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CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO TEORIA E EXERCÍCIOS POLÍCIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 1 Olá pessoal, Boa tarde. Desculpem-me pelo atraso nesta aula. É que em virtude de minha viagem, bem como pelo número razoável de que questões, acabei por levar mais tempo em preparar a aula do que a minha expectativa. Bem, de toda sorte, esta é nossa última aula, mas não o final de nosso curso, eis que vou solicitar ao pessoal que o curso permaneça aberto para que possamos tirar nossas dúvidas e para que possamos fazer outros esclarecimentos. Então, nesta aula veremos: AULA 08: Regime jurídico dos servidores públicos civis federais (Lei nº 8.112/1990 [atualizada]). Regime jurídico peculiar dos funcionários policiais civis da União e do Distrito Federal (Lei nº 4.878/1965). Então, vamos ao que interessa. Agente Administrativo Para compreendermos o alcance da expressão agente administrativo, necessário antes entendermos e termos a noção de agente público. Nesse sentido, o termo atualmente mais usual, e podemos dizer mais adequado, inclusive com previsão legal, de agente público está expresso no art. 2º da Lei 8.429/92, que assim dispõe: Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de

Regime Jurídico 8112 e 4878

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    Ol pessoal, Boa tarde. Desculpem-me pelo atraso nesta aula. que

    em virtude de minha viagem, bem como pelo nmero razovel de que questes, acabei por levar mais tempo em preparar a aula do que a minha expectativa.

    Bem, de toda sorte, esta nossa ltima aula, mas no

    o final de nosso curso, eis que vou solicitar ao pessoal que o curso permanea aberto para que possamos tirar nossas dvidas e para que possamos fazer outros esclarecimentos.

    Ento, nesta aula veremos:

    AULA 08: Regime jurdico dos servidores pblicos civis

    federais (Lei n 8.112/1990 [atualizada]). Regime jurdico

    peculiar dos funcionrios policiais civis da Unio e do Distrito

    Federal (Lei n 4.878/1965).

    Ento, vamos ao que interessa.

    Agente Administrativo

    Para compreendermos o alcance da expresso agente

    administrativo, necessrio antes entendermos e termos a noo de agente pblico.

    Nesse sentido, o termo atualmente mais usual, e

    podemos dizer mais adequado, inclusive com previso legal, de agente pblico est expresso no art. 2 da Lei 8.429/92, que assim dispe:

    Art. 2 Reputa-se agente pblico, para os efeitos desta

    lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente

    ou sem remunerao, por eleio, nomeao,

    designao, contratao ou qualquer outra forma de

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    investidura ou vnculo, mandato, cargo, emprego ou

    funo nas entidades mencionadas no artigo anterior.

    preciso, no entanto, descortinarmos o alcance da

    expresso agente pblico, e, para tanto, utilizamos a classificao clssica de Hely Lopes Meirelles, segundo a qual os agentes pblicos so divididos em:

    a) Agentes polticos

    b) Agentes administrativos

    c) Agentes honorficos

    d) Agentes delegados

    e) Agentes credenciados

    Agentes polticos so aqueles que ocupam cargos que

    compe os rgos constitucionais independentes, ou seja, dotados de independncia funcional, prerrogativas do cargo e sujeitos a regime especial, cujas funes advm diretamente da Constituio, investidos, normalmente, por meio de eleio, nomeao ou designao.

    Dentre esses estariam compreendidos os magistrados,

    os membros do Ministrio Pblico, dos Tribunais de Contas, alm dos representantes do Poder Executivo (Presidente, Governador, Prefeito, e seus auxiliares diretos, Ministros, Secretrios etc) e do Poder Legislativo (Deputados, Senadores, Deputados Estaduais, Distritais e Vereadores).

    Por outro lado, h forte corrente que defende serem os

    agentes polticos to-somente aqueles que erigidos aos cargos eletivos, tal como o Presidente, Governador, Senador, Deputado, Vereador etc.

    Nesse sentido, vale salientar, e vocs precisam ficar

    atentos a isto, que o STF tem entendido que os agentes polticos so todos aqueles que exercem atribuies decorrentes diretamente da Constituio, no sendo, pois, apenas os detentores de cargos eletivos, de modo que englobam tambm

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    outros agentes pblicos tal como os magistrados, conforme orientao firmada no Informativo 263. Vejamos:

    Informativo 263 (RE-228977)

    Dano Moral e Atos Judiciais (Transcries) RE 228.977-SP*

    (v. Informativo 259) Relator: Min. Nri da Silveira EMENTA: -

    Recurso extraordinrio. Responsabilidade objetiva. Ao

    reparatria de dano por ato ilcito. Ilegitimidade de parte

    passiva. 2. Responsabilidade exclusiva do Estado. A

    autoridade judiciria no tem responsabilidade civil pelos

    atos jurisdicionais praticados. Os magistrados

    enquadram-se na espcie agente poltico, investidos

    para o exerccio de atribuies constitucionais, sendo

    dotados de plena liberdade funcional no desempenho

    de suas funes, com prerrogativas prprias e

    legislao especfica.

    (...)

    (...) os magistrados se enquadram na espcie agente

    poltico. Estes, so investidos para o exerccio de atribuies

    constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional

    no desempenho de suas funes, com prerrogativas prprias

    e legislao especfica, requisitos, alis, indispensveis ao

    exerccio de suas funes decisrias.

    (...) o que elucida o saudoso HELY LOPES MEIRELLES, em

    sua obra "Direito Administrativo Brasileiro" (18 ed., pg.

    72): "Os agentes polticos exercem funes governamentais,

    judiciais e quase-judiciais, elaborando normas legais,

    conduzindo os negcios pblicos, decidindo e atuando com

    independncia nos assuntos de sua competncia. So as

    autoridades pblicas supremas do Governo e da

    Administrao na rea de sua atuao, pois no esto

    hierarquizadas, sujeitando-se apenas aos graus e limites

    constitucionais e legais de jurisdio. Em doutrina, os

    agentes polticos tm plena liberdade funcional, equiparvel

    independncia dos juizes nos seus julgamentos, e, para

    tanto, ficam a salvo de responsabilidade civil por seus

    eventuais erros de atuao, a menos que tenham agido com

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    culpa grosseira, m-f ou abuso de poder. Nesta categoria

    encontram-se os Chefes de Executivo (Presidente da

    Repblica, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares

    imediatos (Ministros e Secretrios de Estado e de

    Municpio); os membros das Corporaes Legislativas

    (Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do

    Poder Judicirio (Magistrados em geral); os membros

    do Ministrio Pblico (Procuradores da Repblica e da

    Justia, Promotores e Curadores Pblicos)..."

    Por outro lado, agentes administrativos so todos

    aqueles agentes que esto submetidos hierarquia funcional, no sendo membro de poder, no exercendo funes polticas ou governamentais, estando sujeitos ao regime jurdico da entidade a que servem.

    Nesse conceito esto todos os que tm com os entes

    Polticos (Administrao Direta) e entidades administrativas (Administrao Indireta) vnculo funcional ou relao laboral, de natureza profissional e carter no eventual, sob vnculo de dependncia.

    Por isso, dividem-se em: servidores pblicos,

    empregados pblicos e funcionrios ou servidores temporrios.

    Servidores pblicos so todas as pessoas fsicas que

    ocupam um cargo pblico mantendo vnculo de subordinao com o Estado ou com suas entidades mediante retribuio pecuniria.

    Nesse sentido, vale lembrar que cargo pblico o

    conjunto de atribuies e responsabilidades previstas em uma estrutura organizacional, que devem ser cometidas a um servidor (art. 3, Lei n 8.112/90), que so criados por lei e com denominao prpria e vencimento pago pelos cofres pblicos, cujo provimento poder ser em carter efetivo ou em comisso.

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    Assim, teremos servidores pblicos de cargos efetivos (concursados) e servidores pblicos de cargos comissionados (cargos de Direo e Assessoramento Superior).

    Os empregados pblicos so pessoas fsicas que

    ocupam emprego pblico, ou seja, so os contratados sob o regime da legislao trabalhista (celetistas) por prazo indeterminado.

    Em regra tais agentes esto no mbito das estatais,

    submetidos ao regime laboral, na medida em que tais entidades so regidas, preponderantemente, pelo regime de direito privado.

    Ocorre, no entanto, que com a EC 19/98, permitiu-se

    Administrao direta, autrquica e fundacional tambm contratar sob o regime celetista. Disposio que restou suspensa pela deciso proferida pelo STF na ADI 2.135.

    Servidores ou funcionrios temporrios, ou

    simplesmente temporrios, so agentes contratados de forma temporria, por excepcional interesse pblico, para exercer funo por prazo determinado, conforme estabelece a Constituio Federal em seu art. 37, inciso IX, ao permitir a contratao de servidor visando atender necessidade temporria em razo de excepcional interesse pblico.

    Nesse sentido, a Lei n 8.745/93 regulamentou na

    esfera federal a contratao de pessoal para o exerccio de atividade temporria, dispondo que as pessoas jurdicas de direito pblico poderiam contratar pessoal observando as condies e os requisitos legais.

    Agentes delegados so particulares que, por fora de

    contrato ou ato administrativo em que se delega a realizao de uma atividade, obra ou servio pblico, a executam sob sua conta e risco, sob fiscalizao do Estado, por isso atuando em colaborao a este (descentralizao por colaborao). Temos como exemplo os delegatrios de servio pblico, tal como os concessionrios, permissionrios, tabelio, leiloeiros etc.

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    Agentes honorficos so particulares que, em razo

    de sua condio cvica, honra, ou de sua notria capacidade profissional, so requisitados ou designados pelo Estado para exercerem, de forma provisria, certa atividade ou funo, podendo ser remunerados ou no. (Ex. Mesrio, Jurado, Membros dos Conselhos Tutelares das crianas e adolescentes etc).

