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RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo investigar a relao que se
estabelece entre a famlia e a escola e como essa parceria ou a
falta dela pode refletir no desenvolvimento daqueles que participam
diretamente no processo de ensino aprendizagem. A transmisso de
saberes e valores se d primeiramente na famlia, pois nela que o
indivduo recebe as primeiras informaes sobre o mundo e as regras
iniciais de convivncia. A partir da inquietao sobre a problemtica
que envolve os obstculos que entravam a inter-relao famlia e escola
nasceu o desejo de aprofundamento do tema, busca por respostas a
questionamentos como a dificuldade de envolvimento dos pais na vida
escolar de seus filhos no sentido de apoio e no s da presena destes
nas reunies, mas o aparente descaso e desinteresse pelos avanos e
progressos alcanados por seus filhos no cotidiano escolar.
Percebe-se que quando famlia e escola estabelecem uma relao
dialgica e democrtica onde h respeito das diferenas e ambas tomam a
postura de ajudadoras e facilitadoras agindo como complemento uma
da outra h um sucesso no que diz respeito aprendizagem da clientela
escolar, pois a escola informa famlia a respeito da vida de seu
filho nesta instituio, seus temores e suas dificuldades e em
contrapartida a famlia fornece informaes a respeito da vida
familiar desse aluno, suas vivncias e o modo como reage no ambiente
familiar diante dos problemas que enfrenta cotidianamente. O
objetivo desse trabalho o de demonstrar que esse envolvimento
(famlia e escola) pode ser o x da questo para que muitos problemas
no ambiente escolar sejam sanados, considerando que as duas
instituies perseguem o mesmo alvo, ou seja, a preparao das crianas
para o mundo, no sentido de form-las para a vida de maneira que
possam ser cidados de bem, autnomos e livres, capazes de construrem
suas prprias idias e intervirem de modo a transformar a sociedade
na qual se inserem. Foram utilizados dois mtodos para o alcance dos
resultados: a pesquisa bibliogrfica e uma pesquisa de campo com os
pais de alunos visando conhecer o que pensam sobre o assunto.
Palavras-chave: Famlia, escola, ensino-aprendizagem.
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SUMARIO
1.2.
A FAMLIA E A EDUCAO DOS FILHOS 1.1 Anlise: famlia e escola
09 12 14 15 16 16 17 17
ANLISE DE ENVOLVIMENTO DA FAMLIA NA ESCOLA 2.1 Sobre a
participao destes em trabalhos voluntrios na escola 2.2 Acerca do
atendimento s convocaes para comparecimento na escola 2.3 A
respeito de conhecer a escola onde o filho estuda 2.4 Sobre a
importncia da participao da famlia na escola 2.5 A respeito do
conhecimento dos representantes do colegiado da escola 2.6 Acerca
do convite para participao da construo do projeto poltico pedaggico
2.7 Opinies sobre as reunies marcadas pela escola 2.8 Sobre os
pontos negativos da escola que mais incomodam os pais 2.9 Pontos
positivos que mais agradam aos pais 3- CONCLUSO REFERNCIAS
BIBLIOGRFICAS
18 18 19 19 19 22 24
3
1- A FAMLIA E A EDUCAO DOS FILHOS
Sabe-se que a famlia e a escola so instituies primordiais para a
construo de uma sociedade mais justa, participativa e
transformadora. A primeira, por exercer um papel de transmissora de
valores ideolgicos, culturais, assim como responsvel por perpassar
costumes; a segunda, pela importante mediao de cunho tcnico
(conhecimento) e social (modelo de comportamento, que faz entre o
indivduo e a sociedade). Segundo, Passerini; Sozo (2008):O primeiro
ambiente socializador de todo indivduo o mbito familiar, em que
este passa a exercer papel fundamental no decorrer de sua
trajetria, no amadurecimento e desenvolvimento biopsicossocial,
refletindo nos aspectos biolgicos, psicolgicos e sociais,
auxiliando ou retardando o desenvolvimento da criana. (Passerini;
Sozo 2008, p.3-4)
Historicamente, a articulao entre a famlia e a escola foi
marcada por encontros e desencontros e, principalmente, por
significativas transformaes nas ltimas dcadas. Na estrutura
familiar, algumas dramticas mudanas aconteceram como, por exemplo,
o surgimento de contraceptivo, a carreira e a tripla jornada
feminina, a forte influncia da mdia sobre o indivduo e da
sociedade, a modificao dos valores morais e as novas formas de
organizao familiar, distintas do modelo burgus pai me prole
marcaram intensamente e de forma rpida progressiva essa instituio
