54
Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

Reinos não-islâmicos: A passagem da África

medieval ao período moderno

Page 2: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Organizados na transição do período medieval e moderno.

- Grande influência na história pré-colonialista do continente Africano.

- Grande contato de comércio com Europa: produção de escravos e outros contatos indiretos com os povos do continente Americano.

- Localizados na região Central subsaariana.

Características comuns de sua organizaçãoCaracterísticas comuns de sua organização

Page 3: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

Kongo

Lunda

Ndongo

Page 4: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

Reino do Kongo

- Atual: Congo, Gabo, República Centro Africana, parte do Sudão, Uganda, Ruanda.

- Século XV: A região do Rio Kongo possuía uma importância social, política e econômica organizada pela linhagem dos grupos étnicos ambundos e ambwela. A aliança se estendeu para mais 6 grupos étnicos que se organizaram em torno da figura do ManiKongo, o líder político da região central dos grupos étnicos do centro-África.

Page 5: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno
Page 6: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- A unidade de base política: aldeias de linhagem matrilinear. A divisão da aldeia era: homens livres, escravos e prisioneiros de guerra. Em um nível superior estavam os governadores dos distritos nomeados pelo Manikongo. Exerciam papel de administração e de juízo.

- Seis províncias principais: Soyo, Mpemba, Mbamba, Mpangu, Mbata e Nsundi. Os governadores recebiam o nome de Mani de sua província. Formavam uma espécie de hierarquia aristocrática.

- 1575: organiza-se um exército próprio. Os tributos eram pagos ao Manikongo que também cobrava porcentagem sobre todo o produto produzido ou comercializado. Havia uma rígida inspeção fiscal por parte dos Manis das províncias.

- Principal comércio: tecidos, escravos, marfim, madeira e alguns outros metais e ferro.

Page 7: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- A partir de 1700: o Manikongo era eleito entre os filhos do clã por um colegiado formado por nove chefes e um Manikabunga, que era o voto de veto.

- A língua oficial do Reino era o Kikongo, porém havia diferença lingüística entre as regiões costeiras, central e Leste. A língua sempre foi um grande problema para organização da sociedade pois haviam cisões devido aos idiomas e dialetos reinantes no território. Além dos constantes conflitos entre os grupos de funcionários dos Mani e os grupos de parentescos. Haviam dois grandes grupos: os MBanza que moravam nas áreas urbanas e de livre comércio assim como os ashikongo, que eram os altos funcionários e os Mabatas, os que moravam na zona rural e nas montanhas, que possuíam uma língua própria, os Kimbundo. Esta divisão influenciava o comércio, as relações sociais e os bens materiais.

Page 8: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Os cultos tradicionais: as figuras públicas intermediavam entre a sociedade e a natureza. Os ritos eram animistas e envolviam seres e a natureza. O sistema de crença era a favor de uma igualdade social que na verdade não existia na realidade social do Kongo. A sacralização dos governantes deu um sentido de exploração e de domínio entre os povos.

- Século XVI: O cristianismo entra no Reino do Kongo, como elemento de controle das classes dominantes. A religião cristã foi “africanizada” ou seja, um translado da cosmogonia kongo para as categorias cristãs.

Page 9: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

-1482: Chegam os portugueses ao Reino Kongo sendo o Manikongo Nzinga Kuweu. Neste período Alguns chefes de Mpinda vão para Portugal e outros missionários ficam no Kongo. Começa a troca comercial e cultural entre os dois reinos. O Manikongo recebe o convite de enviar embaixadores a Portugal e firma uma aliança de colaboração cultural (estudo) e comercial com João II (1491). Um processo de cristianização começa rápido e é freado pelo Manikongo que restaura os cultos locais. Um filho de Nzinga, Mpanzu mantem as tradições locais e o outro filho batizado de Afonso junto com a mãe permanecem cristãos. Com a morte do Manikongo, luta-se pela divisão do reino entre os irmãos e começa a influência ideológica de Portugal sobre o território. O Manikabunzu que tinha direito de voto fica do lado de Mpanzu por medo de perder o poder para os portugueses. Afonso, que tinham menor exército mas tinha o apoio das duas maiores províncias Soyo e Mbata, venceu a disputa.

