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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO
Relatrio de avaliao dos cursos em funcionamento
Ano letivo 2017/2018
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Introduo Geral
A ESEP tem por misso proporcionar ciclos de estudos, bem como outros programas de
formao, orientados para o desenvolvimento de competncias no domnio da
Enfermagem. Paralelamente, a ESEP tem tambm por misso promover a investigao
e programas de desenvolvimento geradores, quer de novo conhecimento disciplinar,
quer de inovao em sade. Neste sentido, na procura da mxima efetividade na sua
ao, a ESEP promove estrategicamente a sua articulao, em rede, com outras
organizaes nacionais e internacionais.
Este relatrio tem como objetivo analisar o desenvolvimento dos cursos de graduao
e de ps-graduao no ano letivo 2017/2018, descrevendo o seu contributo particular
para a misso da Escola.
O ano letivo em apreciao foi marcado pela eleio simultnea e o incio da atividade
dos novos rgos de gesto da ESEP, para um mandato de quatro anos.
Foi ainda marcado pelo processo de autoavaliao dos cursos de graduao e ps-
graduao da ESEP pela Agncia de Avaliao e Acreditao do Ensino Superior (A3ES),
vendo os seus cursos acreditados por um perodo de seis anos, sujeitos a um processo
de adequao dos seus planos de estudos, alteraes essas que foram implementadas
no ano letivo 2018/2019.
A este propsito, e no que se refere ao plano de estudos do Curso de Licenciatura em
Enfermagem (CLE), que se constitui como o alicerce da oferta formativa da ESEP, os
ajustamentos a que nos vimos forados a realizar, em rigor, no determinaram
mudanas na natureza do curso, nos seus objetivos, na sua organizao ou no elenco
das suas unidades curriculares. Na prtica, tratou-se de um aumento na carga horria
de horas de contacto, em aproximadamente 140 horas tericas e 535 horas de
estgio. O novo plano de estudos foi registado na DGES e publicado no Dirio da
Repblica, 2. srie, N. 195 de 10 de outubro de 2018, e implementado no ano letivo
2018/2019.
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No que se refere aos cursos de segundo ciclo da ESEP, as alteraes implementadas aos
planos de estudos dizem respeito, na sua essncia, reestruturao das unidades
curriculares com a designao de Estgio (E) passando a denominar-se de Ensino
Clnico (EC) e da incluso de um nmero de horas de cariz terico nessas mesmas
unidades curriculares. Foi ainda alterada a denominao de uma unidade curricular
optativa do 2. ano dos cursos de mestrado. Estas alteraes no implicaram, no
entanto, qualquer alterao ao nmero de ECTS das diferentes unidades curriculares
constantes dos planos de estudos dos cursos, nem dos seus objetivos. Os novos planos
de estudos destes cursos foram j submetidos DGES e sero posteriormente
publicados em Dirio da Repblica.
Tambm no que se refere aos Cursos de Ps-licenciatura de Especializao em
Enfermagem (CPLEE), e porque os mesmos incluem unidades curriculares homnimas
s do primeiro ano dos cursos de mestrado, houve necessidade de realizar ajustamentos
similares. Estas alteraes foram j aprovadas pelos diferentes colgios de especialidade
da Ordem dos Enfermeiros e pelo Conselho de Enfermagem, com a necessria
republicao em Dirio da Repblica (DR 2. srie, n. 191, de 3 de outubro).
Os novos planos de estudos dos cursos de segundo ciclo e dos Cursos de Ps-
Licenciatura de Especializao em enfermagem j esto em implementao no ano
letivo em curso (2018/2019).
A reformulao da oferta formativa ps-graduada da ESEP foi, no ano letivo em
apreciao, considerada como uma prioridade na estratgia cientfica da ESEP, no
sentido de manter a Escola na vanguarda dos processos formativos promotores de
cuidados de enfermagem mais significativos para a populao. Neste contexto, o CTC j
iniciou um processo de discusso que no poder deixar de tomar por base a reviso do
regime jurdico dos graus e diplomas do ensino superior (Decreto-Lei n. 65/2018), o
Regulamento de inscrio, atribuio de ttulos e emisso de cdula profissional
(Regulamento n. 392/2018), bem como outros dispositivos legais, entretanto
emergentes, assim como o relatrio final de autoavaliao dos cursos realizado pela
A3ES.
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No ano letivo em apreciao (2017 / 2018), a oferta formativa da ESEP foi similar do
ano anterior.
No que diz respeito s vagas disponibilizadas para os cursos, o CLE continua a ser o sexto
estabelecimento de ensino superior com maior nmero de vagas, por curso, no
concurso nacional de acesso ao ensino superior (270 vagas), ao que se associaram mais
44 vagas para outras modalidades de acesso ao ensino superior. De salientar, no
entanto, que o nmero de candidatos, na primeira fase, foi de 988 para o CLE da ESEP
(correspondendo a 3,65 candidatos por cada uma das 270 vagas disponibilizadas), o que
representa um excelente indicador de procura do curso. A favor desta constatao,
tambm a nota de ingresso foi a mais elevada entre todas as instituies em que
funciona o CLE, e a ESEP foi tambm a primeira opo para 39,7% dos candidatos
(reduo de trs pontos percentuais em relao ao ano transato). O ltimo estudante
do contingente geral colocado no CLE da ESEP no ano letivo 2017/2018 teve a
classificao de 144 na primeira fase, valor similar aos anos anteriores.
Considerando que o ndice de satisfao na procura da ESEP igual ao rcio entre o
nmero de preferncias em primeira opo e o nmero de vagas disponveis, o seu
valor, no final da primeira fase de colocao de estudantes foi de 1,5 (o mesmo no ano
letivo anterior). Estes parmetros podem ser entendidos como indicadores do
reconhecimento, qualidade e excelncia do CLE da ESEP.
Os cursos de mestrado da ESEP - Mestrado em Enfermagem Comunitria (MEC),
Mestrado em Enfermagem Mdico-Cirrgica (MEMC), Mestrado em Enfermagem de
Reabilitao (MER), Mestrado em Enfermagem de Sade Infantil e Pediatria (MESIP),
Mestrado de Sade Mental e Psiquiatria (MESMP), Mestrado em Direo e Chefia dos
Servios de Enfermagem (MDCSE), e o Mestrado em Enfermagem de Sade Materna e
Obstetrcia (MESMO) abertos por Despacho Presidente n. 2017/24 de 23 de maio, o
nmero de vagas disponibilizado foi igual ao do ano transato (20 vagas para todos os
cursos e 15 vagas para o ltimo mencionado).
No que se refere aos Cursos de Ps-licenciatura de Especializao em Enfermagem
(CPLEE), abertos por Despacho Presidente n. 2017/25 de 23 de maio, o nmero de vagas
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disponibilizadas para o ano letivo 2017/2018 foi o seguinte: Curso de Ps-licenciatura
de Especializao em Enfermagem de Sade Infantil e Pediatria (CPLEESIP) e Curso de
Ps-licenciatura de Especializao em Enfermagem Mdico-cirrgica (CPLEEMC) 25
vagas; Curso de Ps-licenciatura de Especializao em Enfermagem Comunitria
(CPLEEC); Curso de Ps-licenciatura de Especializao em Enfermagem de Reabilitao
(CPLEER); Curso de Ps-licenciatura de Especializao em Enfermagem de Sade Mental
e Psiquiatria (CPLEESMP) 20 vagas; e Curso de Ps-licenciatura em Enfermagem de
Sade Materna e Obsttrica (CPLEESMO) 15 vagas.
Foram, ainda, disponibilizados os seguintes cursos de formao ps-graduada: Curso de
Ps-graduao em Gesto dos Servios de Enfermagem (CPGGSE); Curso de Ps-
graduao em Superviso Clinica em Enfermagem (CPGSCE); Curso de Ps-graduao
em Sistemas de Informao em Enfermagem (CPGSIE), com 20 vagas para cada um; e
ainda o Curso de Ps-graduao em Gesto e Inovao de Cuidados de Sade (CPGGICS),
com 25 vagas.
Foram, tambm, abertas candidaturas para formaes temticas/unidades curriculares
isoladas, sendo disponibilizadas 15 vagas para cada uma das 85 unidades curriculares
isoladas colocadas disposio da comunidade.
Em sntese, podemos referir que a ESEP, no ano letivo 2017/2018, disponibilizou um
total de 659 vagas para os seus cursos.
Tal como nos ltimos anos, a ESEP manteve a colaborao com as instituies de sade,
parceiras nos seus processos formativos, atribuindo vagas para os diferentes Cursos de
Ps-Licenciatura de Especializao em Enfermagem, com reduo de 50% no valor da
propina, ao abrigo do Programa de Atualizao e Formao Contnua de Enfermeiros
(PAFCE). Tambm foi mantida a colaborao com o Instituto de Cincias Biomdicas
Abel Salazar da Universidade do Porto, no mbito do Curso de Doutoramento em
Cincias de Enfermagem.
As candidaturas aos cursos de ps-graduao, no ano letivo em apreciao, estiveram
de acordo com as nossas expectativas, sendo de assinalar, inclusivamente, um aumento
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do nmero de novas inscries, em particular nos cursos de ps-licenciatura de
especializao em enfermagem.
Estiveram matriculados na ESEP, no ano letivo em apreciao, 1209 estudantes no CLE
(nos diferentes anos curriculares); 265 nos Cursos de Mestrado em Enfermagem (nos
dois anos curriculares); 215 estudantes nos Cursos de Ps-Licenciatura de
Especializao; 57 estudantes nos Cursos de Ps-graduao; e 29 estudantes estiveram
inscritos em unidades curriculares isoladas dos cursos. Tivemos, ainda, na Escola, 39
estudantes em Programas de Mobilidade Erasmus+; 16 estudantes em Programa Vasco
da Gama e 11 estudantes em Mobilidade de Intercmbio Internacional.
Estes dados indicam que o nmero de estudantes matriculados no conjunto dos cursos
em funcionamento na ESEP foi ligeiramente superior ao do ano letivo anterior
(2016/2017).
Este aumento poder ser explicado por diferentes fatores, como a nova organizao
para a atribuio de ttulos pela OE e a sua maior valorizao poltica, alguma melhoria
das condies socioeconmicas dos enfermeiros, mas certamente que o prestgio da
Escola e a certeza da qualidade da formao nela ministrada tero sido decisivos no
momento da seleo da formao a realizar.
No que se refere aos diplomados pela ESEP, no ano letivo 2017/2018, podemos referir
que, foram diplomados 225 estudantes no CLE, 142 nos seis Cursos de Ps-Licenciatura
de Especializao em Enfermagem; 26 nas ps-graduaes (CPGGSE, CPGSCE e
CPGGICS) e 22 estudantes terminaram o seu curso de mestrado nas diferentes reas.
