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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Relatório de Autoavaliação Institucional 2008/2009
Belo Horizonte 2010
- 1 -
Comissão Permanente de Avaliação - CPA
RELATÓRIO DE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL 2008/2009
Belo Horizonte 2010
2
DADOS INSTITUCIONAIS
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
• Universidade comunitária, confessional, filantrópica e privada, de caráter público não-estatal.
• Mantenedora: Sociedade Mineira de Cultura.
• Decreto Lei n.º 45.046, de 12 de dezembro de 1958.
• Código da IES: 338
• Avenida Dom José Gaspar, 500 – Coração Eucarístico. Belo Horizonte/MG
30535-910 Brasil
(31) 3319-4444/ 4337 Fax: (31) 3319-4225
http://www.pucminas.br
Comissão Permanente de Avaliação – CPA
• Ato de Designação: Portaria RN 019/2004
• Avenida Dom José Gaspar, nº 500 – Prédio 30 – Coração Eucarístico
30535-610 Belo Horizonte – Minas Gerais – Brasil
Telefones: (31) 3319-4379 / 3319-4559
Site: www.pucminas.br/cpa Email: [email protected] /[email protected]
3
COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO PERMANENTE DE AVALIAÇÃO - CP A
Presidente: Profª Antônia Maria da Rocha Montenegro Vice-presidente: Profª Andréia dos Santos
REPRESENTANTES
Docentes
Arcos: Alisson Rabelo Arantes Barreiro: Otaviano Francisco Neves Betim: Andréia dos Santos Contagem: Antônia Maria da Rocha Montenegro Coração Eucarístico: José Xisto da Silva Barros Guanhães: João Paulo Domingos Silva Poços de Caldas: Cláudia Ferreira Galvão São Gabriel: Sílvio Jamil Ferzoli Guimarães Serro: Simone Fernandes Queiroz
Associação dos Docentes da PUC Minas – ADPUC
Mozart Silvério Soares (até 31/01/2010) Eduardo Alberti Carnevali (a partir de 01/02/2010)
Corpo Técnico-Administrativo
Cristina Lúcia Barbosa Vitório Seabra de Miranda Walter Delcírio dos Santos
Corpo Discente
Caio Narcio Rodrigues (a partir de dez/2009) Clarisse Goulart Paradis (até dez/2009) Cledisson Geraldo dos Santos Júnior (até dez/2009) Lucas Moura pereira (a partir de 01/03/2010) Thalita Zaia Pinto Coelho
Sociedade Civil Organizada
Rosendo Magela Reis – CRA/MG Éderson Bustamante – CREA/MG Afonso Otávio Cozzi – FDC/MG Ronaldo Brêtas de Carvalho Dias – OAB/MG
4
Comissão Ad hoc
Elisete de Assis Rebello Leite Ribeiro – Estatística Josiane Andrade Militão – Gestão de Projetos Julio César Machado Pinto – Assessoria em Avaliação Institucional (até 31/01/2010) Maria Christina da Nóbrega Cesarino Soares – Metodologia de Pesquisa Otaviano Francisco Neves – Estatística Ronaldo André Rodrigues da Silva – Gestão de Projetos (a partir de 01/02/2010) Sheilla Alessandra Brasileiro de Menezes – Metodologia de Pesquisa Teodoro Adriano Costa Zanardi – Assessoria aos Campi/Unidade e Cursos
Equipe Técnica Administrativa
Carla Wstane de Souza Moreira – Analista Técnica Júnia Peixoto – Analista de Informática Laura Castro Othero – Analista de Comunicação Rosemar Diniz Oliveira – Auxiliar Administrativo (a partir de 22/03/10) Leandro Vinicius Pereira – Mensageiro interno (Cruz Vermelha)
Estagiários
Pollyanna Reis Dias (até 22/12/2009) Emanuel Henrique Fonseca (a partir de 01/03/2010)
Estagiários Temporários
Allan Almeida Souza de Morais, Carolina Carina, Elisa Toledo Lima, Fernanda Cosso Lima, Fernando Alves Guimarães, Glauco Arthur Gomes de Souza, Gustavo Felipe de Souza Caldeira, Julia Marçal Mol, Laura Zatti Faria Lima, Mairon Viana dos Santos, Maria Eugênia Monteiro, Patrícia Sheila Silveira da Rocha Guimarães, Kilder Campos Fagundes, Wanger Campos Fagundes.
5
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Comunidade Acadêmica PUC Minas 2009
Tabela 2: Perfil etário – Professores da Graduação 2009
Tabela 3: Tempo de trabalho na Instituição – Professores da Graduação 2009
Tabela 4: Incentivo a atividades complementares – Professores da Graduação 2009
Tabela 5: Habilidades desenvolvidas nas disciplinas – Alunos da Graduação 2009
Tabela 6: Habilidades estimuladas nas disciplinas – Professores da Graduação 2009
Tabela 7: Articulação das atividades de extensão com as disciplinas, a pesquisa e o entorno
social (em percentual)
Tabela 8: Articulação das atividades de pesquisa com as disciplinas, a extensão e o entorno
social (em percentual)
Tabela 9: Dissertações e teses defendidas PUC Minas 2008-2009
Tabela 10: Participação em atividades da pós-graduação – Professores da Pós-graduação
Stricto Sensu
Tabela 11: Participação em eventos – Professores da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Tabela 12: Produção Intelectual – Professores da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Tabela 13: Publicações – PUC Minas 2009
Tabela 14: Projetos de pesquisa com participação do corpo docente - 2008/2009
Tabela 15: Bolsas de iniciação científica conforme programas (fomento) - 2008/2009
Tabela 16: Participação de grupos de pesquisa
Tabela 17: Projetos apresentados nos Seminários de Iniciação Científica 2009
Tabela 18: Concepção de extensão professores de extensão – PUC Minas 2009
Tabela 19: Ações Extensionistas segundo as unidades/campi da PUC Minas – 2009
Tabela 20: Ações de Extensionistas PUC Minas 2007 a 2009
Tabela 21: Contribuição da participação em projetos de extensão para a formação do aluno
PUC Minas 2009
Tabela 22: Articulação da extensão com ensino/pesquisa PUC Minas – 2009
Tabela 23: Relação entre extensão e pesquisa - PUC Minas – 2009
Tabela 24: Titulação de Professores – PUC Minas 20082009
Tabela 25: Faixa etária – Funcionários PUC Minas/2009
Tabela 26: Tempo trabalhado – Funcionários PUC Minas/2009
Tabela 27: Grau de satisfação criação de novos empreendimentos – Egressos
Tabela 28: Objetivos para a educação continuada – Egressos PUC Minas
Tabela 29: Tempo para atuar na área – Egressos
Tabela 30: Atendimento a Pessoas com Necessidades Especiais
6
Tabela 31: Alunos com Necessidades Especiais PUC Minas 2009
Tabela 32: Pessoas com Necessidades Especiais - Corpo docente e Técnico-administrativo
2009
Tabela 33: Participação em atividades acadêmico-culturais – Alunos da PUC Minas
Tabela 34: Museu de Ciências Naturais – Público 2008 e 2009
Tabela 35: Demandas recebidas pela Ouvidoria 2009
Tabela 36: Analise do Clipping pela Secretaria de Comunicação 2009
Tabela 37: Contribuição da prática pedagógica para desenvolvimento de valores –
Comunidade Acadêmica 2009
Tabela 38: Contribuição da prática pedagógica para desenvolvimento de valores Alunos da
Pós-Graduação 2009
Tabela 39: Número de edificações – PUC Minas 2008 e 2009
Tabela 40: Número de salas, auditórios e laboratórios – PUC Minas 2009
Tabela 41: Avaliação do espaço da sala de aula – Comunidade da PUC Minas 2009
Tabela 42: Avaliação do conforto mobiliário dos laboratórios – Comunidade da PUC Minas
2009
7
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Perfil etário – Alunos da Graduação 2009
Gráfico 2: Horas de trabalho remunerado – Alunos da Graduação 2009
Gráfico 3: Perfil etário – Professores da Graduação 2009
Gráfico 4: Discussão do Projeto Pedagógico – Alunos da Graduação 2009
Gráfico 5: Avaliação do Projeto Pedagógico – Professores Graduação 2009
Gráfico 6: Promoção de atividades ou eventos acadêmicos – Alunos da Graduação 2009
Gráfico 7: Discussão dos planos de ensino – Corpo Docente e Discente 2009
Gráfico 8: Adequação da carga horária – Corpo Docente e Discente 2009
Gráfico 9: Alcance dos objetivos das disciplinas – Alunos da Graduação 2009
Gráfico 10: Utilização dos Recursos Didáticos – Corpo Docente e Discente 2009
Gráfico 11: Estímulo ao estudo das inovações da área de conhecimento – Corpo Docente e
Discente 2009
Gráfico 12: Avaliação da bibliografia – Alunos da Graduação 2009
Gráfico 13: Horas Trabalhadas – Alunos Pós-graduação Lato Sensu 2009
Gráfico 14: Relação entre Curso e Atividade Profissional Alunos da Pós-graduação Lato
Sensu 2009
Gráfico 15: Perfil etário � Alunos da Pós-gradução Stricto Sensu 2009
Gráfico 16: Distribuição de horas � Professores da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Gráfico 17: Número de disciplinas ministradas � Professores da Pós-graduação Stricto
Sensu 2009
Gráfico 18: Orientações em práticas investigativas � Professores da Pós-graduação Stricto
Sensu 2009
Gráfico 19: Nível de preparo atual em termos de uso de tecnologia Professores da Pós-
graduação Stricto Sensu 2009
Gráfico 20: Cursos de Atualização – Professores da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Gráfico 21: Avaliação das disciplinas – Alunos da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Gráfico 22: Adequação do tempo do Curso – Alunos da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Gráfico 23: Adequação das disciplinas – Alunos da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Gráfico 24: Atendimento aos objetivos da disciplina – Alunos da Pós-graduação Stricto
Sensu 2009
Gráfico 25: Conhecimento básico das disciplinas – Alunos da Pós-graduação Stricto Sensu
2009
Gráfico 26: Relação teoria-prática nas disciplinas - Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Gráfico 27: Alunos da PUC Minas em Intercâmbio – 2008-2009
8
Gráfico 28: Avaliação das Atividades Acadêmicas – Egressos
Gráfico 29: Utilização dos meios de comunicação – Alunos da Pós-graduação Stricto Sensu
2009
Gráfico 30: Utilização dos meios de comunicação – Alunos da Pós-graduação Lato Sensu
2009
Gráfico 31: Utilização dos meios de comunicação – Alunos da Graduação 2009
Gráfico 32: Utilização dos meios de comunicação – Funcionários 2009
Gráfico 33: Utilização da Ouvidoria – Comunidade Acadêmica 2009
Gráfico 34: frequência da utilização dos meios de comunicação – Egressos
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Conceito Capes – Programas de Pós Graduação Stricto Sensu – PUC Minas
Quadro 2: Distribuição dos recursos do FIP – PUC Minas 2009
Quadro 3: Auxílio PUC Minas Carga Horária – Evolução
Quadro 4: DATAPUC: Sistemas Implantados (módulos mais relevantes) em
desenvolvimento 2009/2010
LISTA DE FIGURAS
Mapa 1: Distribuição Campi/Unidades/Núcleos Universitário da PUC Minas
Figura 1: Estrutura da SEPLAN 2005
9
SUMÁRIO
PARTE I – CONTEXTO TEÓRICO METODOLÓGICO E INSTITUCIONAL 11
1 INTRODUÇÃO 12
2 CONTEXTOS REFERENCIAL E METODOLÓGICO 13
2.1 Contextualização Histórica 13
2.2 Referencial Teórico 16
2.3 Metodologia 18
2.4 Etapas da Avaliação 22
PARTE II � ANÁLISE DAS DIMENSÕES DE AUTOAVALIAÇÃO 27
1 POLÍTICAS EDUCACIONAIS 28
1.1 Ensino 28
1.2 Pós-graduação Lato Sensu 50
1.3 Pós-graduação Stricto Sensu 58
1.4 Pesquisa 79
1.5 Extensão 90
2 POLÍTICAS DE PESSOAL 105
2.1 Corpo docente 105
2.2 Corpo técnico-administrativo 107
3 INSTITUIÇÃO E SOCIEDADE 112
3.1 Egresso 112
3.2 Responsabilidade Social 116
3.3 A Comunicação na PUC Minas 129
4 � ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA INSTITUIÇÃO 143
4.1 Missão e PDI 143
4.2 Planejamento e avaliação 147
4.3 Gestão na PUC Minas
4.4 Datapuc
148
154
4.5 Infraestrutura 155
4.6 Sustentabilidade Financeira 159
PARTE III � PONTECIALIDADES E DESAFIOS 161
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 166
10
APRESENTAÇÃO
A avaliação é um processo que implica uma reflexão crítica sobre a prática. É um
processo complexo, multifacetado, que cumpre distintas finalidades e atende a diferentes
interesses. Possui profunda dimensão pública. É política e, portanto, deve ser pautada pela
ética.
Nesse sentido, a autoavaliação é ainda mais complexa. Isso porque o avaliador é o
observador imbuído no mesmo sistema que é objeto de avaliação. Assim, não há um ponto
neutro de observação, pois, quando se propõe a sair do sistema, cria-se outro sistema no
qual o observador está envolvido. Toda análise, então, constitui-se de reformulação das
experiências de seus observadores, de interpretações realizadas a partir de determinadas
referências.
Nessas experiências avaliativas lidamos com inúmeras variáveis. Algumas, de difícil
observação e controle, como as reações ao processo, aos instrumentos e aos meios, que
por vezes provocam retrações e resistências. Sabe-se que essas interferem no processo,
como um todo, o que é indubitavelmente refletido nos resultados obtidos.
A dificuldade de controle dessas variáveis não representa, porém, uma possibilidade
de negligenciá-las. Essas representam um desafio para os avaliadores, na medida em que
precisam encontrar meios para equacioná-las. Para minimizar o impacto das resistências, é
necessário tratar as amostras e os cálculos de composição estatísticos com o maior rigor
científico possível. Essa característica, aliada ao tratamento dos dados com transparência,
representam o caráter científico e político que todo processo de autoavaliação deve supor.
O presente documento apresenta-se como um esforço da Comissão Permanente de
Avaliação da PUC Minas no sentido de captar os avanços, as fragilidades a serem sanadas,
rumos a serem corrigidos, e desafios a serem enfrentados para prosseguir na direção que
vem sendo construída pelo conjunto de seus membros.
Os resultados ora apresentados apontam contribuições importantes para o contínuo
aperfeiçoamento institucional e para fomentar o estabelecimento de diretrizes para uma
tomada de decisão sobre o que fazer para superar os problemas/obstáculos identificados e
promover ainda mais os avanços.
Avaliamos para conhecer, promover, avançar e transformar a realidade analisada.
11
PARTE I – CONTEXTO TEÓRICO, METODOLÓGICO
E INSTITUCIONAL
12
1 INTRODUÇÃO
Este relatório apresenta os resultados do processo de autoavaliação institucional
referente ao período de 2008 e 2009. Todas as dimensões de análise propostas pelo roteiro
de avaliação do SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) foram aqui
contempladas. O texto foi subdividido em três partes, a saber:
A primeira trata dos contextos institucional, teórico e metodológico. Nela, há uma
breve descrição do cenário histórico da PUC Minas e da evolução do processo de
autoavaliação institucional, implementado na Universidade desde 2003, antes do advento da
legislação regulatória do SINAES em 2004. O referencial teórico, que embasou desde a
elaboração da pesquisa à análise dos dados, assim como a metodologia utilizada para
balizar sua coleta, constam, também, nesta parte do relatório.
A segunda parte compõe-se da análise das dez dimensões da autoavaliação. Nesta
parte, procura-se discutir as diretrizes das políticas de ensino de graduação e pós-
graduação, de pesquisa, de extensão e de pessoal, estabelecidas no Plano de
Desenvolvimento Institucional da Universidade. Na sequência, o texto se constrói pela
análise das dimensões que envolvem as relações entre a Instituição e a sociedade,
mormente as expressas na inserção do aluno egresso da PUC Minas no mercado de
trabalho, nos elementos da responsabilidade social bem como da comunicação da IES com
a sociedade. Por fim, a discussão se completa com a análise da estrutura organizacional, da
infraestrutura e dos processos de gestão que dão suporte às atividades-fim da Universidade.
Na terceira e última parte, as considerações finais apontam os desafios e as
potencialidades apresentados pela leitura analítica dos dados. Tal capítulo consolidou os
resultados específicos apresentados ao final de cada uma das dimensões analisadas.
A Comissão Permanente de Avaliação da PUC Minas apresenta, a seguir, o
resultado do trabalho, confiante de ter alcançado o objetivo de conhecer melhor a
Universidade, subsidiar as melhorias que se fizerem necessárias e aprimorar iniciativas bem
sucedidas estabelecidas nos mais de 50 anos de história de um conhecimento que se
transforma.
13
2 CONTEXTOS REFERENCIAL E METODOLÓGICO
2.1 Contextualização Histórica
2.1.1 PUC Minas
A PUC Minas foi fundada em 1958 e, ao longo de mais de 50 anos, foi se
consolidando como a principal Universidade particular de Minas Gerais. Este fato é
corroborado pelo crescimento e expansão de cursos de graduação, de programas de
pós-graduação, da pesquisa e de extensão, inseridos em diferentes regiões do Estado.
A PUC Minas tornou-se uma das maiores Universidades do país no ensino da
graduação, fato confirmado pelo número de alunos e professores que atuam nessa
dimensão.
No segundo semestre de 2009, a PUC Minas contava com 105 cursos de
graduação (presencial, a distância e Superior de Tecnologia), distribuídos em seus
nove Campi/Unidades/Núcleos Universitários, 16 programas de pós-graduação stricto
sensu, 286 cursos de pós-graduação lato sensu, dentre outros, perfazendo uma
população de cerca de 67 mil pessoas diretamente envolvidas com a Universidade. A
tabela a seguir apresenta essa complexidade:
PUC MinasN° de
cursosPopulação
Graduação e Superior de Tecnologia 105 47.481
Programa de Pós-graduação Stricto Sensu 24 1.362
Pós-graduação Lato Sensu 286 7.337
Sequencial 1 175
Extensão 38 6.695
1.990
2.015
67.055
Fonte: PUC em números, 2° sem. 2009.
Tabela 1: Comunidade Acadêmica PUC Minas 2009
Corpo técnico-administrativo
Total Geral da Comunidade Acadêmica
Corpo docente do quadro permanente
Essa população se distribui em nove unidades/campi, cada um deles compondo
uma realidade própria porque inserida em contextos microrregionais diversos. Não
14
obstante, preserva a universalidade da educação superior, traço preservado pela PUC
Minas em sua organização multicampi.
2.1.2 Avaliação Institucional
Em 2002, a PUC Minas, antecipando-se à regulamentação dos processos
avaliativos, posteriormente estabelecidos pelo MEC, implementou o Programa de Avaliação
Institucional (Propav), dando início a um processo que vem sendo legitimado a cada ano
pela comunidade acadêmica. No ano seguinte, o então Propav realizou a avaliação
institucional dos cursos de Graduação da Universidade, analisando os Projetos pedagógicos
e aplicando questionários aos alunos e professores desta dimensão estabelecendo a base
de um processo antes mesmo do advento da lei.
Em consonância ao estabelecido pelo Sinaes, em 2004, a PUC Minas constituiu a
Comissão Permanente de Avaliação (CPA), responsável por propor, sistematizar e orientar
os trabalhos de autoavaliação institucional. O novo cenário que se construía no país,
consolidando as práticas avaliativas na estrutura basilar da vida acadêmica, compeliu às IES
a revisão de seus processos.
No mesmo ano, a PUC Minas publicou a Portaria 019/2004, que instituiu a Comissão
Permanente de Avaliação (CPA) na Universidade, modificando a estrutura inicial do
Programa Permanente de Avaliação (Propav). Até então, os membros da CPA eram
indicados pelo Reitor, exceto os representantes da ADPUC, do Corpo Discente e do Técnico
Administrativo.
No ano seguinte, a CPA encaminhou ao MEC o Projeto de Avaliação Institucional da
PUC Minas, explicitando as diretrizes, proposições e objetivos para a pesquisa de avaliação
na IES. O Ministério classificou os projetos de todas as Instituições de Educação Superior
do país, considerando-os numa escala de 1 a 5, sendo 1 a melhor classificação e 5 a pior. A
PUC Minas obteve o Parecer Tipo 1. Nesse momento, o projeto de autoavaliação propunha
avaliação trienal das dimensões propostas pelo Sinaes.
Em 2006, foi criada uma comissão de professores que elaborou o regimento das
atividades da comissão de avaliação. No documento ficou estabelecida a nova estrutura da
CPA, constituída por seis subcomissões, a saber: Comunicação com a Sociedade, Ensino
de Graduação, Egressos, Extensão, Gestão e Pesquisa e Pós-graduação. Com o objetivo
de coordenar as informações prestadas e solicitadas pelas subcomissões, foi criado o
Comitê Permanente de Autoavaliação (Copav), órgão responsável pela execução do
relatório geral de autoavaliação, composto pelos coordenadores das subcomissões, pelo
15
presidente e vice-presidente da CPA e por quatro professores com conhecimentos técnicos
em pesquisa, estatística e Avaliação Institucional. No regimento, estava previsto a eleição
dos membros docentes da CPA, a se realizar por unidades e a escolha feita entre pares.
Ainda em 2006, a CPA entregou ao MEC e à comunidade acadêmica o primeiro
Relatório Geral de Autoavaliação da Universidade. O documento reuniu dados, informações
e percepções de todos os públicos da Instituição e contemplou as 10 dimensões
estabelecidas pelo Sistema Nacional de Avaliação. Ressalta-se que, até 2008, a
autoavaliação era realizada a cada três anos, o que possibilitou a coleta de dados das
diversas dimensões em diferentes anos.
Em continuidade à proposta de se avaliar a dimensão específica do Ensino de
Graduação, a CPA iniciou, em 2007, nova coleta de dados junto a alunos, professores e
membros de colegiado. Ao final do processo, a Comissão elaborou o relatório de avaliação
institucional interna do Ensino de Graduação, referente ao triênio 2005/2007. As outras
dimensões foram parcialmente contempladas, uma vez que as questões foram inseridas no
contexto da Graduação. Não houve, no entanto, avaliação específica de cada dimensão.
Concomitante à entrega dos resultados, a PUC Minas sediou, em abril de 2008, o VI
Encontro das CPAs Mineiras. O evento reuniu representantes de diversas comissões de
avaliação de IES do Estado, momento no qual foi possibilitada a discussão sobre os
fundamentos do Sinaes e as implicações da autoavaliação na rotina acadêmica. Esse
encontro consolidou, a PUC Minas como referência em processo de autoavaliação
institucional.
Do ponto de vista institucional, a Universidade iniciou, a partir de 2005, mudanças
substantivas tanto no âmbito das estruturas administrativas quanto nos processos
acadêmicos. Em 2008, é aprovado o novo Estatuto da Universidade, que incorpora e define
a nova estrutura pedagógica centrada na organização dos cursos por áreas afins a serem
lotados em departamentos, institutos e faculdades. A CPA é incorporada a esse novo
estatuto como órgão de Avaliação Institucional, sendo destacada a sua independência em
relação aos outros órgãos, o que atesta o processo de institucionalização em curso.
Em 2009, foi aberto o processo eleitoral para escolha dos novos membros docentes.
Os professores eleitos tomam posse em conjunto com os membros da sociedade civil
indicados pelo Reitor, do representante da ADPUC, do corpo discente e dos funcionários.
Em atenção ao que designava o regimento aprovado em 2006, a presidente e a vice-
presidente foram eleitas dentre e pelos membros da CPA.
Além disso, em substituição às subcomissões, a estrutura previa a constituição de
uma Comissão Ad hoc de caráter técnico, para dar suporte e operacionalizar a pesquisa
avaliativa. Essa comissão foi constituída dentre os professores da Instituição, por meio de
um processo seletivo, cujas regras foram publicadas em edital de concurso. O perfil técnico
16
traçado para seleção dos profissionais a compor a Comissão Ad hoc visava reforçar o
caráter acadêmico do processo avaliativo.
Em fevereiro de 2009, o MEC estabelece, por meio de nota técnica, a periodicidade
anual para entrega dos relatórios de autoavaliação institucional. Nesse ínterim, vai se
conformando uma nova perspectiva para o processo de autoavaliação, que se torna cada
vez mais voltado à consonância com o planejamento institucional, subsidiando melhorias a
se efetuar na Universidade.
Do conhecer para saber ao avaliar para transformar, construiu-se um percurso que
possibilitou o reconhecimento da autoavaliação institucional como processo constituído e
constituinte da vida de uma instituição universitária.
2.2 Referencial Teórico
Comumente, a literatura sobre avaliação procura resgatar os pressupostos
epistemológicos que subjazem ao conceito, enfatizando os elementos valorativos que, em
tese, todo processo avaliativo traz em si. Assim, em muitas ocasiões, o conceito é definido a
partir de uma pressuposição de que avaliar é valorar, emitir juízo sobre algo. Se tornar claro
e explícito os pressupostos que orientam a análise, bem como a definição objetiva dos
conceitos com os quais se irá trabalhar, é parte constitutiva do processo de produção do
conhecimento em qualquer ciência e de modo particular nas ciências humanas, pode-se
entender a preocupação em resgatar a origem do termo. Não se pode, contudo, aceitar, sem
discutir, essa proposição. Se avaliar é emitir juízo, qual seria o status do conhecimento que
se pretende acadêmico, quais seriam os elementos determinantes da validade de um
conhecimento obtido por meio da avaliação. Torna-se, portanto, necessário estabelecer os
parâmetros lógicos e objetivos que permeiam o conceito de avaliação, parâmetros que
balizarão a leitura e análise dos dados que subsidiaram a elaboração deste relatório.
Quando nos propusemos a avaliar uma instituição ou uma política qualquer, e
quando almejamos objetividade desse conhecimento, os critérios devem ser outros que não
aqueles da primeira impressão que, geralmente, resultam em julgamentos morais e eivados
de preconceitos. Não queremos aqui retornar a velha discussão do objetivismo e da
neutralidade positivista. Antes, entendemos que, como sujeitos imiscuídos nos processos
que desejamos avaliar, a dimensão subjetiva está sempre presente. Não podemos nunca
deixar de sermos os sujeitos sociais que somos, mas temos claro o nosso papel como
observadores, não neutros, mas vigilantes epistemologicamente falando, como diria
Bourdieu (2004). Dessa forma, avaliar adquire outro sentido que não o de emitir juízo de
17
valor per si. Ou, dito de outra forma, não emitir qualquer juízo de valor. Antes, avaliar é
postar-se de maneira crítica frente ao objeto avaliado, comparando e acompanhando não só
os resultados, como os diferentes processos que se desenrolam na vida acadêmica.
Para isso, e como mandam as regras básicas do conhecimento que se deve
produzir nesse espaço – científico, diga-se de passagem – é preciso ter método, é preciso
ter clareza teórico-conceitual a partir dos quais será jogada a luz sobre o objeto em análise.
Assim, metodologicamente, é preciso considerar que o conhecimento que se pretende gerar
seja validado e legitimado. Sendo assim, não pode ser baseado nas impressões dos
analistas. É preciso que os parâmetros que norteiam essa análise sejam explicitados. É
preciso, portanto, que o conhecimento aqui produzido se enquadre nas regras mínimas de
objetividade – o que quer que isso signifique – para que ele possa ser validado para além
das impressões e valores do pesquisador ou do conjunto de pesquisadores.
No caso da autoavaliação institucional – auto porque realizado por parte dos sujeitos
objetos da avaliação, daí a preocupação em garantir autonomia às Comissões Permanentes
de Avaliação, sob o pressuposto de que esse grupo deve, ainda que envolvido no universo
que avalia, manter um mínimo de distanciamento necessário para realizar o processo a
contento – e de qualquer pesquisa avaliativa acadêmica, o principio é o de mensurar o
alcance do que foi planejado e a forma utilizada bem como a percepção dos atores
envolvidos na vida acadêmica. As bases para que se possa realizar a autoavaliação estão
dadas pelos próprios componentes da dinâmica, tanto do ambiente político institucional que
norteiam a política de educação quanto dos elementos internos à própria organização
Universitária.
Nesse sentido, a ênfase do Ministério da Educação (MEC) e a orientação do
SINAES em ter o Plano de Desenvolvimento Institucional como parâmetro da avaliação,
reafirma a natureza da avaliação como uma medida de aferição dos resultados e da
qualidade dos processos acadêmico-pedagógicos e administrativos, propugnados pelas
próprias instituições de educação superior como parte do papel que ocupam na política
educacional do país. Dessa forma, a avaliação se desenvolve de modo interativo e
processual, dado o seu caráter de construção coletiva e da dinâmica de subsidiar
proposições de mudanças, balizada pelos ditames da legislação federal, mas também pelo
planejamento institucional estabelecido pela instituição.
Assim, a avaliação institucional tem seus parâmetros estabelecidos por esse
conjunto de dispositivos, que de fato se constituem como referências delimitadoras da
análise. Não obstante, a objetividade não está dada pelo fato de se utilizar os parâmetros já
definidos anteriormente e que também, diga-se de passagem, já traz em si um olhar. Antes,
a objetividade está dada pela explicitação do percurso teórico-metodológico que possibilitou
a análise interpretativa dos dados.
18
Nessa linha, pautamo-nos pela compreensão do espaço institucional que ocupa os
sujeitos respondentes, inclusive o nosso lugar. Antes de tudo, porém entendemos que,
como analistas, cabe a postura dialético-reflexiva, no dizer de Habermas (1982), que implica
em enxergar o objeto de maneira crítica e realizar o exercício da reflexão que possibilite não
só conhecê-lo analiticamente, em suas diferentes partes e na conjunção do todo, como
também subsidiar proposições que permitam transformá-lo. Esse é o caminho que traçamos
na construção desse relatório, a metodologia que orientou o trabalho expressa também essa
escolha.
2.3 Metodologia
O pressuposto que orienta a autoavaliação institucional de uma Universidade se
constitui em atividade acadêmica estrito senso e seu processo deve ser, tal qual qualquer
produção acadêmica, balizada por parâmetros teórico-conceituais e metodológicos claros e
explicitados, como já dito acima. Por isso, a preocupação em descrever, analiticamente, o
percurso metodológico adotado, seus percalços e avanços.
O ciclo avaliativo 2008/2009 teve como característica predominante a realização de
avaliação diagnóstica que implicou acompanhamento específico para cada uma das dez
dimensões propostas pelo SINAES com a utilização de instrumentos de coleta de dados.
A pesquisa avaliativa, cujos resultados ora se apresentam neste relatório, foi
sustentada por duas abordagens metodológicas que, conjugadas, permitiram realizar
inferências mais próximas da realidade da Instituição: a quantitativa e a qualitativa.
A abordagem quantitativa, centrada nos modelos estatísticos, foi adotada
principalmente na coleta de dados primários, por meio de questionários estruturados, junto
aos diferentes públicos que compõem o universo acadêmico. Optou-se por trabalhar com
amostras probabilísticas, posto que essa tipologia permite exercer maior controle sobre a
representatividade da população pesquisada e minimizar os riscos de não se completar
todos os comportamentos possíveis em uma dada população. Trabalhou-se também com
dados secundários, coletados em banco de dados da Instituição, como processo
complementar.
O questionário foi aplicado via internet, por meio do Sistema de Gestão Acadêmica
(SGA), para alunos, professores e colegiados. Para o público de “egressos”, a aplicação dos
questionários se deu por meio de telefone, realizada por estagiários capacitados para
realizar a abordagem. Os funcionários que possuíam acesso ao Portal RH puderam
responder ao questionário online. Para aqueles que não tinham acesso aos sistemas
19
informatizados ou não queriam responder por este meio, foram disponibilizados
questionários para serem preenchidos manualmente e colocados em urna própria. Em todos
os casos, foram estabelecidos critérios para garantir a confidencialidade e sigilo das
informações. A pesquisa foi realizada no período de setembro a novembro de 2009, com o
suporte do DATAPUC1.
O instrumento de avaliação foi inicialmente cadastrado no Sistema Genérico de
Questionários (SGQ)2 e configurado no sistema do Programa Permanente de Avaliação
(PPA). O sistema PPA permitiu a veiculação dos questionários na plataforma SGA e Portal
RH. Com isso, professores, alunos e funcionários puderam responder ao questionário
virtual. O PPA ainda permite o armazenamento das respostas desses questionários em
banco de dados e, a partir disso, é possível gerar arquivos e planilhas para processamento
estatístico dos dados.
As análises das diversas peculiaridades possibilitaram o fornecimento de pistas que
permitem compreender a complexidade desta Instituição de Ensino Superior, e que
oferecem elementos para a comunidade interna orientar a tomada de decisões.
Outro aspecto da metodologia utilizada, que conjuga a pesquisa qualitativa com a
quantitativa, foi aplicada quando da coleta de dados para a dimensão “Comunicação com a
sociedade”. Além das questões contidas no questionário que versavam sobre essa relação,
a pesquisa também se deu por meio de documentos produzidos pela instituição. Nesse
aspecto, foi analisado os clipping3 sistematizado pela Secretaria de Comunicação, que
registravam as diferentes comunicações veiculadas na mídia impressa (jornais, revistas,
boletins) acerca da PUC Minas. A análise dos conteúdos, método adotado principalmente
quando da leitura de documentos, se desenvolveu por meio da construção de uma tipologia
própria na qual se buscava classificar as informações segundo tal tipologia e o que isso
representava em termos de imagem veiculada da Instituição. A classificação foi
desenvolvida considerando a natureza do conteúdo e o que o mesmo significava para a
imagem da instituição frente à sociedade. A análise pressupunha a quantificação das
notícias segundo essa classificação e a leitura crítico-reflexiva de seu conteúdo.
De outra forma, ainda, foram analisados os vários documentos oficiais e lidos à luz
das ações concretas implementadas, visando estabelecer comparações entre o que foi
proposto e o realizado, bem com inferir os pressupostos ali estabelecidos.
Complementarmente a isso, foram realizadas entrevistas com gestores e técnicos
com vistas ao entendimento dos processos subjacentes ao estabelecimento das políticas e
1 Responsável pelos Sistemas informacionais da Universidade. 2 Sistema que, na sua concepção inicial, foi criado exclusivamente para atender às demandas da CPA, mas que ganhou proporção maior ao servir para outros questionários utilizados em toda Universidade, pois permite a vinculação dos questionários nas páginas de web, Portal RH e SGA. 3 Conjunto de informações coletadas de fontes pré-definidas.
20
aos processos de tomada de decisão, bem como dos condicionantes que demarcam a
atuação da Universidade.
2.3.1 O Plano Amostral
Com relação às populações de funcionários, alunos e professores em seus
diferentes níveis – graduação e pós-graduação em suas diversas modalidades –
estabeleceu-se como parâmetro o índice de confiabilidade de 95%, com uma margem de
erro de 5%, para mais ou para menos. Como medida de controle, o tamanho da amostra
disponibilizada foi superestimado em média em 30%, além de se ter usado a correção de
continuidade para populações finitas no cálculo inicial, para todos os grupos. Na pesquisa
anterior 2005/2007, a amostragem considerou o nível de curso como base para tal. Neste
relatório, o nível de base utilizado foi a Unidade/Instituto/Departamento.
O cálculo do tamanho da amostra, para uma confiança e uma margem de erro
conhecidas, é dado por:
Onde:
n: tamanho da amostra para populações infinitas P: Proporção da característica observada E: margem de erro Zα/2= em score associado ao grau de confiança
Para uma população finita o tamanho da amostra pode ser corrigido pela fórmula
abaixo e a mesma foi utilizada para o recálculo das subpopulações:
Onde:
n: tamanho da amostra para populações finitas n0: tamanho da amostra para pop. Infinitas N: tamanho da população
A seguir, serão descritas as especificidades de cada segmento.
No segmento professores de graduação 4, foram considerados os que davam aula
apenas neste nível, tendo sido retirados os que lecionavam em outros níveis. A população
total desse público, conforme dados do DATAPUC, compunha-se de 1365 docentes,
considerando apenas os professores efetivos – controlados por tempo indeterminado.
Considerando os índices de confiança acima listados, a amostra inicial era composta de 301
4 Os professores da PUC Minas, mesmo os lotados nos níveis de pós-graduação, geralmente lecionam no nível da graduação.
2
2/
)ˆ1(ˆ
−=
αZ
E
PPn
N
nn
no
o
+=
1
21
respondentes (sorteados 341 no total). Foram obtidos 267 questionários válidos, o que
resultou no índice de 90% de confiabilidade e margem de 5% de erro.
Os professores que lecionam simultaneamente na graduação e na pós-graduação
stricto sensu, compreenderam uma população de 186 docentes. O cálculo amostral
apontava para a necessidade de 126 respondentes. Optou-se, então, tendo em vista o
atendimento aos parâmetros de confiabilidades, pela disponibilização dos questionários para
todo o universo desse público. Foram obtidas 114 respostas, o que resultou um nível de
confiabilidade de 90% e 5% de margem de erro.
Já no caso dos professores que lecionam simultaneamente na graduação e na pós-
graduação lato sensu, no universo de 317, foram amostrados 174 e sorteados 236
docentes, como medida necessária ao alcance do quórum mínimo. Foram respondidos 165
questionários, o que possibilitou alcançar 90% de confiabilidade com uma margem de erro
de 5%.
Quanto ao colegiado, 284 membros, do total de 409, responderam aos
questionários. O que resultou numa amostra com índice de confiabilidade de 99% e menos
de 5% de margem de erro.
Na elaboração do plano amostral para o público alunos de graduação, dois
requisitos tiveram que ser obedecidos: uma amostragem específica para cada
campi/unidade/núcleo universitário ou, no caso da Unidade Coração Eucarístico, faculdades,
institutos e departamentos, considerando a proporção que cada uma das
unidades/campi/similares representa no universo geral dos alunos da PUC Minas. Para
tanto, trabalhou-se, inicialmente com um índice de confiabilidade de 95% e margem de erro
de 5% para cada subconjunto de que compunham os campi/unidades/institutos/faculdades.
Isso possibilitou a geração de relatórios específicos e individualizados para cada um dos
campi/unidades/institutos/faculdades.
Como o relatório geral exige a análise global da instituição, tornou-se necessário um
ajuste na amostragem para o conjunto da Instituição e a conseqüente opção de ampliação
da amostra para 3288 entrevistados, de modo que o índice de confiabilidade alcançado foi
de 99%, com uma margem de erro inferior a 3%.
Para os alunos de Ensino de Graduação a Distancia (EAD ), em uma população
total de 699 pessoas, a amostra básica significou 249, tendo sido sorteados 326 alunos.
Foram obtidas 142 respostas, o que configurou um índice de confiabilidade 99% e 10% de
margem de erro.
Quanto aos alunos de pós-graduação lato sensu a distância, do total de 902
matriculados, a amostragem previa 270 respondentes, tendo sido sorteados 362. Foram
alcançados 49 questionários válidos, o que resultou em 90% de confiabilidade e 10% de
margem de erro.
22
Para a pós-graduação lato sensu presencial , para uma amostragem estimada em
362 alunos, foram sorteados 487 alunos e obtidas 104 respostas, com índice de
confiabilidade de 90% e margem de erro de 10%.
Para os alunos de pós-graduação stricto sensu (população de 1.352 pessoas)
foram selecionados 300 alunos. Foram colhidos 75 questionários válidos, perfazendo 90%
de confiabilidade e 10% de margem de erro.
Para os egressos , a amostragem para a população foi estabelecida em 379
(confiabilidade de 95% e margem de erro de 5%). Da amostra real selecionada de 741
egressos, foram respondidos 597 questionários, garantindo uma confiabilidade de 98% e
mantendo a mesma margem de erro5.
Para a amostra de funcionários, o cálculo estatístico considerou o universo de 1987
pessoas, conforme dados da Pró-reitoria de Recursos Humanos. Considerando o índice de
confiabilidade de 95% e margem de erro de 5%, a amostra básica previa o total de 323
pessoas. No entanto, para que pudéssemos garantir o mínimo necessário, o tamanho da
amostra foi superestimado e 653 questionários disponibilizados. Desses, foram respondidos
452, questionários o que garantiu índice de 98% de confiabilidade e 5% de margem de erro,
ultrapassando positivamente o previsto.
2.4 Etapas da Avaliação
O Projeto de Autoavaliação Institucional estabelece como objetivo geral “impulsionar
um processo crítico de autoconhecimento da instituição, tendo em vista a garantia da
qualidade de sua ação, os desenvolvimentos da ciência e as demandas da sociedade e do
mundo do trabalho” (PUC Minas, 2005). Especificamente pretende:
- conhecer os processos educativos e pedagógicos que ocorrem no interior da instituição universitária e que envolvem o ensino, a pesquisa e a extensão, e os meios que lhes dão sustentação; - aferir a qualidade dessas ações, tendo em vista os objetivos colocados pela própria Instituição, os desenvolvimentos da ciência e os anseios da sociedade; [...] - quando necessário, sugerir o repensar de objetivos, modos de atuação e resultados para afinar a sintonia da Universidade com o momento histórico; - estudar e apontar possibilidades de mudanças na prática acadêmica e na gestão da Instituição, para atualização dos projetos pedagógicos e do projeto institucional, no sentido de referendar a legitimação da sociedade e de mantê-los sempre relevantes. (PUC Minas, 2005, p.5)
A busca desses objetivos determinou o fluxo de trabalho a seguir explicitado.
5 Ver mais sobre Egressos: seção 3.1.
23
2.4.1 Planejamento
Nesta etapa, foi realizada a leitura do Projeto de Autoavaliação institucional da PUC
Minas, do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade e dos documentos
e roteiros estabelecidos pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
(SINAES), a fim de analisar as dimensões e os indicadores da autoavaliação institucional.