Page 10: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno
Page 11: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Começa o período de “aportuguesamento” do Reino Kongo. Afonso é intronizado como Afonso I, porém assume com o cargo de Manikongo e não de reino. A primeira comunicação entre de entrosamento entre os soberanos : D João II, Manuel e João III e os Manikongos, Nzinga, Nkunzu e Afonso..

- 1506 até 1512: O comércio de Portugal e Kongo era intenso e próspero. O Manikongo pedia que enviassem padres, professores, militares e técnicos para trabalharem em suas províncias enquanto eles pagavam com metais como cobre e estanho e escravos. Em 1641, a região do Reino do Kongo tinha uma população aproximadamente de meio milhão de pessoas.

- Por intermédio da campanha de ocupação pacífica dos portugueses na região, o Kongo manteve relações diplomática com vários países da Europa como Espanha, Países baixos, França e a santa Sede de Roma.

Page 12: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Século XVIII: O reino do Kongo já estava em estágio de descentralização e o poder do Manikongo partilhado entre as diversas províncias e as concessões européias realizadas aos longos dos séculos. As províncias litorâneas cobravam taxas sobre os produtos do Manikongo se fortalecendo econômica e politicamente. O principal comércio do reino passou a ser a mão de obra escrava que não necessariamente saia dos grupos étnicos do Kongo, mas que passavam pelos portos congolenses. Kongo passou a ser intermediário do comércio externo e os produtores de escravos do interior da África.

Page 13: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

Reino de Lunda

- Atual: Fronteira da Angola com o Sul da Republica democrática do Congo e Zâmbia. (1665-1887)

- Confederação de africana: cidade principal era Catanga. Foi um dos principais grupos da Angola.

- Margens do Rio Kasai: pequenos chefes de Clãs. Dominaram os outros clãs, divulgando suas tradições orais a outros povos que foram adotando sua simbologia e outros ritos. Difundem a sua tradição oral, símbolos, idiomas e títulos por toda a savanna da África de sul a oeste.

- - Lenda: Ilunga, caçador da tribo de Luba invade as tribos dos Bungu. Encontra-se com a princesa de Leji e casa-se com ela. As tradições das duas tribos se fundem e formam o Reino de Lunda que se organiza a partir da defesa do território dos Luba e do comércio de Bungu.

Page 14: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno
Page 15: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Século XV: Maior estabilidade política e aliança com outros povos-irmãos (Kinyama até a fronteira do Zambeze.

- Simbolos do poder político: pulseira (Lukano). O poder era transmitido aos filhos e irmãos passando a ser uma sociedade matrilinear.

- Século XVIII, os Lundas vão participar ativamente do comércio do atlântico com o fornecimento de escravos. As referências aparecem nos documentos escritos por Portugal que denominam a região de império Lunda, “nação amiga e fornecedora de mão-de-obra para as suas colônias da américa e da ásia.”

Page 16: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- A capital: Musumba, a 100 km do rio Kasai. Cidade murada e com fossos de água. A residência do rei era construida com estacas e pátios internos, cada pátio era destinado a uma cerimônia específica, incluindo funerais religiosos e outras cerimonias da corte local.

- Comércio: barras de sal, tecidos de ráfia, produção local de agricultura, tubérculos e outros elementos da pecuária.

- Século XVII: outros produtos estrangeiros passaram a ser comercializados na capital, oriundos do Brasil e das colônias da Ásia, como cachaça, tabaco, tecidos. Este comércio era organizado pelos responsáveis do rei chamados de Mwata Yamvo.

Page 17: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- O Estado era de carater militar e sua atividade principal era o ataque de vizinhos para capturá-los e vendê-los como escravos: produção econômica de escravos para América, europa e ásia.