A mdia global do aproveitamento no CLE foi de 14,4 valores, considerando a mdia das
classificaes de todos os estudantes, em todas as unidades curriculares do curso. No
que se refere aos cursos de Mestrados ESEP, a mdia foi de 15,7 valores, considerando
a mdia de todos os cursos, em todas as unidades curriculares; relativamente aos cursos
de Ps-Licenciatura de Especializao em Enfermagem, a mdia encontrada foi de 15,9
valores; nos cursos de Ps-graduaes, 15,4 valores; e nas Unidades Curriculares
Isoladas, 15,0 valores.
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Estes valores representam um elevado sucesso nos processos de aprendizagem nos
diferentes cursos. Devem, no entanto, ser pensadas e implementadas estratgias para
a resoluo de alguns problemas que veem sendo recorrentes, nomeadamente: a
reduo significativa de estudantes que no final do primeiro ano dos cursos de
mestrado, no se inscrevem no segundo ano para completar o curso; o escasso nmero
de estudantes que obtm o grau acadmico no tempo previsto de durao do ciclo de
estudos; e ainda a baixa internacionalizao dos ciclo de estudos, nomeadamente no
que se refere aos estudantes internacionais.
A avaliao relativa ao funcionamento dos cursos da ESEP, no ano letivo em anlise,
realizada pelos estudantes na plataforma eletrnica de avaliao, aprovada pelo
Conselho Tcnico-Cientfico da ESEP PAVAP -, bem como a avaliao dos docentes que
lecionaram nos diferentes cursos, e que apresentada neste relatrio, foi globalmente
muito positiva e demonstra um esforo na procura da excelncia da formao em
enfermagem, nos seus diferentes nveis. No que se refere participao dos estudantes
nesta avaliao formal do curso, e semelhana dos anos letivos anteriores, apesar das
medidas que vm sendo tomadas para aumentar a sua participao (apelo verbal sua
importncia, avaliao semestral, alerta para avaliao ao aceder plataforma gesta),
se mantm um reduzido envolvimento dos discentes neste processo de avaliao. Este
aspeto, que se associa ausncia de informao em algumas unidades curriculares,
coloca em causa a fiabilidade dos resultados. Este facto particularmente relevante no
que se reporta formao ps-graduada. Novas estratgias devero ser pensadas e
implementadas, com vista a minimizar estes problemas nos prximos anos letivos.
Os espaos fsicos em que decorreram as atividades letivas, tambm na sequncia dos
anos anteriores, foram avaliados pelos estudantes e pelos docentes como respondendo
s necessidades e aos fins a que se destinam. Tambm as instituies/servios onde se
desenvolveram os ensinos clnicos dos diferentes cursos foram, na sua globalidade,
avaliadas como adequadas aos processos pedaggicos e s exigncias especficas de
formao de cada um dos cursos.
Em sntese, podemos referir que os cursos em funcionamento na ESEP, durante o ano
letivo 2017/2018, se desenvolveram de acordo com o planeado, no respeito pela
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regulamentao prpria e respetivos planos de estudos, com a regularidade necessria,
com uma razovel assiduidade dos estudante s atividades letivas (avaliadas pela
Plataforma Eletrnica de Registo de Assiduidade - PERA), sem registo de ocorrncias
negativas, com elevadas taxas de aproveitamento e com uma avaliao positiva por
parte dos diferentes intervenientes no processo de ensino/aprendizagem. As
metodologias utilizadas nos diferentes cursos privilegiaram o desenvolvimento do
pensamento crtico em Enfermagem, utilizando estratgias ativas e interativas, pr-
ativas e centradas na convico de que, cada estudante deve construir o seu percurso
de aprendizagem, com vista ao desenvolvimento de competncias em Enfermagem, que
permitam um exerccio profissional de excelncia e a inovao nos modelos
assistenciais. No mesmo sentido, foi adotado, sempre que possvel, um sistema study-
oriented que permite a cada estudante a gesto do seu tempo, motivao e interesse.
Valorizamos, ainda, a criao e a translao do conhecimento cientfico em
enfermagem, como alicerce dos processos pedaggicos e das tomadas de deciso em
sade.
Em linha com o modelo que tem sido adotado em anos anteriores, o presente relatrio
de avaliao dos cursos em funcionamento na ESEP est organizado em captulos e
subcaptulos, de acordo com os diferentes cursos e sua organizao. Este documento
foca, em primeiro lugar, o Curso de Licenciatura em Enfermagem, ao que se seguem os
diferentes Cursos de Mestrado em Enfermagem, os cursos de Ps-licenciatura de
Especializao em Enfermagem, terminando com os Cursos de Ps-graduao. Em cada
um deles so apresentados os objetivos especficos do curso, o seu funcionamento no
ano letivo em apreciao, a constituio do seu corpo docente, o sucesso acadmico,
bem como a avaliao do processo ensino/aprendizagem realizada pelos estudantes e
pelos docentes responsveis pela coordenao das unidades curriculares. Terminam
com a avaliao da eficcia dos objetivos definidos para o curso e as sugestes de
melhoria a implementar em anos subsequentes.
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CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
Nota Introdutria
Os relatrios de avaliao dos cursos que integram a oferta formativa da ESEP so peas
essenciais do processo de anlise e reflexo, feito pela escola, com vista melhoria
contnua daquela oferta formativa. neste contexto que se enquadra o documento aqui
apresentado, com foco na concretizao do Curso de Licenciatura em Enfermagem (CLE)
da Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP), relativo ao ano letivo 2017 / 2018.
O relatrio apresentado um documento que, nos termos definidos na estrutura
funcional da Escola, procura sintetizar os elementos essenciais da concretizao do
curso. Assim, ao longo deste documento ser feita a apresentao dos aspetos centrais
para a avaliao do ano letivo 2017 / 2018, procurando identificar aspetos que carecem
e justificam melhorias, em linha com aquilo que tem sido a nossa prtica.
Considerando que, neste momento, ainda no temos harmonizado um modelo padro
para os relatrios finais e anuais dos cursos, optou-se por manter uma estrutura do
documento em tudo sobreponvel dos anos letivos anteriores, procurando-se, mais
uma vez, por esta via, potenciar a comparabilidade dos resultados apurados; desvelando
tendncias e traos de continuidade.
Como ficou evidente, desde logo no relatrio relativo ao ano letivo de 2016 / 2017,
durante o ltimo ano letivo (2017 / 2018), naquilo que se reporta ao CLE, a ESEP viu-se
obrigada a preparar uma estratgia capaz de acomodar a exigncias injustas e
infundadas, nunca e demais diz-lo, da Agncia de Avaliao e Acreditao do Ensino
Superior (A3ES); exigncias que nos empurraram para um aumento significativo
(aproximadamente 600 horas) do nmero de horas de contacto do CLE. Sem esta
alterao, o normal funcionamento do curso ficava hipotecado, assim como as legtimas
expectativas de todos os estudantes que o frequentam.
Assim, confrontados com as exigncias infundadas da A3ES, foram considerados
diferentes cenrios de remediao do problema, enquanto decorre a ao que a ESEP
intentou em tribunal, com vista a contestar a deciso da A3ES. Atender s exigncias da
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A3ES, nesta fase, foi o nico rumo para a escola, por forma a salvaguardar os interesses
e expetativas dos seus estudantes.
Com o intuito de mitigar o problema que resultou das exigncias injustas e sem
fundamento material da A3ES, o Conselho Tcnico Cientfico (CTC) equacionou
diferentes cenrios. Dos seis cenrios equacionados, em tempo oportuno, foi tomada a
deciso de converter horas de estudo individual dos estudantes, das unidades
curriculares de Ensino clnico do CLE, em horas de estgio. Em paralelo, naquilo que
se refere s unidades curriculares do 1 e do 2 ano do Plano indicativo do curso, foi
necessrio proceder ao aumento do nmero de horas de contacto de todas as unidades
curriculares, nomeadamente na componente terica (T). Da soluo encontrada
resultou como necessrio proceder a uma alterao do plano de estudos; alterao que
observou todos os requisitos que resultam das disposies legais e regulamentares em
vigor.
Os ajustamentos a que nos vimos forados, em rigor, no determinaram mudanas no
nmero de horas totais do ciclo de estudo (6015 h), na natureza do curso, nos seus
objetivos, na sua organizao ou elenco de unidades curriculares. Na substncia, tratou-
se, apenas, de aumentar o nmero de horas de contacto, tal como exigia a A3ES.
Daqui resultou claro no ser necessrio desenhar ou implementar um qualquer plano
de transio curricular, na medida em que, de acordo com o Regulamento de Aplicao
do Sistema de Crditos Curriculares, os ajustes operados se inscrevem, to s, na
reorganizao do tempo utilizado em sesses de ensino, de cada uma das unidades
curriculares, sem que da, como assinalado, resulte qualquer alterao na sua (das
unidades curriculares) natureza, objetivos e nmero de ECTS. Importa, ainda, destacar
que os ajustes operados no impactam no conjunto organizado de unidades curriculares
que integram o CLE, na sua estrutura curricular e no conjunto de reas cientficas que
lhe do corpo, assim como no nmero de crditos que cada estudante deve reunir, em
cada uma das reas cientficas e unidades curriculares, para concluir o ciclo de estudos.
A soluo adotada, ou qualquer outra que atendesse ao que nos foi imposto pela A3ES,
, bem o sabemos, altamente penosa para toda a comunidade pedaggica, na medida
em que, a partir de 2018 / 2019, se aplica a todos os estudantes. Todavia, apesar de
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penosa, uma soluo que teve a concordncia, unnime, dos rgos de governo da
escola; nomeadamente o Conselho Pedaggico, onde esto representados docentes e
estudantes, nos termos dos estatutos da ESEP.
As alteraes a que fomos foradas, como fica evidente, s entraram em fase de
concretizao no ano letivo de 2018 / 2019. Por isso mesmo, em tempo oportuno,
ocupar-nos-emos de avaliar tudo aquilo que sero (esto a ser) os impactes reais
daquelas alteraes na dinmica de concretizao do CLE.
Clarificado este aspeto, absolutamente incontornvel na vida da escola e do CLE,
importa colocar o foco no propsito deste relatrio.
Objetivos do curso
Os objetivos do Curso de Licenciatura em Enfermagem da ESEP, como reconhecido,
inclusive pela A3ES, esto em linha com as disposies legais em vigor, nomeadamente
o Decreto-Lei n. 353/99, de 3 de setembro, que fixa as regras gerais a que se encontra
subordinado o ensino da Enfermagem no mbito do ensino superior politcnico e a
Portaria n. 799-D/99, de 18 de setembro, que o regulamenta. Este diploma legal,
integralmente respeitado pela ESEP, entre vrios aspetos, determina que o curso de
licenciatura em enfermagem tem a durao de 4 anos e que a sua carga horria total
deve situar-se entre quatro mil e seiscentas e quatro mil e oitocentas horas, donde se
retira que, quando se trata de horas, fala-se na totalidade das horas, sem distinguir o
tipo ou qualidade. O Decreto-Lei n. 42/2005, de 22 de fevereiro, estabelece os
princpios reguladores de instrumentos para a criao do espao europeu de ensino
superior, formalizando, assim, na ordem jurdica nacional, o Processo de Bolonha.
