Rel Baldim

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  • MINISTRIO DE MINAS E ENERGIA

    SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAO E TRANSFORMAO MINERAL

    SERVIO GEOLGICO DO BRASIL CPRMDiretoria de Geologia e Recursos Minerais

    Departamento de Geologia

    Superintendncia Regional de Belo Horizonte

    Programa Geologia do Brasil

    PROJETOSETE LAGOAS - ABAET

    ESTADO DE MINAS GERAIS

    Belo Horizonte2010

  • Companhia de Pesquisa de Recursos Mineral-CPRM

    Projeto Sete Lagoas-Abaet, Estado de Minas Gerais: texto explicativo./Manoel Pedro Tuller,Jos Heleno Ribeiro,Nicola Signorelli,Wilson Luis Fboli,Jlio Murilo Martino Pinho, Orgs.- Belo Horizonte: CPRM-BH, 2009.

    160p.,06 mapas geolgicos, escala 1:100.000 (Srie Programa Geologia do Brasil) verso impressa em papel e em meio digital, textos e mapas.

    Contedo: Inclui as folhas geolgicas de : Sete Lagoas, Baldim[parcial], Abaet, Pompu, , Bom Despacho[parcial], escala 1:100.000, Belo Horizonte [parcial]. Projeto Desenvolvido em SIG-Sistema de Informaes Geogrficas utilizando o GEOBANK-Bancos de Dados Geoespacial da CPRM.

    1.Geologia de Minas Gerais. 2.Recursos Minerais- I Ttulo. II Tuller,Manoel Pedro. III- Ribeiro,Jos Heleno. IV Signorelli,Nicola. V- Fboli,Wilson Luis. VI- Pinho, Julio Murilo Martino.VII.Srie.

    Direitos desta edio: CPRM Servio Geolgico do Brasil permitida a reproduo desta publicao desde que mencionada a fonte.

    CPRM - SuPeRintenDnCia ReGional De Belo HoRizonteav. BRaSil 1731 BaiRRo FunCionRioSBelo HoRizonte MG- 30.140-002Fax: (31) 3878 -0383tel: (31) 3878-0307HttP://[email protected]

    CDU 551 (815.1A/Z)

    Ficha catalogrfica elaborada na CPRM-BH por Bibl. M. Madalena Costa Ferreira CRB-MG1393

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    Superintendncia Regional de Belo Horizonte

    Programa Geologia do Brasil

    PROJETOSETE LAGOAS - ABAET

    ESTADO DE MINAS GERAIS

    Manoel Pedro TullerJos Heleno Ribeiro

    Nicola SignorelliWilson Luis Fboli

    Jlio Murilo Martino Pinho

    Belo Horizonte2010

  • Programa Geologia do Brasil

    PROJETO SETE LAGOAS - ABAETMINISTRIO DE MINAS E ENERGIA

    Mrcio Pereira zimmermann Ministro de Estado

    SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAO E TRANSFORMAO MINERALCludio Scliar

    Secretrio

    SERVIO GEOLGICO DO BRASIL - CPRMagamenon Srgio lucas Dantas

    Diretor-PresidenteManoel Barretto da Rocha neto

    Diretor de Geologia e Recursos MineraisJos Ribeiro Mendes

    Diretor de Hidrologia e Gesto TerritorialFernando Pereira de Carvalho

    Diretor de Relaes Institucionais e Desenvolvimentoeduardo Santa Helena da Silva

    Diretor de Administrao e Finanas incio de Medeiros Delgado

    Chefe do Departamento de GeologiaReginaldo alves dos Santos

    Chefe da Diviso de Geologia BsicaJoo Henrique Gonalves

    Chefe da Diviso de GeoprocessamentoPaulo Roberto Macedo Bastos

    Chefe da Diviso de Cartografiaernesto von Sperling

    Chefe do Departamento de Relaes Institucionais e DivulgaoJos Mrcio Henriques Soares

    Chefe da Diviso de Marketing e Divulgao

    SUPERINTENDNCIA REGIONAL DE BELO HORIZONTEMarco antnio Fonseca

    Superintendente RegionalFernando antnio Rodrigues de oliveiraGerente de Geologia e Recursos Minerais

    Marcelo de araujo vieiraGerente de Relaes Institucionais e Desenvolvimento

    Marcio de oliveira CndidoGerente de Geologia e Gesto Territorial

    Silvia efignia vieira de MeloGerente de Administrao e Finanas

    MINISTRIO DE MINAS E ENERGIA

    SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAO E TRANSFORMAO MINERAL

    SERVIO GEOLGICO DO BRASIL CPRMDiretoria de Geologia e Recursos Minerais

    Departamento de Geologia

    Superintendncia Regional de Belo Horizonte

  • MINISTRIO DE MINAS E ENERGIA

    SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAO E TRANSFORMAO MINERAL

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    Departamento de Geologia

    Superintendncia Regional de Belo Horizonte

    CRDITOS DE AUTORIA DO RELATRIO

    CRDITOS DE AUTORIA DA CARTOGRAFIA GEOLGICA

    Captulo 1 INTRODUOManoel Pedro tuller

    Captulo 2 ASPECTOS FISIOGRFICOS, HIDROGRAFIA, CLIMA E VEGETAOManoel Pedro tuller

    Captulo 3 CONTEXTO GEOTECTNICO E GEOLOGIA REGIONALJlio Murilo Martino Pinho

    Captulo 4 GEOLOGIA/ESTRATIGRAFIA

    4.1 INTRODUOnicola Signorelli e Jos Heleno Ribeiro

    4.2 ESTRATIGRAFIA

    4.2.1 COMPLEXO BELO HORIZONTEwilson luis Fboli4.2.2 COMPLEXO DIVINPOLISManoel Pedro tuller e wilson luis Fboli4.2.3 SUPERGRUPO RIO DAS VELHASwilson luis Fboli4.2.4 SUPERGRUPO MINASManoel Pedro tuller4.2.5 SUPERGRUPO ESPINHAOJos Heleno Ribeiro4.2.6 GRUPO MACABASJlio Murilo Martino Pinho4.2.7 GRUPO BAMBUwilson luis Fboli

    4.2.7.1 FORMAO CARRANCASJos Heleno Ribeiro

    Manoel Pedro tuller Folha Sete lagoas - Se.23-z-C-iiJos Heleno Ribeiro Folha Baldim - Se.23-z-C-iii

    nicola Signorelli - Folha abaet Se.23-Y-D-iiiwilson luis Fboli Folha Pompu - Se.23-z-C-i

    Jlio Murilo Martino Pinho - Folha Belo Horizonte Se.23-zC-viJos Heleno Ribeiro, Manoel Pedro tuller, nicola Signorelli e wilson luis Fboli

    Folha Bom Despacho - Se.23-Y-D-vi

    4.2.7.2 FORMAO SETE LAGOASJos Heleno Ribeiro4.2.7.3 FORMAO SERRA DE SANTA HELENAwilson luis Fboli4.2.7.4 FORMAO LAGOA DO JACARnicola Signorelli4.2.7.5 FORMAO SERRA DA SAUDADEnicola Signorelli

    4.2.8 FORMAES SUPERFICIAISwilson luis Fboli4.2.9 ROCHAS DE POSICIONAMENTO DUVIDOSOwilson luis Fboli

    Captulo 5 GEOLOGIA ESTRUTURALJlio Murilo Martino Pinho

    Captulo 6 GEOQUMICAeduardo Duarte Marques, lgia Maria de almeida leite Ribeiro e Cludio Jos Marques de Souza

    Captulo 7 GEOFSICAFernando a. R. de oliveira, Michael G. P. Drews e nicola Signorelli

    Captulo 8 RECURSOS MINERAISManoel Pedro tuller e wilson luis Fboli

    Captulo 9 CONCLUSESnicola Signorelli

    Captulo 10 RECOMENDAESnicola Signorelli

    Captulo 11 REFERNCIAS BIBLIOGRFICASwilson luis Fboli, Jlio Murilo Martino Pinho

  • incio Medeiros DelgadoDePaRtaMento De GeoloGia

    Reginaldo alves dos SantosDiviSo De GeoloGia BSiCa-DiGeoB

    Joo Henrique GonalvesDiviSo De GeoPRoCeSSaMento-DiGeoP

    eDio Do PRoDutoernesto von Sperling

    DePaRtaMento De RelaeS inStituCionaiS e DivulGaoernesto von Sperling

    DiviSo De MaRketinG-DiMaRkJos Mrcio Henriques Soares

    SuReG-BHMarco antnio Fonseca

    Fernando antnio Rodrigues de oliveiraantonino Juarez Borges

    Michael Gustav Peter DrewsFrederico andr Favre

    Magda eliana G. de oliveiraSonia aparecida Pessoa

    Josiene ornelas de FreitasGeRnCia De ReCuRSoS MineRaiS GeReMi/ SuReG-BH

    Marcelo de arajo vieiraMrcio antnio da Silva

    Brysa de oliveiraelizabeth de almeida Cadte Costa

    Mrcio Ferreira augustoMaria Madalena Costa Ferreira Maurcio alves Ferreira Santos

    Rosngela Gonalves Bastos de SouzaGeRnCia De RelaeS inStituCionaiS eDeSenvolviMento - GeRiDe/SuReG-BH

    Silvia efignia vieira de MeloGeRnCia De aDMiniStRao e FinanaS

    GeRaFi/ SuReG-BH

    Manoel Pedro tullerCHeFe Do PRoJeto

    Geologia: Jlio Murilo Martino PinhoRecursos Minerais: vinicius Jos de Castro Paes

    SuPeRviSoR tCniCo

    Jlio Murilo Martino PinhoMarco antnio Fonseca

    Jane nobre lopesReginaldo alves dos Santos

    ReviSo Do texto

    Jlio M. M. Pinhowilson luis Fboli

    unika editoraoRGanizao e eDitoRao

    Frederico ozanam RaposoPetRoGRaFia

    eduardo Duarte MarquesCludio Jos Marques de Souza

    GeoquMiCa

    Cristiano Csar SouzaDrevisson Fernando Soares

    Francisco Magela DiasGeraldo Saraiva

    Jlio de Freitas F. vasquesleonardo PerdigoMrcio alexandre

    Marco antonio leito PimentelMaurcio vieira Rios

    valter Gonalves de arajotCniCoS eM GeoloGia/MineRao

    Henrique Guimares PedrosaMarcos eduardo nilton vieira neri

    eStaGiRioS De GeoloGia

    APOIO TCNICO DA CPRM

    Programa Geologia do Brasil

    PROJETO SETE LAGOAS - ABAET

    MINISTRIO DE MINAS E ENERGIA

    SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAO E TRANSFORMAO MINERAL

    SERVIO GEOLGICO DO BRASIL CPRMDiretoria de Geologia e Recursos Minerais

    Departamento de Geologia

    Superintendncia Regional de Belo Horizonte

  • APRESENTAO

    o Programa Geologia do Brasil PGB, desenvolvido pelo Servio Geolgico do Brasil CPRM, responsvel pela retomada em larga escala dos levantamentos geolgicos bsicos do pas. esse programa tem por objetivo a ampliao acelerada do conhecimento geolgico do territrio brasileiro, fornecendo subsdios para novos investimentos em pesquisa mineral e para a criao de novos empreendimentos mineiros, com a consequente gerao de novas oportunidades de emprego e renda. alm disso, os novos dados de campo e laboratrio obtidos na execuo do trabalho podem ser utilizados em projetos de gesto territorial e de recursos hdricos, dentre inmeras outras aplicaes de interesse social.

    os resultados encontrados mostram um importante avano no exerccio de novas prticas, tanto na cartografia geolgica quanto no estudo da potencialidade mineral e do conhecimento geolgico em amplas reas do territrio nacional. o refinamento da cartografia, na escala adotada, fornece aos potenciais usurios uma ferramenta bsica indispensvel aos futuros trabalhos de explorao mineral ou queles relacionados gesto ambiental e avaliao de potencialidades hdricas, dentre outros.