Os questionários utilizados na avaliação anterior balizaram a construção dos novos,
tendo em vista o próprio histórico da avaliação institucional na Universidade e a riqueza dos
processos anteriores. A partir dessa análise, foram definidos os públicos a serem
investigados, tendo sido elaborado um questionário apropriado para cada um.
A elaboração dos questionários foi pautada, ainda, pelo roteiro de proposições
indicadas pelo SINAES, nas dez dimensões por ele estabelecidas.
Para que pudéssemos alcançar a comunidade em seu conjunto, foi estabelecido um
Plano de Comunicação no qual constava desde as estratégias de sensibilização dos
públicos almejados, até a divulgação por meio de folders, cartazes, site e vários outros
textos midiáticos. Desse plano constaram, ainda, as reuniões e encontros com dirigentes e
colegiados de curso, departamentos, institutos, faculdades etc. A participação nesses
eventos tinha como finalidade, além de sensibilizar a comunidade para a importância da
participação de todos no processo de autoavaliação, coletar demandas específicas de cada
unidade/instituto.
2.4.2 Implementação
A etapa de implementação da pesquisa iniciou-se com a realização de pré-teste com
os questionários, visando aferir sua qualidade, legibilidade, inteligibilidade, tempo de
resposta etc. Após os testes e a consequente correção, os questionários foram
disponibilizados para os sorteados na amostra, por meio da plataforma virtual da PUC
Minas, (PPA – SGA) no período compreendido entre os meses de setembro a novembro de
2009.
A fim de garantir o sigilo e a confidencialidade dos dados, foram adotadas estratégias
que impediam a identificação dos respondentes. A amostra foi produzida por sorteio
aleatório feito pelo DATAPUC, tendo sido utilizando apenas os códigos dos alunos,
24
professores e funcionários, que, posteriormente foram transformados em um novo número
que dificultava a identificação. Os instrumentos eram disponibilizados automaticamente pelo
sistema da PUC Minas nas referidas plataformas, a partir da alimentação desse com a
listagem dos códigos dos respondentes.
Uma única exceção em relação à identificação dos respondentes ficou por conta da
categoria “Egressos”, vez que a abordagem desses foi feita via telefone, por estagiários
contratados especificamente para esse fim. Dessa forma, foi necessária a identificação
mínima de nome e telefone dos respondentes dessa categoria. Contudo, a identificação
pessoal foi preservada, já que as respostas foram analisadas no conjunto de todos os
respondentes da categoria.
Essa etapa se fez acompanhar de um placar de respostas emitido duas vezes por
semana, de forma a possibilitar correções necessárias ao andamento dos trabalhos e
aprofundar os trabalhos de sensibilização.
Os membros da Comissão Técnica da CPA, neste período, participaram de cursos
para capacitação uso do banco de dados Data Warehouse (DW) da PUC Minas. O DW foi
utilizado para a coleta de dados secundários para a pesquisa. A comissão técnica
participou também de oficinas sobre o Censo Educacional aplicado pelo MEC, para
conhecimento de seus instrumentos e possível utilização dos dados censitários nesta
pesquisa de autoavaliação institucional6.
Diversos documentos e relatórios de diferentes setores da Universidade serviram
também de base de dados secundário para a pesquisa avaliativa. Complementar a essa
ação, foram feitas várias entrevistas com gestores com a finalidade de esclarecer dúvidas e
obter informações mais detalhadas.
Essa etapa teve a duração de aproximadamente cinco meses, tendo se realizado
entre os meses de agosto a dezembro de 2009.
A PUC Minas também sediou o Seminário para Coordenadores de Comissões
Próprias de Avaliação e a CPA esteve presente. O evento organizado pelo MEC/Inep,
através da Diretoria de Avaliação da Educação Superior (DAES) e da Comissão Nacional de
Avaliação da Educação Superior, teve a participação de diversas CPAs da Região Sudeste.
6 A PUC Minas sediou o Seminário para coordenadores de comissões Próprias de Avaliação e a CPA esteve presente. O evento, organizado pelo MEC/Inep, através da Diretoria de Avaliação da Educação (DAES) e da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), teve a participação de diversas CPAs da Região Sudeste.
25
2.4.3 Análise de dados
Esse processo constou da análise dos dados primários e dos dados secundários
ainda sem nenhum tipo de tratamento. Os dados foram extraídos do banco pelo DATAPUC
e coube aos estatísticos da Comissão Ad Hoc, o processamento preliminar e o
estabelecimento das tabelas de frequências simples, que iriam subsidiar a definição das
variáveis a serem cruzadas com vistas ao estabelecimento de possíveis relações de
causalidade.
Com base na leitura dos indicadores do SINAES e em comparações com as
previsões do Plano de Desenvolvimento Institucional, os dados foram analisados buscando
responder às questões que se entendiam como pertinentes na avaliação da Universidade.
2.4.4 Divulgação e discussão dos resultados
Os resultados serão apresentados e discutidos com a comunidade acadêmica no I
Ciclo de Estudos sobre a Autoavaliação, com previsão para início em abril de 2010. Trata-se
de um ciclo de eventos para socialização, discussão dos resultados da autoavaliação do
biênio 2008-2009 e elaboração de propostas para a autoavaliação de 2010.
A primeira apresentação dos resultados à comunidade acadêmica será feita na
Solenidade Oficial de Entrega dos Resultados da autoavaliação, oportunidade em que o
Magnífico Reitor receberá oficialmente o relatório final. Essa cerimônia abre o Ciclo de
Estudos.
A fim de apresentar e discutir as particularidades de cada unidade/instituto, serão
realizados eventos em cada um deles. O evento será aberto à comunidade acadêmica. Para
os alunos, a sugestão é de que as horas sejam computadas como Atividades
Complementares de Graduação.
O formato sugerido para os eventos das unidades/institutos é de, em um primeiro
momento, uma mesa redonda com presença da administração superior de cada
unidade/instituto, o representante da CPA na unidade e um palestrante especialista em
avaliação institucional, para apresentação dos resultados da unidade/instituto. Logo em
seguida, serão formados pequenos grupos de discussão, constituídos pelos colegiados de
curso e compostos pela coordenação, professores e alunos, com a finalidade de discutir as
implicações dos resultados para os cursos e unidades, bem como as possíveis
26
potencialidades/fragilidades. Esses registros servirão de base para (re)elaboração do projeto
de autoavaliação institucional para o ano de 2010.
2.4.5 Considerações acerca do ciclo de avaliação 20 08/2009
Por fim, algumas considerações merecem ser feitas, tendo em vista as mudanças na
periodicidade da entrega dos relatórios de avaliação ao MEC/Inep. A nota técnica emitida
pelo Inep em fevereiro de 2009, estabelecendo a periodicidade anual da entrega do
relatório, impôs uma nova dinâmica aos trabalhos da Comissão Permanente de Avaliação e
à operacionalização da pesquisa. No período que antecede a esta nota, a pesquisa
avaliativa era realizada em diferentes etapas/ano, contemplando cada uma, um conjunto de
dimensões diferenciadas. A cada ano, eram entregues relatórios parciais. O relatório geral,
que incorporava as dez dimensões se constituindo da junção desses pequenos relatórios,
era entregue a cada três anos. Assim, o ciclo da autoavaliação institucional se completava a
cada triênio. Na PUC Minas, a pesquisa iniciou-se pela dimensão Ensino de Graduação,
sem considerar a modalidade à distância, realizada em ano/etapa distinto das outras nove
dimensões. No ano seguinte, eram realizadas as avaliações das outras nove dimensões,
sendo gerado outro relatório parcial ao qual era incorporado o da dimensão do Ensino de
Graduação que, juntos, formavam o relatório geral do triênio.
A nova dinâmica introduzida pela mudança no prazo de entrega do relatório,
entendido e reafirmado pelo MEC como relatório geral, resultou na ampliação do volume de
trabalho, posto que concentrou a avaliação anualizada das dez dimensões estabelecidas.
Isso, sem dúvida, gerou a necessidade de readequação dos trabalhos, inclusive dos
questionários. Para o ano de 2009, ainda preservou-se a mesma estrutura, o que demandou
trabalho hercúleo da equipe para atender às novas exigências. Não obstante, entende-se
necessária alguma simplificação nos instrumentos, dada a amplitude dos dados, a ser
realizada para o ano de 2010, a despeito da previsão de atendimento das demandas
específicas dos cursos, por meio de encartes acoplados aos questionários da autoavalição
institucional. Em síntese, este relatório reflete essa nova realidade, ainda que os parâmetros
da qualidade do trabalho tenham sido preservados.
27
PARTE II � ANÁLISE DAS DIMENSÕES DE AUTOAVALIAÇÃO
28
1 POLÍTICAS EDUCACIONAIS
1.1 Ensino
É inegável a importância da dimensão ensino para a autoavaliação institucional de
qualquer Universidade. Essa dimensão, aliada à extensão e à pesquisa, são as atividades-
fim da universidade e ressignificam outras dimensões de análise, na medida em que devem
balizar todos os processos de atividades-meio: infraestrutura, logística, gestão financeira,
relação com a sociedade e principalmente o planejamento estratégico contido no Plano de
Desenvolvimento Institucional (PDI).
Do ponto de vista jurídico-legal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBen), no seu Artigo 52º, assim define a universidade:
Art. 52 - As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por: I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural quanto regional e nacional. (BRASIL, 1996)
A organização didático-pedagógica para o ensino de graduação busca atender à
finalidade prevista no artigo 2º da LDBen, que prevê o “pleno desenvolvimento do educando,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Ademais,
enfatiza que essa formação se faça acompanhar do desenvolvimento de valores éticos e
morais, e responsabilidade e comprometimento com a sociedade.
Isso se traduz, sem dúvida, em um paradigma humanista de formação. Há, então,
um eixo necessário a ser trilhado no ensino de graduação: a formação técnico-científica
acoplada a formação humanista, grande responsável pelo cidadão comprometido com o
outro e empenhado em atuar socialmente na busca de outros saberes e no intérmino
processo de apreender. Essa formação é prevista para todos os cursos de graduação da
PUC Minas, e sua importância é reforçada no Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e no
Plano de Desenvolvimento Institucional, que aponta, inclusive, a sua necessidade para o
cumprimento da missão da Universidade:
A PUC Minas tem reforçado, permanentemente, a tradição de excelência quanto à qualidade de sua atividade-fim, o ensino. Vem, do mesmo modo, mantendo-se na vanguarda no que se refere à essência dessa atividade, ampliando o espectro de sua atuação e promovendo os meios necessários para nele imprimir o que constitui suas qualidades fundamentais: compromisso com a realidade social brasileira em suas relações com o contexto internacional e formação humanista para o exercício profissional como dimensão da cidadania. Por isso, grande ênfase tem sido dada
29
pela instituição aos desafios da implementação do espírito acadêmico de ensino, pesquisa e extensão. Essas dimensões, articuladas com as demais facetas dos fazeres universitários, especialmente no quadro de expansão física e contínua consolidação de suas atividades, são responsáveis por manter e estimular a vitalidade acadêmica necessária ao cumprimento de sua missão. (PUC Minas, 2007)
Para isso, o PDI prevê “um plano apto a articular quatro domínios que orientam a
prática pedagógica no ensino de graduação: a correlação teoria-prática, a articulação entre
o ensino, pesquisa e extensão, a flexibilização curricular e a formação humanista”. Essas
diretrizes orientam a elaboração e a avaliação dos projetos pedagógicos. Esse plano,
traduzido nos documentos “A graduação na PUC Minas: reflexões para o estabelecimento
de uma nova política acadêmico-administrativa” e “Diretrizes para a graduação”, será
também considerado neste relatório.
Assim, iremos relatar descritivamente os resultados das análises da dimensão
Ensino de Graduação, considerando as dimensões previstas nos SINAES e cada uma das
populações respondentes nesta categoria: alunos e professores de graduação presencial e
a distância.
A fim de melhor contextualizar nossas análises, traçamos, com base nos dados. O
perfil dos alunos e outro dos professores dos cursos de graduação da PUC Minas, sujeitos
respondentes dessa dimensão, que serão apresentados a seguir.
1.1.1 Perfil dos respondentes
1.1.1.1 Corpo discente
A PUC Minas conta, atualmente, com aproximadamente 48.000 alunos matriculados
em seus 39 cursos de graduação – modalidade presencial e a distância – distribuídos em
todos os campi/unidades/núcleos universitários.
Dentre os respondentes da modalidade presencial, 57,72% são do sexo feminino e
42,28% do sexo masculino. Entre os respondentes da EAD, os percentuais foram 51,77%
do sexo feminino e 48,23% do sexo masculino.
Em relação à faixa etária, o corpo discente da PUC Minas é eminentemente jovem,
embora haja discrepância entre as modalidades presencial e a distância, conforme o gráfico
1 a seguir.
30
01020304050607080
perc
entu
al
menos de 20 20 a 30 31 a 40 41 a 50 50 ou mais
faixa etária
Gráfico 1: Perfil Etário � Alunos da Gradução, 2009
Presencial EAD
Fonte: CPA – PUC Minas
Dentre os alunos da graduação presencial predomina a faixa etária entre 20 e 30
anos (71,82%). Já os discentes da EAD têm um perfil de maior média de idade, com certo
equilíbrio entre as faixas etárias predominantes, 38,30% e 35,46%, respectivamente, para
20 a 30 anos e 31 a 40 anos.
Esse resultado subsidia a análise do aspecto referente ao trabalho remunerado na
vida desses alunos. Gráfico 2 a seguir:
0
20
40
60
80
perc
entu
al
nenhuma eventuais até 20 entre 20 e 40 acima de 40
horas
Gráfico 2: Trabalho remunerado � Alunos da Graduação, 2009
Presencial EAD
Fonte: CPA – PUC Minas.
Dentre os alunos da Educação a Distancia, é possível perceber que a quase
totalidade exerce atividade remunerada, sendo que 78,01% trabalham 40 ou mais horas por
semana. Já entre os alunos da graduação presencial, quase a metade (47,44%), não exerce
31
atividade remunerada, e entre os restantes que exercem, pouco mais de 20% estão nesse
patamar.
Tal fato reafirma o perfil do aluno a distância, geralmente mais maduro, já inserido no
mercado de trabalho. Nesse sentido, a continuidade dos estudos atende às exigências do
mercado de trabalho.
Em referência às horas dedicadas aos estudos, o perfil é similar, com alguma
discrepância entre as duas populações. Pouco mais de um terço dos públicos estuda entre
três e cinco horas por semana. No entanto, essa diferença se acentua na faixa de análise
superior a oito horas semanais de dedicação aos estudos. Para os alunos dos cursos
presenciais, o percentual referente àqueles que se dedicam mais de oito horas é de cerca
de 25%, enquanto que, para os alunos EAD, esse valor eleva-se para aproximadamente
35%.
Dentre os alunos do ensino presencial o número de disciplinas cursadas por
semestre é superior às cursadas pelos alunos EAD. Entre os primeiros, mais de 40%
cursam entre cinco e seis disciplinas e mais de 30% entre sete e oito. Para a EAD, a
maioria, cerca de 73%, cursa entre quatro e seis disciplinas.
Um percentual expressivo do alunado da PUC Minas tem seu curso subsidiado quer
seja por bolsas, dentre eles PROUNI (23,10%) e bolsa institucional (7,13%), quer seja por
financiamentos internos ou externos (FIES ou similares). Pouco mais da metade (54,83%)
não utiliza nenhum subsídio, arcando com o custo total das mensalidades. Assim, a
Instituição, embora particular, atende parcela significativa de estratos sociais com níveis
significativos de carência socioeconômica, em consonância com seu caráter filantrópico e
comunitário.
1.1.1.2 Corpo docente
A construção da amostra considerou, para a dimensão do ensino, apenas os
professores que só lecionam na graduação. Dos 267 respondentes, 50% são do sexo
feminino e 50% do sexo masculino, com uma omissão.
A faixa etária do corpo docente distribui-se com predominância nos intervalos de 40-
49 anos (36,84%), seguido pela faixa 30-39 anos (25,94% e 23,68%) no intervalo de 50-59
anos. A tabela abaixo permite comparar com os dados do relatório da dimensão ensino de
2007.
32
0
15
30
45
perc
entu
al
menos de30
30 a 39 40 a 49 50 a 59 mais de 60
faixa etária
Gráfico 3: Perfil etário – Professores da Graduação 2009
Fonte: CPA – PUC Minas.
A análise comparativa na tabela abaixo demonstra aumento na faixa etária
intermediária.
2005/2007 2008/2009
Abaixo 30 anos 3,60 1,50
30 - 39 anos 23,80 25,94
40 - 49 anos 38,80 36,84
50 - 59 anos 25,20 23,68
acima 60 anos 8,40 12,03
Total 100,00 100,00Fonte: CPA – PUC Minas.
Tabela 2: Perfil etário Professores da Graduação 2009
Faixa etária%
A análise comparada quanto ao tempo de trabalho na PUC Minas encontra-se
expressa na tabela a seguir. Os dados demonstram crescimento significativo dos
professores que trabalham há um período entre 5 e 10 anos e, em contrapartida, o
decréscimo daqueles que estão há menos de 5 anos na IES. Isso aponta para a
estabilização do vínculo docente, importante indicador de inserção institucional do professor.
33
2005/2007 2008/2009
Menos de 5 anos 19,96 10,90
5 a 10 anos 42,29 50,38
11 a 20 anos 17,19 18,42
21 a 30 anos 13,96 12,03
Mais de 30 anos 6,60 8,27
Total 100,00 100,00Fonte: CPA – PUC Minas.
Tempo%
Tabela 3: Tempo de trabalho na Instituição Professores da Graduação 2009
Quanto à titulação e à categoria funcional, os dados colhidos na pesquisa de campo
assemelham-se aos dados secundários disponíveis no bando de dados institucional (DW).
Assim, predomina a titulação de mestres (em torno de 65%) seguida pelos doutores (21%),
especialistas (13%) e cerca de 1% de graduados. Com relação à categoria funcional e
consonante à titulação e ao tempo de trabalho, que são critérios de ascensão funcional na
PUC Minas, quase 70% dos respondentes são professores da categoria Assistente, cerca
de 25% são Adjuntos, menos de 4% Titulares e menos de 1% são Auxiliares.
Quanto ao regime de trabalho, até a realização da pesquisa primária, 77,07% dos
respondentes enquadravam-se como aulistas, e pouco mais de 22% enquadrava-se em
regime integral ou parcial. Em relação a esse quesito específico, há que se observar que a
PUC Minas passou por recente readequação de seu quadro docente para adequar às
exigências do Ministério da Educação, que exige número mínimo de professores em Regime
de Tempo Integral. Assim, esses números alteraram significativamente para o ano de 2010,
esse dado está melhor explicitado no item Política de Pessoal.
Quando indagados sobre o tempo que dedicavam ao ensino, dentre todas as horas
de trabalho na PUC Minas, 46,24% dos professores responderam que dedicavam mais de
16 horas às aulas. Apenas 1,88% apontaram que não lecionam e 6,2% relataram que
dedicam apenas de uma a quatro horas para o Ensino,
No cruzamento das variáveis “horas dedicadas ao ensino e regime de trabalho dos
professores”, pode-se inferir que a maioria dos professores dedica mais de 16 horas às
disciplinas de graduação, sem distinção de regime de trabalho (44,12% dos aulistas, 58,06%
dos professores de regime integral e 50% dos professores de regime parcial).
Observa-se, ainda, que a maioria (62,41%) dos professores afirma não dispor de
horas de dedicação à pesquisa. Dos 37,59% restantes, que dedicam alguma hora à
pesquisa, 26,32% dispõem de uma a quatro horas, e cerca de 10% dedicam de oito a 12
horas.
34
É possível notar que a variável regime de trabalho não interfere na distribuição das
horas dedicadas à pesquisa (61,76% dos aulistas, 67,74% dos professores de regime
integral e 60% dos professores de regime parcial). Pode-se inferir que os professores de
regime integral são os que mais se dedicam à pesquisa na universidade.
Em relação à Extensão, esses percentuais são ainda mais altos. Mais de 72,18% dos
professores não têm horas na Universidade para esse fim. Dentre os 27,72 % que atuam na
Extensão, 18,05% dedicam de uma a quatro horas e 6,02% de cinco a oito horas. Esse
número de horas é coerente com as políticas de distribuição de horas da Pró-reitoria de
Extensão, uma vez que o edital para submissão de projetos dessa natureza prevê um
máximo de 04 horas semanais, por professor, em cada projeto. Em relação ao regime de
trabalho, os dados apontam que a maior parte dos professores que possuem horas para a
atividade da Extensão é aulista. Os poucos professores de regime de tempo integral são os
que ocupam as cargas horárias mais altas.
Cerca de 50% dos professores da Universidade tem horas alocadas no desempenho
de funções administrativas. Os professores aulistas são, numericamente, os que mais atuam
nessa frente. No entanto, os que mais dispõem de horas (acima de 16 horas) para as
atividades administrativas são os que possuem regime de tempo integral.
Quanto à lotação dos professores nas disciplinas/cursos, cerca de 48% afirmou
lecionar em apenas um curso. Essa afirmação tem que ser contextualizada, pois a PUC
Minas oferece os mesmos cursos em horários e Unidades/Núcleo Universitário variados, o
que pode levar o professor a concentrar as disciplinas que leciona num dado curso em
diferentes horários, ou ainda em Campi/Unidades/Núcleo Universitário diferentes. Isso é
particularmente verdadeiro na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Ainda
nesse quesito, cerca de 25% leciona em dois cursos e 15% em mais de três cursos.
1.1.1.3 Professores do Colegiado
Os colegiados de coordenação didática dos cursos de graduação da PUC Minas são
formados por quatro membros docentes, eleitos entre seus pares, na seguinte composição:
três membros de áreas específicas do curso e um de uma dada área que tangencia o curso.
Os membros são eleitos por votação individual, compondo a chapa os que obtêm maioria
dos votos. A lista é encaminhada ao Reitor que referenda como coordenador o membro
mais votado, desde que seja representante das áreas específicas do curso.
Os membros do colegiado têm uma representatividade de 57,69% do sexo masculino
e 42,31% do sexo feminino. Encontram-se, com leve predominância, na faixa etária 40-49
35
anos (38,11%), seguida pelos que têm entre 30-39 anos. São professores que,
majoritariamente, trabalham na Instituição há uns períodos de cinco a dez anos (50% dos
respondentes), seguidos dos que têm entre 11-20 anos de tempo de trabalho na IES.
Quanto à titulação, 84,46% têm mestrado e/ou doutorado, 58,89% são mestres e cerca de
um terço do total de professores são doutores. Coerentemente, dado o plano de carreira
docente da PUC Minas, tem-se uma maioria (55,24%) de professores Assistentes III. Uma
grande parte dos membros do colegiado (64,69%) constitui-se de professores aulistas, com
contrato aditivo para desempenho das funções administrativas.
Quanto às horas dedicadas à coordenação, há uma distribuição equitativa entre as
principais faixas de análise. Os professores que dedicam entre 5 e 10 horas às atividades
dela decorrentes compõem cerca de 37% dos respondentes e aqueles que o fazem entre 11
e 20 horas representam cerca de 38% dos professores.
1.1.2 Concepção de Currículo e organização didático -pedagógica de acordo com os
fins da Instituição, as diretrizes curriculares e a inovação da área
Reverberando a compreensão da Educação Superior na formação de um profissional
altamente capacitado, tanto para lidar com as questões próprias à sua especialidade quanto
na lida com o contexto histórico e sociológico, o PDI reafirma, nas diretrizes curriculares
para os projetos pedagógicos de curso, a ênfase numa formação que articule a teoria à
prática, o ensino à pesquisa e à extensão, calcados na formação dos valores éticos e
cidadãos. Ademais, o documento salienta que esse processo deve acompanhar o percurso
escolar do aluno desde seu momento de ingresso na Instituição.
Sobre a articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão, a leitura das diretrizes
aponta claramente para a necessidade de se reconhecerem e se estabelecerem condições
que viabilizem as atividades de pesquisa e extensão como dimensões intrínsecas ao ofício
do ensinar/aprender. Colocadas nessa perspectiva, a pesquisa e a extensão qualificam a
prática em sua relação com a teoria e pressupõem um projeto de formação cujas atividades
curriculares transcendam à tradição das disciplinas.
Quanto à flexibilização, a proposta é de que o aluno possa construir um percurso
escolar mais individualizado, que respeite seus interesses e necessidades, de modo a poder
superar os desafios do exercício profissional e de produção do conhecimento. As diretrizes
específicas dos diversos cursos de graduação tendem a traduzir o termo “formação
humanista” como formação ética, muitas vezes associada à ética profissional. É comum, em
muitas diretrizes, a orientação para que os conteúdos e atividades do graduando incluam
36
elementos que o levem a refletir sobre a cidadania, a democracia, a justiça social, dentre
outras questões.
Esses parâmetros serão perseguidos nas análises aqui elaboradas, uma vez que
estão em consonância com as metas estabelecidas para o ensino de graduação no PDI, que
serão nosso referencial de análise comparativa, entre o que se propôs e o que está sendo
implantado.
1.1.3 Organização didático-pedagógica
Quando indagados sobre a periodicidade das discussões do Projeto Pedagógico do
Curso (PPC), mais da metade (62%) dos alunos dos cursos presenciais afirmam que o
projeto é discutido com os mesmos. Dentre esses, cerca de 30% apontam que o PPC é
discutido no mínimo, uma vez por semestre. Em relação aos alunos EAD, 40% dos alunos
respondeu que não conhecem o projeto pedagógico do curso e mais de 52% afirma que o
mesmo nunca foi discutido, conforme apresenta o gráfico 4 a seguir.
0
15
30
45
60
perc
entu
al
2 ou maispor semestre
1 vez porsemestre
1 vez porano
nunca
periodicidade
Gráfico 4: Discussão do Projeto PedagógicoAlunos da Graduação 2009
Presencial EAD
Fonte: CPA – PUC Minas.
Apresenta-se, a seguir, a percepção dos professores acerca do Projeto Pedagógico.
Para 43,45% deles, a frequência com que os colegiados propõem discussões sobre o
projeto pedagógico do curso é boa e 14,23% a considera excelente. Menos de 10 por cento
(9,74%) classificou como ruim essa frequência. Em contrapartida, 55,43% dos professores
apontaram ter um bom conhecimento do projeto pedagógico e 35,58% o classificaram como
37
excelente o conhecimento sobre o projeto pedagógico. Tais dados estão apresentados no
gráfico 5 a seguir.
0
10
20
30
40
50
60
perc
entu
al
excelente bom razoável ruim péssimo
Gráfico 5: Avaliação do Projeto PedagógicoProfessores da Graduação 2009
Discussão do PP Conhecimento do PP
Fonte: CPA – PUC Minas.
Ao se pensar sobre a dimensão participativa na elaboração do projeto pedagógico,
65,03% dos professores consideram que os projetos pedagógicos dos cursos foram
elaborados por uma comissão de professores do Departamento/Instituto, com o apoio da
comunidade acadêmica. 39,51% dos professores dos colegiados afirmaram ter sido
integrante da comissão. Por outro lado, 49,65% não tiveram participação na elaboração do
projeto pedagógico do curso. Mais da metade dos membros do colegiado afirma que houve
assembléia para aprovação do projeto pedagógico e que os cursos promovem discussões
sobre práticas pedagógicas com os alunos uma vez por semestre. Para um percentual de
44,75%, a participação dos alunos nas discussões das questões relacionadas ao projeto
pedagógico é boa ou muito boa.
Quanto à análise sobre a promoção de eventos acadêmicos, a Instituição promove
atividades vinculadas à complementação e melhoria do processo de ensino-aprendizagem.
Conforme o gráfico 6, tanto os alunos da graduação presencial, quanto da Educação a
Distância, majoritariamente, afirmam que a Universidade promove duas ou mais atividades
de complementação acadêmica por semestre. Em torno de ¾ dos respondentes confirmam
essa análise, porque afirmaram que participam dessas atividades pelo menos uma vez por
semestre.
38
0
10
20
30
40
perc
entu
al
2 ou mais porsemestre
1 vez porsemestre
1 vez porano
nunca
periodicidade
Gráfico 6: Promoção de atividades ou eventos acadêm icos Alunos da Graduação 2009
Presencial EAD
Fonte: CPA – PUC Minas.
Esses dados são compatíveis com a avaliação dos professores acerca do incentivo
que oferecem aos alunos para a participação, nas diferentes atividades desenvolvidas pela
Instituição. Na tabela 4 abaixo podem ser observados tais dados.
Atividades Não Sim
Acadêmico-culturais 7,14% 92,86%
Artístico-culturais 46,99% 53,01%
Desportivas 66,54% 33,46%
Diversas em língua estrangeira 43,61% 56,39%
Fonte: CPA � PUC Minas.
Tabela 4: Incentivo a atividades complementares Professores da Graduação 2009
Quanto aos professores membros de colegiado, foi questionado sobre o incentivo
que oferecem aos alunos para a participação nas atividades complementares. Segundo
eles, as variáveis que mais estimulam os alunos a participarem dessas atividades são: a
relevância temática do evento (56,29%), as outras modalidades de avaliação acadêmica
(18,18%), a divulgação das atividades (13,29%) e os recursos financeiros (12,24%).
Entende-se que se o evento tem uma temática vista como interessante, o aluno se sente
motivado a participar.
A participação do aluno na discussão do projeto pedagógico pode ser relacionada à
discussão dos itens do plano de ensino das disciplinas, à adequação das cargas horárias e
ao alcance dos seus objetivos das disciplinas. No que se refere à discussão do plano de
ensino, a quase totalidade dos professores afirma que o discute em todas ou na maioria das
disciplinas que lecionam (92,86% do total). Entre os alunos, o percentual dos que afirmam
39
existir discussão em todas ou na maioria das disciplinas que cursam é menor do que entre
os professores (59,90%), discrepância perfeitamente compreensível dado o próprio lugar
que cada um ocupa na relação ensino-aprendizagem.
0
10
20
30
4050
60
70
80
perc
entu
al
nenhuma minoria maioria todas
disciplinas
Gráfico 7: Discussão dos planos de ensinoCorpo Docente e Discente 2009
Discente Docente
Fonte: CPA – PUC Minas.
Tal fato reflete na percepção de uma adequada carga horária para as disciplinas,
sendo que 58,5% dos alunos consideram que as disciplinas possuem uma carga horária
adequada à efetiva aprendizagem, assim estratificados: 15,83% classificaram adequada a
carga horária em todas as disciplinas e 42,67% acreditam que a maioria das disciplinas
atende a esse quesito. Novamente, um índice mais alto (83,46%) dos professores declarou
que a carga horária das disciplinas é adequada para todas ou a maioria delas. Os alunos
que apontaram que nenhuma disciplina possui carga horária adequada para efetiva
aprendizagem representam 8,69% do total, e menos de um por cento (0,75%) dos
professores acredita que a carga horária de todas as disciplinas que leciona é inadequada,
conforme é possível observar no gráfico abaixo:
40
0
10
20
30
40
50
60
perc
entu
al
nenhuma minoria maioria todas
disciplinas
Gráfico 8: Adequação da carga horáriaCorpo Docente e Discente 2009
Discente Docente
Fonte: CPA – PUC Minas.
Pode-se inferir que há uma diferenciação quanto à percepção da maioria dos
discentes e docentes para as variáveis “discussão do plano de ensino” e “carga horária”,
apesar da prevalência das categorias “todas e a maioria das disciplinas”. Pouco mais da
metade dos alunos concentra as respostas nessas categorias, enquanto para os
professores esse índice elava-se para próximo da totalidade.
Como reflexo das análises dos discentes em relação às questões práticas do projeto
pedagógico, tem-se que as disciplinas, em sua maioria, atendem aos objetivos para elas
estabelecidos. Ao somar o percentual de alunos que acreditam que isso ocorre em todas as
disciplinas com o percentual dos que disseram que isso é verdade para a maioria, tem-se
um índice de 68,28%. Para 12% dos alunos, todas as disciplinas atenderam aos objetivos
previstos. Apenas 3% dos alunos apontaram que nenhuma disciplina atendeu a esses
objetivos. Esses dados estão no gráfico abaixo:
0
10
20
30
40
50
60
perc
entu
al
nenhuma minoria maioria todas
disciplinas
Gráfico 9: Alcance dos objetivos das disciplinas Alunos da Graduação 2009
Fonte: CPA – PUC Minas.
41
Tais resultados refletem a percepção apresentada pelos discentes em relação
àqueles referentes à discussão do plano de ensino e à adequação da carga horária das
disciplinas. Para tais variáveis, a maior parte dos discentes relatou que isso ocorre na
maioria ou em todas as disciplinas.
No que se refere aos resultados obtidos para adequação dos recursos didáticos ,
discentes e docentes compartilham com a visão de que a utilização de diferentes recursos
didático-pedagógicos é parte constitutiva da vida na sala de aula. Quase 50% dos alunos
avaliam que isso ocorre na maioria ou em todas as disciplinas e 45% afirmam que ocorre na
minoria. Já 55% dos professores que responderam ao questionário, afirmam que utilizam
recursos didáticos variados em “todas” as matérias que lecionam e 35% igualmente afirmam
fazer isso na “maioria” das disciplinas, conforme apresentado no gráfico a seguir.
0
10
20
30
40
50
60
perc
entu
al
nenhuma minoria maioria todas
disciplinas
Gráfico 10: Utilização dos Recursos DidáticosCorpo Docente e Discente 2009
Discente Docente
Fonte: CPA – PUC Minas.
No quesito que avalia a compatibilidade da avaliação realizada pelo professor em
sala de aula com o conteúdo desenvolvido na disciplina, mais da metade dos alunos
respondeu que isso ocorre na maioria ou em todas as disciplinas (65%) que cursava. Para
28,82%, isso ocorre na minoria das disciplinas. Tal fato indica o reconhecimento pelo aluno
de que o professor tem coerência na conduta pedagógica.
Complementar a essa questão, quando perguntado sobre a discussão em sala de
aula realizada pelos professores sobre as avaliações que aplica, quase 70% do
professorado afirmou realizar essas discussões em todas as disciplinas, e 25,94%
afirmaram que isso ocorre na maioria das disciplinas que lecionam. Dentre os alunos,
36,14% afirmam que isso ocorre na maioria das disciplinas que cursavam, 41,14% na
minoria e apenas 13,14% em todas. Parcela expressiva dos alunos EAD, 40,14%, se
42
ressente de ausência de discussões das avaliações feitas pelos professores. Embora os
gabaritos comentados das avaliações sejam disponibilizados no Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA), a discussão só ocorre quando solicitada pelo aluno.
Há que se comentar que tão importante quanto a avaliação é a discussão de seus
resultados com os alunos, pois essa prática demonstra respeito pelo processo de produção
do conhecimento, uma preocupação com a aprendizagem, o que educa e forma valores
sobre a importância desse processo e sobre a responsabilidade que aluno e professor têm
sobre ele. Em um processo de avaliação processual e formativa, e não punitiva, os
resultados servem para (re)avaliação das práticas pedagógicas a fim de otimizá-las para
uma efetiva construção das habilidades pretendidas.
O professor reflexivo toma o contexto como desafio e constrói o conhecimento em
conjunto com os alunos por via da problematização. A avaliação é um processo que auxilia
na localização de fragilidades/potencialidades no processo de ensino-aprendizagem e serve
como instrumento de reelaboração das práticas pedagógicas.
Em relação às inovações da área do conhecimento, 43,52% dos alunos dos cursos
presenciais consideraram que a maioria das disciplinas os incentivou a estudá-las, e 36,63%
que apontaram que isso ocorreu na minoria. Ou seja, mais de 80% dos alunos avaliam que
partes das disciplinas que cursam estimulam o conhecimento das inovações na área. Quase
90% dos alunos EAD acreditam serem estimulados às inovações na área de conhecimento.
No entanto, para 35,21%, isso ocorre na minoria das disciplinas que cursam.
Entre os docentes, 54,51% afirmam estimular o estudo de inovações da área do
conhecimento em todas as disciplinas lecionadas e 37,97% em sua maioria. Estas
comparações percentuais podem ser observadas no gráfico a seguir.
0
10
20
30
40
50
60
perc
entu
al
nenhuma minoria maioria todas
disciplinas
Gráfico 11: Estímulo ao estudo das inovações da áre a de conhecimento – Corpo Docente e Discente 2009
Discente Discente EAD Docente
Fonte: CPA – PUC Minas.
43
Uma possível razão para a divergência de resultados encontra-se na diferenciação
de análise das categorias – discente e docente. Novamente, essa discrepância se dá devido
ao lugar que ocupam no processo ensino-aprendizagem. Também é possível que não haja
uma comunicação eficaz nessa relação.
A maioria (51,3%) dos alunos presenciais apontou que a maior parte das disciplinas
trabalha adequadamente a bibliografia ao longo do semestre, e apenas 5,73% apontaram
que nenhuma disciplina o faz. Em relação à atualização dessa bibliografia, apresentou-se
um quadro semelhante: quase metade dos alunos (43,85%) indicou que a maioria das
disciplinas utiliza bibliografia adequada e um baixo índice (9,48%) relatou que nenhuma
disciplina tem essa preocupação. Tais respostas estão expressas no gráfico a seguir.
0
10
20
30
40
50
60
perc
entu
al
nenhuma minoria maioria todas
disciplinas
Gráfico 12: Avaliação da bibliografiaAlunos da Graduação 2009
Adequação Atualização Fonte: CPA – PUC Minas.
Quase 95% dos alunos EAD afirmam que a bibliografia é bem trabalhada nas
disciplinas, sendo que apenas 14,79% indicam que isso somente ocorre na minoria delas.
De certa maneira, esses resultados se apresentam correlacionados àqueles obtidos
quanto à frequência com a qual os discentes utilizam a biblioteca. A maioria dos
respondentes, 53,03%, afirma utilizá-la uma ou mais vezes por semana. Os alunos de EAD
frequentam pouco a biblioteca da Universidade: um percentual de 72,54% dos alunos nunca
foi à biblioteca ou foi apenas uma vez no semestre. Vale destacar que parte significativa do
material é disponibilizado por via eletrônica. Registra-se ainda que a PUC Minas dispõe no
Sistema de Gestão Acadêmica de um recurso denominado “Pasta do Professor”, por meio
do qual é disponibilizado texto eletrônico.
Mais da metade dos alunos (62,21%) declarou possuir os conhecimentos básicos
para alcançar um bom desempenho nas disciplinas que cursava. Apenas 2,38% indicaram
ter dificuldades em seu desempenho em todas as disciplinas devido à falta desses
conhecimentos.
44
Quase metade dos professores afirmou que realmente percebe, na maioria das
disciplinas em que leciona, que os alunos demonstram possuir os conhecimentos básicos
necessários para as atividades acadêmicas. Por outro lado, há um grupo de 37,22% de
professores que percebe esse conhecimento apenas na minoria das disciplinas em que
trabalha.
A tabela a seguir demonstra a avaliação dos alunos quanto ao desenvolvimento de
determinadas habilidades propiciadas pelo conteúdo das disciplinas cursadas. Destaca-se
que, de modo geral, as disciplinas contribuem para o desenvolvimento de várias habilidades,
com destaque para o trabalho em grupo e raciocínio lógico.
Nenhuma Minoria Maioria Todas
Comunicação 11,19% 39,37% 38,18% 11,25%
Trabalho em Grupo 3,17% 22,63% 52,00% 22,20%
Raciocínio Lógico e Análise Crítica 3,84% 28,45% 48,73% 18,97%
Iniciativa e Aplicação de Conhecimentos 7,38% 36,81% 41,72% 14,09%
Aplicação de Tecnologias Digitais 20,62% 42,39% 28,39% 8,60%
Fonte: CPA � PUC Minas.
Tabela 5: Habilidades desenvolvidas nas disciplinas – Alunos da Graduação 2009
Habilidades Quantidade de disciplinas
Mais de 70% dos discentes da EAD avaliam, ainda, que a maioria ou todas as
disciplinas cursadas desenvolveram o raciocínio lógico e a análise crítica. Cerca de 60%
avalia ainda que a maioria ou todas as disciplinas possibilitam o desenvolvimento da
capacidade de iniciativa e inovações.
Paralelamente, os docentes avaliaram o mesmo processo. A tabela abaixo
demonstra como, à exceção da aplicação de tecnologias digitais, os professores avaliam
que suas disciplinas desenvolvem todas as habilidades prescritas:
Nenhuma Minoria Maioria Todas Comunicação 1,50% 5,26% 30,83% 62,41%
Trabalho em Grupo 0,38% 8,27% 27,07% 64,29%
Raciocínio Lógico e Análise Crítica 0,00% 1,50% 25,19% 73,31%
Iniciativa e Aplicação de Conhecimentos 0,00% 2,63% 28,57% 68,80%
Aplicação de Tecnologias Digitais 5,64% 24,81% 34,96% 34,59%
Fonte: CPA � PUC Minas.
Habilidades Quantidade de Disciplinas
Tabela 6: Habilidades estimuladas nas disciplinas – Corpo Docente 2009
45
Uma análise particular das tecnologias aplicadas está relacionada às atividades
desenvolvidas pelos alunos EAD. De modo geral, eles não encontram dificuldades em
relação ao ambiente virtual (mais de 90%). Poucos registram tal dificuldade, e, se o fazem,
creditam-na à pouca experiência ou dificuldades no acesso e circulação nos ambientes de
disciplinas. Geralmente, 85,71% não encontram dificuldades no envio de tarefas solicitadas.
Quase 80% registraram não encontrar dificuldades para participar dos fóruns de discussão.
Quanto aos encontros online, um percentual de 35,71% afirmou encontrar alguma
dificuldade em particular, sendo destacado, como principal motivo à falta de acesso à sala
de reuniões. Também, 32,14% encontram-se insatisfeitos com o correio eletrônico.