ao longo do tempo. Ainda segundo Nogueira (2006):No que tange
famlia ocidental, caracterstica dos pases industrializados, um
rpido balano demogrfico de suas principais mutaes inclui: a)
diminuio do nmero de casamentos, em benefcio de novas formas de
conjugalidade (em particular, as unies livres); b) elevaes
constantes da idade de casamento (e de procriao); c) diversificao
dos arranjos familiares com a difuso de novos tipos de famlias
(monoparentais, recompostas, monossexuais); d) limitao da prole,
associada generalizao do trabalho feminino, ao avano das tcnicas de
contracepo e s mudanas nas mentalidades. Se, no passado, a procriao
constitua a finalidade principal (e natural) do casamento e altas
taxas de mortalidade infantil tornavam incerta a sobrevivncia de um
filho , na contemporaneidade, ter ou no ter filhos torna-se uma
deliberao do casal que agora detm meios de controlar o tamanho da
prole e o momento de procriao. (Nogueira, 2006, p.159)
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Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo identificar os
entraves na comunicao e na inter-relao famlia e escola,
possibilitando desta maneira, o envolvimento necessrio para um bom
desenvolvimento no processo ensino-aprendizagem, visando formao de
um indivduo autnomo, crtico e cidado. A escolha do tema deu-se
devido observao durante o perodo de estgio curricular e da minha
prpria experincia como professora na instituio na qual trabalho,
que se trata de um CMEI- Centro Municipal de Educao Infantil no
municpio de Bom Jesus do Itabapoana e o estgio foi realizado na
E.T.F, onde pude observar que nesta escola h uma dificuldade de
conscientizao por parte dos pais no sentido de acompanhamento da
vida escolar de seus filhos e, consequentemente em aproximar os
pais do ambiente escolar de modo que sirvam como apoio no s aos
seus filhos como tambm da escola, auxiliando e servindo de
instrumento de facilitao o sucesso da comunidade escolar.
preocupante a ausncia dos pais s reunies pedaggicas e, muitas vezes
a falta de demonstrao de interesse por parte destes aos assuntos
relacionados ao ensino ministrado a seus filhos, que questionada
pelos profissionais da escola, visto que eles constituem parte
fundamental no contexto escolar. Diante dessa situao surgiu o
desejo de um aprofundar mais no assunto, onde o presente estudo foi
feito por meio de pesquisa bibliogrfica quando foram confrontadas
opinies de autores sobre o assunto para fundamentao terica e tambm
uma pesquisa de campo, com os pais dos alunos que estudam nesta
escola visando compreender o motivo que os leva a agir deste modo.
Segundo Nogueira (2006):Olhando do ponto de vista da sociedade
civil, encontram-se hoje, igualmente, bastante difundidos uma
ideologia da colaborao e um discurso tanto por parte profissionais
do ensino, quanto por parte dos pais que pregam a importncia e a
necessidade do dilogo e da parceria entre as duas partes, em nome
de um ajustamento e de uma coerncia entre as aes educativas
produzidas por essas duas agncias de socializao. crescente o nmero
de estabelecimentos de ensino nacionais e estrangeiros que integram
a seus projetos poltico-pedaggicos iniciativas que abrem aos pais a
possibilidade de intervir, em certa medida, nas decises e no
funcionamento das escolas. Quanto s famlias brasileiras, sondagem
realizada pelo IBOPE, em dezembro de 2000, com base em consulta a
duas mil pessoas de todo o Pas, revelou que 97% dos pais ouvidos se
disseram favorveis a visitas frequentes escola dos filhos; 93%
acham importante acompanhar a vida escolar da prole e pedem pelo
menos oito reunies anuais com os professores... Tudo isso
significa, por um lado, que as famlias esto desejosas de participar
ativamente da vida escolar dos filhos, e que comeam a enxergar essa
participao como um direito democrtico. Por outro, significa tambm
que a contrapartida do Estado vem se dando no sentido de
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incentivar tal envolvimento e de criar mecanismos para que ele
se viabilize. (Nogueira, 2006, p.157)
A compreenso da realidade das famlias o passo principal da
escola, para ajudar a famlia a orientar a educao dos filhos,
propondo form-los agentes transformadores da sociedade na qual esto
inseridos. Para isso o respeito aos outros e aos limites essencial.
