Relatório Ambiental Simplificado - Ras Lt_celpe_definitiva_ibama

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    RESPONSVEL PELA ELABORAO DO RELATRIO AMBIENTAL SIMPLIFICADO

    Souza Barros Consultoria em SustentabilidadeRua Nova, n 169, Sala 201. Santo Incio, CEP: 54515-015.CNPJ: 10.579.656/0001-64Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco.andrebarros@souzabarrosconsultoria.comwww.souzabarrosconsultoria.com(81) 8887-9170(81) 8808-1270

    RESPONSVEL TCNICO

    Andr Paulo de BarrosBilogoCRBIO 59.855/05-DCadastro TcnicoIBAMA 1981990Especialista em Gesto e Planejamento AmbientalMestre em Desenvolvimento e Meio [email protected]

    EQUIPE TCNICA

    Karla Augusta Silveira de BarrosEspecialista em Consultoria OrganizacionalMestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente

    Cadastro Tcnico

    IBAMA 4893570

    Tatiana Santana de SouzaBiloga e Especialista em Gesto Ambiental - CRBIO 77.365/05-DMestre em Desenvolvimento e Meio AmbienteCadastro TcnicoIBAMA 2570930

    Maurlio Jos da SilvaEconomista - CORECON 4890Cadastro TcnicoIBAMA 6019878

    Klaryanna Cabral AlcntaraGeloga - CREA - ES 030559/D

    Cadastro Tcnico

    IBAMA 5780613

    Hormisdas Cavalcanti FrancoEngenheiro EletricistaCREA-PE 36314Cadastro TcnicoIBAMA 5992535

    GRUPO DE ACOMPANHAMENTO DA ELABORAO DO RELATRIO CELPE

    Thiago Dias CairesGestor da Unidade de Meio AmbienteHigor dos Santos VieiraEngenheiro da Unidade de Meio Ambiente

    Wellington de Souza MelosGestor da Unidade de Planejamento da Transmisso - EIPT

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    SOUZA BARROS CONSULTORIA EM SUSTENTABILIDADE

    RELATRIO AMBIENTAL SIMPLIFICADOPARA INSTALAO DE LINHA DE TRANSMISSO 69 Kv

    JUAZEIRO/PETROLINA II

    Recife, Fevereiro de 2014.

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    RESUMO

    O Relatrio Ambiental Simplificado (RAS) teve como objetivos prognosticar, valorar e analisar os impactosambientais relacionados ao empreendimento de instalao da Linha de Transmisso 69 Kv entre os municpios deJuazeiro/BA e Petrolina/PE. O relatrio considerou os aspectos fsicos, biticos e socioeconmicos que podem serafetados pelo empreendimento ao longo de sua extenso graduando e classificando os impactos quanto aos riscosde danos ao meio ambiente visando no final avaliar a viabilidade ambiental do projeto. Considerando todo odiagnstico socioambiental elaborado na rea de influncia direta do empreendimento e os impactos ambientaisprognosticados e valorados em ndices de baixa severidade, chegou-se concluso que o projeto de implantao dalinha de transmisso de 69 Kv aqui apresentado vivel do ponto vista ambiental. Nesse sentido, este relatrioatesta a viabilidade socioambiental do empreendimento recomendando que o projeto executivo seja elaborado esubmetido ao processo de licenciamento ambiental.

    Palavras-chaves:Relatrio Ambiental Simplificado; Linha de Transmisso 69 Kv; Petrolina/PE; Juazeiro/BA.

    ABSTRACT

    This Simplified Environmental Report (SER) had as goals to prognosis, to value and to analyze the environmentalimpacts related to the installing of transmission line (69 Kv) on Petrolina/PE and Juazeiro/BA, Brazil by CELPE. Thisreport approached the physical, biological and socioeconomics features that can be affected by project. The adverseenvironmental impacts were analyzed by valuation multicriteria technique. The Simplified Environmental Reportconcludes that the project is environmentally feasible, because it shows just adverse environmental impacts of lowseverity. In this sense, the study recommends the project to environmental licensing.

    Keywords: Simplified Environmental Report; Installing of transmission line (69 Kv); Petrolina/PE; Juazeiro/BA.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Matriz de Comunicao do Empreendimento. .............................................................................................................................................. 14

    Figura 2Traado proposto para a LT 69 Kv. .............................................................................................................................................................. 15

    Figura 3Local previsto para instalao da LT 69 Kv .................................................................................................................................................. 16

    Figura 4Unidades de Paisagem da LT 69 Kv (Traado Multicolorido). ..................................................................................................................... 18

    Figura 5Proposta de Traado da Travessia da LT 69Kv sobre o Rio So Francisco/ILha do Maroto. ..................................................................... 19

    Figura 6Estrutura Analtica do Projeto de Instalao da LT 69Kv. ............................................................................................................................ 20

    Figura 7Cronograma bsico do servio de elaborao do RAS. ............................................................................................................................... 23

    Figura 8Fluxograma do processo de criao do Modelo Multicritrio de Valorao dos Impactos Ambientais ....................................................... 26

    Figura 9Matriz de Roberts para avaliao dos impactos ambientais do empreendimento. ...................................................................................... 26

    Figura 10Interface do Software M-MACBETH destacando a Matriz de Julgamento com os pesos dos atributos ................................................... 27

    Figura 11 - Mdias das Temperaturas do ar na regio do estudo em 2011 ................................................................................................................. 29Figura 12Mdia da evapotranspirao da regio da rea do estudo. ....................................................................................................................... 30

    Figura 13Foto da rea do empreendimentoSubestao Juazeiro II. .................................................................................................................... 31

    Figura 14Achado geolgico na rea do empreendimentoVeio de Quartzo fraturado s margens do Rio So Francisco (Juazeiro/BA) ............ 32

    Foto 15rea do empreendimentoSolo litlico no trajeto do projeto. ...................................................................................................................... 36

    Figura 16 - Solo litlico no trajeto do projeto. Foto: Klara A lcntara ............................................................................................................................. 37

    Figura 17conjunto de espcimes Senna siamea(cssia de Sio) prximo ao trecho da LT (zona industrialjuazeiro/BA). ................................. 39

    Figura 18Calotropis procera(Maa de Sodoma ) s margens da BA 201, trecho da LT(zona industrialjuazeiro/BA). ........................................ 40

    Figura 19conjunto de espcimes Prosopolis juliflora(Algaroba) prximo ao trecho da LT (zona industrialjuazeiro/BA) ..................................... 40

    Figura 20aspecto da vegetao em zona urbana-industrial no consolidada com presena de espcimes dispersas de Prosopolis juliflora....... 41

    Figura 21Ilha do Maroto e sua vegetao ripria vista do lado de Petrolina. Foto: Andr Barros ............................................................................ 41

    Figura 22Gara-vaqueira (Bubulcus ibis) avistadas em local prximo da instalao da LT (Juazeiro/BA). ............................................................. 43

    Figura 23Evoluo Populacional de Petrolina. .......................................................................................................................................................... 55

    Figura 24Evoluo Populacional de Juazeiro. ........................................................................................................................................................... 61

    Figura 25Valorao dos impactos adversos na etapa Instalao do canteiro de obras no m-macbeth. .................................................................. 69

    Figura 26Resultado do clculo do ISI na etapa Instalao do Canteiro de Obras. ................................................................................................ 70

    Figura 27Valorao dos impactos adversos na etapa Preparao do terreno no m-macbeth ............................................................................... 72

    Figura 28Resultado do clculo do ISI na etapa Preparao do terreno. ................................................................................................................ 72

    Figura 29Valorao dos impactos adversos na etapa Mobilizao de equipamentos e materiais no m-macbeth ................................................ 75

    Figura 30Resultado do clculo do ISI na etapa Mobilizao de equipamentos e materiais................................................................................... 75

    Figura 31ESTRUTURA METLICA QUE SER UTILIZADA NA TRAVESSIA DO RIO .......................................................................................... 77

    Figuras 32 e 33ESTRUTURAS DE CONCRETO URBANAS.................................................................................................................................... 78

    Figura 34Valorao dos impactos adversos na etapa Instalaes das estruturas (urbanas e travessia) e lanamento de cabos....................... 79

    Figura 35Resultado do clculo do ISI na etapa Instalaes das estruturas (urbanas e travessia) e lanamento de cabos................................. 79

    Figura 36Valorao dos impactos adversos na etapa Comissionamento no m-macbeth ...................................................................................... 80

    Figura 37Resultado do clculo do ISI na etapa Comissionamento......................................................................................................................... 80

    Figuras 38 e 39Sinalizador para aves em linha de transmisso ............................................................................................................................... 82

    Figura 40Valorao dos impactos adversos na fase de Operao e manuteno no m-macbeth. ....................................................................... 82

    Figura 41Resultado do clculo do ISI na fase de Operao e manuteno........................................................................................................... 83

    Figura 42Perfil geral dos impactos adversos prognosticados no projeto (quantitativo e qualitativo)........................................................................ 84

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    LISTA DE QUADROSQuadro 1Registro das principais partes interessadas do projeto (stakeholders) ...................................................................................................... 13

    Quadro 2Caractersticas gerais do empreendimento ................................................................................................................................................. 16

    Quadro 3Composio da Equipe Tcnica responsvel pela elaborao do RAS. .................................................................................................... 23

    Quadro 4Conceituao dos Atributos e Definio dos Parmetros de Valorao .................................................................................................... 24

    Quadro 5As 10 espcies de rvores mais abundantes na paisagem urbana na regio do empreendimento. ......................................................... 39

    Quadro 6 - Lista das 167 Espcies da Avifauna avistadas em toda a Regio de Petrolina/PE .................................................................................... 44

    Quadro 7 - Lista das 137 Espcies da Avifauna avistadas em toda a Regio de Juazeiro/BA..................................................................................... 49

    Quadro 8 - Perfil geral do municpio de Petrolina PE .................................................................................................................................................. 54

    Quadro 9 - Mapa de Pobreza e DesigualdadeMunicpios Brasileiros 2003. ............................................................................................................. 56

    Quadro 10Uso e ocupao do solo em Petrolina. ...................................................................................................................................................... 58

