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REGIÃO: UM CONCEITO BÁSICO PARA COMPREENDER ÁREAS LOCAIS E SISTEMAS

GLOBAISBAILLY, Antoine S.

Prof. Dr. Prof. Dr. JandirJandir Ferrera de LimaFerrera de Lima

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INTRODUÇÃO À ANÁLISE REGIONAL

A Análise regional pode, por exemplo:traçar um perfil socioeconômico de um determinado estado ou região;abordar sua estrutura econômica e suas potencialidades;oportunidades de investimento;retratar as características básicas;levantar aspectos como sua formação e evolução econômica;características físicas (especialmente os recursos naturais) e operfil da população, entre outros.

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REGIÃO: UM CONCEITO BÁSICO PARA COMPREENDER ÁREAS LOCAIS E SISTEMAS

GLOBAISBAILLY, Antoine S.

A ciência regional é o único campo que integra explicitamente a noção da região.

Este estudo desenvolve as lógicas da nova ordem regional confrontada com a globalização econômica e política, com uma análise dos conceitos regionais básicos, tais como a região natural, a região homogênea, região histórica, região funcional, pólo do crescimento e teoria do ambiente.

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1851

Vítor Hugo forneceu uma visão do futuro... de estruturas supranacionais no fim do século XX. Ajustou o debate ao nível da região, Europa. Mas antes que esta região pudesse ser integrada e aceita como estava, teve que atravessar um processo longo de evolução, atravessando a história da análise espacial e da sua abertura até assuntos geográficos, políticos, econômicos e sociais.

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O desenvolvimento histórico do conceito regional

Na geografia clássica (Strabo e Von Humboldt) o mundo consiste em rotas e países descobertos no curso das explorações.

A região assimilada em países cujas paisagens, povos e as maneiras de vida são descritas, e que terminaram governadas por um país dominante.

Com Reclus (1885, 1887) e mais especificamente na Geografia Universal que o conceito regional foi moldado: um termo popular relacionado aos espaços regionais e que serve como base para divisões administrativas das nações-estados.

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Só ao término do século de XIX (Darwin) a região natural foi considerada uma unidade espacial definida por critérios físicos: solo, relevo, vegetação, clima...

Grandes ou pequenas, estas regiões forneceram a estrutura para a pesquisa do determinismo sobre o relacionamento do homem-ambiente.

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La Blache (1889, 1910) lançou um significado diferente nesta aproximação com o conceito de regiões homogêneas e baseou a geografia regional em uma visão de possibilidade.

O mesmo autor, indicou que no século XX o papel das sociedades foi marcado pelo estabelecimento do significado das concentrações da atividade econômica que esclarecem as distorções da homogeneidade espacial.

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No conceito da região histórica proposto por Bruhnes (1956) e por Demangeon (1905, 1927), a geografia se tornou a descendência de história.

Sorre (1943, 1954) apoiou este pensamento em uma série de trabalhos em geografia humana e esclareceu os conceitos aplicáveis às regiões, tais como o “modo de vida”.

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O conceito da área cultural é derivado desta visão histórica.

O termo "região cultural" designa a área aonde as culturas são espalhadas e desenvolvida a solidariedade territorial. Deste ponto, a geografia das representações que permitem que passemos da análise em uma escala coletiva (macrogeografia) ao estudo dos indivíduos (microgeografia) só teve que dar um passo para “espaços vividos”

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A dimensão econômica ganhou força em 1930 com a teoria do lugar-central de Christaller (1980) e particularmente com o desenvolvimento no conceito de região funcional, o qual é definido de acordo com as estruturas operacionais de suas atividades.

É devido ao seu potencial explicativo que este conceito adquiriu importância central nos anos 1950 e deu à análise regional um caráter diferente ao desenvolver a ciência regional .

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O conceito de região funcional foi levado depois para a teoria da economia espacial por Isard (1956), Boudeville (1970), Perroux(1991) e Paelinck (1985).

Uma de suas teorias, o pólo de crescimento, as ligações do desenvolvimento das cidades e das regiões: o pólo do crescimento como uma unidade econômica, mudanças nas estruturas regionais de modo que a taxa de crescimento do produto regional total seja aumentada. A região é portanto pólo que impulsiona, contanto que um ambiente para a propagação da atividade econômica seja planejada.

Essa é "a teoria do ambiente" proposta por Maillat (1986) que, integrando o potencial inovador das regiões e o conceito do desenvolvimento local, deram a especificidade da região no crescimento econômico.

