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Massas
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................2
2. OBJETIVO..............................................................................................................................3
3. MATERIAIS E METODOLOGIA...............................................................................................3
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................................3
5. CONCLUSÃO.........................................................................................................................7
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................8
1. INTRODUÇÃO
De acordo com a RDC Nº.12, de 22 de Setembro de 1978, da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária, massa alimentícia é o produto não
fermentado, obtido pelo amassamento da farinha de trigo, farinha de trigo
integral, e ou semolina/sêmola de trigo com água, adicionado ou não de outras
substâncias permitidas.
O trigo utilizado para elaboração de massas alimentícias é o Triticum
durum, a farinha feita com este trigo é a sêmola, ela apresenta uma coloração
amarelada em função de pigmentos carotenóides, uma granulometria mais
grossa e proporciona um glúten com alta elasticidade, ideal para este produto
(CHANG, 2004).
No Brasil, não é produzido o trigo Triticum durum, por isso a sêmola
elaborada no país é obtida a partir do trigo Triticum aestivum, ou outras
espécies de trigo do gênero Triticum, ou combinações por meio de trituração,
moagem, outras tecnologias ou processos. É considerada como sêmola a
farinha de trigo tipo I, obtida da primeira extração (CIDASC, 2012).
A farinha integral é obtida pela moagem dos grãos de trigo inteiro ou farinha
comum adicionada de farelo de trigo, por isso ela apresenta uma coloração
escura, é rica em fibras, ideal para pessoas que necessitam de uma dieta
especial.Esta farinha possui uma vida de prateleira reduzida por apresentar alta
atividade enzimática, presença de insetos, fungos e bactérias, o que dificulta
seu armazenamento e conservação ( CHANG, 2009).
A qualidade das massas dependem do controle das etapas de
processamento, sendo elas a recepção e Preparação da matéria prima,
dosagem e mistura, amassamento, modelagem e trefilação, seccionamento ou
corte, secagem, empacotamento e armazenamento( Maradini Filho,2013).
O teste de cozimento é importante para determinar a qualidade das massas
pois através dele é possível identificar defeitos no processamento, qualidade
do glúten e a absorção de água uma vez que esta interfere no rendimento da
massa.
2. OBJETIVO
A prática Qualidade de cozimento tem como objetivo avaliar
qualitativamente as perdas de sólidos e o tempo de cozimento de diferentes
tipos de macarrão.
3. MATERIAIS E METODOLOGIA
Para a determinação do tempo de cozimento utilizou-se a metodologia
modificada de Ciacco & Chang, 1986 (PIROZI, 2013). E a perda de sólidos foi
observada através da turbidez da água provida do cozimento das massas.
Os materiais utilizados foram:
Parte 1- Teste de cozimento - 10g de macarrão espaguete (massa sêmola Vilma, massa sêmola D.
Vina, e massa integral Vilma).
- 500 mL de água (para cada tipo de massa).
Parte 2- Análise visual das massas alimentícias- 1 pacote de macarrão espaguete massa sêmola Vilma.
- 1 pacote de macarrão espaguete massa sêmola D Vina.
- 1 pacote de macarrão espaguete massa integral Vilma.
Observou-se as características das massas como coloração, defeitos de
processamento e a lista de ingredientes.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores médios dos dados gerados nos experimentos realizados pelas 5
turmas estão representados pela Tabela 1.
Tabela 1 - Média dos pesos das massas crus e cozidas, e, média dos tempos de cozimento e seus respectivos desvios para as amostras 1 (Espaguete Sêmola Vilma), 2 (Espaguete Integral Vilma), e 3 (Espaguete Sêmola D. Vina).