Nos termos definidos na lei, com a componente de ensino terico, pretende-se que os
estudantes sejam capazes de adquirir conhecimentos de ndole cientfica, deontolgica
e profissional que fundamentam o exerccio profissional da enfermagem. A componente
de ensino clnico do CLE tem como objetivo assegurar a aquisio de conhecimentos,
aptides e atitudes necessrios s intervenes autnomas e interdependentes do
exerccio profissional.
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A estrutura curricular do CLE e a forma como o curso desenvolvido, pautam-se por um
grande enfoque no desenvolvimento das competncias de tomada de deciso clnica,
em linha com o domnio disciplinar da Enfermagem. Quando se analisa o Plano de
Estudos do CLE (240 ECTS), legtimo dizer que o mesmo se estrutura em torno de dois
blocos, atendendo aquilo que so as exigncias das matrias obrigatrias.
O primeiro bloco integra as unidades curriculares dos 4 primeiros semestres do plano
indicativo (120 ECTS); e o segundo composto por unidades curriculares de ensino
clnico (120 ECTS). Esta lgica de estruturao visa, numa primeira fase, dotar os
estudantes de um mnimo de fundamentos concetuais e habilidades instrumentais que
lhes permita continuar o processo de desenvolvimento de competncias em contexto
clnico, de uma forma slida e suficientemente ancorada, maximizando as
oportunidades de aprendizagem. Naquele primeiro bloco, como claramente se percebe
da consulta do Plano de estudos, h uma aposta muito significativa em modalidades
pedaggicas que privilegiam dinmicas em pequenos grupos, com forte ancoragem
em orientaes tutoriais e prticas simuladas em laboratrio. Alis, a simulao tem
sido um eixo estruturante do desenvolvimento do curso, com recurso a dispositivos e
plataformas tecnolgicas que resultam de projetos de I&D liderados por docentes da
ESEP.
O desenvolvimento do CLE tem vindo a incorporar, ao longo dos anos, as evidncias
disponveis, nomeadamente aquelas que ilustram factos como: o envelhecimento da
populao, o aumento de doentes portadores de doenas crnicas, a necessidade de
acompanhamento de doentes dependentes no autocuidado e suas famlias, assim como
a (desejvel) expanso da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).
Este panorama desafia-nos a preparar licenciados com um reportrio de competncias
que lhes permitam lidar no apenas com as necessidades em cuidados que se situam
dentro dos muros dos hospitais, mas tambm com aquelas que derivam do cenrio
traado e ainda, com as (necessidades) que permanecem pouco evidentes no discurso
e ao poltica.
A enfermagem tem vindo a afirmar-se como um domnio disciplinar no seio da
academia, com um corpo de conhecimentos prprios. A disciplina de enfermagem toma
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por objeto de estudo, no as doenas, mas as respostas humanas aos problemas de
sade e aos processos de vida, geradores de transies. Daqui resulta como necessrio
que o CLE seja capaz de habilitar os futuros enfermeiros para se constiturem como uma
ajuda profissional significativa, no sentido do aumento da gama de recursos dos clientes
para lidarem com os desafios de sade. A incorporao da Teoria das transies
proposta por Meleis e colaboradoras (2000), como referencial operativo nos processos
de conceo de cuidados um trao evidente da forma como o CLE tem sido
concretizado. Continuamos, ainda, a entender, de acordo com a Ordem dos Enfermeiros
(OE), que os cuidados de enfermagem tomam por foco de ateno a promoo de
projetos de sade que cada pessoa vive e persegue. Neste contexto procura-se, ao longo
de todo o ciclo vital, prevenir a doena e promover os processos de readaptao,
procura-se a satisfao das necessidades humanas fundamentais e a mxima
independncia na realizao das atividades da vida, procura-se a adaptao funcional
aos dfices e a adaptao a mltiplos fatores frequentemente atravs de processos de
aprendizagem do cliente. (2003. p. 5)1 .
Os objetivos do Curso de Licenciatura em Enfermagem, no quadro do exposto at aqui,
orientam-se para dotar os licenciados de competncias para:
Planear, executar e avaliar cuidados gerais de enfermagem pessoa saudvel ou
doente, ao longo do ciclo vital, famlia, grupos e comunidade aos trs nveis de
preveno;
Participar como elemento ativo da equipa multidisciplinar de sade no
planeamento/avaliao de atividades que contribuam para o bem-estar da
pessoa, famlia e comunidade, de forma a prevenir, minorar ou resolver os seus
problemas de sade;
Desenvolver a prtica de investigao em enfermagem, em particular, e da sade
em geral;
Intervir ativamente na formao de enfermeiros e outros profissionais;
1 Conselho de Enfermagem - Competncias do enfermeiro de cuidados gerais. Lisboa, Ordem dos Enfermeiros,
2003.
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Participar na gesto de servios de sade.
Depois de situar o CLE no quadro da formao de enfermeiros que a realidade exige,
importa evoluirmos para os aspetos mais operativos do ano letivo 2017/2018.
Durao do ano letivo
O ano letivo concretizou-se em 40 semanas, de acordo com o calendrio escolar
proposto pelo Conselho Pedaggico e homologado pelo Presidente (Despacho
Presidente n. 2017/07).
O calendrio letivo foi o seguinte:
-- Perodos letivos
Incio das atividades do 1. semestre
11/09/2017 2., 3., 4. ano do CLE
21/09/2017 1. ano do CLE
Incio das atividades do 2. semestre
14/02/2018 CLE
poca de frequncias e exame normal - CLE
18/01/2018 a 09/02/2018 - 1. semestre
18/06/2018 a 09/07/2018 - 2. semestre
poca de recurso e melhoria de nota
10/07/2018 a 25/07/2018 CLE
poca de exame especial
03/09/2018 a 10/09/2018 CLE
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-- Perodos no letivos
Integrao dos novos estudantes do CLE
18/09/2017 a 20/09/2017
Frias letivas
Frias do Natal 20/12/2017 a 02/01/2018 (inclusive)
Pausa de Carnaval 12 e 13/02/2018
Frias da Pscoa 26/03/2018 a 02/04/2018 (inclusive)
Pausas letivas
Semana acadmica 07 a 11/05/2018
Encontro Nacional de Estudantes de Enfermagem 23 a 25/05/2018
Abertura solene do ano letivo 20/09/2017
Dias sem atividades letivas
Dia ESEP 15/06/2018
Encerramento do ano letivo 27/07/2018
Organizao e funcionamento do curso
O Curso de Licenciatura em Enfermagem foi coordenado ao longo do ano letivo
2017/2018, tal como nos quatro anos letivos anteriores, pelo Professor Filipe Miguel
Soares Pereira, sob nomeao do Conselho Tcnico-Cientfico (CTC). A taxa de execuo
das atividades letivas programadas foi de 100%. Este um aspeto que, em linha com a
histria da ESEP, importa realar e valorizar.
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De acordo com o determinado em Plenrio do Conselho Tcnico e Cientfico, ouvidas as
Unidades Cientfico-Pedaggicas (UCP), cada uma das Unidades Curriculares (UC) do CLE
foi coordenada por um professor do quadro de pessoal, conforme tabela a seguir
apresentada.
Coordenadores
Curso Ano UC Nome
CLE
FILIPE MIGUEL SOARES PEREIRA
CLE 1 Anatomia BRBARA LUISA CARDOSO DE ALMEIDA LEITO
CLE 1 Bioqumica & Microbiologia BRBARA LUISA CARDOSO DE ALMEIDA LEITO
CLE 1 Comportamento e relao CARLOS ALBERTO CRUZ SEQUEIRA
CLE 1 Empreendedorismo MARGARIDA DA SILVA NEVES DE ABREU
CLE 1 Fisiologia BRBARA LUISA CARDOSO DE ALMEIDA LEITO
CLE 1 Informao e Sade ANTNIO LUS RODRIGUES FARIA DE CARVALHO
CLE 1 Introduo Enfermagem PAULO JOS PARENTE GONALVES
CLE 1 Introduo Investigao CNDIDA DE ASSUNO SANTOS PINTO
CLE 1 Introduo Prtica Clnica I MANUELA JOSEFA DA ROCHA TEIXEIRA
CLE 1 Lngua gestual portuguesa LGIA MARIA MONTEIRO LIMA
CLE 1 Lnguas europeias espanhol LGIA MARIA MONTEIRO LIMA
CLE 1 Lnguas europeias ingls LGIA MARIA MONTEIRO LIMA
CLE 1 Parentalidade CNDIDA DE ASSUNO SANTOS PINTO
CLE 1 Psicologia da Sade LGIA MARIA MONTEIRO LIMA
CLE 1 Sade do Adulto e do Idoso MARGARIDA DA SILVA NEVES DE ABREU
CLE 1 Socioantropologia da Sade WILSON JORGE CORREIA PINTO ABREU
CLE 1 Terapias complementares ISILDA MARIA OLIVEIRA CARVALHO RIBEIRO
CLE 2 A pessoa dependente e os familiares cuidadores
MARIA DO CARMO ALVES DA ROCHA
CLE 2 Biotica e tica em Enfermagem ANA PAULA DOS SANTOS JESUS MARQUES FRANA
CLE 2 Farmacologia ANA LEONOR ALVES RIBEIRO
CLE 2 Gesto da doena e dos RT CLIA SAMARINA VILAA DE BRITO SANTOS
CLE 2 Introduo Gesto em Enfermagem MARIA MANUELA FERREIRA P. DA SILVA MARTINS
CLE 2 Introduo Prtica Clnica II ABEL AVELINO PAIVA E SILVA
CLE 2 Introduo Prtica Clnica III FILIPE MIGUEL SOARES PEREIRA
CLE 2 IRP FILOMENA MOREIRA PINTO PEREIRA
CLE 2 Patologia I PAULO ALEXANDRE OLIVEIRA MARQUES
CLE 2 Patologia II PAULO ALEXANDRE OLIVEIRA MARQUES
CLE 2 RCD I JOS LUIS NUNES RAMOS
CLE 2 RCD II OLGA MARIA FREITAS SIMES OLIVEIRA FERNANDES
CLE 3 Ensino Clnico: Cirurgia ANA LEONOR ALVES RIBEIRO
CLE 3 Ensino Clnico: Enfermagem Comunitria ALZIRA TERESA VIEIRA MARTINS FERREIRA SANTOS
CLE 3 Ensino Clnico: Medicina LAURA MARIA ALMEIDA REIS
CLE 3 Ensino Clnico: Parentalidade e Gravidez ALEXANDRINA MARIA RAMOS CARDOSO
18
CLE 3 Ensino Clnico: Sade Familiar MARIA JOS DA SILVA PEIXOTO OLIVEIRA CARDOSO
CLE 4 Ensino Clnico em meio hospitalar ALDA ROSA BARBOSA MENDES
CLE 4 Ensino Clnico na comunidade ALDA ROSA BARBOSA MENDES
CLE 4 Ensino Clnico: Cuidados Continuados na Comunidade
PAULINO ARTUR FERREIRA DE SOUSA
CLE 4 Ensino Clnico: Internamento em Cuidados Continuados
MARIA DE FTIMA ARAJO LOPES ELIAS
CLE 4 Ensino Clnico: Obstetrcia ANA PAULA PRATA AMARO DE SOUSA
CLE 4 Ensino Clnico: Pediatria MARIA TERESA LOUREIRO DA NAZAR VALENTE
CLE 4 Ensino Clnico: Sade Mental e Psiquiatria TERESA DE JESUS RODRIGUES FERREIRA
Quadro 1 Coordenadores das Unidades curriculares do CLE (2017/2018)
Tal como em anos letivos anteriores, cerca de 10 unidades curriculares do CLE foram
coordenadas por professores adjuntos do quadro docente da ESEP. Esta situao, que
no nova na escola, foi regulada por critrios de transparncia, nomeadamente: a) a
ausncia de um Prof. Coordenador na equipa pedaggica da UC; b) o elenco de Prof.
