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3 INTRODUÇÃO Esta atividade foi desenvolvida como requisito parcial de avaliação da disciplina História da Publicidade e Propaganda, orientada pela professora Claudiane, do 1º semestre do curso de Comunicação Social habilitação em Publicidade e Propaganda da Faculdade Social. Trata-se de uma pesquisa de campo realizada nas ruas e avenidas da cidade de Salvador. Este trabalho foi relevante porque possibilitou a nós, futuros publicitários, nos aproximarmos da realidade que são as ações promocionais brasileiras como pretexto para recontar a História. A pesquisa teve como objetivos conhecer as manifestações das ações promocionais, aliar teoria à prática vendo como são distribuídos os pontos das ações, entendendo os principais motivos dessa utilização da comunicação tão forte no mercado e socializar entre os graduandos do 1º semestre do curso de comunicação social habilitação em publicidade e propaganda da Faculdade Social os resultados obtidos de nossas pesquisas. Entendendo-se que no cenário atual é cada vez mais comum à utilização de inserções fora do break comercial e que o consumo, mais do que a produção, é o mais importante objetivo, surgiram, então, práticas que se convencionou a chamar de ação promocional. Ou seja, qualquer implementação feita no ponto de venda com o material de comunicação, visando aumentar o rendimento da propaganda dirigida ao produto. Assim, excetuando-se propaganda, relações públicas e vendas, tudo que

RELATÓRIO CAMINHO DE CASA: AS AÇÕES PROMOCIONAIS

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Trabalho apresentado à disciplina História da Publicidade e Propaganda, do 1º semestre do Curso de Publicidade e Propaganda da Faculdade Social, como requisito parcial de avaliação.

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INTRODUÇÃO

Esta atividade foi desenvolvida como requisito parcial de avaliação da disciplina

História da Publicidade e Propaganda, orientada pela professora Claudiane, do 1º semestre do

curso de Comunicação Social habilitação em Publicidade e Propaganda da Faculdade Social.

Trata-se de uma pesquisa de campo realizada nas ruas e avenidas da cidade de Salvador.

Este trabalho foi relevante porque possibilitou a nós, futuros publicitários, nos

aproximarmos da realidade que são as ações promocionais brasileiras como pretexto para

recontar a História. A pesquisa teve como objetivos conhecer as manifestações das ações

promocionais, aliar teoria à prática vendo como são distribuídos os pontos das ações,

entendendo os principais motivos dessa utilização da comunicação tão forte no mercado e

socializar entre os graduandos do 1º semestre do curso de comunicação social habilitação em

publicidade e propaganda da Faculdade Social os resultados obtidos de nossas pesquisas.

Entendendo-se que no cenário atual é cada vez mais comum à utilização de inserções

fora do break comercial e que o consumo, mais do que a produção, é o mais importante

objetivo, surgiram, então, práticas que se convencionou a chamar de ação promocional. Ou

seja, qualquer implementação feita no ponto de venda com o material de comunicação,

visando aumentar o rendimento da propaganda dirigida ao produto. Assim, excetuando-se

propaganda, relações públicas e vendas, tudo que existe em comunicação de marketing é

chamado ação promocional ou mais conhecido promoção.

Por isso fomos entender mais a fundo os motivos históricos para essa grande inserção da

promoção como forma de comunicação. Sabemos que a Propaganda durante muito tempo

reinou quase que absoluta na Comunicação Mercadológica, na tarefa de estimular a demanda,

na construção das marcas, na divulgação dos produtos, sendo as demais ferramentas da

comunicação apenas ajudantes. Isso vem desde a época dos fenícios, por ser bem provável “o

primeiro anúncio uma mensagem escrita na parede por algum fenício ou babilônio.” Logo

depois, os jornais e revistas desenvolveram-se nos anos de 1700, “sendo que até então

predominavam mensagens em pranchas do tipo fenício ou babilônio”. Isso porque o

desenvolvimento da propaganda e dos meios de comunicação é devido ao desenvolvimento

econômico e da revolução industrial.

