24
www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 14 de Abril de 2011 | ed. 150 | 0.50 O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284 PUB ENERGIA Évora testou automóvel eléctrico em road show da MOBI.E Pág.23 Évora acolheu a chegada do “Electric Tour”, projecto pioneiro a nível europeu promovido pela Peugeot Portu- gal e pela MOBI.E, que vai percorrer um total de 25 cidades até dia 28 de Maio. Obras Governo trava a fundo no TGV Pág.03 O Governo não vai avançar com a construção do segundo troço da linha de alta velocidade. Cai a ligação entre Lisboa e Poceirão. E perspectiva-se a suspensão do troço entre Poceirão e o Caia. Primeiro voo internacional descolou ontem do aeroporto de Beja Pág.11 O voo inaugural realizou-se ontem, quando um Boeing 757 da com- panhia aérea TACV descolaou de Beja com destino a Cabo Verde. A bordo se- guiram 67 passageiros. Turismo do Alentejo debate “Património do Tempo” cABEçA-dE-lIsTA dA cdu POR ÉVORA APElA A “cOMPROMIssO” dE TOdOs Os PARTIdOs PARA NOVO HOsPITAl dE ÉVORA “Vamos desafiar todas as forças políticas a assumirem o compromisso para que este investimento seja concretizado”, diz João Oliveira. 06 João Oliveira em ENTREVIsTA Falta investir 748 milhões para finalizar Alqueva O Estado já gastou no empreendi- mento de Alqueva 1,8 mil milhões de euros. Até à conclusão do pro- jecto, prevista para dentro de dois anos, falta ainda realizar 748,13 milhões de euros, o que elevará o custo final da obra para 2,5 mil milhões de euros. ECONOMIA 15 09 AlERGIAs Pólenes sob investigação 14 Luís Pardal | Registo D.R. D.R. D.R.

Registo ed150

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Edição 150 do Semanário Registo

Citation preview

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 14 de Abril de 2011 | ed. 150 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

PUB

ENERGIA

Évora testou automóvel eléctrico em road show da MOBI.EPág.23 Évora acolheu a chegada do “Electric Tour”, projecto pioneiro a nível europeu promovido pela Peugeot Portu-gal e pela MOBI.E, que vai percorrer um total de 25 cidades até dia 28 de Maio.

ObrasGoverno trava a fundo no TGVPág.03 O Governo não vai avançar com a construção do segundo troço da linha de alta velocidade. Cai a ligação entre Lisboa e Poceirão. E perspectiva-se a suspensão do troço entre Poceirão e o Caia.

Primeiro voo internacional descolouontem do aeroporto de BejaPág.11 O voo inaugural realizou-se ontem, quando um Boeing 757 da com-panhia aérea TACV descolaou de Beja com destino a Cabo Verde. A bordo se-guiram 67 passageiros.

Turismo do Alentejo debate “Património do Tempo”

cABEçA-dE-lIsTA dA cdu POR ÉVORA APElA A “cOMPROMIssO” dE TOdOs Os PARTIdOs PARA NOVO HOsPITAl dE ÉVORA“Vamos desafiar todas as forças políticas a assumirem o compromisso para que este investimento seja concretizado”, diz João Oliveira.

06

João Oliveira em ENTREVIsTA

Falta investir 748 milhões para finalizar Alqueva

OEstado já gastou no empreendi-mento de Alqueva 1,8 mil milhões de euros. Até à conclusão do pro-

jecto, prevista para dentro de dois anos, falta ainda realizar 748,13 milhões de euros, o que elevará o custo final da obra para 2,5 mil milhões de euros.

ECONOMIA15

09

AlERGIAs Pólenes sob investigação

14

Luís Pardal | Registo

D.R

.

D.R

.D

.R.

2 14 Abril ‘11

A Abrir

director Nuno Pitti Ferreira ([email protected]) Editor Luís Maneta

Propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; contribuinte 5099759815 sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; departamento comercial Teresa Mira ([email protected]) Paginação Arte&design Luis Franjoso cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Fotografia Luís Pardal (editor) colaboradores Pedro Galego; Pedro Gama; Carlos Moura; Capoulas Santos; Sónia Ramos Ferro; Carlos Sezões; Margarida Pedrosa; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; Luís Martins Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERc.Ics 125430 Tiragem 10.000 ex distribuição Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.depósito legal 291523/09 distribuição Miranda Faustino, Lda

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

Não perca o seu semanário REGIsTO (gratuito) nas bancas!Tabacaria Central

Rua do Raimundo, n.º4 (Junto à Praça do Giraldo)Évora - Tel. 266 702 161

Tabacaria Rico Papelaria, Drogaria Arco Iris

Papelaria O Cantinho

Rua António José de Almeida, n.º3 (Junto à REPSOL)

Évora - 266 709 500Praceta Infante D. Henrique

4-4A - 7000 Évora

Horta Figueiras 7000 Évora

Folheando Artigos Papelaria,Jornais e Revistas, Lda

Intermarché-lj 18, Horta Figueiras 7000 Évora - 266 771 463

PUB

“A nova cor de Nobre”

ww

w.egoisthedonism.w

ordpress.comPedro H

enriques | Cartoonista

O povo que não se governa nem se deixa governar

“Nos confins da Ibéria, há um povo que não se governa, nem se deixa governar”.

É sobejamente conhecida esta frase, atribuí-da a Júlio César quando, há mais de 2000 anos, tentava estabelecer a administração romana no ocidente ibérico que é hoje Portugal.

Nunca esta frase foi tão actual.Há um mês atrás, previ com razoável pre-

cisão, noutra crónica, o que era óbvio que iria suceder. Muito dificilmente uma liderança da oposição, inexperiente politicamente e em di-ficuldade de afirmação, resistiria à tentação de tentar a sua sorte de deitar abaixo o governo e de procurar provocar eleições, inebriada com a esperança de as poder ganhar.

O governo caiu no Parlamento, com a conju-gação de esforços de uma estranha aliança que irmanou todos os partidos, desde a extrema-es-querda até ao sector mais conservador. E Por-tugal tornou-se a principal notícia da imprensa internacional nos dias que se seguiram.

Passou a ser muito embaraçoso para mim, desde o dia 24 de Março, responder aos pedi-dos de esclarecimento, formulados por muitos deputados de diferentes países e de diversas fa-mílias politicas, estupefactos com o que parecia ser a insanidade politica do país que, naquele preciso momento, era o mais fustigado pelos mercados financeiros e que mais precisava de estabilidade e de confiança dos credores.

O resultado imediato da bravata parlamentar de 23 de Março foi o que se viu. Em poucas horas, os mercados captaram o sinal de que não havia condições em Portugal para aplicar um plano de austeridade que garantisse o controle do deficit e a capacidade do país para honrar os seus compromissos financeiros. Rapidamente os juros da divida atingiram valores incom-portáveis que passaram a pôr em causa não só o financiamento do Estado, como também da própria banca portuguesa que, nestas circuns-tâncias, passou a estar em risco de colapso a curto prazo.

O governo não teve alternativa senão de acorrer ao apelo desesperado dos banqueiros e de acabar por solicitar apoio externo ao FEEF e ao FMI, para evitar as consequências desas-trosas que se avizinhavam para as poupanças dos cidadãos e o funcionamento das empresas.

Mantive-me perplexo nas semanas que pre-cederam o deflagrar da crise com o esfregar de mãos de alguns que pareciam ansiar por uma intervenção externa, como se pedir dinheiro ao FMI fosse o mesmo que pedir auxilio à Santa Casa da Misericórdia. E mais ainda fico quan-

do constato que neste preciso momento ainda parece que não perceberam exactamente o que está a acontecer.

E agora? Também não me parece muito di-fícil de prever o que vai suceder nas próximas semanas e quais as novas perguntas que me vão colocar aqueles com que diariamente me cruzo e estão sempre ávidos de perceber o que está a suceder em Portugal. Até porque metade da nossa divida está nas mãos de bancos espa-nhóis e outra tanta repartida, em partes iguais, por bancos franceses e alemães, aos quais não é indiferente como vai ser o desfecho da nossa crise.

No dia 16 de Maio terá lugar a reunião do ECOFIN (o Conselho de Ministros das Finan-ças da UE), no qual Portugal terá de apresentar o plano necessário para que o FEEF seja ac-cionado, associado ao FMI. Ora, ninguém tem hoje duvidas de que, face aos acontecimentos dos últimos dias, o novo “PEC” vai ser neces-sariamente mais gravoso para os portugueses do que o que aquele que, há poucos dias, a opo-sição rejeitou por o considerar excessivo. Mas ninguém também terá dúvidas de que, pelo menos os partidos que não são só de protesto e retóricos, não terão coragem de expor o país perante a ridícula situação de insolvente e de, ainda por cima, insano.

Assim sendo, como irão explicar que apoiam agora um programa bem mais severo para as pessoas do que aquele que já tinha merecido a concordância da UE e do BCE e que liminar-mente rejeitaram?

Como explicarão eles isso em Portugal é um problema que não me diz respeito, mas como o explicarei eu em Bruxelas aos meus pares é que me deixa preocupado. É uma questão a que ainda não sei responder. Terei de me preparar bem para que aqueles que me interrogarem não formulem sobre o meu país o mesmo juízo que serve de título a esta crónica e que aquele ro-mano emitiu há 2000 anos sobre o s aguerridos lusitanos.

Um dos “senadores” da política alentejana deixa o Parlamento com uma frase avisada: “Há mais vida além da política”. Sobretudo num momento difícil como actual.

De trapalhada em trapalhada, o ministro das Obras Públicas lá vai decretando o fim do TGV. Não seria menos penoso dizer logo que não é para fazer?

Protagonistas

P05

P02António Mendonça

Luís Capoulas

Capoulas santosEurodeputado

“...pelo menos os partidos que não são só de pro-testo e retóricos, não terão coragem de expor o país perante a ridícula situação de insolvente e de, ainda por cima, insano”.

3

Política

Governo trava a fundo no TGV

Luís Maneta | Texto

A decisão está tomada: O Go-verno não vai avançar com a construção do segundo troço da linha de alta velocidade. Cai a ligação entre Lisboa e Poceirão. Acaba-se a terceira travessia sobre o Tejo. E perspectiva-se a suspensão do troço entre Pocei-rão e a fronteira do Caia – o tal que previa a construção de uma estação de TGV perto de Évora, sendo apontado como “factor de desenvolvimento estratégico” para o Alentejo e para o porto de Sines.

O cancelamento das obras ainda não foi anunciado, mas parece não restar outra alterna-tiva. “Não faz sentido para o pro-jecto a meio ficando com uma ligação por TGV entre Poceirão e Madrid. De um ponto de vista político não faz sentido, muito menos económico”, avança ao Registo uma fonte do Ministério das Obras Públicas.

Pedro Mota Soares, o líder par-lamentar do CDS/PP, afina pelo mesmo tom, mas em sentido inverso: “Ninguém irá de camio-neta, de táxi ou a pé entre Lisboa e o Poceirão. Por isso mesmo, enquanto o Governo não adiar o TGV entre Caia e o Poceirão tudo o resto se vai inevitável, mais tarde ou mais cedo”. “Esta ligação só faria sentido se fosse a terminar e começar em Lisboa. Se for para ficar a meio do ca-minho, era como se construísse uma ponte até metade”, concor-da o deputado ecologista José Luís Ferreira.

Dito de outra forma, a alta velocidade servirá para unir as duas capitais ibéricas. Ou não servirá para nada. “Estivemos a perder tempo no país, concen-trados em matérias e em projec-tos para os quais não tínhamos condições financeiras”, resume o líder parlamentar do PSD, Mi-guel Macedo, considerando que o Governo está a “render-se às evidências”.

Mesmo dentro do Governo, o lançamento do concurso para o segundo troço não era unânime, atendendo ao desequilíbrio das contas públicas e às crescentes dificuldades de financiamento externo. Com o “chumbo” do PEC IV e o consequente pedido de de-missão de José Sócrates, não res-tava outra alternativa, mesmo que o Estado venha a ser obriga-do a pagar mais de 200 milhões de euros em indemnizações.

Nenhuma das fontes contac-tadas pelo Registo acredita que o projecto de alta velocidade se irá manter. Apenas a ex-secre-tária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, expressa opinião diferente: “Há um con-curso lançado antes da crise, existe um contrato assinado, existem financiamentos acorda-dos, existem fundos comunitá-

Anulado concurso para segundo troço do TGV. Ligação entre Poceirão e Caia deverá ser cancelada. Contrato de concessão ainda não foi visado pelo Tribunal de Contas.

rios garantidos e que não podem ser desviados nem transferidos para outras coisas como apoios sociais”.

Entre os argumentos invo-cados por Ana Paula Vitorino inclui-se o que diz ser o “diminu-to” investimento do Estado nesta fase de obra: 90 milhões de eu-ros. Um montante significativa-mente inferior ao que terá de ser pago em indemnizações, caso o projecto seja efectivamente can-celado.

Pelas contas de Pedro Gon-çalves, presidente executivo da

Soares da Costa, uma das empre-sas que integra o consórcio Elos responsável pela construção do troço de alta velocidade entre Poceirão e Caia, o volume de in-vestimento já ascende a 150 mi-lhões de euros em estudos pré-vios, projectos, sondagens dos terrenos e expropriações.

“Se nada houver, em contrário os trabalhos poderão iniciar-se ao longo do próximo trimestre”, diz Pedro Gonçalves. Se houver, a indemnização terá de ser dis-cutida em tribunal.

Para este troço foi constituída

uma parceria público-privada, cujo contrato foi assinado com o Estado mesmo antes de ter sido obtido o aval do Tribunal de Contas. A RAVE, empresa pú-blica responsável pela obra, che-gou a apresentar uma primeira versão do contrato para visto prévio mas decidiu retirá-la, no final do ano passado, quando se perceber que o documento iria ser “chumbado”. O Ministé-rio das Obras Públicas limita-se a confirmar que enviou “todos os esclarecimentos” solicitados pelo Tribunal de Contas.

A Comissão Europeia (CE) confirmou agora que ainda tem reservado “cerca de mil mi-lhões de euros” para o projecto do TGV em Portugal, mesmo depois do Governo de Sócrates ter cancelado o concurso públi-co para a construção do troço Lisboa – Poceirão por falta de financiamento.

Até ao momento o Governo havia apenas dirigido à CE uma proposta para financia-mento do troço Poceirão – Caia, à qual a Comissão garantiu um contributo de 350 milhões de euros provenientes do Fundo de Coesão. O mesmo não foi, no entanto, aprovado, pelo adiamento da construção das linhas Lisboa – Porto e Porto – Vigo.

Antes de dar início ao projec-to da Rede Ferroviária de Alta Velocidade, o Governo quer obter mais financiamento co-munitário para colmatar o que “poderá” neste momento “ultra-passar os 600 a 700 milhões de euros” necessários em finan-ciamento para o TGV, segundo afirmara o secretário de estado dos transportes, Carlos Correia da Fonseca.

Já a CE espera uma posição mais assertiva do Governo por-tuguês, que pondera destinar aqueles fundos comunitários “para outros projectos de alta velocidade em Portugal”.

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, assumiu em Março que fará uma proposta para a “reafectação de fundos do

actual QREN, reduzindo a componente afecta às infraes-truturas” (por exemplo, o TGV), “por forma a disponibilizar verbas para o financiamento de programas sociais”.

Porém, as próprias regras do programa impossibilitam que o Fundo de Coesão possa servir para financiar instrumentos de política social, que estão no âm-bito do Fundo Social Europeu.

Em oposição a esta proposta, o Governo, pela voz do minis-tro das Finanças, Teixeira dos Santos, garantiu num debate parlamentar que o esforço financeiro para o TGV cabe “inteiramente a investimento privado e fundos comunitá-rios”, não tendo anunciado a desistência do projecto.

Comissão assegura mil milhõesO consórcio responsável pelo troço Poceirão/Caia diz já investiu 150 milhões de euros. Cancelamento do projecto envolve pagamento de indemnizações.

D.R.

O Governo diz que só pode avançar com as obras da ligação de alta velocidade no troço Poceirão-Caia depois do visto prévio do Tribunal de Contas, o que deve demorar pelo menos um mês.

Fonte oficial do ministério das Obras Públicas lembrou que o TGV sempre foi consi-derado pelo Governo como uma prioridade no que diz respeito ao troço Poceirão-Caia porque “já tinha as taxas de juro negociadas e estava concursado e adjudicado”, mas sublinhou que as obras só podem avançar após o visto prévio do Tribunal de Contas (TC).

“O troço Poceirão-Caia decorre com a sua tramitação

TContas decide num mês

normal e aguarda o visto pré-vio”, declarou, acrescentando que foram pedidos esclare-cimentos adicionais sobre o contrato.

Ao Registo, o deputado do PCP por Évora, João Olivei-ra, defende a adopção de um novo modelo de negó-cio – “que o Governo nunca ponderou” – para o TGV: “Pode ser um investimento positivo de for feito de outra forma, não numa lógica de parceria pública-privada que já demonstrou ser ruinosa para o Estado”.

“É um investimento que só pode ter impacto positivo na economia portuguesa se for apoiado na produção nacio-nal, só assim criará riqueza. A ir por diante, deve ser feito com base no que é a capacida-de de produção da economia nacional”, diz João Oliveira.

