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Revista Baiana de Saúde Pública 407 v.37, n.2, p.407-422 abr./jun. 2013 Resumo Objetivos: Identificar os principais fatores de risco para o abandono do tratamento da tuberculose e identificar a incidência de abandono do tratamento da tuberculose segundo o sexo, faixa etária e status de tratamento prévio, no município de Salvador, Bahia. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional, longitudinal, retrospectivo, do tipo coorte histórica, conduzido a partir dos casos de tuberculose em Salvador entre 2005 e 2009. A população da pesquisa foi constituída pelos pacientes com diagnóstico confirmado de tuberculose pulmonar bacilífera, cadastrados no Programa de Controle da Tuberculose do município de Salvador, que receberam alta por abandono e que estavam registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação durante o referido período. Resultados: Este estudo permitiu a análise de fatores de risco para o abandono do tratamento da tuberculose, sendo estes: ser do sexo masculino, ter idade igual ou superior a 15 anos e história prévia de tratamento contra a tuberculose (casos de recidiva ou reingresso pós-abandono). A estratégia DOTS (Directly Observed Therapy Short-course) não se mostrou fator de proteção para o desfecho de abandono, sendo a baixa cobertura do tratamento supervisionado em Salvador e fragilidades no banco de dados possíveis justificativas. Conclusão: A partir do estudo foi possível identificar alguns dos fatores de risco para o abandono do tratamento antibiótico contra a tuberculose. Espera-se que essas informações contribuam para o conhecimento sobre a temática e sirvam de ferramenta para um planejamento mais fiel às demandas da população no que diz respeito à doença. Palavras-chave: Epidemiologia. Sistemas de Informação. Tuberculose. Vigilância epidemiológica. ARTIGO ORIGINAL DE TEMA LIVRE ABANDONO DO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE EM SALVADOR, BAHIA – 2005–2009 Gabriela Rebouças Ferreira Abreu a Maria Aparecida Araújo Figueiredo a a Universidade do Estado da Bahia – UNEB – Salvador (BA), Brasil. Endereço para correspondência: Gabriela Rebouças Ferreira Abreu – Rua Basílio da Gama, s/n - Campus Universitário Canela – CEP: 40110-040 – Salvador (BA), Brasil – E-mail: [email protected] Fonte de financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB).

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Revista Baianade Saúde Pública

407v.37, n.2, p.407-422

abr./jun. 2013

Resumo

Objetivos: Identificar os principais fatores de risco para o abandono do

tratamento da tuberculose e identificar a incidência de abandono do tratamento da

tuberculose segundo o sexo, faixa etária e status de tratamento prévio, no município de

Salvador, Bahia. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional, longitudinal,

retrospectivo, do tipo coorte histórica, conduzido a partir dos casos de tuberculose em

Salvador entre 2005 e 2009. A população da pesquisa foi constituída pelos pacientes com

diagnóstico confirmado de tuberculose pulmonar bacilífera, cadastrados no Programa de

Controle da Tuberculose do município de Salvador, que receberam alta por abandono

e que estavam registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação durante o

referido período. Resultados: Este estudo permitiu a análise de fatores de risco para o

abandono do tratamento da tuberculose, sendo estes: ser do sexo masculino, ter idade igual

ou superior a 15 anos e história prévia de tratamento contra a tuberculose (casos de recidiva

ou reingresso pós-abandono). A estratégia DOTS (Directly Observed Therapy Short-course)

não se mostrou fator de proteção para o desfecho de abandono, sendo a baixa cobertura

do tratamento supervisionado em Salvador e fragilidades no banco de dados possíveis

justificativas. Conclusão: A partir do estudo foi possível identificar alguns dos fatores de

risco para o abandono do tratamento antibiótico contra a tuberculose. Espera-se que essas

informações contribuam para o conhecimento sobre a temática e sirvam de ferramenta para

um planejamento mais fiel às demandas da população no que diz respeito à doença.

Palavras-chave: Epidemiologia. Sistemas de Informação. Tuberculose. Vigilância epidemiológica.