Adjuntos detentores do Grau de Doutor; c) a posio dos Prof. Adjuntos na lista de
precedncias dos professores; d) a intensidade das horas letivas dos professores
envolvidos na UC em apreo.
Por outro lado, ao longo dos anos, verifica-se uma grande estabilidade no elenco dos
professores responsveis por cada uma das UC do CLE, facto que, em grande medida,
permite dar consistncia e coerncia aos processos necessrios ao desenvolvimento de
cada uma das unidades curriculares. Nas situaes em que existem mudanas, as
mesmas ocorrem dentro de cada uma das UCP, com base num modelo de alternncia,
entre professores e unidades curriculares emparelhadas.
As unidades curriculares do CLE so semestrais, podendo ser constitudas por aulas
tericas, de frequncia facultativa e, conforme os casos, aulas terico-prticas, prticas
laboratoriais, orientao tutorial e estgio, todas de frequncia obrigatria. O registo da
presena dos estudantes nas aulas Tericas, Terico-prticas; de Orientao tutorial; e
de Prticas Laboratoriais feito com recurso Plataforma Eletrnica de Registo de
Assiduidade (PERA).
19
Tipo Aula
Aulas Realizadas
Participantes
Presentes
Faltas Faltas Parciais
Taxa Presena (%)
OT 2305 33214 30485 2667 363 92
PL 2306 24101 22206 1878 192 92
TP 1915 55255 50439 4633 704 91
T 723 85659 43328 40488
3159 51
Quadro 2 Taxa de assiduidade (por tipo de aula) CLE (2017/2018)
Os dados apresentados na tabela anterior reportam-se totalidade das unidades
curriculares com aquele tipo de aulas. Os valores apurados em 2017 / 2018 esto
perfeitamente em linha com aquilo que se verificou no ano letivo anterior. A taxa de
presena encontrada para as aulas tericas (sem limite de faltas), um aspeto que nos
deve motivar, fundamentalmente para a busca de estratgias e solues capazes de
melhorar o indicador num futuro muito prximo.
Como se percebe da consulta da tabela, o registo de assiduidade na componente de
estgio no est reportado na informao apresentada. Contudo, importa recordar
que, de acordo com o Regulamento Geral de Frequncia e Avaliao, em estgio, o limite
de faltas de 15%; valor que se for ultrapassado determina a perda da inscrio na
unidade curricular de ensino clnico. Na realidade, o nmero de estudantes que, em
2017 / 2018, perdeu a inscrio a unidades curriculares com componente de estgio foi
muito reduzido, com a exceo dos Ensinos clnicos de Medicina e Cirurgia, como
veremos adiante.
Todas as unidades curriculares esto sujeitas a avaliao, que pode ser contnua,
peridica ou final, conforme as disposies regulamentares em vigor na ESEP.
Anualmente, o regime de avaliao de cada uma das unidades curriculares , sob
proposta do respetivo coordenador, revisto e aprovado pelo Conselho Tcnico-
Cientfico (CTC).
Equipa pedaggica
A organizao cientfico-pedaggica adotada pela Escola Superior de Enfermagem do
Porto alicera-se num modelo de distribuio do trabalho docente, na componente
letiva, progressivamente mais orientado pelas Unidades Cientfico-Pedaggicas (UCP).
20
Cada Unidade Curricular (UC), enquanto parte integrante de uma UCP, tem um
coordenador e um conjunto de docentes que so responsveis por cada uma das
componentes, conforme mapa de distribuio do servio letivo, aprovado pelo CTC para
2017 / 2018. Como se depreende da consulta do referido mapa, para efeitos da
concretizao das unidades curriculares do CLE, recorremos quer a docentes internos,
quer externos. Estes ltimos foram, fundamentalmente, assistentes contratados para
assegurar algumas das aulas de Prticas laboratoriais ou estgio, sempre na
dependncia funcional de um Professor interno, em linha com as disposies do CTC e
coordenadores das UCP. Para as unidades curriculares inscritas fora da rea cientfica
de Enfermagem, recorremos, essencialmente, a Professores adjuntos contratados,
oriundos, preferencialmente, de unidades funcionais da Universidade do Porto (UP). A
percentagem do trabalho letivo do CLE assegurado por docentes internos (em tempo
integral) foi, em 2017/2018, cerca de 64% da totalidade do servio letivo, em linha com
a realidade de anos letivos anteriores.
Estudantes inscritos & diplomados
No final do ano letivo 2017/2018 foram diplomados com o Curso de Licenciatura em
Enfermagem 225 estudantes; nmero muito prximo daquilo que foi verificado em 2016
/ 2017. Como j tivemos oportunidade de assinalar em relatrios anteriores, temos
assistido a um decrscimo do nmero de diplomados. Para a leitura deste facto
importar equacionar o nmero crescente de estudantes que se vm obrigados a
compatibilizar o seu percurso acadmico com algum tipo de atividade laboral;
conjuntura que acaba por constituir um obstculo ao seu sucesso escolar. Temos
conscincia que, com frequncia, alguns dos nossos estudantes com estatutos
especiais, atribudos nos termos do regulamento em vigor na ESEP, experimentam
claras e manifestas dificuldades em frequentar os ensinos clnicos do curso. Temos que,
no curto / mdio prazo, desenhar modalidades de frequncia daquelas unidades
curriculares em planos mais diludos no tempo. S desta forma estaremos em
condies de continuar a aprofundar os mecanismos de monitorizao e promoo do
sucesso escolar, vendo em cada estudante, e nas suas particulares circunstncias, uma
oportunidade de xito.
21
Regime de frequncia e avaliao
O Regulamento Geral de Frequncia e de Avaliao explicita os aspetos centrais que
governam esta dimenso do desenvolvimento do curso. No cumprimento do referido
Regulamento, o Conselho Tcnico-Cientfico (CTC) da Escola Superior de Enfermagem
do Porto, aprovou, como referimos, o regime de avaliao de cada uma das unidades
curriculares do CLE; regime que foi integralmente cumprido. Os regimes de avaliao de
cada uma das UC foram estabilizados em outubro de 2017, produzindo efeitos para todo
o ano letivo. Aps aprovao, os regimes de avaliao foram publicitados nas diferentes
plataformas e documentos que apoiam o funcionamento do CLE. Como sempre, os
regimes de avaliao de cada uma das unidades curriculares so discutidos com os
estudantes, constituindo um elemento central do contrato pedaggico celebrado.
Avaliao da aprendizagem
A avaliao das aprendizagens tomou, em funo de cada unidade curricular, as mais
variadas formas, nos termos aprovados pelo CTC da ESEP. Todavia, como recomendado,
procurou-se maximizar e demonstrar a coerncia entre os contedos, os objetivos, as
estratgias pedaggicas e de avaliao de cada uma das UC. Neste quadro, em outubro
de 2017, foram aprovados pelo CTC todos os contedos, objetivos, regimes de avaliao
e bibliografia de cada uma das unidades curriculares; prtica que foi estabilizada ao nvel
dos processos pedaggicos.
Conforme se percebe da leitura da tabela que sintetiza os resultados das aprendizagens,
o diferencial entre estudantes inscritos (Inscr.) e, aps, avaliados (Aprov. e S/ Aprov.),
resulta do facto de existirem casos de estudantes que desistiram (Desiste) da unidade
curricular ou que suspenderam a matrcula (N_Ativo). Importa clarificar que, como
Inscritos, no so considerados, neste relatrio, os estudantes com a UC creditada.
As taxas de reprovao das diferentes unidades curriculares, considerando os
avaliados e destes, os casos sem aproveitamento, so baixas. No que se reporta s
unidades curriculares do 1 e do 2 ano do Plano Indicativo do CLE, a taxa mais alta de
22
reprovao situa-se prximo dos 6%. Neste conjunto de UC (1 e 2 ano), a taxa mdia
de reprovao cifra-se em cerca de 2,5%.
Quando olhamos para as unidades curriculares de ensino clnico, constatamos que a
taxa mdia de reprovao ainda mais baixa, situando-se em torno do 1,5%.
Outro parmetro passvel de ser includo nesta anlise diz respeito taxa de desistncia
dos estudantes inscritos nas diferentes unidades curriculares. A taxa mdia de
desistncia das UC do 1 ano do Plano indicativo foi 6,6%, considerando no universo dos
estudantes inscritos aqueles que desistiram. O valor mdio da desistncia nas UC do 2
ano situou-se em torno de 5%. J no que se reporta s UC de ensino clnico (3 e 4 ano
do Plano Indicativo), verificou-se uma mdia de desistncia de 4,7%. Neste particular,
importa olhar de forma mais demorada para os valores mdios de desistncia nas UC de
Ensino clnico de Medicina e Ensino clnico de Cirurgia; ambas com taxas de desistncia
muito desviadas da mdia global; 11,6% e 9,7%, respetivamente.
A tabela seguinte reporta os resultados do sucesso dos estudantes, em cada uma das
UC do curso.
Unidade Curricular Aprov.
S/ Aprov.
Desiste
N_Ativo
Avalia
Inscr.
Md.