4 14 Abril ‘11

Política

Falar verdadesónia ramos fErroJurista

O penoso dia para o orgulho na-cional chegou. Pela terceira vez e sempre pela mão dos socialistas, o FMI aterrou em Portugal para nos lembrar a incompetência deste gen-te que se diz patriota e fazedora da liberdade, que afinal, termina aqui.

Sócrates deveria, em consciência, reformar-se da política. Não tem nenhuma credibilidade. Sempre disse que Portugal não precisava de ajuda externa. Afirmou-o pou-cos dias antes de assumir o pedi-do de ajuda. Sempre disse que “ou eu ou o FMI” e agora dispõe-se a tudo. Este senhor provocou a crise politica, quando negociou sorra-teiramente sem informar ninguém porque sabia que a oposição não lhe daria mais oportunidades. Foi a for-ma que encontrou para se demitir, vitimizando-se, porque a oposição

não compreendeu o seu desígnio nacional.

Sócrates e todo o PS (já que ele-gerem o seu secretario geral por 97% dos votos) sofrem de uma gra-ve alucinação colectiva manifestada de forma assustadora no congresso do PS. Confesso que não queria comentar esse espectáculo, mas já que nos entrou pelas portas dentro durante todo o fim-de-semana, não será demais dizer que se tratou de um momento surrealista que raia o ofensivo para o país e para todos os portugueses que vivem momentos dramáticos por falta de lucidez dos governantes nos últimos anos.

Não vejo como é possível ainda obter nas sondagens uma percenta-gem de votos razoável. Ou os por-tugueses já desistiram de lutar pelo seu país ou estão viciadas. Não me

“Sócrates deveria, em consciência, reformar-se da política. Não tem nenhuma credibili-dade. Sempre disse que Portugal não precisava de ajuda externa”.

ocorrem outras alternativas. Depois de duplicar a dívida pú-

blica, do desemprego ter aumenta-

do exponencialmente, da atribuição de chorudos salários aos quadros do PS estrategicamente colocados, de ter engordado os gabinetes mi-nisteriais, começando pelo seu pró-prio, onde afectou doze motoristas, da teimosia em avançar com o pro-jecto do TGV quando o país já es-tava a braços com uma grave crise financeira e social, ainda consegue gesticular contra tudo e todos numa atitude de total negação da realida-de e ainda há quem acredite!

Se Sócrates ganhasse as eleições de 5 de Junho, Portugal tornar-se-ia num case study de teoria política. Como não suponho que tal coisa aconteça nem como hipótese mera-mente académica, acredito que os doutorandos se tenham de limitar (e já não é pouco!) aos seis anos de governo socialista.

Este é um país que aterrou no caos, liderado por políticos do PS cujo orgulho e sobranceria se so-brepuseram ao interesse nacional. Tivessem tomado medidas ade-quadas mais cedo, tivessem gerido o acréscimo de receita proveniente dos PEC 1, 2 e 3 que até teria consti-tuído um ganho nas contas públicas e não teríamos chegado a esta dra-mática e vergonhosa situação.

Um país de gente aventureira e destemida, que impôs regras ao mundo e teve a coragem de pros-seguir a visão de um sonho que se tornou realidade, senhores dos descobrimentos, somos, agora, co-arctados da réstia de soberania que ainda nos consolava, porque um gastador compulsivo infringiu tal ataque ao país que nem a dignidade nos sobra.

Somos tratados como se fossemos matarruanos

antónio Costa da silvaEconomista

O Eng.º José Sócrates trata-nos como se fossemos todos matarrua-nos. Sistematicamente são passadas certidões de parvoíce aos portu-gueses pelo Primeiro-ministro por-tuguês. Desculpem-me a frontali-dade, mas até enjoa esta forma de fazer política

Sinceramente, tenho preferência em tratar todos os assuntos, até os mais complexos, com elegância e bom senso. No entanto, até as pes-soas mais ponderadas e sensatas estão a perder a paciência com esta nova forma de fazer política.

É com enorme descaramento que o Eng.º José Sócrates culpa siste-maticamente toda a oposição pelos sucessivos erros que ele próprio cometeu. Envolve nessa mesma culpabilização e vitimização ou-tros órgãos institucionais, o que é altamente inadmissível. Numa en-cenação permanente, consegue des-mentir-se com as maiores das facili-dades, como se nada fosse consigo.

É impressionante!

Como é que alguém consegue jus-tificar uma promessa da criação de 150.000 postos de trabalho e antes pelo contrário, permitiu um aumen-to em mais de 4 pontos percentu-ais do desemprego em Portugal? Em 2005, Portugal tinha nos seus registos 407.000 desempregados. Actualmente, caminhamos vertigi-nosamente para 700.000 desempre-gados.

Em 2005 Portugal tinha mais de 1 milhão de jovens com menos de 25 anos no mercado de trabalho. Agora, tem 500.000. Para onde fo-ram os outros 500.000? Só o Eng.º Sócrates consegue justificar esta

situação. Na realidade são jovens que frequentam mestrados e dou-toramentos para não ficarem no de-semprego. Outros emigraram para vários países do mundo. Outros frequentam acções de formação profissional. Outros estão efectiva-mente desempregados. É esta a rea-lidade escondida.

O Eng.º José Sócrates em 2005 e em 2009 (anos eleitorais) prometia baixar impostos. Só no início do seu primeiro mandato aumentou 8 impostos (ex: IVA de 19% para 21%). Em 2009, ano eleitoral, bai-xou o IVA para 20% (toda a gente dizia que era um erro, mas não li-gou a ninguém). Em 2010 aumentou o IVA para 23%. São os outros os culpados? Nesse mesmo ano elei-toral aumentou os funcionários públicos. Em 2010 reduziu-lhes os vencimentos até 10%. São os outros os culpados?

Em 2005 a Dívida Soberana da República Portuguesa era de 80 Mil Milhões de Euros, actualmente é de 170 Mil Milhões de Euros. Como é que pode culpar os outros?

Batemos recordes sucessivos ao nível dos juros da dívida pública portuguesa. Lembram-se há mui-tos meses atrás das afirmações do Ministro das Finanças Teixeira dos Santos quando afirmava que se Por-tugal passasse a fasquia dos 7% se-ria o caos? Lembram-se das amea-ças efectuada para serem aprovados os Orçamentos de Estado de 2010 e 2011, e dos PEC 1, 2 e 3. Não será demais? Lembram-se das ameaças de demissão do Primeiro-ministro em Setembro de 2010?

Lembram-se o que disse o Eng.º José Sócrates caso o FMI entrasse em Portugal? Pois é, já ninguém

“Lembram-se há muitos meses atrás das afirmações do Ministro das Finanças Teixeira dos Santos quando afirmava que se Portugal passasse a fasquia dos 7% seria o caos?”

lembra.Existem muitos vídeos no You-

tube que esclarecem com toda a firmeza todo este ziguezaguear de afirmações e contradições promo-vidas pelo Eng.º José Sócrates.

Neste momento, é horrível para alguém que gosta de fazer política ouvir as pessoas dizerem que os po-líticos são todos iguais. È inadmis-sível que esta trajectória possa con-tinuar. Nem todos podem pagar por aquilo que os outros são, nem pelos erros que os mesmos cometem.

È obrigatório afirmar que há cul-pados e que não podem sair impu-nes pela situação que criaram. O rosto está bem visível.

Vivemos num mundo de encena-ções com teletexto misturado com uma comunicação social ávida de acontecimentos sensacionalistas e de embrulhos em indumentária Ar-mani para consumos imediatistas. Infelizmente é assim!

Portugal tem que obrigatoriamen-te recuperar a sua credibilidade.

D.R.

5

Política

PUB

Um debate semanal, numa parceria Regis-to/Diana FM, reúne os deputados eleitos por Évora: Bravo Nico (PS), João Oliveira (PCP) e Luís Capoulas (PSD).O debate pode ser ouvido na íntegra na Diana FM às terças-feiras (18h00) e aos domingos (10h00). Às quintas-feiras, a troca de argumentos salta para as páginas do Registo.

PRAçA dA

REPÚBlIcA

Escolha de Dieb “não é dado adquirido”Conselho nacional do PSD reúne domingo para “fechar” listas. Proposta das distritais é meramente indicativa.

Redacção | Registo

A proposta da distrital está fei-ta e, conforme avançado pelo Registo na última semana, era previsível: António Dieb foi o nome indicado para liderar a lista social-democrata por Évo-ra às próximas legislativas. Mas a decisão final não está tomada. “Não foi pedido a nenhuma dis-trital que escolhesse cabeças-de-listas”, diz ao Registo fonte da direcção nacional do PSD.

No próximo domingo reúne o conselho nacional e só aí é que serão “fechadas” as listas. Todas elas. “Não é um dado adquirido que [a lista de] Évora fique as-sim”.

Em declarações à Diana FM, o presidente da distrital, António Costa da Silva, falou em “unani-midade” na escolha dos nomes propostas, reconhecendo depois ao Registo que ainda “terão de ser homologados” pelos órgãos nacionais: além de Dieb, a lista integra o próprio António Costa da Silva, Cristina Rosado, Luís Seatra, Ricardo Videira e Sara Correia.

De fora ficou o actual depu-tado, Luís Capoulas, bem como

a número dois na lista apresen-tada há um ano e meio: Sónia Ferro. À “unanimidade” referida pelo líder distrital, fontes parti-dárias respondem com “críticas muito duras” à escolha do cabe-ça-de-lista oriundas de secções como Montemor-o-Novo ou Es-tremoz.

Há também quem não esque-ça o tom “azedo” das críticas fei-tas por apoiantes de António Dieb a Passos Coelho aquando da campanha para a liderança do PSD, acusando o agora presi-dente de juntar à “falta de expe-riência profissional e política” uma “estratégia concertada para o assalto ao poder dentro do par-tido”.

Na “Praça da República”, o de-putado Luís Capoulas explicou a sua não recandidatura com os “muitos anos de participação política” e com a necessidade de prestar uma “maior atenção” à actividade empresarial, “parti-cularmente nesta situação difí-cil que o país atravessa e a agri-cultura ainda mais”.

“Há mais vida além da políti-ca”, diz o deputado, recordando que nas últimas eleições res-pondeu a um convite pessoal

de Manuela Ferreira Leite, “a quem me ligam laços de grande consideração e estima num per-curso político feito, em parte, em comum”. “Não tinha condições para desempenhar este cargo na

exclusividade que as novas cir-cunstâncias irão impor”

Luís Capoulas refere-se ain-da há existência, no distrito, de “quadros com experiência e va-lor” que “tinham uma legítima aspiração em fazer a sua afirma-ção política a nível nacional”.

Em resumo: “Conjugando to-dos esses factores, senti que era chegado o momento de deixar esta actividade para outros e re-gressar à minha vida privada, o que não signifique que deixe a política. O grande mal da nossa democracia é não estarmos tão atentos à coisa pública como às vezes estamos ao futebol ou a outras áreas”.

“Documentos históricos”

Documentos da história do PSD de Évora, como fotografias, jor-nais e material de campanha, estão expostos na sede distrital social-democrata. O objectivo é “abrir o partido à sociedade ci-vil”, segundo o presidente da Co-missão Política Distrital de Évora do PSD, António Costa da Silva.

Intitulada “Museu Aberto - Contributos do PSD para a De-mocracia no Distrito de Évora”,

a iniciativa é organizada pela Comissão Política Distrital de Évora do PSD, estando patente ao público até domingo na sede do partido.

A iniciativa engloba ainda a realização de palestras com vá-rios convidados, onde se destaca a presença do deputado José Pa-checo Pereira e do conselheiro de Estado António Capucho.

Um ofício escrito à mão de pre-paração de um congresso do PSD em 1974, um outro de um comí-cio com a presença de Francisco Sá Carneiro e folhetos e alguns manifestos políticos apresenta-dos a nível local são alguns dos documentos históricos mais im-portantes da exposição.

A escolha dos candidatos socialistas por Évora será feita sexta-feira: reunião do secretariado da federação às 18h00, seguida de comissão política. Sobre a mesa estão os nomes de Carlos Zorrinho e António Serrano.

PS escolhe candidatos

Ao preencher a sua Declaração de IRS poderá destinar 0,5% do imposto liquidado à Associação de Amigos da Criança e da Família “Chão dos Meninos”e, desta forma, apoiar a Instituição no desenvolvimento do seu trabalho em prol do bem-estar de crianças vítimas de maus tratos e suas famílias.A esta prática dá-se o nome de”Consignação Fiscal” (Lei da Liberdade Religiosa 16/2001, de 22 de Junho) e é uma forma de solidariedade ao alcance de todos. Estes 0,5% são retirados do total que o Estado líquida, e não do imposto que lhe deve ser devolvido, se houver lugar à restituição.A Associação “Chão dos Meninos”, sendo uma IPSS, re-conhecida como Entidade de Utilidade Pública pode ser beneficiária da “Consignação Fiscal” e, pela sua natureza e trabalho realizado, devolverá à comunidade o valor que os contribuintes lhe atribuem de cada vez que, ao preencher-em a Declaração de IRS, inscrevem o NIPC 503 017 329 no espaço reservado à “Consignação Fiscal”.Por isso não se esqueça, quando preencher a sua decla-ração de IRS, no quadro 9 do anexo H, seleccione “Institu-ições Particulares de Solidariedade Social ou Pessoas Col-ectivas de Utilidade Publica” e coloque no espaço “NIPC” o número 503 017 329.

Ajude-nos a fazer mais e melhor…

A favor do “Chão dos Meninos” consignação de 0,5% do IRS

6 14 Abril ‘11

Entrevista

“O Governo tem desinvestido fortemente no distrito de Évora”

João Oliveirta, cabeça-de-lista da CDU por Évora às próximas eleições legislativas

O que o leva a candidatar-se novamente?

As razões são as mesmas de há dois e de há seis anos: do ponto de vista do PCP há uma reflexão no processo de escolha de candi-datos que aponta para que seja eu o cabeça-de-lista e, obvia-mente, é um desafio que aceito com a consciência das exigên-cias que coloca.

Muitas vezes há a ideia que por muitas propostas e inter-venções que façam, o traba-lho dos deputados da oposi-ção acaba por cair em “saco roto”. Esse sentimento de

incapacidade reflecte-se no dia-a-dia parlamentar?

Julgo que isso tem muito a ver com as opções políticas funda-mentais que são feitas em cada momento e com as escolhas po-líticas. Do ponto de vista de gru-pos parlamentares com menor representação, como o do PCP, as dificuldades são acrescidas do ponto de vista das propostas que apresentamos. Nesta legislatura, ainda assim, foram aprovadas propostas que o PCP apresentou.

Mesmo em relação ao distri-to?

Sim. Posso dar o exemplo da

alteração relativamente ao Im-posto Municipal de Imóveis (IMI) conseguida na alteração do Orçamento do Estado para 2010 que foi proposta pelo PCP e subscrita por outros partidos.

Mas que acabou por não se traduzir numa mudança de posição por parte da Admi-nistração Fiscal.

Essa é uma segunda fase do problema pois tendo havido uma proposta aprovada pela Assembleia da República con-tinuou a haver um Governo incapaz de aceitar as regras do jogo democrático e que boicotou

decisões relativamente às quais não estava de acordo.

Por isso lhe perguntava se não existe aqui algum senti-mento de incapacidade por parte dos deputados da opo-sição?

De incapacidade, não. Há um sentimento de dificuldades que chegam a ser muito marcantes para conseguir que os problemas das pessoas sejam resolvidos e os obstáculos ultrapassados. Em re-lação à questão dos transportes de doentes não urgentes foram aprovadas várias propostas na Assembleia da República, entre

as quais uma do PCP para que a situação possa ser rapidamen-te corrigida. Apesar de todas as dificuldades há momentos em que, pela luta das populações e dos trabalhadores, daqueles que são prejudicados com as medi-das do Governo, são criadas con-dições para alguma mudança de posições.

Partindo destas dificulda-des como é que vai conven-cer os eleitores de que vale a pena votar em si e não num dos chamados partidos de governo?

Precisamente partindo des-

7

do PEC conduziria à demis-são do governo.

O país já estava a seguir um rumo que conduziria ao agra-vamento de todos os problemas. Chegados ao momento da vota-ção do PEC IV o que houve foi uma vitimização por parte do PS e do Governo. Nada obrigava o Governo a demitir-se. Isso acon-teceu porque do ponto de vista da matemática eleitoral era isso que mais convinha ao PS. O que o Governo deveria ter feito era apresentar outra proposta de PEC na Assembleia da Repúbli-ca ou negociar as propostas que foram apresentadas pelo PCP. Apresentámos 22 medidas para uma outra política para o país, de verdadeira estabilidade e cresci-mento.

O caminho mais fácil foi a demissão?

Essa é uma questão que tem de ficar bem clara. Esta crise políti-ca foi aberta pelo PS porque en-tendeu que era o caminho que melhor servia os seus interesses eleitorais. Essa análise que o PS faz não está desligada da luta que foi desenvolvida pelas po-pulações. É indesmentível que se não tivesse havido essa luta o Governo não teria sentido essa necessidade [de se demitir].