ArTIgO OrIgINAl DE TEmA lIVrE

ABANDONO DO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE EM SALVADOR, BAHIA – 2005–2009

Gabriela Rebouças Ferreira Abreua

Maria Aparecida Araújo Figueiredoa

aUniversidade do Estado da Bahia – UNEB – Salvador (BA), Brasil.Endereço para correspondência: Gabriela Rebouças Ferreira Abreu – Rua Basílio da Gama, s/n - Campus Universitário Canela – CEP: 40110-040 – Salvador (BA), Brasil – E-mail: [email protected] Fonte de financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB).

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408

ABANDONMENT OF TUBERCULOSIS TREATMENT IN SALVADOR, BAHIA – 2005–2009

Abstract

Objectives: To identify the main risk factors for noncompliance with treatment of

tuberculosis and to identify the incidence of noncompliance with tuberculosis treatment related

to gender, age and status of prior treatment in the city of Salvador, Bahia. Methods: This was

an epidemiological, observational, longitudinal, retrospective historical cohort, conducted from

cases of tuberculosis in Salvador, Bahia between 2005 and 2009. The research population was

composed of patients with confirmed pulmonary tuberculosis, enrolled in the Tuberculosis

Control Program of the city of Salvador, discharged for desertion and registered in the

Information System for Notifiable Diseases (SINAN) during that period. Results: This study

allowed the analysis of risk factors for noncompliance with treatment of tuberculosis, which are:

being male, having age greater than or equal to 15 years and a previous history of tuberculosis

treatment (cases of relapse or readmission after abandonment). The DOTS (Directly Observed

Therapy Short-course) was not a protective factor for the outcome of abandonment, and the

low coverage of supervised treatment in Salvador and weaknesses in the database are possible

explanations. Conclusion: From the study, it was possible to identify some of the risk factors for

the abandonment of antibiotic treatment against tuberculosis. It is hoped that this information

will contribute to the knowledge on the topic and serve as a tool for a more faithful planning to

the demands of the population with respect to this disease.

Keywords: Epidemiology. Information Systems. Tuberculosis. Epidemiological surveillance.

ABANDONO DEL TRATAMIENTO DE LA TUBERCULOSIS EN SALVADOR, BAHIA – 2005–2009

Resumen

Objetivos: Identificar los factores de riesgo principales para la falta de

cumplimiento del tratamiento de la tuberculosis e identificar la incidencia de abandono del

tratamiento antituberculoso por género, edad y estado de tratamiento previo, en la ciudad de

Salvador, Bahia. Métodos: Se realizó un estudio epidemiológico, observacional, longitudinal

de cohorte, retrospectivo histórico, llevado a cabo a partir de los casos de tuberculosis en

Salvador, Bahia, entre 2005 y 2009. la población de estudio estuvo integrada por pacientes

con tuberculosis pulmonar confirmada, inscripta en el Programa de Control de Tuberculosis

de la ciudad de Salvador, despedida por abandono y que se registraron en el Sistema de

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Revista Baianade Saúde Pública

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abr./jun. 2013

Información de Enfermedades de declaración obligatoria (SINAN) durante este período.

Resultados: Este estudio permitió el análisis de los factores de riesgo de abandono del

tratamiento de la tuberculosis, que son: ser varón, tener edad igual o superior a 15 años y

una historia previa de tratamiento de la tuberculosis (casos de recidiva o posterior readmisión

después del abandono). la estrategia DOTS (Directly Observed Therapy Short-course) no

fue un factor protector para el resultado de abandono, y la baja cobertura de tratamiento

supervisado en Salvador y las debilidades de las bases de datos son posibles explicaciones.

Conclusión: A partir de este estudio fue posible identificar algunos de los factores de

riesgo para el abandono del tratamiento antibiótico contra la tuberculosis. Se espera que

esta información contribuya al conocimiento del tema y sirva como una herramienta de

planificación más fiel para las demandas de la población con respecto a la enfermedad.

Palabras-clave: Epidemiología. Sistemas de Información. Tuberculosis. Vigilancia epidemiológica.

