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Relatório Agrupamento de Escolas Miguel Torga SINTRA AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS Área Territorial de Inspeção do Sul 2015 2016

Relatório Agrupamento de Escolas Miguel Torga AVALIAÇÃO

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Page 1: Relatório Agrupamento de Escolas Miguel Torga AVALIAÇÃO

Relatório

Agrupamento de Escolas

Miguel Torga

SINTRA

AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS

Área Territorial de Inspeção

do Sul

2015 2016

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Agrupamento de Escolas Miguel Torga – SINTRA

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CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO

Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB SEC

Escola Secundária Miguel Torga, Monte Abraão, Sintra • •

Escola Básica D. Pedro IV, Monte Abraão, Sintra • •

Escola Básica de Massamá, Sintra • •

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Agrupamento de Escolas Miguel Torga – SINTRA

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1 – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação

pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a

avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos

jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de

avaliação em junho de 2011.

A então Inspeção-Geral da Educação foi

incumbida de dar continuidade ao programa de

avaliação externa das escolas, na sequência da

proposta de modelo para um novo ciclo de

avaliação externa, apresentada pelo Grupo de

Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de

março). Assim, apoiando-se no modelo construído

e na experimentação realizada em doze escolas e

agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da

Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver

esta atividade consignada como sua competência

no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de

janeiro.

O presente relatório expressa os resultados da

avaliação externa do Agrupamento de Escolas

Miguel Torga – Sintra, realizada pela equipa de

avaliação, na sequência da visita efetuada entre

11 e 14 de abril de 2016. As conclusões decorrem

da análise dos documentos fundamentais do

Agrupamento, em especial da sua autoavaliação,

dos indicadores de sucesso académico dos alunos,

das respostas aos questionários de satisfação da

comunidade e da realização de entrevistas.

Espera-se que o processo de avaliação externa

fomente e consolide a autoavaliação e resulte

numa oportunidade de melhoria para o

Agrupamento, constituindo este documento um

instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao

identificar pontos fortes e áreas de melhoria,

este relatório oferece elementos para a

construção ou o aperfeiçoamento de planos de

ação para a melhoria e de desenvolvimento de

cada escola, em articulação com a administração

educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa visitou as três

escolas que constituem o Agrupamento.

A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração

demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níveis de classificação dos três domínios

EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria

das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos

respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam

na totalidade dos campos em análise, em resultado de

práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e

eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em

campos relevantes.

MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto

consistente e acima dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

percursos escolares. Os pontos fortes predominam na

totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais generalizadas e eficazes.

BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha

com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e

dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes

nos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais eficazes.

SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens

e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco

consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas

da escola.

INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

muito aquém dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos

pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A

escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.

O relatório do Agrupamento apresentado no âmbito da

Avaliação Externa das Escolas 2015-2016 está disponível na página da IGEC.

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Agrupamento de Escolas Miguel Torga – SINTRA

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2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

O Agrupamento de Escolas Miguel Torga, situado na União das Freguesias de Massamá e Monte

Abraão, no concelho de Sintra, foi constituído em 28 de junho de 2012 na sequência da agregação do

Agrupamento de Escolas D. Pedro IV e da Escola Secundária Miguel Torga. Atualmente é constituído

pelos três estabelecimentos de educação e ensino anteriormente identificados, com sede na Escola

Secundária Miguel Torga.

No primeiro ciclo de avaliação externa das escolas, a Escola Secundária Miguel Torga foi avaliada em

novembro de 2009 e o Agrupamento de Escolas D. Pedro IV em janeiro de 2010.

No presente ano letivo, a população escolar totaliza 2729 crianças, alunos e formandos, assim

distribuídos: 97 na educação pré-escolar (quatro grupos); 407 no 1.º ciclo do ensino básico (17 turmas);

569 no 2.º ciclo (21 turmas); 890 no 3.º ciclo (824 no ensino regular – 32 turmas; 66 nos cursos

vocacionais – três turmas); 766 no ensino secundário (615 nos cursos científico-humanísticos – 25

turmas; 151 nos cursos profissionais – nove turmas).

Das crianças e alunos que frequentam o Agrupamento, 12% são de nacionalidade estrangeira,

nomeadamente de Guiné-Bissau, Angola, Cabo Verde e Brasil. No tocante à ação social escolar, 68% não

beneficiam de auxílios económicos e, no que respeita às tecnologias de informação e comunicação, 88%

possuem computador e ligação à internet em casa. Os indicadores relativos às habilitações académicas

dos pais e das mães dos alunos permitem verificar que 27% têm formação de nível secundário e 19% de

nível superior. Destes, 26% desempenham profissões de nível superior e intermédio.

Dos 234 docentes a exercerem funções, 79% pertencem aos quadros de agrupamento e de escola. A

experiência profissional é significativa, pois 90% lecionam há 10 ou mais anos. O pessoal não docente é

constituído por 84 trabalhadores, dos quais 70 são assistentes operacionais e 14 assistentes técnicos.

De acordo com os dados disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência,

relativos ao ano letivo de 2013-2014, o Agrupamento, quando comparado com as outras escolas públicas,

apresenta valores das variáveis de contexto bastante favoráveis, embora não seja dos mais favorecidos.