    Por fim, temos ainda os chamados agentes

    credenciados, ou seja, aqueles que o Estado d a incumbncia de represent-lo para certa e especfica atividade ou para um ato determinado, mediante remunerao.

    possvel, ademais, constatarmos a existncia de

    outras classificaes, a exemplo daqueles que colocam dentre tais agentes os militares e os terceirizados (agentes em colaborao).

    o que explicita a Profa. Maria Sylvia Zanella Di Pietro,

    em relao aos militares que antes da EC 18/98 enquadravam-se na categoria de servidores pblicos, porm aps a emenda retirou-se a expresso, por isso no so considerados como servidores, figurando-se como mais uma categoria de agente pblico, denominados simplesmente de militares.

    Cuidado, pois h pessoas que ainda utilizam a

    expresso funcionrio pblico de forma indistinta para qualificar todos os agentes pblicos. Trata-se de uma expresso j bastante ultrapassada, prevista no Cdigo Penal Brasileiro no art. 327, que se refere a qualquer agente pblico para fins penais to-somente.

    Regime Jurdico do Servidor Pblico

    Inicialmente, preciso observar que a Constituio

    Federal de 1988, em seu artigo 39, estabeleceu a obrigatoriedade da Administrao Pblica direta, autrquica e fundacional de adotar regime jurdico nico para seus servidores, conforme assim expresso:

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    Art. 39. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios

    instituiro, no mbito de sua competncia, regime jurdico nico

    e planos de carreira para os servidores da administrao

    pblica direta, das autarquias e das fundaes pblicas.

    No mbito Federal foi editada a Lei n 8.112/90, que

    criou o regime jurdico dos servidores pblicos civis da Unio, das autarquias e das fundaes pblicas federais, o denominado Regime Jurdico nico (RJU).

    Eis que veio a Emenda Constitucional n 19/98

    (reforma do Estado) e promoveu alterao no art. 39, caput, da CF/88, retirando a obrigatoriedade de se adotar um nico regime jurdico para dispor sobre os servidores pblicos, de maneira que se abriu possibilidade de a Administrao Pblica direta, autrquica e fundacional de adotar outros regimes, tal como o celetista, para provimento de emprego nos seus quadros, por exemplo.

    No entanto, recentemente, em controle de

    constitucionalidade, no julgamento da ADI 2135-4 o Supremo Tribunal Federal (STF) deferiu medida cautelar para suspender a redao do caput do artigo 39, CF/88, dada pela EC 19/98, por vcio de inconstitucionalidade formal, voltando a vigorar a redao anterior essa emenda, ou seja, a redao original da Constituio.

    de se esclarecer, portanto, que temos novamente a

    obrigatoriedade de se adotar regime jurdico nico. No entanto, cumpre dizer que o STF conferiu efeito ex-nunc, ou seja, a deciso no tem efeito retroativo.

    Com isso, toda a legislao editada durante a vigncia

    do artigo 39, caput, com a redao da EC n 19/98, continua vlida a regular o perodo de 1998 at a deciso do STF, ressaltando que, dessa forma, ficam resguardas as situaes consolidadas, at que o mrito da ADI 2135-4 seja julgado em definitivo.

    Lembre-se, portanto, que a Lei n 8.112/90 institui o

    regime jurdico dos servidores pblicos civis da Unio, das autarquias,

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    inclusive as em regime especial, e das fundaes pblicas federais, sendo denominada de RJU (regime jurdico nico), por fora do art. 39, caput, da CF/88.

    E, nos termos do RJU, considera-se servidor a pessoa

    legalmente investida em cargo pblico, e cargo pblico, o conjunto de atribuies e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

    Ento, para estudarmos o RJU, temos tambm de aliar

    o estudo parte constitucional que dispe acerca dos servidores pblicos. Regime Jurdico nico (RJU)

    Os servidores pblicos so regidos por um conjunto de regras que estabelecem seus direitos, deveres, obrigaes e responsabilidades. Trata-se do regime jurdico dos servidores pblicos.

    Com efeito, aps a Constituio de 1988 estipulou-se a

    necessidade de os servidores pblicos serem regidos por regime jurdico nico. Com isso, foi editada a Lei n 8.112/90, que criou o Regime Jurdico dos servidores pblicos civis da Unio, das autarquias e das fundaes pblicas federais, o denominado Regime Jurdico nico (RJU).

    A Lei n 8.112/90 delimita os critrios, direitos, deveres

    e demais regras que estabelecem as obrigaes e responsabilidades dos servidores pblicos federais.

    fato que esse vnculo, do servidor com o Estado, se

    inicia com nomeao, posse e exerccio no cargo. Cargo Pblico

    Nos termos do art. 3 da Lei n 8.112/90, cargo

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    pblico o conjunto de atribuies e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

    De outro lado, conforme a prpria Lei n 8.112/90, art.

    2, estabelece, servidor pessoa legalmente investida em cargo pblico.

    Assim, somente haver cargos pblicos no mbito da

    Administrao direta, autrquica e fundacional (fundaes pblicas de direito pblico).

    Nas demais entidades administrativas, ou seja, nas

    fundaes pblicas de direito privado e nas estatais (empresas pblicas e sociedades de economia mista) no teremos cargos pblicos, teremos empregados pblicos. Investidura

    A Lei n 8.112/90 estabeleceu os requisitos para investidura em cargo pblico, conforme art. 5, que assim dispe:

    Art. 5 So requisitos bsicos para investidura em cargo

    pblico:

    I - a nacionalidade brasileira;

    II - o gozo dos direitos polticos;

    III - a quitao com as obrigaes militares e eleitorais;

    IV - o nvel de escolaridade exigido para o exerccio do cargo;

    V - a idade mnima de dezoito anos;

    VI - aptido fsica e mental

    Deve-se observar que tais requisitos devem ser

    demonstrados no ato da posse, no se estabelecendo qualquer limite de idade para efeito de inscrio em concurso.

    Importante dizer que o Supremo Tribunal Federal tem

    firme entendimento no sentido de que estabelecer limite de idade para inscrio em concurso pblico depende de expressa previso

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    legal, conforme a smula 14, que assim dispe: Smula 14: No admissvel, por ato administrativo,

    restringir, em razo da idade, inscrio em concurso

    para cargo pblico.

    Esse entendimento foi aplicado, inclusive,

    recentemente, conforme Informativo n 580, que assim veiculou:

    INFORMATIVO N 580

    TTULO: Foras Armadas: Limite de Idade para Concurso de

    Ingresso e Art. 142, 3, X, da CF - 2

    PROCESSO: RE - 600225

    ARTIGO

    A Min. Crmen Lcia, relatora, negou provimento ao recurso

    por entender que, tendo a Constituio Federal determinado,

    em seu art. 142, 3, X, que os requisitos para o ingresso

    nas Foras Armadas so os previstos em lei, com referncia

    expressa ao critrio de idade, no caberia regulamentao

    por meio de outra espcie normativa. Considerou, por

    conseguinte, no recepcionada pela Carta Magna a expresso

    e nos regulamentos da Marinha, do Exrcito e da

    Aeronutica, contida no art. 10 da Lei 6.880/80, que dispe

    sobre o Estatuto dos Militares (Art. 10 O ingresso nas Foras

    Armadas facultado mediante incorporao, matrcula ou

    nomeao, a todos os brasileiros que preencham os

    requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos da

    marinha, do exrcito e da aeronutica..). Afirmou ser

    inquestionvel a prerrogativa das Foras Armadas de instituir

    por regulamento de cada Fora, e at mesmo nos editais de

    concursos, os procedimentos relativos a todo o certame.

    Aduziu que o contedo definido constitucionalmente como

    sendo objeto de cuidado a ser levado a efeito por lei haveria

    de ser desdobrado, de forma detalhada, nos atos

    administrativos, tais como os regulamentos e editais.

    Observou, contudo, que esses atos no poderiam inovar nos

    pontos em que a legislao no tivesse estatudo. Registrou,

    ainda, que, no item especfico relativo definio dos

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    limites de idade, a fixao do requisito por

    regulamento ou edital, categoria de atos

    administrativos, esbarraria, inclusive, na Smula 14 do

    STF (No admissvel, por ato administrativo,

    restringir, em razo da idade, inscrio em concurso

    para cargo pblico.). RE 572499/SC, rel. Min. Crmen

    Lcia, 25.3.2010. (RE-572499)

    Vale destacar que a Constituio Federal estabeleceu a

    necessidade de reserva de vagas aos portadores de necessidades especiais, tendo, nesse aspecto, remetido lei para regulamentar tal disposio.

    Desse modo, a Lei n 8.112/90, em seu artigo 5, 3,

    estabeleceu que at 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos pblicos sero reservadas aos portadores de necessidades especiais.

    Deve-se atentar para o fato de que se ocorrer frao,

    na fixao do percentual, dever ser arredondado o nmero de vagas para o prximo inteiro. Por exemplo, um concurso estabelece 19 vagas e 10% so destinadas aos portadores de necessidades especiais. Assim, teramos 1,9 (um inteiro e nove dcimos), ou seja, apenas uma vaga? No. Teramos duas vagas destinadas a PNE, eis que se arredonda sempre para o prximo nmero inteiro.

    Ademais, vale lembrar que no plano federal, o Decreto

    3.298/99, em seu artigo 37, trouxe previso de que no mnimo 5% (cinco por cento) das vagas sero destinadas aos candidatos portadores de necessidades especais, conforme o seguinte:

    Art. 37. Fica assegurado pessoa portadora de deficincia o

    direito de se inscrever em concurso pblico, em igualdade de

    condies com os demais candidatos, para provimento de

    cargo cujas atribuies sejam compatveis com a deficincia

    de que portador.

