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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA GABINETE DE GESTÃO INTEGRADA REGIONAL - JUINA Cuiabá MT 2008

REGIONAL - JUINA - Mato Grosso

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

GABINETE DE GESTÃO INTEGRADA

REGIONAL - JUINA

Cuiabá –MT

2008

Trabalho de levantamento geopolítico,

socioeconômico e cultural da microregião de

Juina-MT, visando subsidiar o Secretário de

Segurança Pública Diógenes Gomes Curado

Filho e Dirigentes das instituições,

desconcentradas pela criação do Gabinete de

Gestão Integrada Regional, que terá

finalidade de discutir em nível colegiado os

problemas afetivos a criminalidade regional.

Equipe de Trabalho:

Vagner Jorge Santino da Silva – Maj BM

Julio Martins de Carvalho – Cap PM

Arian Carlos Assis – Sd PM

Rosangela Aparecida Carneiro Schutze – Ass. Técnica

Jaqueline Aguiar Monteiro – Estagiária

Renata Pegoraro Lobo - Estagiária

“Não repreendas o escarnecedor para que

ele não te odeie, repreendas o sábio e ele te amará”.

(Provérbios)

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

GABINETE DE GESTÃO INTEGRADA

CRIAÇÃO DO GABINETE DE GESTÃO INTEGRADA – REGIONAL JUINA

1. Justificativa

A integração das intituições que operam na linha de justiça criminal é um

processo que está em vias de construção. Diante da cultura capilarizada nas

corporações e o natural receio de perder espaço prestígio ou poder, transforma

os encaminhamentos da redução e controle da criminalidade a redundância de

processos, reduzindo ao final a governabilidade diante da conduta humana

criminosa. Na primeira fase da integração, as instituições são instadas a

refletirem sobre suas missões, reverem conceitos e quebrarem seus tabus.

Paralelamente, pequenos passos como operações conjuntas e

capacitações comuns possibilitam a descoberta de que os resultados são

positivos para as instituições e aos participantes, fato mensurado nos

indicadores, surge então, um fenômeno cujo foco contempla um universo

multifuncional, e os participantes de estranhos passam a ser companheiros

consequentemente os caminhos passam a serem desobstruidos.

Trabalhando com essa metodologia, a SEJUSP tem adotado o modelo

democrático e representativo com estilo de decisões colegiadas, dando vez e

vóz aos integrantes de todos os níveis e instituições chegando agora o momento

de contemplar a Microregião de Juina-MT.

2. Histórico:

Habitado antes da chegada dos homens brancos pelos povos indígenas

cintalarga, rikbaktsa e enawenê-nawê, o município abriga duas grandes áreas

indígenas e ainda a Estação Ecológica de Iquê.O início da ocupação não

indígena aconteceu através da construção da rodovia AR-1, que liga a cidade de

Vilhena, no Estado de Rondônia, à de Aripuanã, de difícil acesso na década de

1970, sendo conhecida por “Terra Esquecida”.

O Projeto Juína, que previa a implantação de uma cidade no meio da selva

amazônica, foi ideaalizado por diretores e funcionários da Companhia de

Desenvolvimento de Mato Grosso (CODEMAT) e diretores da SUDECO –

Superintendência de Desenvolvimento do Centro Oeste, e foi formalizado a 23 de

janeiro de 1976. A influência do então senador Filinto Müller levou à aprovação

de lei no Congresso Nacional dando poderes ao Estado de Mato Grosso para a

licitação da imensa área destinada ao futuro município. Dois milhões de hectares

foram vendidos, principalmente para ruralistas do sul do país. À prefeitura do

município de Aripuanã foram cedidos 117 mil ha às margens do rio Juruena e

mais 65 mil ha às margens do rio Aripuanã.

A partir de 1978 inúmeras famílias, especialmente do centro-sul do país,

migraram para essa região. O crescimento acelerado levou à criação do distrito

de Juína, em 10 de junho de 1979, jurisdicionado ao município de Aripuanã.

Juína passou a município em 9 de maio de 1982, com área de quase 30 mil

quilômetros quadrados, desmembrado do município de Aripuanã.