Para Rodrigues (2003), hoje as famlias so pessoas ocupadas com
exerccios de atividades fora da relao familiar, o que faz com que
desaparea a unidade familiar como unidade educativa. Nesse caso,
destacamos a importncia da famlia se comprometer com seu papel, por
exemplo, o da educao e dos valores. Assim, compreendemos que a
famlia vem atribuindo responsabilidades escola, dentre elas a de
disciplinar, educar e ensinar contedos que possibilitem aos filhos
participarem da sociedade como cidados. Quando h uma unio entre a
famlia e a escola, no s o educando sai ganhando, mas tambm toda
sociedade. A escola deve promover essa conscientizao e fazer com
que os pais participem ativamente da vida escolar dos filhos,
expressem suas idias, dem e troquem sugestes, para que os filhos se
desenvolvam e sejam capazes de progredirem satisfatoriamente. A
escola no deve estar isolada da sociedade. Quando a famlia
participa do processo educativo da criana, h uma melhoria, no s no
seu rendimento, mas tambm no seu comportamento. Para que o processo
de ensino-aprendizagem seja bem sucedido, no depende apenas da
escola, como tambm dos professores, do currculo por eles
trabalhado, mas o ponto principal o como o aluno incentivado em
casa. A aprendizagem um processo contnuo, quando a criana
estimulada a estudar ela se interessa mais, o contrrio ocorre,
quando a famlia trata a criana com rispidez ela no se interessa
pelos estudos. Com a interao entre a comunidade escolar e a
comunidade familiar os alunos quem saem lucrando. Essa interao
fornece a aquisio de uma aprendizagem significativa e prazerosa
como explicam os Parmetros Curriculares Nacionais (1997):Nessa
perspectiva, essencial a vinculao da escola com as questes sociais
e com os valores democrticos, no s do ponto de vista da seleo e
tratamento dos contedos, como tambm da prpria organizao escolar. As
normas de funcionamento e os valores, implcitos e explcitos, que
regem a atuao das pessoas na escola so determinantes da qualidade
do ensino, interferindo de maneira significativa sobre a formao dos
alunos. (PCN, p.35)
A unidade de ensino deve tornar-se um espao, no s de formao, mas
de preparao das novas geraes, buscando incentivar os alunos a
mudarem de comportamento e a
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interessarem por participarem ativamente das atividades
propostas. Sendo assim, os gestores precisam aproximar-se dos pais
para que cidadania esteja presente na proposta de trabalho e
auxiliar na transformao da sociedade. O papel da escola preparar
para vida desenvolvendo a capacidade intelectual, o senso crtico
vontade, a capacidade de julgar e de ter comportamentos adequados
no meio onde vive. socializar, para que enfrente no dia-a-dia, os
obstculos que aparecero. Assim, nessa relao interpessoal e
necessria que haja a superao do preconceito e da descriminao, pois
a instituio de ensino o ambiente propcio para troca de experincias
e deve proporcionar a seus alunos um momento para a discusso, o
conhecimento e a vivncia de temos ligados realidade de cada um e
que promova, atravs de todas as disciplinas, a formao de alunos
preparados para o pleno exerccio da cidadania. De acordo com
Parolim(2003):Tanto a famlia quanto a escola deseja a mesma coisa:
preparar as crianas para o mundo, no entanto, a famlia tem suas
particularidades que diferenciam da escola, e suas necessidades que
a aproximam desta instituio. A escola tem sua metodologia,
filosofia, no entanto ela necessita da famlia para concretizar seu
projeto educativo. (Parolim, 2003, p.99).
Dentro deste contexto uma unio entre famlia e escola vai tornar
o desenvolvimento da criana em todos os aspectos de uma maneira
mais completa. 1.1. Algumas anlises sobre famlia e escola Quantas
as dificuldades encontradas na sociedade atual, a integrao Famlia e
Escola se tornou imprescindvel, a prpria Constituio Federal e a Lei
de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB), determinam a
participao dos pais para a efetivao do processo da gesto democrtica
nas escolas. preciso ressaltar que mais do que cumprir a lei. A
busca pelo fortalecimento dessa parceria colaborativa se apresenta,
no atual contexto social, como um dos poucos caminhos viveis para
que escolas e famlias consigam superar as dificuldades que vm
enfrentando na educao das crianas. Segundo Nogueira 2006:O Brasil
no ficou alheio a essas tendncias mundiais; tambm aqui, temos
presenciado iniciativas governamentais que vo na mesma direo.