No quesito que avalia a adequação da ação dos colegiados no estabelecimento de
medidas para melhoria das condições de ensino, as respostas dos alunos demonstram
relativa satisfação. Assim, a maioria dos alunos (41,97%) considera as medidas
parcialmente adequadas; 26,22% consideram adequadas e 15,17% avaliam como
inadequadas. Cerca de 17% afirmou não saber responder essa questão. Para os alunos da
EAD, a escala adotada estabeleceu outras medidas de valor. Mesmo tendo outras medidas,
também os alunos da EAD mostraram-se majoritariamente satisfeitos, com 47,89% deles
considerando como boa as iniciativas para melhoria do processo de ensino-aprendizagem;
25,35% avaliaram como razoável, 16,9% não sabem e 9,86% acham ruim.
Entre os professores membros do colegiado, na proposição de medidas para
melhorias das condições de ensino-aprendizagem, apenas 8,21% avaliam como ruim esse
interesse.
Indagou-se aos professores do colegiado sobre os fatores mais importantes para a
melhoria das condições de ensino-aprendizagem. Para a maioria (mais que 90%) dos
professores do colegiado, a infraestrutura, a formação continuada, o regime de trabalho, o
relacionamento entre alunos e professores e a estrutura burocrática não são considerados
quesitos importantes para a melhoria das condições de ensino/aprendizagem. 52,1%
afirmaram que o incentivo às práticas de pesquisa e extensão é um fator de melhoria dessas
condições e 23,78% afirmaram que a relação do colegiado com os professores é uma das
condições de melhoria do processo de ensino-aprendizagem. Em contrapartida os
professores do colegiado entendem que os fatores que mais dificultam o processo de
ensino-aprendizagem, são: a estrutura burocrática (44,06%), a falta de incentivo às práticas
de pesquisa e extensão (27,62%), o regime de trabalho (11,54%) e a relação do colegiado
com os professores (6,64%). Pode-se inferir, então, que a estrutura burocrática, além de não
ajudar na melhoria das condições de ensino-aprendizagem, é o fator que mais dificulta o
processo.
Ainda no quesito melhoria das condições de ensino-trabalho, analisou-se a forma de
investimento da Instituição na Formação Continuada dos Professores. Para 45,11% dos
46
professores de colegiado, o investimento da Instituição na formação continuada de
professores é bom ou excelente e para 35,32%, o investimento em formação continuada
não é satisfatório ou é crítico. A assessoria das Pró-reitorias na proposição, reformulação e
implantação de cursos, projetos e demais atividades, é avaliada como boa ou excelente por
55,94% dos professores de colegiado.
Aos membros do colegiado, indagou-se a frequência com que esse se reunia com
alunos e professores. Em relação à reunião com docentes, 37,76% afirmaram haver duas
reuniões por semestre, 38,46% uma reunião por semestre e cerca de 23% afirmou haver
três ou mais reuniões, mostrando uma distribuição equilibrada entre os quesitos dessa
categoria de análise.
Em relação à reunião com discentes, 40,91% disseram que se reúnem três ou mais
vezes por semestre e 32,17% declararam se reunir apenas uma vez por semestre. Observa-
se, portanto que, segundo os alunos, os colegiados reúnem-se com a representação
estudantil ao menos uma vez por semestre.
A fim de analisar as práticas interdisciplinares, o questionário indagava sobre a
frequência de sua ocorrência nas disciplinas dos cursos de graduação. A resposta dos
alunos dos cursos presenciais se dividiu em duas frentes: 39,40% consideram que isso
ocorre na maioria das disciplinas e 45,99% que isso ocorre na minoria delas. Algo
semelhante acontece nos extremos, pois 6,89% disseram que nenhuma disciplina trabalha
interdisciplinarmente e 9,42% afirmaram que essa prática é comum a todas as disciplinas.
Os trabalhos interdisciplinares estão presentes nos cursos para mais de 85% dos alunos
EAD. Contudo, ⅓ deles responderam que isso acontece apenas na minoria das disciplinas.
Isso referenda a própria orientação da Pró-reitoria de Graduação e as políticas de ensino
previstas no PDI.
A fim de verificar o incentivo que é dado aos professores à prática interdisciplinar,
solicitou-se que se avaliasse o modo como percebiam a frequência com que eram
incentivados, pelos colegiados, a participarem de reuniões para discussão da articulação
entre a sua disciplina e as demais do curso. Mais da metade avalia como bom ou excelente
os estímulos.
Ao se analisar como os colegiados avaliam a disposição dos professores para
trabalhar com a interdisciplinaridade, observou-se que 44,06% de seus membros afirmaram
que essa disposição é boa e apenas 6,64% a classificaram como ruim.
Quando solicitados a apontar a quantidade de disciplinas em que integram o trabalho
com outras, 80,83% dos professores relataram realizar esse trabalho em todas ou na
maioria das disciplinas. Para 63,64% dos professores de colegiado, a disposição dos
docentes em trabalhar a interdisciplinaridade é boa ou muito boa.
47
A maioria (63,58%) dos alunos dos cursos presenciais nunca participou de atividades
de práticas investigativas ligadas às disciplinas. Apenas 6,35% já participaram de mais de
quatro atividades dessa natureza.
Em relação às práticas investigativas, dentre os alunos dos cursos à distância, mais
de 85% reconhece a existência de práticas investigativas como componente de
aprendizagem. No entanto, 1/3 dos respondentes afirma que isso ocorre na minoria das
disciplinas e quase 15% afirma que em nenhuma disciplina ocorre essa prática
Uma análise da articulação entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão pode
ser feita a partir das percepções dos discentes dos cursos presenciais e EAD. Em relação à
articulação entre as atividades de extensão, quase a metade dos alunos são soube
responder a essa questão, o que retrata o relativo desconhecimento do corpo discente sobre
a atividade.
Os dados sobre a articulação da extensão com as disciplinas com atividades de
pesquisa e com as necessidades entornam social, revelam relativo desconhecimento dos
alunos sobre esse processo. Mais de 40% dos alunos de graduação, em suas diferentes
modalidades, afirma desconhecer esse processo.
No caso da EAD, os percentuais dos que afirmam não existir atividades de
extensão são superiores a 20% das respostas. No entanto mais 40% alunos dos cursos
presenciais considera como boa ou satisfatória a articulação da extensão com aqueles
outros aspectos.
Presencial EAD Presencial EAD Presencial EAD Presencial EA D Presencial EAD
Articulação com as disciplinas
12,32 4,35 34,57 21,74 7,61 5,07 5,31 23,91 40,19 44,93
Articulação atividades de pesquisa
9,43 4,35 31,68 21,74 9,74 5,07 5,69 22,46 43,46 46,38
Articulação necessidades do entorno social
12,07 4,35 34,13 20,29 7,04 5,07 5,28 23,19 41,48 47,1
Fonte: CPA - PUC Minas.
Bastante
Tabela 7: Articulação das atividades de extensão co m as disciplinas, a pesquisa e o entorno social Alunos da Graduação 2009
Satisfatoriamente Não atendeNão há atividades
de extensãoNão sei
Atividades de Extensão
Em relação à articulação da pesquisa com as disciplinas, a extensão e as
necessidades do entorno social, registra-se também o desconhecimento dos alunos acerca
desse processo (mais de 40% dos alunos respondentes). Ver tabela abaixo:
48
Presencial EAD Presencial EAD Presencial EAD Presencial EA D Presencial EAD
Articulação com as disciplinas
14,02 7,97 32,68 26,81 6,98 6,52 3,46 14,49 42,87 44,2
Articulação atividades de extensão
8,71 5,8 28,72 22,46 8,8 7,97 3,68 14,49 50,09 49,28
Articulação necessidades do entorno social
10,12 5,8 30,3 23,19 8,7 13,77 3,68 13,77 47,71 48,55
Fonte: CPA - PUC Minas.
Bastante
Tabela 8: Articulação das atividades de pesquisa co m as disciplinas, a extensão e o entorno social Alunos da Graduação 2009
Não seiNão há
atividades de pesquisa
Não atendeSatisfatoriamenteAtividades iniciação científica / práticas
investigativas
Deve-se ressaltar a necessidade de uma maior articulação entre as dimensões de
ensino, pesquisa e extensão, pois uma parcela significativa, apresentada anteriormente,
respondeu que as atividades de extensão e/ou pesquisa não atendem às demandas por
eles percebidas ou mesmo afirmam desconhecê-las ou que as mesmas inexistem.
A maior parte dos alunos EAD (cerca de 57%), respondeu entender a extensão como
prática acadêmica. Para esses alunos, os aspectos mais relevantes para a sua formação
profissional são a qualidade dos cursos seguido do reconhecimento dos mesmos. Tal fato
se confirma, pois mais de 60% dos alunos que compõem a amostra de discentes EAD estão
muito satisfeitos com o curso que fazem e apenas 5% estão insatisfeitos.
1.1.4 Potencialidades e Fragilidades
1.1.4.1 Potencialidades
A análise dos dados permite considerar que as metas estabelecidas no PDI para o
quinquênio 2007-2011 foram parcialmente alcançadas, conforme avaliação dos diferentes
atores pesquisados. Nesse sentido, a pesquisa demonstrou que, se há ainda alguns
desafios com os quais a Universidade tem que se deparar na dimensão ensino, por outro
lado, as potencialidades que o contexto institucional apresenta são reais possibilidades de
transformação, quais sejam:
• os professores se sentem estimulados a promover a interdisciplinaridade em seus
cursos, a articular a teoria e prática de modo que os alunos sejam capazes de adotar
49
posturas inovadoras e investigativas frente aos problemas que a realidade nos
coloca, fato igualmente reconhecido pela maioria absoluta dos membros dos
colegiados;
• os professores afirmam participar das discussões dos projetos pedagógicos,
indicativo de que a institucionalização desse instrumento sói acontecer conforme
estabelece o PDI. Esse sentimento é compartilhado pela maioria dos alunos, na
expressão de uma sinergia entre esses atores nesse quesito;
• a discussão do plano de ensino e a adequação da carga horária das disciplinas, bem
como o alcance de seus objetivos, são aspectos vistos por todos os públicos como
satisfatório;
• a infraestrutura de salas de aula, laboratórios e bibliotecas é adequada e condizente
com a prática pedagógica;
• os alunos dispõem dos conhecimentos básicos necessários ao bom desempenho
nas disciplinas, fato aludido pela maioria de alunos e professores;
• o percentual expressivo de professores com titulação de mestres e doutores
demonstra a qualidade do corpo docente da Instituição.
1.1.4.2 Fragilidades
As potencialidades, por certo, podem vir a embasar mudanças que visem superar
fragilidades, tais como:
• os discentes avaliam, no tocante aos processos didático-pedagógicos, que são
pouco variados os recursos didáticos utilizados em sala de aula;
• os alunos ressentem-se de um espaço, em sala de aula, para discussão dos
resultados da avaliação do processo de ensino-aprendizagem, embora ressaltem a
sua compatibilidade, com o conteúdo lecionado;
• os professores e membros dos colegiados compreendem que os incentivos à
pesquisa e extensão são reduzidos, destacando-se a necessidade do estímulo à
essas práticas como parte substantiva a inovações e aprimoramento da qualidade do
ensino. Esse entendimento se reafirma na constatação de quase 90% do alunado
que afirma não ter participado de nenhum projeto de iniciação científica ou
tecnológica.
50
1.2 Pós-graduação Lato Sensu
A consolidação do ensino de graduação impulsionou a criação dos cursos de pós-
graduação lato sensu na PUC Minas. O crescimento da demanda por educação continuada
possibilitou a expansão da oferta de cursos em diferentes modalidades, ampliando a
atuação da Universidade no aperfeiçoamento profissional e intelectual de egressos do
ensino superior. Esses cursos se aglutinaram em três grande formatos: o Programa de
Especialização de Professores de Ensino Superior (PREPES), os cursos de especialização
do Instituto de Educação Continuada (IEC) e os cursos de pós-graduação a distância da
PUC Minas Virtual. Registra-se, ainda, os cursos ofertados pelo Instituto de Ciências
Biológicas e da Saúde (ICBS), pela Faculdade de Odontologia e pelo campus de Poços de
Caldas, conduzidos pelos respectivos institutos e faculdade.
O ensino de pós-graduação lato sensu teve início na PUC Minas em 1974, com o
PREPES. Estruturado em módulos e fazendo coincidir os períodos de aula com os de férias
coletivas da categoria docente, criou possibilidades efetivas de participação de um maior
número de professores e alunos e de constituição de um corpo docente altamente
qualificado, recrutado em universidades de todo o País, o que seria inviável nas condições
normais do calendário escolar brasileiro.
Nos anos de 1990, o contexto da crescente internacionalização da economia
impulsiona ainda mais essa demanda. A exemplo de experiências internacionais bem-
sucedidas, a PUC Minas, orientada por sua missão corporativa, criou, em 1995, o Instituto
de Educação Continuada (IEC), com o objetivo de oferecer possibilidades de atualização
aos profissionais das mais variadas áreas do conhecimento, promover a reinserção e a
adaptação daqueles afastados da sua área de atuação profissional, bem como possibilitar a
aquisição de novas habilidades.
A partir de 1999, a PUC Minas ampliou ainda mais a sua atuação, passando a
oferecer novas perspectivas de formação continuada através da PUC Minas Virtual. O
objetivo era o de estender a educação continuada para além das limitações do espaço
geográfico. Os alunos podiam aliar, assim, vida profissional e estudos, mesmo trabalhando
longe dos grandes centros ou não tendo tempo para frequentar uma sala de aula tradicional.
Em 2008, em face da reestruturação da Universidade e a busca de otimização de
processos e de recursos, a PUC Minas agregou os cursos de pós-graduação lato sensu em
um único órgão � a Diretoria de Educação Continuada. A nova estrutura faz parte da
Resolução n.º 06/2008, aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni) da PUC Minas em
setembro de 2008. Com a nova determinação, o Instituto de Educação Continuada - IEC, o
51
PREPES e todos os cursos de pós-graduação lato sensu da Universidade passam a fazer
parte dessa nova Diretoria.
Visando a ampliar o acesso a profissionais e atingir um público cada vez mais amplo
e diversificado, a PUC Minas vem firmando vários tipos de acordos, parcerias, convênios e
permutas com as iniciativas pública e privada.
Os princípios dos cursos de pós-graduação da PUC Minas estão explícitos no Plano
de Desenvolvimento Institucional (PDI).
O caráter de instituição privada, comunitária, confessional e filantrópica da PUC Minas deve orientar o estabelecimento de critérios para a proposição de novos programas de pós-graduação stricto e lato sensu. Esses critérios podem ser sintetizados: a) em sua identificação com os valores humanistas, traduzidos em destacadas iniciativas sociais; b) na contribuição ao desenvolvimento auto-sustentável da sociedade; c) na consideração de seus recursos humanos e financeiros; d) em sua tradição nos diversos campos do conhecimento e da formação profissional; e) nas demandas socioculturais e do mundo do trabalho. (PDI, 2007.p. 120)
Os cursos de especialização obedecem às exigências da Resolução nº. 1, de 3 de
abril de 2001, da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação
(CES/CNE). As propostas de curso de especialização podem ser feitas pelo corpo docente e
se submetem às orientações e às normas definidas pela Universidade.
Esses cursos são oferecidos de forma diversificada, dirigidos para públicos interno e
externo à universidade, ou para grupos menores e setorizados, que queiram promovê-las
em parceria com a PUC Minas.
A infraestrutura utilizada para as aulas conta, além dos diversos campi da
Universidade em Minas Gerais, com mais alguns pontos de atendimento em locais que
favorecem o ambiente da demanda, através de instituições conveniadas. Os cursos de pós-
graduação a distância utilizam o Ambiente Virtual de Aprendizagem e atendimento em pólos
conveniados.
A análise da situação de ofertas de cursos em 20097 evidencia o funcionamento de
286 cursos de pós-graduação lato sensu, sendo 256 presenciais e 30 cursos a distância.
A fim de melhor contextualizar as análises, traçou-se, com base nos dados
provenientes dos questionários aplicados e de documentos institucionais, um perfil dos
professores e dos alunos dos cursos de pós-graduação lato sensu da PUC Minas, que serão
apresentados a seguir.
7 Fonte: PUC Minas em números 2009 2º sem.
52
1.2.1 Perfil dos respondentes
1.2.1.1 Corpo discente da pós-graduação lato sensu
A PUC Minas possui 7.337 alunos8 matriculados nos cursos de pós-graduação lato
sensu, distribuídos em suas três modalidades: a distância, presencial contínuo (IEC) e
presencial modular (PREPES).
Dentre os 135 alunos que responderam o questionário, 86 são oriundos dos cursos
de pós-graduação lato sensu presencial (continuo ou modular) e 49 dos cursos de pós-
graduação lato sensu a distância.
Tanto nos cursos presenciais quanto a distância, a maioria dos alunos é do sexo
feminino (57%). Em relação à faixa etária, é notória a diferença entre o público que
frequenta os cursos presenciais (55,81% possui até 30 anos) e os alunos dos cursos a
distância (73,46% estão acima dos 30 anos), coerentes com os dados para gênero e faixa
etária do ensino da graduação nas duas modalidades. Essa convergência de dados da
graduação e pós-graduação reafirma a necessidade da oferta de cursos em diferentes
modalidades para atender públicos diferenciados. É possível inferir que a pós-graduação
presencial atende o público ingressante no mercado de trabalho. Na educação a distância
há predominância de um público que já está inserido no mercado de trabalho há mais tempo
e busca formação continuada, com flexibilidade de tempo e espaço.
Quando indagados sobre a instituição de origem, entre os alunos dos cursos
presenciais, 39,53% fizeram o curso de graduação na própria instituição e 11,63% já
realizaram outro curso de pós-graduação lato sensu na PUC Minas. Nos cursos a distância,
24,49% dos alunos graduaram-se na própria instituição e 14,29% cursaram outra pós-
graduação lato sensu na PUC Minas. Assim, observa-se que a maior parte dos alunos é
oriunda de outras instituições e que procuram a Universidade por reconhecer a qualidade
dos cursos ofertados.
No tocante à inserção no mercado de trabalho, os dados demonstram que entre os
alunos da pós-graduação a distância, 91,84%, trabalham no mínimo 20 horas por semana,
sendo que 63,27% destes trabalham 40 ou mais horas. . Nos cursos presencias, 86%
trabalham no mínimo 20 horas por semana, dos quais 68,60% trabalham 40 horas ou mais.
Destaca-se, nas duas modalidades, o grande percentual de alunos que trabalham
mais de 40 horas semanais, atestando os diagnósticos que balizaram a criação dos
8 Fonte: PUC Minas em números 2009 2º sem.
53
programas e a adequação dos formatos adotados, voltados para o profissional já inserido no
mercado de trabalho. Aliás, um dos motivos aludidos pelos alunos para a realização dos
cursos é o da busca pela atualização profissional (em torno de 50%) e aprimoramento
pessoal (quase 40%). Os resultados da questão sobre atividade remunerada estão
descritas no gráfico seguinte.
0
10
20
30
40
50
60
70
pe
rce
ntua
l
Não trabalha Eventualmente Até 20h Entre 20 e 40h 40h ou mais
Gráfico 13: Horas Trabalhadas – Alunos Pós-graduação Lato Sensu 2009
Presencial EAD
Fonte: CPA – PUC Minas.
Destaca-se, ainda, que entre os estudantes da pós-graduação a distância, o motivo
considerado como mais relevante para a escolha da PUC Minas foi a qualidade da
instituição e o reconhecimento no mercado de trabalho (57,15%).
Condizente com a questão anterior, da inserção no mercado de trabalho, a maioria
dos alunos custeia com recursos próprios os cursos de especialização (presencial 74,42%, e
EAD 77,55%). Entre os que possuem bolsa de estudo, o principal fomentador é a própria
PUC Minas com as bolsas institucionais (Presencial 12,79% e EAD, 12,24%).
1.2.1.2 Corpo docente da pós-graduação lato sensu
Quanto ao corpo docente9, a PUC Minas possui 634 professores lecionando nos
cursos de pós-graduação lato sensu, distribuídos em suas três modalidades. Destes
professores, 148 responderam o questionário10, cujos dados serão apresentados a seguir.
Quanto ao sexo, há predominância masculina (64,86%) entre os docentes, as
mulheres perfazendo pouco mais de um terço. Em relação à faixa etária do corpo docente,
9 Vale registrar que o número de professores da pós-graduação lato sensu é bastante variável, até mesmo de semestre a semestre. 10 Fizeram parte da amostra apenas os professores efetivos na instituição, com contrato por tempo indeterminado e que lecionavam na pós-graduação lato sensu no ano avaliado.
54
42,57% tem entre 30 e 39 anos, 34,46% estão no intervalo de 40-49 anos e pouco mais de
20% têm acima de 50 anos.
São professores que trabalham na Instituição entre cinco e 10 anos (60,14% dos
respondentes), seguido pelos que têm entre 11 e 20 anos (16,25%) de tempo de casa e
pouco mais de 10% trabalha há mais de 20 anos na Universidade. São majoritariamente
mestres (56,76%), seguidos por 39,86% de doutores e 3,38% de especialistas.
Quanto ao regime de trabalho, predominam os professores aulistas (73,65%) e em
menor escala, professores em regime (16,89 % integral de 40 horas, e 9,46% parcial).
Os cursos de especialização lato sensu são coordenados por um ou mais
professores do quadro docente da PUC Minas, com titulação mínima de mestre. Cabe ao
coordenador o gerenciamento acadêmico e pedagógico, a articulação da equipe de
professores e o zelo pela qualidade acadêmica do curso, respeitando as normas definidas
pela Diretoria de Educação Continuada. Nos cursos de pós-graduação a distância existe,
também, o coordenador de EAD, com especialização na área e titulação mínima de mestre.
Cabe a esse coordenador o acompanhamento pedagógico do curso, a adequação dos
materiais e acompanhamento de professores e tutores nos processos de ensino-
aprendizagem a distância.
A seguir, serão discutidos os resultados da avaliação concernente às práticas
pedagógicas e os meios que a sustentam, a partir da análise dos dados colhidos entre
professores e alunos da pós-graduação lato sensu.
1.2.2 O projeto pedagógico e as práticas curricular es
As práticas curriculares são compreendidas como o conjunto de ações que orientam,
acompanham e interferem no cotidiano universitário, concretizando a integração entre a
formação acadêmica e o exercício docente. Para a exploração desse binômio, foram
analisados dados relativos aos aspectos curriculares, na visão dos alunos e professores
enquanto atores desse processo, assim como foram dimensionadas algumas atividades
específicas e ou complementares articuladas ao processo de ensino-aprendizagem.
A análise dos dados revela o grau de conhecimento da comunidade acadêmica
acerca dos principais processos pedagógicos e que deles participa. A maioria dos alunos
dos cursos presenciais (94,19%) e dos cursos a distância (97,96%) conhece a proposta do
curso. O conhecimento do projeto pedagógico do curso de pós-graduação lato sensu foi
considerado bom ou excelente por 96,63% dos professores da amostra. Embora a maioria
dos professores considere como boa ou excelente, a frequência com a qual o projeto
55
pedagógico e o programa de curso são discutidos, verifica-se a necessidade de maior
frequência das discussões sobre o projeto entre os professores e a coordenação, já que
27,7% dos docentes consideram apenas como razoável essa frequência, sendo que para
11,49% tal frequência é ruim e para 2,7%, é péssima. Quando se tem em mente que o
professor é o real multiplicador desse conhecimento, o seu envolvimento torna-se
indispensável para que o projeto chegue até o aluno. Além disso, quando o professor dispõe
do conhecimento do projeto pedagógico provavelmente consegue situar melhor a sua
disciplina no curso, o que, por conseguinte, leva o aluno a perceber melhor essa inserção.
Considerando as diretrizes emanadas pelo Projeto Pedagógico Institucional (PPI)
que considera a autoavaliação dos cursos como “instrumento de melhoria contínua e ação
emancipatória e como lente através da qual a Universidade se pensa e se constrói” (PPI,
2006 p. 25), indagou-se aos diferentes atores acadêmicos seu entendimento sobre essa
prática pedagógica como parte da vida universitária.
Assim, quando questionados sobre a participação em avaliações dos cursos lato
sensu, 51,16% dos alunos dos cursos presenciais e 79,59% dos cursos a distância
responderam que participaram de processos avaliativos sobre a qualidade do curso e das
disciplinas. Destaca-se o elevado índice de alunos que não souberam responder se as
mudanças sugeridas nas avaliações do curso foram efetivadas (53,49%)11. Apenas 19,77%
dos estudantes dos cursos presenciais afirmaram que houve mudanças a partir dos dados
constatados nas avaliações.
Com referência à formação profissional voltada para o mercado de trabalho, a
avaliação dos atores foi positiva. Tanto alunos quanto os professores reafirmaram que o
curso tem relação direta com a atividade profissional, como pode ser observado no gráfico
abaixo.
0
20
40
60
80
perc
entu
al
nenhuma parcial total
Gráfico 14: Relação entre Curso e Atividade Profiss ional Alunos da Pós-graduação Lato Sensu 2009
Presencial EAD
Fonte: CPA – PUC Minas. 11 Essa questão não constou do questionário dos alunos do EAD
56
Nas questões referentes às práticas pedagógicas, as respostas aos vários quesitos
demonstram os níveis de qualidade da Pós-graduação ofertada pela PUC Minas.
Em relação ao grau de satisfação dos alunos com o conteúdo lecionado nas
disciplinas, mais de 90% da dimensão EAD afirmam que estão satisfeitos em todas ou na
maioria das disciplinas. Dentre os alunos presenciais, esse percentual é de 63%, e quase
30% afirma que isso ocorre na minoria das disciplinas.
A articulação entre teoria e prática, bem como o atendimento dos objetivos da
disciplina são vistos como adequados em todas ou na maioria das disciplinas para mais de
80% dos alunos da EAD. No caso dos alunos da pós presencial, os percentuais giram em
torno de 60%, resultado inferior á dimensão do EAD, mas que igualmente retrata um grau de
satisfação do aluno com o desenvolvimento das disciplinas, mesmo porque o restante afirma
que isso ocorre na minoria das disciplinas.
Mais de 90% dos alunos dos cursos EAD afirmam que a bibliografia é atualizada em
todas ou na maioria das disciplinas. Esse quadro se repete nas respostas dos professores
que afirmam oferecer bibliografia atualizada em todas ou na maioria das disciplinas que
lecionam (97%). Entre os alunos dos cursos presenciais, mais de 70% afirma que a
bibliografia é atualizada em todas (20%) ou na maioria (53,49%) e 20,93% afirmam que isso
ocorre na minoria.
Quanto à adequação da carga horária, dentre os alunos dos cursos presenciais 57%
acreditam que ela é adequada em todas ou na maioria das disciplinas, outros 40% afirmam
que isso ocorre apenas na minoria das disciplinas. Para mais de 80% dos professores, a
carga horária é adequada em todas ou na maioria das disciplinas que lecionam.
Em relação ao desenvolvimento do raciocínio lógico e analise crítica, entre os alunos
dos cursos EAD, cerca de 86% avalia que em todas ou na maioria das disciplinas isso é
possibilitado, enquanto para os alunos dos cursos presenciais esse percentual gira em torno
de 64%. Entre os professores, mais de 94% afirma que isso ocorre em todas ou na maioria
das disciplinas que leciona.
Os alunos avaliam possuir os conhecimentos necessários para o bom desempenho
nas disciplinas. Dentre os alunos da pós presencial, mais de 75% avalia que isso ocorre em
todas ou na maioria das disciplinas e mais de 90% dos que freqüentam a EAD assim se
avaliam. Quanto aos professores, em torno de 67% afirma que os alunos possuem esses
conhecimentos em todas ou na maioria das disciplinas, enquanto 31% afirmam que isso
ocorre apenas na minoria delas.
Quanto à indagação sentem-se estimulados a estudar inovações na área de
conhecimento, os alunos afirmam que isso acontece em todas ou na maioria das disciplinas
(61% dos alunos presenciais e 97% que cursam EAD). Entre os professores, 95% afirmam
que estimulam o estudo de inovações na área do conhecimento.
57
Quanto ao estímulo á participação em projetos de pesquisa, enquanto os
professores afirmam que isso ocorre em todas ou na maioria das disciplinas (82% dos
respondentes), os alunos presenciais dizem que isso ocorre na minoria delas (57%) ou em
nenhuma (10,5%). Apenas um terço afirma que isso ocorre em todas ou na maioria das
disciplinas.
Em relação à ocorrência de trabalhos interdisciplinares, a avaliação dos alunos é
muito discrepante, quando comparada a presencial à EAD. Enquanto 67% dos alunos da
pós EAD afirmam que o trabalho interdisciplinar ocorre em todas ou na maioria das
disciplinas, apenas 30% dos alunos da pós presencial afirmam ser essa a realidade em
todas ou na maioria delas. Entre estes últimos, 38% afirmam que isso ocorre na minoria das
disciplinas, e 29% em nenhuma delas. Essa discrepância também aparece quando se
compara os dados dos professores. Para 80% destes, os trabalhos interdisciplinares são
realizados em todas ou na maioria das disciplinas que lecionam.
No quesito uso de diferentes recursos pedagógicos, 98% dos alunos EAD afirmam
que em todas ou na maioria das disciplinas os professores utilizam diferentes recursos ou
procedimentos didático pedagógicos. Entre os alunos dos cursos presenciais, 44% afirmam
que isso ocorre em todas as disciplinas e 51% na minoria das disciplinas.
A maior parte dos alunos avalia que há compatibilidade entre o conteúdo lecionado
em sala de aula e a avaliação realizada pelo professor. Para 51% dos alunos presenciais
isso ocorre em todas ou na maioria das disciplinas, 36% afirmam que isso ocorre na minoria
delas. Para 89% dos alunos EAD essa compatibilidade ocorre em todas ou na maioria das
disciplinas. Entre os professores, 91% afirmam realizar avaliações compatíveis com o que
lecionam.
1.2.3 Potencialidades e fragilidades
1.2.3.1 Potencialidades
A pós-graduação lato sensu na PUC Minas tem apresentado crescimento
significativo. Em parte, esse processo resulta do crescimento da demanda por educação
continuada e em parte em face do reconhecimento da qualidade da educação superior
ofertada pela Instituição. Esse reconhecimento expressa, ainda, um conjunto de aspectos
que demonstram as potencialidades dessa modalidade pós-graduação na Universidade.
Dentre eles, destacam-se:
58
• o reconhecimento do mercado da qualidade dos serviços educacionais da Instituição,
um dos quesitos que motivam os alunos a busca por cursos da pós na PUC Minas;
• o quadro de professores apresenta alto percentual de doutores (em torno de 40%) e
quase 60% de mestres;
• as práticas pedagógicas estimulam os alunos à busca de inovações e ao
desenvolvimento de raciocínio lógico e análise crítica, bem como é possível perceber
o alto grau de satisfação dos alunos com os conteúdos disciplinares lecionados.
1.2.3.2 Fragilidades
As potencialidades destacadas, trazem, em si, as possibilidades de superação dos
desafios de:
• incorporar maior percentual de alunos egressos da PUC Minas em seus cursos de
pós-graduação lato sensu (já que apenas 40% deles são oriundos da Instituição);
• retornar aos alunos os resultados das avaliações de que participam, bem como
informá-los sobre as mudanças resultantes dessas avaliações;
• os projetos pedagógicos serem mais discutidos com os professores, de forma que
eles possam compreender a inserção de sua disciplina no conjunto das disciplinas
que compõem o curso e na formação que se pretende propiciar ao aluno.
1.3 Pós-Graduação Stricto Sensu
O suporte documental é fundamental para a abordagem avaliativa, pois trazem
indicativos e dados que as fontes diretas não conseguem disponibilizar. Ao confrontar os
princípios fundadores das políticas de implementação, consolidação e desenvolvimento da
pós-graduação stricto sensu com a expressão de seus principais atores (discentes e
docentes), há a possibilidade de desenvolvimento de um processo crítico e coletivo que tem
como resultado, além de um necessário e útil relatório, a constituição de um espaço que
favoreça a participação comprometida e responsável na busca de soluções aos problemas
apontados e aperfeiçoamento das potencialidades.
59
Assim, o processo de autoavaliação da pós-graduação stricto sensu deve se
constituir em importante instrumento institucional que se desenvolve sob a perspectiva
crítica-democrática, possibilitando um relatório que é a síntese da criação e recriação
coletiva dos Programas de pós-graduação.
A partir da expressão e da descrição da realidade que revelam os conceitos, fatos e
sentimentos da comunidade que participa da pós-graduação da PUC Minas, será feita uma
análise reflexiva desses dados em função dos indicadores apontados pelo SINAES e dos
fins da PUC Minas.
Os Programas de Pós-graduação stricto sensu da PUC Minas tiveram seu início em
1988, com a criação do Mestrado em Letras. Atualmente, a PUC Minas conta com 16
Programas de pós-graduação stricto sensu, que envolvem 25 cursos, sendo sete em nível
de doutorado e 18 em nível de mestrado (divididos em 15 mestrados acadêmicos e três
profissionais) e, alguns deles desenvolvidos em parceria com universidades federais
instaladas no Estado. Dos 16 Programas, apenas o de Informática, que se encontra fora da
Unidade Coração Eucarístico, situando-se na Unidade São Gabriel12.
O crescimento, de acordo com o explicitado no PDI, decorreu de uma estratégia de
investimento da Universidade na pós-graduação, por entender que ela atende a diferentes
propósitos: primeiro, porque a experiência do País mostra que é na pós-graduação que se
desenvolve o ambiente mais propício à pesquisa; segundo, porque além de capacitar
docentes e profissionais, sua função primeira, ela fixa os professores doutores, nos quais a
PUC Minas ou as agências de fomento investiram.
Segundo o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI),
a pós-graduação stricto sensu contribui para o avanço e a qualidade do ensino superior pela contínua atualização de conhecimentos propiciada pela pesquisa, garantida pela utilização de uma metodologia científica em ação e pela circulação de múltiplos pontos de vista. Por conseqüência, possui como conceito regulador o princípio da inovação, por meio da produção e da renovação de conhecimentos expressa na pesquisa. Na pós-graduação, o componente da investigação é dominante. Em razão disso, não pode se ver privada de portais científicos, laboratórios, bibliotecas atualizadas. Uma de suas funções é exatamente a de propiciar o avanço do ensino por meio dos conhecimentos novos trazidos pela pesquisa. (PUC Minas, 2007, p. 119).
A partir do item “Perspectivas para o Quinquênio 2007-2011”, no que se refere ao
desenvolvimento da pesquisa e pós-graduação stricto e lato sensu, atribui-se à Pró-reitoria
de Pesquisa e Pós-graduação as funções de planejamento, coordenação e
acompanhamento das ações de pós-graduação, de acordo com os padrões de excelência
estabelecidos pela Capes, concomitantes ao desenvolvimento da pesquisa. Tais ações têm
o propósito de cumprir o papel que cabe à PUC Minas de realizar pesquisa acadêmica e
12 Fonte: Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PROPPG), 2009.
60
produção científica, por força do princípio de integração entre o ensino, a pesquisa e a
extensão.
O desenvolvimento da pós-graduação stricto sensu na PUC Minas tem como
princípios orientadores:
1. Mérito na igualdade; 2. Busca da excelência e da qualidade; 3. Abertura para o cosmopolitismo universitário e para o trabalho interdisciplinar; 4. Rigor na pluralidade do método; 5. Ética na pesquisa; 6. Produção e publicação acadêmicas; 7. Integração cooperativa. (PDI, 2007).
Nos últimos anos, houve uma significativa expansão dos programas de pós-
graduação da PUC Minas, respeitando os princípios da unidade e funcionalidade previsto no
PDI, que se traduzem em:
• integração acadêmica e administrativa dos seus campi, unidades acadêmicas e núcleos universitários com a unidade Coração Eucarístico (sede);
• busca de uma unidade organicamente articulada, que conduza à plena • utilização de recursos humanos e materiais; • observância dos mesmos padrões de qualidade existentes na sede; • responsabilidade social, através da adaptação de seus cursos às especificidades
regionais. . (PDI, 2007, p. 66).
Pelo sistema vigente, a conceituação dos programas de pós-graduação stricto sensu
obedece aos critérios exigidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES), sendo que a avaliação igual a “3” é indicativo do atendimento aos
requisitos básicos estabelecido pela legislação vigente para serem reconhecidos pelo
Ministério da Educação por meio do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Dentre os critérios de avaliação, a data do início do Programa é fundamental para um
conceito positivo. Em razão disso, dentre os Programas com conceito igual a “5”, o de Letras
e de Direitos iniciaram as atividades, respectivamente, em 1988 e 1997, estando entre os
seis mais antigos.
Verificou-se que os Programas de pós-graduação em Educação, Psicologia e
Zoologia melhoraram seu conceito, progredindo de “3” para “4”. No entanto, o Programa de
Pós-graduação em Engenharia Elétrica, criado há mais de 10 anos, permanece com
conceito “3”, conforme apresentado no quadro 1 a seguir:
61
M D FAdministração Administração (Administração, Ciências Contábeis e Turismo) - - 4
Administração Administração de Empresas (Administração, Ciências Contábeis e Turismo) 4 4 -
Ciências da Religião Teologia (Filosofia / Teologia: Subcomissão Teologia) 3 - -
Ciências Sociais Sociologia (Sociologia) 4 4 -
Comunicação Social: Interações Midiáticas Comunicação (Ciências Sociais Aplicadas I) 3 - -
Direito Direito (Direito) 5 5 -
Educação Educação (Educação) 4 - -
Engenharia Elétrica Engenharia Elétrica (Engenharias IV) 3 - -
Engenharia Mecânica Engenharia Mecânica (Engenharias III) 4 4 -
Ensino Ensino de Ciências e Matemática (Ensino de Ciências e Matemática) - - 3
Informática Ciência da Computação (Ciência da Computação) 3 - -
Letras Literatura Brasileira (Letras / Linguística) 5 5 -
Odontologia Odontologia (Odontologia) 4 - -
Odontologia Odontologia (Odontologia) - - 4
Psicologia Psicologia (Psicologia) 4 4 -
Relações Internacionais: Política Internacional Política Internacional (Ciência Política e Relações Internacionais) 3 - -
Tratamento da Informação Espacial Geografia (Geografia) 4 4 -
Zoologia de Vertebrados Zoologia (Ciências Biológicas I) 4 - -Fonte: CAPES, 2010. M=mestrado, D=doutorado, F=profissional
Programa Área (Área De Avaliação)Conceito
Quadro 1: Conceito Capes – Programas de Pós Graduaç ão Stricto Sensu – PUC Minas
O comprometimento com a formação de pesquisadores e profissionais para o
magistério superior se faz também através do Fundo de Incentivo à Pesquisa (FIP) e o
Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PROBIC), importantes modalidades de fomento
institucional à pesquisa, que se constituem igualmente em instrumento de integração da
pós-graduação stricto sensu e a graduação. As bolsas oferecidas possibilitam a pesquisa
realizada por iniciantes sob orientação de experientes pesquisadores que compõem o
quadro docente dos Programas de pós-graduação.
Para consolidar essa vocação para a pesquisa, a PUC Minas tem fomentado a
estruturação de grupos de pesquisa formalizados no Diretório de Grupos de Pesquisas do
CNPq, como instrumento que possibilita a identificação dos protagonistas na atividade
científica na PUC Minas.
1.3.1 Perfil dos alunos da pós-graduação stricto se nsu
Os Programas de pós-graduação stricto sensu contavam, no segundo semestre de
2009, com 1.148 alunos matriculados no Mestrado e 236 alunos no Doutorado (DW PUC
Minas, 2009).
Quanto ao sexo, há grande equilíbrio, segundo os dados obtidos através do
questionário, sendo a maioria (53,33%) do sexo masculino. Já em relação à faixa etária
62
cerca de 47% do alunos tem até 30 anos e valores decrescentes para as faixas
subsequentes conforme o gráfico 15 abaixo:
0
10
20
30
40
50
perc
entu
al
menos de 20 20 a 30 31 a 40 41 a 50 50 ou mais
faixa etária
Gráfico 15: Perfil etário � Alunos da Pós-gradução Stricto Sensu 2009
Fonte: CPA – PUC Minas.
Dentre os respondentes, não houve qualquer relato de deficiência física.
Entre os respondentes, 50,67% fizeram graduação na PUC Minas e 22,67% são
professores da Instituição, enquanto 7% são funcionários. Fato que confirma a integração da
graduação e pós-graduação através da continuidade da carreira de pesquisador por alunos
na própria Instituição e ainda referenda a política de qualificação de seu corpo docente.
A maioria dos alunos exerce atividades remuneradas (80,67%), sendo que quase a
metade (44,00%) trabalha mais de 20 horas semanais. Tal fato pode ser reflexo do número
de alunos com bolsas e a causa da baixa produção intelectual, como é possível verificar a
seguir.
A PUC Minas possui o Programa Próprio de Capacitação Docente (PPCD) que
incentiva, por intermédio do pagamento de horas-aula e liberação de carga horária para os
docentes que estiverem regularmente matriculados em Programas de Pós-graduação stricto
sensu recomendados pela CAPES, a titulação de docentes.
No entanto, o enrijecimento dos critérios, a partir do Acordo Coletivo celebrado em
2008, tem reduzido o número de professores bolsistas, como já demonstrado.
Além das bolsas concedidas pela Instituição, há outras provenientes da Capes,
CNPq, FAPEMIG e de outras instituições conveniadas com a Universidade, tais como
Eletrobrás, Fiat e Tribunal de Contas de Minas Gerais, como contrapartida de parcerias em
projetos acadêmicos com tais instituições.
O número de bolsas concedidas ainda é insuficiente para atender à demanda dos
programas, conforme reconhecido no PDI. Dos respondentes, somente 18,67% têm bolsa
integral e 37,33% possuem bolsa parcial, ou seja, pouco mais da metade desenvolve o
63
curso de pós-graduação stricto sensu com auxílio para o desenvolvimento da pesquisa.
Considerando que a Instituição é privada, mesmo quando dispõe de bolsa, o aluno tem que
arcar com os custos da formação, pois geralmente a bolsa é utilizada para o pagamento da
mensalidade, o que se correlaciona ao alto percentual dos estudantes que trabalham.