    o projeto foi totalmente desenvolvido em ambiente SiG e vinculado ao banco de dados geolgicos da CPRM, o GeoBank, incorporando o que existe de mais atualizado em tcnica de geoprocessamento aplicada cartografia geolgica. tambm encontram-se disponveis para consulta e download no Portal da CPRM - www.cprm.gov.br - os mapas em formato PDF de todas as folhas que integram o projeto Sete lagoas abaet.

    este relatrio contm o Texto Explicativo do Projeto Sete Lagoas - Abaet, estruturado de forma integrada, abordando as especificidades mapeadas em todas as sete folhas na escala 1:100.000 que integram o projeto (SE.23-Y-D-III - Abaet, SE.23-Z-C-I - Pompu, SE.23-Z-C-II Sete Lagoas, SE.23-Z-C-III - Baldim, SE.23-Y-D-VI Bom Despacho, SE.23-Z-C-V - Contagem e SE.23-ZC- VI Belo Horizonte).

    a rea abrangida pelas folhas est inserida na Bacia do So Francisco, uma bacia intracratnica pouco deformada na parte central e limitada por suas faixas mveis compressionais a oeste (Faixa Braslia) e a leste (Faixa araua). o Grupo Bambu o mais importante conjunto litolgico aflorante na rea e principal objetivo deste mapeamento.

    as atividades mineiras na rea esto relacionadas a calcrios, explotados para utilizao na construo civil, produo de cimento, cal, brita, pedra para calamento e p de brita.

    aGaMenon DantaSDiretor Presidente

    Manoel BaRRettoDiretor de Geologia e Recursos Minerais

    VII

    Projeto Sete Lagoas - Abaet

  • CPRM - Programa Geologia do Brasil

    VIII

  • Projeto Sete Lagoas - Abaet

    RESUMO

    o mapeamento geolgico das folhas Baldim (Se.23-z-C-iii, 80%), Sete lagoas (Se.23-z-C-ii, 100%), Pompu (Se.23-z-C-i, 100%), abaet (Se.23-Y-D-iii, 100%), Bom Despacho (Se.23-Y-D-vi, 50%), Contagem (Se.23-z-C-v, 10%) e Belo Horizonte (Se.23-z-C-vi, 15%), na escala 1:100.000, integrantes do Projeto Sete lagoas abaet, foi executado pelo Servio Geolgico do Brasil CPRM. utilizou-se a metodologia estabelecida para os projetos do Programa Geologia do Brasil PGB, executado pela CPRM, complementada por levantamentos de sees verticais compostas de detalhe. a rea abrangida pelas folhas est inserida na Bacia do So Francisco, uma bacia intracratnica pouco deformada na parte central e limitada por suas faixas mveis compressionais a oeste (Faixa Braslia) e a leste (Faixa araua). o Grupo Bambu, o mais importante conjunto litolgico aflorante na rea e principal objetivo deste mapeamento, composto, da base para o topo: Formao Carrancas, representada pelas fcies conglomertica e peltica; Formao Sete lagoas, depositada em ambiente marinho plataformal, subdividida em dois membros, Pedro leopoldo, inferior, constitudo de calcilutitos, calcissiltitos e siltitos, e lagoa Santa, superior, composto de calcarenitos finos a mdios localmente estromatolticos; Formao Serra de Santa Helena, representada por siltitos argilosos e margas; Formao lagoa do Jacar, constituda de calcarenitos oolticos e intraclsticos, localmente estromatolticos, e a Formao Serra da Saudade, composta de siltitos e arenitos argilosos. apesar de no ter sido objeto do trabalho, foram compiladas e descritas resumidamente as seguintes unidades litoestratigrficas: Grupo Macabas, Supergrupos espinhao, Minas e Rio das velhas, e os Complexos Belo Horizonte e Divinpolis. as estruturas regionais mais marcantes podem ser visualizadas em imagens de satlite e em fotografias areas. So falhas de empurro, de descolamento, falhas e ou fraturas indiscriminadas de direes nw e ne. os trabalhos de campo permitiram caracterizar, regionalmente, acamadamentos, elementos lineares, dobras e clivagens de fratura. a rea estudada foi dividida em domnios estruturais, de acordo com a magnitude da deformao, tendo sido individualizados quatro domnios de comportamento estrutural distintos. os mapas aerogeofsicos magnetomtricos permitem visualizar as estruturas regionais preenchidas por diques e, nos locais onde h levantamentos aerogamaespectromtricos, percebe-se os diferentes littipos. Foram feitas amostragens de sedimento de corrente e de concentrados de bateia nas folhas Pompu, abaet e Bom Despacho e reinterpretados os dados existentes nas folhas Sete lagoas e Baldim. as atividades mineiras na rea esto relacionadas a calcrios, explotados para utilizao na construo civil, produo de cimento, cal, brita, pedra para calamento e p de brita. Durante a execuo do mapeamento geolgico foram cadastradas 55 minas de ardsias, entre ativas e inativas. as propriedades fsicas destas ardsias permitem sua utilizao em revestimentos, pisos, telhados, decoraes, mveis, etc. Foram cadastradas 16 ocorrncias de quartzo, que ocorre geralmente em veios associados principalmente Formao Serra de Santa Helena. So explotados sob a forma de garimpos, estando a maior parte inativos. Junto a estes veios so encontrados cristais eudricos de quarto hialino utilizados para coleo e na indstria eletro-eletrnica. tambm foram cadastradas 18 ocorrncias de mangans, que ocorrem sob a forma de dixido de mangans, geralmente no contato com o embasamento (Complexo Divinpolis); 10 ocorrncias de argila, encontradas nas plancies de inundaes, prximas s margens de crregos e rios da regio e utilizadas para cermica vermelha, na fabricao de tijolos e telhas; 16 depsitos de areia, que so freqentes em rios e ribeires da regio e utilizados na construo civil, e inmeras cascalheiras de quartzo de veios e coberturas detrito-laterticas, prprias para encascalhamento e pavimentao de estradas.

    IX

  • XCPRM - Programa Geologia do Brasil

  • Projeto Sete Lagoas - Abaet

    XI

    ABSTRACT

    the geological maps of the Baldim (Se.23-z-C-iii, 80%), Sete lagoas (Se.23-z-C-ii, 100%), Pompu (Se.23-z-C-i, 100%), abaet (Se.23-z-B-iii, 100%), Bom Despacho (Se.23-z-B-vi, 50%), Contagem (Se.23-z-C-v, 10%) and Belo Horizonte (Se.23-z-C-vi, 15%) quadrangles (1:100.000) comprise the Sete lagoas - abaet Project. Field works are strictly in accordance with the mapping protocol of the Brazilian Geology Programm (PGB) of Brazilian Geological Survey (CPRM). in addition to the regional mapping, 54 suplementary graphic vertical profiles were perfomed. the project encompasses an area of about 13.195 km, mostly covered by the neoproterozic intracratonic So Francisco Basin. this basin is bounded by nS trending fold and thrust belts (Braslia Belt, to the west, and araua Belt, to the east). the neoproterozoic Bambu Group is the main mapped lithological unit. Based on lithological, stratigraphic and paleoenvironmental data it may be conveniently divided into the following units from base to top: Carrancas Formation, represented by conglomerate and pelitic facies; Sete lagoas Formation, that was deposited in platformal marine environment, with two members: basal Pedro leopoldo (calcilutites, calcisiltites and siltites), and the top lagoa Santa member, composed of fine to medium calcarenites locally stromatolitic; Serra de Santa Helena Formation, represented by clayey siltites and marls; lagoa do Jacar Formation, that is constituted of oolitic and intraclastic calcarenites, locally stromatolitic; and Serra da Saudade Formation, composed of siltites and clayey sandstones. in spite of not being the focus of the project, the following lithoestratigrafic units have been briefly reported: neoproterozoic Macaubas, Midproterozoic espinhao, Paleoproterozoic Minas, archean Rio das velhas Supergroups and archean Belo Horizonte and Divinpolis Complexes. Most common mapped structures comprise bedding, cleavages, folds and brittle fractures. Most expressive regional structures are thrust faults, detachment faults, nw and ne normal faults and fractures and be easily observed in satellite images and aerial photographs. Magnetometric data showed the patterns of linear structures like dykes and faults. where available, radiometric data have discriminated among some lithologies. Stream sediments and pan concentrates were collected in abaet, Pompu and Bom Despacho quadrangles. at the same time, older data of Sete lagoas and Baldim quadrangles were reinterpreted. Mining is mainly related to exploitation of calcareous rocks, used as raw materials to building construction, manufacture of cement, lime, broken stone, pavement and dimension stones. During the time of field works, 55 actives/ abandoned slate mines had been recorded, mainly concentrated in Papagaios region. the slates physical properties allows their use as flooring tiles, wall cladding, roofing tiles, table tops, billiards table tops, etc. Sixteen quartz occurrences (mainly as Hyaline and well formed quartz crystals found in milked quartz veins) were reported. Most of them are currently abandoned. the main use is as crystal collections and in the electro-electronic industry. eighteen oxide manganese occurrences were also reported most of them along the contact between Serra de Santa Helena Formation and the basement rocks (Divinpolis Complex). ten clay occurrences were found in floodplains near the creeks and rivers margins. they are exploited for brick and tiling industry. Sixteen sand deposits, used in building industry, and a lot of quartz fragments and detritic-lateritic material used for road pavement are the main construction aggregates occurrences.

  • CPRM - Programa Geologia do Brasil

    XII

  • Projeto Sete Lagoas - Abaet

    SUMRIO

    XIII

    1 INTRODUO ....................................................................................171.1 Objetivo e Mtodos ................................................................................ 171.2 Localizao e Acessos ............................................................................. 181.3 Aspectos Scio-Econmicos ...................................................................... 19

    2 ASPECTOS FISIOGRFICOS, HIDROGRAFIA, CLIMA E VEGETAO .....................212.1 Clima .................................................................................................. 212.2 Vegetao ............................................................................................ 212.3 Solos .................................................................................................. 212.4 Geomorfologia ...................................................................................... 222.5 hidrografia ........................................................................................... 22

    3 CONTEXTO GEOTECTNICO E GEOLOGIA REGIONAL ....................................25

    4 GEOLOGIA/ESTRATIGRAFIA ...................................................................274.1 Introduo ........................................................................................... 274.2 Estratigrafia ......................................................................................... 28

    4.2.1 Complexo Belo Horizonte - A3bh ........................................................... 284.2.2 Complexo Divinpolis - A3d ................................................................. 304.2.3 Supergrupo Rio das Velhas - A34rv ........................................................ 33

    4.2.3.1 Grupo Nova Lima A4rn34 ........................................................................ 344.2.3.2 Grupo Maquin A4rm ............................................................................. 36

    4.2.4 Supergrupo Minas ............................................................................. 384.2.5 Supergrupo Espinhao ........................................................................ 384.2.6 Grupo Macabas ............................................................................... 414.2.7 Grupo Bambu .................................................................................. 42

    4.2.7.1 Formao Carrancas NP1bcd e NP1bcr ....................................................... 444.2.7.2 Formao Sete Lagoas NP2spl NP2sls ....................................................... 494.2.7.3 Formao Serra de Santa Helena NP2sh ...................................................... 594.2.7.4 Formao Lagoa do Jacar Np2lj .............................................................. 65

    4.2.7.5 Formao Serra da Saudade NP2ss ............................................................ 734.2.8 Formaes Superficiais ....................................................................... 78

    4.2.8.1 Coberturas Detrticas - Ndl ........................................................................ 784.2.8.2 Terraos Aluviais N34a ........................................................................... 804.2.8.3 Aluvies N4a ....................................................................................... 81