Luta à qual o João Oliveira também se associou em di-versos momentos.

É esse o papel decisivo que também nos cabe, acompanhar num contacto directo com as po-pulações, com os trabalhadores, as dificuldades impostas pela política de direita do PS, levá-las à Assembleia da República, en-contrar soluções e estar ao lado de quem luta por outro caminho para o país.

É uma forma de acção políti-ca tão importante como a do Parlamento?

Obviamente. A intervenção parlamentar é complementar à acção junto das massas e do povo português. Esse é o elemento de-cisivo que pode abrir caminhos de mudança para o país. Se os professores não tivessem saído à rua, provavelmente hoje teriam condições de trabalho muito di-ferentes, e para pior, daquelas que teriam hoje.

Embora aí essa intervenção tenha conduzido a deitar por terra um processo de avalia-ção que ia a meio.

Os professores hoje também são avaliados, isso é um outro mito que foi criado e que é pre-ciso desmontar. Não deixou de haver avaliação de professores, passaram a ser avaliados de acordo com o modelo anterior que remonta a 1990.

Como é que avalia estes seis anos de governo liderado por José Sócrates em relação ao distrito de Évora?

É um balanço profundamente

“Em relação ao novo hospital de Évora queremos um compromisso de todos os parti-dos políticos. Da parte do PCP, va-mos desafiar todas as forças políti-cas a assumirem o compromisso para que este in-vestimento seja concretizado”.

negativo para o distrito de Évora. Até do ponto de vista dos inves-timentos que motivaram gran-des acções de propaganda temos de nos questionar sobre o que foi feito.

Está a falar do novo hospital?Essa é uma questão decisi-

va e de grande relevância, mas falava também das escolas e dos serviços de saúde. Seis anos volvidos, o balanço que se pode fazer vai no sentido de uma pro-funda degradação dos serviços que prestam às populações. O que tivemos foram promessas de modernização e de requalifica-ção de escolas que foram acom-panhadas do agravamento das condições de desertificação do nosso território. Foram encerra-das escolas neste distrito, e há perspectivas de novos encerra-mentos, que garantiam condi-ções de aprendizagem melhores que todas as outras. O caso da escola de Santana do Campo exemplifica a completa irracio-nalidade destas medidas.

Porque os resultados obtidos pelos alunos eram superio-res à média nacional. O pro-blema é que com um número de alunos tão baixo, essa mé-dia pode ser distorcida, ou não?

Essa é mesmo a questão que temos de pôr em confronto, se o que deve ser decisivo é o número de alunos de uma escola ou a ca-pacidade de aprendizagem e os resultados obtidos pelos alunos. Aqueles alunos, em provas de nível nacional revelaram resul-tados acima da média. Isso de-monstra que tinham condições de ensino e de aprendizagem melhores que a maior parte dos outros alunos. O que se fez foi encerrar uma escola por moti-vos puramente economicistas e isso trouxe o agravamento das condições de subsistência da própria comunidade. Encerrou-se a escola, reduziram-se postos de trabalho, reduz-se a activida-de económica e a vivificação da comunidade. O mesmo se passa com os serviços de saúde. O en-cerramento de serviços e a di-minuição de horários contribui para que as pessoas tenham re-dução significativa da sua qua-lidade de vida e cria condições para que os jovens não se fixem

Sobretudo quando não há emprego!

Um casal jovem de uma fre-guesia rural, ou de uma vila, mesmo que tenha emprego, se não tem uma escola primária onde possa colocar os filhos ou um serviço de saúde onde possa recorrer em caso de necessidade, começa a pensar duas vezes se fica ou não naquela localidade. Isto põe em causa o futuro da ocupação do nosso território.

O despovoamento do inte-rior é uma inevitabilidade?

Não. Mas para não ser uma inevitabilidade são necessárias políticas completamente dife-rentes das que foram desenvol-vidas pelo Governo do PS. Se olharmos para a evolução do investimento público no distri-

<Nas legislativas de 2009, a CDU foi a segunda força política

mais votada no distrito de Évora com 22,32% dos votos. Agora, João Oliveira assume o objectivo de melhorar este

resultado eleitoral.>

22%NÚMERO

“Nada obrigava o Governo a demitir-se. Isso aconteceu porque do ponto de vista da matemática eleitoral era isso que mais convinha ao PS”.

Luís Pardal | Registo

ses exemplos concretos, porque explicamos às pessoas que com 13 deputados temos menos con-dições para que estas soluções para os seus problemas possam ser concretizadas. Se tivéssemos 90 deputados com certeza que seria diferente, e com mais de 115 ainda mais.

Sente que com o seu voto contra o PEC ajudou a abrir caminho a um governo de direita?

Não, de forma nenhuma. Há uma mistificação que está a ser usada pelo Partido Socialista e que nós vamos tentando des-montar, segundo a qual tudo es-tava a correr bem até o PEC IV ter sido chumbado na Assembleia da República e que foi o chum-bo que obrigou o Governo a demitir-se. Não há nada de mais errado. Até o PEC ser apresenta-do os juros da dívida portuguesa continuavam a aumentar e esta-vam sempre a ser exigidos mais sacrifícios aos portugueses.

Mas sabia-se que o chumbo

to de Évora registamos quebras acentuadíssimas no investi-mento público. O Governo tem desinvestimento fortemente no distrito de Évora. Em regiões do interior e com as necessidades do distrito em termos económi-cos e sociais deveriam acontecer precisamente o contrário. Ve-mos, por exemplo, o adiamento de investimentos anunciados em período de campanha eleito-ral, como o relativo ao novo hos-pital central de Évora.

Já se começa a perceber que dificilmente irá para a fren-te.

Essa é uma questão relativa-mente à qual vamos marcar uma tónica muito acentuada nesta campanha eleitoral. Em relação ao novo hospital de Évo-ra queremos um compromisso de todos os partidos políticos. Da parte do PCP, vamos desafiar todas as forças políticas a assu-mirem o compromisso para que este investimento seja concreti-zado. Em Junho haverá um mo-mento decisivo para a constru-ção do novo hospital.

Mas nessa altura ainda não haverá novo governo.

Se houver um compromisso de todas as forças políticas para garantir que este investimento se concretiza, ele pode desenvol-ver-se. Em Junho terá de ser fei-ta a abertura de concurso para a construção. Quando em 2008 levantámos o problema em re-lação à decisão do Governo de adiar as verbas para a constru-ção do novo hospital chama-ram-nos alarmistas e disseram que estávamos a criar problemas onde não havia, que era apenas uma alteração de calendário.

E qual é a sua proposta?Vai num duplo sentido: por

um lado, garantir que da parte do Governo são transferidas as verbas da contrapartida nacio-nal necessárias à construção do novo hospital; por outro lado, perante as circunstâncias finan-ceiras em que o país se encontra, que sejam tomadas as medidas que permitam recorrer ao finan-ciamento comunitário. Essa é uma possibilidade que tem de ser explorada. Vamos desafiar todas as forças políticas a assu-mirem um compromisso neste sentido. Consideramos que este investimento não pode ser posto em causa, havendo a necessida-de de estabelecer prioridades em relação ao investimento público, o hospital tem de ser uma priori-dade assumida por todas as for-ças políticas.

Porque é um equipamento fundamental para a qualida-de de vida no distrito?

É um equipamento funda-mental e não apenas para as populações do distrito, é para todo o Sul do país. A área de in-tervenção deste novo equipa-mento abrange todo o Alentejo e Algarve. O facto de ser um hospi-tal central, com tudo o que isso implica de valências e serviços prestados às populações, trans-forma-o num equipamento in-dispensável para o Sul do país.

8 14 Abril ‘11

Política

Os amigos de PenicheCarlos mouraEngenheiro

Quando em tempos complicados, em que a independência do país parecia irreversivelmente perdida, o nosso povo colocou esperanças em que uma força estrangeira, en-volvendo forças terrestres e navais, viesse para repor essa independên-cia.

Com efeito o desembarcar dessa força em Peniche, levou a que mui-tos olhassem para o desembarque dos nossos amigos, como o come-ço de uma epopeia que resgatasse a pátria. O resultado foi o saque de várias povoações entre a Vila de Pe-niche e Lisboa, deixando na popu-lação o sentimento que “os amigos” libertadores em pouco diferiam dos inimigos opressores.

Vem isto a propósito da ajuda pe-dida pelo Governo Sócrates ao Fun-do de resgate da União Europeia e ao FMI. A ajuda que o nosso gover-no tanto propalou que não pediria e que não necessitava, afinal foi pedi-da e vem com as condições que os vários PEC’s revelavam e outras tão negativas como nova revisão das leis laborais e novas privatizações, de cuja história os PEC’s não con-tavam até à quarta versão, mas que iriam contar, sem dúvida, nas suas versões quinta, sexta ou sétima,

conforme o número delas que de-morasse até estarmos exactamente no ponto que EU e FMI nos apre-sentam.

As dívidas, que nunca fizemos, são “resgatadas” através destes fundos e, em troca, não só empe-nhamos completamente todas as capacidades produtivas nacionais, e já não são muitas, como passamos para as mãos privadas – entenda-se quem primeiramente é responsá-vel pela tal dívida – as empresas e serviços públicos que restam e de caminho promove-se a exploração facilitando despedimentos e crian-do as condições sob as quais os trabalhadores vão passar a aceitar trabalhos cujas remunerações, em última análise, não irão chegar para suprir as suas necessidades.

O “resgate” assim obtido dei-xará no final o país mais exangue do hoje e sem a menor dúvida mais desigual. A única dívida existente, a do dinheiro que o Estado retirou às contribuições e impostos para a banca, essa não só estará paga por quem não deve, mas servirá tam-bém para suprimir os serviços e benefícios sociais e libertar os ver-dadeiros devedores para entesourar menos gastos em salários e menos

contribuições.A “salvação” da pátria é, tal

como então, um logro. E os “amigos de Peniche” desta feita são a União Europeia e o FMI. Após o saque o país ficará exactamente como estava, com um tecido produtivo destruído e uma população empo-brecida, e eles tranquilamente vão embora. Na altura dos “amigos” originais acabou o povo por tomar as coisas em mãos e com uma outra defenestração repor a independên-cia… Se calhar ainda vai ter de ser assim novamente.

“As dívidas, que nunca fizemos, são resgatadas através destes fundos e, em troca, não só empenhamos completamente to-das as capacidades produtivas nacio-nais, como passa-mos para as mãos privadas”.

Câmara de Évora aprova contasDocumento passou com votos favoráveis do PS e abstenção do PSD. CDU votou contra.

A Câmara Municipal de Évora aprovou, em reunião extra-ordinária, os documentos de prestação de contas 2010 e defi-niu o plafond anual para 2011 de apoio às diversas freguesias do concelho.

Os documentos de prestação de contas e a respectiva apli-cação de Resultado Líquido do Exercício, bem como o seu en-vio para deliberação à Assem-bleia Municipal de Évora, fo-ram aprovados com três votos a favor (PS), o voto de qualidade do presidente, a abstenção do PSD e os votos contra da CDU.

O presidente da Câmara de Évora, José Ernesto Oliveira, fez o enquadramento do ponto, tendo destacado a tendência para o decréscimo das receitas correntes (devido à continua-da baixa de impostos directos e venda de bens e serviços), o qual é ligeiramente atenuado pela subida das receitas de ta-xas e multas, devido à maior eficácia na cobrança.

Ainda no orçamento de des-pesa, realçou a realização obti-da, superior a 60% do previsto

com um total de pagamento de mais de 48.5 milhões de eu-ros, a melhor dos últimos anos, verificando-se já o efeito das medidas de contenção.

Nas despesas de capital, ape-sar de se ressentir a restrição do investimento, destaca-se a subida do mesmo nos últimos dois anos mercê de investimen-tos realizados com a educação e o acolhimento empresarial, assinalando-se a subida nos úl-timos três anos do investimen-to de capital e o decréscimo das despesas correntes que em 2010 voltaram a uma situação mais equilibrada.

Um terço da dívida total tem a ver com as Águas de Centro Alentejo, estando a autarquia a negociar um contrato de sane-amento para resolver a situa-ção antes do fim deste semestre.

A CDU justificou o seu voto contra, explicando que a gestão que imprimiria à Câmara seria diferente e com outros resulta-dos financeiros, enquanto que o PSD apresentou os conside-randos que ditaram a sua abs-tenção.

A participação não é mesmo o forte da CME Eduardo luCianoadvogado

A Agenda 21 Local, prometia ser um instrumento de dinamização da participação popular na gestão da coisa pública, no sentido do desen-volvimento e da sustentabilidade do concelho.

Pelo menos é o que é anunciado no folheto informativo colocado à disposição dos munícipes e parece que assim tem sido em alguns dos concelhos onde o processo tem sido implementado.

Em Évora a coisa está a ter con-tornos sui generis, com o muni-cípio a assumir uma postura de parceiro menor desvalorizando de forma indelével aquilo que pode-ria ser um interessante trabalho de envolvimento dos cidadãos em projectos nascidos das necessida-des locais.

O 2.º Fórum de Participação da Agenda 21 Local, realizado no pas-sado dia 8 de Abril foi o retrato fi-dedigno do desinteresse da Câmara Municipal neste processo.

Tratou-se de uma lamentável ses-são que conseguiu ir do ridículo ao mais completo desrespeito pelos que interessadamente se motivaram para participar.

Perante a ausência de vereadores com pelouros atribuídos, toda a res-ponsabilidade do Fórum recaiu so-

bre a equipa da Universidade Nova de Lisboa que, através do Profes-sor João Farinha, tentou justificar as chamadas opções de prioridade máxima que teriam resultado das sessões de participação local nas Freguesia de S. Mamede e S. Mi-guel de Machede e dos bairros do Bacelo Sul e Celeiros.

Tudo correu mal. Desde logo a linguagem utilizada, a roçar aquela que alguns pais usam para se faze-rem compreender junto dos filhos, que resultou numa infantilização do discurso quase ofensiva para os participantes e que se foi acentuan-do durante a sessão, numa atitude paternalista que todos teríamos dis-pensado.

A forma como foi desvalorizada a escolha da população de S. Miguel de Machede, que maioritariamente se pronunciou pela conclusão do Centro de Dia, foi paradigmática da atitude da representante da equipa perante o processo participativo.

A afirmação de que a escolha da população teve que ser equilibrada com o bom senso da equipa espan-tou-me.

Nunca tinha ouvido, pelo menos daquela forma, alguém expor a con-vicção de que o bom senso mora longe dos que escolhem segundo as

suas necessidades.A “loucura” da população ele-

geu como prioridade a conclusão do Centro de Dia, o “bom senso” da equipa, provavelmente ilumina-da por alguma luz divina, elegeu a melhoria do sistema de recolha de resíduos sólidos.

As vozes indignadas dos parti-cipantes naquela sessão, de várias origens e sensibilidades, e a au-sência dos decisores políticos, co-locaram o responsável pelo Fórum numa posição desconfortável em-bora provavelmente merecida.

Digo merecida porque se prestou a um papel a que não estava obri-gado e porque aceitou realizar um Fórum de Participação perante a indiferença e o desinteresse do pro-motor Câmara Municipal de Évora.

Este foi sem dúvida um mau ser-viço prestado à democracia parti-cipativa e vem demonstrar a “falta de jeito” que o PS tem, em Évora, para lidar com mecanismos de par-ticipação.

Claro que nada disto é relevante, porque se os projectos estiverem à espera dos 20000 euros, em géne-ros e apoio logístico, dados pela Câ-mara de Évora, nunca mais se vão realizar.

O próprio Prof. João Farinha afir-

mou que não existiam quaisquer garantias de projectos concelhios, como a criação de uma Fábrica de Criatividade e Inovação, serem apoiados.

A sessão terminou como come-çou. Mal!

Partiu o Sr. Prof. do princípio que citar Obama seria consensual. Não é e deveria ter-se abstido de o fazer. Se queria terminar a sessão com uma qualquer citação (como está na moda nas apresentações de “power point” dos alunos do ensino básico e nos formadores dos cursos

de auto ajuda) deveria ter procura-do um pensador que usasse o portu-guês e que não fosse politicamente engajado.

Já me estava a esquecer da metá-fora várias vezes usada no dito fó-rum, por quem fez as despesas da apresentação: “estes projectos têm uma cenoura associada”.

Primeiro achei-a de evidente mau gosto, mas depois de avaliar bem o que se passou em toda a sessão, faz todo o sentido. Quando nos voltar-mos a encontrar terei o cuidado de perguntar se eram doces.

9

Regional

Congresso internacional em Portalegre vai ajudar a delinear estratégia promocial da região enquanto destino turístico de excelência.

Turismo do Alentejo reúne especialistas para debater património do tempoPedro Galego | Texto

A marca Alentejo, a promoção da região e a exploração das suas potencialidades tu-rísticas são alguns dos temas em cima da mesa da segunda edição do Congresso In-ternacional Alentejo Património do Tem-po, que começa amanhã e termina no sábado, no Centro de Artes e Espectáculos de Portalegre. Organizado pela Turismo do Alentejo ERT, o evento é considerado pelos responsáveis uma peça fundamen-tal no delinear da estratégia promocional da grande planície, onde, entre outros te-mas se irá discutir o património enquan-to fonte de receita.

