nunca “em gol”ou “no gol”.

Exemplo:

Só naquele jogo, chutaram mais de dezvezes a bola na trave. (errado)Só naquele jogo, chutaram mais de dezvezes a bola à trave. (certo)Só naquele jogo, chutaram mais de dezvezes a bola contra a trave. (certo)Sem querer, chutou a bola para o adver-sário. (certo)

Regência de “chutar”: vtd.

Função de “a bola”: objeto direto.

Função de “à trave” / “contra a trave”: ad-

junto adverbial.

22. Fazer que ou fazer com que?

O correto é “fazer que”; nesse caso, “fa-zer” significa “motivar”. Apesar de serconstrução popular, “fazer com que” ferea norma culta da língua.

Exemplo:

Isso fez com que ela desistisse. (errado)Isso fez que ela desistisse. (certo)

Regência de “fazer”: vtd.

Função de “que ela desistisse”: objeto direto

oracional.

Classificação da oração “que ela desistis-

se”: subordinada substantiva objetiva direta.

23. Dar-se o ou dar-se ao luxo?

A lógica do verbo dar é de bitransitividade(dar alguma coisa a alguém). Por isso,“dar-se ao luxo” não é construção comlógica gramatical. O correto é “dar-se oluxo”. O “se” (pessoa) é objeto indireto;a expressão “o luxo” (coisa), o objeto di-reto.

Exemplo:

Em pleno período letivo, ela deu-se aoluxo de viajar. (errado)Em pleno período letivo, ela deu-se o luxode viajar. (certo)

Regência de “dar”: vtdi.

Função de “o luxo”: objeto direto.

Função do “se”: pronome reflexivo (objeto

indireto).

24. Dar luz a ou dar à luz?

A ideia de “dar luz a alguém” não signi-fica “parir”. Para o ato de parir, a ideia é“dar alguém à luz” (“luz”, nesse caso,simboliza vida, mundo – eufemismo con-sagrado em nossa língua).

Exemplo:

Ela deu luz a trigêmeos. (errado)Ela deu à luz trigêmeos. (certo)Regência de “dar”: vtdi.

Função de “trigêmeos”: objeto direto.

Função de “à luz”: objeto indireto.

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Regência e Crase – 53

25. Debater sobre

“Debater sobre” é expressão errada. De-vemos “debater alguma coisa” (debaterpacto salarial, debater a questão da re-forma agrária), e nunca “debater sobrealguma coisa”.

Debater (examinar em debate; tratar de;discutir) é verbo transitivo direto; o com-plemento não aceita preposição.

Exemplo:

Na reunião, debatemos sobre o aumen-to salarial dos empregados. (errado)Na reunião, debatemos o aumento sala-rial dos empregados. (certo)

Regência de “debater”: vtd.

Função de “o aumento salarial dos empre-

gados”: objeto direto.

26. Defender que

“Defender que” é expressão errada. De-ve-se “defender alguma coisa” ou “al-guém”.

Defender (prestar socorro ou auxílio a;proteger, amparar) é verbo transitivo di-reto. O complemento não pode vir repre-sentado por oração substantiva objetivadireta.

Exemplo:

Os funcionários defendem que os salá-rios devem ser reajustados. (errado)Os funcionários defendem o reajuste sa-larial. (certo)

Regência de “defender”: vtd.

Função de “o reajuste salarial”: objeto direto.

27. Defronte a, defronte de

As duas expressões são corretas, masprefira “defronte de”. Significa “em frentede”, “diante de”, “em comparação com”.Pode-se dizer “em frente a” ou “em fren-te de”, “junto a” ou “junto de”.

Exemplo:

Ela é bonita, mas defronte de Tatianeaparenta feiura.

Ela é bonita, mas defronte a Tatianeaparenta feiura.

Classe gramatical de “defronte a, defronte

de”: locução prepositiva.

Função de “defronte de Tatiane” / “defronte

a Tatiane”: adjunto adverbial.

28. Deparar com

Deparar (encontrar inesperadamente;defrontar-se) pode ser transitivo direto outransitivo indireto (exige preposição “com”)indiferentemente. Quando pronominal, éapenas transitivo indireto.

Exemplo 1:

Deparei com ela em frente ao correio; pa-recia assustada.Deparei-me com ela em frente ao correio;parecia assustada.

Regência de “deparar”: vti.Função de “com ela”: objeto indireto.

Exemplo 2:

Deparei-a em frente ao correio; pareciaassustada.

Regência de “deparar”: vtd.

Função do “a”: objeto direto.

29. A princípio, em princípio

Em princípio – Em tese; teoricamente;antes de qualquer consideração.

A princípio – No começo; no início; ini-cialmente.

Exemplo 1:

Em princípio, o ser humano nasceu paraser honesto.Função de “em princípio”: adjunto adverbial.

Exemplo 2:

A princípio, vendíamos livros de portaem porta; depois, montamos a editora.

Função de “a princípio”: adjunto adverbial.

30. A rigor, em rigor

As duas expressões são corretas; pre-fira “em rigor”. Significa “na verdade;rigorosamente falando; a bem dizer”.

Page 54: Regência e Crase (COMPLETA).pdf

54 – João Batista Gomes

Exemplo:

A rigor, o casamento poda a liberdadeindividual.Em rigor, o casamento poda a liberdadeindividual.

Função de “a rigor” / “em rigor”: adjunto

adverbial.

31. Estimo em vê-lo

O correto é “estimo vê-lo”. Estimar, co-mo sinônimo de “alegrar-se”, não aceita“em”.

A expressão “estimar em” existe: ésinônimo de calcular, avaliar.

Exemplo:

Estimo em vê-la com saúde. (errado)Estimo vê-la com saúde. (certo)

Regência de “estimar”: vtd.

Função da oração “vê-la com saúde”: objeto

direto.

32. Ficar de pé, ficar em pé

As duas construções são corretas. Mas“ficar de joelhos” e “ficar de quatro” nãotêm variações.

Exemplo:

Fiquem todos de pé.Fiquem todos em pé.

Regência de “ficar”: verbo intransitivo.

Função de “de pé” / “em pé”: adjunto ad-

verbial.

Aplicação 73

(VUNESP–TJ–SP 2011) Leia o quesegue.

I. Muitos dos que assistiram o simpósiosobre reciclagem saíram desapon-tados.

II. Muitos catadores antipatizam com osprojetos da prefeitura.

III. A comunidade visa uma política maiseficiente para a destinação do lixo.

IV. Alguns moradores aspiram uma cida-de mais limpa.

De acordo com a norma padrão dalíngua, a regência verbal está corretaem

a) I.b) II.c) III.d) I e III.e) II e IV.

Aplicação 74

(CESPE–ABIN–2010) “A delinquênciae a violência criminal afetam, em maiorou menor grau, toda a população, pro-vocando apreensão e medo nasociedade, e despertando o senti-mento de descrença em relação àsinstituições estatais responsáveis pe-la manutenção da paz social”.

Estaria gramaticalmente correto o em-prego da preposição “a” antes de “to-da a população” – a toda a popula-ção – visto que a forma verbal “afe-tam” apresenta dupla regência.

( ) Certo ( ) Errado

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Regência e Crase – 55

CRASE

1. Definição

Crase não é acento! O acento sobre o “à”denomina-se grave. Crase (do gregokrasis) é, portanto, fusão. É o fenômenoda contração da preposição a com, porexemplo, o artigo a.

2. Teste do artigo ou regra do “ao”

Emprega-se o acento grave para indicarcrase sempre que, substituindo-se a pa-lavra feminina por uma masculina, apa-recer a contração ao. O vocábulo mascu-lino não precisa ser sinônimo do feminino.Precisa, sim, fazer sentido para a fraseem que se está fazendo a substituição.

Aplicação 1

Complete as construções seguintescom “a” ou com “à”. Escolha, depois,a alternativa com a sequência cor-reta.

1. Fomos .... fazenda.2. Ela era candidata .... vereadora.3. Obedecemos .... lei.4. Conhecemos .... lei.5. Retornei .... praia.

a) à – a – à – a – àb) à – à – à – à – àc) à – a – a – à – ad) a – à – a – a – àe) a – a – à – à – a

3. Princípios sintáticos da crase

O fenômeno da crase está associado àregência (nominal e verbal) e, portanto,atrelado à estrutura sintática da frase. Den-tro da oração, os termos que admitemcrase são os que exigem preposição “a”:

a) objeto indireto;b) complemento nominal;c) adjunto adverbial.

Com base no princípio sintático, a crasepassa a ser absurda com:

a) sujeito (não pode ser preposicionado);b) objeto direto.

A seguir, veja construções certas e erra-das:

1. Visitei à praia. (errado)

Crase absurda porque a expressão “apraia” tem função de objeto direto doverbo visitar.

2. Você mesma viu à cena de terror. (er-rado)

Crase absurda porque a expressão “acena” tem função de objeto direto doverbo ver.