A partir de então, em 1920, surge o rádio, como sendo a primeira mídia eletrônica. Até

então, as mensagens publicitárias eram expressas através da escrita, com algum suporte em

desenho ou gravura. Com esse desenvolvimento do rádio, a propaganda cresceu para a palavra

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falada, aumentando mais ainda o seu aporte de meios da comunicação. Até que nos anos de

1950, apareceu a televisão, com palavras escritas e faladas e figuras que se moviam, tornando-

se uma força comercial que perdura até os dias de hoje.

Vemos então, que a história da propaganda desenvolveu-se no seio de sociedades que

passaram da fase de subsistência para a de altos índices de consumo, onde se tem várias

alternativas para a escolha de produtos. Com o começo das indústrias, tornou-se

imprescindível uma relação cada vez maior dos fabricantes com os consumidores; para isso,

utilizaram-se da propaganda, permitindo que esses consumidores soubessem o que existia

para ser adquirido.

“A propaganda usada em sentido comercial atingiu sua forma madura há aproximadamente 100 anos, quando o consumidor começou a depender de marcas para distinguir entre os diversos produtos e a tornar-se mais exigente, tal a complexidade e diversidade dos produtos industrializados” (COBRA,2007)

Como vimos, a propaganda é uma forma de transmitir mensagens que se adaptam

através das diferentes mídias aos desejos e necessidades da sociedade e especialmente às suas

necessidades comerciais. É uma ferramenta que se amolda às mudanças nas necessidades,

hoje predominantemente comerciais, da sociedade da qual faz parte. Porém na televisão, as

mensagens de propaganda são muito rápidas. Mesmo alcançando com a mídia todo o universo

consumidor de uma só vez, é de maneira abrangente, e a menos que sejam interessantes,

podem não despertar a atenção do telespectador. Se, por uma causa qualquer, a mensagem

passou despercebida, perdeu-se a oportunidade promocional. A inserção de uma mensagem de

propaganda durante um programa frustra o telespectador e, a menos que a mensagem, seja

suave ou prenda a atenção, ela pode levar a uma avaliação negativa do produto ou mesmo

provocar dúvidas acerca dos benefícios anunciados.

As mudanças na economia mundial e as evoluções tecnológicas levaram os anunciantes

a adotarem uma postura em que os resultados passaram a ser mais cobrados de suas agências.

Impressionante como tudo ganhou um novo ritmo, muito mais acelerado. Talvez seja mais um

efeito da alucinante luta pela sobrevivência, ou quem sabe tudo não passe de um filme em que

somos todos personagens de uma aventura cheia de riscos, suspenses, tensões, pressões, uma

cobrança permanente por resultados. Isso em praticamente todas as áreas de atividades. Óbvio

que sempre foi assim, todo cliente sempre exigiu da agência resultados.

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A maioria dos problemas que se enfrenta hoje não é novo, novo mesmo são as

condições que se tem para fazer publicidade: um mercado muito mais competitivo e uma

concorrência muitas vezes desleal.

Há alguns anos atrás, as agências tinham olhos somente para as contas que vão

assegurar faturamentos grandes junto aos veículos de comunicação. Isso também está

mudando, o cliente prefere uma agência que lhe atenda em suas necessidades, sejam elas de

veiculação ou não. Isso João José da Cunha Lyra, grande propagandista de sua época, já no

século XIX entendia que as mídias tradicionais (jornais e revistas na época), não eram o

suficiente para popularizar um produto ou dar conta de uma campanha. Hoje os folhetos,

embalagens, materiais promocionais, peças de merchandising, mostruários, materiais para

equipe de vendas, para a comunicação interna são objetos da atenção de muitas agências,

obviamente aquelas que estão atentas à nova realidade dos anunciantes.

Não há anunciante hoje que não esteja preocupado com essas atividades diferenciais.

Muitos acreditam ser a solução para os períodos de aumento da concorrência, outros, uma

opção perante os altos custos de veiculação. Enquanto uns acrescentam ações de promoção à

sua verba de propaganda, outros simplesmente repassam parte do investimento publicitário

para as atividades promocionais.