“O Alentejo, enquanto destino turístico de excelência, tem como desafio prin-cipal o reforço e a consolidação do seu desempenho turístico no panorama na-cional. Mais do que acções de marketing e de promoção, temos vindo a preparar e a dotar a Região de alicerces que posicio-nam o Alentejo como um caso de sucesso no turismo em Portugal”, afirma o presi-dente da Turismo do Alentejo, António Ceia da Silva.

O Congresso Internacional “Alentejo: Património do Tempo” pretende focar-se na gestão integrada da oferta patrimo-nial e cultural da região. Através da pre-sença de especialistas nacionais e inter-nacionais, pretende-se com este encontro incentivar a participação na delineação do novo conceito de turismo cultural do património do Alentejo”, acrescenta a Tu-rismo do Alentejo.

Depois da edição de 2010 ter sido rea-lizada em Beja, este ano o evento ruma ao norte Alentejano para debater, além das questões operacionais e estratégicas, temas como a candidatura das Fortifica-ções Abaluartadas de Elvas à UNESCO,

conjunto que engloba o Forte de Nossa Senhora da Graça, obra-prima da arqui-tectura militar europeia do século XVIII, o Forte de Santa Luzia, do século XVII, o conjunto abaluartado da cidade e as cons-truções complementares do século XIX.

Deste vasto conjunto de monumentos, destaca-se também o imponente Aquedu-to da Amoreira, postal ilustrado a cidade raiana cujo início da construção data de 1529.

Ao longo dos dois dias são várias as sessões e os debates que vão contar, entre outros, com a presença do secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, do presidente do Turismo de Portugal,

Luís Patrão e de inúmeros especialistas nacionais e internacionais no sector da Cultura e do Turismo, como Nayef Al-Fayez, director-geral do Jordan Tourism Board (Jordânia), Gaetano Mercadante da ConfCultura (Itália) e Richard Wheeler da National Trust (Reino Unido), autar-cas, agentes turísticos e jornalistas da es-pecialidade.

Ponto alto do Congresso do Alentejo será, por certo, a entrega dos Prémios Tu-rismo do Alentejo (ver caixa).

A primeira sessão inaugural acontece amanhã, às 10h00 e conta, além do presi-dente da Turismo do Alentejo, com o se-cretário de Estado do Turismo, Bernardo

Trindade e com o autarca de Portalegre, Fernando Mata Cáceres.

Além deste evento, a Turismo do Alen-tejo anuncia ainda que irá desenvolver uma campanha dirigida ao turismo sé-nior. Essa Acção será assente na diver-sidade de oferta da região, integrada na linha de comunicação “O Alentejo Faz-me Bem” e tem como objectivo elevar as dormidas do Alentejo em 2011, durante a semana. Direccionada para o mercado in-terno, tem como público-alvo os seniores activos com mais de 55 anos, com dispo-nibilidade financeira e tempo para via-jar, descobrir novos locais e viver novas experiências.

A Turismo do Alentejo anunciou que vai lançar no mercado espanhol uma campanha promocional com “vários atractivos”, como a comparticipação nos custos do combustível aos turistas que pernoitem nas unidades hoteleiras da região.

A campanha, denominada “Conquista el Alentejo”, vai ser lançada ainda este mês, conta com um investimento de 200 mil euros e será desenvolvida em Es-panha através da Agência Regional de Promoção Turística Externa do Alentejo.

“É muito interessante, pois vai permi-tir aos turistas espanhóis que venham de carro beneficiar de uma compar-ticipação nos custos do combustível, que é paga na unidade hoteleira”, diz o presidente da Turismo do Alentejo, Ceia

da Silva.De acordo com o responsável, os turis-

tas espanhóis que optarem por viajar de avião terão, por sua vez, uma “compen-sação” no aluguer de viaturas.

O presidente da Turismo do Alentejo adiantou que, face à crise que o país atravessa, aquele organismo tem em marcha um conjunto de campanhas promocionais para cativar turistas para a região a preços “apelativos”. “Nós preparámo-nos logo no ano passado. Es-távamos conscientes que este ano seria um ano difícil”.

Uma campanha vocacionada para o turismo sénior, dirigida ao mercado interno, com o objectivo de aumentar as dormidas durante a semana, é outra das acções que a Turismo do Alentejo vai

desenvolver nos próximos tempos.A campanha, denominada “Parece

Anedota”, dirigida ao turismo sénior, “vai contar com um conjunto de pacotes muito apelativos, com preços muito reduzidos”, adiantou.

Ceia da Silva afirmou “não ter dúvidas que vai ser um sucesso” este conjunto de pacotes turísticos, independentemente do trabalho que está também a ser de-senvolvido no Aeroporto de Beja, com o conjunto de voos que estão previstos de Londres (Inglaterra) para aquela cidade alentejana.

A Turismo do Alentejo tem ainda em carteira mais um conjunto de inicia-tivas, entre as quais se destaca a pro-moção “Alentejo, tempo para ser feliz”, dirigida ao mercado de Lisboa e Porto.

Região quer conquistar espanhóis com descontos nos combustíveis

Englobado no programa oficial do congresso, a entidade Regional de Turismo do Alentejo, promove, pelo segundo ano, os prémios “Turismo do Alentejo”. Uma iniciativa dirigida aos agentes públicos e privados que desenvolvam projectos de interesse turístico na região. Este ano são 42 os projectos candidatos às 9 categorias a concurso. “Além de premiar a exce-lência, queremos motivar os agentes que fazem parte da grande equipa de turismo do Alentejo. Sempre estive-mos e estaremos ao lado dos nossos parceiros públicos e privado e esta iniciativa simboliza a gratidão da ERT pelo empenho de todos e com os quais contamos sempre para conti-nuar a dignificar o nosso território”, atesta Ceia da Silva.

O mesmo responsável salientou ainda que “o facto de existirem mais de quarenta projectos a fazer parte de uma iniciativa que, pela primei-ra vez, abriu candidaturas revela a forte motivação e a consciência dos players regionais de que a competi-tividade é um dos factores determi-nantes no desenvolvimento turístico da região”.

Prémios distinguem melhores no sector

A gestão integrada da oferta patrimonial e cultural da região vai ser debatida por especialistas em Portalegre, numa iniciativa da Turismo do Alentejo.

David Infante | D.R.

10 14 Abril ‘11

Regional

Para quem percorre os “comentários” dos leitores anónimos aos artigos sobre os mais diversos assuntos nos jornais por-tugueses em linha, não pode evitar uma constatação: a grande maioria dos “comen-tadores” despeja nas páginas electrónicas uma avalanche de insultos, de amargura, de ressentimento. Os objectos de tais sen-timentos são diversos, mas alguns deles concentram a repulsa. Em primeiro, talvez os “políticos”, os que estão no poder e toda a classe política. Outros grupos na mira dessa sanha, e bem diversos são, entre os “ricos”, os gestores e os banqueiros, entre os pobres, os beneficiários de rendimentos mínimos, de ajudas sociais, etc. Os pobres, são os principais alvos: “não querem traba-lhar”, vivem à custa dos outros (“à nossa” custa), fogem ao fisco, vivem de falcatruas. Entre os “pobres”, um grupo é designado como o pior de todos, o protótipo diabólico: os “Ciganos”. Um formidável ressentimen-to se exprime. É lógico que o sofrimento de camadas tão alargadas da população se concentre ao mesmo tempo contra “os de cima”, os que são escandalosamente favorecidos no meio de tanta frustração das classes médias e, no outro extremo, “os de baixo”, imagem repulsiva, fantas-mática, que incarna para a classe média o medo do que ela está em vias de tornar-se, o medo de viver como “eles”, na miséria.O rancor que nasce duma perda ou duma injustiça intoleráveis alimenta a espe-rança – moral – que elas não podem ficar impunes. Mas o que nos ensina a história, segundo o historiador Marc Ferro* é que desse ressentimento surgiram as grandes “vinganças” dos vencidos: povos inteiros (Alemanha após 1919), classes sociais espezinhadas (Rússia de 1917), ou minorias religiosas (Irlanda do Norte), etc. É o que pode estar iminente no Portugal de hoje. Decerto, comentários nas páginas Web dos jornais ou nos blogues, mesmo em quanti-dade arrasadora, não são amostra repre-sentativa dos sentimentos da população dum país. Mas o que nos diz a observação quotidiana é que o ressentimento está perto da transição de fase que o converte em ódio activo, militante, destruidor, que surpreende quando surge. Quem não co-nhece a receita não sabe o que vai aconte-cer aos ingredientes antes que a maionese “ligue”. Subitamente, a fluidez aparente implode. Observar o que aconteceu nos países árabes: a ruptura não acontece só aos outros povos.

* “O ressentimento na história” (2007)

CIDEHUS - Universidade de Évora e Academia [email protected]

antropólogoJosé rodrigues dos santos*

Um olhar antropológico “Anónimo disse”: do ressentimento ao ódio na sociedade portuguesa

19

CLÍNICA DENTÁRIAF. ALBERTO GUERRA, LDA.

- CIRURGIA ORAL - DENTISTERIA - ORTODONTIA - PRÓTESE DENTÁRIA (Possível deslocação ao domicilio)

AcORdOs / PROTOcOlOs:- Regime livre ADSE - Sindicato Funcionários Judiciais - Serviços Sociais C.G.D - Legado Caixeiro Alentejano - ARPIFSS - Cheque Dentista- Rodoviária do Alentejo

RUA DOS MERCADORES, 75 - 1º ESQ. 7000-530 ÉVORATEL. / FAX: 266 702 461 [email protected]

PUB

O bullyingisabEl lEalEscritora | www.criancasdeumnovomundo.com

Cada vez mais preocupante o aconte-cimento que envolve o Bullying atinge cada vez mais crianças. O planeta Terra está cada vez mais Yang e por isso faz uso de energias fortes, de luta de força e de agressividade constante. Pessoas de-sequilibradas que educam crianças que ficam em igual estado de desequilíbrio e que o manifestam no local onde estão mais horas por dia, a escola.

O termo retrata as múltiplas formas de violência física e/ou psicológica in-tencionais e repetidas. Estas atitudes podem ser desenvolvidas por um indivi-duo (bully) ou um grupo de indivíduos (bullies), entenda-se bem são crianças em atitude de força física ou psicológica.

Estes momentos podem ocorrer sem motivação evidente, num formato in-justo, ou apenas por demonstração de força. Causadoras de grande sofrimen-to para quem as recebe e não tem modo imediato de se defender são normalmen-te executadas num contexto de desigual-dade ou numa relação desigual de poder.

O inacreditável destas manifestações é que parece dar uma satisfação mórbida e despropositada a quem as pratica e que pode apresentar desequilíbrios mentais graves escondidos em cada uma destes cenários.

Crianças que partilham casas onde os momentos de agressões contínuas são pano de fundo das suas vivencias ou es-tão constantemente sozinhas e por isso com espaço criativo aplicado sem orien-tação são também um alvo potencial para que este comportamento seja uma realidade.

Pais e professores devem ser respon-sáveis por estes aspectos e com fron-talidade e diplomacia ensinar os mais pequenos a estar em paz e em civismo. O clima positivo entre as crianças é im-portante. Crianças que não tiveram um ambiente de paz em criança com alguma facilidade podem abraçar a marginali-dade uma vez que em pequenino se dá a formação de carácter e a construção de valores.

Quando o Bullying atinge a turma o caso é grave a algumas crianças podem ter que mudar de escola ou mesmo de cidade e ficam marcas para sempre. Em adultos serão pessoas descontroladas, convencidas que podem mais que os res-tantes e que resolvem todos os assuntos pela força e descortesia. Podem mesmo tornar-se delinquentes em último grau.

Livros recomendados:violencia nas escolas – bullying – mazaré barros – Ed. bertrandHistórias de alegrias, birras e mimos - de manfred mai - Edições asa Humor e alegria na Educação - de valéria amorim arantes - Editora summuso pequeno ditador - de Javier urra – Editora a Esfera dos livros

Site de interesse para visitar: http://www.bullyingescola.com/

Dormidas no Alentejo sobem 9,7% em FevereiroRegião volta a liderar os resultados mensais de 2011

Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Fevereiro o número de dor-midas registadas nas unidades de alojamento do Alentejo foi de 69,0 mil contra as 62,9 mil registadas em igual período de 2010, o que perfaz uma subida de 9,7%.

De acordo com o INE, a liderança da região em termos de crescimento do número de dormidas “beneficia do aumento da procura dos princi-pais mercados emissores, nomeada-mente o nacional e o espanhol”.

Refira-se que, à semelhança dos re-sultados obtidos em Janeiro de 2001, também em Fevereiro o Alentejo foi a região portuguesa que registou o maior crescimento no número de dormidas.

Já no que respeita aos proveitos, o Alentejo foi a única região a apresen-tar evoluções positivas nos dois indi-cadores. Nos totais registou um cres-

cimento de 10,5% e nos de aposento subiu 12,9%. A região viu também crescer a sua rentabilidade média em 6,8% em Fevereiro de 2011.

Para o presidente da Turismo do Alentejo, António Ceia da Silva, “os resultados divulgados pelo INE são, seguramente, mais um input positi-vo para todos os agentes públicos e privados que se têm esforçado para afirmar o Alentejo como uma marca territorial de excelência”.

“O investimento na requalifi-cação, dignificação e promoção da oferta turística que a Turismo do Alentejo tem feito, em parceria com os agentes da região, está a dar frutos, tanto no mercado nacional como no internacional”.

“O Alentejo é hoje uma região di-nâmica e bastante atractiva e os tu-ristas reconhecem os valores e a qua-lidade do nosso território”, explica o mesmo responsável, considerando

que “prova disso” é a realização do congresso internacional “Alentejo: Património do Tempo” (ler notícia nesta edição).

Portugal é o protagonista da I Feira de Turismo da Extremadura (FETUREX), em Mérida, a mere-cer especial destaque no dia 7 de Maio. São esperados mais de 12 mil visitantes.

Na inauguração do “Dia de Por-tugal” participam Rui Nabeiro, da Delta Cafés, presidentes de muni-cípios alentejanos, nomeadamen-te Elvas, Portalegre, Mértola e Évora, e representantes da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.

Nabeiro promove Alentejo

11

Regional

PUB

Redacção | Registo

A inauguração chegou a ser apontada para 2008. Depois, para o ano seguinte. As obras custaram 35 milhões de euros, estão concluídas há mais de um ano, mas o aeroporto ainda não foi certificado pelo Instituto Na-cional de Aviação Civil (INAC). Mesmo assim, o voo inaugural realizou-se ontem, quando um Boeing 757-200 ER da compa-nhia aérea TACV – Cabo Verde Airlines descolaou de Beja com destino a Cabo Verde.

A bordo seguiram 70 passa-geiros, incluindo 42 convidados institucionais que se deslocam ao município de São Filipe (Ilha do Fogo) no âmbito de um proto-colo de geminação com a cidade de Ferreira do Alentejo.

De acordo com fonte da ANA – Aeroportos de Portugal, o pro-cesso de certificação só ficará concluído no segundo semestre deste ano, pelo que até lá todos os voos a realizar serão objecto de uma autorização excepcio-nal por parte do INAC. O próxi-mo voo está previsto para 22 de Maio, data em que o operador inglês Sunvil irá iniciar um voo

Voo inaugural descola de BejaPrimeira ligação internacional efectuada ontem. Próximo voo marcado para 22 de Maio através do operador inglês Sunvil.

semanal entre Londres (aeropor-to de Heathrow) e Beja.

“Estamos a viver momento histórico que será recordado por muitos anos como sendo o pri-meiro voo comercial efectuado a partir do quarto aeroporto inter-nacional de Portugal Continen-

tal”, diz o presidente da Câmara Municipal de Ferreira do Alen-tejo, Aníbal Costa, acrescentan-do que este novo equipamen-to “não será um novo elefante branco”, apesar da “inexistência de operadores nem de acessibili-dades rodoviárias e ferroviárias

eficientes” para o resto do país, conforme constatou o Tribunal de Contas.

“O aeroporto de Beja irá afir-mar-se por si próprio. Dadas as circunstâncias económicas e financeiras do país e as dificul-dades em construir um novo ae-roporto em Lisboa, Beja assume uma centralidade e uma impor-tância extrema que tudo temos feito para promover”, contrapõe Aníbal Costa, garantindo que existem “diversos investidores com expectativa de poderem vir a desenvolver a sua actividade na área de influência” do novo aeroporto. “A par do empreen-dimento de Alqueva e da cons-trução da auto-estrada do Baixo Alentejo, o aeroporto de Beja pode rapidamente potenciar to-dos os recursos da região”.

“É uma obra estruturante para o Alentejo e para o País”, diz Jor-ge Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, autarquia que disponibilizou um autocarro para levar até ao aeroporto, situ-ado a cerca de 5 quilómetros do centro da cidade, todas as pesso-as que quiseram assistir à desco-lagem do primeiro avião.

Dentro das instalações do ae-

Aeroporto de Beja custou 35 milhões de euros.

