Relação Entre a Fadiga Muscular e a Mudança Da Técnica de Nado Durante Um Exercício Exaustivo No Nado Crawl

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    UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTAJLIO DE MESQUITA FILHO

    INSTITUTO DE BIOCINCIAS RIO CLAROunesp

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM DESENVOLVIMENTO HUMANO ETECNOLOGIAS

    (Tecnologias e Desempenho Humano)

    RELAO ENTRE A FADIGA MUSCULAR E A MUDANA DA TCNICA DENADO DURANTE UM EXERCCIO EXAUSTIVO NO NADO CRAWL

    NATLIA DE MENEZES BASSAN

    Dissertao apresentada aoInstituto de Biocincias do Cmpusde Rio Claro, UniversidadeEstadual Paulista, como parte dosrequisitos para obteno do ttulode Mestre em DesenvolvimentoHumano e Tecnologias.

    Abril - 2014

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    NATLIA DE MENEZES BASSAN

    RELAO ENTRE A FADIGA MUSCULAR E A MUDANA DA TCNICA DE

    NADO DURANTE UM EXERCCIO EXAUSTIVO NO NADO CRAWL

    Orientador: Camila Coelho Grecco

    Rio Claro2014

    Dissertao apresentada ao Institutode Biocincias do Campus de RioClaro, Universidade EstadualPaulista Jlio de Mesquita Filho,como parte dos requisitos paraobteno do ttulo de Mestre emDesenvolvimento Humano e

    Tecnologias (Tecnologias eDesempenho Humano).

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    Bassan, Natlia de Menezes Relao entre a fadiga muscular e a mudana da tcnicade nado durante um exerccio exaustivo no nado crawl /Natlia de Menezes Bassan. - Rio Claro, 2014 75 f. : il., figs., grfs., tabs.

    Dissertao (mestrado) - Universidade Estadual Paulista,Instituto de Biocincias de Rio Claro Orientador: Camila Coelho Greco

    1. Natao. 2. Habilidade de nado. 3. Fora muscular. I.Ttulo.

    797.21B317e

    Ficha Catalogrfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESPCampus de Rio Claro/SP

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    NATLIA DE MENEZES BASSAN

    RELAO ENTRE A FADIGA MUSCULAR E A MUDANA DA TCNICA DE

    NADO DURANTE UM EXERCCIO EXAUSTIVO NO NADO CRAWL

    Comisso Examinadora

    Profa. Dra. Camila Coelho GrecoProf. Dr. Srgio Camarda

    Prof. Dr.Mauro Gonalves

    Rio Claro, 22 de Abril de 2014

    Dissertao apresentada ao Institutode Biocincias do Campus de RioClaro, Universidade EstadualPaulista Jlio de Mesquita Filho,como parte dos requisitos paraobteno do ttulo de Mestre em

    Desenvolvimento Humano eTecnologias (Tecnologias eDesempenho Humano).

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    Rio Claro, 22 de abril de 2014.APOIO FINANCEIRO

    Fundao de Amparo Pesquisa

    do Estado de So Paulo

    PROCESSO No

    : 2012/15078-2

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    Dedico este trabalho aos meus pais

    Por todo apoio, dedicao e amor incondicional

    E dedico a minha irm e ao meu sobrinho

    Pela amizade, companheirismo e risadas nos momentos mais difceis

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    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente agradeo a Deus pela vida e pelas oportunidades de

    crescimento. Agradeo a minha orientadora Camila Coelho Greco, pela imensa

    dedicao, pacincia e insistncia com o trabalho e para que eu construsse uma

    grande base de conhecimento, tambm por ter tido a oportunidade de construir uma

    grande amizade.

    Agradeo ao Prof. Dr. Benedito Srgio Denadai, pelo Laboratrio e por estar

    sempre disposto a ajudar.

    Aos nadadores voluntrios disponibilizarem um pouco do seu tempo para as

    coletas de dados e a realizao da pesquisa.

    Ao meu primo Felipe e ao meu cunhado Muca pelas risadas, conselhos e

    serem os irmos que eu no tive.

    Aos membros do Laboratrio de Avaliao da Performance Humana, Renata,

    Bola, Bbi, Lo, Claudio e Felipe pela amizade, risadas e pacincia em transmitir

    seus conhecimentos. Em especial ao Thadeu, pela ajuda em todas as coletas e

    anlise de dados, alm da sua grande amizade e companheirismo durante esses 4

    anos de convivncia.

    As minhas amigas de repblica, Cacau, Lvia e Emlia pelo companheirismo,

    amizade, conversas, risadas e abraos.As amizades que permaneceram mesmo com a distncia, Lethycia e Juliana,

    que sempre me incentivaram mesmo de longe.

    A Sarai e a Camila pela amizade e pacincia comigo nos momentos mais

    difceis.

    Obrigada a todas as pessoas que estiveram me apoiando e me guiando para um

    caminho melhor

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    LISTA DE FIGURAS

    Pg.

    Figura 1.Esquematizao da sequncia da realizao do protocolo de fora.....36

    Figura 2. Valores mdios DP do pico de torque isomtrico (PTI), pico de torque

    concntrico a 60 .s-1 (PTC60) e pico de torque concntrico a 180 .s -1

    (PTC180) dos msculos flexores do cotovelo (FC) (painel A) e extensores do

    cotovelo (EC) (painel B) obtidos antes (Pr) e aps (Ps) o exerccio

    exaustivo........................................................................................................42

    Figura 3. Valores mdios DP da TDF dos msculos flexores do cotovelo (FC) e

    extensores do cotovelo (EC) obtidos antes (Pr) e aps (Ps) o exerccio

    exaustivo........................................................................................................43

    Figura 4. Resposta dos ndices tcnicos durante o exerccio exaustivo, para um

    voluntrio representativo. FB - frequncia de braada e CB - comprimento

    de braada...................................................................................................44

    Figura 5.Resposta das fases da braada no propulsivas (A e D) e propulsivas (B e

    C) durante o exerccio exaustivo, para um voluntrio representativo............46

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    LISTA DE TABELAS

    Pg.

    Tabela 1.Valores mdios DP das caractersticas antropomtricas......................40

    Tabela 2.Valores mdios DP do pico de torque isomtrico (PTI), pico de torque

    concntrico nas velocidades 60s-1(PTC60) e 180s-1(PTC180) e da taxa de

    desenvolvimento de fora pico (TDF) dos msculos flexores (FC) e

    extensores do cotovelo (EC) dos testes de fora realizados nos testes 1 (T1)

    e 2 (T2)..........................................................................................................41

    Tabela 3.Correlao intraclasse (ICC), intervalo de confiana (IC95%) e erro tpico

    (ET) do pico de torque isomtrico (PTI), pico de torque concntrico nas

    velocidades 60s-1 (PTC60) e 180s-1(PTC180) e taxa de desenvolvimento

    de fora (TDF) dos msculos flexores (FC) e extensores do cotovelo (EC)

    dos testes de fora realizados nos testes 1 (T1) e 2 (T2).............................41

    Tabela 4. Valores mdios DP da frequncia de braada (FB) e do comprimento de

    braada (CB) no incio e no final do teste exaustivo...................................44

    Tabela 5. Valores mdios DP e variao percentual (%) das fases da braada

    expressas em valor absoluto (s) no incio e no final do teste realizado na

    velocidade constante.....................................................................................45

    Tabela 6. Valores mdios DP e variao percentual (%) das fases da braada

    expressas em valor relativo (% da durao total da braada) no incio e no

    final do teste realizado na velocidade constante.......................................... 46

    Tabela 7.Correlaes das variaes do pico de torque isomtrico (PTI) e da taxa de

    desenvolvimento de fora (TDF) dos msculos flexores do cotovelo (FC) e

    extensores do cotovelo (EC) com a variao dos ndices tcnicos frequncia

    de braada (FB) e comprimento de braada (CB).........................................47

    Tabela 8.Correlaes das variaes do pico de torque isomtrico (PTI) e da taxa de

    desenvolvimento de fora (TDF) dos msculos flexores do cotovelo (FC) e

    extensores do cotovelo (EC) com a variao das fases A, B, C e D e o ndicede coordenao (IdC)....................................................................................48

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    LISTA DE ABREVIATURAS

    CB comprimento de braada

    EC msculos extensores do cotovelo

    EMG eletromiografia

    Fase A entrada e agarre da mo na gua

    Fase B puxada

    Fase C empurre

    Fase D recuperao

    FB frequncia de braada

    FC flexores do cotovelo

    IB ndice de braadaIdC ndice de coordenao da ao dos braos

    LT1 intervalos de tempo entre o comeo da propulso (Fase B) do brao direito e o

    final da

    LT2 intervalos de tempo entre o comeo da propulso (Fase B) do segundo

    movimento do

    MLSS mxima fase estvel de lactato sanguneo

    MP3 leitor de mdia porttilPTC180 - pico de torque isocintico na velocidade de 180.s-1

    PTC60 pico de torque isocintico na velocidade de 60.s-1

    PTI pico de torque isomtrico

    T5B tempo de 5 braadas

    TDF taxa de desenvolvimento de fora

    TDFpico - pico da taxa de desenvolvimento de fora

    V400 velocidade mdia dos 400 m

    VO2pico - consumo de oxignio pico

    T1- teste de fora antes o nado exaustivo no primeiro dia

    T2 teste de fora antes o nado exaustivo no segundo dia

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    Resumo

    A fora muscular um importante fator da avaliao e do treinamento em

    busca de um melhor desempenho esportivo. Na natao, o comprometimento da

    tcnica, do alinhamento do corpo e o aumento do arrasto nas competies tm sidorelacionados ao desenvolvimento da fadiga, que corresponde reduzida capacidade

    de produzir fora. Os objetivos deste estudo foram: 1) Analisar a reprodutibilidade do

    pico de torque isomtrico (PTI), pico do torque concntrico nas velocidades de 60.s-1

    e 180.s-1 (PTC60 e PTC180, respectivamente) e da taxa de desenvolvimento de

    fora (TDF) dos msculos flexores do cotovelo (FC) e extensores do cotovelo (EC); 2)

    Analisar o efeito do exerccio exaustivo nas variveis de fora, potncia e tcnica de

    nado (frequncia de braada - FB e comprimento de braada - CB, fases da braada -A, B, C e D e ndice de coordenao - IdC), e; 3)Analisar a relao entre a resposta

    dos parmetros neuromusculares, dos ndices tcnicos e das fases da braada, em

    um exerccio exaustivo realizado no nado crawl. Participaram deste estudo, 15

    nadadores treinados, os quais foram submetidos aos seguintes protocolos: 1)