    Quadro 11 - Perfil geral do municpio de Juazeiro BA ................................................................................................................................................ 60Quadro 12 - Relao dos Bairros do municpio de Juazeiro BA ................................................................................................................................. 61

    Quadro 13 - Mapa de Pobreza e DesigualdadeMunicpios Brasileiros 2003. ........................................................................................................... 62

    Quadro 14Check List Impactos Ambientais da Fase de Estudos e Projetos ............................................................................................................. 67

    Quadro 15Check List Impactos Ambientais da Fase de Servios PreliminaresInstalao do Canteiro de obras ................................................ 68

    Quadro 16Check List Impactos Ambientais da Fase de Implantao Aquisio de material ................................................................................... 70

    Quadro 17Check List Impactos Ambientais da Fase de ImplantaoPreparao do terreno ............................................................................... 71

    Quadro 18Check List Impactos Ambientais da Fase de ImplantaoMobilizao de equipamentos e Materiais ................................................ 74

    Quadro 19Check List Impactos Ambientais da Fase de ImplantaoInstalaes das estruturas e lanamento de cabos .................................. 76

    Quadro 20Check List Impactos Ambientais da Fase de ImplantaoComissionamento ...................................................................................... 80

    Quadro 21Check List Impactos Ambientais da Fase de Operao e Manuteno ................................................................................................... 81

    Quadro 22Matriz d IntegraoMedidas Mitigadoras, Compensatrias e de Controle ............................................................................................ 85Quadro 23Proposta de Projeto de Educao Ambiental ............................................................................................................................................ 86

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1Detalhamento da localizao do traado da LT 69 Kv. ................................................................................................................................ 17

    Tabela 2 - Classificao dos Impactos Adversos e respectivos ndices de Severidade ............................................................................................... 28

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    SUMRIOINTRODUO ............................................................................................................................................................. 11

    1. CARACTERIZAO DO EMPREENDIMENTO ................................................................................................ 12

    1.1 Identificao do empreendedor........................................................................................ 12

    1.2 Descrio dos objetivos e das justificativas do empreendimento......................................... 12

    1.3 Resumo das especificaes tcnicas do empreendimento................................................. 15

    1.4 Localizao do empreendimentorea de Influncia Direta.............................................. 16

    1.5 reas de conservao e preservao ambiental dentro da AID........................................... 18

    1.6 Fases do empreendimento.............................................................................................. 19

    1.6.1 Fase de Estudos e Projetos (planejamento).................................................................. 20

    1.6.2 Fase de Servios Preliminares..................................................................................... 20

    1.6.3 Fase de Implantao................................................................................................... 20

    1.6.4 Fase de operao e manuteno................................................................................. 21

    2. ASPECTOS METODOLGICOS ...................................................................................................................... 22

    2.1 Etapas da elaborao do Relatrio Ambiental Simplificado................................................. 22

    2.2 Cronograma de trabalho.................................................................................................. 23

    2.3 Equipe tcnica responsvel pela elaborao do relatrio.................................................... 23

    2.4 Mtodos empregados para os estudos ambientais............................................................ 24

    2.4.1 Mtodos para caracterizao dos meios fsico, bitico e antrpico.................................. 24

    2.4.2 Mtodos para identificao e anlise dos impactos ambientais....................................... 24

    3. DIAGNSTICO SOCIOAMBIENTAL ................................................................................................................ 29

    3.1 Caracterizao do Meio Fsico......................................................................................... 29

    3.1.1 Aspectos climticos.................................................................................................... 29

    3.1.2 Aspectos Geolgicos.................................................................................................. 30

    3.1.2.1 Geologia Regional............................................................................................... 30

    3.1.2.2 Geologia Local.................................................................................................... 31

    3.1.3 Aspectos Geomorfolgicos.......................................................................................... 32

    3.1.4 Aspectos Hidrogeolgicos........................................................................................... 33

    3.1.5 Aspectos Pedolgicos................................................................................................. 34

    3.1.5.1 Fundamentao terica de solos........................................................................... 34

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    3.1.5.2 Caracterizao dos solos da rea do empreendimento........................................... 35

    3.1.6 Aspectos hdricos........................................................................................................ 37

    3.2 Caracterizao do Meio Bitico........................................................................................ 38

    3.2.1 Vegetao no permetro urbano................................................................................... 38

    3.2.2 Vegetao na Ilha do MarotoRio So Francisco......................................................... 41

    3.2.3 Aspectos faunsticos da rea do empreendimento......................................................... 42

    3.3 Caracterizao do Meio Antrpico.................................................................................... 53

    3.3.1 Caracterizao do Meio Antrpico de PetrolinaPE/ JuazeiroBA................................ 53

    3.3.1.1 Caracterizao do espao histrico e geogrfico de PetrolinaPE......................... 53

    3.3.1.2 Dinmica socioeconmica de PetrolinaPE......................................................... 54

    3.3.1.3 Caracterizao geral do uso e ocupao do solo de PetrolinaPE......................... 57

    3.3.2 Caracterizao do espao histrico e geogrfico de JuazeiroBA.................................. 59

    3.3.2.1 Dinmica socioeconmica de Juazeiro BA......................................................... 60

    3.3.2.2 Caracterizao geral do uso e ocupao do solo de JuazeiroBA......................... 63

    3.3.3 Consideraes finais sobre a caracterizao do meio antrpico de Petrolina/Juazeiro....... 64

    4. IMPACTOS AMBIENTAIS DO EMPREENDIMENTO ........................................................................................ 66

    4.1 Impactos ambientais na Fase de Estudos e Projetos.......................................................... 66

    4.2 Impactos ambientais na Fase de Servios Preliminares...................................................... 68

    4.2.1 Instalao do Canteiro de Obras.................................................................................. 68

    4.2.2 Aquisio de Material.................................................................................................. 70

    4.3 Impactos ambientais na Fase de Implantao................................................................... 71

    4.3.1 Preparao do terreno................................................................................................. 714.3.2 Mobilizao de Equipamentos e Materiais..................................................................... 74

    4.3.3 Instalaes das estruturas (urbanas e travessia) e lanamento de cabos......................... 76

    4.3.4 Comissionamento....................................................................................................... 80

    4.4 Impactos ambientais na Fase de Operao e Manuteno................................................. 81

    4.5 Medidas mitigadoras, compensatrias e de controle.......................................................... 84

    5. PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS ..................................................................................................................... 86

    6. CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................................................... 88

    REFERNCIAS............................................................................................................................................................ 89

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    INTRODUOEste Relatrio Ambiental Simplificado (RAS) tem como objetivos prognosticar, valorar e analisaros impactos ambientais relacionados ao empreendimento de instalao da Linha de Transmisso69 Kv entre os municpios de Juazeiro/BA e Petrolina/PE. O relatrio considera os aspectosfsicos, biticos e socioeconmicos que podem ser afetados pelo empreendimento ao longo desua extenso graduando e classificando os impactos quanto aos riscos de danos ao meioambiente visando no final avaliar a viabilidade ambiental do projeto. Nesse sentido, o RAS seconfigura como um instrumento de apoio tomada de deciso para a implantao de medidas degesto ambiental que sejam capazes de mitigar e controlar os impactos ambientais doempreendimento, mesmo sabendo que o projeto possui baixo potencial de causar danos ao meio

    ambiente.

    A elaborao deste relatrio busca cumprir os requisitos legais da Resoluo CONAMA N279/2001 e da Portaria MMA 421/2011 (Captulo III, art. 5) para efeito de licenciamentoambiental e os princpios e normas estabelecidas na Poltica de Meio Ambiente e deResponsabilidade Socioambiental da Companhia Energtica de Pernambuco (CELPE - GrupoNeoenergia).

    O RAS buscou no seu escopo caracterizar o empreendimento e o seu ambiente de entorno (meiofsico, meio bitico e meio antrpico) nos aspectos essenciais anlise dos impactos ambientais,focando na identificao e valorao dos mesmos. Sendo assim, este documento estrutura-se da

    seguinte forma:

    1) CARACTERIZAO DO EMPREENDIMENTO;

    2) ASPECTOS METODOLGICOS descrevendo o processo de elaborao do RelatrioAmbiental Simplificado, incluindo os mtodos e tcnicas utilizados para realizao dosestudos ambientais e para anlise dos impactos ambientais;

    3) DIAGNSTICO SOCIOAMBIENTAL descrevendo os principais aspectos dos meios fsico,bitico e antrpico da rea de influncia direta e indireta do empreendimento com base empesquisa bibliogrfica e estudos de campo;

    4) IMPACTOS AMBIENTAIS DO EMPREENDIMENTO com prognstico e valorao dosimpactos ambientais sobre os meios fsico, bitico e antrpico em cada etapa doempreendimento considerando os seguintes atributos: Carter, Magnitude, Importncia,Durao, Reversibilidade, Ordem, Temporalidade e Escala;

    5) PROPOSIO DE PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS descrevendo em nvel de concepoprojetos e aes socioambientais necessrios ao controle ambiental do empreendimento;

    6) CONSIDERAES FINAIS descrevendo as principais concluses do relatrio apontandorecomendaes a serem consideradas pelo empreendedor e demais partes interessadas doprojeto.

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    1.CARACTERIZAO DO EMPREENDIMENTO1.1 Identificao do empreendedor

    Nome/Razo Social Companhia Energtica de PernambucoCELPE/Grupo Neoenergia

    CNPJ 10.835.932/0001-08

    ENDEREO Avenida Joo de Barros, n 111, Boa Vista.

    MUNICPIO Recife UF: PE

    TELEFONE (81) 3217-5842

    E-MAIL [email protected]

    NOME DOEMPREENDIMENTO

    Instalao de Linha de Transmisso 69 Kv Juazeiro/Petrolina II

    RESPONSVEL Thiago CairesGestor da Unidade de Meio Ambiente

    1.2 Descrio dos objetivos e das justificativas do empreendimento

    A regio do vale do So Francisco tem se tornado nas ltimas dcadas num grande polo dedesenvolvimento da agricultura irrigada integrado no s ao mercado interno, mas tambm aomercado internacional. Esta dinmica socioeconmica tem levado a um crescimento do mercadode energia da regio, atualmente atendido por apenas dois circuitos que interligam a subestaode Juazeiro II 230/69 Kv seccionadora de Petrolina. O projeto apresenta vantagens do ponto devista ambiental por possuir um traado predominantemente inserido em rea urbana-industrialapresentando em seu processo de implantao atividades de baixo impacto sobre o meio fsico e

    bitico.

