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Jornal Em Foco - Campo Grande - MS - maio de 2009 - Ano VIII - Edição 119 Acervo de obras regionais contribui para manter patrimônio Regionalismo Prédio reúne arte, cultura e história de MS Variedade - É exposto no acervo, a cultura de diversas regiões e povos incluindo a arte indígena Identidade - A Casa do Artesão é procurada para encontrar objetos da região sul-mato-grossense Otávio Cavalcante A Casa do Artesão, locali- zada no centro de Campo Gran- de, é o mais famoso acervo de artesanatos e obras de artistas de Mato Grosso do Sul, reunindo trabalho de profissionais de 40 municípios do Estado, que di- vide o espaço com a beleza do local. Neste prédio de estilo neoclássico, fundado na déca- da de 20, é possível encontrar sorvetes de frutas típicas – como araçá e bocaiúva, tapeçarias, be- bidas regionais, tecelagem, tra- balhos de arte-sacra popular, plantas e ervas medicinais. Além de CDs regionais, cami- setas, livros que contam a his- tória do Estado e artesanato das tribos dos índios Terena, que confeccionam objetos de madei- ra e cerâmicas decorativas. Fundada em 1º de setembro de 1975, a Casa do Artesão de Campo Grande tem como obje- tivo desenvolver serviços públi- cos que auxiliem e fomentem as atividades artesanais em Mato Grosso do Sul. Sua principal função é fornecer condições de aprimoramento, divulgação e comercialização da produção artesanal. O artesão que tiver interesse em ter suas peças na Casa, precisa fazer a Carteira do Artesão (ver matéria ao lado). Funcionamento Situada na esquina das ave- nidas Afonso Pena e Calógeras, a Casa funciona de segunda a sexta-feira das 8 às 18 horas e aos sábados das 8 às 12 horas, possuindo em seu quadro nove servidores e cinco estagiários para atendimento dos visitantes. É o caso da dona Sirlei de Sou- za de 59 anos, que há 20 está na Casa. “Quando vem algum es- trangeiro, chamamos um dos dois funcionários que temos para auxiliar na venda, embora muitos deles já vêm com algum intérprete”. Diariamente, a Casa recebe turistas de vários lugares: alemães, japoneses e principal- mente americanos. Para o coor- denador da Casa do Artesão, Oscar Veraldi, de 31 anos, isto é um ponto negativo, devido ao fato que as pessoas de fora valo- rizam mais a cultura do que as pessoas de Campo Grande. “Muitos não sabem nem o en- dereço”, complementa. Enquanto faz um atendimen- to, Sirlei explica, que quando tem algum evento na Capital, o movimento é constante. “Quem passa pela cidade, sempre quer levar alguma recordação. Aqui é referência, falar de artesanato é lembrar da Casa do Artesão”. É o caso da psicóloga Denise de Assis, de 39 anos, que veio do Rio de Janeiro para um Simpósio da Universidade Fe- deral de Mato Grosso do Sul (UFMS). “Dei uma fugida e pe- guei o city tour, que passa pelos pontos turísticos, e me falaram desse espaço de artesanato. Es- tou gostando muito do atendi- mento e das pessoas daqui, vou levar presentes para todos meus amigos e familiares”. Dona Diná Figueiredo Mas- carenhas, de 68 anos, tem muita dificuldade para esco- lher o que levar, pois a tarefa que foi imposta a ela, não é das mais fáceis. “Minha filha vai viajar para a Europa, e pediu para eu buscar alguma coisa que tivesse a cara do Brasil, e aqui é o lugar que podemos encontrar a identidade da re- gião sul-mato-grossense.” Histórico Hoje com 33 anos de exis- Foto: Otávio Cavalcante Foto: Otávio Cavalcante Edição de títulos, legendas e fios: - Laura Peres Santi Cadastro permite exposição de arte INCENTIVO Otávio Cavalcante Para ter a carteira de artesão, o interessado deve procurar a Gerên- cia de Desenvolvimen- to das Atividades Artesanais, em Campo Grande, que fica insta- lada no Memorial de Cultura e da Cidada- nia, na Rua Fernando Corrêa da Costa, 559 (antigo fórum). Através do docu- mento, os artesãos do Estado conseguem in- centivos fiscais instituí- dos pela Lei Nº 1872 de 17 de junho de 1998, para produção e comercialização de suas peças. “Desde 1983 aproximadamente 8,5 mil pes- soas solicitaram a carteirinha, já no novo Cadastro de Automa- ção Comercial o número chega a 1,3 mil artesãos”, explica o co- ordenador da Casa do Artesão, Oscar Veraldi, de 31 anos. Após a solicitação da car- teira, as peças do artesão pas- sam por uma análise de mer- cado, para saber se realmen- te estão nos padrões de qua- lidade. “A Fundação de Cul- tura realiza oficinas nos mu- nicípios, qualificando o arte- sanato próprio e característi- co de cada cidade, e traz para a Capital para fazer exposi- ções. A qualidade de nossos produtos está muito à frente de outros Estados como os do Nordeste, até pelo tipo de matéria-prima utilizada. A região aqui é riquíssima, tem muito para se explorar”, abor- da Veraldi. Se forem aprovadas pela análise, as peças ficam em consignação, conforme são vendidas, o dinheiro é repas- sado para o artesão. Ajuda - Artistas ganham oportunidade para divulgar suas produções Foto: Otávio Cavalcante Material - Objetos são feitos em madeira, cerâmica e outros Foto: Otávio Cavalcante tência, a Casa do Artesão si- tua-se em um prédio cons- truído em 1918 para uso tan- to residencial quanto comer- cial. No período de 1924 a 1938, o imóvel foi ocupado como sede do Banco do Bra- sil e até hoje conta com um cofre de aço maciço remanes- cente desta ocupação, fabri- cado nos Estados Unidos. Em 6 de novembro de 1985, já com o nome de Casa do Artesão, o estabelecimento foi transferido ao Estado. No ano de 1990, o prédio pas- sou por uma restauração e revitalização quando foram acrescentados dois mezaninos. Quatro anos de- pois, em 1994 o imóvel foi tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual, e assim sendo, conserva até hoje as mesmas características físicas desta época. A Casa do Artesão só foi oficializada em 26 de outu- bro de 1982, pelo decreto nº 1831, sob o governo de Pedro Pedrossian e era subordina- da a Secretaria de Desenvol- vimento Social. Em 1983, a Lei nº 422 cria a Fundação de Cultura de MS com a fi- nalidade de planejar, promo- ver, incentivar e executar vol- tadas tanto a difusão artísti- ca quanto ao patrimônio a fim de desenvolver a cultura do Estado, que passa a ad- ministrar a Casa do Artesão.

Regionalismo Acervo de obras regionais contribui para ... · Acervo de obras regionais contribui para manter patrimônio ... músicas interpretadas são de países da Amé-rica do

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Jornal Em Foco - Campo Grande - MS -maio de 2009 - Ano VIII - Edição 119

Acervo de obras regionais contribui para manter patrimônio

Regionalismo

Prédio reúne

arte, cultura e

história de MS

Va r i e d a d e - É exposto no acervo, a cultura de diversas regiões e povos incluindo a arte indígena

I d e n t i d a d e - A Casa do Artesão é procurada para encontrar objetos da região sul-mato-grossense

Otávio Cavalcante

A Casa do Artesão, locali-zada no centro de Campo Gran-de, é o mais famoso acervo deartesanatos e obras de artistas deMato Grosso do Sul, reunindotrabalho de profissionais de 40municípios do Estado, que di-vide o espaço com a beleza dolocal. Neste prédio de estiloneoclássico, fundado na déca-da de 20, é possível encontrarsorvetes de frutas típicas – comoaraçá e bocaiúva, tapeçarias, be-bidas regionais, tecelagem, tra-balhos de arte-sacra popular,plantas e ervas medicinais.Além de CDs regionais, cami-setas, livros que contam a his-tória do Estado e artesanato dastribos dos índios Terena, queconfeccionam objetos de madei-ra e cerâmicas decorativas.

