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Ano VI - nº 28 Janeiro / Fevereiro 2015 www.antaq.gov.br SETOR PORTUÁRIO MOVIMENTA 969 MILHÕES DE TONELADAS "ANTAQ É REFERÊNCIA NA PRODUÇÃO DE DADOS ESTATÍSTICOS", DIZ MÁRIO POVIA EM ENTREVISTA Páginas 5, 6 e 7 Páginas 10 e 11 Regulando e Fiscalizando o setor aquaviário Navegando edição 28.indd 1 23/02/2015 14:51:23

Regulando e Fiscalizando o setor aquaviário - ANTAQweb.antaq.gov.br/Portal/pdf/Navegando/2015/Jornal_Navegando_28_Jan... · marítimo e apoio portuário), na sua reunião ocorrida

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Ano VI - nº 28 Janeiro / Fevereiro 2015

www.antaq.gov.br

SETOR PORTUÁRIOMOVIMENTA 969 MILHÕES DE TONELADAS

"ANTAQ É REFERÊNCIA NA PRODUÇÃO DE DADOS ESTATÍSTICOS", DIZ MÁRIO POVIA EM ENTREVISTAPáginas 5, 6 e 7Páginas 10 e 11

Regulando e Fiscalizandoo setor aquaviário

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ícia EXPEDIENTE

carta ao LeItor

O setor portuário brasileiro continua em franca expansão. Em

2014, a movimentação de carga nas instalações portuárias nacionais

alcançou 969 milhões de toneladas, o que representa um aumento de

4% em relação a 2013. Os dados são do Anuário Estatístico Aquaviário

da ANTAQ, que foi divulgado em fevereiro.

Mais uma vez destaque para os terminais de uso privado. No ano

passado, os TUPs movimentaram 620 milhões de toneladas. Os portos

organizados fi caram com 349 milhões de toneladas.

As principais mercadorias movimentadas foram minério de ferro,

combustíveis/óleos minerais, contêineres, soja, bauxita, milho,

fertilizantes e adubos. Juntas, estas cargas signifi cam mais de 80% do

total movimentado no país, reforçando a importância das commodities

nos movimentos de cargas em portos nacionais.

Nessa primeira edição do Navegando a notícia em 2015, que celebra

o 13º aniversário da ANTAQ, o leitor terá três páginas sobre o Anuário

Estatístico Aquaviário, que detalha como o setor portuário brasileiro

se comportou no ano em relação à movimentação de carga. Além

disso, o estudo traz informações sobre o transporte de mercadorias

nas navegações marítima e interior.

Nessa edição, o leitor também saberá que a Diretoria da ANTAQ

aprovou nova norma para afretamento de embarcações nas

navegações marítima e de apoio (cabotagem, longo curso, apoio

marítimo e apoio portuário), na sua reunião ocorrida em 12 de fevereiro.

O novo regramento, que substitui quatro normativos anteriores, um

para cada área de navegação, visa propiciar condições favoráveis ao

crescimento sustentável da navegação marítima no país, reforçando a

proteção do mercado de navegação aos armadores nacionais.

Durante a audiência pública para aprimoramento da minuta da

norma, a Agência recebeu 640 contribuições de agentes do mercado

(Empresas Brasileiras de Navegação - EBNs, sindicatos e associações

representativas do setor). Desse total, 180 foram totalmente assimiladas

ao documento fi nal.

Por fi m, destaque para uma entrevista de duas páginas com o

diretor-geral da ANTAQ, Mário Povia.

Boa leitura.

Milhões e milhõesde toneladas

Jornal Navegando a Notícia

(versão impressa)

Ano VI - N° 28 - Janeiro / Fevereiro 2015

Mário Povia

Diretor-Geral

Adalberto Tokarski

Diretor

Fernando Fonseca

Diretor

Produção

Assessoria de Comunicação Social - ANTAQ

Yara rodrigues da Assunção

Chefe da Assessoria de Comunicação Social

jorge Lúcio

Jornalista

rodrigo duhau

Jornalista

Mayara Subtil

Estagiária

Maria inez Vaz dias Albuquerque

Relações Públicas

Projeto gráfi co

Flávio Madera

Críticas e sugestões:

Ouvidoria: 08006445001 ou (61) 2029-6576

Assessoria de Comunicação Social (ASC)

SEPN Qd. 514 - Conj. E - 1° andar - Asa Norte

CEP: 70760-545 - Brasília - DF

Telefone: (61) 2029-6520

[email protected] - www.antaq.gov.br

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cIcLo 2012-2015

A Secretaria de Planejamento e Coordenação Interna (SPL) divulgou informações sobre a agenda de atividades do planejamento estratégico da ANTAQ.

Com início em 2012 e previsão de fi nalização em 2015, o plano de ação está a cargo da SPL em conjunto com a Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) e as cinco superintendências da Agência.