- Poder: decidido por uma coletividade que atendia aos interesses dos diversos grupos a partir de oferendas e tributos. A resolução política do reino nunca será isolada da participação e consentimento desta rede de autoridades.

- O Reino Lunda: funcionava como uma federação comercial e tributária, com um rei e seus conselheiros (coletividade). Congregava povos de línguas e culturas completamente diversas.

Page 18: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Estrutura de poder do reino: guerra, tributos e religião. Musumba, capital, era considerado e espaço neutro de decisões políticas do Reino.

- Símbolo da realeza: tartaruga (vida longa e duração do poder)

- A unificação se dava a partir da genealogia mística: através do mito da origem todos eram irmãos e por isso cria-se o laço de parentesco fictício. Nele todos os chefes de etnias diferentes que eram dominados, para exercerem o seu poder no reino se transformavam em Mwata Yamvo que também era um processo ritual.

Page 19: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Ritual: a nova região conquistada deveria plantar uma muda de mulemba (árvore sagrada). O novo grupo somente ira ser considerado irmão se a árvore criasse raiz, o que significava que os espíritos aceitaram as novas terras e tudo o que nela está. Caso ao contrário, os espíritos não aceitariam este grupo que deveria ir embora ou ser escravizado e retirado da terra.

- Havia mobilidade social através da Guerra. Para entrar no exército os homens teriam que passar por um ritual de iniciação masculina chamada de Mukanda.

Page 20: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- A sociedade: mística e Guerreira. Os espaços sociais eram cheios de monumentos religiosos aos quais as pessoas deveriam render homenagens. Os habitantes eram tratados com um exercício de coerção constante sendo sempre ameaçado pelos espíritos.

- Criação de um espaço ideológico comum.

Page 21: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

Sistema de escravos escravidão

- Escravidão: escravos resultantes das punições. Eram pessoas que praticavam transgressões: crimes, mortes, roubo, adultério, desobediência e práticas mágicas.

- Estes escravos eram mandados para o grupo dos ‘imbagala’ e criavam comércio no litoral da atual Angola (Luanda)

- Além destes escravos excluídos, tinham os escravos de guerra. A escravidão era importante para manter a coesão social, assegurar a estabilidade livrando-se dos elementos indesejáveis.

Page 22: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Século XVIII: Os imbangala, Kazembe e Tchokwe, Matamba, Holo, Mbondo e Kassanje eram os contatos imediatos com os portugueses conservando o centro do reino Lunda livre da interferência dos estrangeiros europeus portugueses.

- O escoamento dos escravos por Congo e Dembos: venda de escravos para ingleses, espanhóis e franceses.

Page 23: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Sistema de Escravidão diferenciada: escravos perpétuos.

- Possuíam direitos iguais aos livres, mas estavam desterrados de seus grupos de parentesco. Eles poderiam ocupar postos de responsabilidade como os não escravos.

- Ser escravo = não ter laços de parentesco, estranho.

- Poderiam ser reintegrados em outra família quando se casava com uma mulher livre.

Page 24: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Os laços estabelecidos entre os comerciantes portugueses e as cidades litorâneas do Reino Lunda enfraqueceu a tributação interna e o relacionamento entre Luanda e Mussumba, desagregando a unidade política.

- A abolição da escravidão nas colônias: incide diretamente no sistema africano como produto principal de exportação. O sistema de escravidão interna se manteve.

Page 25: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno
Page 26: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

Reino de Ndongo

- Atual: Angola (litoral sul) e fronteira com a Namíbia.- Etnia principal: Mbundo. Relação direta com o Reino

Lunda presente no interior da região atual de Angola.- Foi fundado no início do século XVI, por um pequeno

chefe Kimbundo que possivelmente, controlava o comércio de ferro. Os primeiros ngolas, partindo da possível ligação com a arte do ferro, estenderam a autoridade do Ndongo sobre diversos sobas. (Soba: do quimbundo, senhor de um distrito) para terminarem, em meados do século XVI, ocupando as terras compreendidas entre os rios Dande, Lucala e Cuanza.