3. Você mesma assistiu à cena de terror.(certo)

Crase normal porque a expressão “à ce-na” tem função de objeto indireto doverbo assistir.

Aplicação 2

Assinale a frase em que a expressãocom crase não seja objeto indireto.

a) Prefiro isto àquilo.b) Obedecemos às leis.c) Ele mandava flores às vítimas.d) Refiro-me à Catiane, prima da Raquel.e) Os índios têm amor à Amazônia.

4. Crase proibida

Não ocorrerá crase quando o a estiver:

a) Antes de verbo (verbo não aceitaartigo; o “a” é apenas preposição):

Fomos obrigados a aceitar.

Desde criança, obrigaram-nos a traba-

lhar.

b) Antes de palavra masculina (o “a” éapenas preposição):

Na fazenda, andávamos a cavalo.

Faz bem ao corpo andar a pé.

Page 56: Regência e Crase (COMPLETA).pdf

56 – João Batista Gomes

c) Antes de pronomes pessoais (o “a”é apenas preposição):

Não fiz referência a ela.Lá em casa, todos obedecem a mim.

d) Entre palavras repetidas (o “a” é ape-nas preposição):

As lágrimas caíam gota a gota.No comício, os inimigos ficaram face aface.

e) Antes de pronomes de tratamento (o“a” é apenas preposição):

Enviei o relatório a Vossa Senhoria.Os dados foram enviados a Vossa Exce-lência.

Exceções: dona, madama, senhorae senhorita (tornaram-se popularese passaram a admitir artigo).

Enviei o relatório à dona Cláudia.

f) Antes de pronomes indefinidos (al-guém, alguma, nada, ninguém, nenhu-ma, qualquer). O “a” é apenas prepo-sição:

Não devo nada a ninguém.Isso pode acontecer a qualquer pessoa.

g) Antes de artigos indefinidos:

Prestei socorro a uma mulher desco-nhecida.Todos visam a uma vida melhor.

h) Antes dos demonstrativos esta(s), es-sa(s), isto, isso (o “a” é apenas pre-posição):

Nunca tive respeito a essa pessoa.

i) Antes dos pronomes relativos que,quem, cujo(s), cuja(s):

A peça a que assisti terminou tarde.A peça à qual assisti terminou tarde.O debate a cuja parte final assisti termi-nou tarde.

j) Não haverá crase quando o “a” es-tiver no singular, e a palavra seguinteno plural (o “a” é apenas preposição):

Fizeram referência a pessoas desapa-recidas.Fizeram referência às pessoas desapa-recidas.Já assistimos a cenas bem violentas.

Aplicação 3

(FCC–TJ-RJ–2012) “Ele chegou à con-clusão de que o funcionário passouo dia inteiro tomando café.”

Do mesmo modo que se justifica osinal indicativo de crase em desta-que na frase acima, está correto oseu emprego em:

a) e chegou à uma conclusão totalmen-te inesperada.

b) e chegou então à tirar conclusões pre-cipitadas.

c) e chegou à tempo de ouvir as conclu-sões finais.

d) e chegou finalmente à inevitável con-clusão.

e) e chegou à conclusões as mais dis-paratadas. a procura de outra mulher.

Aplicação 4

(ESAF–CGU–2012) No que diz respei-to ao uso do sinal de crase, assinalea opção que preenche corretamenteas lacunas do texto abaixo.

Uma mera observação __(1)__olho nujá basta para constatar que parcela re-levante do spread está ligada direta ouindiretamente, __(2)__ políticas públicas,sejam tributárias regulatórias ou de outranatureza. Parece, pois, difícil avançar naquestão dos spreads, sem que tais polí-ticas sejam, no mínimo, reavaliadas, obvia-mente não perdendo de vista os legítimosobjetivos de cada uma delas.

Por outro lado, o aumento da eficiênciado sistema bancário é igualmente rele-vante para __(3)__ queda dos spreads.Isso sugere que “parte da bola”, pelo me-nos, está com os bancos, públicos e pri-vados, que devem se tornar cada vez maiseficientes nas funções de intermediáriosfinanceiros. Em suma, é necessário umpermanente diálogo entre o setor bancá-rio e o governo, com vistas __(4)__ imple-

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Regência e Crase – 57

mentação de medidas sustentáveis pararedução de spread, objetivo que deveser atingido sem ameaças __(5)__ esta-bilidade financeira. (Adaptado de Gustavo Loyola, O

Estado de São Paulo, 21 de abril de 2012)

a) à – às – a – à – àb) a – as – a – à – ac) à – a – à – a – àd) a – às – a – à – àe) a – a – à – a – a

Aplicação 5

(UGF) Assinale a opção em que o Asublinhado nas duas frases deve re-ceber acento de crase:a) Os ecologistas se dispuseram a cola-

borar.O viajante descansava a sombras doipê.

b) Ando a procura de uma guia florestal.O caboclo está acostumado a uma vi-da fácil.

c) A caravana parou junto a velha ermi-da.Irei a Amazônia em breve.

d) Ele atravessou o rio a cavalo.Ninguém se sujeita a ordens absur-das.

e) Francisco é fiel a seus amigos.Pouco a pouco, as nuvens cobriam océu.

Aplicação 6

(NCE–MPE–RJ–2007) Assim comoestá adequado o emprego de Àantes de "responsabilidade" (L 42),também está correto o uso do acentode crase em:a) Solicitei à V. S.a a observância deste

dispositivo.b) Fomos chamados à prestigiar a sole-

nidade à toa.c) Para evitar à fraude, assinarei as car-

teiras à mão.d) Compram comida à quilo e querem

comer à jato.e) À uma hora, assistiremos à chegada

do novo chefe.

CASOS ESPECIAIS DE CRASE

1. Casa

A fusão de a (prep.) + a (artigo) só ocorreantes da palavra “casa” se houver umaexpressão que a determine. Observe que“casa determinada” é casa que não é sua,mas de alguém, ou casa comercial.

Exemplos comentados:

a) Voltou apressado à casa de Cristina.

A crase acontece porque voltar (intran-sitivo) exige a preposição “a”, e a palavracasa (determinada) aceita o artigo “a”.Função de “à casa de Cristina”: adjuntoadverbial de lugar.

b) Voltou apressado a casa para trocarde roupa.

A crase não acontece; voltar (intransitivo)exige a preposição “a”, mas a palavra ca-sa (indeterminada) não aceita o artigo “a”.Função de “a casa”: adjunto adverbial delugar.

c) Já completara dezoito anos e não co-nhecia a casa paterna.

A crase não acontece porque o verboconhecer é transitivo direto. Nesse caso,temos apenas o “a” artigo, exigido pelapalavra casa, que está determinada.Função de “a casa paterna”: objeto direto

de conhecer.

Aplicação 7

Assinale a opção em que há erroquanto à presença ou à ausência doacento grave.

a) Poucas vezes, nos últimos dez anos,visitei à casa dos meus avós.

b) Sempre tive muito apego à casa emque nasci.

c) Por uma questão de segurança, nãoconvém chegar a casa muito tarde.

d) Quando jovens, retornávamos a casasempre depois da meia-noite.

e) Realizamos um sonho: conhecemosa casa em que viveram nossos pais.

Page 58: Regência e Crase (COMPLETA).pdf

58 – João Batista Gomes

2. Distância

A palavra distância só pode ser antece-dida de “à” quando está determinada.Considera-se a distância determinadaquando se conhece o seu tamanho, a suamedida. Se a determinação não é clara,não há artigo, e o acento grave não deveser usado.

Aplicação 8Assinale a opção em que há erroquanto à presença ou à ausência doacento grave.a) Olhei de cima do barranco e enxer-

guei o barco a distância.b) Avistei-o à distância de dez metros.c) Ponte quebrada à quinhentos metros.d) Ponte quebrada à distância de qui-

nhentos metros.e) Estava meio escuro, mas consegui

avistá-la a certa distância, remandouma pequena canoa.

3. Terra

Não acontecerá o fenômeno da crase sea palavra terra estiver em oposição àideia de bordo, ou seja, se tivermos aideia de que alguma coisa (ou alguém)está na água (barco, navio) ou em umavião ou nave espacial e vem à terra fir-me. Fora disso, a palavra aceita artigo e,consequentemente, crase.

Aplicação 9

Assinale a opção em que há erroquanto à presença ou à ausência doacento grave.a) Após navegar por três dias nas águas

do Amazonas, dirigiram-se a terra.b) O corpo do pobre mendigo desceu à

terra.c) Ela voltará, em breve, à terra natal.d) Os pescadores desceram a terra pa-

ra reabastecer o navio-motor.e) Os astronautas, depois de muito sus-

pense, conseguiram chegar sãos esalvos à Terra.

4. A vista, a prazo

A prazo – Sem crase por ser locução ad-verbial masculina. Note bem: a locuçãoé “a prazo”, sem artigo (não “ao prazo”).Isso já é bastante para concluir que aexpressão “a vista”, no sentido de com-prar, pagar ou vender, também não ad-mite crase por falta de artigo.