Não obstante, de modo geral, os cursos têm conseguido obter índices elevados de
titulação de seus alunos. Contudo, essas limitações propiciadas pela carga horária de
trabalho reduzem a participação e produção científica dos alunos.
Os programas de pós-graduação têm apresentado crescimento na defesa de
dissertações e teses, conforme tabela abaixo:
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
MestradoAdministração Acadêmica 3 1
Administração Profissional 31 23
Ciências da Religião 0 0
Ciências Sociais 15 14
Comunicação Social 0 16
Direito 66 76
Educação 22 24
Engenharia Elétrica 16 12
Engenharia Mecânica 9 21
Ensino em Matemática 14 6
Ensino em Física 11 7
Ensino em Biologia 10 14
Informática 11 18
Letras 12 23
Odontologia - Acadêmico 14 6
Odontologia - Profissional 18 17
Psicologia 17 20
Relações Internacionais 0 9
Tratamento Inf. Espacial - Geografia 15 5
Zoologia 10 12
294 324
Administração 0 0
Ciências Sociais 0 1
Engenharia Mecânica 0 1
Direito 9 8
Geografia - Tratamento Inf. Espacial 1 5
Letras 10 11
20 26Fonte: Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação - PROPPG, Jan. 2010
TOTAL
Tabela 9: Dissertações e teses defendidas PUC Minas 2008-2009
2008 2009
DoutoradoTOTAL
64
1.3.2 Desenvolvimento do curso
Em que pese o caráter científico da pós-graduação stricto sensu e a necessidade de
intercâmbio e divulgação do conhecimento, bem como da participação em projetos de
pesquisa, 54,67% dos respondentes afirmaram não ter participado de projeto de pesquisa
desenvolvido por professores da PUC Minas e 88% afirmaram ter não participado de
projetos de pesquisa externos à PUC Minas, sendo que 53,33% afirmaram não participar de
grupos de pesquisa.
No que tange aos projetos de extensão, verifica-se a dissociação radical entre o
desenvolvimento da pesquisa na pós-graduação stricto sensu e a extensão, pois 89,33%
dos respondentes afirmaram ter não participado de projetos de extensão promovidos pela
PUC Minas.
A participação em eventos científicos no último ano teve como destaque a
participação como ouvinte em palestras, onde 78,67% dos respondentes estiveram
presentes em um ou mais eventos desta natureza. A maioria participou ainda de, no mínimo,
um seminário nacional como ouvinte (58,67%) e, também como ouvinte, de encontros ou
congressos nacionais (52%).
A participação, mesmo como ouvinte em eventos internacionais, foi bem reduzida no
último ano, pois 70,67% dos respondentes não participaram na condição de ouvinte de
qualquer seminário internacional e 73,33% não participaram de encontros ou congressos
internacionais.
A maioria, igualmente, não apresentou trabalho em eventos científicos no último ano,
sendo que somente 25,33% dos respondentes participaram com apresentação de trabalho
em seminários nacionais; 14,67% participaram com apresentação de trabalho em
seminários internacionais; 32% participaram com apresentação de trabalho em encontros ou
congressos nacionais; 12% participaram com apresentação de trabalho em encontros ou
congressos internacionais. A palestra se constituiu novamente no principal evento que
contou com a participação dos discentes, com 34,67% dos respondentes tendo afirmado ter
apresentado trabalho neste tipo de evento.
Outro importante instrumento de divulgação do conhecimento científico foi a
publicação de artigo em anais. Nesse quesito, 36% dos respondentes afirmaram ter
participado dessa modalidade de produção intelectual.
No entanto, não foi a falta de estímulo que determinou a inexpressiva participação
dos discentes em atividades acadêmicas, vez que a maioria dos respondentes se sentiu
completamente ou bastantes estimulados a participar de atividades de pesquisa, seminários,
entre outros. Neste caso, 86,48 % dos respondentes se consideram estimulados a participar
65
de eventos científicos; 72,98 % dos respondentes se consideram estimulados se integrar em
projetos de pesquisa.
Por outro lado, quando se trata de integração aos projetos ou atividades de extensão
apenas 39,19% dos respondentes afirmaram se sentem estimulados. Isso é condizente com
o lugar que ocupa a extensão nas universidades em geral – ainda pouco reconhecida como
atividade-fim – e que na PUC Minas o quadro começa a se alterar, conforme resultados
apresentados no tópico referente à extensão.
No que toca à integração entre pós-graduação lato sensu e pós-graduação stricto
sensu, igualmente, apenas 39,19% dos respondentes afirmaram se sentirem estimulados.
Em que pese a afirmativa anterior, 65,14% dos professores respondentes afirmarem
incentivar esta integração.
No que diz respeito à integração entre graduação e pós-graduação stricto sensu¸
metade dos discentes da pós-graduação afirmou que se sentem estimulados a efetivarem
esta integração, enquanto 93,58% dos professores respondentes afirmam incentivar a
integração entre graduação e pós-graduação stricto sensu. Vale destacar que algumas
ações estão sendo, criadas visando ao estreitamento dessa relação como, por exemplo, o
estágio remunerado para alunos do mestrado atuarem como assistentes dos professores no
ensino de graduação, atuando não como professores, mas como assistentes em atividades
diversas.
Apesar do estímulo à participação de atividades relacionadas à pesquisa, é possível
inferir que os alunos da pós-graduação stricto sensu pouco têm conseguido desenvolver
atividades de pesquisas, tais como a participação em grupos ou projetos de pesquisa. A
dificuldade em participação em eventos científicos seja como ouvinte, seja com a
apresentação de trabalho, mostra-se como fato preocupante. Esta dificuldade se revela
incompatível com os princípios estabelecidos no Plano de Desenvolvimento Institucional.
1.3.3 Perfil dos professores da pós-graduação stric to sensu
A universidade tem um quadro de pós-graduação stricto sensu composto por
aproximadamente 238 professores13. A amostragem apontou a seguinte divisão entre os
sexos: 67,27% de homens e 32,73% de mulheres. Mais de 2/3 (67,28%) dos professores
tem entre 40 e 59 anos. Apenas 3,64% dos respondentes declararam ter algum tipo de
deficiência.
13 Fonte: Data Warehouse, janeiro 2010.
66
Entre os professores respondentes, cerca de 30% trabalha na PUC Minas há um
período entre cinco a 10 anos, 42,73% têm entre 11 e 20 anos de serviços na Universidade,
11,82% trabalham entre 21 e 30 anos, 7,27% têm mais de 30 anos e apenas 8,18%
trabalham há menos de cinco anos. O quadro de titulação se compõe em quase sua
totalidade por doutores (98,18%) e 1,82% de mestres.
Quanto ao regime de trabalho, dentre os respondentes, apenas 15,45% dos
professores são aulistas, 59,09% trabalham em regime integral de 40 horas e 25,45%, em
regime parcial. O enquadramento funcional contempla apenas 6,36% dos respondentes
como professores Titulares, sendo a maioria (90,91%) professor Adjunto III e 2,73%, Adjunto
I.
Cerca de 60% desses professores leciona até oito horas/aula por semana. Em
contrapartida às atividades de ensino, ocorre uma dedicação expressiva àquelas
relacionadas à pesquisa. Quase 30% do professorado dedicam mais de 16 horas e a maior
parte deles se enquadra no Regime de Tempo Integral.
Tal resultado apresenta-se no gráfico abaixo:
0
15
30
45
60
75
perc
entu
al
Zero Entre 1 e 4 Entre 5 e 8 Entre 9 e 12 Entre 13 e 16 Acima de 16
horas
Gráfico 16: Distribuição de horasProfessores da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Ensino Pesquisa Extensão Administrativo
Fonte: CPA – PUC Minas.
Percebe-se, complementarmente, que os docentes dos programas stricto sensu,
têm, em sua maioria, um baixo índice de dedicação às atividades de extensão e
administrativas.
Outro fator relacionado às atividades de ensino, pesquisa e extensão tem-se o
número de disciplinas lecionadas. Para tal, tem-se que a grande parte dos docentes, cerca
de 59% dos entrevistados, dedica-se a duas ou três disciplinas, conforme apresentado no
gráfico a seguir.
67
0
15
30
45
60pe
rcen
tual
nenhuma 1 2 a 3 4 a 5 acima de 5
Gráfico 17: Número de disciplinas ministradas Professores da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Fonte: CPA – PUC Minas.
Quanto à orientação de alunos em práticas investigativas nas disciplinas, a maior
parte dos docentes de pós-graduação stricto sensu, cerca de 56% dos pesquisados, possui
até dois projetos relacionados a essas atividades.
0
15
30
45
perc
entu
al
nenhuma 1 ou 2 3 ou 4 acima de 4
Gráfico 18: Orientações em práticas investigativas Professores da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Fonte: CPA – PUC Minas.
A partir da quantidade de disciplinas ministradas, observou-se o grau de utilização
pelos docentes de recursos tecnológicos – computador, multimídia – nas atividades de
ensino-aprendizagem. Para tal, cerca de 53% afirmaram ter nível de preparo atual bom em
relação ao uso de tecnologia e 28% têm nível excelente (gráfico 19).
68
0
15
30
45
60pe
rcen
tual
excelente bom razoável ruim
Gráfico 19: Nível de preparo atual em termos de uso de tecnologia Professores da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Fonte: CPA – PUC Minas.
Tais elementos permitem inferir sobre um provável perfil dos docentes da pós-
graduação stricto sensu, a saber: utiliza as novas tecnologias para desenvolvimento de suas
atividades acadêmicas que se concentram, geralmente, em duas ou três disciplinas, além
das atividades de pesquisa e de participação em atividades complementares específicas
àquelas relacionadas à pós-gradução.
1.3.4 Participação em atividades da pós-graduação s tricto sensu, eventos e produção
científica
Uma avaliação complementar das atividades exercidas pelos docentes, em relação à
pós-graduação, refere-se às atividades relacionadas às orientações e de bancas de
monografia, de dissertações e de teses.
Observamos que para as atividades de orientação de monografia e dissertação, mais
da metade (acima de 55%) dos respondentes o fazem para a primeira e cerca de 65% para
a segunda. Quanto às orientações de tese, a maioria (72%) não orientou, no ultimo ano,
nenhuma tese.
Quanto às atividades relacionadas à participação em bancas, a maioria respondeu
não ter participado de bancas de monografia. Os dados do gráfico abaixo demonstram a
participação nos vários tipos de banca.
69
Nenhuma 1 ou 2 3 ou 4Acima de 4
Orientação de monografia 24,77 20,18 27,52 27,52
Orientação de dissertação 9,17 26,61 20,18 44,04
Orientação de tese 71,56 21,10 4,59 2,75
Banca para exame de Monografia 31,19 18,35 18,35 32,11
Banca de qualificação para Doutorado 59,63 33,94 6,42 0,00
Banca de defesa de Dissertação ou Tese 10,09 34,86 30,28 24,77
Fonte: CPA - PUC Minas.
Atividade
Tabela 10: Participação em atividades da pós-gradua ção Professores da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
%
Quantidade
Além das atividades relacionadas às orientações e às bancas, os docentes possuem
atividades relacionadas à pesquisa, como coordenação e participação em projetos. Em sua
maioria, cerca de 51% dos docentes afirmaram que estão envolvidos com dois ou três
projetos. Um percentual igualmente representativo, cerca de 52% dos respondentes, afirma
coordenar um ou 2 dois projetos e igualmente (51% dos docentes) participam da execução
da mesma quantidade de projetos que orientam. Entretanto, há, ainda, um percentual
razoável de professores (9,17%) que não participam de nenhum projeto de pesquisa.
Percebe-se assim que, segundo os resultados obtidos, a maioria dos professores
desenvolveu no último ano atividades de pesquisa e incentivam os alunos a participarem em
atividades de pesquisa. No entanto, este fato não se traduz na integração de alunos a
grupos ou projeto de pesquisa, pois 53,33% não participaram de nenhum grupo de pesquisa
e 54,67% não participaram de projeto de pesquisa no último ano.
No que se refere às atividades de extensão, tem-se que os resultados refletem a
baixa participação dos professores, que aponta para um alto percentual de docentes
(aproximadamente 67%) não possuir horas dedicadas a tal atividade. Cerca de 80% dos
respondentes afirmou não possuir projetos de extensão e igualmente 76% não orientam
alunos em práticas de extensão.
Em contrapartida, observa-se que a maioria dos respondentes (60,55%) afirmara
incentivar discentes às atividades de extensão. Tal fato se reflete na baixa participação do
corpo discente (89,33% dos respondentes não participaram de qualquer atividade de
extensão).
Ao avaliar a participação de docentes em eventos e sua respectiva produção
científica cabe comparar a participação desses em relação à produção dos alunos, uma vez
que a mínima participação em eventos, mesmo como ouvintes, é fator importante para
70
compreensão sobre a baixa produção dos alunos. O principal instrumento utilizado pelos
professores para a divulgação do conhecimento científico constitui-se na apresentação de
trabalhos em encontros ou congressos em âmbito nacional (73,30%), seguida de publicação
de artigos em anais (72,48%).
A ausência em eventos científicos é sentida, portanto, no corpo docente dos
programas de pós-graduação, como é apresentado abaixo:
Participação em Evento Científico Nenhum 1 2 3 ou 4Acima de 4
Seminários nacionais 54,13 22,02 12,84 5,50 5,50
Seminários internacionais 77,06 14,68 4,59 3,67 -
Encontros ou congressos nacionais 51,38 20,18 14,68 10,09 3,67
Encontros ou congressos internacionais 64,22 23,85 5,50 6,42 -
Palestras 41,28 3,67 19,27 12,84 22,94
Seminários nacionais 52,29 17,43 11,01 13,76 5,50
Seminários internacionais 67,89 19,27 6,42 6,42 -
Encontros ou congressos nacionais 36,70 18,35 21,10 21,10 9,17
Encontros ou congressos internacionais 55,05 26,61 10,09 10,09 0,92
Palestras 39,45 12,84 20,18 20,18 17,43Fonte: CPA - PUC Minas.
Tabela 11: Participação em eventos Professores da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Ouvinte
Apresentação de Trabalhos
A modalidade mais utilizada pelos professores para apresentar produção científica
são os congressos e encontros (nacionais e internacionais). Mais de 60% dos respondentes
apresentaram trabalho em pelo menos um encontro ou congresso nacional no último ano e
pouco mais de 45% apresentaram em congresso ou encontro internacional. Nos seminários
nacionais, cerca de 47% apresentou algum trabalho e nos internacionais, pouco menos de
30% assim o fez.
Compreende-se que os índices percentuais obtidos para a participação dos
docentes, que têm relativa melhoria quando se refere à participação com apresentação em
relação à participação como ouvinte, podem ser parcialmente explicados devido às
dificuldades de obtenção de financiamentos. Em muitos casos, os prazos exigidos para tal,
seja por órgãos financiadores, seja pela própria Instituição, apresentam-se superiores
àqueles das entidades promotoras do evento quanto à aceitação ou não de trabalhos
enviados para participação.
71
Entretanto, mais de 50% dos respondentes, afirmam participar pelo menos uma vez
por ano de encontros ou congressos nacionais ou proferir palestras.
A produção intelectual, relativa à apresentação de pôster em jornais os percentuais
obtidos encontram-se na tabela a seguir.
Produção Intelectual nenhuma 1 ou 2 3 ou 4acima de 4
Apresentação de pôster em eventos científicos
69,72 17,43 6,42 6,42
Artigo em jornal 82,57 11,93 0,92 4,59
Artigo em anais 27,52 42,20 15,60 14,68
Artigo em revista científica 28,44 47,71 14,68 9,17
Capítulo de livro 48,62 42,20 8,26 0,92
Livro 85,32 13,76 0,92 -
Matéria de jornal 89,91 6,42 - 3,67
Matéria de revista 88,99 8,26 0,92 1,83
Matéria de TV 78,90 14,68 3,67 2,75
Material didático-pedagógico, publicado ou não
43,12 32,11 13,76 11,01
Organização de livro 79,82 19,27 0,92 -
Produção multimídia 84,40 15,60 - -
Resenhas 93,58 6,42 - -
Resumo 67,89 14,68 10,09 7,43
Revistas técnico-científicas da área 81,65 11,93 2,75 3,67
Tradução de livro 97,25 2,75 - -Fonte: CPA – PUC Minas.
Tabela 12: Produção Intelectual Professores da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Observa-se que tanto a produção científica, quanto a participação em eventos,
apresentam valores percentuais preponderantes para a nulidade, segundo grande parte dos
respondentes. Entretanto, como reflexo da participação em eventos, a produção de artigos
em anais apresenta correlação percentual quanto à participação, com produção mínima
para cerca de 73% dos docentes.
O índice de professores da pós-graduação stricto sensu que dedicou, no último ano,
a atividades relacionadas à atualização apresentou baixos índices percentuais em relação a
atividades relacionadas a cursos de aperfeiçoamento, de especialização, de extensão e de
atualização profissional. Os resultados obtidos apresentam-se no gráfico a seguir.
72
0
20
40
60
80
100
perc
entu
al
Nenhuma 1 ou 2 3 ou 4 Acima de 4
Gráfico 20: Cursos de Atualização Professores da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Atualização Profissional Extensão Aperfeiçoamento Especialização
Fonte: CPA – PUC Minas.
Concluí-se, a partir dos resultados apresentados, que a preocupação dos docentes
em relação à participação nessas atividades tem ocorrido de maneira tímida, pois apenas
14,68% fizeram cursos de aperfeiçoamento, 27,52% cursaram especialização, 9,17%
realizaram curso de extensão e 19,27% realizaram curso/atividade de atualização
profissional.
A necessidade em incentivar tais atividades para reciclagem e desenvolvimento das
habilidades exigidas à prática profissional e didático-pedagógicas torna-se premente.
1.3.5 Desenvolvimento do Projeto Pedagógico
Quanto à discussão dos planos de ensino, do programas de curso, da carga horária
e outras questões relacionadas ao desenvolvimento do curso, as avaliações foram, no geral,
bastante positivas.
No quesito apresentação do programa do curso, a quase totalidade dos alunos (96%)
afirmou que lhes foi apresentada. Já no quesito processo de avaliação do curso, cerca de
68% disse que a mesma não ocorreu ou não sabe.
Em relação ao desenvolvimento do curso, tem-se considerável percentual de alunos
que apontam essa correlação de maneira positiva. A apresentação do conteúdo foi
satisfatória na maioria das disciplinas para 58,67%, e em todas as disciplinas para 30,67%.
Cabe ressaltar, ainda, que, para 38,67% dos respondentes houve discussão sobre o plano
73
de ensino na maioria das disciplinas e para 33,33% isso ocorreu em todas as disciplinas,
resultados apresentados no gráfico abaixo:
0
10
20
30
40
50
60
perc
entu
al
Nenhuma Minoria Maioria Todas
Gráfico 21: Avaliação das disciplinas Alunos da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Apresentação das Disciplinas Discussão do Plano de Ensino
Fonte: CPA – PUC Minas.
Em contrapartida, quando indagados, os professores responderam, em sua ampla
maioria (84,55%), que discutiam o plano de ensino com os alunos de todas as disciplinas
que lecionavam, sendo que 11,82% discutem o plano de ensino na maioria das disciplinas.
Todavia, quando indagados sobre o grau de conhecimento do programa em que lecionam,
mais de 98% afirma dispor de conhecimento ruim ou razoável sobre o mesmo, não obstante
avaliarem como satisfatória a relação com a coordenação do programa e de reconhecerem
que é bom e excelente a atuação do coordenador na proposição de melhorias para a
qualidade do ensino (cerca de 80% assim o avaliou).
Quanto à duração do curso, 86,67% dos alunos responderam que o tempo é
adequado para a conclusão dos créditos. Percentual similar ocorreu quando da avaliação da
adequação do tempo destinado à escrita de dissertação/tese (77,33%). Os resultados estão
apresentados no gráfico a seguir.
74
0
20
40
60
80
100pe
rcen
tual
Não Sim
Gráfico 22: Adequação do tempo do CursoAlunos da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Conclusão de Créditos Escrita da dissertação/tese
Fonte: CPA – PUC Minas.
Como resultado da adequação do tempo de duração do curso, tem-se que a maior
parte dos respondentes, acima de 77%, entende que em todas ou na maioria das disciplinas
se encontram adequadas ao desenvolvimento de sua pesquisa. Quanto à carga horária
destinada à aprendizagem, mais de 89% dos discentes categorizaram que “todas” ou a
“maioria” as disciplinas possuem carga horária adequada a esse requisito, conforme gráfico
abaixo:
0
15
30
45
60
Per
cent
ual
Nenhuma Minoria Maioria Todas
Gráfico 23: Adequação das disciplinasAlunos da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Desenvolvimento da pesquisa Aprendizagem
Fonte: CPA – PUC Minas.
Ao confrontar esses resultados com aqueles obtidos junto a amostra dos docentes,
tem-se que a maioria dos professores (86,36%) afirma que a carga horária das disciplinas
75
que leciona, que em sua maioria ou na totalidade, é adequada para uma efetiva
aprendizagem.
Tal fato revela que grande parte dos participantes da pesquisa, sejam discentes ou
docentes, apresenta percepções equivalentes quanto à estrutura dos cursos de pós-
graduação stricto sensu, no que se refere à adequação das atividades desenvolvidas nas
disciplinas e sua relação com os trabalhos de curso – dissertações e teses.
Com relação aos objetivos das disciplinas, 54,67% dos discentes entendem que a
maioria das disciplinas atende aos objetivos para elas estabelecidos. Ao se somar o
percentual de alunos que acreditam que isso ocorre em todas as disciplinas com o
percentual dos que disseram que isso é verdade para a maioria, tem-se um índice de 92%.
Ao indagar os docentes acerca das disciplinas por eles ministradas, e se atingem
satisfatoriamente os objetivos, o resultado obtido revela que menos de 8% dos professores
respondeu que conseguem atingir satisfatoriamente os objetivos somente na minoria das
disciplinas lecionadas, conforme apresenta o gráfico abaixo.
0
15
30
45
60
75
perc
entu
al
Nenhuma Minoria Maioria Todas
Gráfico 24: Atendimento aos objetivos da disciplinaAlunos da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Discentes Docentes
Fonte: CPA – PUC Minas.
Ao observar as condições gerais acerca das percepções dos discentes e docentes
quanto ao papel das disciplinas nos cursos de pós-graduação stricto sensu, os percentuais
apresentam-se relativamente equivalentes entre as categorias analisadas – 92% dos
discentes e 93% dos docentes consideram que as disciplinas atendem satisfatoriamente aos
objetivos aos quais foram destinadas.
Uma autoavaliação dos discentes acerca dos conhecimentos básicos para um bom
desempenho das disciplinas ou módulos resulta que, para a “maioria” das disciplinas, os
alunos (61,33%) afirmam dominá-los com o propósito de um bom desempenho.
76
Complementarmente, 32% responderam que essa ocorrência se dá para todas as
disciplinas.
Quanto aos professores, há uma percepção diferenciada em relação ao domínio que
os alunos demonstram possuir sobre os conhecimentos básicos necessários para as
atividades acadêmicas. Quase metade (47,27%) dos professores afirma que na maioria das
disciplinas em que lecionam, os alunos demonstram possuir os conhecimentos básicos
necessários para as atividades acadêmicas. Entretanto, há um número idêntico de
professores que percebem esse conhecimento apenas na minoria das disciplinas em que
trabalham, conforme o gráfico a seguir:
0
15
30
45
60
75
perc
entu
al
Nenhuma Minoria Maioria Todas
Gráfico 25: Conhecimento básico das disciplinasAlunos da Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Discentes Docentes
Fonte: CPA – PUC Minas.
Pode-se inferir que as diferenças obtidas nos resultados ocorrem em função do perfil
dos alunos da pós-graduação stricto sensu, que se apresenta jovem, e com menos de 30
anos. Dessa maneira, a experiência profissional e acadêmica apresenta-se defasada, em
alguns casos, em relação aos conhecimentos exigidos à pós-graduação. Assim, a
percepção diferenciada entre discentes e docentes, pode ser também explicada pelas
diferenças culturais e sociais em decorrência das mudanças formativo-tecnológicas que
exigem diferentes habilidades e conhecimentos para sua efetivação.
Em relação aos avanços da área do conhecimento, 49,33% dos alunos consideram
que a maioria das disciplinas contemplou em seu conteúdo tal variável, sendo que apenas
6,67% apontam que isso ocorreu na minoria das disciplinas cursadas. Complementarmente,
tem-se que 54,05% dos alunos responderam que as atividades de pesquisa do curso
acompanham bastante as inovações da área do conhecimento e para 33,78%, isso ocorreu
satisfatoriamente.
77
Paralelamente, quando avaliada a relação entre as disciplinas lecionadas e o estudo
das inovações na área de conhecimento, somente menos de 5% dos professores
responderam não estimular o estudo das inovações da área de conhecimento.
1.3.6 Práticas Pedagógicas e construção do conhecim ento
A articulação entre teoria e prática, a partir da percepção dos alunos, ocorre para a
maioria das disciplinas (54,67%), e para 32% dos alunos, ela acontece em todas as
disciplinas. Tal análise, comparada aos resultados obtidos em relação aos docentes avaliou
a utilização de atividades práticas nas disciplinas lecionadas. Cerca de 71% dos docentes
respondeu que utiliza a prática em “todas” ou na “maioria” das disciplinas, conforme gráfico
abaixo:
0
10
20
30
40
50
60
Per
cent
ual
Nenhuma Minoria Maioria Todas
Gráfico 26: Relação teoria-prática nas disciplinas Pós-graduação Stricto Sensu 2009
Articulação prática-teoria (discente) Utilização atividades práticas (docente)
Fonte: CPA – PUC Minas.
Em relação à percepção dos alunos quanto às práticas interdisciplinares ocorrem
equilíbrio, pois para 41,33% elas acontecem para a maioria das disciplinas e 37,33% para a
minoria. Algo semelhante acontece nos extremos, pois 8% responderam que nenhuma
disciplina trabalha interdisciplinarmente e 13,33% afirmaram que essa prática é comum a
todas as disciplinas.
76,33% dos professores, quando solicitados, apontam que a interdisciplinaridade
acontece nas disciplinas que lecionam e relatam realizar tal trabalho em todas ou na maioria
das disciplinas.
Quanto à utilização de diferentes recursos didático-pedagógicos, mais de 75% dos
alunos avaliam que isso ocorre em todas ou na maioria das disciplinas, e pouco mais de
78
20% destaca que isso ocorre na minoria das disciplinas. Em contrapartida, o grupo de
professores pesquisados assinalou utilizar diferentes recursos/procedimentos didático-
pedagógicos em sala de aula na maioria ou em todas as disciplinas em que lecionam
(89,09%).
Quanto à compatibilidade entre avaliação e conteúdo desenvolvido em sala de aula,
cerca de 60% dos alunos indicou que isso ocorre na maioria das disciplinas. Cerca de 30%
indicou que isso ocorre em todas as disciplinas e em torno de 10% apontou que ocorre na
minoria ou em nenhuma disciplina.
A maior parte dos alunos indicou que a maioria dos professores discute os resultados
das avaliações. 73,33% disseram que isso acontece na maioria ou em todas as disciplinas.
Apenas 1,33% relataram que nenhum professor discute os resultados das avaliações com
os alunos.
Quase a totalidade dos professores (99,09%) respondeu que discutem os resultados
obtidos na avaliação com seus alunos em todas ou na maioria das disciplinas.
1.3.7 Potencialidades e Fragilidades
1.3.7.1 Potencialidades
A missão e a identidade da PUC Minas são afirmadas como marcas do
conhecimento construído nos programas de pós-graduação stricto sensu, segundo a maioria
dos alunos e professores. Essa característica permite inferir algumas potencialidades acerca
do ensino stricto sensu.
• A integração com a graduação ocorre através dos programas institucionais de
fomento à pesquisa, dentre eles os programas institucionais de capacitação docente
e de fomento à iniciação científica;
• Os professores da pós-graduação stricto sensu, em quase sua totalidade,
responderam ter apresentado projeto de pesquisa no último ano;
• Os docentes dessa dimensão de ensino responderam, em sua maioria, ter regime
integral de 40 horas na pós-graduação. Essa dedicação integral à Universidade
permite concluir certa visibilidade para a política de implantação de professores com
regime na PUC Minas, a partir do segundo semestre de 2009. Na avaliação
anteriormente realizada, esse percentual era de 18,2%;
79
• Os alunos dos programas de pós-graduação (96%) afirmaram que a proposta do
curso lhes foi apresentada e apontaram (86%) que ela se apresenta adequada à
duração do curso, no que diz respeito à conclusão dos créditos.
• Os discentes (77,33%) avaliam que o tempo destinado à redação da dissertação/tese
é “adequado”;
• Os professores (86,36%) afirmam que a carga horária das disciplinas, em sua
maioria ou na totalidade é adequada para uma efetiva aprendizagem;
1.3.7.2 Fragilidades
Algumas fragilidades podem ser destacadas no ensino stricto sensu.
• A integração entre os programas de pós-graduação stricto sensu, os cursos de pós-
graduação lato sensu e os projetos de extensão ocorre de maneira tímida, sendo que
a maioria deles se desenvolve sem nenhuma integração entre os níveis de ensino;
• A participação dos alunos dos programas de pós-graduação stricto sensu em
eventos nacionais e internacionais tem se mostrado igualmente mínima, sendo que
ela se explica pelo baixo índice de trabalhos que conseguem financiamento
institucional.
• A produção científica de alunos e professores dos programas de pós-graduação
stricto sensu apresenta baixos índices de produtividade, o que concorre para os
baixos índices obtidos na avaliação institucional;
• A redução do número de professores contemplados com o Programa Permanente de
Capacitação Docente também contribuiu para uma baixa participação em atividades
científicas, como seminários, congressos e encontros, pois o intercâmbio profissional
e a abertura de possibilidades de desenvolvimento de pesquisas e de trabalhos
acadêmicos ocorrem nos programas de pós-graduação stricto sensu reconhecidos
pelo MEC.
1.4 Pesquisa
Conforme explicito no Plano de Desenvolvimento Institucional, “um dos desafios
centrais da Educação Superior é a produção de conhecimento com qualidade formal e a
80
institucionalização de uma política capaz de postá-la na vanguarda do desenvolvimento.”
(2007, p. 28).
A pesquisa constitui-se em fundamento para o desenvolvimento científico e
educativo, sendo importante instrumento na produção do conhecimento, formação de massa
crítica e na construção da cidadania.
A PUC Minas compreende a investigação científica como importante meio para a
construção da identidade da Universidade, pois proporciona o desenvolvimento do processo
de conhecimento da realidade social, abrindo caminho para necessárias intervenções ou
aumentando o acervo de idéias, ideais, noções, conceitos e generalizações que tornam
possíveis outras descobertas e tecnologias e, em sentido mais lato, a promoção do
engrandecimento do ser humano, traduzido em seus saberes e nas ações deles
decorrentes. (PUC MINAS, 2007, p. 28).
No último biênio, o número de doutores e pós-doutores na PUC Minas aumentou
significativamente. Em 2007 a Instituição contava com 483 doutores e nove pós-doutores. Já
em 2009, a PUC Minas possuía, em seu quadro, 583 doutores e 11 pós-doutores. Essa
qualificação, conjugada com o incremento na última década no número de programas de
pós-graduação, resulta numa variedade de produções científicas. Contudo, o crescimento
da titulação de professores não proporcionou um aumento na produção científica na PUC. A
tabela abaixo permite comparar os principais tipos de publicação por áreas de
conhecimento.
2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009Ciências Agrarias 5 8 11 19 1 - 2 - 19 27
Ciências Biológicas 39 31 26 24 12 4 4 1 81 60
Ciências da Saúde 117 111 156 88 54 27 5 1 332 227
Ciências Exatas e da Terra 12 10 77 44 11 5 3 1 103 60
Ciências Humanas 117 115 245 264 149 131 26 15 537 525
Ciências Sociais Aplicadas 202 183 175 105 162 171 108 18 647 477
Engenharias 19 19 68 43 1 4 1 3 89 69
Linguistica Letras e Artes 26 15 31 20 27 29 6 7 90 71
Não Informado 237 219 533 425 208 184 53 45 1031 873
Outros 1 1 5 - - 3 - - 6 4
Total 775 712 1327 1032 625 558 208 91 2935 2393Fonte: Data Warehouse.
TotalLivro ou
capítulo de livro
Tabela 13: Publicações – PUC Minas 2009
Grande Area Produção
Artigo publicado
em periódicos
Trabalho publicado
em anais de evento
Outra produção
bibliográfica
81
Como se percebe, apesar da variedade de áreas e o aumento no número de
doutores, houve o decréscimo na produção científica dos professores da PUC Minas. Assim,
para 89,58% dos alunos da pós-graduação lato sensu e 86,49% dos alunos do stricto sensu,
as atividades de pesquisa do curso atendem bastante ou satisfatoriamente a articulação
com as disciplinas. Quanto à extensão, 66,67% dos alunos lato sensu e de 54,06% no
stricto sensu tem essa mesma avaliação. Já 62,5% do lato sensu e 71,62% do stricto sensu
afirmam igual nível de satisfação nos quesitos articulação com as necessidades do entorno
social, e 75% no lato sensu e 87,83% no stricto sensu para o acompanhamento das
inovações da área do conhecimento.
Mais de 81% dos professores da graduação, e da pós-graduação lato sensu
afirmaram que, em todas ou na maioria das disciplinas que lecionam, ocorrem estímulos à
indissociabilidade entre ensino e pesquisa.
Cabe ressaltar que a iniciação científica é parte essencial em todos os projetos de
pesquisa da PUC Minas. Todos têm a participação de alunos de iniciação científica, pois
esse aspecto representa o início da caminhada para a carreira científica.
A Instituição possui as seguintes modalidades de Fomento Institucional:
a) FIP – Fundo de Incentivo à Pesquisa
Os alunos de graduação podem ser bolsistas de Iniciação Científica nos projetos de
pesquisa de professores, que tenham sido aprovados pelo Fundo de Incentivo à Pesquisa
da PUC Minas - FIP/PUC Minas -, que tem duas entradas anuais: uma em março e outra em
setembro. Os projetos aprovados iniciam-se em agosto e fevereiro, respectivamente, com
duração de 11 meses.
O programa foi criado em 1982, através da Portaria/R/Nº17/82 pela Reitoria da PUC
Minas, visando ao estímulo das atividades de pesquisa na Instituição. A ele foi destinado
0.5% (meio por cento) do orçamento bruto da Universidade, sendo o recurso distribuído
segundo critérios estabelecidos pela Pró-reitoria de Pesquisa e de Pós-graduação
(PROPPG).
Em constante processo de aperfeiçoamento, o programa, a partir da segunda
metade da década de 90, incluiu uma política de apoio à pesquisa que pudesse qualificar a
Universidade como competitiva, seja por suas vantagens comparativas, seja pela
possibilidade de adquirí-las em um prazo mais curto que as outras instituições de ensino e
pesquisa.
82
Para aqueles grupos de pesquisa que, por intermédio ou não do FIP, se
encontrassem consolidados, aptos a obter financiamento externo em agências como a
FAPEMIG e o CNPq14, o novo modelo do FIP incluiu a concessão de contrapartida,
normalmente em horas para os professores se dedicarem à pesquisa, reservando para isso
15% dos seus recursos. Desde então, ficou estabelecida a periodicidade semestral dos
Editais do FIP, alternando-se as entradas entre FIP/1 (primeiro semestre), associado ao
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), do CNPq e FIP/2 (segundo
semestre) e o fluxo contínuo para atendimento das solicitações de contrapartida.
Atualmente, a Instituição concede também, como política de melhoria da pesquisa e da pós-
graduação, uma bolsa de apoio ao doutorando que submeter projeto de pesquisa ao FIP. A
distribuição dos recursos está apresentada a seguir:
Percentual Tipo de projeto Data de entrada
15%Contrapartida aos grupos que tenham projetosaprovados em agências de fomento externo quetenham sido considerados prioritários
Fluxo contínuo
50% Projeto de pesquisa 1º semestre
35% Projeto de pesquisa 2º semestreFonte: Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Proppg)
Quadro 2: Distribuição dos recursos do FIP – PUC Mi nas 2009
O FIP tem garantido a continuidade dos grupos de pesquisa já consolidados e em
fase de consolidação.
b) PROBIC - Programas de Bolsas de Iniciação Cientí fica
Visando, também, ao fomento da cultura de pesquisa junto aos estudantes da
graduação, foi criado em 1985, o Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PROBIC). Os
projetos são financiados pela própria Universidade, com verba suplementar, e desenvolvidos
por um ou dois alunos de graduação sob a orientação de um pesquisador qualificado no
tema, durante 11 meses. A periodicidade dos editais é anual e o programa prevê o
financiamento de taxa para material e uma ou duas bolsas de Iniciação Científica para os
alunos. A partir de 1998, a Universidade passou a alocar, também, uma hora semanal para
o professor orientador da pesquisa.
14 Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
83
Através de seus programas institucionais de fomento à pesquisa e à Iniciação
Científica, o FIP e PROBIC, associados ao PIBIC do CNPq e à FAPEMIG, tem-se a
preocupação primeira da Universidade no sentido de formar recursos humanos. A presença
de doutores nas equipes de pesquisa orientando bolsistas de Iniciação Científica,
mestrandos e doutorandos, além de outros professores da Instituição que ainda não tinham
a pesquisa como atividade cotidiana, é a grande contribuição dos Programas, que
proporcionam maior retorno para a Universidade.
1.4.1 Sistemática de Avaliação dos Projetos de Pesq uisa Financiados
A Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação organiza o sistema de avaliação dos
projetos em dois momentos: quando da entrada e ao término da pesquisa. A aprovação dos
projetos segue critérios de mérito e qualidade acadêmica. Ao término, deve ser entregue
artigo publicado ou relatório, apresentado pelos pesquisadores, contendo relato das
atividades desenvolvidas, análise de desempenho e avaliação face aos objetivos/metas
propostos.
Anualmente, a PUC Minas realiza o Seminário de Iniciação Científica. Esse evento
foi criado como condição do CNPq para a concessão da quota de bolsas do PIBIC/CNPq,
mas desde 1998 é aberto a toda a comunidade discente que tenha realizado atividades de
Iniciação Científica (FIP, PROBIC, PROBIC-FAPEMIG, e outras).
A tabela abaixo mostra a evolução da pesquisa de professor na PUC Minas.
Conforme se vê, houve crescimento no total dos projetos com participação dos próprios.
1º sem. 2º sem. 1º sem. 2º sem.Fapemig - Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais 62 62 78 54
PUC MinasFIP - Fundo de Incentivo à Pesquisa 59 65 117 123
PROBIC 47 47 32 32
Total 168 174 227 209Fonte: PUC em Números.
2008Entidade de fomento
Tabela 14: Projetos de pesquisa com participação do corpo docente - 2008/2009
2009Nº de projetos Nº de projetos
Igual crescimento é observado na distribuição geral de bolsas para corpo discente,
conforme tabela a seguir.
84
1º sem. 2º sem. 1º sem. 2º sem.
Fapemig - Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais 74 74 98 73
Fapemig - Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - Quota Institucional100 100 130 130
CNPq - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - PIBIC 42 42 42 50
PUC Minas
FIP - Fundo de Incentivo à Pesquisa 70 29 81 123
PROBIC 62 62 37 37
Outras (Bolsas de Convênios / empresas) 210 210 215 215
Total 558 517 603 628Fonte: PUC em Números.
2009Nº de bolsas
2008
Tabela 15: Bolsas de iniciação científica conforme progamas (fomento) - 2008/2009Nº de bolsas
Entidade de fomento
No entanto, esse estímulo à pesquisa não tem se refletido nas horas dedicadas pelos
professores de graduação a essa atividade, pois 62,41% dos respondentes afirmaram não
possuir nenhuma hora dedicada à pesquisa. Já na pós-graduação lato sensu, esse número
é reduzido para o percentual de 47,30% dos respondentes e, no stricto sensu, para 1,83%.
É possível inferir, portanto, que a maior parte dos recursos para pesquisa é distribuída entre
os professores dos programas de pós-graduação, dimensão que, pela suas próprias
características e exigências legais, exige a participação do professor em regime de tempo
integral.
1.4.2 Grupos de pesquisas
Outro indicador de relevância refere-se à formação de grupos de pesquisa.
Atualmente, a PUC Minas possui cerca 140 grupos de pesquisa registrados no CNPq,
havendo participação significativa dos alunos de graduação tanto na modalidade presencial
quanto na a distância, vez que um quarto dos respondentes afirmou participar de grupos de
pesquisa.
Alunos Participação (%)
Graduação presencial 25,14
Graduação EAD 25,25
Pós-graduação stricto sensu 46,67
Pós-graduação lato sensu 13,00Fonte: CPA - PUC Minas.
Tabela 16: Participação em grupos de pesquisa PUC Minas 2009
85
1.4.3 Seminário e meios de divulgação da produção c ientífica
Anualmente, ocorre seminário de iniciação científica onde são apresentadas as
investigações científicas realizadas por alunos da graduação. Os trabalhos demonstram o
sucesso do esforço de jovens pesquisadores e orientadores e são resultado da tarefa
assumida pela PUC Minas de formação de pesquisadores.
A produção científica da PUC Minas pode ser verificada na publicação indexada dos
“Destaques”, através do Banco de Teses e Dissertações da Biblioteca da PUC Minas, e na
publicação dos “Resumos” dos Seminários de Iniciação Científica.
O seminário configura-se como um espaço de divulgação dos trabalhos e da
discussão acadêmica. No 16º Seminário de Iniciação Científica, em 2008, no qual foram
apresentados os projetos de 2007, foi somente os projetos que obtiveram avaliação
destacada foram publicados. Já no 17º. Seminário, em 2009, em que foram apresentados os
projetos de 2008, a publicação passou a trazer o resumo de todos os projetos aprovados. A
tabela abaixo apresenta a quantidade de projetos apresentados nos seminários realizados
em 2008 e 2009, por área de conhecimento:
Área de Conhecimento 2008 2009
Ciências agrárias e biológicas 4 26
Engenharia 5 12
Ciências da saúde 2 19
Ciências exatas e da terra 6 21
Ciências humanas 10 66
Ciências sociais aplicadas/Direito 4 32
Ciências sociais aplicadas 5 31
Total 36 207Fonte: PROPPG, PUC Minas.