    1 O candidato portador de deficincia, em razo da

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    necessria igualdade de condies, concorrer a todas

    as vagas, sendo reservado no mnimo o percentual de

    cinco por cento em face da classificao obtida.

    2 Caso a aplicao do percentual de que trata o pargrafo

    anterior resulte em nmero fracionado, este dever ser

    elevado at o primeiro nmero inteiro subseqente.

    de se observar, ademais, que, de acordo com a

    Constituio, os cargos pblicos tambm podem ser acessveis aos estrangeiros, na forma da lei.

    Para tanto, a Lei n 8.112/90, em seu art. 5, 3,

    estabelece que as universidades e instituies de pesquisas cientfica e tecnolgica federais podero prover seus cargos com professores, tcnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e procedimentos desta Lei. Do Provimento

    Provimento o ato de preencher cargo pblico. Com efeito, h duas formas de provimento, o denominado originrio, ou seja, quando o agente no tem vnculo anterior com o cargo a ser ocupado, e o provimento derivado, quando h um vnculo anterior.

    O derivado poder ser vertical (elevao funcional) ou

    horizontal (mudana de cargo do mesmo nvel). Assim, conforme disposto no art. 8 da Lei n

    8.112/90, so formas de provimento: a) nomeao; b) promoo; c) readaptao; d) reverso; e) aproveitamento; f) reintegrao; e, g) reconduo. Vejamos:

    Art. 8o So formas de provimento de cargo pblico: I - nomeao; II - promoo; III - ascenso;(Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

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    IV - transferncia; (Execuo suspensa pela RSF n 46, de

    1997) (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) V - readaptao; VI - reverso; VII - aproveitamento; VIII - reintegrao; IX - reconduo.

    A nomeao a nica forma de provimento originrio,

    todas as demais so provimentos derivados. Nomeao a indicao de uma pessoa para ocupar

    um cargo pblico, podendo ser de provimento efetivo, que se dar em virtude de aprovao em concurso pblico de provas ou provas e ttulos, ou, comissionado, que de livre nomeao e exonerao.

    A nomeao sempre ato administrativo unilateral

    que no gera, por si s, qualquer obrigao para o servidor, mas sim o direito subjetivo para que esse formalize seu vnculo com a Administrao, por meio da posse.

    Posse ato jurdico bilateral de investidura do

    servidor no cargo. Importante salientar que somente haver posse no provimento originrio, ou seja, por nomeao.

    O prazo para o nomeado tomar posse de trinta

    dias, improrrogveis, contados da nomeao, ressalvando-se as seguintes hipteses de licenas e afastamento, quando o prazo ser contado a partir do trmino do impedimento.

    Art. 81, inc. I Licena em virtude de doena em pessoa da famlia

    Art. 81, inc. III Licena para prestar servio militar obrigatrio

    Art. 81, inc. V Licena capacitao

    Art. 102, inc. I Frias,

    Art. 102, inc. IV Treinamento regularmente institudo ou ps-graduao

    stricto sensu

    Art. 102, inc. VI Jri e outros servios obrigatrios por lei

    Art. 102, inc. VIII, a Licena gestante, adotante e paternidade

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    Art. 102, inc. VIII, b Licena para tratamento de sade

    Art. 102, inc. VIII, d Licena em virtude de acidente em servio ou doena

    profissional

    Art. 102, inc. VIII, e Licena capacitao

    Art. 102, inc. VIII, f Convocao para servio militar

    Art. 102, inc. IX Deslocamento por remoo

    Art. 102, inc. X Participao em competio representando o pas

    A lei permite que a posse se d mediante procurao

    especfica, ou seja, que seja exclusiva no sentido de outorgar poderes ao terceiro para proceder investidura no cargo em nome do nomeado, nos termos do art. 13, 3, que assim dispe:

    Art. 13. A posse dar-se- pela assinatura do respectivo

    termo, no qual devero constar as atribuies, os deveres, as

    responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado,

    que no podero ser alterados unilateralmente, por qualquer

    das partes, ressalvados os atos de ofcio previstos em lei.

    3 A posse poder dar-se mediante procurao

    especfica.

    Acaso o nomeado no tome posse no prazo fixado,

    torna-se sem efeito o ato de nomeao. Com a posse abre-se o prazo quinzenal (15 dias)

    para o empossado entrar em exerccio. Exerccio o efetivo desempenho das atribuies do

    cargo pblico, de modo que no poder ser conferido a terceiro ( personalssimo). No entrando o empossado em exerccio no prazo legal ser exonerado. No caso de funo de confiana o exerccio, em regra, coincide com a data da designao e acaso no se entre em exerccio torna-se sem efeito a designao.

    Os servidores tm jornada de trabalho com durao

    mxima semanal de quarenta horas, devendo observar o limite mnimo e mximo de seis horas e oito horas dirias.

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    As demais formas de provimento so derivadas. A

    vertical a promoo, a horizontal a readaptao, as outras so por reingresso.

    Readaptao a investidura de servidor, ocupante de

    cargo efetivo, em cargo de atribuies e responsabilidades compatveis com a limitao que tenha sofrido em sua capacidade fsica ou mental.

    Aqui se aplica ao servidor estvel ou no, e sempre

    precedida de inspeo mdica, pois se o servidor for julgado incapaz ser aposentado.

    A readaptao dever observar o seguinte: atribuies

    condizentes com sua limitao; habilitao exigida para o cargo; mesmo nvel de escolaridade e equivalncia de vencimentos.

    Reintegrao o retorno, ou investidura, do servidor

    estvel ao cargo anteriormente ocupado em razo de ter sido invalidada, por deciso administrativa ou judicial, sua demisso.

    O servidor reintegrado ter direito ao ressarcimento de

    todas as vantagens durante o perodo de seu afastamento. Se o cargo que ocupava tiver sido transformado em

    outro, voltar para o cargo objeto da transformao. Se extinto, ficar em disponibilidade.

    Reconduo o retorno do servidor estvel ao cargo

    anteriormente ocupado em decorrncia de inabilitao em estgio probatrio ou por reintegrao do anterior ocupante.

    Aproveitamento o retorno do servidor posto em

    disponibilidade e, por isso, estvel, a cargo de atribuies e vencimentos compatveis com o anteriormente ocupado.

    Reverso o retorno atividade do servidor

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    aposentado. Ocorre nos casos de aposentadoria por invalidez quando Junta Mdica declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria, ou por aposentadoria voluntria, no interesse da administrativa, e desde que no tenha ocorrido h mais de cinco anos, sendo o servidor estvel quando em estava na ativa, havendo cargo vago, e ter ocorrido a solicitao de retorno.

    Promoo a elevao funcional do servidor dentro de

    uma carreira, ou seja, a passagem de um servidor de uma categoria/classe para outra.

    Assim, por exemplo, Delegado de Polcia de terceira

    categoria, sendo promovido, por antiguidade ou merecimento, para Delegado de Polcia de segunda categoria, depois, primeira e, por fim, para a categoria especial.

    importante destacar que a Lei n 8.112/90 trazia a

    previso da ascenso e da transferncia, duas formas que eram tidas por inconstitucionais, j que violavam o princpio da acessibilidade por meio de concurso pblico.

    A ascenso era a modalidade de provimento por

    transposio ou verticalidade, de modo que o indivduo tinha acesso a outro cargo, de nvel superior ao que ocupava, sem concurso pblico. Referida modalidade foi revogada pela Lei n 9.527/97, pois estava suspensa pelo STF que certamente a declararia inconstitucional.

    Na transferncia o servidor passava de um cargo para

    outro em rgos ou entidades distintas. Por tambm ser inconstitucional, foi objeto de revogao pela Lei n 9.527/97. Vacncia

    A vacncia o ato administrativo pelo qual o cargo pblico fica vago, em razo de exonerao, demisso, aposentadoria, promoo, falecimento, posse em outro cargo inacumulvel, conforme estabelece o art. 33, que assim dispe:

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    Art. 33. A vacncia do cargo pblico decorrer de:

    I - exonerao;

    II - demisso;

    III - promoo;

    IV - ascenso; (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

    V - transferncia (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

    VI - readaptao;

    VII - aposentadoria;

    VIII - posse em outro cargo inacumulvel;

    IX - falecimento.

    Estabilidade x Vitaliciedade

    A Lei n 8.112/90 no estabelece qualquer garantia de vitaliciedade ou inamovibilidade para servidores pblicos. Tais garantias esto previstas constitucionalmente para algumas carreiras, consideradas tpicas de Estado, tal como a magistratura, membros do Ministrio Pblico (promotores de justia, procuradores da Repblica) e para Defensores Pblicos.

    Para os servidores pblicos, ocupantes de cargos

    efetivos, a Lei n 8.112/90, nos moldes preconizados pela Constituio Federal (art. 41), possibilita a estabilidade no servio pblico, aps trs anos de efetivo exerccio.

    Art. 41. So estveis aps trs anos de efetivo

    exerccio os servidores nomeados para cargo de

    provimento efetivo em virtude de concurso pblico

    So requisitos para a estabilidade que o servidor tenha sido aprovado em concurso pblico, nomeao para cargo pblico efetivo, ter trs anos de efetivo exerccio do cargo (conforme entendimento do STF e STJ), bem como ter realizado e ter sido aprovado na avaliao especial de desempenho por comisso instituda para essa finalidade.

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    Direitos e Vantagens

    Conforme estabelece o art. 40 do RJU, vencimento a retribuio pecuniria pelo exerccio de cargo pblico, com valor fixado em lei. E, a remunerao, de acordo com o art. 41, o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecunirias permanentes estabelecidas em lei.

