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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 09 de Maio de 2013| ed. 243 | 0.50 O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284 06 Escolas Alentejanas na frente da Campanha Depositrão Escolas Alentejanas na frente da Campanha Depositrão 06 Educação com corte de 756M até 2015 Pág.04 Até 2015, o Governo tenciona cortar 756 milhões de euros nas despe- sas do Ministério da Educação e Ciência, que será assim o segundo mais afectado pelo pacote de medidas anunciado nesta sexta-feira pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. O primeiro é o Ministério da Segurança Social com um corte previs- to de 819 milhões de euros. Cáritas preocupada com desemprego e exclusão social Pág.03 A Cáritas Portuguesa alertou para as consequências do desemprego no país, numa mensagem para o 1.º de Maio, lembrando as pessoas “atiradas” para o “beco da exclusão social” e as “periferias da participação cidadã”. “Neste dia lem- bramos os direitos fundamentais dos tra- balhadores, sendo que o primeiro é o aces- so ao trabalho e à sua manutenção”. Igreja celebra Dia Mundial das Comunicações Pág.06 O arcebispo de Évora disse terça-feria na cidade alentejana que as redes sociais são “bem-vindas” para fortalecer as relações entre pessoas, antecipando o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que a Igreja Católica vai celebrar no domingo. “As redes sociais são bem-vindas: permitem partilhar os conheci- mentos, a vida e a fé também. Abrem a porta aos contactos diretos e à vida de comunidade”. Mora reforça apoio a idosos Pág.04 Desde esta terça-feira, que podem beneficiar das vantagens do Cartão Muni- cipal do Idoso todos os Reformados, Pensio- nistas e Idosos do Concelho de Mora que te- nham uma reforma até 400 Euros, ao invés dos 350 Euros em vigor até agora. O número de idosos a deter as vantagens do cartão, actualmente de 1344, deverá subir para cerca de 1600. D.R. PUB

Registo ed243

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Edição 243 do Semanário Registo

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Page 1: Registo ed243

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SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 09 de Maio de 2013| ed. 243 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

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Escolas Alentejanas na frente da Campanha DepositrãoEscolas Alentejanas na frente da Campanha Depositrão 06

Educação com corte de 756M até 2015Pág.04 Até 2015, o Governo tenciona cortar 756 milhões de euros nas despe-sas do Ministério da Educação e Ciência, que será assim o segundo mais afectado pelo pacote de medidas anunciado nesta sexta-feira pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. O primeiro é o Ministério da Segurança Social com um corte previs-to de 819 milhões de euros.

Cáritas preocupada com desemprego e exclusão socialPág.03 A Cáritas Portuguesa alertou para as consequências do desemprego no país, numa mensagem para o 1.º de Maio, lembrando as pessoas “atiradas” para o “beco da exclusão social” e as “periferias da participação cidadã”. “Neste dia lem-bramos os direitos fundamentais dos tra-balhadores, sendo que o primeiro é o aces-so ao trabalho e à sua manutenção”.

Igreja celebra Dia Mundial das ComunicaçõesPág.06 O arcebispo de Évora disse terça-feria na cidade alentejana que as redes sociais são “bem-vindas” para fortalecer as relações entre pessoas, antecipando o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que a Igreja Católica vai celebrar no domingo. “As redes sociais são bem-vindas: permitem partilhar os conheci-mentos, a vida e a fé também. Abrem a porta aos contactos diretos e à vida de comunidade”.

Mora reforça apoio a idososPág.04 Desde esta terça-feira, que podem beneficiar das vantagens do Cartão Muni-cipal do Idoso todos os Reformados, Pensio-nistas e Idosos do Concelho de Mora que te-nham uma reforma até 400 Euros, ao invés dos 350 Euros em vigor até agora.O número de idosos a deter as vantagens do cartão, actualmente de 1344, deverá subir para cerca de 1600.

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2 09 Maio ‘13

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected])

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PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial [email protected] Redacção Pedro Galego Fotografia Luís Pardal (editor) Paginação Arte&Design Publicreative Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Colaboradores António Serrano; Miguel Sampaio; Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 Tiragem 10.000 ex Distribuição Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição PUBLICREATIVE

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

A Abrir

Para que não restem dúvidas, começo esta minha análise assumindo-me como defensor de um processo de aferição na mudança dos ciclos escolares. Não entro em análises popu-listas sobre o regresso aos exames da quarta classe do período do Estado Novo. Não creio também que quem estabeleça tal paralelismo esteja no pleno das suas capacidades intelec-tuais. É óbvio que as diferenças são profun-das.

Vamos ao que interessa. Pensar que, com uma prova de avaliação, se está a incutir rigor e exigência no ensino é no mínimo caricato, ainda mais em crianças com idades até aos dez anos. O processo de aferição é necessário. O aparato desta avaliação é ridículo.

Enquanto encarregado de educação de um avaliado, participei num fórum de informa-ção sobre as orientações a seguir. Quando comecei ouvir o leque de procedimentos pen-sei, ingenuamente, que era uma brincadeira de mau gosto. Mas não! Do aparato policial para guarda e entrega das provas, à vigilância por professores estranhos e de outros níveis de ensino, são sinais, na minha opinião, do culminar de um processo ridículo. Será que nestas idades não se pode atenuar o processo? Será que os professores que seguem as crian-ças (escrevo crianças de propósito) não estão capacitados e nem possuem a seriedade sufi-ciente para aplicar uma prova de aferição no espaço que é o seu? Creio que sim. Creio que

seria um modelo mais adaptado ao contexto.É um facto que ao longo da vida somos

constantemente avaliados. É um facto que é fundamental melhorar a qualidade no ensi-no. Mas não posso concordar com a angústia que se coloca a crianças, muitas delas que tiveram que mudar de escola, serem vigia-das por professores estranhos, assumir umas regras tolas que geram nervosismo e colocar o trabalho de quatro anos sujeito a uma apro-vação de 25%.

Foram mais de cem mil alunos do 4º ano de escolaridade que prestaram provas a Por-tuguês, mais de 50% dos quais numa escola que não a sua, vigiados por cerca de dez mil professores que desconhecem. Quanto custou

este aparato? É certo que há aqui um misto de bandeira politica com uma tentativa estabele-cer uma marca no sistema. A análise política deixo-a para os políticos. A marca carece de uma reflexão séria. É possível aferir, num contexto que não seja estranho aos alunos, educando para a avaliação na transição de ci-clos, e poupando no aparato mediático num momento em que se procura reduzir despesa.