Ontem, dia de festa, o pro-blema ficou resolvido: no aeroporto haverá militares da GNR e agentes da PSP. No futuro, ainda não se sabe a que força de segurança será entregue a supervisão do novo aeroporto. O secretário de Estado Adjunto e da Ad-ministração Interna, Conde Rodrigues, defende que deve ser à PSP: “É no organigrama da PSP de Beja que está a esquadra de segurança aero-portuária”. Mas a GNR tem outra opinião: “O aeroporto encontra-se numa zona rural, numa área atribuída à GNR e policiada por esta”.

Segurança divide PSP e GNR

roporto tudo está a postos para o início das operações de voo, incluindo balcões de check-in, sinalização e portas para pas-sageiros não provenientes do espaço Schengen. Por concluir, além do processo de certificação, está o protocolo entre a ANA e a Força Aérea Portuguesa para a utilização permanente da pista.

D.R.

12 14 Abril ‘11

Actual

Confiar em crenças, mitos e ou-tras sabedorias populares para identificar cogumelos veneno-sos é uma estratégia perigosa, pois muitas destas convicções não têm rigorosamente nenhu-ma base científica. De facto, as duas causas mais comuns de envenenamento por ingestão de cogumelos continuam a ser a negligência e a ignorância.

Descrevem-se em seguida al-guns exemplos comuns de cren-ças e mitos nos quais não deve-mos confiar:

“Todos os cogumelos brancos são comestíveis”

Assumir que todos os cogume-los brancos são comestíveis pode conduzir a intoxicações fatais. Nem todos os cogumelos vene-nosos possuem cores garridas. Amanita verna (Anjo da des-truição) é apenas um exemplo gritante de um cogumelo branco e mortal.

“Os cogumelos venenosos ene-grecem os objectos de prata, os comestíveis não”

Este mito tem sido dissemina-do ao longo de gerações sem ter qualquer base de verdade.

Até à data não são conhecidas toxinas que reajam com a prata. Contudo, algumas substâncias, como o enxofre, reagem com a prata enegrecendo-a e alguns cogumelos, comestíveis ou não, têm uma elevada concentração de enxofre.

“Todos os cogumelos, desde que cozinhados prolongadamente, podem ser comidos”

Esta afirmação está comple-

tamente errada, pois a maioria das toxinas não é destruída pela temperatura elevada.

“Os insectos e outros animais evitam os cogumelos veneno-sos”

Não é verdade! Um cogumelo pode ser tóxico para os seres hu-manos e não o ser para insectos e outros animais. Por exemplo, os coelhos e as lesmas consomem Amanita phalloides (Chapéu da morte) pois são imunes às suas toxinas.

“Os cogumelos venenosos têm sabores amargos, azedos ou de-sagradáveis”

O sabor desagradável não sig-nifica que o cogumelo é veneno-so. Algumas Amanita veneno-sas possuem sabores agradáveis e até adocicados. Em oposição, Lactarius piperatus não é tóxico, mas possui um sabor extrema-mente picante e desagradável.Quer saber mais sobre cogume-los? Visite http://www.projectos.uevora.pt/cogumelo/

Procedimentos a ter em caso de intoxicação

oDirigir-se ao hospital mais próximooContactar o serviço de urgên-cia - 112oCentro de Informação Anti-Venenos [CIAV] – 808 250 143oQuando consumir cogumelos silvestres deve guardar pelo menos um exemplar de cada espécie consumida, pois em caso de intoxicação deverá levar esses exemplares de modo a que a assistência médica possa actuar com mais rapidez e de modo eficaz no tratamento de desin-toxicação.

Mitos: Nunca confie neles para identificação de cogumelos venenosos

Categoria das Toxinas

ToxinasPrincipais Sintomas e Consequências

Espécies

Ven

eno

s P

roto

pla

smát

ico

s

Ciclopéptidos, p. ex. Amatoxi-nas e Falotoxinas

Vómitos, diarreia e dor abdomi-nal, iniciando-se cerca de 12 h após o consumo e podendo du-rar vários dias. Ocasiona falên-cia renal e hepática, podendo levar à morte.

Espécies de Amanita da secção Phalloideae, p. ex. A. phalloi-des e A. verna

Giromitrina, p. ex. monometil-hidracina

Vómitos, diarreia, dor ab-dominal, suores frios, agitação e delírio, iniciando-se cerca de 6 a 12 h após o consumo. Ocasiona danos nas células sanguíneas e hepáticas.

Espécies de Gyromitra, p. ex. G. esculenta e G. gigas

Orelalina Sede intensa, cansaço, an-orexia, dores de cabeça e renais, iniciando-se cerca de 2 a 17 dias após o consumo. Ocasiona falência renal, podendo levar à morte.

Espécies de Cortinarius, p. ex. C. orellanus e C. speciosissimus

Ne

uro

tox

ina

s

Muscarina Aumento da salivação e da transpiração, diminuição da pressão arterial, braquicardia, transtornos da visão, náuseas, diarreia e dor abdominal, ini-ciando-se 15 a 30 minutos após o consumo. Raramente, pode ocasionar falência cardíaca.

Diversas espécies de Clitocybe, Mycena, Inocybe

Ácido Iboténico e Muscimol Sonolência, vertigem hiperac-tividade, excitabilidade, ilusões e delírios, iniciando-se 1 a 2 h após o consumo.

Espécies de Amanita, p. ex. A. muscaria e A. pantherina

Psilocibina e Psilocina Vertigens, embriaguez, aluci-nações, zumbido nos ouvidos e transtornos visuais, iniciando-se 15 a 30 minutos após o consumo.

Espécies de Psilocybe, Panaeo-lus, Conocybe e Stropharia

Irri

tan

tes

ga

stro

inte

stin

ais

Vários compostos Vómitos, diarreia e dor abdomi-nal, iniciando-se cerca de 30 a 120 minutos após o consumo.

Várias espécies, p. ex. Agaricus xanthodermus, Entoloma sinu-atum, Omphalotus olearius

Os cogumelos e os seus venenos

De Norte a Sul de Portugal muitos são os apreciadores que se deslocam para colher silarcas, míscaros, tortulhos, boletos, laranjinhas e outros cogumelos silvestres comestíveis. Porém, a actividade de recolha de cogumelos silvestres, que tanto prazer proporciona a todos os apreciadores, pode acarretar sérios riscos, pois várias espécies consideradas tóxicas ou mortais produzem cogumelos bastante semelhantes aos comestíveis.

Celeste Santos e SilvaRogério Louro

Entre os milhares de espécies de fungos produtores de cogu-melos, apenas algumas dezenas contêm quantidades significati-vas de micotoxinas.

As intoxicações por ingestão de micotoxinas presentes nos co-gumelos podem ser classificadas em dois grandes grupos, de acor-do com seu tempo de latência, definido como o intervalo desde a ingestão até o aparecimento dos primeiros sintomas de enve-nenamento.

Num primeiro grupo incluem-se as intoxicações com períodos de latência curtos, em o interva-lo desde a ingestão até o apareci-mento dos primeiros sintomas é inferior a 4 horas.

Estas intoxicações são regra geral consideradas como “le-ves”, não existindo risco de vida por mais aparatosos que sejam os sintomas. No segundo grupo incluem-se as intoxicações com períodos de latência longos em que o intervalo desde a ingestão até o aparecimento dos primei-ros sintomas é superior a 4 horas.

Estas intoxicações são consi-deradas como “muito graves”, podendo decorrer vários dias até surgirem os primeiros sintomas. Geralmente, as toxinas envolvi-das neste último grupo de intoxi-cações provocam a falência das células de órgãos vitais, poden-do ocasionar a morte.

Na tabela seguinte enume-ram-se as principais categorias de micotoxinas, seus sintomas e algumas das espécies produtoras de cogumelos em que estão pre-sentes.

As micotoxinas não são as úni-cas responsáveis por casos de in-toxicação por cogumelos. Outros

incidentes resultam de reacções alérgicas (hipersensibilidade a determinadas substâncias), con-sumo excessivo (especialmente de cogumelos crus) ou intoxi-cações alimentares (ingestão de cogumelos podres). Nestes casos, náuseas, vómitos e diarreias são os sintomas mais frequentes. Registaram-se ainda alguns episódios de manifestações de

desconforto após a ingestão de cogumelos sem que existisse uma base fisiológica para tal. Estas ocorrências devem-se ao facto das pessoas duvidarem do que estão a ingerir (efeito psicos-somático).

Por último, nunca é demais reafirmar que não se deve comer um cogumelo, a menos que se esteja seguro que é comestível!

SEMANÁRIO

13

Actual

Amanita phalloides - Chapéu da morte Amanita verna - Anjo da destruição Amanita muscaria - Amanita mata-moscas

Rogério Louro | D.R.Rogério Louro | D.R.

Agaricus xanthodermus - Champignon amarelante

Celeste Santos Silva | D.R.Celeste Santos Silva | D.R.

O projecto “O mundo oculto dos cogumelos”, financiado pelo projec-to MEDIA CIÊNCIA - FCT 65-2010/16928/1361, divulgará no Registo temas de Micologia, em particular sobre cogu-melos, com o objectivo de atingir e sensibilizar o vasto público para esta temática. Este é o primeiro de um conjunto de artigos a ser

elaborados em parceria entre a Profª Drª Celeste Santos e Silva, o Mestre Rogério Louro, ambos do Departamento de Biologia da Universida-de de Évora e Instituto das Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrâ-nicas.O semanário Registo é parceiro nesta candida-tura e na implementa-ção do projecto.

Apresentação do projecto

D.R.

De acordo com algumas fon-tes, Siddhartha Gautama, mais conhecido por Buda, morreu envenenado acidentalmente devido à ingestão de cogumelos tóxicos no ano de 479 A.C..

Tiberius Claudius, imperador Romano, diz-se ter sido assassi-nado no ano de 54 D.C. por sua esposa Agripina que, segundo rezam as lendas, lhe terá prepa-rado um prato mortal de Amani-ta phalloides (Chapéu da morte).

Existem alguns rumores de que também o Imperador Ro-mano-Germânico Carlos VI (séc.

XV), o Papa Clemente VII (séc. XVI) e a Czarina Natalia Na-ryshkina (séc. XVII) morreram após terem ingerido acidental-mente Amanita phalloides.

Ambos os pais do físico Da-niel Gabriel Fahrenheit, cria-dor da escala de temperatura Fahrenheit, morreram em 14 de Agosto de 1701 em Danzig (ac-tual Gdańsk, Polónia), após in-gestão acidental de cogumelos venenosos.

De acordo com uma lenda popular, o compositor Johann Schobert (séc. XVIII) terá mor-

rido em Paris por ingestão de cogumelos tóxicos, juntamente com sua esposa e um de seus fi-lhos, depois de insistir que cer-tos cogumelos venenosos eram comestíveis.

Mais recentemente, no século XX, um famoso micologista ale-mão, Julius Schaeffer, morreu depois de ingerir Paxillus invo-lutus. O micologista identificou correctamente os cogumelos, que à data eram considerados comestíveis, mas que hoje se sabe poderem provocar reac-ções alérgicas muito graves.

casos notáveis de intoxicação por cogumelos

14 14 Abril ‘11

Regional

Sofia Ascenso *João Barnabé * | Texto

Com a chegada da Primavera, para os mais alérgicos, chegam também os espirros, as irritações na garganta, o nariz entupido e os olhos a lacrimejar. O ar que respiramos é um “cocktail de partículas” onde estão incluídos os pólenes, um dos principais agentes responsáveis pelas do-enças alérgicas, entre elas a rino-conjuntivite e a rinite alérgica. Rui Brandão é docente do De-partamento de Biologia, investi-gador do ICAAM e o responsável pelo Laboratório de Palinologia e Aerobiologia da Universidade de Évora que estuda, monitoriza e analisa os pólenes existentes no ar a nível nacional e que cau-sam prejuízo para a saúde.

No Alentejo, Abril e Maio são os meses fortes no que diz res-peito às alergias, o que se deve à grande concentração de pólenes de gramíneas e oliveiras, dois dos tipos polínicos com índices mais elevados de alergenicida-de, o que faz de Évora a cidade do país onde a concentração de pólenes é mais elevada.

Para o professor da Universi-dade de Évora, não interessa não só a monitorização, mas também a relação entre o que está no ar e a saúde pública, nomeadamente a doença alérgica respiratória.

E é nesse sentido que desen-volve uma colaboração de longa data com a SPAIC ao abrigo da qual coordena a Rede Portugue-sa de Aerobiologia, e com o Hos-pital do Espírito Santo de Évora, “uma enorme mais-valia”, já que permite aos alunos de mestrado em Biologia e Bioquímica da UE estarem presentes nas consultas de imunoalergologia, possibili-tando a obtenção de dados de na-tureza clínica, entregar inquéri-tos aos doentes, ou acompanhar a realização de testes cutâneos.

Estas actividades, na sua opi-nião, contribuem para colocar a Universidade de Évora numa posição de “vanguarda a nível nacional” nesta área.

O número de pessoas com aler-gias tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos e a fai-xa etária mais afectada são as crianças.

Para além da melhoria dos mecanismos de detecção e des-pistes de alergias, anteriormente diagnosticadas como “simples constipações”, as alterações cli-máticas e o aumento da poluição são factores determinantes para o aumento desta doença.

“O processo de libertação do pólen para a atmosfera tem vin-do a ser facilitado e junta-se a isso a poluição, já que as partí-culas poluentes que inspiramos são agressivas para as mucosas, tornando-as mais permeáveis, o que deixa as pessoas mais vulneráveis e privilegia a ocor-

Pólenes sob investigação Abril e Maio são os meses fortes no que diz respeito às alergias, no Alentejo. Viagem ao interior do Laboratório de Palinologia da Universidade de Évora.

Os pólenes e o seu impacto nas alergias respiratórias são, desde 1989, o cerne da investigação de Rui Brandão na Universidade de Évora, no que diz respeito ao nível da monitorização dos níveis polínicos no ar da região, tendo servido de base para a sua tese de doutoramento. Des-de 2002 essa monitorização está estruturada na Rede Portugue-sa de Aerobiologia (RPA) que cobre grande parte do território nacional e ilhas e que tem a ca-pacidade de medir, hora a hora, as concentrações dos pólenes presentes na atmosfera.

Analisados os dados, e em função de como as plantas se comportam consoante a tempe-ratura e a luz, é possível fazer-se uma previsão dos níveis que estarão presentes na atmosfera e do seu teor de alergenicidade.

Todo este trabalho materiali-za-se num “Boletim Polínico”, divulgado semanalmente na comunicação social e através do site da Rede Portuguesa de Aerobiologia em www.

rpaerobiologia.com, que não só informa sobre todos estes da-dos, como mostra os principais pólenes presentes no nosso país e as suas características, mostra imagens, bem como permite a colocação de dúvidas através de um fórum.

No entanto, nem todos os pólenes que encontramos na atmosfera são alérgicos. O pólen de pinheiro, apesar de ser muito abundante no ar, e o do cedro são exemplos. O que induz a alergia são as proteínas, que se encontram dentro do grão de pólen, as quais, através de um meio humidificador, como a boca, o nariz ou os olhos, entram em contacto com o nosso sistema imunitário, causando a alergia.

A palinologia é a ciência que estuda o pólen. Os pólenes consistem em pequenos grãos produzidos nos órgãos mascu-linos das plantas superiores, necessários para haver repro-dução.

A aerobiologia é uma área

multidisciplinar recente que estuda as partículas biológicas, vivas ou não, presentes na atmosfera, tais como esporos fúngicos, bactérias, vírus e pólen.

Boletim mede impacto nas alergias respiratórias

O pólen dos pinheiros, mesmo libertado em mui-ta quantidade na atmosfe-ra, não é alergénico.

O pólen das gramíneas cultivadas, como o trigo e o centeio, não circula na atmosfera porque é dema-siado pesado.

Das cerca de 5.700 espécies de plantas em Portugal, me-nos de 1% são responsáveis pela emissão de pólen na atmosfera.

A cada hora que passa, há biliões de grãos de pólen libertados para a atmos-fera na Europa e que, na Primavera, os valores são idênticos só em Portugal.

A Universidade de Évora centraliza todas as análises dos pólenes da rede nacio-nal de aerobiologia.

A nível europeu, Évora re-gistou em 2010 os valores mais elevados de pólen de gramíneas.

Registo

rência de alergias respiratórias” afirma Rui Brandão.

No entanto, o estudo dos pó-lenes supera a questão alérgica e de saúde e tem diversas outras aplicações.

As alterações climáticas po-dem ser estudadas com recurso à análise polínica.

“A cada hora que passa são libertados biliões de grãos de pólen que, no passado e ao fim dos vários anos se foram acu-mulando nos solos e nos lagos, formando assim um registo his-

tórico das espécies permitindo a datação e saber que plantas existiram através da identifica-ção do respectivo pólen” refere o professor.

As ciências forenses são outra das áreas onde a análise polínica pode ter utilidade e o professor dá o exemplo: “O pólen presente no ar fica retido no cabelo, per-mitindo rastrear locais por onde a pessoa passou”.

A conservação de espécies de plantas para o futuro, através da preservação dos pólenes em ban-

cos polínicos, uma vez que estes são uma estrutura biológica muito resistente à acção do tem-po, é outra das aplicações, bem como ao nível da antropologia biológica, uma vez que através dos vestígios de pólen é possível saber qual o tipo de alimentação feita há milhares de anos atrás.

