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ENGENHARIA CIVIL MECÂNICA DOS SOLOS E ELEMENTOS DE GEOLOGIA I

Relatorio Analise Visual Tactil Oficial Oficial

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ENGENHARIA CIVIL

MECÂNICA DOS SOLOS E ELEMENTOS DE GEOLOGIA I

SÃO PAULO 2015

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

RELATÓRIO DE ANÁLISE TÁCTIL VISUAL DO SOLO

SÃO PAULO2015

INDICE

1. Introdução:

A análise Táctil Visual é um método econômico e prático de identificação de solo,

pois podemos obter informações em campo sobre a composição de um mineral por base que

impressionam nossos sentidos como: tato, olfato e visão. Sem utilização de equipamentos, é

de grande importância para a engenharia geotécnica, pois poderá ser realizado no local sem

necessidade de instalações de um laboratório. Tal análise agrupa solos com características

semelhantes permitindo definir o tipo e número de ensaios necessários a sua caracterização de

um modo mais correto.

O solo é um material heterogêneo, pois nenhum processo de controle ocorre durante a

sua formação. Devido a essa característicaé que se pode afirmar serem os solos materiais

pontualmente diferentes, originando disso a importância dos resultados de ensaios, tanto no

local quanto em laboratório.

Estes testes são simples e rudimentares, entretanto, nos trazem informações

importantes e devem ser feitos com critério.

Além da identificação do solo, devem-se apresentar informações suplementares,

sempre que possível, quanto as características geológicas, pedológicas e termos regionais

usados na área em estudo, bem como, a presença de materiais não pertencentes ao solo,

existência de vazios macroscópicos, raízes, etc.

2. Objetivo

Classificar as amostras coletadas de acordo com tabela proposta, respondendo-a com

os resultados obtidos no teste visual e táctil.

3. Uso para a engenharia

Para o Engenheiro Civil, a necessidade doconhecimento das propriedades do solo vai

além do seu aproveitamento como material de construção, pois o solo exerce um papel

especial nas obras de Engenharia, uma vez que cabe a ele absorver as cargasaplicadas na sua

superfície, e mesmo interagir com obras implantadas no seu interior.

Com muita frequência, seja porque o projeto não justifica economicamente a

realização de ensaios de laboratório, seja porque se está em fase preliminar de estudo, em que

ensaios de laboratório não estão disponíveis, é necessário descrever um solo sem dispor de

resultados de ensaios.Todas as obras de EngenhariaCivil se assentam sobre o terreno e, por

isso, requeremque o comportamento do solo seja devidamente considerado.

4. Coleta da amostra

A amostra do solo foi coletada na Zona Leste de São Paulo, Rua Oswaldo Crus

– Vila Varela – Poá. O município de Poá está localizado na Região Metropolitana de São

Paulo, na bacia hidrográfica do Alto Tietê, tem área de 17 km², sendo 14 Km² urbana e 3 Km²

rural; faz limite com os municípios de São Paulo, Ferraz deVasconcelos, Itaquaquecetuba e

Suzano.

Figura 1: Localização da cidade

5 Descrição de Geologia

Figura 7 - Sub-Regiões Hidrográficas e Geologia Alto Tietê

O Município de Poá, conforme leciona Ross &Morozestá localizado namorfoestrutura

do Cinturão Orogênico do Atlântico dentro da morfoescultura dePequenas Planícies Fluviais.

O relevo é marcado por planícies e terraços fluviais e colinas de toposconvexos, cujas

altitudes oscilam entre 700 a 800 metros e com declividadespredominantes menores que 2%

nas planícies, e maiores que 10% nas colinas emorros. Nestas últimas, as formas são de

dissecação média a alta com valesentalhados e densidade de drenagem média a alta,

resultando numa fragilidadepotencial média. Já nas planícies, por se tratarem de áreas sujeitas

a inundaçõesperiódicas, com lençol freático pouco profundo, composta por

sedimentosinconsolidados e sujeita a acomodações, o grau de fragilidade potencial

dessasáreas é muito alto.

As rochas presentes na região, conforme relatórios da Companhia dePesquisas de

Recursos Minerais - CPRM19 e do Centro de Pesquisas de ÁguasSubterrâneas - CEPAS20 e

compõem-se de metassedimentos e depósitossedimentares. As rochas metassedimentares, de

idade pré-cambriana (700-800milhões de anos) ocorrem em faixas alongadas na direção NE-

SW sãorepresentadas por associações de gnaisses, xistos feldspatos, micaxistos,quartzitos,

filitos e localmente anfibolitos. Os depósitos sedimentarescorrespondem à formações da bacia

sedimentar de São Paulo de idade terciáriadados por cascalho, areia e silte-argila e aluviões

quaternáriospredominantemente areno-argilosos.

No município de Poá as unidades metassedimentares dividem-se emquatro

associações:

a) metapelítica,

b) xistos feldspáticos a gnaisses,

c) alternância de metapelitos e meta-arenitos,

d) quartzo xistos a mica quartzitos.

As direções estruturais predominantes, conforme laudo do InstitutoGeológico; situam-

se entre N60E a N90E com mergulho entre 25 e 60° para NW(foliação metamórfica

principal), N25E a N60E e N65W (fraturas sub-verticais).

Segundo as lições do Professor Monteiro21, e no mesmo sentido as aulassobre

climatologia da Professora Doutora Juliana Ramalho Barros22 a área daEstância

Hidromineral Poá encontra-se na transição de dois climas zonais, asaber:

a) Controlados por massas tropicais e polares; eb) Controlados pelas massas tropicais e

equatoriais.