Este modelo de avaliação, tal com está con-cebido, é prematuro e descontextualizado. É preciso aferir. Aferindo também se faz um diagnóstico. Mas avaliar desta forma e pensar que se está a introduzir exigência é o mesmo que pensar que o capo está meio vazio, quan-do na realidade está meio-cheio.

Exigência, ridículo e cheiro a Estado Novo!Joaquim FialhoProfessor universitário

O processo de tomada de decisões está pre-sente no quotidiano da vida das organizações em geral e das empresas em particular, umas mais importantes e com impacto estruturante no médio e longo prazo (associadas a proces-sos de investimento e financiamento), outras que embora não tão eloquentes são vitais à sua orientação do dia-a-dia (operacionais).

A informação é considerada como um ins-trumento indispensável quer para o desenvol-vimento das atividades das organizações, quer para a tomada de decisão, uma vez que a quali-dade das decisões está muitas vezes dependen-te da qualidade da informação.

Quando a dimensão das organizações au-menta, em termos de volume de negócios, a or-ganização tem necessidade de recorrer à infor-mação contabilística para auxiliar a tomada de decisão. De facto, à medida que as empresas aumentam, tanto em volume de negócios como em número de trabalhadores, as operações au-mentam e por conseguinte, tornam-se mais complexas. Deste modo, a gestão informal é mais difícil e a tomada de decisão intuitiva, deixa de ser praticável, sendo necessário o re-curso sistemático à informação contabilística e não só, para sustentar a tomada de decisão.

A Estrutura Conceptual (EC) do Sistema de Normalização Contabilística (SNC) atualmen-te em vigor (Aviso 15652/2009, DR 2ª série – Nº173 de 7 de setembro) preconiza no seu §1 que as demonstrações financeiras devem ser preparadas com o propósito de proporcionar informação que seja útil na tomada de deci-sões económicas, devendo responder às neces-sidades comuns da maior parte dos utentes.Estes tomam decisões económicas nomeada-mente para:

a) Decidir quando comprar, deter ou vender um investimento em capital próprio;b) Avaliar o zelo ou a responsabilidade do órgão de gestão;

c) Avaliar a capacidade da entidade pagar remunerações e proporcionar outros benefí-cios aos seus empregados;d) Avaliar a segurança das quantias empres-tadas à entidade;e) Determinar as políticas fiscais;f) Determinar os lucros e dividendos distri-buíveis;g) Preparar e usar as estatísticas sobre o ren-dimento nacional; ouh) Regular as atividades das entidades.Nos §9 a 11 da Estrutura Conceptual do SNC são definidos os principais utentes das demonstrações financeiras, onde se incluem os Investidores atuais e potenciais, Empre-gados, Mutuantes, Fornecedores e outros credores comerciais, Clientes, Governo e seus departamentos, e o Público em geral, encontrando-se a cargo do órgão de gestão da entidade a responsabilidade pela prepara-ção e apresentação das suas demonstrações financeiras, nos termos do SNC.

A informação contida nas demonstrações fi-nanceiras interessa também ao órgão de gestão na medida em que auxilia este na assunção das suas responsabilidades ao nível do planeamen-to, tomada de decisões e controlo.

As demonstrações financeiras têm por obje-tivo proporcionar informação acerca da posição financeira, do desempenho e das alterações na posição financeira de uma entidade que seja útil a um vasto leque de utentes na tomada de deci-sões económicas (§12 da EC do SNC).

Na elaboração das demonstrações financei-ras devem ser tidos em conta os atributos que tornam a informação financeira, apresentada nessas demonstrações, útil para os utentes, ou seja, as suas características qualitativas. As quatro principais características qualitativas são a compreensibilidade, a relevância, a fia-bilidade e a comparabilidade (§24 da EC do SNC).

A informação proporcionada pelas demons-trações financeiras deve ser compreensível de forma célere por todos os seus utilizadores e ter a capacidade de influenciar a tomada de decisão, atendendo-se sempre à sua materiali-dade. Para este fim presume-se que os uten-tes disponham de um razoável conhecimento das atividades empresariais e económicas e da contabilidade e a intenção de analisar a infor-mação com razoável diligência.

Para ser útil, a informação deve necessaria-mente ser relevante para a tomada de decisões dos utentes. Esta qualidade (relevância) verifi-ca-se quando é suscetível de influenciar as de-cisões económicas dos utentes auxiliando-os a avaliar os acontecimentos passados, presentes ou futuros e ainda confirmar ou corrigir, as suas avaliações passadas. As funções preditiva e confirmatória da informação estão intima-mente associadas, sendo a sua relevância fun-ção da sua natureza e materialidade (§26 e 27 da EC do SNC). Uma informação apresenta o atributo da materialidade se a sua omissão ou inexatidão influenciarem as decisões econó-micas dos utentes, tomadas com base nas de-monstrações financeiras (§30 da EC do SNC).

Deverá igualmente ser fiável, o que impli-ca que seja uma representação fidedigna das transações e outros acontecimentos, neutra e completa, dentro dos limites de materialidade e custo, levando em consideração uma adequa-da prudência na sua elaboração ou seja incor-porando as condições de incerteza em que a entidade opera. A informação apresenta fiabi-lidade quando estiver isenta de erros materiais e de preconceitos, e os utentes dela possam depender ao representar fidedignamente o que ela pretende representar ou pode razoavelmen-te esperar-se que represente. Se a informação deve representar fidedignamente as transa-ções e outros acontecimentos que tenha por fim representar, é necessário que eles sejam

contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade económica e não meramente com a sua forma legal dado que a substância das transações ou de outros aconte-cimentos nem sempre é consistente com a que é mostrada pela sua forma legal ou idealizada.

Para ser fiável a informação deverá ainda ser neutra, ou seja livre de preconceitos evitando desta forma que a seleção ou apresentação de tal informação influenciem a tomada de de-cisão ou um juízo de valor tendo em vista a obtenção de determinado resultado ou efeito predeterminado (§31 a 38 da EC do SNC).