Tabela 17: Projetos apresentados nos Seminários de Iniciação Científica
PUC Minas 2008-2009
A PUC Minas, assim, optou pela publicação de maior número de trabalhos em forma
de resumo.
No processo de autoavaliação, os dados colhidos diretamente da comunidade
acadêmica revelam que 26% dos alunos de graduação, sendo 22,46% da modalidade EAD
e 13,51% dos alunos da pós-graduação stricto sensu afirmaram ser ruim a divulgação dos
projetos de pesquisa na PUC Minas.
86
Já entre os professores, a divulgação é ruim para 20% dos que lecionam na
graduação, 16,44% dos alocados na pós-graduação lato sensu e 9,09% dos que lecionam
na pós-graduação stricto sensu.
O mecanismo que registra a produção e o desenvolvimento das atividades dos
pesquisadores da PUC Minas é composto pela avaliação da CAPES (Coleta CAPES
Trienal), por relatórios de pesquisa exigidos pelas Agências de Fomento como o Relatório
do FIP, por artigos publicados em revistas QUALIS e pela Avaliação Interna.
No entanto, no último biênio, houve sensível decréscimo no número atividades ligado
à produção científica na PUC Minas, já que o número de publicações decaiu de 3.370, em
2007, passando por 3.353 em 2008, para 2.731 em 2009; a produção técnica registrava em
2007 o número de 3.421, 3.609 em 2008 e, em 2009, 2.795 realizadas. Já a produção
artística foi reduzida de 89 em 2007, para 64 em 2008 e, 49 em 200915.
1.4.4 Editora PUC Minas
Criada em 2002, a Editora PUC Minas conta com equipe própria, além de
colaboradores externos, que são convidados a participar das diversas fases do trabalho de
editoração, desde a apreciação dos originais à elaboração dos projetos gráficos.
Além da publicação de livros resultantes da experiência profissional de docentes e
pesquisadores das diversas áreas do conhecimento, a Editora PUC Minas dedica-se à
publicação de livros e de periódicos, organizados por professores de determinados cursos
da Universidade, tais como: o Caderno de Arquitetura e Urbanismo; o Caderno de
Geografia; a Revista Horizonte; a Revista Economia & Gestão; a Revista Scripta; os
Cadernos de História; a Revista Fronteira; a Revista BIOS; a Revista da Faculdade Mineira
de Direito; os Cadernos CESPUC de Pesquisa e a Psicologia em Revista.
1.4.5 Relações Internacionais e intercâmbio
De acordo com o Plano de Desenvolvimento Institucional, a PUC Minas recebe,
desde 1967, alunos originários de países africanos e da América Latina, que estudam em
suas faculdades e departamentos, sem quaisquer custos (PUC Minas, 2007, p. 180).
15 Data Warehouse, 2010.
87
A prática de internacionalização se desenvolve na PUC Minas há mais de 40 anos, o
que confere à Universidade rica experiência em um processo que, nos últimos anos, ganhou
maior relevância devido à intensificação das trocas internacionais no mundo. A PUC Minas,
no intuito de desenvolver uma política de internacionalização da Universidade, possui órgão
específico para essa promoção, qual seja a Assessoria de Relações Internacionais.
Suas atividades principais são:
• Realizar convênios com instituições estrangeiras de ensino e pesquisa;
• Apoiar alunos, professores e funcionários da PUC Minas para a execução de
pesquisas e estudos no exterior;
• Monitorar oportunidades de bolsas de estudos e financiamento a pesquisas para a
comunidade acadêmica da Universidade;
• Recepcionar e orientar alunos, professores e pesquisadores estrangeiros em visita à
PUC Minas;
• Promover eventos internacionais na Universidade;
• Realizar acordos para estudo de idiomas e trabalho no exterior.
Assim, a Assessoria de Relações Internacionais desenvolve intercâmbio que
consiste, basicamente, em:
1. Programas Acadêmicos Bilaterais: Convênios de caráter internacional, existente
entre a PUC Minas e uma instituição estrangeira, que pode ser uma universidade,
um instituto de pesquisa ou uma organização internacional, com objetivo de estudos,
realização de pesquisas ou estágios acadêmicos.
2. Programas de Treinamento Profissional: Acordos para realização de estágio
profissional de caráter internacional, a ser realizado no Brasil, por estagiário
estrangeiro, ou no exterior, por estudante brasileiro, podendo o mesmo ser
remunerado ou não. Estes estágios são, geralmente, feitos em empresas
conveniadas com a PUC Minas.
3. Programas de Aperfeiçoamento em Idiomas: Acordos com universidades e escolas
de línguas para estudo de idiomas em um país estrangeiro ou no Brasil.
4. PEC: Programa de Estudante-Convênio de Graduação e Pós-Graduação: constitui
um dos instrumentos de cooperação educacional que o Governo brasileiro oferece
estudantes originários de países em vias de desenvolvimento, especialmente da
África e da América Latina. A PUC Minas oferece anualmente seis vagas para
graduação e aproximadamente 15 vagas para pós-graduação.16
16Disponível em: http://www.pucminas.br/sri/index_padrao.php?pagina=2759#01, acesso em fev, 2010.
88
0
15
30
45
quan
tidad
e de
alu
nos
1°/2008 2°/2008 1°/2009 2°/2009
semestre/ano
Gráfico 27: Alunos da PUC Minas em Intercâmbio 2008 -2009
O gráfico acima mostra a quantidade de alunos da PUC Minas em intercâmbio, nos
anos de 2008 e 2009. Apesar de incipiente, o processo de internacionalização da
Universidade vem sendo incrementado nos últimos anos através de convênios, que
proporcionam o intercâmbio de estudantes com um variado número de países.
Deve-se ressaltar que a PUC Minas não oferece aos alunos bolsa para estudos no
exterior. Para professores, há a previsão de auxílio para capacitação docente em nível de
Doutorado-Sanduíche17 e pós-doutorado.
1.4.6 Potencialidades e Fragilidades
1.4.6.1 Potencialidades
A pesquisa, que compreende uma das dimensões da análise institucional, está
diretamente relacionada às dimensões do ensino e da extensão. Ela, como as outras,
compõe-se de pontos potenciais a serem desenvolvidos. Abaixo, são apresentados alguns
deles, inferidos a partir dos estudos desenvolvidos no processo de avaliação institucional:
17 Trata-se de um doutorado em colaboração com alguma instituição de pesquisa do exterior ou em outra região do país.
89
• A pesquisa se encontra articulada, para maioria dos alunos da pós-graduação com
as disciplinas do curso, com as atividades de extensão, com as necessidades do
entorno social e com as inovações da área do conhecimento;
• A maioria expressiva dos professores reconhece a indissociabilidade entre a
pesquisa e o ensino;
• As modalidades de fomento institucional, conforme quadro apresentado, obtiveram
incremento considerável nos últimos anos, com a concessão de bolsas de iniciação
científica;
• Os convênios com agências de fomento estatais (FAPEMIG, CAPES e CNPq) e
outros organismos privados foram incrementados, o que possibilitou o aumento do
número de bolsas;
• Os mecanismos institucionais de divulgação da pesquisa científica estão, agora,
indexados;
• A publicação de livros e revistas científicas é realizada por editora própria;
• A maioria dos alunos reconhece a qualidade dos mecanismos de divulgação dos
projetos científicos.
1.4.6.2 Fragilidades
Em contrapartida, têm-se algumas fragilidades que merecem realce:
• O número de produções científicas apresentou sensível declínio nos últimos dois
anos;
• Os incentivos da Assessoria de Relações Internacionais relacionados ao intercâmbio
no nível da pós-graduação stricto sensu, não contemplam às necessidades de
professores e alunos;
• A participação de alunos da graduação, tanto na modalidade presencial quanto na
EAD e da pós-graduação lato sensu em projetos de pesquisa apresenta-se ainda
incipiente;
• A maioria dos professores da graduação e da pós-graduação lato sensu
respondentes não possui horas dedicadas à pesquisa;
• Os alunos apontaram um baixo nível de concessão de auxílios para intercâmbio.
90
1.5 A Extensão da PUC Minas
A extensão na PUC Minas tem como órgão máximo na estrutura administrativa a Pró-
reitoria de Extensão (PROEX), responsável por sua gestão. Além dessa função, a Pró-
reitoria executa ações extensionistas em seus nove núcleos temáticos atuais, que se
consolidaram a partir de diversas práticas existentes na Universidade e de rearranjos
internos. Os núcleos desenvolvem diversos tipos de ações extensionistas, sobretudo
projetos, e são responsáveis pela articulação com os cursos de graduação e Pós-graduação
que também realizam ações extensionistas.
Para cumprir essas duas funções, a PROEX estrutura-se em: direção geral,
assessorias (Técnica, de Assistência Social, de Comunicação) e setores administrativos.
Em 2006, houve a oficialização da política de extensão da Universidade, consagrado
no documento “Política de Extensão Universitária da PUC Minas”, após resgatar sua própria
história nessa área, iniciada na década de 60 e passando por momentos que marcaram sua
concepção de extensão. Atualmente, a extensão na PUC Minas
consolida-se como um dos meios que permite ampliar os canais de interlocução com os segmentos externos à universidade. Simultaneamente, o contato com a sociedade retroalimenta o ensino e a pesquisa e a própria extensão, contribuindo para o desenvolvimento de novos conhecimentos científicos. (Política de Extensão Universitária da PUC MINAS, 2006, p. 16).
Reafirmam-se, no documento oficial, as diretrizes do Plano Nacional de Extensão
Universitária e do Fórum Nacional de Extensão e Ação Comunitária das Universidades e
Instituições de Ensino Superior Comunitárias (2002), e os princípios humanistas da
igualdade, liberdade, autonomia, pluralidade, solidariedade e justiça.
Consoante às referências acima, na PUC Minas, os princípios operacionais da
extensão universitária assim a definem como:
• Prática acadêmica dialógica entre a universidade e a sociedade, que se realiza na relação com o ensino e a pesquisa; • Produtora e disseminadora de conhecimentos advindos da comunidade acadêmica; • Instrumento para problematizar e buscar respostas às questões sociais, objetivando a qualidade de vida da população, em especial local e regional; • Ação interdisciplinar, multidisciplinar e transdisciplinar, que contribui para o processo de inclusão social e efetivação dos direitos humanos; • Instrumento de formação de profissionais tecnicamente competentes e eticamente comprometidos com uma sociedade mais justa e fraterna; • Prática acadêmica que deve ser submetida à avaliação sistemática, (...), de modo análogo às demais atividades-fim; • Uma ação que deve ser desenvolvida de modo a tornar as comunidades autônomas, evitando-se dependência ou assistencialismo. (Política de Extensão Universitária da PUC MINAS, 2006, p. 18).
91
A extensão, em sintonia com a missão da Universidade, além de sua função
acadêmica, é uma das dimensões em que a função social da instituição se faz presente.
Para realizar tal função, busca-se a participação tanto dos docentes, principalmente aqueles
conscientes e dispostos a colocarem seus conhecimentos e habilidades a serviço de uma
sociedade mais justa e igualitária, quanto do corpo discente, que aprende e pratica
procedimentos que o habilitam, no presente e no futuro, a se tornarem profissionais
responsáveis, ética e politicamente. Nesse processo está envolvido, também, o corpo
administrativo, nas atividades meio que lhe são próprias e em algumas atividades fim;
sobretudo os técnicos alocados na PROEX, que atuam diretamente nas ações
extensionistas e não apenas como atividade meio.
No ano de 2009, a extensão na PUC Minas contou com 210 professores, incluindo os
alocados na PROEX e os integrantes de equipes extensionistas alocados nos cursos de
graduação, sete coordenadores de extensão nas unidades, 90 coordenadores de extensão
nos cursos e 30 funcionários – técnicos e administrativos.
Para levar a cabo a extensão em toda sua complexidade conceitual, metodológica e
organizacional, a PROEX recentemente estimulou e articulou a criação de coordenações
nos cursos e nas unidades ou campi.
Dos processos decisórios na PROEX, além da direção geral da Pró-reitoria,
participam o colegiado ampliado integrado pelos coordenadores de extensão dos cursos e
de unidades/campi, e os coordenadores de núcleos temáticos. Este colegiado se reúne duas
vezes ao ano. Diretamente ligadas à direção Pró-reitoria, estão as assessorias técnica e de
comunicação e as secretarias.
Os nove núcleos temáticos da PROEX, embora se proponham a realizar várias
funções, se destacam por serem executores de projetos. São eles: Comunitário,
responsável por programas de fomento à mobilização e organização comunitária e práticas
associativas; Educativo, voltado para iniciativas de naturezas; Instituto da Criança e do
Adolescente – ICA, que promove, coordena e executa projetos de pesquisa e de formação
de pessoas envolvidas com a temática da infância, adolescência e juventude, além de
subsidiar, com seus estudos e diagnósticos, a formulação, implementação e avaliação de
políticas públicas voltadas ao público alvo; Meio Ambiente e Urbanismo, promotor de ações,
projetos e programas voltados para o desenvolvimento e a sustentabilidade ambiental;
Observatório de Políticas Urbanas, que articula atividades de extensão sobre novos
modelos de políticas urbanas; Promoção da Saúde, responsável por programas e projetos
voltados para a saúde individual, física e psíquica e para a qualidade de vida da
coletividade; Sociedade Inclusiva, cujos trabalhos visam assegurar direitos sociais
(educação, saúde, trabalho, acessibilidade etc.) de grupos socialmente
excluídos/marginalizados quanto à etnia, raça, orientação sexual, deficiência ou
92
necessidades especiais; Trabalho, Produção e Tecnologia: promove projetos na área de
qualificação e geração de trabalho e renda; Direitos Humanos: coordena projetos e
programas na área dos direitos humanos.
O desequilíbrio no exercício das duas funções básicas dos núcleos, gestão e
execução, a favor desta última, é objeto de preocupação da direção da PROEX e está
sendo desenvolvida uma mudança na dinâmica de funcionamento, em que a função de
gestão ganhará maior relevância. Isso significa que a extensão nos cursos deve ser
incentivada e apoiada pela PROEX, além da manutenção do financiamento atualmente
existente. Essa mudança permitirá maior aproximação da estrutura organizacional do ensino
e da pesquisa e, com isso, pretende-se que maior número de estudantes e de docentes
realize extensão em sua prática universitária.
Para normatizar as ações extensionistas, o Estatuto da PUC Minas estabelece a
criação de um regulamento interno da PROEX, o que ainda não foi feito, mas está na pauta
das medidas a serem tomadas em curto prazo.
A Assistência Social, enquanto política pública, regulamenta, nas três esferas de
governo – municipal, estadual e federal – as formas de as instituições beneficientes de
Assistência Social praticarem sua filantropia caso queiram ser consideradas como tal e, na
PUC Minas, parte dessa função está a cargo da PROEX que, para tanto, mantém uma
assessoria específica que integra sua estrutura. No ano de 2009, 77% dos projetos de
extensão foram classificados pela Assessoria como de Assistência Social.
1.5.1 Análise dos dados
Para apresentação e análise dos dados neste relatório, foram utilizadas várias
fontes: o questionário do monitoramento das ações extensionistas que integra o Sistema de
Gerenciamento de Projetos de Pesquisa e Extensão do DATAPUC (GPE), preenchido pelos
coordenadores dos projetos; os questionários específicos de avaliação elaborados pela CPA
e respondidos pelos docentes e estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação; e os
questionários aplicados aos integrantes das equipes extensionistas dos projetos em curso
no ano de 2009, também elaborados pela CPA. Os eventos e os cursos de extensão não
estão no GPE e têm como fonte os registros dos setores técnico administrativos da PROEX.
Assim, tem-se um quadro que reflete a atividade no conjunto da Instituição e outro,
complementar, que desce aos pormenores da dimensão extensionista, visto que colhe
dados dos públicos que atuam especificamente no segmento.
93
No que diz respeito à participação em projetos de extensão promovidos pela
Universidade, a maioria dos alunos (78,86%) respondeu não ter participado de nenhum
projeto, 15,31% disseram participar de uma a dois projetos, e menos de 6% afirmaram
participar de três a quatro projetos de extensão nos dois últimos anos.
Nos dados da dimensão Ensino de Graduação, tem-se que para 48% dos
estudantes, a extensão é “parte integrante e necessária à formação acadêmica” e para 22%
é um “processo sociocultural e educativo”. Para os docentes, os percentuais foram de 65% e
14%, respectivamente. Nota-se que nenhuma dessas duas categorias é definidora da
extensão universitária, embora dela possam ser ditas e, no entanto, as que dizem respeito à
comunidade/sociedade receberam percentuais relativamente baixos. Esse é um indício de
que a extensão é de compreensão difusa entre os seus principais agentes, o que,
provavelmente, influiu no autoreconhecimento nas ações extensionistas.
Em relação aos alunos, 78,57% dos docentes da graduação disseram incentivar seus
alunos a desenvolverem atividade de extensão. Entre os docentes da pós-graduação lato
sensu, 46,62% afirmaram incentivar os alunos a tal prática.
Na pesquisa junto aos docentes e estudantes envolvidos em projetos de extensão no
ano de 2009, o quadro também não difere muito, só que neste caso, o leque de respostas
foi ainda mais difuso e ampliado. Os resultados deste público constam na tabela abaixo:
Professor Aluno
Compromisso social da Universidade 6,07 5,87Prática que exige reflexão 6,02 6,05Integração com o ensino 5,98 5,90
Oportunidade de o estudante se exercitar na interdisciplinaridade 5,88 5,96
Atividades desenvolvidas junto à comunidade 5,84 6,15Prática integrante e necessária à formação acadêmica 5,84 5,80Processo educativo 5,84 6,09Integração com a pesquisa 5,74 5,49Processo sociocultural 5,74 5,87Captação de demandas sociais que pode atender, mesmo que parcialmente, por parte da universidade
5,65 5,49
A Universidade "estendendo" seus produtos ou outros bens à sociedade/comunidade
5,60 5,52
Oportunidade de o estudante se exercitar na transdisciplinaridade 5,46 5,61
Prática que exige avaliação 5,46 4,89Prática que exige conhecimento 5,23 5,30Oportunidade de indivíduos, grupos específicos ou comunidade/grupos populares terem acesso à Universidade
5,18 5,02
Prestação de serviço à comunidade 5,00 5,55Cursos abertos à comunidade 4,86 4,74Prática que exige diagnóstico socioespacial e da área específica de conhecimento
4,62 4,71
Fonte: CPA - PUC Minas. Extensão 2009
Tabela 18: Concepção de extensão professores extens ionistas PUC Minas 2009
Elementos do conceito de Extensão %
94
O que de imediato chama a atenção é o número elevado de respostas. Pode-se dizer
que há dificuldade em se identificar os vários aspectos da extensão, talvez porque essa
operação se situa no plano ideal dissociada, muitas vezes, da prática correspondente. De
qualquer modo, a extensão é valorizada, pois os aspectos apontados são constitutivos das
atividades extensionistas embora não, necessariamente, sejam seus definidores como
atividade acadêmica.
1.5.2 Ações e atividades de extensão da PUC Minas
As ações extensionistas predominantes na PUC Minas são de três tipos: projetos,
cursos e eventos (Tabela 19). As demais modalidades – programas e prestação de serviço -
são pouco expressivas do ponto de vista quantitativo. Há pouca clareza a respeito dessa
tipologia e, com isso, alguns projetos são considerados programas, o que se expressa na
linguagem ambígua “programas/projetos”, muitas vezes encontrada nos documentos oficiais
da extensão na PUC Minas. A prestação de serviço, também pouco definida, se enquadra
na categoria maior de “projeto”. Existem outras ações que não se reduzem a nenhum
desses tipos, como a participação em organismos atuantes no campo de políticas sociais,
como em conselhos, conferências, fóruns, etc., e diversas práticas vinculadas a disciplinas
nos cursos.
Programas /Projetos
Cursos Eventos Total
Coração Eucarístico 43 20 69 132
Barreiro 7 3 3 13
São Gabriel 15 2 6 23
Betim 16 1 5 22
Contagem 8 3 5 16
Arcos 15 1 7 23
Guanhães 1 1 - 2
Poços de Caldas 14 1 37 52
Serro 5 1 4 10
Total 124 33 136 293
Tabela 19: Ações Extensionistas segundo as Unidades /Campi PUC Minas 2009
Unidades/ CampiAções extensionistas
Fonte: Sistema de Gestão de Projetos de Pesquisa e Extensão – DATAPUC
95
A evolução do total das ações extensionistas apresenta uma flutuação que, em parte,
pode ser explicada pelo processo de registro dos dados e também em face de mudanças
nos critérios de alocação dos recursos por meio do edital PROEX, que implicou na seleção
de projetos baseada também, em critérios meritocráticos da qualidade do mesmo.
Tendo em vista a queda no ano de 2008 (Tabela 20), houve um grande esforço da
PROEX tanto na mobilização dos docentes para melhor preparação dos projetos quanto, em
conjunto com o DATAPUC, em estabelecer um sistema de registro mais eficiente para que
não mais se perdessem tantos dados sobre a extensão na PUC Minas. O aperfeiçoamento
do sistema ainda está em curso e, portanto, os dados apresentados podem estar
subestimados.
Unidade/ Campi 2007 2008 2009
Coração Eucarístico 113 116 132
Barreiro 8 3 13
São Gabriel 17 14 23
Betim 22 15 22
Contagem 24 8 16
Arcos 16 16 23
Guanhães 2 1 2
Poços de Caldas 26 13 52
Serro 3 3 10
Multicampi - 4 0
Total 231 193 293
Tabela 20: Ações de Extensionistas PUC Minas 2007 a 2009
Fonte: Sistema de Gestão de Projetos de Pesquisa e Extensão – DATAPUC
Apesar do esforço que se tem feito nos últimos anos, de se solicitar os dados às
equipes extensionistas, diversos motivos são alegados para o não preenchimento dos
formulários ou a baixa qualidade das informações. Alguns argumentos são verossímeis,
como a sobrecarga do final de semestre letivo, dificuldades do sistema operacional, as
dificuldades oferecidas pelos próprios questionários etc. Nada disso teria peso tão
acentuado, no entanto, se os docentes tivessem bem internalizada a importância da
extensão e, principalmente, se eles reconhecessem muitas de suas ações como de
extensão, principalmente os eventos e atividades vinculadas ao ensino.
Nos 124 projetos realizados no ano de 2009, a média de estudantes por projeto era
de 8,6, e a dos docentes era de 2,4. A dispersão, no entanto, é muito elevada: o desvio
padrão é de 17,1 para alunos e 2,2 para docentes.
Do ponto de vista espacial, vale ressaltar que a descentralização promovida pela
PUC Minas, ao criar unidades e campi no interior do Estado de Minas Gerais e em regiões
periféricas de Belo Horizonte, favoreceu o trabalho de extensão junto aos segmentos mais
96
vulneráveis, contribuindo efetivamente para sua valorização. Há ações extensionistas em
todas as unidades/campi e, proporcionalmente, há maior concentração nas unidades
menores, conforme pode ser visto na Tabela 21.
Os dados sugerem que estudantes assumem mais que os docentes a relação direta
com o público alvo ou a comunidade à qual o projeto se destina, e os docentes permanecem
mais nas atividades de assessoria e capacitação dos próprios estudantes. Nas oficinas, a
participação dos estudantes se destaca com quase 22%.
A multiplicidade das atividades realizadas tem a ver com o número elevado de cursos
que realizam ações de extensão. No total, são 23 cursos que participaram de 217 projetos
no ano de 2009.
A participação de alguns cursos merece comentários: o curso de Psicologia organiza
seus estágios curriculares bastante integrados à extensão, de modo que nos últimos anos
vem sempre no primeiro lugar do ranking dos cursos. Os modelos adotados pela Psicologia
são facilitados por ter sido adotado uma sistemática de procedimentos; a participação
elevada do Curso de Direito pode estar relacionada à dimensão de cidadania e à base legal
de muitos trabalhos da extensão na área social; os cursos da Tecnologia da Informação
(T.I.), Ciência da Computação, Sistema de Informação e Tecnologia em Jogos Digitais,
também apresentam uma participação expressiva, que pode ser compreendida em razão da
demanda elevada por capacitação ou inclusão digital de diversos grupos, principalmente
adolescentes, jovens e idosos.
A PUC Minas está afinada com as demandas emergentes por meio de sua
extensão; a participação elevada de alguns cursos também se deve, em parte, ao empenho
que o pessoal envolvido com a extensão realiza junto a seus cursos de origem, como é o
caso da Administração, as Ciências Biológicas, tal como a T.I., que respondem bem às
demandas emergentes com seus projetos de sustentabilidade ambiental; a Arquitetura e
Urbanismo passou por um processo recente de reformulação de seu Projeto Pedagógico,
voltando-se mais para a área social, em que a extensão adquiriu um papel bem mais
importante do que vinha tendo até então. É, nesse sentido, uma referência a ser adotada
por outros cursos; O curso de Ciências Sociais, embora criado há pouco tempo na PUC
Minas vem demonstrando seu compromisso social através da extensão, com alguns
projetos que se destacam pela qualidade, como o Parlamento Jovem; Na área da saúde, há
uma flutuação significativa: no momento, o Curso de Fisioterapia se destaca, mas também
merece atenção o empenho do Curso de Enfermagem.
A participação relativamente pequena de alguns cursos, principalmente por sua
vocação social ou por seu passado, merecem igual atenção, como é o caso do Curso de
Serviço Social e de Odontologia, visto que no passado eram cursos referenciais nas práticas
extensionistas. O Serviço Social, além de se caracterizar essencialmente por ser um curso
97
de intervenção na esfera social e política, mantém ainda, para outras universidades, uma
imagem de referência por suas inovações metodológicas, que ficaram conhecidas por
“Método BH”. Ele ainda é referido como um momento importante na história da metodologia
de trabalho social em comunidades. O Curso de Odontologia se caracterizou, em décadas
passadas, por seu projeto social que contribuiu inclusive para o avanço da reforma sanitária
no Brasil.
Merece destaque a participação da Pastoral Universitária na PUC Minas, que atua
em conjunto com cursos e consegue levar adiante bons projetos de extensão.
No planejamento estratégico em curso na PUC Minas, uma das diretrizes define que
os cursos assumam mais a extensão do que atualmente vem fazendo. A indissociabilidade
do ensino, pesquisa e extensão ainda não se traduziu operacionalmente nas dimensões da
pesquisa e do ensino e, nesse sentido, os cursos têm muito a avançar. A criação de
coordenações de extensão já é um avanço necessário, mas não suficiente.
1.5.3 Sistemáticas de avaliação
A concepção de extensão no sentido amplo implica na prática de avaliação e, como
tal, a explicitação de sua metodologia é exigida nos projetos apresentados à PROEX nos
editais anuais. Em 2009, 28% dos projetos de extensão foram avaliados pela população
beneficiária e, em 27% deles, constam que esta fez recomendações às equipes
extensionistas. Internamente, a PROEX desenvolve uma prática de realizar avaliações não
sistemáticas dos projetos e há consciência, entre os dirigentes, da necessidade de
aperfeiçoá-las.
A avaliação de processos, atividades, resultados e outros aspectos relativos ao
trabalho das equipes extensionistas fica a cargo dos coordenadores dos projetos, eventos e
cursos e, num plano mais geral, dos coordenadores de extensão dos cursos e das
unidades/campi.
O setor de monitoramento e avaliação da PROEX tem realizado levantamentos
sistemáticos da execução dos projetos ao final dos semestres letivos e é responsável por
atender às solicitações de dados e análises de vários setores internos da PUC Minas e de
órgãos externos a ela.
98
1.5.4 Impacto das atividades de extensão na comunid ade e na formação dos
estudantes
A participação dos estudantes em projeto de extensão durante o ano de 2009 se
encontra distribuída desigualmente entre as quatro modalidades de cursos da PUC Minas:
Graduação, Lato Sensu, Stricto Sensu e Ensino a Distância, prevalecendo a graduação,
com 21,14% e ocorrendo a menor participação nos cursos de pós-graduação lato sensu,
com 3,5%.
A questão do impacto ou efeitos da participação na extensão sobre a formação dos
estudantes foi contemplada na avaliação específica para esta dimensão. Expressam,
portanto, a avaliação dos alunos e professores que participam de atividades extensionistas.
Cabe ressaltar que as categorias utilizadas para se obterem as respostas foram
extraídas de monitoramentos anteriores realizados pela PROEX com questões abertas.
Professor Aluno
Melhoria da compreensão da realidade social 36,92 44,56
Valorização da inter ou da transdisciplinaridade 30,77 28,5
Melhoria da formação humanística 13,08 1,55
Estímulo à reflexão sobre a relação entre teoria e prática
8,46 10,88
Melhoria da formação política 3,08 4,15
Desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas
2,31 2,59
Abertura de novas perspectivas profissionais 1,54 2,59
Desenvolvimento da capacidade para formular problemas
1,54 2,59
Melhoria da formação artística 1,54 1,04
Abertura de novo campo de atuação profissional 0,77 1,55
Total 100 100
Tabela 21: Contribuição da participação em projetos de extensão para a formação do aluno PUC Minas 2009
Contribuições %
Fonte: CPA - PUC Minas. Extensão 2009
As maiores contribuições para a formação dos estudantes, identificadas pelos dois
segmentos, são a “melhoria da compreensão da realidade social” e a “valorização da inter
ou da transdisciplinaridade”, totalizando 73% e 68%%.
Os resultados para a comunidade e para os estudantes legitimam, do ponto de vista
qualitativo, a extensão. Uma avaliação dessa questão, do ponto de vista quantitativo, exige
99
o uso de indicadores e parâmetros, o que, de certa forma, já se encontra facilitado pela
produção de uma série histórica de dados dos três últimos anos. Na PROEX, percebe-se o
avanço da compreensão da extensão em sua complexidade, condição também necessária à
produção desses instrumentos de avaliação.
1.5.5 Integração da extensão com o ensino e a pesqu isa na PUC Minas
Há duas maneiras de se compreender essa questão: a que considera a existência
das funções de ensino e de pesquisa em uma mesma ação extensionista que, nesse caso,
teria na modalidade “programa” sua melhor expressão, e a visão de que pelo fato de as três
atividades-fim da universidade, ao se organizarem em estruturas distintas (Pró-reitoria de
Graduação, de Extensão e de Pesquisa), a extensão é o que se faz na PROEX. Nesta
última, a extensão é uma atividade complementar ao ensino. Esses dois modos de pensar a
extensão têm implicações diferentes no sistema de registro das informações. A primeira
visão compreende a função de ensino tanto internamente à equipe quanto em relação à
comunidade/público alvo e também estimula a realização de pesquisas, sobretudo os
diagnósticos que sustentam muitos projetos. A questão da inter ou transdisciplinaridade vai
ser importante nesse caso. Já a perspectiva organizacional se preocupa com os lugares
institucionais em que determinadas práticas são realizadas e nem sempre os critérios
organizacionais estão afinados com a melhor compreensão de extensão. Nesta visão, as
atividades extensionistas realizadas em disciplinas integrantes do currículo não são
consideradas como tal e a pesquisa diz respeito à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-
graduação.
Essa consideração se faz necessária para a compreensão das respostas dadas por
docentes e estudantes no questionário de avaliação, consolidadas na Tabela a seguir:
Disciplinas %
Disciplinas curriculares 23,39
Estágio supervisionado 16,13
Práticas investigativas 10,48
Monografia / Trabalho de conclusão do curso 10,48
Pesquisa 9,68
Outra 20,97
Dado perdido 8,87 Total 100
Tabela 22: Articulação da extensão com ensino/pesqu isa PUC Minas 2009
Fonte: Sistema de Gerenciamento de Projetos de Pesquisa e Extensão/DATAPUC
100
O pressuposto das respostas acima é de que a extensão pode contribuir para a
estrutura do ensino que, por sua vez, contempla disciplinas e práticas de pesquisa. É
significativo que 10% dos projetos tenham se desdobrado em monografias e quase o
mesmo percentual seja válido para pesquisa.
A mesma questão apurada junto aos docentes e estudantes que participam de
projetos de extensão teve aproximadamente o mesmo perfil, destacando-se a presença das
Atividades Complementares de Graduação que comparece com o maior índice, 20,87%
entre os docentes e 23,65% entre os estudantes. É interessante notar que 21,95% das
respostas dos docentes e 19,3% das respostas dos estudantes apontam para pesquisa.
Detalhando o conteúdo da relação entre os projetos de extensão e a pesquisa foi
montada a Tabela 25, onde 88,45% das respostas dos docentes e 82,37% dos estudantes
mostram diversos aspectos positivos.
Professor Estudante
A experiência do projeto de extensão favoreceu a formulação de projeto de pesquisa
26,4 22,92
Estudos realizados no projeto de extensão auxiliaram nos estudos da pesquisa
20,79 17,63
Estudos realizados na pesquisa auxiliaram no projeto de extensão 19,47 16,62
Forneceu base de dados para pesquisa atual 15,51 14,61
O projeto de extensão foi um meio pelo qual os resultados de uma pesquisa foram disponibilizados
13,53 10,58
Fundo de Incentivo à Pesquisa (FIP) da PUC Minas 2,31 -
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PROBIC) 1,65 -
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC) 0,33 -
Não houve relação entre o projeto de extensão e pesquisa 11,55 17,63
Total 100 100Fonte: CPA - PUC Minas. Extensão.
Tabela 23: Relação entre extensão e pesquisa PUC Mi nas 2009
Formas da relação entre o projeto de extensão e pes quisa %
Os efeitos da participação em projetos de extensão para os docentes são também
um aspecto importante da articulação entre as três atividades-fim da universidade. Assim,
esse tipo de dado foi levantado no sistema de monitoramento dos projetos do ano de 2009.
As respostas apresentadas estão em sintonia com avaliações informais expressas
frequentemente em oportunidades, como nos eventos internos da PROEX. A participação
em bons projetos tem efeitos muito positivos também para os docentes que são defrontados
com uma realidade concreta que os obriga a rever algumas certezas estabelecidas, tanto no
plano do conhecimento quanto das esferas ética e política. Muitas vezes, a experiência
opera como estímulo à reflexão e à busca de novas formas de ensinar e pesquisar. É uma
101
experiência que deixa suas marcas ao manter contato, sensível e reflexivo, com a
concretude da realidade social e, com isso, impede que o mundo acadêmico da
universidade se afaste muito do “mundo da vida”. Essa questão é tão forte na experiência da
extensão que, mesmo em projetos questionáveis quanto à correspondência entre as áreas
do conhecimento/formação e as atividades dos projetos, há muitos depoimentos de
estudantes quanto ao alto valor atribuído à prática vivenciada.
1.5.6 Políticas institucionais para o desenvolvimen to das atividades de extensão
Dada à relevância da extensão como uma das atividades-fim da universidade, mas
ao mesmo tempo, sua pouca valorização e prática entre docentes e estudantes, a PUC
Minas e a PROEX, em particular, vêm adotando políticas para que o ela seja fortalecida.
Nesse sentido, podem ser vistas as seguintes medidas:
a) Reforma das instalações físicas da PROEX, visando atender às necessidades de
seus nove núcleos temáticos e demais setores técnicos e administrativos.
b) Criação do cargo de coordenador de extensão nos cursos e unidades/campi, para
que a articulação com o ensino e pesquisa se torne mais efetiva e que as ações
extensionistas sejam incentivas com mais proximidade. Para esses coordenadores
de extensão e os de projetos, a PROEX mantém um programa de formação
continuada;
c) Incremento do sistema de informação da extensão;
d) Realização de Seminários de Extensão semestrais, quando são expostos os
trabalhos e produtos do trabalho das equipes extensionistas;
e) Implantação de uma Assessoria de Comunicação para divulgação interna e
externa das ações extensionistas;
f) Fomento aos projetos e aos eventos de extensão, realizados por iniciativa dos
cursos, por meio de Edital interno e regras bem definidas para aprovação;
g) Acompanhamento e assessoria dos núcleos da PROEX aos projetos de extensão
realizados nos cursos;
h) Reordenamento dos projetos realizados nos núcleos da PROEX no sentido de
agregá-los em programas com unidade temática, evitando, assim, dispersões até
então existente;
i) Avaliações pontuais dos projetos de extensão, sobretudo os dos núcleos da
PROEX;
102
j) Participação da PROEX na comissão avaliadora dos projetos pedagógicos dos
cursos junto à Pró Reitoria de Graduação;
k) Disponibilização dos recursos humanos e técnicos, como banco de dados
produzidos ou adquiridos nos projetos de extensão da PROEX, para subsidiar as
ações extensionistas promovidas pelos cursos;
l) Inserção da extensão na Semana de Avaliação e Planejamento que ocorre a cada
final de semestre;
m) O incremento do número de docentes em Regime de Tempo Integral (RTI),
ocorrido no final de 2009 vai permitir à PROEX e aos cursos contar com maior
disponibilidade de horas para a extensão, substituindo, em muitos casos, a alocação
de recurso captado pelo projeto por jornada de trabalho permanente.
1.5.7 Incentivos institucionais à extensão e de out ras fontes
Um dos maiores incentivos institucionais à extensão na PUC Minas é o
financiamento de suas ações, sobretudo dos projetos, por serem os de custo mais elevado.
Esse financiamento se dá de diversos modos, não havendo um único setor que o centralize,
mas, sem dúvida, a PROEX é o principal aglutinador dos recursos.
O pagamento de horas dos recursos humanos alocados nas equipes extensionistas
é o mecanismo que dá maior sustentação à realização das ações e a maior parte dele é
feito pela própria Universidade. As parcerias firmadas ou informais também alocam algum
recurso, de difícil mensuração, uma vez que se dão na forma de disponibilização de área
física, equipamentos, gastos com transporte etc. Em 2009, o total de instituições parceiras
nos projetos de extensão ou vinculados a extensão foi de 127.
Quase 50% dos projetos tiveram pelo menos uma instituição parceira e um deles se
destaca, com 33 instituições: o “Barreirodigital_br – um projeto de inclusão digital”. A maioria
possui apenas um parceiro (45 projetos).
Em projetos de prestação de serviço se encontram, também, outras fontes de
financiamento na forma de transferência direta de recurso financeiro. Esse tipo de recurso
apresenta uma grande variação, destacando-se o “Projeto Criança Esperança” como o
maior deles.
Além dos incentivos expostos acima para viabilizar as ações extensionistas, seja
com recursos próprios ou captados entre os parceiros, a PUC Minas oferece incentivos que
possuem, também, uma dimensão simbólica de reconhecimento. São incentivadas e
103
viabilizadas as participações em encontros de diversos tipos, onde são expostos os
resultados dos trabalhos de extensão.
A participação em organismos consultivos e deliberativos das políticas sociais, como
Conselhos, Conferências, Fóruns etc., também opera como incentivo ao trabalho de
extensão, por seu significado político, o que lhe dá uma dimensão maior do que os
resultados diretamente apuráveis com os beneficiários diretos das ações.
1.5.8 Potencialidades e Fragilidades
1.5.8.1 Potencialidades
A Extensão vem se consolidando e ocupando espaço significativo na formação do
aluno e também do corpo docente, haja vista que, há poucos anos atrás, a dimensão era
pouco reconhecida como atividade-fim em todas as universidades brasileiras. Na PUC
Minas, dada a sua feição comunitária e filantrópica, a extensão sempre se fez presente.
Atualmente, está galgando status acadêmico, que se traduz, principalmente, no crescimento
da participação de alunos e professores, na inserção em disciplinas, na produção
acadêmica por meio de diferentes materiais como monografias, cartilhas, vídeos etc. e
também pela organização e sistematização de seus processos e produção.
Assim, as potencialidades que a dimensão apresenta se expressam:
• no crescimento da participação do número de alunos e professores e no
reconhecimento de como as práticas ali desenvolvidas contribuem para a formação
acadêmica, reflexão crítica e capacidade de lidar com os problemas que a sociedade
nos coloca, isso tanto para professores quanto para os alunos;
• no envolvimento do corpo técnico-administrativo tanto no suporte das atividades
quanto na execução de ações extensionistas, o que aponta para a inserção da
dimensão na estrutura da organização universitária;
• no envolvimento cada vez maior de alguns cursos na prática extensionista,
entendendo-a como um espaço para atuação mais próxima com a sociedade, o que
possibilita uma formação mais concatenada às demandas da sociedade;
• nos experimentos extensionistas que, embora reduzidamente, são desenvolvidos em
programas de pós-graduação, fato nem mesmo previsto na avaliação da CAPES;
104
• no desenvolvimento do sistema de monitoramento e avaliação como sistematização
dos processos e práticas ali desenvolvidas, que atua como retroalimentador dessas
práticas;
• na criação e consolidação de espaços de debate e discussão sobre os projetos como
seminários e participação na semana de planejamento.
1.5.8.2 Fragilidades
Considerando essas potencialidades, algumas indagações, identificadas como
fragilidades, podem ser suscitadas com vistas à busca de melhorias, quais sejam:
• o ainda pequeno reconhecimento da dimensão como atividade-fim, que se expressa,
principalmente, pela pouca participação de vários cursos, muitos dos quais cuja
prática profissional encontra-se diretamente ligada a grupos sociais vulneráveis.
Destaca-se ainda, nesse revés, o distanciamento dos cursos das áreas tecnológicas;
• as dificuldades no estabelecimento de parâmetros que tornem claro o conceito de
extensão e que permitam classificar as diferentes ações extensionistas e delimitar o
seu campo de atuação;
• os problemas que ocorrem nos sistemas de registros e a criação de mecanismos que
levem o professor a se sentir estimulado, a despeito das dificuldades, a registrar
suas ações extensionistas e ampliar disseminação das informações sobre os
trabalhos que realiza;
• as barreiras, não muito claras, que dificultam a integração entre ensino, pesquisa e
extensão.