Reportome aqui s duas que maior repercusso tiveram junto populao, a
saber: a) em 24 de abril de 2001, o Ministrio da Educao (MEC)
lanou, pela televiso e com o auxlio de artistas famosos, o Dia
Nacional da Famlia na
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Escola, que deveria realizar-se, a cada semestre, nos
estabelecimentos pblicos de ensino3. A programao do evento deveria
ficar a critrio de cada estabelecimento, mas o esprito da proposta
era de que se estabelecesse, nesse dia, um trabalho em parceria com
os pais. Alm de um kit, contendo cartaz, folder, adesivos da
campanha etc., o MEC distribuiu, nas escolas pblicas, uma cartilha
intitulada Educar uma tarefa de todos ns: um guia para a famlia
participar, no dia- a- dia, da educao de nossas crianas, que
fornece sugestes de como as famlias podem, no cotidiano domstico,
contribuir para a formao dos filhos, em casa, por meio de
atividades de extenso da sala de aula (cf. Silva, 2006); b) entre
dezembro de 2004 e janeiro-fevereiro de 2005, o mesmo Ministrio da
Educao veiculou, em todo o territrio nacional e tambm atravs da
mdia eletrnica, uma campanha publicitria conclamando as famlias
brasileiras, usurias da escola pblica, a receber em seus domiclios
os pesquisadores do Instituto Nacional de Estudos Pedaggicos (INEP)
e a responder suas perguntas acerca da opinio e do grau de satisfao
com relao ao servio pblico escolar que recebem no Ensino
Fundamental e Mdio. (Nogueira, 2006, p.156)
Escola e famlia so, portanto instituies complementares e
indispensveis ao desenvolvimento do aluno e, diante de tais
evidncias, torna-se facilmente compreensvel a relevncia da construo
de uma verdadeira parceria entre ambas. Apesar dessa conscientizao,
continua havendo nas instituies escolares um distanciamento, muitas
vezes disfarado por participaes parciais da famlia na vida escolar
dos filhos. A escola reconhece que o xito do processo educacional
depende em grande parte, dessa participao efetiva da famlia, que
deveria acompanhar o desenvolvimento dos filhos e assumir o papel
de autoridade diante dos mesmos. Os educadores preocupam-se com o
excesso de responsabilidade que lhes tm sido transferido, alegando
que tais tarefas os desviam de sua responsabilidade principal que
transmitir os contedos curriculares e auxiliar no desenvolvimento
cognitivo do aluno. Refletindo sobre essa questo por meio de
entrevistas realizadas com os pais dos alunos da E.T. F, percebe-se
o quanto preciso maior trabalho da escola para que os pais
participem mais da vida escolar dos seus filhos.
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2- ANLISE DE ENVOLVIMENTO DA FAMLIA NA ESCOLA Parolim (2005)
declara que de acordo com as relaes que estabelecemos, nosso ciclo
de convivncia vai se ampliando e vamos aprendendo a conviver e a
respeitar novas regras alm daquelas que conhecamos na famlia. A
escola vista como instrumento de grande importncia no que se refere
socializao, nela que acontecem as interaes com o outro, aprende-se
a respeitar opinies, conhecer novas culturas e ampliar a viso
acerca do mundo, misturando-se conhecimentos e sentimentos que
resultaro em sabedoria. A escola dever ser um espao aberto para que
o aprendiz exera o autoconhecimento e a partir disso tenha
possibilidade de exercer o autocontrole das estratgias que este j
internalizou a partir de suas vivncias anteriores e ainda
oportunizar para que este seja treinado para a resoluo de problemas
a partir do trabalho interdisciplinar onde o aluno aprende o
contedo mantendo contato constante com sua realidade, tendo
valorizadas suas aprendizagens e o repertrio que possui. destacada
pela autora a importncia de se trabalhar a auto-estima da criana,
de forma que se reconhea sua individualidade, suas limitaes e se
valorize a afetividade e a necessidade de estimular a autoconfiana
ajudando ao educando a enfrentar as dificuldades encorajando-o
sempre para que este se sinta capaz de transpor as dificuldades.
