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Ângela Canas DPP, 28 de Setembro de 2010 Economia e Recursos Materiais RELAÇÃO ENTRE USO DE RECURSOS MATERIAIS E COMPETITIVIDADE ECONÓMICA Metodologias e evidências

Relação entre recursos materiais e competitividade económica

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Page 1: Relação entre recursos materiais e competitividade económica

Ângela Canas

DPP, 28 de Setembro de 2010

Economia e Recursos Materiais

RELAÇÃO ENTRE USO DE RECURSOS MATERIAIS E

COMPETITIVIDADE ECONÓMICA

Metodologias e evidências

Page 2: Relação entre recursos materiais e competitividade económica

Objectivos do DSDSC para 2010

• OADSDSC02: Aprofundar o conhecimento das problemáticas ambientais e das potenciais consequências para a economia portuguesa.

• OADSDSC04: Alargar e melhorar os métodos e instrumentos de avaliação de impactos e de cenarização quantificada.

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Recursos

• Uso de recursos;

• Produtividade de recursos;

• Maior desconhecimento nos materiais não destinados a combustíveis;

• Políticas ambientais influenciam a Economia através do uso de Recursos:

– Uso de energia;

– Reciclagem;

– Emissões;

– Matérias-primas.

Bleischwitz et al. (2007)

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Competitividade

• Visão Macro (Global Competitiveness Index -GCI):

• Visão Micro (BusinessCompetitiveness Index - BCI):

FactoresInstituiçõesInfraestruturasMacroeconomiaSaúde e educação básica

EficiênciaEducação superior e formaçãoEficiência de mercado de produtos e trabalhoSofisticação do mercado financeiroDimensão do mercadoDisponibilidade tecnológica

InovaçãoInovaçãoSofisticação de negócios

PIB

Sofisticação e capacidades das empresas

Qualidade do ambiente de negócios

Desenvolvimento de clusters de empresas

World Economic Forum (2007)

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Competitividade vs. Uso de recursos

Como entender a relação

competitividade –uso de recursos?

Bleischwitz et al. (2007)

Adaptado de World Economic Forum (2007) e INE

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Metodologias

Economia do Ambiente(Neoclássica)

Economia Ecológica Economia Evolucionária

Trabalhos do DPP:M. Proença e S.

Rodrigues (2007)A. Lobo e G. da

Silva (2008)Divisão de Modelos

e Metodologias

Trabalhos do DPP:G. da Silva (2009a)G. da Silva (2009b)

Abordagem dominante no contexto do Desenvolvimento Sustentável.

Desde década de 90 do séc. XX. Aplicações ambientais apenas na última década.

Trabalho no ISEG (UECE):F. Louçã

Araújo e St. Aubyn(2008)

Page 7: Relação entre recursos materiais e competitividade económica

Economia do Ambiente

• Teoria de Política Ambiental

• Modelos:– Macroeconométricos:

Economia como sistema de equações empíricas para variáveis agregadas;

– Equilíbrio geral: fundamento microeconómico (oferta vs procura);

– Modelos Input-Output: procura repartida sectorialmente (SDA) com visibilidade das relações entre sectores.

Uso intermédioProcura

final

Processos de produçãoP

roce

sso

s d

e p

rod

uçã

o

Procura final

Flu

xos

Mo

net

ário

s

Inferência de fluxos ambientais

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Críticas à Economia do Ambiente

• Avaliação monetária de capital natural;

• Omissão de elementos da realidade:– Processos fora do equilíbrio;– Irreversibilidade;– Mudanças estruturais;

• Assumpções convenientes mas falsas:– Agentes económicos

representativos;– Comportamento racional;– Informação perfeita;

• Fomenta discrepâncias entre política ambiental normativa (definição das acções) e positiva (explicação das acções).

Ineficácia de políticas:- Impostos ambientais;- Comércio de licenças de emissão de CO2;

Problemas de recursos:- Escassez e disponibilidade de matérias-primas;- Redução de biodiversidade;

Perigos económicos:- Relocalização de indústrias para estrangeiro;- Perda de competitividade das empresas nacionais;- Barreira financeira ao investimento em inovação e tecnologias facilitadoras de mudanças estruturais .

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(Nelson e Winter, 1982)

Economia Ecológica

• Primeira resposta às limitações da Economia do Ambiente (Costanza, 1991):

• Metodologias:– Macro:

• Indicadores agregados (DMI, DMC, etc.);

– Meso: • Matriz Input-Ouput Física

ou Híbrida;

• Contas Ambientais (NAMEA Emissões e Energia, Fluxos de Materiais);

• Metabolismo urbano: ex. Cidade de Lisboa.

– Micro: Análise de ciclo de vida.

Economia

Ecologia

Ética

Outras disciplinas

Metabolismo Económico

Ambiente

Materiais Emissões Resíduos

Metodologias de Análise de Sistemas

Competitividade?“Real world problems do not respect disciplinary or politicalborders.” (Farley, 2010)

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Economia Neoclássica (Arnsperger e Varoufakis, 2006)

Economia Evolucionária

Economia Evolucionária(Nelson e Winter, 1982)

Individualismo(agentes isolados)

Instrumentalismo(maximização de preferências)

Equilíbrio

Diversidade Difusão

Racionalidade limitada

Inovação vs. SelecçãoDependência do caminhoCoevolução

EconomiaAmbiente

Economia Autista Economia Pós-Autista

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Metodologias da Economia Evolucionária

Modelação multi-agentes

Computação evolucionária

Teoria dos Jogos evolucionária

(A1: 100110) (A2: 001001) (A3: 100001)

algoritmos genéticos, programação genética, etc.