Neste âmbito, salientam-se a percentagem de alunos que não beneficiam de ação social escolar e a

percentagem de docentes do quadro, bem como a média do número de anos da habilitação dos pais e das

mães.

3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e

tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação

formula as seguintes apreciações:

3.1 – RESULTADOS

RESULTADOS ACADÉMICOS

Na educação pré-escolar a avaliação do percurso de cada criança e do respetivo grupo tem permitido

saber que a maioria realiza progressos nas aprendizagens, tendo por base as áreas de conteúdo e as

metas de aprendizagem. A avaliação realizada pelas educadoras mostra que as crianças apresentam

maiores necessidades no domínio da linguagem oral, pelo que a ação educativa tem criado condições

para as ultrapassar. Porém, importa generalizar a utilização de registos de observação de forma a

melhor sistematizar a avaliação dos progressos das crianças e reforçar a avaliação diagnóstica, em

especial no início do ano letivo.

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Agrupamento de Escolas Miguel Torga – SINTRA

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É de salientar o trabalho desenvolvido no 3.º ciclo, no ano letivo de 2012-2013, dado que os resultados

observados estão, tanto na avaliação externa a português e a matemática, como na taxa de conclusão,

acima dos valores esperados, quando comparados com os das escolas com valores análogos nas variáveis

de contexto. Tal não aconteceu nos restantes ciclos do ensino básico, dado que, com exceção da avaliação

externa a matemática e da taxa de conclusão do 6.º ano, respetivamente em linha e acima do esperado,

os resultados situam-se aquém dos respetivos valores. No ensino secundário, apenas o resultado da

avaliação externa a português está aquém do esperado, encontrando-se a avaliação externa a

matemática e a história, bem como a taxa de conclusão do 12.º ano acima do esperado.

No ano letivo de 2013-2014, são de destacar os resultados observados nas taxas de conclusão nos três

ciclos do ensino básico e na avaliação externa a português dos 4.º e 9.º anos e a matemática do 12.º ano

que se encontram acima dos valores esperados. São também de registar os resultados observados na

avaliação externa a matemática dos 4.º e 9.º anos, a português do 6.º ano e a história do 12.º ano que

estão em linha. Contudo, a taxa de conclusão do 12.º ano e os resultados na avaliação externa a

matemática do 6.º ano e a português do 12.º ano situam-se aquém dos valores esperados.

Relativamente aos anos letivos de 2012-2013 e de 2013-2014 é de realçar a tendência de melhoria

verificada nos valores observados na avaliação externa e na taxa de conclusão do 1.º ciclo. Todavia, a

taxa de conclusão do 12.º ano e os resultados na avaliação externa a matemática dos 6.º e 9.º anos e a

português do 6.º ano mostram uma tendência de agravamento.

Assim, foi superado parcialmente o ponto fraco referido numa das avaliações externas anteriores: “Os

fracos resultados escolares dos alunos do ensino básico, quer na avaliação interna quer nos exames

nacionais”.

Os resultados observados situam-se globalmente em linha com os valores esperados, referentes aos anos

letivos de 2012-2013 e de 2013-2014, o que mostra a possibilidade de melhoria e de maior

sustentabilidade da ação educativa, tendo em conta que o Agrupamento apresenta valores das variáveis

de contexto favoráveis.

No que respeita às outras ofertas formativas, as taxas de sucesso dos cursos de educação e formação, no

triénio de 2012-2013 a 2014-2015, oscilam entre 71% e 95%. No curso vocacional, no ano letivo de 2014-

2015, foi de 91%. Os sete cursos profissionais, cujos ciclos de formação foram concluídos no referido

triénio, apresentam taxas de conclusão que variam entre 27% e 91%.

A análise e a reflexão dos resultados académicos são realizadas em sede dos departamentos

curriculares, utilizando diferentes dados, nomeadamente os sistematizados pela equipa de

autoavaliação e os decorrentes do Observatório de Ensino e Aprendizagem, com vista à adoção de

estratégias de melhoria. Entre as causas explicativas do insucesso os docentes salientam mais os fatores

extrínsecos do que os intrínsecos aos processos de ensino e de aprendizagem, das quais são exemplo, o

contexto socioeconómico de alguns alunos e o fraco acompanhamento por parte dos pais e encarregados

de educação.

No triénio de 2012-2013 a 2014-2015, verificou-se a inexistência de abandono escolar nos 1.º e 2.º ciclos

e, no último ano letivo, uma diminuição significativa no 3. º ciclo (5,6%). No ensino secundário, as taxas

mostram uma ligeira diminuição (26,4%, 25,7% e 22,5), sendo ainda elevadas.

RESULTADOS SOCIAIS

As crianças e os alunos são envolvidos em vários projetos destinados ao seu desenvolvimento cívico,

pessoal e social, bem como à promoção dos princípios de solidariedade, de que são exemplos

Youngvolunteam (voluntariado e apoio à comunidade), Postais de Natal, Caça ao Ovo, Somos Solidários,

Tampas que são Rampas e À Descoberta dos Tempos Livres e Empreendedorismo – Junior Achievement.

