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Relatório Agrupamento de Escolas Daniel Sampaio ALMADA AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS Área Territorial de Inspeção do Sul 2015 2016

Relatório Agrupamento de Escolas Daniel Sampaio ALMADA · Jardins de Infância e Escolas . EPE 1.º CEB2.º 3.º SEC ... a população escolar totaliza 2724 crianças e alunos: 224

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Relatório Agrupamento de Escolas Daniel Sampaio ALMADA

AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS

Área Territorial de Inspeção do Sul

2015 2016

Agrupamento de Escolas Daniel Sampaio – ALMADA

CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO

Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB SEC Escola Secundária Daniel Sampaio, Sobreda, Almada • • Escola Básica de Vale Rosal, Vale Fetal, Almada • • • Escola Básica de Marco Cabaço, Charneca de Caparica, Almada • Escola Básica n.º 2 de Vale de Figueira, Vale Fetal, Almada • Escola Básica Presidente Maria Emília, Charneca de Caparica, Almada • • Jardim de Infância de Marco Cabaço, Charneca de Caparica, Almada • Jardim de Infância de Vale Rosal, Almada •

Agrupamento de Escolas Daniel Sampaio – ALMADA

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1 – INTRODUÇÃO A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de avaliação em junho de 2011.

A então Inspeção-Geral da Educação foi incumbida de dar continuidade ao programa de avaliação externa das escolas, na sequência da proposta de modelo para um novo ciclo de avaliação externa, apresentada pelo Grupo de Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de março). Assim, apoiando-se no modelo construído e na experimentação realizada em doze escolas e agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver esta atividade consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de janeiro.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do Agrupamento de Escolas Daniel Sampaio – Almada, realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 1 e 4 de fevereiro de 2016. As conclusões decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, em especial da sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso académico dos alunos, das respostas aos questionários de satisfação da comunidade e da realização de entrevistas.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente e consolide a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este documento um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e áreas de melhoria, este relatório oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de ação para a melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa visitou a escola- -sede do Agrupamento, o Jardim de Infância de Marco Cabaço e as escolas básicas de Vale Rosal, de Marco Cabaço, n.º 2 de Vale Figueira e Presidente Maria Emília, esta última, também, com jardim de infância.

A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níveis de classificação dos três domínios

EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em campos relevantes.

MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes.

BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.

SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola.

INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto muito aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.

O relatório do Agrupamento e o contraditório apresentado no âmbito da Avaliação Externa das Escolas 2015-2016 estão disponíveis na página da IGEC.

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2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO O Agrupamento de Escolas Daniel Sampaio foi criado em abril de 2013, em resultado da agregação entre a escola secundária com 3.º ciclo do ensino básico com aquela mesma designação e o Agrupamento de Escolas de Vale Rosal e situa-se no concelho de Almada, distrito de Setúbal. É constituído por sete estabelecimentos de educação e ensino, três deles com jardim de infância, sendo a Escola Secundária Daniel Sampaio a sede. Tem em funcionamento uma unidade de apoio especializado para a educação de alunos com multideficiência e surdocegueira congénita e duas de ensino estruturado para a educação de alunos com perturbações do espetro do autismo.

As avaliações externas realizadas, no âmbito do primeiro ciclo de avaliação, à Escola Secundária Daniel Sampaio e ao Agrupamento de Escolas de Vale Rosal ocorreram, respetivamente, em 2008 e em 2010.

No presente ano letivo, a população escolar totaliza 2724 crianças e alunos: 224 na educação pré-escolar (nove grupos), 658 no 1.º ciclo do ensino básico (27 turmas), 417 no 2.º ciclo (16 turmas, duas com ensino especializado da música, em regime articulado), 731 no 3.º ciclo (28 turmas, das quais uma com percurso curricular alternativo e cinco com ensino especializado da música), 578 nos cursos científico-humanísticos do ensino secundário (21 turmas) e 116 nos cursos profissionais (seis turmas).

O Agrupamento é frequentado por 4% de alunos estrangeiros. Relativamente à ação social escolar, 77% não beneficiam de auxílios económicos. No que respeita às tecnologias de informação e comunicação, 88% e 97% dos alunos do ensino básico e do secundário, respetivamente, possuem computador e ligação à internet.

No que concerne às habilitações dos pais e das mães dos alunos, os dados indicam que, no ensino básico, 28% têm formação de grau superior e 29% de nível secundário, enquanto no ensino secundário as percentagens são de 31% e 32%, respetivamente. Quanto à sua ocupação profissional, 32% no ensino básico e 50% no secundário exercem atividades de nível superior e intermédio.

Dos 214 docentes que desempenham funções no Agrupamento, 89% pertencem aos quadros e, também, apresentam uma experiência profissional correspondente a 10 ou mais anos. No que respeita aos 88 trabalhadores não docentes, um chefe dos serviços de administração escolar, 10 assistentes técnicos, 68 assistentes operacionais e um técnico superior (psicóloga), 47% possuem 10 ou mais anos de experiência.