    O projeto surgiu da necessidade de ampliar a flexibilidade de manobras e a confiabilidade dosistema diante das demandas cada vez mais crescentes de energia eltrica na regio. Oempreendimento ir beneficiar diretamente os municpios de Petrolina, Juazeiro, Lagoa Grande eAfrnio, evitando num futuro prximo o corte total ou restries de carga em ocasio decontingncias do sistema eltrico.

    O projeto constitui-se num investimento da CELPE em melhorar a oferta de energia eltrica paraos municpios diretamente beneficiados possuindo no seu bojo importantes partes interessadasrelacionadas ao empreendimento (quadro 1).

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    QUADRO 1REGISTRO DAS PRINCIPAIS PARTES INTERESSADAS DO PROJETO (STAKEHOLDERS)

    Indivduo ou grupo deinteresse

    Papel no projeto Interesses no projeto Grau deInfluncia

    Tipo deInteresse

    Estratgia paragovernana do

    projeto

    CELPE Proponente investidor

    Aumentar a flexibilidadede manobras do sistemade distribuio de energiana regio obtendo retorno

    sobre o investimento.

    Alto Colaborativo

    Consolidar basede poder

    garantindo oinvestimento.

    CHESF

    Parceiro direto do projetocom concesso de

    energia no contexto doempreendimento.

    Sucesso e ampliao do

    projeto na regio.

    Alto Colaborativo

    Consolidar basede poder

    garantindo a

    parceria dentrodos aspectoscomerciais.

    rgo Licenciador(IBAMA)

    Licenciamento Ambientaldo Projeto

    Garantir que o projeto notrar danos ao meio

    ambiente mediante efetivocontrole ambiental.

    Alto Normativo

    Consolidar basede poder

    garantindo aaprovao dentro

    dasespecificaes

    normativas.

    Prefeituras dos municpiosdiretamente beneficiados

    com o projetoAnuncia

    Garantir que o projeto notrar danos ao

    ordenamento urbano-ambiental da regio e que

    produzir os efeitos

    desejados.

    Alto Normativo

    Consolidar basede poder

    garantindo aaprovao dentro

    das

    especificaesnormativas.

    IPHANFUNAI

    Fundao Palmares

    Apoio Tomada deDeciso no mbito do

    Licenciamento

    Garantir que o projeto notrar danos ao patrimniohistrico, tnico e cultural

    da regio.

    Alto Normativo

    Consolidar basede poder

    garantindo aaprovao dentro

    dasespecificaesnormativas que

    porventurapossam surgir.

    Populao do entorno Beneficirios do sistema

    Melhoria no sistema dedistribuio de energia naregio com confiabilidade

    e segurana.

    Mdio Uso

    Consolidar redede apoio atravsde informao e

    boa prestao dos

    servios.

    Consultorias e Prestadoresde Servios contratados

    para execuo doempreendimento

    Prestao de serviostcnicos especializados

    em toda ou qualquerfase do empreendimento

    Prestar servios dequalidade para fortaleceras relaes comerciaiscom o empreendedor

    Mdio Colaborativo

    Consolidar redede apoio atravsdo controle dasprestaes de

    servios.

    DNIT e Departamentos deEstradas de Rodagem

    EstaduaisAutorizaes

    Evitar conflitos eincompatibilidades de

    usos nas faixas dedomnio pblico

    Alto Normativo

    Consolidar basede poder

    garantindo aaprovao dentro

    dasespecificaesnormativas que

    porventura

    possam surgir.

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    O sucesso do projeto do ponto de vista de sua viabilidade poltica e social depender do efetivo

    atendimento aos interesses das partes interessadas aqui elencadas. No foram identificados nodecorrer dos estudos que subsidiaram este Relatrio nenhuma organizao ou indivduocontrrio ao empreendimento, nem to pouco, conflitos de interesses em termos normativos esocioeconmicos. Isso no implica em dizer que no futuro no poder surgir conflitos. Contudo, oprojeto desde ento possui viabilidade poltica e social para se estabelecer conformeplanejamento do proponente.

    Visando orientar o empreendedor para uma melhor comunicao entre as principais partesinteressadas aqui elencadas elaborou-se uma Matriz de Comunicao visando estabelecer asorientaes bsicas para o eficiente fluxo de informao que so base para a comunicaosocial.

    A Matriz de Comunicao foi desenvolvida como base nos principais documentos tcnicos egerenciais e nas partes interessadas identificadas que devem participar da comunicao projeto.A elaborao da matriz seguiu os seguintes passos:

    1) Elaborao da lista dos documentos tcnicos e gerenciais do projeto que so relevantes.2) Elaborao da lista das partes interessadas do projeto.3) Definio das categorias de comunicao.4) Relacionamento dos documentos com as partes interessadas atravs das categorias de

    comunicao.

    As categorias de comunicao definidas na matriz foram: ELElabora o documento ou responsabiliza-se por sua emisso. APAprova a verso definitiva do documento. COEmite comentrios para colaborar com a elaborao ou deciso de aprovao. PAParticipa na elaborao do documento. TCApenas toma conhecimento da verso definitiva do documento. NPNo participa da comunicao do documento.

    Documentos Relevantes PartesInteress

    adas

    CELPE

    CHESF

    IBAMA

    PREFEITUR

    AS

    IPHAN/FUN

    AI/

    F.P

    ALMAR

    ES

    POPULAO

    PRESTADORESDE

    SERVIO

    S

    DNIT

    DERs

    PROJETO EXECUTIVO AP TC CO TC TC NP EL CO

    RELATRIO AMBIENTAL SIMPLIFICADO AP TC AP TC CO TC EL TC

    ESTUDOS TCNICOS (TOPOGRAFIA, GEOTECNIA, ETC.) AP TC CO TC NP NP EL TC

    PARECERES E LICENAS AMBIENTAIS CO NP EL/AP TC TC TC NP TC

    PROGRAMAS AMBIENTAIS EL/AP TC AP TC TC TC ELNP

    CARTAS DE ANUNCIA CO TC TC EL/AP TC NP NP EL/AP

    FIGURA 1:MATRIZ DE COMUNICAO DO EMPREENDIMENTO.

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    1.3 Resumo das especificaes tcnicas do empreendimento

    O traado da Linha de Transmisso (LT) tem sua origem no prtico de entrada da Subestao daCHESF (Juazeiro II) situada no municpio de Juazeiro-BA, indo at o prtico de entrada daSubestao da CELPE (Petrolina 2), no municpio de Petrolina-PE. A Linha de transmissotrifsica ser construda com postes de concreto, cabo de 636MCM, com isolao para 72,5 Kventre fases e cabo para raios EAR 7,94mm. O traado proposto possui 17,5 quilmetros deextenso com a maior parte situada no municpio de Juazeiro/BA e dentro do permetro urbano-industrial conforme demostrado na figura 2.

    FIGURA

    2

    T

    RAADO PROPOSTO PARA ALT

    69

    K

    V.F

    ONTE:(CELPE,

    2014).

    O quadro 2 apresenta um resumo das principais caractersticas e dimensionamentos doempreendimento com base em memorial descritivo preliminar (CELPE, 2014). O escopo doprojeto atender as normas e especificaes tcnicas relacionadas instalao de linhas desubtransmisso urbana para 69 quilovolts estabelecidas pela prpria CELPE (Norma VR 01.04-00.007) atualizada em novembro de 2013.

    As informaes detalhadas sobre as especificaes tcnicas do projeto relacionadas aodimensionamento dos equipamentos e s fases de instalao e operao, incluindo cronogramade execuo e a estimativa de mo de obra a ser empregada no sero aqui tratados, porque

    ainda no h Projeto Executivo elaborado e aprovado.

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    QUADRO 2CARACTERSTICAS GERAIS DO EMPREENDIMENTO

    Descrio Dimensionamento

    Extenso do Traado 17,5 Km

    Postes circulares de concreto 219

    Torres metlicas 3

    Cabos de TransmissoTipo 636CAA, com cabo para raios

    7,94mm EAR

    Altura de segurana das estruturas urbanas (postes circulares de concreto) 6,5 m

    Altura de segurana das estruturas da travessia do Rio So Francisco (torres metlicas) 15 m

    1.4 Localizao do empreendimentorea de Influncia Direta

    A rea para instalao da Linha de Transmisso situa-se nos municpios de Juazeiro/BA ePetrolina/PE. Mais de 60% do traado situa-se no municpio de Juazeiro (Figura 3).

    FIGURA 3LOCAL PREVISTO PARA INSTALAO DA LT69KV (TRAADO EM AZUL).(CELPE,2014).

    A tabela 1 apresenta o detalhamento do traado considerando as informaes de localizao

    dentro dos municpios de Juazeiro/BA e Petrolina/PE a partir das informaes levantadas emcampo.

    Juazeiro/BA

    Petrolina/PE

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    TABELA 1DETALHAMENTO DA LOCALIZAO DO TRAADO DA LT69KV.

    Traado LT 69KvJuazeiro/Petrolina

    Pontos Localizao/DescrioUso e

    Ocupao doSolo

    TRAADO aproximado (Km)

    JUAZEIRO (%) PETROLINA (%) Total (%)

    A-B

    BR 407Da subestao da CHESF rotatria que d acesso Av.Cherry Knoury no Bairro Joo PauloII

    Comrcio eIndstria

    3,59 20,51 0 0 3,59 20,51

    B-C Da Rotatria de acesso Av. CherryKnoury ao acesso da Av. 3 no BairroAntnio Guilhermino

    Comrcio eIndstria

    0,59 3,37 0 0 0,59 3,37

    C-DAv. 3 Bairro Antnio Guilhermino ata Rod. BA 210.