Actualmente há 12 tipos principais de pólen detectados e quantificados em Portugal e o professor defende que ainda há mais a fazer. Uma das novas apostas é a bioquímica e Célia

Rui Brandão é responsável pelo Laboratório de Palinologia e Aerobiologia da Universidade de Évora.

Antunes, docente do Departa-mento de Química e membro da equipa, tem em mãos um projecto europeu que pretende desenvolver e utilizar métodos de extracção para purificar a parte proteica que as partículas de pólen de oliveira e gramíneas transportam e que são as induto-ras da reacção alérgica e o objec-tivo será determinar a dose des-sas moléculas no ar e os níveis de risco.

* Universidade de Évora

D.R.

D.R

.

15

Economia & Negócios

Empreendimento de Alqueva vai custar 2,5 mil milhões A gestão da água no

empreendimento de Alqueva vai ser deficitá-ria para o Estado, indica um estudo encomendado pela Empresa de Desen-volvimento e Infra-estru-turas de Alqueva (EDIA) à KPMG. Na melhor das hipóteses, o défice será de 78 milhões de euros até 2050. Isto se a gestão do sistema for partilhada entre a EDIA e as associa-ções de regantes, ficando a empresa pública com a gestão e manutenção das redes primária e secundá-ria. “É o modelo economi-camente mais eficiente”, assinala a consultora.Sobre a mesa estão duas outras alternativas: uma gestão isolada (ficando a rede primária na empresa e a secundária entre-gue às associações de regantes) ou mista (com partilha de responsabili-dades). No primeiro caso, a KPMG estima um valor actualizado líquido (VAL) negativo de 102,8 milhões de euros. No segundo, o défice é de 79,4 milhões. A decisão do Ministério da Agricultura deverá ser conhecida em Abril.

Gestão deficitária da água

Faltam 748 milhões para completar o projecto, cuja calendarização foi antecipada para 2013.

Luís Maneta | Texto

O Estado já gastou no empre-endimento de Alqueva 1,8 mil milhões de euros, mais 200 mi-lhões do que se estima vir a cus-tar a linha de TGV entre Poceirão e Caia. Fonte da Empresa de De-senvolvimento e Infra-estrutu-ras de Alqueva (EDIA) avança que até à conclusão do projec-to, prevista para dentro de dois anos, falta ainda realizar 748,13 milhões de euros, o que elevará o custo da obra para 2,5 mil mi-lhões de euros (excluindo capita-lizações de custos de estrutura).

A maior fatia de investimento (1,04 milhões de euros) foi con-cretizada até 2005, com as obras de construção das barragens de Alqueva e Pedrógão e da Cen-tral Hidroeléctrica. A partir daí o dinheiro começou a ser cana-lizado essencialmente para a construção das redes de rega pri-mária e secundária, a um ritmo superior a 150 milhões de euros por ano.

Em 2010, a EDIA investiu 127,5 milhões de euros na consolida-ção do sistema global de rega. Trata-se de metade do dinheiro que havia sido gasto em 2009, situação explicada pelo facto de as empreitadas previstas para o segundo semestre do ano “terem deslizado” para o início de 2011.

A empresa obteve o ano pas-sado 132 milhões de euros, entre financiamento comunitário e PIDDAC, tendo emitido um em-préstimo obrigacionista de 94 milhões de euros destinado ao financiamento da contrapartida nacional e refinanciamento da dívida. O passivo ascende a 1,2 mil milhões de euros.

Nos três perímetros de rega em exploração em 2010 (Pisão, Mon-te Novo e Alvito) a EDIA factu-rou 483 mil euros, valor que in-clui a taxa de recursos hídricos, exploração e conservação, muito abaixo dos 11,2 milhões de eu-ros resultantes da compensação financeira anual paga pela EDP para a produção de energia eléc-trica.

O preço da água – considerado “excessivo” por muitos agriculto-res e “competitivo” pelo ministro de Agricultura – foi fixado pelo Governo tendo como ponto de partida 4,2 cêntimos por metro cúbico à saída da rede primária, sendo que os for ne c i mentos directos às explo-rações agrícolas têm um custo de 8,9 cêntimos por metro cúbico quando se trata de abastecimento “em alta” e de 5,3 cênti-mos no fornecimento em baixa pressão. Em 2010, os montantes cobra-dos pelo fornecimento de

água destinada a rega para uso agrícola corresponderam a 30% dos valores facturados num in-centivo à reconversão das explo-rações que irá diminuir ao longo dos próximos 7 anos.

Em todo o caso, a estimativa de receitas aponta para uma “reduzida rendibilidade” dos in-vestimentos. “É importante ter presente que desde os primeiros estudos este empreendimento foi considerado um instrumento de desenvolvimento regional, concebido e executado com ob-jectivos claros de desenvolvi-mento de uma zona deprimida do interior do país e que visava a conversão do sector agrícola de sequeiro para regadio, nunca estando em causa o retorno dos activos”, assinala a EDIA no re-latório de contas relativo a 2010, onde diz subsistir “a ideia” que os “benefícios económicos futuros cobrem os custos de exploração das actividades”.

“O empreendimento de Alque-va representa uma obra de apro-veitamento de recursos hídricos associados ao Rio Guadiana e que garante uma reserva estra-tégica de água, contribuindo para inverter as tendências de declínio populacional e econó-mico de uma vasta região do Alentejo, revestindo-se assim de um colossal interesse nacional”.

Para este ano está previsto o início da construção dos blocos de rega de Ervidel, Aljustrel, Vale de Gaio e Pias, entre outras obras. O objectivo é dar sequên-cia à promessa de ter o empre-endimento concluído em 2013, 12 anos antes do tempo inicial-mente previsto, disponibilizan-do água para rega num total de 110 mil hectares.

A Empresa de Desenvolvi-mento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA) e o Instituto Politécnico de Beja assina-ram um protocolo de cola-boração destinado a gerar dinâmicas de valorização das novas oportunidades criadas no Baixo Alentejo.

Também se prevê o de-senvolvimento de acções concertadas de promoção do território a nível económico e turístico, assim como a promoção do intercâmbio de experiências e informação entre técnicos.

O protocolo tem por base a necessidade de promover estratégias capazes de dar resposta aos novos desafios relacionados com as oportu-nidades de negócio que o Em-preendimento de Fins Múlti-plos de Alqueva representa, valorizando e promovendo o desenvolvimento integrado e sustentável da região.

Protocolocria novas oportunidades

D.R.

16 14 Abril ‘11

Economia & Negócios

PUB

no passado dia 15 de março arrancou a Campanha ComEr bEm É mais barato criada pela fundação Calouste Gulbenkian, pela funda-ção Edp e pela siC, com o apoio da dECo e da associação portuguesa de nutricionistas, tendo como objectivo contribuir para a mudança de atitudes e comportamentos alimentares das famílias portuguesas e da população em geral.

o mote da campanha centra-se em dois vectores fundamentais: uma alimentação mais equilibrada e saudável, por menos dinheiro. baseia-se nos factores socioeconómicos que conduziram a mudanças radicais na sociedade portuguesas, alterando modos de vida, hábitos e costu-mes alimentares, a par das dificuldades da crise económica.

Contando com a coordenação científica da professora isabel do Car-mo, um grupo de nutricionistas e especialistas em custos elaborou um conjunto de receitas completas e equilibradas, pelo valor de um euro, de modo a tornar mais eficiente a qualidade nutricional e a economia alimentar das pessoas.

«Comer bem e barato é possível», diz a professora isabel do Carmo. «Quando falo em comer bem estou a referir-me a várias coisas…». mencionando a importância do valor calórico dos alimentos e dos seus nutrientes, indispensáveis para fornecer energia e para a vida celular, isabel do Carmo enaltece igualmente a necessidade do prazer e da fruição dos alimentos. «sentar-se à mesa não é uma obrigação: é mes-mo uma alegria…», assim as pessoas consigam fazer as suas escolhas alimentares, numa boa relação de qualidade/preço.

revelando uma notável preocupação em tocar a essência deste con-ceito, as diversas instituições e entidades envolvidas, desenvolveram a Campanha Comer bem é mais barato com base nas seguintes acções:1) de 15 de março a 16 de abril - Campanha publicitária no canal de televisão siC, com inserção de spots «side by side», a par da realização e divulgação de peças informativas, em telejornais e programas de grande divulgação.

2) a partir de 16 de abril e até 4 de Junho – Campanha de proximidade que se traduz na realização de acções públicas em sete cidades, que contarão com a presença de especialistas em nutrição e outros convi-dados. todos os sábados, num local específico e em sessões abertas ao público, serão confeccionadas, pelo “Chef andré” da siC, ementas simples e nutricionalmente completas no valor de 1 euro. o calendário desta campanha na estrada é o seguinte:

· 16 de Abril Évora – praça 1º de maio· 30 de Abril lisboa – praça da figueira· 7 de Maio porto – praça d. João i· 14 de Maio Coimbra – praça 8 de maio (perto do mercado muni-

cipal)· 21 de Maio viana do Castelo – praça 1º de maio· 28 de Maio faro – parque da pontinha· 4 de Junho santarém – largo Cândido dos reis

pelas 09h00 de cada manhã, o “Chef andré” deslocar-se-á ao mercado para aconselhar as pessoas sobre a compra dos alimentos e posterior-mente, pelas 11h00 confeccionará a ementa do dia no local selecciona-do.

Está ainda prevista a distribuição gratuita de um livro com as receitas divulgadas durante a campanha, elaboradas pelos especialistas da as-sociação portuguesa de nutricionistas e cujos preços foram calculados pelos técnicos da dECo.

para mais informações contactar:Helena Guerra

[email protected] 744 564

comer Bem é mais barato - arranca em 7 cidades de 16 de Abril até 4 de Junho

Das cidades imaginadas às cidades planeadasCarlos sEzõEsGestor

Na sua obra-prima “As Cidades Invisíveis”, publicada em 1972, Ita-lo Calvino expõe um conjunto de pequenas histórias a partir de um contexto ficcionado: Marco Polo descreve ao imperador mongol Ku-blai Khan as cidades que visitara, no decurso das suas longas viagens.

O desejo do imperador é montar o império perfeito a partir dos rela-tos que ouve do seu jovem amigo e emissário. São mais de 50 cidades, por vezes absurdas e metafóricas, lugares imaginários, curiosamente sempre com nomes de mulher.

As descrições são curtas, agrupa-das por temas: as cidades e a memó-ria, as cidades e o céu, entre outros.

Estas cidades fantásticas, per-didas num espaço temporal vasto (cruzando ambientes orientais das Mil e Uma Noites com ambientes ocidentalizados, com tráfego auto-móvel e arranha-céus), têm todas elas uma característica única, uma marca que as distingue, que as tor-na atractivas e lhe confere perso-nalidade. O resultado é uma obra extraordinária e dificilmente defi-nível.

Lembrei-me desta obra a propó-sito do cada vez mais actual debate sobre as políticas de cidades. Acho

que já não oferece discussão a ne-cessidade de uma cidade apostar na sua missão, nos seus factores de atracção e diferenciação.

É conhecido o conceito de “cida-de criativa”, desenvolvido por Char-les Landry, (consultor britânico), e Richard Florida (professor norte-americano da Carnagie Mellon).

A premissa das chamadas “ci-dades criativas” é simples: cidades com elevada capacidade de atracção de indi-víduos qualificados, que apostem em in-dústrias e sectores criativos (nas áreas das tecnologias de informação e comu-nicação, da ciência e da investigação científica, da cultura, das artes, do design, da educação, entre outros) terão maior solidez em termos de desenvolvimento e qualidade de vida.

Ambientes tolerantes, propícios à diversidade e à multiculturalidade e ambientes dinâmicos, com uma boa oferta em termos culturais e de

lazer, atraem os segmentos mais jo-vens e criativos, que produzem ino-vação e criam valor.

Depois, desenrola-se o efeito do-minó: criam-se redes de empresas, atraem-se mais pessoas, reanimam-se os centros históricos, alavanca-se o turismo e uma cidade dita “nor-mal” torna-se uma cidade excepcio-nal.

Será que as ci-dades alentejanas, com as suas imen-sas potencialidades, poderiam começar a pensar nisto? Com uma riqueza arqui-tectónica ímpar, com uma qualidade de vida ainda acima da média, porque não apostam nestes fac-tores diferenciado-res?

Gostaria de ver nas cidades alen-tejanas ambientes vibrantes – praças e

ruas cheias de gente, as principais ruas a fervilharem de restaurantes, cafés, esplanadas, bares e lojas de produtos locais, frequentadas por milhares de turistas, como muitas

cidades espanholas e italianas que conheço, às quais nada ficamos a dever.

Gostaria de ver mais centros culturais e galerias de arte. Gosta-ria que existissem infra-estruturas de apoio a grandes eventos em-presariais, como bons centros de congressos, eventos estes que se tornariam uma excelente fonte de receitas para a região.

É uma utopia? Não, não é…para

isto apenas é necessária uma visão de longo prazo, a mobilização de esforços, inteligência no marketing territorial e vontade política!

Poderemos, pois, ter aqui no Alentejo “cidades imaginadas” que, com planeamento e estratégia, se convertam em cidades únicas e atractivas, com qualidade de vida potencial de crescimento social e cultural? Acredito convictamente que sim!

“Poderemos, pois, ter aqui no Alentejo “cidades imaginadas” que, com planeamen-to e estratégia, se convertam em cidades únicas e atractivas“.

D.R.

17 PUB

18 14 Abril ‘11

Cultura

Como do ferro velho nascem objectos de arteSérgio Major * | Texto

O que para muitos não passa de ferro velho, ganha vida nova nas mãos de João Concha. Por-cas, parafusos ou enxadas são alguns dos objectos que, através da sua imaginação, reutiliza e incorpora em esculturas.

Por entre arbustos e árvores de fruto, no quintal da sua casa, na aldeia da Graça do Divor “moram” várias das obras que, na última “meia dúzia de anos”, nasceram de rompantes de ins-piração.

Um crocodilo, uma cobra, fi-guras de homens e de mulheres, uma criança num triciclo e até um saxofone com mais de três metros de altura são as mais em-blemáticas, não admitindo João Concha separar-se de algumas delas.

“Quando faço uma peça que já estou a pensar vender não me re-laciono tão profundamente com ela, mas tenho aí peças que não as vendo de maneira nenhuma”, afiança.

Quando se decide a vender uma escultura, a explicação de João, fisioterapeuta de profissão e artista nos tempos livres, é sim-ples: “Estamos todos à rasca”.

Mas, nem mesmo o dinheiro, que em alguns casos pode ul-trapassar os mil euros por peça, paga o trabalho e as horas que investe em cada criação artísti-ca. “Estou aqui dias inteiros, de manhã até à noite. Às vezes nem almoço porque isto dá-me prazer e eu perco a noção do tempo”.

O escultor começou por fazer “muita coisa em madeira”, mas sempre numa escala pequena, até que virou a atenção para peças maiores, com ferro velho,

Eis a arte de João Concha que faz esculturas a partir de objectos em ferro comprados a sucatas

“Estou Só a Ver” é o título de um projecto artístico de dois holandeses, Jacobien de Rooij e Erik Mattijssen, a decorrer na Igreja de S. Vicente, em pleno centro histórico de Évora, até 15 de Maio.

Com este projecto dos artistas holandeses, explica a autarquia, a Igreja de S. Vicente vai ser transformada num espaço de exposição, tendo sido escolhida para o trabalho artístico por oferecer “uma estrutura quase simétrica”.

A igreja foi considerada “o cenário perfeito para esta instalação”, que consiste numa “grande vista panorâmica, com-posta por desenhos de grande tamanho, em papel e, em parte, directamente na parede, que são

inspirados por vários aspectos de Portugal”.

Enquanto Jacobien de Rooij se centra na paisagem portuguesa, as atenções de Erik Mattijssen estão viradas para o interior das casas tradicionais. “As pessoas estão ausentes do seu trabalho, mas sente-se a sua presença, como se elas tivessem acabado de sair”.

O trabalho dos dois holande-ses “é uma proposta de olhar o mundo que nos rodeia”, daí o tí-tulo da exposição, pois, “recons-troem a realidade, cada um com o seu modo muito próprio”.

A exposição em Évora, integra um estúdio aberto em que o público vai poder observar o progresso do trabalho dos dois artistas holandeses.

Arte contemporânea na Igreja de S. Vicente

que são as que “as pessoas mais gostam de ver”.

A inspiração original para se “aventurar” a fazer este trabalho foi “bebê-la” à escultura “Árvore”, com oito metros de altura, que decora uma rotunda da vila de Odemira e foi concebida a partir de materiais de ferro velho.

Desde então, João Concha passa as horas livres na “com-panhia” de parafusos, porcas, dobradiças e ferramentas, como enxadas, sachos ou machados.

A maior parte do ferro que o artista utiliza nas esculturas “é comprada” em duas sucatas perto de Évora e “oferecida” na

lixeira municipal. Mas também já os amigos lhe dão alguns ma-teriais.

