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9 Saúde, Batatais, v. 5, n. 1, p. 9-23, jan./jun. 2015 Relação entre a força isométrica dos músculos da perna e um momento do centro de massa mensurado por fotogrametria 1 Ricardo da Silva ALVES 2 Isabela Carvalho PEREIRA 3 Carmélia Bomfim Jacó ROCHA 4 Simone Botelho PEREIRA 5 Denise Hollanda IUNES 6 Leonardo César CARVALHO 7 Resumo: O controle postural requer baixos níveis de contração muscular de tornozelo para manter a estabilização do centro de massa (COM) do corpo dentro da base de supor- te. O objetivo do estudo foi correlacionar a força isométrica dorsiflexora e flexora plantar com um momento de projeção do COM aferido por fotogrametria. Quarenta e seis volun- tários foram divididos em três grupos: jovens, adultos e idosos. Todos foram submetidos ao registro fotográfico nas vistas anterior, laterais direita e esquerda, e analisados pelo Software de Avaliação Postural (SAPo). A força isométrica dos músculos dorsiflexores e flexores plantares foi obtida por meio da dinamometria. O grupo jovem demonstrou moderada e alta correlação negativa da força isométrica para os músculos dorsiflexores; assim como os idosos para os flexores plantares, com a projeção do COM. A força iso- métrica máxima dos músculos da perna relacionou-se com um momento de estimativa da projeção do COM no plano sagital. Palavras-chave: Equilíbrio Postural. Fotogrametria. Força Muscular. 1 Agradecimentos: ao Programa de Educação Tutorial (PET) – MEC-Sisu Curso de Fisioterapia, à Fundação de Apoio à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). Auxílio: Programa de Educação Tutorial – MEC-Sesu – Curso de Fisioterapia, Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG (APQ-03239-12) e CAAE, Comitê de Ética em Pesquisa UNIFAL-MG (08317312.5.0000.5142). 2 Ricardo da Silva Alves. Mestre em Biociências Aplicadas à Saúde pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Professor Substituto na mesma instituição. E-mail: <[email protected]>. 3 Isabela Carvalho Pereira. Graduada em Fisioterapia pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). E-mail: <isabela.cp@ uol.com.br>. 4 Carmélia Bomfim Jacó Rocha. Doutora em Ciências da Cirurgia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Mestre em Ciências Morfológicas pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFENAS). Professora Adjunta II na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). E-mail: <[email protected]>. 5 Simone Botelho Pereira. Pós-doutora em Ciências da Cirurgia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Doutora em Ciências da Cirurgia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Mestre em Ciências Morfológicas pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFENAS). Professora Adjunta II na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). E-mail: <simone.botelho@unifal- mg.edu.br>. 6 Denise Hollanda Iunes. Doutora em Ciências Médicas pela Faculdade Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Ciências Morfológicas pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFENAS). Mestre em Ortopedia e Traumatologia pela Universidade de São Paulo (USP). Professora Adjunta IV na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). E-mail: <denise. [email protected]>. 7 Leonardo César Carvalho. Doutor em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Bioengenharia pela Universidade de São Paulo (USP). Professor Adjunto III na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). E-mail: <[email protected]>.

Relação entre a força isométrica dos músculos da perna e ......9 Saúde Batatais v. 5 n. 1 p. 9-23 jan.jun. 2015 Relação entre a força isométrica dos músculos da perna e

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Relação entre a força isométrica dos músculos da perna e um momento do centro de massa mensurado por fotogrametria1

Ricardo da Silva ALVES2

Isabela Carvalho PEREIRA3

Carmélia Bomfim Jacó ROCHA4

Simone Botelho PEREIRA5

Denise Hollanda IUNES6

Leonardo César CARVALHO7

Resumo: O controle postural requer baixos níveis de contração muscular de tornozelo para manter a estabilização do centro de massa (COM) do corpo dentro da base de supor-te. O objetivo do estudo foi correlacionar a força isométrica dorsiflexora e flexora plantar com um momento de projeção do COM aferido por fotogrametria. Quarenta e seis volun-tários foram divididos em três grupos: jovens, adultos e idosos. Todos foram submetidos ao registro fotográfico nas vistas anterior, laterais direita e esquerda, e analisados pelo Software de Avaliação Postural (SAPo). A força isométrica dos músculos dorsiflexores e flexores plantares foi obtida por meio da dinamometria. O grupo jovem demonstrou moderada e alta correlação negativa da força isométrica para os músculos dorsiflexores; assim como os idosos para os flexores plantares, com a projeção do COM. A força iso-métrica máxima dos músculos da perna relacionou-se com um momento de estimativa da projeção do COM no plano sagital.