O plano de ação é composto por quatro frentes de trabalho: a revisão dos indicadores e metas já estabelecidas durante a vigência da agenda; as ações estratégicas no planejamento operacional dos projetos em andamento previstos para 2015; as reuniões trimestrais de avaliação e desempenho para o monitoramento das ações, que ocorrerão entre os meses de abril, agosto e outubro; e o Seminário Rota 2020.

“O objetivo é complementar os projetos existentes desde 2012 com os atuais para alcançar as metas do Mapa Estratégico da ANTAQ. O relatório fi nal sobre a nova base de indicadores deve ser entregue para a Diretoria da autarquia até o fi m de fevereiro deste ano”, diz o secretário de Planejamento e Coordenação Interna, João Augusto Cabral.

Ações estratégicasDentre os projetos em andamento na agenda

de atividades está o Plano Diretor de Tecnologia da Informação 2014-2015. Com investimentos aproximados em R$ 7 milhões e sob a responsabilidade da STI, o plano pretende viabilizar 50 ações de desenvolvimento, aquisição de equipamentos e melhoria de software.

Além disso, existe a Agenda Ambiental e de Segurança Aquaviária, que deve estabelecer as ações prioritárias da autarquia no âmbito da sustentabilidade aquaviária. O projeto está sob a coordenação da Superintendência de Desempenho, Desenvolvimento e Sustentabilidade (SDS), com o intermédio da Gerência de Meio Ambiente

SPL divulga andamentos doplanejamento estratégico da AnTAQ

e Sustentabilidade. A proposta foi aprovada na reunião da Diretoria no dia 29 de janeiro de 2015.

Em fi nalização, o Plano de Ação do Programa de Qualidade de Vida da ANTAQ está sendo coordenado pela Superintendência de Administração e Finanças (SAF) em conjunto com a Gerência de Recursos Humanos (GRH). O plano conta com o apoio do Comitê de Qualidade de Vida.

Também há o Plano de Ação da Política de Segurança da Informação e Comunicações da ANTAQ, que aguarda a deliberação na Diretoria. O projeto deve ser executado por áreas distintas da Agência, perante a coordenação do Chefe de Gabinete.

Entre os projetos ainda previstos para 2015 estão o Plano de Ação para Implementação da Nova Política de Gestão de Pessoas, que será elaborado em conjunto com a SAF, GHR e SPL; a Agenda Regulatória e a adoção de elementos de Análise do Impacto Regulatório, que serão administrados pela Superintendência de Regulação (SRG).

ROTA 2020No segundo semestre de 2015, a Secretaria de

Planejamento e Coordenação Interna (SPL) pretende promover o evento Rota 2020 – Riscos e Oportunidades para o Transporte Aquaviário até 2020.

Com exclusividade para servidores da ANTAQ, a solenidade deve obter o máximo de subsídios para os workshops que serão realizados futuramente pelo Núcleo de Planejamento e Modernização da Gestão, com vistas à elaboração do ciclo de planejamento estratégico do período 2016-2020. Com isso, o Planejamento Orçamentário de 2016 deverá obter mudanças signifi cativas na elaboração e no acompanhamento do orçamento da Agência.

Fotos: ANTAQ

ANTAQ: objetivo é complementar os projetos existentes

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Aproximadamente 71% dos passageiros disseram que as embarcações são confortáveis. Cerca de 70% aprovaram a higiene dos navios. Quase

65% afirmaram que o transporte é pontual. Esses são alguns dados da Pesquisa de Satisfação dos Usuários dos Serviços de Transporte de Passageiros e Misto (Passageiros e Cargas) na Navegação Interior de Percurso Longitudinal Interestadual e Internacional, regulados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários.

O diretor da ANTAQ, Adalberto Tokarski, divulgou o resultado do levantamento durante entrevista coletiva em Belém na Unidade Regional da Agência, em 6 de fevereiro. “É importante ressaltar que a ANTAQ regula apenas os transportes interestadual e internacional. Esses números positivos demonstram que a regulação feita pela Agência está no caminho certo”, afirmou o diretor, destacando que todas as empresas que prestam esse serviço estão regularizadas junto à ANTAQ.

A pesquisa trouxe contribuições importantes sobre o perfil e a percepção dos usuários do transporte hidroviário. A coleta de dados aconteceu em quatro polos de atuação: Belém/PA, Manaus/AM, Porto Velho/RO e Macapá/AP. Foram realizadas 14.703 entrevistas em 80 embarcações de 64 empresas.

Entre os dados sobre o perfil do usuário estão sexo, idade, escolaridade, renda familiar mensal. Em relação à avaliação do transporte, o passageiro respondeu questões sobre o serviço de compra de passagem, atendimento dos funcionários da empresa de navegação, conforto e estado de conservação da embarcação, entre outros assuntos.