À vista de – Assim mesmo, com crase. Éuma locução prepositiva. Significa “ten-do em vista”.

À vista – Locução que, fora do sentidode comprar, pagar ou vender, aceita cra-se com normalidade.

Aplicação 10

Julgue as frases seguintes quanto àcrase.a. ( ) Compramos uma geladeira e um

fogão à vista.b. ( ) Compramos tudo a vista.c. ( ) Não vendemos à prazo.d. ( ) Compramos carros à vista.e. ( ) Compramos carros a vista.

Aplicação 11

Julgue as frases seguintes quanto àcrase.a. ( ) Atenção: temos problemas à vista.b. ( ) À vista do que compramos, per-

guntaram se íamos casar.c. ( ) O guia avisou: turbulência à vista.d. ( ) Despediu-se com um “até à vista”.e. ( ) Daqui, à vista é esplendorosa.

Aplicação 12

(VUNESP–SAP–SP–2011 Assinale afrase em que o acento indicador decrase está empregado corretamente.a) Vendemos CDs à partir de R$ 10.b Todos nossos produtos podem ser

comprados à prazo.c) Você será encaminhado à um de nos-

sos gerentes.d) As peças do mostruário também es-

tão à venda.e) Você está convidado à conhecer nos-

so setor de eletrodomésticos.

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Regência e Crase – 59

5. Nome próprio geográfico

Com nomes de lugar (cidade, estado, pa-ís, continente, planeta), o fenômeno dacrase acontece quando a palavra admiteartigo “a”.

Teste prático – Para tirar dúvidas, faz-seo seguinte teste prático, usando os ver-bos vir ou ser:

a) Venho de ou venha da?b) Sou de ou sou da?

Se o resultado for de, conclui-se que onome não admite artigo (portanto semcrase); se o resultado for da, conclui-seque o nome admite artigo (o fenômenoda crase pode ocorrer).

Observação – Se o nome da localidadevier especificado, a lógica é que admitaartigo.

Exemplos comentados:

1. Nas férias, retornei a Itacoatiara.

Sem crase porque Itacoatiara não admite

artigo (sou de Itacoatiara).

2. Nas férias escolares, conheci a Bahiade Jorge Amado.

Sem crase porque, apesar de Bahia admi-

tir artigo (sou da Bahia), o verbo conhe-

cer (vtd) não admite preposição.

3. Nas férias, fui à Bahia.

Com crase porque Bahia admite natural-

mente o artigo “a” (sou da Bahia).

Aplicação 13

Julgue as frases seguintes quanto àcrase.

a. ( ) À meia-noite, chegamos à Manaus.b. ( ) À meia-noite, chegamos à Manaus

da Zona Franca.c. ( ) Meu maior desejo é visitar à Ar-

gentina.d. ( ) Nas férias, conheci à Bahia de

Jorge Amado.e. ( ) Nas férias, retornarei à Bahia de

Jorge Amado.

Aplicação 14

(FGV–SEFAZ-RJ–2011) “Ratifica-se,assim, o conceito de que a conscien-tização tributária pode representarum ponto de partida para a formaçãocidadã como uma das formaseficazes de atender às demandassociais, com maior controle sobre acoisa pública.”

No período acima, empregou-se cor-retamente o acento grave para indicaro fenômeno da crase. Assinale a alter-nativa em que o acento grave tenhasido empregado corretamente.

a) Em visita ao Rio, fomos à Copacaba-na da Bossa Nova.

b) Esta prova vai de 13h às 18h.c) Finalmente fiquei face à face com a

tão esperada prova.d) Os candidatos somente podem deixar

o local de prova à partir das 15h.e) Pedimos um bife à cavalo.

Aplicação 15

(Cesgranrio–Transpetro–2011) O si-nal indicativo de crase é necessárioem:

a) A venda de computadores chegou areduzir o preço do equipamento.

b) Os atendentes devem vir a ter novotreinamento.

c) É possível ir as aulas sem levar o no-tebook.

d) Não desejo a ninguém uma vida infe-liz.

e) A instrutora chegou a tempo para aprova.

Aplicação 16

(CESPE–Correios–2011) O empregodo sinal indicativo de crase em “Su-jeitado a residência forçada” man-teria a correção gramatical da ora-ção.

( ) Certo ( ) Errado

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60 – João Batista Gomes

6. Nome de mulher

Para usar (ou não) crase com nome demulher, temos de considerar três condi-ções:

a) Pessoa determinada (íntima, familiar)– Admite artigo e, por isso, o fenôme-no da crase pode acontecer. Sabe-mos se a pessoa é ou não de nossoconvívio pelas informações contidasna frase.

b) Pessoa não especificada – Admiteartigo facultativamente; por isso, o usoda crase também é facultativo.

c) Nome histórico – Por não admitir ar-tigo, não admite crase.

Aplicação 17

Julgue as frases seguintes quanto àcrase.

a. ( ) Na reunião, fiz referência à Amé-lia, minha prima.

b. ( ) Enderecei vários e-mails à Vitória,namorada do Júnior.

c. ( ) Na aula de História, o professorfez alusão à Helena de Troia.

d. ( ) Aproveitei o feriado e fui ver à Ga-briela, irmã do Tenório.

e. ( ) No seminário, fizeram uma home-nagem à Helena.

Aplicação 18

(MPE–MS–2011) Assinale a alternati-va em que o sinal indicador da crasefoi empregado incorretamente:

a) Dirigimos até à Assembléia Legislativapara participarmos de uma solenidadede posse.

b) Ele não se referiu à ninguém da festa,apenas comentou o caso para puxarassunto.

c) Quanto àquela expressão, não deixede incluí-la no texto.

d) Fui à bela Veneza passar quinze diasde férias.

e) nenhuma das alternativas anteriores.

7. À moda (de), à maneira deAs expressões à moda, à maneira de,desde que sejam locuções adverbiais,provocam o fenômeno da crase, mesmoestando subentendidas e antes de pala-vra masculina.

Aplicação 19

Julgue as frases seguintes quanto àcrase.

a. ( ) O jovem escritor tem estilo à Ma-chado de Assis.

b. ( ) Ela escreve à Márcio Souza.c. ( ) Ela escreve a Márcio Souza.d. ( ) Quando sai à noite, ela se veste

à 1920, imitando alguma perso-nagem da literatura.

e. ( ) Sempre admirei à maneira comoela se veste.

Aplicação 20

(TJ–SC–2010) Marque a proposiçãoque contém erro no uso ou não doacento indicativo de crase:

a) O mesmo mecanismo será aplicadoàqueles que quiserem utilizar bônusantigos.

b) Atendeu-se à maioria das exigências.c) Servem refeições à base de frutos do

mar.d) O desrespeito a lei desmoraliza o re-

gime democrático.e) Somos contrários a qualquer proi-

bição.

8. Bife a cavalo, à milanesa

Bife a cavalo – Sem crase porque nãose pode entender que o bife seja “à mo-da cavalo”. Convém lembrar que cavaloé vegetariano.

Bife à milanesa – Com crase porque sepode entender “bife à moda de Milão”.

Bife à Camões – Com crase porque sepode entender “bife à maneira de Ca-mões”.

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Regência e Crase – 61

9. Locuções femininas (adverbiais,conjuntivas, prepositivas)As locuções adverbiais, prepositivas econjuntivas, desde que femininas, provo-cam o fenômeno da crase.

Aplicação 21Julgue as frases seguintes quanto àcrase.a. ( ) Entrem e fiquem à vontade.b. ( ) Sempre estivemos à espera de

milagres.c. ( ) Saímos à procura de emprego.d. ( ) Acirrou-se à procura por empre-

go na área técnica.e) ( ) À espera foi longa e demorada.

10. Palavra ocultaEntenda-se por palavra oculta aquela queestá subentendida para evitar repetiçãodesnecessária.

Aplicação 22Julgue as frases seguintes quanto àcrase.a. ( ) Vou à igreja de Santo Amaro, de-

pois à de Santo Antônio.b. ( ) Refiro-me à moça da esquerda,

não à da direita.c. ( ) O assunto vai da página 5 a 10.d. ( ) O assunto vai da página 5 à 10.e. ( ) Fizeram referência à atitude dela,

não a do marido.

Aplicação 23

(CEPERJ–DEGASE–2007) A frasecorreta quanto à necessidade de usodo sinal indicativo de crase é:a) Ele esperou de duas às três horas da

madrugada.b) Ele esperou das duas às três horas

da madrugada.c) Ele esperou das duas à três horas da

madrugada.d) Ele esperou das duas as três horas

da madrugada.e) Ele esperou de duas à três horas da

madrugada.

11. Crase com pronomes relativos

Para usar crase com pronomes relativos,temos de dividi-los em dois grupos:

a) Que, quem, cujo(a), cujos(as) – Ja-mais admitem crase porque não ad-mitem artigo.

b) Qual, quais – Admitem crase (porqueaceitam artigo) quando regidos porum verbo (ou substantivo/adjetivo)que exija a preposição “a”.