    Comrcio eIndstria

    1,34 7,66 0 0 1,34 7,66

    D-EDa Rod. BA 210 ao ponto que cruzaa Av. Giuseppe Muccini.

    Comrcio eIndstria

    4 22,86 0 0 4,00 22,86

    E-FDo ponto que cruza a Av. GiuseppeMuccini s margens do Rio SoFrancisco (Ponto inicial da travessia)

    rea urbana noconsolidada

    (aterro inabitado)1,21 6,91 0 0 1,21 6,91

    F-GTravessia (margem Juazeiro/BA -

    Ilha do MarotoMargemPetrolina/PE/Conjunto Residencial).

    Esporte nutico,agricultura deautoconsumo,

    balnerio.

    0,48 2,74 1,19 6,8 1,67 9,54

    G-H

    Conjunto Residencial prximo Chcara Barana at a subestaoda Celpe margeando Av. Juiz de

    Fora (Estrada do Rodeadouro)

    Lazer rural,agricultura,indstria ecomrcio.

    0 0,00 5,1 29,14 5,10 29,14

    11,21 64,06 6,29 35,94 17,50 100,00

    Como possvel notar nas informaes apresentadas na tabela 1, a maior parte do traado emambos os municpios insere-se em reas de uso comercial e industrial e em reas urbanas noconsolidadas (loteamentos em expanso) buscando margear as principais rodovias. Portanto,so reas plenamente antropizadas cujos principais usos so compatveis com oempreendimento em termos de aspectos socioambientais.

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    FIGURA 4UNIDADES DE PAISAGEM DA LT69KV (TRAADO MULTICOLORIDO).FONTE:PESQUISA DE CAMPO,FEV.2014.

    Portanto, a rea de Influncia Direta (AID) do empreendimento compreende as faixas de domniodas estradas, rodovias, avenidas e ruas por onde a linha seguir o seu percurso, bem como aIlha do Maroto que receber uma das torres metlicas no processo da travessia do Rio SoFrancisco. O projeto priorizar a instalao das estruturas nas margens j utilizadas para os finsde distribuio eltrica respeitando os limites de segurana preconizados nas normas tcnicasvigentes do setor.

    A rea de Influncia Indireta compreende os municpios de Petrolina/PE e Juazeiro/BA.

    1.5 reas conservao e preservao ambiental dentro da AID

    Na rea de Influncia Direta no se constatou nenhuma unidade de conservao seja integral oude uso sustentvel. No entanto, deve-se considerar a potencialidade do empreendimento deafetar reas legalmente protegidas na instalao das estruturas de travessia sobre o Rio SoFrancisco.

    Como demonstrado no Memorial Descritivo (CELPE, 2014), est prevista a instalao de trstorres metlicas para travessia dos cabos sobre o Rio So Francisco. Uma torre ser instalada na

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    margem do rio correspondente ao municpio de Juazeiro/BA; outra ser instalada na poro

    central da Ilha do Maroto e outra na margem correspondente ao municpio de Petrolina/PE.

    As torres, portanto, sero instaladas em reas de Preservao Permanente cuja largura de 500metros por se tratar de curso dgua com mais de 600 metros de largura. Assim, para instalaodas torres no podero ser feitas supresso de vegetao, salvo com as devidas autorizaesambientais. Recomenda-se que os pontos de instalao das estruturas metlicas sejam situadosem reas descampadas sem a necessidade de supresso da pouca vegetao ripriaencontrada no local.

    FIGURA 5PROPOSTA DE TRAADO DA TRAVESSIA DA LT69KV SOBRE O RIO SO FRANCISCO/ILHA DO MAROTO.

    1.6 Fases do empreendimento

    O empreendimento foi decomposto em 4 fases, com o intuito de prognosticar e analisar osimpactos ambientais do projeto: 1) Fase de Estudos e Projetos; 2) Fase de Servios Preliminares;3) Fase de Implantao; 4) Fase de Operao e Manuteno. As fases foram decompostas emetapas. Cada etapa constitui-se uma unidade de anlise para avaliao dos impactos ambientaisdo empreendimento.

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    FIGURA 6ESTRUTURA ANALTICA DO PROJETO DE INSTALAO DA LT69KV.

    1.6.1 Fase de Estudos e Projetos (planejamento)

    A fase de estudos e projetos constitui-se nas atividades de planejamento. Esta fase constitudapor quatro etapas bsicas. So elas:

    1) Levantamento topogrfico;2) Estudos Geotcnicos/hidrogeolgicos;3) Projeto Tcnico Executivo;4) Estudo ambientalRelatrio Ambiental Simplificado.

    O principal resultado desta fase consistiu na definio de traado com menor potencial deimpacto ambiental e na identificao de medidas de controle ambiental do empreendimento.

    1.6.2 Fase de Servios Preliminares

    Consiste na instalao do canteiro de obras e aquisio dos materiais.

    O canteiro de obras para armazenamento de materiais, mquinas, equipamentos e demaisservios de almoxarifado poder se estabelecido em galpo de empresa local a ser contratadapara execuo do Projeto Executivo.

    1.6.3 Fase de Implantao

    Na fase de implantao, quatro so as etapas que apresentam aspectos ambientais a considerar.

    So elas:

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    1) Preparao do Terreno,

    2) Mobilizao de Equipamentos e Materiais,3) Instalaes das estruturas (urbanas e travessia) e lanamento dos cabos4) Comissionamento.

    1.6.4 Fase de operao e manuteno

    A Fase de Operao e Manuteno corresponde ao funcionamento da linha de transmisso apstestes e comissionamento. Compreende tambm s inspees e manutenes peridicasrequeridas pelo operador do sistema, bem como a renovao de equipamentos atravs deatividades de manuteno preditiva e preventiva visando garantir seu melhor funcionamento.

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    2.ASPECTOS METODOLGICOS2.1 Etapas da elaborao do Relatrio Ambiental Simplificado

    A elaborao do RAS ocorreu seguindo quatro etapas. So elas:

    Etapa 1 - Coleta e anlise dos dados de referncia (requisitos do cliente)

    Esta primeira etapa buscou identificar e analisar os dados de referncia do empreendimento

    conforme escopo mnimo apresentado pela Celpe e as especificaes tcnicas doempreendimento, cujo documento base foi o memorial descritivo.

    Etapa 2 - Identificao e registro das partes interessadas

    Nesta etapa foram identificadas e registradas as principais partes interessadas relacionadas aoempreendimento com o objetivo de reconhecer os possveis posicionamentos favorveis oucontrrios ao empreendimento. Para cada parte interessada identificada foram analisadas emlinhas gerais as relaes de poder e o grau de influncia das organizaes sobre oempreendimento, considerando o perfil de interesse preponderante com relao ao projeto.

    .

    Etapa 3Realizao dos estudos socioambientais

    Nesta etapa foi feito o levantamento dos principais aspectos dos meios fsico, bitico e antrpicoda rea de influncia direta e indireta do empreendimento e prognstico dos impactos ambientaisdo projeto sobre o meio ambiente. A base de levantamento de dados consistiu em pesquisabibliogrfica e observaes de campo realizadas no perodo de fevereiro de 2014.

    Etapa 4Elaborao e Publicao do Relatrio Ambiental Simplificado

    Esta etapa consistiu nas atividades de integrao e consolidao das informaes trabalhadas naetapa anterior, incluindo a apresentao e discusso do Relatrio Ambiental Simplificado emReunio Tcnica Informativa. Os produtos dessa etapa foram: a verso preliminar do RASconforme Escopo do Produto aprovado antes do incio dos trabalhos e publicao da versodefinitiva do documento.

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    2.2 Cronograma de trabalho

    O RAS foi elaborao num perodo de 30 dias teis. O cronograma foi acompanhado mediantePlano de Atividades Onlineestabelecido na plataforma Smartsheet (www.smatsheet.com). Ocronograma estabelecido para elaborao do RAS apresentado na figura 7.

    FIGURA 7CRONOGRAMA BSICO DO SERVIO DE ELABORAO DO RAS.

    2.3 Equipe tcnica responsvel pela elaborao do relatrio

    QUADRO 3COMPOSIO DA EQUIPE TCNICA RESPONSVEL PELA ELABORAO DO RAS.

    Funo Responsvel Atribuies Principais Atividades

    CoordenaoTcnica

    Andr Paulo de BarrosBilogo

    Direo; Organizao; Planejamento; Execuo; Controle.

    Coordenao do planejamento eexecuo do servio;

    Coordenao dos recursoshumanos do servio;

    Emisso do Relatrio AmbientalSimplificado

    ConsultoriaOrganizacional

    Karla Augusta SilveiraConsultora Organizacional

    Levantamento das informaesrelacionadas aos aspectosorganizacionais do produto.

    Identificao das partesinteressadas;

    Apoio na elaborao daspropostas para o programasocioambiental.

    AnlisesSocioambientais

    Andr Paulo de BarrosBilogoMeio Bitico

    Maurlio Jos da SilvaEconomistaMeio Antrpico

    Tatiana Santana de SouzaBilogaMeio Antrpico

    Klaryana AlcntaraGelogaMeio Fsico

    Levantamento das informaesrelacionadas aos aspectos dosmeios fsico, bitico e antrpicoatrelados ao empreendimento.

    Caracterizao dos aspectossocioambientais da rea deinfluncia do empreendimento

    Consultoria paraAnlise dos

    ImpactosAmbientais

    Hormisdas Cavalcanti FrancoEngenheiro Eletricista

    Anlise dos aspectos e impactosambientais do empreendimento.

    Identificao, valorao e anlisedos impactos ambientais.

    Elaborao das propostas demitigao, compesao econtrole dos impactos

    ambientais.

    http://www.smatsheet.com/http://www.smatsheet.com/http://www.smatsheet.com/http://www.smatsheet.com/
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    2.4 Mtodos empregados para os estudos ambientais

    2.4.1 Mtodos para caracterizao dos meios fsico, bitico e antrpico

    A caracterizao dos meios fsico, bitico e antrpico teve como base metodolgica a pesquisabibliogrfica e o levantamento de dados atravs da observao de campo.