    O servidor pblico alm do vencimento poder perceber

    indenizaes, gratificaes e adicionais, conforme art. 49 que assim estabelece:

    Art. 49. Alm do vencimento, podero ser pagas ao servidor

    as seguintes vantagens:

    I - indenizaes;

    II - gratificaes;

    III - adicionais.

    No entanto, as indenizaes no se incorporam ao

    vencimento ou provento para qualquer efeito, incorporando-se apenas as gratificaes e adicionais, conforme art. 49, 1 e 2 do RJU. Indenizaes a) Ajuda de custo (arts. 53 a 57)

    destina-se a compensar as despesas de instalao do servidor que, no interesse do servio, passar a ter exerccio em nova sede, com mudana de domiclio em carter permanente.

    A Administrao assume, ainda, as despesas de

    transporte do servidor e de sua famlia, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.

    Valor mximo: 3 meses de remunerao. O servidor obrigado a restituir a ajuda de custo

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    quando, injustificadamente, no se apresentar na nova sede no prazo de 30 dias. b) Dirias (arts. 58 e 59)

    A Lei n 8.112/90, conforme art. 58, dispe que o servidor que se afastar, em carter eventual e transitrio, para outro ponto do territrio nacional ou do exterior, a servio far jus a passagens e dirias, nestes termos:

    Art. 58. O servidor que, a servio, afastar-se da sede em

    carter eventual ou transitrio para outro ponto do territrio

    nacional ou para o exterior, far jus a passagens e dirias

    destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinria

    com pousada, alimentao e locomoo urbana, conforme

    dispuser em regulamento. (Redao dada pela Lei n 9.527, de

    10.12.97)

    importante salientar que as dirias sero concedidas, com base em regulamento, por dia de afastamento, sendo devida pela metade no caso de no haver pernoite fora da sede.

    1 A diria ser concedida por dia de afastamento, sendo

    devida pela metade quando o deslocamento no exigir pernoite

    fora da sede, ou quando a Unio custear, por meio diverso, as

    despesas extraordinrias cobertas por dirias.(Redao dada

    pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

    2 Nos casos em que o deslocamento da sede constituir

    exigncia permanente do cargo, o servidor no far jus a

    dirias.

    Assim, quando no houver o afastamento da sede no sero devidas as dirias, ficando o servidor obrigado a devolv-las, no prazo de cinco dias, conforme o art. 59, do RJU, que assim estabelece:

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    Art. 59. O servidor que receber dirias e no se afastar da

    sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restitu-las

    integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

    De igual forma, quando se tratar de regio metropolitana, aglomerados urbanos ou microrregies, ou seja, municpios limtrofes tambm no sero devidas as dirias, conforme o art. 58, 3, que assim dispe:

    3 Tambm no far jus a dirias o servidor que se deslocar

    dentro da mesma regio metropolitana, aglomerao urbana ou

    microrregio, constitudas por municpios limtrofes e

    regularmente institudas, ou em reas de controle integrado

    mantidas com pases limtrofes, cuja jurisdio e competncia

    dos rgos, entidades e servidores brasileiros considera-se

    estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipteses em

    que as dirias pagas sero sempre as fixadas para os

    afastamentos dentro do territrio nacional. (Includo pela Lei

    n 9.527, de 10.12.97)

    c) Indenizao de transporte (art. 60)

    devida ao servidor que realiza servios externos

    utilizando meio de transporte prprio. Gratificaes a) Pelo exerccio de funo de direo, chefia e assessoramento.

    o acrscimo remunerao que ocorre pelo exerccio de cargo comissionado (DAS). b) gratificao natalina

    Corresponde a 1/12 (um doze avos) da remunerao a que o servidor fizer jus no ms de dezembro, por ms de exerccio no respectivo ano, sendo frao igual ou superior a 15 (quinze) dias

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    considerada como ms integral para efeito de clculo (art. 63). Adicionais a) adicional pelo exerccio de atividades insalubres, perigosas ou penosas

    Insalubridade: devido ao servidor que, em razo de

    suas funes, est em constante contato com substncias ou elementos que podem, em longo prazo, provocar deteriorao de sua sade.

    Periculosidade: pago ao servidor que coloca em

    risco sua integridade fsica em razo do exerccio de suas funes. Os adicionais de insalubridade e de periculosidade no

    podem ser recebidos cumulativamente. Penosidade: pago aos servidores em exerccio em

    zonas de fronteira ou em localidades cujas condies de vida (penosas) o justifiquem.

    d) adicional pela prestao de servio extraordinrio

    O servio extraordinrio remunerado com acrscimo de 50% em relao hora normal de trabalho (art. 73). O limite mximo de horas-extras permitido de 2 horas por jornada (art. 74).

    e) adicional noturno (art. 75)

    devido pela prestao de servio no horrio compreendido entre 22 horas de um dia e 5 horas da manh do dia seguinte.

    O adicional compreende o acrscimo de 25% sobre o

    valor da hora paga pelo mesmo servio exercido em horrio diurno, considerando-se hora noturna de 52min e 30s.

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    O adicional de servio noturno calculado cumulativamente com o adicional de servio extraordinrio (se for o caso de o servio noturno ser extraordinrio).

    f) adicional de frias

    Corresponde a 1/3 (um tero) da remunerao do perodo das frias. No caso de o servidor exercer funo de direo, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comisso, a respectiva vantagem ser considerada no clculo do adicional.

    Benefcios da Seguridade Social a) Auxlio-natalidade (art. 196): O auxlio-natalidade devido servidora por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do servio pblico, inclusive no caso de natimorto, e caso de parto mltiplo ser acrescido de 50% por cada nascituro. b) Salrio-famlia: O salrio-famlia devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente econmico, devendo o valor ser estabelecido em lei.

    Frias

    O servidor faz jus a 30 dias de frias anuais, aps completar 12 meses de efetivo exerccio. Podem ser parceladas em at trs etapas, a requerimento do servidor, no entanto, a concesso do parcelamento discricionria.

    Podem ser acumuladas, at o mximo de dois perodos,

    no caso de necessidade do servio. Para o primeiro perodo aquisitivo de frias sero

    exigidos 12 meses de exerccio (art. 77, 1). O pagamento da remunerao das frias ser efetuado

    at 2 dias antes do incio do respectivo perodo (art. 78).

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    As frias somente podero ser interrompidas por

    motivo de calamidade pblica, comoo interna, convocao para jri, servio militar ou eleitoral, ou por necessidade do servio declarada pela autoridade mxima do rgo ou entidade (art. 80).

    Licenas

    a) Licena por Motivo de Doena em Pessoa da Famlia

    Doena do cnjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva s suas expensas e conste do seu assentamento funcional.

    Somente ser concedida se o servidor comprovar

    indispensvel sua assistncia direta e essa no puder ser prestada simultaneamente com o exerccio do cargo ou mediante compensao de horrio.

    vedado ao servidor o exerccio de atividade

    remunerada durante o perodo da licena. O perodo mximo de licena ser de 150 dias, sendo

    que os primeiros trinta dias a licena ser remunerada. Os trinta dias seguintes podero ser de licena remunerada, dependendo essa prorrogao de parecer de junta mdica oficial. O restante (90 dias) no sero remunerados.

    O perodo de licena remunerada contado como

    tempo de servio apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, II).

    b) Licena por Motivo de Afastamento do Cnjuge

    Para acompanhar cnjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do territrio nacional, para o exterior ou para o exerccio de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

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    A licena ser por prazo indeterminado e sem

    remunerao e o perodo de fruio no computado como tempo de servio para qualquer efeito.

    c) Licena para o Servio Militar

    Ao servidor convocado para o servio militar ser concedida licena, na forma e condies previstas na legislao especfica.

    Concludo o servio militar, o servidor ter at 30 dias,

    sem remunerao, para reassumir o exerccio do cargo. O perodo de licena considerado como de efetivo

    exerccio (art. 102, VIII, f).

    d) Licena para Atividade Poltica

    O servidor poder obter licena durante o perodo que mediar entre a sua escolha em conveno partidria, como candidato a cargo eletivo, e a vspera do registro de sua candidatura perante a Justia Eleitoral. Esse perodo no computado como tempo de servio, ser sem remunerao.

    Tambm poder obter a licena a partir do registro da

    candidatura e at o dcimo dia seguinte ao da eleio, com a remunerao do cargo efetivo.

    Nessa hiptese, a remunerao somente ser paga pelo

    perodo de trs meses. Caso o perodo entre o registro da candidatura e o dcimo dia seguinte ao da eleio supere trs meses, o servidor poder permanecer de licena, mas sem direito remunerao. Esse perodo de licena ser computado como tempo de servio apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, III).

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    e) Licena para Capacitao Aps cada cinco anos de efetivo exerccio, no

    acumulveis, o servidor poder, no interesse da Administrao, afastar-se do exerccio do cargo efetivo, com a respectiva remunerao, por at trs meses, para participar de curso de capacitao profissional.

    Trata-se de ato discricionrio, no gerando direito

    adquirido. No devendo ser confundido com a licena prmio, pois esta foi extinta.

    O perodo de licena para capacitao considerado

    como de efetivo exerccio para efeito de contagem do tempo de servio.

    f) Licena para Tratar de Interesses Particulares

    O servidor poder requerer licena para tratar de interesses particulares, sem remunerao, que poder durar at trs anos e pode ser interrompida a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do servio.

    vedada, no entanto, para servidor em estgio

    probatrio. Sendo, ademais, ato discricionrio da Administrao. O perodo de licena, evidentemente, no computado

    como tempo de servio para qualquer efeito. g) Licena para o Desempenho de Mandato Classista

    O servidor poder obter licena para desempenho de mandato em confederao, federao, associao de classe de mbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profisso.