INTRODUÇÃO

No Brasil, a tuberculose (TB) se configura como a terceira maior causa de morte por

doença infecciosa entre os adultos, e a primeira entre pacientes com AIDS.1 Na década de 90, a

cidade de Salvador foi responsável pela metade dos óbitos por tuberculose ocorridos no Estado,

apesar de concentrar apenas 18,6% de toda a população baiana. A taxa média de mortalidade

neste período foi duas vezes maior que as taxas de mortalidade encontradas no país.2

O abandono do tratamento contra a tuberculose é um importante fator para a

permanência das altas taxas de incidência/prevalência da doença no país. São consequências

do abandono antibiótico a recidiva do quadro infeccioso, a manutenção da cadeia de

transmissão, o surgimento de multirresistência bacilar, a impotência antibiótica e, por

conseguinte, maior representação epidemiológica.3

É considerado abandono do tratamento quando o indivíduo doente, depois de

iniciado o esquema proposto, deixa de comparecer ao serviço de saúde por um período superior

a 30 dias consecutivos, após a data agendada para o retorno. O ministério da Saúde estipula como

aceitável uma taxa de até 5% de abandono, entretanto, os índices de abandono no Brasil variam

entre 8 e 42%, valores acima do que seria um bom prognóstico para a tuberculose no país.3

Portanto, deve-se voltar a atenção para o abandono do tratamento da tuberculose

como um grande obstáculo a ser superado e traduzido em melhores taxas de cura.

Para conhecer o perfil do abandono do tratamento da tuberculose, os possíveis

fatores de risco para esta condição e sua incidência segundo o sexo, idade e status de

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410

tratamento prévio no município de Salvador, Bahia no período de 2005 a 2009, buscou-

se o banco de dados do Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação (SINAN). Este

banco de dados foi analisado pelo programa Epi-info (versão 3.5.2) e os resultados foram

apresentados em gráficos e tabelas, cuja discussão esteve apoiada na literatura.

Espera-se que os resultados obtidos com o estudo possam contribuir para uma

melhor compreensão do padrão epidemiológico da tuberculose na cidade de Salvador,

a fim de nortear a elaboração de estratégias e de medidas voltadas para a redução da

morbimortalidade deste agravo.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo epidemiológico observacional, longitudinal, retrospectivo,

do tipo coorte histórica, conduzido a partir dos casos de abandono do tratamento da

tuberculose notificados pelo SINAN, registrados a partir de informações oriundas da Ficha

Individual de Investigação (FII) dos casos da doença, no município de Salvador, Bahia, Brasil, no

período de 2005 a 2009. Para cálculo dos indicadores, foram utilizados os dados populacionais

do site da prefeitura municipal de Salvador, disponível em http://www.salvador.ba.gov.br/.

Neste estudo foram consideradas variáveis de exposição: faixa etária (<15 e

≥15 anos de idade), sexo (masculino e feminino) e status anterior do tratamento (caso novo,

recidiva, reingresso pós-abandono); a variável resposta foi o abandono do tratamento.

A evolução temporal (2005 a 2009) dos casos de TB foi analisada a partir da

comparação da magnitude dos coeficientes anuais de incidência segundo a faixa etária, sexo e

status de tratamento prévio.

A análise bivariada verificou a associação entre a(s) variável(is)

independente(s) e a variável resposta (abandono ou não abandono), permitindo a

identificação dos fatores de risco para o abandono de tratamento. Os dados foram

analisados no programa Epi-Info, versão 3.5.2.

O referencial teórico foi construído a partir de artigos científicos, manuais e

boletins epidemiológicos publicados entre os anos 1991 e 2011 em revistas e sites de grande

relevância científica. Os bancos de dados utilizados para a busca deste referencial foram da

Biblioteca Virtual de Saúde Pública (www.saudepublica.bvs.br), SciElO (www.scielo.com.br),

site da Organização mundial de Saúde (www.who.int/es), manuais do ministério da Saúde

localizados no site (www.saude.gov.br/svs) e Boletins Epidemiológicos da Secretaria de Saúde da

Bahia, disponíveis em www.saude.ba.gov.br. Foram utilizados os descritores: “Tuberculose”;

“Epidemiologia”; “Tratamento”.