Fundada em 1º de setembrode 1975, a Casa do Artesão deCampo Grande tem como obje-tivo desenvolver serviços públi-cos que auxiliem e fomentem asatividades artesanais em MatoGrosso do Sul. Sua principalfunção é fornecer condições deaprimoramento, divulgação ecomercialização da produçãoartesanal. O artesão que tiverinteresse em ter suas peças naCasa, precisa fazer a Carteira doArtesão (ver matéria ao lado).

Fu n c i o n a m e n t oSituada na esquina das ave-

nidas Afonso Pena e Calógeras,a Casa funciona de segunda asexta-feira das 8 às 18 horas eaos sábados das 8 às 12 horas,possuindo em seu quadro noveservidores e cinco estagiáriospara atendimento dos visitantes.É o caso da dona Sirlei de Sou-za de 59 anos, que há 20 está naCasa. “Quando vem algum es-trangeiro, chamamos um dosdois funcionários que temospara auxiliar na venda, emboramuitos deles já vêm com algumintérprete”. Diariamente, a Casarecebe turistas de vários lugares:alemães, japoneses e principal-mente americanos. Para o coor-denador da Casa do Artesão,Oscar Veraldi, de 31 anos, isto éum ponto negativo, devido aofato que as pessoas de fora valo-rizam mais a cultura do que aspessoas de Campo Grande.“Muitos não sabem nem o en-dereço”, complementa.

Enquanto faz um atendimen-to, Sirlei explica, que quandotem algum evento na Capital, omovimento é constante. “Quempassa pela cidade, sempre querlevar alguma recordação. Aquié referência, falar de artesanatoé lembrar da Casa do Artesão”.É o caso da psicóloga Denise de

Assis, de 39 anos, que veio doRio de Janeiro para umSimpósio da Universidade Fe-deral de Mato Grosso do Sul(UFMS). “Dei uma fugida e pe-guei o city tour, que passa pelospontos turísticos, e me falaramdesse espaço de artesanato. Es-tou gostando muito do atendi-mento e das pessoas daqui, voulevar presentes para todos meusamigos e familiares”.

Dona Diná Figueiredo Mas-carenhas, de 68 anos, temmuita dificuldade para esco-lher o que levar, pois a tarefaque foi imposta a ela, não é dasmais fáceis. “Minha filha vaiviajar para a Europa, e pediupara eu buscar alguma coisaque tivesse a cara do Brasil, eaqui é o lugar que podemosencontrar a identidade da re-gião sul-mato-grossense.”

H i s t ó r i c oHoje com 33 anos de exis-

Foto: Otávio Cavalcante Foto: Otávio Cavalcante

Edição de títulos,legendas e fios:

- Laura Peres Santi

Cadastro permite exposição de arte

INCENTIVO

Otávio Cavalcante

Para ter a carteira deartesão, o interessadodeve procurar a Gerên-cia de Desenvolvimen-to das AtividadesArtesanais, em CampoGrande, que fica insta-lada no Memorial deCultura e da Cidada-nia, na Rua FernandoCorrêa da Costa, 559(antigo fórum).

Através do docu-mento, os artesãos doEstado conseguem in-centivos fiscais instituí-dos pela Lei Nº 1872 de17 de junho de 1998,para produção ecomercialização de suaspeças. “Desde 1983

aproximadamente 8,5 mil pes-soas solicitaram a carteirinha, jáno novo Cadastro de Automa-ção Comercial o número chega

a 1,3 mil artesãos”, explica o co-ordenador da Casa do Artesão,Oscar Veraldi, de 31 anos.

Após a solicitação da car-

teira, as peças do artesão pas-sam por uma análise de mer-cado, para saber se realmen-te estão nos padrões de qua-lidade. “A Fundação de Cul-tura realiza oficinas nos mu-nicípios, qualificando o arte-sanato próprio e característi-co de cada cidade, e traz paraa Capital para fazer exposi-ções. A qualidade de nossosprodutos está muito à frentede outros Estados como osdo Nordeste, até pelo tipo dematéria-prima utilizada. Aregião aqui é riquíssima, temmuito para se explorar”, abor-da Veraldi.

Se forem aprovadas pelaanálise, as peças ficam emconsignação, conforme sãovendidas, o dinheiro é repas-sado para o artesão.A j u d a - Artistas ganham oportunidade para divulgar suas produções

Foto: Otávio Cavalcante

M a t e r i a l -Objetos são feitos em madeira, cerâmica e outros

Foto: Otávio Cavalcante

tência, a Casa do Artesão si-tua-se em um prédio cons-truído em 1918 para uso tan-to residencial quanto comer-cial. No período de 1924 a1938, o imóvel foi ocupadocomo sede do Banco do Bra-sil e até hoje conta com umcofre de aço maciço remanes-cente desta ocupação, fabri-cado nos Estados Unidos.Em 6 de novembro de 1985,já com o nome de Casa doArtesão, o estabelecimentofoi transferido ao Estado. Noano de 1990, o prédio pas-sou por uma restauração e

revitalização quando foramacrescentados doismezaninos. Quatro anos de-pois, em 1994 o imóvel foitombado pelo PatrimônioHistórico Estadual, e assimsendo, conserva até hoje asmesmas características físicasdesta época.

A Casa do Artesão só foioficializada em 26 de outu-bro de 1982, pelo decreto nº1831, sob o governo de PedroPedrossian e era subordina-da a Secretaria de Desenvol-vimento Social. Em 1983, aLei nº 422 cria a Fundação

de Cultura de MS com a fi-nalidade de planejar, promo-ver, incentivar e executar vol-tadas tanto a difusão artísti-ca quanto ao patrimônio afim de desenvolver a culturado Estado, que passa a ad-ministrar a Casa do Artesão.

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10CULTURA

De feira livre a Mercadão

Municipal, 52 anos de história

A r t e - Criado em Campo Grande, o Nação Latina leva os rítmos musicais do Brasil, Paraguai, Argentina, Peru, Bolívia, Venezuela e Colômbia

Foto: Arquivo Nação Latina

Além das músicas sul-mato-grossenses de influência paraguaia, os artistas misturam melodia e dança

Típico

Grupo aposta em ritmo latinoLeonardo Amorim

Cinco músicos comapenas um propósito:levar o melhor da músi-ca latino-americana paratodos os cantos do Mun-do. Fábio Kaida (harpa),Márcio Guerreiro (vio-lão), Hugo César (voz),Gutti (bateria, percussãoe flauta) e Tomás (baixo),acompanhados da duplade dançarinos, SauloCasemiro e Dayane Ra-

mires formam o gru-po Nação Latina.

Juntos há dezmeses, o grupo temcomo principal ca-racterística a misturade instrumentos eritmos latinos, queenvolvem o públicopor serem dançantese alegres. “Feliz porser um grupo nasci-do na cidade deCampo Grande, oNação tem a missãode mostrar realmen-te o que o Estado ofe-rece, principalmentepela grande influên-cia do Paraguai”, ex-plica o produtor eempresário do grupo,Leandro Reis. Asmúsicas interpretadassão de países da Amé-rica do Sul, como Bra-sil, Paraguai, Argenti-na, Peru, Bolívia,Venezuela e Colôm-bia.