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Agrupamento de Escolas Miguel Torga – SINTRA

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Na Escola Secundária Miguel Torga, os delegados de turma têm reunido com a direção para debaterem

aspetos relacionados com o funcionamento e condições escolares. Esta medida de auscultação dos alunos

não está generalizada no Agrupamento, observando-se pouca participação dos mesmos na vida e

decisões da escola. Assim, importa promover atividades da iniciativa dos alunos através das

assembleias de delegados e da associação de estudantes, por exemplo, reforçando a sua participação,

designadamente nas de cariz social e solidário, como forma de desenvolver a sua autonomia,

criatividade e responsabilidade.

Deste modo, foram superados parcialmente os pontos fracos referidos nas avaliações externas

anteriores: “A falta de envolvimento dos alunos na elaboração dos documentos estruturantes do

Agrupamento” e “A falta de conhecimento e de envolvimento dos alunos na elaboração e discussão do

Projeto Educativo e do Plano Anual de Atividades”.

É de destacar o apadrinhamento de alunos por outros de anos mais avançados, o que promove a

interação entre eles, nomeadamente de ciclos de estudo distintos, concorrendo também para a assunção

de responsabilidades. No mesmo sentido, alguns alunos do ensino secundário (monitores) acompanham

no estudo colegas que frequentam os anos iniciais do mesmo nível de ensino e do básico que manifestam

dificuldades de aprendizagem, através do Projeto Mais por Mais.

Os programas Parlamento dos Jovens (tema racismo e discriminação) e Assembleia Municipal Jovem

envolvem alunos dos ensinos básico e secundário, promovendo o exercício da cidadania participativa e a

sua formação pessoal e social.

Foram criados, na escola-sede, os gabinetes de Intervenção Psicossocial e Educativo, de Apoio à Família

e ao Aluno e de Apoio Pedagógico para dar resposta a alguns problemas de comportamentos

desajustados dos alunos. Contudo, o registo e a tipificação das ocorrências poderão agilizar a

comunicação e a articulação, nomeadamente com o serviço de psicologia e orientação, no sentido de

serem desenvolvidas formas de atuação mais eficazes.

A oferta de várias modalidades de Desporto Escolar como voleibol, futsal, basquetebol, rugby e golfe

(escola de referência) é utilizada como uma estratégia de desenvolvimento de competências sociais dos

alunos, com repercussões positivas na sua motivação e integração escolares.

O Programa de Apoio à Promoção e Educação para a Saúde tem sido relevante ao educar para estilos de

vida saudáveis, criando uma dinâmica relacional entre a escola e a família, com o desenvolvimento de

temáticas, como higiene corporal e oral, alimentação, sexualidade na adolescência, planeamento

familiar e doenças infeciosas. O Gabinete de Atendimento Jovem Adolescer permite a presença semanal

de uma enfermeira do centro de saúde para o apoio aos alunos nas diferentes vertentes,

designadamente na prevenção de comportamentos de risco.

O impacto da escolaridade no percurso dos alunos é aferido no ensino profissional, através dos contactos

esporádicos que ex-alunos estabelecem com o Agrupamento e de outras informações pontuais sobre o

seu percurso. O conhecimento obtido não se afigura, por isso, relevante na readequação das ofertas

educativas/formativas. Assim, a implementação de um procedimento de seguimento dos alunos após a

escolaridade poderia contribuir, de forma mais abrangente, para uma melhoria da prestação do serviço

educativo.

RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE

No âmbito da presente avaliação externa e em resposta aos questionários aplicados à comunidade

educativa, a satisfação de alunos, encarregados de educação e trabalhadores, expressa no predomínio

dos níveis de concordância e de concordância total, mostra médias globais relativamente elevadas,

designadamente no que se refere aos alunos do 1.º ciclo e aos pais das crianças que frequentam a

educação pré-escolar e os restantes níveis de ensino. No respeitante aos itens “Gosto desta escola/Gosto

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Agrupamento de Escolas Miguel Torga – SINTRA

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de trabalhar nesta escola/Gosto que o meu filho ande nesta escola/Gosto que o meu filho frequente este

JI”, os níveis de satisfação são mais elevados, sendo o destaque também dos alunos do 1.º ciclo e dos pais

das crianças que frequentam a educação pré-escolar e os restantes níveis de ensino.

A valorização do sucesso dos alunos com melhores desempenhos académicos e cívicos é realizada com os

quadros de mérito e de excelência, que reconhecem a solidariedade, a cooperação e a aptidão desportiva,

entre outras. Os prémios são entregues em várias cerimónias abertas à comunidade, nomeadamente no

Dia do Patrono. Todavia, estas ocorrem em cada escola, não havendo uma iniciativa única para este fim

com visibilidade ao nível do Agrupamento.

A oferta formativa diversificada e abrangente em áreas como a contabilidade, a gestão desportiva, a

gestão e programação de sistemas informáticos, a eletrotecnia, o turismo e as práticas administrativas,

no âmbito dos cursos profissionais e vocacionais, tem em conta os interesses dos alunos e responde, o

mais possível, às necessidades do meio envolvente em sintonia com o Município de Sintra. Os sete

cursos profissionais cujos ciclos de formação foram concluídos no triénio de 2012-2013 a 2014-2015

apresentam taxas de empregabilidade na área de formação que oscilam entre 0% e 67% (2 alunos).