Aplicação 24

Julgue as frases seguintes quanto àcrase.

a. ( ) Esta foi a única conclusão à quechegamos

b. ( ) Esta foi a única conclusão à qualchegamos.

c. ( ) Esta foi a única solução à qualencontramos.

d. ( ) Estão aqui as provas a que nosreferimos no processo.

e. ( ) Estão aqui as provas às quais nosreferimos no processo.

Aplicação 25

Assinale a frase com erro de crase.

a) Ainda está em cartaz o filme à cujaparte final assisti.

b) São muitas as pessoas as quais ama-mos.

c) São muitas as pessoas às quais esta-mos dedicados.

d) São muitas as pessoas a quem esta-mos dedicados.

e) A reunião vai de 14h a 15h30.

Aplicação 26

Assinale a frase com erro de crase.

a) Fomos convocados à toa.b) Retornamos à uma hora da manhã.c) Ele anda à procura de aventuras.d) Estou aqui desde às dez horas.e) Ficamos muito tempo à espera de

socorro.

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62 – João Batista Gomes

12. Crase semântica

Nos casos seguintes, a presença (ou aausência) da crase implica mudança desentido. Não se trata, pois, ao pé da letra,de crase facultativa.

1. Ele escreve à Luís Fernando Verís-simo.

Sentido: Ele escreve à maneira de LuísFernando Veríssimo.

2. Ele escreve a Luís Fernando Verís-simo.

Sentido: Ele escreve para Luís FernandoVeríssimo (corresponde-se com ele).

3. Ele sempre namorou às cegas.

Sentido: Ele sempre namorou sem medirconsequências, adoidadamente.Função da expressão “às cegas”: adjuntoadverbial de modo.

4. Ele sempre namorou as cegas.

Sentido: Ele sempre namorou mulherescegas.Função da expressão “as cegas”: objetodireto de “namorar”.

13. Crase com pronomes demonstra-tivos

Admitem crase os demonstrativos quetêm letra “a” inicial: aquele(s), aquela(s)e aquilo. Nesse caso, o fenômeno dacrase é a fusão de “a” (preposição) +“a” (primeira letra dos pronomes demons-trativos).

Exemplos comentados:

1. Estamos fazendo alusão àqueles queenganaram o povo.

Crase: fusão de “a” (preposição exigidapor alusão) + “a” (de aquele).Função de “àqueles”: complemento no-minal de “alusão”.

2. Remetemos esta mensagem àquelesque tudo perderam nas enchentes.

Crase: fusão de “a” (preposição exigidapor remeter) + “a” (de aqueles).Função de “àqueles”: objeto indireto de

“remeter”.

14. Crase com o demonstrativo “a”

Os pronomes demonstrativos aquele(s),aquela(s) podem vir representados pelomonossílabo a(s). Quando isso se dá emsintonia com exigência da preposição“a”, a crase acontece com naturalidade.

Exemplos comentados:

1. Não me refiro a você, mas à que che-gou atrasado.

Crase: fusão de “a” (preposição exigidapelo verbo referir-se) + “a” (demonstrativoque simboliza aquele).Função do “à” = “àquele”: objeto indi-reto de “referir-se”.

2. Na reunião, fez alusão às mulheresde hoje e às que lutaram pela igual-dade no passado.

Crase: fusão de “a” (preposição exigidapelo substantivo alusão) + “as” (quesimboliza o demonstrativo aquelas).Função sintática do “às” = “àquelas”:complemento nominal de “alusão”.

3. Esta blusa é semelhante à que vocême deu no Natal passado.

Crase: fusão de “a” (preposição exigidapelo adjetivo semelhante) + “a” (quesimboliza o demonstrativo aquela).Função sintática do “à” = “àquela”: com-plemento nominal de “semelhante”.

Aplicação 27

(FCC–TRT–24R–2011) Justifica-seplenamente o emprego de ambos ossinais de crase em:

a) Ela pode voltar à qualquer momento,fiquemos atentos à sua chegada.

b) Dispôs-se à devolver o livro, à condi-ção de o liberarem da multa por atraso.

c) Postei-me à entrada do cinema, mas elafaltou também à esse compromisso.

d) Àquela altura da velhice já não assistiaà filmes trágicos, apenas aos de hu-mor.

e) Não confie à priminha os documentosque obtive à revelia do nosso advo-gado.

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Regência e Crase – 63

15. Toa, à toa

Toa – Toa é substantivo. Significa cordacom que uma embarcação reboca outraque está à deriva.

À toa – À toa (com crase e sem hífen) élocução adverbial de modo ou adjetivo.Dependendo do contexto, significa:

a) Ao acaso; a esmo; à doida.

Depois da separação, pus-me a viajar à

toa, sem me fixar em nenhum lugar.

b) Sem razão, ou por motivo frívolo; irre-fletidamente; inutilmente.

Quase sempre, ela briga com os filhos à

toa, à toa.

c) Impensado, irrefletido.

Fez um gesto à toa, sem intenção de

ferir ninguém.

d) Sem préstimo; inútil; desprezível; fácil.

Depois da morte do pai, virou um indiví-

duo à toa.

16. À umaCom crase quando significa “ao mesmotempo; simultaneamente, juntamente”.

Exemplo:

Todos, à uma, exceção feita ao gordo,se ergueram das cadeiras para bater pal-mas.

Função sintática de “à uma”: adjunto adver-

bial de modo.

17. À uma horaCom crase. É uma locução adverbialfeminina. Nesse caso, “uma” é numeral.

Exemplo:

O avião só chegou à uma hora.

Regência de “chegar”: verbo intransitivo.Função sintática de “à uma hora”: adjuntoadverbial de tempo.

18. A uma hora dessas

Sem crase. O demonstrativo dessas alte-ra o sentido da locução original “à umahora”. Por isso, a crase é proibida.

Exemplo:

Chegando a uma hora dessas, rapaz.Assim você vai perder o emprego.

Regência de “chegar”: verbo intransitivo.

Função sintática de “a uma hora dessas”:

adjunto adverbial de tempo.

19. À zero horaNa função de adjunto adverbial, a expres-são “à zero hora” tem o “a” acentuado.Pode-se também dizer “à hora zero”.

A expressão “ficar a zero” (ficar sem na-da) é sem crase.

Exemplos:

O desastre aconteceu à zero hora de on-tem.

Regência de “acontecer”: verbo intransitivo.

Função sintática de “à zero hora de ontem”:

adjunto adverbial de tempo.

O voo atrasou; anunciaram que o aviãosó chegaria à zero hora.

Regência de “chegar”: verbo intransitivo.

Função sintática de “à zero hora”: adjunto

adverbial de tempo.

20. Barco a vela

Sem crase. Plural: barcos a vela. Nessecaso, se trocarmos a expressão “a vela”pela expressão “a álcool”, notaremosque não há artigo; o “a” é apenas pre-posição.

Exemplos:

Meu sonho é comprar um barco a vela.

Regência de “comprar”: vtd.

Função sintática de “um barco a vela”: obje-

to direto.

Função sintática de “a vela”: adjunto adno-

minal de “barco”.

Compramos um carro a gasolina.

Regência de “comprar”: vtd.

Função sintática de “um carro a gasolina”:

objeto direto.

Função sintática de “a gasolina”: adjunto

adnominal de “carro”.

Page 64: Regência e Crase (COMPLETA).pdf

64 – João Batista Gomes

21. Bife a cavaloA expressão “bife a cavalo” deve ser gra-fada sem crase. A ideia de bife à modaou à maneira cavalo é absurda. Ra-ciocinemos. Quando se diz “bife à por-tuguesa”, subentende-se à moda dos por-tugueses. E os portugueses têm capaci-dade para inventar bife. Mas imaginar bifeà moda dos cavalos, quando cavalo évegetariano, fica de uma incoerência semmedida.

22. Locuções adverbiais femininas

Já nascem com crase. Veja as mais im-portantes:

à altura à meia-luzàs apalpadelas à meia-noiteàs avessas à milanesaà baila à moda deà beça à noiteà cata de à noitinhaàs cegas às ocultasàs claras às ordensà direita à primeira vistaà escolha à procura deà escuta à proporção queàs escuras à queima-roupaà espera à reveliaà espreita à riscaà esquerda à semelhança deà força de à toaà José de Alencar à tonaà Luís XV à uma horaà Machado de Assis às vésperas deà maneira de às vezesà medida que à vista de

23. Marcha a ré

Estudiosos renomados (Houaiss e Auré-lio) grafam a expressão sem crase.

24. À medida que, na medida em que

Locuções conjuntivas corretas:

à medida que;à proporção que;na medida em que.

Locuções conjuntivas erradas:

à medida em que;à proporção em que;na medida que.

24. A partir de

Sem crase com o “a” separado de“partir”. Significa “a começar de”.

Redundância – “Começar a partir de”,“ter início a partir de” são expressõescondenadas pela norma culta da língua.