Palavras-chave: Equilíbrio Postural. Fotogrametria. Força Muscular.

1 Agradecimentos: ao Programa de Educação Tutorial (PET) – MEC-Sisu – Curso de Fisioterapia, à Fundação de Apoio à Pesquisa de

Minas Gerais (FAPEMIG). Auxílio: Programa de Educação Tutorial – MEC-Sesu – Curso de Fisioterapia, Fundação de Apoio à Pesquisa

do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG (APQ-03239-12) e CAAE, Comitê de Ética em Pesquisa UNIFAL-MG (08317312.5.0000.5142).2 Ricardo da Silva Alves. Mestre em Biociências Aplicadas à Saúde pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Professor

Substituto na mesma instituição. E-mail: <[email protected]>. 3 Isabela Carvalho Pereira. Graduada em Fisioterapia pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). E-mail: <isabela.cp@

uol.com.br>. 4 Carmélia Bomfim Jacó Rocha. Doutora em Ciências da Cirurgia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Mestre em

Ciências Morfológicas pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFENAS). Professora Adjunta II na Universidade Federal de Alfenas

(UNIFAL-MG). E-mail: <[email protected]>.5 Simone Botelho Pereira. Pós-doutora em Ciências da Cirurgia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Doutora em

Ciências da Cirurgia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Mestre em Ciências Morfológicas pela Universidade Federal

de Alfenas (UNIFENAS). Professora Adjunta II na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). E-mail: <simone.botelho@unifal-

mg.edu.br>.6 Denise Hollanda Iunes. Doutora em Ciências Médicas pela Faculdade Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

(USP). Mestre em Ciências Morfológicas pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFENAS). Mestre em Ortopedia e Traumatologia

pela Universidade de São Paulo (USP). Professora Adjunta IV na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). E-mail: <denise.

[email protected]>.7 Leonardo César Carvalho. Doutor em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

(USP). Mestre em Bioengenharia pela Universidade de São Paulo (USP). Professor Adjunto III na Universidade Federal de Alfenas

(UNIFAL-MG). E-mail: <[email protected]>.

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Relationship between the isometric force of the leg muscles and a moment of the center of mass measured by photogrammetry

Ricardo da Silva ALVESIsabela Carvalho PEREIRA

Carmélia Bomfim Jacó ROCHASimone Botelho PEREIRA

Denise Hollanda IUNESLeonardo César CARVALHO

Abstract: The postural control requires low contraction levels of the ankles muscles to preserving the center of mass (COM) stability of the body within support base. The aim of this study was to correlate the dorsiflexion isometric strength muscles and plantar flexion muscles with the projection moment of the COM, measured by photogrammetry technique. Forty six volunteers were divided into three groups: young, adult and elderly. All volunteers were submitted to photographic records in the anterior, lateral right and left views it was analyzed by postural assessment software (SAPo). The isometric strength of both dorsiflexion and plantar flexion muscles were obtained by dynamometry. The young group showed high and moderate negative correlations of the isometric force of dorsiflexion muscles, as well as elderly for isometric force of plantar flexion muscles, with the COM projection. The maximal isometric force of leg muscle was related to estimate moment the COM projection on sagittal plane.

Keywords: Postural Balance. Photogrammetry. Muscle Strength.

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1. INTRODUÇÃO

O controle postural é uma habilidade essencial para o desempenho das atividades de vida diária e depende da integração do sistema nervoso central (SNC) e o sistema musculoesquelético, os quais orientam a posição do corpo no espaço (MASSION, 1994) por meio de informações proprioceptivas e exteroceptivas (LACOUR; BERNARD-DEMANZE; DUMITRESCU, 2008).

Os músculos dorsiflexores e flexores plantares desempenham um papel importante na regulação desse controle, principalmente na manutenção do centro de massa (COM) dentro da base de su-porte (JOHANSSON; MAGNUSSON, 1991). O tríceps sural con-tribui para impedir o deslocamento anterior do COM em relação ao tornozelo (BASMAJIAN; DE LUCA, 1964), enquanto o músculo tibial anterior atua no sentido oposto e auxilia com informações sensoriais (DI GIULIO et al., 2009).