Essas transformações, apesar de diagnosticar somente no princípio dos anos 80 aqui no

Brasil, possuem firmes raízes fincadas há mais de um século. Mas foi somente agora que, no

Brasil, ela finalmente cresceu e deixou de ser a atividade complementar da propaganda, para

assumir ao lado dela papel condescendente no mix da comunicação atual. Ela é fácil de

implementar, de resposta imediata, principalmente junto ao canal de revenda, e

principalmente muito mais visível e mensurável quando comparada à publicidade.

Se hoje não é difícil implementar esse tipo de atividade da comunicação, antigamente

também não era difícil introduzir essas novas atividade de divulgação dos produtos. São

grandes nomes que marcam a História das ações promocionais no Brasil. No final do século

XIX e início do século XX, começou-se a introduzir essa atividade com grande genialidade e

teve uma boa aceitação no mercado. Por isso foi-se engrenando mais rápido na comunicação.

Em 1900 João G. Bonéis, um promotor de rua introduziu no carnaval carioca o carro

alegórico de anúncios. Lyra resolveu em meados de 1900, resolveu ir à rua para fazer

promoção tete-a-tete os produtos Bromil e A Saúde da Mulher, o que lhe rendeu um sucesso.

Em 1907 promoveu uma ação numa rua do Rio de Janeiro, fazendo muito barulho, com

estudantes batendo caixas de papelão do laboratório, utilizando um banner vermelho de “A

Saúde da Mulher”, e explicitava com um megafone na boca. No ano seguinte, promoveu uma

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ação de sampling distribuindo milhares de amostras grátis do Bromil, na mesma época que

dirigia um Corso, com charretes e uma centena de figurantes que jogavam bombons e

remédios para os populares. E não foi só isso, o sucesso desse tipo de veiculação foi grande,

que no outro ano ele distribuiu 30.000 amostras de xarope, na Grande Exposição do Rio de

Janeiro, onde montava uma ilha do produto, semelhante a das indústrias de bebidas e

supermercados de hoje. O que não era comum naquela época também.

Como vimos foi no final do século XIX que o Brasil descobriu o merchandising, mas

foi no século XX com as Feiras Nacionais e principalmente com o Carnaval que ações

promocionais do gênero ganharam destaque. Na festa de Momo pranchas de bondes, que

transportavam os mascarados e os corsos, nada mais eram que desfiles de automóveis com

alegorias, se tornavam veículos para a divulgação de produtos e serviços. Primavam pela

criatividade como uma ação imobiliária em 1919, que ficou conhecida em fotos por ter

montado um modelo das casas em construção. Mas esse destaque no Carnaval é devido ao

fato de 1900, João G. Bóneis, um promotor de rua, introduzir no carnaval carioca o carro

alegórico de anúncios. Sendo assim, alguns anos depois as pranchas de bonde com

merchandising dos anunciantes incorporaram à paisagem carnavalesca, momentaneamente.

Constam também, em 1908, ações promocionais como a distribuição do Sabão Tina em carro

alegórico, com promotores fantasiados apregoando as suas qualidades e distribuição de

amostras.

Porém essas promoções eram limitadas para um mercado muito específico. Isso ocorreu

até a chegada no país, pouco depois da segunda guerra mundial, do português Eduardo Alves,

e do carioca Ivan Hasslocher, que se tornaram sócios na Promotion, empresa especializada em

promoção de vendas e marketing direto, expediam mais de 100.000 malas diretas/ano.

Bartolomeu Beer e Lothar Sussmann também são referências desta iniciativa pioneira. Mas

foi um baiano chamado João da Costa Dórea, o maior promotor de vendas, no seu empenho

para implementar no país as técnicas que davam certo nos Estados Unidos. Sendo assim, em

1948 Dórea, introduziu a data promocional do “Dia das Mães” e mais tarde do “Dia dos

Namorados”. Essas datas comemorativas evoluem para concursos de cartazes e vitrines, com

o apoio de Silvio Bhering do O Globo e do grupo Folhas, para o “Dia dos pais” onde

premiava-se o pai de maior prole e o comércio vendia. João Dórea não parou por ai, crou para

o Mappin o concurso Miss Sweater. A candidata eleita era classificada para representar São

Paulo no Miss Brasil/Miss Universo.