    Inicialmente foram obtidas as medidas antropomtricas e logo em seguida foi feita a

    familiarizao ao dinammetro, os atletas tambm realizaram performance mxima na

    distncia de 400 m, em uma piscina de 25 m para determinar a performance aerbia

    (V400); 2) Testes de fora no dinammetro isocintico, para a determinao do PTI,

    PTC60, PTC180 e TDF, realizados imediatamente antes e aps um teste na natao

    em velocidade constante at a exausto a 100%V400 (T1); 3) Foram realizados os

    mesmos testes e na mesma ordem dos feitos no segundo dia (T2). A velocidade

    mdia (1,34 0,09 m.s-1e 1,35 0,15 m.s-1, respectivamente) nas condies T1 e T2

    foi similar (p > 0,05). Para os msculos FC no houve diferena no PTI, PTC60 e

    PTC180 e na TDF, nas condies T1 e T2, respectivamente (p > 0,05). Da mesma

    forma, para os msculos EC no houve diferena no PTI, PTC60, PTC180 e TDF nas

    condies T1 e T2 (p > 0,05). Houve correlao significante entre as condies T1 e

    T2 para o PTI, PTC60, PTC180, e TDFdos msculos FC (r = 0,79 a 0,98) e EC (r =

    0,79 a 0,98) (p < 0,01). Houve reduo significante do PTIdos msculos FC (79,9

    19,4 N.m e 66,7 20,0 N.m) e EC (95,1 28,0 N.m e 85,8 30,5 N.m) aps a

    realizao do teste exaustivo (p < 0,05). Da mesma forma, houve reduo significante

    da TDF dos msculos FC (521,8 198,6 N.m.s-1e 426,0 229,9 N.m.s-1) e EC (420,6

    168,2 N.m.s-1 e 384,0 143,5 N.m.s-1) (p < 0,05), aps a realizao do teste

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    exaustivo. O CB diminuiu entre o incio e o final do teste exaustivo (1,96 0,22

    m.ciclo-1e 1,68 0,29 m.ciclo-1), enquanto a FB aumentou (37,2 3,14 ciclos.min -1e

    41,3 5,32 ciclos.min-1) (p < 0,05). Em valores absolutos, as fases propulsivas B

    (12%) e C (7%) aumentaram e as fases no-propulsivas A (61%) e D (28%)

    diminuram entre o incio e o final do teste (p < 0,05). Da mesma forma, em valores

    relativos, as fases propulsivas B e C aumentaram e as fases no-propulsivas A e D

    diminuram do incio ao final do teste (p < 0,05). O IdC tambm apresentou aumento

    (p < 0,05). Houve correlao significante entre a modificao do PTI dos msculos FC

    e a variao dos ndices tcnicos FB e CB e a fase D (p < 0,05). Para os msculos

    EC, houve correlao significante entre a variao do PTI com as modificaes das

    fases A e fases A+D (p < 0,05). Houve correlao significante da variao da TDF

    com a modificao das fases B e D, nos msculos FC (p < 0,05). Portanto, nas

    condies do presente estudo, possvel concluir que o pico de torque isomtrico e

    isocintico a 60.s-1e 180.s-1, como tambm a taxa de desenvolvimento de fora de

    msculos do membro superior apresentam alta reprodutibilidade em nadadores

    treinados. O exerccio exaustivo aerbio de alta intensidade gerou reduo na fora

    muscular isomtrica e na potncia muscular. Alm disso, houve modificaes

    importantes da tcnica de nado do incio para o final do exerccio exaustivo e estas de

    maneira geral foram relacionadas com as mudanas de fora e potncia muscular.

    Portanto, possvel sugerir que a modificao da tcnica de nado em exerccios

    exaustivos aerbios e de alta intensidade , pelo menos em parte, ocasionada pela

    fadiga muscular.

    Palavras-Chave:Habilidade de nado, natao, fora muscular.

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    Abstract

    Muscle strength is an important factor of the evaluation and training aiming a

    better sport performance. In swimming, the impairment of technique, body alignment

    and the increase of drag during races have been related to the development of fatigue,

    which corresponds to the reduced capacity to produce force. The objectives of this

    study were: 1) To analyze the reliability of the isometric peak torque (IPT), concentric

    peak torque at 60.s-1and 180.s-1(CPT60 and CPT180, respectively) and the rate of

    force development (RFD) of elbow flexors (EF) and elbow extensors (EE); 2) To

    analyze the effect of an exhaustive exercise on the strength and power variables, and

    swim technique (stroke frequency - SF and stroke length - SL, stroke phases - A, B, C

    and D and the coordination index - IdC), and; 3) To analyze the relationship between

    the responses of neuromuscular parameters, technical indexes and stroke phases, in

    an exhaustive exercise performed in front crawl. Fifteen trained swimmers participated

    of this study, and were submitted to the following protocols: 1) Initially, the

    anthropometric measurements were obtained and afterward the familiarization to the

    dynamometer was performed and maximal 400-m trial, in a 25-m swimming pool to

    determine the aerobic performance (V400); 2) Strength tests in an isokinetic

    dynamometer, to determine the IPT, CPT60, CPT180 and RFD, performed

    immediately before and after a constant-speed test to exhaustion at 100%V400 (T1);

    3) The same tests at the same sequence of the second day (T2). The mean speed

    (1.34 0.09 m.s-1and 1.35 0.15 m.s-1, respectively) at T1 and T2 conditions was

    similar (p > 0.05). There was no significant difference on IPT, CPT60, CPT180 and

    RFD at T1 and T2 conditions for EF (p > 0.05). In the same way, there was no

    significant difference on IPT, CPT60, CPT180 and RFD at T1 and T2 conditions for EE

    (p > 0.05). There was significant correlation between T1 and T2 conditions for IPT,

    CPT60, CPT180 and RFD of EF (r = 0.91 to 0.98) and EE (r = 0.79 to 0.98) (p < 0.01).There was reduction of IPT of EF (79.9 19.4 N.m and 66.7 20.0 N.m) and EE (95.1

    28.0 N.m and 85.8 30.5 N.m) after the exhaustive test (p < 0.05). Similarly, there

    was reduction of RFD of EF (521.8 198.6 N.m.s-1and 426.0 229.9 N.m.s-1) and for

    EE (420.6 168.2 N.m.s-1and 384.0 143.5 N.m.s-1) (p < 0.05), after the exhaustive

    test. The SL reduced between the beginning and the end of the exhaustive test (1.96

    0.22 m.cycle.s-1 and 1.68 0.29 m.cycle.s-1), wile the SR increased (37.2 3.14

    cycles.min.s-1

    and 41.3 4.32 cycles.min.s-1

    ) (p < 0.05). In absolute values, thepropulsive phases B (12%) and C (7%) increased while the non-propulsive phases A

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    (61%) and D (28%) reduced from the beginning to the end of the test (p < 0.05). In

    relative values, the propulsive phases B and C increased and the non-propulsive

    phases A and D reduced from the beginning to the end of the test (p < 0.05). The IdC

    also presented increase (p < 0.05). There was significant correlation of the

    modification of IPT of FC with the changes on technical indexes SR and SL and phase

    D (p < 0.05). For EC, there was significant correlation of IPT and the changes in

    phases A and A + D (p < 0.05). There was significant correlation of the variation of

    RFD and the changes on phases B and D, for EF (p < 0.05). Thus, at the conditions of

    our study, it is possible to conclude that the peak isometric torque and concentric peak

    torque at 60 and 180.s-1, as well as the rate of force development of upper limb

    muscles present high reliability in trained swimmers. The high-intensity aerobic

    exhaustive exercise generated reduction in isometric muscular force and power.

    Moreover, there were important modifications in swim technique from the beginning to

    the end of the exhaustive exercise and, in general, these changes were related to the

    force and power changes. Therefore, it is possible to suggest that the modification of

    the swim technique in high-intensity aerobic exercises performed to exhaustion is, at

    least in part, occasioned by muscular fatigue.

    Keywords: Swim ability, swimming, muscular strength.

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    SUMRIO

    1. INTRODUO ........................................................................................................ 15

    2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 18

    2.1. Geral ................................................................................................................. 18

    2.2. Especficos ........................................................................................................ 18

    3. REVISO DE LITERATURA ................................................................................... 19

    3.1. Parmetros de avaliao neuromuscular .......................................................... 19

    3.2. ndices Tcnicos ............................................................................................... 22

    3.3. Efeito de exerccios exaustivos de nado na fora muscular .............................. 23

    3.4. Efeito de exerccios exaustivos na tcnica de nado .......................................... 27

    4. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 29

    5. MATERIAL E MTODOS ........................................................................................ 30

    5.1. Delineamento experimental............................................................................... 30

    5.2. Sujeitos ............................................................................................................. 30

    5.3. Avaliao antropomtrica .................................................................................. 30

    5.4. Determinao do PT e da TDF ......................................................................... 31

    5.5. Testes mximos na natao ............................................................................. 32

    5.6. Determinao dos ndices tcnicos ................................................................... 33

    5.7. Anlise estatstica ............................................................................................. 34

    6. Resultados .............................................................................................................. 35

    6.1. Avaliao antropomtrica e da performance ..................................................... 35

    6.2. Reprodutibilidade do pico de torque e da taxa de desenvolvimento de torque . 35

    6.3. Efeito do exerccio exaustivo nos parmetros neuromusculares ...................... 38

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    6.4. Resposta dos ndices tcnicos durante o exerccio exaustivo .......................... 39

    6.5. Parmetros neuromusculares x ndices tcnicos .............................................. 43

    7. Discusso ................................................................................................................ 45

    7.1. Reprodutibilidade dos parmetros de fora e potncia muscular ...................... 45

    7.2. Efeito do exerccio exaustivo nos parmetros de fora e potncia muscular .... 46

    7.3. Resposta da tcnica de nado durante o exerccio exaustivo ............................ 49

    7.4. Relao entre as modificaes nos parmetros neuromusculares e da tcnica

    de nado com a realizao do exerccio exaustivo .................................................... 51

    8. CONCLUSES ....................................................................................................... 53

    9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................ 54

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    1. INTRODUO

    Na natao, a fora muscular um importante aspecto da avaliao e do

    treinamento em busca de um melhor desempenho esportivo. Em funo das

    particularidades desta modalidade, o aumento da fora propulsiva (TOUSSAINT e

    BEEK, 1992), que promove deslocamento, torna-se um aspecto fundamental para

    gerar maiores velocidades de nado. Alguns estudos que analisaram a fora muscular

    fora d'gua, verificaram que esta pode estar associada com a performance dentro

    d'gua e que um treinamento com pesos pode contribuir para a melhora da

    velocidade nesta modalidade (HAWLEY et al., 1992; STRASS, 1988). Dessa forma, a

    mensurao e o treinamento para a melhora da fora muscular podem ser

    considerados importantes fatores na preparao dos atletas.