    4.2.9 Rochas de Posicionamento Duvidoso ...................................................... 814.2.9.1 Diques Bsicos - dm ................................................................................ 814.2.9.2 Diques/Veios de Quartzo - qz ................................................................. 83

    5 GEOLOGIA ESTRUTURAL ......................................................................85

    6 GEOQUMICA ....................................................................................956.1 Introduo ........................................................................................... 956.2 Mtodo de Trabalho ................................................................................ 95

    6.2.1 Trabalhos de Campo .......................................................................... 95

  • XIV

    CPRM - Programa Geologia do Brasil

    6.2.2 Anlises das Amostras ........................................................................ 966.3 Resultados Obtidos ................................................................................ 96

    6.3.1 Sedimentos de Corrente ..................................................................... 966.3.1.1 Anlise de Varincia ............................................................................... 966.3.1.2 Sumrio dos estimadores ......................................................................... 976.3.1.3 Anomalias Geoqumicas ............................................................................ 99

    6.3.2 Concentrados de Bateia .....................................................................1016.3.3 Interpretao dos Dados Geoqumicos ..................................................1036.3.4 Anlise de Agrupamentos (Cluster Analysis) ............................................1056.3.5 Mapas de Distribuio .......................................................................106

    7 GEOFSICA ...................................................................................... 1137.1 Introduo ..........................................................................................1137.2 Mtodo ..............................................................................................1147.3 Magnetometria .....................................................................................1147.4 Radiometria ........................................................................................120

    8 RECURSOS MINERAIS ......................................................................... 127

    9 CONCLUSES .................................................................................. 135

    10 RECOMENDAES........................................................................... 137

    11 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................... 139

    APNDICES .......................................................................................... 153

    1 - Smula dos Dados de Produo .................................................................155

    2 - Sees Compostas Verticais ......................................................................157

  • Projeto Sete Lagoas - Abaet

    PROJETO SETE LAGOAS - ABAET ESTADO DE MINAS GERAIS

    XV

  • XVI

    CPRM - Programa Geologia do Brasil

  • Projeto Sete Lagoas - Abaet

    17

    este relatrio faz parte do Programa Geologia do Brasil (PGB) que contempla a cartografia geolgica e cadastramento dos recursos minerais de uma rea de aproximadamente 13.195 km2 da Bacia neoproterozica do So Francisco (Grupo Bambu) e faixas mveis contguas.

    o relatrio integra a cartografia geolgica em escala 1:100.000 das folhas: Baldim (Se-23-z-C-iii, 80%), Sete lagoas (Se-23-z-C-ii, 100%), Pompu (Se-23-z-C-i, 100%), abaet (Se-23-Y-D-iii, 100%), Bom Despacho (Se-23-Y-D-vi, 50%), Contagem (Se-23-z-C-v, 10%) e Belo Horizonte (Se-23-z-C-vi, 15%), totalizando 13195 km2 aproximadamente.

    o Grupo Bambu, principal objetivo deste mapeamento geolgico, abordado com detalhes da sua litoestratigrafia atravs de suas formaes, membros e fcies, com seus respectivos sistemas e ambientes deposicionais. o Supergrupo Rio das velhas (Grupos nova lima e Maquin) foi mapeado nas folhas Pompu e Bom Despacho e compilado na Folha Belo Horizonte. o Complexo Belo Horizonte foi mapeado na Folha Pompu, devido pequena rea aflorante, e compilado nas folhas Contagem e Belo Horizonte. o Complexo Divinpolis foi mapeado nas reas prximas dos contatos com o Grupo Bambu na Folha Bom Despacho e compilado no restante da folha. os Supergrupos espinhao e Minas, bem como o Grupo Macabas e o Complexo Caet foram compilados nas folhas Baldim e Belo Horizonte com pequenos ajustes nos contatos.

    1 INTRODUOo levantamento geoqumico para sedimentos

    de correntes e concentrados de bateia foi feito nas folhas abaet, Pompu e Bom Despacho. nas demais, Baldim, Sete lagoas, Contagem e Belo Horizonte, as amostras foram aproveitadas do Projeto Geoqumica do Bambu (Heineck et al., 1977) e reinterpretadas.

    quanto geofsica, os mapas apresentados fazem parte da reinterpretao de dados aeromagnetomtricos do convnio DnPM/CGBa - Convnio Geofsica Brasil - alemanha (1971 / 72) e parcialmente coberta pelos levantamentos mais recentes denominados rea 7 (convnio CPRM - Servio Geolgico do Brasil - e a Companhia de Desenvolvimento econmico de Minas Gerais - CoDeMiG) e rea 2 (realizada pela CoDeMiG). todas as informaes esto registradas no banco de dados da CPRM Servio Geolgico do Brasil, denominado GeoBank (www.cprm.gov.br/ ou http://geobank.sa.cprm.gov.br).

    1.1 OBJETIVO E MTODOS

    o projeto teve por objetivo a continuidade dos estudos geolgicos da Bacia do So Francisco, em concordncia com o plano plurianual para o desenvolvimento do setor mineral (MMe/ DnPM, 1994), elaborado sob a coordenao do Departamento nacional da Produo Mineral (DnPM), que concluiu pela incluso da Provncia Mineral Bambu, dentre aquelas selecionadas como de 1 prioridade para o desenvolvimento de aes governamentais (quadro 1.1).

    1 PRIORIDADE 2 PRIORIDADE

    1. quadriltero Ferrfero (MG) 1. Caapava do Sul (RS)2. Carajs (Pa) 2. Brusque/itaja (SC)3. Serra de Jacobina (Ba) 3. estanfera de Pitinga (aM)4. Centro-norte de Gois (Go) 4. Diamantfera de Roraima (RR)5. Guapor (Ro e Mt) 5. aurfera Gurupi (Pa e Ma)6. vale do Ribeira (SP) 6. Rio Capim (Pa)7. Carbonfera do Sul (RS e SC) 7. Paragominas (Pa)8. aurfera alta Floresta/ Peixoto de azevedo (Mt) 8. Capanema (Pa)9. aurfera tapajs (aM e Pa) 9. Baixo Jaru/ Pari (Pa)10. aurfera Parauari-amana (aM) 10. aurfera nordeste oriental (Pe e PB)11. aurfera do Parima (RR) 11. Plumbfera Boquira (Ba)12. Pegmattica nordeste (Ba, MG, PB e Rn) 12. aurfera Cuiab (Mt)13. Bambu (Ba, Go e MG) 13. Chapada Diamantina ocidental (Ba)14. evaportica do Mdio tapajs (aM)15. Costeira nordeste oriental (Pe e PB)16. Serra do navio/ipitinga (aP e aM)17. Campo alegre de lourdes (Ba)18. apodi (Ce e Rn)19. Scheelitfera do Serid (Rn e PB)20. alto uruguai/ Salto do Jacu (RS)

    Quadro 1.1 Provncias minerais prioritrias para aes governamentais, selecionadas pelo Plano Plurianual para o Desenvolvimento do Setor Mineral (DNPM, 1994).

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    a rea do projeto faz parte de uma unidade maior, a Bacia do So Francisco, que possui 220.000 km2 apenas no estado de Minas Gerais, onde abrange 186 municpios com uma populao prxima de 4 milhes de pessoas consumidoras, dependentes direta e/ou indiretamente de bens minerais, o que faz com que cada vez mais se tenha a necessidade de produzir mais trabalhos tcnico-cientficos de qualidade e com apoio dos governos Federal/estadual para que esses possam viabilizar a oferta desses recursos minerais para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

    os mtodos utilizados neste projeto foram aqueles empregados em trabalhos de mapeamento geolgico regional, acrescidos de levantamento de sees verticais compostas detalhadas (1:100), pr-selecionadas em reas estratgicas. a classificao dos littipos descritos no campo utilizou os critrios definidos por wentworth (in: Suguio, 1982). esta classificao tambm foi adotada para os littipos carbonticos, complementada pela proposta de Folk (1962), nos locais onde foram feitas lminas delgadas.

    inicialmente foi feita a compilao bibliogrfica envolvendo todo o material acerca da rea do Projeto e adjacncias bem como de reas geologicamente similares. Posteriormente fez-se a integrao das informaes geolgicas, geofsicas, geoqumicas, metalogenticas e das cartografias geolgicas em diversas escalas. em paralelo, foram desenvolvidas anlises e interpretaes de fotografias areas (uSaF escala 1: 60.000 1964/67) e de imagens digitais de satlite (landsat 7), com o intuito de se obter uma melhor viso regional das macroestruturas que se destacam nessas imagens. utilizaram-se tambm imagens de aerogeofsica (CGBa (Convnio Geofsico Brasil-alemanha), rea 7 (convnio CPRM - Servio Geolgico do Brasil - e Companhia de Desenvolvimento econmico de Minas Gerais - CoDeMiG) e rea 2 (CoDeMiG)) com a finalidade de se delimitar domnios magnticos e estruturas regionais.

    Concluindo esta etapa, obtiveram-se os mapas geolgicos preliminares na escala 1: 100.000. em seguida foi realizada viagem de reconhecimento de campo com a equipe do projeto, onde foram executados perfis geolgicos regionais e/ou visitados pontos interessantes previamente selecionados com a finalidade de se identificar e/ou reconhecer as principais unidades geolgicas e os traos estruturais apresentados pelas cartas fotogeolgicas. este trabalho permitiu a uniformizao da linguagem tcnica a ser utilizada e um planejamento mais adequado dos trabalhos a serem executados.

    na seqncia, foi aprimorada a carta fotogeolgica com a reinterpretao dos dados coletados durante

    o reconhecimento. De posse das fotografias areas, das cartas fotogeolgicas e dos mapas geolgicos devidamente reinterpretados, teve incio o mapeamento geolgico proposto, com previso de seis etapas de campo.

    as amostras de rochas coletadas no campo foram orientadas segundo base/topo e, quando utilizadas para a confeco de lminas petrogrficas, as mesmas no foram recobertas por lamnulas para permitir o teste com alizarina red S para os carbonatos.

    todos os dados de campo, como descrio de afloramentos e cadastramento de recursos minerais, foram lanados nas suas respectivas bases (aflora e Recursos Minerais) que constituem o banco de dados GeoBank da CPRM, que pode ser acessado atravs dos sites www.cprm.gov.br/ ou http://geobank.sa.cprm.gov.br. todas as fotografias registradas no campo e tambm de lminas petrogrficas esto reunidas neste banco de dados, com suas respectivas legendas.

    1.2 LOCALIzAO E ACESSOS

    a rea do Projeto Sete lagoas abaet delimitada pelas coordenadas geogrficas 1900 1945 de latitude sul e 4315 4530 de longitude oeste de Greenwich, com uma rea de aproximadamente 13.195 km2 no extremo sudeste da Bacia do So Francisco, no estado de Minas Gerais (Fig. 1.1).

    Figura 1.1 Localizao dasfolhas cartogrficas no Estado de Minas Gerais

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    Dentro dos limites de cada folha, encontram-se as sedes de vrios municpios, tais como Belo Horizonte, Baldim, Sete lagoas, Pompu, abaet, Bom Despacho, inhama, Pedro leopoldo e lagoa Santa.

    a partir de Belo Horizonte, o acesso rea de cada folha se faz principalmente pelas BR-040 e 262 ligadas pelas MG-10, 323, 424 e 238 (todas pavimentadas) e outras estradas estaduais e municipais que se interligam sendo algumas de trfego intermitente, principalmente nos perodos chuvosos.

    todas as cidades e vilas so servidas por servios de telefonia.

    1.3 ASPECTOS SCIO-ECONMICOS

    o estado de Minas Gerais formado por 12 mesorregies, a saber: Metropolitana de Belo Horizonte, Central Mineira, oeste de Minas Gerais, Campo das vertentes, Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais, norte de Minas Gerais, Sul/Sudeste de Minas Gerais, tringulo Mineiro/ alto Paranaba, vale do Mucuri, vale do Rio Doce e zona da Mata. essas mesorregies so constitudas por um total de 66 microrregies, que juntas agregam os 853 municpios do estado, porm a rea do projeto abrange apenas partes das duas primeiras mesorregies (Fig. 1.2).

