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Relatório Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos OEIRAS AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS Área Territorial de Inspeção do Sul 2016 2017

Relatório Agrupamento de Escolas de Paço de … de Escolas de Paço de Arcos O– EIRAS 2 2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO O Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos, localizado

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Relatório

Agrupamento de Escolas

de Paço de Arcos

OEIRAS

AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS

Área Territorial de Inspeção

do Sul

2016 2017

Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos – OEIRAS

CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO

Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB SEC

Escola Secundária Luís de Freitas Branco, Paço de Arcos,

Oeiras • •

Escola Básica Anselmo de Oliveira, Paço de Arcos, Oeiras •

Escola Básica Dionísio dos Santos Matias, Paço de Arcos,

Oeiras •

Escola Básica Maria Luciana Seruca, Paço de Arcos, Oeiras • •

Escola Básica de Paço de Arcos, Oeiras • •

Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos – OEIRAS

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1 – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação

pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a

avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos

jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de

avaliação em junho de 2011.

A então Inspeção-Geral da Educação foi

incumbida de dar continuidade ao programa de

avaliação externa das escolas, na sequência da

proposta de modelo para um novo ciclo de

avaliação externa, apresentada pelo Grupo de

Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de

março). Assim, apoiando-se no modelo construído

e na experimentação realizada em doze escolas e

agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da

Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver

esta atividade consignada como sua competência

no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de

janeiro.

O presente relatório expressa os resultados da

avaliação externa do Agrupamento de Escolas de

Paço de Arcos – Oeiras, realizada pela equipa de

avaliação, na sequência da visita efetuada entre

30 de janeiro e 2 de fevereiro de 2017. As

conclusões decorrem da análise dos documentos

fundamentais do Agrupamento, em especial da

sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso

académico dos alunos, das respostas aos

questionários de satisfação da comunidade e da

realização de entrevistas.

Espera-se que o processo de avaliação externa

fomente e consolide a autoavaliação e resulte

numa oportunidade de melhoria para o

Agrupamento, constituindo este documento um

instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao

identificar pontos fortes e áreas de melhoria,

este relatório oferece elementos para a

construção ou o aperfeiçoamento de planos de

ação para a melhoria e de desenvolvimento de

cada escola, em articulação com a administração

educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa visitou todas as

escolas do Agrupamento.

A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração

demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níveis de classificação dos três domínios

EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria

das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos

respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam

na totalidade dos campos em análise, em resultado de

práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e

eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em

campos relevantes.

MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto

consistente e acima dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

percursos escolares. Os pontos fortes predominam na

totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais generalizadas e eficazes.

BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha

com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e

dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes

nos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais eficazes.

SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens

e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco

consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas

da escola.

INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

muito aquém dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos

pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A

escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.

O relatório do Agrupamento apresentado no âmbito da

Avaliação Externa das Escolas 2016-2017 está disponível na página da IGEC.

Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos – OEIRAS

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2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

O Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos, localizado no concelho de Oeiras, resultou da agregação,

em 2012, da Escola Secundária Luís de Freitas Branco, atual escola-sede, com o anterior Agrupamento

de Escolas de Paço de Arcos, sujeitos à avaliação externa das escolas em maio de 2007 e abril/maio de

2010, respetivamente. Na sede funciona o Centro Qualifica e na Escola Básica Maria Luciana Seruca

existe uma unidade de apoio especializado para a educação de alunos com multideficiência e

surdocegueira congénita.

No ano letivo de 2016-2017, o Agrupamento totaliza 2774 crianças e alunos: 70 crianças na educação

pré-escolar (três grupos), 443 alunos no 1.º ciclo do ensino básico (19 turmas), 319 no 2.º (15 turmas),

659 no 3.º (28 turmas), 607 nos cursos científico-humanísticos do ensino secundário (23 turmas), 341 nos

cursos profissionais (16 turmas) e, ainda, 335 (14 turmas) que frequentam os cursos de educação e

formação de adultos, em regime noturno.

Verifica-se que 11,9% da população escolar são estrangeiros, provenientes maioritariamente do Brasil.

Quanto à ação social escolar, 73% dos alunos não beneficiam de auxílios económicos. Constata-se

através dos indicadores relativos às habilitações académicas, que 22% dos pais e das mães dos alunos

que frequentam o ensino básico e 16% o ensino secundário têm formação superior e que 22% no ensino

básico e 20% no ensino secundário têm formação de nível secundário. Quanto à sua ocupação

profissional, 26% do ensino básico e 23,3% do secundário exercem funções de nível superior e

intermédio.

O serviço educativo é assegurado por 276 docentes, dos quais 77,5% pertencem aos quadros. A

experiência profissional é muito significativa, pois 82,9% dos docentes lecionam há mais de 10 anos. O

pessoal não docente integra 59 assistentes operacionais, 12 assistentes técnicos e três técnicos

superiores (uma psicóloga e dois técnicos de orientação, reconhecimento e validação de competências).

De acordo com os dados de referência disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e

Ciência, relativos ao ano letivo de 2014-2015, o Agrupamento, quando comparado com as outras escolas

públicas, evidencia variáveis de contexto bastante favoráveis, embora não seja dos mais favorecidos.

Salientam-se a percentagem dos alunos que não beneficiam da ação social escolar e a média do número

de anos das habilitações dos pais e das mães.