    2.4.2 Mtodos para identificao e anlise dos impactos ambientais

    O mtodo utilizado para prognosticar os impactos ambientais em cada fase do empreendimentofoi o mtodo Check Listou mtodo da Lista de Verificao. O Check Listfoi escolhido por ser ummtodo simples bastante adequado anlise de empreendimentos de baixo potencial de impactoambiental.

    A primeira etapa do mtodo consiste na identificao e qualificao dos possveis impactosambientais inerentes a cada fase do empreendimento (abordagem qualitativa).

    Para qualificar os impactos na lista de verificao so atribudos a estes um conjunto pr-determinado de atributos relacionados ao carter, magnitude, importncia, durao,reversibilidade, ordem, temporalidade e escala.

    Cada atributo possui nveis especficos de qualificao que so a base para a valorao do graudo impacto dentro uma abordagem quantitativa (valorao dos impactos). O Quadro 4 apresentaa conceituao desses atributos e a definio dos parmetros utilizados no processo devalorao. As Listas de Verificao (Check List) preenchidas para cada etapa doempreendimento so apresentadas no Captulo 4 que trata dos impactos ambientaisprognosticados na elaborao deste RAS.

    QUADRO 4CONCEITUAO DOSATRIBUTOS E DEFINIO DOS PARMETROS DE VALORAO

    ATRIBUTOS CRITRIOS DE AVALIAO SIMBOLOGIA

    CARTERExpressa a alterao oumodificao gerada por umaao do empreendimentoproposto sobre um dadocomponente ou fatorambiental por ela afetado.

    BENFICOQuando o efeito gerado for positivo para o fator ambiental considerado.

    +

    ADVERSOQuando o efeito gerado for negativo para o fator ambiental considerado.

    -

    MAGNITUDEExpressa a extenso doimpacto, na medida em que seatribui uma valorao graduals variaes que as aespodero produzir num dado

    componente ou fator

    PEQUENAQuando a variao no valor dos indicadores for inexpressiva, noalterando o fator ambiental considerado.

    P

    MDIAQuando a variao no valor dos indicadores for expressiva, porm semalcance para descaracterizar o fator ambiental considerado.

    M

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    ATRIBUTOS CRITRIOS DE AVALIAO SIMBOLOGIA

    ambiental por ela afetado. GRANDEQuando a variaes no valor dos indicadores for de tal ordem que possalevar descaracterizao do fator ambiental considerado.

    G

    IMPORTNCIAEstabelece a significncia ouo quanto cada impacto importante na sua relao deinterferncia com o meioambiente, e quandocomparado a outros impactos.

    N O SIGNIFICATIVAA intensidade da interferncia do impacto sobre o meio ambiente e emrelao aos demais impactos no implica em alterao da qualidade devida.

    1

    MODERADAA intensidade do impacto sobre o meio ambiente e em relao aos outrosimpactos, assume dimenses recuperveis, quando adverso, para aqueda da qualidade de vida, ou assume melhoria da qualidade de vida,quando benfico.

    2

    SIGNIFICATIVA

    A intensidade da interferncia do impacto sobre o meio ambiente e juntoaos demais impactos acarreta, como resposta, perda da qualidade devida, quando adverso, ou ganho, quando benfico.

    3

    DURAO o registro de tempo depermanncia do impactodepois de concluda a aoque o gerou.

    CURTAExiste a possibilidade da reverso das condies ambientais anteriores ao, num breve perodo de tempo, ou seja, que imediatamente aps aconcluso da ao, haja a neutralizao do impacto por ela gerado.

    4

    MDIA necessrio decorrer certo perodo de tempo para que o impacto geradopela ao seja neutralizado.

    5

    LONGARegistra-se um longo perodo de tempo para a permanncia do impacto,aps a concluso da ao que o gerou. Neste grau, sero tambmincludos aqueles impactos cujo tempo de permanncia, aps a concluso

    da ao geradora, assume um carter definitivo.

    6

    CONDIO OUREVERSIBILIDADEDelimita a reversibilidade doimpacto ambiental emconsequncia dessa ao.

    REVERSVELQuando cessada a ao que gerou a alterao, o meio afetado poderetornar ao seu estado primitivo.

    O

    IRREVERSVELQuando cessada a ao que gerou a alterao, o meio afetado noretornar ao seu estado anterior.

    ORDEMEstabelece o grau de relaoentre a ao impactante e oimpacto gerado ao meioambiente.

    DIRETAResulta de uma simples relao de causa e efeito, tambm denominadoimpacto primrio ou de primeira ordem.

    D

    INDIRETAQuando gera uma reao secundria em relao ao ou, quando parte deuma cadeia de reaes tambm denominada de impacto secundrio ou de

    ensima ordem, de acordo com a situao na cadeia de reaes.

    I

    TEMPORALIDADEExpressa a interinidade daalterao ou modificaogerada por uma ao doprojeto sobre um dadocomponente ou fatorambiental por ela afetado.

    TEMPORRIOQuando o efeito gerado apresentar um determinado perodo de durao.

    T

    PERMANENTEQuando o efeito gerado for definitivo, ou seja, perdure mesmo quandocessada a ao que o gerou.

    P

    CCLICOQuando o efeito esperado apresenta uma sazonalidade de ocorrncia.

    C

    ESCALARefere-se grandeza doimpacto ambiental em relao rea geogrfica de

    abrangncia.

    LOCALQuando a abrangncia do impacto ambiental restringir-se unicamente area de influncia direta onde foi gerada a ao.

    L

    REGIONALQuando a ocorrncia do impacto ambiental for mais abrangente,estendendo-se para alm dos limites geogrficos da rea de influnciadireta do projeto.

    R

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    Os impactos ambientais prognosticados no Check Listforam valorados em termos de ndices de

    Severidade do Impacto (ISI). Para o clculo dos ndices de severidade dos impactos foi criadoum modelo multicritrio de ponderao (valorao) dos atributos estabelecidos no Check List.

    FIGURA 8FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE CRIAO DO MODELO MULTICRITRIO DE VALORAO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

    Para valorao dos impactos ambientais do Check Listem ndices foi estabelecida em primeiraordem a relao de pesos entre os atributos (ponderao) utilizando a Matriz de Roberts (1979)para definio das relaes de atratividade (relevncia) entre os aspectos analisados.

    A Matriz de Roberts preenchida pelo Setor de Meio Ambiente da CELPE reflete os valores epercepes que a empresa atribui avaliao dos impactos ambientais do empreendimento.

    FIGURA 9MATRIZ DE ROBERTS PARA AVALIAO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DO EMPREENDIMENTO.

    Processo de ponderao dos atributos

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    A Matriz ento ordenou em termos de relevncia os atributos utilizados no Check List, semponder-los, estabelecendo a seguinte ordem de atratividade (relevncia):

    1) IMPORTNCIA (1 colocao);2) MAGNITUDE (2 colocao);3) DURAO (3 colocao);4) CARTER (4 colocao)5) ORDEM, TEMPORALIDADE E ESCALA (5 colocao);6) REVERSIBILIDADE (6 colocao).

    Em seguida, aps a definio das relaes de atratividade, os atributos foram ponderados

    utilizando-se do mtodo MACBETH operacionalizado mediante software especfico. Com base naordenao dos atributos em termos de relevncia o software M-MACBETH estabeleceu asponderaes entre os critrios. Sendo assim, foi criada uma escala de valorao de zero a um (0-1) correspondente ao ndice de Severidade do Impacto (ISI).

    A figura 10 apresenta a interface do software onde pode ser vistos os pesos atribudos a cadaatributo pelo M-MACBETH de acordo com a ordem de atratividade estabelecida pela Matriz deRoberts.

    FIGURA 10INTERFACE DO SOFTWARE M-MACBETHDESTACANDO A MATRIZ DE JULGAMENTO COM OS PESOS DOS ATRIBUTOS

    Pesos

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    Como resultado de todo esse processo foi criada uma escala de valor correspondente ao ndice

    de Severidade do Impacto(ISI)aplicvel apenas aos impactos adversos. O ISI dentro da escalade valorao apresenta as seguintes classificaes e escala de mensurao (Tabela 2):

    TABELA 2-CLASSIFICAO DOS IMPACTOS ADVERSOS E RESPECTIVOS NDICES DE SEVERIDADE

    Classificao daSeveridade do

    ImpactoCaracterizao

    Escala para o ndice deSeveridade do Impacto

    (ISI)

    Impacto CatastrficoSevera degradao ambiental, com alteraes populacionais e/ouestruturais ou danos irreparveis ao meio ambiente.

    0,7511,00

    Impacto Crtico Danos relevantes ao meio ambiente. Necessita de medidas emergenciais 0,5010,75

    Impacto MarginalDegradao moderada do meio ambiente, porm passvel de controleatravs de equipamentos e medidas operacionais adequadas.

    0,2510,50

    Impacto Desprezvel No comprometimento significativo do meio ambiente 00,25

    Com o modelo multicritrio para o clculo do ISI cada impacto ambiental prognosticado foivalorado no prprio software M-MACBETH, cujo sistema era alimentado com as informaes doCheck List.

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    3. DIAGNSTICO SOCIOAMBIENTAL3.1 Caracterizao do Meio Fsico

    3.1.1 Aspectos climticos

    Segundo o Levantamento Exploratrio-Reconhecimento de Solos do Estado de Pernambuco, em1973, o clima da rea de estudo, pela classificao de Kppen-Geiger, enquadra-se como BSwh.Trata-se, portanto, de clima muito quente, semirido, com estao chuvosa, perodo em que a

    evaporao forte em consequncia das altas temperaturas. Relaciona-se com o bioclima daclassificao de Gaussen, isto : subdesrtico quente de tendncia tropical, ndice xerotrmicoentre 200 e 300, com 9 a 11 meses secos e temperatura do ms mais frio superior a 15C(SILVA, 2005).

    De acordo com a Carta Climtica de Pernambuco, baseada no ndice hdrico de Thonthwaite, aregio apresenta clima rido (E). Observa-se no perodo de dezembro a maro concentrao decerca de 70% do total pluviomtrico anual (430 mm). Considerando a estao chuvosa denovembro a abril, a concentrao pluviomtrica de 93%. Apresenta ainda, elevadaevapotranspirao no vero, em consequncia das altas temperaturas, evaporao anual de2600 mm, umidade relativa mdia anual de 61% e velocidade mdia anual do vento a dois

    metros de altura de 197 km/dia (SILVA, 2005).