DP
Parentalidade 286 13 24 10 299 333 12,79
1,26
Sade do adulto e do idoso 278 8 19 10 286 315 12,64
0,92
Informao em sade 277 4 19 10 281 310 13,24
1,5
Introduo investigao 266 18 22 10 284 316 12,83
1,55
Comportamento e relao 267 10 20 10 277 307 14,01
1,27
Introduo enfermagem 274 18 12 10 292 314 13 1,17
Introduo prtica clnica I 276 3 27 10 279 316 13,03
0,98
Anatomia 266 11 24 10 277 311 12,05
2,01
Fisiologia 266 16 18 10 282 310 12,66
1,7
Bioqumica e microbiologia 265 5 21 10 270 301 14,27
2,65
Psicologia da sade 270 9 18 10 279 307 14,19
1,39
23
Socioantropologia da sade 272 10 18 10 282 310 15,81
1,29
Empreendedorismo 64 0 8 3 64 75 16,22
1,23
Terapias complementares 73 0 5 4 73 82 15,92
2,15
Lngua gestual portuguesa 64 2 4 2 66 72 12,84
2,14
Lnguas europeias - ingls 75 1 5 1 76 82 15,69
2,35
A pessoa dependente e os familiares cuidadores
269 6 24 0 275 299 13,01
1,08
Gesto da doena e dos regimes teraputicos
285 6 26 0 291 317 14,25
1,35
Respostas corporais doena I 267 4 17 0 271 288 14,21
1,28
Respostas corporais doena II 281 1 12 0 282 294 15,29
1,22
Intervenes resultantes de prescries
276 6 10 0 282 292 13,75
1,2
Introduo gesto em enfermagem
277 3 18 0 280 298 13,77
1,28
Biotica e tica em enfermagem 265 2 8 0 267 275 14,13
1,22
Introduo prtica clnica II 284 3 12 0 287 299 14,78
1,23
Introduo prtica clnica III 273 5 15 0 278 293 14,55
1,11
Farmacologia 275 1 12 0 276 288 15,45
2,74
Patologia I 298 20 14 0 318 332 13,14
2,21
Patologia II 284 4 13 0 288 301 15,08
2,05
Ensino clnico: sade familiar 274 4 21 0 278 299 15,08
1,51
Ensino clnico: enfermagem comunitria
282 1 12 0 283 295 15,26
1,14
Ensino clnico: cirurgia 272 8 30 0 280 310 14,44
1,71
Ensino clnico: medicina 275 14 38 0 289 327 14,13
1,77
Ensino clnico: parentalidade e gravidez
281 1 19 0 282 301 14,73
1,62
Ensino clnico em meio hospitalar 242 1 3 0 243 246 16,78
1,51
Ensino clnico na comunidade 66 0 3 0 66 69 17,05
1,35
Ensino clnico: cuidados continuados na comunidade
247 4 6 0 251 257 15,08
1,44
Ensino clnico: internamento em cuidados continuados
253 6 7 0 259 266 14,94
1,58
Ensino clnico: sade mental e psiquiatria
256 1 5 0 257 262 16,2
1,09
Ensino clnico: pediatria 260 4 9 0 264 273 14,63
1,88
24
Ensino clnico: obstetrcia 256 2 5 0 258 263 15,97
1,4
Quadro 3 Resultados (mdios) da avaliao das aprendizagens, por Unidade curricular
do CLE (2017/2018)
Em 2017 / 2018 comea a verificar-se uma maior harmonia nas classificaes mdias
das diferentes unidades curriculares do curso. Temos vindo a constatar, ao longo dos
ltimos anos, um esbater do significado das diferenas nas classificaes mdias das
vrias unidades curriculares do curso.
Avaliao dos processos pedaggicos perspetiva dos estudantes
Desde de 2015 que a Plataforma de Avaliao Pedaggica PAVAP um instrumento
consistente de avaliao do CLE, por parte dos estudantes. A taxa de resposta ao
questionrio que d contedo quela plataforma foi muito elevada. O nmero total de
estudantes do CLE que responderam ao questionrio, no que se reporta ao ano letivo
2017 / 2018, foi 1498 casos.
semelhana dos anos anteriores, todas as unidades curriculares que integram o plano
de estudos foram objeto de avaliao, por parte dos estudantes; assim como um
conjunto de questes gerais relativas ao funcionamento do curso e da escola.
A avaliao feita pelos estudantes, em cada uma das unidades curriculares, integra um
conjunto alargado questes que, entre outros aspetos, focam trs grandes dimenses:
Interesse pela UC; Funcionamento da UC; e Apreciao global dos professores
envolvidos na UC. O instrumento de recolha de dados e todas as mtricas que dos
dados so inferidas tm-se mantido estveis, o que concorre para a viabilizao de
comparaes e projeo de tendncias ao longo dos anos. Recorde-se que, na estrutura
ordinal do instrumento em uso, o score 1 corresponde a mau e o score 5 a muito
bom. O nmero de estudantes respondentes ao questionrio varia em cada uma das
unidades curriculares, em funo dos inscritos em cada uma delas.
A tabela 4 sintetiza os scores globais da avaliao dos estudantes relativamente a cada
UC, naquilo que se reporta ao Interesse global pela Unidade curricular. Este score
25
resulta das respostas questo: Apreciao global relativa ao interesse do estudante
pela unidade curricular.
Unidade Curricular Score Mdio Interesse
Anatomia 3,4
Bioqumica e Microbiologia 3,9
Comportamento e relao 4,0
Empreendedorismo 3,9
Fisiologia 3,6
Informao em Sade 3,6
Introduo Enfermagem 3,6
Introduo Investigao 3,4
Introduo Prtica Clnica I 3,7
Lngua gestual portuguesa 3,8
Lnguas europeias ingls 4,1
Parentalidade 3,9
Psicologia da Sade 3,8
Sade do Adulto e do Idoso 3,6
Socioantropologia da Sade 3,8
Terapias Complementares 4,1
A pessoa dependente e os familiares cuidadores 3,9
Biotica e tica em Enfermagem 3,6
Farmacologia 3,7
Gesto da doena e dos regimes teraputicos 3,8
Intervenes Resultantes de Prescries 4,1
Introduo Gesto em Enfermagem 3,6
Introduo Prtica Clnica II 4,0
Introduo Prtica Clnica III 4,0
Patologia I 3,4
Patologia II 3,8
Respostas Corporais Doena I 4,2
Respostas Corporais Doena II 4,1
Ensino clnico: cirurgia. 4,1
Ensino clnico: enfermagem comunitria. 4,3
Ensino clnico: medicina. 4,1
Ensino clnico: parentalidade e gravidez. 4,2
Ensino clnico: sade familiar. 4,3
Ensino Clnico em meio hospitalar 4,5
Ensino Clnico na comunidade 4,6
Ensino clnico: cuidados continuados na comunidade. 4,2
Ensino clnico: internamento em cuidados continuados. 4,2
Ensino clnico: obstetrcia. 4,4
Ensino clnico: pediatria. 4,0
Ensino clnico: sade mental e psiquiatria. 4,3
Quadro 4 Score global Interesse pela UC - CLE (2017/2018)
Os resultados apurados, perfeitamente em linha com o verificado em anos anteriores,
evidenciam uma realidade que deve ser assinalada e sublinhada. Todas as UC do curso
geram nos estudantes interesses bem acima do ponto mdio racional da escala
26
adotada. Para alm disso, metade das UC tem um score mdio de interesse >= 4. O valor
mais modesto de interesse dos estudantes pelas UC do curso 3,4.
Globalmente, constata-se que cerca de 70% dos estudantes tm um interesse pelo curso
que pode ser considerado como Bom ou Muito bom.
A segunda dimenso da avaliao dos estudantes centra-se no funcionamento de cada
uma das UC do curso. A tabela seguinte sintetiza os resultados mdios apurados.
Unidade Curricular Score Mdio Funcionamento
Anatomia 3,9
Bioqumica e Microbiologia 4,3
Comportamento e relao 4,3
Empreendedorismo 4,3
Fisiologia 3,9
Informao em Sade 4,0
Introduo Enfermagem 4,0
Introduo Investigao 3,5
Introduo Prtica Clnica I 3,8
Lngua gestual portuguesa 3,6
Lnguas europeias ingls 4,5
Parentalidade 4,3
Psicologia da Sade 4,1
Sade do Adulto e do Idoso 3,8
Socioantropologia da Sade 4,0
Terapias Complementares 4,3
A pessoa dependente e os familiares cuidadores 3,8
Biotica e tica em Enfermagem 3,5
Farmacologia 3,9
Gesto da doena e dos regimes teraputicos 3,8
Intervenes Resultantes de Prescries 4,2
Introduo Gesto em Enfermagem 3,4
Introduo Prtica Clnica II 3,9
Introduo Prtica Clnica III 3,9
Patologia I 3,6
Patologia II 3,9
Respostas Corporais Doena I 4,3
Respostas Corporais Doena II 4,1
Ensino clnico: cirurgia. 3,9
Ensino clnico: enfermagem comunitria. 3,8
Ensino clnico: medicina. 3,9
Ensino clnico: parentalidade e gravidez. 3,7
27
Ensino clnico: sade familiar. 4,0
Ensino Clnico em meio hospitalar 4,5
Ensino Clnico na comunidade 4,4
Ensino clnico: cuidados continuados na comunidade. 3,8
Ensino clnico: internamento em cuidados continuados. 3,7
Ensino clnico: obstetrcia. 4,2
Ensino clnico: pediatria. 3,5
Ensino clnico: sade mental e psiquiatria. 4,0
Quadro 5 Score global Funcionamento da UC - CLE (2017/2018)
Tambm na dimenso do funcionamento das UC, os resultados apurados so bastante
animadores, semelhana de anos letivos anteriores. Globalmente, para 73% dos
estudantes inquiridos, as UC do curso funcionam Bem ou Muito bem. muito
reduzida (4%) a percentagem de estudantes que julga o funcionamento geral do curso
como Medocre ou Mau.
Cerca de metade das UC tem um score mdio de funcionamento >= 4. O score de
qualidade de funcionamento mais baixo, para as UC do curso, foi 3,4.
A terceira dimenso central da apreciao realizada pelos estudantes ao curso prende-
se com a sua opinio acerca dos professores envolvidos nas diferentes unidades
curriculares.
Unidade Curricular Score Mdio Professores UC
Anatomia 4,1
Bioqumica e Microbiologia 4,5
Comportamento e relao 4,4
Empreendedorismo 4,6
Fisiologia 4,1
Informao em Sade 4,4
Introduo Enfermagem 4,3
Introduo Investigao 4,0
Introduo Prtica Clnica I 4,1
Lngua gestual portuguesa 3,9
Lnguas europeias ingls 4,7
Parentalidade 4,3
Psicologia da Sade 4,3
Sade do Adulto e do Idoso 4,2
Socioantropologia da Sade 4,2
Terapias Complementares 4,5
28
A pessoa dependente e os familiares cuidadores 3,9
Biotica e tica em Enfermagem 3,8
Farmacologia 4,1
Gesto da doena e dos regimes teraputicos 4,1
Intervenes Resultantes de Prescries 4,1
Introduo Gesto em Enfermagem 4,0
Introduo Prtica Clnica II 4,3
Introduo Prtica Clnica III 4,1
Patologia I 3,8
Patologia II 3,8
Respostas Corporais Doena I 4,4
Respostas Corporais Doena II 4,0
Ensino clnico: cirurgia. 4,2
Ensino clnico: enfermagem comunitria. 3,9
Ensino clnico: medicina. 4,2
Ensino clnico: parentalidade e gravidez. 3,8
Ensino clnico: sade familiar. 3,8
Ensino Clnico em meio hospitalar 4,1
Ensino Clnico na comunidade 4,4
Ensino clnico: cuidados continuados na comunidade. 3,9
Ensino clnico: internamento em cuidados continuados. 3,8
Ensino clnico: obstetrcia. 4,2
Ensino clnico: pediatria. 3,7
Ensino clnico: sade mental e psiquiatria. 4,3
Quadro 6 Score global Professores da UC - CLE (2017/2018)
Da consulta da tabela resulta evidente que, 72,5% das UC do curso, no que se reporta
opinio dos estudantes, acerca da qualidade dos professores, tm scores mdios >= 4.