Enfim, essas questões podem ser equacionadas à medida que as potencialidades
que ora se apresentam possam se cristalizar em ações que cada vez mais mobilizem a
comunidade acadêmica e que, mais ainda, passem a fazer parte da vida do cotidiano da
Instituição.
105
2 POLÍTICAS DE PESSOAL
2.1 Corpo Docente
A política de pessoal da PUC Minas é regida tanto pelos instrumentos legais (CLT18,
LDBen, Acordo Coletivo, Convenção Coletiva de Trabalho) quanto pelos documentos oficiais
que regulamentam a estrutura acadêmico-organizacional da Universidade (Estatuto de
Universidade, Regimento Geral, Estatuto de Carreira Docente).
No tocante à política de pessoal docente, a Universidade atende aos requisitos
estabelecidos pela LDB em relação ao número de professores com a titulação de mestre e
doutores. A tabela a seguir demonstra a evolução desse quadro.
Ano Doutor Mestre Especialista Graduado
2008 534 1.017 303 73
2009 594 1.016 262 65
Tabela 24: Titulação de Professores PUC Minas 2008 - 2009
Fonte: Data Werehouse , janeiro 2010.
Quanto ao estabelecimento do Regime de Tempo Integral, para o mês de setembro
de 2009, os dados da Pró-reitoria de Recursos Humanos registravam o percentual de
23,17% em tal situação. No final daquele ano, a PUC Minas realizou um ajuste na estrutura
de pessoal docente de modo a alocar pelo menos 1/3 de seu professorado nesse sistema,
conforme determina a legislação. Os dados definitivos desse ajuste ainda não puderam ser
confirmados.
Outro aspecto relevante da política de pessoal refere-se ao sistema de promoção
conforme previsto no Estatuto de Carreira Docente, ainda parcialmente em voga. O sistema
prevê dois processos de promoção: a) horizontal, assentado na conjugação do tempo de
serviço docente prestado à Universidade, com o mérito acadêmico; b) vertical, quando da
titulação conjugado à experiência mínima de dois anos no Ensino Superior.
Em 2005, a promoção horizontal foi temporariamente suspensa em face da
inexistência de critérios objetivos definidores do mérito, um dos quesitos para o processo.
As promoções verticais continuam a acontecer em face da existência de critérios de
definição mais claros.
18 Consolidação das Leis Trabalhistas.
106
Em função desse quadro e da implantação do Novo Estatuto da Universidade na
estrutura acadêmico-administrativa, um novo estatuto de carreira docente e novos critérios
de promoção estão sendo elaborados. A previsão é de que esses parâmetros sejam
definidos e implantados ainda em 2010.
Com respeito à atuação funcional, o professor tem acesso às disciplinas por meio de
provimento interno, aberto para os profissionais habilitados, por meio de comprovação do
currículo. Na impossibilidade do preenchimento das vagas, são abertos os provimentos
externos, com os requisitos para a concorrência publica.
O Programa Permanente de Capacitação Docente (PPCD), instituído pela PUC
Minas para apoiar a qualificação acadêmica do professor, criado há mais de 15 anos,
constitui-se na disponibilização de horas remuneradas para o docente cursando mestrado
ou doutorado. O Programa de Capacitação Docente tem, por finalidade, incentivar a
titulação de seus professores por meio do pagamento de horas-aula e liberação de carga
horária para os docentes regularmente matriculados em programas de pós-graduação stricto
sensu no país, em instituições de renomada excelência acadêmica, ou no exterior. Faz jus a
esse programa o professor com no mínimo 12 horas aulas e 10 anos de trabalho na
Instituição. Para o mestrado, o professor tem direito a remuneração equivalente a dez horas
aulas no semestre, referentes à elaboração da dissertação. Para o doutorado realizado na
localidade onde o docente exerce a sua atividade de trabalho, o benefício garante dez horas
aulas por semestre, durante o período máximo de quatro semestres. Para aquele que cursa
o doutorado em Instituição fora da localidade de trabalho são garantidas 12 horas/semestre
por, no máximo quatro semestres. Por fim, há, ainda, como demonstra o quadro, o auxílio
para o desenvolvimento de estágio pós-doutoral para professor que solicita/recebe bolsa de
uma agência – nacional (CAPES, CNPq, etc.) ou internacional – de fomento, o que tem se
realizado em prol da qualificação dos docentes para atuação nos Programas de pós-
graduação.
O quadro abaixo mostra a evolução do programa nos dois últimos anos.
CURSO 2/2007 2/2008 1/2009
Mestrado 20 2 3
Doutorado 179 118 108
Estágio Pós-doutoral 7 9 10
Total 206 129 121
Quardo 3: Auxílio PUC Minas Carga Horária - Evoluçã o
Fonte: Data Warehouse - PUC Minas.
107
Os dados revelam o decréscimo do auxílio tanto para o nível de mestrado quanto
para o doutorado e o crescimento do auxílio pós-doutoral.
A Universidade dispõe, ainda, em sua estrutura, de uma Comissão Central de
Pessoal Docente (CCPD) composta por dois membros designados pelo Reitor e dois
membros representantes da Associação de Docente da PUC (ADPUC). A CCPD é
responsável por avaliar os processos de provimento interno (recursos inclusive), externos,
resilição, promoção e demissão. Atua como instância de mediação, de modo a garantir
transparência a esses procedimentos.
Quanto aos benefícios, a PUC Minas contribui com um percentual no Plano de
Aposentadoria Privada e Plano de Saúde, estendido a professores e funcionários.
2.2 Corpo técnico-administrativo
A PUC Minas conta com um quadro de 201519 funcionários, que atendem às
demandas administrativas de professores e alunos na Instituição. Em relação ao perfil dos
funcionários respondentes, 58,54% são do sexo feminino e 41,46% do sexo masculino. Em
relação ao turno de trabalho, 47,01% dos respondentes afirmam trabalhar no turno da
manhã e tarde, 18,40% trabalham no turno tarde e noite. Numa adequação às condições de
trabalho em tempo contínuo, 4,66% dos funcionários afirmaram que trabalham no turno
manhã e noite. No entanto, ressalta-se que esse turno tende a acabar, uma vez que o
horário de trabalho a ser cumprido deve ser de oito horas contínuas de trabalho.
Em relação à faixa etária dos funcionários, conforme tabela 27, observa-se que a
idade dos funcionários varia entre 20 e 40 anos, sendo que 32,59% estão na faixa etária
entre 20 e 30 anos e 34,81% estão entre 31 e 40 anos de idade. Poucos funcionários estão
com menos de 20 anos de idade (1,55%) ou acima de 50 anos (10,64%).
Faixa etária Percentual
Menos de 20 anos 1,55
De 20 a 30 anos 32,59
De 31 a 40 anos 34,81
De 41 a 50 anos 20,4
Acima de 50 anos 10,64
Fonte: CPA - PUC Minas.
Tabela 25: Faixa etária Funcionários PUC Minas 2009
19 De acordo com o PUC em Números, 2º semestre de 2009.
108
Indagou-se aos funcionários sobre o tempo de trabalho na PUC Minas. Conforme
tabela 28, percebe-se que quase a metade do corpo técnico-administrativo trabalha há
menos de cinco anos (47,45%) e 31,26% tem entre cinco a 10 anos de trabalho na
Instituição.
Tempo trabalho Percentual
Menos de 5 anos 47,54
De 5 a 10 anos 31,26
De 11 a 20 anos 12,42
De 21 a 30 anos 4,88
Acima de 30 anos 3,99
Fonte: CPA - PUC Minas.
Tabela 26: Tempo trabalhado Funcionários PUC Minas 2009
A estrutura ocupacional do corpo técnico-administrativo incorpora a multiplicidade de
serviços que a Universidade oferece. Assim, oficialmente, a Universidade dispõe de três
grandes blocos de categorias: a) as que dão suporte às atividades meio e fim, com o
respectivo plano de cargos e salários referenciados à Convenção Coletiva acordada com os
Sindicatos das Escolas Particulares e dos Auxiliares de Administração Escolar; b) as que
realizam atividades e serviços de radiodifusão e TV, cujo plano de cargos e salários é
condizente com o acordo coletivo do segmento; c) e, por fim, os trabalhadores da fazenda
experimental, que dada a especificidade do trabalho, tem outro plano de cargo e salários.
No que toca ao processo de recrutamento de pessoal administrativo, a seleção é
realizada por meio da análise de currículo, entrevista e avaliação psicológica. O processo
contempla, ainda, uma avaliação do gestor do setor onde irá atuar o contratado.
As ações de aperfeiçoamento e qualificação profissional são realizadas sob
demanda dos setores. Neste caso, geralmente, são realizados treinamentos necessários
para lidar com modificações técnicas ou de procedimento rotineiros daquele setor. Não se
conhece um programa continuado de atualização e aperfeiçoamento corporativo do quadro
administrativo. No caso dos novos contratados não foi verificado um processo sistemático
de treinamento, novamente isso ocorre se há demanda da chefia imediata.
Não há critérios explicitados e objetivos de ascensão funcional para o corpo técnico-
administrativo. A possibilidade de ascensão, quando ocorre, depende da avaliação da
chefia imediata e das negociações entabuladas com a Gerência de Desenvolvimento de
Pessoas, que faz a avaliação considerando o quadro de pessoal da Universidade. Além
disso, há um processo de provimento interno que ocorre quando da ociosidade de vagas,
109
aberto a todos os funcionários, desde que se enquadrem dentro do perfil estabelecido. Isso
não chega a ser uma possibilidade de ascensão, pois o funcionário pode concorrer para
uma vaga no mesmo nível funcional que ocupa.
A Pró-reitoria de Recursos Humanos vem implantando correções que permitam
evoluir para uma avaliação meritocrática. Está em fase de estudo a criação de
procedimentos de avaliação de desempenho, tanto para professores quanto para
funcionários, que serão balizadores da ascensão funcional.
A PUC Minas disponibiliza bolsas de estudos para os funcionários, atendendo às
negociações com os sindicatos das categorias: No nível da graduação são distribuídas um
número variável de bolsas que podem chegar até a integralidade. Para a pós-graduação lato
sensu, a Instituição oferece 5% de desconto nas mensalidades. As bolsas para pós-
graduação são também fruto da negociação sindical, sendo ofertada uma bolsa para a pós-
graduação stricto sensu e número variável para pós-graduação lato sensu.
Quanto à avaliação dos benefícios oferecidos pela PUC Minas, 67,7% dos
respondentes avaliam o vale-transporte como suficiente, 57,96% tem igual avaliação para
bolsa de estudos, 81,64% para plano de saúde e 54,55% para plano de previdência privada.
Segundo 90% dos respondentes, a PUC Minas não oferece benefícios como cesta básica
ou vale-alimentação.
Procurando mensurar em que medida os funcionários absorvem os pressupostos da
Missão Institucional, os dados demonstram que, para 82,44%, as atividades que executam
na PUC Minas encontram-se direta ou parcialmente ligadas ao cumprimento da missão da
IES. Ainda nesse quesito, mais de 60% avalia que o seu trabalho possibilita o
desenvolvimento de formação de valores humanísticos. Da mesma forma, avaliam que o
trabalho possibilita maior comprometimento com os desafios da sociedade, o que demonstra
um alto grau de satisfação ainda que os mesmos observem algumas fragilidades citadas
acima.
Nesse aspecto, apenas 26,11% afirmam participar de treinamentos periódicos e 18%
avaliam que tiveram treinamento apenas no período de admissão. Observa-se que esse
dado respalda a percepção de que o treinamento é demandado pelo setor e que ocorre com
freqüência variada.
Dentre os respondentes, 52,43% afirmam não ter passado por avaliação de
desempenho. Dos 47,57% restante, 19,91% afirmaram que ela foi realizada sem a sua
participação e 26,99% com a sua participação. Quase 90% dos funcionários dizem não
conhecer os critérios para a avaliação de desempenho da PUC Minas. Mais de 80% dizem
não existir ou desconhecem os critérios de progressão na carreira funcional. Em relação a
autoavaliação no preparo para as tarefas desempenhadas, 92,7% diz que ter preparação
adequada para o exercício da função.
110
No tocante à proposição de tarefas cotidianas, 78,7% informou que essas são
propostas de maneira clara. 73,45% dos funcionários indicaram que atividades no trabalho
são interessantes. De modo geral, os funcionários estão satisfeitos com as atividades
desempenhadas.
Quanto à avaliação da equipe necessária ao trabalho, 46,2% afirmam que, em seu
setor, o número de funcionários não é suficiente para realização das tarefas.
2.3 Potencialidades e fragilidades
A política de pessoal da PUC Minas apresenta peculiaridades que resulta da
diversidade do seu quadro funcional. De modo geral, em relação aos professores, os
critérios para a ascensão são mais objetivos, embora apresente algumas debilidades em
face da ausência de critérios consensuais de mérito, sendo esta situação mais visível no
tocante ao corpo de funcionários técnico-administrativos. A Instituição vem realizando
mudanças no tocante a essa política, visando à melhoria desses aspectos.
2.3.1 Potencialidades
Nas iniciativas, em curso, da adequação da política de pessoal para o corpo docente
em consonância com as determinações do MEC, tem-se que:
• a crescente qualificação do corpo docente, nos últimos anos, demonstra que a IES
dispõe de um quadro de profissionais com habilidades e competências suficientes
para a garantia de uma educação de qualidade;
• o grau de satisfação do corpo técnico-administrativo indica que, a PUC Minas dispõe
de um profissional comprometido com os valores e missão institucionais e que se
sente bem em desempenhar as tarefas propostas.
Esses aspectos devem ser aproveitados de modo que a Instituição possa obter
ganhos de eficiência e qualidade na oferta de serviços educacionais. Nesse processo, as
fragilidades, a seguir apontadas, poderão ser supridas.
111
2.3.2 Fragilidades
Em relação à Política de Pessoal – docentes e funcionários – da PUC Minas, não se
pode desconsiderar:
• a ausência de critérios objetivos para alguns aspectos da progressão da carreira,
tanto para funcionários quanto para professores, principalmente quanto aos
primeiros;
• a necessidade de uma política de treinamento e qualificação sistemática,
principalmente para o corpo técnico-administrativo. Dado o dinamismo e mudanças
contínuas do mundo contemporâneo, é preciso que parte dos funcionários possam
acompanhar tais mudanças;
• o estabelecimento de ações que possibilitem a maior integração do corpo técnico-
administrativo, de modo a potencializar as habilidades e competências que o mesmo
dispõe.
112
3 INSTITUIÇÃO E SOCIEDADE
3.1 Egresso As Instituições de Educação Superior (IES) assim como seus departamentos ou
colegiados de cursos, consideram fundamentais a opinião e o perfil de seus egressos, para
criação de novos cursos e aferição da qualidade de seus cursos já existentes. Essas
informações são úteis para revisão de programas e planos de ensino e também são
utilizadas para criação de novas oportunidades de formação continuada. Assim, é
importante conhecê-los, bem como desenvolver ações que os mantenham em permanente
contato com a Instituição.
A fim de conhecer o perfil do egresso da PUC Minas e considerando que essa é uma
dimensão importante no processo de autoavaliação das IES, foram elaborados
questionários estruturados, aplicados através de entrevistas telefônicas. Para tal, foi
delimitada uma amostra de 597 egressos, que haviam se formado desde o 1º semestre de
2006 ao 1º semestre de 2009, em todos os cursos da Universidade. O perfil dos
entrevistados, bem como a análise dos dados referentes ao curso de graduação e à
atividade profissional serão apresentados a seguir:
Em relação ao perfil, observa-se que a maioria dos egressos é do sexo feminino
(58%). A idade da maioria (73,03%) está na faixa de 21 a 30 anos e 79,23 % residem em
BH ou na grande BH.
A formação em um curso de graduação tem como objetivo principal a produção de
conhecimento e de habilidades necessárias para inclusão do futuro profissional no mercado
de trabalho. Este conhecimento pode ser entendido e adquirido pela interação e articulação
do trinômio ensino, pesquisa e extensão. Com base na avaliação de diversos cursos da
Universidade, em relação à graduação na PUC Minas, observou-se que, para 93,3% dos
respondentes, o curso atendeu parcialmente (35,18%) ou plenamente (58,12%) as
expectativas iniciais. Para 81,74% o curso contribuiu plenamente para o aumento da cultura
geral. Para 92,79% o curso forneceu parcialmente (40,70%) ou plenamente (52,09%) a base
teórico-prática para o exercício da profissão. Para 71,86% o curso melhorou plenamente o
desempenho profissional. Para 76,05% o curso criou parcialmente (28,31%) ou plenamente
(47,74%) boas oportunidades de emprego.
Em relação a criação de novos empreendimentos, viu-se que o curso não atende
plenamente a esse quesito, segundo grande maioria dos egressos, conforme tabela a
seguir:
113
Grau de satisfação Percentual
Insatisfatoriamente 15,41
Não atendeu 27,64
Parcialmente 24,96
Plenamente 31,99
Fonte: CPA - PUC Minas, 2009
Tabela 27: Criação de novos empreendimentos
Egressos PUC Minas
Para 70,18% dos egressos, o curso era plenamente reconhecido como referência
na área. Em relação ao aprimoramento humano, a maioria (82,91%) considera que o curso
atendeu plenamente a este quesito.
De forma geral, 91,67% dos egressos se autoavaliaram como bons (71,36%) ou
excelentes (20,27%) alunos durante sua formação na PUC Minas.
A participação dos egressos em atividades acadêmicas pode ser observada, na
ordem decrescente a seguir: participação em eventos da sua área de formação (91,79%);
estágio (79,40%), prática de pesquisa (52,09%), monitoria (39,03%), participação em
eventos de outras áreas (39,03%), atividades de extensão (37,35%). A satisfação, para os
que participam das atividades, está apresentada no gráfico a seguir:
0
10
20
30
40
50
60
70
perc
entu
al
Participação em eventosda sua área de formação
Estágio Prática de pesquisa M onitoria Participação em eventosde outras áreas
Atividades de extensão
Gráfico 28: Avaliação das Atividades Acadêmicas - E gressos PUC Minas
Bom Excelente Não se aplica Péssimo Razoável Ruim
Fonte: CPA – PUC Minas.
Observou-se uma baixa participação dos egressos nas atividades de pesquisa e
extensão, o que compromete as bases da construção do conhecimento.
Dos respondentes, 70,19% consideram que o curso é muito atualizado (19,77%) ou
atualizado (50,42%).
É notório que, ao falar em conhecimento, não se pode deixar de mencionar a
formação ou educação continuada, pois o conhecimento ultrapassa os limites da
graduação.
114
Ao se avaliar a formação continuada do Egresso PUC Minas, é possível observar
que apenas 40,37% dos egressos realizaram algum curso após a graduação. Este
percentual pode ser considerado baixo, mas é possível relacionar esse dado ao fato de que
os Egressos avaliados haviam se formado na graduação há, no máximo, três anos. A IES
oferece diversos cursos de pós-graduação lato sensu, pelo IEC PUC Minas (Instituto de
Educação Continuada), além de cursos de pós-graduação stricto sensu ofertados por
diversos institutos da PUC Minas. Para a parcela dos que fizeram um curso após a
graduação, 33,61% realizou para melhorar o salário, 27,8% para buscar mais títulos
acadêmicos e 20,75% para atualizar os conhecimentos, conforme tabela a seguir:
Objetivos Percentual
Atualizar conhecimento 20,75
Adaptar à nova situação ocupacional 13,69
Buscar mais títulos acadêmicos 27,8
Ocupar o tempo ociosso 1,66
Melhorar o salário e profissional 33,61
Outros motivos 2,49
Fonte: CPA - PUC Minas, 2009
Tabela 28: Objetivos para a educação continuada Egressos PUC Minas
Os respondentes, objetivando seu aperfeiçoamento profissional, consideram
importantes os seguintes cursos: cursos de línguas estrangeiras (89,61%); certificação na
área de informática (70,69%); cursos de atualização ou aperfeiçoamento na sua área de
formação (92,63%); cursos de pós-graduação lato sensu (87,94%); cursos de pós-
graduação stricto sensu (74,71%).
Em relação à inserção profissional do Egresso da PUC Minas, nota-se que 70,67%
trabalham na área de sua graduação e que a maioria, 52,76%, trabalha no setor privado. Na
relação de trabalho tem-se que 51,93% são empregados, 15,41% são autônomos e 9,21%
são proprietários. Os demais estão em outra situação. Em relação à faixa salarial, 71,19%
recebem abaixo de 10 salários mínimos e 49,92% recebem abaixo de cinco salários
mínimos. A seguir, apresentam-se a distribuição do tempo em que os egressos levaram
para atuar na área de formação, após a conclusão do curso:
115
Tempo Percentual
Já atuava na área 30,82
Menos de 6 messes 30,99
Entre 6 e 12 messes 7,54
Entre 1 e 2 anos 4,36
Entre 2 e 3 anos 0,84
Mais de 3 anos 0,17
Não se aplica 25,29
Fonte: CPA - PUC Minas, 2009
Tabela 29: Tempo para atuação na área Egressos PUC Minas
Em relação aos que não exercem a profissão, destacam-se os principais motivos:
falta de oportunidades (6,20%); abandono por desencanto no exercício profissional (1,34%);
opção por uma profissão mais rentável (4,52%); permanência na ocupação anterior à
graduação (2,18%);
Em relação a participação dos Egressos na vida da Universidade, uma maneira
eficaz de estreitar o relacionamento com os mesmos é através da comunicação, ou seja,
através dos contatos mantidos entre instituição formadora e egressos. Assim, observou-se
que apenas 40,20% dos egressos mantêm algum contato com a PUC Minas. Os principais
motivos dos egressos manterem contato com a PUC Minas são: inserção no mercado
profissional, participação em eventos e seminários, participação em comitês, agremiações e
outros, e busca de informações sobre cursos oferecidos. Em contrapartida, as principais
razões do egresso não manter contato com a PUC Minas são: não atuar na área, falta de
acesso às informações, falta de interesse e interesse por outras instituições.
3.1.1 Potencialidades e fragilidades
3.1.1.1 Potencialidades
Os egressos constituem-se em um dos importantes elementos de interconexão entre
Universidade e sociedade. Como pontos positivos a se destacar, em relação aos potenciais
fatores constitutivos dessa relação na PUC Minas, têm-se os seguintes itens:
116
• o reconhecimento do elevado grau de inserção profissional dos egressos no
mercado de trabalho, segundo as contribuições teórico-práticas e culturais obtidas
no curso de graduação;
• os respondentes reconhecem informações sobre a Instituição em diversos meios de
comunicação, como TV, jornais, rádio etc;
• os egressos, em sua maioria, consideram que o curso era reconhecido como
referência na área.
3.1.1.2 Fragilidades
Como fatores a serem desenvolvidos, com a finalidade de melhoria das relações
estabelecidas entre Universidade-sociedade, a partir dos egressos, têm-se:
• o baixo índice percentual de egressos que mantém uma relação com a Universidade
posterior a conclusão do curso, seja graduação ou pós-graduação, e participa em
atividades acadêmicas, esportivas ou culturais;
• a baixa participação dos egressos nas atividades de pesquisa e extensão, o que
compromete as bases da construção do conhecimento;
• baixo índice de egressos que ingressam em cursos de pós-graduação;
3.2 Responsabilidade Social na PUC Minas
Uma Instituição de Educação Superior (IES) deve estar em sintonia com a realidade
do mundo que a cerca, dos problemas do país e das questões sociais e econômicas da
região onde está localizada. Além da função de formar profissionais qualificados para
enfrentar as necessidades do mercado de trabalho, uma IES deve, também, formar
cidadãos eticamente responsáveis com a sociedade em que vive e estar comprometida com
transformações que assinalam conquistas democráticas. Assim, a PUC Minas, em seu
Projeto Político Institucional, ao estabelecer premissas para a formação na Universidade,
prevê que não deve se submeter apenas ao mercado de trabalho, mas também assumir
compromissos “com os princípios relativos à promoção de justiça social, da paz, da
preservação do meio ambiente, do desarmamento, da solidariedade e respeito entre os
povos [...]” (PDI, 2007. p. 19), reconhecendo a responsabilidade que tem, como instituição
117
educacional, para com a sociedade. Nesse sentido, Boaventura de Sousa Santos ressalta
que
A concepção mais ampla de responsabilidade social, de participação na valorização das comunidades e de intervenção reformista nos problemas sociais continua vigente no imaginário simbólico de muitas universidades e de muitos universitários e tende a reforçar-se em períodos históricos de transição ou de aprofundamento democráticos. (SANTOS, 1999)
Em conformidade com Boaventura de Sousa Santos, o PPI menciona que a PUC
Minas busca manter-se na vanguarda para sustentar a excelência quanto à qualidade de
sua atividade-fim, buscando evidenciar na educação que promove “o compromisso com a
realidade social brasileira em suas relações com o contexto internacional e formação
humanista para o exercício profissional como dimensão da cidadania” (PDI, 2007. p. 20).
Ainda nessa direção, Ryon Braga20, entende como responsabilidade social do ensino
superior a
Forma como uma instituição conduz suas atividades de maneira que se torne corresponsável pelo desenvolvimento da sociedade. Quando realmente aplicada, permeia a pesquisa científica, a gestão responsável e também a extensão, sendo muito mais que a pura filantropia (site Universia Brasil 28/03/2006).
Esta preocupação está evidente na Missão da PUC Minas, que almeja “[...] contribuir
para a formação ética, solidária e de profissionais competentes humana e cientificamente,
mediante a produção e disseminação do conhecimento, a integração entre a universidade e
a sociedade” (PDI, 2007. p. 18). Neste contexto, para que se construa a formação
humanística proposta pela Universidade, tais ideais devem estar incutidos nas atividades e
nas relações sociais da Instituição em sua totalidade e nos próprios projetos pedagógicos
dos cursos. Assim, para que se pudesse avaliar as ações de responsabilidade social que a
Instituição promove e como estas estão comprometidas com a comunidade interna e
externa, buscou-se, inicialmente, conhecer como os setores desenvolvem projetos de
natureza social, voltados para a inclusão social de pessoas com necessidades especiais, a
qualidade de vida da população local e regional, a efetivação dos direitos humanos e a
promoção da cidadania.
A Extensão Universitária, que por excelência propicia a interlocução da Universidade
com o meio externo, não se traduz na única responsabilidade da Instituição com a
sociedade, e tampouco é somente na Extensão Universitária que se desenvolvem atividades
dessa natureza. Assim, no presente relatório de autoavaliação, não nos ateremos a
Extensão, já que as atividades a ela pertinentes encontram-se analisadas em parte própria,
20 Disponível em: http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=10375, consulta em 12/02/2010.
118
e também, porque, como já foi dito, a responsabilidade social perpassa todas as atividades
da Universidade.
São largos os passos dados pela PUC Minas que visam alcançar as metas de
responsabilidade social condizentes com sua missão humanizadora. Neste relatório será
dada maior ênfase às ações de cunho social promovidas pela Secretaria de Cultura e
Assuntos Comunitários, com o intuito de compreender as ações de responsabilidade social
voltadas ao público interno.
Ainda condizente com Ryon Braga, para desenvolver o potencial da
responsabilidade social que lhe cabe, a PUC Minas busca “organização e melhoria da oferta
de bolsas de estudo; qualidade dos processos de seleção de docentes; democratização do
acesso ao Ensino Superior; inclusão de portadores de necessidades especiais, entre outras
medidas" (site Universia Brasil, 28/03/2006). Assim, o presente relatório será sistematizado
de tal forma a apresentar, após análise documental e análise dos questionários, o conjunto
de ações voltadas à compreensão das atividades de responsabilidade social desenvolvidas
nestes setores.
3.2.1 A Secretaria de Cultura e Assuntos Comunitári os
Com a nova estrutura da Universidade, em 26 de agosto de 2008 o Conselho
Universitário aprovou a extinção da Secretaria de Ação Comunitária – SEAC, e a criação da
Secretaria de Cultura e Assuntos Comunitários – SECAC21, voltada ao atendimento social
ao público interno à ampliação de ações culturais e de patrimônio histórico natural. Esta
alteração se deu com o objetivo de racionalizar recursos e buscar melhores resultados e
interlocução entre setores que tinham sobreposição de atividades. Com a reestruturação, a
SECAC recebeu, como parte de sua estrutura, a Divisão de Apoio Comunitário e o Núcleo
de Apoio a Inclusão (anteriormente ligadas às SEAC). Além disso, aglutinou também a
Pastoral Universitária, antes ligada diretamente à Vice-reitoria. Já no eixo de cultura,
passaram a compor a SECAC a antiga Diretoria de Arte e Cultura, o Museu, o Coral, a
Escola de Teatro, a PUC TV e o grupo teatral Filhos da PUC.
A SECAC tem o objetivo de possibilitar a otimização de ações, a racionalização de
recursos e a maior identificação das políticas comunitárias, culturais e de defesa de direitos
das pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (NEE). No domínio dessa
Secretaria, as ações de responsabilidade social são concretizadas por: Divisão de Apoio
21 Resolução nº 09/2009 de 19 de junho de 2009.
119
Comunitário (DAC); Núcleo de Apoio à Inclusão ao aluno com Necessidades Educacionais
Especiais (NAI); Coordenadoria de Atividades Artísticas e Culturais e Pastoral da
Universidade, conforme detalharemos a seguir.
3.2.1.1 Divisão e Apoio Comunitário
Conforme informações da SECAC, compete à Divisão de Apoio Comunitário
implementar, coordenar e executar as políticas assistenciais destinadas à comunidade
acadêmica, dando prioridade aos grupos menos favorecidos, buscando garantir os recursos
financeiros que possibilitem a permanência de alunos carentes na universidade. Assim, a
DAC é o setor responsável pelo gerenciamento de todas as modalidades de bolsas de
estudos e financiamento estudantil e está presente em todas as unidades da PUC Minas.
São linhas de atuação da Divisão de Apoio Comunitário:
A) Programas de concessão de bolsas e financiamento estudantil:
• Programa Universidade para Todos – PROUNI: criado pelo Governo Federal em
2005, por intermédio da Lei nº 11.096, o programa tem concedido bolsas de 50% e
100%, tendo sido beneficiados até o 2º/2009, cerca de doze mil e oitocentos alunos;
• Bolsa Institucional: estabelecida pela PUC Minas no 1º semestre de 2007. O
benefício destina-se a calouros que não se enquadrem nos critérios do PROUNI, e
para os quais são disponibilizadas 300 bolsas/semestre. Desde a sua criação até o
2º/2009, foram concedidas um mil e oitocentas bolsas.
• Financiamento Estudantil MEC/CEF – FIES: por meio desse programa, mantido pelo
Governo Federal, foram beneficiados, entre 2005 e o 1º/2009, em torno de seis mil e
quatrocentos alunos.
• Crédito Educacional Rotativo Especial: para alunos em situação de inadimplência
com a Universidade e em situação de carência sócio-econômica. Modalidade de
financiamento instituída em 2005 pela PUC Minas com o objetivo de possibilitar aos
alunos a quitação de seus débitos e a continuidade de seus estudos. Entre o
1º/2005 e o 1º/2009, foram beneficiados aproximadamente seis mil alunos.
Os dados coletados entre os alunos da graduação permitem avaliar o alcance da
atuação da Divisão de Apoio na oferta de bolsas e financiamentos. Dentre os respondentes,
em torno de 10% obtém financiamento do FIES; 4,84% recebem bolsas parciais ou integrais
de entidades externas à PUC Minas; 23,10% são bolsistas parciais ou integrais do Prouni; e
120
7,13% recebem bolsas parciais ou integrais da própria Instituição. A soma desses dados,
45,17%, mostra que quase metade da população do alunado tem alguma forma de crédito,
financiamento ou bolsa de estudo, o que vem indicar o alcance da responsabilidade social
em sua forma mais ampla, contemplada através do subsídio educacional aos estratos
sociais mais vulneráveis da população.
Entre os alunos da pós-graduação lato sensu presencial, aproximadamente 13%
recebem algum tipo de fomento da própria Instituição. As entidades externas à PUC Minas
são responsáveis por 12,8% do total de bolsas concedidas, sendo 1,16% correspondente a
bolsas de sindicatos, 2,33% de bolsas de instituições privadas, 2,33% de bolsas de
instituições públicas e 6,98% de outras entidades.
Em relação à modalidade de ensino de pós-graduação lato sensu EAD, 10,20% dos
respondentes afirmam receber bolsas parciais ou integrais de entidades externas à PUC
Minas, sendo 6,12% provenientes de instituições públicas e 4,08% provenientes de
instituições privadas. Já a própria Instituição é responsável por 12,24% das bolsas. Diferente
do curso de graduação, menos da metade dos alunos da pós-graduação lato sensu EAD,
22,45%, recebem algum tipo de crédito, bolsa ou financiamento. Porém, novamente, o maior
fomentador continua sendo a própria instituição.
Dentre os alunos da pós-graduação stricto sensu, 22,67% recebem bolsas de
estudos parciais ou integrais da própria instituição (20% parciais e 2,67% integrais). Já
empresas diversas são responsáveis por 9,33% das bolsas, sendo todas elas parciais. Os
órgãos de fomento à pesquisa (CAPES, FAPEMIG, CNPq) respondem por 24% das bolsas,
das quais 16% são integrais e 8% parciais. Neste nível de ensino, os órgãos fomentadores
externos à Instituição são responsáveis pela maioria das bolsas. Importante observar que
mais da metade dos alunos, 56%, recebe algum tipo de auxílio e apenas 44% não recebem.
B) Atendimento e acompanhamento de alunos e funcionários:
• Acompanhamento de alunos bolsista da PUC Minas e Prouni;
• Atendimento a alunos e funcionários;
• Oferecimento de suporte ao Núcleo de Apoio à inclusão:
Outra linha de atendimento e acompanhamento a alunos e funcionários é a que
acolhe as dúvidas sobre os procedimentos em relação a bolsas de estudos. Tais
atendimentos visam, num trabalho de escuta, buscar alternativas, dar assistência e suporte
aos diversos problemas em relação às bolsas. Nesse sentido o atendimento tem importância
no ato de ouvir, pois, de acordo com o consultor educacional Ryon Braga, "A
responsabilidade social na gestão começa quando a instituição entra em sintonia com seus
121
alunos, funcionários e colaboradores, além da própria comunidade, para saber o que eles
têm a dizer a respeito de seu trabalho e sua imagem (site Universia Brasil, 28/03/2006).
3.2.1.2 Núcleo de Apoio à Inclusão – NAI
“A inclusão do aluno com necessidades educacionais especiais na PUC Minas é um
compromisso institucional” (Relatório de Responsabilidade Social da PUC Minas. 2009 p. 9).
Inicia-se, assim, o texto que se refere à inclusão de deficientes, no relatório institucional de
responsabilidade social da PUC Minas. Isso evidencia o compromisso assumido
institucionalmente pela PUC Minas para a inclusão de pessoas com deficiência. Nesse
âmbito, o Núcleo de Apoio à Inclusão, (NAI), criado em 200422, objetiva o atendimento, em
todas as unidades e campi da PUC Minas, aos alunos com necessidades associadas às
deficiências visual, auditiva e locomotora. Assim, é sua missão articular e coordenar as
ações que vários setores e órgãos da Universidade podem desenvolver, com vistas ao
atendimento aos discentes nas suas dificuldades de natureza didático-pedagógica ou de
acessibilidade. Para tanto, disponibiliza recursos especializados como ledores e copistas,
intérpretes de Libras, textos digitalizados e gravados, apoio didático-pedagógico a docentes
e discentes, dentre outros.
O trabalho do NAI tem-se consolidado de maneira significativa, podendo ser
mencionados, entre outros, os seguintes esforços: realização do “Programa de Reuniões
Técnicas”, destinado à discussão de temas referentes à educação de alunos com
deficiência, e do “Programa Anual de Qualificação de Intérpretes”, cujo objetivo é avaliar e
aperfeiçoar a interpretação; implementação da “Oficina de Língua Portuguesa” para alunos
surdos; elaboração da “Cartilha do NAI”, com depoimentos de alunos e professores da PUC
Minas sobre o processo de aprendizagem; promoção de “Encontro de Instituições de Ensino
Superior Inclusivo”, com programação focada nos suportes pedagógicos e adaptações
curriculares necessários aos alunos com deficiência, e a elaboração de Dicionário Temático
de Libras, recentemente premiado pelo CNPq.
Para além das ações no âmbito do próprio Núcleo, o NAI estabeleceu parceria com a
Pró-reitoria de Recursos Humanos (PRORH) para a realização do Projeto Inclusão no
Trabalho. O Projeto objetiva dar prioridade à contratação, no quadro de funcionários da PUC
Minas, de alunos com deficiência cadastrados no NAI, contribuindo, também por essa via,
22 Portaria R/Nº 011/2004
122
com sua inclusão social. A tabela abaixo registra os dados de atendimento do setor para os
anos 2008/2009:
Período Auditiva Física Visual Total
2008 42 76 50 168
2009 38 76 45 159
Fonte: Núcleo de Apoio a Inclusão PUC Minas.
Tabela 30: Atendimento a Pessoas com Necessidades Especiais 2008-2009
Quanto ao registro de pessoas com algum grau de deficiência entre os diferentes
públicos que compõem a comunidade acadêmica, os dados apontam percentual similar
entre eles.23. Entre os alunos das quatro dimensões, graduação, pós-graduação lato e stricto
sensu e ensino a distância, cerca de 3% afirmou ter algum tipo de deficiência. A tabela
abaixo desagrega os dados por tipo de deficiência para os alunos de graduação e pós-
graduação lato sensu, nas modalidades presencial e a distância:
Tipo de deficiênciaGraduação presencial
Graduação EAD
Lato SensuLato Sensu
EAD
Cegueira 0 0 0 0
Baixa Visão 2,67 0,71 2,35 4,08
Surdez 0,03 0 0 0
Deficiência auditiva 0,43 0,71 0 0
Deficiência física 0,25 0 0 2,04
Surdocegueira 0,03 0 0 0
Deficiência multipla 0,03 0 0 0
Deficiência mental 0,03 0 0 0
Não se aplica 96,52 98,58 2,35 93,88
Tabela 31: Alunos com Necessidades Especiais PUC Mi nas 2009
Fonte: CPA - PUC Minas. (*) 100% dos alunos da pós-graduação stricto sensu responderam não possuir nenhum tipo de deficiência
Dos professores, também distribuídos nessas dimensões, 4,5% disseram ter algum
tipo de deficiência. No tocante aos funcionários, 5,54% confirmaram ter alguma deficiência,
o que atende plenamente à Lei nº 7.853/1989, que estabelece que instituições com 100 ou
mais empregados são obrigadas a preencher de 2% a 5% de seus cargos com pessoas
portadoras de deficiência. Tais índices demonstram o empenho da Universidade em garantir
a inclusão de pessoas com necessidades especiais
23 Utilizou-se a classificação do MEC para elencar os tipos de deficiência física: cegueira, baixa visão, surdez, deficiência auditiva, deficiência física, surdocegueira, deficiência múltipla e deficiência mental.
123
Tipo de deficiência Graduação Stricto Sensu Lato Sensu Funcionários
Cegueira 0 0 0 0,22
Baixa Visão 1,5 0,91 2,03 1,77
Surdez 0 0 0 0
Deficiência auditiva 1,13 0 0,68 1,11
Deficiência física 2,26 2,73 2,03 2,44
Surdocegueira 0 0 0 0
Deficiência multipla 0 0 0 0
Deficiência mental 0 0 0 0
Não se aplica 95,11 96,36 95,27 94,46Fonte: CPA - PUC Minas.
Tabela 32: Necessidades Especiais Corpo Docente e Técnico-administrartivo PUC Minas 2 009
O NAI reconhece investimentos já feitos pela Universidade no que se refere à: a)
acessibilidade arquitetônica para pessoas com deficiência física; b) acessibilidade digital
para pessoas com deficiência visual; c) acessibilidade comunicacional para pessoas com
deficiência auditiva. Para manter todo o trabalho que vem sendo desenvolvido na questão
da acessibilidade, compete ao NAI apontar as pendências ainda existentes nos campi, na
tentativa de buscar soluções. Assim, a equipe do NAI gera relatórios anuais com base em
queixas referentes aos problemas existentes e às dificuldades encontradas pelos usuários e
o repassa à Pró-reitoria de Logística e Infraestrutura (PROINFRA), estabelecendo uma
parceria para adequação às necessidades especiais. Nessa perspectiva, têm sido instituídas
as seguintes ações: desenvolvimento de projetos de implantação de rotas acessíveis e de
projetos arquitetônicos em conformidade com as normas de acessibilidade da ABNT;
reforma de edificações; instalação, nas unidades da PUC Minas, de elevadores e outros
tantos equipamentos garantidores da acessibilidade, dentre outros.
3.2.1.3 A Pastoral na Universidade
Conforme apregoa o PDI, a Pastoral na Universidade é um serviço à comunidade
universitária que, de forma dialogal, pretende contribuir criativamente para a realização da
missão da PUC Minas. Por ser uma universidade Católica, as atividades que orientam a
Pastoral se assentam sob o prisma dos valores cristãos. Assim, quatro linhas-mestras
norteiam o trabalho da Pastoral da Universidade, a saber:
124
a) evangelização dialogante, reconhecendo toda atividade que promova valores como a dignidade humana, a cidadania e a ética e criando espaços de trabalho conjunto com essas iniciativas; b) serviço aos mais necessitados, na perspectiva da opção preferencial pelos pobres do mútuo aprendizado e colaboração; c) testemunho de vida, de comunhão e de serviço, a partir da espiritualidade cristã; e, por fim d) anúncio da mensagem cristã, com abertura ecumênica e inter-religiosa, a fim de que cada um, de acordo com sua realidade, encontre algo de definitivo para o sentido de sua vida. (PDI, 2007, p. 201)
Implantada em 2006 em todas as unidades e campi da Universidade, a Pastoral
objetiva, conforme seu regulamento, contribuir para a “realização da missão da PUC Minas,
especialmente na promoção do desenvolvimento humano e social dos alunos, professores,
funcionários e comunidade”. Em outubro de 2008, incorporada pela SECAC e considerada
como um dos seus eixos de atuação, a Pastoral iniciou trabalho de aproximação com o
Apoio Comunitário e com o NAI, objetivando facilitar as ações voltadas ao seu objetivo
maior, com especial destaque ao atendimento de necessidades pessoais dos membros da
comunidade universitária.
