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CENDREV com peça na rua Até ao fim do mês Dança www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti | 15 de julho de 2010 | ed. 114 | 0.50 euros PUB “Fui contra a candidatura de Manuel Alegre, mas não vou fazer nada que a prejudique” Capoulas Santos numa grande entrevista ao REGISTO Louçã participou nas Jornadas sobre o Alentejo Bloco de Esquerda 12/13 5 19 21 Se o Governo mantiver tudo o está estipulado em matéria de verbas para a Universidade de Évora, podem estar completa- mente ultrapassados os prob- lemas financeiros da instituição. Esta é a convicção do Reitor Carlos Braumann que, em ent- revista ao REGISTO, reconhece haver ainda dificuldades nos Serviços de Acção Social. Eleito em Março, Carlos Braumann considera que a Universidade de Évora está pronta a ser um agente activo no desenvolvim- ento da região. À entrada de um novo ano lectivo, a Universidade prepara-se para reforçar os cur- sos em regime pós laboral, per- mitindo um acesso mais fácil de todos à Universidade. “Se não houver cortes orçamentais ultrapassaremos as dificuldades” Carlos Braumann convicto Decisões adiadas Crónica de opinião de Andrade Santos Artigo “A hora das decisões” Museu do Artesanato e Design 9 8 24 Évora Novo Hospital mantém os prazos Évora Futebol do distrito já “mexe” Évora Banco do Tempo abriu “agência” Mora Exposição na Estação/Imagem 3 21 23 11 “Retrospectiva” de Luís Damas

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CENDREVcom peça na rua

Até ao fim do mês Dança

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti | 15 de julho de 2010 | ed. 114 | 0.50 euros

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“Fui contra a candidatura de Manuel Alegre,mas não vou fazer nada que a prejudique”

Capoulas Santos numa grande entrevista ao REGISTO

Louçã participou nas Jornadas sobre o Alentejo

Bloco de Esquerda

12/13

5 19 21

Se o Governo mantiver tudo o está estipulado em matéria de verbas para a Universidade de Évora, podem estar completa-mente ultrapassados os prob-lemas financeiros da instituição.Esta é a convicção do Reitor Carlos Braumann que, em ent-revista ao REGISTO, reconhece haver ainda dificuldades nos Serviços de Acção Social. Eleito em Março, Carlos Braumann

considera que a Universidade de Évora está pronta a ser um agente activo no desenvolvim-ento da região. À entrada de um novo ano lectivo, a Universidade prepara-se para reforçar os cur-sos em regime pós laboral, per-mitindo um acesso mais fácil de todos à Universidade.

“Se não houver cortes orçamentais ultrapassaremos as dificuldades”

Carlos Braumann convicto

Decisões adiadas

Crónica de opinião de Andrade Santos

Artigo “A hora das decisões”

Museu do Artesanato e Design

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Évora

Novo Hospitalmantém os prazos

Évora

Futebol do distrito já “mexe”

Évora

Banco do Tempo abriu “agência”

Mora

Exposição naEstação/Imagem

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“Retrospectiva” de Luís Damas

2 15 Julho ‘10

A abrir

EfEMÉRIdE

Quem é ou tem um amigo ou traz no peito esse sentimento nobre, sabe que a amizade vai muito além da definição de um dicionário. No decorrer da vida, nós desfrutamos da companhia de diferen-tes tipos de amigos. Os amigos de nossa infância, dos quais nós podemos lembrar vagamente. Os amigos da escola. O ‘me-lhor’ amigo da adolescência. Colegas que encontramos no serviço. Amigos com os quais compartilhamos bons momentos. Companheiros de farra. À medida que envelhecemos, um amigo com o qual podemos tomar café juntos, enquanto conversamos ou fazemos ou-tro tipo de atividade. Mas existem tam-bém relações de amizades entre outros tipos de pessoas de outras regiões, seja por via Internet, onde amizades surgem

Quer mesmo saber o futuro?

Neste jornal alguns textos são escritos segundo o Novo Acordo Ortográfico e outros não. durante algum tempo esta situação irá manter-se e as duas formas de escrita vão coexistir. Tudo faremos, no entanto, para que no mais curto espaço de tempo se tenda para uma harmonização das formas de escrever no Registo, respeitando as regras do Novo Acordo

Apesar dos muitos assuntos de in-teresse, esta edição do REGISTO é marcada por duas entrevistas de fundo. Uma e outra são revelado-ras dos passos de gigante que, na-lguns casos, o Alentejo tem dado. Mais ao nível do discurso, é ver-dade, do que de mudanças de fac-to. Mas concorde-se ou não, seja-se politicamente correligionário de Capoulas Santos ou não, o que menos se pode dizer é que o actual eurodeputado e antigo ministro da Agricultura não tem um dis-curso articulado, fundamentado e esclarecido sobre o passado da região e os caminhos de futuro que o mundo, na sua opinião, terá que trilhar, sob risco de soçobrar em novos milenarismos. É uma entrevista de fundo, que merece ser lida em detalhe, com um dos mais influentes políticos alenteja-nos de sempre.Outra entrevista que merece de-staque é a que tem como entrev-istado o reitor da Universidade de Évora. Eleito há escassos meses, esta é a primeira grande entrev-ista de Carlos Braumann a um órgão de comunicação social. E a profundidade do seu discurso, o tom optimista e centrado na qualidade e na inserção da Uni-versidade que dirige no tecido regional, só podem ser de saudar. Como é de saudar e salientar o fac-to do actual reitor considerar que os estrangulamentos financeiros estão a ser ultrapassados. Um dis-curso bem diferente, pela positiva, daqueles a que nos temos habitu-ado a ouvir nos últimos tempos.

Mas estas duas entrevistas levan-tam também uma outra questão: a da necessidade de órgãos de co-municação social credíveis, profis-sionais, que não se limitem a pub-licar notas de imprensa, notícias de agência ou simulacros de entrev-ista. Uma cidade, uma região, um país têm necessidade de conhecer em detalhe o que, a cada momento, pensam os seus políticos, os seus empresários, os seus representantes, duma forma séria, abrangente e clara. Senão, quando se discute a “coisa” pública discutem-se apenas abstrações, lugares comuns, meras ideias feitas em que ninguém se reconhece. Esse tem sido um grave problema na discussão cidadã em Évora ao longo dos tempos. A ex-istência de um jornal diário não tem tornado a comunicação mais fluí-da. Pelo contrário: tem-na tornado mais opaca, confusa, inestrincável e sem aquilo que transforma a mera sucessão de mensagens em infor-mação – a mediação jornalística. E os protagonistas da “coisa pública” na região, sem órgãos de informação credíveis, têm sido profundamente-mente resistentes a dar explicações públicas e a submeterem-se ao es-crutínio popular através dos órgãos de comunicação social. As entrevistas que o REGISTO hoje publica são entrevistas mediadas jornalisticamente – por isso, o pens-amento, a respiração, os argumentos dos entrevistados são claros e preci-sos. São a base para que todos possa-mos, agora, discutir as muitas ideias que estão subjacentes aos seus dis-cursos. É isto a cidadania e o espaço da democracia. Em que os órgãos de comunicação social, profissionais e democráticos, são a essência e o per-fume. O único espaço possível para revigorar a agora da democracia.

Crónica Editorial

Carlos Júlio

EDP só levou a Alqueva “fauna autóctone”

No ano passado a EDP andou numa roda viva publicitária em defesa da construção de novas barragens. As associações ecologistas protestaram. A campanha foi suspensa, mas a EDP regressou agora ao “local do crime” com um “concerto de água” para convidados, na Barragem de Alqueva.Quem lá foi diz que não valeu o es-forço: na televisão a coisa até correu melhor. Com transmissão em directo na RTP, as luzes e o jogo de cores, até que resultou. Mas no local foi um verdadeiro “plof”. Começou de supe-tão e acabou de supetão, talvez pela

necessidade de coordenação com o directo da televisão. Primeiro cantou a Marisa, depois Paulo Gonzo e jun-taram-se os dois no fim, numa última cantiga. Quem lá esteve esperava melhor. Nem o palco era grande coisa. Colocado na zona da descarga, no lado oposto ao grande lago, não tinha a grandiosidade nem a beleza que muitos esperavam. Os vips também se contavam pelos dedos da mão. Só “fauna autóctone”: Fernanda Ramos, Carlos Zorrinho, Henrique Troncho e o anfitrião António Mexia.Nem tudo em que a EDP mexe (apesar dos meios financeiros de que dispõe) brilha como luz.

Será desta?

A promessa foi feita aos 40 graus à sombra por Ceia da Silva: a assembleia geral da Entidade Regional de Turis-mo do Alentejo vai-se reunir hoje, 15 de Julho e aprovar a constituição do

Museu de Design - Colecção Paulo Parra, a instalar no Museu do Arte-sanato, em Évora. Desconhece-se se os dois espaços museológicos irão, ou não, existir em conjunto, mas, o mais importante é que, segundo o presi-dente da ERT do Alentejo, daqui a alguns dias será convocada uma con-ferência de imprensa pela Turismo do Alentejo para esclarecer cabalmente o assunto. Ficamos à espera. Mas, como a vereadora da Cultura da Câmara de Évora prometeu em entrevista à agência LUSA abrir o Museu já este mês, em que ficamos? A conferência de imprensa realiza-se ANTES ou JÁ para assinalar a ABERTURA do dito museu?

Um espontâneo nas Jornadas do BE

Estavam as Jornadas do BE a terminar na Casa do Povo de Valverde quando um senhor, já de idade, pediu para

usar da palavra. Identificou-se como sendo de Valverde, ter mais de 80 anos, ser antigo trabalhador agrícola. Disse que a cultura do Alentejo se está a perder, que é necessário dignifica-la, que a conheceu muito bem quando ia trabalhar para os campos de Beja e toda a gente cantava à alentejana. O discurso, via-se, estava a agradar aos bloquistas. Só que, de repente, começou a dizer que era necessário regressar às palavras de Jesus, à pure-za desses tempos iniciais e, quer pela duração da intervenção, quer pelo sentido que ela estava a tomar, alguns dos presentes, entre eles o médico Dinis Cortes, de Beja, habituado a lidar com muita gente, começaram a denotar alguma incomodidade. A coisa ficou por ali, a mesa disse que a intervenção já estava muito longa – e a intervenção que estava a transfor-mar-se muito rapidamente numa ses-são de propaganda das Testemunhas de Jeová (digo eu) foi atalhada sem comprometer os aplausos bloquistas.

40 graus à Sombra

para suprir um vazio existente ou para descobrir outro mundo, além do seu, ou laços de amizades feitos por pesso-as de outras cidades ou regiões, que se conheceram pessoalmente e que pre-servam, por muito tempo ou por con-sistência, esse sentimento.

20 de Julho Dia Internacional da Amizade

www.egoisthedonism.wordpress.comPedro Henriques Cartoonista

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Cidade

Por alegado incumprimento da Câmara

Festival Paralelo Évora foi canceladoA associação cultural CEPiA decidiu cancelar a edição 2010 do festival Pa-ralelo Évora, criado no ano passado, porque a Câmara de Évora não disponi-bilizou, nos prazos acordados, “a verba orçamentada para o efeito”.

Entre as actividades que o CEPiA (Cen-tro de Estudos Performativos i Artísticos) programou para este ano contava-se a segunda edição do Paralelo Évora - Fes-tival Internacional de Ritmo i Arte. Este

festival nasceu no ano passado, de uma parceria com a ACERT, com o objectivo de promover e divulgar o trabalho de jo-vens criadores. Porém, o CEPiA anunciou esta semana ao REGISTO que a segunda edição do Paralelo Évora não se realizará, porque a autarquia “não disponibilizou a verba orçamentada para o efeito, na data ante-riormente estabelecida”.O CEPiA nasceu em Évora em 2002, com o objectivo de criar “uma plataforma ac-tiva de investigação, formação e divulga-

ção” nos diversos domínios da arte. A associação, sedeada na Rua Manuel d’Olival, em Évora, vem desenvolvendo um importante “corpo de acções concre-tas” com parceiros nacionais e estrangei-ros, a fim de promover e estudar a cria-ção artística contemporânea. O espectáculo video “Retrospectiva Dan-ça”, da Companhia Luís Damas, é promo-vido pelo CEPiA, em colaboração com a Câmara de Évora, e enquadra-se na pro-gramação anual do Teatro Garcia de Re-sende.

José Pinto de Sá

Évora: “Férias de Verão 2010”

Subordinado ao lema “Este verão escolhe o teu Pro-grama…”, o projecto “Ferias de Verão 2010”, promovido pela Câmara Municipal de Évora pelo 3º ano consecutivo, pre-tende oferecer aos jovens ebo-renses entre os 14 e 30 anos, uma extensa lista de alterna-tivas para ocuparem os seus tempos livres durante as férias, contribuindo também para a sua formação pessoal. Workshops e formações, fazem parte de um enorme leque de ofertas, que todos os jovens poderão frequentar a título gra-tuito entre 15 de Julho e 15 de Setembro.Da fotografia à astronomia, passando pelo cinema, activi-dades aquáticas, dança, entre mais de 50 propostas de escol-ha, pretendendo ir ao encontro de interesses diferentes para jo-vens diferentes… Mais informações em www.cm-evora.pt ou através dos seguintes contactos: [email protected] ou telefone: 266777100. As inscrições po-dem realizar-se on-line ou na Câmara Municipal de Évora, Gabinete da Juventude (Edifí-cio S.Pedro - Pátio do Salema ).

Évora recebe investidores brasileiros

Entidades e investidores do Estado do Rio Grande do Sul, acompanhados pelo Vice-Cônsul de Portugal em Porto Alegre (Brasil), Adelino Vera-Cruz Pinto, pelo Secretário de Estado, Rogério Ortiz Porto e pelo economista Tirone Lemos Michelin, foram hoje (dia 13), recebidos pelo Presidente da Câmara Municipal de Évora, José Ernesto d’ Oliveira, nos Pa-ços do Concelho.Tratou-se de uma visita de cor-tesia e amizade, mas também de procura de parceiros para estabelecimento de uma coop-eração mais aprofundada em diversos sectores da actividade económica de ambas as regiões e países.O projecto em análise consiste na formação de uma rede de ci-dades em que se incluem, entre outras, Évora, Porto e Coimbra e que, juntamente com 100 ci-dades do Estado de Rio Grande do Sul, procurarão desenvolv-er parcerias no domínio tec-nológico, investigação agro-pecuária, regadio e indústria metalomecânica (aeronáutica).

Apesar da crise económica, Filomena Mendes garante

Obras do novo Hospital de Évoranão vão sofrer atrasos

Os prazos para a construção do novo hospital central de Évora vão-se manter apesar da crise económica e financeira do país garantiu a presidente do Conselho de Administra-ção da unidade hospitalar. A conclusão do novo hospital está prevista para o final de 2014 e “neste momento, não há nada que faça prever que não possamos ter o novo edifício para o hospital de Évora nos prazos que tínhamos previs-to”, afirmou Filomena Men-des, presidente do Conselho de Administração do Hospital do Espírito Santo, durante um en-contro com jornalistas.De acordo com a mesma res-ponsável, “o projeto técnico e de arquitetura do novo hos-pital está a ser desenvolvido”, pelo que “não há qualquer en-trave a que o projeto continue

a ser desenvolvido e seja en-tregue nos prazos previstos”.Quanto à empreitada de cons-trução e equipamentos, Filo-mena Mendes adiantou que a administração do hospital de Évora “está a fazer tudo para que os prazos sejam aqueles que foram propostos aquando da data da assinatura dos con-tratos”.Salientando os resultados do plano de contenção do hos-pital de Évora, que já permi-tiu reduzir o défice, a mesma responsável esclareceu que “uma coisa são as verbas de funcionamento e outra são as de investimento”, acrescen-tando que “a questão do inves-timento no novo hospital não é posta em causa, porque não se mistura com as verbas de funcionamento”, disse.Num investimento na or-

dem dos 94 milhões de euros, a nova unidade vai ter uma capacidade de 351 camas, ex-tensível a 440, em quartos maioritariamente individu-ais, sendo que a área bruta do edifício ultrapassará os 78 mil metros quadrados, envolvidos por mais de 170 mil metros quadrados de espaços verdes e 1605 lugares de estaciona-mento.A área de influência de pri-meira linha do novo hospital

abrange 150 mil pessoas, dos 14 concelhos do distrito de Évora, enquanto, numa se-gunda linha, serão servidas 440 mil pessoas dos restantes 33 concelhos do Alentejo (Por-talegre, Beja e Alentejo Lito-ral).O investimento será assegura-do por fundos próprios do hos-pital, quer por via do seu capi-tal, quer por via da alienação de património, e pelo recurso a fundos comunitários.