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Revista Baianade Saúde Pública

411v.37, n.2, p.407-422

abr./jun. 2013

Foram respeitados os aspectos éticos e legais relacionados à pesquisa com seres

humanos previstos na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde do ministério da

Saúde do Brasil, para a construção desta pesquisa. Este trabalho é um subprojeto da pesquisa

“Situação da Tuberculose no município de Salvador, Bahia” e foi submetido ao comitê de ética em

pesquisa da Universidade do Estado da Bahia, sendo aprovado sob o número 0603100070800.

RESULTADOS

Nos anos de 2005 a 2009 no município de Salvador, Bahia, foi notificado

pelo SINAN um total de 13.399 casos de tuberculose, sendo que 85,89% corresponderam

à forma pulmonar, 12,02% à forma extrapulmonar e 2,07% à forma mista da doença

(pulmonar + extrapulmonar).

Quanto à distribuição etária, encontrou-se que 96,16% dos casos de TB

notificados tinham idade igual ou superior a 15 anos e apenas 3,83% tinham menos de 15

anos de idade. O sexo predominante foi o masculino, com 62,29 % dos casos notificados,

contra 37,67% correspondente ao sexo feminino.

A Figura 1 apresenta o número de casos e coeficientes de incidência da

tuberculose entre os anos de 2005 e 2009. Observa-se que o número de casos e a incidência

de TB sofreram pouca variação no período em estudo, sendo 2005 e 2007 os anos de maior e

menor expressão quantitativa, respectivamente.

82

84

86

88

90

92

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2400

2450

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2850

2005 2006 2007 2008 2009

Ano

Ano Incidência

Inci

dênc

ia

N[u

mer

o de

cas

os

Figura 1 – Número de casos de tuberculose e coeficiente de incidência por 100 mil

habitantes no município de Salvador, Bahia, de 2005 a 2009 Fonte: SINAN.

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412

As doenças associadas à TB mais prevalentes foram o alcoolismo, com

prevalência de 15,0%, seguida pelo diabetes mellitus, com 6,7% e a AIDS com 5,2%.

Com respeito à investigação dos casos notificados quanto à infecção pelo vírus da

imunodeficiência adquirida, o HIV, observa-se que em 58,9% a sorologia para o vírus não foi

realizada, enquanto 706 casos (5,3%) apresentavam positividade na sorologia, 1.440 apresentavam

negatividade (10,7%) e 3.363 (25,1%) tinham o exame diagnóstico em andamento.

A situação de encerramento dos casos notificados pelo SINAN nos anos de 2005

a 2009 estão apresentados na Figura 2.

Observa-se a partir da situação de encerramento dos casos que o

percentual de cura correspondeu a 71,1%, 14,8% tiveram o diagnóstico de TB

modificado, enquanto 8,9% abandonaram o tratamento; 5,2% foram transferidos de

unidade ou evoluíram para óbito.

Participaram da Estratégia Directly Observed Therapy, Short-course (DOTS)

1.819 casos notificados (13,57%), destes, 54,81% evoluíram para a cura, 18,53% tiveram

sua situação de encerramento ignorada, 12,47% foram caracterizados como mudança de

diagnóstico, 8,85% abandonaram o tratamento, e os 5,34% restantes foram transferidos de

unidade, evoluíram para óbito ou eram casos de TB multirresistente.

A Figura 3 mostra a forma de entrada no tratamento antibiótico daqueles

indivíduos em regime de tratamento supervisionado.

Dos casos que participaram da estratégia DOTS, 75,31% eram casos novos,

11,3% eram transferências, 6,98% eram reingressos pós-abandono, 6,26% eram recidiva.

Figura 2 – Distribuição percentual dos casos de tuberculose segundo a situação de

encerramento. Salvador, Bahia, 2005 a 2009Fonte: SINAN.

Cura

Abandono

Mudança de Diagnóstico

Óbito, trasferência ou TB multiresistente71,1%

8,9%

14,8%

5,2%

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Com respeito aos casos de abandono do tratamento de tuberculose pelos

anos estudados, observa-se uma redução no número de casos de abandono de tratamento,

conforme mostra a Figura 4.

Figura 3 – Distribuição percentual dos casos de tuberculose em regime de tratamento

supervisionado, segundo status de tratamento prévio. Salvador, Bahia, 2005 a 2009Fonte: SINAN.