Harpista há 12anos, Fábio Kaida

está no Nação Latina

desde a formação e não se ins-pira no trabalho de outros ar-tistas. “A vida é a minha prin-cipal fonte de inspiração, oartista traz emoção à flor dapele, a partir dai é só deixaracontecer”, conta o músico,que já tocou com artistas con-sagrados como Grupo Tradi-ção, Perla e Bruno da duplaBruno e Marrone.

O grande diferencial do gru-po surge com a composição eharmonia de letras, melodiase conscientização ambientaldemonstrada através dos sho-ws e principalmente da harpa,que o torna o primeiro grupode ritmos latinos. O NaçãoLatina, além de interpretarmúsicas paraguaias, que usama harpa como base, adaptamúsicas dos países da Améri-ca do Sul, que não continhamharpa, para que o instrumen-to paraguaio embeleze o espe-táculo. “El Condor Pasa, porexemplo, é uma música dosAndes que adaptamos paratocar com a harpa. Tambémacrescentamos o instrumentoàs valsas peruanas e aosjoropos venezuelanos e se en-caixou perfeitamente”, afirmaFábio.

R e c o n h e c i m e n t oO trabalho do grupo já está

sendo reconhecido. No mês demaio o Nação Latina tocou noFestival América do Sul, emCorumbá e também fez o showde abertura na reinauguraçãodo Trem do Pantanal, que vol-tou com força total. Assimcomo o conjunto, o trem valo-riza as questões regionais eculturais do Estado e das in-

Edição de títulos,legendas e fios:

- Paula Maciulevicius

- Leonardo Cabral

Nilda Fernandes

O mercado munici-pal Antônio Valente,mais conhecido comoMercadão, fica localiza-do à Rua 7 de Setem-bro com Avenida No-roeste no centro deCampo Grande. Sím-bolo da história da Ca-pital, o prédio foi inau-gurado em 30 de agos-to de 1957, e antes dese tornar um dos pon-tos turísticos mais vi-

sitados da cidade era uma fei-ra livre, onde se vendia detudo.

Os trabalhadores desta épo-ca, a maior parte imigrantes ja-poneses –também havia por-tugueses e paraguaios – vierampara a cidade em busca de tra-balho e construíram uma par-te deste patrimônio histórico.

Composto por 144 bancas e78 boxes de vendas, os produ-tos são bem variados; vão des-de frutas, verduras, grãos, arte-sanato até produtos de beleza.

Em 2006, o prédio passou

por reformas, como a ampli-ação do estacionamento e acolocação de luminárias naparte externa e interna dolocal. Em agosto deste ano omercadão completa 52 anos,e o vice- presidente da As-sociação de Comerciantes doMercadão (Associmec),Ronald Kanashiro de Alen,de 37 anos, mantém a tradi-ção da família.

Tr a d i ç ã oOrgulhoso, demonstra a

foto que fica exposta no açou-

C u l t u r a - Produtos típicos de Mato Grosso do Sul, como a mandioca, podem ser encontrados

gue que tem dentro do mer-cadão. A imagem é da épocaem que a sua avó Ana Kana-shiro veio como imigrante doJapão e começou a trabalharna feira.

Segundo ele, a tradição jáesta na terceira geração. “Fuicriado aqui desde criança ecomecei ajudar a minha mãena adolescência.” Porém noano de 1996, foi para o Ja-pão e retornou para se tor-nar empreendedor e já estahá 15 anos como empresárioe há 12 na diretoria. Todosos permissionários que tra-balham no mercadão cola-boram com a manutenção dolocal.

A funcionária IsabelNolasco, de 39 anos, traba-lha há 10 anos e fala que olocal é muito visitado. “Pas-sam muitos turistas aqui, tembastante movimento, gosto detrabalhar aqui”. Além da di-versidade de produtos, a cli-ente do Mercadão, AliceLopes Lamelhe elogia os fun-cionários que sempre a aten-dem bem. “Compro aqui há8 anos, gosto dos produtossempre frescos de qualidade.

Além de tudo, gosto das pes-soas que me atendem, às ve-zes venho aqui só para lan-char é bom o pastel.”

Enquanto para alguns ir aoMercadão ao domingo é pas-seio, para os funcionários sig-nifica trabalho. MarcosYamazaki, de 34 anos, traba-lha há três no box que vendesalgados e fala que a maior di-ficuldade é trabalhar aos do-mingos. “Gosto de trabalharaqui, principalmente quando

o cliente fica satisfeito, masaqui abre todos os dias, feria-dos e domingos até meio-dia,às vezes é cansativo.”

Mas, se apesar das varie-dades de produtos e flexibi-lidade, não encontrar algumacoisa, tem logo à frente a fei-ra indígena, onde as índiasTerena vendem mandioca,milho verde, feijão verde, pi-menta, guavira, entre outrosprodutos de produzidos nasaldeias.

S a b o r e s - Pimentas, temperos, artesanatos, frutas e verduras, além do famoso pastel compõem o Mercadão

C o m é r c i o - Açougues fazem parte dos estabelecimentos do local

Foto: Nilda Fernandes Foto: Nilda Fernandes

Foto: Nilda Fernandes

fluências dos países vizinhos.Mesmo representando Mato

Grosso do Sul no Brasil e embreve no mundo todo, Kaidaacha que no país o incentivo àmúsica é deficiente. “No Brasiltudo poderia ser melhor, temalgumas iniciativas que incen-tivam a música, mas o alcancedessas ações deixam a desejar.Aqui no Estado hoje em dia estácomeçando a investir mais emnossa cultura musical, porémestá faltando fazer justiça com

a verdadeira música que repre-senta o Estado de Mato Grossodo Sul”.

Independente do incentivo,o Nação Latina representapara seus componentes a rea-lização de um sonho. O pro-dutor Leandro Reis se diz ca-sado com o compromisso delevar o grupo ao sucesso. “As-sumi e tomei a frente sem pen-sar nas barreiras que íamosenfrentar, pois posso dizerque sou uma pessoa feliz, tan-

to pelas amizades que cons-truí dentro dele, pelo profis-sionalismo dos artistas, peloproduto Nação Latina e quecom certeza em breve, estareirealizado pela opção que fiz naminha vida”, conta Leandro.

O compromisso com o gru-po musical também é uma re-gra para o harpista Fábio.“Hoje o grupo representa aminha vida, todos os minu-tos e horas do meu dia sãodedicados a ele, eu durmo e

acordo pensando no grupo,primeiramente Deus, depois oGrupo Nação Latina, são asprincipais fontes de energiaque alimentam minha fé emdias melhores para o meu fu-turo juntamente com a famí-lia”, completa Fábio.

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ESPORTE

Projeto

busca

talentos

Esporte

Meninas treinam ginástica rítmica

A t l e t a s -Determinadas fazem treinos diários de 5 horas para aperfeiçoar qualidades com flexibilidade e equilíbrio

Valeska Medeiros

Flexibilidade, dedicação,força de vontade e graça, es-sas são as principais qualida-des que uma atleta de ginásti-ca rítmica deve ter para se en-quadrar no perfil do esporte.Para isso foi implantado emmaio do ano passado o Proje-to Centro de Excelência JovemPromessa da Ginástica emCampo Grande.

