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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
RELATÓRIO: ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO REALIZADO NA
EMPRESA AGROSPE E NO SÍTIO CAPOROROCA
ORIENTADORES: André de Pieri & Silvana Bohrer
TUTORES: Paulo Vitor Dutra de Souza & Magnólia Aparecida Silva da Silva
ACADÊMICO: Henrique Thomas Queiroz
CARTÃO: 00159442
Porto Alegre, Dezembro de 2011
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
AGR 99003 – ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
HHeennrriiqquuee TThhoommaass QQuueeiirroozz
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR
OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
Orientador do Estágio 1: Eng. Agr. André de Pieri
Tutor do Estágio 1: Paulo Vitor Dutra de Souza
Orientador do Estágio 2: Eng. Agr. Silvana Bohrer
Tutor do Estágio 2: Magnólia Aparecida Silva da Silva
COMISSÃO DE ESTÁGIOS:
Prof. Elemar Antonino Cassol - Depto. de Solos (Coordenador(a))
Prof. Fábio de Lima Beck – Núcleo de Apoio Pedagógico
Prof. José Fernandes Barbosa Neto – Depto. Plantas de Lavoura
Prof. Josué Sant‟Ana – Depto. De Fitossanidade
Profa. Lucia Brandão Franke – Depto. de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia
Profa. Magnolia Aparecida Silva da Silva – Depto. de Horticultura e Silvicultura
Profa. Mari Lourdes Bernardi - Depto. de Zootecnia
Porto Alegre, Dezembro de 2011
iii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1
2 ESTÁGIO 1 - AGROSPE ............................................................................. 2
2.1 DESCRIÇÃO DO MEIO FÍSICO E SÓCIO-ECONÔMICO DA REGIÃO DE
VACARIA ........................................................................................................................ 2
2.2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 2
2.2.1 A cultura da macieira ............................................................................................ 2
2.2.2 Cultivares .............................................................................................................. 3
2.2.3 Principais pragas e doenças ................................................................................... 6
2.3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ..................................................................... 8
2.3.1 Monitoramento de pragas e doenças ..................................................................... 8
2.3.2 Poda verde ........................................................................................................... 10
2.3.3 Aplicações de produtos agrícolas (adubação e agrotóxicos) ............................... 10
2.3.4 Acompanhamento do crescimento do fruto da macieira ..................................... 10
2.3.5 Avaliação do ponto de colheita ........................................................................... 11
2.3.6 Avaliação da qualidade da colheita ..................................................................... 12
2.3.7 Acompanhamento do processo no “PackingHouse”. .......................................... 13
3 ESTÁGIO 2 - SÍTIO CAPOROROCA ........................................................ 14
3.1 DESCRIÇÃO DO MEIO FÍSICO E SÓCIO-ECONÔMICO DA REGIÃO
RURAL DE PORTO ALEGRE ..................................................................................... 14
3.1.1 Caracterização do Sítio Capororoca .................................................................... 15
3.2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 16
3.2.1 Agricultura de base ecológica e Orgânica no Brasil ........................................... 16
3.2.2 A cultura da alface e da rúcula ............................................................................ 17
3.2.3 Amora-preta (Rubus sp) ...................................................................................... 18
3.3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................................... 19
3.3.1 Dimensionamento e construção de canteiros ...................................................... 19
3.3.2 Plantio e manejo de alface e rúcula ..................................................................... 20
3.3.3 Elaboração e aplicação de biofertilizantes .......................................................... 20
3.3.4 Colheita de frutas e hortaliças ............................................................................. 21
3.3.5 Processamento de produtos (berinjela, ameixa, abóbora, melancia de porco,
picão-preto) ......................................................................................................................... 21
3.3.6 Manejo da Amora-preta (Rubus sp) .................................................................... 21
3.3.7 Participação na comercialização dos produtos nas feiras. ................................... 22
4 CONCLUSÕES .......................................................................................... 23
Página
iv
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 25
v
RELAÇÃO DE FIGURAS
Página
Figura 1. Esquema identificando a morfologia da flor e do fruto da maçã.
Fonte: http://www.simbiotica.org/angiospermae.htm...................
3
Figura 2. Armadilhas tipo „domo‟ utilizada na Agrospe para o
monitoramento da Anastrepha fraterculus...................................
8
Figura 3. Armadilha utilizada no manejo da Grapholita molesta e
Bonagota cranaodes.....................................................................
9
Figura 4. Determinação do tamanho do fruto com o paquímetro................. 11
Figura 5. Local do teste de firmeza da polpa, teor de sólidos solúveis
totais e degradação de amido........................................................
12
Figura 6. Número total de produtores rurais e percentagem de produtores
orgânicos no município de Porto Alegre. Fonte: Censo
Agropecuário IBGE,2006.............................................................
14
Figura 7. Média do Índice de erosividade do ano de 1986 à 2005, na
estação meteorológica do município de Porto Alegre (Fonte:
SANTOS, 2008)............................................................................
15
vi
RELAÇÃO DE TABELAS
Página
Tabela 1. Polinizadores específicos para as cultivares „Gala‟, „Fuji e
„Catarina........................................................................................
3
Tabela 2. Lista dos 30 produtos utilizados nos pomares de maça da
AGROSPE....................................................................................
10
Tabela 3. Parâmetros utilizados para determinar o período de estocagem
da maçã.........................................................................................
11
Tabela 4. Parâmetros avaliados na qualidade da
colheita..........................................................................................
13
Tabela 5. Produção total e Orgânica em 2006, separada pelo grupo de
atividade econômica......................................................................