Nesse contexto, estão implantados, em parceria com a Pró-reitoria de Extensão –
PROEX, com a Secretaria de Comunicação, além de outros setores da SECAC e da PUC
Minas, inúmeros trabalhos nas unidades e campi. Dentre eles, Projeto “Beira Linha”; o “Dia
da Solidariedade PUC Minas”; Projeto “Agenda de Arte, Cultura e Espiritualidade” da CNBB
regional; Projeto “Lições da Terra”; Projeto “Inclusão Digital de Jovens e Adolescentes”;
Programa PUC TV sobre projetos de Solidariedade; Projeto “Viver e Conviver”; Curso “Fé e
Política”; debates sobre diversos temas, procurando estabelecer um diálogo entre ciência, fé
e cultura, além de celebrações eucarísticas e atendimentos individuais de confissão,
aconselhamento espiritual, atendimento aos doentes e exéquias.
3.2.1.4 Coordenadoria de atividades artísticas e cu lturais
A Coordenadoria de Atividades Artísticas e Culturais tem seu trabalho inserido no
processo de formação da comunidade acadêmica em geral, visando ao desenvolvimento
das habilidades artísticas e de competências para o trabalho com a cultura. Essa ação é
também estendida para o público externo à Universidade, dentro da perspectiva da
responsabilidade social para com o seu entorno. Assim, realiza exposições, oficinas
culturais, circuito de arte cênica e produção de videoconferências acerca de temas
científicos e culturais.
Os dados colhidos entre os diferentes públicos revelam o alheamento de parcelas
significativas da comunidade acadêmica no tocante às atividades artístico-culturais
desenvolvidos na Instituição. Quando indagados sobre a participação em atividades
125
artístico-culturais, nos últimos dois anos, 63,54% dos alunos afirmaram não ter participado
delas, 26,91% participaram de uma a duas atividades, 5,22% participaram de três a quatro
atividades artístico-culturais e apenas 4,33% participaram de mais de quatro atividades
dessa natureza. Em relação aos professores, mais da metade afirmou que incentivam seus
alunos a participarem de atividades artístico-culturais. Pode-se inferir que, mesmo havendo
uma Coordenadoria de atividades artísticas e culturais, e o incentivo de professores, o
alunado tem baixa participação de tais atividades.
Alunos 0 1 a 2 3 a 4 mais de 4
Pós-graduação lato sensu EAD 68,09 17,02 10,64 4,26
Graduação 63,54 26,91 5,22 4,33
Graduação EAD 52,82 32,39 7,75 7,04
Pós-graduação lato sensu 90,70 3,49 0,00 5,81
Fonte: CPA � PUC Minas.
Tabela 33: Participação em atividades acadêmico-cul turais Alunos da PUC Minas 2009
3.2.1.5 Museu de Ciências Naturais
A SECAC, no intuito de contribuir para o desenvolvimento científico e cultural da
humanidade, mantém o Museu de Ciências Naturais, depositário de acervo de fósseis
valiosos e únicos, com consistente programa de educação ambiental para o público em
geral, incluindo programa de exposições e de conferências.
Quando perguntados sobre a contribuição da prática pedagógica para uma maior
sensibilidade e sentimento de corresponsabilidade para com o patrimônio da humanidade,
mais de 55% dos alunos da graduação presencial e EAD afirmaram que tal contribuição é
boa ou satisfatória. Dos alunos stricto sensu, mais de 70% afirmaram que a prática
pedagógica satisfaz bastante ou completamente o sentimento de corresponsabilidade com o
patrimônio da humanidade. Os alunos da pós-graduação EAD consideraram bastante ou
completamente satisfatória (em torno de 60%), enquanto que os alunos da pós presencial
consideram pouco satisfatória (32,56%).
A seguir, a tabela apresenta participação do público nos anos de 2008 e 2009.
126
particular 3.280 2.501
pública 12.964 10.461
1.302 1.069
2.916 2.842
Total 23.595 20.558Fonte: PUC em números.
Visitantes individuais
61
Visitas isentas: Instituições (pessoas), púbico menores de 3 anos e maiores de 60 anos, PUC Minas (alunos, funcionarios e convidados), Escolas do Sistema Arquidiocesano e Instituições Filantrópicas
Escola (alunos)
Pesquisador mirim, férias no Museu, Oficinas de Arte
Professor acompahante
Visitação 2º/2009
Tabela 34: Museu de Ciências Naturais - Público 200 8 e 2009
2.249
1.436
Visitação 2º/2008
3.072
Recebimento de público externo
3.2.1.6 TV PUC, Escola de Teatro e Coral
A Coordenadoria de atividades artísticas e culturais trabalha, também, com a PUC
TV, que tem papel relevante na difusão do conhecimento, na medida em que torna possível
a toda a comunidade o acesso aos conteúdos produzidos pelas várias áreas do saber da
PUC Minas. Deve-se ressaltar a apresentação de um jornal diário e vários programas de
cunho científico e cultural, tais como “TV Tribo”, “Eureka”, “Cenário Cultural”, “Universus” e
“Café da Cidade”. Mantém, ainda, uma Escola de Teatro, com cursos livres de formação de
atores, de artes cênicas para educadores e de introdução ao teatro para adolescentes, além
de um coral e de um de grupo teatral abertos à participação de membros da comunidade,
proporcionando a toda a comunidade universitária variada e consistente produção cultural.
Além dos aspectos apontados, a Coordenadoria também participa da gestão do
patrimônio histórico, do acervo artístico e dos espaços culturais da Universidade, em
conjunto com outras áreas interessadas.
3.2.2 Inventário do Patrimônio Cultural da Arquidio cese de Belo Horizonte
Em 1997, a PUC Minas instituiu comissão de especialistas, da comunidade e de seu
corpo técnico, para elaborar estudos com o objetivo de promover a preservação e
127
divulgação do patrimônio cultural da Arquidiocese de Belo Horizonte. Dessa atividade
resultou o documento Patrimônio Cultural da Arquitetura de Belo Horizonte, em que foram
arrolados e sumariados, entre outros, os seguintes tópicos:
• Realização do inventário dos bens culturais da Igreja na Arquidiocese de Belo
Horizonte;
• Criação do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural da Arquitetura de Belo
Horizonte;
• Criação do Museu de Arte Sacra da Arquidiocese;
• Organização do Arquivo da Cúria;
• Atualização permanente do Atlas da Arquidiocese.
Salientou-se a necessidade de elaboração do Inventário dos Bens Culturais como
atividade primeira, sugerindo-se, para isso, roteiro metodológico a ser observado. O referido
documento indicou que:
Como premissa ao estabelecimento de uma política de tutela e de valorização dos bens culturais da Igreja, impõe-se o reconhecimento de cada um dos elementos que constituem o patrimônio da instituição. O inventário e a catalogação sistemática dos bens representam, portanto, o momento preliminar de todas as ações a serem implementadas, pelo simples motivo de que não se podem conservar e difundir valores que não se conhecem (Inventário dos Bens Culturais, 1997)
Em 2000, decidiu-se iniciar a elaboração do Inventário do Patrimônio Cultural da
Arquidiocese de Belo Horizonte, formalizada em texto datado de 2001.
Fundamentando conceitualmente as razões e necessidades de se inventariar o
acervo de bens culturais, imóveis e móveis que constituem o patrimônio da Arquidiocese.
Seu universo de pesquisa abrange todas as edificações católicas de culto – igrejas e
capelas, incluindo as de propriedade e situadas em instituições públicas e privadas,
localizadas no território da Arquidiocese.
A pesquisa documental pretende esgotar as informações disponíveis, arquivística,
Mineiro, bibliográfica e outras, e no arquivo da própria paróquia em estudo, de modo a
procurar reconstituir a história da edificação, suas características técnicas – arquitetônicas e
de ornamentação –, bem como sua função cultural e religiosa na historia da cidade.
Uma vez concluído, cada inventário resulta em publicação seriada, disponibilizada na
Arquidiocese – bibliotecas, centros de documentação e informação e similares – e
digitalizados para acesso de pesquisadores.
Em 2005, foi criado, o Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte, através do
Decreto 04G/2005, ampliando o raio e instituindo juridicamente o Museu Arquidiocesano de
128
Arte Sacra. Em 2006, contemplados com recursos públicos da agência de financiamento de
pesquisa do Governo do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), foi possível interiorizar o
trabalho, atingindo áreas ainda desprotegidas e cujos preciosos acervos não haviam
merecido, até aquela ocasião, nenhum tipo de estudo e proteção, resultando na
inventariação e catalogação dos bens, na descoberta e registro de importantes documentos
e na publicação de medidas legais de proteção para alguns dos bens pesquisados. Até o
momento, cerca de 100 igrejas e capelas foram inventariadas.
Atualmente, encontra-se em fase de implantação a parceria com o Centro de
Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis – CECOR – da Universidade Federal
de Minas Gerais, com objetivo de formação e treinamento de equipes, no âmbito das
paróquias, para assegurar, junto às próprias comunidades, os meios adequados de
manutenção, salvaguarda e proteção dos bens que estão sob sua responsabilidade.
3.2.3 O esporte na Universidade
Conforme o documento “Relatório de Responsabilidade Social da PUC Minas”, para
a Organização das Nações Unidas, o esporte e o lazer fazem parte das necessidades
básicas do indivíduo. Dessa forma, passaram a ser encarados como direito social, o que foi
confirmado na Constituição Federal de 1998, em seu artigo 217.
A institucionalização do esporte na PUC Minas objetiva a humanização, saúde,
qualidade de vida e a contribuição para um ambiente saudável na comunidade universitária
e na sociedade em geral. Em consonância à missão, estabelece-se como fenômeno
sociocultural importante, pois o esporte contempla os valores e os princípios que distinguem
a Instituição e têm como norte a qualidade de vida, possibilitando a pessoas de todas as
idades e condições a vivência e a convivência.
O centro esportivo tem como missão promover a educação física, o esporte e o lazer,
visando à qualidade de vida da comunidade da PUC Minas e da sociedade em geral. Alguns
projetos visam ao desenvolvimento social e atuam em creches comunitárias, e junto a
adolescentes de comunidades em situação de vulnerabilidade social, a pessoas portadoras
de deficiências e envelhecimento.
No que diz respeito ao lazer e à qualidade de vida, os projetos desenvolvidos pelo
centro olímpico garantem a possibilidade de recreação para a comunidade universitária e
para comunidade externa, como caminhadas, prevenção e tratamento da obesidade,
controle de hipertensão, dentre outros.
129
3.2.4 Potencialidades e Fragilidades
A PUC Minas vem estendendo suas ações de responsabilidade social, seja no que
toca ao atendimento aos portadores de deficiência e no estabelecimento de políticas de
inclusão, seja ampliando o acesso da comunidade externa em suas instalações e atividades.
Assim, o quadro de potencialidades se expressa:
• A Instituição dispõe de política de oferta de bolsa e financiamento para os alunos
carentes, com critérios definidos para a distribuição delas;
• Ampliação dos trabalhos de atendimento aos alunos com necessidades educacionais
especiais por meio do NAI, com uma política que cada vez mais se consolida, tendo
gerado, inclusive, um curso voltado para a formação de profissionais na área;
• Incorporação de parcelas expressivas de deficientes em seu quadro de funcionário;
• Ampliação do acesso da comunidade externa às suas instalações físicas e do
complexo esportivo.
E, por tudo isso, a IES vem se consolidando como referência. Sendo assim, suas
fragilidades podem ser minimizadas principalmente, no tocante à:
• Maior oferta e divulgação de atividades artístico-culturais, já que a Universidade tem
como função propiciar o crescimento da cultura em geral;
• Disseminação e divulgação com mais contundência das ações de responsabilidade
social, a título de contribuir, a partir do exemplo, com a construção de uma cultura de
solidariedade e corresponsabilidade social.
3.3 Comunicação com a Sociedade e Ouvidoria
3.3.1 A Comunicação na PUC Minas
A comunicação da PUC Minas é norteada pela missão da Instituição e suas
atividades visam, diretamente, à promoção e ao desenvolvimento social de sua comunidade
acadêmica. Esses pressupostos embasam as atividades comunicativas na Universidade
130
como um todo e também pautam as atividades de interação da Instituição com a sociedade.
Para tal, é preciso delimitar a acepção da palavra comunicação, no sentido que em se
emprega nessa análise, restringindo o sentido empírico do termo comunicar algo a alguém e
aplicá-lo no sentido de comunicação enquanto meios, processos e atividades de
comunicação.
A concepção de comunicação em fluxo e a efetiva difusão de informações, tanto
provenientes de seu público interno quanto direcionadas a ele, são fundamentos para a
gestão da imagem de uma instituição de ensino superior comprometida não apenas com a
qualidade do ensino e serviços que oferece, mas com a formação de profissionais críticos e
cidadãos. Nessa perspectiva, as ações que a Instituição desenvolve em relação à tríade que
edifica a Educação Superior no Brasil, pesquisa, ensino e extensão, ganham não apenas
uma importância de visibilidade institucional, mas constituem, elas mesmas, oportunidade
de estabelecimento de conexões com os mais diversos setores da sociedade.
Considerando tal perspectiva, o plano de comunicação estabelecido na Instituição
alinha-se ao planejamento estratégico da Universidade, explicitado no PGE24, e reafirma,
através das práticas e atividades de comunicação, o compromisso da Instituição com a sua
qualidade dos serviços educacionais e sociais, construída nos últimos 50 anos. Esse
alinhamento, cumpre ressaltar, foi proposto considerando as últimas avaliações realizadas
pela CPA, que apontaram pontos para aperfeiçoamento nas atividades de comunicação da
IES.
Em vista disso, a Secretaria de Comunicação, órgão que coordena as práticas
comunicativas internas e externas da Universidade, vem se constituindo como um veículo
pelo qual os principais públicos – stakeholders25 – da Instituição conhecem e (re) conhecem
o trabalho acadêmico, pedagógico e socioambiental desenvolvidos pela e para a
comunidade universitária.
3.3.2 Estrutura da Comunicação
A Secretaria de Comunicação (SECOM) é o órgão responsável pelo planejamento,
pela sistematização e pela execução das atividades de comunicação na Universidade.
Como componente da Administração Superior da Instituição, atua com autonomia em
relação aos demais setores internos. A Secretaria está sediada na Unidade Coração
24 Ver capítulo 4 25 Grupos ou indivíduos direta ou indiretamente afetados pela busca de uma organização por seus objetivos (STONER & FREEMAN, 1999)
131
Eucarístico, mas em todas as unidades e campi há a presença de uma assessoria que cuida
diretamente das demandas e questões locais, e que estão subordinadas diretamente à
SECOM. Tem como principal objetivo “ampliar e fortalecer a imagem institucional da PUC
Minas, dando maior visibilidade às suas ações e estabelecendo um diálogo permanente
entre as áreas internas e seus principais públicos.” (PDI, 2007)
De acordo com o estabelecido no documento mestre da Instituição e “objetivando
cumprir com qualidade o seu propósito maior” (PDI, 2007), a comunicação na PUC Minas é
composta pelas Assessorias de Imprensa, de Publicidade, de Relações Públicas,
Assessorias de Comunicação das unidades/núcleos universitários/campi e setores internos,
além de abarcar a Central de Informações e a gestão do Portal PUC Minas. O trabalho
perpassa as três áreas do campo da comunicação – jornalismo, publicidade e relações
públicas, e os profissionais envolvidos desenvolvem projetos e programas de constituição de
ambientes de troca comunicacional, visando alimentar as redes de relacionamento com
seus stakeholders e, mais especialmente, de acompanhamento e gestão da imagem
institucional junto à opinião pública.
Os meios de comunicação utilizados internamente correlacionam as práticas das
áreas mencionadas, visando ao trabalho multisetorial e o envolvimento de todos os públicos.
Como meios de comunicação, a PUC Minas possui os boletins PUC Informa - impressos
(específicos de cada unidade) e online, voltados para a difusão das informações sobre as
atividades desenvolvidas específicas das Unidades e na Universidade como um todo; o
informativo “No Ponto” – direcionado aos funcionários da Instituição; o Jornal PUC Minas –
impresso veiculado até 2009; o Portal PUC Minas, que hospeda todos os sites da Instituição
e informativos eletrônicos setoriais e também reúne outros meios, como Fale Conosco e os
sistemas de gestão administrativo-acadêmicas. Logo, é o meio de comunicação mais
abrangente, pois integra serviços de informação para todos os públicos, unidades e áreas.
Tem-se, ainda, o Canal Aberto – newsletter da Reitoria para a comunidade universitária; a
Central de Informações – atendimento telefônico e virtual ao público externo e o site da PUC
Virtual, direcionado ao público da Educação a Distância.
Na etapa de autoavaliação institucional que considerou as atividades desenvolvidas
na Universidade nos anos de 2008 e 2009, procurou-se analisar aspectos tanto da
comunicação interna quanto externa à PUC. Para tal, a comunicação interna foi analisada
utilizando-se os dados dos questionários aplicados a todos os públicos internos. Em relação
à comunicação externa, optou-se por analisar notícias que mencionavam a PUC Minas em
diversos jornais impressos, blogs, sites e informativos, reunidos no Clipping Eletrônico27
produzido pela Secretaria de Comunicação no ano de 2009, disponível no Portal
27 Disponível em http://clipping.ideiafixa.com.br/site/
132
institucional. A comunicação também foi analisada pelos egressos da Instituição, em
questionário aplicados aos mesmos. Tais procedimentos metodológicos possibilitaram uma
percepção da imagem externa da Instituição, considerando as métricas estabelecidas para
análise do conteúdo das notícias e as respostas dos egressos.
3.3.3 Comunicação Interna
A comunicação institucional deve estar alinhada à missão da Universidade, sendo
este o fundamento maior que consubstancia o trabalho com o conhecimento e as práticas
comunicativas internas. Observando os objetivos e metas estabelecidos nas diretrizes que
norteiam a atividade acadêmica, a Secretaria de Comunicação tem procurado levar à
comunidade acadêmica e a toda a sociedade informações relevantes a respeito do
conhecimento nela produzido, como forma também de contribuir para uma sociedade mais
esclarecida e justa. Tal participação, na busca da concretização da missão institucional, se
manifesta no trabalho cotidiano de apoio aos mais diversos setores acadêmicos e
administrativos da Universidade, com a oferta de serviços e soluções especializadas. Essa
dinâmica tem como objetivo principal facilitar o fluxo e a socialização dos mais diversos tipos
de informação.
Os alunos avaliados pela Pesquisa de Autoavaliação realizada em 2009 consideram,
em sua maioria, que a divulgação das ofertas de estágio é razoável (36,95%). Outros
33,80% consideram como boa a publicação de vagas28 de estágio. Em relação aos projetos
de Extensão, os que consideram razoável a divulgação dos mesmos compõem a maioria
dos respondentes, 32,39%. Já 19,57% dos alunos responderam que não conhecem/não
sabem sobre os projetos extensionistas da Universidade.
A divulgação dos projetos de pesquisa é considerada razoável para 35,36% dos
discentes. Cerca de 26% dos respondentes considera que tal ação é ruim na Universidade.
Assim como a Extensão, a pesquisa compõe a tríade fundamental da educação, juntamente
com o Ensino e, portanto, merece particular atenção das práticas comunicativas.
As informações que ora se apresentam ilustram a freqüência de utilização dos meios de
comunicação pelos públicos internos da Universidade, a saber: alunos e professores de
graduação, de pós-graduação lato e stricto sensu e funcionários.
28 A PUC Minas disponibiliza, via SGA, a publicação de vagas cadastradas no site www.pucminas.br/estagio.
133
3.3.3.1 Professores
Os professores da PUC Minas que atuam na Graduação e nas pós-graduação lato e
stricto sensu tem o perfil de utilização dos meios de comunicação semelhantes. Os três
públicos utilizam, principalmente, a Folha do Professor e o PUC Informa como principal fonte
de informação sobre a Universidade. Da mesma maneira, é possível observar que o meio de
comunicação menos utilizado pelos professores é o Fale Conosco – observação que pode
ser justificada pelo fato desse meio ser, principalmente, utilizado pela comunidade externa e,
também, pela acessibilidade de outros meios de informação internos, como o Portal e a
secretaria acadêmica, por exemplo.
Os professores da pós-graduação lato sensu identificam informações sobre a PUC
em mídias externas – jornais, revistas, programas de rádio e televisão - sempre (26,71%) e
frequentemente (41,10%). O Portal PUC Minas também se constitui como veículo
frequentemente utilizado por 59,09% dos respondentes.
Os respondentes do questionário direcionado aos docentes da graduação na
Universidade procuram informações sempre (53,03%) e frequentemente (32,20%) no
boletim Folha do Professor. Como os colegas que atuam na Pós-graduação, 72,35% dos
professores de Graduação respondentes identificam notícias sobre a PUC em mídias
externas com frequência.O portal da PUC Minas é acessado com freqüência por 63,64%
dos docentes.
3.3.3.2 Alunos
Os alunos da PUC Minas, que estavam matriculados em cursos de graduação, pós-
graduação lato e stricto sensu utilizam o Portal da PUC Minas como o principal meio de
busca por informações relativas à Universidade. Em seguida, o informativo PUC Informa
online é o mais consultado pelos discentes.
Os discentes matriculados nos programas de mestrado e doutorado, em sua maioria
(57,75%), utilizam com bastante freqüência a secretaria acadêmica dos cursos.
134
Gráfico 29: Utilização dos meios de comunicação Alunos Pós-graduação Stricto Sensu 2009
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Fale Conosco Central deInformaçõestelefônicas
PUC InformaImpresso
PUC InformaOnLine
Portal PUCMinas
SecretariaAcadêmica
PUC TV PUC MinasVirtual
Outras mídias PUC Mailcomo
principalprovedor de
e-mailsSempre Frequentemente As vezes Raramente Nunca
Fonte: CPA – PUC Minas.
Os discentes da pós-graduação lato sensu, de acordo com o gráfico a seguir,
utilizam pouco os meios de comunicação internos da PUC Minas. O PUC Mail nunca foi
utilizado por 87,50% dos que responderam ao questionário. Assim como 88,5% dos
respondentes, que afirmaram nunca ou raramente assistirem à PUC TV.
Gráfico 30: Utilização dos meios de comunicação Alunos Pós-graduação Lato Sensu 2009
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Fale Conosco Central deInformaçõestelefônicas
PUC InformaImpresso
PUC InformaOnLine
Portal PUCMinas
SecretariaAcadêmica
PUC TV PUC MinasVirtual
Outras mídias PUC Mailcomo
principalprovedor de
e-mailsSempre Frequentemente As vezes Raramente Nunca
Fonte: CPA – PUC Minas.
Os alunos de graduação da Universidade utilizam, principalmente, o Portal PUC
Minas e os informativos “PUC Informa” como meio de informações sobre as atividades
135
universitárias. Também é possível notar que a PUC TV, o PUC Mail, o Fale Conosco e a
Central de Informações são pouco utilizados pelos discentes.
Gráfico 31: Utilização dos meios de comunicação Alunos da Graduação 2009
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Fale Conosco Central deInformaçõestelefônicas
PUC InformaImpresso
PUC InformaOnLine
Portal PUCMinas
SecretariaAcadêmica
PUC TV PUC MinasVirtual
Outras mídias PUC Mailcomo
principalprovedor de
e-mailsSempre Frequentemente As vezes Raramente Nunca
Fonte: CPA – PUC Minas.
3.3.3.3 Funcionários
Os funcionários da PUC Minas utilizam, com frequência recorrente, diversos veículos
para se informarem sobre a Instituição. Os seguintes meios são utilizados sempre ou
frequentemente pelo corpo técnico-administrativo: PUC Informa impresso (56,67%), PUC
Informa online (50,67%), Portal PUC Minas (61,33%), informativo No Ponto (54,23%). Além
disso, 66,45% dos respondentes afirmam observar notícias sobre a Universidade em meios
de comunicação externos.
136
Gráfico 32: Frequência de utilização dos meios de c omunicação Funcionários PUC Minas 2009
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Fale Conosco Central deInformações
PUC Impresso PUC Informa Portal PUC No Ponto PUC TV PUC MinasVirtual
Outras Mídias
Sempre Frequentemente As Vezes Raramente Nunca
Fonte: CPA – PUC Minas
3.3.4 Ouvidoria
A Ouvidoria Geral da PUC Minas é um setor diretamente subordinado à Reitoria, o
que lhe confere autonomia funcional em relação aos demais órgãos da Universidade.
Segunda a Ouvidora Geral, “A ouvidoria da PUC Minas tem por objetivos estreitar relações,
ajudar a solucionar problemas, esclarecer dúvidas, orientar, receber sugestões e elogios”29.
Para tal, a Ouvidoria conta com local próprio e funcionários especializados para atendimento
ao público, além de espaço virtual no Portal PUC Minas.
A sistemática de atendimento na Ouvidoria consiste na identificação da ocorrência,
análise da demanda, resposta ao solicitante e encaminhamentos eventuais. É necessário
analisar cada situação específica, pois as demandas são pontuais.
Na tabela abaixo, é possível observar que grande parte da demanda se concentra
nos meses que correspondem ao final dos semestres letivos, junho e dezembro.
29 Entrevista realizada com a Ouvidora Geral da PUC Minas, profª Miryam Weinberg, em fevereiro de 2010.
137
Mês Elogio Sugestão Solicitação Orientação Reclamação TOT AL
Janeiro 1 2 38 73 57 171
Fevereiro 6 6 84 127 111 334
Março 6 10 96 104 152 368
Abril 7 6 50 101 103 267
Maio 2 9 53 88 144 296
Junho 14 7 97 161 225 504
Julho 1 3 83 127 94 308
Agosto 9 13 106 127 182 437
Setembro 2 9 64 94 179 348
Outubro 5 8 56 102 148 319
Novembro 10 9 75 68 206 368
Dezembro 9 6 120 125 242 502
TOTAL 72 88 922 1297 1843 4222Fonte: Ouvidoria Geral
Tabela 35: Demandas recebidas pela Ouvidoria em 200 9
Natureza da demanda
A Ouvidoria registra todas as demandas, que são feitas por e-mail, telefone ou
pessoalmente. Em 2009, foram registradas 4.222 demandas, sendo que 80% delas foram
realizadas por e-mail. Os contatos telefônicos representam 14,95% dos registros e outros
5,05% dos contatos são realizados pessoalmente.
A comunidade acadêmica, como se pode observar no gráfico abaixo, utiliza
raramente ou nunca os serviços da Ouvidoria da Universidade. Considerando o número de
registros contabilizados pelo setor no ano, cerca de quatro mil, e a comunidade acadêmica
total – 67 mil pessoas, é possível comprovar a informação fornecida pelos respondentes da
pesquisa avaliativa.
138
Gráfico 33: Utilização da Ouvidoria – Comunidade ac adêmica 2009
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
ProfessoresGraduação
Professores Pós-graduação Lato
Sensu
Professores Pós-graduação Stricto
Sensu
Alunos Graduação Alunos Pós-graduação Lato
Sensu
Alunos Pós-graduação Stricto
Sensu
Funcionarios
Sempre Frequentemente As vezes Raramente Nunca
Fonte: CPA – PUC Minas.
3.3.5 Comunicação externa A imagem da Instituição perante a sociedade caracteriza importante direcionamento
para o planejamento estratégico da mesma. Considerando isso, a CPA optou pela análise
de informações da Universidade em meios de comunicação de massa, reunidas em clipping
eletrônico. É importante ressaltar que tal escolha pautou-se na acessibilidade dos veículos e
na publicização do mesmo, observando que a imagem da Instituição ali veiculada pode
representar uma percepção parcial da opinião pública sobre a IES.
A análise dos conteúdos dos veículos foi realizada considerando as unidades de
registro detalhadas a seguir:
• Referência Direta ou Indireta à PUC Minas: direta quando mencionando algum
ator/atividade da Instituição como objeto central da notícia. Indireta quando a PUC
Minas é citada apenas como referência. A identificação da uma fonte como membro
da comunidade acadêmica é um exemplo de referência indireta.
• Classificação Positiva, Neutra ou Negativa: a notícia, quando enfatiza os objetivos e
atividades realizadas pela PUC é considerada positiva. A matéria, quando utiliza
alguém da Universidade como fonte, porém não há referência explícita sobre
atividades da IES, é considerada neutra. Caso a informação evidencie algum
aspecto negativo da IES, considerou-se o registro negativo.
139
• Categorias: criadas para agrupar a massa de informações e minimizar a diversidade
de informações veiculadas. Para a análise das notícias veiculadas em impressos no
ano de 2009, optou pela categorização descrita na tabela a seguir:
A categorização consistiu no trabalho de classificação e reagrupamento das
unidades de registro estabelecidas, em número reduzido de categorias, com o objetivo de
compactar a massa de dados e facilitar a classificação. O corpus de veículos analisados é
composto por jornais impressos, como Estado de Minas, Hoje em Dia, Correio Braziliense,
informativos virtuais - como os sites Universia e Educação IG – blogs, dentre outros.
Tabela 36: Análise do Clipping eletrônico organizad o pela Secretaria de Comunicação em 2009
Positivas Negativas Neutra Total
Notícia sobre evento na PUC Minas. 873 1 38 912
Notícia sobre resultado da PUC Minas. 192 38 11 241
Notícia sobre Pesquisa desenvolvida pela PUC Minas (quando a Puc for a principal) 62 1 2 65
Sobre curso/pesquisa realizada por professor/gestor da PUC Minas. 102 0 2 104
Notícia que utiliza alguém da PUC Minas como fonte. 638 18 88 744
Notícia falando sobre a PUC Minas como referência local. 73 10 25 108
inserção social / responsabilidade social. 131 5 0 136
Notícia com caráter de utilidade pública. Exemplo: MG Tempo / PUC Minas. 182 11 30 223
Total 2253 84 196 2533Fonte: CPA – PUC Minas.
Imagem da PUCCategorias
Pode-se notar que a maioria das notícias veiculadas é positiva e os atores que
compõe a comunidade acadêmica são frequentemente utilizados como fonte de informação.
Os eventos realizados pela IES são divulgados recorrentemente nos meios de informação,
assim como os serviços de utilidade pública, que são divulgados com certa incidência.
A pesquisa realizada com os egressos da PUC Minas também forneceu informações
sobre a imagem institucional da Universidade. As mesmas questões aplicadas ao público
interno da IES, quando pertinentes, foram aplicadas aos egressos. Perguntou-se aos alunos
que se formaram na Universidade sobre a frequência de utilização dos meios de
Comunicação da PUC, a saber: Jornal PUC Minas, Portal PUC Minas, Fale Conosco, PUC
TV e notícias da PUC em outras mídias. Esses canais estão disponíveis a toda a
comunidade e se estabelecem como interlocutores da instituição com a sociedade.
140
Gráfico 34 : Freqüência de utilização dos meios de Comunicação - Egressos
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Jornal PUC Minas Portal Eletrônico Fale com a PUC - canal decomunicação
PUC TV Outras mídias (rádio, TV,jornais, revistas, etc)
Sempre Frequentemente As Vezes Raramente Nunca Não se Aplica
Fonte: CPA – PUC Minas.
3.3.6 Potencialidades e Fragilidades
Após a descrição dos dados coletados nos diversos instrumentos utilizados na
pesquisa avaliativa, é possível destacar algumas informações que referendam a análise das
fragilidades e potencialidades encontradas, no que diz respeito à dimensão “Comunicação
com a Sociedade”.
3.3.6.1 Potencialidades
A partir da análise dos dados dos questionários aplicados ao público interno da IES e
aos egressos, bem como a apreciação de notícias veiculadas sobre a Universidade, é
possível identificar as seguintes potencialidades:
• A IES possui uma Secretaria de Comunicação organizada e que atende a todos os
setores, unidades e públicos;
• O Portal PUC Minas é frequentemente utilizado pela comunidade universitária, bem
como pela sociedade. O veículo reúne um grande número de informações, o que
possibilita ao usuário o conhecimento amplo sobre as atividades realizadas na
141
Instituição e abriga, também, o PUC aberta 24 horas, ambiente virtual que
disponibiliza informações dos diversos cursos da instituição à sociedade em geral;
• O informativo PUC Informa, que é produzido regularmente, vem se firmando como
importante meio de divulgação de eventos, atividades e resultados, pois alunos,
professores e funcionários afirmaram que leem frequentemente o boletim;
• A comunidade universitária observa com frequência informações sobre a
Universidade na mídia, o que atesta seu lugar enquanto referência de Educação
Superior de qualidade;
• As notícias veiculadas nos meios de comunicação – revistas, jornais, sites –
apresentam, em 89% das incidências, uma imagem positiva da Instituição. Além
disso, a mídia utiliza, frequentemente, membros da comunidade universitária como
especialistas e referências em suas áreas de atuação;
• Os egressos da Instituição, por meio dos veículos internos e das noticias sobre a
Universidade na mídia, obtém informações freqüentes sobre as atividades
desenvolvidas;
• A Ouvidoria é conhecida pela comunidade acadêmica e sistematiza todas as
demandas recebidas, atentando às particularidades de cada situação.
3.3.6.2 Fragilidades
A autoavaliação institucional indica alguns pontos para aperfeiçoamento nos
processos da IES e os mesmos, se considerados como desafios, tornam-se oportunidades
de crescimento. Tais fragilidades são apresentadas a seguir:
• As atividades de extensão e pesquisa são pouco divulgadas, segundo os alunos que
responderam ao questionário. Considerando a extensão e pesquisa como pilares da
Educação Superior, esse dado se apresenta como preocupante.
• A PUC TV raramente é assistida pelos membros da comunidade acadêmica, mesmo
apresentando programas direcionados a ela;
• O Fale Conosco e a Central de Informações são utilizados poucas vezes por alunos,
professores e funcionários. Porém, os referidos meios são, principalmente,
direcionados à comunidade externa da IES.
• A Ouvidoria não possui uma política formalmente instituída nos documentos
fundamentais da Universidade que padronizem o atendimento do setor.
142
• Os egressos mantêm pouco contato com a Instituição, de acordo com as frequências
baixas de utilização dos meios de comunicação institucionais.
143
4 ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA INSTITUIÇÃO
O cenário contemporâneo de educação superior privada no Brasil apresenta um
quadro de crescimento da ociosidade de vagas e de desaceleração do número de alunos
matriculados. Esse quadro vem acirrando a competitividade entre as IES, impelindo as
mudanças em suas estruturas e processos. No caso da PUC Minas, acresça-se a isso o
crescimento da taxa de evasão de alunos e do número de candidatos que, embora
aprovados, não efetivam a matricula. Por outro lado, destaca-se o declínio da atratividade de
alguns cursos da Instituição30, que tem levado a anualização do vestibular em alguns dos
casos e em outros a extensão de cursos.
Assim, “consciente de que a perseverança de sua missão é também influenciada
pelas leis do mercado” (Guimarães, 2008, p.1)31 a PUC Minas, a partir do ano de 2008,
adotou diversas medidas que visavam realizar os ajustes a essa realidade. E neste ano
foram criadas 30 comissões voltadas ao estudo e diagnóstico organizacional, visando
racionalizar estruturas e processos e à otimização dos recursos da Universidade. Essas
medidas visavam, também, à adequação da estrutura prevista no novo estatuto. As
mudanças resultaram em fusões – como no caso da Pró-reitoria de Logística e
Infraestrutura, em que duas pró-reitorias fundiram-se numa, e na Diretoria de Graduação
Continuada, que incorporou vários programas de pós-graduação lato sensu, vinculando-se à
Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação. Foram criados novos órgãos, como a Secretaria
de Planejamento, e estruturas auxiliares, como a Diretoria de Recursos Humanos, bem
como outros arranjos institucionais.
Merecem destaque as mudanças ocorridas na estruturas de cursos e departamentos.
O processo de departamentalização, que já se iniciou, realoca cursos em Institutos,
Faculdades e departamentos por áreas do conhecimento, definidas nos estudos propostos
pela Comissão de Departamentalização.
4.1 A Missão e o PDI
Consoante às diretrizes estabelecidas pelo SINAES - Sistema Nacional de
Avaliação de Educação Superior, a dimensão "Missão e Plano de Desenvolvimento
30 Ver “Proposições para a Assessoria de Marketing e Gestão de Relacionamento” SEPLAN , PUC Minas, out. 2009. 31 Apresentação, Reitor, PUC Minas PUC em números, 2º/2008.
144
Institucional" foi avaliada tendo em vista as finalidades, objetivos e compromissos
propugnados e registrados nos diferentes documentos oficiais32 da Universidade. Não
obstante, o PDI 2007-2011 constituiu-se como base dessa análise, haja vista a sua função
de síntese integradora dos processos cotidianos que se desenvolvem na Instituição.
Entendido como documento base do planejamento integrado entre suas unidades,
o PDI se conforma como um conjunto de diretrizes e proposições do qual emanam
políticas, programas, projetos e ações constitutivas da vida da Universidade. É o
documento balizador das práticas acadêmicas, delineando os objetivos e metas a serem
alcançadas num dado período. Sendo assim, a avaliação institucional que ora se inicia
parte dos princípios e práticas ali ensejadas.
Considerando, conforme apregoa o PDI, que a missão da Universidade é promover
o desenvolvimento humano e social do corpo docente, discente e funcional, bem como da
comunidade, calcado na formação ética e solidária de profissionais competentes humana
e cientificamente (PDI, 2007, p.18), cabe avaliar em que medidas as ações implementadas
propiciam a realização dessas premissas
No tocante ao PDI, per si vale destacar que, se em 2006 o Relatório de
Autoavaliação Institucional apontava para a necessidade de aperfeiçoamento de suas
bases conceituais de forma a possibilitar melhor articulação com o Projeto Pedagógico
Institucional – PPI (Relatório de Avaliação Institucional Interna, 2006, p.54), a revisão
realizada no final daquele ano, além de incorporar o PPI ao PDI, propiciou também maior
clareza na definição dos objetivos e metas a serem alcançadas no período de 2007-2011.
Acrescenta-se a isso a implantação, em curso, do Planejamento de Gestão
Estratégica – PGE, visando sistematizar e coordenar a operacionalização das diversas
ações contidas do PDI. O PGE configura-se assim, como um desdobramento do PDI,
como o Planejamento Estratégico de curto prazo que subsidia e acompanha a
operacionalização dos princípios e ações propostas no plano maior.
Quanto aos aspectos da formação humanística, cidadã, ética e solidária, valores
caros à Missão da PUC Minas, tem-se que comunidade acadêmica, de modo geral,
avaliou positivamente a contribuição das diversas práticas institucionais na formação dos
indivíduos.
Quando indagados sobre em que grau a prática pedagógica do curso tem
contribuído para o desenvolvimento de valores tais como liberdade, fraternidade etc, à
exceção dos alunos de graduação EAD, mais de 60% dos discentes avaliou que o
desenvolvimento foi bom ou excelente. De igual forma, mais de 60% dos funcionários
32 Foram consultadas além do PDI, o Estatuto da Universidade e Relatórios Anuais de Atividades
145
avaliaram como bom ou excelente a contribuição do trabalho para a formação desses
valores.
Comunidade Acadêmica Excelente Bom SatisfatórioNão
SatisfatórioCrítico
Alunos da Graduação 27,68 37,74 23,47 8,09 3,01
Alunos do EAD Graduação 20,42 29,58 25,35 14,08 10,56
Colegiados da Graduação 32,98 47,72 15,44 2,81 1,05
Funcionários 26,00 37,56 20,89 3,56 1,56
Professores da Graduação 31,32 42,26 17,74 5,28 3,40
Professores da Pós-graduação Lato Sensu
26,03 41,78 25,34 6,85 -
Professores da Pós-graduação Stricto Sensu
30,91 35,45 24,55 6,36 2,73
Tabela 37: Contribuição da prática pedagógica para desenvolvimento de valores Comunidade Acadêmica 2009 (*)
Fonte: CPA PUC Minas. (*) Alunos da Pós-graduação encontra-se em outra tabela.
Também entre os alunos da pós-graduação, as respostas demonstram que a prática
pedagógica tem contribuído para os valores humanísticos. Mais de 70% dos alunos da Pós-
graduação stricto sensu e lato sensu EAD afirmam que isso ocorre bastante ou
completamente.
Comunidade Acadêmica Bastante Completamente Nada Pouco
Alunos da Pós-graduação EAD Lato Sensu
48,98 30,61 10,20 10,20
Alunos da Pós-graduação Lato Sensu
40,70 11,63 32,56 15,11
Alunos da Pós-graduação Stricto Sensu
38,67 40,00 8,00 13,33
Fonte: CPA - PUC Minas.
Tabela 38: Contribuição da prática pedagógica para des envolvimento de valores Alunos da Pós-Graduação 2009
Situação similar ocorre quando da indagação acerca da contribuição da prática
pedagógica/trabalho para o desenvolvimento de atitude de comprometimento com os
desafios da realidade brasileira. Mais de 60% dos professores em geral, membros de
colegiado e funcionários avaliam como bom ou excelente a atuação da Universidade neste
quesito. Para 54% dos alunos de graduação e 42% dos alunos de EAD, a contribuição
encontra-se neste patamar. Para cerca de 18% dos alunos EAD, essa contribuição não é
satisfatória.
146
A avaliação quanto ao desenvolvimento da atitude de corresponsabilidade com o
patrimônio da humanidade sofre pequena variação quando comparada com o quesito
anterior. Consideram como boa ou excelente a contribuição da PUC Minas, mais de 60% de
funcionários e membros do colegiado. Para cerca de 55% de alunos, professores de
graduação ou pós-graduação stricto sensu essa contribuição ocorre em igual patamar. Já
entre os alunos de EAD, cerca de 45% compartilha dessa avaliação.