Amostra
Média do
Peso Massa
Cru (g)
Média do
Peso Massa
Cozida (g)
Diferença dos
Pesos (g)
Média Tempo
de Cozimento
(min)
1 10,0974 ±
0,099
27,0786 ±
0,894
16,9812
12,0 ± 0,707
2 10,1054 ±
0,058
24,8538 ±
0,988
14,7484
12,4 ± 1,140
3 10,1098 ±
0,100
24,1098 ±
0,376
14,000
10,0 ± 0,707
Tendo como base a Tabela 1, pode-se afirmar que a amostra 1
(Espaguete Sêmola Vilma) foi a que obteve maior diferença de peso,
significando maior absorção de água pela massa. A massa que menos
absorveu água foi a da amostra 3 (Espaguete Sêmola D. Vina). Enquanto que
a amostra 2 (Espaguete Integral Vilma) obteve absorção intermediária com
relação às outras.
A absorção de água pela massa de macarrão está principalmente
associada à presença de amido, e também da qualidade da rede de glúten, do
processamento, da presença de amido danificado e fibras. A qualidade da rede
de glúten interfere nessa absorção pelo fato de que quanto mais estável e firme
for a rede, maior será sua capacidade de reter água e o amido que foi
hidratado, além de mantê-los presos. O processamento entra nessa situação
com a importância de não prejudicar essa rede através de danos físicos, os
quais, caso ocorram, fazem com que a rede não retenha e não mantenha muito
bem esses componentes em seu interior. Com isso, a importância de se utilizar
uma farinha de boa qualidade e de um processamento bem efetuado. Com
essas informações é possível concluir que a massa de Espaguete Sêmola
Vilma tenha absorvido mais água por ser feita com uma farinha de melhor
qualidade e possivelmente, possuir um processamento mais adequado do que
a massa de Espaguete Sêmola D. Vina.
A amostra 2 apresentou absorção intermediária, e isso se deve ao seu
conteúdo de fibras em sua composição, as quais aumentam os valores de
absorção de água devido a sua própria hidratação. No entanto, as fibras
enfraquecem a rede de glúten, interferindo no aprisionamento da água e do
amido em seu interior e por isso, possivelmente, ocorreu menor absorção de
água quando comparada com a amostra 1.
A maior absorção de água pela massa durante o cozimento é desejada
pelo fato de que quanto maior seu valor, maior será o rendimento do macarrão
pronto após cozimento.
Também com os dados da Tabela 1, tem-se conhecimento dos tempos
de cozimento. Sendo a amostra 3 com menor tempo e a 2 com o maior. O
tempo de cozimento se refere ao tempo que a massa leva para adquirir uma
consistência adequada para consumo, ou seja, ocorre total gelatinização do
amido, com amolecimento adequado, sem perda da estrutura.
Já se sabe que fibras absorvem bastante água e assim concorrem com
o amido por essa absorção. Dessa forma, é esperado que a massa feita com
farinha de trigo integral seja a que apresente maior tempo de cozimento, o que
ocorreu no experimento.
As amostras 1 e 3 apresentaram grande diferença de tempo de
cozimento entre elas. Como já discutido anteriormente, a amostra 3, da marca
D. Vina, provavelmente é produzida com uma farinha de qualidade inferior
devido aos valores de absorção de água quando comparados com a massa,
também de sêmola, da marca Vilma. A consequência da utilização de uma
farinha inferior também aparece no tempo de cozimento, devido à maior
presença de amido danificado nesta.
Como já discutido, o tempo de cozimento está ligado intimamente à
hidratação e gelatinização do amido. Isso ocorre, principalmente devido à alta
temperatura, a qual facilita a ligação com a água, já que em temperatura
ambiente, o amido tem preferência para ligações entre suas próprias
moléculas. No entanto, o amido que teve sua estrutura danificada,
principalmente pela alta temperatura, não tem essa preferência, ligando-se
portanto, mais facilmente com a água, ou seja, com pouco aumento de
temperatura e pouco tempo, uma massa feita com farinha de qualidade inferior
(maior teor de amido danificado) tem sua consistência mais rapidamente
alterada, motivo pelo qual, provavelmente, a amostra 3 apresentou menor
tempo de cozimento.