Page 27: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno
Page 28: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Os ngolas foram obrigados a se submeteram os manikongos e pagarem impostos e rendiam a eles homenagens. A organização do estado Ndongo era parecida com a do Kongo,

- O estado Kimbundo só se tornou independente em l556, quando as tropas do ngola Inene, apoiadas por alguns portugueses, infligiram uma importante derrota ao manikongo.

- Este último, inspirado pelos portugueses, tentava uma aventura militar nos territórios do Ndongo: interesse – a escravidão

Page 29: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Mbundos: eram matrilineares e linhageiras.- As formas sociais rudimentares: pequenas

aldeias submetidas pelos graus de parentescos. A figura do ancião é central responsável pelo rito e era celebrado entre os grupos de parentes.

- Os chefes das aldeias eram responsáveis pela prática da agricultura, pesca e caça, assim como o pagamento de tributos e o culto divino a terra através do ritual Malunga (figuras de madeira depositadas na beira dos rios)

Page 30: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- A figura do ancião foi trocado pela figura do Ngola tirando da ancestralidade o governo das aldeias. Cada aldeia buscava o seu protetor (Ngola) para garantir a autonomia, a partir da força militar e política e poderia ser exercida tanto por homem quanto por uma mulher. (novidade!).

- Foram os ‘samba’ que introduziram o manuseio do ferro na cultura Mbundo. O Ngola Samba Musuri que difundiu a técnica e mudou a forma de organização militar do reino Ndongo.

Page 31: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Século XVI: Todos os reis do Ndongo eram chamados de Ngola, porém somente um governava por turnos a região (guerreiro);

- Conselho: chefe local, auxiliares e os Macotas (representantes das linhagens)

- Na base local estavam os sobas (chefes da linhagem). Cada um deveria pagar um tributo chamado ‘luanda’ reconhecimento ao Ngola supremo.

- Lingua oficial: Kimbundo- Na cultura: o Ngola tem poder sobre a chuva e a

fertilidade. Seus símbolos sagrados eram o arco e a flecha (ifá) e braceletes de metais (malunga).

- Havia outro posto de confiança como os Tendala e os quiamboles que auxiliavam os Sobas.

Page 32: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Escravos: chamados de cativos. Submitidos aos Ngolas. Trabalhavam apenas um pouco mais do que os não livres. O escravo poderia acumular bens e tornar-se livre. O cativo perpétuo era liberto quando morria o seu dono.

- Alguns chegavam a chefes ou conselheiros. (Ex: Ginga Amona auxiliar da rainha Nzinga)

- Somente era vendido como escravo para os estrangeiros os punidos da sociedade e os de guerras.

- Eles eram responsáveis pela agricultura juntamente com as mulheres.

Page 33: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Produção econômica: agricultura e utensílios de metais. Bom aproveitamento das terras férteis porém sem controle passavam por tempos de secas e períodos de fome.

- A pesca é a complementação da agricultura, não se organizando para a criação de animais.

- Produção artesanal de ráfias, fios, cordas e lonas.- Aproveitavam o território dos rios: Kwaznza, Lukala e Bengo

(onde se tinha pequenos e poucos animais)- As mulheres eram as responsáveis pela agricultura básica;

semeavam, colhiam e cuidavam da plantação. Os homens se preocupavam com a floresta, queimada e a preparação do terreno. Construção de casas, barcos e instrumentos para

trabalhar a terra.- Havia a pesca em alto mar: diferencial de outros povos.

Page 34: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- 1624: Morte do Ngola Mbandi houve desintegração da família e a luta pelo controle do reino ficou na mão dos filhos. A filha Nzinga que ocupava o posto de política principal do seu pai se considerou a mais preparada para o governo. Os Makotas ficaram contra e ela se colocou ao lado dos portugueses.

- Promoveu uma eliminação de seus adversários, deturpação dos símbolos reais e morte de seus parentes (até seu filho). Nzinga toma posse do título de Ngola.

Page 35: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Após os primeiros anos do governo de Nzinga, os portugueses se associam ao soba Airi e em 1626 ele consegue assumir como Ngola pagando tributos aos portugueses.