    A fadiga definida como a perda de fora muscular e de capacidade de

    realizar trabalho (GREEN, 1990; HULTMAN et al., 1990; FITTS, 1996; GANDEVIA,

    2001). Estudos sugerem que a fadiga pode provocar importantes modificaes no

    padro de movimento em modalidades cclicas (ELLIOTT e ROBERTS, 1980;

    LEPERS et al., 2000; VERCRUYSSEN et al., 2002). Em situaes de fadiga ocorre a

    diminuio da velocidade mxima do movimento, reduo do pico de torque

    isomtrico (PTI) e incapacidade de manter os nveis de fora em velocidades

    submximas (DUARTE et al., 1991). Assim, o indivduo tende a escolher estratgias

    de movimentos com a finalidade de sustentar a intensidade do exerccio. Os principais

    fatores que podem ajudar a explicar a modificao dos movimentos so alterao no

    recrutamento das unidades motoras, modificao na perfuso muscular, fadiga

    neuromuscular e fadiga muscular (VERCRUYSSEN et al., 1997; LEPERS et al.,

    2000).

    Estudos realizados na natao, em condies tanto de velocidade constante,(DEKERLE et al., 2005; ALBERTY et al., 2009; OLIVEIRA et al., 2012) quanto em

    provas reais ou simuladas (CRAIG et al., 1985; SCHNITZLER et al., 2007; ALBERTY

    et al., 2009), tm verificado modificaes significantes nos parmetros da tcnica de

    nado como o aumento da frequncia de braada (FB) e a queda do comprimento de

    braada (CB). De maneira geral, essas alteraes tm sido atribudas reduo da

    capacidade de gerar fora para vencer a resistncia da gua (CRAIG et al., 1985).

    Na natao, os msculos bceps braquial e o trceps braquial sodeterminantes no movimento cclico complexo da braada (ROUARD e CLARYS,

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    1995) devido a importncia destes na estabilizao da articulao do cotovelo na

    transmisso das foras da mo e do antebrao para o corpo (MADSEN e

    FLUGSRUD, 2008). Segundo Lauer et al. (2012) os nadadores, utilizam-se destes

    msculos para estabilizar a articulao do cotovelo e assim superar o arrasto na fase

    aqutica, e estes agem como um freio no final da recuperao para substituir o

    brao na prxima braada.

    Em um exerccio mximo de curta durao (~1 min), Toussaint et al. (2006)

    verificaram relao entre a reduo da fora e da velocidade de nado, e observaram

    tambm que a reduo da FB foi relacionada queda da velocidade. Em outro

    estudo, Aujouannet et al. (2006) observaram reduo significante da fora isomtrica

    dos flexores do cotovelo (13%) medida fora d'gua, e uma reduo da FB da

    velocidade de nado do ao longo do exerccio exaustivo (14%).

    Alm da modificao na FB e no CB, estudos mostraram que, em condies de

    exerccios de velocidade constante, mantidos ou no at a exausto, a contribuio

    das fases propulsivas da braada pode aumentar para manter a velocidade do nado

    (ALBERTY et al., 2009; PELARIGO et al., 2011). De fato, Sanders (2002) verificou

    que nestas condies de velocidade constante, quando a fadiga se desenvolve, o

    nadador aumenta o tempo relativo da braada, no qual as foras de propulso so

    aplicadas, para gerar o impulso necessrio para manter a velocidade de nado.

    Segundo Alberty et al. (2005) o aumento na durao das fases propulsivas significa

    que o nadador gasta mais tempo nestas fases na condio de fadiga, pois a

    capacidade de gerar fora propulsiva foi comprometida. Portanto, a reduo da

    capacidade de produzir fora parece ser um aspecto importante para as modificaes

    da tcnica de nado.

    Estudos que analisaram a atividade muscular durante o nado, sugerem que

    alguns dos principais msculos utilizados na braada, como o bceps braquial e otrceps braquial, diminuem sua atividade eletromiogrfica em testes mximos de curta

    distncia (100-200 m), sugerindo o aparecimento da fadiga muscular (AUJOUANNET

    et al., 2006;STIRN et al., 2011; IKUTA et al., 2012).

    Para analisar a resposta da fora muscular em condies controladas

    (velocidade, posio corporal) tem sido muito utilizado o dinammetro isocintico.

    Este equipamento, alm da fora isomtrica, permite que a fora muscular seja

    medida de forma concntrica e excntrica (SEGER et al., 1988), como tambm emdiferentes velocidades de contrao e ngulos articulares (SVENSSON e DRUST,

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    2005), e para diferentes articulaes e membros (IOSSIFIDOU e BALTZOPOULOS,

    1998). Assim, a dinamometria isocintica tem sido considerada o mtodo padro ouro

    para a avaliao quantitativa da fora muscular (DVIR, 2002).

    Portanto, a anlise da resposta da fora muscular parece ser de fundamental

    importncia para a compreenso da resposta da tcnica de nado em diferentes

    condies de exerccio. Apesar de muitos estudos terem analisado a resposta de

    tcnica de nado ao longo de exerccios exaustivos e as modificaes desta terem sido

    em parte atribudas fadiga, informaes a respeito da relao entre fadiga e

    alterao da tcnica de nado so escassas. Alm disso, nenhum estudo analisou a

    relao entre a fadiga e as alteraes nos parmetros FB, CB e IB em testes de

    velocidade constante. Dessa forma, apesar da diferena do padro de velocidade de

    provas competitivas, a anlise dos atletas em velocidade constante uma forma de

    verificar como estes modificam os padres de braada para manter o impulso e a

    velocidade requerida.

    Neste estudo, as hipteses testadas so: 1) Haver reduo significante da

    fora muscular imediatamente aps um exerccio realizado at a exausto na

    natao; 2) Haver modificao significante dos parmetros da tcnica de nado do

    incio ao final de um exerccio realizado at a exausto na natao; 3) Haver uma

    relao entre as modificaes na fora muscular e nos parmetros da tcnica de

    nado. Estas anlises sero de fundamental importncia para a compreenso da

    relao entre fadiga e habilidade de nado em condies exaustivas, o que pode ter

    importantes implicaes para a avaliao e a prescrio do treinamento na natao,

    particularmente nestas condies.

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    2. OBJETIVOS

    2.1. Geral

    - Analisar a reprodutibilidade de variveis de fora e potncia muscular dos msculosflexores e extensores do cotovelo e a relao entre a fadiga muscular e a mudana da

    tcnica de nado em um exerccio exaustivo realizado no nado crawl.

    2.2. Especficos

    - Avaliar a reprodutibilidade do pico de torque isomtrico (PTI) e concntrico na

    velocidade 60.s-1 e 180.s-1 (PTC60 e PTC180, respectivamente) dos msculos

    flexores do cotovelo (FC) e extensores do cotovelo (EC);- Analisar a reprodutibilidade da taxa de desenvolvimento de fora (TDF) dos

    msculos FC e EC;

    - Analisar o efeito de um exerccio exaustivo nos parmetros neuromusculares PTI,

    PTC60, PTC180 e TDF dos msculos FC e EC;

    - Analisar o efeito de um exerccio exaustivo nos parmetros da tcnica de nado

    frequncia de braada (FB), comprimento de braada (CB), fases da braada (A, B, C

    e D) e ndice de coordenao (IdC);

    - Analisar a relao entre a resposta dos parmetros neuromusculares e parmetros

    da tcnica de nado, em um exerccio exaustivo realizado no nado crawl.

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    3. REVISO DE LITERATURA

    3.1. Parmetros de avaliao neuromuscular

    A fora muscular um importante componente da aptido, sendo considerada

    uma capacidade fsica fundamental no aspecto da avaliao e do treinamento em

    busca de um melhor desempenho esportivo. A fora muscular pode ser definida como

    a capacidade mxima de produo de fora que o msculo ou grupo muscular pode

    produzir (KOMI, 2006). Esta tambm pode designar a tenso mxima que um

    msculo ou grupamento muscular pode gerar em um padro de movimento especfico

    realizado em uma velocidade determinada (KNUTTGEN, 1987).

    Na natao, devido s particularidades desta modalidade (i.e., deslocamento

    no meio lquido), a fora muscular do atleta torna-se um aspecto fundamental para

    gerar maiores velocidades de nado. Alguns estudos que analisaram a fora muscular

    fora d'gua em nadadores, verificaram que esta pode estar associada com a

    performance e que um treinamento com pesos pode contribuir para a melhora da

    velocidade nesta modalidade. Hawley et al. (1992) verificaram uma correlao

    moderada da potncia mdia dos braos, com o desempenho de 50 m (r = 0,63). Em

    estudo realizado por Strass (1988) foi verificado melhora de 0,04 a 0,08 m.s -1 na

    velocidade mdia de nadadores adultos, em uma distncia de 50 m, aps o

    treinamento de resistncia com pesos. Pesquisadores tambm observaram grande

    importncia da capacidade de fora no incremento da velocidade para a modalidade

    em questo (TOUSSAINT e BEEK, 1992). Dessa forma, o treinamento de fora e sua

    mensurao podem ser importantes para a melhora de resultados no mbito da

    natao competitiva.

    Um dos parmetros de anlise da fora muscular o pico de torque, o qual

    pode ser definido como o produto da massa, da acelerao e do tamanho do brao dealavanca (POTULSKI et al., 2011). A partir disto se obtm o torque mximo produzido

    na amplitude do movimento. Uma vez que o trabalho leva em considerao a

    distncia de deslocamento, a anlise desta varivel reflete a habilidade do indivduo

    de produzir torque durante toda a amplitude de movimento (BROWN e WEIR, 2001).

    O torque pode ser produzido de maneira concntrica, excntrica e isomtrica.

    O primeiro acontece quando a tenso muscular provoca um torque maior que o

    torque das cargas resistivas, encurtando o msculo. O segundo ocorre quando ocomprimento do msculo permanece inalterado e no ocorre movimento em torno da

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    articulao. Em condio de fadiga, o pico de torque tende a diminuir nos msculos

    extensores de joelho aps um exerccio prolongado no ciclismo, ocorrendo queda de

    20 a 30% (BOOTH et al.,1997; PRESLAND et al., 2005; SAHLIN e SEGER, 1995).

    O equipamento responsvel pela mensurao do torque o dinammetro

    isocintico (DVIR, 2002; PERRIN, 1993). A determinao do pico de torque por meio

    do dinammetro isocintico considerado o padro ouro para a avaliao quantitativa

    da fora muscular (DVIR, 2002).