A postura ortostática requer baixos níveis de contração mus-cular, por exemplo, o músculo sóleo necessita de 10% da contra-ção voluntária máxima (CVM), enquanto os músculos gastrocnê-mios raramente estão ativos durante o equilíbrio estático (OKADA, 1973). Essas respostas foram encontradas no tríceps sural durante atividades de resistência à fadiga (KERNELL, 1998). No entanto, este estudo busca elucidar se as diferentes capacidades de força iso-métrica do tornozelo podem influenciar a projeção do COM aferido por fotogrametria.

A fotogrametria computadorizada é uma ferramenta útil, de baixo custo e boa confiabilidade para a avaliação postural (SACCO, 2007; IUNES et al., 2005). Esse método fornece a projeção do COM através de mensurações dos ângulos corporais a partir de fotografias (KERNELL, 1998) analisadas por softwares específicos

(SAPO; FAPESP, 2004). A utilização criteriosa dessa ferramenta para avaliação postural apresenta-se satisfatoriamente confiável para análise do equilíbrio estático (IUNES et al., 2005).

Assim, hipotetizamos que a projeção do COM pela fotogra-metria pode estar associada às variações da força isométrica máxi-

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ma dos músculos dorsiflexores e flexores plantares em diferentes idades.

2. METODOLOGIA

Considerações éticas

O estudo foi iniciado após aprovação do CAAE (08317312.5.0000.5142). Todos os voluntários foram informados sobre o objetivo do estudo e procedimentos de execução; após es-tarem de acordo, todos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

Casuística

Participaram do estudo 46 voluntários saudáveis (11 homens e 35 mulheres), divididos em três grupos: Grupo Jovem (GJ; n: 17; Idade: 23.14±3.02 anos; IMC: 22.66±2.99 Kg/m2), Grupo Adulto (GA; n: 16; Idade: 43.16±9.46 anos; IMC: 28.21±4.22 Kg/m2) e Grupo Idoso (GI; n:13; Idade 65.47±4.88 anos; IMC 28.60±3.58 Kg/m2). Foram incluídos no estudo indivíduos saudáveis com idade entre 18 a 80 anos, que não apresentassem distúrbio cognitivo que restringisse o entendimento dos sistemas de avaliação, não fossem portadores de doenças infectocontagiosas graves e que limitassem movimentos dos membros inferiores, anormalidades neuromuscu-lares, sem histórico de cirurgia abdomino-pélvica e alterações no sistema visual, vestibular e somatossensorial.

Momento de projeção do COM por fotogrametria

O momento de projeção do COM foi mensurado pela téc-nica de fotogrametria, com auxílio de três câmeras fotográficas profissionais da marca Canon®, de 14.1 Megapixel. Foram utili-zados marcadores de 30mm de diâmetro sobre o trágus da orelha, acrômio, espinha ilíaca ântero-superior, trocânter maior do fêmur,

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linha articular do joelho, maléolo lateral e região entre a cabeça do segundo e terceiro metatarso, bilateralmente.

As coletas das imagens fotográficas foram realizadas em es-paço calmo e apropriado. O voluntário foi posicionado em pé por 20s sobre um tapete de espuma vinílica acetinada (E.V.A.) com os maléolos tibiais posicionados paralelamente a uma distância de 10cm. As fotografias foram realizadas com os olhos abertos e di-recionados a uma parede branca. As câmeras foram posicionadas a uma distância de 2,4m do voluntário e a uma altura correspondente à metade de sua estatura. Cada câmera obteve imagens correspon-dentes aos planos frontal, lateral direito e esquerdo, para determinar o momento de projeção do COM. As imagens foram armazenadas e posteriormente analisadas por meio do software para Avaliação Postural (SAPO; FAPESP, 2004).

O momento de projeção do COM foi demonstrado como as-simetria e deslocamento entre a sua projeção e a base de suporte nos planos frontal (PF) e sagital (PS) no instante fotográfico obtido, conforme Figura 1.Figura 1. Projeção do momento do COM obtido pelo SAPo. Nota--se a posição do COM em relação aos planos sagital (y) e frontal (x) no momento das fotografias.

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Contração Isométrica Voluntária Máxima (CIVM)

A CIVM dos músculos dorsiflexores e flexores plantares dos voluntários foram obtidos por um dinamômetro isométrico de 200kgf interligado a um eletromiógrafo EMG System 830c. Os vo-luntários foram posicionados sentados com 90º de flexão de quadril, 90º de flexão de joelho e tornozelo em posição neutra (CAMARGO et al., 2009). Os pés e coxas foram estabilizados por cintas para fixação dos membros ao aparelho durante a coleta dos dados. Os membros superiores foram posicionados fletidos e cruzados sobre a região anterior do tronco. Foram realizadas três CIVM em dor-siflexão e flexão plantar por 5s, sendo calculada a média entre os valores. Todos os voluntários receberam o mesmo comando verbal durante a realização do teste.