O Clube Desportivo da Escola Secundária Miguel Torga, que há dez anos se constitui como referência,

designadamente nas classes gímnicas e na participação em competições nacionais e internacionais,

nomeadamente na Gymnaestrada e no Eurogym (França, Suíça e Portugal), é reconhecido pela

comunidade envolvente e tem contribuído para a melhoria da imagem do Agrupamento. Esta política de

proximidade e de abertura à comunidade tem também visibilidade na disponibilidade das instalações e

do capital humano para a organização e realização de eventos diversos.

O Agrupamento é reconhecido pela sociedade local e pela Câmara Municipal de Sintra como um

parceiro disponível e empenhado pela sua participação no Programa Comenius Regio e no Encontro

Anual de Práticas para a Inclusão, bem como na diversificação das ofertas educativas.

Em suma, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na

melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta

uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.

Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Resultados.

3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO

PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO

A gestão articulada do currículo é realizada em sede de subdepartamentos e de departamentos

curriculares e de conselhos de docentes/turma, designadamente no que se refere à planificação e à

preparação de projetos e atividades. Porém, no que respeita à educação pré-escolar não estão

consolidados os procedimentos de planeamento das atividades e a respetiva reformulação em função de

registos sistemáticos dos progressos do grupo/criança.

A planificação e a monitorização da ação educativa para o desenvolvimento do currículo são realizadas

nas reuniões de nível, de grupo, de subdepartamento e de departamento curricular, tendo em conta a

sequencialidade das aprendizagens nos diferentes níveis de educação e ensino. Deste modo, foi superado

parcialmente o ponto fraco referido numa das avaliações externas anteriores: “A debilidade da

articulação e sequencialidade na planificação dos conteúdos e das competências nos diversos níveis e

ciclos de aprendizagem”.

Apesar de estar em desenvolvimento, desde o início do presente ano letivo, uma ação de melhoria sobre

a articulação curricular vertical, não foi, ainda, elaborado o projeto curricular de Agrupamento que

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Agrupamento de Escolas Miguel Torga – SINTRA

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espelhe as decisões respeitantes à articulação vertical do currículo e tenha em conta as características e

as necessidades das crianças e dos alunos, abrangendo a generalidade das disciplinas e dos níveis de

educação e de ensino. Assim, não foi superado o ponto fraco referido numa das avaliações externas

anteriores: “A não utilização do Projeto Curricular de Escola como instrumento de planeamento da

gestão curricular”.

A articulação horizontal do currículo está presente nos planos de grupo/turma, principalmente com

atividades diversificadas e integradas no plano anual. Porém, uma abordagem curricular mais

interdisciplinar e adequada às metodologias de ensino, designadamente no ensino básico, através do

trabalho desenvolvido nos conselhos de turma poderia conduzir a uma melhoria dos resultados

escolares.

A contextualização do currículo decorre da caracterização dos grupos/turmas, das avaliações de

diagnóstico e da implementação de uma diversidade de atividades e de projetos que integram os planos

de grupo/turma e o plano anual de atividades, permitindo a crianças e a alunos aprendizagens

significativas, como por exemplo os jornais escolares (Mensageiro do Futuro, Despertar e Sinais da

Escola), a celebração do Dia Mundial da Poesia, os recitais de poesia e o clube Magia dos Sons, bem

como as visitas de estudo (teatro, Planetário, Tapada de Mafra e Aquário Vasco da Gama, entre outras).

A articulação dos docentes para a utilização da informação sobre o percurso escolar dos alunos realiza-

se com a sua participação em reuniões com a presença dos titulares de grupo/turma nas diferentes

transições entre ciclos de educação e ensino, bem como na constituição de turmas.

Os procedimentos decorrentes do trabalho de planeamento, que preveem a utilização de diferentes

modalidades e instrumentos de avaliação, refletem coerência entre ensino e avaliação, o que contribui

para a sua regulação e para uma melhor gestão do currículo.

A elaboração de planificações e de instrumentos de avaliação, a preparação de projetos e de atividades e,

ainda, a análise e a reflexão sobre os resultados escolares, envolve docentes dos diferentes níveis de

educação e ensino, com recurso a tempo semanal comum.

PRÁTICAS DE ENSINO

A concretização do currículo realiza-se com recurso a atividades adequadas tendo em conta as

características das turmas indicadas nos respetivos planos, sendo propostas medidas de promoção do

sucesso para atender às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Não obstante, importa potenciar o

trabalho colaborativo entre os docentes dos vários ciclos da mesma disciplina, centrado na reflexão das

diferentes formas de diferenciação pedagógica em sala de aula, para o desenvolvimento de ações que

contemplem esta diferenciação intencionalmente programada e a sua generalização.

Na educação pré-escolar, a aplicação de manuais, no âmbito da ação educativa, ainda que pontual, deve

ser monitorizada e avaliada, de modo a que, no futuro, as práticas integradas na rotina da sala de

atividades promovam as interações entre as crianças, nos respetivos grupos e entre pares. Tal deve

implicar uma reflexão conjunta entre os docentes da educação pré-escolar e do 1.º ciclo, bem como do

conselho pedagógico, sobre as razões e a eficácia das respetivas práticas, tendo em conta as orientações

curriculares.