    Estudos na literatura analisaram a reprodutibilidade das medidas de pico de

    torque de membros superiores. Em nadadores, as informaes sobre a

    reprodutibilidade destas medidas ainda escassa. Em pesquisa realizada por Drouin

    et al. (2004) foi analisado a validade, e a confiabilidade da posio angular,

    velocidade e torque isomtrico e isocintico concntrico de um dinammetro

    isocintico. Para a realizao da medida do pico de torque isomtrico o dinammetro

    foi posicionado a 90 da posio anatmica do brao. Houve uma correlao

    intraclasse alta (ICC = 0,99) e baixo coeficiente de variao (CV = 1%) entre os dois

    dias de testes.

    Na natao, os msculos bceps e trceps braquial, que realizam a flexo do

    cotovelo e a extenso do cotovelo, respectivamente, so essenciais no movimento

    cclico complexo da braada (ROUARD e CLARYS, 1995). Estes msculos atuam

    tambm na estabilizao da articulao do cotovelo na transmisso das foras da

    mo e do antebrao para o corpo (MADSEN e FLUGSRUD, 2008). Segundo Lauer et

    al. (2013) os nadadores utilizam-se destes msculos para estabilizar a articulao do

    cotovelo e assim superar o arrasto na fase aqutica. Estes agem como um freio no

    final da recuperao para substituir o brao na prxima braada.

    Gerald et al. (2007) realizaram um estudo com nadadores de elite e verificaram

    que aps 12 semanas de diferentes tipos de treinamento de fora, houve o aumentode pico de torque nestes msculos e melhora da performance nos 50 m crawl. O

    grupo que realizou o treino de fora fora d'gua (musculao - 80 a 90% de uma

    repetio mxima) apresentou melhora significante no PTI dos msculos extensores

    do cotovelo (4,5%) e flexores do cotovelo (39,5%). No treino realizado dentro dgua

    (sprints resistidos e assistidos), a melhora da fora foi verificada na fora isomtrica

    dos msculos flexores do cotovelo (7,6%). Houve melhora de performance para os

    dois grupos que realizaram treino de fora, sendo de 2,8% para os nadadores quetreinaram fora dgua e 2,3% para aqueles que realizaram o treino dentro dgua.

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    Sadowski et al (2012) tambm verificaram melhora da fora muscular em nadadores

    jovens aps o treinamento de fora fora dgua combinado com o treino na piscina.

    Estes apresentaram aumento do PTI dos flexores do ombro (5,34%), no CB (5,98%),

    queda na FB (4,30%) e melhora da fora no nado atado (9,64%). Neste estudo, no

    foi possvel afirmar se somente o treinamento de fora permitiu melhora no

    desempenho destes atletas.

    Com base nestes estudos, possvel verificar a importncia do pico de torque

    na avaliao neuromuscular visando analisar a eficincia dos diferentes tipos de

    treinamento de fora na melhora da performance na natao. Alm de permitir

    identificar os msculos essenciais para melhor desempenho na braada.

    Outra varivel de extrema importncia na avaliao neuromuscular a TDF, a

    qual uma medida de fora explosiva. A TDF mede a taxa de aumento de torque que

    pode ser gerada na fase inicial da contrao muscular (AAGAARD et al., 2002). Esta

    obtida atravs da razo entre a variao da fora (N.m) e a variao do tempo (s)

    (fora/tempo).

    A TDF sofre influncias de diversos fatores, entre eles pode-se citar as

    propriedades do msculo como tamanho, quantidade das fibras de contrao rpida,

    composio da isoforma da miosina de cadeia pesada (HARRIDGE et al., 1996) e

    distribuio das fibras musculares (AAGAARD e ANDERSEN, 1998). Esta varivel

    tambm influenciada pelos fatores neurais como magnitude de produo dos

    impulsos eferentes pelos motoneurnios na fase inicial da contrao, pela frequncia

    de disparos e recrutamento dos motoneurnios (AAGAARD et al., 2002; SALE, 1988;

    THORSTENSSON et al., 1976; VAN CUTSEM et al., 1998).

    Andersen et al. (2010) analisaram as alteraes na TDF em diferentes

    momentos da contrao muscular aps 12 semanas de treinamento de resistncia de

    alta intensidade, para os membros inferiores. Aps o treinamento de fora foimensurado a fora muscular mxima e a TDF durante a contrao isomtrica

    voluntria mxima dos msculos extensores do joelho. |Os autores verificaram a

    elevao da TDF na fase tardia da contrao muscular (> 100 ms), em resposta ao

    treino de resistncia. A TDF na fase inicial da contrao (< 100 ms) no foi

    modificada, enquanto a fase inicial da TDF relativa diminuiu.

    Em situao de fadiga a TDF tambm tende a diminuir, como foi verificado em

    testes realizados antes e aps situaes simuladas da prtica de esportes como ofutebol (7 a 8%), ciclismo (~15 a 26%) e handebol (16 a 21%) (GIRARD et al., 2012;

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    THORLUND et al., 2008, 2009). Dessa forma, analisar esta varivel em diferentes

    condies exaustivas na natao, pode contribuir para o entendimento das

    modificaes na potncia muscular, e contribuir no treinamento de atletas de alto

    rendimento.

    3.2. ndices Tcnicos

    Na natao, para cada estilo de nado existe uma combinao entre as

    pernadas e as braadas para gerar a propulso. Em geral, a propulso realizada

    pelos braos tem sido vista como a principal no deslocamento do nado crawl, visto

    que, esta responsvel por at 90% da propulso do nadador (BROOKS et al., 2000;

    DESCHODT; 1999). Logo, a coordenao entre os braos est relacionada com a

    velocidade de nado, a qual muda de acordo com a respirao, flutuabilidade (foras

    externas) e alinhamento corporal (CHOLLET et al., 2000; SEIFERT et al., 2010;

    YANAI, 2003). Os estudos que investigaram os efeitos de exerccios exaustivos na

    fora muscular e na tcnica utilizaram a ao dos braos (ALBERTY et al., 2005;

    AUJOUANNET et al.,2006;SEIFERT, et al.,2005).

    Entre as variveis que expressam a capacidade tcnica de um nadador, est a

    FB, a qual representa o nmero ou ciclos de braadas realizados em uma unidade de

    tempo. O CB representa a distncia que o nadador se desloca em cada ciclo de

    braada, enquanto que, o ndice de braada (IB) corresponde ao produto da

    velocidade com o CB. Como em outras atividades cclicas, os nadadores precisam

    encontrar o ajuste ideal entre a FB e CB para alcanar e manter a velocidade mxima

    durante uma prova (ALBERTY et al., 2005).

    A movimentao e a coordenao da ao dos braos no nado crawl so feitos

    de forma alternada, no qual cada brao realiza quatro fases, puxada e empurre (fases

    propulsivas), entrada da mo e encaixe e recuperao (fases no-propulsivas), eainda, os ciclos de braada so coordenados com padres de pernadas que variam

    entre duas, quatro ou seis pernadas por ciclo de braada (MAGLISCHO, 1999).

    As quatro fases de braada so organizadas de maneiras diferentes pelo

    nadador, e a durao de cada uma destas fases varia dependendo da velocidade de

    nado, da durao do exerccio e do nvel do atleta. O ndice de Coordenao (IdC), assim

    caracteriza o padro de coordenao da braada em curto e longo tempo, indicando

    tambm a habilidade do nadador.Este ndice expressa o tempo que separa o comeo da fasepropulsiva de um brao e o final da fase propulsiva do outro brao Essa organizao pode ser

    http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/02640410801974984#CIT0002http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/02640410801974984#CIT0002http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/02640410801974984#CIT0004http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/02640410801974984#CIT0004http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/02640410801974984#CIT0017http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/02640410801974984#CIT0017http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3590860/#b1-jhk-32-33http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3590860/#b1-jhk-32-33http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3590860/#b1-jhk-32-33http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3590860/#b1-jhk-32-33http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/02640410801974984#CIT0017http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/02640410801974984#CIT0004http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/02640410801974984#CIT0002
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    explicada pro trs formas: oposio, quando no ocorre intervalo de tempo entre as

    propulses, sendo que o incio da propulso equivale com o final da propulso do

    outro brao, (IdC = 0%); alcanar, quando tem um intervalo de tempo entre as

    propulses dos dois braos, (IdC < 0%); sobreposio, acontece quando h uma

    sobreposio das propulses dos dois braos, (IdC > 0%) (CHOLLET, 2000),

    Os atletas podem variar o modelo de coordenao, de acordo com a mudana

    em suas velocidades de nado. O IdC se altera proporcionalmente a velocidade de

    nado e FB. Essas mudanas foram relacionadas com a durao das fases propulsivas

    da braada, pois com o aumento da velocidade os nadadores reduziram a durao

    das fases no propulsivas e aumentaram a durao das fases propulsivas. Com estas

    modificaes, o nadador pode aplicar fora propulsiva por um perodo maior de

    tempo, e deste modo gerar mais potncia (CHATARD 1990). Este aumento das fases

    propulsivas se d principalmente na fase de empurre, enquanto a puxada

    compensada por um aumento na velocidade de deslocamento da mo, que permite

    uma melhor ao propulsiva (COUNSILMAN,1981; ROUARD e BILLAT, 1990).

    3.3. Efeito de exerccios exaustivos de nado na fora muscular

    O sistema neuromuscular caracterizado pela sua capacidade adaptativa

    crnica. Este consegue adaptar-se a alteraes agudas, tais como as associadas ao

    exerccio prolongado ou intenso, sendo uma das mais conhecidas o fenmeno

    habitualmente referido como fadiga muscular (ENOKA e STUART, 1992). Sendo

    assim, o conceito de fadiga neuromuscular relaciona-se incapacidade do msculo

    de gerar elevados nveis de fora (ENOKA e STUART, 1992; GREEN, 1995, 1997) e

    pode contribuir para a reduzida capacidade de manter uma determinada intensidade

    do exerccio.

    A fadiga resulta em alteraes no processo excitao-contrao-relaxamento,e conforme essa relao pode ser central e perifrica. A fadiga central representa a

    falha do mecanismo do motoneurnio proximal, o que resulta na queda da habilidade

    de enviar o sinal para a juno neuromuscular (LEPERS et al., 2002; TODD et al.,

    2003), traduzindo-se em uma falha voluntria ou involuntria na conduo do impulso.

    Esta falha resulta na reduo do nmero de unidades motoras ativas e diminuio da

    frequncia de disparo dos neurnios motores (STACKHOUSE et al., 2000; STIENEN

    et al., 1999). A fadiga perifrica pode ser descrita como aquela que ocorre devido aosmecanismos originrios nas prprias fibras musculares (LEPERS et al., 2002; TODD

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    et al., 2003). Esta ocorre devido a uma falha ou reduo de um ou mais processos na

    unidade motora, ou seja, nos motoneurnios, nervos perifricos, nas ligaes

    neuromusculares ou fibras musculares (EDWARDS, 1981).