17
1
1 INTRODUÇÃO
Dentro de um mesmo município há diversos sistemas de produção agrícola, seja
convencional, orgânico, ecológico ou integrado. Podendo ser uma atividade empresarial
ou familiar, esta realidade faz parte de vários municípios e Estados do nosso imenso e
diversificado país. Dentro deste contexto, e em consonância com a realidade brasileira,
o estágio foi realizado em locais distintos. A primeira parte do estágio, na empresa
AGROSPE, produtora de maçã no município de Vacaria e a segunda, no Sítio
Capororoca no interior de Porto Alegre que trabalha com produção ecológica de frutas e
hortaliças.
A primeira parte do estágio teve duração de 160 horas, de 1º a 31 de janeiro de
2011. Neste período o pomar de maçã já estava entrando na fase de colheita; assim as
atividades realizadas no estágio foram: monitoramento de pragas e doenças, poda verde,
acompanhamento de aplicações de produtos agrícolas (adubação e agrotóxicos),
avaliação do ponto de colheita, avaliação da qualidade dos frutos na colheita e
acompanhamento do processo no “PackingHouse”. O orientador do estágio foi o
Engenheiro Agrônomo André de Pieri e o tutor, o Professor Paulo Vitor Dutra de
Souza.
A segunda parte do estágio foi realizada no Sítio Capororoca, localizado na zona
rural do município de Porto Alegre e teve duração de 160 horas, no período de 1º de
fevereiro a 1º de março de 2011. A orientadora foi a Engenheira Agrônoma Silvana
Bohrer e a tutora, a professora Magnólia Aparecida Silva da Silva. No período do
estágio foram desenvolvidas as seguintes atividades: dimensionamento e construção de
canteiros, plantio de mudas de alface e rúcula, condução dos canteiros, aplicação de
biofertilizantes, colheita de frutas e hortaliças, limpeza mecânica de áreas cultivadas,
processamento de produtos (berinjela, ameixa, abóbora, melancia de porco, picão-
preto), poda e participação na comercialização dos produtos nas feiras.
Os objetivos do estágio foram acompanhar as atividades de campo dos distintos
sistemas de produção e poder colaborar para o melhoramento de ambos os sistemas.
2
2 ESTÁGIO 1 - AGROSPE
2.1 DESCRIÇÃO DO MEIO FÍSICO E SÓCIO-ECONÔMICO DA REGIÃO
DE VACARIA
O Estado do Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de maçã do Brasil e,
junto com o Estado de Santa Catarina, correspondem a 85% da produção brasileira. As
condições climáticas do norte do Rio Grande do Sul são adequadas ao cultivo da
macieira, principalmente por atender a demanda de horas de frio da cultura, resultando
em um contínuo aumento da área cultivada. No município de Vacaria há 67 produtores,
com uma área total de 6.200,87 ha cultivados com maçã, nesta área é produzido 215.153
toneladas de maçã. A média de produtividade da região fica em torno de 35.000 kg ha-1
,
tendo pomares que produzem até 100.000 kg ha1 (AGAPOMI 2011).
Segundo a classificação de Köppen, Vacaria tem um clima Cfb, que é
caracterizado por apresentar temperatura média abaixo de 18°C nos meses mais frios e
no verão temperatura média abaixo dos 22°C e sem estação seca definida (Mello et al,
2003)
O município de Vacaria é o maior produtor de maçã do Estado, sendo a maior
parte da produção esta sob administração de grandes empresas como Schio, Rasip e
Agrospe. Com a concentração da produção, problemas com pragas e doenças estão se
intensificando, aumentando o custo de produção e reduzindo a lucratividade do setor. A
questão social da região também é afetada com a entrada de grandes empresas, estas
com alto poder de investimento, acabam adquirindo propriedades menores e o pequeno
produtor, muitas vezes, acaba indo para a cidade.
2.2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.2.1 A cultura da macieira
A macieira (Malus domestica Borkh) pertence à família das Rosáceas, apresenta
folhas simples, caducifólias, peninérvias e com bordas dentadas. É composta por flores
hermafroditas brancas ou amarelas, 5-2 carpelos, com inflorescência denominada de
umbela, com cálice persistente e corola caduca. O fruto é tipo pomo como pode ser
observado na Figura 1 (Bleicher et al,1986).
3
Figura 1. Esquema identificando a morfologia da flor e do fruto da maçã.
Fonte: http://www.simbiotica.org/angiospermae.htm
A viabilidade do cultivo da macieira está diretamente ligada às características do
clima, solo e práticas culturais. As características edafoclimáticas são as mais relevantes
para o cultivo de macieira, o solo deve ser profundo e apresentar boa drenagem
(Bleicher et al,1986). As características químicas não são tão limitantes, pois são
facilmente corrigidas. De acordo com Streck et al. (2008), a região dos Campos de
Cima da Serra, Unidade Vacaria, é composta predominantemente por Latossolos
Brunos Alumíno férricos típicos. Estes solos apresentam boa drenagem, são profundos e
tem alto teor de alumínio e por serem solos profundos e apresentarem boa drenagem,
são considerados aptos para o cultivo da macieira (Bleicher et al,1986).
2.2.2 Cultivares
Existem muitas cultivares de maçã, no entanto cultivares comerciais com
importância econômica são a Gala, Fuji e suas mutações. Nos últimos anos, os novos
pomares de maçã foram implantados com 70% Gala e 30% Fuji, devido ao mercado ter
maior aceitação por clones da cultivar Gala. Entre os clones mais plantados no Brasil da
cultivar Gala estão: Royal Gala, Imperial Gala, Galaxy e Brookfield. Da cultivar Fuji:
Fuji Suprema e Kiku 8. Como opção para produtores de regiões mais quentes foram
lançadas recentemente cultivares que necessitam de poucas horas de frio, como cultivar
Eva e Condessa (AGAPOMI, 2011).