O levantamento mostrou que 59,1% desses passageiros são homens; 87,3% possuem renda familiar

Navegação INterIor

Maioria dos passageiros aprovaserviço de transporte interestadual

mensal de até quatro salários mínimos; cerca de 1% é portador de necessidades especiais; e 22,1% têm desconto ou gratuidade na passagem.

A pesquisa trouxe, ainda, que 51,8% dos usuários viajam por motivos de lazer/recreação. Além disso, cerca de 20% são passageiros frequentes. “O objetivo da pesquisa foi mensurar a satisfação dos usuários com os serviços prestados pelas empresas autorizadas pela ANTAQ no serviço de transporte longitudinal de passageiros e misto”, destacou o diretor da ANTAQ, Adalberto Tokarski.

O diretor da ANTAQ ressaltou que o transporte hidroviário constitui o principal meio de transporte de passageiros da Região Amazônica. O levantamento realizado pelo “Estudo da Caracterização da Oferta e Demanda de Passageiros no Transporte Fluvial da Região Amazônica”, desenvolvido pela ANTAQ, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), estimou que aproximadamente um milhão de pessoas é transportado, por ano, pelo transporte hidroviário de percurso interestadual e internacional, que é de competência da ANTAQ. Considerando outros percursos, esse número chega a 10 milhões de passageiros anualmente.

A ANTAQ realizou a Pesquisa de Satisfação dos Usuários dos Serviços de Transporte de Passageiros e Misto (Passageiros e Cargas) na Navegação Interior de Percurso Longitudinal Interestadual e Internacional a partir da empresa Peskize Informações Inteligentes, que foi responsável pelo levantamento e que foi contratada por meio de pregão eletrônico em janeiro de 2014.

ANTAQ

Divulgação

Tokarski ressalta que o transporte hidroviário é fundamentalpara a Região Amazônica

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estatístIcas

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A movimentação do setor portuário brasileiro em 2014 cresceu 4%. O Brasil movimentou, por via marítima, um total de 969 milhões de toneladas,

das quais 349 milhões em portos organizados (PO) e 620 milhões em terminais de uso privado (TUP).

“Isso quer dizer que 64% das cargas nacionais entram ou saem dos chamados TUPs, destacando-se, em especial, sua especialização no trato das chamadas commodities minerais e agrícolas”, explica Fernando Serra, gerente de Estatística e Avaliação de Desempenho da ANTAQ. Os números são do Anuário Estatístico Aquaviário de 2014, produzido pela ANTAQ.

As principais mercadorias movimentadas foram minério de ferro, combustíveis/óleos minerais, contêineres, soja, bauxita, milho, fertilizantes e adubos, representado, respectivamente, 36%, 21%, 11%, 5%, 4%, 3% e 3% do total da carga movimentada em 2014. Juntas, estas cargas significam pouco mais de 80% do total movimentado no país, reforçando a importância das commodities nos movimentos de cargas em portos nacionais.

Considerando-se a classificação dos tipos de carga em granel sólido, granel líquido e carga geral, tem-se que, respectivamente, suas participações na movimentação são 61%, 24% e 15%. Neste caso, o destaque fica por conta dos granéis sólidos, em especial, o minério de ferro.

Quando se separam os contêineres da carga geral, tem-se que representam 11% do total movimentado, deixando a carga geral solta com apenas 4%. Esse volume é significativo, pois a movimentação de contêineres é a

Setor portuário movimenta 969milhões de toneladas em 2014

que possui maior valor agregado em termos monetários.Conforme análise da Gerência de Estatística e

Avaliação de Desempenho, destaca-se o crescimento de 4% no volume total de cargas movimentadas, mesmo diante de um fraco desempenho da corrente de comércio. Explica-se este incremento pelo crescimento dos movimentos das principais commodities, como o minério de ferro (5%), fertilizantes e adubos (11%), carvão mineral (26%), alumina (12%) e soja (4%).

Saiba maisO Brasil continua sendo o país das “commodities”

quando se trata de movimentação de cargas em seus portos. Prova disso é a participação significativa do minério de ferro, correspondendo a 35% de toda carga movimentada em 2014.

Evolução da Movimentação Portuária(milhões de toneladas)

Fernando Serra: participação importante dos TUPs

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O Porto de Santos foi o que mais movimentou carga em 2014, tendo 27% de participação no total movimentado em portos organizados brasileiros.

Em segundo lugar, aparece o Porto de Itaguaí (18%). Em terceiro, Paranaguá (12%). Em quarto, Rio Grande (6%). Em quinto, Itaqui (5%).

Os 10 portos que mais movimentaram cargas em 2014 participaram com mais de 85% do total de cargas que passaram em portos organizados.