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Muitos analistas regionais, no esforço para reduzir as disparidades regionais que originam da marginalização de determinados espaços consideraram ângulos inoperantes no sistema mundial, levaram estes temas de economia de espaço e adicionaram uma dimensão de identidade.

A identidade regional revela a consciência coletiva dos povos que vivem em determinados lugares e que compartilham da solidariedade social. É através da econometria espacial (Paelinck, 1985) que os investigadores podem participar na regionalização em desenvolvimento em diversos países e em diversos continentes.

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Em um século, a evolução do conceito de "região" nos conduziu à compreensão que antes disso usou amplamente palavras ambíguas da realidade humana, histórica, cultural e econômica. Esta realidade é o produto social construído gradualmente por sociedades em seus lugares de vida.

No fim do século XX a região tornou-se mais econômica e mais política... tornou-se mesmo supranacional: nas Nações Unidas o mundo é dividido em áreas tais como "a região européia" e "a região americana". Dependendo de sua escala geográfica privilegiada, a região faz referência à lógica local ou à lógica global em traços finos do espaço ou em sistemas continentais.

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A ciência regional contemporânea, assim como a economia e a econometria do espaço, está enfrentando um mundo complexo que reflete os interesses espaciais de nossas sociedades: a explosão de bordas criadas em administrações passadas; as capacidades para a criação de espaço e a reconstrução do mundo e dos estados; e a nova ordem regional que pode explicar melhor, construir modelos para o demonstrar, e os planejar.

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A nova ordem regional

O século XX, marcado pelo livre- comércio e pelas emergentes comunidades supranacionais, estamos nos aproximando do Estado invocado por Montesquieu em seu trabalho visionário, de “As Riquezas da Espanha”, e parodiado por Huxley em sua utopia política?

O fim do século testemunhará o fim da reflexão espacial determinada pelo desaparecimento de nações, das suas bordas e de descontinuidades espaciais como reivindicada no começo dos anos 1980?

Regiões e países nascem e têm renascido como um sinal da perpetuidade histórica ou em uma ruptura com o passado. Novos casos de regionalismo, que não têm freqüentemente nada a ver com os velhos demônios de pureza étnica emergem das cinzas de nações em declínio com suas aspirações culturais, econômicas e territoriais.

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A nova ordem regional

O desafio colocado pelo regionalismo contemporâneo é a diversidade de formas econômicas e culturais (modo de vida, idioma, de manifestações sociais...); os valores enraizados na história e a geografia são glorificados pelas elites regionais que procuram desenvolver sua herança.

Toda dominação espacial tem uma dimensão econômica. A história mostra claramente como, após um período de força, a expansão das regiões e nações, ocorrem sutilmente em conseqüência de dominação econômica. Os tempos atuais mostram também a hegemonia dos EUA com a disseminação do modo de vida americana e de suas formas de expressão mundial... que esmaga ou que rouba culturas e identidades locais de sua originalidade.

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Desenvolvimento regional

“Os indivíduos se comportam como se fossem mais ou menos mestres e proprietários de uma pequena parcela do ambiente." escreveu Moles em Enciclopédia de Geografia (Bailly, et al, 1992). Figurando entre estas parcelas do ambiente, as regiões, definidas como uma área natural, um espaço existencial e um espaço organizado.

De acordo com o primeiro termo, está a região como um "meio de vida” em equilíbrio e é um recurso a ser conservado. De acordo com o segundo, revela a identidade cultural e pertencendo a uma parte da terra adquirida.

Para discutir o conceito regional nós devemos compreender este aspecto triplo de cada espaço-produto original com seus traços físicos e seu meio cultural, social, econômico e político, de acordo com os modelos da econometria espacial. (Paelinck, 1985).

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Embora a região possa parecer ser um escudo de tripla face, de nenhuma maneira está imune aos efeitos das influências externas, que surgem de fora do seu ambiente.

Cada região é formada pela dominação sucessiva, aberta a desafios de dentro e fora. Nesta consideração, nos resta olhar para a dominação lingüística e cultural onde um grupo impõe sua identidade em outras comunidades.

Este tipo de dominação ocorre hoje em dia de maneiras mais sutis através de outros mecanismos, por exemplo, nas relações econômicas onde o centro impõe sua vontade na periferia, desse modo criando desigualdades regionais e fluxos assimétricos.

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Ficou comum opor-se ao desenvolvimento endógeno, como função da capacidade local para embarcar em aventuras e desenvolvimento exógeno. (Polese, 1994). Em um caso, os grupos locais examinam decisões nas ações dentro de suas regiões, no outro caso, lógicas externa são propostas.