Redação/Lusa

Hospital de Évora vai estar concluido em 2014

Filomena Mendes, presidente do Conselho de Administração do Hospital de Évora revelou que o plano de contenção, em vigor desde 2006 nesta unidade hospitalar, permitiu reduzir o défice da instituição em quase oito milhões de euros, passan-do de 10 milhões de euros em 2006 para, no final de 2009, “um pouco acima dos dois mil-hões de euros”.

“A redução do défice do hospi-tal nos últimos quatro anos foi muito grande, o que permitiu aproximar a unidade da sustent-abilidade económica”, afirmou a presidente da Administração do Hospital de Évora, sublin-hando que “o hospital tem-se modernizado e diferenciado em termos técnicos, mas, simulta-neamente, tem tido uma grande contenção” nos gastos.Num encontro com jornalistas,

Filomena Mendes garantiu que a unidade alentejana teve sem-pre a preocupação de “conter as despesas em áreas em que pôde contê-las, não prejudicando a qualidade do serviço e do aten-dimento”.O plano “foi elaborado e discu-tido com os serviços, para que, também aí, fosse possível diag-nosticar as áreas onde, eventu-almente, poderíamos ter ainda alguma contenção”, adiantou,

defendendo que “todos devem ser solidários” numa altura em que o país atravessa dificul-dades.

Entre 2006 e finais de 2009

Dívida do Hospital de Évora desceu de 10 para 2 milhões de eurosRedação/Lusa

4 15 Julho ‘10

Opinião

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“Portugal sem rumo”

A situação económica do país é deso-ladora. Com uma taxa de desemprego que voltou a subir em Maio – 10,9% - Portugal inverte a tendência de redução do desemprego já evidencia-da nos seus parceiros da OCDE. São 600 mil portugueses sem trabalho. E não se conhece um plano de recupe-ração económica para este país, que revitalize o tecido empresarial. Só sabemos que o financiamento está cada vez mais difícil, quer por parte dos agentes económicos quer por parte das entidades bancárias. Para fragilizar ainda mais a estabilidade financeira do sistema bancário, sur-

gem agora boatos sobre a solidez do BCP, embora já desmentidos. O Banco de Portugal diz que está atento. Não chega, tem é de actuar. Enquanto regu-lador, não pode permitir que estas situ-ações se arrastem no tempo, sob pena de uma eventual corrida aos depósitos, essa sim, provocar uma situação de ruptura financeira.A revisão em baixa do rating da dívida portuguesa pela Agência Moody’s não surpreende o nosso Ministro das Fi-nanças. Já era esperado, disse. Valha-nos isso, pelo menos não foi, desta vez, surpreendido. Também o Prémio Nobel da Econo-mia, Paul Krugman, vem a público sugerir a possibilidade da Grécia ser forçada a abandonar a Zona Euro, o que, por arrasto, seria desastroso para Portugal, Espanha e Irlanda. Contudo, consola-nos dizendo que não acredita que França e Alemanha deixem cair a Zona Euro. Não sou tão optimista. Veja-se a reacção tardia na ajuda à Grécia, que deixou bem patente que o “sonho europeu” da paz e da pros-

peridade talvez não seja tão autêntico como se poderia supor. Com tantos problemas seriíssimos para resolver e um rol de más noti-cias, o Governo está preocupado com as declarações proferidas em Espanha pelo líder da Oposição, Passos Coelho. Como se não pudesse dizer em Es-panha aquilo que já disse em Portugal. Eu estranharia o contrário. Mas real-mente estranho é ver ferrenhos so-cialistas acusar Passos Coelho de “en-tregar o ouro ao bandido”, quando não têm nenhum sentido patriótico, nem a nível pessoal nem ao nível das funções públicas que lhes foram cometidas: fazem férias no estrangeiro, investem milhares de Euros na sua aparência sem recurso aos produtos portugueses; renovam a frota automóvel do Estado sem nenhum sentido de oportunidade, responsabilidade ambiental ou preocu-pação de redução de custos; nomeiam os amigos a torto e a direito, aumenta-ram drasticamente a divida e despesa do Estado desde 2005 até hoje, e eu pergunto se isto é amor à pátria?!

A divida externa bruta (divida externa do Estado, empresas e bancos) repre-senta 215% do PIB; a divida pública di-recta está actualmente em 80% do PIB e segundo o FMI atingirá os 100% em 2014, se se mantiver o actual ritmo de crescimento.A dívida pública indirecta (divida das empresas transporte e compromis-sos futuros com as parcerias publico privadas) atinge os 30%, o que signifi-ca que a divida consolidada representa já 110% do PIB. (Dados do Instituto Francisco Sá Carneiro – Conclusões do III.º Encontro sobre o tema PSD -35 anos. Novos tempos, novos desafios, novas ideias, com a intervenção de Eng. João Proença, Dr. Fernando Ul-rich, Dr. Eduardo Catroga)No actual panorama, e face à total in-capacidade do Governo gerir a crise e apontar um rumo para o país, já não sei se patriotismo é continuar a apoiar a insensatez socialista para não provocar uma crise politica, ou é cortar o mal pela raiz.

SóNIA RAMOS fERROJurista e deputada Municipal

Esta é uma história estranha que é relatada por alguns cronistas, onde a lenda e a história se cruzam, o que vul-garmente acontece quando recuamos no tempo e os registos da época são escassos e poucos precisos. Contudo é uma história surpreendente.Conta-se que Joana era formosa e muito inteligente, viveu no séc. IX, e chegou a alcançar o estatuto de Papa com o nome de João VIII.A sua história aparece em relatos da sua época e contam que ela era uma

jovem inglesa muito formosa que, desde pequena, deu logo sinais da sua apurada inteligência. Começou desde cedo a refugiar-se nos conventos. De-pois da adolescência, decidiu viajar até e continuar com a sua preparação espiritual. Em Atenas esteve num con-vento de beneditinos onde se apaixo-nou por um dos seus mestres. Contudo era um amor impossível: os votos e a reclusão a que estava obrigado o seu amado, interpunham-se entre a sua fe-licidade. Para se poder aproximar do seu amado, envergou vestes masculi-nas e escondeu a sua verdadeira iden-tidade. Assim pôde tornar-se monge e estar mais perto dele. Passou a ser con-hecida como “ João o Inglês”. Os seus dias eram felizes, pois estava junto do homem que tanto amava e podia con-tinuar com os seus estudos. Contudo a felicidade dos dois durou pouco tem-po, o amante de “ João” viria a falecer. Para poder suportar a dor da perda do seu amado, Joana mergulhou ainda mais afincadamente nos estudos, vin-

do a ser em breve conhecido pela sua argúcia e grande sabedoria. Dadas as suas qualidades intelectuais, a sua fama ultrapassou fronteiras e muitos eram os que acudiam ao seu mosteiro para pedir conselhos e ajuda em diversos temas.Joana continuou a viver sob o seu dis-farce masculino e em breve muda-se para Roma, onde foi eleito Papa por unanimidade após a morte de Leão IV, ocorrida a 17 de Julho de 855. Con-seguiu realizar as suas tarefas sem que ninguém suspeitasse da sua ver-dadeira identidade. Contudo de novo a nossa Joana voltou a apaixonar-se por um jovem clérigo e com o evoluir do romance ela acaba por ficar grávida. Apesar de ter sido fácil ocultar sua gravidez, devido às vestes folgadas dos Papas, acabou por ser acometida pelas dores do parto em meio a uma procissão numa rua estreita, entre o Coliseu de Roma e a Igreja de São Cle-mente, e deu à luz perante a multidão.Pouco depois a sua identidade foi

descoberta e desonrada e triste a po-bre papisa acabou por falecer, tendo sido Papa durante dois anos, um mês e quatro dias.Misteriosamente, a história foi imor-talizada num arcano do Tarou, a se-gunda carta, «A Papisa», que repre-senta a sabedoria, o conhecimento, a intuição e a chave dos grandes misté-rios.

MARGARIdA PEdROSAProfessora

A História da Papisa Joana

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Política

Nas Jornadas sobre o Alentejo do BE

Face à sociedade de consumo Cláudio Torres defendeu o regresso à agricultura e aos saberes tradicionaisReunindo cerca de sete dezenas de participantes, as primeiras Jornadas sobre o Alentejo do Bloco de Esquerda decorreram sábado na Casa do Povo de Val-verde (Évora).

Os debates incidiram sobre temas como a saúde, agricultura, socie-dade, cultura e património. Os presentes defenderam a necessi-dade e urgência da regionalização e a criação das regiões administra-tivas.Para os dirigentes do Bloco de Es-querda no Alentejo “estas jorna-das foram muito positivas” e um “ pontapé de saída para uma série de debates que irão decorrer ao longo do tempo baseados nos te-mas agora debatidos: exclusão so-cial e pobreza, desemprego, cultu-ra, património, agricultura, etc. O Bloco procurará alargar os temas e diversificar os convites de modo a que estes não venham a ser uma mera formalidade mas antes um compromisso de acção e debate no seio da esquerda”.Durante os debates foi analisada a situação na agricultura alen-tejana, que ocupa hoje apenas 10 por cento da mão-de-obra da região, sendo uma parcela signi-ficativa do trabalho efectuado por imigrantes de diversos países,

tratados, em muitos casos, como verdadeiros escravos. Foi dado exemplo de Odemira onde muitos trabalhadores emigrantes vivem sem quaisquer condições mais elementares. Foi defendida a cria-ção de um Banco de Terras, que pudessem ser alugadas a jovens agricultores.No plano cultural, Alexandra Es-piridião, do Teatro PIM, mostrou-se contra a cultura de espectáculo que a televisão e todo o aparelho mediático promovem, em detri-mento da criação e da inovação, que são a base para o desenvolvi-mento das sociedades.Cláudio Torres falou de patrimó-nio e de identidade. Partindo da análise das sociedades tradicio-nais mediterrânicas, o arqueólogo defendeu que é preciso um regres-so à terra e às pequenas comuni-dades rurais, um retorno ao saber fazer, num momento em que as cidades estão a morrer, transfor-madas em grandes aglomerados urbanos, altamente massificados, e onde, por exemplo, os próprios produtos alimentares, a água e o ambiente, estão a tornar-se noci-vos para a saúde das populações.Carlos Luna, por seu turno, pegou na história do país e do Alentejo para reivindicar a regionalização, considerando que a criação das re-giões administrativas e do Alente-

jo significará recuperar uma iden-tidade que os vários poderes, nos últimos séculos, tentaram apagar e deu como exemplo os distritos, que são “uma criação recente e uma cópias dos departamentos franceses”, e que nada têm a ver com a nossa tradição.

Francisco Louça interveio nas Jornadas

Numa pausa dos debates usou da palavra Francisco Louçã. O co-ordenador do Bloco de Esquerda referiu-se à actualidade política do país, considerando que as SCUT com portagens “não servem para ir e vir”, mas para “garantir uma

renda” aos concessionários.De acordo com Francisco Louçã, para este ano, estava previsto um aumento do pagamento do Estado em 10 milhões de euros para os concessionários das SCUT (auto estradas sem custo para os utiliza-dores) da Costa de Prata e do Gran-de Porto e em 12 milhões de euros para o da SCUT Norte Litoral.“A generosidade aqui é em pacotes de 10 milhões de euros para cada um dos concessionários e ainda não tinha começado sequer a pôr-se a hipótese das portagens”, disse o líder do BE, considerando que “estas estradas não servem para ir e vir, servem para garantir uma renda”.

Francisco Louçã disse ainda que depois das portagens nas SCUTS o Governo se prepara para “novas portagens”, dando como exemplo os CTT, “que o governo quer priva-tizar”.

Repto ao Turismo do Alentejo

Entretanto, em comunicado di-vulgado já depois destas Jornadas, a Coordenadora Distrital de Évora do Bloco de Esquerda emitiu um comunicado em que “denuncia” o que diz ser “a hipocrisia das de-cisões do Congresso de Turismo do Alentejo (realizado em Beja no passado mês de Março) que, ao considerar como fundamental “a promoção da identidade do Alen-tejo” se esquece dos projectos de cercar o Cromeleque dos Almen-dres com um campo de golf, de apresentar aos turistas cidades, aldeias e vilas absolutamente de-gradadas e com património edifi-cado em elevado estado de ruína, que deixa subalternizar o museu do artesanato de Évora, etc.”Para os bloquistas alentejanos, “o dr. Ceia da Silva tem de decidir de que lado está: do lado do governo que deixa cair o Alentejo aos bo-cados ou do lado do próprio Alen-tejo, dos alentejanos/as e da sua cultura”.

Redação

francisco Louçã numa pausa dos trabalhos das Jornadas.

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redação/lusa

Não há no PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento) “uma única medida para de-senvolver o país” considerou, em Moura, o secretário-geral do PCP.

Jerónimo de Sousa, que falava aos jornalistas, disse que “quan-do não se aposta decisivamente no crescimento económico, na defesa da nossa produção nacio-nal e do nosso aparelho produ-

tivo, inevitavelmente, os prob-lemas estruturais continuam a agudizar-se”.“Este é o drama do PEC”, ou seja, “não tem nenhuma medida económica, nenhuma ideia es-tratégica que vise fundamental-mente o crescimento, o aumento da riqueza”, sublinhou o líder do PCP, que acusou ainda o PSD de “apoiar” as políticas do Governo socialista e de assinar as medidas dolorosas que estão a atingir o povo”.

“Nós vemos o PS a ser o execu-tante desta política” e, por outro lado, “o PSD, que arranjou agora um ar moderno com um novo líder, a meter a mão por baixo do Partido Socialista e a assinar as medidas dolorosas que estão a atingir o povo”, acusou Jeróni-mo de Sousa, acrescentando que “Portugal não é um país pobre, apesar do povo estar empobreci-do. Portugal tem potencialidades e possibilidades, mas a política de direita, infelizmente, não con-

sidera estas potencialidades e possibilidades e encontra como solução fazer o povo pagar”.Quanto ao Programa de Esta-bilidade e Crescimento (PEC), o líder comunista reiterou que no programa “não se encontra um sacrifício a exigir aos banqueiros, aos grandes senhores do dinhei-ro, aos grandes grupos económi-cos, mas sim medidas antisociais contra quem trabalha, quem vive da sua reforma e quem tem o seu pequeno negócio, a sua

pequena empresa, a sua peque-na exploração”.“Até podíamos admitir que, numa situação excecional e com o país em crise, fosse preciso fazer sacrifícios com a ideia de que lá para 2013, como eles dizem, as coisas iriam endireitar-se e mel-horar e o país a ficar melhor, mas de facto as medidas não são para resolver os problemas nacionais, os nossos défices, a nossa divida externa”, disse.

Jerónimo de Sousa em Moura

“Portugal não é um país pobre, apesar do povo estar empobrecido”

6 15 Julho ‘10

Região

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Após anos de reclamações, dúzias de reportagens, pro-testos das populações e lamentos de agricultores, a Serra de Serpa vai final-mente ser electrificada. Mais duas centenas de explorações agrícolas serão beneficia-das. O ministro da Agricul-tura quer que os agricultores aproveitem as condições de competitividade criadas com o auxílio do Proder.

É uma história escrita de mui-tos protestos e reclamações. Populações e, sobretudo, agri-cultores, levaram anos a pedir a electrificação da Serra de Serpa. Ontem, quarta-feira, em Serpa, o ministro da Agricultura, du-rante a cerimónia de entrega do contrato de financiamento do projecto de electrificação da Serra de Serpa, congratulava-se pelo avanço do projecto e

deixava um apelo aos agricul-tores para que aproveitem as condições de competitividade que vão ser criadas com a elec-trificação rural da zona.O projecto de electrificação da Serra de Serpa, uma reivin-dicação com nove anos, “vai beneficiar 221 explorações agrícolas, criando condições de competitividade idênticas às que existem noutras regiões”, assegurava à Lusa o ministro António Serrano. E acrecenta-va que “os agricultores da Serra de Serpa vão passar a ter duas condições que não tinham: acesso à electricidade, a partir da concretização do projecto de electrificação rural da zona, e acesso à água, através da barra-gem do Enxoé, que já está liga-da à albufeira de Alqueva, para poderem fazer uma agricultura moderna e de regadio”. O projecto, num investimento de cinco milhões de euros, vai

ser financiado em 99 por cento pelo Programa de Desenvolvi-mento Rural (Proder).Segundo o ministério da Ag-ricultura, a primeira fase do projecto irá beneficiar 52 ex-plorações e deverá arrancar no próximo mês de Setembro para terminar em Dezembro de 2011.Na segunda fase, aprazada para Março de 2011 serão beneficia-das 169 explorações . A electri-ficação rural da Serra de Serpa estará concluída em Dezembro de 2012.