Caso novo

Reicidiva

Reingresso pós-abandono

Ignorado

Transferência

75,31%

6,26%6,98% 11,3%0,15%

Figura 4 – Número de casos de abandono do tratamento da tuberculose e percentual

de abandono do tratamento da tuberculose, segundo o ano de ocorrência. Salvador,

Bahia, 2005 a 2009Fonte: SINAN.

0

2

4

6

8

10

12

0

50

100

150

200

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2005 2006 2007 2008 2009

Núm

ero

de c

asos

de

aban

dono

Taxa

de

aban

dono

Taxa de abandono

Ano

Abandono

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414

Para a análise do risco de abandono do tratamento da TB nas situações de

entrada no tratamento: casos novos, recidiva e reingresso pós-abandono, realizou-se o

cálculo do coeficiente de incidência e posterior avaliação do risco relativo. O desfecho foi

o abandono do tratamento da TB e os grupos de referência foram aqueles consagrados pela

literatura como não exposto, em cada caso. A Tabela 1 apresenta os resultados obtidos.

Tabela 1 – Coeficiente de incidência e risco relativo para abandono do tratamento da

tuberculose, segundo variáveis selecionadas

Exposição Coeficiente de incidência Risco relativoSituação de entrada

Caso novo 89,00 –recidiva 156,02 1,75reingresso pós-abandono 446,31 5,01

SexoFeminino 79,54 –masculino 132,19 1,66

Faixa etária<15 anos 53,07 –≥15 anos 114,77 2,16

Tratamento supervisionadoParticipam da estratégia DOTS 140,07 –Tratamento auto-administrado (TAA) 105,80 0,75

O risco de abandono entre os indivíduos que eram reincidentes no tratamento

da doença foi 75% maior do que aqueles que iniciaram o tratamento pela primeira vez, já

entre os reingressos pós-abandono este risco foi 5 vezes maior. O sexo masculino apresentou

66% mais chance de abandonar o tratamento da TB, comparado ao sexo feminino. Quanto à

faixa etária, os indivíduos com idade superior a 15 anos apresentaram risco 2 vezes maior que

os menores de 15 anos no mesmo quesito.

A análise do risco de abandono do tratamento entre os indivíduos em regime

de DOTS mostrou que a exposição (TAA), ou não DOTS, foi um fator de proteção, ou o risco de

abandono foi menor nos expostos (TAA), do que nos não expostos (DOTS).

DISCUSSÃO

O abandono do tratamento contra a tuberculose tem se configurado como um

grande obstáculo e desafio no combate à doença, tendo como consequência direta o aumento

dos custos com o tratamento, maior expressão da mortalidade e das taxas de recidiva, assim

como o desenvolvimento da multirresistencia bacilar.3 Apesar do Sistema Único de Saúde

(SUS) fornecer gratuitamente os medicamentos antituberculose, a não adesão e o abandono do

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Revista Baianade Saúde Pública

415v.37, n.2, p.407-422

abr./jun. 2013

tratamento são problemas frequentes, que apresentam diversos fatores associados, sejam estes

relacionados ao doente, ao serviço de saúde, ou até mesmo à própria terapia.4

A Organização mundial de Saúde (OmS) preconiza que os programas de

TB apresentem uma taxa de abandono do tratamento inferior a 5%, no entanto, estudos

brasileiros apontam índices de abandono que variam de 38 a 42%, valores ainda bastante

distantes do aceitável.3

A cidade de Salvador, capital do estado da Bahia, foi responsável na década

de 90 pela metade dos óbitos por tuberculose registrados em todo o Estado, apesar de

concentrar apenas 18,6% de toda a população baiana. A taxa média de mortalidade neste

período foi superior à encontrada no estado e o dobro da média brasileira.2 A situação da

cidade no período de 2000 a 2009 demonstrou tendência ao decréscimo do número

de casos e coeficiente de incidência de TB, aumento do percentual de cura e redução das

transferências e dos casos ignorado/branco. As taxas de abandono do tratamento em Salvador

nos anos 2000 mantiveram-se abaixo dos 10%.5

O Brasil apresenta, segundo dados do Programa Nacional de Controle da

Tuberculose (PNCT), 72 mil casos de tuberculose por ano, com uma média de 38,2 casos por