O escultor alentejano, que não tem dúvidas de que, se voltasse a nascer, “ia logo para as artes, desde pequeno”, gostava de ain-da conseguir fazer uma peça “muito grande”, com recurso ”a gruas”. Projecto que, por agora, não passa de um “sonho”.

O que já é realidade é a sua re-cente página da Internet (www.rustsculpture.com) e a exposição com os seus trabalhos que está agendada para Setembro no Pa-lácio de D. Manuel, em Évora, além de outras mostras “apala-

vradas” em Reguengos de Mon-saraz e Vendas Novas.

Mas, a grande ambição do artista é deixar uma marca na sua cidade, Évora, colocando o gigante saxofone de ferro velho junto ao centenário Teatro Gar-cia de Resende, na Praça Joa-quim António de Aguiar.

“Estou à espera da resposta da câmara. Não é pelo dinheiro que me possam dar. Se não me derem dinheiro, não me vou importar muito. Mas gostava de deixar uma peça minha na cida-de”, confessa o escultor.

* Agência Lusa

João Conha trabalha na sua última escultura, um presépio feito com peças de metal.

Nuno Veiga | Lusa

Foi inaugurada no Palácio de D. Manuel a exposição de desenho intitulada “Entre o Dia e o Sonho”, da autoria de Carlos Roxo.

Carlos Roxo é arquitecto, nasceu em Lisboa, onde vive, mas tem com o Alentejo uma irresistível empatia emotiva e cultural que carrega cum-plicidades, sendo que a sua mãe e esposa são alentejanas, de Estremoz.

Foi ainda como estudante de arquitectura que se inte-ressou pelo desenho, regis-tando no papel as paisagens e povoados alentejanos.

Hoje reacende essa paixão pelo desenho com um olhar diferente, não como intérpre-te do real que o encantava, mas como explorador de um outro real, de um imaginário que transporta uma inquie-tação de novo tipo e que, do-ravante, gostaria de partilhar com os outros.

“Volto ao desenho, idio-ma onde o traço trespassa o infinito que se lhe abre em cada folha de papel, invade o momento seguinte como que gerado por mãos precisas que antes estavam apenas em repouso e que agora são acção, se precipitam em desconhecido espaço que, diga-se de verdade, era já há muito vivido, quase uma cer-teza, com aquele rigor que só os sentidos sabem identificar (…) onde a mão nos revela o que sabemos de nós e o que não sabemos, o que queremos mostrar e o que ocultamos sem consciente advertência”, diz o autor.

“Entre o dia e o sonho”

Palácio de D. Manuel

Trabalho de Erik Mattijssen virado para o interior das casas tradicionais.

A Biblioteca Municipal de Aljustrel acolhe até dia 23 deste mês a exposição “Ma-nuel da Fonseca: Uma chi-cotada de vento”, no ano em que se assinala o centenário do nascimento do escritor.

Trata-se de uma mostra de fotografias e documentos sobre a vida e obra de um dos escritores fundadores do Neorrealismo, que publicou o seu primeiro livro, Rosa dos Ventos (poesia), em 1940.

Nascido em Santiago do Cacém, este poeta, contista, cronista, romancista é autor de uma obra pequena, mas, segundo o município local, “recheada de momentos de grande beleza literária”.

Nas suas obras, carrega-das de intervenção social e política, Manuel da Fonseca “relata como poucos a vida dura do Alentejo e dos alen-tejanos”, lembra a autarquia.

Recordar a obra de Manuel da Fonseca

Aljustrel

D.R.

19

Cultura

PUB

19

Redacção | Registo

O Ciclo da Primavera, uma iniciativa da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, juntas de freguesia e organizações conce-lhias, continua a decorrer um pouco por todo o concelho de Montemor-o-Novo. Em 2011, na 22.ª Edição da iniciativa, até Junho, pode contar com um programa cultural com muita música, teatro, dança e magia, sinónimo de qualidade e diver-sidade.

Este sábado, 16 de Abril, são três propos-tas, todas na área da música!

cantar Abril No Centro Cultural e Desportivo de Corti-çadas de Lavre, às 16h00, Jorge Pires, Da-niel Garfo e Aline Bernardo propõem-se “Cantar Abril”. Em palco pode apreciar um projecto que se baseia na persistên-cia, como forma de relembrar e divulgar os grandes compositores portugueses in-temporais com a sua qualidade inques-tionável, como José Afonso, Fausto, Sérgio Godinho e Adriano Correia de Oliveira.

coral de s. domingos Um pouco mais tarde, pelas 18h00, na bonita Igreja de S. João Deus, o Coral de S. Domingos organiza o Concerto Come-morativo do seu 24º Aniversário. Para além da participação do Coral anfitrião, a iniciativa conta com a presença do Coro Municipal Carlos Seixas (Coimbra).

Relembramos que foi em Janeiro de 1987, que o Coral de S. Domingos começa-va a dar os primeiros passos.

Vinte e quatro anos depois, passaram pelo seu convívio largas dezenas de co-ros, muitas centenas de coralistas, quer em Portugal, quer no estrangeiro, num percurso que muito orgulha Montemor-o-Novo.

Entr’O canteAo início da noite, às 21h00, na Casa de Cultura e Recreio do Ciborro, teremos “Entr’O Cante”. Os “Entr’o Cante” são um grupo de música popular portuguesa, que recupera vários temas da música tradi-cional, dando-lhe uma nova roupagem musical.

Sábado com muita música em Montemor-o-Novo

A Biblioteca Municipal de Santiago do Cacém promove no próximo sábado, 16 de Abril, uma “Viagem por Cerromaior”. Trata-se do Passeio Histórico - Literário, actividade integrada nas comemorações do Centenário do escritor santiaguense Manuel da Fonseca.

É uma visita guiada, pela mão da lite-ratura e da história, à cidade de Santiago do Cacém, através dos lugares ligados à vida de Manuel da Fonseca e da sua grande obra Cerromaior.

Aqui, mais do que em qualquer outro escrito, Manuel da Fonseca utilizou como matéria-prima a localidade que o viu nascer e, com toda a liberdade da ficção, recriou Santiago do Cacém a par-tir, quer da realidade do tempo em que

decorre a acção (anos 30 do século XX, mais precisamente o período da Guerra Civil de Espanha), quer das suas memó-rias de infância.

Estas paisagens descobrem-se a cada passo da obra, cheias de vida e cor, po-dendo ser identificadas e explicadas em vários recantos da cidade de Santiago do Cacém.

Em cada momento de paragem, o visi-tante irá conhecer a história de Santiago do Cacém, tendo também oportunidade de usufruir de leituras em voz alta de excertos da obra Cerromaior e de outras textos de Manuel da Fonseca.

No dia 16 de Abril, o ponto de encontro será às 14h30 no Jardim Municipal, junto ao Museu.

Viagem por Cerromaior Passeio Histórico- Literário pela cidade de Manuel da Fonseca .

O Município de Avis volta a associar-se às comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que se assinala a 18 de Abril, instituído pelo ICOMOS – Con-selho Internacional dos Monumentos e Sítios, com um conjunto de actividades subordinadas ao tema de 2011: “Água: Cul-tura e Património”.

No dia 17 de Abril, a autarquia convida a descobrir aquele que é um dos ex-libris do património natural do Concelho: a Al-bufeira do Maranhão. São três viagens de 90 minutos para desfrutar do cenário natural e ver o património histórico da perspectiva do plano de água.

A 18, a partir das 11h00, a Cisterna Ca-marária vai receber uma visita orientada com animação musical, a que se segue a divulgação do percurso do Roteiro Artís-tico do Concelho de Avis “Cursos e percur-sos de água: do engenho à necessidade” e a apresentação do percurso “Símbolos, sig-nos e elementos notáveis”. Para as 14h00 está agendada uma visita ao Núcleo Me-galítico da Ordem e ao Moinho do Duque, na Freguesia de Maranhão.

De 18 de Abril a 31 de Julho, a Bibliote-ca Municipal, o Posto de Turismo e o Pólo da Biblioteca Municipal em Benavila acolhem a exposição fotográfica “Águas d’Avis”.

Esta mostra é constituída por três pai-néis de fotografias que irão estar pre-sentes, alternadamente, nestes espaços e que retratam diversas perspectivas da influência da água, quer na fixação das populações e formação dos aglomerados urbanos, quer na existência de diversos elementos arquitectónicos e engenhos associados à sua captação e aproveita-mento ou ainda nas repercussões da Al-bufeira do Maranhão na paisagem, no ecossistema e nas actividades desporti-vas e de lazer.

A comemoração do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios tem como objec-tivo sensibilizar os cidadãos para a diver-sidade e vulnerabilidade do património bem como para o esforço envolvido na sua protecção e conservação, através de temas transversais às realidades da esca-la local à internacional.

Avis celebra dia dos monumentos

20 14 Abril ‘11

Roteiro

ÉvoraEnContRo dE MúSICoStodas as quartas-feiras Hora: 22h00local: Espaço Celeiros,rua Eborim, 18voltaram os Encontros de músi-cos. a ideia é pegar no repertório de música para dançar e a prazo animar de vez em quando a aula de danças do mundo com música ao vivo! Qualquer instrumento é bem-vindo! Entrada livre

MúSICAtEAtRoÉvoraUM MUndo – tRêS dIMEnSõES18 de fevereiro a 12 de Junholocal: igreja de s. vicenteblank Canvas, segunda geração, estão longe, nos propósitos, de ser uma conquista e uma originalidade do nosso tempo. o que é mani-festamente original neste grupo constituído por antónio Couvinha, Chris alford e peter de Jong é a assumida individualidade dos seus olhares.

EXPoSIÇÃo

PUB

EstremozEStREMoz BIKE 201117 de abrilEste novo evento “Estremozbike”, nasce da junção da maratona de btt e diversas actividades físicas desportivas para toda a família, tendo em comum as bicicletas. a pensar nos acompanhantes e na população da terra:- aulas de spinning- Caminhada na zona de Evoramonte- actividade para os mais novos- actividades radicais

nAtUREzAÉvoraoS 39 dEgRAUS22 e 23 de abril, às 21h30local: teatro Garcia de resendebaseada no filme do mestre do sus-pense, a história inclui perseguições, assassinatos, trocas de identidade, paixões e outras confusões, magis-tralmente interpretadas por quarto actores que dão corpo a mais de 150 personagens durante 100 minutos de humor hilariante. vencedora do tony award para melhor comédia 2008 e um lawrence olivier em 2007.

www.dianafm.com

Uma questão de saber

a Cercidiana vai promover mais um ano a Campanha do pirilampo magico entre 7 e 29 de maio. Este evento conta uma serie de iniciativas, todas com a finalidade de inflamar o propósito da venda dos pirilampos com o estabelecimento de parcerias e provas vivas de cidadania que emergem na cidade de Évora. É um tempo em que apreciamos uma aproximação por parte de pessoas e entidades juntar-se na causa da defesa do direito à dignidade da pessoa com deficiencia, causa esta que passa também pela obrigação que todos temos em contribuir para melhorar a qualidade da sua vida.assim pensando, assim nos jogámos à organização da viii prova de Kart solidária pi-rilampo mágico no dia 21 de maio, no Kartódromo de Évora, pelas 17.00H.

uma percentagem da sua inscrição reverterá a favor da Cercidiana. Colabore participando!

VIII PRoVA SoLIdÁRIA dE KARt/CERCIdIAnA

21

Lazer

3 8 6 7

6 5 7 8

7 6 9

6 2 1 9 5

3 1 5 6

8 2 7 4 1

7 3 2

8 9 1 5

1 6 7 8

sudoKu

nota: o objectivo do jogo é completar os espaços em branco com algarismos de 1 a 9, de modo que cada número apareça apenas uma vez na linha, grade e coluna.

Memnoch, O demónio

sugestão de filmesugestão de leitura

Autor: Anne Rice Realizador: Todd PhillipsSinópse:

o filme conta a história de peter Highman, um ansioso pai inexperiente, cuja esposa está a cinco dias de dar à luz.downey (peter High-man), um feliz mas ansio-so homem que irá ser pai pela primeira vez, dentro de alguns dias. no entanto, nem tudo corre bem: peter não consegue apanhar o vôo que parte de atlanta, pelo que se vê obriga-do a fazer a viagem de regresso a casa com um aspirante a actor, Ethan tremblay.Contudo, aquilo que se-ria uma simples viagem de carro, torna-se numa

A Tempo e Horas

Sinópse:

Estamos em nova iorque. a cidade está coberta por um manto de neve. no meio dessa brancura, le-stat procura dora, a bela e carismática filha de um barão da droga, a mulher que desperta nele senti-mentos de ternura como nunca outra mortal fizera antes. dividido entre as suas paixões de vampiro e o amor avassalador que sente por dora, é a seguir confrontado com o misterioso e demoníaco memnoch. arrancado ao mundo por este ad-versário temível, lestat é levado até ao reino dos Céus e depois até ao pur-gatório. aí terá de decidir

Carta Dominante: A Roda da Fortuna, que significa Sorte.Amor: Dê atenção à sua família. Seja um bom professor, eduque para que os mais jovens tenham uma profissão, mas, sobre-tudo, eduque-os para a vida.Saúde: Vigie a tensão arterial.Dinheiro: Elimine gastos supérfluos.Números da Sorte: 1, 3, 24, 29, 33, 36Pensamento positivo: Sei que a minha vida está sempre em movimento.

Carta Dominante: 3 de Copas, que signi-fica Conclusão.Amor: Visite familiares que já não vê há algum tempo. Que a luz da sua alma ilumi-ne todos os que você ama!Saúde: Consulte o oftalmologista.Dinheiro: Tenha cautela.Números da Sorte: 1, 8, 42, 46, 47, 49Pensamento positivo: Concluo tudo aquilo que começo, sei que assim conse-guirei concretizar os meus projectos.

Carta Dominante: 6 de Espadas, que signi-fica Viagem InesperadaAmor: As relações afectivas atravessam um período de estagnação. Quem sabe proteger-se das emoções negativas aprende a cons-truir um futuro risonho!Saúde: Faça caminhadas e passeios.Dinheiro: Possibilidade de encontrar um novo emprego, estão favorecidas as mudan-ças a este nível.Números da Sorte: 7, 11, 18, 25, 47, 48Pensamento positivo: Acredito que o po-der da mudança está dentro de mim.

Carta Dominante: 10 de Copas, que signi-fica Felicidade.Amor: Não dê confiança a quem não conhe-ce. Não perca o contacto com as coisas mais simples da vida.Saúde: Cansaço e stress acumulado serão prejudiciais. Aprenda a descansar mais.Dinheiro: Situação equilibrada em termos profissionais e financeiros.Números da Sorte: 4, 9, 11, 22, 34, 39Pensamento positivo: A maior felicidade está nos gestos mais simples.

Carta Dominante: Ás de Copas, que signifi-ca Principio do Amor, Grande Alegria.Amor: As pessoas mais próximas podem estar a necessitar de si. Reúna a sua família com o propósito de falarem sobre os proble-mas que vos preocupam, juntos encontrarão as soluções de que precisam. Saúde: Problemas relacionados com varizes.Dinheiro: Pode receber dinheiro extra.Números da Sorte: 4, 6, 7, 18, 19, 33Pensamento positivo: a alegria do amor anima o meu coração.

Carta Dominante: A Justiça, que signifi-ca Justiça.Amor: Não seja orgulhoso. Não se deixe manipular pelos seus próprios pensamen-tos, e dê o primeiro passo para a reconci-liação! Saúde: Agasalhe-se bem. Dinheiro: Cuidado com os gastos supér-fluos.Números da Sorte: 1, 2, 8, 16, 22, 39Pensamento positivo: Procuro ser justo nas decisões que tomo.

Carta Dominante: 3 de Copas, que significa Conclusão.Amor: Dinamize a sua relação. Nunca perca a esperança nas pessoas, invista nelas!Saúde: Em boa fase.Dinheiro: Pode conseguir uma promoção.Números da Sorte: 9, 11, 25, 27, 39, 47Pensamento positivo: Com determinação consigo concretizar os meus objectivos.

Carta Dominante: A Força, que significa Força, Domínio.Amor: Não dê ouvidos a terceiros. A felici-dade é de tal forma importante que deve esforçar-se para a alcançar.Saúde: Tenha atenção com os ouvidos.Dinheiro: Pense bem antes de fazer in-vestimentos.Números da Sorte: 7, 13, 17, 29, 34, 36Pensamento positivo: Tenho domínio sobre os meus pensamentos, sei que eles atraem para a minha vida aquilo em que penso.

Carta Dominante: Valete de Espadas, que significa Vigilante e Atento.Amor: revele os seus desejos à sua cara-metade, a sua relação sexual melhorará bastante. Que a sua Estrela-Guia brilhe eter-namente!Saúde: Estável.Dinheiro: Melhore o relacionamento inter-pessoal.Números da Sorte: 10, 20, 36, 39, 44, 47Pensamento positivo: estou atento às mensagens do Universo.

Carta Dominante: 5 de Ouros, que signi-fica Perda/ Falha.Amor: Momentos divertidos em família. Que tudo o que é belo seja atraído para junto de si!Saúde: O seu sistema imunitário não anda muito bem. Dinheiro: Não é um período favorável para despesas, procure evitá-las.Números da Sorte: 7, 11, 19, 24, 25, 33Pensamento positivo: Aprendo com os meus erros.