Em relação às instalações portuárias denominadas terminais de uso privado (TUP), a liderança ficou com o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (MA), com movimentação de 112,5 milhões de toneladas. Em segundo, aparece o Terminal de Tubarão, com 109,8 milhões de toneladas. Depois, vem o Terminal Almirante Barroso, com 53 milhões de toneladas.

“Em uma visão mais detalhada das relações entre mercadorias e instalações portuárias, nota-se que os

Porto de Santos e Ponta da Madeiralideram movimentação de carga

grandes movimentos de carga são feitos em TUPs, em especial, no trato de minério de ferro”, explica Fernando Serra, gerente de Estatística e Avaliação de Desempenho da ANTAQ.

O porto organizado que mais movimentou uma mercadoria específica foi Santos, com quase 33 milhões de toneladas efetivadas para contêineres. “Isso demonstra a grande vocação que os Portos Organizados ainda detêm para movimentarem este tipo de carga”, aponta Serra.

Outro aspecto importante, conforme o gerente, é o que se pode chamar de vocação de uma instalação portuária. Ao se analisar a distribuição das quinze principais mercadorias movimentadas em 2014, tem-se que os portos organizados destacam-se no movimento de contêineres e mercadorias do tipo granel agrícola, enquanto os TUPs caracterizam-se pela grande movimentação dos granéis sólidos e líquidos.

Movimentação (TUPs)

Movimentação (Portos Organizados)

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estatístIcas

Em 2014, a navegação de cabotagem representou 22% sobre o total de cargas movimentadas em todas as demais navegações. Isso equivale a 213 milhões

de toneladas. Em relação a 2013, houve aumento de 4%. “O setor da cabotagem continua merecendo

acompanhamento mais específi co. O incremento deste tipo de navegação é fundamental para maior equilíbrio entre os diversos modais que movimentam cargas no Brasil, além do aproveitamento da vasta costa brasileira”, ressaltou o gerente de Estatística e Avaliação de Desempenho, Fernando Serra.

As principais mercadorias movimentadas na cabotagem são combustíveis, bauxita e contêineres, representando, respectivamente, 66%, 13% e 10% do total de carga em 2014. “Destaca-se a grande participação do mercado de combustíveis neste tipo

Transporte na cabotagem cresce4% em 2014

O transporte em vias interiores teve crescimento de 1,21% no total de cargas transportadas em relação a 2013 (navegação interior, cabotagem

e longo curso em vias interiores). No ano de 2014, foram transportados cerca de 83,1 milhões de toneladas, contra 82,2 milhões de toneladas do ano anterior.

A cabotagem em vias interiores cresceu 2,71%. Já no longo curso em vias interiores, o crescimento foi de 1,06%. Por sua vez, o transporte exclusivamente na navegação interior cresceu apenas 0,17%.

Todavia, o volume de cargas transportadas na navegação interior por grupo de mercadoria indicou um crescimento signifi cativo para as três mercadorias mais transportadas nesse tipo de navegação: minério de ferro (19,6%), combustíveis e óleos minerais (15,7%) e soja (7,3%).

Transporte em vias interiores atinge 83 milhões de toneladas

“As informações produzidas pela ANTAQ evidenciam a opção logística pelo modal hidroviário, como é o caso da soja e do milho transportados na Região Amazônica. Até 2013, esses produtos partiam do centro-norte do Mato Grosso e seguiam por rodovia até Porto Velho (RO). Em 2014, parte da produção do norte de Mato Grosso foi embarcada em Itaituba (PA) e seguiu por hidrovia até Barcarena (PA), de onde foi exportada”, explicou o gerente de Desenvolvimento e Estudos da Agência, José Renato Fialho.

de navegação. Este fato faz com que o olhar para a cabotagem seja feito segundo visões do tipo de carga movimentada. Assim, separando-se os combustíveis da estatística de movimentação na cabotagem, tem-se que bauxita e contêineres correspondem a aproximadamente 70% de toda carga movimentada em cabotagem no ano de 2014”, detalha o gerente, informando que só a bauxita correspondeu no ano passado a 28 milhões de toneladas movimentadas.

Divulgação

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artIgo

Com o marco regulatóriodo setor consolidado,

os investimentos nos portos brasileiros foram impulsionados.

Edinho ArAújo

MINISTRO DOS PORTOS

Destravar o setor portuário

Parte essencial da cadeia logística e fundamental para o desenvolvimento do país, o setor portuário brasileiro precisa de investimentos e modernização.

O compromisso da Secretaria de Portos (SEP/PR), em parceria com a ANTAQ, é viabilizar investimentos públicos, fomentar os investimentos privados e destravar o setor, diminuindo a burocracia e acelerando processos.

Com o marco regulatório do setor consolidado – a Lei nº 12.815/2013 – os investimentos nos portos brasileiros foram impulsionados. Os Terminais de Uso Privado (TUP) são exemplos. Desde a promulgação da Lei, já foram autorizados 34 novos empreendimentos, três expansões e dois aumentos de capacidade de TUPs já existentes. Somados, são investimentos de quase R$ 11 bilhões.