Análises estatísticas

Os dados foram submetidos ao teste de normalidade Komolgorov-Smirnov. Em caso de normalidade, foram realizados os testes ANOVA One-Way seguido pelo teste Tukey-Kramer; em caso de não normalidade, Kruskal-Wallis seguido pelo teste Dunnet. A correlação entre a CIVM dorsiflexora e flexora plantar com a projeção do COM por fotogrametria foi analisada pelo Coeficiente de Correlação de Pearson sendo considerados valores acima de ≤0,50 como forte correlação, ≤0,30 a <0,50 correlação moderada e 0 a <0,30 baixa correlação (COHEN, 1992).

O software GPower® 3.1.7 (FAUT, 2008) foi utilizado para o cálculo do poder da amostra (PO) e o tamanho do efeito (ES). O po-der da amostra foi considerado satisfatório quando os valores eram superiores a 0,80. O ES foi classificado como pequeno (.20 ≤ d < .50), médio (.50 ≤ d < .80) e grande (d ≥ .80) (CARNEIRO, 2014).

A análise estatística foi realizada utilizando o SPSS versão 17, sendo considerada significância de 5%.

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3. RESULTADOS

CIVM

O grupo idoso apresentou redução de 34% e 27%, respecti-vamente, para os músculos dorsiflexor direito (p<0,05; PO:0,82; ES:0,60) e flexor plantar esquerdo (p<0,05; PO:0,99; ES:0,89) em relação ao grupo adulto. Porém, ao comparar adultos com jovens, foi evidenciado que apenas a CIVM dos músculos flexores planta-res direito se diferem (p<0,05; PO:0,58; ES:0,43). Bilateralmente, ao comparar a CIVM de jovens e idosos, observou-se diferença significativa tanto para os músculos dorsiflexores (Direito: p<0,05; PO:0,93; ES:0,68; Esquerdo: p<0,05; PO:0,99; ES:1,00) quanto flexores plantares (Direito: p<0,05; PO:0,90; ES:0,64; Esquerdo: p<0,05; PO:0,99; ES:0,87).

Gráfico 1. Análise da força muscular isométrica (Med±DP) em diferentes faixas etárias (ANOVA: p<0,05; Barras = Tukey-Kramer = p<0,05).

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Momento de projeção do centro de massa (COM)

Os valores de deslocamento do COM nos PS e PF dos três grupos analisados por fotogrametria, assim como as comparações estatísticas, podem ser visualizados na Tabela 1.

Tabela 1. Média e desvio-padrão dos deslocamentos (cm) do COM dos grupos avaliados nos planos sagital (PS) e frontal (PF).

GruposDeslocamento (cm)

PS PF

Idosos (n=13) 29,89±8,78* 2,67±7,64

Adultos (n=16) 29,09±12,83* 3,61±4,84

Jovens (n=17) 5,51±3,86 0,00±0,94

*Tukey-Kramer p<0,05 – Idoso vs. jovens (PO:1,00; ES:1,87); adultos vs. jovens (PO:1,00; ES:1,26).

Os valores de assimetria da projeção do COM nos PS e PF de todos os grupos analisados pelo SAPo podem ser visualizados na Tabela 2.

Tabela 2. Valores percentuais médios de Assimetria no Plano Sagital (APS) e Assimetria no Frontal (APF) dos grupos avaliados.

Grupos APS (%) APF (%)Idosos 33,61 -3,63

Adultos 36,25 -5,93Jovens 32,30 -0,38

CIVM correlacionada ao COM

A correlação entre o momento de projeção do COM e a CIVM dos músculos flexores plantares e dorsiflexores de ambos os mem-bros pode ser visualizada na Tabela 3.

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Tabela 3. Análise correlacional de Pearson (r) entre a força isométrica dos músculos flexores plantares e o deslocamento no plano Sagital (PS) e Frontal (PF).