No ano letivo de 2013-2014, para o qual há indicadores contextualizados cedidos pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, o Agrupamento, quando comparado com as restantes escolas públicas, apresenta valores de variáveis de contexto bastante favoráveis, embora não seja dos mais favorecidos. Refere-se, em particular, a percentagem dos alunos que não beneficiam dos auxílios económicos da ação social escolar, a média do número de anos de habilitação das mães e dos pais, bem como a percentagem de docentes do quadro dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário.

3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação formula as seguintes apreciações:

3.1 – RESULTADOS

RESULTADOS ACADÉMICOS

Tendo em conta os modelos para comparação estatística dos resultados académicos, e considerando o ano letivo de 2013-2014, as taxas de conclusão, quando comparadas com as dos agrupamentos com

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valores análogos nas variáveis de contexto, apresentam-se acima dos valores esperados nos 4.º e 6.º anos de escolaridade, enquanto no 9.º se posicionam em linha e no 12.º ano aquém. Analisados os dados obtidos no ano letivo anterior (2012-2013), conclui-se que não houve alterações significativas no que respeita ao 12.º ano, mantendo-se aquém do esperado, enquanto no 9.º ano se regista uma ligeira melhoria e nos 4.º e 6.º anos, uma estabilização, com valores que continuaram acima dos esperados.

Nas provas de avaliação externa, os resultados obtidos na disciplina de português ficaram aquém dos valores esperados no 9.º e no 12.º ano, conservando-se a situação encontrada, em 2012-2013, de elevado afastamento face ao expectável, sobretudo no último ano de escolaridade. Nos 4.º e 6.º anos, em 2013-2014, mantêm-se os valores em linha observados no ano letivo anterior, indiciando alguma consistência.

Na disciplina de matemática, em 2013-2014, os desempenhos dos alunos posicionam-se aquém dos valores esperados no 9.º ano, em linha nos 4.º e 6.º anos e acima no 12.º ano. Reportando ao ano letivo antecedente, verifica-se um decréscimo nos 4.º e 6.º anos, a continuidade no 9.º ano e uma melhoria bastante acentuada no 12.º ano.

Na disciplina de história do 12.º ano, em 2013-2014, os valores situam-se em linha com o esperado, regredindo face ao ano anterior, em que se encontravam acima.

Decorrente da anterior análise, conclui-se que, globalmente, os resultados alcançados apresentam-se em linha com os valores esperados. Todavia, sobretudo nos 9.º e 12.º anos, os dados revelam inconsistência, não tendo sido atingida uma melhoria sustentada, confirmando-se, de uma forma geral, as tendências que se delineavam nos anos letivos de 2010-2011 e de 2011-2012, nas unidades orgânicas que deram origem ao Agrupamento. Tendo em conta que as variáveis do contexto são bastante favoráveis, afigura-se fundamental desencadear uma reflexão mais aprofundada sobre os fatores de insucesso académico e sobre as estratégias em curso, de modo a alcançar um progresso consolidado dos desempenhos dos alunos, em particular no 3.º ciclo e no ensino secundário.

Na educação pré-escolar, as práticas assentam tanto na avaliação diagnóstica como na contínua, obtendo-se, assim, a informação necessária ao conhecimento dos progressos das crianças e às eventuais adequações metodológicas. Os educadores comunicam, periodicamente, aos encarregados de educação a evolução das aprendizagens dos respetivos educandos, o que promove o seu envolvimento no processo educativo.

O curso profissional terminado em 2013-2014 alcançou uma taxa de conclusão de 80%, enquanto os finalizados em 2014-2015 obtiveram 68% e 80%. Estes resultados mostram-se, de modo global, médio-altos, indicando que ainda há um trabalho a realizar, por forma a serem atingidos níveis de sucesso mais próximos da plenitude.

No que respeita às taxas de abandono escolar, nos 2.º e 3.º ciclos verificou-se, em 2014-2015, um aumento ligeiro relativamente a 2013-2014, persistindo valores, respetivamente, de 2% e de 6%, nos 5.º e 7.º anos de escolaridade. No ensino secundário constata-se, naqueles dois anos letivos, uma estabilização, situando-se em 1%. Releva-se a inexistência de abandono no 1.º ciclo, no último triénio.

RESULTADOS SOCIAIS

Existem evidências nos documentos estruturantes, nomeadamente no projeto educativo, de que o desenvolvimento cívico assume um lugar de destaque no trabalho realizado com as crianças e os alunos. De facto, são tidos em consideração aspetos como a integração social, a responsabilidade, a partilha e cooperação, a solidariedade e a equidade, o que demonstra que o Agrupamento está atento às questões relacionadas com a formação pessoal e social. Na oferta complementar dos 2.º e 3.º ciclos é facultada a disciplina de cidadania, onde muitos daqueles valores são tratados. Nesta, as aulas constituem-se como espaços privilegiados para aquela abordagem, mas o recurso ao formato de assembleias de turma não é suficientemente explorado.