3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e

tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação

formula as seguintes apreciações:

3.1 – RESULTADOS

RESULTADOS ACADÉMICOS

Na educação pré-escolar a análise dos progressos das crianças resulta de um processo contínuo de

observação das diferentes atividades da rotina diária, tendo em conta os critérios definidos. Esta

informação é partilhada trimestralmente com as famílias através de uma ficha que valoriza a

apreciação descritiva. É também realizada a análise global de cada grupo, onde se registam as

atividades concretizadas e as aprendizagens das crianças, numa abordagem integrada e globalizante

das diferentes áreas de conteúdo das orientações curriculares.

Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos – OEIRAS

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No ano letivo de 2014-2015, as taxas de conclusão do 6.º e do 9.º ano de escolaridade, quando

comparadas com as das escolas com variáveis de contexto análogo, situam-se acima dos valores

esperados, registando uma tendência de melhoria relativamente ao ano letivo precedente. No 4.º e no

12.º ano, contudo, os valores observados estão aquém dos esperados ao longo de todo o triénio de 2012-

2013 a 2014-2015.

Os resultados obtidos nas provas de avaliação externa de português, em 2014-2015, estão acima dos

valores esperados apenas no 4.º ano, ficando aquém dos mesmos nos demais anos terminais de ciclo. Tal

revela uma tendência de agravamento relativamente aos anos letivos anteriores, no 6.º e no 9.º ano.

No que respeita aos resultados de matemática, em 2014-2015, os valores observados estão acima dos

esperados no 4.º ano, mas situam-se aquém nos restantes anos de escolaridade. Esta situação reflete

dificuldades persistentes ao longo do triénio em análise, principalmente no 6.º, no 9.º e no 12.º ano. Os

resultados de história, no 12.º ano, estão aquém do valor esperado no último ano em apreço, ficando

acima do mesmo nos anos letivos de 2012-2013 e 2013-2014.

Relativamente às outras ofertas formativas, no triénio de 2013-2014 a 2015-2016, as taxas de sucesso

oscilam entre 74% e 89% nos cursos de educação e formação. As turmas com percursos curriculares

alternativos apresentam percentagens que se situam entre 69% e 100% e os índices de sucesso dos

cursos profissionais variam entre 7% e 72%. As condições que têm determinado estes resultados

merecem especial reflexão, com o propósito de serem identificadas as respetivas causas e desencadeadas

ações para incrementar o sucesso dos alunos que optam por este percurso formativo.

Efetivamente, nos anos letivos em análise, o Agrupamento apresenta variáveis de contexto favoráveis,

mas os resultados observados situam-se globalmente aquém dos valores esperados. Tal evidencia a

necessidade de maior adequação das estratégias implementadas para superar as dificuldades

identificadas, em particular, as persistentes, como é o caso dos resultados em matemática, mencionados

numa das anteriores avaliações externas, e que constituem um aspeto não superado.

O conselho pedagógico e demais estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica procedem

à análise sistemática dos resultados escolares, centrada na respetiva evolução, na qualidade do sucesso,

na comparação com as médias nacionais e com as metas estabelecidas no projeto educativo, de modo a

fundamentar novas propostas de ações de melhoria. Foi, portanto, aproveitada a oportunidade que

indicava numa das anteriores avaliações externas "A prática sistemática de recolha, debate/reflexão dos

resultados escolares dos alunos, com a consequente implementação de medidas de remediação".

Os fatores explicativos do insucesso apontados pelos docentes incluem, por exemplo, o contexto

sociofamiliar de parte da população discente, as dificuldades no domínio da língua portuguesa, a

extensão dos programas curriculares, a disparidade de percursos escolares em especial dos alunos que

integram o ensino secundário na escola-sede, bem como o comportamento desajustado de alguns,

sobretudo em fase inicial de adaptação ao Agrupamento. É dada menor ênfase aos aspetos intrínsecos

aos processos de ensino e de aprendizagem, não sendo suficientemente aprofundado o questionamento

sobre as práticas letivas, em sala de aula, de modo a permitir a identificação de dificuldades, em

particular as que são transversais, e a reforçar respostas concertadas.

De acordo com os dados veiculados pelo Agrupamento, no triénio de 2013-2014 a 2015-2016, as taxas de

abandono escolar são residuais no ensino básico (entre 0% e 1,5%). Embora sejam um pouco mais

acentuadas no ensino secundário, registam uma redução ao longo do período em análise (9,1%, 6,5% e

5,4%).

RESULTADOS SOCIAIS

Os alunos elegem os seus representantes para o conselho geral, bem como os delegados e subdelegados

que reúnem com regularidade em assembleia para discutir assuntos do seu interesse e que estabelecem

Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos – OEIRAS

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a ligação com os respetivos diretores e conselhos de turma. Participam igualmente na vida da escola no

âmbito da disciplina de CAT – cidadania e assembleia de turma, que constitui a oferta complementar

dos 2.º e 3.º ciclos, onde são incentivados a expor ocorrências que consideram relevantes e a debater

propostas de resolução dos problemas identificados.

As formas de auscultação instituídas constituem uma base importante para o desenvolvimento da

formação pessoal e social dos alunos, mas é ainda pouco visível o impacto das suas sugestões,

designadamente na melhoria das condições de ensino e de aprendizagem.