    Ser de forma no remunerada, sendo, no entanto, ato

    vinculado, ou seja, obrigatria a concesso.

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    A licena ter durao igual do mandato, podendo ser

    prorrogada, no caso de reeleio, por uma nica vez. O tempo de fruio da licena computado como de

    efetivo exerccio para todos os efeitos, exceto para efeito de promoo por merecimento (art. 102, VIII, c).

    h) Licena para Tratamento de Sade

    O servidor poder obter licena para tratamento de sua

    prpria sade. Trata-se de licena remunerada. O prazo mximo contnuo de licena para tratamento

    de sade de 24 meses. O perodo de licena computado como tempo de

    efetivo exerccio at o limite de vinte e quatro meses, cumulativos ao longo do tempo de servio pblico prestado Unio, em cargo de provimento efetivo.

    A partir de 24 meses, cumulativos ao longo de todo o

    tempo de servio pblico prestado Unio, em cargo de provimento efetivo, o perodo de licena ser considerado como tempo de servio apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade.

    i) Licena Gestante, Adotante e Licena-Paternidade

    Gestante: 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuzo da remunerao. Podendo ser prorrogado por mais 60 dias.

    O direito licena pode ser exercido pela servidora a

    partir do primeiro dia do nono ms de gestao, salvo antecipao por prescrio mdica. No caso de nascimento prematuro, a licena ter incio a partir do parto.

    Adotante: (a) 90 dias se a criana tiver at 1 ano de

    idade; ou (b) 30 dias se a criana tiver mais de 1 ano de idade, que

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    tambm poder ser prorrogado, conforme o seguinte:

    Art. 1o Fica institudo, no mbito da Administrao Pblica

    federal direta, autrquica e fundacional, o Programa de

    Prorrogao da Licena Gestante e Adotante.

    Art. 2o Sero beneficiadas pelo Programa de Prorrogao da

    Licena Gestante e Adotante as servidoras pblicas

    federais lotadas ou em exerccio nos rgos e entidades

    integrantes da Administrao Pblica federal direta,

    autrquica e fundacional.

    1o A prorrogao ser garantida servidora pblica que

    requeira o benefcio at o final do primeiro ms aps o parto

    e ter durao de sessenta dias.

    2o A prorrogao a que se refere o 1o iniciar-se- no dia

    subseqente ao trmino da vigncia da licena prevista no

    art. 207 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ou do

    benefcio de que trata o art. 71 da Lei no 8.213, de 24 de

    julho de 1991.

    3o O benefcio a que fazem jus as servidoras pblicas

    mencionadas no caput ser igualmente garantido a quem

    adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoo de

    criana, na seguinte proporo:

    I - para as servidoras pblicas em gozo do benefcio de que

    trata o art. 71-A da Lei n 8.213, de 1991:

    a) sessenta dias, no caso de criana de at um ano de idade;

    b) trinta dias, no caso de criana de mais de um e menos de

    quatro anos de idade; e

    c) quinze dias, no caso de criana de quatro a oito anos de

    idade.

    II - para as servidoras pblicas em gozo do benefcio de que

    trata o art. 210 da Lei n 8.112, de 1990:

    a) quarenta e cinco dias, no caso de criana de at um ano

    de idade; e

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    b) quinze dias, no caso de criana com mais de um ano de

    idade.

    4o Para os fins do disposto no 3o, inciso II, alnea b,

    considera-se criana a pessoa de at doze anos de idade

    incompletos, nos termos do art. 2o da Lei no 8.069, de 13 de

    julho de 1990.

    Paternidade: Pelo nascimento ou adoo de filhos, o

    servidor ter direito licena-paternidade, remunerada, de 5 dias consecutivos.

    Os perodos de gozo das licenas descritas nesse tpico

    consideram-se como de efetivo exerccio para efeito de contagem do tempo de servio (art. 102, VIII, a).

    j) Licena por Acidente em Servio

    Se do acidente em servio resultar invalidez permanente do servidor, ser ele aposentado com proventos integrais, no importa quanto tempo tenha de servio.

    Se, ao trmino de 24 meses, o servidor for considerado

    inapto para o servio, ser aposentado por invalidez permanente com proventos integrais.

    A prova do acidente deve ser feita no prazo de 10 dias,

    prorrogvel quando as circunstncias o exigirem. Afastamentos e concesses

    Afastamentos: (1) Afastamento para Servir a Outro

    rgo ou Entidade (art. 93); (2) Afastamento para Exerccio de Mandato Eletivo (art. 94); Afastamento para Estudo ou Misso no Exterior (art. 95)

    Concesses:

    Conforme o art. 97 da Lei n 8.112/90, sem qualquer

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    prejuzo, poder o servidor ausentar-se do servio, por 1 (um) dia, para doao de sangue; por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor; por 8 (oito) dias consecutivos em razo de:

    a) casamento;

    b) falecimento do cnjuge, companheiro, pais, madrasta ou

    padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e

    irmos.

    Deveres e Responsabilidades do Servidor

    Os deveres esto previstos no art. 116 do RJU, que estabelece o seguinte:

    Art. 116. So deveres do servidor:

    I - exercer com zelo e dedicao as atribuies do cargo;

    II - ser leal s instituies a que servir;

    III - observar as normas legais e regulamentares;

    IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando

    manifestamente ilegais;

    V - atender com presteza:

    a) ao pblico em geral, prestando as informaes requeridas,

    ressalvadas as protegidas por sigilo;

    b) expedio de certides requeridas para defesa de direito

    ou esclarecimento de situaes de interesse pessoal;

    c) s requisies para a defesa da Fazenda Pblica.

    VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as

    irregularidades de que tiver cincia em razo do cargo;

    VII - zelar pela economia do material e a conservao do

    patrimnio pblico;

    VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartio;

    IX - manter conduta compatvel com a moralidade

    administrativa;

    X - ser assduo e pontual ao servio;

    XI - tratar com urbanidade as pessoas;

    XII - representar contra ilegalidade, omisso ou abuso

    de poder.

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    Pargrafo nico. A representao de que trata o inciso

    XII ser encaminhada pela via hierrquica e apreciada

    pela autoridade superior quela contra a qual

    formulada, assegurando-se ao representando ampla

    defesa.

    Proibies

    Alm dos deveres, a Lei n 8.112/90 estabelece um rol de proibies, que conforme art. 117, so os seguintes:

    I - ausentar-se do servio durante o expediente, sem prvia

    autorizao do chefe imediato;

    II - retirar, sem prvia anuncia da autoridade competente,

    qualquer documento ou objeto da repartio;

    III - recusar f a documentos pblicos;

    IV - opor resistncia injustificada ao andamento de

    documento e processo ou execuo de servio;

    V - promover manifestao de apreo ou desapreo no

    recinto da repartio;

    VI - cometer a pessoa estranha repartio, fora dos casos

    previstos em lei, o desempenho de atribuio que seja de

    sua responsabilidade ou de seu subordinado;

    VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se

    a associao profissional ou sindical, ou a partido poltico;

    VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou funo

    de confiana, cnjuge, companheiro ou parente at o

    segundo grau civil;

    IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de

    outrem, em detrimento da dignidade da funo pblica;

    X - participar de gerncia ou administrao de sociedade

    privada, personificada ou no personificada, exercer o

    comrcio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou

    comanditrio; (Redao dada pela Lei n 11.784, de 2008

    XI - atuar, como procurador ou intermedirio, junto a

    reparties pblicas, salvo quando se tratar de benefcios

    previdencirios ou assistenciais de parentes at o segundo

    grau, e de cnjuge ou companheiro;

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    XII - receber propina, comisso, presente ou vantagem de

    qualquer espcie, em razo de suas atribuies;

    XIII - aceitar comisso, emprego ou penso de estado

    estrangeiro;

    XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;

    XV - proceder de forma desidiosa;

    XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartio em

    servios ou atividades particulares;

    XVII - cometer a outro servidor atribuies estranhas ao

    cargo que ocupa, exceto em situaes de emergncia e

    transitrias;

    XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatveis

    com o exerccio do cargo ou funo e com o horrio de

    trabalho;

    XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando

    solicitado. (Includo pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

    Pargrafo nico. A vedao de que trata o inciso X do caput

    deste artigo no se aplica nos seguintes casos: (Includo pela

    Lei n 11.784, de 2008

    I - participao nos conselhos de administrao e fiscal de

    empresas ou entidades em que a Unio detenha, direta ou

    indiretamente, participao no capital social ou em sociedade

    cooperativa constituda para prestar servios a seus

    membros; e (Includo pela Lei n 11.784, de 2008

    II - gozo de licena para o trato de interesses particulares,

    na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislao sobre

    conflito de interesses. (Includo pela Lei n 11.784, de 2008

    Penalidades

    Ao servidor pblico poder ser aplicada as seguintes penalidades:

    Advertncia;

    Suspenso;

    Demisso;

    Cassao de aposentadoria ou disponibilidade;

    Destituio de cargo em comisso;

    Destituio de funo comissionada.