Comparativamente ao ano letivo de 2016 / 2017, deve ser assinalado uma melhoria com
algum significado.
Tal como no ano letivo anterior, o score mais baixo verificado nesta dimenso cerca
de 3,7; valor bastante aceitvel. Em sntese, cerca de 80% dos estudantes consideram
os professores do curso como Bons ou Muito bons. Estes so resultados, sendo
muito animadores, no nos devem fazer baixar a guarda, antes pelo contrrio.
Melhorar aquilo que precisa e pode ser melhorado imperativo
Na apreciao que os estudantes fazem dos recursos estruturais da ESEP aportados ao
funcionamento do curso, devemos salientar que, em quase todos os parmetros, como
a qualidade geral das instalaes, a qualidade do mobilirio e do equipamento, o
29
acesso a meios audiovisuais ou a salas de estudos e biblioteca, assim como servios
de apoio (Cantina, Bar), cerca de dos estudantes tm uma opinio Boa ou Muito
boa. Relativamente aos recursos estruturais, o parmetro com valores de satisfao
mais baixos prende-se com a disponibilidade de equipamentos informticos, onde, tal
como em anos letivos anteriores, apenas 57% dos inquiridos os consideram Bons ou
Muito bons. Aqui, por comparao com o ano letivo anterior, nota-se um decrscimo
que nos deve deixar alerta.
Avaliao realizada pelos docentes
No final do ano letivo, cada um dos coordenadores das unidades curriculares do CLE
elaboraram o respetivo relatrio da UC. Os relatrios de cada um dos coordenadores
das UC foram apreciados pelo coordenador do CLE. Os aspetos mais relevantes foram
integrados e agregados neste relatrio. Globalmente, podemos dizer que, com base na
apreciao dos dados contidos em cada um dos relatrios das diferentes UC, as
condies de desenvolvimento e funcionamento das atividades letivas, os contedos
programticos e as metodologias de ensino / aprendizagem foram concretizadas nos
termos planeados, mostrando-se adequadas concretizao dos objetivos de
aprendizagem.
Durante o ano letivo 2017 / 2018 vivemos alteraes significativas nos rgos de gesto
e governo da escola. justo reconhecer que a vivncia deste momento da vida
democrtica da escola em nada afetou o funcionamento do CLE, facto que atesta a
maturidade e desenvolvimento institucional da ESEP.
Durante o decurso do ano letivo, foram sendo geradas discusses no seio das UCP e
equipas pedaggicas das diferentes UC do curso. As sugestes de melhoria que foram
emergindo das discusses produzidas foram tomadas em considerao no planeamento
do ano letivo (2018/2019). Apesar dos esforos da ESEP, no particular das unidades
curriculares de Ensino Clnico, mantm-se a tendncia, por parte de vrias instituies
de sade parceiras da ESEP, de reduo do nmero de vagas disponveis para estgio;
realidade que nos conduz a uma disperso dos locais de estgio. Este um facto que se
30
tem tornado cada vez mais evidente e que nos coloca novas dificuldades e desafios ao
funcionamento do curso.
Sugestes de melhoria
Na sequncia do exposto nos pargrafos anteriores, em 2018 / 2019, estamos a iniciar
uma experincia piloto de parceria com dois servios do Hospital Pedro Hispano da
Unidade Local de Sade de Matosinhos, com vista a obviar s crescentes dificuldades
que temos experimentado, em termos de campos de estgio. Este um projeto que
ser monitorizado durante 2018 / 2019, com vista a identificar as suas debilidades, assim
como as suas (eventuais) virtudes e potencial de replicao noutros contextos.
Notas finais
O ano letivo 2017/2018 decorreu de acordo com o que foi planeado, recolhendo um
parecer muito favorvel da comunidade escolar.
Ao longo deste documento verificmos que as vrias unidades curriculares foram
desenvolvidas no respeito do estipulado no plano de estudos e da legislao em vigor.
Constata-se que os estudantes obtiveram taxas de aproveitamento assinalveis. A taxa
de execuo do curso foi, como j tivemos oportunidade de referir, 100%.
31
MESTRADOS
CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM COMUNITRIA
Nota Introdutria
O Curso de Mestrado em Enfermagem Comunitria da Escola Superior de Enfermagem
do Porto (ESEP) prepara enfermeiros para exercer a sua prtica em diversos contextos
e situaes socioeconmicas, inseridos em instituies pblicas, privadas e no
governamentais, para atender s necessidades da comunidade, particularmente
daquelas em risco. Prepara ainda enfermeiros para defender e implementar mudanas
no sistema de sade para melhorar a sade da comunidade. A prtica de enfermagem
em sade comunitria concentra-se na sade da comunidade mesmo quando aborda a
sade dos indivduos e famlias.
O plano de estudos do ciclo de estudos conducente ao grau de mestre em Enfermagem
Comunitria da ESEP, foi publicado no Dirio da Repblica, 2. srie N. 208 27 de
outubro de 2009. A estrutura curricular e o plano de estudos do referido curso foram
republicados no Dirio da Repblica, 2. srie N. 133 12 de julho de 2010.
O relatrio do ano letivo 2017/2018 do Curso de Mestrado em Enfermagem Comunitria
da ESEP pretende descrever e realizar uma apreciao crtica e reflexiva de alguns dos
aspetos centrais do desenvolvimento do curso.
Em termos de estrutura, centra-se nos objetivos do curso, na durao do ano letivo, no
calendrio escolar, na organizao e funcionamento do curso e, finalmente,
apresentam-se algumas propostas de melhoria.
Objetivos do curso
A enfermagem comunitria desenvolve uma prtica centrada na comunidade. As
mudanas no perfil demogrfico e epidemiolgico traduzem -se em novas necessidades
de sade, tendo sido reconhecido, nos ltimos anos, o papel determinante dos cuidados
de sade primrios com nfase na capacidade de resposta na resoluo dos problemas
colocados pelos cidados no sentido de formar uma sociedade forte e dinmica. Nesta
perspetiva, o enfermeiro especialista em enfermagem comunitria, fruto do seu
32
conhecimento e experincia clnica, assume a responsabilidade de responder de forma
adequada s necessidades dos clientes - pessoas, grupos ou comunidade -,
proporcionando efetivos ganhos em sade.
Deste modo com o Curso de Mestrado em Enfermagem Comunitria pretende-se
formar enfermeiros que sejam capazes de:
Aprofundar conhecimentos sobre o contexto das prticas clnicas em
enfermagem comunitria.
Colaborar no desenvolvimento de programas integrados de promoo da sade
com base em evidncias provenientes da investigao e da reflexo sobre as
prticas profissionais.
Contribuir, como profissionais e cidados, para a melhoria da sade e do sistema
de sade.
Desenvolver competncias no domnio do processo de investigao e da anlise
crtica.
Durao do ano letivo
O ano letivo teve a durao de 40 semanas de atividades pedaggicas.
Calendrio escolar
O calendrio escolar foi realizado de acordo com o planeado. De acordo com o previsto,
foi proposto pelo Conselho Pedaggico e homologado pelo Conselho Diretivo.
Organizao e funcionamento do curso
O Curso Mestrado em Enfermagem Comunitria da ESEP foi coordenado ao longo do
ano letivo 2017/2018 pela Professora Doutora Margarida Abreu.
De acordo com o determinado em Conselho Tcnico Cientfico, cada uma das unidades
curriculares foi coordenada por um professor do quadro de pessoal.
O plano de estudos estrutura-se em quatro semestres, integrando unidades curriculares
tericas e de estgio, num total de 120 crditos (ECTS).
33
As unidades curriculares so semestrais e constitudas por aulas tericas, terico-
prticas, orientao tutorial e seminrios de frequncia facultativa e estgios de
frequncia obrigatria.
Aos crditos atribudos a cada unidade curricular, corresponde ao nmero de horas que
considerado como o total de trabalho despendido pelo estudante. O nmero de horas
de contacto em cada unidade curricular refere-se s horas presenciais em sala de aula.
Todas as unidades curriculares esto sujeitas a avaliao que pode ser contnua,
peridica ou final (regulamento geral do regime de avaliao, frequncia e inscrio do
Curso de Mestrado em Enfermagem Comunitria).
No fim de cada semestre existe uma poca de exame final que compreende o exame
normal e uma poca de exame de recurso, para a realizao deste ltimo, o estudante
tem que apresentar requerimento at 72 horas aps a afixao do resultado da prova
de exame.
No fim do ano letivo h uma poca de exame especial. Para a realizao deste, o
estudante tem que apresentar requerimento at 72 horas aps a afixao do resultado
da prova de exame.
Na classificao final de cada unidade curricular, considera-se aprovado o estudante que
tenha obtido nota igual ou superior a dez valores.
1. Ano
UNIDADES CURRICULARES POR SEMESTRE
Unidade Curricular
1. sem. 2. sem.
Epistemologia da Enfermagem
x
tica de Enfermagem
x
Prtica Baseada na Evidncia
x
Introduo Superviso Clnica em Enfermagem
x
Sade Comunitria
x
Planeamento em Sade
x
Estgio de Interveno Comunitria I
x
Estratgias de Interveno
x
Sade Ocupacional
x
Interveno Familiar
x
Diversidade Cultural
x
Cuidados Continuados Integrados
x
Estgio de Interveno Comunitria II
x
34
2. Ano
UNIDADES CURRICULARES POR SEMESTRE
Unidade Curricular
1. sem. 2. sem.
Investigao em Enfermagem
x
Metodologias de anlise qualitativa de dados
x
Metodologias de anlise quantitativa de dados
x
Dissertao
x x
Trabalho de Projeto
x x
Estgio em Enfermagem de Enfermagem Comunitria
x x
Equipa pedaggica
A organizao cientfico-pedaggica adotada pela ESEP pressupe a organizao do
trabalho docente em equipas.
Cada unidade curricular tem um coordenador e um conjunto de docentes que so
responsveis por cada uma das componentes.
Unidade Curricular Ano Coordenador
Epistemologia da Enfermagem 1 ABEL AVELINO DE PAIVA E SILVA
tica de Enfermagem 1 ANA PAULA DOS SANTOS JESUS MARQUES
FRANA
Prtica Baseada na Evidncia 1 MARIA DO CU AGUIAR BARBIERI DE
FIGUEIREDO
Introduo Superviso Clnica
Enfermagem
1 WILSON JORGE CORREIA PINTO ABREU
Sade Comunitria 1 MANUELA JOSEFA TEIXEIRA
Planeamento em Sade 1 ANA PAULA DA SILVA E ROCHA CANTANTE
Estgio de Interveno Comunitria I 1 MARIA JOS DA SILVA PEIXOTO DE
OLIVEIRA CARDOSO
Estratgias de Interveno 1 MARGARIDA DA SILVA NEVES DE ABREU
Sade Ocupacional 1 MARGARIDA DA SILVA NEVES DE ABREU
Interveno Familiar 1 MARIA HENRIQUETA JESUS SILVA
FIGUEIREDO
Diversidade Cultural 1 TERESA CRISTINA TATO M. TOM R.