- Nzinga foge para o interior do territorio Mbundo, faz aliança com os imbangalas como alternativa contra os portugueses.

- Os portugueses dominam e controlam a cidade de Luanda e os sobos passam a servir o império português.

- Século XVII: marcado por lutas entre os portugueses e os mbundos organizados por Nzinga na região da matamba (interior).

- Nzinga: consegue uma aliança forçada com os portugueses, porém não cumpre as regras cristãs e também econômicas do seu tempo.

- Com sua morte, o reino cai de vez nas mãos dos portugueses (partilha da África)

Page 36: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

Cidades estados

- Não chegam a configurar a estrutura de reinados ou impérios, porém organizam as vidas sociais, econômicas e cultura local.

- Organizada a partir da convivência de várias etnias que ora mantinha sua língua e costumes próprios, ora se apresentavam de maneira dependente e mesclada.

- Três maiores: Ioruba (pela ligação com o Brasil), Zulu (maior do sul da Africa), Monomotapa (maior do Oceano Índico)

Page 37: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

IorubasIorubas

ZulusZulus

MonomapataMonomapata

Page 38: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

Civilização Ioruba

- Ocupação: Benin, Togo, Serra Leoa, Chade, Nigeria, Niger, Gana

- Um dos maiores grupos étnicos-linguísticos: a língua, embora com muito dialéticos, congrega traços comuns em várias cidades;

- Relação direta com a Europa e América: relações intermediárias de comércio e de transmissão de cultura entre continentes a partir do produto da escravidão.

Page 39: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno
Page 40: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- As lendas contam que Ilé-Ifé teria sido o próprio berço da humanidade. Ali Todos os povos e reinos descenderiam do deus-rei Odudua, fundador da cidade sagrada

- Fundação de Oyo, capital política dos iorubas. Cidades independentes com seus governantes, camponeses.

- Estrutura básica: Mandantes de cada cidade que era chamado de Bale; A assembleia dos notáveis, que era na realidade a detentora da autoridade.

Page 41: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Os guardas das muralhas: Babalaô, também recolhia impostos.

- Economia: entreposto comercial com interior do continente. Relações estreitas com os mandatários europeus.

- Aristocracia: controlava armas, o comercio local e com outros povos;

- Cultura e arte: O costume de arte e artesãos entre o Yoruba é profundamente assinalado no corpo literário Ifá que indica os orixás Ogun, Obatala, Oxum e Obalufon como central à mitologia de criação inclusive a obra artística (isto é a arte da humanidade.

Page 42: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- O iorubá ou ioruba é um idioma da família linguística nigero-congolesa, e é falado ao sul do Saara, na África, dentro de um contínuo cultural-linguístico, por 22 milhões a 30 milhões de falantes.

- Idioma falado e reorganizado em outras partes do mundo: Brasil e Cuba, com a variante Nagô (religiões de raiz africana) Nos Estados Unidos (Sul) com a variante, Lucumí.

Page 43: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

Zulus

- Povo do sul da África, vivendo em territórios atualmente correspondentes à África do Sul, Lesoto, Suazilândia, Zimbábue e Moçambique.

- Embora hoje tenham expansão e poder político restritos, os zulus foram, no passado, uma nação guerreira que resistiu à invasão imperialista britânica e bôere no século XIX.

- Grande Clã: fundado pelo guerreiro Zulu Kanthombela. Eram liderados por um Shala.

Page 44: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno
Page 45: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Século XVI: Expansão. Dominação de vários povos vizinhos. Organização de exércitos por idades. Os chefes se mantinham no poder através do pagamento de tributo de gado.

- Duas grandes tribos: Tribo central: Dingiswayo. Funcionava como a sede da civilização Zulu. Conquistou as tribos ao norte e ao sul da África impondo o seu exército e os seus tributos.

- No final do século XVIII: Nasce Tchaka, filho ilegítimo do Rei Zulu, assume o exército e impondo suas regras.