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    A demisso ser aplicada no caso de faltas graves, ou

    seja, de acordo com o art. 132 da Lei n 8.112/90, nos casos de:

    Crime contra a administrao pblica, ficando o servidor

    impedido de retornar ao servio pblico federal,

    Abandono de cargo, definido como a ausncia intencional do

    servidor ao servio por mais de trinta dias consecutivos,

    inassiduidade habitual, definida como a falta ao servio, sem

    causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante

    o perodo de doze meses;

    Improbidade administrativa, ficando o servidor impedido de

    retornar ao servio pblico federal;

    Incontinncia pblica e conduta escandalosa, na repartio;

    Insubordinao grave em servio;

    Ofensa fsica, em servio, a servidor ou a particular, salvo em

    legtima defesa prpria ou de outrem;

    Aplicao irregular de dinheiros pblicos, ficando o servidor

    impedido de retornar ao servio pblico federal;

    Revelao de segredo do qual se apropriou em razo do cargo;

    Leso aos cofres pblicos e dilapidao do patrimnio nacional,

    ficando o servidor impedido de retornar ao servio

    pblico federal;

    Corrupo, ficando o servidor impedido de retornar ao

    servio pblico federal;

    Acumulao ilegal de cargos, empregos ou funes pblicas, se

    comprovada m-f do servidor. A opo do servidor por um dos

    cargos at o ltimo dia de prazo para defesa, no processo

    administrativo disciplinar sumrio instaurado para apurao

    dessa irregularidade, configurar sua boa-f e o servidor ser

    simplesmente exonerado do outro cargo;

    Transgresso das proibies enumeradas anteriormente (incisos

    IX ao XVI do art. 117).

    Prescrio

    A prescrio da ao disciplinar ocorre, a partir da data

    em que o fato se tornou conhecido, em:

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    a) 5 (cinco) anos, quanto s infraes punveis com

    demisso, cassao de aposentadoria ou

    disponibilidade e destituio de cargo em comisso;

    b) 2 (dois) anos, quanto suspenso;

    c) 180 (cento e oitenta) dias, quanto advertncia.

    Os prazos de prescrio previstos na lei penal aplicam-

    se s infraes disciplinares capituladas tambm como crime. A abertura de sindicncia ou a instaurao de processo

    disciplinar interrompe a prescrio, at a deciso final proferida por autoridade competente.

    Responsabilidades

    Conforme dispe o art. 121 do RJU, o servidor

    responde civil, penal e administrativamente pelo exerccio irregular de suas atribuies.

    Com efeito, a responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuzo ao errio ou a terceiros.

    A obrigao de reparar o dano estende-se aos

    sucessores e contra eles ser executada, at o limite do valor da herana recebida.

    A responsabilidade penal abrange os crimes e

    contravenes imputadas ao servidor, nessa qualidade. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato

    omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou funo. Vige a independncia de instncias, ou seja, as sanes

    civis, penais e administrativas podero cumular-se, sendo independentes entre si. Todavia, a responsabilidade administrativa do servidor ser afastada no caso de absolvio criminal que negue a

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    existncia do fato ou sua autoria.

    Da sindicncia e do Processo Administrativo Disciplinar A autoridade que tiver cincia de qualquer

    irregularidade estar obrigada a promover a imediata apurao mediante sindicncia, quando se tratar de ilcitos menos grave, ou por meio de processo administrativo disciplinar, ante a gravidade dos fatos, sob pena de condescendncia criminosa.

    Cabe ressaltar que h duas espcies de sindicncia, a

    sindicncia investigatria que aquela utilizada para simples apurao dos fatos (materialidade e autoria) e a sindicncia punitiva, sendo aquela utilizada para punies de menor expresso (advertncia e suspenso at 30 dias).

    Essa a dico do artigo 145 da Lei n 8.112/90 ao

    estabelecer que da sindicncia poder resultar em:

    a) arquivamento do processo;

    b) aplicao de penalidade de advertncia ou suspenso de

    at 30 (trinta) dias;

    c) instaurao de processo disciplinar.

    Significa dizer que no constatada qualquer

    irregularidade (atipicidade da conduta ausncia de materialidade), bem como no sendo apurada a autoria, a sindicncia dever ser arquivada.

    De outro lado, se j se souber da autoria e da

    materialidade do fato, determina-se a abertura de sindicncia punitiva, desde que a penalidade seja a advertncia ou suspenso.

    Por fim, tendo em vista a gravidade dos fatos ou a

    punio em tese a ser aplicada, poder resultar na abertura de processo administrativo disciplinar.

    Observe que o processo administrativo disciplinar ser

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    obrigatrio, nos termos do art. 146 do RJU, sempre que o ilcito praticado pelo servidor ensejar a imposio de penalidade de suspenso por mais de 30 (trinta) dias, de demisso, cassao de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituio de cargo em comisso.

    V-se, portanto, que no seria a sindicncia uma fase

    do processo administrativo, ela poderia ensejar sua abertura, tendo como prazo para concluso 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual perodo, conforme dispe o art. 145, pargrafo nico, do RJU:

    Art. 145.

    Pargrafo nico. O prazo para concluso da sindicncia no

    exceder 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual

    perodo, a critrio da autoridade superior.

    O processo administrativo, por outro lado, como

    asseverado, instrumento utilizado para eventual sano por faltas mais graves. Nesse sentido, esclarece o artigo 151 do RJU que o processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:

    I instaurao II - inqurito administrativo III - julgamento.

    Nesse sentido, teremos as fases de instaurao,

    mediante publicao do ato que constituir a comisso, inqurito administrativo, que compreende instruo, defesa e relatrio, e, por fim, a fase de julgamento.

    A instaurao por ser promovida de ofcio pela

    Administrao ou por fora de denncia, que dever ser formulada por escrito, devendo conter a identificao e o endereo do denunciante, devendo ser confirmada a autenticidade.

    Se o fato descrito na denncia no configurar evidente infrao disciplinar ou ilcito penal, a denncia ser arquivada, por

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    falta de objeto. Instaurao d-se pela publicao da portaria de

    designao da comisso encarregada de proceder aos trabalhos de investigao e apresentar um relatrio final conclusivo sobre a procedncia ou no das acusaes levantadas.

    A comisso disciplinar ser composta de trs servidores

    estveis designados pela autoridade competente, que ter o prazo de 60 dias, contados da data de publicao do ato que constituir a comisso, admitida a sua prorrogao por igual prazo, a critrio da autoridade instauradora, quando as circunstncias o exigirem, para concluir os trabalhos.

    No inqurito se proceder tomada de depoimentos,

    acareaes, investigaes e diligncias cabveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessrio, a tcnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidao dos fatos.

    Nessa fase, assegurado ao servidor acusado o direito

    de acompanhar o processo pessoalmente ou por intermdio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.

    Ser promovida a oitiva das testemunhas, que sero

    intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da comisso, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos.

    As testemunhas sero inquiridas separadamente e

    prestaro depoimento oralmente e reduzido a termo, no sendo lcito testemunha traz-lo por escrito.

    Assim, concluda a inquirio das testemunhas, a

    comisso promover o interrogatrio do acusado. Aps tudo isso, e tipificada a infrao disciplinar, ser

    formulada a indiciao do servidor, com a especificao dos fatos a

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    ele imputados e das respectivas provas, para ento ser citado por mandado expedido pelo presidente da comisso para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartio.

    importante destacar que se houver mais de um

    indiciado o prazo ser comum, de 20 (vinte) dias, contado da data de cincia do ltimo citado. No caso de citao feita por edital, o prazo para a defesa ser de 15 (quinze) dias, contados da data da ltima publicao do edital.

    O prazo para defesa poder ser prorrogado pelo dobro,

    pelo presidente da comisso, caso sejam indispensveis diligncias para a realizao do ato.

    Pode ocorrer, no entanto, do indiciado no apresentar

    defesa, o que se denomina revelia. Todavia, no surge nenhuma presuno legal contra o servidor, ou seja, no equivale confisso (verdade material).

    Assim, conforme art. 164, 2 da Lei n 8.112/90, o

    indiciado que citada no promover sua defesa ser considerado revel e, diante disso, ser nomeado defensor dativo, que dever ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nvel, ou ter nvel de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

    Nesse sentido, O Superior Tribunal de Justia havia

    editado a smula 343 que determinava a presena de advogado nos processos administrativos disciplinares em que o ru fosse revel, considerando trata-se de curadoria de revel.

    Por isso, tal incumbncia recairia sobre os Defensores

    Pblicos que, nos termos da Lei Complementar n 80/94, tm a incumbncia de realizar a curadoria especial nos termos da lei, tal como a de revel em processo disciplinar, segundo entendimento do STJ. No entanto, a smula do STJ foi cancelada.

    que o Supremo Tribunal Federal em posio contrria

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    ao do STJ entendeu que no necessria a presena de advogado para patrocinar a defesa de servidor em processo administrativo, consoante Smula Vinculante n 05:

    Smula Vinculante n 5 - A falta de defesa tcnica por

    advogado no processo administrativo disciplinar no

    ofende a Constituio.

    Bem, aps apresentada a defesa, a Comisso ir

    elaborar o relatrio, que o ltimo ato da Comisso. Este dever sempre ser conclusivo, pela absolvio ou pela punio.

    Caso o relatrio conclua pela responsabilidade do

    servidor, devero ser indicados os dispositivos legais ou regulamentares transgredidos, bem como as circunstncias agravantes ou atenuantes.

    Concludo o relatrio, o processo remetido para a

    autoridade competente realizar o julgamento, fase final do processo administrativo disciplinar, sendo a autoridade competente definida conforme a sano a ser aplicada.

    Assim, nas hipteses de demisso e cassao de

    aposentadoria ou disponibilidade, a penalidade, conforme o Poder, rgo, ou entidade a que se vincula ou servidor, dever ser aplicada pelo Presidente da Repblica, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo, dos Tribunais e pelo Procurador-Geral da Repblica e os respectivos congneres em cada esfera.

    Na hiptese de suspenso superior a 30 dias, a

    penalidade dever ser aplicada pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior s descritas acima.