Eternamente adiado

O projecto de electrificação da Serra de Serpa foi sendo su-cessivamente adiado, porque nunca “foi possível encontrar soluções de financiamento”, no entanto, de acordo com o min-istro António Serrano, através do Proder “foi agora possível

avançar “ de modo a terminar com uma situação desigual. “Não ter acesso a electricidade, era uma desigualdade enorme para as pessoas da Serra de Ser-pa, que hoje estarão muito fe-lizes, porque finalmente vêem um projecto importante para o desenvolvimento da região a concretizar-se”.Para Sebastião Rodrigues, pres-idente da Associação de Agri-cultores do Concelho de Serpa, esta foi “uma batalha ganha pelos agricultores que há nove anos andavam a batalhar para que a electrificação rural da Serra de Serpa fosse aprovada para financiamento”.“Hoje fez-se história”, salien-tou, referindo que “é dramático e impensável, em pleno século XXI, num país que faz parte da União Europeia, haver pessoas a viver e agricultores a trab-alhar por onde não passa um único fio de electricidade”.

Segundo Sebastião Rodrigues os atrasos de anos resultaram da “falta de vontade política” e de “dotação orçamental para a concretização deste projecto”. “Agora, finalmente houve, em primeiro lugar, vontade políti-ca para que a obra seja feita”.“É uma grande alegria e um grande incentivo para o desen-volvimento de uma zona já por si desfavorecida”, diz o presi-dente da Associação de Agri-cultores de Serpa, que afirma ainda que “quando a electrifi-cação estiver concluída, os ag-ricultores da Serra de Serpa já terão as mesmas condições da maioria”.Ao presidir à cerimónia de as-sinatura dos contratos que vão permitir a electrificação da Serra de Serpa, o ministro da Agricultura pediu aos agricul-tores para “aproveitarem bem as novas condições “.

Após anos de reivindicação de populações e empresários agrícolas

Avança electrificação da Serra de SerpaRedação/Lusa

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Graco revela a essência das terras alentejanas

Numa homenagem a um ilustre membro da classe dirigente de Roma, é uma chamada de atenção para a ocupação Romana na Herdade Sousa da Sé há mais de 2 mil anos.Surge imponente sob a forma de néctar da região – Graco. Um vinho único no mercado, Tinto 2008, e Branco 2009.A Herdade Sousa da Sé em Évora recuperou as actividades agrícolas produzindo um vinho, que tem como aliados principais o sol e a sabedoria da terra.Pela mão do Dr. Jaime Antunes, responsável da Frontino, teve lugar no passado dia 9 de Julho no Restaurante Tapas do Campo Pequeno a apresentação do Vinho Graco.A sobriedade e elegância foram presença natural na apresentação deste néctar.Produziu-se 70 por cento de vinho Tinto e 30 por cento Branco Graco 2008 teve um estágio em barricas de carvalho francês durante 12 meses, seguido de um novo período de estágio em garrafa, de cor granada marcante, com notas de frutos negros em compota, especiarias, tabaco e uma agradável tosta de madeira em que estagiou.Graco Branco 2009 - cor citrina, com notas de fruta tropical e algumas percepções minerais.Duas propostas aliciantes para acompanhamento da boa gastronomia alentejana.Segundo o Dr. Jaime Antunes, “o Graco foi elaborado a partir de novas técnicas de cultivo. A maior densidade das videiras, segundo espe-cialistas, promove menos produção, mas superior qualidade, construindo-se a vedação mais alta para uma maior exposição solar. Graco é a grande âncora da Herdade Sousa da Sé, 42 hectares de vinha, uma oportunidade única de associar a actividade do vinho á gastronomia no seu maior esplendor. Será também uma das características do Resort Évora, o facto dos turistas terem proximidade à vinha e até existir a possibilidade de personalizar o vinho.Os primeiros passos estão dados com o lançamento dos primeiros vinhos da Herdade Sousa da Sé.”Revelando todo o empreendedorismo que nos faz acreditar no Alentejo, o Dr. Jaime Antunes demonstrou ser possível, apesar de todas as burocracias, apostar no Alentejo. Graco é o pilar para muito mais que a Herdade Sousa da Sé ainda vai oferecer ao Alentejo e ao mundo.Um brinde ao Graco!

Maria João Pereira

PUBLIREPORTAGEM

fotos_Luís Pardal

8 15 Julho ‘10

Opinião

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Nos estertores da monarquia ficou con-hecido o infante D. Afonso, irmão do rei, pela alcunha do arreda. Isto porque na falta de buzina o ínclito cavalheiro bradava fortemente “Arreda” a todo o ser vivente que se encontrasse na rota do seu automóvel, coisa que frequent-emente acontecia em virtude da rari-dade dos ditos e da velocidade atingida, pouco vista também ao tempo.Parece que cem anos volvidos corremos o risco de ter um novo, ou no caso uma nova, arreda. No caso não podemos diz-er que se trate de um excesso de veloci-dade que leva a nossa Arreda a apressar-se a congratular-se com o afastamento

Arreda!!!

de um membro do pessoal da orgânica do seu serviço, poder-se-ia dizer que é indubitavelmente a falta de velocidade que levou a isso, ou mais venenosamente a necessidade de encobrir essa falta de velocidade.O arredado, por sua vez parece que já se teria tentado arredar em meados de Fevereiro, e por essa altura tal movi-mento não foi aceite, o que diga-se de passagem constitui um novo paradigma, escolhe-se quem levar as culpas, espera-se até às situações atingirem os foros de insustentabilidade, e depois arredam-se os indivíduos espalhando-se alto e bom som que são eles os culpados de todas as malfeitorias.Uma ministra vinda do meio cultural de-veria ter por certo que a arte raramente é lucrativa, e que quando isso acontece normalmente deixou de ser arte e passou à condição de mercadoria. Acontece que os artistas não são merceeiros e nem po-dem ser tratados como tal. Parece que o arredado viu isso, mas a nossa Ministra Arreda não.Durante muitos e muito anos, a arte foi fomentada pelos reis ou ricos homens que queriam ver a sua importância e pujança económica reconhecida pelos

demais. Aliás num tempo em que o Es-tado era ele, o rei utilizava a arte para promover não só o seu poder mas a mu-nificência do reino. Donde pertencia ao Estado a parte de leão no financiamento do processo artístico. Camões ele mes-mo não poderia sequer ter sobrevivido sem a tença real, por parca que fosse.Tal como em outros temas, o nosso ac-tual governo, como aliás os seus ante-cessores, entendem que aquilo que não dá lucro não serve para nada, donde o processo artístico tem de se sustentar a ele mesmo e, espante-se, afirmam pre-tender acabar com o parasitismo e a sub-sídio-dependência. Ora estas palavras e ideias só podem vir de quem desconhece completamente o mundo da cultura. Os ganhos que se obtêm para o nosso povo, e que advêm deste sector, não são men-suráveis em Euros. Nem se pode esperar que um criador ou objecto (salvo quando o tempo os torna em valores de comércio e posse apetecíveis) possa gerar meios de subsistência. Se assim fosse quantos fa-mosos artistas e reconhecidas obras de arte, jamais se formariam ou conhece-riam a luz do dia.O princípio de que todo o produto do gé-nio e trabalho humano são objectos de

troca e bens comerciáveis, é então não só contrário à própria criação artística como, pela estreiteza dos seus limites, absolutamente incompatível com o pro-cesso de criação artística. A desvalori-zação dos ganhos civilizacionais prove-nientes da cultura é, na visão dos nossos governantes, idêntico à desvalorização do processo educativo e do acesso à saúde. No entendimento dos nossos gov-ernantes estes são luxos e privilégios e não direitos inalienáveis do nosso povo. Daí que não admire as variadíssimas tentativas de por em causa estes direitos no texto constitucional.Todos sabemos que, com a Revolução de 5 de Outubro, o destino do nosso Arreda foi, uma vez arredado ele da esfera do poder, partir para o exílio onde, suspeito deve ter passado os seus dias arredando outros em qualquer outra língua. Vere-mos se com o centenário da proclamação da República, também o destino desta e de outros arredas seja o envio para um exílio de poder de onde será desejável que não voltem.

CARLOS MOURAEngenheiro

Comissão Municipal de Defesa do Património chumba proposta de encerramento do Museu do Artesanato

Três meses e meio volvidos após a aprovação camarária do Protocolo de criação do Museu de Design-Col-ecção Paulo Parra, e perante o evi-dente desagrado de muitos sectores da vida social da Cidade, o assunto voltou à reunião do executivo munici-pal. Tratou-se agora de aprovar uma segunda versão do dito Protocolo, na qual foram introduzidas duas al-terações : o Museu muda de nome, e passa a chamar-se Museu de Artesan-ato e Design, e a respectiva Direcção passa a ser designada pela CME, pela

Turismo do Alentejo, e pelo coleccio-nador Paulo Parra, quando na versão anterior era da exclusiva responsabili-dade do coleccionador. Como diria o Principe Salina, é preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma !Estas alterações de pormenor, que es-tavam cozinhadas desde Maio passa-do, aguardaram o início das férias para ser dadas a conhecer, procurando dar um aspecto mais aceitável a um projec-to de entrega a um privado de um bem valioso – o antigo Celeiro Comum, e o financiamento público – sendo que o projecto privado do tal Museu de De-sign continuará a ser financiado por dinheiros públicos até que se revele sustentável, o que, convenhamos, não se afigura nada fácil.Tinhamos chamado a atenção, em es-crito anterior, para o prolongado silên-cio da Comissão Municipal de Arte, Arqueologia, e Defesa do Património. Esta importante e prestigiosa entidade, que deveria reunir todos os meses para se pronunciar sobre os aspectos mais im- portantes da defesa do património

da nossa Cidade, estava desde Março sem reunir, e era normalmente atribuí-da a sua não convocação ao incómodo que poderia ser para a maioria PS-PSD que tinha votado o Protocolo com o coleccionador Paulo Parra a apreciação isenta desse projecto pelas vozes au-torizadas dos membros da Comissão.E assim foi. Convocada para o dia an-terior ao da deliberação camarária so-bre a segunda versão do Protocolo, a Comissão Municipal de Arte, Arqueo-logia, e Defesa do Património fez uma crítica cerrada e impiedosa do projecto de liquidação do Museu do Artesan-ato, e tomou conhecimento do parecer negativo que a Direcção Regional da Cultura do Alentejo enviou a este re-speito ao Instituto Português de Mu-seus. A presença do coleccionador na reunião não teve qualquer efeito para tornar menos incisivas as críticas dos membros da Comissão.Depois de mais esta crítica pesada, o que se seguirá neste processo insen-sato ? Na Quinta-feira,15, reúne a As-sembleia Geral da Entidade Regional do Turismo do Alentejo, tendo na sua

Agenda a apreciação deste caso. Tudo parece ter sido articulado entre os Presidentes desta organização e da Câ-mara de Évora, para que na modorra da “silly season” das férias do Verão este assunto incómodo seja fechado, para proveito do coleccionador Paulo Parra, esbanjamento de dinheiros públicos e menosprezo pela cultura e pelos va-lores identitários da nossa Cidade e do Alentejo. Mas há ainda há outras pontas soltas, dado que a entidade proprietária do Celeiro Comum ainda não deu o seu acordo para a mudança do contrato de arrendamento, e a entidade gestora do Quadro Comunitário de Apoio não autorizou a mudança de uso dos finan-ciamentos comunitários que foram concedidos para a vultosa recuperação do edifício e instalação do Museu do Artesanato.O processo ainda não está encerrado.

Eles ainda não conseguiram matar o Museu do Artesanato !

JOãO ANdRAdE SANTOSEx. Presidente da Região de Turismo de Évora

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Universidade

Colégio do Espírito Santo. Edifício carregado de história. Onde se inscreve o nome de uma das mais antigas instituições de ensino superior do país. A Universidade de Évora. É também aqui que se inicia começa a história do novo Reitor da instituição. Eleito em Março, Carlos Braumann, 58 anos, natural de Lisboa, é professor no Departamento de Matemática desta Universidade desde 1988. Nos corredores escuros do piso superior,

encontra-se o gabinete da reitoria, onde Carlos Braumann recebe o REGISTO. Para falar da Universidade. Dos novos cursos. Das novas oportunidades. Do presente. E do futuro, que as dificuldades financeiras é coisa do passado.

“Queremos chegar a mais públicos”- garante Carlos Braumann

Universidade de Évora aposta em cursos pós laborais

Paulo Nobre

Estamos em período de candi-daturas, podemos dizer que é o começo de um novo ano lectivo. Quais são as apostas da Universi-dade de Évora? Há novos cursos?Na Universidade de Évora temos cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento. No caso das li-cenciaturas, cujo período de can-didaturas decorre, o que temos de novidade este ano são alguns cursos em regime pós-laboral. As Línguas Literaturas e Cultu-ras já funcionavam em regime diurno e pós laboral e assim continua. Há um curso que só funcionava em regime diurno e passa também para o pós laboral que é a licenciatura em História e Arqueologia. É uma forma de abrir as portas da Universidade a quem quer vol-tar a estudar.Sim, claro, e esta licenciatura em História e Arqueologia é bastante interessante e dá opor-tunidade a pessoas que queriam estudar nessa área e por razões de horário tinham dificuldades em fazê-lo.Outro curso que vai abrir em pós laboral é Filosofia que já ante-riormente tinha aberto, embora tenha encerrado por falta de alu-nos. Quando digo que funciona em horário pós laboral, tal não significa que os alunos normais não o possam frequentar. Estes são, no fundo, horários di-mensionados para aquela que é uma das grandes apostas das uni-versidades, os maiores de 23.Exacto, mas não só os maiores de 23. São no fundo as pessoas que estão na vida activa e esse po-dem ser menores de 23. Sim, mas esses têm de cumprir os requisitos em termos de habilita-ções.Sim, têm de ter o 12º ano e con-correr no regime normal de candidaturas. Os maiores de 23 têm um mecanismo especial de ingresso que não exige as qua-lificativos dos alunos habituais, apenas têm de fazer prova de conhecimentos que lhes permi-tam frequentar o curso, mesmo que não tenham feito o ensino formal.

Isto obriga a uma reestruturação no funcionamento da Universida-de.Passa a funcionar de uma outra forma, mas a ideia é precisamen-te chegar a públicos que de outra forma tinham dificuldade em chegar à Universidade.Mas falta-me ainda referir um outro curso em regime pós la-boral. É um curso de Ciências Exactas e Naturais. Trata-se de uma nova licenciatura naquilo que hoje se chama licenciatura de “banda larga”, com um am-plo espectro. Procura dar uma formação ampla na área das ci-ências exactas e das ciências na-turais. É uma licenciatura com

um mercado de trabalho próprio que até agora não tem as neces-sidades satisfeitas. Funciona também em regime pós laboral, o que permite ser frequentado pelos estudantes normais e por aqueles que não o podem fazer em horário normal. Desta forma abrimos o leque a todos os públi-cos, embora não possamos du-plicar o curso nos dois regimes por razões de disponibilidade de recursos humanos. Por isso a aposta só no regime pós laboral. Uma licenciatura inédita na Uni-versidade de Évora.Não só. É nova no país. É inova-dora, dá uma formação genéri-

ca nas áreas científicas, ciências exactas e ciências naturais e dá depois a possibilidade a quem quiser de fazer uma formação específica. Nessa tentativa de abranger mais públicos este tipo de licenciatu-ras, em pós laboral, pode vir a crescer?Tencionamos fazê-lo, alargando-o ao nível dos segundos ciclos, dos mestrados. A esse nível, dos mestrados, está lançado o programa “Vale a Pena ser Mestre”.É um programa que se dirige a um público que fez uma licen-

ciatura pré-Bolonha de quatro ou cinco anos com uma forma-ção curricular mais completa. Não faz sentido a quem deseja continuar os estudos a nível de mestrado que tenha de fazer toda a parte escolar como se ti-vesse a mesma formação que uma licenciatura actual com três anos. É um reconhecimento a quem tem uma licenciatura das antigas, di-gamos assim.Procuramos reconhecer essa formação para que possam, com um programa mais curto de ac-tividades, em menos tempo, con-cluir um grau de mestre, o que pode ter consequências a nível da melhoria da situação profis-sional, ou da simples curiosi-dade intelectual de quem gosta de desenvolver os seus conhe-cimentos. Hoje em dia não faz sentido pensar-se que se acaba o curso e se fica com aqueles co-nhecimentos, que eles são sufi-cientes para o resto da vida pro-fissional. Claro que há sempre o auto-estudo, permite acompa-nhar as novidades que surgem e colmatar algumas lacunas. Mas é importante que haja um ensi-no mais estruturado a nível da formação contínua, formação ao longo da vida quer aquela que concede graus, quer aquela mais dirigida a necessidades específicas.