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Na generalidade os alunos revelam conhecer as regras estabelecidas. No entanto, e embora pontuais, persistem algumas situações perturbadoras do desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem, sobretudo no 3.º ciclo, e mais concretamente no 7.º ano, onde a percentagem das medidas disciplinares sancionatórias aumentou de 4%, em 2013-2104, para 5%, em 2014-2015.

A questão da indisciplina foi objeto de análise recente pela equipa de autoavaliação, pelo que estão identificados os anos de escolaridade e as turmas onde a frequência das ocorrências é mais elevada. Decorrente desse conhecimento o combate a estas situações concretiza-se através de estratégias diversificadas, que envolvem maior corresponsabilização dos pais e encarregados de educação, tutorias, o Gabinete de Apoio ao Aluno e o Gabinete de Ação e Intervenção que atuam ao nível da prevenção e do acompanhamento de situações de risco, podendo envolver um trabalho coordenado com as famílias, os docentes, a direção e eventuais parceiros externos, como a equipa de Saúde Escolar.

A participação ativa dos alunos, na tomada de decisões, não se apresenta ainda como uma prática relevante. Não é incentivada a presença dos delegados e subdelegados nos conselhos de turma, nem a realização de reuniões entre eles como forma de os envolver no quotidiano escolar e estimular uma cidadania mais responsável e interventiva. A existência de uma associação de estudantes é uma tradição na escola-sede, encontrando-se a atual a fazer o levantamento de sugestões de melhoria para o funcionamento do Agrupamento para serem objeto de análise pela direção. Preveem, igualmente, dinamizar torneios desportivos interturmas. Contudo, ainda não tem uma ação suficientemente alargada às outras unidades, nomeadamente à Escola Básica de Vale Rosal.

A dinamização de atividades promotoras de ações educativas de solidariedade, de entreajuda e de inclusão social é uma vertente muito valorizada e que tem tido reflexos positivos na formação integral dos alunos. Estes são envolvidos, frequentemente, em projetos de voluntariado para recolha de alimentos, roupas e tampas de plástico, a favor de famílias carenciadas e no âmbito das ações da Fundação Make a Wish e dos clubes Revestir e Repartir, entre outros. Existem também iniciativas de partilha intergeracional, como Um Gesto Por Ti, que incluem visitas a lares de terceira idade.

A implementação do projeto Embaixadores da Saúde concorre para a sensibilização aos estilos de vida saudável, no entanto, importa que o Programa de Educação para a Saúde, pela sua abrangência, seja relançado e adquira o seu efetivo lugar na formação das crianças e dos jovens.

O Agrupamento não dispõe de mecanismos formais e intencionais que lhe permitam conhecer o percurso dos seus alunos, após a conclusão do 12.º ano de escolaridade e saber o impacto do serviço prestado, com vista a eventuais reajustamentos.

RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE

A análise das respostas aos questionários aplicados, no âmbito do presente processo de avaliação externa, a alunos, a pais e encarregados de educação e a trabalhadores, permite constatar que o grau de satisfação é globalmente elevado, nomeadamente no que respeita à liderança, à segurança, à abertura ao exterior, ao bom ambiente, ao conhecimento das regras de funcionamento e dos critérios de avaliação, à disponibilidade da direção e dos diretores de turma e ao facto de os professores tratarem os alunos com respeito. Os docentes e não docentes manifestam gostar de trabalhar no Agrupamento. Contudo, os alunos dos ensinos básico e secundário revelam-se menos agradados, evidenciando menor concordância com as questões relacionadas com os problemas de indisciplina, o acolhimento das suas sugestões, o ambiente de tranquilidade e respeito, o uso da biblioteca, a utilização do computador, o conforto das salas de aula e a participação em clubes.

As entrevistas reiteraram os resultados dos questionários, tendo, contudo, os alunos particularizado que as situações de indisciplina que existem não são graves e estão a ser tratadas e que as bibliotecas se

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encontram bem apetrechadas, dinamizam diversas iniciativas e são muito usadas para trabalhos de pesquisa e para requisição de livros.