Entrar em vigor – As expressões “entrarem vigor a partir de”, “entrar em opera-ção a partir de” são erradas; “entrar”pressupõe um dado momento e não umaação continuada.

Exemplos:

1. A partir da próxima sexta-feira, astropas israelenses começarão a reti-rada da margem ocidental do Canalde Suez. (errado)

2. Na próxima sexta-feira, as tropasisraelenses começarão a retirada damargem ocidental do Canal de Suez.(certo)

3. A partir da próxima segunda-feira,terão início as provas para Supletivode Primeiro Grau. (errado)

4. Na próxima segunda-feira, terão iní-cio as provas para Supletivo de Pri-meiro Grau. (certo)

5. Esta lei entrará em vigor a partir desua publicação no Diário Oficial.(errado)

6. Esta lei entrará em vigor na data desua publicação no Diário Oficial.(certo)

7. A partir de amanhã, estaremos aten-dendo no endereço abaixo. (certo)

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Regência e Crase – 65

TESTES 1

01. Identifique o item com erro grama-tical.

a) Todos apoiam as nossas ideias.b) É bom que todos deem apoio às nos-

sas ideias.c) Esta blusa é semelhante à que usei

no Carnaval.d) O texto faz referência à inúmeras situ-

ações em que o bom-senso teria evi-tado tragédias.

e) Sei que tu apoias outro candidato; as-sim mesmo, vim reivindicar a tua aju-da.

02. (CETRO–CRM-PB-2010) Assinale aalternativa em que a ocorrência decrase é facultativa.

a) Lavou a mão, sorriu para a família esentou-se à mesa como se nada ti-vesse acontecido.

b) Vire à esquerda depois daquele cru-zamento, por favor.

c) Precisamos, sem falta, marcar a reu-nião com João às duas horas.

d) Depois de ter enviado flores à Renata,percebi a mudança de comportamen-to.

e) Ela deu à luz um lindo menino, quevai se chamar Pedro.

03. (CETRO–Pref Piracicaba-SP–2008)Identifique a alternativa que comple-ta corretamente a frase quanto à re-gência verbal.

“Sr. Vicente aspira ..... cargo de advo-gado. Para tanto, ele assiste ..... todasas audiências. Ele visa ..... promoçãoimediata.

a) o / a / àb) ao / /– / àc) o / /– / ad) ao / a / àe) o / a / a

04. (CETRO–Pref Pinheiral-SP) Com-plete os períodos abaixo de acordocom a regência nominal correta.

I. Ela possui ânsia ..... progredir.II. Prestem atenção ..... recomenda-

ções.III. Os alunos não têm acesso ..... notas.IV. Os heróis demonstram amor ..... Pá-

tria.

a) I - de II - às III - as IV - àb) I - por II - às III - à IV- àc) I - por II - às III - às IV - pelad) I - em II - as III - à IV - para come) I - em II - nas III - das IV - à

05. (CETRO–PRODESP) Assinale a alter-nativa que completa corretamenteas lacunas.

“....... uma semana atrás, .......poesias de Bandeira, uma ....... uma,eram enviadas ....... gráfica.

a) Há, às, a, ab) A, as, à, ac) A, às, à, àd) Há, as, a, àe) Há, a, à, a

06. (Convest–2006) Assinale a opção emque há erro no emprego do “a” acen-tuado:

a) O cortejo de dignitários da hierarquiaeclesiástica que abria as procissões,teria dado origem à comissão de fren-te das escolas.

b) Sem nenhum desrespeito, há quemcompare a estrutura das escolas desamba à das procissões.

c) Como é elevado, o custo das fanta-sias só é acessível à pessoas abasta-das.

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66 – João Batista Gomes

d) Quem assiste à passagem de uma es-cola, verifica que o negro figura ape-nas nos setores que exigem talento.

e) À semelhança das procissões, quedispunham de uma pequena orques-tra para acompanhar os hinos, as es-colas contam com a bateria, os mú-sicos e os puxadores.

07. (ESAF–SMF-RJ–2010) Assinale a op-ção que preenche corretamente aslacunas do texto.

De todo navio que aporta no país sãoexigidos, em média, 112 documentos,com __1__ obrigatoriedade de serem for-necidas 935 informações. É um calha-maço de formulários com diversas vias__2__ serem remetidas__3__ órgãos dife-rentes e em duplicidade. Apenas no portode Santos, o maior do país, __4__ buro-cracia exige, por ano, o preenchimentode 3.773.800 folhas, 17,4 toneladas depapel, segundo estimativa do Serviço Fe-deral de Processamento de Dados (Ser-pro). Por ser de navio que qualquer paísfaz __5__ maior parte das exportações eimportações, conclui-se que__6__ buro-cracia é poderoso entrave ao comércioexterior brasileiro. (O Globo, 27/7/2010, com

adaptações)

a) à – a – à – à – a – ab) a – à – a – à – à – ac) à – à – a – a – à – ad) a – a – à – à – a – àe) a – a – a – a – a – a

08. (FGV–SEN FED–2008) Assinale a al-ternativa em que se tenha optado cor-retamente por utilizar ou não o acen-to grave indicativo de crase.

a) Vou à Brasília dos meus sonhos.b) Nosso expediente é de segunda à

sexta.c) Pretendo viajar a Paraíba.d) Ele gosta de bife à cavalo.e) Ele tem dinheiro à valer.

09. (Cesgranrio–TJ-RO–2010 Indique aopção em que o sinal indicativo decrase está corretamente usado.

a) Essa proposta convém à todos.b) O governo aumentou à quantidade de

subsídios.c) A empresa considerou a oferta infe-

rior à outra.d) Ele está propenso à deixar o cargo.e) Não vou aderir à modismos passagei-

ros.

10. (Vunesp–TJ–SP–2010) Na expressão“distância a pé” não se emprega oacento de crase no “a”. Isso aconte-ce, pelo mesmo motivo, na alternati-va:

a) É preciso comparecer a festas.b) Vai pagar a perder de vista.c) Gostava de andar a cavalo.d) Viajou a Brasília.e) Vai começar a viajar.

11. (Vunesp–CRM-SP – 2011) Assinale aalternativa correta quanto ao uso ounão do acento indicativo da crase.

a) Doenças ocasionadas pelo uso depesticidas em alimentos podem levara morte.

b) As pessoas são obrigadas à parar decomer alimentos com agrotóxicos.

c) Os dados da pesquisa da Anvisa refe-rem-se a alimentos in natura.

d) A medida que as pesquisas avançam,mais testes com animais são feitos.

e) Os trabalhadores rurais devem sesubmeter à uma avaliação médicaconstante.

Leia o texto a seguir para responderà próxima questão.

Painel do leitor (Carta do leitor)Resgate no Chile

Assisti ao maior espetáculo da Terranuma operação de salvamento de vidas,

Page 67: Regência e Crase (COMPLETA).pdf

Regência e Crase – 67

após 69 dias de permanência no fundode uma mina de cobre e ouro no Chile.

Um a um os mineiros soterrados foramiçados com sucesso, mostrando muitacalma, saúde, sorrindo e cumprimentan-do seus companheiros de trabalho. Nãose pode esquecer a ajuda técnica e ma-terial que os Estados Unidos, Canadá eChina ofereceram à equipe chilena desalvamento, num gesto humanitário quesó enobrece esses países. E, também, dosdois médicos e dois “socorristas” que, de-monstrando coragem e desprendimento,desceram na mina para ajudar no salva-mento. (Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br –

painel do leitor – 17/10/2010)

12. (FGV–DETRAN-RN–2010) No segun-do parágrafo, em “ofereceram à equi-pe chilena de salvamento”, o empre-go do acento grave:

a É justificado pela regência de “ofere-ceram” e pela presença de artigo de-finido feminino antes de “equipe”.

b) É considerado facultativo por estar di-ante de substantivo coletivo.

c) Tem a mesma função em: “Eu não iaperder tempo com quem ganhou mui-to dinheiro à custa de mentiras”.

d) Antecede uma locução adverbial queexpressa uma circunstância.

e) Não se manteria caso “ofereceram”fosse substituído por “deram”.

13. (FGV–DETRAN-RN–2010) Assinale aalternativa em que está correto o usodo acento indicativo de crase:

a) O autor se comparou à alguém quetem boa memória.

b) Ele se referiu às pessoas de boa me-mória.

c) As pessoas aludem à uma causa es-pecífica.

d) Ele passou a ser entendido à partirde suas reflexões sobre a memória.

e) Os livros foram entregues à ele.

14. (FCC–TRT-9.a Reg–2010) A erupçãode um vulcão provocou perdas ......economia europeia bem superiores...... trazidas pelos atentados terro-ristas de 2001, fato que obrigou aONU ...... criar um plano internacionalde redução dos riscos de acidentes.