A associação de estudantes propõe-se dinamizar iniciativas variadas, tais como torneios desportivos,

atividades lúdicas e recreativas (desfiles de moda, concursos de talentos e culturais) e uma Feira de

Culturas que aborde a multiculturalidade que caracteriza o Agrupamento, na sua dimensão

socioeducativa. É de realçar o envolvimento dos alunos do curso profissional de Técnico de Apoio à

Gestão Desportiva na realização de vários eventos, como por exemplo o corta-mato, os torneios

desportivos de final de período letivo, o Dia da Escola Ativa e a Gala do Desporto Escolar. Convidados a

apresentar projetos suscetíveis de serem financiados pelo orçamento participativo da Câmara Municipal

de Oeiras, também têm vindo a ponderar quais se afiguram mais viáveis.

As crianças e os alunos são envolvidos em campanhas de caráter social e solidário que fomentam o

altruísmo e a entreajuda, no apoio a instituições e famílias carenciadas, tais como a recolha de

alimentos para o Banco Alimentar Contra a Fome, o projeto de apoio a crianças SOS-Haiti, o projeto Re-

food, o Pirilampo Mágico e os Torneios Solidários Interturmas.

No mesmo sentido, tem reflexos positivos na formação pessoal e social das crianças e dos alunos a

participação em ações de defesa ambiental (Dia da Árvore, Horta Pedagógica, Clube do Ambiente e

Roadshow do Clube da Água, programas Eco-Escolas e Educação Ambiental da Câmara Municipal de

Oeiras), no Parlamento dos Jovens, e, sobretudo, no Programa de Apoio à Promoção e Educação para a

Saúde e nas múltiplas modalidades do Desporto Escolar, que abrangem todos os ciclos de ensino.

No entanto, algumas das vertentes anteriormente referidas podem ser incrementadas de forma

transversal, de modo a envolver um maior número de participantes, mediante o reforço da sua

divulgação e a identificação das condições (horários e espaços) mais favoráveis para o seu

desenvolvimento.

O ambiente educativo é, de um modo geral, tranquilo e os alunos conhecem as regras definidas no

regulamento interno. O funcionamento do NIA – Núcleo de Intervenção e Apoio ao Aluno tem garantido

o acompanhamento dos alunos que evidenciam comportamentos pouco adequados em sala de aula. As

situações de indisciplina registadas são objeto de sistematização, sendo célere a sua comunicação aos

diretores de turma e às famílias, bem como a aplicação de medidas disciplinares ajustadas.

Paralelamente, foi criado o projeto +CID – Mais Cidadania que enquadra uma intervenção de natureza

tutorial nas turmas, promovendo o desenvolvimento de competências sociais e motivando os alunos para

melhorar os seus comportamentos.

Porém, o relatório NIA de 2015-2016 evidencia a persistência de ocorrências em que os alunos recebem

ordem de saída da sala de aula (51,3% dos alunos do 2.º ciclo, 69% do 3.º, 13,5% dos cursos científico-

humanísticos e 27,8% dos profissionais). Ao longo do triénio de 2013-2014 a 2015-2016, diminuiu

globalmente o número de ocorrências em que foram aplicadas medidas disciplinares sancionatórias, em

especial no 1.º e no 2.º ciclo, mas aumentou no 3.º ciclo e no 10.º ano de escolaridade.

Assim, mantém-se a necessidade de uma intervenção concertada e eminentemente preventiva,

envolvendo o referido NIA, as famílias, a direção e os conselhos de turma, reforçando o trabalho

colaborativo no âmbito da gestão de sala de aula para prevenção da indisciplina, nomeadamente através

de estratégias de motivação dos alunos.

Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos – OEIRAS

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O Agrupamento promove a continuidade do percurso escolar dos seus alunos, disponibilizando apoio nas

escolhas vocacionais através do serviço de psicologia e orientação, em especial na transição para o

ensino secundário e no ingresso no ensino superior.

RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE

A informação resultante da aplicação de questionários na presente avaliação externa evidencia um nível

de satisfação bastante positivo da generalidade dos elementos da comunidade educativa, em especial

dos alunos do 1.º ciclo. Docentes e não docentes salientam a disponibilidade da direção. Os pais e

encarregados de educação assinalam a disponibilidade e ligação do diretor de turma com as famílias e,

os que têm filhos na educação pré-escolar, realçam o desenvolvimento dos seus educandos desde que

frequentam o jardim de infância. Os alunos do 1.º ciclo destacam as atividades de expressão plástica, a

realização de visitas de estudo e referem que gostam da escola. Os do 2.º e do 3.º ciclo e do ensino

secundário revelam conhecer as regras de comportamento, valorizam os amigos que têm na escola e

demonstram satisfação pelos espaços desportivos e de recreio. Os menores índices de satisfação

revelados pelos estudantes têm a ver com a utilização dos computadores em sala de aula.

Como forma de valorizar o sucesso dos alunos, o Agrupamento instituiu o quadro de excelência e o de

valor, que premeiam os que alcançam excelentes resultados escolares, assim como os que revelam

comportamentos ou atitudes exemplares e desenvolvem ações de reconhecida relevância social,

respetivamente. Atribui ainda o Suplemento de Diploma que distingue o mérito, a dedicação e o esforço,

de acordo com duas vertentes principais (resultados excecionais na avaliação externa e reconhecimento

dos alunos 100%–100%, ou seja, que têm 100% de assiduidade e 100% de sucesso). As cerimónias

abertas à comunidade, o Dia do Diploma e a Gala do Desporto Escolar formalizam as entregas dos

referidos prémios num contexto de reconhecimento público.