Conforme a professora deginástica, Maria Justina Perei-ra Gimenez o projeto temcomo objetivo principal detec-tar jovens com forte potencialpara a modalidade e visa à for-mação de atletas de alto nívelpara as Olimpíadas. Ela minis-tra aulas há mais de cincoanos no Colégio Auxiliadora,que é pioneiro no esporte noEstado, e atualmente tambématua no projeto.

No entanto, Justina lamen-ta que a falta de informaçõesfaça com que o projeto estejacom poucas alunas. Apenas60% das 140 vagas disponí-veis estão ocupadas. “A faltade divulgação e muitas vezespela falta de acessibilidade dacomunidade carente, por contados gastos com passe de ôni-bus, o projeto atualmente con-ta com poucos alunos”, lamen-ta a professora.

As 80 alunas são monito-radas por outras sete atletasque auxiliam nas aulas e ser-vem como inspiração para asiniciantes.

Entre elas estão as atletasIanka Cristina Terra Soares, de

13 anos, que está há seis anosno esporte e Karine Teruya, de14 anos, há 9 na modalidade.Ambas têm como inspiração aginasta russa Alina Kambaevae se mostram muito dedicadase apaixonadas pelo que fazem.“Eu gosto porque é um espor-te bonito”, afirma Karine, quejá participou de competiçõescomo a Copa Campo Grandee Copa Auxiliadora. Já Ianka,que demonstra uma flexibili-dade admirável, se decepcio-na por não ter participado decompetições junto com o seugrupo. “O grupo participou daCopa Campo Grande, só queeu não participei porque esta-va doente”.

A iniciativa, que é financi-ada pela Caixa Econômica Fe-deral, visa o aperfeiçoamentoda modalidade para oportuni-zar e detectar as jovens pro-messas no esporte, difundin-do ensinamentos que no futu-ro venham contribuir para acriação de uma “Escola de Gi-nástica Brasileira”.

Na Capital, ele é realizadono Sesc Camilo Boni, aberto atoda comunidade atendendomeninas de 5 a 9 anos, comaulas nos períodos matutinoe vespertino, onde é cobradauma taxa de manutenção men-sal de R$10,00.

Foto: Valeska Medeiros

Edição de títulos,legendas e fios:

- Nilda Fernandes

Foto: Valeska Medeiros Foto: Valeska Medeiros

A t l e t a s - Praticam esporte desde cedo

P l a n e j a m e n t o -Objetivo do projeto é formar atletas para disputar Olimpíadas Tr e i n o s - Esforço e dedicação nas aulas

Foto: Valeska Medeiros

A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil - ANEC - dirige-se à sociedade mediante esta Carta Aberta para tornar pública sua posiçãofrente ao atual cenário da educação brasileira. A Educação Católica se faz presente em todo território nacional. Qualidade acadêmica e inclusãosocial, tanto no ensino básico quanto no ensino superior, são suas principais características.

A abrangência nacional, qualificada e includente, da Educação Católica a credencia a se apresentar, mediante a ANEC, como interlocutora com oPoder Público na discussão, elaboração e implementação das políticas públicas voltadas à consolidação da universalização do ensino e à imple-mentação da pesquisa no Brasil. Legitima sua pretensão de reconhecimento pelo Estado em termos de simetria entre os diversos parceiros quepleiteiam o acesso às oportunidades decorrentes das mesmas políticas públicas.

As instituições educacionais católicas atendem 1.522.356 alunos e interagem com 88 mil professores e funcionários em 67 Instituições de EnsinoSuperior e 908 colégios. Concedem bolsas totais ou parciais, participando ativamente em programas oficiais do governo, bem como oferecendooutros importantes benefícios a mais de 550 mil estudantes. A atuação dessas entidades na implementação de programas beneficentes na educaçãoconstitui meio absolutamente eficaz para a viabilização de iniciativas igualmente valiosas nas áreas da saúde e da assistência social. Exemplosdisso são a instalação e administração de hospitais universitários, a prestação direta de serviços à população mais necessitada, o oferecimento decursos e estágios de formação profissional, além dos inúmeros convênios firmados com o próprio Poder Público.

A ANEC apóia e dá respaldo a todas as esferas do Poder Público que, de acordo com as disposições constitucionais, instituem marcos jurídicos,parâmetros regulatórios, acompanhamento e avaliação das instituições educacionais brasileiras. É parceira do Estado em seu dever maior de pro-mover o bem comum. Dialoga com a sociedade civil brasileira na busca de um entendimento sobre as necessidades do setor produtivo que édesafiado pelo avanço das novas tecnologias no mundo do trabalho. Soma-se às entidades civis organizadas que acreditam no diálogo amplo efranco com o Estado.

A ANEC não exige e nem procura nenhuma espécie de privilégio ou favorecimento de suas associadas. Requer, porém o respeito às prerrogativasprevistas pela Constituição Federal em favor da educação promovida pelas instituições comunitárias e confessionais. Confia em poder contar como reconhecimento público do Estado quanto aos méritos inegáveis que a Educação Católica vem prestando à sociedade brasileira.

A prestação deste serviço educacional aos diversos segmentos da população brasileira, especialmente os mais necessitados, está a pedir por parte doPoder Público um padrão de comportamento respeitoso da certificação filantrópica que um número expressivo de suas associadas portam comhonradez. A ANEC lamenta a generalização de suspeitas que se levantam sobre pessoas e instituições a ela ligadas. Manifesta sua apreensão com oandamento dado às questões da beneficência na área da educação, após o envio pelo Governo Federal à Câmara dos Deputados do Projeto de Lei n°3.021/2008 e da tramitação do Projeto de Lei Substitutivo n° 462/2008 em curso no Senado Federal.

O sistema de Educação Católica no Brasil não quer e nem pode pretender ser dependente exclusiva de benefícios públicos estatais. Apenas anseiadar continuidade ao trabalho desenvolvido há muito tempo em beneficio da sociedade, e com as garantias já consolidadas na legislação.

Associação Nacional de Educação Católica do Brasil

CARTA ABERTA DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃOCATÓLICA DO BRASIL — ANEC — À SOCIEDADE BRASILEIRA

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UCDB oferece mestrado inédito

Pesquisa

Universidade é pioneira em Programa de Especialização em Biotecnologia no MS e segundo no Centro-Oeste

E s t u d o s - Com infra-estrutura moderna, pesquisas são realizadas por professores e mestrandos que contribuem para o desenvolvimento

Assessoria de Imprensa

A Universidade Ca-tólica Dom Bosco contacom o primeiro e únicoPrograma de Mestradoem Biotecnologia deMato Grosso do Sul, e osegundo no Centro-Oes-te. Há três anos pesqui-sadores renomados quetrabalham no estudo detécnicas e processos quealteram diretamente ometabolismo das plantas

e animais.Os estudos da bio-

tecnologia são aplica-dos em diversas áre-as técnico-científicase os profissionais for-mados pelo programasaem aptos a atuaremem diversos camposde aplicação, quer napesquisa quer nos de-mais setores da pro-dução. Também sãopreparados para de-senvolver projetosrelacionados à bio-química molecular eaplicações; biofárma-cos - naturais e sinté-ticos; biomateriais,bioinformática; gené-tica de populaçõesvegetais; conservaçãoe uso de recursos ge-néticos animal e con-servação e uso de re-cursos genéticos ve-getal; gerar e disponi-bilizar o conhecimen-to científico e tecno-lógico que propicie a

obtenção de proces-sos, tecnologias, produ-tos e serviços visando àmelhoria da qualidade devida, além de contribuirpara a geração de novosconhecimentos e tecno-logias necessárias ao de-senvolvimento regional,em conjunto com outrasInstituições locais.