    O processo de fadiga gradual e inclui importantes mudanas fisiolgicas que

    ocorrem antes e durante a falha mecnica (HOFFMAN et al., 2009). Nessas

    situaes, os atletas optam por estratgias de movimentos com o objetivo de manter

    a intensidade do exerccio (THEUREL et al., 2012). Em modalidades como o ciclismo

    e a corrida, geralmente a fadiga est relacionada queda na frequncia dos

    movimentos. Dessa forma, h alterao no recrutamento das unidades motoras e

    perfuso muscular. Fadiga neuromuscular e muscular so os principais fatores que

    podem explicar a reduo na frequncia de movimentos nestas modalidades

    (VERCRUYSSEN et al., 1997; LEPERS et al., 2000).

    Mais precisamente, a fadiga pode induzir uma redistribuio do nvel de

    atividade muscular entre os msculos e/ou alteraes no perfil da mesma, ou seja,

    modifica a forma de atividade muscular durante o movimento. Estudos realizados por

    Kouzaki e Shinohara, (2006) e Kouzaki et al. (2002)relataram a alternncia dos nveis de

    atividade muscular entre os msculos sinergistas durante exerccios isomtricos submximos.

    Em esportes que utilizam movimentos cclicos como o ciclismo, as variveis

    neuromusculares tendem a diminuir em condio de fadiga, como j foi constatado porMcintyre et al. (2012). Estes verificaram que aps quatro estgios de 20 minutos a

    70% do consumo de oxignio pico (VO2pico) o pico de torque isomtrico concntrico

    dos extensores de joelho diminuiu 14%. Resultados semelhantes foram encontrados

    por Girard et al. (2012) ao analisar a TDF, a qual teve queda de ~ 15 a 26% nos

    msculos extensores do joelho, aps realizar um protocolo de 10 x 6 s de sprints

    seguida pela recuperao passiva e por ltimo foi realizado mais 5 x 6 s sprints.

    Na natao, estes mecanismos ainda no foram completamente definidos, massabe-se que os aspectos biomecnicos podem ficar bastante comprometidos por

    mecanismos fisiolgicos associados fadiga. Conforme h o aumento da fadiga h

    uma modificao do alinhamento corporal, o qual importante para minimizar o

    arrasto (TOUSSAINT et al., 2006).

    No estudo de Toussaint et al. (2006), os autores compararam as mudanas da

    produo de potncia mecnica em um teste mximo de 100 m realizado somente

    com os braos (~58 s) no MAD System, que um equipamento que fornece

    informaes sobre a produo de potncia do nadador, com a performance de 100 m

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    no nado crawl completo (~63 s). No MAD System, do primeiro 25 m para o quarto 25

    m houve uma reduo significante da produo de potncia mecnica, 13% na

    velocidade, 14,8% no trabalho por braada e 3% na FB. O CB no foi modificado, j

    que neste equipamento esta varivel no muda. Na performance do nado completo,

    do primeiro 25 m para o quarto 25 m houve uma reduo de 12,4% na velocidade e

    de 10,5% na FB. A eficincia propulsiva apresentou uma reduo de 81% para 76%.

    Portanto, as redues de velocidade, FB e produo de potncia foram similares. Os

    autores sugeriram que quando h a queda de produo de potncia, a velocidade e a

    FB tambm caem.

    Em um outro estudo, Stirn et al. (2011) analisaram as respostas de parmetros

    da eletromiografia de msculos do tronco e dos braos em um esforo mximo de 100

    m (~63 s). A velocidade, o CB e a FB apresentaram reduo de 15%, 6% e 7%,

    respectivamente. Houve aumento significante da atividade dos msculos trceps

    braquial e grande dorsal e reduo da frequncia mediana. Os autores concluram

    que houve fadiga muscular nos 100 m nado crawl.

    Figueiredo et al. (2012) analisaram os parmetros de braada e a velocidade angular

    durante uma prova de 200 m. Os autores verificaram que os nadadores mostraram queda

    significante na FB (5,1%) porm, do penltimo para o ltimo esforo houve aumento desta

    varivel tcnica (4,92%). Para o CB (6,9%), velocidade (13,8%) e velocidade angular (13,3%)houve uma diminuio gradativa ao longo das 4 voltas, concomitante com um aumento no

    lactato sanguneo (11,12 mM) sugerindo o aparecimento da fadiga (BONIFAZI et al., 1993;

    FIGUEIREDO et al., 2011; PELAYO et al., 1996)

    Em pesquisa realizada por Figueiredo et al. (2013a) foi analisado a atividade

    eltrica muscular dos msculos flexor radial do carpo, bceps braquial, trceps

    braquial, peitoral maior e trapzio (fibras superiores), alm dos ndices tcnicos FB e CB

    em uma prova de 200 m. Os dados mostraram aumento da ativao dos msculos em suas

    fases especficas, queda no CB e manuteno da FB. Esses resultados sugerem a ocorrncia

    da fadiga, caracterizado pelas mudanas nos parmetros de braada j explicadas

    anteriormente e as mudanas seletivas na ativao dos msculos dos membros superiores de

    acordo com a ao muscular. Para determinar a contribuio relativa de fatores

    biomecnicos, energticos, musculares e de coordenao nos 200m nado crawl, os

    nadadores realizaram um teste mximo de 200m crawl, e posteriormente realizaram

    as distncias de 50, 100, e 150m no ritmo mdio do teste de 200 m. Para cada volta,

    as contribuies para os 200m desempenho foram de 17,6, 21,1, 18,4 e 7,6% para o

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    CB; 16,1, 18,7, 32,1 e 3,2% para FB; 17,8, 10,5, 2,0 e 6,4% para eficincia propulsiva;

    4,5, 5,8, 10,9 e 23,7% para o gasto energtico total; 10,1, 5,1, 8,3 e 23,7% para a

    coordenao entre os braos; 9,0, 6,2, 8,5 e 5,5% em relao amplitude da

    atividade muscular; e de 3,9, 11,9, 11,8 e 18,7% para a frequncia mediana dos

    msculos. As contribuies da frequncia mediana dos msculos e do ndice de

    coordenao foram altas e sugerem a fadiga dos msculos e o comprometimento da

    tcnica de nado (FIGUEIREDO et al., 2013b).

    Ikuta et al. (2012) analisaram a atividade eltrica dos msculos flexor ulnar do carpo,

    bceps braquial, trceps braquial, peitoral maior, grande dorsal, deltide anterior e posterior em

    um esforo mximo de 200 m, realizado em 4 x 50 m. Foi verificado a queda significante de

    atividade do flexor ulnar do carpo, bceps braquial e trceps braquial, e aumento significante

    na atividade do peitoral maior. Houve correlao entre a variao da atividade eltricamuscular do flexor ulnar do carpo (r = 0,72), grande dorsal (r = 0,695) e bceps braquial (r =

    0,557) com a variao da velocidade da braada. Portanto, os dados sugerem que a queda

    da velocidade de nado est relacionada com a diminuio da atividade eltrica muscular, e

    que ocorre a estratgia de compensao entre o peitoral maior e outros msculos nos ltimos

    50 m.

    Para analisar as alteraes dos ndices tcnicos em condio de fadiga, Aujouannet

    et al. (2006)investigaram os efeitos de um esforo mximo de 200 m de alta intensidade em

    nadadores de alto nvel sobre os parmetros espaciais e temporais, musculares e fisiolgicos.

    Assim os atletas nadaram 4 50 m em intensidade mxima e a fora isomtrica de flexo do

    brao, com o cotovelo fletido a 90 antes e aps o teste de nado. Os sinais de EMG dos

    msculos bceps e trceps braquial do lado direito, concentraes de lactato sanguneo foram

    registrados antes e aps os tiros os 200 m. Foi verificado que aps o teste de natao, a fora

    dos msculos flexores do cotovelo e extensores do cotovelo e a frequncia mediana de

    potncia da EMG diminuram significativamente enquanto que a concentrao de lactato no

    sangue aumentou significativamente. Os autores sugeriram que o aumento da FB e da

    velocidade de braada podem estar relacionados com a fadiga muscular.

    Em condio de fadiga, o nadador apresenta capacidade reduzida de produzir

    fora, e consequentemente o tempo relativo das fases propulsivas maior (ALBERTY

    et al., 2008). Portanto, muitos estudos sugerem que a queda nos parmetros tcnicos

    na braada, em diferentes distncias de deslocamento, ocorre em parte devido

    fadiga (ALBERTY et al., 2005, 2009; WELLS, DUFFIN e PLYLEY, 2001; DEKERLE et

    al., 2005; CRAIG et al., 1985; PELARIGO et al., 2010; SCHNITZLER et al., 2011;

    LAFFITE et al., 2004). Desse modo, h o aumento considervel da concentrao de

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    lactato, a queda do CB, da FB e do IB, o aumento da atividade muscular dos

    principais msculos utilizados na braada, e a mudana na ativao dos msculos

    dos membros superiores de acordo com ao muscular durante a braada.

    3.4. Efeito de exerccios exaustivos na tcnica de nado

    Estudos na literatura que analisaram as respostas dos parmetros da tcnica

    de nado ao longo de provas competitivas reais ou simuladas (CRAIG et al., 1985;

    ALBERTY et al., 2008), nas quais h a variao da velocidade, como tambm em

    testes de velocidade constante (DEKERLE et al., 2005; ALBERTY et al., 2009;

    PELARIGO et al., 2010; OLIVEIRA et al., 2012), nos quais o impulso mantido, h

    uma modificao da tcnica de nado ao longo do exerccio, para se tentar manter a

    velocidade de nado. No entanto, na primeira condio (competies), de maneira

    geral, h uma reduo da FB e do CB, enquanto que na segunda condio

    (velocidade constante), h um aumento da FB e uma reduo do CB. A reduo do

    CB particularmente, representa a reduo no trabalho por braada e a eficincia

    propulsiva (TOUSSAINT e BEEK, 1992). No entanto, apesar da alterao dos

    parmetros da tcnica de nado terem sido associadas fadiga, poucos estudos

    analisaram a fora muscular nestas condies.

    Em trabalho realizado por Alberty et al. (2005) em que foi analisado as

    variaes de velocidade e da tcnica de nado durante um esforo mximo de 200 m

    de crawl, com durao mdia de 2 min e 9 s, os autores verificaram que valores

    mdios do CB foram significantemente maiores nos primeiros 50 m quando

    comparado com as demais parciais de 50 m. Houve uma reduo de 7,9% no CB

    entre o primeiro e o quarto 50 m. Para os valores mdios da FB foi observado queda

    significante de 5,2% no quarto 50 m, em relao ao primeiro. A velocidade apresentou

    reduo de 12,6% e o ndice de coordenao (IdC), o qual expressa o tempo quesepara o comeo da fase propulsiva de um brao e o final da fase propulsiva do outro

    brao, apresentou um aumento de 3,79%, do primeiro para o quarto 50 m. Segundo

    esses autores, essas modificaes da braada durante o nado crawl podem estar

    relacionadas resistncia muscular limitada, que importante para a manuteno de

    velocidade alta. Outra possvel explicao para os resultados obtidos o efeito da

    fadiga metablica nos ndices tcnicos, a qual pode estar relacionada com a queda de

    habilidade do nado sendo assim representada pela queda do CB e o aumento da FB.