    Figura 1.2 Mesorregies de Planejamento do Estado de Minas Gerais

    as mesorregies e microrregies geogrficas foram estabelecidas pelo instituto Brasileiro de Geografia e estatstica (iBGe, 1990), com a resoluo PR11 de 1 de Janeiro de 1990.

    as mesorregies geogrficas so regies que correspondem a reas individualizadas de cada unidade da Federao e apresentam formas de organizao do espao geogrfico que lhes conferem identidade regional. apresentam diversos aspectos

    que demonstram a grande heterogeneidade econmica e social que caracteriza o estado. essa diferenciao pode ser explicada por questes histricas e polticas, pela concentrao da produo e da populao em determinadas reas, pela proximidade de determinados centros, pela base fsica, capital humano e, em menor importncia, pela grande extenso do estado. as microrregies geogrficas so reas territoriais menores, agrupando

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    municpios com caractersticas fsicas, sociais e econmicas de certa homogeneidade dentro de um mesmo estado (iBGe, 1998). a seguir so descritas as mesorregies onde est inserida a rea do projeto.

    Mesorregio Metropolitana de Belo Horizon-te: formada pelas microrregies de Conceio do Mato Dentro, Conselheiro lafaiete, itabira, itagua-ra, ouro Preto, Par de Minas, Sete lagoas e Belo Horizonte, sendo que somente as duas ltimas abrangem parte do projeto.

    nesta mesorregio concentra-se a maior parte da atividade produtiva do estado (Fundao Joo Pinheiro, 2003). o setor industrial metropolitano responsvel pela maior parcela do PiB. o principal suporte econmico constitui-se nas indstrias liga-das siderurgia, minerao, indstria automobils-tica e petroqumica.

    a importncia da atividade industrial deve-se ao fato da presena do capital da riqueza mineral. isto tem marcado profundamente a paisagem, modifi-cando os padres de vida dos habitantes da regio, visto que as atividades industriais absorvem grande parte da mo-de-obra disponvel. Por outro lado, notria tambm a degradao ambiental por conta de algumas atividades de minerao conduzidas sem os padres tcnicos adequados. alm da siderurgia e minerao, o parque industrial caracterizado pelos ramos txteis, alimentares, materiais de transportes, eletrnica, informtica e minerais no metlicos.

    o alto grau de industrializao e urbanizao faz com que a participao do setor agropecurio seja pequena, pois outros setores da economia so mais dinmicos. a pecuria dedicada basicamente pro-duo de leite e queijo, com o objetivo de abastecer a cidade de Belo Horizonte, sendo que Sete lagoas destaca-se como principal centro pecurio.

    na microrregio de Sete lagoas, as indstrias siderrgicas contriburam para acelerar o desmata-mento das florestas que existem ao sul e a leste da regio, pela necessidade de obteno de carvo ve-

    getal. atualmente o que existe um desbravamen-to do domnio do cerrado, ao norte e a leste, com o mesmo intuito de suprir as siderrgicas.

    a indstria est centrada na extrao de calcrio, ardsia, areia e argila, sendo o destaque a produo de ferro-gusa.

    o municpio de Sete lagoas o que mais se destaca entre os demais municpios desta microrregio. Possui 23 empresas siderrgicas, 04 hospitais oferecendo 318 leitos, 19 hotis, 09 instituies financeiras, ensinos de 1, 2 graus e profissionalizantes, 08 cursos superiores (administrao de empresas, Cincias, Cincias econmicas, Direito, Geografia, Histria, letras e Pedagogia), 03 emissoras de rdio e 05 jornais.

    Mesorregio Central Mineira: formada por trinta municpios, agregados nas microrregies de Curvelo, trs Marias e Bom Despacho.

    a criao de gado uma das principais atividades de suporte para essa regio. ao sul, a expanso da pecuria essencialmente destinada produo de leite tem levado a uma regresso da agricultura em favor da criao de gado, provocando um aumento considervel dos pastos com substituio de culturas como milho, algodo, cana-de-acar e mandioca.

    extensas reas de matas tm sido derrubadas em funo do extrativismo de madeira dos cerrados para a produo de carvo.

    um dos destaques dessa mesorregio a microrregio de Bom Despacho, que se destaca pela produo de leite, com um rebanho bovino de 74.500 cabeas (iBGe - 2006) e ainda na indstria como: artigos de vesturios, edio, impresso e reproduo de gravaes, fabricaes de artigos de banho, plstico, de mquinas e equipamentos, de mveis, de produtos alimentcios e bebidas, de produtos minerais no metlicos, de produtos txteis, metalurgia bsica e preparao de couros e fabricao de artefatos de couro para artigos de viagens e calados.

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    2.1 CLIMA

    o clima da regio do projeto tropical semi-mido geralmente quente, com veres chuvosos e invernos secos. as temperaturas tm mdia mxima anual de 29,2C, entre dezembro e janeiro, mdia mnima anual de 16,4C (entre junho e julho) e mdia anual de 22,1C. as chuvas ocorrem no perodo de outubro a maro e a estao seca, nem sempre bem definida, nos meses de junho a outubro. o ndice pluviomtrico anual de 1200mm a 1500mm (iGa-SeCt, 1979).

    a coexistncia de ncleos de mxima intensidade pluviomtrica sobre a Serra do espinhao e valores mnimos no vale do So Francisco, mostra claramente a influncia da orografia por meio da constituio de um anteparo fsico ao transporte de umidade, interferindo significativamente na formao da precipitao pluviomtrica mdia em alguns locais da rea.

    2.2 VEGETAO

    no estado de Minas Gerais ocorrem, segundo Rizzini (1997), cinco tipos de vegetao. Consistem no cerrado, matas secas e pluviais, campos limpos e caatinga. na rea do projeto ocorrem principalmente as duas primeiras. o cerrado dominante e destaca-se como vegetao aberta constituda de rvores com alturas variveis, podendo alcanar at 8 metros. a vegetao espaada e as copas no se tocam. as rvores e arbustos so geralmente tortuosos e tm folhas coriceas e/ou pilosas (Ferri, 1980).

    as matas secas so mais abertas e iluminadas que as matas midas, as rvores guardam maior distncia entre si e apresentam deciduidade muito maior. a estrutura inferior das florestas pluviais (Rizzini, op. cit.). Com este tipo de vegetao observa-se grande quantidade de cips e arbustos contendo espinhos. Geralmente ocorrem em reas dominadas por rochas calcrias.

    ao longo das drenagens observa-se mata pluvial (ciliar) bem desenvolvida. nas pores mais planas, a vegetao original foi toda substituda por grandes plantaes de cana-de-acar e eucalipto, e culturas de subsistncias tais como: milho, arroz, feijo, mandioca e abacaxi. as duas culturas de maior extenso na rea so as de cana-de-acar

    2 ASPECTOS FISIOGRFICOS,HIDROGRAFIA, CLIMA E VEGETAO

    e eucalipto. a primeira para abastecer as usinas da regio na produo de lcool combustvel e acar. a segunda, para a produo de carvo vegetal para uso em siderurgia. Cita-se as empresas de reflorestamento aRCelloR-Mittal e v&M Florestal ltDa, que so as maiores na rea do projeto. no restante da rea predominam pastagens para a criao bovina. nas reas de ocorrncia dos calcrios, crescem as chamadas florestas secas, compostas de grandes rvores com folhas pequenas, que, de longe, aparentam rvores secas, e muitos arbustos e cips contendo abundantes espinhos.

    2.3 SOLOS

    as diversas caractersticas climticas, biogeogrficas e geolgicas do estado de Minas Gerais so responsveis pela grande diversidade dos tipos de solos.

    as classes de solos predominantes no estado so as de latossolos, argilossolos e neossolos (amaral, 1993). na rea do projeto ocorrem principalmente as duas primeiras. as do tipo latossolo representam solos vermelhos, geralmente profundos, bem drenados, homogneos, altamente intemperizados e lixiviados. tendem a ter teores mdios a altos de argila. So bastante cidos e pobres em nutrientes, mas quando feita a calagem e adubao, tornam-se produtivos. eram cobertos anteriormente por vegetao de cerrado, que foi, ao longo do tempo, transformada em carvo e deu lugar ao reflorestamento de eucalipto e tambm ao plantio de cana-de-acar, pastagens e em culturas de subsistncia, como milho e feijo. localmente, devido remobilizao e acumulao residual de ferro provocadas pela oxidao do nvel fretico, forma-se laterita, geralmente usada no encascalhamento das estradas.

    na poro sul da rea do projeto, onde ocorrem rochas gnissicas e granticas pertencentes aos Complexos Belo Horizonte e Divinpolis, os solos so claros, relativamente profundos, bem drenados, geralmente mais arenosos, onde comum tambm a formao de voorocas (facilmente identificadas em fotografias areas).

    os solos desenvolvidos sobre as rochas da Formao Serra de Santa Helena so geralmente

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    claros, argilosos, pouco frteis, mas com correo, adubao e irrigao, tem boa produtividade.

    Sobre os arenitos e siltitos da Formao Serra da Saudade, os solos so esbranquiados, arenosos e/ou siltosos e tm fertilidade muito baixa. Como geralmente se desenvolvem em locais mais elevados e a permeabilidade muito alta, a vegetao resume-se a gramneas muito ralas e pequenos arbustos.

    os solos que se desenvolvem junto aos calcrios da Formao Sete lagoas e lagoa do Jacar so geralmente marrom-escuros, bastante ricos em matria orgnica e so geralmente de boa fertilidade, porm quando ocorrentes em terrenos de alta declividade se tornam inviveis para a agricultura, principalmente mecanizada.

    ainda ocorrente na rea tem-se os argilossolos que formam um grupo heterogneo, mas muito importante no estado. Boa parte das pastagens de colonio encontradas nos vales dos rios So Francisco, Paraopeba e Par, bem como algumas plantaes de cana-de-acar, est embasada nos solos deste grupo. outros solos de boa fertilidade so observados nos terraos aluviais antigos integrados tambm neste grande conjunto.

    2.4 GEOMORFOLOGIA

    a paisagem geomorfolgica da rea resultante da dinmica de diversos processos morfogenticos atuando diretamente sobre um conjunto de litologias com variada diferenciao composicional e caractersticas estruturais tambm diferenciadas.

    So observados cinco domnios geomorfolgicos na rea:

    1 Domnio 1: corresponde s reas de ocorrn-cia dos Complexos Belo Horizonte e Divin-polis. apresenta-se em uma rea geomorfo-logicamente arrasada, com morros ondulados (ortognaisses, migmatitos e granitides). lo-calmente ocorre uma morfologia na forma de cristas finas, alongadas, com comprimento variando de dezenas de metros a quilmetros (diques mficos). o domnio possui uma rea de drenagem dendrtica, com vales abertos e geralmente assoreados.

    2 Domnio 2: corresponde s rochas carbonti-cas (formaes Sete lagoas e lagoa do Jacar). ocorre mais comumente na poro sudeste da rea, diminuindo para oeste da mesma e ca-racterizado por relevo crstico. na rea ocorre em grande parte nas encostas das serra, s vezes com declividade abrupta, em morros isolados

    em reas rebaixadas na topografia, como obser-vado no Morro do Cabeludo (sudeste da Folha Sete lagoas) e tambm sustentando a topografia de serras, como observado na Serra de Baldim (centro-norte de folha homnima). exibe um re-levo crstico originado de exposies subareas destas rochas, principalmente devido aos densos fraturamentos. neste domnio formam-se estru-turas tais como sumidouros, dolinas, vales cegos, relevo ruiniforme, lapis, galerias e grutas.