• Evolução de estado e acção de agentes• Dados empíricos para calibração• Estudo de:

- Aprendizagem de agentes- Evolução de normas- Difusão de inovações- Análise de políticas ambientais

• Algoritmos baseados em Selecção Natural• População evolui por replicação ou variação• Complexidade metodológica• Estudo de geração de regras

• Evolução de estratégias de agentes-amostra da população• Agentes não têm conhecimento total sobre jogo• Função de aptidão depende do retorno de estratégias

Safarzynska e Bergh (2008)

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Para uma Economia do Ambiente Evolucionária

• Modelo de multi-agentes para avaliação de políticas climáticas (Nannen e Bergh, 2010):

– Avaliação da eficácia de políticas de incentivo à utilização de energias renováveis numa população de decisores governamentais:

Foco na escolha isolada (prioridade neoclássica)

Foco na envolvente dos agentes (prioridade evolucionária)

Prémio

PublicidadeImposto

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Inspiração para a Política Ambiental

Enfoque Neoclássico Enfoque Evolucionário

Sustentabilidade fraca Sustentabilidade forte

Instrumentos focados nos mecanismos de mercado

Instrumentos focados na persuasão moral / autoregulação, inovação e procura,

normas protegendo diversidade

Minimização de custos actuais Minimização de riscos futuros

Prevenção da ineficiência actual Prevenção do lock-in futuro

Definição de Melhor Tecnologia Disponível (BAT)

Integração de incertezasAumento do potencial evolucionário

(sectores, empresas, produtos, matérias-primas, biodiversidade, metodologias…)

Competitividade = Produtividade Competitividade = Diversidade

Produtividade de Recursos = Redução de custos

Produtividade de Recursos = Redução da pressão selectiva

Rammel e Bergh (2003), Bergh et al. (2006), Bergh (2007), Safarzynska e Bergh (2008)

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Conclusões

• Relação entre competitividade e uso de recursos é complexa sugerindo a necessidade de metodologias não lineares que tenham em conta os casos individuais e a história;

• Instrumentos da Economia do Ambiente (Neoclássica) têm-se manifestado deficientes na consideração desta complexidade;

• Economia Evolucionária fornece um enquadramento adequado ao estudo da questão, integrando os instrumentos da Economia Ecológica com uma teoria económica;

• Diversidade de metodologias é importante para avaliação de políticas ambientais (Neoclássicas vs. Evolucionárias).

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Referências• Araújo, T., e M. St. Aubyn, 2008, “Education, neighborhood effects and growth: An agent-based model

approach”, Advances in Complex Systems, 11 (1), pags. 99-117.• Arnsperger, C., e Y. Varoufakis, 2006, “What is Neoclassical Economics?”, Post-autistic Economics Review, 38, article

1, http://www.paecon.net/PAEReview/issue38/ArnspergerVaroufakis38.htm (13/09/2010).• Bergh , J. van den, A. Fauber, A. Idenburg e F. Oosterhuis, 2006, “Survival of the greenest: evolutionary economics

and policies for energy innovation”, Environmental Sciences, 3(1), pags. 57-71.• Bergh, J. van den, 2007, “Evolutionary thinking in environmental economics”, Journal of Evolutionary

Economics, 17, pags. 521-549.• Bleischwitz, R., B. Bahn-Walkowiak, M. Onischka, O. Röder e S. Steger, 2007, The relation between resource

productivity and competitiveness, Wuppertal Institute for Climate, Environment and Energy.• Costanza, R. (Ed.) , 1991, Ecological economics: The science and management of sustainability, Columbia University

Press, New York.• Farley, J., 2010, “Conservation Through the Economic Lens”, Environmental Management, 45, pags. 26-38.• INE, Conta de Fluxo de Materiais.• Lobo, A., e G. da Silva, 2008, Metodologias de Avaliação dos Impactos Económicos das Políticas

Ambientais, DPP, Lisboa.• Nannen, V., e J. van den Bergh, 2010, “Policy instruments for evolution of bounded rationality: Application to

climate-energy problems”, Technological Forecasting & Social Change, 77, pags. 76-93.• Nelson, R., e S. Winter, 1982, An Evolutionary Theory of Economic Change, Harvard University Press, Cambridge.

Citado em Bergh (2007).• Proença, M. e S. Rodrigues, 2007, Metodologias de Avaliação dos Impactes Económicos das Políticas de Ambiente e

de Energia, DPP, Lisboa.• Rammel, C., e J. van den Bergh, 2003, “Evolutionary policies for sustainable development: adaptative flexibility and

risk minimizing”, Ecological Economics, 47, pags. 121-133.• Safarzynska, K., e J. van den Bergh, 2008, “Evolutionary Modelling in Economics: A Survey of Methods and Building

Blocks”, Papers on Economics & Evolution, Max Planck Institute of Economics, Jena.• Silva, G. da, 2009 (a), Actividades Económicas e Pressões Ambientais – Uma Análise a partir das Contas

NAMEA, DPP, Lisboa.• Silva, G. da, 2009 (b), Actividades Económicas e Pressões Ambientais – Uma Análise a partir das Contas de Fluxos de

Materiais, DPP, Lisboa.• World Economic Forum, 2007, Global Competitiveness Report 2007, New York.

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Questões para discussão?

• Qual o papel do decisor político ambiental no contexto dateoria Evolucionária?

• Como podem as políticas ambientais criar situações de lock-in?

• Novos indicadores de competitividade e uso de recursosderivados da teoria Evolucionária?

• Integração ou combate entre teorias Neoclássica eEvolucionária?

• Política Ambiental portuguesa face à Teoria Evolucionária?

• Influência da Teoria Evolucionária para a melhor integraçãode aspectos económicos/sociais/ambientais nas políticas deDesenvolvimento Sustentável?