No que respeita ao contributo do Agrupamento para o desenvolvimento da sociedade local é de assinalar

o funcionamento do Centro Qualifica, a oferta de cursos de português para falantes de outras línguas e

de cursos de educação e formação de adultos, que concorrem para a melhoria da qualificação da

população. As diversas atividades e modalidades do Desporto Escolar são muito bem acolhidas por

alunos, famílias e comunidade, sendo de destacar o Dia da Escola Ativa, que envolve a comunidade

educativa com significativa projeção e reconhecimento.

É de destacar a abertura ao exterior, a valorização da dimensão inclusiva em resposta aos alunos com

necessidades educativas especiais e a formação em contexto de trabalho dos cursos profissionais que é

articulada com empresas do meio envolvente. Regista-se ainda a cedência de espaços, designadamente

da escola-sede, para a realização de colóquios e celebrações, bem como a utilização dos pavilhões

gimnodesportivos para a prática de atividades físicas por parte de associações locais.

Em conjunto, as iniciativas referidas têm possibilitado um conhecimento público mais abrangente da

oferta formativa, das dinâmicas de funcionamento instituídas e das atividades realizadas, muitas das

quais são divulgadas na página do Agrupamento na internet. Tal tem produzido reflexos paulatinos na

melhoria da respetiva imagem e na capacidade de atração da população escolar, pelo que constitui um

aspeto a merecer atenção continuada.

Em suma, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria

das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de

aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas. Tais

fundamentos justificam a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Resultados.

Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos – OEIRAS

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3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO

PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO

A gestão do currículo é efetuada em sede de departamento curricular, nas equipas disciplinares e nos

conselhos de ano, designadamente no que se refere à planificação, construção de instrumentos de

avaliação e preparação de projetos e atividades.

O projeto curricular de Agrupamento formaliza as linhas orientadoras da gestão pedagógica e enuncia

como prioridade a articulação, com a finalidade de diminuir o impacto resultante das mudanças de

ciclo/escola. Para o efeito estabelece um conjunto de procedimentos, incidindo fundamentalmente na

planificação e realização de atividades conjuntas, de caráter desportivo, lúdico, cultural, laboratorial ou

envolvendo as bibliotecas escolares.

Na educação pré-escolar e no 1.º ciclo os docentes fazem, por norma, uma gestão integrada do currículo.

Os conselhos de turma dos cursos profissionais desenvolvem projetos, com base em temas que são

abordados numa perspetiva interdisciplinar e de interação com o meio envolvente, dos quais decorrem

produções dos alunos que são apresentadas à comunidade no final do ano letivo.

Todavia, o plano anual de atividades, estruturado em função dos órgãos e estruturas proponentes,

espelha pouco a concretização das orientações referidas, sendo reduzidas as propostas de natureza

interdisciplinar e/ou transversais aos diferentes níveis de educação e ensino. De igual modo, os planos

de atividades de turma são pouco esclarecedores no que respeita às estratégias utilizadas pelos

conselhos de turma para promover a articulação curricular, que fica assim bastante limitada a ações

informais, individuais e pontuais dos docentes, pelo que tem menos reflexos nas suas práticas letivas.

A contextualização do currículo é sustentada pelo diagnóstico que integra os planos de atividades de

grupo/turma e operacionaliza-se nas diversas iniciativas que fomentam o conhecimento e a interação

com o património envolvente e com a comunidade. Salientam-se as visitas de estudo de âmbito concelhio

(Parque dos Poetas, Vila de Paço de Arcos, Passeio Marítimo de Oeiras e Quinta Real de Caxias, por

exemplo), bem como os contactos com os contextos de formação dos cursos profissionais.

A informação sobre o percurso escolar de crianças e alunos é veiculada através dos respetivos planos de

atividades de grupo/turma, aquando da transição de nível/ano/ciclo, nos casos em que a escolaridade é

sequencialmente realizada no Agrupamento. Nos restantes casos, os processos individuais são a

principal fonte de informação. Embora nalgumas situações os docentes possam beneficiar do

conhecimento decorrente dos contactos entre pares ou da continuidade das equipas pedagógicas, de um

modo geral, a informação transmitida sumaria as questões relacionadas com comportamento,

aproveitamento, dificuldades de aprendizagem e necessidades educativas especiais, e não contempla

suficientemente as metodologias e as estratégias utilizadas para fomentar o sucesso.

Com efeito, foi parcialmente superado o ponto fraco mencionado numa das anteriores avaliações

externas, relativo à "concretização efetiva e consequente dos planos curriculares de turma", dado que

ainda não são plenamente aproveitados enquanto instrumentos facilitadores no processo de planificação

e de avaliação das aprendizagens, refletindo as adequações necessárias à educação pré-escolar, por

exemplo.

A discussão e a partilha são incentivadas com a realização das Jornadas Pedagógicas AEPA e as

dinâmicas de trabalho colaborativo dos docentes beneficiaram, no corrente ano, da criação dum tempo

específico, trabalho em equipa disciplinar (TED), que potencia o planeamento conjunto, a troca de

materiais didáticos e a elaboração de instrumentos de avaliação comuns. Contudo, esta medida carece

de reforço, com base na reflexão sistemática e no debate sobre a adequação das metodologias de ensino

para o desenvolvimento curricular e sobre as estratégias de gestão de sala de aula, de forma a tornar-se

consistente e a ter um impacto efetivo na mudança e na inovação das práticas letivas.

Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos – OEIRAS

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PRÁTICAS DE ENSINO

As atividades da educação e do ensino viabilizam a concretização do currículo e têm em consideração as

características dos grupos e das turmas, conforme o diagnóstico constante dos respetivos planos. Porém,

estes não refletem a implementação intencional e generalizada de práticas de diferenciação pedagógica

em sala de aula, nem o recurso à aprendizagem cooperativa, às metodologias ativas e a estratégias de

ensino diversificadas, como forma de motivar os alunos, de reforçar a sua autonomia e de aumentar o

sucesso.

É de realçar a adequação das respostas dadas às crianças e aos alunos com necessidades educativas

especiais, decorrente do trabalho dos docentes especializados em colaboração com os titulares e os

diretores de turma, as famílias e os parceiros da comunidade. Entre estes salientam-se o Centro de

Saúde de Oeiras, que agiliza o encaminhamento para consultas médicas de especialidade no Centro

Hospitalar de Lisboa Ocidental, e o Centro de Recursos para a Inclusão da Cooperativa de Educação e

Reabilitação do Cidadão Inadaptado de Oeiras, no âmbito das terapias e da psicologia.

A unidade de apoio especializado facilita a inclusão dos alunos que a frequentam, proporcionando-lhes

oportunidades para interagir com os seus pares. Há também algumas atividades promotoras da

inclusão, tais como a celebração do Dia do Cidadão Portador de Deficiência, o Arte-Terapia e o desporto

adaptado (boccia, canoagem e tricicleta). Nos anos letivos de 2013-2014 a 2015-2016, as taxas de sucesso

dos alunos com necessidades educativas especiais são, em grande parte, próximas de 100% e nunca

inferiores a 60%.

Crianças e alunos são incentivados a melhorar os seus desempenhos, participando em numerosos

torneios e competições desportivas (corta-mato, Megas e Torneio Jordan School AEPA), bem como em

concursos variados (Olimpíadas Portuguesas da Matemática, Canguru Matemático, Leitura, Passo a

Passo, Personalidades Históricas, Ortografíadas e Quiz das Línguas). Também desenvolvem as suas

potencialidades expondo os trabalhos e protagonizando atuações abertas à comunidade (Natal e

Carnaval).

A implementação de atividades práticas, bem como de caráter laboratorial e oficinal, é transversal, o

que contribui para fomentar uma atitude positiva face ao estudo do meio, às disciplinas de ciências e de

índole profissionalizante. São criadas oportunidades para que as crianças e os alunos aprendam em

contextos diversificados, nomeadamente através de saídas de campo (Coast Watch e Biodiversidade),

visitas de estudo (Planetário Calouste Gulbenkian e Pavilhão do Conhecimento), eventos (Mostra de

Ciência e Despertar para as Ciências Físico-Químicas), concursos (Let it Grow – Pela Biodiversidade

Local) e clubes (Ciências da Terra e da Vida – Geração TV e Ambiente).

É de salientar o funcionamento continuado do Clube de Paleontologia, que desenvolve um conjunto

alargado de atividades cientifico-pedagógicas e contribui para a produção de conhecimento e não

meramente para a sua reprodução, tendo já sido premiado e publicado artigos de índole científica.

A educação artística é valorizada e enriquece a dimensão cultural e estética das aprendizagens de

crianças e alunos. Reflete-se na oferta do ensino artístico especializado da música em regime articulado

(em parceria com a Escola de Música de Nossa Senhora do Cabo), nas atuações do Grupo de Expressão

Dramática, na realização de eventos (Semana Cultural e Expo Artes), em concursos (flauta e talentos),

assim como em diversas visitas de estudo (espetáculos musicais, teatro e exposições). Destaca-se o Coro

e Orquestra Maria Luciana Seruca, um projeto inclusivo que envolve um número considerável de

participantes, atuando no Agrupamento e em vários locais do país.

A utilização dos recursos educativos é rentabilizada, em especial os pavilhões gimnodesportivos e as

bibliotecas escolares. Estas dinamizam a leitura e a escrita (Hora do Conto, Vai Vem, Clube de Leitura,

oficinas), encontros com escritores (Há conversa com...), concursos (Plano Nacional de Leitura, Poesia) e

fomentam o desenvolvimento das diferentes literacias (Informação XXI – Saber+, Literacia 3D, Oeiras

Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos – OEIRAS

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Internet Challenge). No entanto, pode ser reforçado o seu contributo para intensificar a

interdisciplinaridade, em articulação com os departamentos curriculares.

Os alunos realizam algumas tarefas de pesquisa com recurso às tecnologias de informação e

comunicação, embora se verifiquem constrangimentos estruturais que limitam significativamente a sua

utilização nos processos de ensino e de aprendizagem, em sala de aula.

O Agrupamento desencadeia procedimentos de supervisão quando os docentes manifestam dificuldades

no exercício das suas funções e existem situações específicas em que há conhecimento direto da prática

letiva entre pares, como acontece em educação física e nas oficinas, por exemplo. A inquirição efetuada

pelo Observatório de Ensino e Aprendizagem, nos anos letivos de 2014-2015 e 2015-2016, permitiu

conhecer e comparar as perceções de alunos e professores acerca dos processos de ensino e de

aprendizagem.