Quanto à disposição para participar de associações sem fins lucrativos e que
desenvolvem ações em prol da sociedade , as respostas dos variados públicos foram bem
diferenciadas. Para cerca de 47% dos professores de todos os níveis de ensino presencial e
alunos de graduação, a contribuição é boa ou excelente. Para cerca de 50% de funcionários
essa contribuição está entre boa e excelente e para apenas 8% não é satisfatória.
Neste quesito ainda, há um percentual considerável de professores da pós-
graduação lato sensu EAD que considera essa contribuição como pouco satisfatória (em
torno de 20% dos respondentes). Entre os alunos de graduação EAD pouco mais de 30%
avaliou como boa ou excelente, e 26,06% satisfatória, 23,94% não satisfatória e cerca de
17% critica essa contribuição.
Para 13% dos alunos de graduação, a formação humanística é o ponto mais
relevante da formação propiciada pela PUC Minas, enquanto que para 38,97% é a
qualidade de seus cursos e para 28,64%, a tradição e o reconhecimento da Instituição
são considerados mais importantes.
Cerca de 64% dos funcionários avalia que suas atividades encontram-se diretamente
ligadas ao cumprimento de missão da Universidade.
Ainda em referência às questões que permitem mensurar o alcance da missão da
PUC Minas, os dados dos alunos de pós-graduação em seus diferentes níveis (lato sensu-
presencial e EAD- e stricto sensu) sofrem pequenas variações, quando comparado com os
de graduação.
Em referência ao modo como a prática pedagógica contribui para o maior
comprometimento com a sociedade brasileira , mais de 70% de alunos da pós EAD e
stricto sensu avaliaram que ela contribui bastante ou completamente, assim como cerca de
60% dos alunos de pós lato sensu presencial.
No quesito disposição para participar de associações civis ou similares , apenas
os alunos de pós-graduação stricto sensu apresentaram percentual significativo dos que
avaliam que a prática pedagógica (54,6%) contribui para essa formação. Para os mais de
50% dos alunos da pós EAD e mais de 70% de pós lato sensu, a prática pouco contribui.
Em relação ao sentimento de corresponsabilidade para com o patrimônio da
humanidade , em torno de 70% de alunos pós EAD e da pós stricto sensu avaliam que a
prática pedagógica contribui bastante ou completamente para esse processo. Já para cerca
147
de 51% dos alunos de pós lato sensu, a prática pedagógica contribui nada ou pouco para o
desenvolvimento dos sentimentos de corresponsabilidade para com o patrimônio da
humanidade.
4.2 Planejamento e Avaliação
A primeira avaliação institucional, desenvolvida em 2002-2004, centrou-se na
dimensão Graduação. Um diagnóstico preciso revelou fraquezas, sobretudo na
comunicação entre a Instituição e o corpo discente. As correções vieram com a melhoria do
Manual do Aluno, com a motivação dos professores a discutirem com os estudantes os
planos de ensino e o projeto pedagógico do curso respectivo.
Também contribuiu, de modo decisivo, para a reestruturação da Pró-reitoria de
Extensão, porquanto, ficou evidenciada a pouca participação dos alunos em projetos
extensionistas.
Outro efeito dessa primeira avaliação foi a constatação da limitada atenção da
Universidade em relação ao fomento das Artes e da Cultura. O relatório do então PROPAV
subsidiou o projeto de criação da Diretoria de Arte e Cultura, recentemente incorporada na
Secretaria de Arte e Cultura.
O segundo momento da avaliação ocorreu no curso da regulamentação legal do
processo avaliativo. Rearranjos foram necessários e foram criadas Subcomissões. Partes
dos resultados da avaliação realizada pelo Propav contribuíram para delinear as estratégias
de atuação nos aspectos que apresentavam fragilidade.
A consolidação do Sistema Nacional de Avaliação tem impulsionado, cada vez mais,
o processo de autoavaliação institucional como elemento da gestão institucional, tanto da
vida da organização universitária quanto das políticas de educação. Nesse sentido, a CPA
tem buscado articular ações que visem não só integrar as diferentes bases de dados
geradas pela Instituição, como também integrar sua base de dados aos do censo
educacional, perspectiva que se avizinha no horizonte.
Ademais, como parte da construção da meta-avaliação, a CPA vem, em conjunto
com a Secretaria Geral, SEPLAN e Secretaria de Comunicação, criando um roteiro de feição
mais analítica para o Relatório Geral da Universidade, anualmente produzido. O que se
pretende é transformá-lo num instrumento de mensuração das ações e melhorias
implantadas na Universidade. O sentido é o de possibilitar a sua utilização como feedback
para a gestão dos processos acadêmico-institucionais.
148
4.3 Gestão na PUC Minas
A gestão institucional pode ser melhor compreendida quando se analisa a sua
composição organizacional. Nesse sentido, a PUC Minas aprovou, no ano de 2008, o
Estatuto da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, estabelecendo uma estrutura
organizacional que tem por base de gestão os departamentos.
Nessa estrutura, destacam-se dois órgãos Colegiados máximos de deliberação
superior: o CONSUNI – Conselho Universitário e o CEPE – Conselho de Ensino, Pesquisa e
Extensão, e um órgão de deliberação intermediária – Conselho de Gestão e Políticas. Além
desses órgãos, à IES conta com órgãos de execução intermediária, que são as Pró-reitorias
e, também, os de execução auxiliar, compostos pela Secretaria Geral e os órgãos auxiliares.
A sua estrutura compreende ainda, órgãos de assessoramento (Consultoria Jurídica,
Comissão Central de Pessoal Docente). Por fim a estrutura organizacional da Instituição
conta com a administração dos Campi, dos Núcleos Universitários e das Unidades
Acadêmicas, que participam das decisões, com o Conselho Acadêmico-Administrativo –
CAA e com o Pró-reitoria Adjunto.
O primeiro órgão de deliberação superior – CONSUNI – tem função político-
administrativa e pedagógica. A participação da comunidade acadêmica nessa instância
configura-se pela presença dos representantes da administração superior e intermediária e
ainda por eleição um representante docente de cada campus, unidade acadêmica e núcleo
que são - eleitor -, bem pela da representação estudantil e dos funcionários, além da
indicação de um representante da comunidade externa. As reuniões do CONSUNI
acontecem com data fixa prevista no calendário da Instituição.
O segundo órgão máximo de deliberação superior é Conselho de Ensino, Pesquisa e
Extensão – CEPE, que tem função de supervisionar, coordenar e orientar as atividades-fim
da Instituição. Possui reuniões regulares, também previstas no calendário oficial da PUC
Minas. A participação nas reuniões conta com a presença da administração superior (Reitor,
Vice-reitor, Pró-reitores e Pró-reitores Adjuntos), além dos representantes da administração
intermediária, como os diretores Institutos/Faculdades, dos programas de pós-graduação e
os representantes da comunidade acadêmicas, como representação estudantil, dos
professores, entre outros.
Como órgão de deliberação intermediária, o Conselho de Gestão e Políticas tem a
função de articular a gestão e as políticas entre a administração superior e os demais níveis
de administração da Instituição. Ressalta-se que esse Conselho tem, por finalidade, garantir
149
o respeito às especificidades da vocação de cada campus, núcleo universitário, unidade
acadêmica, bem como preservar a unidade da Universidade.
A reestruturação organizacional resultou, também, na criação da SEPLAN –
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, com vistas à elaboração e
sistematização do planejamento estratégico, cuja estrutura se organiza conforme
organograma a seguir:
Figura 1: Estrutura da SEPLAN 2009
Fonte: SEPLAN.
No ano de 2009, as bases conceituais e metodológicas do processo de planejamento
estratégico foram consolidadas tendo como parâmetro o referencial participativo. O trabalho
da SEPLAN foi desenvolvido por meio de reuniões com as diferentes instâncias de
execução da Universidade: colegiado de cursos, programas, departamentos, escolas,
faculdades, núcleos universitários, campi e unidades acadêmicas. Esse trabalho se
estendeu para os níveis administrativos de todas as pró-reitorias, secretarias e DATAPUC.
Disso resultou a elaboração do Diagnóstico Institucional. O planejamento se estendeu para
a criação de um portfólio de cursos a serem oferecidos pela PUC Minas no período de 2011
– 2014.
Como ferramenta auxiliar e de operacionalização do planejamento estratégico, foi
criado o Painel do Gestor visando subsidiar ações do coordenador de curso. As informações
contidas em tal ferramenta permitem ao coordenador compreender a realidade do curso em
tempo contínuo, pois são alimentadas on line, pelo sistema de Dados da PUC Minas – DW e
informam, por exemplo, sobre a evasão do curso, matrículas realizadas, inadimplência,
entre outros. Com essas informações o coordenador pode tomar decisões mais ágeis em
relação às dificuldades vivenciadas no curso em dado momento. As informações do Painel
Secretaria de Planejamento e
Desenvolvimento Institucional
Assessoria de Relações
Institucionais e Internacionais
Assessoria de Marketing e Gestão de
Relacionamento
Assessoria de Planejamento Econômico e Acadêmico-Estratégico
Assessoria de Gestão da Informação
Secretaria
150
do Gestor são disponibilizadas a todos os gestores e conta com o suporte das Pró-reitorias
e diretorias acadêmicas, de maneira que as decisões possam ser compartilhadas entre tais
gestores.
Em 2009, a IES implantou diversos módulos de sistema de informática voltados para
o aprimoramento e integração sistemática da gestão. Destacam-se os módulos do Ensino e
do Financeiro, no Sistema de Gestão Acadêmica – SGA. Também foi realizada a unificação
das informações sobre os cursos de especialização Lato Sensu num único sistema – SAL –
Sistema Acadêmico Lato Sensu. Com a nova legislação pertinente ao estágio, a PUC Minas
implantou um sistema de controle mais amplo e de melhor acompanhamento do estagiário
em sua ação formativa. Para tanto, foi implantado o sistema de Gerenciamento de Estágio.
Destaca-se, no âmbito da administração dos campi, núcleos e unidades acadêmicas,
o Conselho Acadêmico-administrativo – CAA, que se reúne de acordo com a deliberação do
Pró Reitor adjunto da unidade. É composto pelos gestores de diversos níveis da unidade,
um representante estudantil e um representante eleito dos professores. É a instância de
decisão colegiada, responsável por questões relativas a cada unidade/departamento. As
decisões nessa instância são operacionais, pois as demandas mais significativas vêm de
outros órgãos da Administração Superior.
Por fim, tem-se o colegiado de coordenação didática do curso, composto por três
professores lotados no curso, e um professor representando uma atividade de ensino em
área de formação complementar ao curso. As reuniões realizadas nessa instância devem
contar com a presença de representante discente. Os colegiados são os órgãos mais
concentram funções na Instituição e para esmiuçar as atividades desenvolvidas por tal
instância, foi elaborada seção própria a seguir.
4.3.1 Colegiado de Coordenação Didática
A análise dos dados dos questionários aplicados aos membros dos colegiados
evidenciou o funcionamento acadêmico dessa estrutura.
As reuniões realizadas com o corpo docente, segundo os membros do colegiado,
acontecem uma vez por semestre para 34,46% dos respondentes; duas vezes por semestre
para 37,76% e três vezes para 23,78% dos respondentes. Quanto às reuniões com os
discentes, os membros do colegiado afirmam que isso ocorre uma vez por semestre
(32,17%); duas vezes por semestre (26,92%) e três vezes por semestre (40,91%).
Em relação ao trabalho dos Colegiados de Curso, a percepção dos atores que o
compõe revela, no quesito autonomia acadêmica, que 46,5% consideram como bom o nível
151
de autonomia, 22,7% com excelente e 23% como satisfatório. Percentual pouco significativo
avalia como não satisfatório (6,2%).
O apoio das Pró-reitorias na implantação e reformulação de cursos e de outras
atividades é avaliado como bom para 40,9%dos respondentes, excelente para 15,3%,
satisfatório para 28,3% e não satisfatório para 14,6%.
Cerca de um terço dos membros dos colegiados considera como não satisfatórias as
condições de recursos humanos e estrutura física para o desenvolvimento dos projetos
pedagógicos. Cerca de 30% avalia essas condições como satisfatórias e 27% avaliam como
boas essas condições. Para 46,5% dos membros de colegiado, o número de alunos em sala
de aula é bom ou excelente. Para menos de 20% não é satisfatório. Assim, observam-se
algumas dificuldades vivenciadas pelo colegiado que, todavia não comprometem seu
funcionamento adequado.
Dois importantes instrumentos foram criados para subsidiar as atividades relativas à
graduação, auxiliando o trabalho dos colegiados: o Sistema de Gestão de Processos de
Análise de Projetos Pedagógicos (GPP) e o Sistema de Gestão de Estágio – SGE.
4.3.1.1 Sistema de Gestão de Processos de Análise d e Projetos Pedagógicos
Desde a publicação da LDBEN/1996 e o conseqüente processo de homologação das
diretrizes curriculares de graduação bem como, mais recentemente, a partir da implantação
do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, as instituições universitárias se
vêem impelidas ao redimensionamento e/ou atualização de seus serviços de ensino,
pesquisa e extensão. No que toca à graduação, vivencia-se a redefinição de modelos de
educação, passando o projeto pedagógico de curso de graduação a ser um verdadeiro
instrumento de gestão do curso. Nessa medida, de sua implementação, resultam constantes
demandas de atualização, adaptação e ajustes, processos que melhor se acompanham hoje
através do GPP.
O Sistema de Gestão de Processos de Análise de Projetos Pedagógicos (GPP) foi
implementado em janeiro de 2007, após um período de dois anos de estudos, visando (i) à
compreensão de todas as ações implicadas nos processos a serem gerenciados, dada a
sua complexidade e (ii) à definição da tecnologia mais adequada a ser empregada.
O novo modelo de gestão vem trazendo contribuições muito significativas para a
Instituição, sobretudo no que toca: (i) à socialização, entre os representantes das pró-
reitorias acadêmicas e das pró-reitorias administrativas, dos critérios e parâmetros a partir
152
dos quais tais instâncias analisam/acompanham os projetos pedagógicos, o que permite a
essas instâncias uma visão mais global e articulada de cada projeto pedagógico sob análise;
(ii) à otimização de tempo no processo de tramitação de projetos pedagógicos; (iii) à
minimização de gastos com a impressão de documentos.
O projeto de mudança no Modelo de Gestão da PUC Minas foi motivado, sobretudo,
pela necessidade de a Instituição, distribuída em nove pólos em Minas Gerais e com cerca
de 100 cursos de graduação, alcançar organicidade nos processos da gestão administrativo-
acadêmica dos projetos pedagógicos de graduação. Orientando-se pelos parâmetros legais
para a Educação Superior, o modelo de gestão tem como principal pilar um sistema
informatizado – GPP –, baseado no conceito de workflow e elaborado para permitir
gerenciamento, visibilidade e segurança das informações nos processos de análise de
projetos pedagógicos de cursos de graduação.
Por meio do GPP, as instâncias envolvidas na proposição, análise, implementação e
acompanhamento de projetos pedagógicos da graduação – das coordenações de cursos,
passando pelas pró-reitorias até os conselhos deliberativos da Instituição e o Centro de
Registros Acadêmicos – obtêm orientações, inserem solicitações, emitem parecer e
consultam a base de dados.
O GPP permite o gerenciamento administrativo-acadêmico de processos implicados
na proposição, implantação e acompanhamento de projetos pedagógicos, sendo uma
importante e segura base de dados para a Instituição, com relação aos diferentes aspectos
que caracterizam os projetos pedagógicos. Destaca-se, ainda, a ergonomia do Sistema, pois
sua arquitetura prevê ambientes e situações para a interação entre os seus diferentes
usuários. Salienta-se a condição de transparência das etapas dos processos gerenciados
através do Sistema.
A primeira etapa do fluxo caracteriza-se pela proposição, pelos departamentos, de
projetos pedagógicos de novos cursos, de mudança de projeto pedagógico ou de ajustes
curriculares. Após a tramitação da proposta nas instâncias previstas pelo Estatuto da
Universidade, o fluxo se encerra com o envio da proposta, se aprovada, ao Centro de
Registro Acadêmicos da PUC Minas. O Sistema funciona através da internet e está
vinculado à rede interna da Universidade.
4.3.1.2 Sistema de Gestão de Estágio
O novo modelo de gestão de estágio impactou fundamentalmente na gestão
acadêmica dos estágios. Dentre as várias ações implementadas podem ser citadas: a)
153
orientação por parte da equipe de assessoria para a construção dos projetos pedagógicos
dos cursos, ligada a Pró-Reitoria de Graduação, recolocando o estágio nos projetos como
um componente curricular articulado com todo o processo de formação profissional e
coerente com o previsto nas diretrizes curriculares dos cursos de graduação; b) capacitação
extensiva, na medida do possível, a todo corpo docente e discente através de encontros,
debates e treinamentos; c) unificação com descarte parcial da documentação; d)
reconstrução da relação entre os cursos e a coordenação central de estágios, agregando ao
setor central assessorias jurídicas e pedagógicas, e) (re) dimensionamento dos processos
internos;
O Sistema de Gestão de Estágio, SGE, foi implantado gradualmente a partir de 2005.
Na primeira fase a implantação foi feita nas unidades acadêmicas da PUC Minas na cidade
de Poços de Caldas e Arcos. Em uma segunda fase no 2º semestre de 2005, nas unidades
de São Gabriel, Barreiro, Betim, Contagem, Serro e Guanhães. No primeiro semestre de
2006, na unidade do Coração Eucarístico. A metodologia utilizada na implantação permitiu
que se fizessem os ajustes necessários para implantação na unidade maior da PUC Minas,
o que possibilitou reduzir os impactos das alterações efetivadas.
O projeto de mudança de modelo de gestão ocorreu no âmbito da política de estágio
da PUC Minas e teve como um dos seus pilares o desenvolvimento de um Sistema de
Gestão de Estágio – SGE, que interage com outros sistemas desenvolvidos pela PUC
Minas. O grande desafio enfrentado em sua construção foi traduzir a política de estágio da
PUC Minas, coerente com as concepções defendidas e com o cenário em que ocorrem as
práticas de estágio. Suas finalidades primordiais são as de propiciar o acompanhamento
administrativo de todos os instrumentos legais necessários à prática do estágio e,
sobretudo, constituir-se em apoio didático pedagógico para a realização dos estágios no
âmbito dos Projetos Pedagógicos dos Cursos.
O SGE retorna para os cursos a responsabilidade pelos estágios curriculares, no que
tange a definição de campos, acompanhamento e avaliação. Na gestão do processo, ele
possibilita o acompanhamento permanente, propiciando a construção de soluções para
problemas detectados.
Em cumprimento da norma legal do decreto 87.497/82 - Art. 5 § 2º, um dos principais
pré-requisitos para a formalização do estágio é a existência de um convênio celebrado entre
a instituição de ensino e pessoas jurídicas de direito público e privado. É uma carta de
intenções em que constam todas as condições para a realização dos estágios. Com a
implantação do controle através do Sistema de Gestão de Estágios e a (re) estruturação da
política interna, observou-se um aumento de quase 100% no volume anual de convênios
assinados.
154
4.4 DATAPUC
O DATAPUC, responsável pelo desenvolvimento e implantação dos sistemas
informacionais da PUC Minas, se organiza em equipes de analistas de negócios que,
distribuído por áreas e gestores, se encarregam do atendimento às demandas dos usuários.
A interlocução com os usuários é realizada por meio de reuniões mensais com os
usuários-chaves dos setores e também por meio de solicitações telefônicas e registro no
sistema de solicitações (SOL/SSO). O estabelecimento das prioridades de atendimento é
feito a partir da avaliação, considerando-se a densidade no conjunto das demandas
institucionais e em função da capacidade de atendimento do DATAPUC.
O DATAPUC realiza capacitação para os usuários-chave sempre que são
implantados novos sistemas ou quando da expansão de novas funcionalidades.
No tocante à rotina do trabalho desenvolvido pelos funcionários da PUC Minas,
várias inovações e aumento da capacidade tecnológica dos sistemas operacionais foram
realizados com vistas à melhoria dos fluxos operacionais. No quesito informatização,
segundo 48,5% dos funcionários, os sistemas de informática atendem, satisfatoriamente, as
suas necessidades. Para 35,9%, eles atendem parcialmente. Em relação à facilidade para
operar o sistema mais de 60% reafirmam que os sistemas são fáceis de operar e 21%
responderam que, os sistemas tem um grau de dificuldade moderado. Cerca de 25% afirma
ter treinamento adequado para operar o sistema, 21% acreditam que houve treinamento,
moderadamente e 12% disseram que não houve treinamento adequado para a operar o
sistema. Em relação à velocidade dos sistemas, a avaliação de quase 40% aponta que essa
não é satisfatória.
Quanto à atualização dos componentes de informática quase 32% afirmam que são
pouco ou nada atualizadas e 31% afirmaram que são muito ou completamente atualizados
os componentes de informática.
Em novembro de 2009 foi implantado projeto de atualização tecnológica do sistema
gerenciador de banco de dados e também novos equipamentos. O objetivo foi o de melhorar
o desempenho dos sistemas, fato confirmado, segundo o DATAPUC, no final do semestre
daquele ano, momento máximo da demanda, pois são fechados todos os processos
acadêmicos e se iniciam as matriculas.
O DATAPUC mantém, em operação, 66 sistemas de informação. O quadro 4 abaixo,
descreve parte desses sistemas e as melhorias neles realizadas no ano de 2009 (total de 92
intervenções).
Além disso, foram realizadas melhorias nos procedimentos de qualidade.
155
MÓDULO
Painel do Gestor Dados dos cursos de pós-graduação Stricto-sensu Bolsas - bolsas de estudos concedidas pela universidadeResultado Contábil – Distribuição dos lançamentos do centro de custos Vestibular por estabelecimentoMódulos:- Implantação do BestBuy (gestão de cotações de compras)- Reestruturação do cadastro de materiais- Implantação do processo de compras na unidade Poços de Caldas
GACGestão do Atendimento Clínico à Comunidade
Customizações para implantação no CENTRARE
Módulos: - Acompanhamento financeiro dos projetos de extensão
- Geração do “Plano de Ação” para o ano seguinte e do “Relatório de Atividades” do ano corrente
GPJ Gestão de Práticas Jurídicas Módulo: Distribuição de horas de dedicação de professoresMódulos:- Emissão de contratos e boletos para calouros pela Web- Cobrança registrada pelo banco HSBC
INT Intranet – Portal RH Processo de solicitação de fériasPPA PROPAV Questionários institucionais 2009
SAESistema Autorização de Pagamento Eletrônico
Reestruturação do plano de contas
SAL Sistema Acadêmico Lato-sensu Unificação de históricos da pós-graduação Lato-sensuMódulos:- Integração com o PUC Aberta 24 hs- Solicitações para retificação de faltas- Controles para provas presenciais da PUC Virtual- Matrículas fora do prazo pela Web- Reestruturação do processo de reconhecimento de curso- Atualização cadastral de docentes para avaliações institucionais- Exportação das atividades de docentes para a folha de pagamento (SISPRO)- Implantação de disciplinas de conceito
DW DM Ensino Estágios integrados da UniversidadeGAV Gestão do Auxílio Viagem Fluxo de aprovação para solicitações de viagensGPJ Gestão de Práticas Jurídicas Uniformização dos números dos processos de acordo com as novas regras do CNJGPS Gestão de Processos Seletivos Módulo de provas presenciais para a PUC VirtualGRA Gestão de Receitas Acadêmicas Integração com o Fitness School implantado no Centro Olímpico
PGM PERGAMUMIntegração com o cadastro de adolescentes da Cruz vermelha para possibilitar o acesso à biblioteca
SCP Sistema de Cadastro de Pessoas Visualização de fotos de alunos, professores e funcionáriosMódulos:- Adesão de contratos pela Web para Casos Especiais
- Movimento de pagamento de professores da PUC Virtual para a folha de pagamento (SISPRO)
Módulos:- Planejamento de vagas para estágio- Controle de emissão de Termo Concedente para estágio obrigatório
SPR Sistema de Simulação de PreçosSistema parametrizável para simular valores de mensalidades de cursos com base em estimativas de custos e previsões de receitas.
Fonte: Divisão de Tecnologia - DATAPUC.
SISTEMAIMPLANTADOS
DW DM Ensino
GRA Gestão de Receitas Acadêmicas
DW DM Financeiro
EMS Gestão empresarial de recursos
SGE Sistema de Gestão de Estágio
Quandro 4: DATAPUC Sistemas Implantados (módulos ma is relevantes) / em Desenvolvimento 2009/2010
SGA Sistema de Gestão Acadêmica
EM DESENVOLVIMENTO
SGA Sistema de Gestão Acadêmica
GPE Gestão de Projetos de Extensão
4.5 Infraestrutura
A PUC Minas conta com 156 prédios diversos nos campi/unidades/núcleos
universitários. A tabela abaixo permite a visualização dessa distribuição.
Após a expansão acelerada, ocorrida entre os anos 2000 e 2007, a Instituição
apresenta quadro de estabilidade na sua estrutura física.
156
2008 2009 2008 2009Barreiro 5 5 4.108 4.108
Coração Eucarístico 64 64 39.378 39.379
Coração Eucarístico - outras áreas 9 7 6.480 6.480
São Gabriel 13 13 16.640 16.641
Betim 20 20 13.559 13.559
Contagem 19 19 13.915 13.915
Arcos 5 5 5.568 5.568
Guanhães 3 3 1.057 1.057
Poços de Caldas 17 17 12.963 12.963
Serro 3 3 2.593 2.594
Total 158 156 116.261 116.264Fonte: PUC em números.
Tabela 39: Número de edificações – PUC Minas 2008 e 2009
EdificaçõesCampus / Núcleo Universitario /
UnidadeNº de prédios Área ocupada
A tabela abaixo desagrega esses dados, e demonstra o tamanho da Instituição e a
complexidade de sua estrutura física. São mais de 600 salas de aula comuns, 129
especiais, 14 auditórios, 509 laboratórios mais o Complexo Esportivo, Museu, capelas,
cantinas e outros locais de uso coletivo.
Salas de aulas
Salas de aula
especiais (*)Auditórios Laboratórios
Barreiro 70 1 1 12
Coração Eucarístico 181 78 6 267
Área extramuro - Edifício Dom Cabral 12 27 1 10
Área extramuro - Redentoristas 0 4 0 0
São Gabriel 86 7 1 91
Betim 67 3 1 37
Contagem 77 3 1 31
Arcos 49 2 1 13
Guanhães 4 0 0 2
Poços de Caldas 57 3 1 42
Serro 17 1 1 3
Total PUC Minas 620 129 14 508Fonte: PUC em números. (*) Salas de multimeios, de pranchetas e Pós-graduação
Tabela 40: Número de salas, auditórios e laboratóri os – PUC Minas 2009
Quantidade
Campus / Núcleo Universitário / Unidade
157
Essa estrutura grandiosa, constantemente, demanda intervenções, quer sejam para
realizar reformas necessárias, quer seja para ampliar sua capacidade ou ainda para
conservá-las. Sua gestão encontra-se a cargo da Pró-reitoria de Infraestrutura e Logística.
No tocante às respostas da comunidade acadêmica, em relação à infraestrutura da
PUC Minas, foi questionado sobre a adequação dos espaços de sala de aula, biblioteca,
laboratórios, auditórios e espaços multimeios. A Tabela 41 apresenta a avaliação da
comunidade acadêmica sobre o espaço de sala de aula.
Percebe-se que, de modo geral, professores e alunos avaliam o espaço da sala de
aula como adequado. Dentre os professores da graduação e da pós-graduação stricto
sensu, menos da metade (49% e 45% respectivamente) considera adequado o espaço da
sala de aula. Entre os docentes da pós-graduação lato sensu, 54,8% consideram como
adequado.
Entre os alunos da graduação, mais de 60% avaliam que as salas são adequadas. O
mesmo quadro se reproduz entre os alunos de pós-graduação stricto e lato sensu também
nesses aspectos. (Ver tabela a seguir)
Questões AdequadoParcialmente
adequadoInadequado
Alunos da Graduação 61,27 31,25 7,48
Alunos da Pós-graduação Lato Sensu 63,75 26,25 10,00
Alunos da Pós-graduação Stricto Sensu 63,89 29,17 6,94
Professor da Graduação 49,44 40,45 10,11
Professor da Pós-graduação Lato Sensu 54,80 36,30 8,90
Professor da Pós-graduação Stricto Sensu 45,45 48,18 6,37
Fonte: CPA PUC Minas.
Tabela 41: Avaliação do espaço da sala de aula Comunidade acadêmica da PUC Minas 2009
Os altos percentuais dos que consideram parcialmente adequados, principalmente
entre professores, é indicativo da necessidade de melhorias.
Outro espaço avaliado é o da biblioteca. Nesse quesito, a avaliação da comunidade
acadêmica, de modo geral, considera esse espaço como adequado, com percentuais acima
dos 50%. Em relação ao espaço dos laboratórios da PUC Minas, professores e alunos têm
uma percepção diferente em relação ao espaço dos laboratórios. Os professores, tanto de
graduação quanto da pós-graduação lato e stricto sensu, acreditam que o espaço dos
laboratórios é parcialmente adequado, enquanto alunos apontam que o espaço é adequado.
Por fim, o espaço dos auditórios e salas de multimeios foi avaliado como adequado pela
comunidade acadêmica, em geral, independente do papel institucional que ocupam.
158
Em relação à iluminação, à ventilação e à climatização das salas de aula na PUC
Minas, a comunidade acadêmica avaliou os quesitos como adequado, sendo que a
avaliação dos alunos de graduação ficou acima de 70% de adequação. Para os professores,
de modo geral, esse quesito também foi bem avaliado. Em concordância a essa situação, os
laboratórios também foram bem avaliados por professores da graduação e pós-graduação e,
também, por alunos da graduação e pós-graduação. A iluminação, ventilação e climatização
dos laboratórios e salas de multimeios da PUC Minas foram igualmente bem avaliadas pela
comunidade acadêmica.
Observa-se que, ao contrário de outros quesitos, o conforto do mobiliário das salas
de aula não foi bem avaliado pela comunidade acadêmica. Dessa maneira, 42,38% dos
alunos da graduação avaliaram como parcialmente adequado esse quesito. No entanto,
alunos da pós-graduação tanto lato quanto stricto sensu indicaram como adequado esse
aspecto da avaliação. Para os professores da graduação e pós-graduação, esse quesito foi
avaliado como parcialmente adequado.
De acordo com tabela abaixo, 43,02% dos alunos de graduação informaram que o
mobiliário dos laboratórios é adequado e 41,89% indicaram que é parcialmente adequado.
Os alunos de pós-graduação stricto sensu indicaram como adequado e, ao contrário, os
alunos de pós-graduação lato sensu avaliaram que o conforto do mobiliário dos laboratórios
é parcialmente adequado. Para os professores, de modo geral, o conforto do mobiliário foi
indicado como parcialmente adequado.
Por outro lado, o conforto mobiliário das bibliotecas e salas de multimeios e
auditórios foram avaliados por toda comunidade acadêmica como adequada.
Questões AdequadoParcialmente
adequadoInadequado
Alunos da Graduação 43,02 41,89 15,09
Professor da Graduação 37,45 49,82 12,73
Alunos da Pós-graduação Lato Sensu 38,75 46,25 15,00
Alunos da Pós-graduação Stricto Sensu 55,56 34,72 9,72
Professor da Pós-graduação Stricto Sensu 31,82 47,27 20,91
Professor da Pós-graduação Lato Sensu 43,15 49,32 7,53
Fonte: CPA PUC Minas.
Tabela 42: Avaliação do conforto mobiliário dos lab oratórios Comunidade da PUC Minas 2009
159
4.6 Sustentabilidade Financeira da PUC Minas
Em relação aos aspectos da sustentabilidade financeira da Universidade, os dados
da Pró-Reitoria de Gestão Financeira revelam a dependência da IES em relação ao
pagamento das mensalidades escolares. Segundo esses dados, 98% das receitas são
oriundas dessa fonte de recurso. Os critérios de alocação de recursos consideram como
prioridade o cumprimento de remuneração da folha de salários e encargos de professores e
de funcionários técnico-administrativos. Na seqüência, são alocados recursos a manutenção
das despesas correntes e os investimentos necessários.
Em momentos de retração das receitas, a IES estabelece políticas de contenção de
gastos, postergando investimentos. Nos últimos dez anos, a PUC Minas cresceu e teve
muitos gastos e investimento na instalação de diversas Unidades e Campi, principalmente
no interior do Estado. Atualmente, os investimentos foram reduzidos, concentrando as obras
em reformas e novas instalações que dêem sustentação ao que já está implantado.
Destaca-se o fechamento de alguns cursos nos campi do interior e na Região
Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH, em função do esgotamento da demanda. Alguns
cursos tiveram, ainda, suas ofertas anualizadas e outros mudaram a oferta para outros
turnos de estudo, medidas que visavam minimizar o impacto na gestão financeira e
impulsionaram revisões e mudanças na alocação de recursos.
Não obstante o quadro externo altamente competitivo, a Instituição tem apresentado
crescimento das receitas ao longo do biênio 2008-2009. Em 2008, tal crescimento alcançou
o patamar de 7,37%, em relação ao ano anterior. Já em 2009 ,esse aumento foi da ordem
de 6,65%, em relação ao ano de 2008.
A composição do orçamento da PUC Minas considera tanto a manutenção quanto as
verbas para as atividades-fim, prevendo recursos tanto para a capacitação de docentes
quanto para os técnico-administrativos.
As obrigações trabalhistas estão sendo cumpridas, no que diz respeito ao
cumprimento de pagamento, em dia, de salário de professores e funcionários.
4.7 Potencialidades e fragilidades da organização e gestão da Universidade
Quanto à gestão e à organização da Universidade, o tamanho e variedade dos
processos acadêmicos institucionais tornam a tarefa de gerir a PUC Minas em
160
empreendimento bastante complexo. Contudo, alguns aspectos se destacam apresentando
as potencialidades da Instituição. Dentre elas pode-se citar:
• Os pressupostos humanistas e os valores éticos que norteiam a missão da
universidade são reconhecidos pela maior parte da comunidade acadêmica;
• A estrutura plural, com variados níveis de gestão colegiada;
• O processo de reorganização e planejamento estratégico em curso, que deve
considerar a qualidade dos serviços educacionais;
• A autosustentabilidade garantida, principalmente, pelos recursos oriundos das
mensalidades escolares;
• Uma estrutura física bastante variada e reconhecida como adequada pela maioria da
comunidade acadêmica.
A respeito dessas potencialidades, alguns desafios são colocados aos gestores, tais
como:
• O aprimoramento das ferramentas de gestão, principalmente no tocante ao sistema
de acompanhamento das metas e mensuração de sua efetividade,
• Aprimorar as condições de conforto do mobiliário de salas e laboratórios.
161
PARTE III � PONTECIALIDADES E DESAFIOS
162
CONCLUSÃO
A cultura da avaliação vem se disseminando, aos poucos, para todas as esferas da vida
acadêmica. Desde 2004, quando da instituição do SINAES, a comunidade universitária vem
sedimentando a importância da autoavaliação, seja na participação ativa na pesquisa avaliativa,
seja na discussão e utilização dos resultados, o que caracteriza sua perspectiva dialógica.
O relatório apresentado pela CPA solidifica a autoavaliação como atividade contínua
que integra a vida da Universidade e firma o propósito de registrar as percepções da
comunidade universitária sobre processos acadêmico-institucionais em suas várias
dimensões. O objetivo da pesquisa avaliativa – de conhecer a Instituição, subsidiar as
melhorias que se fazem necessárias e aprimorar as iniciativas bem-sucedidas – a cada ciclo
de avaliação, tem sido firmado e reconhecido por alunos, professores e funcionários da
Instituição.
A avaliação transformacional que vem ocorrendo na PUC Minas aponta mudanças, ainda
que incipientes, ao se considerar o todo de uma Instituição de mais de 67 mil pessoas, mas que
se mostram significativas no cotidiano de cursos, setores administrativos e na própria
organização da Universidade.
Os resultados aqui apresentados constituem-se em um diagnóstico da Instituição
que, como tal, serve como instrumento para a intensificação das potencialidades e
superação das fragilidades apontadas. Esse é seu princípio e sua finalidade.
Dessa forma, a autoavaliação vem se consolidando, na PUC Minas, como
instrumento de produção de conhecimento e transformação que se realiza de modo
participativo, democrático e emancipatório. Assim, com o objetivo de fornecer informações
para o planejamento estratégico da Universidade, destacam-se algumas potencialidades e
alguns desafios apontados nesse processo avaliativo.
Potencialidades
A autoavaliação institucional da PUC Minas, no biênio 2008-2009, demonstrou que, se
há ainda alguns desafios com os quais a Universidade tem que se deparar, por outro lado,
as potencialidades que o contexto institucional apresenta são reais possibilidades de
transformação, quais sejam:
163
� os professores se sentem estimulados a promover a interdisciplinaridade em seus
cursos, a articular a teoria e prática de modo que os alunos sejam capazes de adotar
posturas inovadoras e investigativas frente aos problemas que a realidade nos
coloca, fato igualmente reconhecido pela maioria absoluta dos membros dos
colegiados;
� a infraestrutura de salas de aula, laboratórios e bibliotecas é adequada e condizente
com a prática pedagógica;
� o percentual expressivo de professores com titulação de mestres e doutores
demonstra a qualidade do corpo docente da Instituição;
� a pós-graduação na PUC Minas tem apresentado crescimento significativo e essa
procura foi atribuída, pelos próprios alunos, ao reconhecimento do mercado da
qualidade dos serviços educacionais da Instituição;
• a pós-graduação stricto sensu apresenta integração com a graduação, o que ocorre
por via dos programas institucionais de fomento à pesquisa, dentre eles os
programas institucionais de capacitação docente e fomento à iniciação científica;
• os docentes da pós-graduação stricto sensu, em sua maioria, têm regime integral de
40 horas;
• a pesquisa se encontra articulada para maioria dos alunos da pós-graduação com as
disciplinas do curso, com as atividades de extensão, com as necessidades do
entorno social e com as inovações da área do conhecimento;
• os convênios com agências de fomento estatais (FAPEMIG, CAPES e CNPq) e
outros organismos privados foram incrementados, o que possibilitou o aumento do
número de bolsas;
• os mecanismos institucionais de divulgação da pesquisa científica estão agora
indexados;
• a participação do número de alunos e professores nas atividades de extensão vem
crescendo e há reconhecimento de como as práticas ali desenvolvidas contribuem
para a formação acadêmica, reflexão crítica e capacidade de lidar com os problemas
que a sociedade nos coloca, isso tanto para professores quanto para os alunos;
• a crescente qualificação do corpo docente nos últimos anos, o que demonstra que a
IES dispõe de um quadro de profissionais com habilidades e competências
suficientes para a garantia de uma educação de qualidade;
• o grau de satisfação do corpo técnico administrativo, o que indica que a PUC Minas
dispõe de um profissional comprometido com os valores e missão institucionais e
que se sente bem em desempenhar as tarefas propostas;
164
• o reconhecimento do elevado grau de inserção profissional dos egressos no
mercado de trabalho segundo as contribuições teórico-práticas e culturais obtidas no
curso de graduação;
• os trabalhos de atendimento aos alunos portadores de deficiência por meio do NAI
foram ampliados, com uma política que cada vez mais se consolida;
• o Portal PUC Minas é frequentemente utilizado pela comunidade universitária, bem
como pela sociedade. O veículo reúne um grande número de informações, o que
possibilita ao usuário o conhecimento amplo sobre as atividades realizadas na
Instituição e abriga, também, o PUC aberta 24 horas, ambiente virtual que
disponibiliza informações dos diversos cursos da instituição à sociedade em geral;
• a gestão da PUC Minas tem uma estrutura plural, com variados níveis de gestão
colegiada e passa por um processo de reorganização e (re)elaboração de seu
planejamento estratégico;
• a PUC Minas é uma instituição autosustentável, garantida principalmente, pelos
recursos oriundos das mensalidades escolares.
Desafios
• os recursos didáticos utilizados em sala de aula são pouco variados;
� os incentivos à pesquisa e extensão são reduzidos, destacando-se a necessidade do
estímulo à essas práticas como parte substantiva a inovações e aprimoramento da
qualidade do ensino.
• a pós-graduação lato sensu recebe poucos alunos egressos da PUC Minas;
• há a necessidade de integração entre os programas de pós-graduação stricto sensu,
os cursos de pós-graduação lato sensu e os projetos de extensão;
• a produção científica de alunos e professores dos programas de pós-graduação
stricto sensu apresenta baixos índices de produtividade, o que concorre para os
baixos índices obtidos na avaliação institucional. Além disso, o número de
produções científicas apresentou declínio nos últimos dois anos;
• a participação de alunos da graduação da pós-graduação lato sensu em projetos de
pesquisa apresenta-se ainda incipiente;
• a maioria dos professores da graduação e da pós-graduação lato sensu
respondentes não possui horas dedicadas à pesquisa;
• mesmo que a participação nas atividades da extensão venha crescendo, essa ainda
é tímida em relação ao que seria ideal, e tem pouco reconhecimento como atividade
165
fim, que se expressa principalmente pela pouca participação de vários cursos.
Destaca-se ainda, nesse revés, o distanciamento dos cursos das áreas tecnológicas;
• não há critérios objetivos para alguns aspectos da progressão da carreira tanto para
funcionários quanto para professores, principalmente quanto aos primeiros;
• o índice percentual de egressos que mantém uma relação com a Universidade
posterior a conclusão do curso é pequeno, seja graduação ou pós-graduação;
• há a necessidade de ampliação da oferta e divulgação de atividades artístico-
culturais;
• as atividades de extensão e pesquisa são pouco divulgadas. Considerando a
extensão e pesquisa como pilares da Educação Superior, esse dado se apresenta
como preocupante;
• há a necessidade do aprimoramento das ferramentas de principalmente no tocante
ao sistema de acompanhamento das metas e mensuração de sua efetividade.
166
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