Prorrogações antecipadas de contratos de arrendamentos portuários também agregam investimentos que geram empregos e renda. O mecanismo de prorrogação antecipada está previsto no art. 57 da Lei dos Portos e foi regulamentado pela Portaria SEP/PR nº 349/2014. Os contratos de arrendamento portuário em vigor firmados sob a vigência da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, que possuam previsão expressa de prorrogação ainda não realizada, poderão ser prorrogados antecipadamente, mediante o compromisso de realização de novos investimentos.

A SEP/PR já assinou duas prorrogações de contratos, ambas no Porto de Santos. A primeira proporcionará investimentos de aproximadamente R$ 187 milhões até o final do novo período contratual, incluindo aportes para a manutenção, revitalização e atualidade dos ativos. No segundo caso, os investimentos chegarão a R$ 207 milhões, havendo ainda a exigência contratual de que a empresa tome medidas para mitigar impactos ambientais da movimentação de grãos.

Hoje estão protocolados no sistema SEP/ANTAQ outros 27 pedidos de antecipação de prorrogações, com potencial de gerar aproximadamente R$ 11 bilhões em investimentos.

Outro ponto a destacar diz respeito aos incentivos fiscais, como o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (REIDI), criado pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007.

O regime suspende, no caso de portos organizados e instalações portuárias de uso privado, a exigência da Contribuição para o PIS/PASEP e de Cofins incidentes sobre a receita decorrente de uma série de investimentos em infraestrutura e compra de maquinário. Entre 2014 e 2015, a SEP já aprovou cinco projetos que, juntos, somam mais de R$ 2 bilhões.

E, por fim, é preciso falar do Programa de Arrendamentos Portuários, lançado em dezembro de 2012. Dividido em quatro blocos, abrange um total de 159 áreas distribuídas em portos organizados das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.

Os estudos do Bloco 1, nos quais estão previstos arrendamentos de 29 áreas nos portos de Santos e Pará, foram entregues ao Tribunal de Contas da União (TCU) no dia 10 de outubro de 2013.

A área técnica da SEP está oferecendo todas as informações necessárias para destravar o processo, pois a liberação dos blocos resultará em grande volume de investimentos em infraestrutura e logística, recursos essenciais para a agilização e modernização do sistema portuário brasileiro.

Em tempos de ajuste fiscal, os investimentos previstos são indispensáveis para mover a economia brasileira.

Luís Fortes/MT

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regULação

ANTAQ conclui norma de afretamento danavegação marítima e de apoio

A Diretoria da ANTAQ aprovou a nova norma para afretamento de embarcações nas navegações marítima e de apoio (cabotagem, longo curso,

apoio marítimo e apoio portuário), na sua reunião ocorrida em 12 de fevereiro. O novo regramento, que substitui quatro normativos anteriores, um para cada área de navegação, visa propiciar condições favoráveis ao crescimento sustentável da navegação marítima no país, reforçando a proteção do mercado de navegação aos armadores nacionais.

Durante a audiência pública para aprimoramento da minuta da norma, realizada no final do ano passado, a Agência recebeu 640 contribuições de agentes do mercado (Empresas Brasileiras de Navegação - EBN, sindicatos e associações representativas do setor). Desse total, 180 foram totalmente assimiladas no documento final.

“O aprimoramento das regras de afretamento foi uma demanda do próprio mercado de navegação marítima, e o novo documento vem justamente atender a esse anseio do setor”, lembrou o diretor Fernando Fonseca, que foi o relator do processo normativo. Fonseca disse ao Navegando a notícia que espera um aumento da competição entre as empresas brasileiras de navegação, na medida em que os tomadores de serviços venham a ser beneficiados com uma prestação de serviço de melhor qualidade e preços compatíveis.

Entre outras mudanças, o novo regramento restringiu o número de afretamentos de embarcações estrangeiras na cabotagem, agora limitado a quatro vezes sobre a tonelagem das embarcações de registro brasileiro em operação comercial cadastradas pela empresa no seu termo de autorização na Agência. Antes, não havia limite para o afretamento de embarcação estrangeira nesse tipo de navegação. Além disso, a regra definiu que a embarcação afretada deverá ser do mesmo tipo da que está sendo operada pela EBN. Assim, se a empresa possui uma embarcação de transporte de granel, só poderá afretar navios graneleiros.

O novo regramento também alterou os prazos de antecedência mínima para circularização dos pedidos de afretamento. Na navegação de apoio marítimo, por exemplo, o prazo agora é de 60 dias, que é considerado o tempo mínimo necessário para se mobilizar uma embarcação especializada no apoio offshore até o local da operação.