Por último a preparação da informação deve permitir ao utente das demonstrações financeiras a comparabilidade de uma enti-dade ao longo do tempo a fim de identificar tendências na sua posição financeira e no seu desempenho ao longo do tempo, bem como de comparar as demonstrações financeiras de diversas entidades tendo em vista a avaliação em termos relativos a sua posição financeira, o seu desempenho e as alterações na posição financeira. Para alcançar tal desiderato, é im-prescindível o conhecimento das políticas con-tabilísticas usadas na preparação das demons-trações financeiras, de quaisquer alterações nessas políticas e dos efeitos de tais alterações (§39 a 42 da EC do SNC).

A informação contabilística que incorpore as características qualitativas invocadas terá a faculdade de permitir a preparação de de-monstrações financeiras que transmitem uma imagem verdadeira e apropriada da posição financeira, do desempenho e da alteração da posição financeiras das organizações, impres-cindível à tomada de decisões pela generali-dade dos diversos utentes das demonstrações financeiras.

No entanto parece não prevenirem situações como a vivida num passado recente no BPN, mas essa é outra história ...

A importância da Informação Contabilística no Apoio à Tomada de Decisão:As características qualitativas das demonstrações financeiras

antónio henriques martins GuerreiroProfessor auxiliar | Departamento de Gestão | universidade de Évora

Dinâmicas da Gestão

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Actual

a estação elevatória de Pedrógão foi inaugurada, na semana passada, pela assunção Cristas.

CCDR Alentejo acolhe no edifício sede parte dos Serviços da Agência Portuguesa de AmbienteA Comissão de Coordenação e Desenvol-vimento Regional do Alentejo e a Agên-cia Portuguesa do Ambiente assinaram um acordo para que parte serviços da APA / ARH Alentejo passem a funcionar no edifício da CCDR Alentejo.

Com a partilha do espaço da CCDRA, acolhendo parte dos serviços da ARH Alentejo sediados em Évora, estes dois organismos conseguirão uma redução significativa de custos de funcionamen-to, uma sinergia de capacidades logísticas e, em especial, uma melhoria das condi-ções da prestação do serviço público por parte da ARH Alentejo.

A assinatura do acordo entre as duas entidades foi efectuada no decorrer de uma reunião de trabalho realizada na

D.R.

Concluido sistema de captação de água na barragem de PedrógãoO Grupo DST concluiu a construção do sistema de elevação primário para captação de água da Barragem do Pe-drogão, um investimento superior a 15 milhões de euros que confirma o papel de referência da empresa na execução de infraestruturas hidráulicas de gran-de dimensão. Este projeto é também um ponto central do sistema do Alque-va, para cuja implantação o Grupo DST tem contribuído de forma decisiva.

A obra agora concluída visa a capta-ção de água na barragem, através de uma conduta de aspiração de grandes dimensões, estrutura que irá alimen-tar o reservatório de Pedrógão a partir de uma conduta elevatória com 2500 milímetros de diâmetro, assim como a instalação de comportas submersas e a estação elevatória e respetiva subesta-ção.

A Estação Elevatória Principal de Pedrógão está dimensionada para ele-var 12,55 m3/s de água, com uma altu-ra manométrica de 78 metros, estando equipada com seis grupos eletrobomba montados em paralelo. Já a conduta elevatória de ligação entre a estação e o reservatório, parte de uma tubagem de betão armado, com alma de aço, numa

extensão total de 2800 metros. Estas infraestruturas são centrais

para o funcionamento do Reservatório de Pedrógão, que tem uma capacidade total de armazenamento de 223 mil metros cúbicos de água e de onde parti-rá o abastecimento a diferentes pontos de consumo na região, designadamen-te a Albufeira do Peso, Monte das Al-deias, Reservatório de Selmes, Albufei-ra do Paço, Bloco do Monte das Cortes de Cima, Monte das Cortes de Baixo, Reservatório do Monte do Malheiro, Bloco da Herdade da Rabadoa, Albufei-ra da Quinta de São Pedro e Barragem de S. Pedro.

O Grupo DST teve a seu cargo os traba-lhos de construção civil, fornecimento, montagem e ensaios de equipamentos, instalações elétricas e serviço experi-mental, utilizando as tecnologias mais avançadas para a prossecução de uma obra referencial na área da hidráuli-ca, sector onde é já um incontornável player no mercado.

A Estação Elevatória de Pedrógão foi inaugurada, na semana passada, pela ministra da Agricultura, Ambiente, Mar e Ordenamento do Território, As-sunção Cristas.

Comissão de Coordenação e Desenvolvi-mento Regional do Alentejo e onde esteve presente o Senhor Secretário de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território, Dr Paulo Lemos, e dirigentes das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Re-gional do Alentejo, Algarve, Centro, Lisboa e Vale do Tejo e Norte, da APA – Agência Portuguesa do Ambiente, da ARH Alente-jo e da Direcção Geral do Território.

Na reunião debateram-se várias maté-rias: legislação sobre ambiente e ordena-mento do território, apresentação da pro-posta de orientação técnica sobre as áreas de elevado risco de erosão hídrica do solo, regulamentação de taxas e outras recei-tas e racionalização do uso do património público.

Cáritas preocupada com desemprego e exclusão socialA Cáritas Portuguesa alertou para as consequências do desemprego no país, numa mensagem para o 1.º de Maio, lembrando as pessoas “atiradas” para o “beco da exclusão social” e as “periferias da participação cidadã”.

“Neste dia lembramos os direitos fun-damentais dos trabalhadores, sendo que o primeiro é o acesso ao trabalho e à sua manutenção”, referiu a organização católica para a solidariedade e a ação so-cial, em comunicado

De acordo com os números divulga-dos nesta terça-feira pelo Eurostat, a taxa de desemprego no mês de março

em Portugal permaneceu nos 17,5%.“Isto quer dizer que o acesso ao traba-

lho está a ser negado a muitos cidadãos que vêm assim as suas vidas atiradas para o beco da exclusão social”, assina-la a Cáritas, recordando que esta taxa “nunca foi tão elevada como é hoje”.

A mensagem fala num “sentimento de medo” que condiciona os trabalha-dores e os leva a “aceitar todas as regras e todas as imposições”.

