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EDUCAÇÃO CONTINUADA SOBRE RESIDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE VOLTADA À ENFERMAGEM DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EVANGÉLICO DE CURITIBA – HUEC KUBRUSLY, Adriana; KROKER, Eloísa Lago; OLIVEIRA, Manuela Mariah Lopes ; SANTOS, Márcia Lima; EMILIANO, Marta Pereira; ALVES, Verônica da Silva Santos; 1 LOEZER, Aline & 2 Sonia Maria Cipriano Bakonyialine 1 Monitora da Equipe - [email protected] 2 Profª. Responsável INTRODUÇÃO Um dos maiores desafios das cidades brasileiras hoje é a disposição correta dos resíduos. Diferentes resíduos exigem tratamentos específicos além de maiores cuidados, como é o caso dos resíduos hospitalares. Em muitos casos a falta de informação acaba incidindo na não separação dos resíduos e no descarte inadequado dos mesmos. No que se refere à legislação brasileira alguns documentos merecem destaque. A Resolução do CONAMA nº. 358 de 29 de Abril de 2005 dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. A referida resolução se aplica aos serviços relacionados com a saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar. Propõe também a necessidade de minimização dos riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho e da população em geral e para tanto preconiza que a segregação no momento e local de sua geração permite reduzir o volume de resíduos que necessitam de manejo diferenciado. Ao se observar a RDC nº. 306 de 07 de Dezembro de 2004 que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o Gerenciamento dos Serviços de Saúde nota-se a ênfase sobre classificação dos resíduos dos serviços de saúde de acordo com o

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EDUCAÇÃO CONTINUADA SOBRE RESIDUOS SÓLIDOS DE SERVI ÇOS DE SAÚDE VOLTADA À ENFERMAGEM DO HOSPITAL UNIVERSITÁRI O EVANGÉLICO DE CURITIBA – HUEC

KUBRUSLY, Adriana; KROKER, Eloísa Lago; OLIVEIRA, Manuela Mariah Lopes ; SANTOS, Márcia Lima; EMILIANO, Marta Pereira; ALVES, Verônica da Silva Santos; 1 LOEZER, Aline & 2 Sonia Maria Cipriano Bakonyialine 1 Monitora da Equipe - [email protected] 2 Profª. Responsável INTRODUÇÃO

Um dos maiores desafios das cidades brasileiras hoje é a disposição correta

dos resíduos. Diferentes resíduos exigem tratamentos específicos além de maiores

cuidados, como é o caso dos resíduos hospitalares. Em muitos casos a falta de

informação acaba incidindo na não separação dos resíduos e no descarte

inadequado dos mesmos.

No que se refere à legislação brasileira alguns documentos merecem

destaque. A Resolução do CONAMA nº. 358 de 29 de Abril de 2005 dispõe sobre o

tratamento e a disposição final dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras

providências. A referida resolução se aplica aos serviços relacionados com a saúde

humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar. Propõe também a

necessidade de minimização dos riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho e

da população em geral e para tanto preconiza que a segregação no momento e local

de sua geração permite reduzir o volume de resíduos que necessitam de manejo

diferenciado.

Ao se observar a RDC nº. 306 de 07 de Dezembro de 2004 que dispõe sobre

o Regulamento Técnico para o Gerenciamento dos Serviços de Saúde nota-se a

ênfase sobre classificação dos resíduos dos serviços de saúde de acordo com o

risco de manejo de cada um, visando a minimização do volume de resíduos e

acidentes ocupacionais e ainda benefícios à saúde pública e ao meio ambiente.

A preocupação dos referidos documentos é fundamentalmente com a saúde e

o meio ambiente. Esses dois eixos são expressos também na Agenda 21,

documento elaborado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio

Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro em 1992. O capítulo 21, seção II

“Manejo Ambientalmente Saudável dos Resíduos Sólidos”, foi integralmente

dedicado a esta questão.

É sabido por meio da literatura e da legislação que a empresa geradora dos

resíduos deve ser responsável pela separação entre resíduos perigosos e comuns, o

que imputa aos geradores a obrigatoriedade da identificação e separação, o

acondicionamento em recipientes adequados para que se proceda à coleta,

tratamento e destinação final de acordo com suas características.

A proposta deste trabalho foi o treinamento executado pelos alunos do curso

de Tecnologia em Gestão Ambiental da Faculdade Evangélica do Paraná - FEPAR

aos Enfermeiros do Hospital Evangélico do Paraná – HUEC no que se referiu aos

Resíduos Sólidos de Saúde.

Objetivando favorecer a conscientização para esta temática a experiência

aqui realizada está fundamentada no Capítulo 36 “Promoção do Ensino, da

Conscientização e do Treinamento”, que no seu sub-item 36.1 preconiza:

O ensino, o aumento da consciência publica e o treinamento estão

vinculados virtualmente a todas as áreas de programa da Agenda 21 e

ainda mais próximas das que se referem à satisfação das

necessidades básicas, fortalecimento institucional e técnica, dados e

informação, ciência e papel dos principais grupos.

Quanto às áreas descritas neste capítulo, no seu sub-item 36.2 trabalhou-se

com a Promoção do Treinamento, que neste caso aconteceu no período de 26 a 30

de Outubro de 2009 e contemplou os três turnos do hospital, totalizando 373

funcionários capacitados.