A circularização é uma consulta ao mercado sobre a disponibilidade de embarcação de bandeira brasileira para prestar um serviço de navegação. Essa consulta é feita através da ferramenta eletrônica da ANTAQ, chamada SAMA (Sistema de Gerenciamento de Afretamento na Navegação Marítima e de Apoio). A partir do próximo

mês, o SAMA agregará os módulos REB (Registro de Embarcação Brasileira e Carga Prescrita), garantindo ainda mais integração, transparência e efetividade das operações de afretamento e registros.

Segundo Fernando Fonseca, as medidas priorizam a embarcação brasileira, nas quatro áreas da navegação marítima e de apoio. “O afretamento de embarcações da frota brasileira tem precedência sobre as estrangeiras. Portanto, se tiver uma embarcação nacional disponível, ela terá preferência no afretamento”, observou.

A norma da ANTAQ também estabeleceu novas regras para dispensa da obrigatoriedade de circularização pela empresa brasileira de navegação que está construindo embarcação. Agora, além de ter que iniciar a construção, a EBN só poderá se valer dessa dispensa se tiver cumprido, pelo menos, 10% do cronograma físico-financeiro da construção e, ao final do segundo ano, estar com 40% ou mais da produção da embarcação edificada. A EBN não poderá ainda acumular atraso com variação superior a 20% do cronograma físico-financeiro, ressalvado motivo de força maior reconhecido pela ANTAQ, sob pena de perder essa excepcionalidade.

Afretamento em números Em 2014, foram concedidos 4.680 autorizações e

registros de afretamentos de embarcações brasileiras e estrangeiras a Empresas Brasileiras de Navegação - EBN, nas quatro áreas da navegação marítima e de apoio. O resultado representa uma queda de 14,7% em relação ao ano anterior, quando foram concedidos 5.487 autorizações e registros de afretamento. Entre os fatores que explicam essa redução estão o aumento da frota de bandeira brasileira, diminuição do trafego bilateral Brasil/Argentina e redução da atividade econômica do país.

Fonseca: aprimoramento das regras foi uma demanda do mercado

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Caminhando para o seu segundo ano à frente da ANTAQ, Mário Povia celebra os 13 anos da Agência, destacando a boa interlocução com o setor. Ele também faz um balanço do atual trabalho da autarquia e fala sobre as suas expectativas para o setor aquaviário em 2015

Mário PoviaDiretor-geral da ANTAQ

A ANTAQ acaba de completar treze anos de existência. Que destaques o senhor faz do trabalho da Agência?

Povia - Há dois pontos no trabalho desenvolvido pela Agência ao longo desses treze anos, que eu particularmente reputo como de excelência. O primeiro deles é a produção de dados estatísticos. A ANTAQ efetivamente consolidou-se como referência na produção de dados estatísticos do setor aquaviário nacional. Dificilmente encontrar-se-á um estudo que contenha relativa densidade, desenvolvido no âmbito do setor portuário, ou na área de navegação, que não contenha como fonte primária determinado dado estatístico com origem na ANTAQ. Mais recentemente, nós também conseguimos avançar no sentido de disponibilizar as estatísticas produzidas em um espaço de tempo mais curto, de tal modo que em apenas um mês e meio estamos entregando ao mercado os dados do setor aquaviário do ano anterior, já devidamente consolidados. A outra questão que eu reputo como um verdadeiro ativo da Agência, e é importante que se diga, que não é um mérito apenas dessa Diretoria, é a qualidade da interlocução com o mercado. A Agência conversa muito bem com os diversos entes que compõem o setor regulado. Permeamos muito bem com os órgãos do governo que formulam as políticas públicas setoriais e bem assim com aqueles que, de alguma forma, possuem interface com o setor, seja na esfera federal, estadual ou municipal. Também nos relacionamos de uma forma muito transparente com os usuários do setor, muito embora eles estejam fortemente capilarizados pelo país adentro. Por fim, mantemos um diálogo bastante próximo junto aos empreendedores que fazem de sua principal atividade o negócio no setor aquaviário. Esse é um ativo da Agência do qual nós prezamos muito e que eu acredito seja uma das grandes qualidades da ANTAQ.