MALHEIRO SARMENTO
Cuidados Continuados Integrados 1 MARIA DE FTIMA ARAJO LOPES ELIAS
35
Estgio de Interveno Comunitria II 1 MARIA JOS DA SILVA PEIXOTO DE
OLIVEIRA CARDOSO
Unidade Curricular Ano Coordenador
Investigao em Enfermagem 2 CLIA SAMARINA VILAA DE BRITO
SANTOS
Metodologias de anlise qualitativa
de dados
2 WILSON JORGE CORREIA PINTO ABREU
Metodologias de anlise quantitativa
de dados
2 ALZIRA TERESA VIEIRA MARTINS F. DOS
SANTOS
Dissertao 2 MARGARIDA DA SILVA NEVES DE ABREU
Trabalho de Projeto 2 MARGARIDA DA SILVA NEVES DE ABREU
Estgio em Enfermagem de Enfermagem
Comunitria
2 MARGARIDA DA SILVA NEVES DE ABREU
Cada uma das unidades curriculares disps de um quadro de professores internos e
externos, exceto as unidades curriculares de tica de Enfermagem, Prtica Baseada na
Evidncia, Estratgias de Interveno e Interveno Familiar.
Estudantes inscritos & diplomados
1 Ano
Unidade Curricular Inscritos Creditados Desistentes/No ativos
Epistemologia da Enfermagem 8 4 0
tica de Enfermagem 8 4 0
Prtica Baseada na Evidncia 8 4 0
Introduo Superviso Clnica Enfermagem
8 4 0
Sade Comunitria 8 2 0
Planeamento em Sade 8 2 0
Estgio de Interveno Comunitria I
25 6 0
Estratgias de Interveno 8 2 0
Sade Ocupacional 8 2 0
Interveno Familiar 8 2 0
Cuidados Continuados Integrados 8 2 0
Estgio de Interveno Comunitria II
6 0 0
Como se pode observar no quadro acima, inscreveram-se no primeiro ano do MEC oito
estudantes; o nmero de creditaes variou entre quatro (unidades curriculares de tica
36
de Enfermagem, Prtica Baseada na Evidncia, Introduo Superviso Clnica em
Enfermagem e Epistemologia de Enfermagem) e dois (unidades curriculares de Sade
Comunitria, Planeamento em Sade, Estratgias de Interveno, Sade Ocupacional,
Interveno Familiar e Cuidados Continuados Integrados). No presente ano letivo, no
se verificou a desistncia de nenhum estudante.
2 Ano
Unidade Curricular
Inscritos Creditados Desistentes/No ativos
Investigao em Enfermagem
2 0 0
Metodologias de anlise qualitativa de dados
2 0 0
Metodologias de anlise quantitativa de dados
3 0 0
Dissertao 13 0 12
Trabalho de Projeto
0 0
0
Estgio em Enfermagem de Enfermagem Comunitria
0 0 0
Em relao ao 2 ano, as inscries variaram entre dois (unidades curriculares de
Investigao em Enfermagem e Metodologias de anlise qualitativa de dados) e treze
estudantes (unidade curricular de Dissertao). Destes ltimos, apenas um terminou a
unidade curricular, concluindo o curso.
Regime de frequncia e avaliao
O Regulamento Geral do regime de Frequncia, de Avaliao e de Inscrio do Curso de
Mestrado em Enfermagem Comunitria, explicita os vrios aspetos centrais da
organizao e funcionamento do Curso.
37
No cumprimento do referido Regulamento, o Conselho Tcnico Cientfico da Escola
Superior de Enfermagem do Porto, aprovou o regime de avaliao deste ano letivo, que
foi integralmente cumprido.
Avaliao da aprendizagem
A avaliao realizada em cada unidade curricular respeitou os regimes de avaliao que
foram aprovados e publicitados pelo Conselho Tcnico Cientfico.
1. Ano
UNIDADE CURRICULAR Aprovados
MEDIA
Epistemologia da Enfermagem 4 16,5
tica de Enfermagem 4 16,2
Prtica Baseada na Evidncia 4 16,5
Introduo Superviso Clnica em Enfermagem 3 16,3
Sade Comunitria 6 15,6
Planeamento em Sade 6 15,3
Estgio de Interveno Comunitria I 6 16
Estratgias de Interveno 6 16,3
Sade Ocupacional 6 16
Interveno Familiar 6 17
Cuidados Continuados Integrados 8 14,8
Estgio de Interveno Comunitria II 6 16,8
Em relao avaliao da aprendizagem, todos os estudantes que frequentaram o 1
ano concluram-no com sucesso, exceto um que no foi aprovado na unidade curricular
de Introduo Superviso Clinica em Enfermagem.
2. Ano
UNIDADE CURRICULAR Aprovados Reprovados MEDIA
Investigao em Enfermagem 2 0 12,5
Metodologias de anlise qualitativa de dados 2 0 16
Metodologias de anlise quantitativa de dados 3 0 14
Dissertao 1 0 19
38
Em relao avaliao da aprendizagem dos estudantes inscritos no 2 ano, no ano
letivo 2017/18, dos treze estudantes inscritos, apenas uma estudante entregou a sua
dissertao no prazo previsto.
Avaliao das unidades curriculares
Todas as unidades curriculares que integram o plano de estudos, so objeto de
avaliao.
A avaliao planeada e aprovada em Conselho Tcnico Cientfico assentou na apreciao
feita pelos estudantes no final do ano letivo. Esta avaliao, sem carcter obrigatrio,
foi feita abrangendo um conjunto de parmetros. Dado que um numero reduzidssimo
de estudantes realizou esta avaliao no foi possvel retirar concluses.
Avaliao realizada pelos docentes
No final do ano letivo, foi solicitado aos coordenadores das unidades curriculares do
curso, um relatrio sobre o desenvolvimento da sua unidade curricular, bem como uma
breve anlise sobre a apreciao dos estudantes sobre a unidade curricular que
coordenam.
Foi ainda realizada uma reunio com a equipe pedaggica do curso, em que foram
analisadas as opinies dos estudantes (informais) corroboradas pelos docentes, no
surgindo novas sugestes de alterao ao planeamento do curso para o presente ano
letivo. No entanto, face sobreposio do horrio laboral com o de ensino e ao cansao
dos estudantes que tem certamente como consequncia a no concluso do curso por
muitos dos estudantes, a equipa tem como desafio, a curto/mdio prazo, proceder
alterao do plano de estudos tendo em vista integrar o curso de mestrado todos os
contedos considerados essenciais pela OE para atribuio do ttulo de especialista,
nomeadamente, a investigao (1 ano) e incentivar a publicao dos trabalhos
realizados ao longo do curso em revistas a nvel nacional e internacional.
Avaliao realizada pela A3ES
39
Na sequncia da Acreditao do Curso de Mestrado em Enfermagem Comunitria, e de
acordo com as recomendaes do Conselho de Administrao da Agncia de Avaliao
e Acreditao do Ensino Superior (A3ES), efetuam-se alteraes que no determinam
mudanas na natureza do curso, nos seus objetivos, na sua organizao, no nmero de
crditos (ECTS) ou no elenco das suas unidades curriculares. Neste sentido, foram
alteradas as designaes das unidades curriculares de Estgio de Interveno
Comunitria I e Estgio de Interveno Comunitria II, para Interveno Comunitria
I e Interveno Comunitria II, respetivamente. Foi ainda alterada a designao da
modalidade de ensino Estgio (E) para Ensino Clnico (EC), e acrescidas na unidade
curricular Interveno Comunitria I 30 horas Tericas e retiradas 6 horas de
Orientao Tutorial, e na unidade curricular Interveno Comunitria II foram
acrescidas 45 horas Tericas e retiradas 13 horas de Orientao tutorial.
Notas finais
O ano letivo 2017/2018 decorreu de acordo com o que foi planeado, exceto na UC de
tica de Enfermagem, que por motivo de doena, a professora Teresa Tom foi
substituda pela coordenadora da Unidade Curricular, Professora Ana Paula Frana. No
entanto, recolheu um parecer favorvel da comunidade escolar e, globalmente, da
A3ES.
Ao longo deste documento verificmos que todas as unidades curriculares foram
desenvolvidas no respeito do estipulado no plano de estudos e na legislao em vigor e
que a maioria dos estudantes obteve aproveitamento com classificaes consideradas
positivas.
Uma vez que a adeso dos estudantes avaliao das unidades curriculares que
integram o plano de estudos foi muito baixa importante disponibilizar o instrumento
de avaliao mais precocemente. Assim, encontramo-nos num processo de melhoria de
alguns aspetos que tm provocado insatisfao junto dos estudantes e dos professores.
40
CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM MDICO-CIRRGICA
Nota Introdutria
O relatrio do Mestrado em Enfermagem Mdico-Cirrgica (MEMC) da Escola Superior
de Enfermagem do Porto (ESEP) relativo ao ano letivo 2017/2018 tem como objetivos
descrever a organizao, o funcionamento e os resultados do curso, de forma a permitir
uma anlise sobre a adequao aos seus objetivos e suas fragilidades, com vista
implementao de processos de melhoria contnua.
O Mestrado em Enfermagem Mdico-Cirrgica destina-se a enfermeiros habilitados
com o primeiro ciclo de estudos em enfermagem ou equivalente legal e tem como
finalidade a promoo da excelncia do exerccio profissional em Enfermagem,
formando enfermeiros responsveis por assegurar aos cidados cuidados gerais e
especializados de qualidade, assumindo a diversidade dos percursos de aprendizagem,
como uma mais-valia para o desenvolvimento das prticas profissionais.
Este curso visa desenvolver e aprofundar conhecimentos empricos e cientficos, ticos,
estticos e pessoais que dotem os enfermeiros, nesta rea do conhecimento, de
ferramentas necessrias consolidao de uma cultura orientada para a ajuda
profissional avanada pessoa a vivenciar processos de transio sade/doena, em
situao crtica, com doena crnica, dependente no autocuidado ou em fim de vida.
Tratando-se de um ensino ps-graduado, e consequentemente de adultos, ser dado
nfase a uma pedagogia mais centrada na aprendizagem do que no processo de ensino,
na aprendizagem baseada em problemas, com recurso s novas tecnologias da
informao e comunicao, bem como especial ateno ao projeto individual de
formao de cada um dos formandos.
O ano letivo ficou marcado pela acreditao do ciclo de estudos pela Agncia de
Acreditao do Ensino Superior - A3ES. Aps autoavaliao e a visita institucional, a A3ES
apontou a necessidade de realizar alguns ajustes ao plano de estudos, nomeadamente
no que se reporta s unidades curriculares que integram a componente de Ensino
41
Clnico e ao Estgio final do curso, correspondendo a um estgio nico de natureza
profissional com relatrio final.
Este processo implicou um trabalho de ajustamento do plano de estudos que se realizou
ao longo do ano letivo 2017/2018 e que ser registado na Direo Geral do Ensino
Superior e Publicado em Dirio da Repblica, iniciando-se o seu funcionamento no ano
letivo 2018/2019.