    3 Domnio 3: corresponde s rochas silicicls-ticas das formaes Serra de Santa Helena e Serra da Saudade que recobrem quase toda a rea do projeto. a primeira ocorre mais fre-qentemente na poro leste e a segunda na poro oeste da rea. a Formao Serra de Santa Helena caracterizada por relevo ondu-lado, colinoso e rebaixado, desenvolvido so-bre rochas pelticas de baixa permeabilidade, onde comum a formao de lagoas. Possui vales abertos e a drenagem geralmente obe-dece a um padro dendrtico, s vezes com condicionamentos estruturais por fraturas e/ou falhas com direes preferenciais ne e nw. na rea, as cotas variam de 750 a 1000 metros. a formao Serra da Saudade, caracterizada por um domnio de siltitos e arenitos de alta permeabilidade, exibe relevo ondulado com colinas baixas esculpidas por uma rede hidro-grfica de geometria dendrtica, onde as cotas mdias variam de 800 a 1100 metros.

    4 Domnio 4: est representado nos extremos nordeste e sudeste da Folha Baldim extremo nordeste da Folha Belo Horizonte, abrangen-do os Grupos espinhao e Macabas (fora dos objetivos do trabalho), onde so registradas as maiores altitudes mdias da rea com cotas variando de 1100 a 1700 metros. a morfologia mostra um relevo colinoso com serras alonga-das, vales bem encaixados mostrando um pa-dro de drenagem retangular controlado es-truturalmente por um sistema de falhas e/ou fraturas preferencialmente na direo nw - nS.

    5 Domnio 5: recobre parte de todas as unidades descritas anteriormente. trata-se da unidade de maior extenso da rea e representada nos mapas geolgicos graficamente com a si-gla (ndl). Foi esculpida durante longo perodo, atingindo grande uniformidade de aplaina-mento. aparece como chapadas que se ele-vam sobre sistemas de vales e/ou plancies onduladas que podem ser tambm originadas por outros ciclos.

    2.5 HIDROGRAFIA

    a rede hidrogrfica de estado de Minas Gerais constituda por um sistema de bacias de grande,

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    mdio e pequeno porte. as mais representativas so as do Rio So Francisco e do Paran.

    a Bacia hidrogrfica do So Francisco, a maior de Minas, drena cerca de 40% das terras do estado (Carneiro & Fontes, 2005). o Rio So Francisco tem como principais tributrios os rios das velhas e Paracatu. a rea do projeto insere-se em partes das bacias dos dois primeiros rios.

    os principais rios da rea do projeto so: So Francisco, Par, Paraopeba, das velhas e Cip com seus respectivos tributrios, tornando assim uma rede muito densa de cursos dgua, de diferentes portes e formas, mostrando um padro de drenagem de acordo com as litologias presentes e/ou condicionamentos estruturais. Geralmente onde dominam rochas pelticas e arenticas a drenagem dendrtica, enquanto as reas de alinhamentos

    estruturais (fraturas e/ou falhas) exibem um padro de drenagem retangular. nas reas de calcrios, nos carstes, so observados sumidouros, dolinas, grutas e escarpas abruptas com a circulao e armazenamento de guas subterrneas que, s vezes, podem abastecer cidades inteiras, como a cidade de Sete lagoas, com mais de 200.000 habitantes. nas reas de cobertura, as drenagens, denominadas veredas, so mais retilneas e geralmente tm em suas margens, principalmente nas cabeceiras, abundantes buritizeiros.

    Do ponto de vista da qualidade das guas superficiais desses rios para o consumo humano, elas no so prprias, devendo ser tratadas, pois so poludas pelo despejo de esgotos e lixos antrpicos. em 2007 foi detectada a presena de algas azuis (cianobactrias) em trechos dos rios So Francisco e das velhas.

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    3 CONTEXTO GEOTECTNICOE GEOLOGIA REGIONAL

    Figura 3.1 Mapa esquemtico mostrando a posio das folhas estudadas no projeto e sua insero no contexto geotectnico. Modificado de Delgado et al., 2003.

    a regio estudada (Fig 3.1) est situada na poro sul-sudeste do Crton do So Francisco, entidade geotectnica consolidada ao final da orognese brasiliana (1000 - 500 Ma., almeida 1977, 1981; alkmin et al., 1993; Schobennhaus & Brito neves,

    2003; alkmin, 2004), limitando-se a leste com a Faixa araua (almeida, 1977, litwinski, 1985; Siga Jr. et al., 1987; uhlein et al., 1990; uhlein, 1991; Pedrosa Soares et al., 1992). Considerando-se o conceito de Provncias tectnicas adotado pela CPRM, segundo

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    Bizzi et al. (2003) e Schobbenhaus & Brito neves (2003), a regio encontra-se totalmente inserida na Provncia So Francisco.

    as rochas do Grupo Bambu, objetivo deste projeto, foram depositadas sobre rochas arqueanas pertencentes aos complexos Belo Horizonte (Ribeiro et al., 2003, Darrigo, 1995; Darrigo & alkmim, 1995) e Divinpolis (Romano, 2007), no envolvidas na deformao Brasiliana, assim como sobre os metassedimentos do Supergrupo espinhao (Pflug, 1965; 1968; Pflug & Renger, 1973), de idade paleo-mesoproterozica e sobre o Grupo Macabas (Pflug, 1965; 1968; Pflug & Renger, 1973), neoproterozico. Durante o evento Brasiliano, a inverso parcial da Bacia espinhao se deu cavalgando as rochas dos grupos Macabas e Bambu (almeida, 1977).

    a deformao brasiliana foi melhor impressa, na regio estudada, na regio do contato faixa araua crton, acomodada por falhamentos e dobramentos, sem envolvimento do embasamento granito-gnissico, caracterizando uma tectnica superficial (thin skinned) (Darrigo, 1995; Darrigo & alkmim, 2005; Pinho et al., 2006, 2008).

    Movimentos paralelos aos planos de estratificao acomodaram os esforos tectnicos,

    causando transposio das superfcies de acamamento. estes movimentos foram um dos principais mecanismos dissipadores das tenses advindas da coliso a leste (alkmim & Martins neto, 2001; Pinho et al., 2006, 2008).

    medida que se caminha para oeste as feies estruturais so menos expressivas e as feies sedimentares mais preservadas, principalmente a partir da Falha de Sete lagoas, indicando que o evento colisional Brasiliano teve influncia apenas secundria na estruturao do Grupo Bambu na regio central da bacia (domnio C2 de alkmin et al., 1989; alkmin et al., 1993). esta regio caracterizada por superfcies de acamadamento horizontalizadas, preservao das estruturas sedimentares e ausncia de metamorfismo.

    no limite oeste da rea, na regio de abaet, o aparecimento de dobras em chevron com vergncia para leste indica influncia da deformao brasiliana, advinda de esforos compressivos que inverteram a Faixa Braslia (almeida, 1977; alkmin et al., 1989; alkmin et al., 1993). almeida, op. cit., coloca o limite Craton So Francisco Faixa Braslia no leito do Rio So Francisco, a oeste de Martinho Campos, que separa as pores do Grupo Bambu, pouco dobrado, da fortemente deformadas, a oeste.

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    4.1 INTRODUO

    o projeto tem por objetivo a continuidade dos estudos geolgicos na Bacia do So Francisco atravs da integrao de informaes geolgicas, geofsicas, geoqumicas e metalogenticas, cartografia geolgica de semi-detalhe (escala 1:100.000) das folhas:

    4 GEOLOGIA/ESTRATIGRAFIA Baldim (parte, 80%), Sete lagoas, Pompu, abaet, Bom Despacho (parte, 50%), Contagem (parte, 10%) e Belo Horizonte (parte, 15%).

    o estudo visou caracterizar as litologias do Grupo Bambu que afloram nas sete folhas estudadas e suas relaes de contato com as unidades sub e sobrejacentes (Fig. 4.1).

    Figura 4.1 Relaes estratigrficas entre as unidades cartografadas no projeto

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    o Supergrupo Rio das velhas (Grupos nova lima e Maquin) foi mapeado nas folhas Pompu e Bom Despacho e compilado na Folha Belo Horizonte. o Complexo Belo Horizonte foi mapeado na Folha Pompu, devido pequena rea aflorante, e compilado nas folhas Contagem e Belo Horizonte. o Complexo Divinpolis foi mapeado nas reas prximas dos contatos com o Grupo Bambu na Folha Bom Despacho e compilado no restante da folha. os Supergrupos espinhao e Minas, o Grupos Macabas e o Complexo Caet foram compilados nas folhas Baldim e Belo Horizonte com pequenos ajustes nos contatos. as unidades compiladas sero descritas resumidamente, enquanto as mapeadas, mais detalhadamente.

    o mapeamento de parte da borda sudeste da Bacia do So Francisco, onde as relaes estratigrficas entre o embasamento cristalino e as rochas sedimentares que o recobrem esto bem definidas, permitir definir a histria evolutiva da sedimentao nessa rea. o conhecimento obtido dever subsidiar a prospeco de jazidas de vrios bens minerais tais como zn, Pb, fluorita, etc. Cumpre destacar a importncia dos bens minerais no-metlicos, como calcrio e dolomito utilizados para os mais diversos fins, argilas para cermicas e ardsias para revestimento, dentre outros.

    4.2 ESTRATIGRAFIA

    4.2.1 COMPLEXO BELO HORIzONTE - A3bh

    Richter & lacerda (1975), no reconhecimento geolgico na Folha Par de Minas durante o desenvolvimento do Convnio Geofsica Brasil alemanha (CGBa), denominaram as rochas gnissicas da regio de Maravilhas de Complexo Gnissico de Maravilhas, de idade Pr-Minas.

    o Complexo Belo Horizonte (ladeira & viveiros, 1986, apud noce, 1995) constitudo por um gnaisse cinza-claro bandado tipo ttG, migmatizado, exibindo estrutura schlieren ou estromtica e freqentes enclaves mficos, denominados de Gnaisse Belo Horizonte por noce et al. (1997) alm de corpos granitides intrusivos. a migmatizao remonta a 2.860+14/-10Ma (noce et al., 1994, 1998), enquanto o posicionamento dos granitides (Santa luzia, General Carneiro e ibirit) se deu por volta de 2712+5/-4Ma (noce et al., 1994). idade de 2.0415Ma foi interpretada como a do retrabalhamento (metamorfismo) do evento transamaznico impresso no Complexo Belo Horizonte. Pinson et al. (1967, apud Romano, 1989) encontraram uma iscrona

    de 1,83 Ga (Ri=0,724) para os gnaisses da regio de Sete lagoas, cujos dados foram reinterpretados por Cordani et al. (1980) e reposicionados em uma iscrona de 2,1 Ga e Ri=0,715. Concluram que estas razes iniciais sugerem fuso parcial de material de origem crustal. teixeira et al. (2000) registram idades t

    DM variando entre 3,4 e 3,1 Ga, indicando evoluo

    prolongada para o Complexo Belo Horizonte. anlises qumicas dos gnaisses menos migmatizados mostram composio predominantemente trondhjemtica e padres terras raras semelhantes aos de outros gnaisses da regio, como outras sutes tonalito-trondhjemito-granodiorito arqueanas mundiais.

    na regio a sul de Papagaios, englobando as cidades de Maravilhas e Cachoeira da Prata, oliveira (1999) isolou, do Complexo Belo Horizonte, o Macio Granitide Cachoeira da Prata, de composio grantica a tonaltica e granodiortica e idade u-Pb = 2.7142 (oliveira et al., 1998).

    as estruturas mais importantes (Brandalise, 2000) so uma foliao de transposio e milontica de baixo ngulo, que deforma estruturas migmatticas, sendo aquela modificada por uma foliao de alto ngulo associada s zonas de cisalhamento n-S.