    Por fim, no caso de penalidades de advertncia e

    suspenso de at 30 dias so aplicadas pelo chefe da repartio e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos.

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    A destituio de cargo em comisso ser aplicada pela autoridade que houver feito a nomeao.

    A autoridade ter prazo de 20 (vinte) dias, contados do

    recebimento do processo, para julgamento. Todavia, o descumprimento no acarreta nulidade. A sua no observncia acarreta somente a volta do curso do prazo prescricional.

    de se observar que o relatrio dever ser acatado,

    salvo se sua concluso for contrria prova dos autos. Neste caso, a autoridade julgadora, motivadamente, poder agravar ou abrandar a penalidade proposta ou isentar o servidor de penalidade, devidamente motivado.

    Da reviso

    A reviso do processo disciplinar instrumento

    destinado a realizar uma reapreciao do julgado. Nesse sentido, estabelece o art. 174 do RJU que o

    processo disciplinar poder ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofcio, quando se aduzirem fatos novos ou circunstncias suscetveis de justificar a inocncia do punido ou a inadequao da penalidade aplicada.

    V-se, portanto, que a reviso poder ser proposta a

    qualquer momento, inclusive, poder ser realizado de ofcio. Todavia, em caso de falecimento, ausncia ou

    desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da famlia poder requerer a reviso do processo.

    preciso enfatizar que o nus da prova cabe ao

    requerente no pedido de reviso e desse pedido no poder resultar agravamento de penalidade.

    Dito isso, vamos s questes.

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    QUESTES COMENTADAS

    1. (AFCE TCU CESPE/2011) Em sentido estrito, todas as pessoas que servem ao poder pblico, de forma transitria ou definitiva, remuneradas ou no, so consideradas servidores pblicos.

    Comentrio:

    Em sentido amplo, servidor pblico ou agente pblico todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunerao, por eleio, nomeao, designao, contratao ou qualquer outra forma de investidura ou vnculo, mandato, cargo, emprego ou funo nas entidades integrantes da Administrao Pblica ou que prestem servios pblicos.

    Contudo, em sentido estrito, servidor pblico o

    ocupante de cargo pblico efetivo ou comissionado. Gabarito: Errado.

    2. (TECNICO JUDICIRIO TRE/GO CESPE/2008) As pessoas que, nos termos da CF, so contratadas para atender a necessidade temporria de excepcional interesse pblico, por se constiturem em categoria especial de agentes pblicos, no podem ser consideradas servidores pblicos em sentido amplo.

    Comentrio:

    De fato, conforme observado, os servidores ou agentes temporrios so considerados agentes administrativos, ou seja, servidores pblicos em sentido amplo (lato sensu). Gabarito: Errado.

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    3. (ANALISTA TCNICO ADMINISTRATIVO MS CESPE/2010) As empresas pblicas e as sociedades de economia mista so entidades integrantes da administrao indireta, portanto, aos seus funcionrios aplica-se o regime jurdico dos servidores pblicos civis da Unio, das autarquias e das fundaes pblicas federais.

    Comentrio:

    A CF/88, em seu artigo 39, estabeleceu a obrigatoriedade da Administrao Pblica Direta, autrquica e fundacional de adotar regime jurdico nico para seus servidores, conforme assim expresso:

    Art. 39. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os

    Municpios instituiro, no mbito de sua

    competncia, regime jurdico nico e planos de

    carreira para os servidores da administrao pblica

    direta, das autarquias e das fundaes pblicas.

    Diante disso, como observado, no mbito federal, foi

    editada a Lei n 8.112/90, que criou o regime jurdico dos servidores pblicos civis da Unio, das autarquias e das fundaes pblicas federais, o denominado Regime Jurdico nico (RJU), que, consoante dispe o art. 1:

    Art. 1 Esta Lei institui o Regime Jurdico dos

    Servidores Pblicos Civis da Unio, das autarquias,

    inclusive as em regime especial, e das fundaes

    pblicas federais.

    Portanto, tal regime no se aplica s empresas pblicas e as sociedades de economia mista na medida em que o regime de seus empregados o contratual (celetista).

    Gabarito: Errado.

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    4. (ANALISTA ECT CESPE/2011) Os ocupantes de cargo pblico ou de emprego pblico tm vnculo estatutrio e institucional regido por estatuto funcional prprio, que, no caso da Unio, a Lei n. 8.112/1990.

    Comentrio:

    Apenas os ocupantes de cargo pblico que tm vnculo estatutrio e institucional regido por estatuto funcional prprio, que, no caso da Unio, a Lei n. 8.112/1990.

    Gabarito: Errado.

    5. (TCNICO ADMINISTRATIVO ANTAQ CESPE/2009) Os servidores civis das fundaes pblicas federais so regidos pelo regime jurdico nico.

    Comentrio:

    Poderemos ter nas fundaes pblicas pessoal regido por regime estatutrio (fundaes de direito pblico) quanto pelo regime celetista (fundaes pblicas de direito privado).

    Por isso, a questo no teria resposta na medida em as

    fundaes pblicas podero ter ou no servidores, conforme seu regime jurdico de criao.

    Lembre-se, ademais, que mesmo as fundaes pblicas

    (autarquias) havia a possibilidade de contratar sob o regime celetista com o advento da EC 19/98, que vigorou at a medida cautelar na ADI 2135.

    Dessa forma, os servidores que ingressaram a partir do

    julgamento da ADI(MC) 2135, sabemos, com certeza, que se submetem ao regime jurdico nico. Todavia, aqueles que ingressaram entre a EC 19/98 e a ADI podem ser celetistas ou estatutrios, de modo que a questo teria dupla resposta, por isso foi

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    anulada. Gabarito: ** Anulada

    6. (TECNICO JUDICIRIO STJ CESPE/2008) Acerca da Lei n 8.112/90. A referida lei estabeleceu, para algumas carreiras especficas, denominadas carreiras de Estado, o direito vitaliciedade e inamovibilidade.

    Comentrio:

    A Constituio Federal estabeleceu para algumas carreiras que exeram funo de Estado, ou seja, que exera parcela do poder estatal as garantias de inamovibilidade e vitaliciedade.

    Dentre tais carreiras esto magistratura (juzes) e

    membros do Ministrio Pblico (promotores, procuradores da repblica) que gozam da vitaliciedade e da inamovibilidade (art. 95, inc. I e II c/c art. 128, inc. I, a e b, ambos da CF/88).

    Tambm aos Defensores Pblicos foi conferida a

    garantia da inamovibilidade, conforme estabelece o art. 134, 1, CF/88.

    Portanto, no foi o regime jurdico dos servidores civis

    da Unio (Lei n 8.112/90) que estabeleceu referidas prerrogativas, devendo ser observado, inclusive, que referido regime somente se aplica supletivamente a tais carreiras. Gabarito: Errado.

    7. (TECNICO JUDICIRIO TRE/GO CESPE/2008) As funes de confiana podem ser exercidas tanto por servidores efetivos quanto por aqueles que, mesmo no detendo vnculo permanente com a administrao, trabalham no servio pblico e percebem vantagem pecuniria extra,

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    paga em virtude do tipo especial de atribuio que desempenham.

    Comentrio:

    As funes de confiana somente podem ser exercidas por servidores de carreira, ou seja, servidores pblicos ocupantes de cargo efetivo, consoante estabelece o art. 37, inc. V, da CF/88, assim expresso:

    V - as funes de confiana, exercidas exclusivamente por

    servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em

    comisso, a serem preenchidos por servidores de carreira

    nos casos, condies e percentuais mnimos previstos em lei,

    destinam-se apenas s atribuies de direo, chefia e

    assessoramento

    Gabarito: Errado.

    8. (TECNICO JUDICIRIO TRE/GO CESPE/2008) Cargo pblico o lugar dentro da organizao funcional da administrao direta, de suas autarquias, empresas pblicas, sociedades de economia mista e fundaes pblicas que, ocupado por servidor pblico, tem funes e remunerao fixadas em lei ou diploma a ela equivalente.

    Comentrio:

    Nos termos do art. 3 da Lei n 8.112/90, cargo pblico o conjunto de atribuies e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

    De outro lado, conforme a prpria Lei n 8.112/90, art.

    2, estabelece, servidor pessoa legalmente investida em cargo pblico.

    Assim, somente haver cargos pblicos no mbito da

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    Administrao direta, autrquica e fundacional (fundaes pblicas de direito pblico). Nas demais entidades administrativas, ou seja, nas fundaes pblicas de direito privado e nas estatais no teremos cargos pblicos, teremos empregados pblicos. Gabarito: Errado.

    9. (TECNICO JUDICIRIO TRE/GO CESPE/2008) Os ocupantes de empregos pblicos so designados empregados pblicos, contratados sob o regime da legislao trabalhista, ainda que submetidos a todas as normas constitucionais referentes a requisitos para investidura, acumulao de cargos e vencimentos.

    Comentrio:

    De fato, os empregados pblicos so os ocupantes de empregos pblicos, na medida em que so contratados sob o regime da legislao trabalhista, ainda que submetidos a todas as normas constitucionais referentes a requisitos para investidura, acumulao de cargos e vencimentos.

    Assim, em que pese o empregado estar submetido a

    uma relao contratual, h requisitos estabelecidos constitucionalmente aplicveis a cargos, empregos ou funes, tal como acumulao, acessibilidade e investidura e vencimentos. Gabarito: Certo.