O trabalho desenvolvido pelos profissionais da educação especial envolve os diretores de turma, os

docentes titulares de grupo/turma e as psicólogas, de apoio às aprendizagens e à inclusão das crianças e

dos alunos com necessidades educativas especiais. A eficácia das medidas implementadas decorre de

algum trabalho em rede com as famílias e com os parceiros da comunidade, designadamente o Centro de

Saúde de Queluz e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens. Nos últimos dois anos letivos, as taxas

de sucesso dos alunos com necessidades educativas especiais mostram uma evolução muito significativa

nos três ciclos do ensino básico, com valores entre 72% e 98%.

Page 9: Relatório Agrupamento de Escolas Miguel Torga AVALIAÇÃO

Agrupamento de Escolas Miguel Torga – SINTRA

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A valorização das potencialidades reveladas pelas crianças e pelos alunos é feita através da exposição

dos seus trabalhos e da participação em diferentes competições de biologia e geologia e de ciência, no

campeonato SuperTmatik Quiz de Geografia, em concursos, como Faça lá um Poema e Uma Aventura

Literária, e nas Olimpíadas da Leitura, da Biologia, da Geologia e da Matemática.

O desenvolvimento da componente prática, laboratorial e experimental tem fomentado uma atitude

positiva face à aprendizagem das ciências, principalmente no 3.º ciclo e no ensino secundário, como os

projetos Charco com Vida, Horta Biológica/ABC das Plantas, Newton gosta de ler, Astronomia,

Jardinagem e Eco-Escolas. Contudo, na educação pré-escolar e nos 1.º e 2.º ciclos é limitado o trabalho

prático, laboratorial e experimental ao nível curricular, com repercussões na menor utilização de

metodologias investigativas e de resolução de problemas.

A gestão dos recursos tem sido mais eficaz com a implementação de atividades de campo e a utilização

mais adequada das salas específicas e dos laboratórios para a realização dos trabalhos práticos pelas

diferentes turmas. Assim, foi parcialmente resolvido o constrangimento referido numa das avaliações

externas anteriores: “O número de laboratórios de Biologia/Geologia e de Físico-Química insuficientes

face às necessidades da população escolar”.

A dimensão artística e cultural é valorizada através de diferentes atividades, como as mostras de

artesanato, a visita de ilustradores, os espetáculos de dança e música realizados por crianças e por

alunos nas festas de Natal, no concerto de ano novo e no dia do patrono e de projetos, como o grupo de

teatro Torgas, que participa na mostra de teatro do município, bem como a realização de exposições dos

trabalhos das crianças e dos alunos no âmbito da música, das artes visuais e da expressão artística,

nomeadamente no Museu de Arte Moderna de Sintra, das visitas de estudo ao teatro e, por exemplo, ao

Museu Nacional de Arte Antiga, que contribuem para a motivação e para a formação integral das

crianças e dos alunos.

A valorização e a utilização das bibliotecas escolares, enquanto espaços interativos de aprendizagem,

são demonstradas com atividades que motivam crianças e alunos para a realização de tarefas de

pesquisa, para a leitura e para as aprendizagens nas diferentes disciplinas, no âmbito da língua

portuguesa, nomeadamente Parceiros de Leitura, Aprender com a Biblioteca Escolar (para desenvolver a

literacia da informação), Para, Escuta e Lê /Os jograis da ESMT (com a criação de podcasts com

leituras dos alunos), Semana da Leitura e Encontro com Escritores. De igual modo, se destaca em outras

áreas do conhecimento, com o Cinema na Biblioteca, a Semana da Internet Segura, o clube TIC, o

concurso de moda, o Torga Paper e a comemoração dos dias Mundial dos Direitos do Homem e do

Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher.

É de salientar a ação de melhoria, em desenvolvimento desde o início do presente ano letivo, sobre

observação da prática letiva, com vista à partilha, à promoção e à divulgação de boas práticas

pedagógicas, que permitiu, como previsto, construir o respetivo guião modelo de observação de aulas

para pares pedagógicos voluntários. Ainda assim, interessa potenciar a implementação da supervisão da

prática letiva planeada com foco enquadrador, especialmente no feedback aos alunos, na diferenciação

pedagógica e no tempo de aprendizagem, bem como na aprendizagem cooperativa, com vista a fomentar

o desenvolvimento profissional e a melhoria da qualidade do ensino.

MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS

Os processos avaliativos são objeto de reflexão por parte dos departamentos curriculares e do conselho

pedagógico, estando definidos os critérios, ponderações e instrumentos de avaliação, que são divulgados

junto dos alunos e dos pais e encarregados de educação, nomeadamente na página na internet. Assim,

foi superado o ponto fraco referido numa das avaliações externas anteriores: “A falta de uniformidade

nos critérios de avaliação dentro de um mesmo departamento”.

Page 10: Relatório Agrupamento de Escolas Miguel Torga AVALIAÇÃO

Agrupamento de Escolas Miguel Torga – SINTRA

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Na educação pré-escolar têm relevância a avaliação formativa e a organização de portefólios com os

trabalhos das crianças, tendo por base as áreas de conteúdo das orientações curriculares e as metas de

aprendizagem. No ensino básico e secundário é também valorizada a vertente formativa da avaliação,

em articulação com as outras modalidades, conjugada com a utilização de instrumentos diversificados e

com a aplicação dos respetivos critérios. Porém, é importante reforçar as modalidades de avaliação

diagnóstica e formativa, especialmente no 10.º ano de escolaridade, dado que o número de alunos que o

frequenta é na maior parte oriundo de outros Agrupamentos, de forma a melhorar a qualidade das

aprendizagens.