essencial para o ensino-aprendizagem do aluno uma parceria entre
famlia e escola, pois ambas caminhando lado a lado daro um suporte
mais consistente ao aluno trazendo-lhe o desejo e o prazer de
aprender a partir do incentivo destas duas instituies. A
auto-estima fundamental no processo de aprendizagem por influenciar
diretamente na vida da pessoa de maneira que se constitui em
elemento fundamental para dar sentido vida e consequentemente
implicar tambm no sucesso da aprendizagem. A escola precisa
comprometer-se em oportunizar sua clientela um ensino que lhe
garanta construir conhecimentos, atitudes e valores, de forma a
contribuir na formao de cidados dotados de tica, criticidade e
capacidade de participao e interveno nos contextos que integram,
para isso ser necessrio que a famlia sirva de apoio na superao de
obstculos e entraves que so encontrados pelo caminho. preciso
romper seus muros e inserir-se plenamente no seu tempo e na
comunidade a qual pertence. A cada dia o mundo tem se modificado e
com ele as pessoas que vem reconquistando sua atuao em busca de
seus direitos, pois cada vez mais conscientes de seus direitos e
deveres tm atuado de maneira ativa nas decises polticas, portanto a
escola que se quer cumpridora de sua responsabilidade dever
promover essa democracia, capacitando comunidade e alunos a
exercerem seus direitos de cidados.
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De acordo com Conte (2004) o entrelaamento da escola, da famlia
e da comunidade ser uma aliana perfeita para a promoo do sucesso
dos alunos. A sociedade anseia por uma escola mais dinmica,
democrtica, onde se abra espao para sua participao e sua colaborao
no sentido de auxiliar no desenvolvimento da aprendizagem de seus
filhos, no s no que diz respeito a aspectos cognitivos, mas tambm
em questes como autonomia e cidadania. A escola sonhada pela
sociedade atual uma escola que tem novas responsabilidades, onde o
professor se posiciona como facilitador da aprendizagem, como
parceiro do aluno em seu empreendimento de aprender, um ambiente
onde haja transparncia e constantes interaes, onde todos conheam o
papel que cada um deve exercer e que isso acontea com
comprometimento, onde cada um se sinta parte integrante e se
disponha a colaborar para que coletivamente se colham os frutos.
Com o objetivo de compreender quem so as famlias da E.T.F em Bom
Jesus do Itabapoana-RJ onde funcionam turmas do 1 ao 9 ano. Foram
entrevistados 15 pais de alunos da referida escola, sendo esta uma
escola pblica, a respeito de seu envolvimento com a escola onde
seus filhos estudam. Pais com faixa etria compreendida entre 18 e
40 anos, tendo em sua grande maioria a Educao Bsica incompleta,
sendo profissionais que tm ocupaes como pedreiro, domstica,
auxiliar de enfermagem e professora. 2.1 Sobre a Participao destes
em Trabalhos Voluntrios na Escola Na primeira pergunta sobre a
disponibilidade dos pais em estarem participando de trabalhos
voluntrios na escola obtive os seguintes resultados:
Uma mdia de 13% do total entrevistado disse nunca ter
participado de trabalhos voluntrios na escola de seus filhos. Cerca
de 34% disseram j ter participado desse tipo de atividade na escola
de seus filhos. Enquanto 20% afirmaram ter participao ativa na
escola no
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que se refere a atividades ligadas a trabalho voluntrio, 33%
declararam no ter tempo para se dedicar na participao desse tipo de
atividade na escola de seus filhos. 2.2- Acerca do Atendimento das
Convocaes para Comparecimento na Escola Na segundo pergunta os pais
foram questionados a respeito de seu posicionamento no atendimento
s convocaes pela escola para seu comparecimento na escola. Os
resultados seguem descritos abaixo:
Um total de 53% afirmou comparecer s convocaes feitas pela
escola a eles e 47% disseram que s vezes comparecem, portanto, nem
sempre atendem ao chamado da escola e nenhum pai declarou no
atender s convocaes da escola. Portanto, a metade dos pais
participa como pode. A ausncia da famlia no to grande assim. Os
professores sempre reclamaram da falta de interesse das famlias,
principalmente das famlias pobres. Penso que os professores que
precisam compreender os motivos que afastam as famlias pobres da
escola. 2.3- A Respeito de Conhecer a Escola onde o Filho Estuda Na
terceira pergunta foi levantada a questo sobre conhecer ou no a
escola onde seu filho estuda. Obteve-se o seguinte resultado:
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Um percentual de 46% disse conhecer pouco a escola onde seus
filhos estudam, ao passo que 7% afirmaram no conhecer e 47%
declararam conhecer o ambiente escolar onde seus filhos vivenciam
suas experincias educativas cotidianamente. 2.4 Sobre a Importncia
da Participao da Famlia na Escola A quarta pergunta objetivou
conhecer a opinio dos pais sobre o julgamento deles no que diz
respeito importncia da participao da famlia na escola. Os
resultados alcanados esto descritos abaixo:
Duas alternativas foram dadas como resposta nesse item, onde 87%
posicionaram-se positivamente, julgando importante a participao da
famlia na escola para o bom andamento da vida escolar de seus
filhos, enquanto 13% declararam no julgar importante o envolvimento
da famlia no ambiente educacional. 2.5- A Respeito do Conhecimento
dos Representantes do Colegiado da escola A quinta pergunta levanta
a questo sobre o conhecimento dos representantes do colegiado da
escola, se so ou no conhecidos pelos pais dos alunos. A seguir esto
os resultados:
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Um total de 21% dos pais entrevistados afirmou desconhecer os
representantes do colegiado da escola onde seus filhos estudam.