    endo & Machado (2002) reavaliam os dados geocronolgicos (k-ar, Rb-Sr, u-Pb e Pb-Pb) da regio do quadriltero Ferrfero e adjacncias, incluindo as rochas do Complexo Belo Horizonte, discutindo as diversas idades encontradas.

    o Complexo Belo Horizonte (Fig. 4.2) ocorre na borda sudeste da rea, nas proximidades das cidades de Papagaios, inhama, Pedro leopoldo, Santa luzia e a sul e leste de Jaboticatubas. a exceo da Folha Pompu, onde foi cartografado em detalhe, a sua cartografia foi compilada da Carta Geolgica do Brasil ao Milionsimo (Folha Belo Horizonte 1:1.000.000, Heineck et al., 2004) e do Projeto espinhao (Folha Baldim 1:100.000, oliveira et al., 1997). neste caso, foram executados pequenos ajustes nas zonas de contatos.

    os melhores afloramentos, na Folha Pompu, esto a nordeste (regio de Buritizinho) e sudeste (regio de Buritis dos Porcos) de Papagaios.

    apresentam-se em grandes lajedos (Foto 1 wl-480) e, mais raramente, como pequenos morros tipo pes de acar. Macroscopicamente, trata-se de uma rocha gnissica migmattica (Foto 2 MP-23) de cor esbranquiada, esverdeada, cinza e amarelada de granulao grossa a mdia, composta de quartzo, feldspato, pouca biotita e localmente, magnetita. em geral, ocorrem lentes e faixas biotticas (Foto 3 wl-471) e localmente, anfibolticas (Foto 4 MP-23). os cristais de quartzo apresentam-se lenticularizados e

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    estirados. ocasionalmente, os cristais de feldspato (caulinizados) atingem at 3 cm de comprimento e geralmente so lenticularizados.

    ocorrem tambm veios de quartzo leitoso, concordantes e discordantes, muito fraturados.

    Petrograficamente trata-se de um ortognaisse grantico, granodiortico, tonaltico e monzograntico de textura granolepidoblstica cuja foliao dada por ribbons de quartzo (Foto 5 wl-048) e biotita.

    Foto 1 - Rocha gnaissica cinza-esbranquiada grossa, migmattica, composta de quartzo, feldspato e biotita.Unidade: A3bh - Complexo Belo Horizonte. Local: Crrego Extrema - Estao: WL-480 - UTM: 532989/7846777

    Foto 2 - Ortognaisse cinza, foliado, dobrado, com falhas e pores flsicas e mficas.Unidade: A3bh - Complexo Belo Horizonte. Local: MG-238Estao: MP-23 - UTM: 565390/7841337

    Foto 3 - Lentes de biotita e quartzo em gnaisse esbranquiado de granulao grossa composto dequartzo, feldspato e biotita. Unidade: A3bh - Complexo Belo Horizonte. - Local: Cabeceira do Crrego Boa VistaEstao: WL-471 - UTM: 537101/7843930

    Foto 4 - Restos de anfibolito no ortognaisse bandado, de-formado, com dobras de vrios estilos, inclusive isoclinais sem raiz. Unidade: A3bh - Complexo Belo Horizonte.Local: MG-238 - Estao: MP-23 - UTM: 565390/7841337

    Foto 5 - Fotomicrografia mostrando ribbons de quartzo em gnaisse. NX-4x10 - Unidade: A3bh - Complexo Belo Horizonte. Local: Crrego Buriti Comprido - Estao: WL-048 UTM: 531007/7853867

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    4.2.2 COMPLEXO DIVINPOLIS- A3d

    Segundo Silva et al. (1978), so devidas a Derby, em 1882, as primeiras observaes dos terrenos gnissicos-migmatticos da regio do

    vale do rio das Mortes at o alto curso do rio So Francisco.

    Seguiram-se trabalhos de Harder & Chamberlein (1915) que posicionaram os gnaisses, granitos e xistos, da regio prxima ao quadriltero Ferrfero, no

    Figura 4.2: Regio de afloramento do Complexo Belo Horizonte (moldura preta ressaltada).

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    provvel arqueano. aqueles autores denominaram de Complexo Gnissico-Migmattico as rochas ocorrentes a oeste e ao sul do quadriltero Ferrfero e em uma faixa ao sul de Carmo de Rio Claro (sul de Minas Gerais).

    Segundo o Projeto RaDaMBRaSil (Machado Filho et al., 1983), a partir de dados radiomtricos, o Complexo Divinpolis foi posicionado no arqueano, tendo sido parcialmente afetado pela tectnica do Ciclo transamaznico, refletida em granitognese e deformao, seguidas de metamorfismo, principalmente nas partes oriental e sul.

    o Complexo Divinpolis est separado do Complexo Belo Horizonte por um balizador formado por rochas dos supergrupos Rio das velhas e Minas e os granitides sin- a tarditectnicos (macios Bom Jardim e Cachoeira da Prata). a leste do mesmo tem-se o Complexo Belo Horizonte e a oeste, o Complexo Divinpolis.

    no mapa geolgico da Folha Par de Minas, escala 1:100.000, Romano (2007) divide o Complexo Divinpolis em trs conjuntos litolgicos: gnaisse protomilontico a milontico de composio grantica a tonaltica; gnaisses biotticos e anfibolticos de estrutura bandada grosseira e leucognaisses ortoderivados.

    Como esta unidade no foi objeto-alvo do projeto, foi mapeada apenas no limite com as rochas do Grupo Bambu, para constatao de contatos.

    as rochas do Complexo Divinpolis ocorrem (Fig. 4.3) em toda a metade sudeste da Folha Bom Despacho, sempre na forma de grandes lajedos, e bons afloramentos podem ser vistos em toda a rea.

    Mesoscopicamente observam-se biotita gnaisses de granulao grossa, cinza-claros (Foto 6 HR-627), localmente milonticos, muito quartzosos, com restos de micaxistos (Foto 7 wl-527) e de anfibolitos. ocorrem faixas intensamente migmatizadas, com bandas biotticas intercaladas com bandas quartzo-feldspticas, geralmente dobradas (Foto 8 wl-589_1). localmente observa-se a presena de xenlitos de biotita gnaisse silicificado de granulao muito fina (Foto 9 wl-589_2). em alguns locais os gnaisses apresentam notvel sistema de clivagem de fratura.

    Petrograficamente so ortognaisses de composio tonaltica (Foto 10 HR-641), granodiortica (Foto 11 HR-633) e monzograntica (Foto 12 HR-571) de granulao mdia a grossa, com textura granolepidoblstica, e foliao gnissica dada pela orientao de cristais estirados de quartzo (que atingem at 6 mm de comprimento) e de palhetas de biotita, clorita e moscovita. o quartzo exibe forte extino ondulante e bandas

    de deformao. o plagioclsio, geralmente de composio oligoclsio, apresenta-se quase sempre sericitizado. o feldspato potssico a microclina e os acessrios so titanita, apatita e opacos. os minerais secundrios so sericita e epidoto.

    as pores milonticas (Foto 13 WL-522) mostram granulao fina a mdia e textura granoblstica milontica. alguns fenoclastos de microclina atingem at 8 mm de comprimento. a rocha apresenta-se fortemente deformada, com foliao milontica conspcua dada por ribbons de quartzo com extino ondulante, bandas de deformao e subgranulao. os porfiroclastos de microclina e de plagioclsio em geral se posicionam como elipsides por entre a foliao anastomosada.

    os nveis anfibolticos tm granulao fina a mdia, textura nematoblstica e apresentam hornblenda como principal constituinte, que atinge at 2 mm de comprimento. estes cristais esto orientados numa mesma direo junto com os cristais de plagioclsio, em geral totalmente sericitizados. apatita, titanita (Foto 14 WL-582) e allanita so os minerais acessrios.

    os xenlitos compem-se principalmente de rocha xistosa cinza-esverdeada com foliao dada pela orientao de palhetas de biotita, clorita e prismas ou aglomerados de anfiblio. Plagioclsio o mineral dominante e encontra-se fortemente sericitizado. tambm foi observada antofilita.

    Foram observados, localmente, diques de rochas bsicas e diques/veios de quartzo cisalhados.

    Sobre as rochas gnissico-migmatticas do referido complexo foram individualizados argilito/siltito pertencentes Formao Serra de Santa Helena do Grupo Bambu, distribudos em pequenas ocorrncias.

    Foto 6 - Gnaisse de granulao grossa, foliado. Unidade: A3d - Complexo Divinpolis. Local: Ribeiro Santa LuziaEstao: HR 627 - UTM:452385/7795605

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    Foto 7- Lentes de mica xisto intercaladas em biotita gnaisse. Unidade: A3d - Complexo Divinpolis. Local: Sul de Lagoa Seca - Estao: WL-527B - UTM: 496572/7829772

    Foto 8 - Dobramento em biotita gnaisse migmattico. Unicade: A3d - Complexo Divinpolis. Local: Crrego Buritizinho - Estao: WL-589_1 - UTM: 483072/7832635

    Foto 9 - Enclave de biotita gnaisse silicificado muito fino em biotita gnaisse migmattico. Unidade: A3d - Complexo Divinpolis.Local: Crrego Buritizinho - Estao: WL-589_2 UTM: 483072/7832635

    Foto 10- Biotita verde em leuco tonalito. LN-10x10 - Unidade: A3d - Complexo Divinpolis. Local: Crrego Gonalo - Estao: HR-641 - UTM: 461192/7807197

    Foto 11- Pertita em granodiorito. NX-4X10 - Unidade: A3d - Complexo Divinpolis. Local: Ponte sobre o rio Capivari.Estao: HR-633 - UTM: 479095/7808044

    Foto 12- Geraes independentes de moscovita + biotita emleucomonzogranito. NX-10X10 - Unidade: A3d - Complexo Divinpo-lis. - Local: Faz. So Jorge - Estao: HR-571 - UTM: 460248/7790587

    Foto 13- Milonito de gnaisse.NX-4X10 - Unidade: A3d - Comple-xo Divinpolis. Local: Faz. do Saltinho - Estao: WL-522DUTM: 499305/7826181

    Foto 14- Cristal de titanita em clorita-microclina-antofilita-quartzo-plagioclsio gnaisse. NX-10X10 - Unidade: A3d - Complexo Divin-polis. Local: Faz. Olaria - Estao: WL-582 - UTM: 478101/7837127

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    Figura 4.3: Regio de afloramento do Complexo Divinpolis (moldura preta ressaltada).

    4.2.3 SUPERGRUPO RIO DAS VELHAS - A34rv

    Dorr et al. (1957) denominaram de Srie Rio das velhas, no quadriltero Ferrfero, associao basal de rochas metavulcnicas e metassedimentares anteriormente pertencentes Srie Minas de Derby (1906), com base em uma discordncia erosiva e

    angular pouco expressiva entre as duas seqncias, e subdividem a nova srie em dois grupos (nova lima, na base, e Maquin, no topo). trabalhos posteriores substituram o termo Srie por Grupo, atendendo ao Cdigo estratigrfico, e este por Supergrupo (ladeira, 1976, in: loczy & ladeira, 1976). Foi caracterizado como um Greenstone Belt por almeida (1976) e Schorscher (1978).

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    na regio do projeto, os primeiros trabalhos de cunho geolgico devem-se Guimares & Barbosa (1934) que consideraram as seqncias metassedimentares com minrio de ferro bandado como pertencentes Srie de Minas, segundo conceito generalizado na poca.

    Costa & Romano (1976) e Romano (1989) incluem a seqncia de rochas metassedimentares associadas a rochas metavulcnicas da regio entre Mateus leme e Pitangui no Supergrupo Rio das velhas.

    ladeira (1981) descreve as primeiras pillow-lavas encontradas no Supergrupo Rio das velhas, no quadriltero Ferrfero e na regio de Pitangui.

    uma parte das associaes metassedimentares deste supergrupo foi interpretada por Schrank & Silva (1993) como uma seqncia turbidtica.