“Atualmente a socie-dade sul-mato-grossensetem a oportunidade dedesenvolver um Progra-ma de Pós-Graduação

Foto: Arquivo

para otimizar os processos pro-dutivos aqui desenvolvidos,aproveitar subprodutos locaise desenvolver produtos quetêm por objetivo melhorar aqualidade de vida da popula-ção. Como somos únicos noEstado, precisamos mostrarque a biotecnologia veio paraatender uma demanda que jáexistia e que as pessoas aindanão haviam percebido. Nossaslinhas de pesquisas têm con-dições de atender necessidadesde pequenos produtores ruraise também de grandes indústri-as, como por exemplo, asucroalcooleira”, comentou ocoordenador do Programa, pro-fessor Dr. Luis Carlos VinhasÍtavo.

Nesse período de três anos,diversos projetos e parceriasforam realizados pelos profes-sores e pesquisadores do pro-grama. “Nossos projetos depesquisa têm parcerias comdiversos institutos de pesqui-sa, universidades e empresas.A busca por parcerias e capta-ção de recursos é contínua para

o grupo de docentes do pro-grama, o que é um fator muitorelevante para o curso. Dessamaneira, adquirimos equipa-mentos e materiais de labora-tório por meio de recursos cap-tados com a aprovação de pro-jetos de pesquisas. Para melhorvisualizarmos, podemos citara aprovação de dois projetosem parceria com a Universida-de Católica de Brasília, noedital Procad - Capes, que tempor objetivo promover a forma-ção de recursos humanos dealto nível nas diversas áreas doconhecimento e intensificartambém o intercâmbio cientí-fico no País, por intermédio doenvolvimento de equipes aca-dêmicas de diversas institui-ções de ensino superior e depesquisa brasileiras, criandocondições para a elevação ge-ral da qualidade do ensinosuperior e da pós-graduação”,afirmou o professor Dr. LuisCarlos Vinhas Ítavo

Á r e a s d e A t u a ç ã oO programa atua basica-

mente em duas linhas de pes-quisa: Biotecnologia aplicadaà Saúde e Biotecnologia apli-cada à Agropecuária.

A Biotecnologia aplicada àSaúde desenvolve trabalhoscomo Bioquímica molecular eaplicações, que trata de estu-dos de isolamento de molécu-las bioativas, desenvolvimen-to de processos de purificaçãoe aplicações biotecnológicas.Outro tema pesquisado são osbiofármacos que são experi-mentados para uso de novosativos vegetais e animais emaplicações farmacêuticas e ve-terinárias. Também são desen-volvidas pesquisas na área daBioinformática que consisteem aplicar as ciências da com-putação em projetos de se-quenciamento do genoma.

Já a Biotecnologia aplicadaà Agropecuária estuda quatrotemas: biotecnologia aplicadaàs indústrias agropecuárias,que aborda instrumentos paraaumentar a competitividadedas empresas em áreas comoa sucroalcooleira, processa-

mento de mandioca inoculan-tes, bebidas alcoólicas e trata-mento de resíduos. Outro temaé a conservação e uso de re-cursos genéticos animal queenfoca a avaliação do potenci-al de diferentes espécies deanimais e microrganismospara utilização na produçãoanimal e de produtos para suaalimentação e bem-estar. A Bi-otecnologia aplicada àAgropecuária também pesqui-sa a conservação e uso de re-cursos genéticos vegetal que sebaseia na busca por alternati-vas para manutenção e usosustentável dos recursos na-tural vegetal através do conhe-cimento de suas característi-cas, prospecção debiomoléculas com interessealimentar e farmacêutico. A ge-nética de população vegetalque trata, com mais ênfase, dasfrequências alélicas que dife-rem de uma população paraoutra, e possibilitam a varia-ção dentro e entre populaçõese é outro tema dessa linha depesquisa.

I n f r a e s t r u t u r aO Programa de Mestrado

em Biotecnologia funcionano bloco de laboratórios Bi-ossaúde, com uma infra-estrutura moderna compostapor diversos laboratórios depesquisa e de informática,no campus Tamandaré, alémde utilizar os laboratórios daEmbrapa Gado de Corte e daUFMS.

No campus Tamandaré es-tão os laboratórios de Produ-tos Naturais (extração e iden-tificação de metabolismo pri-mário e secundário), Síntesede Fármacos (síntese e modi-ficação estrutural de biomo-léculas), Biomateriais (estudoe produção de biomoléculas),Bioensaio de atividades de in-teresse biotecnológico (ativida-de antioxidante, antibacteria-na, antifúngica, antiinflamató-ria e ensaios toxicológicos), Bi-ologia Molecular/Genética (ca-racterização genética, identifi-cação molecular de indivídu-os e diagnóstico), Análise Ins-trumental (suporte de análiseaos outros laboratórios de pes-quisa, contendo ainda umaárea reservada para pequenostestes químicos), Informática(parque computacional commais de 1.100 pontos. São 10laboratórios de informáticadistribuídos entre os blocos Be C, onde são realizadas as au-las da disciplina de Bioinfor-mática).

Na Embrapa Gado de corteestão os laboratórios de Biolo-gia Molecular (clonagem e ex-pressão de genes em sistemaprocarioto, purificação de pro-teínas recombinantes), Cultu-ra Celular (infoproliferação,cultura de células mononucle-ares de sangue periférico) eImunologia (sorologia paraborreliose de Lyme, sorologiapara babesia, anaplasma etrypanosoma).

Assessoria de Imprensa

Em algumas cidades epaíses, eles representamuma atração turística. Noentanto, atrás de sua apa-rência inofensiva, os pom-bos urbanos representamuma ameaça à saúde pú-blica, por transmitiremdoenças e por não possu-írem predadores naturais.

Os pombos do gêneroColumba são aves si-nantrópicas, ou seja,adaptam-se facilmente aoambiente urbano, o quepropicia a sua proliferaçãonos grandes centros, ondeencontram arquiteturaapropriada para constru-ção de ninhos e abrigos,além de alimento ofereci-do pelas pessoas ou obti-do em lixo encontrado emáreas abertas. Alguns fa-tores que contribuem parasua proliferação são seucomportamento pedinte, asua capacidade de apren-der o horário em que sãoalimentadas e de reconhe-cer seus alimentadores nomeio de outras pessoas.

Em Campo Grande,esse problema há temposincomoda a população.Preocupados com o cres-cimento populacionaldessas aves, acadêmicos

Pombos urbanos

ameaçam a saúde

e docentes do curso de Biologiada Universidade Católica DomBosco (UCDB) realizaram um es-tudo sobre sua proliferação. Oresultado da pesquisa integra operiódico Multitemas, que reú-ne 18 artigos desenvolvidos pe-los acadêmicos do curso e quefoi publicado pela Editora UCDB.

A pesquisa revela que umdos fatores que possibilitam oaumento dessas aves é o desca-so quanto aos cuidados com pré-dios, monumentos, edificaçõesabandonadas, conjuntos habita-cionais, além da mútua tolerân-cia entre humanos e pombos, oque acarreta um forte sentimen-to público em favor de sua pre-sença nas cidades.

De acordo com os pesquisa-dores, é quase impossível cal-cular os danos causados porpombos. Os excrementos elimi-nados por eles em calçadas e pa-vimentos são um problema paraas cidades, a acidez das fezes co-labora para a deterioração de pré-dios, as penas e ninhos ento-pem calhas e sistemas de drena-gem, além de poluir a água, osreservatórios e contaminar ali-mentos. Tudo isso oferece altorisco à saúde humana e umgrande custo financeiro.