100 mil habitantes; a região nordeste, no ano de 2007, apresentou uma taxa de incidência de

aproximadamente 40 casos/100 mil habitantes, ficando em 3º lugar com maiores incidências

de casos de TB dentre as regiões do país. O estado da Bahia, por sua vez, também no ano de

2007, apresentou uma taxa de incidência da TB de 41,40 casos/100 mil habitantes.6,7

Neste estudo, a cidade de Salvador apresentou uma média de 2.679 casos da

doença por ano e uma taxa de incidência média de 90,87/100 mil habitantes. O Plano

municipal de Saúde de 2010 do município registrou uma média de 2.416 casos por ano e

coeficiente médio de incidência de 81,5 casos/100 mil habitantes, referente à década de

2000. Estes valores apontam Salvador como a 5ª capital brasileira com maior incidência

de TB do Brasil, atrás de recife, Porto Alegre, rio de Janeiro e manaus e com um risco

considerado médio para sua população adoecer por esta doença (valores entre 50 a 100

casos/100 mil habitantes).5

Os achados deste estudo quanto à forma clínica da tuberculose corroboram

os observados na literatura, mostrando a forma pulmonar como a mais predominante,

com 85,89 contra 12,02% da forma extrapulmonar e 2,07% da forma mista. Esta condição

pode ser justificada devido à via de infecção da doença ser essencialmente a inalatória.8

A tuberculose pulmonar apresenta, neste contexto, grande importância epidemiológica, uma

vez que é única forma transmissível da doença.9,10

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A faixa etária de maior prevalência foi observada nos grupos de indivíduos com

idade maior ou igual a 15 anos de idade (96,16% dos casos notificados), o que pode ser

justificado pelas dificuldades na suspeita clínica de TB na infância, dados os sinais e sintomas

da doença serem inespecíficos neste grupo.11 É importante destacar que a presença da

tuberculose em crianças representa um evento sentinela em saúde coletiva, uma vez que se

refere à infecção recente, promovida por contato com o bacilífero.6,12

Os homens corresponderam a 62,29% dos casos notificados em Salvador no

período em estudo, enquanto que as mulheres corresponderam a 37,67%, indicando que

o sexo masculino está mais exposto ao risco de adoecer de tuberculose, numa razão de

1,65/1. Este resultado apresenta compatibilidade com os registros nacionais, e está de acordo

com dados do SINAN/2010, onde a razão entre homens e mulheres foi de 2,02/1. O sexo

masculino está mais exposto a fatores de risco importantes para a doença, como desigualdade

social e suas implicações, situações de confinamento populacionais e doenças associadas

como a infecção pelo HIV e o alcoolismo crônico.13

O alcoolismo, o diabetes mellitus e a AIDS foram as doenças associadas a

tuberculose com maior prevalência dentre os casos estudados, representando 15,01, 6,7 e

5,2%, respectivamente. Outros estudos apontam a mesma relação.14-16 O alcoolismo crônico

envolve condições como queda da imunidade, desnutrição, fragilidade social e exposições a

situações de risco, desta forma, este agravo associa-se à TB tanto por aumentar sua incidência

quanto por retardar sua recuperação.13 O diabetes mellitus, da mesma forma, tem sido

relatado como fator de risco para a tuberculose, no entanto, mostram-se incipientes estudos

que proponham elucidar o risco para tuberculose em diabéticos.14 A tuberculose é a primeira

causa de morte dos pacientes com AIDS,7 sendo a coinfecção TB/HIV responsável pelo

aumento da incidência, da prevalência e da mortalidade por TB em todo o mundo.17

A infecção pelo HIV foi observada em 5,3% dos casos estudados, enquanto

10,7% não apresentaram o vírus; em 84% a sorologia não foi realizada ou o exame

diagnóstico apresentava-se em andamento no encerramento dos casos. Um estudo realizado

no município de Salvador, Bahia, retrata esta situação apontando o sub-registro como

uma possível resposta para esta questão.2 A solicitação da sorologia para o teste de HIV no

município mostra-se incipiente, traduzindo a fragilidade do banco de dados do sistema de

informação, no que tange à coinfecção HIV/Tuberculose.2,18

O percentual de cura da tuberculose recomendado pela OmS é de, pelo menos,

85%, para assegurar a redução do risco de infecção.2 Em 2008 o Brasil apresentou 73% de cura,19

neste estudo, este percentual foi de 71,1%. Quanto à taxa de abandono do tratamento contra TB,

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417v.37, n.2, p.407-422

abr./jun. 2013

o estudo apresentou como resultado 8,9%, sendo preconizados pela OmS, valores inferiores a 5%.