As lacunas da frase acima estarãocorretamente preenchidas, respec-tivamente, por:

a) a – aquelas – ab) a – àquelas – àc) à – aquelas – ad) à – aquelas – àe) à – àquelas – a

15. (Acafe–PC-SC–2010) Assinale a alter-nativa correta que preenche as lacu-nas da frase a seguir.

......................... muitas mudanças nesteprojeto a serem sugeridas ..... constru-tora, principalmente quanto ..... regras donovo código de posturas municipais, maso consenso entre você e o arquiteto podeidentificar rapidamente ..... adaptaçõesnecessárias.

a) Deve haver – a – as – àsb) Deve haver – à – às – asc) Devem haver – à – as – asd) Devem haver – a – às – ase) Devem haver – à – às – as

16. (Acafe–PC-SC–2010) Assinale a alter-nativa correta que preenche as lacu-nas da frase a seguir.

“O vereador que reside ...... Rua Miguel Deo-doro corre o risco de ter seu .................................. assim que o processo chegar...... mãos do Presidente.

a) à – mandado caçado – asb) à – mandato caçado – àsc) na – mandado cassado – asd) na – mandato cassado – àse) à – mandato cassado – às

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68 – João Batista Gomes

17. (Sesgranrio–BNDS–2011) O sinalindicativo da crase está empregadode acordo com a norma-padrão em:

a) Depois de aportar no Brasil, Cabral re-tomou à viagem ao Oriente.

b) O capitão e sua frota obedeceram àsordens do rei de Portugal.

c) O ponto de partida da frota ficava norio Tejo à alguns metros do mar.

d) O capitão planejou sua rota à partirda medição de marinheiros experien-tes.

e) Navegantes anteriores a Cabral ha-viam feito menção à terras a oeste doAtlântico.

18. (Cesgranrio–Petrobras–2010) Em“...inerentes a minha condição”,segundo o registro culto e formal dalíngua, o acento grave indicativo dacrase é facultativo. A crase tambémé facultativa na frase

a) A ninguém interessam os meus erros.b) Contou os seus problemas a um pro-

fissional especializado.c) Ele estava disposto a tentar de novo.d) Correu até a amiga para pedir descul-

pas.e) Fez, de caso pensado, críticas a ela.

19. (Cesgranrio–FINEP–2011) O sinal in-dicativo da crase é necessário em:

a) Os cartões-postais traziam as novasnotícias de quem estava viajando.

b) Recife abriga a mostra de antigos car-tões-postais, fruto do esforço de umcolecionador.

c) Reconhecer a importância de antigoshábitos, como a troca de cartões-pos-tais, é valorizar o passado.

d) Enviar um cartão-postal aquela pes-soa a quem se ama era, nos séculosXIX e XX, uma forma de amor.

e) Durante muito tempo, e em vários lu-gares do mundo, a moda de trocarcartões-postais permaneceu.

20. (CESGRANRIO) “O homem estásendo obrigado a se adaptar à crisepermanente...”

Assinale a opção cujas lacunas de-vem ser preenchidas, respectiva-mente, por “a” (preposição) e “à”(preposição e artigo), tal como na fra-se anterior:

a) A crise a obriga a comprar sempre .....prazo, fazendo-a voltar ..... loja paraquitar as prestações.

b) Mesmo sem ..... ajuda financeira dospais, minha amiga vem-se dedicando..... dança.

c) Ontem ..... médica custou ..... atender-me.

d) Só ..... noite decidimos faltar ..... reu-nião do dia seguinte.

e) Já comecei ..... ter problemas, masnão estou disposto ..... desistir da luta.

21. (PUC) Assinale a opção em que háERRO no emprego do acento grave,indicativo da crase:

a) Quando iremos à Portugal?b) Terminei o trabalho às 11 horas da noi-

te.c) Hoje distribuíram balas às crianças do

bairro.d) Emprestei vários livros à secretaria.e) Ele não compareceu à reunião de sex-

ta-feira.

22. (PUC) “Eu solto aos ecos da serra /Suspiros dessa saudade”.

Caso substituíssemos ECOS por BRI-SAS, nos versos acima, teríamos queusar a contração da preposição Acom o artigo definido AS, com o acen-to grave indicador de crase. Indiquea opção em que, de acordo com anorma culta, NÃO ocorreria essa con-tração e, consequentemente, nãoapareceria o acento grave indicadorde crase:

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Regência e Crase – 69

a) Agora vamos .... últimas questões.b) Os parlamentares corresponderam

.... expectativas dos seus eleitores.c) Entregamos .... alunas as entradas

para o espetáculo.d) Anteriormente .... reclamações, o re-

paro do equipamento já havia sidoprovidenciado.

e) O guia lembrava .... crianças de quenão deveriam afastar-se dele.

23. (TIRADENTES) “Na cidade das Tar-tarugas, os visitantes assistem ....postura dos ovos (de maio .... junho),admiram os bebês de um .... trêsanos na enfermaria e veem a clínica,o laboratório e as diferentes espéciesdoadas .... particulares. Depois de 5ou 6 anos, os pequenos animais sãosoltos entre os adultos nas zonas derepovoamento do maciço de Mau-res, na costa da Provença”. (Revista

Geográfica Universal)

Assinale a opção que completa COR-RETAMENTE as lacunas do texto:

a) à – a – a – porb) à – à – à – porc) a – à – à – ded) a – a – aos – dee) a – à – aos – a

24. (UGF) Assinale a opção que preen-che corretamente as lacunas da frasea seguir:

“Quando o cidadão levar ..... frente tudoaquilo ..... sonha, todo o grupo social .....ele pertence se movimentará em.................”.

a) à – com que – a que – ascenção.b) à – com que – a que – ascensão.c) a – o qual – ao qual – ascenção.d) em– que – que – ascensão.e) a – que – ao qual – ascenção.

25. (FCC) Os elefantes apresentam ne-cessidades parecidas com ...... dosseres humanos e, para oferecer ......eles os cuidados exigidos, os espe-

cialistas têm recorrido até mesmo ......táticas inovadoras.

As lacunas da frase acima estarãocorretamente preenchidas, respecti-vamente, por

a) as – a – àb) as – a – ac) as – à – àd) às – à – ae) às – a – a

26. (FCC) A ocorrência do sinal de crasejustifica-se apenas na frase:

a) Há máscaras que envergamos comrelativa naturalidade e àquelas de quenos socorremos com grande constran-gimento.

b) As máscaras à que recorrem os ato-res lembram as que também nós en-vergamos em nosso dia a dia.

c) Quando assistimos à uma peça tea-tral, intensificamos nossa percepçãodas verdades simuladas.

d) As mentiras por vezes não se distin-guem das verdades, sobretudo quan-do se passa a considerar àquelas co-mo absolutamente necessárias.

e) O autor não se refere a um amigo qual-quer, mas àquele a quem pedimos quenos olhe nos olhos.

27. (FCC) Muitos consumidores não semostram atentos ...... necessidadede sustentabilidade do ecossistemae não chegam ...... boicotar empre-sas poluentes; outros se queixam defalta de tempo para se dedicarem...... alguma causa que defenda omeio ambiente.

As lacunas da frase acima estarãocorretamente preenchidas, respec-tivamente, por

a) à - a - ab) à - a - àc) à - à - ad) a - a - àe) a - à - à

Page 70: Regência e Crase (COMPLETA).pdf

70 – João Batista Gomes

28. (FCC) Considere as frases abaixo.

I. ...... quem não o podia pegar o gritofoi lançado.

II. Aludiam ...... uma imensa tela doura-da os fios de sol que se cruzavam.

III. O resultado de seu trabalho foi com-parado ...... luz da manhã.

Preenchem corretamente as lacu-nas, respectivamente:

a) A – a – àb) A – a – ac) À – à – ad) A – à – àe) À – a – à

29. (FCC) Há falta ou ocorrência indevi-da do sinal de crase em:

a) Não é preciso agarrar-se à nenhumateoria linguística para se chegar à con-clusão de que uma língua se constituia partir de muitos intercâmbios comoutras.

b) Ao se referir à língua de Cabral, o au-tor do texto lembra que, àquela épo-ca, certas sonoridades não eram es-tranhas às do português que se falahoje no Brasil.

c) Assim, à primeira vista, não é fácilavaliar o que há de idêntico entre aprosódia brasileira e aquela que severifica em Lisboa.

d) Tendo em vista a necessidade de sepreservar a estrutura de uma língua,apela-se, com frequência, às sistema-tizações da gramática normativa.

e) Daqui a um bom tempo, o portuguêsfalado no Brasil poderá estar a umaconsiderável distância do que se falahoje.

30. (FCC) Busca-se ...... muito tempouma linguagem adequada ...... ex-pressão das leis e ...... outras ques-tões sociais.