D o e n ç a sO agravamento dessa ques-

tão está relacionado com a pou-ca informação que a população

possui sobre os males transmi-tidos aos seres humanos. Sãomais de trinta doenças transmi-tidas pelos pombos aos sereshumanos (e a uma dezena deoutros animais), entre as quaisse destacam a salmonelose, ahistoplasmose, a ornitose edermatites, além de ectoparasitascomo pulgas, piolhos, perceve-jos, carrapatos e ácaros. Muitasdessas doenças não têm cura,pois pouco se conhece ainda so-bre a epidemiologia de algumasdessas zoonoses.

“Os pombos são portadoresdessas doenças, independentede frequentarem ambientes lim-pos ou sujos. Eles não apresen-tam sintomas das doenças equalquer pessoa poderá serinfectada ao manter contato, dealguma forma, com esses ani-mais”, comentou a professora daUCDB, doutora em Educaçãopara a Ciência, Mara Aparecidade Souza Perrelli, que orientoua acadêmica Luzia LinaldiLabanhare em sua pesquisa so-bre pombos urbanos. “As auto-ridades sanitárias encontramuma enorme dificuldade emcontrolar a população dos pom-bos devido à resistência que es-ses animais possuem aos méto-dos conhecidos já empregadose pela carência de estudos a res-peito de muitos aspectos relaci-onados à ecologia dessa popu-lação”.

A pesquisa ainda relata quea população leiga de CampoGrande é responsável pelo agra-vamento desse crescimento, jáque alimenta os pombos siste-maticamente. Nos locais de gran-de ocorrência dessas aves (mer-cados, praças, feiras, escolas,hospitais, condomínios, etc) sãovisíveis as atitudes das pesso-as, que acabam provocando apermanência e proliferação dospombos na cidade. Vêem-sevendedores, crianças, idosos eadultos acariciando e alimentan-do as aves, comportamentos quecontribuem para a disseminaçãode diversas doenças na popula-ção.

A mudança de atitudes daspessoas que, direta ou indireta-mente, estão envolvidas nessaproblemática é dificultada pelafalta de informação ou de um

trabalho de educação ambientalque contribuiria para impedircrescimento populacional des-sas aves.

Educação Ambiental“Uma das vias de solução

desse problema é um progra-ma de Educação Ambiental, ouseja, ações educativas, não sópara o controle populacionaldos pombos, mas para outrasquestões que hoje se apresen-tam no meio ambiente”, lem-bra a docente. “A EducaçãoAmbiental não é um problemasó do biólogo, mas sim dos ar-quitetos, engenheiros, ecólo-gos, administradores, contado-res, médicos, advogados, dequalquer pessoa, além do edu-cador. Nós somos parte do am-biente”, afirmou Maria Apa-recida, lembrando da obrigação

Edição de título,legendas e fios:

- Laziney Martins- Otávio Cavalcante

que todos temos em relação aomeio em que vivemos.

O trabalho dos acadêmicosconclui que os programas deEducação Ambiental devem sepreocupar em informar ao pú-blico sobre a biologia, ecologia,comportamento dos pombos,além dos riscos à saúde animale humana que a proliferaçãodesses animais acarreta em am-biente urbano.

“Educação Ambiental envol-ve um conjunto de ensinamen-tos que não ocorrem apenas naescola e que não provocam mo-dificação nas pessoas de umahora para outra: é algo que seaprende e se pratica, principal-mente em casa”, explicou a pro-fessora, mencionando a dificul-dade de se mudarem hábitosarraigados culturalmente entre apopulação.

C u i d a d o - Aves são geralmente encontradas nas áreas públicas como na Praça Ary Coelho

Foto: Renan Portes

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Educação

Alunos das redes pública e particular aprendem mais sobre a origem da cultura afro-brasileira e indígena

Escolas focam cultura brasileira

R e g i o n a l i z a ç ã o - Adolescentes estudam as origens da cultura negra no Brasil e se divertem com suas características e rítmos

A r t e - Artesanatos da cultura afro-brasileira valorizam a identidade e manifestação negra

cipal dos Direitos do Negro(CMDN), onde as Leis nº10.639 e 11.645 foram cita-das e discutidas. A Presi-dente do CMDN, Elza Limade Souza Mansano destacaque com a lei as chances depromover a igualdade racialaumentam e a possibilidadeque a discriminação e o pre-conceito diminuam, tam-bém. “É importante a valo-rização do índio e do negroenquanto cidadãos que con-tribuem ativamente para osucesso do país”, defende apresidente Elza como um di-reito dessa população.

Edição de título,legendas e fios:

- Haryon Caetano

Paula Maciulevicius

A alteração do estilo devida da população, seja pelapreguiça ou pela falta de tem-po tem acrescentado núme-ros nas estatísticas de doen-ças. O controle remoto, ele-vador, computador, televi-são, e os automóveis nuncacausaram tantos danos à saú-de, os vilões de agora con-cretizam a idéia de que a evo-lução tecnológica ocasionoua substituição de atividadescomuns do dia-a-dia.

Utilizar a escada ao invésdo elevador só em últimocaso. “Às vezes quando o ele-vador está estragado, aí que euuso a escada”, revela a estu-dante de AdministraçãoMayara Vicente, 20 anos. Le-vantar do sofá para mudar o

Modernidade traz

novo estilo de vida

Foto: Laura Peres Santi

Foto: Laura Peres Santi

canal da televisão no lugar deusar o controle remoto pareceuma atividade impossível derealizar. “Se tem o controle agente vai usar, não precisa fi-

car indo toda a hora até a TVpara mudar de canal”, confes-sa o acadêmico de Odontolo-gia Victor Hugo Nespoli, 20anos. Assim se sucedem osfatores básicos que apontampara o sedentarismo, que se-gundo a Organização Mundi-al da Saúde (OMS), afeta83,6% dos brasileiros e estásuperior à média mundial, queé de 70% da população. Per-centuais que revelam que estadiminuição da atividade físi-ca pode ser considerada ummal do século.

“O sedentário é aquele quegasta menos de 2.200 caloriasdiárias”, fala o profissional deEducação Física AllameSander Rezende, de 27 anos.“Essa é a média da quantida-de de calorias que ingerimosdurante o dia, então o gastotem que ser o mesmo, pelomenos”, completa Allame.

C o n s e q u ê n c i a sO sedentarismo de hoje

é a doença de amanhã, se-gundo o Cirurgião VascularCezar Augusto de Oliveira.Ele explica que as doençascausadas pelo sedentarismovão de hipertensão arterial,dislipidemia, obesidade, de-pressão, déficit cognitivo eansiedade, infarto agudo, di-abetes, câncer, artrose, doen-ças pulmonares até osteopo-rose e muitas outras. “Faltaconscientização, o indivíduosabe que deve se exercitar,mas não age para isso”, co-menta o médico.

A Organização Mundial deSaúde atribui a responsabili-dade de duas milhões demortes anuais no mundo aosedentarismo, pois a falta deatividade física aumenta aprobabilidade do desenvolvi-mento das doenças citadas.

“Lógico que a falta deexercício causa problemas deobesidade, cardíacos, mas euainda não me preocupo.Quando eu tiver a vida feita,eu vou caminhar”, ressaltatranquilamente a universitá-ria Mayara Vicente. “O se-dentarismo não é uma doen-ça, é um estado em que a pes-soa fica, falta de vergonha nacara”, completa.

Mas o que é certo, con-forme o profissional de Edu-cação Física Allame Sanderé “se você não encontrar tem-po para fazer atividade físi-ca, encontrará tempo para fi-car doente”, finaliza aler-tando Allame.