Page 46: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- A sociedade zulu se organizou a partir do exército de Tchaka. Todos faziam parte do exército, mulheres e crianças serviam ao exército.

- O chefe supremo era o chefe militar que era ditador e era considerado dono de todas as terras da tribo. Exercia o poder de vida e de morte sobre os membros da tribo.

- Tinha um conselho consultivo (indunas) que ajudava o chefe em questões de justiça. A organização militar ajudou a conquistar e derrotar várias tribos.

Page 47: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- 1827: A morte da sua mãe, Nadi, leva a desestruturação do ditador. Convoca o luto geral, proibindo o exercício da agricultura, não beber leite, nem carne e abster de relações sexuais, sendo passíveis de morte todos que o fizessem.

- Revolta geral: os dois irmãos de Tchaka Dingane e Mlangane resolvem matar o irmão. Os irmãos matam Tchaka e Dingane sucede o Tchaka.

- Grande evento: A guerra anglo-Zulu de 1879.

Page 48: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- 11 de Dezembro de 1878: o reino unido entra pelo litoral da África do Sul e dá um ultimato aos 11 chefes das tribos zulus, representados por Setshwayo.

- Os termos ingleses: desestruturação do exército zulu, aceitação da autoridade britânica como dominadores das terras, e administrados dos bens e comércio entre os povos africanos e europeus.

- Recusa Zulu, 1897: Os Zulus ganham a primeira batalha de Isandlwana (22 de janeiro). A reviravolta vem na batalha de Rokers Drift em fevereiro e a conquista e dominação vem 4 de julho na batalha de Ulundy. (começa o processo de dominação inglesa no sul da África)

Page 49: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

Monomotapa

- Mwuenemutapa (nome dado ao rei) foi a civilização que cresceu no século XV ao XVIII entre o rio Zambeze, Zimbabue e o oceano Indico até o Rio Limpopo.

- Relações estreitas com o Brasil: Uma das mais importantes possessões portuguesas na produção de metais preciosos e de troca constante de produtos brasileiros como açucar e pau-brasil. Principal entreposto de comércio no índico.

Page 50: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno
Page 51: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Civilização extremamente poderosa que controlava a cadeia das minas e da metalurgia. Seus produtos eram procurados por várias regiões do mundo.

- Governo: Não era de descendência sanguínea. O Mwenemutapa morto ou deposto era escolhido pelo conjunto de conselheiros e chefes aliados, que eram guiados por um chefes espiritual que interpretava os sinais enviados pelos espíritos dos antepassados das tribos para escolher o próximo governante.

Page 52: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Segundo a lenda ‘Mwene’ foi um príncipe guerreiro de Nyatsimba Mutota, ao sul da África, para encontrar fontes de sal ao norte.

- Chegando as tribos dos Tavara encontrou sal e caçadores de elefantes, dominando-os e montando uma cidade chamada Zimbabwe, que seria a capital de Monomopata.

- Logo após foi descoberto minas de ouro e de diamantes que chamaram a atenção de europeus, em especial os portugueses. O Primeiro foi o Navegador Sancho de Tovar.

Page 53: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

- Portugal tentou primeiro o comércio de mercadorias para a fixação de território. Esta manutenção lusa no território moçambicano foi pela cidade de Sofala.

- Os portugueses tentaram se aliar com a aristocracia local sem sucesso. Então fizeram alianças com o povo Malawi para domínio do território. Após a união com estes povos, os portugueses tomaram posse da atual Moçambique e Zimbabue, dominando a rota comercial do índico nas minas de ouro e metais preciosos do século XV e XVI.

Page 54: Reinos não-islâmicos: A passagem da África medieval ao período moderno

Enfim

- Organização dos reinos não-islâmicos: organizações interiores próprias e relacionamentos externos com os europeus;

- Os tratados e contratos realizados entre os dois grupos: abertura a possessão e tomada de territórios na África contemporânea.

- A dimensão da língua e costumes: manutenção da história e organização dos grupos frente as modificações políticas e econômicas do processo de colonização.