Todavia, ainda não está implementada a observação em sala de aula, como estratégia formativa e

promotora do desenvolvimento profissional, fomentando a reflexão sobre as práticas e a colaboração

ativa, para melhorar a qualidade do ensino. Assim, não foi aproveitada a oportunidade "A monitorização

formalizada e sistemática com observação direta da prática letiva" nem superado o ponto fraco "A

inexistência de mecanismos generalizados e sistemáticos de supervisão da prática letiva", indicados nas

anteriores avaliações externas.

MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS

Na educação pré-escolar, a avaliação, eminentemente formativa e assente na observação contínua de

pendor naturalista, permite às educadoras conhecer as aprendizagens realizadas e os progressos

alcançados pelas crianças. Encontram-se definidos os critérios de avaliação para todos os níveis de

ensino, contemplando as diferentes modalidades e a utilização de instrumentos diversificados. A

respetiva publicação na página do Agrupamento na internet evidencia a intencionalidade de conferir

transparência aos processos avaliativos.

No entanto, os critérios refletem pouco uma estratégia de discussão alargada, com vista a reforçar

transversalmente a coerência das orientações neles contidas, em especial no que se refere aos perfis de

desempenho e à relevância da avaliação formativa, pelo que não foi superado o ponto fraco que

assinalava numa das anteriores avaliações externas "A falta de uniformidade no desenho organizativo e

as discrepâncias na ponderação dos domínios nos critérios de avaliação, dentro de um mesmo

departamento, o que dificulta o seu entendimento por parte dos alunos".

A promoção de processos de avaliação formativa não tem visibilidade no projeto curricular de

Agrupamento, cuja ênfase recai na vertente sumativa, no âmbito da classificação e da transição/

retenção, e foi apenas parcialmente superado o ponto fraco que indicava numa das anteriores avaliações

externas "Os projetos curriculares de turma que não são usados como instrumento para a monitorização

das aprendizagens". Assim, é ainda pouco consistente uma reflexão sistemática e generalizada sobre a

função reguladora da avaliação formativa, nos processos de ensino e de aprendizagem.

Estão instituídas práticas de aferição, assentes quer na realização de provas comuns e simultâneas (por

disciplina/ano de escolaridade) quer na aplicação de uma prova de matriz comum (por período letivo).

Este trabalho, coordenado em sede de equipa disciplinar e discutido em departamento curricular e no

conselho pedagógico, permite fazer o balanço do progresso das aprendizagens dos alunos. Contudo, esta

monitorização pode ser otimizada, pondo em evidência a relação entre a eficácia das metodologias e das

estratégias adotadas, as decisões de reformulação do planeamento e as práticas letivas.

O Agrupamento tem implementado diversas medidas de promoção do sucesso escolar, que são

regularmente monitorizadas com a finalidade de avaliar a respetiva eficácia, em função das metas

estabelecidas no projeto educativo. A título exemplificativo, refere-se a assessoria/coadjuvação em

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matemática no 3.º ciclo, a criação de desdobramentos em português e numa das línguas estrangeiras, o

projeto Sala Leme para os cursos profissionais e as salas de estudo. No último triénio, as taxas de

sucesso dos alunos com dificuldades de aprendizagem que beneficiaram daquelas medidas variaram

entre 61% e 98%. Porém, considerando que as mesmas nem sempre têm tido o impacto desejado nos

índices de sucesso global, as causas que reduzem a sua eficácia carecem ainda de reflexão e de análise.

A prevenção da desistência e do abandono escolar é objeto duma atuação célere e concertada dos

docentes titulares e dos diretores de turma, que sinalizam os alunos em situação de risco e procuram o

apoio necessário junto dos parceiros locais, como a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens e a

Escola Segura. O acompanhamento e a orientação vocacional, por parte da psicóloga, assim como a

implementação das tutorias, também concorrem para manter reduzidas as ocorrências desta natureza.

Em suma, considerando os juízos avaliativos formulados neste domínio, a ação do Agrupamento

apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do

Serviço Educativo.

3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO

LIDERANÇA

O projeto educativo de 2016-2019, sob o lema Viver o presente, preparar o futuro e com base num

diagnóstico estratégico, preconiza na respetiva visão que o Agrupamento seja uma referência no

concelho, promotor de percursos de sucesso que contribuam para uma integração social plena.

Elenca os valores que enquadram a ação educativa, a qual se inscreve em três vetores estratégicos que

incidem na promoção do sucesso, na cidadania e enriquecimento pessoal, cultural e social, bem como na

melhoria do desempenho organizacional. Estabelece igualmente os objetivos, os indicadores e as metas

anuais, pelo que foi superado o ponto fraco que mencionava numa das anteriores avaliações externas "A

inexistência de calendarização dos objetivos e de metas quantificáveis e avaliáveis".

O plano anual de atividades, assim como o projeto curricular de Agrupamento, estão articulados entre si

e com o projeto educativo, em função da estratégia e dos objetivos enunciados no último, o que concorre

para incutir coesão e coerência à ação educativa. Assim, foi também superado o ponto fraco que indicava

numa das anteriores avaliações externas a falta de ligação entre os documentos estruturantes.