Cerca de 37% declararam existncia de um colegiado na escola. 2.6-
Acerca do Convite para Participao na Construo do Projeto Poltico
Pedaggico A sexta pergunta teve como objetivo o levantamento de
resultados relacionados ao convite da escola aos pais para sua
participao na construo do Projeto Poltico Pedaggico, abaixo segue a
descrio: conhecer os representantes do colegiado da escola em
questo e 42% disseram no ter conhecimento sobre a
Um percentual de 13% dos pais entrevistados disse ter sido
convidado a participar da elaborao do Projeto Poltico Pedaggico, no
entanto, um quantitativo de 87% afirmou no ter sido feito nenhum
convite por parte da escola para tal participao. 2.7- Opinies sobre
as Reunies Marcadas pela Escola A stima pergunta foi direcionada no
sentido de conhecer a opinio dos pais a respeito das reunies
marcadas pela escola para discusso dos problemas encontrados. Os
resultados obtidos so demonstrados a seguir:
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Um total de 7% dos pais entrevistados disse que as reunies
marcadas pela escola so timas na teoria. 40% consideram as reunies
necessrias, porm no tm tempo de participar. 20% declararam que
estas no resolvem os problemas e 33% julgam que as reunies so
indicadores do interesse da escola pelo sucesso escolar de sua
clientela. 2.8- Sobre os pontos negativos da escola que mais
incomodam os pais A oitava pergunta questiona a respeito dos pontos
negativos da escola que mais os incomodam. Eis os resultados:
O horrio das reunies foi criticado por cerca de 40% dos
entrevistados, sendo que, 60% afirmaram que as opinies dos pais no
so ouvidas como ponto que mais os incomoda. Nenhum pai opinou sobre
a data das reunies. 2.9- Pontos Positivos que mais Agradam aos Pais
A ltima pergunta teve como objetivo conhecer a preferncia dos pais
no que diz respeito aos pontos positivos que eles consideram mais
importantes na escola. Abaixo seguem os resultados:
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Conhecer a escola foi o ponto defendido como positivo por 7% dos
entrevistados, a melhoria do ensino foi apontada por 27% como ponto
que agrada aos pais, cerca de 33% considerou importante a interao
com a escola e 33% do total dos entrevistados julgaram como ponto
positivo a ajuda a seus filhos. De acordo com Thin :Em outras
famlias, nas quais os pais tm um emprego, as fortes obrigaes
temporais da atividade profissional produzem o que podemos
denominar temporalidades familiares no-sincronizadas, no sentido de
que as divises temporais produzidas pela atividade profissional dos
pais esto em claro desacordo com os outros ritmos familiares,
principalmente os ritmos dos filhos e os ritmos que sua escolarizao
exige. Os benefcios organizacionais e temporais (em termos de
regularidade de horrios, de estruturao dos ritmos familiares) que o
exerccio de uma atividade assalariada em horrios regulares e
durante o dia pode produzir sobre a vida familiar so prejudicados
por escalas de horrio que desequilibram os ritmos domsticos, e
algumas vezes por horrios irregulares. So, portanto, temporalidades
muito afastadas das temporalidades escolares que tecem as vidas das
famlias populares, repercutindo tanto nas relaes entre pais e
filhos como nas relaes com a escola, ou ainda com as aprendizagens
escolares.(THIN 2006, p.10)
Thin (2006, p.2) afirma que as relaes produzidas pela
escolarizao mostram sujeitos sociais cujas prticas socializadoras
se chocam em contradies, entretecidas por lgicas antinmicas: de um
lado, os professores, que cultivam lgicas educativas que fazem
parte do que podemos chamar de modo escolar de socializao; do
outro, famlias populares com lgicas socializadoras que diferem do
modo escolar de socializao. Portanto, no somente o capital cultural
ou o capital escolar que esto em jogo, mas o conjunto das prticas
socializadoras das famlias que esto mescladas nas relaes entre os
pais e os professores, e essas prticas devem ser entendidas por sua
distncia do modo escolar de socializao, mais do que pelo capital
escolar dos pais. A famlia se interessa com a vida escolar de seu
filho, porm expressa isso de forma diferente das formas da escola e
os professores desejam, principalmente no que diz respeito s
questes pedaggicas. O autor declara que as famlias se interessam e
preocupam-se com a vida escolar e o sucesso da aprendizagem de seus
filhos, cada um sua maneira, e, muitas vezes so mal interpretados
pelos professores. A partir de suas vivncias cotidianas e os