4
Todas as cultivares necessitam de polinizadores específicos, conforme a Tabela
1.
Tabela 1. Polinizadores específicos para as cultivares „Gala‟, „Fuji e „Catarina.
Cultivar a
polinizar Cultivares polinizadoras
„Gala‟ Imperatriz, Sansa, Granny Smith Spur,Fred Hough, Fuji, Willi
Sharp.
„Fuji‟ Baronesa, Braeburn, Granny Smith Spur, Fred Hough, Gala.
„Catarina‟ Fred Hough
Fonte: EMBRAPA (2011)
2.2.2.1 ‘Gala‟
A cultivar „Gala‟ é originária da Nova Zelândia, resultou do cruzamento entre
„Kidd‟s Orange‟ e „Golden Delicious‟ em 1939. É uma planta de porte médio, ramos
bem distribuídos e com floração nos meses de setembro/outubro. Essa cultivar apresenta
grande produtividade, resistência ao fungo Glomerella cingulata e suscetibilidade ao
fungo Venturia inaequalis (Bleicher et al,1986). De acordo com a AGAPOMI (2011), a
cultivar Gala perdeu uma grande área de produção, que atualmente está ocupada pelas
suas mutações: Galaxy, Royal gala e Brookfield Baigent.
2.2.2.2 „Royal Gala’
„Royal Gala‟ é uma mutação espontânea da cultivar „Gala‟ que ocorreu na Nova
Zelândia, está apresenta pigmentação mais intensa e epiderme estriada com menor
intensidade do lado sombreado (ABPM, 2011). Royal Gala é mais resistente a dano
mecânico do que a „Gala‟, e representa uma área cultivada significativa, o principal
diferencial é a sua coloração (EPAGRI, 2002).
2.2.2.3 „Galaxy’
Esta cultivar apresenta uma maior uniformidade de cor, o fruto é totalmente
estriado, com coloração uniforme. Característica que agrada o consumidor brasileiro por
ser mais colorida e mais doce (LIMA, 1999).
5
2.2.2.4 'Brookfield ‘Baigent’
A „Baigent‟ é o resultado de uma mutação natural que ocorreu na Nova Zelândia
em 1985, essa variedade tem demonstrado bons resultados e no clima da região de
Vacaria o fruto apresenta uma coloração antecipada e atinge o ponto de colheita 15 dias
antes que a „Royal Gala‟. A Brookfield vem sendo uma boa opção por essa questão,
pois garante um preço elevado no início da safra e, além disso, reduz o número de
passadas de colheita, pois apresenta uma cor mais uniforme das maçãs (Lazzeri, 2011).
2.2.2.5 ‘Imperial Gala’
A „Imperial Gala‟ foi lançada na Nova Zelândia sete anos após a „Royal Gala‟, e
apresenta pequenas diferenças, uma coloração mais intensa e um formato pouco mais
alongado (EPAGRI, 2002).
2.2.2.6 „Fuji‟
Fuji foi o resultado do cruzamento entre „Ralls Janet‟ e „Delicious‟ em 1938 no
Japão. É uma cultivar vigorosa, apresenta boa formação e é mais exigente em frio do
que a cultivar „Gala‟, adaptando-se somente em regiões mais frias. A „Fuji‟ é um pouco
mais resistente a sarna, entretanto é muito suscetível a podridão amarga (Glomerela
cingulata). O fruto da Fuji é maior que o das mutações „Gala‟ e mais suculento
(Bleicher et al,1986).
A maturação ocorre do início de março a metade de abril, podendo se estender
até o mês de maio nas regiões mais frias. A „Fuji‟ apresenta um ótimo período de
conservação podendo chegar até 12 meses em ambiente com atmosfera controlada
(EPAGRI, 2002).
2.2.2.7 ‘Fuji Suprema’
A „Fuji Suprema‟ surgiu de uma mutação espontânea que ocorreu em Santa
Catarina, no município de Curitibanos, em 1986. O fruto apresenta uma coloração
intensa, que cobre mais de 80% do mesmo, diferenciando-se da cultivar original, trinta
dias após a floração o fruto já apresenta coloração completa e sem estrias sobre um
fundo esverdeado (EPAGRI, 2002).
6
2.2.3 Principais pragas e doenças
O cultivo comercial da macieira intensificou o sistema de produção, assim
favorecendo a incidência de um maior número de pragas e doenças. As principais
pragas da cultura da macieira são a mosca das frutas (Anastrepha fraterculus), Grafolita
(Grapholita molesta), Lagarta-enroladeira-da-folha (Bonagota cranaodes) e o Ácaro
vermelho europeu (Panonychus ulmi).
2.2.3.1 Anastrepha fraterculus
A mosca das frutas é a principal praga da fruticultura de clima temperado. Os
adultos são moscas com coloração e asas amareladas, medem aproximadamente 8 cm. O
inseto ataca o fruto da maçã durante todo o período de crescimento. Os adultos fazem a
postura dos ovos nos frutos e as larvas se alimentam da polpa até completar seu ciclo. O
manejo aplicado atualmente é através de agrotóxicos curativos e preventivos; neste
caso, mata o adulto e protege o fruto (ocorre o dano da postura, mas a larva não se
desenvolve). Como alternativa pode ser usado atrativo de melaço com inseticida na
bordadura do pomar (EPAGRI, 2002).
As iscas tipo Domo com 1/3 de suco de uva ainda é a forma mais indicada de
monitoramento, mas está sendo avaliada a eficiência de outros atrativos como o vinagre
puro e uma mistura de suco com vinagre (EPAGRI, 2002).