Este relatrio tem como objetivo descrever o desenvolvimento do curso,
nomeadamente os seus objetivos, a sua organizao e o funcionamento ao longo do ano
letivo 2017/2018, a constituio do corpo docente, bem como os resultados da
aprendizagem dos estudantes no ano letivo em apreciao.
Apresentamos ainda uma sntese da avaliao formal das unidades curriculares do curso
realizada pelos estudantes, tendo por base o instrumento criado pelo Conselho Tcnico
Cientfico (CTC) da ESEP para o efeito (PAVAP), bem como os resultados da avaliao
informal realizada com os discentes, explicitando as propostas de melhoria na
organizao do curso e nos processos avaliativos implementados.
Apresentamos ainda uma sntese da avaliao das unidades curriculares, realizada pelos
docentes que as coordenaram, bem como as principais propostas de melhoria
registadas em relatrio, elaborado no final do ano letivo.
Objetivos do curso
O Mestrado em Enfermagem Mdico-cirrgica (MEMC) tem como finalidade promover
a excelncia do exerccio profissional e impulsionar a formao de enfermeiros,
responsveis por assegurar os cuidados gerais e especializados na rea de Enfermagem
Mdico-Cirrgica, assumindo a diversidade dos percursos de aprendizagem como uma
mais valia para o desenvolvimento das prticas, com nfase nas que se associam
produo e utilizao da melhor evidncia cientfica na rea.
Neste contexto, o MEMC dirige-se aos profissionais de enfermagem que, habilitados
com o primeiro ciclo de estudos em Enfermagem, pretendam aprofundar
42
conhecimentos e desenvolver competncias nos domnios: espera-se que o estudante
desenvolva e aprofunde competncias nos domnios: prtica profissional, tica e legal;
prestao e gesto de cuidados; e, desenvolvimento profissional no mbito da
enfermagem mdico-cirrgica. Nomeadamente que:
a. desenvolva competncias de prestao de cuidados de enfermagem no mbito da
enfermagem mdico-cirrgica, que se constituam como ajuda profissional
avanada pessoa idosa e/ou com doena crnica, dependente ou em fim de vida,
na experincia de transio;
b. desenvolva competncias de prestao de cuidados de enfermagem no mbito da
enfermagem mdico-cirrgica, que se constituam como ajuda profissional
avanada pessoa em estado crtico;
c. desenvolva competncias de coordenao de equipas de enfermagem, orientadas
para a prestao de cuidados aos clientes, ao longo de um continuum de
cuidados, no mbito da enfermagem mdico-cirrgica, que se constituam como
estratgico de promoo da qualidade do exerccio profissional dos enfermeiros
e, por inerncia, da qualidade dos cuidados.
Durao do ano letivo
No ano letivo em anlise, foram admitidos no curso vinte estudantes para frequentar o
primeiro ano do curso e doze estudantes que, dando continuidade aos estudos iniciados
em anos letivos anteriores, frequentaram o segundo ano. Destes, apenas cinco
estudantes terminaram o curso pois, ao abrigo do Regulamento do 2. ciclo de estudos
da ESEP, os restantes estudantes solicitaram a prorrogao do prazo de entrega da
Dissertao.
O ano letivo teve a durao de dois semestres, com cerca de 40 semanas de atividades
letivas.
43
Horrio e calendrio escolar
O curso funcionou em regime ps-laboral, sendo as atividades letivas desenvolvidas no
respeito do calendrio escolar aprovado pelo Presidente da ESEP e publicitado no site
da Escola. Os estudantes matriculados no curso tiveram, desde o seu incio, acesso ao
horrio das atividades letivas para todo o semestre (no sistema de gesto do estudante).
As unidades curriculares transversais do primeiro ano do curso (utilizamos esta
designao quando nos referirmos s unidades curriculares que funcionam em conjunto
com os diferentes cursos de Mestrado e de Ps-Licenciatura da ESEP) desenvolveram as
suas atividades s quartas-feiras entre as 20 e as 24 horas e aos sbados entre as 8 e as
20 horas (nos meses de setembro e outubro de 2017). As unidades curriculares
especficas (utilizamos esta designao para nos referirmos s unidades curriculares
que funcionam apenas com os estudantes do MEMC e do CPLEEMC, pois estes dois
cursos funcionam, no primeiro ano, de forma sncrona) do primeiro ano do curso,
tiveram lugar s segundas, quartas e sextas-feiras entre as 15 e as 20 horas e aos
sbados entre as 8 e as 20 horas (durante todo o primeiro semestre).
No que se refere aos dois ensinos clnicos constantes do plano de estudos do primeiro
ano do MEMC (Estgio I Enfermagem Mdico-cirrgica e Estgio II rea de Projeto
em Enfermagem Mdico-cirrgica), e apesar de ser respeitado o calendrio letivo
aprovado, foi dada a possibilidade aos estudantes, de fazerem a sua gesto de horrios,
tambm em tempos no letivos (nomeadamente fins de semana, perodos de
interrupo das atividades letivas e frias escolares), condicionados presena dos
enfermeiros especialistas (tutores dos referidos ensinos clnicos), e aprovao pelos
enfermeiros responsveis dos servios. Esta medida teve como propsito facilitar o
processo de desenvolvimento dos ensinos clnicos e a consecuo dos seus objetivos
especficos.
As unidades curriculares transversais do segundo ano do curso (utilizamos esta
designao para nos referirmos s unidades curriculares que funcionam em conjunto
com os diferentes cursos de Mestrado da ESEP) decorreram s segundas e quintas-feiras
entre as 15 e as 20 horas (entre os meses de setembro e dezembro de 2017).
44
As atividades de acompanhamento e de orientao da unidade curricular optativa
Dissertao, do segundo ano do curso, decorreram em momentos acordados entre
estudantes e orientador/es. De notar que, no presente ano letivo, nenhum estudante
se inscreveu s Unidades Curriculares optativas de Trabalho de Projeto ou de Estgio
em Enfermagem Mdico-cirrgica constantes do plano de estudos do MEMC.
Organizao e funcionamento do curso
O curso em apreciao, enquadra-se no segundo ciclo de estudos em Enfermagem,
conduzindo ao grau de Mestre em Enfermagem Mdico-Cirrgica, cujo plano de estudos
foi publicado em Dirio da Repblica, 2. srie N. 208 de 27 de outubro de 2009,
republicado em Dirio da Repblica, 2. srie N. 133 de 12 de julho de 2010, e
novamente republicado no Dirio da Repblica, 2. srie N. 43 de 2 de maro de 2016.
O plano de estudos, com 120 ECTS, organiza-se em diferentes unidades curriculares
obrigatrias, num total de 64 ECTS, incluindo sete unidades curriculares transversais
a todos os Cursos de Mestrado em Enfermagem da ESEP (quatro no primeiro ano e trs
no segundo), com um total de 18 ECTS, sendo as restantes unidades curriculares
especficas do curso; e ainda um conjunto de unidades curriculares optativas, num total
de 56 ECTS, que se inscrevem nas cientficas de Enfermagem, Cincias da Sade e
Cincias Sociais.
No primeiro e segundo semestres do curso (primeiro ano), propomo-nos levar a cabo
uma formao que assegure aos estudantes, o desenvolvimento de um conjunto de
competncias, comuns e especficas, que respondam s exigncias do perfil de
enfermeiro especialista em Enfermagem Mdico-Cirrgica, definidas pela Ordem dos
Enfermeiros. No terceiro e quarto semestres, so desenvolvidas competncias
relacionadas com a construo e a utilizao da metodologia cientfica, no sentido da
produo de conhecimento autnomo em Enfermagem, respondendo assim s
exigncias de uma formao de segundo ciclo (competncias definidas para o grau de
Mestre em Enfermagem).
45
Para a organizao e o funcionamento do curso foi respeitado o Regulamento do
Segundo Ciclo de Estudos da ESEP.
Na tabela seguinte apresentamos as unidades curriculares constantes do plano de
estudos do curso, que efetivamente funcionaram no ano letivo 2017/2018.
1. Ano
UNIDADES CURRICULARES POR SEMESTRE
Unidade Curricular 11. sem. 2. sem.
Epistemologia da Enfermagem
x
tica de Enfermagem
x
Prtica Baseada na Evidncia
x
Introduo Superviso Clnica em Enfermagem
x
Transies Sade/doena
x
Processos Adaptativos e Autocontrolo
x
Autocuidado
x
Prestador de Cuidados
x
Gesto de casos
x
Doente em Estado Crtico
x
Cuidados Continuados
x
Projeto de Estgio em Enfermagem Mdico-Cirrgica
x
Estgio I Enfermagem Mdico-Cirrgica
x
Estgio II rea de Projeto em Enfermagem Mdico-
Cirrgica
x
Controlo de Infeo (Opo)
x
Qualidade em Sade (Opo)
x
Economia em Sade (Opo)
x
Introduo aos Sistemas de Informao em
Enfermagem (Opo)
x
Terapias Complementares e Reabilitao (Opo) x
Reabilitao Gerontogeritrica (Opo) x
Educao para a Sade (Opo) x
46
2. Ano
UNIDADES CURRICULARES POR SEMESTRE
Unidade Curricular
1. sem. 2. sem.
Investigao em Enfermagem x
Metodologias de anlise quantitativa de dados x
Metodologias de anlise qualitativa de dados x
Dissertao (Opo) x x
Nota: No so apresentadas as UCs que no tiveram estudantes inscritos no ano letivo em apreciao.
Como podemos verificar, as unidades curriculares constantes do curso so, quase na sua
globalidade, semestrais (com exceo da UC Dissertao, que anual) e
desenvolveram-se nas modalidades de aulas tericas, terico-prticas, seminrios e de
orientao tutorial, com o grande grupo de estudantes (20 estudantes do MEMC e
tambm os que frequentaram, no mesmo ano letivo, o CPLEEMC).
As sesses letivas das unidades curriculares transversais do primeiro ano do curso, de
cariz terico e seminrios, foram desenvolvidas em conjunto com os restantes
estudantes dos cursos de mestrado da ESEP e dos cursos de Ps-licenciatura de
Especializao em Enfermagem, como j foi anteriormente referido. No entanto, as
aulas de cariz terico-prtico da unidade curricular Prtica Baseada na Evidncia, os
seminrios de tica em enfermagem, bem como as sesses de orientao tutorial
dessas quatro unidades curriculares (transversais), foram realizadas apenas com os
estudantes a frequentar o MEMC (e tambm os que frequentaram, no mesmo ano
letivo, o CPLEEMC), e lecionadas por um docente da rea especfica de conhecimento
em Enfermagem Mdico-cirrgica, com vista a uma abordagem mais concordante com
os objetivos especficos do/s curso/s e dos seus estudantes.
As unidades curriculares de ensino clnico (Estgio I Enfermagem Mdico-Cirrgica
e Estgio II rea de Projeto em Enfermagem Mdico-Cirrgica) desenvolveram-se
em grupos menores (um ou dois estudantes por