A sede do município situa-se nas coordenadas de latitude 11º22'42" sul e a

uma longitude 58º44'28" oeste, a uma altitude de 442 metros, a noroeste do

estado e a 720 quilômetros da capital, Cuiabá. Ocupa posição privilegiada

considerando que é polo regional dos municípios de Brasnorte, Castanheira,

Juruena, Cotriguaçú, Colniza, Aripuanã e Rondolândia.

O projeto de se criar em Juina um polo integrado para os enfrentamento

aos problemas criminais da microregião, tem como proposta inicial atender as

Cidades que já estão contempladas pelas Instituições que incidam na mesma

região geográfica, surge no momento de espanção de uma filosofia colegiada

que vem dando resultados positivos nas regiões onde foram instalados, quais

sejam as regionaisde: Rondonópolis, Cáceres, Tangará da Serra, Barra do

Garças e Sinop, para esse evento fora agregado toda informação disponível para

justificar a criação dessa ferramenta que subsidiará os encaminhamentos no viés

da segurança cidadã, com dianãmica de estudos e redução dos eventos

criminais.

3. Regiões de planejamento Matro Grosso

Fig.001 Regiões de planejamento de Mato Grosso – SEPLAN

4. Expanção do GGI’s-Regionais1

1 CARVALHO, Julio Martins. Soluções integradas de Gestão e geoprocessamento criminal em áreas de

risco social: Cuiabá. Dissertação em especialização CAO-2007. APMCV

GGI-Barra do Garças

GGI-MT

GGI-Sinop

GGI-Juina

GGI-Tangará

GGI- Rondonópolis

GGI-Cáceres

Fig.002 Fonte Gabinete de Gestão Integrada GGI-MT

5. Aspectos geopolíticos da mesoregião

5.1. Localização

Fig.003 –Microregião de Planejamento – I Juina

Fig.004 Microregião de Planejamento (City Brasil)

JUINA

5.2. Sistema Viário:

As rodovias que servem a microregião

Fig.005. Mapa de cobertura da terra para o Estado do Mato Grosso para o ano de 2002.

5.3. Áreas Indígenas:

Fig.006 Mapa zoneamento das áreas indígenas- FUNAI2

Localização dos povos indígenas na microregião Juina

CIDADE ETNIA POPULAÇÃO

Juina/Aripuanã Cinta Larga 982

Juina Enauene naue 600

Aripuanã Arara 160

Cotriguaçu Rikbaktsa 90

Colniza Kawaihiva R. Pardo Sem mensuração

Castanheira - Sem mensuração

Rondolandia Zorós 464

Total 06 2.296 aprox.

Fonte. FUNAI-MT dados até 2003.

2 FUNAI. Zoneamento fundiário Terras Indígenas em Mato Grosso.

5.4. Compatibilização de áreas de competencia jurisdicional.

Os dados acima refere-se a compatibilização de áreas nos municípios,

constando uma proximidade no compartilhamento da mesma região geográfica, onde

não contempla somente o Corpo de Bombeiros Militar que encontra-se sediado na

Cidade de Sinop-MT.

Entidades Agências do sistema da Justiça Criminal

Cidades Judiciário MP PM PJC BM Sit.Pr PT TOTAL

Juara 09 12 2 23

Juina 03 02 31 17 08 5 66

Aripuanã 01 01 13 08 09 1 33

Castanheira - - 05 06 - - 11

Colniza 01 01 14 07 09 1 33

Cotriguaçu 01 01 12 06 - 20

Rondolândia - - 05 - - 5

TOTAL 06 05 80 44 26 7 168

Dados coletados nas unidades regionais em 26/06/08

Agências do sistema de Justiça Criminal

Judiciário MP PT PM PJC BM

Juina

Aripuanã

Colniza

Cotriguaçu

Juina

Aripuanã

Colniza

Cotriguaçu

Tabaporã

Tapurah

Juara

Juina

Aripuanã

Colniza

Juara

Juina

Aripuanã

Colniza

Cotriguaçu

Castanheira

Rondolândia

Juruena

Nova União

Guariba

Juina

Aripuanã

Colniza

Cotriguaçu

Castanheiras

Juina

Castanheira

Juara

Claudia

Santa

Carmem

União do Sul

Tabaporã

P. Gauchos

N. H. do Norte

5.5. Espectro geopolítico de intensidades em ocorrências temáticas:

Dados captados no zoneamento da SEPLAN-MT, que permite

incrementar projeção evolutiva das cidades diante dos cenários atuais.