    Segundo alkmim & Marshak (1998), anlises geocronolgicas disponveis para o Supergrupo Rio das velhas, do idades de 2.776 Ma. e 2.857 Ma. (obtidas pelo mtodo u/Pb em cristais de zirco e monazita).

    Para endo & Machado (2002), o evento geolgico melhor caracterizado no quadriltero Ferrfero (u/Pb, em zirco) est associado deposio, metamorfismo e magmatismo do Supergrupo Rio das velhas. o magmatismo associado ao evento metamrfico principal desta unidade se deu no intervalo entre 2.780 Ma e 2.730 Ma. a idade de 2.7726Ma (Machado et al., 1992, in endo & Machado, 2002), que corresponde ao vulcanismo flsico (estgio final da seqncia mfica a ultramfica da base do Grupo nova lima) considerada como sendo a idade que melhor representa a instalao do greenstone belt. zirces detrticos de rochas sedimentares dos grupos nova lima e Maquin mostraram idades Pb/Pb de 2.877 3261 Ma (Machado et al., 1996, apud teixeira et al., 2000).

    4.2.3.1 GRUPO NOVA LIMA A4rn

    o Grupo nova lima, (fig. 4.4) interpretado por ladeira (1980) como sendo representativo de uma seqncia do tipo greenstone belt, foi subdividido em trs unidades, da base para o topo:

    unidade Metavulcnica: composta por serpen- tinitos, esteatitos, talco-xistos, anfibolitos me-tamorfizados, metabasaltos e metatufos, alm de komatitos com estrutura spinifex:

    unidade Metassedimentar qumica: represen- tada por xistos carbonticos, metacherts, for-maes ferrferas bandadas e filitos:

    unidade Metassedimentar Clstica: represen- tada por quartzo-xistos, quartzo filitos, quart-zitos impuros e metaconglomerados.

    Padilha et al. (1985) propem a diviso da unidade basal (Metavulcnica) na unidade Crrego dos Boiadeiros, na base, e unidade Metavulcnica Superior.

    oliveira (1986) dividiu o Grupo nova lima em cinco unidades, assim definidas, da base para o topo:

    unidade metavulcnica mfica-ultramfica; unidade metassedimentar peltica; unidade metavulcnica cida/intermediria; unidade metassedimentar; e unidade metassedimentar psamtica (correspondendo formao Palmital do Grupo Maquin de Dorr, 1969).

    Silva et al. (1994), durante o desenvolvimento do Projeto Rio das velhas (CPRM/DnPM), reconheceram trs unidades vulcano-sedimentares no Grupo nova lima: uma unidade inferior bsica-ultrabsica, uma unidade mdia qumico-exalativa e uma superior vulcanoclstica.

    Duas rochas vulcnicas flsicas do Grupo nova lima foram datadas por u/Pb em zirco em 27726 Ma e 2.776+23/-10 (Machado et al., 1992; endo & Machado, 2002). Dados obtidos por noce et al. (2004) permitem limitar o evento eruptivo de natureza flsica no Greenstone Belt Rio das Velhas entre 27905 e 27519Ma. Dataes SHRiMP e iD-tiMS uPb em zirces de trs amostras de grauvaca (noce et al., 2005) evidenciaram um evento eruptivo a 279211, 27737 e 27519Ma, indicando um espao de cerca de 40Ma para o magmatismo flsico. vlach et al. (2003), analisando metapelitos do Grupo nova lima em aureola de contato, encontraram um evento metamrfico com idades variando entre 2,08 e 2,040,02Ga, que tambm ocorre nos metassedimentos do Grupo Sabar.

    as associaes litolgicas do Grupo nova lima hospedam a maior parte das mineralizaes de ouro do quadriltero Ferrfero. a idade destas mineralizaes estimada entre 2.698 e 2.670Ma. (lobato et al., 2001).

    Geologia Local

    a unidade aflora na poro centro-sul da Folha Pompu, onde bons afloramentos podem ser vistos ao longo do Ribeiro das areias e Crrego veloso (centro-sul da Folha Pompu), e na poro nordeste da Folha Bom Despacho.

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    em afloramentos, observa-se uma rocha xistosa cinza a amarelada, roxa e avermelhada finamente laminada, argilosa, serictica, com intercalaes de nveis de granulao mais grossa, com gros de quartzo. o quartzo ocorre como lentes concordantes, achatadas e estiradas (Fotos 15 e 16, wl-491). o acamadamento ainda visvel na forma de finos nveis cinza-escuros a pretos e esbranquiados (Foto 17, wl-

    498). no campo de futebol do povoado de veloso (centro-sul da Folha Pompu) ocorrem intercalaes at decimtricas de xisto carbonoso. a foliao geralmente apresenta valores elevados de mergulho.

    Petrograficamente corresponde a quartzo-sericita xistos e plagioclsio-hornblenda xistos com textura lepidoblstica a nematoblstica. a foliao contorna as lentes de quartzo.

    Figura 4.4: Regio de afloramento do Grupo Nova Lima, sem diferenciar as unidades estratigrficas (moldura preta ressaltada).

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    4.2.3.2 GRUPO MAQUIN A4rm

    o Grupo Maquin (Fig. 4.5) foi subdividido por Dorr (1969) em duas formaes:

    Formao Palmital (base), constituda por quartzitos sericticos, filitos quartzosos e fili-tos. o contato desta formao com o Grupo nova lima apresenta-se ora discordante, ora concordante e ora gradacional;

    Formao Casa Forte, originalmente definida por Gair (1962), constituda por quartzitos sericticos, clorticos a xistosos e filitos. o con-tato desta formao com a Formao Palmital gradacional e marcado por uma camada de conglomerado.

    Geologia Local

    ocorre apenas na Folha Pompu, em sua poro centro-sul, formando a Serra da Boa vista e como pequenos morros isolados sobre as rochas do Grupo nova lima.

    Foto 15- Sericita xisto com veios lenticularizados de quart-zo. Unidade: A4rns - Grupo Nova Lima. - Local: Riacho das Areias - Estao: WL-491 - UTM: 524840/7844361

    Foto 16 - Detalhe dos veios de quartzo estirados e lenticularizados. Unidade: A4rns - Grupo Nova Lima.Local: Riacho das Areias -Estao: WL-491 - UTM: 524840/7844361

    Bons afloramentos podem ser vistos na estrada entre Pompu e Papagaios (MG-060) no local denominado fazenda Cip de Chumbo (utM: 516900/7852400), no Ribeiro das areias (sob a ponte da MG-423, utM: 524200/7845300, e rio abaixo), e na Serra da Boa vista.

    composto de quartzito cinza a esverdeado e esbranquiado, de granulometria fina a mdia, bastante silicificado, com gros e grnulos arredondados, dispersos, de quartzo cinza-escuro e de feldspatos, com mica dispersa. observam-se nveis de granulometria areia grossa a seixo e bandamento dado por nveis com granulometria mais fina intercalados com nveis de granulometria mais grossa. localmente ocorre quartzito ferruginoso, alm de cristais de pirita dispersa em cubos.

    observa-se estratificao cruzada tabular com sets de at 20 cm de espessura, estratificao cruzada acanalada (Foto 18 wl-085) e estratificao plano-paralela com gradao da granulometria, de grossa na base a fina no topo. localmente a rocha apresenta-se cisalhada, com estruturas tipo

    Foto 17 - Sericita xisto com acamadamento preservado (lapiseira), cortado pela foliao. Unidade: A4rns - Grupo Nova Lima. Local: Veloso - Estao: WL-498 - UTM: 512577/7845477

    Foto 18 Quartzito grosso esbranquiado com estratifi-cao cruzada. Unidade: A4rm - Grupo Maquin. - Local: Ptio do Comrcio de Pedras Solajo (Papagaios) Esta-o: WL-085 - UTM: 524901/7849134

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    Figura 4.5: Regio de afloramento do Grupo Maquin sem diferenciar as unidades estratigrficas(moldura preta ressaltada).

    S/C, e fortemente silicificada (Foto 19 wl-055), com intensa clivagem de fratura. em alguns locais observam-se dobras abertas de pequeno porte.

    observam-se, localmente, intercalaes de nveis at mtricos de rocha xistosa cinza a amarelada untuosa ao tato.

    Microscopicamente so constitudos de quartzo

    e pouca moscovita, localmente feldspticos (Foto

    20 WL-061). o quartzo geralmente tem bordas

    serrilhadas e lobadas e a moscovita ocorre em

    palhetas orientadas entre os gros gerando uma

    foliao metamrfica. no geral pode-se dizer que

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    a rocha mal selecionada embora apresente boa maturidade. alguns gros maiores, mesmo com as bordas serrilhadas, sugerem um bom grau de arredondamento primitivo.

    4.2.4 SUPERGRUPO MINAS

    Derby (1906) definiu a Srie Minas como uma seqncia composta de rochas xistosas e, de modo subordinado, quartzitos, quartzitos ferruginosos e calcrios.

    Posteriormente a este estudo pioneiro seguiram-se outros, tais como o de Harder & Chamberlin (1915), que verificaram ser a Srie Minas constituda de cinco formaes. Mais tarde, Dorr ii et al. (1957) individualizaram trs grupos contendo um total de nove formaes.

    aps o mapeamento de detalhe do quadriltero Ferrfero pela equipe do DnPM/uSGS, Dorr ii (1969) definiu uma srie de subunidades formais e props um empilhamento que resultou na coluna estratigrfica que utilizada at os dias atuais, com modificaes.

    neste trabalho compilou-se a cartografia do Supergrupo Minas (Fig. 4.6) utilizada na Carta Geolgica do Brasil ao Milionsimo Folha Belo Horizonte (Se.23) (Heineck et al., 2004). Foi modificada apenas a Formao Sabar, originalmente pertencente ao Grupo Piracicaba e agora Grupo Sabar (Renger et al., 1994).

    a estratigrafia aqui utilizada, da base para o topo, foi a seguinte: Grupo Caraa, com as formaes Moeda (quartzito) na base e Batatal (filito) no topo, Grupo itabira, constitudo pela Formao Cau, na base, composta de itabirito e dolomito, e Formao Gandarela, no topo, composta de dolomito, itabirito, itabirito dolomtico e filito. acima destas ocorre o Grupo Piracicaba, que apresenta, na base, a Formao Cercadinho, constituda de quartzito e filito ferruginoso, recobertos por filito, xisto, quartzito e mrmore dolomtico, que corresponderiam Formao Fecho do Funil. no topo da seqncia est o Grupo Sabar, que apresenta como littipos, clorita xisto, metatufo e metagrauvaca.

    a sedimentao da seqncia inicial do Supergrupo Minas, segundo Renger et al., (op. cit.), est balizada entre 2650 Ma., idade mais nova dos zirces detrticos do quartzito Moeda, e 2420 Ma., idade de sedimentao do topo da Formao Gandarela. Babinski et al. (1993) sugerem idade de 2520 Ma. para o incio da sedimentao Cau

    (formao ferrfera bandada), baseando-se em uma taxa de sedimentao da ordem de 50 metros/Ma. para as formaes Gandarela e Cau. extrapolando este clculo para as formaes sotopostas Formao Cau, as formaes Batatal e Moeda, obter-se-ia idade de 2620 Ma. para a base do Supergrupo Minas.