    O vero na regio quente e mido, com mximas entre 33C a 41C, e com mnimas entre22C a 30C. No inverno um pouco quente, com mximas entre 26C a 33C, e com mnimasentre 15C e 20C. Para se ter uma ideia, a menor temperatura registrada em Petrolina foi de12,6C, no dia 02 de junho de 1964; enquanto que a maior registrada foi de 44,1C, no dia 03 de

    janeiro de 1964. O maior acumulado de precipitao em 24 h foi de 151,3 mm no dia 01 dejaneiro de 1978.

    FIGURA 11-MDIAS DAS TEMPERATURAS DO AR NA REGIO DO ESTUDO EM 2011.(RAMOS LEITO,2011).

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    FIGURA 12MDIA DA EVAPOTRANSPIRAO DA REGIO DA REA DO ESTUDO.(SILVA,2005).

    3.1.2 Aspectos Geolgicos

    3.1.2.1 Geologia Regional

    A rea de pesquisa foi classificada, de forma regional, como Complexo Gnissico-migmatitoSobradinho-Remanso. Essa unidade um pacote geolgico onde so agregados vrios litotiposque se formaram no paleoarqueano, eon arqueano (LIRA, 2010). Esse Complexo se caracterizapor ortognaisse tonaltico-trondhjemtico-granodiortico com enclaves mficos e restos de rocha

    supracrustal. Fazem parte tambm da rea de estudo Colvio-eluviais e Aluvionares e dasPaleodunas Continentais, sendo areia com intercalaes de argila e cascalho e restos de matriaorgnica. Destaca-se ainda nessa rea a presena do complexo Serrote da Batateira, que socorpos granitides de tamanhos variados que ocorrem cortando estes littipos (CPRM, 2005).

    Nas reas do Pr-Cambriano ocorre com frequncia incluses de: granitos, anfibolitos,micaxistos, filitos, quartzitos, e pequenas reas sedimentares principalmente do Holoceno,acompanhando os cursos d gua (CPRM, 2005).

    Em muitos locais estas rochas esto recobertas por delgada camada pedimentar, representadapor coberturas constitudas por materiais arenosos, areno-argilosos, argilo-arenoso, e material

    macroplstico, s vezes podendo alcanar espessuras de 10 ou mais metros (BARROS LIRA,2010).

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    3.1.2.2 Geologia Local

    Localmente, a poro da rea do empreendimento mais prxima ao rio So Francisco, encontra-se inserida no Complexo Sobradinho-Remanso formado por gnaisses, migmatitos e ortognaissesdo tipo tonalito-trondhjemito-granito, alternados com nveis de leucogranticos de composiotonalito-Granodiortica englobando rochas supracrustais.

    Veios de quartzo so observados na margem de Juazeiro. Encontram-se fraturados, como asrochas encaixantes, seguindo um padro de fraturamento quase Oeste-Leste. As rochasaflorantes dentro do rio tambm apresentam o mesmo padro.

    Nas demais reas onde ir seguir o trajeto do projeto apresentam-se inseridas no contexto do

    permetro urbano, com reas de aterro em toda regio. Trata-se de uma rea plana, sem erosesaparente, com um contexto geolgico montono.

    FIGURA 13FOTO DA REA DO EMPREENDIMENTOSUBESTAO JUAZEIRO II.FOTO:KLARA ALCNTARA (FEV./2014).

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    FIGURA 14ACHADO GEOLGICO NA REA DO EMPREENDIMENTOVEIO DE QUARTZO FRATURADO S MARGENS DO RIO SOFRANCISCO (JUAZEIRO/BA)PRXIMO AO PROVVEL PONTO DA TRAVESSIA.FOTO:KLARA ALCNTARA (FEV./2014).

    3.1.3 Aspectos Geomorfolgicos

    Do ponto de vista geomorfolgico, a regio esta encravada na Depresso Sertaneja do SoFrancisco, com grandes superfcies de Pediplanos e com alguns inselbergs. Assim sendo, talzona do serto de Pernambuco encontra-se colocada dominantemente nos degraus da estrutura

    geolgica do Pr-Cambriano, com recobrimento pedimentar no extremo oeste que desceram daBorborema e da Chapada do Araripe (CPRM, 2005).

    As vrias hipteses Paleogeogrficas atuais explicam que os Pediplanos Sertanejos resultam deuma vasta e lenta degradao em condies muito mida, seguidas de intensa aridez, a qual,tendo incio no Tercirio Inferior, seguiu-se de fases de pediplanao mais modernas,contemporneas deposio do Grupo Barreiras. Na verdade o aparecimento de seixos nosterrenos e interflvios das cabeceiras fluviais parecem comprovar a existncia de um perodo declima regio, em pocas pretritas (LIRA, 2010).

    As Unidades geomorfolgicas so diferenciadas com base nos diversos processosmorfogenticos atuantes na rea. Nelas predominam as superfcies aplainadas com baixa

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    declividade, configurando nveis de pedimentos com entalhe pluvial moderado e recobrimento

    generalizado por pavimento detrtico no local.

    Quanto aos aspectos geomorfolgicos na rea do empreendimento, do lado baiano o relevo podeser caracterizado como pediplano sertanejo, com a existncia vrzeas e terraos aluviais. Dolado pernambucano, possvel identificar que o municpio de Petrolina, est inserido na unidadegeoambiental da Depresso Sertaneja, que representa a paisagem tpica do semiridonordestino, caracterizada por uma superfcie de pediplanao bastante montona, relevopredominantemente suave-ondulado, cortada por vales estreitos, com vertentes dissecadas.Elevaes residuais, cristas e/ou outeiros pontuam a linha do horizonte. Esses relevos isoladostestemunham os ciclos intensos de eroso que atingiram grande parte do serto nordestino.

    3.1.4 Aspectos Hidrogeolgicos

    As principais caractersticas que contribuem para o reconhecimento de um dado sistema aquferocorrespondem aos tipos litolgicos, os parmetros hidrodinmicos dos meios insaturado esaturado, as caractersticas do fluxo dgua subterrneo, bem como a condio na qual oarmazenamento dgua est ocorrendo no aqufero. Tais caractersticas condicionam aocorrncia de aquferos dos tipos confinado, semi-confinado, livre ou semi-livre. Em conjunto, taiscaractersticas corroboram para a definio do modelo hidrogeolgico conceitual de uma dadaregio, considerando a estrutura hidrogeolgica e o funcionamento hidrulico de um dadosistema aqufero (CPRM, 2005).

    No Municpio de Juazeiro, podem-se distinguir cinco domnios hidrogeolgicos: formaessuperficiais Cenozicas, carbonatos/metacarbonatos, grupo Chapada Diamantina/Estncia/Ju,metassedimentos/metavulcanitos e cristalino (CPRM, 2005).

    As formaes superficiais Cenozicas, so constitudas por pacotes de rochas sedimentares denaturezas diversas, que recobrem as rochas mais antigas. Em termos hidrogeolgicos, tm umcomportamento de aqufero granular, caracterizado por possuir uma porosidade primria, e nosterrenos arenosos uma elevada permeabilidade, o que lhe confere, no geral, excelentescondies de armazenamento e fornecimento dgua. Na rea de Juazeiro, este domnio est

    representado por depsitos relacionados temporalmente ao Quaternrio (depsitos aluvionaresrecentes) e ao Tercirio-Quaternrio (coberturas detrtico laterticas e depsitos colvio-eluviais).

    A depender da espessura e da razo areia/argila dessas unidades, podem ser produzidas vazessignificativas nos poos tubulares perfurados, sendo, contudo, bastante comum, que os pooslocalizados neste domnio, captem gua dos aquferos subjacentes.

    Os carbonatos/metacarbonatos constituem um sistema aqufero desenvolvido em terrenos compredominncia de rochas calcrias, calcrias magnesianas e dolomticas, que tm comocaracterstica principal, a constante presena de formas de dissoluo crstica (dissoluoqumica de rochas calcrias), formando cavernas, sumidouros, dolinas e outras feies erosivas

    tpicas desses tipos de rochas. Fraturas e outras superfcies de descontinuidade, alargadas porprocessos de dissoluo pela gua propiciam ao sistema porosidade e permeabilidade

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    secundria, que permitem acumulao de gua em volumes considerveis. Infelizmente, essa

    condio de reservatrio hdrico subterrneo, no se d de maneira homognea ao longo de todaa rea de ocorrncia. Ao contrrio, so feies localizadas, o que confere elevadaheterogeneidade e anisotropia ao sistema aqufero. A gua, no geral, do tipo carbonatada, comdureza bastante elevada (CPRM, 2005).

    O domnio hidrogeolgico denominado grupo Chapada Diamantina/Estncia/Ju, envolvelitologias essencialmente arenosas com pelitos e carbonatos subordinados, e que tem comocaractersticas gerais uma litificao acentuada, forte compactao e intenso fraturamento, quelhe confere alm do comportamento de aqufero granular com porosidade primria baixa, umcomportamento fissural acentuado (porosidade secundria de fendas e fraturas), motivo pelo qualse prefere enquadra-lo com mais propriedade como aqufero do tipo fissural e misto, com baixo

    a mdio potencial hidrogeolgico (CPRM, 2005).

    Os metassedimentos/metavulcanitos e cristalino tm comportamento de aqufero fissural. Comobasicamente no existe uma porosidade primria nestes tipos de rochas, a ocorrncia de guasubterrnea condicionada por uma porosidade secundria representada por fraturas e fendas,o que se traduz por reservatrios aleatrios, descontnuos e de pequena extenso. Dentro destecontexto, em geral, as vazes produzidas por poos so pequenas e a gua, em funo da faltade circulao, dos efeitos do clima semirido e do tipo de rocha, na maior parte das vezessalinizada. Essas condies definem um potencial hidrogeolgico baixo para as rochas, sem, noentanto, diminuir sua importncia como alternativa no abastecimento nos casos de pequenascomunidades, ou como reserva estratgica em perodos de prolongadas estiagens (CPRM, 2005).