Estes resultados demonstram a necessidade de fortalecer as ações propostas pelo PNCT, que incluem

a vigilância dos casos para aumentar a proporção de registros com informações de desfecho.18

A estratégia de tratamento supervisionado, conhecida como DOTS, apresentou uma

cobertura nacional de 35% em 200220 e 40% em 2008,21 no entanto, nos anos estudados neste

trabalho, a cobertura foi de apenas 14% aproximadamente. Um estudo realizado no ano de 2008

discute a cobertura insuficiente do DOTS em alguns municípios do Estado de São Paulo, explicando

que a resposta para esta questão pode envolver a dimensão político-gerencial e de financiamento

das ações de saúde (repasse de verbas).22 O que tem dificultado a expansão do tratamento

supervisionado em Salvador, segundo estudos, é a baixa cobertura das estratégias do Programa Saúde

da Família (PSF), que corresponde a cerca de 14%%.2,23

O percentual de cura e de abandono do tratamento entre os indivíduos em

regime de DOTS foi de 54,81 e 8,85%%, respectivamente; pode-se inferir a partir destes

dados que a estratégia de tratamento supervisionado no município de Salvador não tem

garantido resultados promissores quanto ao alcance das metas estabelecidas pela OmS para

o controle da doença. Estudos apontam resultados discordantes ao encontrado, e destacam

maior probabilidade de alta por cura e diminuição dos casos de abandono do tratamento

antibiótico quando implementado o DOTS.4,24-26

Foi verificada uma redução no número de casos de abandono do tratamento

contra TB em Salvador no período em estudo, apesar de em nenhum dos anos a meta

preconizada pela OmS ter sido cumprida. Um estudo realizado no município, no ano de

2007, coloca essa tendência na diminuição das taxas de abandono em Salvador, comparando

com o ano de 1994, onde o percentual foi de 23,4% e 2000, com 7,6%, e questiona a

qualidade do fluxo das informações a este respeito e/ou falta de acompanhamento adequado

do doente pela equipe de saúde, uma vez que não se tem dados sobre a situação de

encerramento de muitos destes casos.2

A investigação do risco de abandono do tratamento da tuberculose (Tabela 1)

mostra que ser homem (rr=1,66), ter idade igual ou superior a 15 anos (rr=2,16), ser caso

de retratamento (rr=1,75) ou reingresso pós-abandono (rr=5,01) contribuíram para o

evento em estudo, ou seja, se configuram como fatores de risco. Diferentemente de outros

estudos, quanto ao resultado encontrado sobre a variável DOTS, tem-se que o risco de

abandono é menor em indivíduos expostos do que nos não expostos.

O sexo masculino representa a maioria no número de casos, e adicionalmente,

aderem menos às recomendações médicas de forma geral. Os homens, sobretudo os jovens

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solteiros e separados, geralmente preservam seu modo de vida com festas, bebida e fumo

acreditando que não possam esmorecer com doenças e modificar alguns hábitos durante

os meses de tratamento. Esta postura se deve à imagem atribuída socialmente aos homens,

como sexo resistente e livre.27 Por outro lado, mulheres geralmente cumprem melhor as

recomendações clínicas quanto ao tratamento da TB e estão menos propensas a morrerem da

doença. Outros estudos foram concordantes neste quesito.29-31

Um estudo realizado em Belo Horizonte, minas gerais, obteve em seus

resultados a predominância do abandono em indivíduos com idade superior a 15 anos,32

assim como observado num estudo em recife, Pernambuco,28 que traz como argumento

o fato de as demandas de trabalho dos indivíduos nesta faixa etária dificultarem a ida às