As lacunas da frase acima serão cor-retamente preenchidas por

a) a – à – àb) há – a – ac) a – a – àd) a – à – ae) há – à – a

31. (FCC) Quanto à necessidade ou nãodo sinal de crase, está inteiramentecorreto o que se lê em:

a) Esse grande físico não pertenceu àque-le grupo de cientistas que se manti-nham a margem das contingências,desatentos ao mundo à sua volta.

b) Einstein não se limitou à escrever tex-tos científicos; lançou-se à roda dosgrandes debates políticos internacio-nais, à cuja órbita se prendiam asdecisões cruciais do pós-guerra.

c) O cerceamento à liberdade, nos regi-mes totalitários, leva a indignação co-letiva às alturas quando os que maistêm a dizer são intimados a calar-se.

d) Não cabe à qualquer pessoa levar acabo uma experiência científica, masà toda gente cabe decidir sobre oemprego que se dará às novas ferra-mentas da ciência.

e) Com os nervos à flor da pele, assis-timos na TV à uma cena em que umhomem rude, promovido a condiçãode milagreiro, dava início a tão anun-ciada intervenção cirúrgica.

32. (FCC) A população de miseráveisnão tem acesso ...... quantidade mí-nima de alimentos necessária ......manutenção de uma vida saudável,equivalente ...... uma dieta de 2000calorias diárias.

A alternativa que preenche correta-mente as lacunas da frase apresen-tada é:

a) à – à – àb) à – a – ac) a – a – àd) a – à – ae) à – à – a

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Regência e Crase – 71

33. (FCC) Justificam-se ambas as ocor-rências do sinal de crase em:

a) Na entrevista que concedeu à TV, ajuíza recorreu à uma frase de Disraeli.

b) A frase à que se reportou a juíza dizrespeito à distinções éticas.

c) Faltam audácia e iniciativa à quem de-veria propor-se às ações afirmativas.

d) Não se abra àqueles inescrupulososo campo favorável à impunidade.

e) A comunidade dos justos assiste àobrigação de dar combate à tal ousa-dia.

34. (FCC) Quanto à observância da ne-cessidade do sinal de crase, está in-teiramente correto o seguinte perío-do:

a) Se à boa parte de nossa imprensa in-teressa a divulgação de crimes come-tidos por jovens, somente a uma pe-quena parcela dos jornalistas inte-ressa a discussão das questões quese ligam à essa faixa de delinquência.

b) Não convém à parcela mais privilegi-ada da sociedade imaginar-se imuneà toda e qualquer modalidade de tra-gédia; a violência a atingirá, a despeitodas guaritas, dos portões eletrônicos,dos vigias a postos.

c) Todo jovem infrator, tenha ou não cons-ciência disso, aspira à inclusão social,quer ascender a posições mais dig-nas, elevar-se a uma condição seme-lhante àquela em que vivem os jovensda classe média.

d) Muito se comenta, a boca pequena,a respeito da vantagem da pena demorte, extensiva a criminalidade juve-nil, à despeito do que reza o Estatutoda Criança e do Adolescente, que con-voca todos os setores sociais à tarefada formação integral dos jovens.

e) Não se impute a polícia à situação deviolência em que vivemos; se falta

àquela participação maior no combatea criminalidade, falta à adolescênciapobre qualquer sinalização de efetivadedicação das autoridades à soluçãodos problemas.

35. (FCC) Justifica-se inteiramente o em-prego do sinal de crase em:

a) À partir do momento em que não hajaobediência à qualquer norma, estarácomprometida a prática mesma daliberdade.

b) Não cabe às autoridades constituídasdefinir o que seja liberdade, mas per-mitir que todos tenham acesso às prá-ticas previstas em lei.

c) É preciso avaliar à distância que exis-te entre a prática autoritária e àquelaque respeita um controle social de li-berdade.

d) Não será permitido à ninguém recor-rer a uma concepção de liberdade quevenha a contrariar àquela que é deconsenso social.

e) Os que reagem irritados à uma de-monstração prática de liberdade sãoos mesmos que aplaudem às medi-das de força e de exceção.

36. (FCC) Está correto o emprego do si-nal de crase em:

a) Não dá para ensinar jornalismo à todoaquele que se dispõe à fazer o curso.

b) Ocorrendo à falta de talento, um di-plomado não terá acesso à nenhumórgão da imprensa.

c) Instituindo-se à obrigatoriedade dodiploma, muitos profissionais compe-tentes poderão ficar à ver navios.

d) Deve-se à essa obrigatoriedade o fatode que muita gente se obrigou a fre-quentar às faculdades de comunica-ção.

e) Quem recorre às escolas de jorna-lismo deve saber que terá acessoapenas às informações básicas acer-ca da profissão.

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72 – João Batista Gomes

37. (FCC) Quanto à ocorrência do sinalde crase, a frase inteiramente corre-ta é:

a) Se não puder ir amanhã à cidade, avi-se-me à tempo.

b) Quando o barco ficou à deriva, coubeà tripulação emitir um sinal de socor-ro.

c) Se fosse a mim, e não à ela que vocêdevesse dinheiro, estaríamos às bo-as.

d) Pretendi, à todo custo, que ela aderis-se à nossa causa.

e) Àquela hora da noite, era impossívelchegarmos à qualquer conclusão.

38. (FCC) Justifica-se o sinal de craseem ambos os elementos sublinha-dos na frase:

a) Opõe-se o autor àqueles fundamen-talistas que não admitem rever os re-sultados à que chegaram.

b) Hawking dispôs-se à apresentar a umplenário de cientistas correções à suateoria dos buracos negros.

c) A quem aspira às certezas dogmá-ticas não satisfarão as hipóteses detrabalho, sempre sujeitas à algumarevisão.

d) Hawking filia-se à tradição dos gran-des cientistas, que sempre souberamcurvar-se às evidências de um equí-voco.

e) Fundamentalista é todo aquele queprefere às certezas dogmáticas àshipóteses sujeitas a verificação e a erro.

39. (FGV 2003) Assinale a alternativacorreta quanto à ocorrência ou nãoda crase.

a) Juliana enviou os papéis à Secretaria,que os encaminhou à Gerência.

b) Devido a morte do pai, deixou de com-parecer à solenidade.

c) Passaram-se três meses até que Lu-cas atendesse à qualquer cliente.

d) O médico costumava atender de se-gunda à sexta-feira, das 14 as 18h.

e) Trouxera a mão várias armas, que lan-çou as costas dos inimigos.

40. (FGV 2002) Escolha a alternativa quepreencha corretamente as lacunas aseguir.

1. Nunca vi um acidente igual ............. .2. Sempre vou ............. loja para com-

prar roupas.3. ............. hora, eu estava viajando para

o Rio de Janeiro.4. Na audiência, diga a verdade, mas

limite-se ............. que lhe pergunta-rem.

5. Quero uma moto igual ..... que estava..... venda na exposição.

a) àquele, àquela, àquela, àquilo, à, àb) aquele, aquela, aquela, aquilo, a, ac) àquele, aquela, àquela, àquilo, a, àd) aquele, àquela, aquela, àquilo, à, ae) aquele, àquela, àquela, aquilo, a, à

41. (FGV 2001) Escolha a alternativa quecompleta corretamente o período:

“Marta acaba de receber ..... visita do pro-fessor de artes cênicas, que ..... convidoupara assistirem ..... peça teatral, em exi-bição ..... uma semana, ..... poucos me-tros de sua casa”.

a) a – à – à – a – háb) a – a – à – há – ac) a – a – à – à – hád) à – a – a – há – àe) a – a – à – a – a

42. (FCC) A frase inteiramente correta,considerando-se a presença ou a au-sência do sinal de crase, é:

a) A mentira, mesmo justificada por cer-tas circunstâncias, pode ser desmas-carada à qualquer momento, à vistados fatos apresentados.

b) Submetida a avaliação da opinião po-pular, a política deve pautar-se pelalisura e pela veracidade voltadas paraà resolução de conflitos.

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Regência e Crase – 73

c) Quanto a defesa da ética, ela é sem-pre necessária, à fim de que a açãopolítica seja vista como verdadeirarepresentação da vontade popular.

d) Os governados, como preceituam asnormas democráticas, têm direito a infor-mações exatas e submetidas à ver-dade dos fatos.

e) A verdade dos fatos políticos está su-bordinada, segundo pensadores, àuma lógica particular, à depender dosobjetivos do momento.

43. (FCC) Há rigorosa observância dasnormas que determinam o uso do si-nal de crase em:

a) A medida que afere o otimismo podetambém avaliar o pessimismo, poisàquela ou à esta sensação corres-ponde alguma dose de idealismo.

b) O texto não nos leva à paradoxos gra-tuitos, mas à necessidade de reconhe-cer uma intersecção entre o otimismoe o pessimismo.

c) Cabe às pessoas decidir, à cada ex-periência, se lhes convém entregar-se à determinada sensação, a deter-minado humor.

d) O otimismo não fica à léguas do pes-simismo; tendem ambos à convergir,conforme comprovam nossas própriasexperiências.

e) Não assiste às ciências positivas odireito de aspirar à definição cabal dafronteira entre o pessimismo e o oti-mismo.