    O municpio de Petrolina est inserido no Domnio Hidrogeolgico Intersticial e no DomnioHidrogeolgico Fissural. O Domnio Intersticial composto de rochas sedimentares dosDepsitos Aluvionares, Paleodunas Continentais, Depsitos Colvio-eluviais e dos DepsitosDetrticos e/ou Laterticos. O Domnio Fissural formado de rochas do embasamento cristalinoque englobam o subdomnio rochas metamrficas constitudo da Formao Barra Bonita,Formao Mandacaru, Complexo Sade, Greenstone Belt Rio Salitre e do Complexo Sobradinho-Remanso e o subdomnio rochas gneas dos Granitides e da Suite intrusiva Rajada (CPRM, 2005).

    3.1.5 Aspectos Pedolgicos

    3.1.5.1 Fundamentao terica de solos

    O solo, segundo Nunes (2006, p. 36) um recurso natural situado na superfcie da terra, entre alitosfera e a atmosfera, um ecossistema que possui potencialidades e limitaes, mas que responsvel pela vida vegetal e animal. O mesmo autor, Nunes (2007, p. 47), tambm explica aorigem desse material quando diz que as coberturas pedolgicas so materiais inconsolidadosque recobrem a superfcie terrestre, resultantes dos processos de intemperismo de rochas oudepsitos sedimentares que, a partir da intemperizao e pedognese passou a constituir-se em

    solos.

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    Geologicamente, solo um material proveniente da decomposio das rochas pela ao de

    agentes fsicos ou qumicos, podendo ou no ter matria orgnica, ou simplesmente, o produtoda decomposio e desintegrao da rocha pela ao de agentes atmosfricos.

    Cada tipo de solo representa uma histria geopedolgica ocorrida em tempos pretritos, cujoprocesso intemprico provoca mudanas na composio qumica das rochas ou depsitossedimentares, originando solos em diferentes estgios de evoluo. Alm do mais, materiaisgeolgicos diferentes, quando bastante intemperizados, podem originar coberturas semelhantes.

    A adequada classificao de um solo permite estabelecer correlao com sua gnese eevoluo, assim como com fatores ambientais e econmicos relativos sua ocupao, manejo,aptido agrcola, entre outros. A classificao de solos tema relevante no ensino e atuao

    profissional ligadas principalmente s reas da Engenharia Agronmica, Geografia, EngenhariaCivil, Engenharia Florestal, e Geologia. Para que a classificao possa ser executada de acordocom critrios cientficos, foi organizado o Sistema Brasileiro de Classificao de Solos SBCS(PONTAROLO, 2005).

    Palmieri e Larach (2004, p. 66-68) consideram o limite superior do solo a superfcie terrestre eseu limite inferior aquele em que os processos pedogenticos cessam ou quando o materialoriginrio dos solos apresenta predominncia das expresses dos efeitos do intemperismo geo-fsico-qumico. Complementando com a afirmao, a EMBRAPA (2006, p. 31) traz que os limiteslaterais dos solos so estabelecidos quando em contato com corpos dgua superficiais, rochas,gelo, reas com coberturas de materiais detrticos inconsolidados, aterros ou com terrenos sobespelho dgua permanente.

    Para a anlise do solo, definido um perfil vertical que vai desde a superfcie do terreno at umaprofundidade de 2 metros, ou at o aparecimento de rocha em fase inicial de decomposio, ouno, de maneira que se permita a identificao dos horizontes existentes (PALMIERI e LARACH,2004). Nas condies de clima tropical mido, prevalecentes no Brasil, a expresso da atividadebiolgica e os processos pedogenticos comumente ultrapassam profundidades maiores que 200cm, por isso metodologias diferenciadas so aplicadas nesses casos (EMBRAPA, 2006).

    As camadas e/ou zonas, tambm denominados de horizontes do solo, representam a expresso

    dos processos e dos mecanismos de formao do solo (PALMIERI e LARACH, 2004).

    Consistem de sees aproximadamente paralelas que se distinguem do material de origeminicial, como resultado de adies, perdas, translocaes e transformaes de energia e matria,que ocorrem ao longo do tempo e sob influncia dos fatores clima, organismos e relevo(EMBRAPA, 2006).

    3.1.5.2 Caracterizao dos solos da rea do empreendimento

    Nos Patamares Compridos e Baixas Vertentes do relevo suave ondulado ocorrem os

    Planossolos, mal drenados, fertilidade natural mdia e problemas de sais. Nos topos e AltasVertentes, os solos Brunos no Clcicos, rasos e fertilidade natural alta. Nos Topos e Altas

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    Vertentes do relevo ondulado ocorrem os Podzlicos, drenados e fertilidade natural mdia e as

    Elevaes Residuais com os solos Litlicos, rasos, pedregosos e fertilidade natural mdia.

    Esses solos, apesar de apresentarem pouca reteno de gua e nutrientes, oferecem quasesempre, boas condies fsicas e de drenagem interna, com impedimentos que comumenteocorrem a profundidades maiores que 1,20m. So derivados dos sedimentos arenosos earenoargilosos e que caracterizam a cobertura pedimentar atribuda ao fim do cretceo ou inciodo tercirio que recobre as rochas do pr-cambriano na regio (JACOMINE et.al., 1973).Apresentam condies topogrficas aplanadas que favorecem a mecanizao agrcola e o usoda irrigao.

    Grande quantidade de seixos de quartzo encontrada no entorno da rea de estudo,

    demostrando serem solos Litlicos. Esses fragmentos de seixo rolado apresenta feioarredondada, associado ao transporte pelo riacho na poca de vazo. O processo de arrasto vaidesfragmentando os vrtices da rocha e em seguida, as arestas e em outro estgio os lados.Essa deformao faz com que a rocha fique com esse aspecto arredondado.

    FOTO 15REA DO EMPREENDIMENTOSOLO LITLICO NO TRAJETO DO PROJETO.FOTO:KLARA ALCNTARA (FEV.2014).

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    FIGURA 16-SOLO LITLICO NO TRAJETO DO PROJETO.FOTO:KLARA ALCNTARA (FEV.2014).

    3.1.6 Aspectos hdricos

    A rea do empreendimento encontra-se inserido nos domnios da Macro Bacia do Rio SoFrancisco, da Bacia Hidrogrfica do Rio do Pontal e do Grupo de Bacias de Pequenos RiosInteriores.

    Tem como principais drenagens o rio So Francisco, o riacho Lngua de Vaca, o rio Cura e oriacho do Poo (CEI, 1993). Dentre outros pequenos riachos.

    O rio So Francisco faz o limite norte com o Estado de Pernambuco. Trata-se de uma drenagemperene que flui na direo nordeste. A sede municipal de Juazeiro encontra-se s suas margens,sendo que parte da sua populao urbana tem suas guas como fonte de abastecimento.

    O riacho Lngua de Vaca uma drenagem intermitente que faz o limite municipal oeste comSobradinho. Flui de sul para norte e possui carter intermitente.

    O rio Cura faz o limite municipal leste com Cura. Trata-se de uma drenagem intermitente que

    flui de sul para norte at desembocar no rio So Francisco.

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    O riacho do Poo uma drenagem intermitente que ocorre na poro central da rea municipal.

    Flui na direo noroeste at desaguar no rio So Francisco.Todos os cursos d gua, exceo do Rio So Francisco, o tm regime de escoamentointermitente e o padro de drenagem o dendrtico (CPRM, 2005).

    Levando em considerao todos os aspectos levantados pelo descrito acima, o empreendimentono afetar o meio fsico.

    3.2 Caracterizao do Meio Bitico

    3.2.1 Vegetao no permetro urbano

    A rea de implantao do empreendimento predominantemente urbana com ausncia decobertura vegetal natural de carter espontneo, com exceo a que ocorre na Ilha do Maroto noRio So Francisco por onde ser feita a travessia da linha de transmisso. Entretanto, asespcies vegetais encontradas ao longo do traado proposto podem ser categorizadas na suamaioria como pertencentes flora urbana.

    Estudos de levantamento florstico em reas urbanas na regio demonstram que a maioria dosespcimes de plantas encontrados dentro do permetro urbano composta por espcies exticasadaptadas ao clima e s condies pedolgicas do semirido. Para citar como exemplo, um

    levantamento florstico no centro de Petrolina realizado em 2009 por pesquisadores da UNIVASFe da EMPRAPA verificou que 90,22% dos indivduos inventariados eram exticos e 9,78% eramnativos, apontando que a flora urbana encontra-se totalmente descaracterizada do bioma daCaatinga (OLIVEIRA, et al. 2009).

    As dez espcies mais abundantes na paisagem urbana da regio so destacadas no quadro 5.Todas so plantas exticas ao bioma da Caatinga.

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    QUADRO 5AS 10ESPCIES DE RVORES MAIS ABUNDANTES NA PAISAGEM URBANA NA REGIO DOEMPREENDIMENTO

    .

    Nome popular Nome cientfico Origem

    Ficus Ficus benjamina ndia e Filipinas

    Niim Azadirachta indica ndia

    Oiti Licania tomentosa Nativa da Mata Atlntica

    Castanhola Terminalia catappa ndia e Nova Guin

    Algaroba Prosopolis juliflora Peru

    Cssia de Sio Senna siamea Tailndia

    Tamareira Phoenix dactylifera Norte da frica, Oriente Mdio e ndia.

    Leucena Leucaena sp Amrica Central

    Caraibeira Tabebuia aurea Cerrado e Mata Atlntica

    Pau Brasil Caesalpinia echinata Mata Atlntica

    Fonte: Quadro elaborado com base em Oliveira, et al. (2009).

    FIGURA 17CONJUNTO DE ESPCIMES SENNA SIAMEA(CSSIA DE SIO)PRXIMO AO TRECHO DA LT(ZONA INDUSTRIALJUAZEIRO/BA).FOTO:ANDR BARROS (FEV.2014).