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    Dekerle et al. (2005) observaram que o CB e a FB correspondentes MLSS

    (88% da velocidade mxima de 400 m - V400), foram similares ao obtido na maior

    velocidade que o nadador conseguiu realizar mantendo o seu mximo CB. Acima

    dessa velocidade (MLSS+5%), houve queda significante no CB e um aumento

    relevante na FB. Em estudo semelhante Pelarigo et al. (2010) ao analisarem o

    comportamento das variveis tcnicas e das fases da braada na condio de

    100%MLSS e 102,5%MLSS, em nadadores de longa distncia, verificaram que o CB

    e a FB correspondentes MLSS no se alteraram do 10opara o 30omin. O mesmo

    aconteceu para a durao das fases da braada, as quais se mantiveram

    semelhantes durante todo teste. Acima da MLSS a FB aumentou (30,9 e 32,2

    ciclos.min.-1) e o CB diminuiu (2,47 e 2,38 m.ciclo-1) significativamente entre 10opara

    o 30omin. Com isso autores sugeriram que pode haver uma possvel relao entre a

    fadiga metablica e a queda na habilidade de nado, representada pela queda do CB e

    o aumento da FB, j que em intensidades acima da MLSS houve queda no CB.

    Em estudo realizado por Alberty et al. (2009) foi verificado aumento progressivo

    da FB, o qual foi associada com uma queda no CB ao longo do tempo em testes de

    velocidade constante, a 95%, 100% e 110%V400. Foi analisado tambm o IdC, o qual

    expressa o tempo que separa o comeo da fase propulsiva de um brao e o final da

    fase propulsiva do outro brao, e que apresentou aumento gradual, 4,6%, 2,8% e 2%

    nas respectivas intensidades. Demonstrando que em situao de fadiga, alm das

    alteraes dos ndices tcnicos h tambm o aumento na durao das fases

    propulsivas e queda nas fases de recuperao.

    Portanto, os estudos sugerem que pode haver uma relao entre os

    parmetros fisiolgicos e os parmetros de tcnica de nado (ALBERTY et al., 2005,

    2009; WELLS, DUFFIN e PLYLEY, 2001; DEKERLE et al., 2005; CRAIG et al., 1985).

    Porm pouco se sabe sobre a relao desta com os parmetros neuromusculares emdiferentes condies exaustivas.

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    4. JUSTIFICATIVA

    Tendo em vista que as competies mundiais esto exigindo cada vez mais

    dos atletas, milsimos de segundo esto sendo o diferencial dos nadadores na

    quebra de recordes. Estudos tm demonstrado que a queda na performance est

    relacionada ao desenvolvimento da fadiga. Esta modifica os parmetros fisiolgicos

    (ALBERTY et al., 2005, 2009; WELLS, DUFFIN e PLYLEY, 2001; DEKERLE et al.,

    2005; CRAIG et al., 1985) e neuromusculares (AUJOUANNET et al., 2006; IKUTA et

    al., 2012; STIRN et al., 2011; FIGUEIREDO et al., 2013a), influenciando as variveis

    tcnicas de nado e o alinhamento corporal.

    Sendo assim, analisar o comprometimento da tcnica associado com a perda

    de fora muscular em testes de diferentes intensidades no nado crawl, poder

    contribuir para o entendimento dos fatores importantes para a performance na

    natao. So poucos os estudos a respeito da relao entre fadiga e alterao da

    tcnica de nado. Assim os resultados deste estudo sero de fundamental importncia

    para a compreenso da relao entre fadiga e habilidade de nado em condies

    exaustivas, o que pode ter importantes implicaes para a avaliao e a prescrio do

    treinamento na natao.

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    5. MATERIAL E MTODOS

    5.1. Delineamento experimental

    Os indivduos foram submetidos aos seguintes protocolos, em dias

    diferentes: 1) Inicialmente foram obtidas as medidas antropomtricas e logo em

    seguida foi feita a familiarizao ao dinammetro, os atletas tambm realizaram

    performance mxima na distncia de 400 m, em uma piscina de 25 m para determinar

    a performance aerbia (V400) 2) Testes de fora no dinammetro isocintico, para a

    determinao do PTI, PTC60, PTC180 e TDF, realizados imediatamente antes e aps

    um teste na natao em velocidade constante at a exausto a 100%V400; 3) Foram

    realizados os mesmos testes e na mesma ordem dos feitos no segundo dia.

    Os indivduos compareceram ao local do teste, com um intervalo entre os

    testes de no mnimo 48 h, e foram instrudos a no treinarem exaustivamente no dia

    anterior avaliao e a comparecerem alimentados e hidratados no dia do teste.

    Todos os testes foram executados no mesmo horrio do dia. O protocolo do teste de

    fora foi o mesmo para os dois membros, que foram testados de forma aleatria.

    5.2. Sujeitos

    Participaram deste estudo, 15 nadadores meio fundistas e fundistas do gnero

    masculino com idades entre 18 e 28 anos e que participavam regularmente de

    competies de nvel regional a nacional. Os mesmos tinham pelo menos 3 anos de

    experincia na modalidade e 12 horas semanais de treinamento. Os indivduos eram

    considerados saudveis, no eram fumantes e que no faziam uso regular de

    qualquer tipo de medicamento. Todos foram informados sobre os procedimentos do

    experimento e suas implicaes, e assinaram um termo de consentimento livre e

    esclarecido para participar deste estudo. O projeto foi aprovado pelo Comit de tica

    em Pesquisa da Instituio.

    5.3. Avaliao antropomtrica

    Foram mensuradas as seguintes variveis antropomtricas: massa corporal

    (kg), estatura (cm), envergadura (distncia entre os dedos mdios, o indivduo em p,

    braos estendidos e ombros em abduo de 90), dobras cutneas (trceps braquial,

    suprailaca e subescapular) e percentual de gordura corporal (GUEDES e GUEDES,

    1988; SIRI, 1961).

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    5.4. Determinao do PT e da TDF

    Para determinar o PTI e a TDF os atletas foram colocados na posio sentada

    em um dinammetro (Biodex System 3, Biodex Medical Systems, Shirley, NY, EUA).

    Cada voluntrio foi estabilizado na cadeira com dois cintos cruzados a 30, e cada

    cinto foi colocado a partir do ombro e fixado ao lado da cintura oposta. O voluntrio

    deveria permanecer em contato com a cadeira durante todo o teste para evitar

    movimentos do tronco.

    Na mensurao de fora isomtrica, os ngulos adotados foram baseados em

    estudos onde o PTI foi semelhante aos do presente estudo. Assim, para os msculos

    FC os sujeitos permaneceram sentados com o cotovelo apoiado em uma almofada,

    com flexo do cotovelo de 90 e a mo na posio supinada. Para os msculos EC, a

    posio foi semelhante, somente a posio da mo foi diferente, que foi pronada

    (GIROLD et al., 2007). Todos os testes foram realizados com o membro dominante,

    de forma randmica com o primeiro voluntrio, e sendo os grupos musculares

    alternados nos prximos sujeitos. Contudo, no mesmo voluntrio, os testes foram

    feitos na mesma sequncia antes e aps o teste exaustivo na natao.

    Para a determinao do PTI, foram realizadas duas contraes isomtricas

    voluntrias mximas, sendo que cada contrao foi realizada por um perodo de 3 s,

    com descanso de 2 minutos entre cada contrao. A instruo dada aos voluntrios

    foi que comeassem a contrao o mais rpido e forte possvel, mantendo o esforo

    at o fim dos 3 s.Foi utilizada para anlise do PTI e TDF a contrao com maior pico

    de torque. Para a anlise da TDF um mdulo de aquisio de sinais biolgicos (ADS

    1000, LYNX) foi sincronizado ao dinammetro com freqncia de sinal de 1000 Hz.

    Os dados de torque obtidos de todas as contraes dos testes foram filtrados (filtro

    Butterworth, quarta ordem) e analisados no software MatLab 6.5. Para a

    determinao da TDF, foi estipulado como sendo o incio da contrao o momento emque o valor de torque for maior que 7,5 N.m (AAGAARD et al., 2002). A TDF foi

    considerada como sendo o maior valor da inclinao da curva momento-tempo a cada

    intervalo de 1 ms relativo ao incio da contrao.

    Para a determinao do PTC60 e PTC180 o posicionamento dos voluntrios foi

    similar ao descrito para as contraes isomtricas. No entanto, para as contraes

    isocinticas do msculo trceps braquial, a posio inicial foi quando o cotovelo

    estivesse flexionado em 90, e a final em 180 (extenso total) sendo a amplitude demovimento de 90 (JURIMAE e ABERNETHY, 1996). Para o msculo bceps braquial

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    a posio foi semelhante, somente o antebrao mudou, pois ficou na posio

    supinada, sendo a posio inicial quando o brao estivesse em extenso total e a final

    com o cotovelo flexionado a 120 (amplitude de movimento de 120) (GAUTHIER et

    al., 2001).

    Para determinar o PTC60 e o PTC180 foram realizadas 5 contraes

    isocinticas mximas concntricas. Este procedimento foi executado nas velocidades

    de 60.s-1e 180.s-1. Para a determinao do PTC60 e o PTC180 foi considerado o

    maior valor atingido nas contraes, nas respectivas velocidades.

    Os testes foram realizados na seguinte sequncia de contrao: 1) Isomtrico

    concntrico para os dois msculos; 2) Isocintico concntrico na velocidade 60.s -1e

    180s-1, a ordem dos msculos foi a mesma da contrao isomtrica; para o primeiro

    voluntrio foi realizado um sorteio para verificar com qual msculo ele iniciaria a

    contrao, assim os seguintes sujeitos alternavam o msculo que comearia a

    sequncia (Figura1). Contudo, estes foram feitos na mesma sequncia nos dois dias,

    antes e aps o teste exaustivo na natao (Figura 1).

    Figura 1.Esquematizao da sequncia da realizao do protocolo de fora.