O Agrupamento possui uma boa imagem no meio, o que se reflete favoravelmente na sua capacidade de atração. Para tal concorrem a qualidade do ambiente escolar, a segurança, a inclusão e a diversidade da oferta educativa. De facto, a disponibilização de atividades de animação e apoio à família nos jardins de infância e da componente equivalente no 1.º ciclo, dinamizadas, conjuntamente, com as associações de pais e encarregados de educação e a Câmara Municipal de Almada, é um aspeto que importa realçar positivamente, por responder às necessidades da comunidade. Algumas daquelas associações são ainda promotoras das atividades de enriquecimento curricular do 1.º ciclo nas escolas básicas Presidente Maria Emília e de Vale Rosal e, nesta última, de uma Sala de Estudo que promove a ocupação de tempos livres para alunos do 2.º ciclo e do 7.º ano de escolaridade. A oferta de variados clubes, bem como do Desporto Escolar, com diversas modalidades como sejam badminton, futsal, basquetebol, voleibol e xadrez, confere, igualmente, grande visibilidade ao trabalho realizado.

É, também, de realçar a abertura da comunidade evidenciada pelo contributo que dá para o desenvolvimento pessoal e laboral dos jovens dos cursos profissionais, com percursos curriculares alternativos e com planos individuais de transição para a vida pós-escolar, aos quais proporciona formação em contexto de trabalho ou experiência vocacional.

Para aumentar as expetativas, promovendo o estímulo e o reconhecimento do trabalho, foram instituídos os quadros de mérito e de excelência, visando distinguir os alunos quer na área académica, quer também nas vertentes artística, desportiva, de cidadania e de solidariedade, sendo os estudantes premiados em cerimónia aberta à comunidade escolar, onde o patrono está presente, constituindo um elemento unificador e identitário.

Em conclusão, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Resultados.

3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO

PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO

Os documentos de planeamento encontram-se articulados entre si na prossecução da missão, visão, valores e objetivos estratégicos estabelecidos no projeto educativo. O plano de estudos permite uma perspetiva integradora do desenvolvimento do currículo. O plano anual de atividades integra ações de âmbito humanístico, literário, científico, artístico e desportivo que propiciam a contextualização do currículo, tais como visitas ao Museu da Cidade e ao Centro de Arqueologia de Almada, à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, aos mercados locais, bem como sessões alusivas ao património da Charneca de Caparica. Deste modo, os pontos fracos assinalados nas anteriores avaliações externas, relativos aos documentos de planeamento e gestão curricular, encontram-se superados.

No âmbito do incremento da articulação vertical têm sido implementadas diversas ações constantes do plano anual de atividades, com ênfase nas dinamizadas pelas bibliotecas e nas visitas das crianças e dos alunos às diversas escolas. A oferta complementar de iniciação à programação, de oficiniTICar e as atividades de enriquecimento curricular no 1.º ciclo, bem como as coadjuvações, em sala de aula, que envolvem professores de vários níveis de ensino, também, concorrem para aquele objetivo. A realização de reuniões periódicas, entre docentes, para transmissão de informação sobre os percursos escolares das crianças e dos alunos revela-se igualmente pertinente para um processo de transição mais harmonioso.

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Afigura-se, não obstante, como primordial, a exploração de uma lógica mais coerente de articulação vertical, intra e interdisciplinar, de modo a garantir uma sequência progressiva de objetivos, de programas e de metodologias para que cada nível complemente, amplie e aprofunde o antecedente, concorrendo para a unidade global da educação e do ensino básico e secundário.

Numa vertente horizontal, registam-se algumas evidências de articulação, em conselho de docentes/ turma, na programação de visitas de estudo e de atividades pluridisciplinares, por exemplo. Todavia, a inexistência de planos e programas próprios adaptados às características das turmas, no ensino básico, contemplando, designadamente, a diferenciação pedagógica e a interdisciplinaridade, dificulta a visão integrada do investimento realizado e a avaliação das estratégias de concretização e de desenvolvimento do currículo.

Os docentes efetuam um trabalho colaborativo nas reuniões de departamento curricular, de grupo de recrutamento e de ano de escolaridade, procedendo à elaboração de planificações, à definição de estratégias, à identificação de atividades para o plano anual e à partilha de materiais didáticos e de experiências pedagógicas, bem como de instrumentos de avaliação, sendo uma prática a realçar pela positiva.

PRÁTICAS DE ENSINO

Recolheram-se evidências do desenvolvimento de algumas práticas de diferenciação pedagógica, com recurso, por exemplo, ao ensino individualizado e ao trabalho a pares. Contudo, a diversificação e a generalização de metodologias destinadas a adequar o ensino às capacidades e aos ritmos de aprendizagem apresentam-se como uma área a melhorar, não tendo sido totalmente superados os pontos fracos identificados, sobre esta matéria, nas anteriores avaliações externas.