2.2.3.2 Grapholita molesta
A Grafolita é uma mariposa com cerca de 12 mm de envergadura, que causa
dano na parte vegetativa e nos frutos. As lagartas constroem galerias a partir das
ponteira dos ramos novos, e no final de novembro ataca os frutos, direcionando ao
centro, e a partir daí, criando galerias internas no fruto (EPAGRI, 2002).
O manejo da grafolita pode ser feito através da liberação de feromônio sexual.
Essa técnica consiste em saturar o pomar com atrativo sexual, com o objetivo de
confundir o macho, impedindo o acasalamento (VILELA & LUCIA, 2001). Com essa
técnica, como o casal não se encontra para realizar a cópula, não tem a próxima geração,
diminuindo a população ano após ano. Essa técnica é indicada para pomares com baixa
população de grafolita, em caso de alta infestação, é recomendado que nos primeiros o
uso do feromônio seja associado ao controle químico
Quando é realizado o controle químico da Mosca das frutas, esse normalmente
também controla a grafolita, mas se deve manter um monitoramento rigoroso no pomar
(EPAGRI, 2002).
7
2.2.3.3 Bonagota cranaodes
A Bonagota é uma mariposa com 16 mm de envergadura e 7 mm de
comprimento. A ocorrência da lagarta é maior no mês de fevereiro e o dano é
caracterizado pelo hábito carpófago, inviabilizando a sua comercialização(EPAGRI,
2002).
O controle da bonagota é o mesmo aplicado no controle da Grafolita. O
monitoramento das duas mariposas é feito através de armadilhas tipo delta.
2.2.3.4 Panonychus ulmi’
O ácaro vermelho apresenta dimorfismo sexual. A fêmea tem corpo globoso, cor
vermelho-escura ou marrom aveludado e mede 0,7 mm. O macho é bem menor que a
fêmea, apresenta abdômen fino, pernas longas e coloração amarelada. O ácaro ataca as
folhas da maça deixando-as com aspecto prateado, pois sugam suas reservas
(EPAGRI,2002).
Plantas atacadas por ácaros na fase inicial diminuem a translocação de
fotoassimilados para o fruto e se o ataque ocorre no final do ciclo diminui as reservas da
planta para o próximo ciclo de produção. O controle químico pode ser realizado através
de acaricidas ou pode-se realizar um manejo continuo com a utilização de ácaros
predadores. Até o momento, o ácaro predador (Neoseiulus californicus) tem apresentado
melhores resultados por ser resistente aos principais acaricidas utilizados na maçã,
assim pode ser usado um manejo integrado (EPAGRI,2002).
2.2.3.5 Sarna da Macieira
A sarna da macieira é causada pelo fungo (Venturia inaequalis) e é a principal
doença das macieiras em climas temperados e úmidos. Os sintomas são facilmente
reconhecidos, nas folhas jovens aparecem pequenas manchas cor verde-oliva, e logo se
tornam acinzentadas. Nos frutos, causa lesões de 2 a 3 mm de diâmetro, com coloração
escura. Esses danos tornam o fruto inapto para a comercialização (EPAGRI, 2002).
Até o momento o principal método de controle é através do uso de fungicidas
preventivos e curativos. O período crítico para a contaminação é de setembro a final de
novembro. Durante o manejo, fungicidas preventivos têm que ser reaplicados 24h após
o inicio de uma chuva intensa. Já fungicidas curativos, inibidores da biossíntese de
Ergosterol (IBE), tem que ser aplicados em até 96 horas após a infecção (EPAGRI,
2002).
8
2.3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Durante o período do estágio, o estagiário realizou as seguintes atividades:
monitoramento de pragas e doenças, poda verde, aplicação de produtos agrícolas,
acompanhamento do crescimento do fruto da macieira, avaliação do ponto de colheita,
avaliação da qualidade durante a colheita e acompanhamento do processo no
“PackingHouse”.
2.3.1 Monitoramento de pragas e doenças
O monitoramento de pragas e doenças é uma atividade indispensável no cultivo
da macieira. Na AGROSPE essa atividade é realizada diariamente.
Para mosca das frutas (Anastrepha fraterculus) as armadilhas tipo „domo‟
(Figura 2), foram instaladas logo após o inicio da frutificação, e a partir deste momento
essas foram monitorada duas vezes por semana. Como atrativo foi utilizado suco de
uva, concentração de 25%. A fermentação do suco libera um odor que atrai a mosca,
sendo o suco trocado semanalmente para manter o nível de atratividade. A empresa
optou pelo controle químico quando o número de insetos encontrados nas armadilhas
foi maior que 0,5 moscas/frasco/dia.
Figura 2. Armadilhas tipo „domo‟ utilizada na Agrospe para o monitoramento da
Anastrepha fraterculus.
Para monitorar a Grapholita molesta foram utilizadas as armadilhas tipo delta,
no centro da armadilha foi colada uma cápsula com feromônio que atrai o inseto macho
9
(Figura 3). O controle químico da grafolita foi utilizado quando o número de mariposas
encontrado nas armadilhas foi igual ou maior que 3 mariposas/armadilha/dia.
O monitoramento da Lagarta Enroladeira (Bonagota cranaodes) também foi
realizado para acompanhar a expansão da praga no município, mas até o momento não
foi registrada a ocorrência da mesma.
Figura 3. Armadilha utilizada no monitoramento da Grapholita molesta e
Bonagota cranaodes.
O monitoramento do ácaro vermelho (Panonychus ulmi) foi realizado em
intervalos de 15 dias, Foram analisadas 14 plantas escolhidas aleatoriamente na quadra
(cada quadra varia de 8 a 12 hectares), de cada planta era coletando cinco para
determinar o número de ácaros presentes. Se o número acumulado era inferior a 49 não
era recomendado o tratamento, e se o número fosse superior a 60, era indicado o
tratamento imediato.