Outros parâmetros avaliados foram características de cor e defeitos de
processamento no macarrão cru, e cor, pegajosidade, cheiro e turbidez da
água drenada no caso do macarrão cozido.
A massa de sêmola da marca Vilma apresentava cor bastante amarelada e
uniforme e textura firme e sem trincas quando cru. A cor desse macarrão se
deve a adição de corantes naturais cúrcuma e urucum em sua composição,
que vão garantir uma cor mais forte. Após o cozimento o macarrão manteve
bem a cor, adquiriu textura boa sem pegajosidade e com odor característico.
A massa integral da marca Vilma possuía tonalidade marrom característica
e textura firme quando cru, porém, essa massa apresentava desuniformidade
com relação a cor devido a presença de manchas brancas. Essas manchas
ocorrem devido à ausência de corantes na massa e à presença de fibras, que
atrapalham na uniformidade do macarrão. Após o cozimento o macarrão
adquiriu textura boa sem pegajosidade, porém, ocorreu grande perda de
sólidos causando descoramento da massa, que também é característico de
massas integrais.
A massa de sêmola da marca D. Vina apresentava coloração amarelada
relacionada à adição de corantes naturais a base de urucum. Porém, a massa
não se encontrava uniforme devido à presença de manchas brancas, além de
trincas e a presença das curvas que devem ser retiradas após o corte. Estas
características evidenciam falhas no processamento, tanto de secagem, quanto
de corte. A secagem quando feita de forma rápida (redução brusca da umidade
relativa) ocasiona trincas na massa. Após o cozimento, a massa apresentou
boas características de estrutura e cor, sem pegajosidade, porém, o odor
estava um pouco mais forte que o característico.
5. CONCLUSÃO
De acordo com as observações na aula prática, foi possível concluir que
tanto alterações na formulação, como por exemplo o tipo de grão de trigo que
vai gerar a farinha, a utilização de fibras e corantes na formulação, como falhas
durante as etapas de processamento são críticas para a produção de um
macarrão de qualidade que vai gerar um produto com características
adequadas após o cozimento.
A utilização de fibras altera a absorção de água, além de gerar maior
perda de sólidos durante o cozimento. A utilização de corantes naturais na
formulação promove maior homogeneidade no macarrão e menor
descoramento durante o cozimento.
É importante que as etapas de secagem sejam realizadas de forma
adequada, sem alterações bruscas de temperatura e umidade relativa para que
não ocorram defeitos como é o caso das trincas no macarrão
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHANG,Y.K.;MARTÍNEZ, H. E. Qualidade Tecnológica de massas alimentícias
frescas elaboradas de semolina de trigo durum (t. durum l.) e farinha de trigo (t.
aestivum l.). Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 24(4): 487-493, out.-dez. 2004.
Disponivel em <http://www.scielo.br/pdf/cta/v24n4/a02v24n4.pdf> Acessado
em: 07 de dezembro de 2013
Regulamento técnico de identidade e qualidade da farinha de trigo.
Disponível em:
<http://www.cidasc.sc.gov.br/classificacao/files/2012/08/Instru
%C3%A7%C3%A3o-Normantiva-08-Farinha-de-trigo-Norma.pdf> Acessado
em: 07 de dezembro de 2013
CHANG, Y. K. Efeito da radiação gama e radiação infravermelha na vida de prateleira e nas características tecnológicasa da farinha de trigo integral e no pão de forma integral.Disponivel em <http://www.bv.fapesp.br/pt/auxilios/23361/efeito-da-radiacao-
gama-e-radiacao-infravermelha-na-vida-de-prateleira-e-nas-caracteristicas-
tecnolo/> Acessado em : 07 de dezembro de 2013
LOMBARDI, S. Controle de qualidade para indústria de massas alimentícias. São Paulo, Granotec do Brasil, 17p. 1995.
Anotações de aula. TAL 439. Monica Pirozi
Anotações de aula. TAL 439.Antonio Maradini Filho