Dificuldades económicas ultrapassadasNos últimos tempos a Univer-sidade de Évora tem sido mais falada pelos defeitos que pelas virtudes. A situação económica continua complicada?Os Serviços de Acção Social têm de facto um problema compli-cado. Nós temos muitos estu-dantes deslocados a viverem em Évora, naturalmente pre-cisam de apoios especiais e o orçamento do Estado que tem vindo para os serviços tem sido insuficiente.

A Universidade tem procurado

colmatar com o seu orçamento na medida do possível, mas tam-bém temos tido restrições orça-mentais que são de todos con-hecidas e não tem podido dar a ajuda que seria necessária.Claro que a Universidade tam-bém passou por um momento difícil de restrições orçamen-tais complicadas, mas que está a ser agora ultrapassado. É um problema do passado, não do presente e futuro?Sim, julgo que se aquilo que foi prometido pelo Governo

em relação ao contrato de con-fiança, que é de termos este entendimento que a Univer-sidade vai aumentar substan-cialmente a formação de ac-tivos - e este é um esforço que estamos a fazer para o cresci-mento e desenvolvimento nacional, nós e todas as outras instituições de ensino superior – e que em contrapartida não vamos ter cortes orçamentais. Não haverá crescimento, mas com o corpo docente e de fun-cionários que actualmente ex-iste será possível manter uma

actividade mais ampla. Se não houver cortes na componente orçamental prometida, rapi-damente ultrapassaremos as dificuldades. Alguns atrasos que existiam serão depois grad-ualmente recuperados, porque as coisas não se fazem instanta-neamente, até porque vivemos em sistema de duodécimos. Da parte da Universidade já houve progressos. Da parte dos serviços de Acção Social a situação está um pouco mais complicada, mas também aí se vai corrigir.

(continua na página seguinte)

Carlos Braumann está optimista quanto ao futuro da Universidade de Évora

Luís Pardal

10 15 Julho ‘10

Universidade

Aproveitar potencialidades da região

Há muito se discute sobre a liga-ção que a Universidade deve ter ao meio, sobre a necessidade de adaptar os cursos à realidade da região. Isto está a ser feito na Uni-versidade de Évora? Como?É evidente que nós formamos recursos humanos não apenas para a região. É para o país, para o mundo, inclusive temos estu-dantes de outros países e conti-nentes que nos frequentam. A Universidade é um centro de saber, logo universalista, mas pode ter uma preocupação maior com a região?Temos uma preocupação espe-cial com o desenvolvimento da região, porque é nela que esta-mos inseridos. A nossa investi-gação, a prestação de serviços à comunidade, os nossos ensinos têm essa preocupação funda-mental de corresponder tam-bém às necessidades da região, sem termos uma visão redutora. Porque hoje o que pode parecer pouco relevante, pode amanhã ser muito relevante. Veja o que se passa na formação de pro-fessores: durante muitos anos tivemos uma actividade muito intensa na formação de professo-res, porque havia grande carên-cia não só a a nível regional. Isso contribuiu para que a região es-teja hoje dotada de profissionais qualificados. Foi um progresso notável em relação ao que se pas-sava há 20 ou 30 anos atrás. Hoje, as necessidades estão reduzidas, pois os quadros estão preenchi-dos. Mas isso significa deixar-

mos de formar professores? Eles vão ser sempre necessários. Há que ter visão de longo prazo no planeamento dos cursos.De longo e médio prazo. Há que prever as necessidades não ape-nas do presente, também do fu-turo próximo. Há um trabalho de prospectiva com os agentes da região para se perceberem quais são as necessidades actuais e fu-turas. Temos de ter consciência que se não fizermos um grande esforço de desenvolvimento do Alentejo, esta região vai estiolar e morrer a pouco e pouco. Há um esforço de desenvolvimen-to que temos todos de fazer, em que a Universidade de Évora está também fortemente empenhada juntamente com as forças vivas. Vivemos actualmente num Alen-tejo expectante. Alqueva, o aero-porto de Beja, o porto de Sines, o

próprio aeroporto de Alcochete ou o TGV podem mudar comple-tamente a região. Embora se viva ainda na expectativa, há na Uni-versidade de Évora noção das ne-cessidades futuras desta região?Eu começava por Évora. A cida-de tem uma potencialidade tre-menda de desenvolvimento. Vai ser o eixo em que se vão cruzar as várias linhas de ligação do TGV, do porto de Sines, aeropor-tos de Beja e Alcochete, temos uma Universidade conceitua-da, um ensino básico e secun-dário de qualidade, ambiente arquitectónico e paisagístico de grande qualidade… a vida em Évora tem uma qualidade que as grandes cidades não conseguem atingir. Há aqui um pólo de atracção que vai ser relevante se soubermos tirar partido dessas potencialidades para a instala-ção de empresas. Essa é a nossa grande preocupação, por isso é

que estamos a lançar juntamen-te com outras entidades estes instrumentos de apoio ao desen-volvimento que se forem acom-panhados pelo poder político com apoios, nomeadamente ao nível fiscal ou de outra nature-za, podem ser oportunidades ex-celentes de desenvolver a região. Claro que o desenvolvimento da região pode naturalmente aju-dar ao desenvolvimento da pró-pria Universidade. Como é que os cursos na Univer-sidade de Évora poderão evoluir no sentido de acompanhar essas oportunidades?Nós já temos cursos que estão dirigidos às energias renováveis, por exemplo, que é uma área que pode ter um potencial tremendo, nomeadamente aqui no Alente-jo na área do solar e do fotovol-taico. Criámos uma licenciatura em energias renováveis, temos

um mestrado em engenharia ambiente, vamos ter uma cáte-dra em energias renováveis. É uma área que nós vemos que é importante para a região e ao mesmo tempo estamos a dar resposta a essa oportunidade de desenvolvimento. Este é apenas um exemplo. O Parque de Ciência e Tecnolo-gia, que junta autarquias, politéc-nicos de Beja e Portalegre, pode ser a génese dessa ampla colabo-ração que tem faltado a vários níveis entre todas as instituições?O Parque de Ciência e Tecnolo-gia pode aprofundar a colabora-ção. Sinceramente eu não sinto que haja falta de colaboração. Se olhar para aquilo que nós faze-mos em termos de cooperação com as mais variadas entidades quer regionais, quer até fora da região. Se virmos todas as áreas em que a Universidade interage com as empresas ou instituições públicas da região, é tão gran-de a quantidade de protocolos, de acções concretas que estão a ser executadas no terreno, de prestação de serviços à comuni-dade. Isto quer dizer que há, de facto, entrosamento que contra-diz completamente a ideia que possa existir de algum divórcio. Não há. Certamente que nós queremos fazer mais e melhor e desenvolver a região, porque a verdade é que não temos muitas empresas na região e portanto há aqui uma necessidade de de-senvolvimento regional em que a Universidade de Évora, não se podendo substituir às forças vivas, pode contribuir com elas para relançar esse desenvolvi-mento regional.

Numa busca rápida de notícias no últi-mo ano, encontram-se muitas queixas dos alunos: falta de condições das salas de aula; problemas nas cantinas; disper-são dos edifícios e falta de transportes; falta de materiais de trabalho, etc. Estes são também problemas do passado?Às vezes faz-se tomar a nuvem por Juno. Encontra-se um pequeno pro-blema aqui e em vez de o procurar re-solver internamente vai-se para a im-prensa fazer barulho. Acha que é isso?Nalguns casos é, noutros não será. Às vezes há pequenos problemas que se fossem relatados internamente pode-riam ser solucionados. Até já tive aqui uma queixa formal por não termos re-ciclagem na biblioteca. Isto não é uma queixa, é uma sugestão, há que distin-guir as coisas.É evidente que a nível de equipamen-to de salas há problemas. Estamos em edifícios essencialmente antigos devi-do a uma política que a Universidade fez nos últimos anos, enraizando-se na cidade e fazendo dela o seu próprio

Campus universitário, com a situação especial da Mitra. Aproveitaram-se edifícios históricos. Isso tem custos adi-cionais, porque a manutenção é mais cara, mais difícil e as condições, como não são edifícios construídos de raiz para funcionar como escola, com salas de aula construídas para esse fim, há adaptações que não correspondem ao paradigma habitual do que é uma sala de aula. O equipamento também é alvo de críti-cas.Sim, o equipamento das salas tem de ser renovado, estamos agora a lançar um programa de renovação que vai começar brevemente. Isto também tem uma contrapartida: quem é que se pode gabar de ter aulas num edifício históri-co como vários a Universidade tem? Há uma qualidade também que pode causar algum desconforto, mas o facto de estarmos num ambiente especial ajuda. Referiu-se a outros problemas… … problemas nas cantinas na dispersão dos edifícios e falta de transportes ou a

falta de materiais de trabalho…Claro que os alunos terão sugestões… eu como às vezes na cantina e parece-me que tem qualidade. Pode haver ali uma certa repetição para quem come lá todos os dias. Evidentemente que não é a comida de casa, é feita para grandes quantidades de pessoas. É uma comida que é aceitável no panorama nacio-nal Já tenho comido noutras cantinas e noutros países e esta é uma comida com qualidade. Poderia ser melhor, um dia há um prato que não agrade? É natural.Em relação aos transportes, temos tido alguns problemas de transportes para a Mitra porque o concessionário tem tido pequenos problemas. Acontece ocasio-nalmente. São contingências e nós não podemos ter uma frota suplementar de autocarros. Está fora de hipótese a construção de um Campus universitário que concentre toda a universidade num só espaço?Essa foi uma questão que já se colocou em tempos. Não se encontraram solu-ções para isso.

E nesta conjuntura é difícil.É um investimento grande e podemos dizer que a universidade tem um pa-trimónio vasto e poderia trocá-lo. O problema é que não é património fa-cilmente alienável, porque são estru-turas de grande dimensão que dificil-mente teriam ocupação alternativa. Num Campus organizado poderíamos ter alguma vantagem em termos de estrutura de custos, mas também ía-mos perder uma valência importante. Basta perguntar a pessoas que vivem em Campus distantes quatro ou cinco quilómetros das cidades e as limitações que isso traz. A própria cidade pode perder com isso.Creio que sim. A vivência da cidade com os seus estudantes dá uma grande dinâmica ao desenvolvimento da pró-pria cidade. Isso nota-se no comércio, na restauração em geral, basta ver os períodos de férias e os períodos de au-las.

“Quem é que se pode gabar de ter aulas num edifício histórico?”

(continuação na página anterior)

Universidade de Évora está empenhada no desenvolvimento da região.

Luís Pardal

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Sociedade

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Solidariedade Social

Banco de Tempo já tem agência em ÉvoraJosé Pinto de Sá

Avis: leitura durante o Verão Para ir ao encontro dos leitores, durante o período de Verão, a Biblioteca Municipal de Avis leva a cabo duas actividades descentralizadas que preten-dem cultivar o gosto pela lei-tura: “Livros à Solta” e “Hora do Conto”.“Livros à Solta” oferece aos frequentadores das Piscinas Municipais e do Parque de Campismo da Albufeira do Maranhão desfrutar de vários livros e navegar ao sabor da imaginação entre uns mergul-hos refrescantes ou no repouso de uma tenda. Durante o mês de Agosto, às segundas-feiras, os jovens utentes do Parque de Campismo da Albufeira do Ma-ranhão têm encontro marcado com os livros através da “Hora do Conto”. Semanalmente, às 10h30, a Sala de Convívio deste empreendimento acolhe a dra-matização de diversos contos, com o intuito de promover o gosto pela leitura junto do pú-blico infanto-juvenil durante o período de férias escolares

Já abriu em Évora uma agência do Banco de Tempo, uma insti-tuição onde qualquer “investi-dor” disposto a contribuir com uma hora do seu tempo recebe em troca uma hora de ajuda em seu benefício.

“O Banco de Tempo é um ban-co igual aos outros,” com agên-cias, cheques e depósitos, ex-plica Isaura Pinto, da equipa dinamizadora da instituição em Évora, ressalvando que “a única diferença é que a moeda de troca é a hora”.Portanto, “qualquer investidor que esteja disposto a dar uma hora do seu tempo, recebe em retribuição uma hora para uti-lizar em benefício próprio”. Por outras palavras, se o leitor pre-cisa de passear o cão (ou de po-dar a sebe, ou de cozinhar uma refeição…) e por qualquer moti-vo não pode fazê-lo, pode agora dirigir-se ao Banco de Tempo e conseguir que alguém lhe con-

ceda X horas para tal ocupação, desde que, em troca, se compro-meta a dedicar igual tempo a ajudar outro membro da insti-tuição. Sendo que todas as horas têm igual valor, já que ali não há serviços mais bem pagos que outros. É este o conceito orientador do Banco de Tempo, uma institui-ção que surgiu em Portugal por iniciativa da associação Graal, em 2002. De então para cá, o Banco de Tempo já conta com mais de 25 agências espalha-das por todo o país, com mais de 1.700 pessoas inscritas.Em Évora, foi apresentada na sexta-feira, dia 9, a agência do Banco de Tempo, fruto de uma parceria envolvendo a Graal, a Câmara de Évora, a Junta de Freguesia dos Canaviais e a Casa do Povo do mesmo bairro. Ao abrigo da referida parceria, a autarquia contribui com o espa-ço para a sede, no centro históri-co de Évora, enquanto a Casa do

Povo dos Canaviais cede o seu salão para reuniões e sessões de esclarecimento. Procedimentos simplesPara se inscreverem como membros do Banco do Tempo, os interessados devem dirigir-se à agência, onde um mem-bro da equipa dinamizadora procederá a uma entrevista de acolhimento. Nessa entrevista, o candidato é informado acerca do funcionamento do banco, e deve, por sua vez, fornecer os nomes e contactos de três pes-soas que possam afiançar que é pessoa idónea.Isaura Pinto salienta que “este passo é indispensável”, já que a

participação implica muitas ve-zes a entrada em casa de pesso-as, cuja segurança se impõe res-guardar. Depois de o Banco de Tempo confirmar a idoneidade do candidato, marca um encon-tro com ele e, juntos, preenchem a ficha de membro, onde consta o tipo de serviços que a pessoa pretende prestar ou receber. “Todos os membros têm que dar e receber,” precisa Isaura Pinto. Mesmo que alguém pretenda apenas contribuir, só pode fazê-lo durante 20 horas, no máximo. Depois devem obrigatoriamen-te solicitar um serviço a outro membro do banco.A agência de Évora do Banco de Tempo já está a funcionar a tem-po inteiro. O atendimento na sede, sita na Rua do Fragoso, 8, decorre de segunda a sexta-fei-ra, das 10h às 12h30, e das 14h30 às 16H30. “Contamos com toda a gente,” dizem os promotores da iniciativa.

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Entrevista

Capoulas Santos, sociólogo, membro do PS, é um dos quadros alentejanos com maior experiência e maior influência política. Dirigente nacional do partido, ocupa agora as funções de deputado europeu e preside à Assembleia Municipal de Évora, deslocando-se todas

as semanas de Bruxelas para o Alentejo. Tem uma visão global da situação portuguesa, preconiza várias reformas, entre as quais a da organização politica e administrativa do país. Considera que o modelo capitalista, tal como o conhecemos, está esgotado e que num prazo máximo de meia centena de anos a humanidade

terá que encontrar outro modelo de desenvolvimento. Depois de ter ocupado cargos no Governo, na Europa e na administração local defende a construção regional, onde, confessa, gostaria de ter um papel a desempenhar.

“A única aspiração política que tenho é exercer um cargo no quadro da regionalização”Carlos Júlio

“Não fui alheio à escolha do actual ministro da Agricultura”O senhor foi ministro da Agricultura. Como é que vê a actuação do actual ministro, Antó-nio Serrano, também um alentejano?Estou satisfeito com a escolha deste ministro, uma escolha a que eu próprio não fui alheio e da qual não estou arrependido. Penso que tem qualidades de trabalho reconhecidas, tem provas dadas na vida académica, na vida empresarial e também na vida políti-ca, tendo sido um destacado deputado mu-nicipal, onde, aliás, me apercebi de muitas das suas qualidades. Reconheço que her-dou uma situação muito difícil. O mandato do governo anterior, nesta matéria, não foi particularmente feliz e, por isso, tem estado a lidar com uma situação muito complicada.

Tem andado uma parte deste tempo a apa-gar fogos.Sim. E tem-lo feito com sucesso. Retomou aquilo que era uma prática do Partido Socia-lista que é o diálogo muito aberto com todas as organizações de agricultores. Infelizmen-te isso não aconteceu no mandato preceden-te e acho que o António Serrano tem-no feito com mestria e ao mesmo tempo mantendo aquelas que são as prioridades de sempre do Partido Socialista e que são, desde logo, a água e o regadio, bem representados pela antecipação do calendário de execução do Alqueva.