O monitoramento geral de doenças, principalmente sarna (Venturia inaequalis) e
„Bitter pit‟ foi realizado duas vezes por semana, onde era selecionadas e avaliadas 15
plantas por quadra. Como o tratamento destas duas doenças eram realizados de modo
preventivo, o nível de dano econômico não foi utilizado.
10
2.3.2 Poda verde
A poda verde é essencial em variedades muito vigorosas para obter frutos de
qualidade. Assim no mês de janeiro de 2011 foi realizada a poda verde nas quadras com
maior potencial produtivo, pois no momento estavam com falta de mão de obra. A
orientação era realizar a retirada de ramos vigorosos “ladrões” que, devido ao alto
vigor,usam os nutrientes das plantas e impedem que a radiação solar entre em contato
com o fruto.Com isso aumenta a circulação de ar e a insolação no interior da copa,
resultando em um fruto com mais cor e sabor. Os ramos retirados eram colocados na
entrelinha e triturados com o uso de uma enxada rotativa.
2.3.3 Aplicações de produtos agrícolas (adubação e agrotóxicos)
Os tratamentos químicos aplicados no pomar eram diários, mas sempre
respeitado o nível de controle indicado pelo monitoramento que era realizado através do
monitoramento das armadilhas e observações semanais. O período de carência sempre
era respeitado, obrigando uma rotatividade dos principio ativos. Na tabela 2 estão
listados os principais produtos utilizados e as suas respectivas indicações.
Tabela 2. Lista dos 30 produtos com indicação de uso nos pomares de macieira.
Produto comercial Indicação Produtos Indicação Produtos Indicação
Servin Raleio Nativo Sarna Isatalomil Sarna
Manzate Sarna/Glom Delan Sarna sulfato de Magnésio Adubação foliar
Grap Phil Sarna Suprathion Mosca das Frutas Retain Retarda a colheita
Prisma Sarna Sumithion Mosca das Frutas Break Thru Espalhante
Stroby sarna Maxel Raleio químico Melhaço Atrativo
Altacor Grafolita Score Sarna Dodex sarna
Dithane Sarna captan Podridão de verão Glis Herbicida
Froncide Sarna Cloreto de ca Adubação foliar Galant herbicida
Abamectin Ácaro Malathion Mosca das Frutas Uréia Facilita a absorção
Cab 102 Adubação foliar Orthocid Doenças de verão Triona Spalhante adesivo
2.3.4 Acompanhamento do crescimento do fruto da macieira
O acompanhamento do crescimento dos frutos era uma ferramenta utilizada para
se ter uma idéia da categoria (CAT 1, 2 ou 3) dos frutos vindos de determinada quadra.
A determinação do tamanho do fruto foi realizada com o uso de um paquímetro como
pode ser observado na Figura 4. O acompanhamento do crescimento dos frutos de todo
11
o pomar visou facilitar e auxiliar nas tomadas de decisões sobre o manejo do pomar.
Além disso, é um bom índice para indicar a produtividade média por hectare.
Figura 4. Determinação do tamanho do fruto com o paquímetro.
2.3.5 Avaliação do ponto de colheita
A avaliação do ponto de colheita foi realizada nas semanas que antecederam o
início da colheita. Essa avaliação consistiu na coleta de uma amostra significativa de
frutos e realização dos testes de firmeza da polpa, teor de sólidos solúveis totais e
degradação de amido (Tabela 3). Esses testes, Figura 5, foram realizados novamente
quando os frutos chegaram no “PackingHouse” para se ter uma previsão da qualidade
da carga. Na tabela 3 podem ser observados os parâmetros utilizados pela AGROSPE
para definir o período de estocagem de maçãs.
Tabela 3. Parâmetros utilizados para determinar o período de estocagem da maçã
(resistência da polpa, SST – Sólidos Solúveis Totais, relação iodo/amido e
acidez total).
Período de
estocagem
GALA FUJI
Resistência
da polpa
FP/LB/POL2
SST
°BRIX
IODO
AMIDO
ACIDEZ
(Ph)
Resistência
da polpa
FP/LB/POL2
SST
°BRIX
IODO
AMIDO
ACIDEZ
(Ph)
LONGO 18,0-16,0 11,5-12,5 2,0-3,0 6,0 18,0-15,6 14,0-15,0 2,5-3,5 5,2
MÉDIO 15,5-14,0 13,0-14,0 3,5-4,0 5,6 15,5-13,0 15,5-17,0 4,0-4,5 4,5
CURTO <14,0 >14,0 4,5-5,0 5,2 <13,5 <17,0 5,0 3,7
12
Figura 5. Penetrômetro de bancada utilizado para avaliar a resistência da polpa.
2.3.6 Avaliação da qualidade da colheita
A colheita da maçã é um dos pontos críticos da cadeia produtiva, exigindo
cuidados essenciais para garantir um longo período de armazenamento do fruto. Este
tem que ser colhido com o pedúnculo, sem nenhum dano mecânico e sem lesão aberta.
Fazendo essa seleção no campo, minimiza o custo de classificação no “PackingHouse”.
Durante a colheita, o responsável pelo pomar escolhia um Bin aleatório de cada grupo
de colheita, e selecionava uma amostra para avaliar a presença de danos mecânicos nos
frutos, ferimento aberto e presença do pedúnculo e folha nos Bins . Os índices aceitáveis
variam de acordo com o destino da colheita. Apos a avaliação das amostras o
responsável pelo pomar repassava a informação para o chefe do grupo e este cobrava
maior atenção dos colhedores.