“Não podemos permitir que isto acon-teça. Não podemos permitir que ter um emprego, seja ele qual for e em que con-dições, se torne uma atitude de resigna-

ção”, sustenta a Cáritas.A organização católica realça que a

falta de emprego implica a perda de rendimentos financeiros e também de “estatuto social” numa sociedade que mede “o sucesso em função da capaci-dade de consumir e produzir riqueza”.

“Não é só a falta de trabalho que retira dignidade à vida, é a falta de horizontes e de perspetivas”, destaca a mensagem para o 1.º de Maio deste ano.

Segundo a Cáritas, muitos portugue-ses estão a enfrentar “situações que nunca esperariam viver ou ver viver de perto” e é necessário encontrar novas

respostas.“Não podemos esperar que os progra-

mas e planos de combate ao desempre-go sejam hoje os mesmos que eram há 5 anos”, sublinham os responsáveis pela organização.

A Cáritas Portuguesa concluiu a men-sagem para o Dia do Trabalhador com uma manifestação de solidariedade “a todos os que estão sem trabalho ou o têm, mas não recebem salários”, assegu-rando a todos que não “cruzará os bra-ços na procura de caminhos que levem Portugal a ser um país de maior justiça social”.

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Actual

o primeiro é o ministério da segurança social com um corte previsto de 819 milhões de euros.

Educação com corte de 756 milhões de euros até 2015Até 2015, o Governo tenciona cortar 756 milhões de euros nas despesas do Minis-tério da Educação e Ciência, que será as-sim o segundo mais afectado pelo pacote de medidas anunciado nesta sexta-feira pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

O primeiro é o Ministério da Seguran-ça Social com um corte previsto de 819 milhões de euros. Esta previsão consta de uma carta que foi enviada à troika pelo Governo. Estes cortes têm apenas em conta as medidas sectoriais que irão ser aplicadas, não incluindo a poupan-ça que o Governo pretende realizar por exemplo através das desvinculações e da mobilidade especial (892 milhões de eu-ros), que é o regime que espreita os pro-fessores que no próximo ano lectivo fi-quem sem turmas para ensinar, ou com o aumento do horário de trabalho para 40 horas ( 612 milhões).

Segundo Mário Nogueira, líder da Fe-deração Nacional de Professores, o nú-mero de professores com horário zero poderá vir a ser fixado entre “os 10 mil, que a troika apontou como dispensáveis, e os 14 mil sugeridos pelo FMI”. Com as novas normas de mobilidade especial que entrarão em vigor já este ano, um funcionário público neste regime estará no desemprego ao fim de 18 meses.

Nogueira não tem dúvidas de que o au-mento do horário de trabalho será acom-panhado por mais horas de componente lectiva. “ Se não fosse assim o Governo não atingiria o seu objectivo, que é o de despedir pessoas”, comentou ao PÚBLI-CO. Se o aumento da componente lecti-va for proporcional ao do horário de tra-balho (14%) isso significará “mais duas a três horas de aulas” para os professores, o que levará a que fique em causa o traba-lho de cerca de 12 mil docentes, alertou.

“O Governo é responsável por um cri-me social, mas também por um crime educativo porque vai pôr em causa a qualidade de desempenho dos profes-sores e com isso prejudicar os alunos”, acusou Nogueira, que chama a atenção para o efeito explosivo da combinação agora avançada pelo Governo: “conjugar o aumento da idade de reforma com o o

aumento das horas de aulas dos profes-sores”. O que impedirá também o “reju-venescimento do corpo docente, que é fundamental”, disse.

A Federação Nacional da Educação (FNE) anunciou em comunicado, divul-gado na noite desta sexta-feira, que uti-lizará “todos os recursos de que dispõe para combater e evitar” as novas me-

didas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro. A FNE indica que conta “utilizar integralmente” o espaço anunciado por Passos Coelho para a ne-gociação destas medidas, mas alerta que não estará disponível para subscrever “soluções que se limitem a somar auste-ridade à austeridade” e que, no caso dos professores, levarão a uma diminuição

da qualidade de ensino.É o que se passará, alerta, caso o au-

mento do horário de trabalho semanal para 40 horas implicar também mais ho-ras de aulas para os professores. Actual-mente estes têm de assegurar 22 horas de aulas por semana. Por comparação com os outros países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econó-mico (OCDE), “os professores portugue-ses já são dos que estão obrigados a mais tempo de trabalho directo com os alu-nos”, lembra a FNE, que frisa de seguida: “Professores com muitos alunos e com muitas aulas não são garantia de bons resultados escolares, pelo contrário”.

Esta preocupação é também partilha-da pelo presidente da Associação Na-cional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira. “O aumento para 40 horas só por si não me preocupa, porque essas são as horas que muitos professores já traba-lham por semana, se tivermos em conta todo o trabalho que desenvolvem extra-aulas. Agora se tal implicar um aumento da componente lectiva, então sim ficarei muito preocupado pelos impactos na qualidade de ensino. Vai ser arrasador ter mais alunos por turmas e mais horas de trabalho directo com estes”, diz

Manuel Pereira chama também a atenção para o facto de os problemas de ordem social provocados pela actual cri-se se estarem a reflectir “de forma arrasa-dora nas escolas”. “Há mais indisciplina, mais desmotivação, o insucesso escolar tende a aumentar e mais horas de aulas para os professores significa sobrecarre-gar mais quem já está sobrecarregado”, diz.

Em Março, o ministro da Educação, Nuno Crato, garantiu no Parlamento que no próximo ano lectivo não have-ria alterações nem no horário de traba-lho dos professores nem nas reduções de tempo de aulas para os docentes a partir dos 50 anos. Mas após ter sido conhecida a decisão do Tribunal Cons-titucional, em Abril, Crato apressou-se a dizer que esta “muda muitas coisas”. Segundo Passos Coelho, as alterações no horário da função pública são para aplicar já neste ano.

Mora reforça apoio a idososDesde esta terça-feira, que podem benefi-ciar das vantagens do Cartão Municipal do Idoso todos os Reformados, Pensio-nistas e Idosos do Concelho de Mora que tenham uma reforma até 400 Euros, ao invés dos 350 Euros em vigor até agora.