saberes j internalizados possuem formas diferentes de lidar com as
situaes de aprendizagem de seus filhos, normalmente so pessoas que
no dispem de tempo devido aos afazeres do dia-a-dia para estar na
escola num contato contnuo e direto como a mesma exige, mas que no
fundo
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esto cientes e reconhecem que seus filhos precisam dos estudos
para ter um futuro melhor e a seu modo incentivam e torcem para que
estes alcancem resultados melhores que eles, que consigam melhores
empregos, uma vida financeira estvel, uma vida mais confortvel,
etc.
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3- CONCLUSO Atuamos diante de uma sociedade que no confia em uma
escola parada no tempo, mas que exige uma escola ativa, dinmica e
aberta ao meio. O objetivo, de fato, de uma escola, que em todos os
momentos, desenvolva uma cultura de participao, que saiba
conscientemente partilhar a educao com a famlia (principal entidade
responsvel pela educao), com os profissionais no docentes, com a
comunidade e, dessa forma, todos possam contribuir para o
desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade dos indivduos,
tornando-os cidados mais responsveis e livres da sociedade. Sendo
assim, a escola de hoje exige novas posturas, novas
responsabilidades, quer seja: professores, familiares, incluindo
outros profissionais ligados educao, como psiclogos, fonoaudilogos,
etc. Sabemos, porm, que o papel do professor, como principal
impulsionador, , e ser determinante para o sucesso do sistema
educativo. , por isso, que antes necessrio definir e contextualizar
o papel do professor na formao do estudante. O professor assume o
papel primordial de dinamizador, para que a escola possa realizar
os seus objetivos. A escola um local onde, a todo o momento, se
trocam experincias, onde todos vivem grande parte de suas vidas.
Por isso, imprescindvel que cada um se sinta parte integrante dela.
O sistema educacional deve ser entendido como um espao de interao,
bem como as formas de participao dos seus intervenientes.
Compreender a ao dos que fazem a escola leva-nos a conhecer os
estatutos de cada membro e os papis a eles associados, as normas
organizacionais que orientam a interao e a contribuio de cada um
para o adequado andamento das atividades. na conjuno desses fatores
que se definem as formas de cada um estar na escola. (CONTE,2004).
Diante do que foi analisado neste trabalho percebe-se que somente
com a aliana entre a famlia e a escola que o processo educativo ir
se desenvolver de forma satisfatria, para isso ser necessrio um
esforo por parte da escola em compreender a diversidade de cultura
das famlias e o modo diverso de cada um pensar e agir. Portanto,
para que se estreitem os laos relacionais entre ambas a escola ter
que adotar algumas posturas como manter o dilogo com os pais,
promovendo espaos que permitam, reflexes discusses e troca de
opinies - e a valorizao destas estando disposta a receber a famlia
e fazer da escola um espao aberto de dilogo e convivncia, adequando
os horrios das reunies de acordo com o tempo disponvel dos pais e
agindo de maneira a conduzir s mesmas de forma que no sejam de
queixas, mas
17
sim de contedo e de alternativas, e incentivando uma maior
participao de pais e responsveis nas atividades da escola. A escola
dever ainda apoiar iniciativas de gesto democrtica e participativa
da escola, que objetivem os interesses de todos os integrantes da
comunidade escolar, e que o sentimento de pertencimento escola seja
despertado naqueles que participam da escola e que a ela esto
ligados de uma forma ou outra e principalmente deixar de lado o
julgamento e o hbito de estigmatizar a famlia vendo-a como
desestruturada e desinteressada, buscando compreender suas
atitudes, relacionando-as ao seu meio social e cultural. A
democracia deve ser ensinada pela escola em um contexto de parceria
democrtica e essa parceria com os pais essencial neste sentido. Ao
prestar contas de suas atividades e mudar as relaes com as famlias,
acolhendo a diversidade, a escola poder integrar-se s comunidades
locais tendo-as como aliadas importantssimas. Esse modelo de escola
a sonhada nesse sculo XXI, onde a qualidade fator primordial. Nesse
sentido, a escola poder se tornar um espao de intensas interaes
onde se realiza a socializao de suas crianas, por fim, onde se
estabelece um ambiente que seja favorvel a afirmao da cidadania
democracia.