Neste município predominam os Sistemas Atmosféricos Extratropicais deSul-Sudeste

em média nos 50% ao longo de um ano.A participação deles pode ser reduzida em até 20%

em um ano em casosextremos. É da interação (encontro, choque) entre os Sistemas Tropicais

eExtratropicais que se forma a Frente Polar Atlântica, principal sistema atmosféricoprodutor

das chuvas no Estado de São Paulo. Assim, quanto mais frequente for apassagem de sistemas

frontais nesta área do Estado, mais chuvoso pode setornar a estação ou o ano como um todo.

Na área do município há diminuição da pluviosidade em relação ao litoral,pelo fato de estar a

sotavento das principais correntes produtoras de chuva, masé constantemente influenciado

pela brisa marítima, que pode produzir chuviscosao entardecer. Além disso, a brisa marítima

pode aprofundar a convecção local eintensificar os temporais de final de tarde no verão em

situações sinóticasfavoráveis. A diminuição dos totais de chuva em relação ao litoral permite

adefinição de um breve período seco no inverno.

O total anual médio para Poá fica entre 1.310mm a 1400 mm23, sendoque os

excedentes hídricos (excesso de água no solo) ocorrem preferencialmentede outubro a março,

ou seja, durante toda a primavera e verão, condicionando osperíodos mais críticos para a

ocorrência de escorregamentos e inundações.

Segundo os dados do Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê ecabeceiras24 as

chamadas Áreas Críticas do Município tendem a aumentar o nívelde água e corrermos o risco

de inundações* ou de erosões** nas margens, entreos quais se destacam:

a) Córr. Tucunduva Fonte Áurea Rua Castro Alves (*);

b) Córr. Tucunduva Vila Oceania Av. Vital Brasil (*);

c) Córr. Tanquinho Vila Júlia Rua Dario Carneiro (**);

d) Córr. Do Paredão Jd. Madre Angela Av. N. Sra. De Lourdes(**);

e) Rio Guaió Calmon Viana Rua Da Praia (*);

f) Rio Guaió Calmon Viana Av. Brasil (*); e

g) Ribeirão Itaim Centro Av. Cap. Floriano Inácio (*).

4. Resultados e Discussão:

Foram analisadas 2 amostras classificadas como “amostra 1” e “amostra 2” . Os resultados anotados em laboratório foram:

Procedimento Amostra 1 Fotos Amostra 2 Fotos

Ocorrência de matéria estranha

Pedras desconhecidas

Não.

Odores estranhos

Não Não

Cor naturalMarrom com tom de bege

Preto

Sensação ao tato (seco)

Desagrega parcialmente

Áspero

Sensação ao tato (úmido)

Pastoso Pastoso

Sujar as mãosSai com aproximadamente 1 min.

Sai muito pouco

Resistência do solo seco

Grande resistência a desagregação

Pouca resistência

Desagregação do solo submerso

Desagregação lenta

Não Desagrega

Dispersão em água

Não se dispersou

Não se dispersou

Plasticidade Não moldávelNão Moldável

Mobilidade da água intersticial

Alta mobilidade

Alta mobilidade

Conclusão:

Os resultados da análise visual e táctil dos materiais aqui citados,ajudam a inferir sobre o tipo de particulas que compõe estes solos:

Amostra 1: Mostrou esfarelamento fácil enquanto seco, que indica pouca coesão entre suas moléculas. e sensação pastosa enquanto molhada, tais características são respectivamente inerentes a silte e argila. No teste de sujar as mãos a dificuldade encontrada para retira-lo fortalece a hipotese de que seja um material argiloso, por outro lado, o teste de desagregação do solo submerso confere caracteristicassiltosas uma vez que é de facil desagregação.

Desta forma sobre a amostra 1 pode-se concluir, que se trata de um material que tem em sua composição particulassiltosas e argilosas. Portanto tal material, foi convencionado chama-lo deSilte argiloso.

Amostra 4: Entre os testes verificou-se 4 fenômenos que nos levam a crer ser argila. São estes: a sensação de farinha extremamente fina quando seco, e gosma quando molhado, a dificuldade de retirar-lo da mão com água corrente e perfeita moldabilidade. Tal solo não evidencía torrões e desagrega fácil quando submerso. De lenta sedimentação quando disperso em água, porém sua água intersticial o faz rachar ao abrir a mão ( caracteristica de solos grossos), logo aponta caratersiltoso. Portanto, trata-se de uma argila com certo teor de particulas mais grossas. Desta forma, foi convencionado chama-lo deArgila Siltosa.

Amostra 9: Já este material é aspero tanto úmido quanto seco, sai rapidamente da mão quando lavado em água corrente. Oferece resistência a desagregação levemente superior aos outros elementos. Sua água intersticial sobe e desce rapidamente e o solo se apresentou muito quebradiço ao abrir a mão. Todas estas caracteristicas indicam ser um material arenoso de particulas grossas. Porém, ter levado mais de um minuto para sedimentação em água e muito pouco tempo para desagregar quando submerso evidencia que certa porcentagem do solo é siltoso. Desta forma foi convencionado chama-lo de Areia Siltosa.

Biblíografia:

PINTO, Carlos de Souza. Curso básico de mecânica dos solos em 16 aulas. 3ª edição.São Paulo: Oficina de Textos. 2006 [1]

http://www.unemat-net.br/prof/foto_p_downloads/mec_solos1_2.pdf (2)