consultas de monitoramento e avaliação da doença. Em outros estudos, entretanto, se

verificou que o abandono do tratamento foi proporcionalmente semelhante em todas as faixas

etárias, com um discreto aumento na faixa entre os 30 e 49 anos. Neste estudo, os indivíduos

com idade igual ou superior a 15 anos de idade apresentam um risco de abandono 2,16

vezes maior do que aqueles menores de 15 anos.30

O risco de abandono entre indivíduos que eram reincidentes no tratamento contra

TB foi 75% maior do que aqueles que iniciaram o tratamento pela primeira vez. Outros estudos

ratificam tal condição.30 O maior risco de abandono entre os casos de recidiva é destacado,

apesar de não encontrar nos seus resultados a mesma proposição, num estudo realizado no ano

de 2007.32 Os dois principais fatores de risco para a recidiva são o uso irregular dos fármacos

e a infecção pelo HIV,15 e a partir desta constatação pode-se justificar o aumento do risco de

abandono neste grupo questões como baixo nível socioeconômico, baixa escolaridade, falta de

motivação, efeitos adversos dos medicamentos e uso de drogas lícitas.33

Os casos de reingresso pós-abandono apresentaram um risco cinco vezes

maior de abandonar o tratamento antibiótico contra a tuberculose do que os casos novos,

não expostos. Este resultado foi compatível com os encontrados na literatura,34 onde

se observou um abandono de 63% entre os que já haviam anteriormente desistido do

tratamento, e outro onde foi evidenciada uma densidade de abandono quase três vezes

maior entre os casos com história de abandono prévio da TB comparado com os virgens

de tratamento.30 O alto risco de abandono entre os indivíduos reingressos pós-abandono

sugere que casos nesta situação sejam monitorizados mais de perto, e se possível, estejam

em regime de tratamento supervisionado.35

Os indivíduos que já foram submetidos anteriormente ao tratamento antibiótico

contra TB, sendo então recidiva ou reingresso pós-abandono, estão mais predispostos ao

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processo da resistência medicamentosa, que leva ao insucesso do tratamento. Em muitos

dos casos, as lesões pulmonares decorrentes da infecção pelo M. tuberculosis avançam por

reativações repetidas e inadequação terapêutica, fato que favorece o surgimento de cepas

mutantes resistentes do bacilo a uma ou mais drogas.30 Diante deste contexto, pode-se dizer

que os indivíduos em retratamento para TB devem ser vistos como grupo prioritário para o

Programa de Controle da Tuberculose.36

Diversos estudos analisam a influência da modalidade do tratamento no

abandono do tratamento da tuberculose, mostrando o DOTS como modalidade protetora

para o desfecho de abandono.3,21,25,30 Em contrapartida, neste trabalho não se verificou

associação entre o menor riso de abandono e a estratégia DOTS.

A baixa cobertura da modalidade de tratamento supervisionado em Salvador,

assim como fatores relacionados a fragilidades do banco de dados do SINAN, como a

subnotificação podem explicar o resultado.

Esta condição está associada à precariedade na vigilância da TB, sobretudo no

que tange a deficiências na capacidade dos municípios de captar casos novos ou registrar

adequadamente os dados de notificação e acompanhamento.37

A estratégia DOTS é uma tentativa de se estabelecer condições favoráveis para

a adesão do tratamento, de forma sistemática e humanizada. Contempla não só a observação

direta do profissional de saúde da tomada de medicamento, mas vontade política, aquisição,

distribuição regular de medicamentos, acesso facilitado a exames laboratoriais e qualificação

do sistema de informação.

É necessário que a cobertura da estratégia seja ampliada, sobretudo no município

de Salvador, e mais estudos sejam realizados para avaliar o alcance e os resultados do DOTS.

O combate ao abandono do tratamento da tuberculose é plural: um dever

profissional, um compromisso da sociedade e dos governos, um ato a favor da saúde

individual e coletiva. Por trás de indicadores epidemiológicos existem seres humanos com

possibilidades reais de saúde e bem-estar; por isso, a busca por melhores resultados não cessa,

é a tradução da luta pela vida.

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recebido em 20.11.2012 e aprovado em 10.12.2013.