6. Perfil socioeconomico e cultural

Cidades

População

Área – Km2

Ag.

Fin.

Volume Financeiro

Frota

IDH -

ranking

JUÍNA

38.017

26.251

3

111.453.039,20

13.794

47°

ARIPUANÃ

19.100

25.049

1

76.453.560,82

3.590

99°

CASTANHEIRA

7.808

3.949

___

____

646

67°

COLNIZA

27.882

27.948

____

____

2.103

____

COTRIGUAÇU

13.740

9.124

____

____

1.463

80°

JURUENA

8.731

3.190

1

9.732.481,69

1.693

44°

RONDOLÂNDIA

3.348

12.654

____

____

26

____

Total

118.6936

107.175.km

05

R$ 197.539.091,71

23.315

Fonte: IBGE

7. Planilha de zoneamento da população carcerária

Cidades

Criação

Dist. Cap

Analf/ %

Mort.Inf.

Desemp.

População Carcerária

Masc. Fem.

JUÍNA

1982

727

13,90

26,85

5,56

109

02

ARIPUANÃ

1943

976

16,78

26,85

5,16

42

04

COLNIZA

1979

1.065

-

-

-

54

-

COTRIGUAÇU

1991

920

16,00

26,85

4,89

-

-

JUARA

1981

690

14,20

25,92

6,50

37

-

RONDOLÂNDIA

1998

1600

-

-

-

-

-

Os dados foram captados na sua maioria do IBGE e os em vermelho

demonstra pela informação colhida do sistema prisional a população carcerária

nas Cidades pertencentes a microregião, sendo aqui justapostos para uma

análise de cenário mais panorâmico.

8. Cenário de competências e territorialidade das Agências Públicas

8.a - Poder Judiciário

Fig.007 : Mapa das comarcas da região

O poder Judiciário está presente na região em grau de 1ª e 2ª Entrância,

como se observa no mapa as áreas de competencia.

8.b - Perícia Oficial e Identificação Técnica - POLITEC

PRIMAVERA DO LESTE

JUÍNA

ALTA FLORESTA

CONFRESA

BARRA DO GARÇAS

DIAMANTINO

RONDONÓPOLIS

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

CÁCERES

TANGARÁ DA SERRA

SORRISO

JUARA

SINOP

PONTES E LACERDA

NOVA XAVANTINA

ALTO ARAGUAIA

PEIXOTO DE AZEVEDO

TANGARÁ DA SERRA – MÉDIO NORTE

TANGARÁ DA SERRA

BARRA DO BUGRES

CAMPOS DE JULIO

DENISE

CAMPO NOVO

NOVA OLÍMPIA

PORTO ESTRELA

BRASNORTE

SAPEZAL

DIAMANTINO

ALTO PARAGUAI

NORTELÂNDIA

SÃO JOSÉ DO RIO CLARO

ARENÁPOLIS

NOVA MARINGÁ

NOVA MARILÂNDIA

SANTO AFONSO

JUÍNA

CASTANHEIRA

ARIPUANÃ

JURUENA

COTRIGUAÇU

COLNIZA

RONDOLÂNDIA

8.c - Polícia Militar

Legenda anterior a divisão CR-VII

CR-VII - JUINA

9. Indicadores criminais da região:

Estando, por tais motivos, em meio a conflitos históricos e suas novas

expressões. As principais características desta região são: 1ª) - conflitos

violentos entre os novos colonizadores com as comunidades indígenas e

ribeirinhas lá residentes, 2ª) - profunda degradação ambiental motivada pela

urbanização agroindustrial e a 3ª) - repetida falta de presença das relações

democráticas.

O planilha que se segue representadas pela gerência de estatísticas da

polícia judiciária civil, traz um diagnóstico dos registros de ocorrências da

região.

ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

POLÍCIA JUDICIÁRIA CIVIL

COORDENADORIA DE EXECUÇÃO ESTRATÉGICA

GERÊNCIA DE ESTATÍSTICA E INFORMAÇÕES

TRANSCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS SEGUNDO RELATÓRIOS SENASP

REGIONAL: JUINA

UNIDADE EMITENTE: DELEGACIA MUNICIPAL DE JUINA

2007 2006

Crimes com morte TOTAL TOTAL

Homicídio doloso 10 14

Homicídio culposo de trânsito 1 5

Outras ocorrências com morte TOTAL TOTAL

Outras mortes acidentais (exceto homicídio culposo) 0 1

Suicídio 0 2

Mortes a esclarecer 0 6

Crimes contra a pessoa sem morte TOTAL TOTAL

Tentativa de homicídio 6 12

Lesão corporal dolosa 7 7

Lesão corporal culposa de trânsito 0 3

Outras lesões corporais culposas 6 0

Ameaça 26 129

Outras ocorrências sem morte TOTAL TOTAL

Crimes contra a liberdade sexual TOTAL TOTAL

Estupro 0 3

Tentativa de estupro 0 3

Atentado violento ao pudor 0 2

Tentativa de atentado violento ao pudor 0 1

Crimes contra o patrimônio TOTAL TOTAL

Roubo de veículo 0 3

Roubo de carga 0 3

Roubo a instituição financeira 0 0

Roubo a transeunte 7 15

Roubo em residência 0 2

Total de ROUBOS 7 23

Furto de veículo 10 17

Furto a transeunte 5 12

Furto em residência 24 97

Outros furtos 16 52

Total de FURTOS 55 178

Estelionato 4 12

Legislação especial TOTAL TOTAL

Racismo, preconceito e discriminação. 1 0

Tortura 0 1

Entorpecentes (posse e uso) 0 1

Entorpecentes (tráfico) 1 0

Porte ilegal de armas de fogo 4 21

Atos infracionais (criança e adolescente) 14 62

Crimes contra o meio ambiente 1 16

Fonte: Relatório SENASP/PJC

Elaborado: Gerência de Estatística e Informações/PJC

10. Vantagem da articulação integrada

O trato e enfrentamento à criminalidade requer um trabalho de tamanha

envergadura que agregue forças afins da triplice formação do Estado dos

campos do Pré–delito, Delito e Pós-Delito. Assim é recomendável que a

estratégia para esse enfrentamento seja focada em objetivos comuns que

seja “a paz social”.

As ações isoladas apresentam-se inóquas e dispendiosas e pouco

contribuem para resultados aceitáveis, essas conclusões remetem a traumas

nas instituições no desgaste humando e político.

A integração vale-se principalmente da modéstia e se apresenta como

um elemento aglutinador de ideias e ações eficazes, sendo esta hoje,

ferramenta em uso na maioria dos Estados da Federação,

11. Considerações finais:

A criação de um grupo interinstitucional, representativo e permanente

com características heterogênias quanto as multifunções e presentes na

Microregião de planejamento – I Juina, entra em um cenário favorável,

estribado ao processo natural de expanção das agências, cujo formato atual

de competencia, ostenta um compartilhamento geográfico em grau

considerável, ou seja, a presença das Instituições em suas respectivas áreas

de competencias territoriais possuem coexistencia.

Portanto, ancorado na estratégia de expansão de criação dos Gabinetes

de Gestão Integrada-GGI no Estado de Mato Grosso reune condições

favoráveis. Assim entendemos diante dos profundos estudos a esta temática

que se faz necessário a criação de um forum deliberativo na microregião de

planejamento de Juina.

12. Anexos

12.1. Mapa Cartográfico da Região

12.2. Protocolo de instalação

12.3. Proposta de Instalação Unidade do Corpo de Bombeiros

13. Referências

CARVALHO, Julio Martins. Soluções integradas de Gestão e

geoprocessamento criminal em áreas de risco social: Cuiabá. Dissertação

em especialização CAO-2007. APMCV.

CARVALHO,Hilário Veiga. Criminologia.Compêndio de Medicina Legal.

FURASTÉ, Augusto carlos. Normas Técnicas do Trabalho Científico. 2007

MATO GROSSO.

Plano de Gestão Integrada em Segurança Pública. Universidade Federal de

Mato Grosso, Cuiabá: 2004.

TAVARES, Mauro Calixta. Gestão Estratégica 2005.