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“Mas, o grande produto do Dórea seria a Bahia com o maior plano promocional em favor do turismo já realizado no país, até aquele momento. Com o concurso do cronista Antônio Maria, do jinglista Gilberto Martins, e dos pintores Aldemir Martins e Carybé, dentre outros, o plano previa 200 milhões de cruzeiros em investimentos. Desenvolvido por 36 pessoas durante 6 meses, seria executado, apenas, em parte. Mas o Dórea, sem sabê-lo, tinha lançado os fundamentos da baianidade no que tem de mais representativo até hoje”.(CADENA)

Esse sim foi o rei da área. Passado o tempo mesmo no Brasil do cruzado o

comportamento não poderia ser diferente. Num período de inflação acelerada, altas taxas de

insolvência e desemprego, indefinições políticas e futuro incerto, os índices de indecisão

também tendem a crescer a níveis jamais alcançados. É no meio da busca dessa competência,

da procura de novos caminhos e alternativas que maximizem os resultados minimizando os

custos, dentro de todas as atividades de comunicação, aflorou a promoção como uma das mais

eficientes e rápidas ferramentas de marketing à nossa disposição. Esses problemas não são de

agora, vem de já muito antes, como pudemos ver essa procura por mercado consumidor,

novas maneiras de chegar até o consumidor final. Mas o crescimento dessa atividade no Brasil

vem ganhando proporções incríveis nos últimos 20 anos.

O que se pode perceber, então, é que tanto a propaganda quanto promoção são

fundamentais no processo de comunicação de qualquer empresa, produto ou serviço. Cada

qual com funções distintas, para serem utilizadas de maneiras também distintas. Só que

nenhuma delas deve ser encarada isoladamente, pois é exatamente a integração de ambas que

se pode colher os melhores resultados. Somente uma ação integrada de propaganda e

promoção pode alcançar os objetivos de comunicação esperados.

MERCHANDISING – Uma ferramenta cada vez mais acionada

Merchandising, palavra inglesa que traduzida para o português significa “mercadoria”.

Porém é constantemente utilizada em conceitos distintos. Compreende, então, um conjunto de

operações táticas efetuadas, no ponto-de-venda, para se colocar no mercado o produto ou

serviço certo, na quantidade certa, no preço certo, no tempo certo, com o impacto visual

adequado e na exposição correta antes de ser lançado no mercado. Sendo assim, prepara a

mercadoria para torná-la adequada à necessidade do consumidor e ao seu caminhar pelos

canais de distribuição comercial. O termo merchandising no Brasil é utilizado incorretamente,

sendo assim, sua definição sob a ótica do nosso mercado é a identificação e exposição

espontânea ou comercializada da marca e ou produto em espaços editoriais dos veículos de

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comunicação através de eventos e programas produzidos, editados e transmitidos pelas

emissoras; cobertura jornalística dos eventos; transmissão de eventos produzidos por terceiros

e matérias editadas pelos órgãos de imprensa. E criação e produção de material promocional e

peças para exibição e exposição nos pontos de venda, geralmente em complementação às

campanhas publicitárias.

“merchandising é qualquer técnica, ação ou material promocional usado no ponto-de-venda que proporcione informação e melhor visibilidade a produtos, marcas ou serviços, com o propósito de motivar e influenciar as decisões de compra dos consumidores. É o conjunto de atividades de marketing e comunicação destinadas a identificar, controlar, ambientar e promover marcas, produtos e serviços nos pontos-de-venda. É responsável pela apresentação destacada de produtos na loja, criando espaço e visibilidade, de maneira tal que acelere sua rotatividade” (HTTP://pt.wikipedia.org/wiki/merchandising).