Ressalta-se a relevância do trabalho, pois poderá propiciar a diminuição dos

resíduos descartados indevidamente contribuindo para a menor incidência de

acidentes de trabalho e também gerando menos custos para o hospital, quantia esta

que poderia ser revertida em benefícios. Não se pode omitir que o HUEC já tem um

PGRSS e em funcionamento, portanto o que se pretende é contribuir com possíveis

melhorias, ou seja, a busca de soluções integradas entre as duas instituições e

compatíveis com a Agenda 21.

DESENVOLVIMENTO

A ideia de se começar uma parceria entre a faculdade Evangélica do Paraná

e o Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, surgiu através da necessidade dos

colaboradores do Hospital estar mais atentos às questões do gerenciamento dos

resíduos, que tornou-se um ponto mais relevante após o aterro sanitário do

Cachimba localizado em Curitiba, não suportar mais a quantidade de resíduos

gerados na capital paranaense, assim os geradores de mais de 500 litros de lixo não

puderam mais enviar seus resíduos para o mesmo. Com essa situação o hospital

começou a ter um gasto muito elevado para destinar o resíduo, a partir deste

momento teve-se a idéia de se treinar o grande quadro de funcionários do HUEC.

Os estudantes do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, elaboraram o

material de apoio (banners), e foram instruídos com as legislações correspondentes

ao gerenciamento de resíduos hospitalares como ANVISA/2004, CONAMA nº. 358

de 29 de Abril de 2005 e NR 32 (segurança do trabalho), também participaram de

palestras explicativas com os responsáveis pelo setor de meio ambiente do HUEC,

nelas os palestrantes demonstraram os principais problemas enfrentados no

hospital, como, a montagem da caixa de perfuro cortante, a falta de informação

sobre a destinação final de cada classe de resíduos, a falta de separação dos

resíduos, dando ênfase ao lixo reciclável.

Salientaram ainda a falta de informação sobre os riscos que os próprios

colaboradores sofrem; a questão da co-responsabilidade, e por fim os tipos de

acondicionamentos adequados para cada tipo de resíduo gerado no hospital.

Foi elaborada pela equipe responsável do hospital uma escala, que indicava o

horário e os setores onde foram realizados os treinamentos, a equipe da faculdade

também elaborou uma escala correspondente a disponibilidade dos alunos, dividindo

em três períodos manhã, tarde, e noite, durante cinco dias.

No período da manhã os acadêmicos conseguiram realizar o maior número

de treinamentos, assim adiantando todo o cronograma, e contemplando em quatro

dias vinte e nove postos de atendimentos, no período da tarde o mesmo se repetiu

já no turno da noite a situação foi um pouco mais crítica a maior parte dos

enfermeiros estavam em procedimentos e foram poucos os treinamentos durante a

primeira semana, mas a situação nos próximos três dias mudou um pouco, três

alunas tiveram a disponibilidade de ir até o hospital após as 22:30 hs assim

conseguindo alcançar o objetivo proposto.

Os treinamentos foram feitos através de palestras dialogadas de 15 a 20

minutos, usando três banners como material de apoio, um demonstrando o mapa de

descarte (Figura 1) usado pelo hospital para orientar as equipes dos postos

médicos, outro ilustrando um fluxograma (Figura 2) do que acontece com o resíduo

após a sua geração e um terceiro (Figura 3) apontando algumas situações de risco

que estavam ocorrendo dentro do HUEC.

Foram discutidos os temas como, montagem da caixa de perfuro cortante,

destinação final de alguns resíduos como, resíduo classe A infectante, resíduo

classe E perfuro cortante, recicláveis, a responsabilidade do hospital e dos

funcionários , os custos de destinação, consequências de uma incorreta gestão de

resíduos dentro do hospital, alguns alertas também foram citados como, o descarte

de resíduos dentro do hamper (local onde é acondicionada a roupa que irá para

lavandeira) a questão das bombonas de químicos, as quais devem estar sempre

fechadas, e cuidados com a contaminação e preocupações com o meio ambiente.

CONCLUSÃO

As equipes que receberam os treinamentos (Figura 4) foram bastante

participativas, e se mostraram preocupadas com a questão abordada. A equipe

coordenadora do setor de meio ambiente do hospital, também se mostrou contente e

satisfeita com as abordagens, pois nenhum outro treinamento tinha alcançado o

número de colaboradores que receberam o mesmo, e estiveram à disposição dos

alunos a qualquer momento.

O resultado foi surpreendente, para o grupo de trabalho, pois a reação

esperada era de que o treinamento não seria bem recebido pela equipe de

enfermagem, mas o contrario aconteceu e os alunos tiveram um grande aprendizado

sobre a rotina de um grande hospital e uma lembrança muito boa.

O trabalho foi muito produtivo, pois atingiu 373 colaboradores do hospital e

gerou satisfação tanto aos coordenadores dos setores envolvidos do Hospital

Universitário Evangélico de Curitiba quanto do grupo de extensionistas da Faculdade

Evangélica do Paraná.

Espera-se para a continuidade do projeto, que este seja uma rotina para a

equipe de enfermagem do HUEC.

Figura 1. Mapa de descarte de Resíduos do Serviço de Saúde utilizado pelo HUEC.

Figura 2. Destinação dos Resíduos de Saúde gerados no Hospital Evangélico de Curitiba.