Com esta nova alteração, “significativa nos tempos actuais de crise”, conforme diz o Presidente da Câmara Municipal, Luís Simão, o número de idosos a deter as vantagens do cartão, actualmente de 1344, deverá subir para cerca de 1600.

De acordo com o autarca, “esta medida surge porque o actual momento em que o País se encontra não favorece em modo algum os nossos reformados, pensionis-

tas e idosos, que cada vez mais se encon-tram em situações precárias e de miséria, que muitas vezes a sua pequena reforma apenas dá para a sua alimentação. Esta medida tem como principal objectivo ajudar que mais precisa e abranger um maior número de idosos no nosso Con-celho. Na actual crise em que vivemos, é fundamental encontrar soluções e medi-das que ajudem e favoreçam quem mais precisa”.

Só em 2012, o município deu benefícios de 61.887,69 euros na comparticipação de medicamentos aos detentores daquele Cartão, número que associado aos bene-fícios dados desde a sua implementação

soma cerca de 1 milhão e 527 mil euros em 12 anos.

O Cartão Municipal do Idoso foi cria-do para apoiar os mais desfavorecidos e garantir uma vida de melhor qualidade, beneficiando reformados, pensionistas e idosos residentes no Concelho há pelo menos um ano e cujas reformas não ul-trapassem os, agora, 400 euros mensais.

No ano passado, foram efectuados 150 serviços da Oficina Domiciliária, mais 23 por cento que no ano anterior, que é uma das vantagens inseridas no cartão e que, de forma grátis, permite que a edilidade realize reparações nas casas dos benefi-ciários, como pequenos arranjos domés-

ticos nas áreas da eletricidade, águas, e ainda pequenas obras de construção ci-vil. 910 serviços efectuados desde a im-plementação do projecto em 2008.

O titular do Cartão do Idoso tem ainda descontos de 50 por cento em todas as ta-xas e licenças camarárias; comparticipa-ção em igual percentagem na parte que cabe ao utente na aquisição de medica-mentos (comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde) e comparticipação também em 50 por cento na aquisição de bilhetes de cinema e entradas nos cam-pos de futebol do Concelho.

Mora tem 5.009 habitantes (censos 2011), dos quais 30 por cento são idosos

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Destaque

mafalda Gameiro recebeu uma menção honrosa.

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Teresa Firmino do jornal Público foi a jornalista vencedora

Perceber como funciona a reação quími-ca que leva células cancerosas a suicida-rem-se, representa uma esperança no tra-tamento das doenças oncológicos e deu a Teresa Firmino, jornalista do Público, o primeiro lugar da 2ª Edição do Prémio de Jornalismo LPCC/SPMSD, no valor de 7.500 euros.

O artigo foi publicado no jornal Públi-co no dia 27 de novembro de 2012, é in-titulado “Cientistas portugueses obrigam células cancerosas a suicidarem-se” e descreve a descoberta de uma equipa de cientistas do Instituto de Biologia Mole-cular e Celular (IBMC) da Universidade do Porto, que conseguiu provocar o suicí-dio de células responsáveis por tumores, através técnicas laboratoriais. A equipa de cientistas já solicitou a patente para utilização na Europa.

A jornalista do programa “Linha da Frente” da RTP, Mafalda Gameiro recebeu uma menção honrosa, pela sua reporta-gem “No seio de mim”, que retrata o tra-balho desenvolvido pela Unidade de pa-

tologia mamária da Maternidade Alfredo da Costa, junto de mulheres com cancro da mama.

Recorde-se que o Prémio de Jorna-lismo LPCC/SPMSD, desenvolvido pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e a Sanofi Pasteur MSD (SPMSD), tem como objetivos distinguir o melhor tra-balho jornalístico na área de oncologia e o que mais contribuiu para informar e esclarecer o público sobre a doença onco-lógica e sua prevenção, quer através da sensibilização da população para a do-ença, informando sobre comportamen-tos de risco e prevenção, ou explorando os avanços recentes da medicina para melhorar a qualidade de vida dos doen-tes oncológicos.

O júri foi composto pelo Professor Dou-tor Daniel Serrão, Professora Doutora Maria Vieira da Silva, pelo jornalista An-tónio Mateus, Dra. Cristina Lains (Sanofi Pasteur MSD) e Eng. Francisco Cavaleiro Ferreira (Liga Portuguesa Contra o Can-cro.)

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Destaque

Para incentivar a recolha de determinados equipamentos, a erP Portugal criou um sistema de créditos.

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Igreja celebra Dia Mundial das Comunicações

O arcebispo de Évora disse terça-feria na cidade alentejana que as redes sociais são “bem-vindas” para fortalecer as rela-ções entre pessoas, antecipando o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que a Igreja Católica vai celebrar no domingo.

“As redes sociais são bem-vindas: per-mitem partilhar os conhecimentos, a vida e a fé também. Abrem a porta aos contactos diretos e à vida de comunida-de”, declarou D. José Alves, num encontro com jornalistas.

Segundo este responsável, espaços como o Facebook ou o Twitter podem “fortalecer o tecido social, construir a unidade e alimentar o diálogo e o debate, concretizar ideias e aspirações”.

O Dia Mundial das Comunicações So-ciais 2013 tem como tema ‘Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização’, por decisão de Bento XVI.

D. José Alves comentou o tema, lem-brando que há “alguns limites e perigos até” nas redes sociais, que “carecem de critérios valorativos” para que “o sensa-

cionalismo, a popularidade e o ruído não sufoquem a razão”.

“Desejável é que as redes sociais sejam usadas como instrumento de desenvol-vimento humano e de promoção dos valores perenes do evangelho: a justiça, a verdade, a beleza e o bem. Que ajudem a quebrar o isolamento em que vivem mergulhados tantos seres humanos”, con-cluiu D. José Alves, citado pelo Departa-mento de Comunicação Social da Arqui-diocese de Évora.

A celebração do Dia Mundial das Co-municações Sociais, este ano a 12 de maio, vai ser antecedida em Portugal por uma sessão de apresentação, esta quarta-feira, às 16h00, no auditório do Fórum Pi-coas (Lisboa), com intervenções de Filipa Martins (Portugal Telecom), Bento Olivei-ra (iMissio) e D. Pio Alves (presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Cul-turais e Comunicações Sociais).