Há também o conceito convencional e entende-se como a aparição dos produtos

em vídeo, áudio ou artigos impressos, em uma situação normal de consumo, sem

declaração ostensiva da marca. É quando um produto, marca, empresa ou serviço

aparece, é citado, consumido ou utilizado em um filme, programa de televisão, revista,

jornal, livro ou qualquer outro veículo de comunicação – em uma ação integrada ao

desenvolvimento da trama editorial e pertinente a seu contexto – por encomenda e

mediante pagamento feito pelo anunciante.

Nos esportes, eventos artísticos, musicais e comunitários, a presença de marcas,

slogans, símbolos ou cores no espaço cênico, material promocional, propaganda,

decoração, objetos, veículos e roupas dos participantes desses acontecimentos podem

levar a uma ação de merchandising.

Além disso, o merchandising envolve a embalagem, displays, técnicas de preços e

ofertas especiais. Os displays no ponto-de-venda servem como demonstração ou

exposição de um produto. Os displays de balcão são pequenos cartazes que anunciam o

produto ou dispositivos que servem para depósito do produto ou de folhetos em cima

dos balcões, e que também fazem alusão ao produto. Os displays de “chão” servem

como depósito do produto e se encontram no meio das lojas. Displays de parede servem

como depósito do produto fixado na parede. E displays de prateleira são dispositivos

fixados nas prateleiras de lojas, farmácias, e servem como depósito do produto. Esses

dispositivos são muito usados, pois os consumidores são profundamente influenciados,

pelo material promocional no ponto de venda, tais como os displays, gôndolas especiais,

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cartazes, demonstradores, móbiles etc., além, evidentemente, do fator preço/oferta,

novos lançamento, embalagens e tamanhos especiais, que fazem parte da promoção de

vendas.

PROMOÇÃO DE VENDAS – Ascensão de uma ferramenta ainda

pouco conhecida

Há muito tempo a promoção de vendas deixou de ser apenas um artifício em que

se reduz o preço ou se oferece ao consumidor algum beneficio material ou não,

agregado ao produto. A promoção, e não é por acaso, ocupa a segunda posição no

ranking de investimentos.

A promoção de vendas é a comunicação de qualquer incentivo que aumente o

valor básico de um produto durante um período limitado, de forma a estimular os

membros do canal e as pessoas das equipes de venda a vendê-lo e os consumidores

comprá-lo. Um olhar mais atento à definição vemos a complexidade das Promoções de

Vendas, uma vez que suas práticas não se restringem apenas ao consumidor final, mas

aos demais integrantes do processo que leva o produto até ele, como estimular os

vendedores dos distribuidores e revendedores a priorizá-lo em detrimento aos

concorrentes.

Portanto a promoção de vendas tem como ferramenta para atingir esse objetivo

fornecendo um manual de vendas ou um portfólio que facilite aos vendedores a

apresentação de seus argumentos ao comércio, conhecido também como broadside. O

preparo do manual é uma responsabilidade do setor de promoções que recorre,

naturalmente, ao pessoal da propaganda para ajudá-lo na redação e preparação gráfica

dessa peça. Ela também tem de organizar e realizar cursos de venda. Preparar

convenções de venda e a até mesmo planejar e orientar a produção de todo o material de

ajuda de venda.

Basicamente a função da promoção de vendas é ocasionar estímulos capazes de

fomentar a demanda de um dado produto, agindo em curto prazo no sentido de construir

a oferta e de explorar a fidelidade à marca e cujos resultados são sentidos de imediato.

Sua aplicação são naquelas atividades de marketing diferentes da venda pessoal e da

eficácia do revendedor mediante espetáculos e exposições, concursos, prêmios, brindes,

jogos, selos e cupons e vários outros esforços de vendas não comuns e não rotineiros.

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Vale lembrar que a promoção de vendas é muito confundida aqui no Brasil com

propaganda, merchandising e até mesmo com simples descontos de vendas. Porém tem

algumas definições que diferem, como já mostramos anteriormente. Mas sabemos que o

objetivo geral e comum a todas as promoções é a ampliação dos serviços ou produtos

oferecidos pela entidade vendedora através da obtenção de uma atitude favorável dos

consumidores e persuadindo-os a consumi-los.