Geralmente por parte dos políticos há um discurso animador sobre o Alentejo. Fala-se de Alqueva, do Aeroporto de Beja, de Sines, disto e daquilo. Mas a verdade é que o de-senvolvimento da região parece que não che-ga e todos os dias o Alentejo vai perdendo população. Isso não é bem assim. Lembro-me que quan-do comecei a minha vida política activa o Alentejo era uma das regiões mais pobres da Europa e agora já não é a mesma coisa. E eu pergunto o que seria hoje o Alentejo se as acessibilidades não tivessem sido feitas, se o porto de Sines não tivesse avançado, se o ae-roporto de Beja ainda não estivesse conclu-ído?

Está concluído, mas sem qualquer utilização.Sim, mas primeiro é preciso fazer as obras e depois pô-las a render. É como o Alqueva. Sobre o Alqueva houve muitos que durante anos falaram, falaram, falaram, mas foi pre-ciso vir alguém que o fizesse, para depois ser utilizado. O aeroporto é a mesma coisa. São grandes investimentos, que têm um prazo de execução longo e cujos benefícios são progres-sivos. As coisas não surgem como cogumelos no Inverno. É necessário primeiro apostar, depois percorrer um longo processo decisó-rio, depois conseguir os financiamentos, de-pois lançar os concursos e depois executar as obras. Só depois é que as coisas avançam no terreno. Tem sido esse o caso da Embraer, por exemplo. Tudo demora um certo tempo para que estejam criadas as condições para que os projectos avancem e comecem a produzir os seus frutos. E alterar o perfil do Alentejo, uma região ancestralmente atrasada, não é trabalho para meia dúzia de anos. É trabalho para uma geração e isto se houver continui-dade de políticas.

Como recorda os seus tempos de ministro da Agricultura? Lembro-me que foi, na altura, muito criticado, até por associações de agri-cultores aqui do Alentejo.

Passei momentos muito difíceis, mas foi uma experiência muito gratificante. Lembro-me que um dos dossiers mais difíceis foi o da crise das vacas loucas. Foi um esforço muito grande, mas de que resultou a erradicação da doença e a modernização da nossa rede de abate. Foi feita também nessa altura a uma reforma da Política Agrícola Comum, que fez com que, pela primeira vez, Portugal deixas-se de ser contribuinte líquido da PAC, o que era um absurdo, ou seja, entre 1986 e 2000 demos para os cofres da União Europeia, da PAC, mais dinheiro do que de lá retirámos. Depois de 2000 passámos a ser beneficiários líquidos. Orgulho-me de ter lançado um dos programas de maior sucesso, a reestrutura-ção da vinha, de ter dado grandes avanços no regadio e de ter executado um Quadro Comu-nitário de Apoio a 100%. Consegui também, depois de muitas promessas incumpridas e anteriormente feitas, encerrar o contencioso da Reforma Agrária, pagando as indemniza-ções aos antigos proprietários. O objectivo era pagar as indemnizações e a seguir vender o património do Estado aos utilizadores e criar um banco de terras e um fundo de mobiliza-ção de terras, projecto a que, infelizmente, os governos seguintes não deram sequência.

Mas isso não aconteceu.Infelizmente não. A seguir veio o governo de Durão Barroso que obstaculizou esse pro-cesso e anulou todos os decretos já aprovados em Conselho de Ministros e infelizmente essa ideia nunca mais foi retomada, com a agravante de parte do património que era destinado a esse fundo, que eu preconizava que devia ser para instalar jovens agricul-tores com formação adequada, ter sido, na maior parte, vendido ao desbarato por Ma-nuela Ferreira Leite.

Na zona de Alqueva ou noutros regadios também?Em todos os regadios do país, desde o Vale da Vilariça, em Trás-os-Montes até ao Barlaven-to algarvio, passando pelo Alqueva. Isso per-mitiria ao Estado intervir em vários níveis. Primeiro, vendendo o património que era do Estado e que eu inventariei em cerca de quase 90 mil hectares. Pretendia afectar o di-nheiro dessa venda a um banco de terras que seriam arrendadas por um período de sete anos, após o qual as terras seriam vendidas. Com esse dinheiro poderiam, de novo ser compradas outras terras, usando um novo direito de preferência a favor do Estado, nos regadios feitos com investimentos públicos, que seriam, de novo arrendadas a jovens agricultores, e assim sucessivamente...

Os ministros da Agricultura ainda têm al-guma margem de manobra quando tomam decisões, ou todas as decisões importantes são já tomadas por Bruxelas?A agricultura é a mais comunitária das polí-ticas. Há até quem diga que a agricultura é a única política verdadeiramente comunitária, uma vez que os regulamentos são decididos em Bruxelas e são de aplicação obrigatória nos Estados-membros e é a única política que tem um verdadeiro financiamento comuni-tário, na ordem dos 44% do orçamento global da União. E já foi cerca de 80%. Mas, apesar de tudo há uma certa margem de liberdade para os governos actuarem, embora dentro deste quadro geral, que também interessa aos esta-dos já que garante uma concorrência mais ou menos leal entre todos.

Como é que olha para este seu terceiro mandato como presidente da Assembleia Municipal? É difícil manter este cargo ao mesmo tempo que está como deputado no Parlamento Europeu?Já exerci quase todos os cargos políticos possíveis. Fui vereador na Câmara de Mon-temor, fui membro da Assembleia Munici-pal, fui membro do governo, fui deputado nacional, sou agora deputado europeu, e esta função de presidente da Assembleia Municipal de Évora é das que me dá mais prazer e não é incompatível com a minha estadia no Parlamento Europeu. Para além de me deslocar semanalmente a Évora, as novas tecnologias permitem-me estar permanentemente em contacto com todo o expediente diário da Assembleia e os meus colegas, em particular os líderes das diferentes bancadas, com os quais tro-co impressões com regularidade.

Como é o relacionamento com as dife-rentes forças políticas representadas na Assembleia Municipal?Presidi à Assembleia Municipal durante dois mandatos em que o PS dispunha de maioria absoluta. Neste não dispõe, mas não tenho notado grande diferença. Re-gistei mesmo com muita satisfação o ges-to de cortesia que os meus colegas da As-sembleia tiveram para comigo, aquando da eleição para a presidência em que não obtive nenhum voto contra. Tenho procu-rado actuar sempre com independência e isenção e no geral, acho que a Assembleia tem funcionado globalmente bem, infeliz-mente, nalguns poucos casos com um ou outro excesso de linguagem, que tenho fei-to o possível por corrigir, mas que sempre decorre dos calores que estão por detrás dos trabalhos parlamentares. Temos até con-seguido introduzir algumas inovações, como é o caso da experiência da transmis-são directa das sessões pela internet ou de termos passado a reunir com regularidade nas freguesias rurais, pelo menos duas ve-zes por ano, o que acaba por ser sempre um pequeno acontecimento local e aproxima eleitos e eleitores.

Neste momento a Assembleia tem mais uma força política que é o Bloco de Es-querda. O seu aparecimento tem dado mais vivacidade e colorido aos debates?O BE dispõe de um mandato na AME. A sua representante é um membro igual a qualquer dos outros e devo registar com simpatia o facto de, desde logo, e ainda sem nenhuma experiência, a colega Amá-lia Oliveira se ter disponibilizado para integrar a Mesa, que sempre pretendemos plural (o PSD recusou esse lugar apenas por uma questão procedimental).

São necessárias alteraçõesno sistema político

Dada a sua experiência, defende altera-ções na legislação que define as atribui-ções do poder local e dos seus órgãos?Tenho sobre essa matéria, e desde há mui-to tempo, ideias muito claras. Acho que o executivo municipal devia ser recrutado a partir dos membros da Assembleia Muni-cipal, ou seja, deveria haver apenas uma única lista em que o primeiro membro dessa lista fosse o Presidente da Câmara e em que os outros elementos do executi-vo fossem escolhidos a partir dos eleitos para a Assembleia, podendo em qualquer momento haver remodelações da vere-ação. Em Inglaterra, por exemplo, isso verifica-se até ao nível governamental. O primeiro-ministro britânico só pode esco-lher para ministro quem tenha sido eleito deputado. Isso faz com que os membros do Governo tenham uma maior legitimidade democrática. Em Portugal, ainda há muito aquela ideia de que quanto mais indepen-dente melhor. Quando muitas vezes anali-samos o percurso político de muitos minis-tros, a sua manifesta falta de jeito político para gerirem alguns dossiers ou, às vezes mesmo, algum autismo e algum distan-ciamento que resulta do facto dessas pes-soas aparecerem no Governo sem terem de se confrontar com o eleitorado, sem te-rem assumido compromissos e sem terem, muitas vezes, a noção de quanto custa ser eleito e de quanto é importante respeitar os compromissos previamente assumidos pelo partido que ganhou as eleições e sem o qual nunca seriam ministros.

“O modelo actual de sociedade está esgotado”Falou da crise que estamos a viver. O senhor deputa-do, embora moderado, afirma-se como socialista. A crise que estamos a viver deriva do facto do capitalis-mo estar em crise?Sem dúvida. Embora sem me querer armar em adivi-nho, nada do que está a acontecer é algo que me sur-preenda. É algo que eu esperava que acontecesse num horizonte de 40 ou de 50 anos, porque é evidente que a sociedade consumista que temos vindo a construir, assente no crédito e na produtividade, tem uma lógica que se esgota no curto prazo. E, por isso, mais tarde ou mais cedo esta lógica terá que dar lugar a outra coisa qualquer.

O liberalismo pode ser a solução?Nem o liberalismo, nem o modelo de sociedade que nós temos. Os recursos que existem no planeta são

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Capoulas Santos, sociólogo, membro do PS, é um dos quadros alentejanos com maior experiência e maior influência política. Dirigente nacional do partido, ocupa agora as funções de deputado europeu e preside à Assembleia Municipal de Évora, deslocando-se todas

as semanas de Bruxelas para o Alentejo. Tem uma visão global da situação portuguesa, preconiza várias reformas, entre as quais a da organização politica e administrativa do país. Considera que o modelo capitalista, tal como o conhecemos, está esgotado e que num prazo máximo de meia centena de anos a humanidade

terá que encontrar outro modelo de desenvolvimento. Depois de ter ocupado cargos no Governo, na Europa e na administração local defende a construção regional, onde, confessa, gostaria de ter um papel a desempenhar.

“A única aspiração política que tenho é exercer um cargo no quadro da regionalização”

Reforma Agrária

“Na base estiveram aspirações de justiça e de igualdade”

Comemoram-se agora os 35 anos da reforma Agrária. O senhor é alen-tejano, conhece a realidade que se vivia nos campos do Alentejo. Não reconhece nenhuma virtualidade positiva em todo processo da Refor-ma Agrária?Eu compreendo muito bem o que aqui aconteceu em 1975. Foi em par-te um movimento genuíno dos tra-balhadores alentejanos, explorados desde sempre, desde o início da nossa nacionalidade, que teve um certo co-mando político e que ocorreu no de-curso de um processo revolucionário. Compreendo as aspirações de justiça e de igualdade que isso representou, e até de cidadania e de dignidade, por-que houve pessoas que, pela primei-ra vez, tiveram um salário garantido durante 12 meses do ano, algo que antes era impensável. Só que tudo foi assente num modelo que não tinha a mínima sustentabilidade, como aliás se veio a verificar na própria pátria de origem do modelo, a União Soviética. Foi um modelo insustentável do pon-to de vista económico. Mas compre-endo as aspirações dos trabalhadores alentejanos porque tenho idade sufi-ciente para ter assistido a coisas que quando falo aos meus filhos eles jul-gam que estou a descrever algo que se passou na Idade Média. Aliás reco-mendo a excelente tese do embaixa-dor José Cutileiro, publicada no início da década de 70, com o titulo “Ricos e Pobres no Alentejo”, onde é feita uma análise com grande precisão e rigor a situação económica e social no Alen-tejo e que é quase uma profecia sobre o que viria a suceder depois do 25 de Abril.

Mas não considera que há mui-tos proprietários que continuam a diabolizar a Reforma Agrária, passados todos estes anos, como uma desculpa para os seus insucessos em-presariais?Conheci bem essa realidade. Entre 1977 e 1980 fui director do Centro da Reforma Agrária de Évora e devo até dizer que, para muitos agricul-tores, na altura muito queixosos, a Reforma Agrária pode até ter sido o melhor que lhes aconteceu, porque havia muitos desses agricultores que, na altura do 25 de Abril, passavam por grandes dificuldades e para os quais as ocupações foram um exce-lente pretexto para justificar incum-primentos financeiros. Para alguns, mais tarde, as indemnizações per-mitiram restabelecer a sua situação económica. Compreendo que essa fase em que esteve em causa o “valor sagrado” (entre aspas) da propriedade privada muita gente apanhou um grande susto de que ainda não terá recuperado totalmente.

São necessárias alteraçõesno sistema político

Dada a sua experiência, defende altera-ções na legislação que define as atribui-ções do poder local e dos seus órgãos?Tenho sobre essa matéria, e desde há mui-to tempo, ideias muito claras. Acho que o executivo municipal devia ser recrutado a partir dos membros da Assembleia Muni-cipal, ou seja, deveria haver apenas uma única lista em que o primeiro membro dessa lista fosse o Presidente da Câmara e em que os outros elementos do executi-vo fossem escolhidos a partir dos eleitos para a Assembleia, podendo em qualquer momento haver remodelações da vere-ação. Em Inglaterra, por exemplo, isso verifica-se até ao nível governamental. O primeiro-ministro britânico só pode esco-lher para ministro quem tenha sido eleito deputado. Isso faz com que os membros do Governo tenham uma maior legitimidade democrática. Em Portugal, ainda há muito aquela ideia de que quanto mais indepen-dente melhor. Quando muitas vezes anali-samos o percurso político de muitos minis-tros, a sua manifesta falta de jeito político para gerirem alguns dossiers ou, às vezes mesmo, algum autismo e algum distan-ciamento que resulta do facto dessas pes-soas aparecerem no Governo sem terem de se confrontar com o eleitorado, sem te-rem assumido compromissos e sem terem, muitas vezes, a noção de quanto custa ser eleito e de quanto é importante respeitar os compromissos previamente assumidos pelo partido que ganhou as eleições e sem o qual nunca seriam ministros.

E a Assembleia teria outros e mais pode-res?Evidentemente que a Assembleia Muni-cipal teria de ter mais poderes, porque os acordos de governação teriam que nascer da Assembleia Municipal, ou seja, a Câ-mara Municipal teria que reflectir, ou a maioria absoluta de um partido, ou um acordo inter-partidário que teria de ser via-bilizado pela Assembleia Municipal, caso

as eleições tivessem ditado uma maioria relativa.

O PS tem governado a Câmara num ciclo de contração

Enquanto presidente da Assembleia Mu-nicipal como vê a situação financeira do munícipio?

A situação financeira da Câmara é o refle-xo da crise global. No Parlamento Europeu observo a situação financeira dos estados-membros da União Europeia e todos nós conhecemos qual é a situação difícil que Portugal vive. As Câmaras reflectem essa situação. Com a crise, as receitas caíram abruptamente devido à quebra na acti

Capoulas Santos considera que o mandato de Jaime Silva na Agricultura “não foi particularmente feliz”

“O modelo actual de sociedade está esgotado”Falou da crise que estamos a viver. O senhor deputa-do, embora moderado, afirma-se como socialista. A crise que estamos a viver deriva do facto do capitalis-mo estar em crise?Sem dúvida. Embora sem me querer armar em adivi-nho, nada do que está a acontecer é algo que me sur-preenda. É algo que eu esperava que acontecesse num horizonte de 40 ou de 50 anos, porque é evidente que a sociedade consumista que temos vindo a construir, assente no crédito e na produtividade, tem uma lógica que se esgota no curto prazo. E, por isso, mais tarde ou mais cedo esta lógica terá que dar lugar a outra coisa qualquer.

O liberalismo pode ser a solução?Nem o liberalismo, nem o modelo de sociedade que nós temos. Os recursos que existem no planeta são

escassos e muitos não renováveis. É insustentável es-tender este modelo de sociedade de consumo a todo o mundo, mas é para ele que todas as sociedades cami-nham, até a China dita comunista. Algo vai ter que ser feito. É muito fácil falar da mudança de modelo, mais dificil é saber como é que se muda esse modelo. E o que estamos a fazer é a tentar sustentar pelo maior tempo possível o modelo que temos. Mas como acontece com as pessoas, a quem tentamos prolongar a vida e que, apesar disso, também vão morrer, também este mode-lo vai ter que ser substituído por outro, mais tarde ou mais cedo.

Muitas vezes a sensação que se tem é que, perante o perigo iminente de uma transformação profunda, a única resposta da Europa é construir muros à sua volta.