44. (FCC) Atente para as seguintes fra-ses:

I. Não é possível estabelecer à medidaque distancia um notório tímido de umnotório extrovertido.

II. Não assiste às pessoas extrovertidaso privilégio exclusivo de se fazeremnotar; também as tímidas chamam aatenção.

III. Ainda que com isso não se sintam àvontade, os tímidos costumam captara atenção de todos.

Justifica-se o uso do sinal de craseSOMENTE em

a) I.b) III.c) II e III.d) I e II.e) I e III.

45. (FCC) A mandioca é bastante culti-vada no Nordeste, graças ..... resis-tência ..... altas temperaturas e .....pragas.

Preenchem corretamente as lacunasda frase acima:

a) à – às – ab) a – às – àc) à – as – ad) à – as – àe) a – as – a

46. (FCC) Os povos indígenas brasilei-ros começaram ...... registrar, ......partir da década de 1990, um cresci-mento demográfico superior ...... mé-dia geral do país.

As lacunas da frase apresentada es-tão corretamente preenchidas por

a) a – a – ab) a – à – àc) a – a – àd) à – à – àe) à – à – a

47. (FCC) O Brasil é um país favorável...... ascensão social, ao contrário dospaíses ricos, onde quem chega ......uma posição social de prestígio jáparte de condições favoráveis ......essa situação.

As lacunas da frase apresentada aci-ma estão corretamente preenchidaspor

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74 – João Batista Gomes

a) a – a – àb) a – à – àc) à – à – àd) à – a – ae) à – à – a

48. (ESAF) Ocorre crase da preposição“a” e do artigo “a(s)”, que deveria tersido assinalada, nos seguintes perí-odos do texto:

I O reconhecimento da imunidade deque trata o inciso III é subordinado aefetiva observância dos seguintes re-quisitos pelas entidades nele referi-das.

II Não distribuírem qualquer parcela deseu patrimônio ou de suas rendas, atítulo de lucro ou participação no seuresultado.

III Aplicarem, integralmente, no País, osseus recursos visando a manutençãodos seus objetivos institucionais.

IV O disposto neste artigo não exclui aatribuição, as entidades nele referidas,da condição de responsáveis pelostributos que lhes caiba reter.

V O disposto neste artigo não as dispen-sa da prática de atos previsto nesteCódigo.

a) em I, III e IVb) em II, III e Vc) em Id) em I, II e IVe) em III e IV

49. (FCC) Assinale, na folha de respos-tas, a alternativa que preenche corre-tamente as lacunas da frase apre-sentada.

Diga ...... ela que esteja aqui ...... umahora para conversarmos ...... respeito doprojeto.

a) a – a – àb) a – à – ac) à – a – àd) à – à – ae) à – à – à

50. (FCC) A presença de núcleos habita-cionais próximos ...... regiões cos-teiras oferece riscos ...... manutençãodo ecossistema marinho, com prejuí-zos incalculáveis ...... diversas espé-cies.

As lacunas da frase acima estarãocorretamente preenchidas, respecti-vamente, por

a) as – à – àb) as – a – ac) às – à – àd) às – a – ae) às – à – a

51. (FCC) Quanto à observância da ne-cessidade do sinal de crase, a fraseinteiramente correta é:

a) Não falta à perspectiva adotada peloautor o subjetivismo de quem se ape-ga àquelas razões que a ciência nãoconsidera.

b) Os homens desconheciam, à prin-cípio, que o sol constituía o centro donosso sistema, que cabia à essa es-trela a primazia de protagonista.

c) Na Antiguidade, àqueles astrônomose teólogos que consideravam a Terracomo o centro do universo não se ofe-recia à menor contestação.

d) Sempre coube a grande poesia, co-mo no caso da de Fernando Pessoa,celebrar às visões totalizadoras donosso planeta.

e) Uma à uma, as teorias da astrofísicavão atualizando os conhecimentosque se destinam à descrever o funci-onamento do universo.

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Regência e Crase – 75

RESPOSTASREGÊNCIA

Aplicação 1 EAplicação 2 a-F, b-V, c-F, d-F, e-VAplicação 3 a-F, b-V, c-V, d-V, e-FAplicação 4 EAplicação 5 DAplicação 6 a-F, b-V, c-V, d-V, e-FAplicação 7 BAplicação 8 DAplicação 9 a-F, b-V, c-F, d-V, e-VAplicação 10 a-F, b-V, c-F, d-F, e-FAplicação 11 a-F, b-V, c-V, d-V, e-VAplicação 12 BAplicação 13 a-F, b-F, c-V, d-V, e-FAplicação 14 BAplicação 15 a-F, b-V, c-V, d-V, e-VAplicação 16 a-F, b-V, c-F, d-V, e-FAplicação 17 a-F, b-V, c-V, d-V, e-FAplicação 18 a-F, b-V, c-V, d-F, e-VAplicação 19 a-F, b-V, c-V, d-F, e-VAplicação 20 a-V, b-V, c-V, d-V, e-VAplicação 21 CAplicação 22 a-F, b-V, c-F, d-V, e-VAplicação 23 EAplicação 24 a-F, b-V, c-F, d-V, e-FAplicação 25 a-F, b-V, c-F, d-V, e-FAplicação 26 CAplicação 27 DAplicação 28 BAplicação 29 AAplicação 30 DAplicação 31 DAplicação 32 a-F, b-V, c-V, d-V, e-FAplicação 33 CAplicação 34 EAplicação 35 CAplicação 36 CAplicação 37 BAplicação 38 DAplicação 39 a-vi, b-vi, c-vi, d-vti, e-viAplicação 40 a-vi, b-vi, c-vi, d-vi, e-viAplicação 41 a-vl, b-vi, c-vti, d-vti, e-vtiAplicação 42 a-vi, b-vti, c-vi, d-vti, e-vtiAplicação 43 BAplicação 44 a-vi, b-vtd, c-vl, d-vtd, e-vlAplicação 45 a-vti, b-vtd, c-vi, d-vti, e-vtiAplicação 46 a-vi, b-vti, c-vi, d-vti, e-vlAplicação 47 a-vtd, b-vtd, c-vti, d-vti, e-viAplicação 48 CAplicação 49 DAplicação 50 B

Aplicação 51 DAplicação 52 a-F, b-V, c-V, d-F, e-FAplicação 53 EAplicação 54 a-F, b-F, c-F, d-V, e-FAplicação 55 a-V, b-V, c-F, d-F, e-VAplicação 56 a-F, b-V, c-V, d-F, e-FAplicação 57 a-F, b-V, c-V, d-V, e-VAplicação 58 a-F, b-V, c-F, d-F, e-VAplicação 59 a-F, b-V, c-F, d-F, e-VAplicação 60 DAplicação 61 a-F, b-V, c-F, d-V, e-FAplicação 62 a-V, b-F, c-V, d-V, e-VAplicação 63 a-F, b-F, c-V, d-V, e-FAplicação 64 a-V, b-F, c-V, d-V, e-VAplicação 65 a-F, b-V, c-F, d-F, e-VAplicação 66 CAplicação 67 DAplicação 68 CAplicação 69 EAplicação 70 AAplicação 71 CAplicação 72 CAplicação 73 B

Aplicação 74 F

TESTES 101. C02. B03. A04. A05. C06. B 07. C08. a-F, b-F, c-F, d-F, e-F09. A10. D11. E12. B13. C14. C

15. E

TESTES 201. D02. E03. E04. D05. B06. E07. E08. B09. D10. D

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76 – João Batista Gomes

11. B12. E13. B14. C15. C16. D17. B18. E19. E20. D21. B22. B23. B24. D25. C26. B27. C28. D29. C

30. C

RESPOSTASCRASE

Aplicação 1 AAplicação 2 EAplicação 3 DAplicação 4 DAplicação 5 CAplicação 6 EAplicação 7 AAplicação 8 CAplicação 9 EAplicação 10 a-F, b-V, c-F, d-F, e-VAplicação 11 a-V, b-V, c-V, d-V, e-FAplicação 12 DAplicação 13 a-F, b-V, c-F, d-F, e-VAplicação 14 AAplicação 15 CAplicação 16 CAplicação 17 a-V, b-V, c-F, d-F, e-VAplicação 18 BAplicação 19 a-V, b-V, c-V, d-V, e-FAplicação 20 DAplicação 21 a-V, b-V, c-V, d-F, e-FAplicação 22 a-V, b-V, c-F, d-V, e-FAplicação 23 BAplicação 24 a-F, b-V, c-F, d-V, e-VAplicação 25 AAplicação 26 D

TESTES 101. D02. D

03. D04. C05. D06. C07. E08. A09. C10. C11. C12. A13. B14. E15. B16. D17. B18. D19. D20. A21. A22. E23. A24. B25. B26. E27. A28. A29. A30. E31. C32. E33. D34. C35. B36. E37. B38. D39. A40. A41. B42. D43. E44. C45. A46. C47. D48. A49. B50. E51. A

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Regência e Crase – 77

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78 – João Batista Gomes