Os constrangimentos do comércio econômico e da centralização dos poderes promovem hoje em dia a segunda solução na maioria de regiões não-metropolitanas. A fim de mudar esta tendência, o papel do "meio social" como incubadores econômicos citados freqüentemente:

a atração de uma região é uma função de sua habilidade de criar recursos, de gerar processos da inovação e de melhorar a qualidade de vida de seus habitantes.

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A lógica Regional deste "meio social" (Maillat, Vasserot, 1986) e a lógica econômica coincidem em algumas regiões privilegiadas. Mas outros, que são ângulos realmente inoperantes, encontram-se marginalizados vis à vis com as redes econômicas e sociais.

Não deveríamos substituir a regionalização, a qualidade de vida,a responsabilidade territorial e a solidariedade para o liberalismo de palavras-chave como globalização, competitividade, privatização e desregulação, levar em conta nosso "meio social" e acabar com a confusão no mundo de hoje?

Sem fundamento nos alcances distantes da identidade, a época da arquitetura regional retornou, contanto que aceite o federalismo e o processo de balanceamento inter-regional e desenvolve sua imaginação regional.

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Regiões em caos e regiões do mundo

Economia e globalização política apresentam um desafio para governos regionais; o que é o futuro das unidades espaciais que nós chamamos "país" e "região"?

As respostas de George na Enciclopédia de Geografia (Bailly etal., 1992) são que "a universalização de relações orgânicas não deveria contornar a introdução das diferenças e da variação das diferenças."

Poderíamos também substituir a ideologia da singularidade de cada grupo de pessoas e o direito para se manterem no próprio território, para a ideologia "do potencial derretimento", a mistura das populações nos países e no mundo?

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Além da falsa oposição entre o passado e o modernismo, nós devemos recorrer ao conceito de Fremont dos “espaços vividos” para compreender a intensidade do sentimento de pertencer, ligado pelos povos que compartilham de uma história, cultura, língua, religião... em um território;

Assim muitas práticas regionais estão enraizadas na história de sociedades, completamente diferente das conseqüências diretas de decisões econômicas e administrativas.

Os conceitos de identidade, herança cultural e senso de lugar tornam-se centrais à compreensão do “espaço vivido” como faz os conceitos da minoria e da maioria.

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A aceitação da visão regional não conduzirá à criação de um mundo composto de uma multidão de pequenos Estados autônomos, um mundo ingovernável em que o local ganha fora sobre o global (Dollfus, 1994)?

A competição e a seleção entre estas unidades não excluirão aquelas situadas fora das redes econômicas principais?

“Caos regionais novos surgiriam, ou seja, territórios mantidos dentro das suas fronteiras, onde o estado já não exerce sua função reguladora ou de monitoração, onde as infraestruturasgrandes desintegram com o desaparecimento do papel dos centros, onde a insegurança é difundida a menos que a ordem seja imposta pela violência de um grupo que esteja melhor armado ou mais determinado do que o outro." (Dollfus, 1992, p.726, em A. Bailly et al, Encyclopédie de Géographie).

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Entretanto, todas as regiões não dão modo a este caos inexorável; alguns deles, extraindo em sua própria força, transformam-se regiões mundiais com sua organização local e política externa.

Os incentivos de Regionalistas são assim a fonte de nações novas. Na história do mundo, alteraram períodos de nascimento regional e os períodos da expansão imperialista, se reunindo junto às organizações territoriais;

A era contemporânea não é nenhuma exceção. Ainda, no século XX, as estacas subjacentes de regionalização em termos culturais e políticos e os riscos corridos por esses Estados novos em condições econômicas e globais devem ser compreendidas.

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Conclusões

Falar de uma região é entender seu passado, compreender a ligação que sociedades e homens têm para lugares, é explicar seu funcionamento econômico, político e social em um contexto local e mundial, é endereçar os prospectos para o futuro.

O papel da análise espacial é tirar o melhor destas regiões em que as identidades evolutivas das sociedades são reveladas, lidar com essas mutações notáveis que fazem Estados desmoronarem. Mas o colapso também pode unir.

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Conclusões

Sobre a natureza variável de unidades espaciais, Renan comenta que “esquecimento, ou até mesmo o erro, são fatores essenciais na construção da nação”. (“Que é uma nação?” Obras completas).

Muito freqüentemente o esquecimento é somente parcial, buscam construir o futuro sem levar em conta este conceito fundamental que é a região.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BAILLY. Antoine S. The Region: A basic Concept for understanding local Areas and Global Systems. Cybergeo : Revue européenne de géographie, texto 42, 2007. URL : http://www.cybergeo.eu/index333.html.

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http://www.cybergeo.eu/index333.html

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