Esse é um dos debates que se trava no Parlamento Europeu. Há quem diga que a Europa adopta um con-junto de medidas que quase a transformam numa for-taleza e numa estrutura defensiva e há outros que a acusam de abrir excessivamente as portas e, por isso, estar a condenar-se a si própria, nomeadamente atra-vés das vagas da imigração. Eu muitas vezes comparo a situação actual à dos dois séculos que precederam a queda do Império Romano. Ou seja, um modelo que se expandiu à escala global da altura, que parecia duma sustentabilidade a toda a prova e que depois, pelas razões que conhecemos, soçobrou. É um pouco a situ-ação que estamos a viver hoje. Por isso, eu acho que com tudo o que conhecemos temos que saber quando é que o modelo se esgotou e não tem mais condições de sobrevivência e ter a imaginação suficiente para criar o modelo seguinte. E é algo que vai ter que ser fei-to num horizonte máximo de meio século, não mais.

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Entrevista

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vidade económica. É o caso da Câmara de Évora, onde muitas receitas tinham a ver com a construção civil e as licenças de obras. A redução das receitas implica uma redefinição de prioridades e um certo ema-grecimento das despesas, isso é incontorná-vel. Tanto quanto julgo saber, a situação da Câmara Municipal não diferirá muito das situação financeira da generalidade das Câ-maras, até porque, infelizmente, este ciclo em que o Partido Socialista tem exercido o poder autárquico em Évora foi o pior possí-vel. Quando ganhámos as eleições em 2001, entrou o governo de Durão Barroso e com ele as primeiras medidas de austeridade e emagrecimento das finanças locais dita-das pela então ministra das Finanças, Ma-nuela Lerreira Leite. Daí para cá os tempos não têm sido nada fáceis e, neste contexto, os mandatos do Dr. José Ernesto merecem uma apreciação positiva, aliás reconheci-da pelos eleitores. Felizmente que a Câma-ra não é uma empresa que possa despedir funcionários, que é normalmente a solução que as empresas arranjam para reduzirem as despesas, mas é evidente que tem que ha-ver um esforço de redução das despesas e de racionalização dos gastos. Na Assembleia ti-vémos um debate muito intenso sobre essa matéria e houve até quem preconizasse a redução de publicações, algum desinvesti-mento na área cultural…

Há uma redefinição de prioridades...Sim. Por isso é que a Lei permite às Câmaras apresentaresm orçamentos suplementares, como ao Governo da República é permitido apresentar orçamentos rectificativos. Mas aqui o nosso principal problema é que os custos de funcionamento são muito eleva-dos. A Câmara de Évora tem, desde há muito tempo e por razões em que não vou entrar agora, uma máquina muito pesada, que absorve parte substancial do orçamento, ao mesmo tempo que vinha de trás uma dí-vida substancial, que foi rescalonada, mas que significa pagamento regular de juros e amortizações, o que deixa muito pouco dinheiro para o que é, talvez, mais impor-

tante, ou seja, o investimento na infra-es-trutura pública.

Sócrates tem sidoviolentamente atacado

Na política interna, apesar das eleições le-gislativas terem sido há menos de um ano sente-se um certo “cheiro” de fim de ciclo. Partilha esta opinião, enquanto observa-dor em Bruxelas da vida política nacional?Há muitos que desde o primeiro dia do go-verno de Sócrates preconizam esse fim de ciclo. Aliás, durante todo este período temos assistido aos ataques mais violentos que al-guma vez foram feitos a um chefe de gover-no em Portugal. Penso que o primeiro-mi-nistro tem demonstrado uma fibra e uma capacidade de resistência verdadeiramente

notáveis, mesmo em situações particular-mente adversas. Muitos davam, por exem-plo, como certo o seu fim depois dos resul-tados das últimas eleições europeias e o que é um facto é que José Sócrates renasceu das cinzas logo nas eleições legislativas seguin-tes. Eu sou dos que acredito na capacidade de resistência deste primeiro-ministro. No entanto, em democracia não há situações de eternidade e um dia o PS será rendido no governo. Só que esse dia pode não estar tão próximo como alguns desejariam.

Acha que José Sócrates tem condições para levar o mandato até ao fim?Vamos ver, vamos ver. Isso não depende do Partido Socialista. Nesta ocasião, a con-tinuidade ou não do governo depende dos partidos da oposição. O que é um facto é que

a oposição tem falado muito, mas até agora foi incapaz de deitar abaixo o Governo. Se fosse consequente com as suas críticas já ti-nha derrubado o Governo o que certamente levaria a novas eleições. Se o não faz não é certamente por amor ao governo. É porque teme esse acto eleitoral. Mas é evidente que toda a oposição conduz uma estratégia de desgaste do governo na esperança de que esse desgaste conduza a um ponto de im-popularidade tal que torne fácil a votação conjunta de uma moção de censura.

É o papel da oposição.Claro que é. Desde que o faça por meios legítimos, não há nada a objectar a isso. Eu próprio já fiz oposição a governos e uma oposição violenta. Mas o que penso é que a alteração que se deu em Portugal é que a oposição ao governo e as críticas ao primeiro-ministro já ultrapassaram os limites do mero combate político e trans-formaram-se numa campanha sistemáti-ca de alegados “casos”, em que o primeiro-ministro tem sido envolvido, sem nunca ter sido judicialmente acusado de nada e, como ele próprio bem diz, de “caça ao homem”.

Portugal não seria o mesmose não estivesse na União Europeia

Portugal acaba de comemorar os 25 anos de adesão a União Europeia. Na sua opi-nião qual é o balanço destes anos?Portugal não seria o que é hoje se não fosse a União Europeia. Isso, parece-me, que não deixa dúvidas a ninguém. Mas entrámos na União Europeia sendo um país extrema-mente atrasado. E entrámos numa zona de

Capoulas Santos diz que durão Barroso tem sido “muito melhor” na UE que em Portugal

“Não vou fazer nada que prejudique a candidatura de Manuel Alegre”Sobre as presidenciais, o PS vai apoiar Manuel Alegre. Sabe-se que o senhor foi crítico desse apoio. Quem vai apoiar para presidente da República?No momento próprio, ou seja, antes do Partido Socialista tomar uma decisão formal, tomei uma posição que foi con-trária ao apoio ao Manuel Alegre. Essa foi a posição que tomei durante a vota-ção na Comissão Nacional Política e que se verificou ser minoritária. Por isso, a partir desse momento não farei nada que possa prejudicar a candidatura de Manuel Alegre.

E que razões o levaram a não querer Manuel Alegre como candidato do PS?Foram razões muito simples. Em Por-tugal sempre se ganharam eleições ao

centro, sejam mais de centro esquerda ou mais de centro direita. Ou há um candidato moderado do PS que conse-gue atrair o eleitorado de centro ou um PSD moderado que consegue atrair as classe médias que se situam à esquerda desse espectro político. Por isso, eu acho que é muito dificil ganhar qualquer eleição em Portugal fora desta base so-ciológica a que podemos chamar o “cen-tro”. A candidatura de Manuel Alegre está centrada sobretudo sobre a esquer-da e dificilmente um certo eleitorado de centro se reconhecerá nessa candidatu-ra. Esta opção isso é contrastante com o momento que vivemos, em que há uma radicalização há direita por parte do CDS, e em que aparece uma lideran-ça do PSD liberal ou ultra-liberal, com poucas preocupações sociais e em que

há um vasto eleitorado deste espaço ór-fão, por descontente com Cavaco Silva.

A candidatura presidencial tem lógicas próprias que escapam à mera lógica partidária.Sim. Mas o presidente da República é eleito por esta base sociológica e o apoio partidário a uma candidatura presiden-cial não é algo de irrelevante. Mas, de qualquer modo, desejo o maior sucesso à candidatura de Manuel Alegre. A ou-tra opção é bem pior.

Vai participar na campanha de Manuel Alegre ou apoiar outro candidato, por exemplo, Fernando Nobre?Como disse, não farei nada que possa pre-judicar a candidatura apoiada pelo PS.

Vai participar na campanha de Manuel Alegre ou apoiar outro candidato, por exemplo, Fernando Nobre?

Como disse, não farei nada que possa prejudicar a candidatura apoiada pelo PS.

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livre comércio, de livre circulação de bens e de pessoas, onde a regra que impera é a da competição. É certo que tivemos alguns apoios estruturais para nos ajudar a ultra-passar os atrasos que tínhamos, avançámos muito, mas há um longo caminho a percor-rer para atingir o pelotão da frente da UE.

Diz-se, às vezes, que a Europa nos pagou para destruírmos parcelas importantes da nossa economia…Hoje em dia se se fizesse um referendo em Portugal sobre a Europa não tenho dúvi-das de qual seria o resultado. Olhando para o país que temos fico impressionado com aquilo que evoluímos nestes anos. Saímos dum país rural e atrasado, para um país que se modernizou e evoluiu sobre todos os as-pectos.

E isso, na sua opinião, deveu-se apenas à União Europeia?Se não fosse a União Europeia não teríamos as infraestruturas que temos hoje, nem as cidades como as temos hoje, as escolas, os hospitais, as estradas, o saneamento… Se-ríamos um país como aqueles que não en-traram e que tinham o nosso nível de de-senvolvimento, como a generalidade dos países do leste europeu.

Há analistas que dizem que a construção europeia está parada. Partilha desta opi-nião?Uma coisa é a construção europeia com

poucos países, predominantemente ricos e em momento de vacas gordas. Outra coisa é uma União Europeia com muitos, predo-minantemente pobres e em tempo de vacas magras. Os idealismos são, nestas circuns-tâncias, muitas vezes ultrapassados pelo realismo e pela necessidade de ultrapassar problemas concretos. Por isso, o ritmo de construção é muito variável. Para mim, essa construção, devia ir no sentido de um certo federalismo, diferente certamente do federalismo dos Estados Unidos, mas com uma lógica de maior governança no plano económico, no plano financeiro e até no plano político à escala europeia. De qual-quer forma, acho que o ritmo de construção europeia vai ser mais lento do que se não tivesse havido alargamento. Mas o alarga-mento era também inevitável.

Durão Barroso tem sido melhor presidente do que foi

primeiro-ministro

Como classifica a actuação de Durão Bar-roso como presidente da Comissão?Tem sido muito melhor presidente da Co-missão do que primeiro-ministro e tem-se revelado muito hábil politicamente. Nas circunstâncias actuais tem sido o presiden-te possível e bastante melhor do que aque-les que imediatamente o precederam, Prodi e Santer. Claro que não o comparo com essa grande referência que foi Jacques Delors, mas acho que nas condições difíceis em que tem vivido a Europa, Durão Barroso tem desempenhado bem o cargo. É acusado com frequência de ser brando com as grandes potências, mas sendo a correlação de forças aquilo que é, ele tem-no feito com alguma mestria.

Em termos políticos o que acha que ain-da lhe falta fazer? Já tem projectos para quando sair do Parlamento Europeu?Tenho um lema de vida que é nunca fazer

projectos políticos de médio e longo prazo e esse posicionamento foi determinado por um facto que me aconteceu em 1984. Nes-sa altura fui convidado para ser Secretário de Estado num governo de coligação PS/PSD. Num dia de manhã fui convidado e fui desconvidado à noite, o que me provo-cou uma grande decepção. Uma delegação de ilustres social-democratas eborenses, mal soube, reuniu com Rui Machete o en-tão Vice primeiro-ministro e convenceram o primeiro-ministro de então de que eu era um perigoso comunista, indesejável para integrar a equipa de Álvaro Barreto. Ainda bem. Não teria saído certamente bem desse governo. Mas percebi que na vida política não se podem ter planos ou cálculos de car-reira politica e isso tem-me sido duma gran-de utilidade porque, desde então, nunca mais fiz projectos políticos de longo prazo. Na política, para mim, o horizonte são as próximas 24 horas. E, apesar disso, a vida não me tem corrido mal.

Mas, apesar disso, não há lugares que ache que lhe são mais apetecíveis do que outros? Por exemplo, regressar ao governo?Tive oportunidade de exercer cargos nos últimos dois governos e não o fiz. Mas pos-so confessar-lhe que a única aspiração que tenho relativamente a um cargo político e pelo qual trocaria o meu actual posto no Parlamento Europeu ou outro qualquer, se-ria exercer um cargo no quadro da regiona-lização. Na minha região, é claro.

A regionalização devia ser integrada numa reforma mais vasta do sistema político

Faz parte do compromisso do PS com o eleitorado avançar com a regionalização. Vai fazê-lo até ao fim da legislatura?O PS tem sido sempre favorável à regionalização e o primeiro-ministro disse, logo a partir de 2005, que está disponível para avançar com este processo, mas que quer fazê-lo na base dum consenso com os outros partidos. Eu tenho esperança de que o PSD possa aderir a este processo para que a regionali-zação possa, enfim, avançar.

Mas terá que haver sempre um referendo?Sim, uma vez que houve um referendo anterior. Não é obri-gatório, mas tendo havido um referendo antes e tendo dado um certo resultado, ele deve ser, como aconteceu com o caso do referendo sobre o abor-to, anulado por acto de igual legitimidade. Até escrevi já um pequeno artigo no REGIS-TO em que considerava que é nos momentos de crise que há a oportunidade para as gran-

des reformas. Po isso, acho que agora tinhamos a oportunida-de de integrar a regionalização num ampla reforma do siste-ma político e fazê-lo a custo zero para o erário público. Acho que estes dois pressupostos são importantes, ou seja, não fazer apenas a regionalização por-que criar mais cargos políticos significa aumentar a despesa e, neste contexto, é algo que nin-guém conseguirá fazer passar. Daí que eu pense que o siste-ma político devia ser alterado com a redução do número de deputados na Assembleia da República e nas Assembleias Regionais (os Açores e a Madei-ra têm mais de uma centena de deputados), reduzindo o núme-ro de munícipios e reduzindo o número de freguesias e mesmo de vereadores e de deputados municipais. Deve haver uma contração da despesa, que per-mita a instalação das regiões, o que vai criar uma grande resis-tência, pelo que não estou mui-to optimista quanto ao avanço deste processo a curto prazo.

(Durão Barroso) tem sido muito melhor presidente da Comissão do que

primeiro-ministro e tem-se revelado muito hábil politicamente. Nas circunstâncias actuais

tem sido o presidente possível e bastante melhor do que aqueles que imediatamente o precederam

16 15 Julho ‘10

Artes

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Escrita na Paisagem

Muita animação no Convento dos Remédios

Além da “Homenagem à Ju-dson Dance”, pelo coreógra-fo norte-americano Elliot Mercer, o festival Escrita na Paisagem apresenta, esta se-mana, uma diversificada pro-gramação, onde se destaca o espectáculo “A Comissão”, do projecto Visões Úteis, e “Movimento Arriscado”, pela Plataforma de Jovens Criado-res, bem como a inauguração de “A Dança do Existir”, uma exposição retrospectiva do trabalho de Vera Mantero.

Para apresentar o espectáculo “A Comissão”, a companhia de teatro portuense Visões Úteis “veste-se de fato e gravata”, a fim de proporcionar aos espec-tadores uma visão “politica-mente útil” dos complexos pro-cessos decisórios da sociedade

contemporânea. O espectáculo pode ser visto em Évora hoje, dia 15, em duas representações, às 18h30 e 21h30, na Sala de Reuniões do Hotel D. Fernan-do, com capacidade limitada a 30 pessoas por sessão. Na sexta-feira, dia 16, inau-gura a exposição “A Dança do Existir”, uma retrospectiva do trabalho coreográfico de Vera Mantero. Pelas 19h00 no Con-vento dos Remédios, em Évora, tem lugar um encontro entre Rita Natálio (assistente de Vera Mantero) e Elliot Mercer (co-reógrafo norte-americano que apresenta o seu trabalho tam-bém esta semana).Entretanto, prossegue pela se-gunda semana a apresentação de “Movimento Arriscado”, pela Plataforma de Jovens Criadores, um trabalho com curadoria de Daniel Moutinho

e Eleanora Marzani que decor-re no Espaço Celeiros e no Con-vento dos Remédios, em Évora. Também continuam patentes ao público as instalações “Úl-timas Ceias”, de Noémia Cruz, Pedro de Sousa e Marcos Ló-

pez, no Museu de Évora, e “Li-nhas com que me coso”, da Co-lecção B, no Mosteiro de Flor da Rosa, no Crato.Estes espectáculos integram-se na programação de Escrita na Paisagem, o “festival de perfor-

mance e artes da terra” cuja sé-tima edição está a decorrer, de 1 de Julho a 30 de Setembro, em vários municípios nacionais, incluindo Évora, Arraiolos, Si-nes e Viana do Alentejo.