Uma das ações para melhorar o sucesso escolar, em desenvolvimento desde o início do ano letivo de

2015-2016, permitiu, como previsto, construir os modelos de matrizes para cada um dos três ciclos do

ensino básico e para o secundário. Neste âmbito, convém reforçar as práticas concertadas, ao nível da

aferição da avaliação formativa e sumativa, nomeadamente a generalização da realização de testes

comuns e da elaboração de matrizes e sua utilização na regulação do processo de ensino e de

aprendizagem.

O Agrupamento tem vindo a implementar um conjunto de medidas de promoção do sucesso, como o

apoio educativo, a sala de estudo, as tutorias e o apoio a exames. No último triénio, as taxas de sucesso

dos alunos com dificuldades de aprendizagem que beneficiaram de medidas de promoção do sucesso

mostram flutuação nos 1.º e 2.º ciclos e apresentam uma evolução significativa no 3.º ciclo, variando

entre 74% e 97%, o que significa que poderia haver melhoria no trabalho a realizar com estes alunos.

Assim, importa monitorizar e avaliar estas medidas para refletir sobre a sua eficácia, permitindo

possíveis alterações de modo a que as mesmas produzam os efeitos desejados.

As medidas de promoção do sucesso desenvolvidas, o encaminhamento para outras ofertas formativas, o

trabalho dos professores titulares e dos diretores de turma em articulação com as famílias, com os

técnicos especializados e com a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens e a mediação dos gabinetes

de Intervenção Psicossocial e Educativo, de Apoio à Família e ao Aluno e de Apoio Pedagógico, têm

produzido algum efeito nos últimos três anos letivos, contudo, ainda sem o impacto desejado na

diminuição sustentada do abandono escolar, especialmente no ensino secundário.

Em suma, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na

melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta

uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes,

o que justifica a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo.

3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO

LIDERANÇA

O projeto educativo, em vigor de 2013 a 2017, inclui um conjunto de objetivos estruturados segundo oito

opções estratégicas e indica os processos instrumentais e as metas qualitativas para o seu

desenvolvimento, as quais não têm correspondência direta com cada objetivo e não estão identificados

indicadores de medida, o que pode dificultar a avaliação do seu grau de consecução. Assim, como se

pretende avaliar o projeto educativo através do plano anual de atividades será necessário estabelecer

uma relação mais objetiva e direta aquando da seleção das atividades.

Importa, também, que as metas e as ações expressas no projeto educativo sejam consideradas na

identificação das prioridades do Agrupamento de forma a organizar o projeto curricular em torno destas

e com base na análise vertical do currículo.

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Agrupamento de Escolas Miguel Torga – SINTRA

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O plano anual de atividades e o respetivo balanço remetem para as opções estratégicas enunciadas no

projeto educativo, o que confere alguma coerência a estes documentos estruturantes. A relação entre

eles define a política educativa do Agrupamento que tem contribuído para a sua boa imagem no que

concerne, designadamente à abertura à comunidade e à oferta formativa. Neste sentido, é manifesta a

vontade de promover o sucesso escolar, de desenvolver o espírito crítico das crianças e dos alunos, bem

como a capacidade de intervir e de encontrar soluções para as diferentes situações.

Deste modo, foram parcialmente superados os pontos fracos referidos nas avaliações externas

anteriores: “A inexistência de hierarquização e calendarização de objetivos, de metas claras e

quantificáveis e indicadores de medida que permitam avaliar a eficácia das medidas e opções do Projeto

Educativo dificulta a identificação de um rumo para a Escola” e “A resistência à definição de critérios

que permitam avaliar as metas estabelecidas nos diversos projetos implementados”.

A liderança do diretor é empenhada, atenta, disponível e de abertura à comunidade envolvente, sendo,

por isso, reconhecida interna e externamente. As lideranças intermédias são valorizadas e legitimadas

pela direção, o que mobiliza e motiva o pessoal docente e não docente.

É de salientar o contributo positivo e o empenho do conselho geral, conhecedor da realidade do contexto,

que acompanha a implementação dos documentos estruturantes, com base na autoavaliação, e as

estratégias executadas pela direção, manifestando atenção à relação entre os comportamentos dos

alunos e o seu sucesso escolar. Numa perspetiva de consolidar esta ação e aproximando-se a avaliação

final e a atualização do projeto educativo, importa continuar a promover a articulação entre os

diferentes órgãos e estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, no sentido de uma

maior sustentabilidade dos resultados escolares.

O desenvolvimento de projetos, de parcerias e de formas de colaboração com a comunidade envolvente

(forças de segurança, Centro de Saúde de Queluz, associações desportivas, empresas locais e regionais)

tem possibilitado o reforço da missão do Agrupamento e a consecução do projeto educativo, por via de

apoio direto ao plano anual de atividades (financeiros, materiais e de capacitação dos profissionais

docentes e não docentes) e dos cursos profissionais e vocacionais.