    5.5. Testes mximos na natao

    Para determinar a performanceaerbia foi realizado um teste de performance

    mxima na distncia de 400 m (V400) com sada de dentro da piscina. Anteriormente

    ao teste foi realizado um aquecimento de 10 min, com exerccios em intensidade

    baixa. O tempo do teste foi registrado por meio de um cronmetro manual.Aps a determinao da V400, foram realizados mais um teste em velocidade

    constante at a exausto, a 100%V400. Para o controle da velocidade no teste

    exaustivo a 100%V400, foram colocadas marcaes no fundo da piscina a cada 5 m.

    O ritmo foi determinado por meio de bipes gravados em um aparelho MP3 (Acqua

    Player, Mormaii, Garopaba, Brasil) que tocaram em intervalos constantes, na

    velocidade determinada. Assim, o nadador deveria estar passando em cima de uma

    das marcas ou estar virando ao ouvir o sinal sonoro. O teste foi realizado at a

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    exausto ou quando o voluntrio no conseguisse manter a velocidade, mesmo com

    estmulos verbais e visuais.

    5.6. Determinao dos ndices tcnicos

    Os testes de velocidade constante foram filmados, por meio de uma filmadora

    com frequncia de amostragem de 60 Hz (Samsung, Brasil). Os ndices tcnicos FB e

    CB foram determinados em todos os testes. Foi considerado o percurso de 12,5 m

    compreendido entre os 10 m e os 22,5 m da piscina. A ltima piscina considerada foi

    a que precedeu duas piscinas consecutivas com velocidade menor do que 97,5% da

    requerida (SEIFERT et al., 2004). Para as anlises do efeito do exerccio nos

    parmetros tcnicos foram considerados a mdia dos valores obtidos na primeira

    piscina e na ltima piscina completa nadada (25 m). A FB foi calculada utilizando o

    tempo necessrio para se realizar cinco ciclos completos de braadas, e expressa em

    ciclos.min-1. O CB foi calculado dividindo-se a velocidade pela FB e expresso como

    m.ciclo-1.

    As equaes para a determinao da FB, do CB e do IB foram:

    FB = 5/F5B

    CB = v/FB

    (v = velocidade, T5B = tempo de cinco braadas em segundos)

    O IdC foi determinado atravs da anlise de duas braadas com o brao

    esquerdo e uma com o brao direito, totalizando trs braadas (CHOLLET et al.,

    2000). O movimento de cada brao foi dividido em quatro fases, com suas respectivas

    duraes:

    Fase A - Entrada e agarre da mo na gua da entrada da mo na gua ao

    incio de seu movimento para trs.

    Fase B Puxada - do incio do movimento da mo para trs at que a moesteja em uma posio perpendicular ao ombro, abaixo do mesmo. Primeira fase

    propulsiva.

    Fase C - Empurre inicia com a mo na posio perpendicular ao ombro at a

    sada da gua. Segunda fase propulsiva.

    Fase D - Recuperao - da sada da mo at a sua entrada novamente na

    gua.

    A durao das fases da braada foi determinada com a preciso de 0,02 s eexpressa como a porcentagem da durao de uma braada completa. A durao das

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    fases propulsivas foi a soma das fases B e C e das fases no-propulsivas a soma das

    fases A e D. Alm das fases da braada, foram determinados os intervalos de tempo

    entre o comeo da propulso (fase B) do brao direito e o final da propulso (fase C)

    do brao esquerdo (LT1), e entre o comeo da propulso (fase B) do segundo

    movimento do brao esquerdo e o final da propulso (fase C) do brao direito (LT2). O

    LT1 e LT2 foram expressos como uma percentagem da durao mdia de um ciclo de

    braada e o IdC correspondeu mdia dos dois valores.

    De acordo com o valor de IdC, o modelo de ao dos braos foi classificado

    em: a) Oposio - nesse modelo um brao inicia a primeira fase propulsiva (puxada)

    quando o outro termina a segunda fase propulsiva (empurre). Nesse caso o IdC

    igual a zero; b) Alcanar - nesse modelo h um breve intervalo de tempo entre o incio

    da primeira fase propulsiva (puxada) de um brao e o final da segunda fase propulsiva

    (empurre) do outro brao. Nesse caso o IdC menor do que zero (negativo), e; c)

    Sobreposio - nesse modelo h uma sobreposio de parte da primeira fase

    propulsiva (puxada) de um brao e do final da segunda fase propulsiva (empurre) do

    outro brao. Nesse caso o IdC maior do que zero (positivo).

    5.7. Anlise estatstica

    Os valores foram expressos como mdia DP. A existncia da normalidade foi

    verificada atravs do teste de Shapiro-Wilk. Para a anlise da reprodutibilidade das

    variveis de fora foi utilizado o teste tStudent. Foram calculados o coeficiente de

    correlao intraclasse (ICC), o erro tpico (ET) e o intervalo de confiana (IC95%) das

    medidas. O efeito do exerccio exaustivo na fora, potncia e tcnica de nado foi

    analisado pelo teste tStudent para dados pareados. O efeito do exerccio exaustivo

    no ndice de coordenao foi analisado pelo teste de Wilcoxon. A relao entre a

    resposta dos parmetros da fora e potncia muscular (PTI e TDF, respectivamente)com os parmetros da tcnica de nado (FB, CB, IB e fases da braada) foi realizada

    por meio do teste de correlao de Spearman. O nvel de significncia adotado foi de

    p < 0,05.

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    6. Resultados

    6.1. Avaliao antropomtrica e da performance

    Os valores mdios DP das caractersticas antropomtricas (idade,

    massa corporal, estatura, envergadura e porcentagem de gordura) dosnadadores esto apresentados na tabela 1. A velocidade mdia mantida pelos

    nadadores nas condies T1 e T2 foi similar (1,34 0,09 m.s-1e 1,35 0,15 m.s-

    1) (p > 0,05). Da mesma forma, a durao dos testes exaustivos nas condies

    T1 e T2 foi similar (227,7 30,3 s e 217,0 35,2 m, respectivamente).

    Tabela 1.Valores mdios DP das caractersticas antropomtricas. N = 15

    Estatura(m) Massa corporal(Kg) Envergadura(m) % deGordura Idade(anos)

    Mdia DP

    1,77 0,06

    74,37 9,09 1,83 0,08 14,2 4,56 24 5

    6.2. Reprodutibilidade do pico de torque e da taxa de desenvolvimento de

    torque

    Os resultados obtidos nos testes 1 (T1) e 2 (T2), para os msculos FC e EC

    em relao s variveis PTI, PTC60, PTC180 e TDF no revelou diferena

    significante entre os valores obtidos nos testes T1 e T2 (p > 0,05) (Tabela 2).

    Tabela 2.Valores mdios DP do pico de torque isomtrico (PTI), pico de torqueconcntrico nas velocidades 60.s-1 (PTC60) e 180s-1 (PTC180) e da taxa dedesenvolvimento de fora pico (TDF) dos msculos flexores (FC) e extensores docotovelo (EC) dos testes de fora realizados nos testes 1 (T1) e 2 (T2). N = 15

    FC EC

    T1 T2 T1 T2

    PTI (N.m) 79,9 19,4 79,2 19,0 95,1 28,0 98,8 30,3

    PTC60 (N.m) 48,9 12,0 50,3 14,0 70,4 14,8 73,8 16,7

    PTC180 (N.m) 44,0 9,70 44,0 8,81 60,3 12,2 63,2 12,3

    TDF (N.m.s-1) 531,1 206 458,4 195,2 414,9 188,6 431,6 139,3

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    Nas condies T1 e T2, houve correlao significante para o PTI (p < 0,001),

    PTC60 (p < 0,001), PTC180 (p < 0,001), e TDF (p < 0,001) dos msculos FC. Da

    mesma forma, houve correlao significante entre T1 e T2 para o PTI (p < 0,001),

    PTC60 (p < 0,01), PTC180 (p < 0,001), e TDF (p < 0,01) dos msculos EC (Tabela 3).

    Tabela 3.Correlao intraclasse (ICC), intervalo de confiana (IC95%) e erro tpico(ET) do pico de torque isomtrico (PTI), pico de torque concntrico nas velocidades60.s-1(PTC60) e 180s-1(PTC180) e taxa de desenvolvimento de fora (TDF) dosmsculos flexores (FC) e extensores do cotovelo (EC) dos testes de forarealizados nos testes 1 (T1) e 2 (T2). N = 15

    FC EC

    ICC IC 95% ET (%) ICC IC95% ET (%)

    PTI 0,98* 0,95-0,99 4,53 0,98* 0,94-0,99 6,14

    PTC60 0,95* 0,84-0,98 8,32 0,88* 0,65-0,96 11,7

    PTC180 0,91* 0,73-0,97 8,66 0,83* 0,50-0,94 9,1

    TDF 0,91* 0,74-0,97 15 0,79* 0,37-0,93 11,7

    *Correlao significante entre o teste 1 e teste 2 (p < 0,05).

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    6.3. Efeito do exerccio exaustivo nos parmetros neuromusculares

    Nos msculos FC foi observado diferena significante para o PTI nos dados

    obtidos antes (Pr) e aps (Ps) o exerccio exaustivo (p < 0,05), j para o PTC60 e

    PTC180 os valores se mantiveram inalterados (Painel A) (p > 0,05). Os EC tambm

    apresentaram reduo significante do PTI (p < 0,05). Porm, para o PTC60 e PTC180

    no houve modificao significante (p > 0,05) (Figura 2).

    A

    B

    Figura 2. Valores mdios DP do pico de torque isomtrico (PTI), pico de torqueconcntrico a 60.s-1 (PTC60) e pico de torque concntrico a 180.s -1 (PTC180) dosmsculos flexores do cotovelo (FC) (painel A) e extensores do cotovelo (EC) (painelB) obtidos antes (Pr) e aps (Ps) o exerccio exaustivo. * p < 0,05 em relao ao

    pr. N = 15

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    Na varivel de potncia muscular (TDF) os valores mdios DP dos msculos

    FC e EC demonstraram reduo significante nos dados obtidos antes (Pr) e aps

    (Ps) o exerccio exaustivo (p < 0,05) (Figura 3).

    Figura 3. Valores mdios DP da TDF dos msculos flexores do cotovelo (FC) eextensores do cotovelo (EC) obtidos antes (Pr) e aps (Ps) o exerccio exaustivo. N= 15

    6.4. Resposta dos ndices tcnicos durante o exerccio exaustivo

    Os nadadores apresentaram alteraes significantes para a FB e o CB no

    incio e no final do teste realizado na velocidade constante. O CB diminuiu

    significantemente, enquanto a FB apresentou aumento significante (p < 0,05). A FB e

    o CB variaram 11 8% e 15 7%, respectivamente (Tabela 4). O comportamento das

    variveis tcnicas ao longo do nado foi representado por apenas um voluntrio(Figura 4).