O pomar da empresa foi atingido por uma chuva de granizo ocorrida no final do
ano de 2010. Esse evento danificou os frutos, mudando o manejo subseqüente do
pomar. A colheita foi realizada em várias etapas e com cuidados especiais.
A colheita iniciou em 14/01/11, com a primeira passada nas quadras 14 e 15 que
foram as menos atingidas pelo granizo. Nessa passada foram colhidos os frutos com
mais de 50% de cor e sem nenhum dano de granizo. Conforme a Tabela 4, a avaliação
seguia os critérios estabelecidos e resultava no laudo que era informado ao líder da
equipe.
13
Tabela 4. Parâmetros avaliados na qualidade da colheita da maça
Quadra: 14 Tamanho da amostra: 50/equipe: 2
Dano em maça n° %
Dano mecânico 2 4
Sem pedúnculo 7 14
Ferimento aberto 5 10
Presença de folhas 1 2
2.3.7 Acompanhamento do processo no “PackingHouse”.
O “PackingHouse” era responsável pelo recebimento, processamento e
armazenamento do fruto. Na colheita o fruto era armazenado em Bin caso fosse enviado
para a empresa. Na chegada era realizada uma coleta de cada caminhão e realizado os
seguintes testes: resistência à penetração, teor de açúcar, teor de amido e acidez. Esses
parâmetros serviam para indicar a qualidade da maçã que estava chegando, e já indicava
os níveis de perdas após a armazenagem. O resultado era remetido ao produtor.
Após a avaliação de entrada, caso a carga fosse armazenada ela iria direto para as
câmaras frias, e caso fosse destinada para o comércio, a carga iniciava o processo de
lavagem e processamento, seguindo as seguintes etapas: limpeza, classificação (cor e
peso), embalagem e distribuição.
A limpeza era realizada apenas com água, e logo o fruto passava pelas esteiras onde
eram classificados automaticamente através de sensores de peso. Após os frutos com
danos mecânicos e ferimentos abertos eram eliminados manualmente. Os frutos que
seguiam nas esteiras eram armazenados separadamente em EXTRA, CAT1, CAT 2 e
CAT 3.
14
3 ESTÁGIO 2 - SÍTIO CAPOROROCA
3.1 DESCRIÇÃO DO MEIO FÍSICO E SÓCIO-ECONÔMICO DA REGIÃO
RURAL DE PORTO ALEGRE
Porto Alegre faz parte do Corede metropolitano Delta do Jacuí. O município
ocupa uma área de 496,8 km2
localizada próximo a costa leste do estado. De acordo com
o censo de 2010 Porto Alegre tem 1.409.351 habitantes com uma expectativa de vida de
71,59 anos (FEE, 2011).
O município tem 341 propriedades rurais e de acordo com os dados do IBGE
representados na Figura 2, 11% dos produtores rurais de Porto Alegre se auto declaram
orgânicos e apenas 1% são certificados, esse número vem aumentando, e
acompanhando a demanda por produtos orgânicos, (Figura 6) (IBGE, 2006).
Figura 6. Número total de produtores rurais e percentagem de produtores orgânicos no
município de Porto Alegre. Fonte: Censo Agropecuário IBGE (2006).
Segundo a classificação de Köppen, o clima de Porto Alegre é Cfa, subtropical
úmido com verão quente e inverno frio e chuvoso. No verão a média da temperatura é
22°C e no inverno 15°C. As estações são bem definidas, favorecendo a escolha de
culturas e manejo.
As chuvas erosivas em Porto Alegre concentram-se nos meses de outubro,
novembro e dezembro. Esses dados são de extrema importância, pois indicam a
88%
11% 1%
Total (341)
Orgânicos
Certificados
15
necessidade do uso de técnicas conservacionistas como cultivo em linhas, semeadura
direta e manter o solo coberto (SANTOS,2008).
Figura 7. Média do Índice de erosividade do ano de 1986à 2005, na estação
meteorológica do município de Porto Alegre (Fonte: SANTOS, 2008).
O município tem o predomínio de Argissolo vermelho-Amarelo Distrófico
Úmbrico, unidade Camaquã e Gravataí. Esses solos são originários de sedimentos
aluviais e de granito e são compostos por 47% de areia, 22% silte e 31% de argila. Essas
características o classificam como suscetível à erosão, requerendo assim, um manejo
diferenciado (Streck, 2008). No Sítio Capororoca, localizado no Lami, o solo é
classificado como Planossolo Háplico Eutrófico Arênico, unidade Vacacaí,
normalmente este tipo de solo apresenta baixa fertilidade natural e alta taxa de
decomposição da matéria orgânica (STECK et al, 2008).
3.1.1 Caracterização do Sítio Capororoca
A idéia de produzir seus próprios alimentos sem usar nenhum tipo de agrotóxico
surgiu durante o curso de graduação da Engª. Agrônoma Silvana Bohrer. Na época ela
realizou seu estágio curricular na EMATER/ASCAR de Porto Alegre e trabalhou
justamente no bairro Lami, desenvolvendo atividades com os produtores ecologistas do
local. Em 2002 ela adquiriu uma área de 2,2 ha, um antigo haras que veio a se tornar o
Sítio Capororoca. O Sítio faz parte da Associação dos Produtores Ecológicos do Lami
(APEL) que surgiu com o apoio da prefeitura municipal, EMATER e do Centro
ecológico de IPE. Em 1997, estas entidades através de encontros e reuniões iniciaram
um trabalho de conscientização estimulando os produtores de Porto Alegre a iniciarem
uma produção mais sustentável. Como resultado destes encontros, teve inicio a
associação dos produtores ecologistas do Lami. Através da associação ocorre uma troca
maior de conhecimentos e técnicas de manejo entre os associados.