No mesmo sentido, o Programa de Apoio à Qualidade nas Escolas promovido pela Câmara Municipal de

Sintra tem permitido o financiamento para a aquisição de equipamento de apoio ao desenvolvimento de

outras ofertas formativas e à realização de atividades e projetos para os alunos com necessidades

educativas especiais, como acontece com o concurso Imagina Lá.

Assim, foi aproveitada a oportunidade referida numa das avaliações externas anteriores: “A abertura da

comunidade local ao estabelecimento de novas parcerias com o Agrupamento, enquanto elemento

facilitador da transição para a vida ativa de alunos com necessidades educativas especiais”.

A adesão aos projetos Quality in the Classroom e eTwinning no âmbito do Programa Comenius, desde a

constituição do Agrupamento, tem permitido aos professores maior conhecimento da dimensão europeia

da educação e aos alunos o desenvolvimento de competências pessoais e sociais com atividades que

estimulam a colaboração entre turmas e criam ambientes favoráveis à aprendizagem.

A participação dos pais e encarregados de educação, dos respetivos representantes e associações, no

conselho geral e nas diversas atividades, é concertada com a direção, no acompanhamento do percurso

escolar dos seus educandos e na vida do Agrupamento em geral, com vista à melhoria da imagem das

escolas e dos resultados escolares. Foi superado o ponto fraco referido numa das avaliações externas

anteriores: “A inexistência de monitorização da participação dos pais/encarregados de educação nas

reuniões inviabiliza a adoção de medidas conducentes ao incremento da sua participação na vida

escolar”.

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Agrupamento de Escolas Miguel Torga – SINTRA

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Destaca-se o empenho demonstrado no apetrechamento, especialmente no que concerne às tecnologias

de informação e comunicação, na melhoria das instalações, designadamente do pavilhão da Escola

Básica D. Pedro IV e na reabilitação de alguns espaços na escola-sede de forma a permitir condições de

trabalho mais adequadas. Porém, não foi ainda possível resolver totalmente os constrangimentos

referidos nas avaliações externas anteriores: “A falta de condições das instalações desportivas

condiciona a prática das atividades letivas”, “A degradação da estrutura de alguns edifícios escolares

que eventualmente põem em causa a segurança da comunidade escolar” e “O pavilhão de madeira,

colocado para dar resposta à sobrelotação, não oferece às melhores condições de trabalho”.

A mobilização eficaz dos recursos da comunidade educativa é demonstrada, nomeadamente na

realização de formação em contexto de trabalho dos cursos profissionais e vocacionais e na

implementação dos projetos Música na Escola e Desporto Mais para o 1.º ciclo, apoiados pela União das

Juntas de Freguesia de Massamá e Monte Abraão, que também disponibiliza uma psicóloga em tempo

parcial.

GESTÃO

A direção pratica uma gestão eficaz dos recursos humanos, tendo por base o perfil e as competências

pessoais e profissionais do pessoal docente e não docente, responsável pela promoção de um clima

relacional e de entreajuda positivo, o qual facilita a superação das dificuldades que emergem no

quotidiano escolar.

A distribuição do serviço docente e a organização de turmas e de horários obedecem a critérios definidos.

O Agrupamento organiza-se curricular e pedagogicamente pelo princípio da continuidade pedagógica,

que procura sempre respeitar. A manutenção das direções de turma, visando o bom acompanhamento

dos alunos e a articulação com os pais /encarregados de educação, bem como a continuidade das equipas

pedagógicas ao longo do ciclo de escolaridade, são exemplos disso mesmo.

A distribuição de funções e tarefas ao pessoal não docente é efetuada pela direção, após auscultação e

sob proposta da coordenadora técnica ou da coordenadora operacional, consoante os casos. A

rotatividade é, apenas, adotada para obviar situações de ausência imprevisível e de curta duração. As

necessidades de formação são identificadas na sequência do processo de avaliação de desempenho, mas

a oferta de ações é escassa. Ainda assim, tem sido proporcionada formação por entidades locais em

primeiros socorros, segurança e informática.

A promoção do desenvolvimento profissional, nomeadamente através da realização de formação interna,

não acontece, ainda, com recurso ao capital humano existente no Agrupamento, na promoção da

disseminação do conhecimento em contexto de trabalho, de modo a melhorar o ambiente de interação

humana e profissional. No mesmo sentido, é importante centrar a formação nas áreas prioritárias

identificadas na autoavaliação e nas necessidades dos profissionais para a implementação do plano de

melhoria.

O Agrupamento tem uma estratégia definida e generalizada de comunicação com o exterior e de

projeção da sua imagem junto da comunidade, como acontece, por exemplo, com os jornais escolares,

envolvendo professores e alunos. Porém, os circuitos de comunicação externa e interna estão, ainda,

longe da eficácia, importando por isso aprofundar o trabalho no âmbito da ação de melhoria em curso,

nomeadamente a criação do Gabinete/Equipa de Comunicação e Marketing e da página na internet

única do Agrupamento, a par da utilização generalizada do correio eletrónico institucional e da

plataforma moodle.

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AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA

A autoavaliação tem vindo a ser um processo desenvolvido pelos diferentes profissionais, desde a

constituição do Agrupamento, realizada nas reuniões, nomeadamente de conselhos de docentes/turma,

dos departamentos curriculares e do conselho pedagógico, com a análise e a reflexão sobre os resultados

escolares e a avaliação das atividades e projetos, de forma a melhorar a ação educativa.