Grupos FPD (r) P FPE

(r) P DFD (r) P DFE

(r) P

IdosoPS -0,46 0,08 -0,53 0,04 -0,18 0,50 -0,31 0,25PF 0,06 0,81 0,15 0,57 0,10 0,69 -0,08 0,77

AdultoPS -0,09 0,74 -0,28 0,30 -0,24 0,38 -0,08 0,77PF 0,23 0,40 0,24 0,38 -0,00 0,99 0,14 0,59

JovemPS -0,10 0,68 -0,05 0,84 -0,41 0,10 -0,53 0,03PF 0,09 0,73 0,16 0,54 -0,42 0,10 0,15 0,56

Legendas: r: correlação de Pearson; FPD: Flexão plantar direita; FPE: Flexão plantar esquerda; DFD: Dorsiflexão direita; DFE: Dorsiflexão esquerda.

4. DISCUSSÃO

No presente estudo, foi possível verificar o aumento no mo-mento de projeção do COM por meio da fotogrametria computado-rizada e sua relação com a força isométrica máxima dos músculos da perna. O software utilizado para estimar um momento da proje-ção do COM foi o SAPo, que provou ser uma ferramenta confiável para avaliação postural conforme estudos prévios (SACCO, 2007; GUARIGLIA et al., 2011). Para garantir maior credibilidade dos dados, fotogrametria foi realizada por um único avaliador previa-mente treinado (CARNEIRO et al., 2014).

Os resultados demonstram uma redução significativa da for-ça muscular com o avançar da idade. Essa perda de força pode ser atribuída a alterações das conexões córtico-motoras, diminuição da excitabilidade espinhal e cortical, redução do número de unidades motoras e da velocidade de condução nervosa dos axônios (LEWIS et al., 2009). Isso interfere na capacidade dos músculos em alcan-çar força máxima, independentemente da natureza da contração (ENOKA; STUART, 1992), pois afetam as propriedades mecânicas musculares (BILODEAU et al., 2001). A idade e a redução da força muscular são fatores que contribuem para mudanças na projeção do COM analisadas por fotogrametria, e em conjunto contribuem para

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o aumento no número de quedas (QU; NUSSBAUM; MADIGAN, 2009).

As quedas ou incidentes associados contribuem por mais de 44% de todos os danos à saúde (CORSO et al. 2006), e muitas vezes estão relacionados à perda de equilíbrio (QU; NUSSBAUM; MADIGAN, 2009). No Brasil, estima-se que ocorra uma média anual de até 1,6 quedas por pessoa, sendo média de 0,7 quedas decorrente da perda da capacidade física (PERRACINI, 2004). Assim, com uma adequada utilização da fotogrametria, torna-se possível identificar riscos de quedas, prevenir o surgimento de lesões secundárias e outras comorbidades (PERRACINI, 2004).

Nas análises de projeção do COM por fotogrametria, os gru-pos idoso e adulto apresentaram maiores valores de assimetria e deslocamento (cm) em comparação a jovens. Esse fato pode ser ex-plicado pelas mudanças nos sistemas de controle postural decorren-tes do avanço da idade (LUNDIN; FEUERBACH; GRABINER, 1993), além de informações proprioceptivas deficitárias (YAGGIE; MCGREGOR, 2002) associadas a alterações de acuidade visual (SCHIEPPATI; NARDONE, 1999).

Preferimos avaliar os músculos responsáveis pelos movimen-tos de flexão-plantar e dorsiflexão pelo fato de estes possuir alta correlação com controle postural, principalmente no deslocamento ântero-posterior (LORAM; MAGANARIS; LAKIE, 2007). A mo-derada e alta correlação negativa obtida entre os músculos dorsifle-xores com a projeção do COM por fotogrametria assemelha-se a ou-tros estudos em que a menor oscilação anterior e posterior do COM está relacionada à maior atividade muscular do tibial anterior e do sóleo, avaliados por EMG, enquanto os músculos gastrocnêmios apresentam baixa atividade na manutenção do equilíbrio, principal-mente quando o COM está próximo aos tornozelos (DI GIULIO et al., 2009). Embora seja possível demonstrar a existência de relação entre a CIVM com um momento de projeção do COM avaliado por fotogrametria, poucos estudos fazem essa correlação.

O bom controle do torque de tornozelo está correlaciona-do com o melhor controle postural, pois o tornozelo adota estra-tégias para minimizar a oscilação postural em pequenas amplitu-

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des (CORSO et al., 2006). O menor deslocamento da projeção do COM do grupo jovem, independentemente de possuir alto valor de CIVM, apresenta baixa atividade muscular flexora plantar e alta atividade dorsiflexora para manutenção do equilíbrio (DI GIULIO et al., 2009), o que se observa pelas correlações obtidas. Assim, a maior estabilidade é representada pelos menores valores de proje-ção do COM nos planos sagital e frontal avaliados pela fotograme-tria, consequentemente maior equilíbrio.