O r i g e mSedentarismo é definido

como a falta ou uma grandediminuição da atividade fí-sica, a pessoa sedentária éaquela que não caminha,nem levanta peso, muitomenos sobe uma escada,quanto mais ir a pé até o su-permercado a duas quadrasde casa. “Ai, dá uma pregui-

ça de ir, eu sei que é perto,mas de carro é mais rápidoe fácil”, diz o estudanteVictor Hugo, ciente do seusedentarismo.

A questão do sedentaris-mo aparece pela primeiravez na pré-história, onde acivilização passou por trêsgrandes ondas de sedenta-rismo. A primeira, com osurgimento da atividadeagrícola exercida em terrafixa, surgindo assim o ter-mo ‘sedentário’. Na seqüên-cia, a segunda onda veio emmeados de 1750, com o ad-vento da máquina a vapor,houve a substituição grada-tiva do trabalho braçal pe-las máquinas de tear. Porfim, o crescente sedentaris-mo aparece na década de 50,com a explosão da bombaatômica, há o início da eratecnológica, que amplia acada dia a mecanização de

tarefas domésticas, delazer, locomoção.

Desde a terceiraonda o sedentarismoveio para ficar, os há-bitos decorrentes davida moderna e todo oseu conforto revelam,de acordo com o Ins-tituto de Estudos ePesquisas em Comu-nicação Comitê Gestorda Internet no Brasil -Intervozes, que passa-mos no mínimo trêshoras e meia por diaem frente à TV e o do-bro do tempo frente àtelinha do computa-dor. “Eu fico no míni-mo umas 6 horas pordia no computador,mas claro que não sãohoras seguidas”, co-menta Gabriel Neris,20 anos, estudante deJornalismo.

Fa d i g a - Facilidades vindas da tecnologia estimulam a preguiça

C o m o d i d a d e - Automóveis oferecem risco à saúde da população P r e g u i ç a -Diminuição da atividade física estimula cansaço

Foto: Paula Maciulevicius

Foto: Paula Maciulevicius

Foto: Paula Maciulevicius

Laura Peres Santi

Desde março de 2008,passou a ser obrigatório o es-tudo da história e da cultu-ra afro-brasileira e indígenano ensino fundamental e en-sino médio das escolas pú-blicas e particulares, pelaLei nº 11.645. Desse modoas escolas estão passandopelo processo de adaptaçãoe inclusão do conteúdo. Po-rém essa adaptação é longae demorada, sendo assim oscolégios estão aos poucos re-passando aos alunos o novoconteúdo a ser estudado. Aquestão é: qual será a con-seqüência dessa mudançapara o futuro de nossa soci-edade?

De acordo com a Superin-tendente da Gestão de Polí-tica Educacional da Secreta-ria Municipal de Educação/Semed, Profª. Angela Brito,a mudança fará um resgateda história, revelando a im-portância desses persona-gens que foram responsáveispela riqueza do país na épo-ca da colonização. Dessa for-ma as escolas estarão ensi-nando para seus alunos acultura e a tradição dessespovos que há muitos anosestão ajudando a construiro Brasil. “O que gera o pre-conceito é a falta de conhe-cimento, por isso é que esseconteúdo está sendo integra-do no currículo oficial deensino”, explica a professo-ra Angela.

Partindo deste conheci-mento adquirido, os alunosterão uma nova visão sobreas características que dão aopaís essa diversidade, comoo exemplo citado porAngela. “Teve uma professo-ra que na sua turma um alu-no negro usava uma toca,fazia chuva ou sol, ele sem-

pre estava com ela. Quandoa professora deu início aoconteúdo de história na épo-ca do Zumbi, que foi umnegro muito importante nahistória brasileira, percebeuque o aluno havia mudadoapós o estudo dessa matéria,pois não usou mais a toca esua relação com os colegasmelhorou”. Angela aindaconta que essa mesma pro-fessora levou seus alunospara conversar com a caci-que da Aldeia Marçal e visi-tar a Escola MunicipalSulivan Silvestre de Olivei-ra, que atende as criança daaldeia e região.

Magali Luzio, técnica doNúcleo de Relações Étnico-Raciais e Gênero da SEMED,conta que “os alunos estu-daram a exaltação maior doseuropeus, já os índios e ne-gros aparecem nos livros di-dáticos numa situação dediscriminação, sem contarque as histórias são conta-das na versão européia”.

Junto com sua equipe,Magali desenvolve um traba-lho de apoio aos projetos de-senvolvidos pelas escolas enos encontros de formaçãocontinuada trabalham temase sugerem atividades. Aservidora conta que na RedeMunicipal de Educação(REME) existe o Grupo deEducação Afirmativa e Cida-dania (Geac), é um trabalhorealizado por 34 escolas mu-nicipais, onde alunos, pro-fessores e orientadores estu-dam e pesquisam sobre va-riados assuntos sociais,mais tarde repassam essasinformações promovendo acidadania.

Sempre focando a cida-dania e o combate ao pre-conceito, foi realizada a 1ªConferência de IgualdadeRacial pelo Conselho Muni-

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Teresa de Barros

Com um roteiro comple-tamente diferente de tudo oque já se havia visto, “O Cu-rioso Caso de BenjaminButton” é a história de umacriança que nasce em dife-rentes circunstâncias, ouseja, Benjamim nasce com aaparência de um homemidoso e vai rejuvenescendoa cada dia de sua vida. O fil-me recebeu quatro indica-ções ao Globo de Ouro e foivencedor de três Oscars: Me-lhor Direção de Arte, Me-lhor Efeitos Especiais e Me-lhor Maquiagem. O filmetambém teve outras nove in-dicações, incluindo MelhorFilme e Melhor RoteiroAdaptado.

O longa-metragem come-ça com a introdução inicialsobre o grande relógio da es-tação de Nova Orleans, sim-bólico ponto de partida danarrativa do filme, dirigidopor David Fincher e adapta-do do romance de 1920 doescritor, F. Scott Fitzgerald,com roteiro de Eric Roth.Devido à primeira GuerraMundial, um joalheiro fabri-cante de relógios da cidade,perde seu filho na batalha,e com isso faz um relógio umpouco diferente, que correno sentido contrário, o ho-mem diz que o relógio sim-boliza todos aqueles queperderam seus filhos ou en-tes queridos na Guerra, es-perando que o tempo corrano sentido contrário, fazen-

Linha do

tempo ao

contrário

Criança que nasce com aparência de um idoso

Cinema

do com que seus parentesvoltem para casa.

Após esse dia nasce Ben-jamin Button (Brad Pitt), umbebê com todas as caracterís-ticas de um homem de maisde 80 anos de idade, todo en-rugado, com a aparência deum monstro. Sua mãe morrepor complicações no parto, eseu pai fica inconformadocom seu filho. Decidido aabandoná-lo, ele o leva à por-ta de um asilo de idosos,onde a personagem Quennie(Taraji P. Henson), emprega-da do local, o acolhe comoum filho, mostrando umamor incondicional à crian-ça.

Com o passar dos anos,Benjamin aprende a lidar comas suas diferenças e com asperdas que sofre por ver pra-ticamente todos os dias en-tes queridos morrerem, poiscomo vive em um asilo, mui-tos de seus amigos falecem,enquanto ele rejuvenesce. Emuma festa ocorrida no asilo,uma senhora que mora no lo-cal, leva sua família, e comisso sua neta Daisy (CateBlanchet), a quem Benjamimse apaixona à primeira vista.