Carta Dominante: O Louco, que significa Excentricidade.Amor: Quebre a rotina, use a criatividade para expressar o que sinto. Que o seu olhar tenha o brilho do sol!Saúde: Cuide do seu lado espiritual.Dinheiro: Não se esqueça das contas por pagar.Números da Sorte: 7, 18, 19, 26, 38, 44Pensamento positivo: Eu acredito que nos meus sonhos!

Carta Dominante: A Morte, que significa Renovação.Amor: Proteja-se contra intrigas. Seja verdadeiro, a verdade é eterna e a mentira dura apenas algum tempo.Saúde: Não coma demasiados doces.Dinheiro: Vigie a sua conta bancária.Números da Sorte: 5, 25, 33, 49, 51, 64Pensamento positivo: Liberto-me do passado e vivo o presente com confiança!

Carneiro

HORÓSCOPO SEMANAL

Balança

Horóscopo Diário Ligue já!

760 10 77 37Horóscopo Diário Ligue já!

760 10 77 38Horóscopo Diário Ligue já!

760 10 77 39Horóscopo Diário Ligue já!

760 10 77 40Horóscopo Diário Ligue já!

760 10 77 41Horóscopo Diário Ligue já!

760 10 77 42

Touro Gémeos

Horóscopo Diário Ligue já!

760 10 77 31Horóscopo Diário Ligue já!

760 10 77 32Horóscopo Diário Ligue já!

760 10 77 33

Caranguejo Leão Virgem

Horóscopo Diário Ligue já!

760 10 77 34Horóscopo Diário Ligue já!

760 10 77 35Horóscopo Diário Ligue já!

760 10 77 36

Escorpião Sagitário Capricórnio Aquário Peixes

Telefone: 21 318 25 91 E-mail: [email protected]

PUB

sucessão de surpreenden-tes acontecimentos… Essa travessia pelo país que vai resultar na destruição de carros, amizades e da paciência de peter.Com robert downey Jr., michelle monaghan, zach Galifianakis e Jamie foxx nos principais papéis. a realização está a cargo de todd phillips.

se acredita em deus ou no demónio e, por fim, qual dos dois escolherá servir.neste romance, o mais negro e ousado de todos os que escreveu, ela transporta-nos, na com-panhia de lestat, para o universo mítico que nos é mais precioso — o reino da teologia de cada indivíduo.

Anuncie no seu jornal REgIStotodos os anuncios classificados de venda, compra, trespasse, arrendamento ou emprego, serão publicados gratuitamente nesta página

(à excepção dos módulos). basta enviar uma mensagem com o seu classificado para o mail.: [email protected]ÁRIO

Abriu c/ nova gerência

CAfEtARIA 27urbanização do moinho

venha provar as nossos docariasconventuais e os nossos petiscos

dividas?Em risco de perder os seus bens?

Apoiamos famílias e empresas com problemas de endividamento.pré-diagnóstico Gratuito

telf. 217 268 684www.apoiare.pt www.endividamento.pt

COMPRA/ALuGA-SE

ALuGO quARTO DuPLO – a estudante em viven-da no Bacelo, 250€ com despesas incluídas. CON-TACTO: 960041500

ARRENDO – armazéns com áreas desde de 100m² até 400m², com escritórios, vestuários e WC`s.Na estra-da do Bacêlo para os Cana-viais, Évora. CONTACTO: 96 9064291

ALuGO SOTãO 80M2 – vivenda no Bacelo com 1 quarto,1 sala, casa de banho e serventia de cozinha. CONTACTO: 960041500

ALuGA-SE quARTO – com WC privativo a ra-paz estudante bem local-izado. Frigorifico, TV, água e luz incluído. CONTACTO: 969708873

VENDO APARTAMENTO T2 C/GARAGEM EM ÉVORA – Rua Horta das Figuei-ras, excelente localização. CONTACTO 927918812 / 965077797

CEDE-SE POSiçãO – Bar no centro histórico em Évora. 200m2 - Muito potencial CONTACTO: 966228739

VENDO – casa T3 a três km de Reguengos de Mon-saraz, com quintal, por 50 mil euros. CONTACTO: 925256563 DAS 9 AO MEiO DiA

VENDE-SE Ou ALuGA-SE – Armazém na estação

N.Sra Machede. CON-TACTO: 266706982 Ou 963059977

ARRENDA-SE GARAGEM – Em Évora. Ampla e bem localizada, em bairro perto do centro histórico. CON-TACTO: 968946097

ALuGAM-SE quARTOS – Na cidade de Évora, a raparigas estudantes uni-versitárias, com serventia de cozinha, sala e restantes áreas comuns. Excelente localização, muito perto do Polo Univ. L. Verney. CON-TACTAR: 927419277

ALuGO ESCRiTÓRiO – Com 30 m2 no centro de Évora. Mobilado CON-TACTO: 914857898

EMPREGO

SERViFiNANçA - HOME- SOLuTiONS - SF - iN-SuRANCE – Recruta consultores imobiliários a recibos verdes. CONTAC-TO: 915914699 (MARCiO CAHANOViCH) Évora - Malagueira

E x P L i C A ç õ E S – Matemática 2.º e 3.º Ciclo, Geometria descritiva, Secundário e Universidade. CONTACTO: 967291937

OFERECE-SE – Senhora para limpeza para algumas horas por dia. CONTACTO: 961148236

SENHORA PROCuRA – trabalho em serviços domésticos, passar a ferro

e tomar conta de idosos. CONTACTO: 933227209

TRABALHOS – em Pho-toshop, Autocad e 3d Stu-dio. Dão-se explicações de Geometria Descritiva CON-TACTO: 916 128 914

OFERECE-SE – Senhora para limpeza no periodo da manhã (ligar só de manhã) CONTACTO: 965759113

OFERECE-SE – Senhora responsável, procura tra-balho de limpeza, passar a ferro, cuidar de idosos e crianças CONTACTO: 969703102

OFERECE-SE – Srº. 50 A. EDUCADO HONESTO, MUITO ACTIVO. Oferece-se para motorista ligeiros particulares ou empresas. Carta condução 30 anos , conhecimentos informat-ica/administração, social, comunicativo, boa apre-sentação. posteriormente enviarei curriculo se assim o entenderem contacto CONTACTO: 926069997

ENCONTROu-SE

CADELA ADuLTA – cor amarela, raça indefinida, na zona industrial. Está à guarda do Cantinho dos Animais. CONTACTO: 964648988

CãO JOVEM PRETO – cru-zado de Labrador, junto à escola da Malagueira. Está à guarda do Cantinho dos Animais. CONTACTO: 964648988

CãO DE RAçA CANiCHE – pêlo comprido, de cor branco, com cerca de 6 meses. CONTACTO: 965371990 (só para este assunto)

CãO JOVEM – côr creme, porte médio/pequeno, perto da C.C.R.A. Tem coleira. Entra-se à guarda do Cantinho dos Animais. CONTACTO: 964648988

CACHORRA – côr preta, porte médio/pequeno, no Rossio de S. Braz. Coleira com guizo. Encontra-se à guarda do Cantinho dos Animais. CONTACTO: 964648988

CADELA JOVEM – côr amarelo mel, porte médio, perto do Hospital Veter-inário da Muralha de Évora. Tem microchip. CONTAC-TO: 965371990 (só para este assunto)

OuTROS

CRÉDiTOS – Pessoal, Habitação, Automóvel e Consolidação com ou sem incidentes. Não cobramos despesas de Consultoria. CONTACTO: 915914699 (MARCiO CAHANOViCH) SERVIFINANÇA - ÉVORA - MALAQUEIRA | HOME- SO-LUTIONS - IMOBILIÁRIO

COMPRA-SE – azeitona e lenhas de abate e limpeza. CONTACTO: 934095908

VENDE-SE – Agapornis Fishers e Rosicollis. CON-TACTO: 937099715

23

Eventos

Assistência Técnica | Máquinas de cápsulas |

Máquinas de venda automáticabebidas frias | bebidas quentes | snacks

A l e n t e j oTlm. 962 689 434 Email: v.marques@netvisão.pt

PUB

Redacção | Registo

Évora acolheu a chegada do “Electric Tour”, projecto pioneiro a nível europeu promovido pela Peugeot Portugal e pela MOBI.E, entidade coordenadora da Rede de Mobilidade Eléctrica, que vai percorrer um total de 25 cidades do território nacional até dia 28 de Maio.

A apresentação do primeiro “roadshow” de automóveis eléc-tricos em Portugal decorreu na presença do secretário de Estado da Energia e da Inovação, Car-los Zorrinho, do vice-presidente da Câmara Municipal de Évora, Manuel Melgão e do adminis-trador da Peugeot Portugal, Pa-blo Puey.

A redução de emissões, asso-ciada à utilização de alternati-vas sustentáveis de mobilidade, faz parte do estilo de vida de um futuro muito próximo. “Em 2020, 10% dos carros em Portu-gal terão de ser eléctricos. Somos líderes das energias renováveis e na mobilidade eléctrica e esta aposta permite entrar com ener-gia limpa no quotidiano das pes-soas”, diz Carlos Zorrinho.

Segundo Manuel Melgão, a autarquia está receptiva a apoiar este projecto inovador. “Os mu-nicípios têm uma responsabili-dade a cumprir em matéria de energia e a autarquia marca po-sição a este nível, pois estamos conscientes de que o veículo eléctrico existe para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos”.

O “Electric Tour” pretende abrir os caminhos da mobilida-de eléctrica a todos os cidadãos e empresas, de norte a sul do País, que aceitem o desafio de experi-mentar as vantagens do automó-vel eléctrico e de uma rede inte-ligente, ao serviço das pessoas e da sustentabilidade das cidades.

O roadshow vai percorrer os 25 municípios que integram a fase piloto da rede para a mobilidade eléctrica, permanecendo dois dias em cada local, com automó-veis Peugeot iOn para ensaio, de forma a criar uma experimenta-

Évora testou automóvel eléctricoPrimeiro “roadshow” de automóveis eléctricos em Portugal passou pela cidade.

A MOBI.E é a primeira rede de carregamento inteligente integrada a nível nacional. O sistema desenvolvido pelas empresas do consórcio MOBI.E vai ao encontro das necessidades do cidadão urbano porque permite uma utilização fácil, cómoda, de um meio de transporte não poluente, conjugada com um conjunto de prestação de ser-viços de qualidade, através das novas tecnologias.

Com o cartão MOBI.E o utilizador já pode carregar o seu carro eléctrico em qual-quer ponto de carregamento da rede MOBI.E. Em breve a rede pública será alargada a veículos de duas rodas.

O programa de Mobilidade Eléctrica em Portugal consti-tui um poderoso motor para a captação de novas empresas e indústrias, para a criação de emprego diversificado e qualificado.

O pioneirismo e a inovação do programa MOBI.E fazem de Portugal um laboratório para projectos de mobilida-de Eléctrica a desenvolver noutros países da Europa, o que representa uma mais-valia para a exportação do “know how” das empresas nacionais.

Carregamentos inteligentes

ção real do automóvel eléctrico e das potencialidades da rede de carregamento.

Cada cidade terá um percur-so definido para o test drive e a experimentação do sistema de carregamento. As inscrições realizam-se no local do evento, onde os cidadãos podem contar com uma equipa de profissio-nais apta a prestar todas as in-formações necessárias.

A rede MOBI.E é a única a nível mundial que permite, através de um único cartão, carregar o carro eléctrico, escolher o ponto de abastecimento que mais lhe convém, monitorizar o carrega-mento através do PC, telemóvel ou PDA e ainda pagar o seu con-sumo eléctrico, o parqueamento ou outros serviços associados à mobilidade eléctrica.

O roadshow “Electric Tour” estará a cargo do iOn, o primei-ro automóvel zero emissões da Peugeot, que é simultaneamen-te porta estandarte da nova ge-ração de carros 100% eléctricos, representando uma forte aposta

da marca num conceito de mobi-lidade com futuro.

Veículo urbano de eleição, o iOn permite viver a cidade de forma diferente e durável, sem ruídos, emissões, com custos de utilização muito baixos e inse-rindo se facilmente no trânsito, graças às acelerações rápidas e eficazes.

Além do iOn, a Peugeot fará uma demonstração mais alar-gada do conceito de mobilidade eléctrica apresentando neste roadshow duas bicicletas eléc-tricas, que estarão igualmente disponíveis para ensaio. Estas “duas rodas” são o modelo E City Mixte Nexus 7 e recorrem a uma bateria de iões de lítio para uma

Manuel Melgão, Carlos Zorrinho e Pablo Puey na apresentação do iOn.

autonomia até 90 km.Para o administrador da Peu-

geot Portugal, Pablo Puey, “a Peugeot é um actor chave, não apenas numa, mas nas diferen-tes tecnologias ligadas à mobili-dade e está empenhada em que todas elas sejam uma realidade”.

“A liderança de Portugal na produção de energias renováveis foi o primeiro passo para uma aposta mais arrojada e inovado-ra, a de transformar o País num case study de sucesso da mobili-dade eléctrica”, conclui.

D.R.

D.R.

SEMANÁRIO

sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 751 179 Fax 266 751 179Email [email protected]

Redacção | Registo

O plano de actividades “Férias Divertidas - Páscoa Activa” para as crianças entre os 6 e os 12 anos de idade teve início na segunda-feira no Centro de Ocupação de Tempos Livres de Reguengos de Monsaraz e vai decorrer até ao dia 21 de Abril. Esta iniciativa do Município de Reguengos de Monsaraz tem como objectivo ocupar o tempo livre das crianças com acções lúdicas e desportivas nas férias escolares da Páscoa.

Durante quase de duas se-manas são esperadas várias dezenas de crianças para parti-cipar em actividades tão diver-sas como expressão dramática, culinária, natação, informática, expressão plástica e jogos. Desta forma, as crianças ficam ocupa-

das de uma forma organizada, útil e divertida, com iniciati-vas que podem contribuir para o seu desenvolvimento físico e intelectual.

As actividades decorrem nos dias úteis entre as 9h e as 12h e das 14h às 17h nas instalações do Centro de Ocupação de Tem-pos Livres, no Espaço Internet, em jardins da cidade e nas pis-cinas municipais.

A autarquia integrou nas “Fé-rias Divertidas - Páscoa Activa” uma animadora educativa e sociocultural, três auxiliares de acção educativa, um profes-sor de desporto, uma monitora de culinária, dois monitores do Espaço Internet e quatro moni-toras de expressão plástica e ex-pressão dramática.

As inscrições para as “Férias Divertidas - Páscoa Activa” efec-

tuam-se nos Serviços de Educa-ção do Município de Reguengos de Monsaraz pelo valor de dois euros por dia.

José Calixto, presidente da Câ-mara Municipal de Reguengos de Monsaraz, refere que “com este plano de actividades, a au-tarquia consegue proporcionar iniciativas interessantes para as crianças e ao mesmo tempo facilitar a vida dos pais durante as férias escolares”.

“Há nove anos que organiza-mos actividades deste género e sempre tiveram uma excelente aceitação, pois os encarregados de educação sabem que os seus filhos estão a desenvolver as suas capacidades físicas e inte-lectuais nas acções programa-das e também a conviver e a divertir-se com os seus amigos”, sublinha o autarca.

A Crioestaminal, seguindo uma política de responsabilidade so-cial e de educação para a saúde, promove a sessão “Conversas com Barriguinhas” dedicadas à grávida, à maternidade e ao bebé para esclarecer os futuros papás e mamãs em Évora. Será hoje, às 18h00, na Escola de Enfermagem. As inscrições podem ser feitas no site www.conversascombarri-guinhas.com e são de entrada livre.

As “Conversas com Barrigui-nhas” ocorrem desde há dois anos e pretendem transmitir a todos os futuros papás e mamãs, informação sobre temas cruciais na área da maternidade, como a criopreservação de células esta-minais do sangue do cordão um-bilical e a segurança infantil.

O site das “Conversas com Bar-riguinhas” foi actualizado com novas informações para os fu-turos pais: um novo agregador de blogues sobre maternidade, uma aplicação que permite fazer a contagem decrescente para o dia do parto, e a possibilidade de fazer o download gratuito de um livro sobre comunicação intra-uterina: “Conversas com a minha Barriga”.

Mora

Nascimentos selvagensA taxa de natalidade no Parque Animal de Montemor-o-Novo, Monte Selvagem, permanece em alta este ano, tendo nascido nos primeiros três meses 29 novos bebés.Doze Cabras Anãs, nove Porcos do Vietname, dois Lamas, um Canguru, um Axis, duas ovelhas e 2 Lebres da Patagónia, eis os novos habitantes do parque.Os novos residentes juntam-se aos recém-nascidos do final do ano passado, como quatro Codornizes, um Iaque, cinco Galinhas Periquitas, um Pecari de Colar, duas Ovelhas dos Camarões e um Watussi.Muitos bebés vivem hoje em Montemor-o-Novo, esperando o parque em Abril a chegada de uma família de Saguins.

Maternidade em debate

Páscoa Activa ocupa crianças de Reguengos

Évora Férias

D.R.

Iniciativas para crianças dos 6 aos 12 anos de idade.

PUB