Qual a sua avaliação sobre a implantação da nova Lei

dos Portos até aqui? Povia - Nós já tivemos algumas vitórias importantes

com a implantação da nova Lei dos Portos. A lei

corrigiu um problema sério que havia com relação a investimentos, que veio a reboque do Decreto nº 6.620, de 2008, quanto a impossibilidade de os operadores logísticos investirem em um porto privado sem que fossem detentores da chamada carga própria. Foi uma proposta nascida no seio da Presidência da República e que veio em um bom momento. Dessa forma, com a nova legislação, quem desejar construir o seu próprio porto poderá usufruir desse direito independentemente de ser possuidor de carga própria. Observo que nós já estamos colhendo frutos dessa importante medida. Uma segunda vertente de investimentos oriunda da nova Lei dos Portos é a questão envolvendo as prorrogações antecipadas dos contratos de arrendamento em vigor. A ANTAQ já aprovou e encaminhou para a Secretaria de Portos seis empreendimentos, dois dos quais já tiveram seus aditamentos assinados. Esperamos que no curto prazo os quatro restantes sejam também contemplados. Aguardamos, ainda, da Secretaria de Portos o encaminhamento dos planos de investimento de novos empreendimentos com pleitos de prorrogação antecipada para que a gente trate disso com absoluta prioridade. Já a terceira vertente de investimentos da nova Lei dos Portos não andou bem até aqui. O chamado Bloco 1, do Programa de Licitação de Arrendamentos Portuários, que envolve os portos do Pará e de Santos, continua sob análise no Tribunal de Contas da União - TCU há quase um ano e meio, fato que nos deixa apreensivos na medida em que está impedindo a realização de vultosos investimentos em infraestrutura, tão necessários para o nosso país. Reitero que os estudos apresentados para a Corte de Contas federal são de boa qualidade, já tendo sido objeto de aprovação pela área técnica daquele tribunal.

Quais são as prioridades da Agência para 2015? Povia - Acredito que 2015 será um ano de fortes

investimentos no setor aquaviário, sobretudo no campo das obras de infraestrutura. Haveremos de conseguir desatar os nós, e romper as impedâncias para que os empreendimentos finalmente deslanchem. A ANTAQ deverá estar preparada para conduzir esse processo

Fotos: ANTAQ

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Ano VI nº 28 Janeiro / Fevereiro de 2015

de forma adequada, célere e objetiva. Os ajustes de competência de caráter regimental que fizemos ao longo do último ano, permitirão que nossa área de outorgas conduza com eficiência tais atribuições. No campo da regulação encontra-se atualmente o maior desafio da Agência, a meu juízo. Temos efetivamente dificuldades em desenvolver alguns modelos regulatórios, sobretudo na navegação marítima. Precisamos avaliar e definir o que vem a ser o serviço adequado na navegação marítima, assim como nas diversas atividades que ocorrem nos portos. Temos que nos colocar na posição de cada tipo de usuário, buscar entender seus anseios, mapear seus direitos e suas principais dificuldades. Nossos usuários estão capilarizados no Brasil inteiro. Começa pelo produtor rural, que demanda por uma infraestrutura portuária adequada para escoar sua produção ou receber os fertilizantes, até aqueles usuários que compram produtos na gôndola dos supermercados e que arcam com os custos de uma logística inadequada ou ineficiente. Nós já estamos nos debruçando para mitigar os custos logísticos dessas operações, mas precisamos produzir resultados efetivos para sociedade. Na que tange a atividade de fiscalização, já revimos todo o arcabouço normativo, tanto no que concerne aos processos administrativos, quanto aos procedimentos de fiscalização em sentido estrito. O momento é de consolidação desses normativos, mas já percebemos maior celeridade nas nossas ações, quer nos julgamentos dos autos de infração, quer nos desdobramentos dos procedimentos de fiscalização. Algumas associações têm reclamado que a ANTAQ estaria “pegando pesado” nas suas fiscalizações. Em um país onde normalmente os órgãos não conseguem ser eficientes na fiscalização, vejo isso como algo positivo. Claro que não se trata de fiscalizar por fiscalizar. Nós recebemos atribuições recentes para cuidar das atividades exercidas pelos arrendatários e operadores portuários e, nesse primeiro momento, faz-se necessário uma abordagem mais pedagógica. Em um segundo momento, porém, com o diagnóstico pronto e com as primeiras notificações já lavradas, nós vamos exigir maior efetividade.

Em 2014, as medidas adotadas pelos diversos órgãos

federais, estaduais e municipais intervenientes, entre os quais a ANTAQ, garantiram um escoamento tranquilo da safra agrícola no Porto de Santos. Qual a sua expectativa para o escoamento da safra deste ano, que promete bater novo recorde?

Povia - Realmente foi realizada uma verdadeira

força-tarefa, que contou com a participação da ANTAQ, ANTT, CODESP, Secretaria de Portos, Ministério dos Transportes, prefeituras de Santos, Cubatão e Guarujá, governo do Estado de São Paulo, através da polícia rodoviária e da concessionária que faz a gestão das vias de acesso rodoviário ao porto, e também dos gestores

dos pátios de triagem, transportadores e terminais portuários. A safra deste ano se mostra igualmente desafiadora, principalmente porque tivemos uma produção maior de grãos. Entretanto, agora dispomos de uma estrutura consolidada e podemos contar com mais um pátio de triagem, além da experiência adquirida no escoamento da safra anterior. Dessa forma, embora possamos ter problemas pontuais, motivados por um acidente ou por uma chuva mais forte, de uma forma sistêmica, não deveremos contar com grandes problemas. Estou, portanto, otimista quanto ao sucesso no escoamento da safra deste ano, porém penso que devemos ficar igualmente atentos, para que não ocorra nenhum grande problema. Nesse sentido, a ANTAQ já colocou um contingente de pessoal maior no seu posto avançado no porto santista.