Apesar de terem pratica-mente a mesma idade,Benjamim tem a aparência deum idoso, e a menina umacriança comum, que acaba setornando sua melhor amiga,mas quando Benjamim che-ga à idade adolescente, resol-ve embarcar em uma aventu-ra. Começa a trabalhar emnavio de carga, viajando por

todos os EstadosUnidos, e ficandolonge da família.Nesta jornadaBenjamim conhecediversas pessoasdiferentes, entreelas uma misterio-sa e encantadoramulher, com quemtem o seu primeiroromance, mas sem-pre se correspon-dendo com Daisy.

O filme não sómostra uma vidacomum aos olhosde Benjamin, masas implicações deser diferente e osgrandes momentose escolhas que nor-malmente todas aspessoas fazem atra-vés de nossa traje-tória, traz tambémum sentimento deperda enorme pelavontade de viveronde as pessoascada vez mais enve-lhecem e morrem.Como poderia seruma vida ao contrá-rio, quando ao in-vés de morrer comotodos, um dia sim-plesmente deixa deexistir.

Edição de títulos,legendas e fios:

- Thierre Monaco- Viviane Oliveira

Pa i x ã o -O amor nasce quando Daisy ainda é uma criança, enquanto Benjamim está bem idoso

D r a m a - História de Benjamin que nasce com aparência de idoso e aos poucos vai rejuvenescendo

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

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A b s u r d o -Mais de 295 mil alunos recebem apenas R$ 0,22 centavos para merenda. Eles contam com a criatividade dos administradores das escolas para suprir as necessidades nutricionais

Só R$ 0,22 centavos no prato

Merenda

Para driblar falta de recursos alimentícios, escolas estaduais recebem ajuda de moradores e vizinhos

Laziney Martins

Os 295,3 mil alu-nos matriculados nasEscolas Estaduais deMato Grosso do Suldevem receber este anocerca de R$13 milhõespara a merenda esco-lar. O dinheiro aindanão chegou, mas, pro-fessores, dirigentes emerendeiros das esco-las já sabem que omontante não é sufici-ente para alimentar osestudantes com quali-dade, pois terão ape-nas 0,22 centavos aodia para a alimentaçãode cada aluno e terãode inventar alternati-vas para suprir a fomedos alunos.

É o caso da EscolaEstadual Dr. ArnaldoEstevão de Figueire-do, localizado no mu-nicípio de Figueirão,distante 260 quilôme-tros da Capital. Noano passado a escola

recebeu R$ 15.796 para amerenda escolar, sendo quea instituição possuia 359 es-tudantes.

“Um país que tanto se dizque investe na educação nãotem uma merenda escolar de-cente. O custo por aluno noano letivo de 2008, saiu aR$0,22”, lamenta o profes-sor Emir Godoy, que há dé-cadas leciona Língua Portu-guesa na única escola deFigueirão.

Professor Emir, como éconhecido na cidade deFigueirão, além de ser pro-fessor, coordena um projetopara complementar a ali-mentação escolar.

O “alimento alternativo”,tem como objetivo aprimo-rar a merenda escolar den-tro da escola, onde um es-paço foi destinado para a cri-ação de uma horta. As hor-taliças produzidas não con-tém qualquer tipo de agrotó-xico. “Plantamos alface,rúcula, agrião e recentemen-te aramos dentro da escolapara o plantio de mandioca”,

explicou Emir.O diretor da escola,

Edmundo da Costa Barbosa,assumiu a direção da unida-de há pouco mais de doismeses, trabalhava no muni-cípio vizinho, Costa-Ricatambém enfrentava os mes-mos problemas na merenda.“Estamos sempre buscandomelhorias, a unidade esco-lar, os repasses são poucos,para ser ter uma idéia , noano passado foi deR$15.796, esses repassessão divididos em cinco par-celas”, diz o diretor.

Segundo Edmundo os di-retores precisam usar da cri-atividade para driblar a fal-ta de recursos para a meren-da, pois segundo ele “crian-ça com fome não aprende”.“Temos uma horta que estáproduzindo verduras, legu-mes, uma área plantada com600 covas de mandioca, asmudas foram doadas pelosproprietários rurais da re-gião”. Em 2008, como o re-passe da merenda escolarainda não aconteceu, a esco-

la estadual de Figueirão estácomprando tudo fiado. “Lei-te é adquirido em forma innatura, a carne não é dife-rente, compramos uma vacainteira, selecionada a dedopor uma pessoa conhecidado assunto, é matada a vacae colocada nos freezers daescola”, explica o diretor.Neste caso, Edmundo co-menta que o valor é aproxi-madamente 40% menor quea carne comercializada nosupermercado.

O diretor explica que ape-

sar das imensas dificulda-des, com as alternativas en-contradas pela comunidadeescolar, é possível fazer umamerenda de qualidade. “Noprato de hoje por exemplo,servimos arroz carreteiro,salada colhida da própriahorta, quibebe de mandiocae farinha de mandioca.”

Alaíde da Silva Andrade,de 51 anos, merendeira daEscola Estadual de Figuei-rão, está sempre buscandoalternativas para agradar osalunos, comenta também

que por ser uma cidadeinteriorana, a comunidadeem geral contribui para a ali-mentação escolar. “Semprerecebemos ajuda das pesso-as, o que faz nossa merendaa melhor”,conclui.

Edição de títulos,legendas e fios:

- Rebeca de Arruda- Renata Volpe

DIVERSIDADE

Auxílio nutricionalLaziney Martins

Segundo a nutricio-nista Adriana RossatoSouza, da Secretaria Es-tadual de Educação ovalor per capita da Ali-mentação Escolar é re-almente de R$ 0,22 paraalunos matriculados emcreche, pré-escola, ensi-no médio, ensino fun-damental e o Ensino jo-vem Adulto(EJA), jápara as escolas, crechese áreas remanescentesde quilombos, e indíge-na o valor custo é deR$0,44 para a cobertu-ra de 200 dias letivos.

O dinheiro vem doTesouro Nacional e es-tão assegurados no Or-çamento da União. É oFundo Nacional de De-senvolvimento da Edu-cação (FNDE) que re-passa a verba do Progra-ma Nacional de Ali-mentação Escolar(PNAE) para a contariabancária da Secretariade Estado de Educação,unicamente responsá-vel por transferir essesrecursos por meio deconvênios às Associa-ções de Pais e Mestres

das escolas.“As unidade escolares se-

lecionam os alimentos, res-peitando a vocação agrícolade cada região, utilizando ín-dice de aceitabilidade acimade 85% e utilizam no míni-mo 70% dos recursos finan-ceiros na aquisição de pro-dutos básicos, dando priori-dade, aos in natura e semielaborados.”, explica.

A nutricionista informouque o cardápio da alimenta-ção escolar fica sob respon-sabilidade da escola, mas éacompanhado por ela e téc-

nicos do setor de alimen-tação escolar, com a inten-ção de suprir, no mínimo15% das necessidades nu-tricionais diárias dos alu-nos matriculados no ensi-no fundamental e crechese 30% para os estudantesmatriculados em escolasindígenas e quilombolas.“Por exemplo, algum tipode carne, frango ou peixe,ovo, arroz feijão, polenta,macarrão, alface, tomate,cenoura, beterraba dentreoutras verdura e frutas”,explica a nutricionista.

N u t r i ç ã o - Cardápios escolares buscam alimentação alternativa

Foto: Laziney Martins

D o q u i n t a l - Verduras plantadas pelos diretores da escola enriquecem alimentação

Foto: Arquivo Escola Arnaldo Estevão

Foto: Laziney Martins