O Agrupamento presta uma resposta adequada aos alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente. A sua inclusão resulta de um trabalho articulado entre docentes titulares/ diretores de turma, professores da educação especial, psicóloga, assistentes operacionais, pais e encarregados de educação e vários técnicos, pertencentes a entidades parceiras, nomeadamente o Centro de Recursos para a Inclusão da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Lisboa e o Centro de Desenvolvimento Torrado da Silva, do Hospital Garcia de Orta. De sublinhar, igualmente, a oferta de escola em áreas como cienTICcar e multiexpressões, da modalidade desportiva de boccia e de vários clubes que enriquecem a formação integral destes jovens. Os dados relativos às taxas de sucesso dos programas educativos individuais implementados, no último biénio, 2013-2014 e 2014-2015, evidenciam valores afastados do sucesso pleno, especialmente nos 2.º, 7.º, 8.º e 10.º anos de escolaridade, o que indicia a necessidade de alguma reflexão neste campo.

O método de ensino demonstrativo é o mais utilizado, seguido do expositivo e do ativo, de acordo com os dados constantes do projeto educativo. Há um trabalho a desenvolver nesta matéria, por forma a minimizar aquela tendência. Além disso, não obstante os estabelecimentos de educação e ensino estarem, na generalidade, apetrechados com equipamentos e materiais adequados para o ensino das ciências e duas escolas possuírem laboratórios/salas específicas bem equipados, recolheram-se evidências de que as componentes laboratorial, experimental e de campo não assumem um carácter regular e sistemático, à exceção do ensino secundário, o que não promove o desenvolvimento da literacia científica. Mesmo assim, são dinamizadas algumas atividades que incutem nos alunos o gosto pela ciência, designadamente a Feira dos Minerais e Fósseis, o Dia dos Laboratórios de Química, Física e Biologia, as visitas ao Dia Aberto da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e a centros de Ciência Viva. O Agrupamento participa, ainda, nas Olimpíadas da Biologia e Geologia e proporciona os clubes do Ambiente, da Robótica e o Biomuseu.

A dimensão artística/cultural está patente em iniciativas efetuadas, nomeadamente, no Atelier de Expressão Dramática, na participação em concursos como por exemplo Arte e Criatividade, nas

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exposições frequentes feitas nas bibliotecas, nos workshops, ateliês e peças de teatro, nos clubes Europeu, de Francês – Francofolies e de Xadrez, entre outras. De realçar, ainda, que as atividades de enriquecimento curricular no 1.º ciclo contemplam áreas como a música, as expressões plástica e dramática e a oficina de teatro, para além de existir o ensino especializado da música, em regime articulado, nos 2.º e 3.º ciclos.

As bibliotecas escolares são muito procuradas por alunos e professores, quer para trabalhos de pesquisa, quer para o estudo autónomo. São espaços com boas condições e constituem-se como dinamizadores de aprendizagens onde são desenvolvidas atividades variadas, devidamente enquadradas no plano anual e em consonância com o projeto educativo, como a Feira do Livro, o encontro com escritores, as exposições temáticas, os concursos, entre outras. Destaque também para o projeto interdisciplinar Um Livro Um Mundo, o Portefólio de Leituras e o Bibliblogue.

No âmbito das tecnologias de informação e comunicação os estabelecimentos escolares encontram-se razoavelmente equipados. A maioria dos docentes utiliza estes recursos para o desenvolvimento das aprendizagens, designadamente os videoprojetores, e disponibiliza aos alunos materiais e informações na plataforma moodle. O uso do programa TProfessor, de blogues e do correio eletrónico facilita a circulação da informação. No entanto, os quadros interativos encontram-se subaproveitados, verificando-se algumas exceções, sobretudo na disciplina de matemática.

O Agrupamento não tem instituídos procedimentos intencionais e sistemáticos que permitam um efetivo conhecimento das práticas implementadas, em sala de atividades/aula, com vista ao desenvolvimento profissional dos docentes e à melhoria dos resultados escolares. A existência de coadjuvações, em algumas disciplinas, tem proporcionado um clima de abertura e uma oportunidade de partilha de metodologias. Esta situação poderia ser explorada como ponto de partida para a concretização do acompanhamento e supervisão da prática letiva prevista no quadro de referência da autoavaliação.

MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS

Os critérios gerais de avaliação e de classificação encontram-se definidos no plano de estudos e desenvolvimento do currículo e os específicos, por disciplina, nos documentos dos departamentos curriculares, constituindo um referencial para a concretização deste processo. Contudo, neste âmbito, seria de harmonizar, numa perspetiva vertical globalizante e, em particular, na construção da literacia científica, a inter-relação entre o saber, o saber fazer e o saber estar, com vista à melhoria da coerência das práticas avaliativas, entre níveis e ciclos de ensino.

O recurso à avaliação formativa assume alguma importância como veículo informativo dos alunos, acerca do estádio das suas aprendizagens, e para os docentes como regulador da prática educativa. No entanto, impõe-se adotar um carácter mais generalizado, sistemático e contínuo e conciliar, de forma intrínseca, com as restantes modalidades, contribuindo para a qualidade do sucesso académico.