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    FIGURA 18CALOTROPIS PROCERA(MAA DE SODOMA )S MARGENS DA BA201,TRECHO DA LT(ZONA INDUSTRIALJUAZEIRO/BA).FOTO:ANDR BARROS (FEV.2014).

    FIGURA 19CONJUNTO DE ESPCIMES PROSOPOLIS JULIFLORA(ALGAROBA)PRXIMO AO TRECHO DA LT(ZONA INDUSTRIALJUAZEIRO/BA).FOTO:ANDR BARROS (FEV.2014).

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    FIGURA 20ASPECTO DA VEGETAO EM ZONA URBANA-INDUSTRIAL NO CONSOLIDADA COM PRESENA DE ESPCIMESDISPERSAS DE PROSOPOLIS JULIFLORA(ALGAROBA)EM ESTGIO ARBUSTIVO PRXIMO AO TRECHO DA LT(ZONA INDUSTRIAL

    JUAZEIRO/BA).FOTO:ANDR BARROS (FEV.2014).

    3.2.2 Vegetao na Ilha do Maroto Rio So Francisco

    A Ilha do Maroto no Rio So Francisco ser o ponto de travessia da linha de transmisso deJuazeiro/BA para Petrolina/PE. Nela ser instalada uma torre metlica para a travessia doscabos.

    A Ilha (092627,70S; 0403241,60W; 381m), no povoada, mas, apresenta em seu interiorreas cultivadas com cana-de-acar e milho. Uma cobertura vegetal adensada encontra-se aoredor da ilhota entre as praias e o interior.

    A maioria das espcies vegetais extica com destaque para as espcies Calotropis procera(Maa de Sodoma), Prosopis pallida (Algaroba), Cenchrus ciliares(Capim-buffel) consideradasalgumas das mais importantes plantas exticas invasoras da Caatinga. Contudo, outras espciesa exemplo do nim africano (Azadirachta indicaA. Juss.), mamona (Ricinus communisL.), melode so-caetano (Momordica charantia L.), e capim-carrapicho (Cenchrus echinatus L.), sobastante abundantes na composio florstica da ilha (SILVA, 2013).

    FIGURA 21ILHA DO MAROTO E SUA VEGETAO RIPRIA VISTA DO LADO DE PETROLINA.FOTO:ANDR BARROS (FEV.2014).

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    Contudo, importante salientar que o empreendimento no prever a supresso de vegetao, serestringido apenas a realizao de atividades de capinao nos pontos onde ser instalada atorre da linha de transmisso, no interior da ilhota, local este com apenas a presenapredominante de gramneas da espcie invasora Enneapogon cenchroides (CASTRO et al.,2013).

    Nesse sentido, os impactos sobre a vegetao sero insignificantes, restringindo-se apenas aoafugentamento temporrio da fauna local e a remoo de pequenas quantidades de subsolo nomomento da instalao da estrutura metlica.

    3.2.3 Aspectos faunsticos da rea do empreendimento

    Por situar-se em zona de ocupao urbana-industrial, a rea de influncia direta doempreendimento apresenta uma fauna tpica de ambientes urbanos sem muito destaquerelacionado conservao da biodiversidade. Nesse sentido, as espcies que ocupam oecossistema urbano so bastante resistentes ao antrpica e, portanto, no esto sujeitas prioridade em termos de polticas de conservao.

    rara a ocorrncia de espcies selvagens nativas ou exticas no ectipo urbano, com exceodas aves, que pela capacidade de locomoo a longas distncias, ocasionalmente so avistadassobre estruturas urbanas (postes, prdios, pontes, etc.) e copa das rvores que compem opaisagismo da cidade.

    Na ocasio da pesquisa de campo foram avistados o Carcar ( Polyborus plancus) e o Bem-te-vi(Pitangus sulphuratus). Ambas as espcies so nativas da regio com ampla distribuiogeogrfica em todo o Brasil. Tambm foram avistadas espcies da Gara-vaqueira (Bubulcusibis), que invadiu o Brasil recentemente, estando sua presena associada a criaes de gadoprximas ao permetro urbano.

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    FIGURA 22GARA-VAQUEIRA (BUBULCUS IBIS)AVISTADAS EM LOCAL PRXIMO DA INSTALAO DA LT(JUAZEIRO/BA).FOTO:ANDR BARROS (FEV.2014).

    A diversidade de aves na regio significativa. Em ambos os municpios, Petrolina/PE eJuazeiro/BA o nmero de espcies da Avifauna avistadas, identificadas e registradas no bancode dados da Enciclopdia Eletrnica de Aves do Brasil (WIKIAVES) ultrapassa o nmero de 130.

    O impacto ambiental sobre a avifauna da regio est relacionado a possveis danos deeletrocusso que a linha de transmisso pode ocasionar s aves de grande porte pelo contatodireto com os cabos energizados.

    A eletrocusso quando no causa a morte fulminante da ave, pode causar danos irreversveisaos indivduos sobreviventes deixando-os com leses incapacitantes, alm do mais, esse tipo deacidente pode ocasionar problemas de funcionamento da rede eltrica requerendo reparosimediatos para no ocorrer a suspenso do processo de transmisso. Essa questo ser

    destacada na sesso que trata do prognstico dos impactos ambientais e suas medidasmitigadoras.

    Para efeito de ilustrao da biodiversidade de aves existentes na regio os quadros 6 e 7apresentam respectivamente as listas de espcies identificadas nos municpios de Petrolina/PE eJuazeiro/BA e que foram registradas na Enciclopdia Eletrnica de Aves do Brasil (WIKIAVES,2014).

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    QUADRO 6-LISTA DAS 167ESPCIES DAAVIFAUNA AVISTADAS EM TODA A REGIO DE PETROLINA/PE

    [Famlia] Espcie Nome Comum

    Accipitridae

    Elanus leucurus Gavio-peneira

    Gampsonyx swainsonii Gaviozinho

    Geranoaetus albicaudatus Gavio-de-rabo-branco

    Geranospiza caerulescens Gavio-pernilongo

    Heterospizias meridionalis Gavio-caboclo

    Parabuteo unicinctus Gavio-asa-de-telha

    Rostrhamus sociabilis Gavio-caramujeiro

    Rupornis magnirostris Gavio-carij

    Alcedinidae

    Chloroceryle amazona Martim-pescador-verde

    Chloroceryle americana Martim-pescador-pequeno

    Megaceryle torquata Martim-pescador-grande

    Anatidae

    Amazonetta brasiliensis P-vermelho

    Dendrocygna autumnalis Asa-branca

    Dendrocygna viduata Irer

    Netta erythrophthalma Paturi-preta

    Sarkidiornis sylvicola Pato-de-crista

    Apodidae Tachornis squamata Andorinho-do-buriti

    Aramidae Aramus guarauna Caro

    Ardeidae

    Ardea alba Gara-branca-grande

    Bubulcus ibis Gara-vaqueira

    Butorides striata Socozinho

    Egretta thula Gara-branca-pequena

    Tigrisoma lineatum Soc-boi

    Bucconidae Nystalus maculatus Rapazinho-dos-velhos

    Caprimulgidae

    Chordeiles nacunda Coruco

    Chordeiles pusillus Bacurauzinho

    Hydropsalis hirundinacea Bacurauzinho-da-caatinga

    Hydropsalis parvula Bacurau-chint

    Cathartidae

    Cathartes aura Urubu-de-cabea-vermelha

    Cathartes burrovianus Urubu-de-cabea-amarela

    Coragyps atratus Urubu-de-cabea-preta

    Charadriidae

    Charadrius collaris Batura-de-coleira

    Charadrius semipalmatus Batura-de-bando

    Vanellus chilensis

    Quero-queroColumbidae Columba livia Pombo-domstico

    http://www.wikiaves.com/especies.php?t=c&c=2611101&o=2&ef=http://www.wikiaves.com/especies.php?t=c&c=2611101&o=3&ef=http://www.wikiaves.com/Accipitridaehttp://www.wikiaves.com/gaviao-peneirahttp://www.wikiaves.com/gaviaozinhohttp://www.wikiaves.com/gaviaozinhohttp://www.wikiaves.com/gaviaozinhohttp://www.wikiaves.com/gaviao-de-rabo-brancohttp://www.wikiaves.com/gaviao-de-rabo-brancohttp://www.wikiaves.com/gaviao-de-rabo-brancohttp://www.wikiaves.com/gaviao-pernilongohttp://www.wikiaves.com/gaviao-pernilongohttp://www.wikiaves.com/gaviao-pernilongohttp://www.wikiaves.com/gaviao-caboclohttp://www.wikiaves.com/gaviao-caboclohttp://www.wikiaves.com/gaviao-caboclohttp://www.wikiaves.com/gaviao-asa-de-telhahttp://www.wikiaves.com/gaviao-caramujeirohttp://www.wikiaves.com/gaviao-caramujeirohttp://www.wikiaves.com/gaviao-caramujeirohttp://www.wikiaves.com/gaviao-carijohttp://www.wikiaves.com/Alcedinidaehttp://www.wikiaves.com/martim-pescador-verdehttp://www.wikiaves.com/martim-pescador-pequenohttp://www.wikiaves.com/martim-pescador-grandehttp://www.wikiaves.com/Anatidaehttp://www.wikiaves.com/pe-vermelhohttp://www.wikiaves.com/pe-vermelhohttp://www.wikiaves.com/pe-vermelhohttp://www.wikiaves.com/asa-brancahttp://www.wikiaves.com/irerehttp://www.wikiaves.com/paturi-pretahttp://www.wikiaves.com/pato-de-cristahttp://www.wikiaves.com/pato-de-cristahttp://www.wikiaves.com/pato-de-cristahttp://www.wikiaves.com/Apodidaehttp://www.wikiaves.com/andorinhao-do-buritihttp://www.wikiaves.com/Aramidaehttp://www.wikiaves.com/caraohttp://www.wikiaves.com/caraohttp://www.wikiaves.com/Ardeidaehttp://www.wikiaves.com/garca-branca-grandehttp://www.wikiaves.com/garca-vaqueirahttp://www.wikiaves.com/garca-vaqueirahttp://www.wikiaves.com/garca-vaqueirah