As atividades de promoção e de merchandising normalmente baseiam-se em um

calendário promocional, onde constam todas as datas importantes para se anunciar e

lançar campanhas para lojas comerciais, de janeiro a dezembro. Sendo que as técnicas

mais comuns de promoção de vendas estão cada vez mais sendo utilizados nos

lançamentos de novos produtos que, na maioria das vezes não trazem nada de novo.

Porém a promoção estimula e aumenta o tráfego no ponto-de-venda. Incentiva o

consumidor a comprar. Evita quedas de venda de produtos sazonais. Estimula a

tendência de demonstrar o produto. Atenua a competição, porque o cliente prefere

aquele que promove o produto. Aumenta a atração pelo produto gerada pela

propaganda. Leva as pessoas a citarem o produto.

A promoção pode ser feita com um toque de divertimento, o objetivo da

campanha promocional é chamar a atenção, de modo que é importante inventar algo

diferente. As competições, em geral, desencadeiam grande sucesso, mas quanto mais

humorísticas, engraçadas e diferentes são as idéias tanto melhor.

A POLÍTICA COMO PRODUTO

O marketing é uma atividade voltada para a captação das necessidades e dos

desejos do consumidor a fim de relacionar dinamicamente um produto ao seu mercado.

As ferramentas de que se utiliza para cumprir essa meta são: pesquisa de mercado,

desenvolvimento de produtos, estratégias de lançamento, logística de distribuição e

vendas, promoção, merchandising, propaganda, publicidade e pós – venda. Esses

princípios orientadores do marketing de produtos são transpostos para a atividade

política, tornada empresa, em busca do eleitor, tornado consumidor.

É preciso construir uma boa imagem e associá-la adequadamente aos candidatos,

porque os eleitores opinam sobre os partidos, mas não são capazes de organizar o

universo político a partir deles. A decisão é feita com base em outros fatores como a

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personalidade do candidato e a agenda. Falta aos administradores das marcas políticas

dos partidos um maior esforço para construir uma relação boa com os eleitores, de

modo que, ao votar naquele partido o eleitor sinta-se bem por estar mais próximo do seu

Self ideal.

Esse deve ser o esforço de lideranças partidárias, auxiliados por especialistas em

Marketing e Comunicação Política. Só que o Brasil vive uma realidade política em que

os partidos, na sua maioria, estão longe de ser um referencial de vontade geral. Primeiro

porque, muitas vezes, são movidos por interesses egoísticos, some-se um

comportamento “apartidário” da população. É nesse ambiente que acontecem as

disputas eleitorais.

Entre os profissionais de campanha, é corrente a idéia de que o momento eleitoral

não é adequado ao empreendimento de um processo de conscientização. O marketing

atua pelo viés do pragmático, do cotidiano, daquilo que interessa e atrai a atenção do

eleitor para, obviamente, conquistar a sua adesão, manifestada no voto. Por isso que

hoje se tem usado muito a ferramenta de promoção de vendas e merchandising para

poder chegar ao público (eleitor) com uma maimor credibilidade.

Uma boa estratégia de marketing é assim definida como a forma de captar e

responder aos anseios, necessidades e desejos do eleitor. Portanto, se a campanha

acontece para um público politizado, ela adquire um formato político, ‘ideológico’. Do

contrário, não há como pretender a conscientização da população através do marketing

eleitoral, esse não é o seu fim.