A fiabilidade e a validade dos instrumentos de avaliação têm sido alvo de análise e de reflexão. De facto existem práticas colaborativas de construção de testes diagnósticos e sumativos comuns, com especial destaque para o 1.º ciclo. Todavia, a construção de matrizes para calibrar e aferir os instrumentos e a partilha de correção destes são dinâmicas que apresentam margem para progressos, com vista a um incremento do rigor e da transparência.

Os vários órgãos e estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica efetuam, periodicamente, a análise dos resultados escolares. Esse trabalho tem permitido a implementação de algumas medidas de promoção do sucesso escolar, tais como a constituição de grupos temporários de homogeneidade relativa a português e a matemática, nos 6.º e 9.º anos, as coadjuvações no 1.º ciclo e a inglês no 8.º ano, o reforço curricular a matemática A do 10.º ano, o Gabinete de Apoio a Exames, os apoios educativos, as tutorias, entre outras.

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No que respeita aos planos de acompanhamento pedagógico implementados, os dados estatísticos disponíveis para o último biénio, 2013-2014 a 2014-2015, revelam taxas médias de sucesso elevadas no 1.º ciclo (91% e 90%), quando comparadas com as do 2.º ciclo (80% em ambos) e as do 3.º ciclo (70% e 79%). A mesma situação se verifica quanto aos apoios educativos prestados, ao longo daquele período. No que concerne às tutorias, constatam-se, no último ano letivo, percentagens baixas de 50% no 6.º ano e de 40% no 9.º ano. Os valores apresentados suscitam a necessidade de reflexão sobre a eficácia do diagnóstico e das estratégias usadas.

No âmbito da prevenção e da resolução dos casos de absentismo e de abandono escolar é concretizado um trabalho de articulação entre os elementos da direção, os docentes titulares/diretores de turma, os pais e encarregados de educação, os tutores, os serviços de psicologia e orientação, os gabinetes de Acompanhamento e Intervenção e de Apoio ao Aluno, em estreita colaboração com diversas entidades, como a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens e a Escola Segura. A diversidade da oferta educativa constitui outra forma de combate às situações de risco.

Em conclusão, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo.

3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO LIDERANÇA

O Agrupamento tem dirigido a sua ação educativa, de acordo com a visão estratégica patente nos documentos orientadores, nomeadamente no projeto educativo, cujo tema é Saber(es) em Rede. Assenta na construção de uma escola com identidade própria, que fomenta a autonomia, a cidadania, a criatividade, o espírito crítico e a aquisição de novos conhecimentos, onde os alunos aprendem a ser, trabalhar, respeitar e valorizar o outro e o planeta em que vivem. As três áreas de intervenção prioritárias (Gestão Organizacional e Administrativa, Gestão Científica e Pedagógica e Escola e Comunidade – Relações Internas e Externas) encontram-se, também, enquadradas naquele âmbito.

As metas e os indicadores de medida constantes no projeto educativo, são, maioritariamente, claros e coerentes. Contudo, alguns daqueles carecem de aperfeiçoamento, de forma a facilitar a avaliação.

O conselho geral tem contribuído para o desenvolvimento organizacional, no cumprimento das competências que lhe estão cometidas.

A diretora revela estar atenta aos problemas, sabe gerir conflitos, é acessível e mostra disponibilidade para ouvir opiniões e sugestões, quer dos seus pares, quer de outros elementos da comunidade educativa. Delega competências e partilha responsabilidades mas sem deixar de exercer uma gestão assertiva e de proximidade, o que contribui para que a sua liderança seja positivamente reconhecida. A sua equipa evidencia ser um grupo coeso, empenhado e dedicado. É de realçar o trabalho já efetuado em prol da melhoria institucional e da construção da identidade do Agrupamento.

As lideranças intermédias têm assumido um papel fundamental na adaptação à mudança resultante do processo de agregação. Contudo, a sua ação poderá ser mais alargada, no sentido da mobilização para as novas dinâmicas que se impõem, nomeadamente, na prestação do serviço educativo, com vista à consecução das finalidades enunciadas nos documentos orientadores.

Recolheram-se evidências da existência de um bom ambiente de trabalho com repercussão positiva na motivação do pessoal docente e não docente e favorável à cimentação da cultura do Agrupamento.

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Têm sido desenvolvidos projetos e celebrados protocolos e parcerias com entidades diversas que contribuem para a melhoria da qualidade do ensino. A título de exemplo, realçam-se a adesão a projetos internacionais como o Comenius, o Programa da Organização dos Estados Ibero-Americanos e os intercâmbios mantidos com escolas da Bélgica, da Holanda e da Hungria, que têm tido um impacto favorável na formação dos jovens. Quanto às parcerias, destacam-se, além das já referidas, as estabelecidas com a Câmara Municipal de Almada, a União de Juntas de Freguesia de Charneca de Caparica e Sobreda, a Academia de Música de Almada, as universidades e institutos politécnicos e superiores, a Escola Naval, o Centro Social e Paroquial de Vale Figueira, a Universidade Sénior de Almada (USALMA), entre outras.