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    Tabela 4. Valores mdios DP da frequncia de braada (FB) e do comprimento debraada (CB) no incio e no final do teste exaustivo. N = 15

    Incio Final Significncia

    FB (ciclos.min- ) 37,2 3,14 41,3 5,32* p < 0,001

    CB (m.ciclo- ) 1,96 0,22 1,68 0,29* p < 0,001

    *Diferena significante em relao ao incio do nado constante (p < 0,05).

    Figura 4. Resposta dos ndices tcnicos durante o exerccio exaustivo, para umvoluntrio representativo. FB - frequncia de braada e CB - comprimento de braada.

    A durao das fases da braada expressa em valor absoluto apresentaram

    modificaes significantes entre o incio e o final do teste exaustivo. As fases

    propulsivas B (12%) e C (7%) aumentaram significantemente entre o incio e o final do

    teste na velocidade constante, medida que as fases no propulsivas A (61%) e D

    (28%) demonstraram queda significante (p < 0,05) (Tabela 5).

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    Tabela 5. Valores mdios DP das fases da braada absoluta no incio e no final doteste realizado na velocidade constante. N = 15

    Incio Final Significncia

    Fase A (s) 0,55 0,21 0,40 0,25* p < 0,001

    Fase B (s) 0,52 0,09 0,61 0,13* p = 0,02

    Fase C (s) 0,42 0,07 0,45 0,07* p = 0,03

    Fase D (s) 0,49 0,05 0,38 0,04* p < 0,001

    *Diferena significante em relao ao incio do nado constante (p < 0,05).

    As fases da braada expressas em valor relativo tambm apresentaram

    modificaes significantes entre o incio e o final do teste exaustivo. Assim como na

    durao das fases da braada absoluta, as fases propulsivas B e C tambm

    aumentaram significantemente entre o incio e o final do teste na velocidade

    constante, medida que as fases no propulsivas A e D tambm demonstraram

    queda relevante (p < 0,05). O IdC tambm apresentou aumento significante em

    relao ao incio do teste de exausto (p < 0,05) (Tabela 6). Para verificar as

    modificaes das fases da braada ao longo do teste exaustivo, as fases no

    propulsivas (A e D) e propulsivas (B e C) foram representadas por um voluntrio

    (Figura 5).

    Tabela 6. Valores mdios DP das fases da braada relativa no incio e final do testerealizado na velocidade constante. N = 15

    Incio Final

    Fase A (%) 27,2 8,73 20,8 11,6*

    Fase B (%) 26,5 4,07 33,3 7,03*

    Fase C (%) 21,1 3,73 24,9 4,84*

    Fase D (%) 25,0 3,68 20,1 3,20*

    IdC (%) -3,17 13,7 8,48 15,4*

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    *Diferena significante em relao ao incio do nado constante (p < 0,05).

    Figura 5.Resposta das fases da braada no propulsivas (A e D) e propulsivas (B eC) durante o exerccio exaustivo, para um voluntrio representativo.

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    6.5. Parmetros neuromusculares x ndices tcnicos

    A modificao do PTI dos msculos FC demonstrou correlao significante

    com a variao dos ndices tcnicos FB e CB (p < 0,05). J para a TDF dos FC no

    houve correlao significante com as alteraes das variveis tcnicas (p < 0,05). Os

    msculos EC no apresentaram correlao significante entre variao do PTI e da

    TDF com os ndices tcnicos FB e CB (p > 0,05) (Tabela 7).

    Tabela 7.Correlaes das variaes do pico de torque isomtrico (PTI) e da taxa dedesenvolvimento de fora (TDF) dos msculos flexores do cotovelo (FC) e extensoresdo cotovelo (EC) com a variao dos ndices tcnicos frequncia de braada (FB) e

    comprimento de braada (CB). N = 15 FC

    CB (m.ciclo-1) FB (ciclos.min-1)

    PTI (N.m)r = 0,69* r = -0,54*

    p = 0,02 p = 0,02

    TDF (N.m.s-1)

    r = 0,31 r = -0,16

    p = 0,13 p = 0,29EC

    CB (m.ciclo-1) FB (ciclos.min-1)

    PTI (N.m)r = 0,41 r = -0,39

    p = 0,06 p = 0,08

    TDF (N.m.s-1) r = -0,21 r = 0,22

    p = 0,22 p = 0,21*Correlao significante entre as alteraes das variveis neuromusculares (PTI e TDF) com ocomprimento de braada (CB) e frequncia de braada (FB).

    Em relao s modificao das fases da braada e ao IdC somente a fase D

    apresentou correlao significante com a alterao no PTI dos FC (p < 0,05). J para

    a TDF houve correlao significante com a variao da fase B e D (p < 0,05). Nos

    msculos EC houve correlao significante entre a variao do PTI com as

    modificaes das fases A e fases A+D (p < 0,05). A TDF no demonstrou correlao

    significante com o IdC e tambm nenhuma das fases (p > 0,05) (Tabela 8).

    Tabela 8.Correlaes das variaes do pico de torque isomtrico (PTI) e da taxa de

    desenvolvimento de fora (TDF) dos msculos flexores do cotovelo (FC) e extensores

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    do cotovelo (EC) com a variao das fases A, B, C e D e o ndice de coordenao(IdC). N = 15

    FC

    Fase A Fase B Fase C Fase D

    Fases

    A+D

    Fases

    B+C IdCPTI

    (N.m)r = 0,34 r = -0,21 r = -0,26 r = 0,52* r = 0,38 r = -0,31 r = -0,08

    p = 0,11 p = 0,23 p = 0,17 p = 0,02 p = 0,08 p = 0,13 p = 0,39

    TDF(N.m.s-1)

    r = 0,18 r = -0,48* r = -0,37 r = 0,46* r = 0,27 r =- 0,26 r = -0,23

    p = 0,64 p = 0,04 p =-0,09 p = 0,04 p = 0,17 p = 0,18 p = 0,21

    EC

    Fase A Fase B Fase C Fase D

    FasesA+D

    FasesB+C IdC

    PTI(N.m)

    r = 0,70* r = -0,27 r = -0,23 r =-0,13 r = 0,64* r = -0,54* r = 0,01p = 0,002 p = 0,16 p = 0,21 p = 0,48 p = 0,005 p = 0,02 p = 0,49

    TDF(N.m.s-1)

    r = -0,25 r = -0,17 r = 0,14 r = -0,09 r = -0,18 r = 0,18 r =0,23

    p = 0,19 p = 0,28 p = 0,31 p = 0,38 p = 0,26 p = 0,25 p = 0,20*Correlao significante entre as alteraes das variveis neuromusculares (PTI e TDF) com as modificaesnas fases da braada (A, B, C, D), fases propulsivas (B+C), fases no propulsivas(A+D) e ndice decoordenao (IdC)(P< 0,05)

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    7. Discusso

    Os principais achados deste estudo foram a alta reprodutibilidade do PT,

    mensurado de forma isomtrica e concntrica em diferentes velocidades e da TDF emmsculos do membro superior. Alm disso, observou-se que o exerccio exaustivo

    aerbio de alta intensidade tende a gerar alteraes tanto na tcnica de nado como

    na fora e potncia muscular. De maneira geral, as alteraes da fora mxima

    isomtrica e potncia muscular foram relacionadas com as modificaes da tcnica

    de nado. Dessa forma, possvel sugerir que a modificao da tcnica de nado em

    exerccios exaustivos aerbios e de alta intensidade , pelo menos em parte,

    ocasionada pela fadiga muscular. Os resultados confirmam estudos da literatura, osquais sugerem que a fadiga um dos fatores que podem contribuir para a reduo da

    capacidade de gerar fora propulsiva e da modificao da tcnica de nado, ao longo

    de exerccios exaustivos. Portanto, estratgias que reduzam o nvel de fadiga gerado

    pelo exerccio podem ter implicaes importantes no comprometimento da tcnica de

    nado nestas condies.

    7.1. Reprodutibilidade dos parmetros de fora e potncia muscular

    Os valores mdios obtidos para as variveis de fora e potncia nos FC e EC

    foram semelhantes entre o T1 e T2. Ao se analisar a correlao entre T1 e T2 foi

    verificada alta reprodutibilidade e confiabilidade do PTI, PTC60, PTC180 e TDF para

    os ambos os msculos, uma vez que os valores de ICC obtidos foram maiores que

    0,75. De acordo com Hopkins (2000), quanto menor for o ET e mais prximo o valor

    de ICC de 1, maior a reprodutibilidade das medidas. Os dados so considerados

    altamente reprodutveis quando os ICCs obtidos forem maiores do que 0,75 (FLEISSet al., 2003)

    Os valores de pico de torque apresentaram maior variabilidade na contrao

    isocintica de alta velocidade. Segundo Vasconcelos et al. (2009), as contraes

    concntricas isocinticas apresentam maior variabilidade nas medidas de teste e re-

    teste em relao s isomtricas. Aparentemente h uma menor reprodutibilidade do

    pico de torque em condies de contrao de alta velocidade. Este fato pode estar

    relacionado a curta durao de movimentos de alta velocidade e a menorreprodutibilidade dos ergmetros nestas condies. Segundo Hopkins et al. (2001) o

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    coeficiente de variao aumenta de acordo com a velocidade de contrao

    isocintica.

    Resultados semelhantes foram encontrados ao se analisar a reprodutibilidade

    dos msculos flexores de joelho, nas contraes isomtricas e isocintica a 60 e

    180s-1 (ICC = 0,97, 0,96 e 0,90, respectivamente) (MAFFIULETTI et al., 2007;

    KESKULA et al., 1995). Em estudo no qual foi analisado a confiabilidade das medidas

    do Biodex em velocidade isocintica a 60s -1 nos msculos FC e EC, foram

    encontrados elevados valores de ICC entre o teste e o re-teste, de 0,97 e 0,93,

    respectivamente (LUND et al., 2005). Entretanto, Griffin (1987) encontrou valores de

    ICC um pouco menores ao analisar a reprodutibilidade do pico de torque concntrico

    a 30.s-1 para os FC (ICC = 0,83) e a 120.s-1para a contrao excntrica dos FC

    (ICC = 0,73).

    Em relao a TDF, poucos estudos analisaram a reprodutibilidade desta

    varivel. No presente trabalho, a TDF tambm no apresentou valores

    estatisticamente diferentes entre os dias de avaliao, demonstrando ser reprodutvel.

    Com relao aos valores observados, esse estudo parece ser o primeiro que

    quantificou esta varivel nos FC e EC, em nadadores treinados. Kilduff (2002) e Pryor

    et al. (1994) analisaram a TDF em homens treinados no banco de supino reto, com os

    ombros flexionados a 90, realizando fora isomtrica, e verificaram reprodutibilidade

    (ICC = 0,82) das medidas. Porm, ao considerar as respostas no ngulo a 120 no

    foi