A sessão vai ter transmissão na inter-net, em videos.sapo.pt, videos.sapo.pt/agenciaecclesia e na televisão, através do Meokanal ‘Ecclesia’ (524995).

Escolas Alentejanas em destaque na campanha Geração DepositrãoA Geração Depositrão, da ERP Portugal, en-volve mais de 640 Eco-Escolas nacionais no tema da gestão de REEE (Resíduos de Equipa-mentos Elétricos e Eletrónicos) e RP&A (Resí-duos de Pilhas e Acumuladores). A 5ª edição da campanha terminará no final do ano le-tivo, momento em que serão selecionadas as escolas com melhor performance nas duas atividades que integram este projeto:

a) Recolha de REEE e RP&b) Desafios criativos sobre o tema, seg-

mentados por níveis de escolaridade.Até ao momento, e com base nas recolhas

realizadas, a ERP Portugal verificou que as escolas da região do Alentejo (Concelho de Odemira) lideram o top 5 do ranking – EB de Sabóia Nº 1 (5740 créditos) e EB23 Damião de Odemira (4840 créditos); estas escolas fazem-se acompanhar pelo Agru-pamento de Escolas de Cercal do Alente-jo – 4659 créditos (distrito de Setúbal), EB1 Cabanas de Tavira – 2330 créditos (distrito de Faro) e EB23 do Bairro Padre Cruz – 1669 créditos (distrito de Lisboa).

Sobre a importância desta iniciativa, o responsável do Agrupamento de Escolas de Cercal do Alentejo referiu “a Geração Depositrão incentiva o trabalho em equipa dos alunos/professores e o contacto direto

com a população, empresas e entidades do concelho. Como tal, continua a ser funda-mental sensibilizar a comunidade escolar e local para o correto encaminhamento dos REEE’s, reforçar os comportamentos dos três R’s e promover a adoção de comporta-mentos adequados quanto à reciclagem e proteção do meio ambiente” Já a Escola de Damião de Odemira acrescentou “o projeto tem permitido trabalhar valores como o respeito, colaboração e interajuda entre os alunos, a comunidade educativa e local,

que se têm empenhado na ação, manifes-tando a preocupação com o nosso planeta terra.” A EB de Sabóia Nº 1 explicou ainda “a nossa escola já é uma referência para quem quer, responsavelmente, deixar do seu “mono”e são frequentes as vezes em que os alunos trazem referências de algum REEE para transportar para a escola”.

Para incentivar a recolha de determina-dos equipamentos, a ERP Portugal criou um sistema de créditos, uma novidade no projeto Geração Depositrão, em que cada

equipamento representa um número de créditos: Máquinas de lavar roupa, loiça ou de secar roupa equivalem a 50 créditos; frigoríficos, congeladores, arcas, aparelhos de ar condicionado representam 25 pontos; televisões ou monitores, LCDs, plasmas, LEDs somam mais 10, sendo que o Depo-sitrão cheio corresponde a 100 créditos. As lâmpadas e as pilhas são avaliadas ao peso.

Filipa Moita, Responsável de Comunica-ção e Sensibilização da ERP, refere que «esta edição reforça o sucesso do projecto a nível nacional, que tem como missão introduzir o tema da gestão de REEE e pilhas usadas no conjunto de boas práticas ambientais e na formação dos cidadãos, de forma a des-pertar a consciência das crianças e dos jo-vens para o assunto, associando a respon-sabilidade ambiental às preocupações dos cidadãos desde pequenos».

No final da campanha, as escolas que somarem maior número de créditos (total de 6), serão distinguidas com prémios ofe-recidos pelos patrocinadores da campanha. Cada escola receberá os seguintes prémios:

. Orima - 1 micro-ondas;

. Pingo Doce - 500€ em bens essenciais a doar a uma instituição de cariz social;

. Worten – 1000€ em equipamentos novos.

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Destaque

não é um projecto pioneiro. há já muitas iniciativas semelhantes, inclusive em Portugal.

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Borra de Café - Produção de CogumelosHá um distribuidor de clássicos do cine-ma norte-americano que, por causa de uma ideia surgida em África, agora trans-forma bicas em croquetes na Holanda. Estranho? Bem-vindos ao mundo da reci-clagem do café.

É num armazém meio escondido entre sebes, numa pequena propriedade rural perto de Alkmaar, 60 quilómetros a norte de Amesterdão, que Jan Willem Jansen, dono da distribuidora Ignite Films, põe em prática a sua ideia.

Ali dentro, em câmaras especiais que garantem a temperatura e a humidade certas, produzem-se 350 quilos de cogu-melos por semana, aproveitando um lixo que qualquer mortal urbano conhece bem: a borra do café.

Não é um projecto pioneiro. Há já mui-tas iniciativas semelhantes, inclusive em Portugal. Mas neste caso, conseguiu-se juntar elos suficientes para se obter um ciclo completo, em que a própria rede de cafés e restaurantes que se quer desfazer daqueles resíduos adquire e revende o produto da sua reciclagem.

A ideia nasceu de um problema. Desde 1999 que a mulher de Jan Jansen man-tém um orfanato com 72 crianças no Zim-babwe. Confrontada com a dificuldade de acesso a produtos básicos, a instituição começou a plantar parte da sua comida, incluindo cogumelos, cultivados num substrato de palha de café. Numa visita ao local, Jan Jansen imaginou que seria possível adaptar a ideia à realidade da Holanda, onde, como em qualquer país europeu, diariamente são servidos mi-lhões de cafés.

Daí nasceu a Green Recycled Organics (GRO), que agora processa semanalmente 2500 quilos de borra de café, recolhidos em restaurantes da rede holandesa La Place, com quem foi estabelecida uma parceria.

Os próprios restaurantes separam o ma-terial em baldes plásticos, que depois são recolhidos e encaminhados para a GRO, perto de Alkmaar. A partir daí, o processo é simples. Ao pó já usado são adicionados esporos de cogumelo ostra (Pleurotus os-treatus). A mistura fica a incubar durante quatro semanas, em grandes sacos plásti-cos cilíndricos, pendurados numa espé-cie de estufa. Depois, passam para outro recinto onde, em dez dias, de cortes feitos nos sacos vão emergindo os cogumelos, como se brotassem de um tronco de árvo-re.