    10. (ANALISTA TCNICO ADMINISTRATIVO MS CESPE/2010) O ocupante de cargo em comisso ou funo de confiana submete-se ao regime de integral dedicao ao servio e pode ser convocado sempre que houver interesse da administrao

    Comentrio:

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    O servidor ocupante de cargo em comisso ou funo

    de confiana submete-se a regime de integral dedicao ao servio, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administrao, conforme estabelece a Lei n 8.112/90, em seu artigo 19, 1, in verbis:

    Art. 19. Os servidores cumpriro jornada de trabalho fixada

    em razo das atribuies pertinentes aos respectivos cargos,

    respeitada a durao mxima do trabalho semanal de

    quarenta horas e observados os limites mnimo e mximo de

    seis horas e oito horas dirias, respectivamente. (Redao

    dada pela Lei n 8.270, de 17.12.91)

    1 O ocupante de cargo em comisso ou funo de

    confiana submete-se a regime de integral dedicao

    ao servio, observado o disposto no art. 120, podendo ser

    convocado sempre que houver interesse da Administrao.

    (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

    Percebam que h uma diferena entre dedicao

    integral e dedicao exclusiva. Regime de dedicao integral quer dizer dedicao

    plena ao servio, exigindo-se dedicao por inteiro ao cargo, ou seja, o servidor fica disposio da Administrao. No entanto, possvel que acumule o cargo efetivo e o comissionado, conforme estabelece o art. 120 do RJU, quando houver compatibilidade de horrio e local e declarado pelas autoridades mximas dos rgos ou entidades envolvidas.

    De outro lado, dedicao exclusiva diz respeito

    vedao de exerccio de quaisquer outras atividades, pblicas ou privadas, independentemente se dentro ou fora do horrio de trabalho. Gabarito: Certo.

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    11. (TCNICO ADMINISTRATIVO MPU CESPE/2010) Os servidores temporrios, ao serem contratados por tempo determinado para atender necessidade temporria de excepcional interesse pblico, exercem funo pblica e, portanto, passam a estar vinculados a emprego pblico.

    Comentrio:

    Como ressaltado, os servidores temporrios so agentes contratados de forma temporria, por excepcional interesse pblico, para exercer funo por tempo determinado, conforme art. 37, inc. IX, CF/88, mantendo vnculo contratual, por prazo determinado, com a Administrao Pblica.

    Todavia, tais agentes no ocupam emprego pblico.

    Trata-se do exerccio de uma funo pblica. Gabarito: Errado.

    12. (TODOS OS CARGOS SUPERIOR ANEEL CESPE/2010) No que se refere aos vocbulos cargo, emprego e funo pblica, correto afirmar que o servidor contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporria de excepcional interesse pblico exerce funo pblica.

    Comentrio:

    De fato, o servidor temporrio, muito embora mantenha vnculo contratual com a Administrao, exerce funo pblica por prazo determinado. Gabarito: Certo.

    13. (TECNICO JUDICIRIO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) Das vagas de qualquer concurso pblico, 20%

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    delas devem sempre ser asseguradas aos portadores de necessidades especiais.

    Comentrio:

    A Constituio Federal estabeleceu a necessidade de reserva de vagas aos portadores de necessidades especiais, tendo, neste aspecto, remetido Lei para fixar o percentual a ser observado nos certames.

    Desse modo, a Lei n 8.112/90, em seu artigo 5, 3,

    em cumprimento ao mandamento constitucional, estabelece que AT 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos pblicos ser reservada aos portadores de necessidades especiais.

    Deve-se atentar para o fato de que se ocorrer frao,

    na fixao do percentual, dever ser arredondado o nmero de vagas para o prximo inteiro.

    Por exemplo, um concurso estabelece 19 vagas e 10%

    destinadas aos portadores de necessidades especiais, assim, teramos 1,9 (um inteiro e nove dcimos), ou seja, apenas uma vaga? No, teramos duas vagas destinadas a PNE, eis que se arredonda sempre para o prximo nmero inteiro.

    Ademais, vale lembrar que no plano federal, o Decreto

    3.298/99, em seu artigo 37, estabeleceu que sero destinados no mnimo 5% (cinco por cento) das vagas para os candidatos portadores de necessidades especais, conforme o seguinte:

    Art. 37. Fica assegurado pessoa portadora de deficincia o

    direito de se inscrever em concurso pblico, em igualdade de

    condies com os demais candidatos, para provimento de

    cargo cujas atribuies sejam compatveis com a deficincia

    de que portador.

    1 O candidato portador de deficincia, em razo da

    necessria igualdade de condies, concorrer a todas

    as vagas, sendo reservado no mnimo o percentual de

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    cinco por cento em face da classificao obtida.

    2 Caso a aplicao do percentual de que trata o pargrafo

    anterior resulte em nmero fracionado, este dever ser

    elevado at o primeiro nmero inteiro subseqente.

    Assim, a questo errada, porque no sero sempre

    20%, ou seja, ser AT 20%, podendo ser no mnimo 5% e no mximo 20%. Gabarito: Errado.

    14. (TCNICO ADMINISTRATIVO SEPLAG/IBRAM CESPE/2009) Pessoas portadoras de deficincia fsica no podem concorrer a cargo pblico.

    Comentrio:

    Conforme se verifica, a Constituio estabeleceu que s pessoas portadoras de necessidades especiais (PNEs) seriam assegurados limites de vagas, nos termos da Lei. Assim, a Lei n 8.112/90 assegurou at 20% das vagas, tendo sido regulamentada pelo Decreto 3.298/99, qual estabelece:

    Art. 37. Fica assegurado pessoa portadora de deficincia o

    direito de se inscrever em concurso pblico, em igualdade de

    condies com os demais candidatos, para provimento de

    cargo cujas atribuies sejam compatveis com a deficincia

    de que portador.

    1 O candidato portador de deficincia, em razo da

    necessria igualdade de condies, concorrer a todas

    as vagas, sendo reservado no mnimo o percentual de

    cinco por cento em face da classificao obtida.

    2 Caso a aplicao do percentual de que trata o pargrafo

    anterior resulte em nmero fracionado, este dever ser

    elevado at o primeiro nmero inteiro subseqente.

    Gabarito: Errado.

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    15. (TCNICO ADMINISTRATIVO MPU CESPE/2010) As pessoas com qualquer tipo de deficincia fsica tm garantido o direito de se inscrever em concurso pblico para provimento de cargo cujas atribuies sejam compatveis com a deficincia de que so portadoras, alm da reserva de, pelo menos, 25% das vagas oferecidas no concurso.

    Comentrio:

    Observem que o percentual NO de pelo menos 25% das vagas oferecidas no concurso, conforme art. 5, 3, Lei n 8.112/90 de AT 20% (vinte por cento) das vagas. Gabarito: Errado.

    16. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRT 1 REGIO CESPE/2008) Os cargos pblicos so acessveis apenas aos brasileiros natos ou naturalizados.

    Comentrio:

    Os cargos pblicos so acessveis aos brasileiros, natos ou naturalizados, e aos estrangeiros na forma da lei.

    Com efeito, a Lei n 8.112/90, em seu art. 5, 3, por

    exemplo, permite que as Universidades e Instituies de pesquisa cientfica e tecnolgicas federais preencham seus cargos com professores, tcnicos e cientistas estrangeiros.

    3 As universidades e instituies de pesquisa cientfica e

    tecnolgica federais podero prover seus cargos com

    professores, tcnicos e cientistas estrangeiros, de acordo

    com as normas e os procedimentos desta Lei. (Includo pela

    Lei n 9.515, de 20.11.97)

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    Gabarito: Errado.

    17. (TCNICO ADMINISTRATIVO SEPLAG/IBRAM CESPE/2009) Ter a nacionalidade brasileira no um dos requisitos bsicos para a investidura em cargo pblico.

    Comentrio:

    Como vimos, os cargos so acessveis aos brasileiros. Porm, tambm podero ser acessveis aos estrangeiros nos termos da lei, conforme disposto no art. 37, inc. I, da CF/88 que assim prev:

    I - os cargos, empregos e funes pblicas so acessveis aos

    brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,

    assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redao

    dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    Gabarito: Errado.

    18. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MT CESPE/2010) Constitui requisito bsico para a investidura em cargo pblico a nacionalidade brasileira, no se admitindo, portanto, o provimento de cargos com cidados estrangeiros, independentemente da instituio.

    Comentrio:

    de se observar que os cargos pblicos so acessveis aos brasileiros, natos ou naturalizados, e aos estrangeiros na forma da lei, conforme estabelece a Constituio Federal em seu art. 37, inc. I, que assim determina:

    I - os cargos, empregos e funes pblicas so acessveis aos

    brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,

    assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redao

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    dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    Nesse sentido, a Lei n 8.112/90 permite que as

    Universidades e Instituies de pesquisa cientfica e tecnolgicas federais preencham seus cargos com professores, tcnicos e cientistas estrangeiros, conforme art. 5, 3, assim expresso:

    3 As universidades e instituies de pesquisa cientfica e

    tecnolgica federais podero prover seus cargos com

    professores, tcnicos e cientistas estrangeiros, de acordo

    com as normas e os procedimentos desta Lei. (Includo pela

    Lei n 9.515, de 20.11.97)

    Gabarito: Errado.

    19. (ANALISTA TCNICO ADMINISTRATIVO MS CESPE/2010) Observadas as garantias constitucionais, a elaborao de novos planos de carreira e a inovao no regime jurdico dos agentes administrativos esto sujeitas valorao de convenincia e oportunidade da administrao pblica, no possuindo o servidor a ela estatutariamente vinculado qualquer sorte de direito adquirido a enquadramento diverso daquele determinado legalmente, segundo os critrios discricionariamente normatizados.

    Comentrio:

    De fato, a elaborao de novas planos de carreira, modificando-se o regime jurdico dos agentes, se insere no mbito das atividades discricionrios, de modo que no h direito adquirido do agente manuteno do regime antigo, conforme entendimento firmado