    Foto 19 Quartzito esbranquiado fortemente cisalhado, com estruturas tipo S/C. Unidade: A4rm - Grupo Maqui-n. - Local: Riacho das Areias - Estao: WL-055UTM: 524242/7845269

    Foto 20 Quartzito fino a mdio com gros de quartzo bas-tante recristalizados e deformados, com contatos serrilhados e lobulados. NX-4X10 - Unidade: A4rm - Grupo Maquin. Local: Boa Vista - Estao: WL-061 - UTM: 522315/7847936

    4.2.5 SUPERGRUPO ESPINHAO

    a primeira designao de Formao espinhao foi utilizada por Freyberg (1932 in: Renger, 1979) para nomear as seqncias de rochas quartzticas e filticas pertencentes serra do espinhao.

    esta serra, posteriormente dividida em dois setores, meridional e setentrional, atravessa os estados da Bahia e Minas Gerais (in: knauer, l.G., 2007). Houve uma maior concentrao dos estudos geolgicos no setor meridional devido descoberta de depsitos diamantferos, no incio do sculo

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    Figura 4.6: Regio de afloramento do Supergrupo Minas sem diferenciar as unidades estratigrficas(moldura preta ressaltada).

    xviii, na regio de Diamantina, MG. Para este setor foi estabelecida uma coluna litoestratigrfica por Pflug (1968) e Schll & Fogaa (1979), que continua a vigorar com pequenas modificaes. esta coluna expe uma diviso que engloba oito formaes. Dossin et al. (1984); knauer (1990); almeida-abreu

    & Renger (2002) agruparam estas unidades em entidades maiores. a subdiviso do Supergrupo espinhao em grupos foi realizada por Dossin et al. (1984), que reuniram as formaes superiores no Grupo Conselheiro Mata e as formaes inferiores no Grupo Diamantina. knauer (1990) props

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    englobar as formaes So Joo da Chapada e Sopa-Brumadinho no Grupo Guinda, manter as formaes superiores no Grupo Conselheiro Mata, e considerar a Formao Galho do Miguel como intermediria, no participando de nenhum dos dois grupos.

    o Supergrupo espinhao (Fig. 4.7) representado por metassedimentos psamticos, homogneos, com alguns metaconglomerados e filitos intercalados. estas rochas foram intrudidas por diques e sills de metabasitos ps-tectnicos (uhlein, 1982).

    as colunas litoestratigrficas utilizadas nas folhas mapeadas Baldim e Belo Horizonte foram extradas do Projeto espinhao, realizado pelo convnio uFMG-CoMiG (1996) e da Carta Geolgica do Brasil ao Milionsimo, da CPRM-Servio Geolgico do Brasil (Heineck et al., 2004).

    na Folha Baldim ocorrem as formaes Sopa-Brumadinho, Sopa-Brumadinho (unidade Rio Preto), Galho do Miguel, Santa Rita e Crrego dos Borges enquanto na Folha Belo Horizonte esto cartografadas as formaes So Joo da Chapada, Cambotas, Sopa-Brumadinho, Sopa-Brumadinho (Membro Campo Sampaio) e Galho do Miguel.

    as descries das unidades litolgicas que se seguem so exclusivamente pertencentes s folhas Baldim e Belo Horizonte e, quando comuns s duas folhas, seus dados foram integrados.

    a Formao So Joo da Chapada corresponde a quartzitos, metaconglomerados polimticos e metabrechas quartzticas, filitos hematticos, filitos e quartzo filitos.

    a Formao Cambotas foi primeiramente descrita por Simmons & Maxwell (1961) na localidade-tipo, ao sul da serra das Cambotas, nas quadrculas Gongo Soco e antonio dos Santos, em Minas Gerais. So quartzitos e xistos filticos e quartzticos da base do Grupo tamandu, a princpio inserido na Srie Rio das velhas. Grossi Sad & vaz de Melo (1969; in: uhlein, 1982) propuseram uma equivalncia dos quartzitos do Supergrupo espinhao com o quartzito Cambotas do quadriltero Ferrfero (Simmons & Maxwell, op. cit.). em dissertao de mestrado, Crocco-Rodrigues (1991) tambm se refere aos quartzitos do Grupo tamandu da seo-tipo ocorrente na serra das Cambotas, como uma unidade geolgica pertencente ao Supergrupo espinhao. esta formao abrange mica quartzito, filito, xisto e metaconglomerado.

    a Formao Sopa-Brumadinho constituda por quartzitos, metapelitos, metaconglomerados polimticos e hematita filito. a unidade Rio Preto composta de quartzitos finos e sericita xistos com nveis carbonticos e fosfatados (apatticos).

    o Membro Campo Sampaio (Fogaa & almeida abreu, 1982), constitudo por filitos, metassiltitos, quartzitos finos e metabrechas diamantferas de matriz filtica.

    a Formao Galho do Miguel se compe essencialmente por quartzitos, geralmente puros e localmente bimodais, s vezes feldspticos e com filmes sericticos.

    a Formao Santa Rita apresenta-se com filitos, metassiltitos e quartzitos sericticos e feldspticos (por vezes esverdeados) em arranjo rtmico.

    a Formao Crrego dos Borges constituda por quartzitos laminados, branco- acinzentados e quartzitos brancos, de granulometria fina a mdia, por vezes feldspticos ou com filmes sericticos.

    a deformao registrada nas rochas deste supergrupo corresponde a uma tectnica que colocou as unidades em faixas alongadas submeridianas e de direo nnw, em contato tectnico por empurres, que colocam unidades mais antigas sobre outras mais novas, onde os cavalgamentos so responsveis por inverses estratigrficas e/ou omitindo unidades inteiras. So tambm comuns ondulaes n-S e dobramentos semi a apertados com vergncia de leste para oeste. trata-se de uma tectnica pertencente ao evento brasiliano e estas reas esto inseridas dentro da Faixa Mvel araua.

    Segundo Dossin et al. (1990) as formaes do Supergrupo espinhao foram depositadas em ambiente de sedimentao que vai desde continental a transicional at marinho.

    knauer (2007) considera a evoluo do Supergrupo espinhao como um rifte abortado e com registros de deformao de idade brasiliana (conforme Dossin & Dossin,1995; uhlein et al., 1995) e com evoluo para uma margem passiva que foi fechada nos tempos finais do uruauano (segundo Pflug et al., 1980; almeida abreu, 1995; knauer, 1990).

    Martins neto (1998) apresenta um modelo para a evoluo tectono-sedimentar da Bacia espinhao em Minas Gerais atravs de estudos sedimentolgicos, paleogeogrficos, estratigrficos, estruturais e tectnicos integrados, nas pores central e ocidental da serra do espinhao Meridional, com o reconhecimento de quatro fases evolutivas, (pr-rifte, rifte, transicional e flexural) e a caracterizao como uma bacia do tipo rifte-sag.

    a idade destas rochas foi baseada em dataes realizadas em metarriolitos intercalados nos sedimentos basais do Supergrupo espinhao, na regio de Conceio do Mato Dentro, onde foi ento revelada idade de 1,77Ga, segundo Brito neves et al., 1979. estas metavulcnicas cidas so

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    Figura 4.7: Regio de afloramento do Supergrupo Espinhao sem diferenciar as unidades estratigrficas (moldura preta ressaltada)

    correlacionadas com aquelas da Chapada Diamantina

    na Bahia (nos grupos Rio dos Remdios e Santo

    onofre) que possuem idade Rb/Sr de 1,6 a 1,7Ga

    (Jardim de S, 1981).

    4.2.6 GRUPO MACABAS

    o Grupo Macabas (Fig. 4.8) no foi objeto de mapeamento, tendo a sua cartografia sido compilada

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    da Folha Baldim do Projeto espinhao (oliveira et al., 1987) e da Folha Belo Horizonte do Projeto BH Serro (Brandalise & Heineck, 2000). Ser apenas considerada, neste relatrio, a compilao referente a estas folhas.

    Moraes & Guimares (1930) trabalhando na regio diamantfera do norte de Minas, denominaram a seqncia constituda de filitos conglomerticos e arenitos como Formao Macabas, pertencente Srie lavras, tendo como local tipo o Ribeiro Macabas. esta srie seria mais antiga que a Srie de Bambu, tendo origem glacial.

    Scholl (1972) elevou a formao Macabas para a categoria de grupo.

    karfunkel et al. (1981) subdividiram o grupo em trs formaes, baseados na camada chave tilitos e sedimentos glcio-marinhos, que compem a Formao Mdia. abaixo desta, a Formao inferior, composta de quartzitos impuros com intercalaes de conglomerados e a Formao Superior, de topo, uma seqncia heterognea de quartzitos, metassiltitos, filitos e xistos verdes.

    o Grupo Macabas constitudo, principalmente, por diamictitos com matriz areno-argilosa esverdeada e grnulos, seixos e mataces de quartzitos, quartzo, filitos, siltitos, carbonatos, granitos e gnaisses.

    Segundo Brandalise (2000) esta unidade ocupa faixa de direo meridiana, com largura de poucos quilmetros, situada imediatamente a leste de Felipe, ocupando parte da serra da Contagem e atravessando a Folha Baldim, para norte. Para sul engloba o povoado de Contagem, limitando-se, a leste, no crrego da Contagem e terminando nas proximidades da Capela de Santo antnio.

    oliveira et al. (1987) dividiram o Grupo Macabas em duas unidades :indivisa, composta por quartzitos bandados; quartzitos ferruginosos e/ou feldspticos; intercalaes de metaparaconglomerados polimticos e, raramente, de ortoconglomerados e metassiltitos com intercalaes de quartzitos finos e unidade quartztica, composta por quartzitos com intercalaes de brechas conglomerticas. Brandalise (2000), na Folha Belo Horizonte, no subdividiu o Grupo Macabas.

    a unidade est em contato tectnico (cavalgamento) por sobre os pelitos e carbonatos do Grupo Bambu. esta imbricao tectnica tambm envolve quartzitos puros e conglomerados, extremamente fraturados, do Supergrupo espinhao. internamente, o conjunto dos littipos Macabas apresenta outras imbricaes tectnicas. no lado oriental, os grandes lineamentos estruturais indicam contatos tectnicos.

    a idade de 906 2 Ma do metabasito de Pedro lessa pode ser preliminarmente utilizada como limite inferior para a deposio das rochas do Grupo Macabas (Machado et al., 1989).

    4.2.7 GRUPO BAMBU

    as rochas do Grupo Bambu vm sendo descritas desde 1817, quando eschwege, (apud Costa & Branco, 1961) denominou as rochas calcferas e ardosianas aflorantes a oeste do Rio So Francisco de ubergangsgebirge. Somente em 1917 Rimann introduz o termo Srie Bambu, cuja primeira tentativa de subdiviso foi feita por Freyberg (1932). informaes detalhadas sobre o histrico do Grupo Bambu podem ser vistas em Magalhes (1989), nobre-lopes (1995) e uhlein et al. (2004). os principais trabalhos de cunho estratigrfico foram desenvolvidos nas dcadas de 60 e 70, sendo o principal o de Costa & Branco (op. cit.), que apresentaram a primeira coluna litoestratigrfica regional da Srie Bambu, subdividida nas Formaes Carrancas (unidade basal), Sete lagoas (intermediria) e Rio Paraopeba, grafada erroneamente de Rio Piracicaba, conforme constatado por Baptista et al. (1984), (unidade superior que inclui os membros Serra de Santa Helena, lagoa do Jacar, trs Marias e Serra da Saudade). almeida (1967) elevou esta Srie categoria de Grupo. ao longo dos anos, vrios autores, trabalhando em diversas reas da bacia, modificaram esta coluna, introduzindo ou retirando unidades, como Schll (1976) que, mapeando a regio entre a Serra do espinhao e Curvelo, modifica a diviso de Costa & Branco (op. cit.) subdividindo a Formao Sete lagoas em Fcies Carrancas, Pedro leopoldo e lagoa Santa. Grossi Sad & quade (1985) retiram os calciofilitos da Formao Carrancas, posicionando-os em uma unidade chamada Formao vespasiano, abandonando o termo Carrancas, que passaria a nomear apenas o conglomerado (Conglomerado Carrancas) pois, conforme Braun (1968), o conglomerado ... no poderia ser classificado como uma formao, pois de espessura insignificante e no tem expresso