A colheita é vendida a 5-6 euros o quilo para a própria rede La Place, que a utili-za ou revende. A GRO dá ainda um passo

suplementar, produzindo croquetes ve-getarianos com os cogumelos, com uma marca própria, que também vai parar aos pratos e prateleiras da La Place.

Na prática, uma bica tomada num dos seus restaurantes acaba por retornar sob a forma de novo alimento. “Isto é a econo-mia circular”, resume Jan Jansen.

70.000 toneladasA quantidade de pó que sai da máquinas de café e vai normalmente para o lixo não é insignificante. Em Portugal, este tipo de resíduos soma algo entre 65 e 70 mil toneladas por ano, segundo João Ca-valeiro, que desde 2012 mantém um pro-jecto semelhante à GRO. Neste caso, são

pequenas caixas vendidas em lojas gour-met e outros estabelecimentos, com a bor-ra de café já inoculada com os esporos e pronta a produzir.

A ideia é pôr os cidadãos a produzirem os cogumelos em casa. “Serve também para combater uma cerca micofobia [aversão aos fungos] que existe em Portu-gal”, afirma Cavaleiro, um biólogo de 32 anos que se juntou a mais dois parceiros, Tiago Marques e Rui Apolinário, neste projecto nascido em Almeirim.

Por mês são recolhidas cerca de duas toneladas de borra nos restaurantes da re-gião, que resultam em 1500 a 1600 caixas EcoGumelo.

Seja em grandes sacos ou pequenas caixas, depois dos cogumelos terem sido colhidos, a borra volta a se transformar num resíduo, que no entanto pode ser uti-lizado em vasos ou hortas. “É um bom fer-tilizante”, diz Fernando Castro, de outra empresa portuguesa que produz caixas para a produção doméstica de cogume-los, a CogusBox. São 300 por semana, cada qual contendo um quilo de borra de café, mas também restos de cartão e de rolhas, que também são bons substratos. “Há em-presas que pagam para se verem livres do cartão”, afirma Fernando Castro.

A reciclagem – ou antes reutilização – dos produtos associados a uma simples bica também se estende às embalagens, como as que Alessandro di Lella, um holandês filho de italiano, recolhe junto de diversos estabelecimentos de restau-ração em Haia. Uma vez limpas, abertas e alisadas, são costuradas em forma de malas e sacolas, vendidas como artigos de moda, a preços que começam nos 20 euros.

“Se enviássemos isso para ser produzi-da algures na China, custaria menos”, diz Lella. “Mas dessa forma não estaríamos a salvar o ambiente”.

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a circulação das obras da artista por território português é a concretização de um sonho da própria artista.

Radar

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Exposição itinerante com obras de Lygia Clark percorre onze cidadesDesde a úlitma 6f e até junho de 2013, uma exposição itinerante montada sobre um camião, inteiramente adaptado para esse objetivo, vai percorrer Portugal e mostrar o trabalho da artista LygiaClark (1920-1988), uma das mais expressivas ar-tistas contemporâneas brasileiras, que se autointitulou de “não artista”.

A exposição “Lygia Clark: Caminhan-do, em busca do próprio caminho”, que faz parte da programação oficial do Ano do Brasil em Portugal e de Portugal no Brasil, promete ainda extrapolar os limi-tes do próprio camião e exibir as réplicas das obras à sua volta. Dentro estão expos-tos os objetos sensoriais e relacionais e, na parte de fora, espalhados pelo seu entor-no, ficam as obras de maiores proporções, além da exibição de vídeos sobre a artista.

A obra de Lygia Clark, que é fundamen-tada na percepção, na revelação de níveis de significado e na experiência junto ao objeto, contará com monitores para acom-panhar os visitantes durante o percurso da exposição, a fim de orientá-los na ma-nipulação dos objetos e facilitar essa in-teração entre o indivíduo e a arte que a artista propõe.

A circulação das obras da artista por ter-

ritório português é a concretização de um sonho da própria artista: “O que eu gosta-ria de fazer é o seguinte: levar os bichos para Portugal e fazer, de lá até onde possa chegar, exposições em praças públicas. (...) Seria uma maneira de provar ser esta

uma arte ‘verdadeiramente participante’ no mais alto sentido(...). Compraria um trailer que se chamaria ‘Caminhando’ e faria uma espécie de excursão de ciganos. Como eu adoraria! Seria a maior aventura da minha vida”.

A Herdade do Monte da Ribeira (HMR), empresa vitivinícola da Vidigueira, Alentejo, está desde ontem com três marcas de vinho num stand próprio na SIAL China 2013, o evento mais repre-sentativo do setor alimentar e bebidas daquele país asiático.

Produtora das marcas Pousio, Varal e Quatro Caminhos, é nesta última mar-ca – o seu topo de gama - que a empresa aposta para seduzir os apreciadores chi-neses, dando continuidade à experiên-cia já efetuada no ano anterior. Em 2012, a HMR exportou cerca de 10 mil garra-fas, e para 2013 conta aumentar este re-gisto para cerca de 40 mil garrafas.

Sendo um mercado de grande futuro e dimensão, o mercado chinês tem par-ticularidades que são bem conhecidas dos responsáveis da HMR. De acordo com António Nora, Diretor de Vinhos da HMR, ‘o mercado chinês tem de ser trabalhado com paciência. É necessário ganhar total confiança e credibilidade dos seus empresários. Não é, de todo, um mercado no qual se possa entrar imediatamente.’

A China é um dos maiores mercados mundiais de consumo de alimentos e bebidas, apresentando uma taxa de crescimento anual de mais de 10%.

Herdade do Monte da Ribeira

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Destaque

uma viagem desde o Gótico até ao século XX.

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Festival «Terras Sem Sombra» ajuda a reforçar empatia entre o público e o sagrado

A dinamização do património religioso alentejano, em paralelo com a preserva-ção da biodiversidade local, são temas em destaque no festival de música sacra ‘Terras Sem Sombra’, que está a ser pro-movido pela Diocese de Beja.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o diretor geral do certame, José António Falcão, destaca a aposta na realização de concertos dentro do espaço das igrejas, que tem favorecido a cons-trução de uma “relação empática” entre o público e o sagrado.