Procura-se envolver os pais e encarregados de educação na vida escolar convidando-os para várias iniciativas como a receção aos alunos, as festividades natalícias, o desfile de Carnaval, as atividades diversas em sala de atividades/aula, a Feira do Livro, a Semana Cultural, a cerimónia realizada no âmbito do quadro de mérito e de excelência, o Dia da Escola/Dia do Agrupamento e a festa de encerramento do ano letivo, entre outras. No entanto, a presença daqueles elementos nas reuniões com os professores titulares/diretores de turma, no último biénio, atinge 100% no 1.º ciclo mas varia entre os 48% e os 76% nos 2.º e 3.º ciclos e entre os 62% e os 76% no ensino secundário, o que indicia haver ainda algum trabalho a fazer para incentivar um maior acompanhamento dos educandos.

Existe um bom aproveitamento e adequação dos espaços em todos os estabelecimentos de educação e ensino, com especial relevo para as escolas de Vale Rosal e Daniel Sampaio, no sentido de minimizar os efeitos da sobrelotação.

GESTÃO

Foram definidos critérios para a formação de grupos e de turmas, a elaboração de horários dos alunos e a distribuição do serviço docente, assegurando-se a predominância de princípios de natureza pedagógica.

Na constituição de turmas há uma especial atenção à continuidade das crianças/alunos no mesmo grupo, salvo indicação em contrário, e à distribuição equilibrada dos retidos e dos géneros. É ainda evidenciado o respeito pelas condições de aprendizagem dos que têm necessidades educativas especiais. Na elaboração dos horários é tida em conta, no caso dos 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário, a concentração máxima das atividades escolares num só turno do dia, preferencialmente de manhã. Estes aspetos concorrem para a qualidade do ambiente educativo.

Na distribuição de serviço docente é privilegiada a continuidade das equipas pedagógicas e dos cargos de diretor de turma e de coordenador de curso, o que potencia a interação com as famílias.

A gestão dos trabalhadores não docentes, na escola-sede e na Escola Básica de Vale Rosal, está a cargo das respetivas coordenadoras (técnica e operacional), em articulação com a direção. Nos jardins de infância e escolas básicas do 1.º ciclo é o coordenador de estabelecimento que distribui o serviço e faz a supervisão daqueles profissionais. Procura-se, assim, a segurança e o bem-estar das crianças e dos alunos, bem como a satisfação dos trabalhadores, atendendo à rentabilização das competências de cada um.

É feito o levantamento das necessidades de formação e elaborado o respetivo plano, tendo sido desenvolvidas algumas iniciativas em colaboração com o Centro de Formação AlmadaForma e outras instituições, e com os recursos internos. No último triénio, as ações frequentadas pelos docentes incidiram em áreas diversificadas, focando aspetos didáticos e pedagógicos e, também, a utilização do programa TProfessor, entre outros. Quanto ao pessoal não docente, foram desenvolvidas ações relacionadas com “Suporte Básico de Vida” e “Integração de Alunos com Necessidades Educativas Especiais”. Apesar de não haver mecanismos instituídos que permitam avaliar o impacto deste

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investimento no desempenho dos profissionais, alguns dos entrevistados referiram ter sido bastante positivo.

Ao nível dos recursos materiais coexistem instalações modernas, aprazíveis e confortáveis com outras cuja construção é mais antiga, se bem que não ponham em causa o desenvolvimento do currículo. Estão em funcionamento três bibliotecas, bem equipadas e integradas na rede nacional. Nas restantes escolas e jardins de infância há espaços adaptados com livros e diverso material didático. Existem equipamentos informáticos em todos os estabelecimentos de educação e ensino. Contudo, é de realçar negativamente o facto de, em especial no 1.º ciclo, alguns computadores e quadros interativos se encontrarem inoperacionais e, como tal, os alunos e docentes não poderem usufruir das suas potencialidades.

Os circuitos e dispositivos de comunicação interna e externa funcionam satisfatoriamente. Realça-se a importância do uso do correio eletrónico entre docentes e entre estes e os alunos e os pais e encarregados de educação, o recurso à plataforma moodle, ao programa TProfessor e ao Facebook. A página institucional, que inclui o jornal online, apresenta um design que facilita o acesso e a consulta da informação a toda a comunidade educativa. Não obstante, estes mecanismos constituem uma área que pode ser objeto de melhorias, tal como decorre das conclusões da análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats) efetuada.

AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA

As anteriores avaliações externas realizadas na Escola Secundária Daniel Sampaio (2008) e no Agrupamento de Escolas de Vale Rosal (2010) sinalizavam, no primeiro caso, práticas consolidadas no processo autoavaliativo mas, neste último, fragilidades ao nível dos planos de ação de melhoria e nos ciclos de autorregulação. Os procedimentos, de uma forma geral, mantiveram-se até à agregação mas, após esta, a diretora investiu no aperfeiçoamento daqueles, tendo sido criada uma equipa, de docentes e não docentes, responsável por efetuar o diagnóstico da nova realidade e produzir informação que norteasse uma estratégia de ação.

O trabalho da referida equipa baseou-se, entre outros, no tratamento das respostas a inquéritos aplicados a alunos e aos trabalhadores e na análise de dados estatísticos dos resultados escolares. A matriz SWOT permitiu identificar pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças. Este trabalho teve impacto na elaboração do projeto educativo.

O relatório de autoavaliação produzido em 2014-2015 considera, entre outros, dados estatísticos sobre resultados de exames nacionais, coortes, estudos sobre a qualidade do sucesso e a frequência de ocorrência de indisciplina.

A equipa criou, igualmente, um quadro de referência para a implementação interna do processo, no período de 2014-2018, que tem em conta os resultados, a prestação do serviço educativo e a liderança e gestão. Os indicadores, bem como os instrumentos de recolha de evidências apresentados para cada campo de análise e respetivos referentes são, de um modo geral, pertinentes. Mesmo assim, para os indicadores, há casos que carecem de uma melhoria na sua qualidade, dado que alguns não são mensuráveis. Para os segundos, importa alargar a diversidade, a fim de se garantir a triangulação da informação e aumentar a fiabilidade e a consistência das práticas autoavaliativas.

Além disso, a formulação de juízos sobre a qualidade do trabalho realizado é um aspeto a aprofundar, uma vez que aquela é necessária para a tomada de decisões mais consistentes. Acresce que importa envolver e comprometer, de forma ainda mais aprofundada, a comunidade educativa, em geral, e as lideranças intermédias, em particular, na execução das propostas constantes do quadro de referência e elaborar, em consonância, planos de melhoria.

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As bases para um processo de autorregulação sistemático e consistente estão lançadas, perspetivando-se uma evolução sustentada do Agrupamento.

Em conclusão, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Liderança e Gestão.

4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:

Imagem de bom ambiente, de segurança e de inclusão, associada à diversidade da oferta educativa e de grande abertura e interação com o meio envolvente, o que se reflete positivamente na capacidade de atração;

Colaboração estreita com as associações de pais e encarregados de educação conducente a iniciativas promotoras da melhoria da qualidade do serviço prestado;

Articulação entre os documentos estruturantes, o que potencia a prossecução da missão, visão, valores e objetivos estratégicos estabelecidos no projeto educativo;

Desenvolvimento de projetos, clubes e concursos que integram componentes culturais e artísticas, o que converge para o enriquecimento do currículo e para a formação integral dos alunos;

Ação dinamizadora dos espaços das bibliotecas que concorrem para o desenvolvimento de atividades articuladas com diversas disciplinas e para o estudo autónomo dos alunos;

Exercício, pela diretora, de uma liderança de proximidade e de envolvimento dos vários intervenientes educativos, que fomenta a melhoria institucional e a construção de uma identidade de Agrupamento;

Mobilização dos recursos da comunidade educativa, consolidando-se uma rede de parcerias com contributos relevantes para o trabalho realizado.

A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus esforços para a melhoria são as seguintes:

Reflexão mais aprofundada sobre os fatores de insucesso académico e sobre as estratégias em curso, de modo a alcançar-se um progresso consolidado dos desempenhos escolares, em particular no 3.º ciclo e no ensino secundário;

Reforço do envolvimento e da participação dos alunos nas dinâmicas organizacionais, com vista ao exercício de uma cidadania mais ativa;

Intensificação dos processos de articulação vertical e horizontal do currículo, de modo a assegurar a sequencialidade das aprendizagens, bem como o desenvolvimento transversal de competências;

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Elaboração de planos e programas próprios de turma, enquanto meios de gestão do currículo, contemplando, entre outros, a diferenciação pedagógica, a interdisciplinaridade e concretizando a avaliação da sua eficácia;

Generalização das atividades laboratoriais, experimentais e de campo, com vista ao desenvolvimento da literacia científica;

Instituição de procedimentos generalizados de supervisão da prática letiva, em contexto de sala de atividades/aula, enquanto estratégia formativa para a melhoria das práticas implementadas;

Consolidação do processo de autoavaliação, criando planos de melhoria que permitam alcançar a sustentabilidade do progresso do Agrupamento.

24-06-2016 A Equipa de Avaliação Externa: António Frade, Carla Costa, Silvina Pimentel

Concordo.

À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.

A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Sul

Filomena Nunes Aldeias 2016-08-17

Homologo.

O Inspetor-Geral da Educação e Ciência

Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação

nos termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79, Série II, de 22 de abril de 2016