O que o senhor espera para o setor de transporte

aquaviário em 2015? Povia - Nós vamos ter um ano difícil para a economia

brasileira. Os números macroeconômicos não estão muito favoráveis, mas, paradoxalmente, eu penso que o setor portuário ainda conta com muitos investimentos represados e este será o ano de nós levarmos adiante esses empreendimentos. Com relação às hidrovias, por exemplo, a gente observa da parte do governo federal - e da própria Presidência da República - uma sinalização forte no sentido de começar a alavancar investimentos nesse setor. Estivemos recentemente no Ministério dos Transportes e acredito que deva sair de lá um projeto-piloto para o rio Madeira envolvendo Parcerias Público-Privadas - PPP ou concessão em sentido estrito. Essa é uma iniciativa que eu reputo como fundamental para a logística de transporte do país, porque não faz o menor sentido continuarmos a movimentar cargas, principalmente commodities, predominantemente pelo modal rodoviário. As ferramentas de planejamento já indicam que o Brasil precisa distribuir melhor os modais, carreando grande parte das cargas que hoje estão na rodovia para ferrovias e hidrovias. Então, este ano, parece que estamos em condições de romper com a inércia dos investimentos em hidrovias. Evidentemente que não temos frente - nem orçamento - para grandes ambições no curto prazo, mas eu acredito que se conseguirmos tocar esse projeto-piloto do Madeira será um grande passo para o setor.

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Navegando a notícia Ano VI nº 28 Janeiro / Fevereiro 2015

FIscaLIZação

Número de multas cresce em 2014

A ANTAQ realizou 1104 fiscalizações em 2014. Desse número, 716 foram realizadas através do Plano Anual de Fiscalização (PAF) e 388 foram

procedimentos extraordinários. No ano passado, foram aplicadas 138 multas e 84 advertências. Foram detectadas, ainda, 790 infrações. A Agência cumpriu 86,2% do PAF. Os dados são da Superintendência de Fiscalização e Coordenação das Unidades Regionais (SFC).

De acordo com o levantamento, foram realizadas 541 fi scalizações na área portuária; 381 na navegação interior; e 182 na navegação marítima. A Unidade Regional de Belém foi a que mais realizou procedimentos fi scalizatórios: 198, sendo 107 realizados por intermédio do Plano Anual de Fiscalização e 91 extraordinários.

Em 2013, a ANTAQ realizou 905 fiscalizações. Desse total, 680 foram realizadas através do Plano Anual de Fiscalização (PAF) e 225 foram procedimentos extraordinários. Nesse ano, foram aplicadas 10 multas e cinco advertências. Foram encontradas 100 infrações.

O gerente de Fiscalização de Portos e Instalações Portuár ias, A lexandre Gomes de Moura, ressalta que houve um aumento signifi cativo no número de multas devido a diversas razões. Uma delas foi a edição da Resolução 3259, de 30 de janeiro de 2014, que alterou a 987 e que

tornou o processo de fiscalização mais eficiente e célere. Um dos pontos importantes dessa norma é que o chefe da unidade regional, o gerente de Fiscalização, o superintendente de Fiscalização e Coordenação e a Diretoria Colegiada são autoridades julgadoras, de acordo com a gravidade da infração.

Moura lembra, ainda, o fato de a Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013, ter aumentado as competências da ANTAQ. “Com essa legislação, a ANTAQ passou a fi scalizar os arrendatários e os operadores portuários. Essa fi scalização será intensifi cada em 2015”, garantiu o gerente de Fiscalização de Portos e Instalações Portuárias.

O gerente de Planejamento e Inteligência da Fiscalização, Rafael Galvão, destaca que a criação dos postos avançados da Agência também contribuiu para que o número de infrações detectadas aumentasse. “Antes, fazíamos uma ou duas fi scalizações no Porto de Santos por ano. Hoje, essa fi scalização é feita todo dia.”

A ANTAQ já colocou em funcionamento os postos avançados de Santos (SP), Imbituba (SC), Rio de Janeiro, Itaguaí (RJ), Salvador (BA) e Aratu (BA). Conforme Moura, mais seis postos devem funcionar a partir de 2015. “Com esses postos avançados, a Agência, certamente, estará

Número de fi scalizações em 2014

Número de fi scalizações em 2013

mais presente e poderá desempenhar com mais efi cácia e celeridade sua atividade fi scalizatória. Essas instalações já representam um braço importante da ANTAQ nos portos”, apontou o gerente.

Processo de fi scalização se tornou mais efi ciente

Fotos: ANTAQ

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