Ao projetar o corpo à frente, o COM segue na mesma direção e ocorre um encurtamento dos músculos da panturrilha contra essa condição, de forma ativa para restabelecer o equilíbrio (HOUDIJK et al., 2009). As correlações entre a CIVM flexora plantar com um momento da projeção do COM em idosos e adultos podem estar associadas às modificações mecânicas dos músculos da panturrilha (LORAM; MAGANARIS; LAKIE, 2005; LORAM; MAGANARIS; LAKIE, 2007). Assim, acreditamos que as maiores projeções do COM interferem na capacidade do músculo em alcançar força máxima.

Os músculos flexores plantares são compostos por fibras di-ferentes: o sóleo possui alto número de fibras de contração lenta, e os gastrocnêmios, fibras de contração rápida, portanto, mais fadi-gáveis (DI GIULIO et al., 2009). A maior quantidade de fusos mus-culares presentes no músculo sóleo em relação aos gastrocnêmios (VOSS, 1971) podem explicar os diferentes valores de projeção do COM obtidos nos grupos avaliados.

Com a projeção do corpo à frente, órgãos sensoriais como fuso muscular e órgão tendinoso de Golgi são estimulados para promover aumento do comprimento muscular e readequação cere-bral das informações proprioceptivas dos músculos da perna para estabilizar o corpo (DI GIULIO et al., 2009). Os maiores valores de projeção do COM encontrados em idosos e adultos estão associa-dos às deficiências desses órgãos sensoriais, que, por sua vez, ge-ram baixos níveis de tensão muscular necessários para o equilíbrio.

Nossos resultados divergem de outros estudos que encontra-ram alta correlação positiva da força isométrica dos músculos fle-xores plantares e moderada correlação positiva para os músculos

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dorsiflexores com a oscilação ântero-posterior do CG por meio de plataforma de força (MELZER et al., 2009). Os diferentes méto-dos utilizados para avaliar o COM talvez expliquem os diferentes resultados. Novos estudos que correlacionem a fotogrametria e a plataforma de força em diferentes situações são necessários para garantir maior validade da técnica para obtenção do COM.

A menor oscilação do COM obtida por fotogrametria pode estar associada à participação de outros músculos do tornozelo e pé (DI GIULIO et al., 2009), assim como a predominância de mem-bros (ALONSO et al., 2011). Já em relação aos idosos e adultos, o aumento da projeção do COM pode estar associado a condições de fadiga (LUNDIN; FEUERBACH; GRABINER, 1993), assim como nos músculos inversores e eversores do tornozelo (YAGGIE; MCGREGOR, 2002). Outros músculos não avaliados em nosso estudo, como adutores e abdutores do quadril, podem influenciar o aumento da projeção médio-lateral do COM. Estratégias de ma-nutenção do equilíbrio entre as faixas etárias são diferentes: os jo-vens adotam a correção postural na região do tornozelo; nos idosos, as correções ocorrem na região do quadril (GRIBBLE; HERTEL, 2004), o que está de acordo com os nossos achados.

Outras considerações estão relacionadas à massa corpórea, pois existe correlação entre redução da massa e a melhora do equi-líbrio (FAGG; SHAH; BARTO, 2002). Tal fato poderia explicar os achados nos grupos de idosos e adultos, visto que ambos têm os maiores valores de IMC. O sedentarismo é outro fator que pode contribuir para o aumento das variáveis de projeção do COM, ou seja, diminuindo a estabilidade postural por decorrência das capa-cidades físicas (LAESSOE et al., 2007).

Mesmo com valores representativos do poder da amostra, en-tendemos que ela é pequena e necessita mais estudos, bem como o uso de diferentes métodos análise do COM em diferentes situações. No entanto, salientamos a importância do treinamento do profissio-nal, visto que as análises por fotogrametria são obtidas a partir de pontos anatômicos, que dependem da prática do avaliador.

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5. CONCLUSÃO

Os maiores valores dos momentos de projeção do COM no plano sagital obtido por fotogrametria relacionaram-se com a CIVM reduzida dos músculos dorsiflexores e flexores plantares dos grupos idoso e adulto.

O grupo jovem apresentou menor valor de projeção do COM associado com a maior força dos músculos da perna. Assim, a fo-togrametria apresenta-se como uma técnica alternativa para o diag-nóstico e para a reabilitação de alterações do equilíbrio estático.

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