18
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS CONTE, Sueli Bravi. Renovaes: Famlia,
Escola e Comunidade: uma ponte na formao do novo indivduo. 1 ed. So
Paulo: Vetor, 2004. NOGUEIRA, Maria Alice. Famlia e escola na
contemporaneidade: Os meandros de uma relao. Revista Educao e
Realidade. V.31 n.2. p. 159 - jul./dez. 2006. Disponvel em
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acesso em 05/05/2011 _____________________. Famlia e escola na
contemporaneidade: Os meandros de uma relao. Revista Educao e
Realidade. V.31 n.2. p. 157 - jul./dez. 2006. Disponvel em
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acesso em 17/05/2011 _____________________. Famlia e escola na
contemporaneidade: Os meandros de uma relao. Revista Educao e
Realidade. V.31 n.2. p. 156 - jul./dez. 2006. Disponvel em
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acesso em 23 23/05/2011 PARMETROS, Curriculares Nacionais. p. 35
Braslia : MEC/SEF, 1997. PAROLIN, Isabel. As dificuldades de
aprendizagem e as relaes familiares. Livro da 5 Jornada de Educao
do Norte e Nordeste. Fortaleza, 2003. _________, Isabel.
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aprendizagem. Curitiba: Positivo, 2005. PASSERINI, J. SOZO, M.H. A
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situao de risco: um olhar da Terapia Ocupacional. Universidade
Catlica de Gois, 2008. THIN, Daniel. Para uma anlise das relaes
entre famlias populares e escola: confrontao entre lgicas
socializadoras. Revista Brasileira de Educao v. 11 n. 32 maio/ago.
2006
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ANEXOS
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Centro de
Cincias Humanas e Sociais CCH Licenciatura em Pedagogia
PAIEF/UNIRIO/CEDERJ Disciplina: Trabalho de Concluso de Curso
(TCC2) Aluna: Ana Maria Fonte Boa Lcio Matrcula: 20062603033 Plo:
Bom Jesus do Itabapoana-RJ Data: 16/04/2011 Tema: Escola e Famlia
uma Unio Necessria ENTREVISTA COM OS PAIS DE ALUNOS Nome:
____________________________________________________________________
1. Voc participa ou j participou de algum trabalho voluntrio na
escola de seu filho? ( ) Nunca participo ( ) J participei ( )
Participo sempre ( ) No tenho tempo
2. Voc atende s convocaes para ir escola? ( ) Sim ( ) No ( ) s
vezes
3. Voc conhece a escola de seu filho? ( ) Conhece pouco ( ) No
conhece ( ) Conhece
4. Voc acha importante a participao da famlia na escola? ( ) Sim
( ) No
5. Voc conhece os representantes do colegiado da escola de seu
filho? ( ) No conhece ( ) Conhece ( ) No sabia que tinha
colegiado
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6. Voc foi convidado a participar do Projeto Poltico Pedaggico
da escola de seu filho? ( ) Sim ( ) No
7. Qual a sua opinio sobre as reunies marcadas pela escola? ( )
So timas na teoria ( ) Necessrias, mas no tenho tempo para
participar ( ) No resolvem os problemas ( ) Demonstra o interesse
da escola
8. Quais os pontos negativos da escola que mais incomodam? ( )
Horrio das reunies ( ) Data das reunies ( ) Opinies dos pais no so
ouvidas
9. Quais os pontos positivos das reunies dentro da escola que
mais voc gosta? ( ) Conhecer a escola ( ) Melhoria do ensino ( )
Interao com a escola ( ) Ajudar os filhos