16
A mão de obra utilizada na propriedade é praticamente familiar, composta pelas
irmãs Silvana Bohre e Luciana, o sobrinho Rafael Hilário, e os colaboradores Ana
Camargo e Reni Vieira. A Ana fica responsável pelos alimentos processados (pastas,
geléias e refrigerantes), o Reni é responsável pelo trabalho de jardinagem, plantio,
colheita e manejo de pragas e a Silvana a Guinha e o Rafael tem atividades variadas, de
acordo com a demanda.
Além das hortaliças e das frutas orgânicas, a partir de 2004, o sítio começou a
cultivar plantas alimentícias não convencionais (PANCS), como capuchinha
(Tropaeolum majus)‟, ora-pró-nóbis (Pereskia aculiata), bertalha (Anredera cordifolia),
urtiga (Urtica dióica) e tomate de capote (Physalis pubescens). Estas plantas têm
inúmeras propriedades alimentícias e nutricionais e todas são agregadas aos alimentos
preparados no Sítio.
3.2 REFERENCIAL TEÓRICO
3.2.1 Agricultura de base ecológica e Orgânica no Brasil
Com o passar dos anos um número maior de produtores tem buscado alternativas
para seu sistema de produção, com isso a agricultura de base ecológica vem sendo um
apoio para diferentes sistemas agrícolas como a agricultura orgânica, biológica,
biodinâmica permacultura e outras. Agroecologia não é simplesmente não utilizar
adubos químicos e agrotóxicos, mas sim um conjunto de técnicas que visam tornar a
agricultura viável e sustentável por um longo período de tempo (CAPORAL, 2004).
De acordo com Gliessman (2000) é possível separar três níveis de transição para
um agroecossistema sustentável. O primeiro nível consiste no uso de práticas
convencionais eficientes para reduzir o uso de produtos químicos no sistema, essa fase
pode ocorrer por inúmeros motivos, o mais comum é pelo alto custo do produto e por
ser tóxico para o ambiente. O segundo nível engloba o uso de práticas ecológicas em
substituição as práticas convencionais, ou seja, substituição de adubos e defensivos
químicos por adubos orgânicos. O terceiro nível é o mais complexo e difícil de ser
alcançado. Este nível se refere às mudanças do agroecossistema, partindo de técnicas
diferenciadas de manejo visando a integração entre organismos presentes no sistema, e
com o equilíbrio obter uma produção sustentável.
17
A agricultura orgânica ocupa 1,5 milhões de hectares no Brasil. O consumo
nacional está em torno de 1% direcionando para um grande espaço no mercado interno,
o que vem colaborando para o aumento do número de proprietários que optam por um
manejo ecológico. A parcela de produtos orgânicos exportados é grande,
aproximadamente 70% dos produtos orgânicos são exportados, principalmente as
commodities como café, soja e açúcar. Já o restante, 30%, é consumido internamente e
consistem em frutas, verduras e legumes. (BRASIL,2007)
A Tabela 5 apresenta os dados levantados em 2006 pelo IBGE referente à
produção orgânica no Brasil, os dados atuais de propriedades certificadas ainda não
foram divulgados, mas com a nova legislação sobre produtos orgânicos a tendência é
que este número tenha aumentado significativamente. Entre as 8.900 propriedades
orgânicas de horticultura e floricultura, 83% estão em propriedades de até 50 ha. Esse
dado está relacionado à diferenciação das pequenas propriedades, e estas propriedades
estão, em sua maioria, localizadas na região sul do País, sendo o Rio Grande o 3° maior
em número de estabelecimentos (IBGE, 2006).
Tabela 5. Produção total e Orgânica em 2006, separada pelo grupo de atividade econômica.
Total Orgânicos Orgânicos
Grupo de atividade econômica Agropecuário (a)
Total
(b)
b/a
(%)
Certificado
( C)
c/b
(%)
Lavoura temporária 1908650 30168 2% 1051 3%
Horticultura e floricultura 200380 8900 4% 1018 11%
Lavoura permanente 558587 9557 2% 1030 11%
Sementes, mudas e outras formas de
propagação vegetal 2682 52 2% 8 15%
Pecuária e criação de outros animais 2277214 38014 2% 2 0%
Produção Florestal-Florestas
Plantadas 74344 1638 2% 65 4%
Produção Florestal-Florestas Nativas 126649 1644 1% 58 4%
Pesca 15072 153 1% 1 1%
Aquicultura 11911 371 3% 25 7%
TOTAL 5175489 90497 2% 3258 4%
Fonte: Adaptado, Censo Agropecuário (2006)
3.2.2 A cultura da alface e da rúcula
A alface (Lactuca sativa L.) é uma planta originária da Ásia e trazida para o
Brasil pelos portugueses, no século XVI. Atualmente, constitui o grupo de hortaliças
folhosas de maior consumo no Brasil, sendo rica principalmente em vitamina A e C e
sais minerais como ferro e fósforo. Pertencente à família Asteraceae, com caule do tipo
18
prato não ramificado, ao qual se prendem as folhas. Estas folhas são grandes, podendo
ser lisas ou crespas, fechando-se ou não na forma de uma “cabeça”. As raízes são do
tipo pivotante, densas e superficiais, podendo atingir 0,60m de profundidade quando em
semeadura direta, porém, apresentam ramificações delicadas, finas e curtas, explorando
apenas os primeiros 0,25 m de solo (FILGUEIRA, 2000).