José Pinto de Sá

“Homenagem à Judson Dance”

Elliot Mercer recria performances do século XX

“Re:criar e re:actualizar pe-ças de performance e dança experimental” do século XX é o que se propõe fazer o ar-tista norte-americano Elliot Mercer, com Márcio Pereira e amigos, na “Homenagem à Judson Dance” que o festival Escrita na Paisagem progra-ma, até 27 de Agosto, em vá-rios concelhos do país.

Évora (a 15 de Julho), Viana do Alentejo (a 16), Arraiolos (a 17) e Sines (a 27) são os quatro mu-nicípios alentejanos que vão acolher o trabalho do artista

californiano Elliot Mercer, integrado na programação do festival Escrita na Paisagem. Elliot Mercer define-se como “coreógrafo-arquivista e bai-larino-arquivista”, e a sua pesquisa, tanto prática como teórica, concentra-se nas

possibilidades de “re:criar e re:actualizar peças de perfor-mance e dança experimen-tal americana” produzidas durante as décadas de 1960 e 1970. Trata-se de “uma inves-tigação sobre as possibilida-des de trazer o passado para

o presente, arquivando-o nos corpos que o actuam,” tema central do seu trabalho final de mestrado na Tisch School of the Arts, que concluiu em Maio último.Até à data, este projecto tem explorado os trabalhos de ar-tistas como Trisha Brown, Lu-cinda Childs ou Yoko Ono.Foi em Outubro de 2009 que Elliot Mercer começou a pes-quisar e a reinventar peças de performance e dança criadas na segunda metade do século passado. Apresentadas ao ar livre, essas peças “exploram concepções alternativas” de

paisagens públicas e priva-das. Ao fazê-lo, desafiam os espectadores a “questionarem a sua relação” com o espaço exterior e a “reconsiderarem a forma como escolhem inte-ragir” com outras pessoas no mesmo meio. Embora Mercer tenha opta-do por se referir a essas peças como “danças”, a colecção de trabalhos de performance se-leccionada para este projecto representa uma diversificada gama de artistas americanos de variadas origens, muitos dos quais não são considerados co-reógrafos nem bailarinos.

José Pinto de Sá

Um aspecto de “A Comissão” pela companhia portuense Visões Uteis.

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23 JULHO|SEXTA-FEIRA 20h00 - Arruada “Tocá Rufar com o Chocalho”

20h30 - Abertura Oficial da feira

21h00 - Banda da Sociedade União Alcaçovense

(Palco das Tradições)

22h00 - Concerto diana Piedade “Rock On diana”

(Palco da feira)

23h30 - demonstração de BTT (Org. AJAL)

00h30 - Garraiada (Org. Associação Tauromáquica)

24 JULHO|SÁBADO 19h00 - Abertura dos Stands

20h00 - Hora do Cante|Grupos da Terra (Palco das Tradições)- Grupo Coral dos Trabalhadores de Alcáçovas- Grupo de Música Popular flores do campo

21h00 - Corrida de Touros (Oeg. Associação Tau-romáquica)

23h00 - Concerto Ortigões (Palco da feira)

00h00 - demonstração de BTT

25 JULHO|DOMINGO 19h00 - Abertura dos Stands

19h30 - Campeonato Nacional de Rodeo (Org. As-sociação Tauromáquica)

21h00 - Hora do Cante|Grupos da Terra (Palco das Tradições - Grupo Coral feminino Paz e Unidade - Grupo Coral feminino Cantares de Alcáçovas

22h00 - Concerto Paulo de Carvalho (Palco da feira)

FEIRA DO CHOCALHO 2010Entre os dias 23 e 25 de Julho, a vila de Alcáçovas, vai ser palco da feira do Chocalho.

Espectáculos musicais e tauromáquicos, animação de rua, exposições e desporto são alguns dos ingredientes desta edição do certame que quer preservar as tradições e apostar na modernização.

PROGRAMA:

Sáb|dom: Animação Musical de Rua com os “Cotta Club Jazz Band”

18 15 Julho ‘10

Carta Dominante: Ás de Paus, que significa Energia, Iniciativa.Amor: Seja mais moderado na sua teimosia em relação aos seus familiares. Reúna a sua família com o propósito de falarem sobre os prob-lemas que vos preocupam.Saúde: Estará em plena forma física.Dinheiro: Não baixe os braços enquanto não re-solver todos os problemas.Número da Sorte: 23Dia mais favorável: Quinta-feira

Carneiro

HORÓSCOPO SEMANAL Telefone: 21 318 25 91 E-mail: [email protected]

Carta Dominante: 3 de Ou-ros, que significa Poder.Amor: Seja franco e claro com a sua cara-metade. Aprenda a aceitar-se na sua globalidade, afinal você não tem que ser um Super-Homem!Saúde: Uma ida ao médico poderá ser-lhe muito útil.Dinheiro: Antes de investir, procure o conselho de um especialista.Número da Sorte: 67Dia mais favorável: Sexta-feira

Touro

Carta Dominante: 4 de Co-pas, que significa Desgosto.Amor: Organize uma par-tida de bowling para reunir os amigos. Não perca o contacto com as coisas mais simples da vida.Saúde: A rotina poderá levá-lo a estados de tristeza, combata-a!Dinheiro: Não se precipite nos gastos.Número da Sorte: 40Dia mais favorável: Sábado

Gémeos

Horóscopo Diário Ligue já!

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Carta Dominante: 6 de Ouros, que significa Genero-sidade.Amor: Esqueça um pouco o trabalho e dê mais atenção à sua família. A felicidade é de tal forma importante que deve esforçar-se ao máximo para a alcançar.Saúde: Poderá andar muito tenso.Dinheiro: Período positivo e atractivo, haverá uma subida do seu rendimento mensal.Número da Sorte: 70Dia mais favorável: Quinta-feira

Caranguejo

Carta Dominante: O Sol, que significa Glória, Honra.Amor: Tente ter uma vida social mais activa. Que tudo o que é belo seja atraído para junto de si!Saúde: Cuidado com a coluna, não faça grandes esforços. Dinheiro: Procure demon-strar mais interesse pelo seu trabalho, e poderá ser rec-ompensado.Número da Sorte: 19Dia mais favorável: Terça-feira

Leão

Carta Dominante: 9 de Paus, que significa Força na Adversidade.Amor: Os ciúmes não levam a lado nenhum, tenha con-fiança na pessoa que tem a seu lado. Que o Amor e a Fe-licidade sejam uma constante na sua vida!Saúde: Cuidado, não coma muitos doces.Dinheiro: Momento propício para um investimento mais sério.Número da Sorte: 31Dia mais favorável: Quarta-feira

Virgem

Carta Dominante: Cava-leiro de Ouros, que significa Pessoa Útil, Maturidade.Amor: Uma nova amizade ou relação mais séria poderá começar agora. Aprenda a cultivar o amor na sua vida!Saúde: A instabilidade emocional poderá causar al-guns desequilíbrios físicos. Dinheiro: A vida profis-sional está em alta.Número da Sorte: 76Dia mais favorável: Segunda-feira

Balança

Carta Dominante: 5 de Copas, que significa Der-rota.Amor: Procure ser sincero nas suas promessas se quer que a pessoa que tem a seu lado confie em si. Avalie as pessoas pelas suas acções e não pela sua aparência!Saúde: Liberte-se do stress acumulado e a sua saúde irá melhorar.Dinheiro: Excelente perío-do para tratar de assuntos a nível profissional.Número da Sorte: 41Dia mais favorável: Terça-feira

Escorpião

Carta Dominante: 3 de Espadas, que significa Am-izade, Equilíbrio.Amor: Procure ser mais ex-trovertido, só tem a ganhar com isso. Olhe tudo com amor, assim a vida será uma festa!Saúde: Possíveis dores nas articulações.Dinheiro: Esta é uma óp-tima altura para reduzir os seus gastos.Número da Sorte: 53Dia mais favorável: Sexta-feira

Sagitário

Carta Dominante: 8 de Copas, que significa Con-cretização, Felicidade.Amor: Poderá viver mo-mentos escaldantes com a pessoa que ama. Exercitar a arte de ser feliz é muito divertido!Saúde: Não coma demasia-dos doces.Dinheiro: Não gaste além das suas possibilidades.Número da Sorte: 44Dia mais favorável: Sábado

CapricórnioCarta Dominante: 6 de Espadas, que significa Via-gem Inesperada. Amor: As relações com as pessoas que ama não serão as melhores. Que a compreensão viva no seu coração!Saúde: Sempre que for possível, dê grandes pas-seios.Dinheiro: Poderá receber uma nova proposta de em-prego.Número da Sorte: 56Dia mais favorável: Quarta-feira

AquárioCarta Dominante: a Justiça, que significa Justiça. Amor: Partilhe com a sua família as suas ideias e peça-lhes alguns consel-hos, verá que não se arre-penderá. Que a verdadeira sabedoria reine no seu co-ração!Saúde: O seu organismo vai ser o espelho do seu estado de espírito, por isso procure ser mais optimista.Dinheiro: Tendência para gastar desenfreadamente. Número da Sorte: 8Dia mais favorável: Segunda-feira

Peixes

Horóscopo Diário Ligue já!

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Horóscopo Diário Ligue já!

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Lazer

Autor_ Jorge Reis-Sá e Rui Lage

LIVROSPoemas Portugueses -

Antologia da Poesia Portuguesa

do Séc. XIII ao Séc. XXI

“Esta é a p r i m e i r a a n t o l o g i a panorâmica que abar-ca a poesia portuguesa desde os seus alvo-res, na tran-sição do século XII para o século XIII, cerca de seis dé-cadas após o nascimento do Reino de Portugal, até ao presente, enten-dendo-se por presente o ano de 2008, data dos poemas mais recentes aqui recolhidos. Em consequência desta novidade, surge uma outra: a de ser esta a primeira vez que todo o arco temporal do século XX é objecto de um projecto antológico não ex-clusivo, isto é, nem temático, nem tendencioso. Por outras palavras, esta antologia, passe a redundância, começa no começo, e termina na ac-tualidade. O que significa que, pela primeira vez, os leitores de poesia podem eles próprios, a partir de um único livro, produzir uma aprecia-ção quer sobre a poesia escrita na to-talidade do século XX, quer sobre as poéticas do século XX em confronto e diálogo entre si e com os diversos momentos da tradição poética por-tuguesa ao longo de oito séculos (mais em diálogo do que em con-fronto, assim cremos). Ou simples-mente fruir dos milhares de poemas aqui compilados, saltando de uns séculos para os outros, começando pelo princípio, pelo meio ou pelo fim, organizando um número inde-finido de antologias pessoais.

Sinopse:

Eça de Queirós retratou como ninguém a sociedade e a psicologia dos por t ugueses , num estilo iró-nico e humo-rístico único, presente nos seus romances, crónicas e corres-pondência. Mais radical nos seus primeiros escritos, mais conserva-dor nos últimos, em todos grassa uma actualidade e uma acutilân-cia que continuam a surpreender passados mais de cem anos sobre a sua morte. A visão e crítica de Eça de Queirós sobre os costumes em geral, e os portugueses em particu-lar, continua surpreendentemente válida nos dias de hoje, provando que a evolução é pouco mais que um conjunto de progressos técni-cos, e que as características do povo português, em todos os aspectos da sociedade, se mantêm praticamente iguais.

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SUdOKU

Nota: O objectivo do jogo é completar os espaços em branco com algarismos de 1 a 9, de modo que cada número apareça apenas uma vez na linha, grade e coluna.

Realização_ Peter Hewitt

Golpe de Artistas

Roger, Charles e George estão de tal forma apanhados pelo específico “objet d’art” que o fascinam que, apesar de serem colegas de trabalho há décadas, só se encontram pela primeira vez quando a crise estala: há um novo curador na cidade e o seu plano é mudar por comple-to a colecção do museu, amea-çando roubar a cada um destes três homens a grande paixão secreta das suas vidas. No en-tanto, tendo encontrado as suas almas-gémeas, Roger, Charles e George engendram um plano para deitar a mão às obras de arte que tanto acarinham. Tudo menos mentes criminosas, os seus corações apaixonados le-

Sinopse:

fILME dESTA SEMANA

Autor_ Paulo Neves da Silva

Citações e Pensamentos de Eça de Queirós

Sinopse:1. Segundo planeta a contar do sol 2. Acto ou efeito de escavar 3. Contingente 4. Capital de Portugal 5. 200 (rom) 6. “Sim” no dialecto provençal 7. Embaraço, comprometimento 8. Sem lesão 9. Reboque 10. Samário (s.q.).

RESOLVA AS PALAVRAS CRUzAdAS

vam-nos no entanto a planear e executar o mais arriscado roubo de arte jamais concebido – com resultados inesperados...

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Teatro

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“Se o mundo fosse bom, o dono morava nele” é o sugesti-vo título do espectáculo de rua que o Cendrev está a apresen-tar no Largo de S. Mamede, fundindo teatro, marionetas, música e até pirotecnia.

Nem a frescura da noite afas-tou o animado público que acorreu na terça-feira ao Largo de S. Mamede para assistir à es-treia de “Se o mundo fosse bom, o dono morava nele”. O entusi-asmo justifica-se. Trata-se de um “espectáculo integral”, que funde o trabalho de marione-tistas, actores e músicos e que, “subvertendo as unidades de tempo, lugar e acção”, deixa soltar a imaginação do público.

O espectáculo de rua é con-struído a partir de textos de Gil Vicente e dos dramaturgos brasileiros Ariano Suassuna e Januário de Oliveira. Mais conhecido por Mestre Jinú, Januário de Oliveira é consid-erado um dos maiores artistas de mamulengos, fantoches típicos do Nordeste brasileiro, e é da sua autoria o diálogo de bonecos que abre o espectá-culo.Quanto a Suassuna, é um dos grandes nomes da literatura brasileira do século XX, autor de peças que já são clássicos do teatro em português, como o “Auto da Compadecida”, onde o Cendrev foi buscar um diver-tido extracto para esta monta-gem.

De Gil Vicente usaram o bem conhecido texto “Todo o Mun-do e Ninguém”, que, apoiado pela pirotecnia, se enquadra a primor numa dramaturgia que “mergulha no universo popu-

lar para falar do desconcerto do mundo”.A encenação é assinada por José Russo e por Maria Mar-rafa, que se estreia no trabalho de direcção, depois de se afir-

mar como uma dos rostos mais recorrentes nos recentes elen-cos do Cendrev.A cenografia, integrando ele-mentos móveis com adequada funcionalidade, é de Inês de Carvalho, e a música de An-dré Penas, que compõe, toca violino e se “atreve” a uma pontinha de diálogo. O elenco é formado por três veteranos da companhia eborense, Ana Meira, José Russo e Álvaro Cor-te Real, que também mostra “unhas” para tocar guitarra. O espectáculo tem lugar de terça-feira a sábado, às 22h00, no Largo de S. Mamede, um es-paço em boa hora integrado no roteiro da animação das noites de Verão.

Um espectáculo “integral”

Cendrev brinca com o “desconcerto do mundo”José Pinto de Sá

Um espectáculo de rua que solta a imaginação do público.

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Roteiro Para divulgar as suas actividades no roteiroEmail [email protected]

ÉVORAfILHO dA MãE | 17 dE JULHO |

NO TERRAçO dA SHE | 22H

A participação em produções, sempre de cariz alternativo, como if lucy fell, i had plans e recente-mente numa curta chamada asneira, levaram-no

ao cinema de autor com que estreou filho da mãe.

MORA

NOITE dE STANd-UP COMEdy COM HUGO

SOUSA | 22-07-2010 | 22H

Quem é ele? Hugo Sousa ficou conhecido com o “Levanta-te e Ri” da SIC no qual participou mais de trinta vezes e desde aí nunca mais parou de fazer comédia. Participou em diversos programas de televisão, rádio e campanhas publicitárias a par dos espectáculos de stand-up comedy que faz por todo o país. Neste momento tem um pro-grama de semanal de humor no Porto Canal, de seu nome “Bolhão Rouge”.

PORTEL

III ESTáGIO dE ORQUESTRA dE SOPRO VILA dE PORTEL | 17-07-2010 A 24-07-2010

Pelo 3º ano consecutivo a Câmara Municipal de Portel promove o Estágio para jovens músicos, integrado no Programa Portel + Jovem

ESTREMOz

dE dOMINGO 18 dE JULHO dE 2010 | 10:00 A QUINTA-fEIRA 12 dE AGOSTO dE 2010 | 17:30 | MUSEU MUNICIPAL PROf. JOAQUIM VER-MELHO | “REPRESENTAçõES fALSAS dE COISAS fAMILIARES”, dE LúCIA dAVId

Exposição onde a objectos de cariz utilitário do nosso quotidiano, é dado um novo olhar, numa mostra a que ninguém fi cará indiferente. As memórias de infância da artista, são também uti-lizadas de forma a nos fazer (rev)iver o seu pas-sado, empregando sempre materiais e matérias que nos são familiares.