Está instituída a elaboração dos relatórios anuais de avaliação da execução do projeto educativo, que

dão conta do grau de aproximação ou desvio das metas estabelecidas. Porém, estes relatórios não

integram a reflexão sobre as causas que influenciaram os resultados alcançados, o que limita o efeito

regulador que os mesmos podem ter no debate e reajuste dos processos de decisão dos vários órgãos e

estruturas do Agrupamento.

O diretor protagoniza uma liderança percecionada como empenhada, disponível e interessada em

estabelecer estratégias que fomentem o sucesso. Não obstante, a construção da coesão e do sentido de

pertença, assente na reflexão e no debate democrático, tem-se revelado um processo moroso e difícil, que

ainda não está plenamente consolidado. Para o efeito poderá ser determinante um maior envolvimento

do conselho pedagógico na discussão da relação entre as questões pedagógicas e as organizacionais,

procurando as soluções que, efetivamente, reforcem o trabalho colaborativo e harmonizem a ação

educativa do Agrupamento.

O conselho geral tem vindo a exercer ativamente as suas competências, em particular no que concerne à

análise dos documentos estruturantes e dos relatórios de monitorização, intervindo através de

deliberações fundamentadas, o que constitui um contributo imprescindível à melhoria. Foi, portanto,

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aproveitada a oportunidade que referia numa das anteriores avaliações externas "A liderança da

Assembleia de Escola com visão e estratégia próprias em ordem ao acompanhamento e avaliação do

funcionamento da escola e ao estabelecimento de, eventuais, recomendações".

Existe uma cultura de aproximação à comunidade envolvente através de parcerias com numerosos

agentes locais, que possibilitam a realização das atividades e projetos planeados, bem como a formação

em contexto de trabalho dos cursos profissionais. Destacam-se a câmara municipal, empresas e

associações de âmbito cultural, artístico, científico e tecnológico, entre outros. Deste modo, foi

aproveitada a oportunidade que remetia numa das anteriores avaliações externas para "O

estabelecimento de protocolos (...)".

No mesmo sentido, foi superado o ponto fraco que mencionava "A participação dos pais e encarregados

de educação na vida da escola", tendo em consideração as taxas de comparência nas reuniões com os

docentes titulares e diretores de turma. Participam em atividades, como a receção no início do ano

letivo, algumas comemorações e o projeto de leitura Ida e Volta. As respetivas associações organizam e

gerem os centros de atividades de tempos livres e as atividades de enriquecimento curricular, no 1.º

ciclo, nas componentes não asseguradas por docentes do Agrupamento.

Foram parcialmente resolvidos os constrangimentos apontados nas anteriores avaliações externas

relativos às condições dos equipamentos, graças às diligências constantes dos responsáveis no sentido de

garantir a manutenção dos espaços, com reflexos, por exemplo, na reabertura do pavilhão

gimnodesportivo da Escola Básica Dr. Joaquim de Barros e na requalificação da escola-sede.

GESTÃO

A distribuição do serviço docente pauta-se por orientações definidas no projeto curricular, tendo em

consideração o respetivo perfil profissional, desempenho e preferências, e fazendo prevalecer critérios de

natureza pedagógica, como o da continuidade das equipas. Estão também definidos critérios de

constituição dos grupos e das turmas e de elaboração dos horários, que visam garantir condições de

aprendizagem mais adequadas.

A gestão dos trabalhadores não docentes é efetuada pelas coordenadoras técnica e operacional, em

colaboração com a direção. Tem em conta as suas competências e as necessidades do serviço, o que

origina alguma rotatividade no exercício de funções e a circulação pelos diferentes estabelecimentos de

educação e ensino, quando as circunstâncias o exigem.

A formação centrada na escola e no contexto de trabalho é valorizada enquanto estratégia de

desenvolvimento profissional. O levantamento das necessidades de docentes e não docentes é efetuado

anualmente, procedimento que está na base da elaboração do plano de formação e de atualização pelo

conselho pedagógico. Este documento, bem como a intervenção do representante da secção de formação e

de monitorização, é estruturante para a obtenção de algumas respostas, mediante as diligências

necessárias junto dos parceiros, entre os quais se realça o Centro de Formação das Escolas do Concelho

de Oeiras. Nos anos letivos de 2013-2014 e 2014-2015, registaram-se alguns constrangimentos no seu

funcionamento.

Constata-se que os docentes frequentaram sobretudo ações de curta duração e algumas oficinas de

formação, abrangendo áreas como a avaliação, as dificuldades de aprendizagem, o empreendedorismo e

a didática. Estas formações potenciam a inovação pedagógica e a renovação metodológica, o que carece

de generalização e de partilha entre pares, de forma a ter maior impacto na qualidade do ensino e nos

resultados. Os não docentes frequentaram ações sobre gestão de conflitos.

Não obstante os condicionalismos estruturais existentes, em particular na escola-sede, são utilizados

vários meios de comunicação que garantem a circulação da informação, interna e externamente, tais

como a página do Agrupamento na internet, o correio eletrónico institucional e os blogues temáticos

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(Pequenos Jornalistas, BlogAO, Logosfera e Biblioteca Escolar). Foi também adotada uma família de

programas com acesso pela internet, que facilitam a ligação entre as várias escolas e permitem uma

gestão articulada da organização. Internamente foi desenvolvida a aplicação Sistema de Apoio à Gestão

Pedagógica, para auxiliar na distribuição do serviço docente e na elaboração de documentos

estruturantes.

AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA

A autoavaliação é desenvolvida em continuidade desde a constituição do Agrupamento, beneficiando

também do conhecimento e da experiência acumulados por ambas as unidades orgânicas antes da

agregação.

No ano letivo de 2012-2013, a equipa de autoavaliação, cuja constituição tinha em conta a

representatividade dos docentes dos diferentes ciclos de educação e ensino, dos não docentes, dos pais e

encarregados de educação e dos alunos, encetou a formação para o exercício das funções e para a

condução do processo, com o apoio de uma empresa de consultoria.

De acordo com o modelo adotado, a Common Assessment Framework – CAF, a equipa delineou um plano

de desenvolvimento por etapas e, sequencialmente, construiu indicadores com base nos quais aplicou

questionários para auscultar a comunidade educativa e preencheu grelhas de autoavaliação para

elencar aspetos principais do funcionamento e do desempenho do Agrupamento.

Em resultado do tratamento dos dados recolhidos elaborou um detalhado diagnóstico organizacional,

que serviu de fundamento para o projeto educativo de 2013-2016 e desencadeou a implementação de

ações de melhoria desde 2014. Nos anos letivos de 2014-2015 e 2015-2016 foram ainda aplicados

questionários pelo Observatório de Ensino e Aprendizagem, com o apoio da consultoria externa, os quais

têm possibilitado uma análise das perceções de professores e alunos acerca dos processos desenvolvidos

em sala de aula. Paralelamente, são efetuadas monitorizações específicas das diferentes estruturas e

ofertas formativas, como é o caso do Centro para a Qualificação e o Ensino Profissional, das bibliotecas

escolares, da educação e formação de adultos, entre outras.

Os vários contributos elencados constituem uma sólida base de conhecimento e demonstram que os

ciclos de autoavaliação estão consolidados. Todavia, o investimento global nem sempre é proporcional ao

impacto destas práticas, nomeadamente em termos de melhoria dos resultados. Assim, a divulgação

metódica, a reflexão sistemática e o debate alargado poderão concorrer para identificar os fatores que

estão na origem destas dificuldades, fortalecendo o envolvimento e o compromisso de toda a comunidade

educativa em prol de ações de melhoria centradas na qualidade dos processos de ensino e de

aprendizagem.

Em resumo, tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, a ação do Agrupamento

apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais eficazes. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio

Liderança e Gestão.

4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA

A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:

Envolvimento de crianças e alunos no Programa de Apoio à Promoção e Educação para a Saúde,

com reflexos positivos na sua formação pessoal e social, bem como a sua participação nas várias

modalidades do Desporto Escolar, que abrangem todos os ciclos de ensino;

Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos – OEIRAS

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Dimensão inclusiva e diversidade da oferta educativa do Agrupamento, em resposta aos alunos

com necessidades educativas especiais e aos que optam por vias profissionalizantes, assim como

aos adultos que procuram melhorar as suas habilitações através do Centro Qualifica;

Implementação de atividades práticas, de caráter laboratorial e oficinal, e saídas de campo, que

fomentam uma atitude positiva face ao estudo do meio, às disciplinas de ciências e de índole

profissional, com destaque para o Clube de Paleontologia, que desenvolve múltiplas iniciativas

científico-pedagógicas;

Valorização da educação artística, que enriquece a dimensão cultural e estética das

aprendizagens de crianças e alunos, sendo de realçar o Coro e Orquestra Maria Luciana Seruca;

Cultura de aproximação à comunidade envolvente, concretizada nas parcerias estabelecidas

com numerosos agentes locais, o que viabiliza a realização das atividades e projetos planeados,

bem como a formação em contexto de trabalho dos alunos dos cursos profissionais;

Sistematicidade na recolha e tratamento de dados que constituem um relevante diagnóstico

organizacional, congregando os contributos da equipa de autoavaliação, do Observatório de

Ensino e Aprendizagem e dos demais órgãos e estruturas.

A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus

esforços para a melhoria são as seguintes:

Concretização efetiva e transversal das orientações relativas à gestão articulada do currículo,

fomentando a interdisciplinaridade e facilitando a sequencialidade das aprendizagens ao longo

dos diferentes níveis de educação e ensino;

Reflexão sistemática sobre a adequação das metodologias de ensino e sobre as estratégias de

gestão de sala de aula, sustentada no trabalho colaborativo e na observação das práticas

letivas, como estratégia formativa e promotora do desenvolvimento profissional, a fim de ter

impacto na mudança, na inovação e na qualidade das mesmas;

Implementação intencional e generalizada de práticas de diferenciação pedagógica em sala de

aula, com maior recurso à aprendizagem cooperativa, às metodologias ativas e a estratégias de

ensino diversificadas, de modo a motivar os alunos, promover a sua autonomia e aumentar o

sucesso;

Reforço da divulgação, reflexão e debate acerca das práticas de autoavaliação, a fim de

fortalecer o envolvimento e o compromisso de toda a comunidade educativa em prol do

desenvolvimento de ações de melhoria mais eficazes e centradas na qualidade dos processos de

ensino e de aprendizagem.

Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos – OEIRAS

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05-05-2017

A Equipa de Avaliação Externa: António Almeida, Isabel Lopes e Rosa Micaelo

Concordo.

À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.

A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área

Territorial de Inspeção do Sul

Maria Filomena Aldeias

2017-06-26

Homologo.

O Inspetor-Geral da Educação e Ciência

Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação

nos termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79,

Série II, de 22 de abril de 2016