Isso sabemos por conta da história que nos mostra que no século XIX a

comunicação eleitoral tinha apenas um meio, o jornal, assim mesmo restrito a um

veículo apenas, pois os jornais eram partidários, órgãos dos partidos monarquista ou

republicano, liberal ou conservador. Com as limitações aqui referidas e a proibição da

Ligth (que não queria encrencas) de exibir propaganda política nos bondes, os

marketeiros da época de viraram com ações de impacto na rua como a chuva de papel

picado jogado de um balão, corsos ao estilo carnavalesco portando cartazes, homens

sanduíches e principalmente o cartão-postal. Este veículo foi a grande descoberta do

marketing político, pois permitia explorar a imagem do candidato e favorecia o humor,

convencional ou ferino (para atacar o adversário) e a sua distribuição era zonal como as

eleições; distribuíam-se os cartões-postais nos cafés, bilhares e lojas da zona eleitoral do

candidato.

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“O cartão-postal reinou na disputa entre Nilo Peçanha e Arthur Bernardes (1922) e mais tarde na disputa entre Julio Prestes e Getúlio Vargas (1930).A propósito, é nessa campanha pré-revolução que técnicas de marketing político americanas são introduzidas entre nós, através da Petinatti Publicidade a agência que assessorou Prestes e foi vitoriosa apesar do infame slogan “É a força de nosso idealismo que conquista para a civilização a terra bárbara que projeta no firmamento os audaciosos perfis das cidades modernas”. Difícil engolir um argumento desses, mas a linguagem era afinada com a retórica preponderante na época. Na era Vargas o marketing político definhou, mas mesmo assim atuou com muita eficiência na comunicação dos revolucionários de 1932 abrigados na sigla M.M.D.C e na feroz campanha difamatória contra o partido comunista em 1935” (CADENA,2008).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho possibilitou identificar a importância das ações promocionais no cenário

atual. Também nos possibilitou diferenciar as ferramentas básicas do marketing e o

significado de promoção ou ação promocional. Vemos que a promoção ganha força e se torna

uma prática cada vez mais usada para a venda de um produto ou serviço. Vira moda. O

motivo dessa crescente utilização acontece, já que, os produtos estão cada vez mais similares

e suas campanhas publicitárias também. Está ficando mais difícil diferenciar um produto dos

seus concorrentes e os profissionais de marketing e publicidade enxergam na promoção a

possibilidade dessa diferenciação. Isso se deve pelo caráter subliminar que a promoção

possui. Enquanto uma ferramenta gera desejo, inspiração, motivação, despertando interesse, a

outra gera ação, portanto comportamento, a atitude do consumidor diante de marcas e/ou de

produtos.

Sabendo que dentro da ferramenta promoção estão embutidas as atividades de

propaganda, relações públicas, promoção de vendas e merchandising. Acontece que a

promoção, por uma distorção de mercado, é hoje considerada, como todas aquelas atividades

do mix promocional, excetuando-se propaganda, relações públicas e vendas pessoais. A

promoção, portanto, diminuiu a sua finalidade, seu alcance, e atualmente é aceita como

sinônimo de: merchandising, promoção de vendas, eventos, sorteios, convenções, patrocínios,

etc.

Porém as ações promocionais consistem em oferecer ao público pequenas porções do

produto, como nos supermercados ou distribuir gratuitamente pequenas amostras para serem

provadas ou utilizadas quando for mais conveniente. Por isso como afirma alguns autores, a

promoção bem executada deve ser vista como a força que consegue desviar a mão do

consumidor para a esquerda ou para a direita. Sendo assim, procurar fazer da promoção uma

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ação conjunta com a propaganda ou publicidade, para que mais clientes sejam alcançados é

importante. E tendo criatividade para evitar ser igual aos concorrentes, pois o número de

formas de promoção só é limitado pela imaginação.

Lembrando, porém, que as ações promocionais podem ser perigosas se usadas com

exagero. É preciso evitar também promoções maquiadas, que não oferecem qualquer

vantagem para o cliente, pois esse tipo de promoção leva ao descrédito. Mesmo assim Ainda é

através dela que as marcas são mais rapidamente conhecidas, fortificam-se perante a opinião

pública e se fazem presente no cotidiano das pessoas. Não se trata de uma grande disputa entre

ferramentas de marketing, apenas uma necessidade de se aprender a fazer uma publicidade em

sintonia com a demanda de um mercado que exige criatividade também no uso do dinheiro alheio.