“As igrejas do Baixo Alentejo são um palco privilegiado para este tipo de mú-sica, dada a sua acústica e a sua aura espiritual, são espaços que convidam a sonhar”, realça.

De acordo com o responsável pelo De-partamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, o programa do festival permite recuperar “parte da memória” cultural do território, através da utilização de “monumentos e paisa-gens de grande beleza”.

No último sábado, centenas de pesso-as encheram a igreja matriz de Grândo-la para assistirem a um dos espetáculos mais emblemáticos da 9.ª edição do Ter-ras Sem Sombra, este ano especialmente dedicado à história da polifonia.

Ao som da flauta de Pã do artista fran-cês Pierre Hamon, acompanhado pelo barítono Marc Maurillon, a violetista Vi-vabiancaluna Biffi e o alaudista Michaël Grébil, as pessoas tiveram oportunidade de escutar obras do “famoso compositor e poeta da era do Gótico”, Guillaume de Machaut (1300-1377).

“Machaut foi um dos principais im-pulsionadores da polifonia, imbricando admiravelmente o Sagrado e o Profano”, recorda Paolo Pinamonti, diretor artisti-co do certame.

No domingo, a organização apostou numa ação de sensibilização ambiental na Herdade das Faias, em Grândola, re-lacionada com a preservação do “monta-do de sobro, paisagem caraterística desta região”.

Através de uma parceria desenvolvi-da com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, crianças, ado-lescentes e jovens tiveram ocasião de co-nhecer melhor “uma prática semelhante ao pousio” que constitui “um bom exem-plo de maneio sustentável” da natureza, neste caso do sobreiro.

Está prevista “uma viagem desde o Gótico até às vanguardas do século XX”, tendo como pano de fundo “uma ali-ciante visão da história do Contraponto”.

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SEMANÁRIO

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 751 179 Fax 266 751 179Email [email protected]

1162 militares da GNR vão re-forçar as ações de segurança no País durante o verão, dos quais cerca de um terço serão destaca-dos para o Algarve, anunciou o Ministro da Administração In-terna, Miguel Macedo, na apre-sentação no dispositivo para o Verão de 2013, em Faro, onde estiveram presentes os diretores nacionais da PSP e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), entre outros.

«Não é atirando com mais 500 ou 600 elementos para o terreno que se resolvem os problemas», afirmou o Miguel Macedo, acres-centando que o reforço apresen-tado é necessário e que o Minis-tério da Administração Interna não tem vivido em «sobressalto orçamental». «As forças de segu-rança têm feito uma gestão ade-quada e é assim que vai continu-

ar a ser» referiu Miguel Macedo.O reforço nacional permanente

da GNR, para o período de 1 de ju-nho a 15 de setembro, será de 480 efetivos (150 dos quais para o Al-garve), sendo o reforço adicional não permanente para atuação em eventos desportivos ou mu-sicais de grande dimensão de 682 homens (224 para o Algarve).

Quanto ao reforço permanente de 150 militares para o Algarve, o mesmo será dividido em dois pe-lotões de manutenção da ordem pública (60 homens), igual núme-ro de guardas recém-formados, duas equipas da patrulha de apoio ao turista, seis binómios ci-notécnicos (homem e cão) e duas esquadras de cavalaria.

Relativamente ao reforço não permanente para a região, serão destacados 78 militares para a concentração de motos, 46 para

o torneio internacional do Gua-diana, 50 para o Festival do Su-doeste em Odeceixe, e igual nú-mero para o festival de música em Sagres.

A PSP, por sua vez, vai refor-çar a segurança no Algarve com cerca de 34 agentes, o que per-mitirá elevar para 873 o número de efetivos do comando de Faro daquela polícia.

Foi também apresentado o projeto «Algarve - Destino Segu-ro», que envolve o Comando de Faro da PSP, o Turismo do Algar-ve e a Universidade do Algarve (UAlg) e que prevê a realização de inquéritos aos turistas e à população residente, que serão depois validados pela UAlg, e o desenvolvimento de uma apli-cação para smartphones, pela Faculdade de Ciências e Tecno-logia daquela universidade.

Évora

“A Arte de Trabalhar o Ferro”O MADE - Museu do Artesanato e do Design, em Évora, inaugurou a exposição temporária “A Arte de Trabalhar o Ferro”, esta terça-feira.Da autoria do artista António Moreira, a mostra é composta por um conjunto de peças em ferro que, concebidas de forma arte-sanal, podem ter funções meramente decorativas ou também utilitárias, como por exemplo cadeiras ou candeeiros. “A Arte de Trabalhar o Ferro” vai estar patente ao público até 28 de Julho, de terça a sexta-feira, das 9h30 às 18h00, e sábado e do-mingo das 9h30 às 13h00 e das 14h00 às 18h30.Recorde-se que o MADE alberga a colecção do an-tigo Museu do Artesanato/Centro de Artes Tradicionais e aposta na promoção da memória dos ofícios tradicionais do Alentejo, inserindo a produção artesanal no contexto do design e explorando, assim, novas conotações sociais e antropológicas.

Segurança

D.R.

O arcebispo de Évora disse esta ter-ça-feira que o Interior de Portugal está a viver uma situação “crítica” e alertou para o aumento dos pedi-dos de ajuda que chegam às insti-tuições católicas de solidariedade.

“O interior do país está a atraves-sar uma situação muito crítica e a evoluir num sentido negativo”, afirmou D. José Alves, num en-contro com jornalistas a respeito do 47º Dia Mundial das Comuni-cações Sociais, que a Igreja Católica vai celebrar no domingo.

Segundo este responsável, o número de pessoas que “batem à porta” em busca de ajuda tem cres-cido “diariamente”.

“Nós não temos resposta para todos os problemas”, admitiu D. José Alves, que elogiou a ação da Cáritas, em particular, no que diz respeito à “alimentação, vestuário, despesas de água e luz”.

O arcebispo de Évora deu como exemplo as famílias que “têm de entregar a sua casa” aos bancos porque estão sem dinheiro para pagar a prestação mensal.

“As pessoas que batem à porta são pessoas que há algum tempo não tinham necessidade disso, porque tinham o seu emprego e vencimento mensal”, precisou o prelado.

Interior vive Crise profunda

Igreja

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GNR vai reforçar a segurança no País durante o Verão