A participação dos docentes em vários seminários nacionais e internacionais com o projeto Quality in

the Classroom (Programa Comenius Regio), nos anos letivos de 2013-2014 e de 2014-2015, contribuíram

para a sua formação no âmbito da autoavaliação. A assessoria técnica, contratada para o efeito, para a

aplicação da Estrutura Comum de Avaliação (CAF – Common Assessment Framework) mostra o

investimento institucional relativamente à autoavaliação.

É também de destacar a formação do pessoal docente para a realização de um diagnóstico pedagógico,

denominado Observatório de Ensino e Aprendizagem, com a aplicação de questionários a alunos e a

professores, sobre as atividades em sala de aula, no ano letivo de 2012-2013. Os resultados deste

trabalho (estatísticos e respetivas reflexões) foram apresentados e divulgados, no ano letivo de 2013-

2014, pelos docentes envolvidos.

O diagnóstico organizacional com aplicação e tratamento de questionários à comunidade educativa e a

avaliação realizada pela equipa de autoavaliação, no âmbito da Estrutura Comum de Avaliação,

constitui uma base importante para a promoção da autorregulação e da melhoria.

O resultado deste processo, em especial as oportunidades de melhoria, e a análise e a reflexão levadas a

cabo nos diferentes órgãos e estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, como o

demonstram os relatórios críticos e o balanço do plano anual de atividades, permitiram a elaboração do

Projeto de Ações de Melhoria cuja implementação se iniciou no presente ano letivo.

O projeto educativo refere: torna-se premente que a autoavaliação promovida em cada escola se torne um

projeto do agrupamento. Neste sentido, importa formalizar o projeto que integre as diferentes práticas

de autoavaliação com o envolvimento de toda a comunidade educativa na implementação das ações de

melhoria em ciclos regulares, especialmente as que se referem à área-chave do processo de ensino e de

aprendizagem, garantindo a autorregulação e o desenvolvimento sustentado do Agrupamento.

Assim, foram superados os pontos fracos referidos nas avaliações externas anteriores: “A falta de

implementação de um processo de autoavaliação formalmente estruturado, sustentando as prioridades e

as ações de melhoria definidas”, “A não inclusão, nos planos de melhoria, resultantes do processo de

autoavaliação, de estratégias de combate ao insucesso escolar” e “A falta de abrangência das áreas alvo

da autoavaliação e da análise do impacto das medidas implementadas neste processo”.

Em resumo, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na

melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta

uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.

Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Liderança e Gestão.

4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA

A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:

Implementação do Programa de Apoio à Promoção e Educação para a Saúde e a oferta de várias

modalidades de Desporto Escolar relevantes ao educar para estilos de vida saudáveis e para a

prevenção de comportamentos de risco, desenvolvendo competências sociais dos alunos, com

repercussões positivas na sua motivação e integração escolares;

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Agrupamento de Escolas Miguel Torga – SINTRA

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Oferta formativa diversificada e abrangente que tem em conta os interesses dos alunos e

responde, o mais possível, às necessidades do meio envolvente em sintonia com o município;

Contextualização do currículo decorrente da caracterização dos grupos/turmas, das avaliações

de diagnóstico e da implementação de uma diversidade de atividades e de projetos que

integram os respetivos planos, permitindo a crianças e a alunos aprendizagens significativas;

Valorização e utilização das bibliotecas escolares, enquanto espaços interativos de

aprendizagem com atividades que motivam crianças e alunos para a realização de tarefas de

pesquisa, para a leitura e para as aprendizagens nas diferentes disciplinas;

Desenvolvimento de projetos, de parcerias e de formas de colaboração com a comunidade

envolvente que tem possibilitado a consecução do projeto educativo, com o apoio ao plano anual

de atividades, às outras ofertas formativas e aos alunos com necessidades educativas especiais;

Processo de autoavaliação com o diagnóstico organizacional e a análise e a reflexão levadas a

cabo nos diferentes órgãos e estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica,

como base importante para a elaboração do Projeto de Ações de Melhoria e para a promoção da

autorregulação.

A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus

esforços para a melhoria são as seguintes:

Elaboração do projeto curricular de Agrupamento que espelhe as decisões respeitantes à

articulação vertical do currículo e tenha em conta as características e as necessidades das

crianças e dos alunos, abrangendo a generalidade das disciplinas e dos níveis de educação e de

ensino;

Intensificação do trabalho colaborativo entre os docentes dos vários ciclos da mesma disciplina,

centrado na reflexão para o desenvolvimento de ações que contemplem a diferenciação

pedagógica em sala de aula intencionalmente programada e a sua generalização;

Implementação da supervisão da prática letiva planeada com foco enquadrador, com vista a

fomentar o desenvolvimento profissional e a melhoria da qualidade do ensino.

26-07-2016

A Equipa de Avaliação Externa: Hélder Martins, João Henriques e João Nunes

Concordo.

À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.

A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Sul

Filomena Nunes Aldeias

2016-08-04

Homologo.

O Inspetor-Geral da Educação e Ciência

Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação

nos termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79,

Série II, de 22 de abril de 2016