PORTEL

OS JARdINS dOS CAMINHOS QUE SE dIVI-dEM - O POdER dO CENTRO | 09-07-2010 A 08-08-2010

Exposição de Teresa dias Coelho, patente ao pú-blico de 09 de Julho a 08 de Agosto, na Capela de Santo António

ÉVORA

SE O MUNdO fOSSE BOM, O dONO MORAVA NELE | ESTREIA dIA 13 dE JULHO | EM CENA ATÉ dIA 31 dE JULHO | TERçA A SáBAdO, ÀS 22H00 | LARGO dE S. MAMEdE, EM ÉVORA

VIANA DO ALENTEJO

O GRUPO CORAL E ETNOGRáfICO dE VIANA dO ALENTEJO ORGANIzA dIA 17 dE JULHO, O XXXII ENCONTRO dE GRUPOS CORAIS, NO CINE-TEATRO VIANENSE.

PROGRAMA17h00| Encontro dos grupos no Largo 25 de Abril17h30| desfile dos grupos até ao Cine-teatro18h00| actuação dos grupos no Cine-teatroGRUPOSGrupo C. “Pastores do Alentejo” de Torre de CoelheirosGrupo Coral feminino “As Madrugadeiras” de AlvitoGrupo Coral “Trabalhadores de Montoito”Grupo Coral e Etnográfico de Viana do AlentejoGrupo Instrumental de Montoito

VIANA DO ALENTEJOfESTIVAL ESCRITA NA PAISAGEM | 16/07/2010 a 25/07/2010

No âmbito do festival Escrita na Paisagem 2010 realizam-se em Viana do Alentejo dois espec-táculos de performance/dança e música.

MUSICA

TEATROEXPOSIÇÃO

OUTROS PALCOS

Arronches terra com passado, presente e futuro, terra deplanícies, serras de encantar, sol dourado, Arronches é agricultura, é história.

Orgulhamo-nos da nossa terra, da nossa cultura, das nossas gentes.

desafiamos todos os visitantes a provar a nossa gastronomia, tomar nota das actividades económicas existentes no concelho, e descontrair enquanto assistem às actividades culturais que preparámos para quem nos decida visitar.

Uma palavra amiga a todos os munícipes, contamos com a Vossa presença, queremos que sintam esta feira como Vossa.

Acima de tudo queremos que desfrutem da I Feira das Actividades Económicas, evento que foi pensado para todos, desde os mais novos, até aos que tem uma vivên-cia mais longa.

A Presidente da Câmara

fermelinda Carvalho

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Artes

Fotojornalismo

Expostos trabalhos vencedores do prémio Estação Imagem/Mora

As reportagens vencedoras do pré-mio Estação Imagem/Mora podem ser apreciadas no Pavilhão Muni-cipal daquela vila, numa exposição que reúne os talentos de alguns dos maiores fotojornalistas portugueses da actualidade.

“Mesmo em tempos de crise, em Mora não se corta na Cultura, como acon-tece noutros casos,” afirmou o verea-dor da edilidade morense, José Pinto. “Investimos na Economia e no tecido social com o mesmo empenho com

que investimos na Cultura,” disse o eleito, falando na inauguração da ex-posição das reportagens vencedoras do prémio de fotojornalismo Estação Imagem / Mora.A inauguração teve lugar na tarde de sábado, dia 10, no Pavilhão Municipal de Mora, e foi ocasião do lançamento do catálogo do Prémio.A mostra reúne os trabalhos do 1º Pré-mio, Paulo Pimenta, e dos restantes galardoados nas diversas categorias a concurso: Ricardo Meireles, Nélson Garrido, João Carvalho Pina, Nacho Doce, Nelson d’Aires, Guillaume Pa-

zat, Gonçalo Rosa da Silva, Nuno Fer-reira e Jorge Monteiro. A esta primeira edição do prémio Es-

tação Imagem/Mora concorreram 191 fotógrafos profissionais, com mais de 600 reportagens.

José Pinto de Sá

Dança

“Um olhar sobre o passado para pers-pectivar o futuro” é como o coreó-grafo e realizador Luís Damas define o espectáculo video “Retrospectiva Dança”, que apresenta ao público eborense em dois programas, nos dias 16 e 17.“Retrospectiva” incide sobre escolhas de alguns momentos coreográficos e videográficos marcantes do percurso de Luís Damas. Estes programas in-cluem dois “videosdança” – “Saudade”, de 1990, e “Delírio”, de 1996, pioneiros no panorama do género em Portugal. Também são apresentadas as coreogra-fias “Mamma Morta”, “Espírito da Terra” e “Invocação”, trilogia sobre o planeta Terra. Por último, os Duetos Transpa-

rência I e IV, mais recentes, de 2006, e com poesia de Alberto Caeiro, têm mú-sica de Chopin e assinalam o bicente-

José Pinto de Sá

Retrospectiva para o futuro

Aplausos entusiásticos pre-miaram o esforço das alunas da Escola de Dança Amélia Men-doza, que, no fim-de-semana passado apresentaram ao pú-blico eborense o fruto de um ano de trabalho, num espectá-culo intitulado “A Propósito de Mulheres”.

A primeira parte do espec-táculo foi preenchida pelo

bailado clássico “Regresso a casa”, enquanto a segunda, em registo “neo-clássico”, evocou um conjunto de mul-heres que “modificaram o es-tatuto feminino”, incluindo a mística Santa Teresa de Ávila, a pintora Josefa de Óbidos, a cantora lírica Luísa Todi e a bailarina Isadora Duncan.Amélia Mendoza começou a ensinar Dança em Évora há 32

anos e, de então para cá, a sua escola já abriu seis pólos no Alentejo, orientados por dis-cípulas suas. “A Propósito de Mulheres” subiu ao palco do Teatro Garcia de Resende na sexta-feira e no sábado para três espectáculos, dois deles reservados a convi-dados das alunas.

A propósito de dança

J.P.S.

nário do nascimento do compositor. Nascido em 1961, Luís Damas foi duran-te duas décadas 1º bailarino do Ballet

Gulbenkian. Aos 23 anos, começou a desenvolver o trabalho de coreógrafo com regularidade, e em 1990 iniciou-se como “videoartista”, áreas em que foi distinguido com importantes prémios. Realizou relevante trabalho de coreo-grafia em companhias como o Dutch National Ballet e o Ballet Gulbenkian, e tem sido convidado para coordenar workshops e apresentar o seu trabalho de coreógrafo e videasta em países como França, Grécia, Cazaquistão, Rússia e An-gola. Para este “espectáculo de grande quali-dade” que terá lugar nos dias 16 e 17, pe-las 21h30 no Teatro Garcia de Resende, a Companhia Luís Damas desloca-se a Évora sem cobrar cachet, apenas aufe-rindo da bilheteira que realizar.

A coreografia “Mamma Morta”, integrada numa trilogia sobre o planeta Terra.

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Ficha TécnicaSEMANÁRIO

SEMANÁRIO

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Actividades na Natureza; Jogos

Animação InfantilOrganização de Festas

Decoração do Espaço e PrendinhasTemos Espaço Próprio e deslocamo-nos a Espaços a combinar

Baptizados Aniversário s Casamentos Outros EventosEntretenimento: Música; Grupos de dança; Palhaços; Pintura facial;

Contador de Histórias; Expressão dramática; Sessão fotográfica; Modelação de Balões; Teatro de fantoches; Insufláveis.

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Eléctrico de Ponte de Sor vai ter 23 no plantel

Até ao fecho da edição, o Eléctrico, de Ponte de Sor, já tinha assegura-do 16 jogadores para o plantel que Emanuel Baleizão pretende que seja de 23 elementos. Passarinho, Telmo, Carlos Santos, Hugo Lopes, André Galacho, Mauro, Rui Gomes e João Pedro (ainda a ne-gociar) são os que renovaram; de regresso à casa-mãe estão Miguel Fernandes (ex-Gavionenses) e Mário Leitão (ex-Fronteirense), dois jovens da «cantera» do clube; Bruno Matos (ex-Monsanto), Rui Costa (ex-União da Serra) e Nabor (ex-Fronteirense) são os reforços para a época de 2010/2011 a quem se juntarão os ex-juniores Lean-dro, Dário e Miguel que sobem à equipa principal.O plantel iniciará a época a 23 de

Julho, e o primeiro jogo de prepa-ração será dia 31, em Ponte de Sor, tendo como adversário o Sporting da Covilhã, uma turma da Liga de Honra.

Atlético de Reguengos contrata Luís Aurélio

O médio internacional sub-21 Luís Aurélio, ex-Moreirense, fir-mou contrato com o Atlético de Reguengos para a época de 2010/2011. Luís é natural de Beja e é irmão de João Aurélio, interna-cional sub-23 e uma das revela-ções da Liga Sagres e da Liga Europa ao serviço do Nacional da Madeira. Começaram ambos a jogar nas camadas jovens do Despertar, tendo Luís, em sénior,

alinhado em 2006 no Castrense, saltando no ano seguinte para o União Desportiva de Santana, da Ilha da Madeira (II Divisão Na-cional). As suas qualidades como número 10 – boa técnica, quali-dade de passe e tacticamente evoluído – levaram-no em 2009 a Moreira de Cónegos onde contri-buiu para a subida do Moreirense à Liga de Honra. O primeiro jogo de preparação do Atlético, vai acontecer dia 7 de Agosto, em Ponte Sor, e a apresentação aos sócios ocorrerá a 11 numa par-tida, em Reguengos, com o União Sport, de Montemor-o-Novo.

Angolano Wilson reforça Juventude

Wilson Gonçalves, 26 anos, avan-çado, ex-Eléctrico de Ponte de Sor, foi a mais recente contratação do Juventude de Évora para a época de 2010/11, mas segundo o mister Miguel Ângelo, em declarações ao «Registo», «ainda poderá chegar mais um reforço» para o plantel que será apresentado no próximo dia 2 de Agosto. Wilson é natural de Angola e tem no seu currículo passagens pelo Montijo, Alco-chetense e Pescadores da Costa de Caparica.Está também definida a lista de jogos de preparação dos azul-brancos alentejanos: a 7 de Agosto defrontam os juniores do Vitória de Setúbal; a 11, jogam na Cova da Piedade; a 18, recebem o União de Montemor e a 21 voltam a enfrentar o Cova da Piedade, mas em Évora; a 25, deslocam-se a Vendas Novas; e por último, a 28 de Agosto recebem em casa o Vasco da Gama de Sines.A 5 de Setembro começa a época oficial com a primeira elimi-natória da Taça de Portugal e a 12 realiza-se a primeira jornada do Nacional da II divisão.

Malha e natação em Avis Dando cumprimento ao calendário do “Viva o Desporto” – Jogos Con-celhios | Avis 2010, disputam-se, durante o próximo fim-de-semana provas de duas modalidades: malha e natação. No dia 17, sábado, a partir das 10h00, o Campo de Futebol de Va-longo vai ser local de disputa de mais uma das oito etapas do Campe-onato Concelhio de Malha. A prova, integrada no programa das Festas em Honra de S. Saturnino, é orga-nizada pela Freguesia de Valongo, com o apoio do Município de Avis. A mesma modalidade tradicional volta à competição no dia 24, desta feita na Freguesia de Benavila. A partir das 10h00, o Recinto de Festas recebe esta iniciativa da Sociedade Recreativa Benavilense, que conta com o apoio do Município de Avis. No dia 18, domingo, a partir das 15h00, a Albufeira do Maranhão desafia os mais audazes para uma prova de natação em águas abertas, junto ao Complexo do Clube Náu-tico, em Avis. Aos mergulhos refr-escantes em lazer junta-se, assim, o desporto, fazendo do Complexo do Clube Náutico um espaço de pre-sença obrigatória para quem queira integrar esta grande festa do des-porto concelhio ou apenas desfrutar de um dos locais mais emblemáticos da região.

Futebol na época das contratações

Equipas reforçam-seAnibal Fernandes

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24 15 Julho ‘10

SEMANÁRIO

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NESTA EDIçãO

3// Festival Paralelo cancelado

6// Electrificação na Serra de Serpa

16// Escrita na Paisagem no Convento dos Remédios

15´ Julho 10

Margarida Morgadohomenageada

Margarida Mor-gado é uma intelec-tual de Évora. Tem 78 anos e uma vida feita de muitos per-cursos. Escritora,

poeta, editou já dois livros de po-emas: “Coisas Que Terei Pudor de Contar Seja A Quem For” e “Água Pródiga”, que estão esgotados. No sábado foi homenageada por um grupo de amigos no Bibliocafé In-tensidez, numa sessão gravada na íntegra e de que irá resultar um CD. Durante esta homenagem, em jeito de tertúlia, várias dezenas de amigos leram poemas da Margarida Mor-gado, enquanto esta leu poemas de outros autores, alguns deles tam-bém de Évora ou seus amigos.Foi uma sessão que durante até de madrugada, também com mui-ta música, a que não faltaram as memórias da Margarida Morgado, ex-aluna das Doroteias, que contou histórias desse tempo, tendo mesmo entoado o hino do Colégio.Da homenagem resultou também a convicção de que é urgente que alguma editora tome em mãos o es-pólio da Margarida e que edite um terceiro volume de uma obra exten-sa, variada e que enaltece Évora, o Alentejo e a mulher alentejana.

Évora Min. 21 Min. 18 Min. 19 Min. 18

A Câmara Municipal de Évora pre-parava-se para apreciar, na reunião semanal, o novo protocolo tripartido, entre a autarquia, a Turismo do Alen-tejo e o coleccionador Paulo Parra para a criação do Museu do Artesan-ato e do Design (é este o nome defini-tivo). À última da hora, por proposta da CDU, seguida pelos restantes parti-dos, a discussão ficou adiada.

A votação do protocolo tripartido fica agendado para a próxima re-união da Câmara de Évora, que ap-enas se apronunciará após a Assem-bleia Geral da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, a realizar esta quinta-feira, onde será também discutido e aprovado o protocolo de-finitivo.A novidade que parece existir é o facto da directora regional de Cul-tura do Alentejo, Aurora Carapinha se ter mostrado contra esta solução, segundo foi revelado numa reunião da Comissão Municipal de Arte, Ar-queologia e Defesa do Património, realizada terça-feira, reunião esta que é objecto de uma crónica de opinião de Andrade Santos nesta edição do REGISTO (pág.8). An-drade Santos, que foi durante anos presidente da Região de Turismo de

Évora e o responsável pelo Museu do Artesanato, considera que “este é um processo que ainda não está encerrado”.Ao REGISTO o presidente da Turis-mo do Alentejo, Ceia da Silva garan-tiu que “está completamente posta de parte a possibilidade da colecção de artesanato” deixar aquele espaço e que as duas colecções – artesanato e design – vão coexistir no antigo Centro de Artes Tradicionais. Ceia da Silva anunciou também para breve uma conferência de imprensa para clarificar toda esta questão. Segun-do o presidente da Turismo do Alen-tejo, só se justifica a apresentação pública do projecto “depois da sua aprovação pelas entidades envolvi-das”, o que está agora a acontecer. Este tem sido um assunto muito polémico na cidade de Évora, depois de ter sido revelado que a Câmara e a Turismo do Alentejo pretendiam instalar no Centro de Artes Tradicio-

nais (que é propriedade e é gerido pelo Turismo do Alentejo), onde funciona o Museu do Artesanato, a colecção de Design Paulo Parra. A CDU votou na Câmara contra um projecto inicial de protocolo, por considerar que a autarquia iria fi-car com o grosso das despesas e por temer que a instalação da colecção de Design levasse ao fim do Museu do Artesanato. Também Tiago Ca-beça, um artesão de Évora, lançou um abaixo assinado contra o fim do Museu do Artesanato, que recolheu algumas centenas de assinaturas. Em declarações, à agência LUSA, a vereadora da Cultura da Câmara de Évora, Cláudia Pereira, garantia mes-mo que o novo espaço museológico iria abrir durante este mês de Julho.Tanto a Câmara Municipal, através do seu presidente, José Ernesto Oliveira, como a Turismo do Alen-tejo, através de Ceia da Silva, sempre garantiram, seja ao REGISTO, seja a outros órgãos de comunicação so-cial que a instalação da colecção de Design no Museu do Artesanato, ao contrário do que, por vezes, foi afirmado, em vez de acabar com a colecção de artesanato, vai sim “dar-lhe mais visibilidade”, tornando o Museu um espaço também mais visitado pelos turistas.

Críticos dizem que o processo “ainda não está encerrado”

Museu do Artesanato e do Design: decisões adiadasCarlos Júlio