A rúcula (Eruca sativa Miller) é originária da região do Mediterrâneo e
pertence a família das brassicaceae. Apresenta folhas espessas e divididas, o limbo
foliar é verde e as nervuras verde-claras. O limbo foliar é recortado com variações entre
as cultivares. A rúcula é rica em sais minerais (cálcio e ferro) e vitaminas A e C (HENZ
& MATTOS, 2008).
3.2.3 Amora-preta (Rubus sp)
A amora-preta pertence à família Rosaceae, que compreende várias espécies
dentro do gênero Rubus. Existem mais de 740 espécies, sendo muitas dessas nativas do
sul do Brasil, porém foram a partir de cultivares dos Estados Unidos que se originaram
os primeiros trabalhos de melhoramento no Brasil, realizados pela EMBRAPA –
CLIMA TEMPERADO, em Pelotas, Rio Grande do Sul. Dentre as variedades
nacionais, batizadas com nomes de tribos indígenas brasileiras, destacam-se a Tupy e a
Guarani, de paladar mais doce.
De uma forma geral, as plantas apresentam a formação de hastes anuais, as quais
produzirão no segundo ano após um período de dormência. O hábito de crescimento
pode ser ereto ou prostrado, e a presença de espinhos também varia com a cultivar. As
flores apresentam cinco pétalas, cinco sépalas, numerosos estames e carpelos dispostos
ao redor do receptáculo. O gênero Rubuspode apresentar uma reprodução sexuada ou
assexuada e um número básico de sete cromossomos (ANTUNES, 2004). O fruto
verdadeiro da amoreira é um fruto agregado que é composto por inúmeros frutos
verdadeiros denominados drupetes (ANTUNES, 2002).
No sítio, o pomar de amora é composto por duas cultivares, a Guarani e a Tupy.
A cultivar guarani é uma planta muito vigorosa, de porte ereto e com espinhos. Floresce
em todo o mês de setembro e início de outubro e seus frutos podem ser colhidos em
dezembro. Os frutos pesam entre 5 a 6 gramas, produzindo de 3,4 a 3,8 kg por planta.
Possui sabor subácido, consistência firme, sementes pequenas e película resistente. A
„Tupy‟ foi desenvolvida pela EMBRAPA Clima temperado em 1982, através do
19
cruzamento entre „Uruguai‟ e „Comache‟, originando uma planta com espinhos, porte
ereto e muito vigorosa. A cultura floresce no final de agosto até meados de setembro e
pode-se colher os frutos no final de novembro a meados de dezembro. Os frutos são
grandes, pesando de 7 a 9 gramas, sabor equilibrado na relação acidez e açúcar, sendo
muito recomendada para o consumo in natura. As sementes são pequenas, o fruto tem
consistência firme e película resistente, produzindo 3,6 a 4,0 kg por planta (ANTUNES,
2002).
A poda é o principal manejo realizado no pomar de amoreira e, juntamente com
a colheita, é a atividade que demanda a maior mão de obra. (PAGOT, 2006). A
amoreira-preta nunca produz nas hastes de um ano, somente nas hastes de segundo ano,
assim necessita de uma poda intensiva. Sendo assim, deve-se dar bastante importância
para essa fase do manejo.
A poda varia com o desenvolvimento da planta e as estações do ano. No outono
do primeiro ano é realizado um desponte a 20 cm do arame superior, para facilitar a
amarração, e eliminar brotações novas que surgiram da coroa, deixando apenas quatro
hastes por planta. Na primavera seguinte, estas hastes vão florescer e produzir. Já no
verão, deve ser feito o desponte nas novas brotações estimulando a ramificação
(PAGOT, 2006).
Após a primeira colheita os ramos que produziram devem ser eliminados rente
ao solo e entre as novas brotações devem ser selecionadas 3 hastes por metro linear e
estas despontadas 30cm acima do arame (PAGOT, 2006). Este processo se repete ano
após ano, o controle das novas brotações requer uma atenção redobrada para manter a
organização do pomar, e facilitar as atividades de manejo.
3.3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
3.3.1 Dimensionamento e construção de canteiros
Como na propriedade o solo é arenoso, e neste verão o mês de fevereiro foi
muito úmido, os canteiros foram feitos com uma altura de 20 cm e, como sempre, foi
utilizado cobertura morta (Capim-elefante picado), para proteger o solo do impacto da
20
gota da chuva e através da lenta decomposição tornar disponível os nutrientes para a
cultura.
Na realização da adubação de base é utilizada uma mistura de esterco de cavalo
curtido, folhas do mato e composto na proporção 30:30:40, respectivamente. Esses
produtos eram aplicados na superfície do solo, que era revolvido e logo após colocado
uma camada de cobertura vegetal.
3.3.2 Plantio e manejo de alface e rúcula
No sítio, o plantio das mudas de alface e rúcula são realizadas nas quintas-feiras.
Como a procura é maior por alface lisa e crespa, essas são as mais plantadas seguido da
americana. As mudas de alface e rúcula são adquiridas de um produtor não orgânico da
cidade de Viamão, este realiza as entrega semanalmente. As alfaces são plantadas com
espaçamento de 20x20cm e a rúcula 10x10. No manejo da alface o principal problema
enfrentado é relacionado à presença de plantas espontâneas. Na área tem uma grande
incidência de tiririca (Cyperus rotundus), uma cyperaceae que produz rizomas e
tubérculos subterrâneos interligados, que dificultam o seu controle. Para o controle da
tiririca é realizado a arranquio semanal das plantas. O cultivo de alface foi retomado no
mês de fevereiro assim não havia no período do estágio o produto para oferecer na feira,
realizando apenas o plantio.
3.3.3 Elaboração e aplicação de biofertilizantes
Os biofertilizantes são compostos orgânicos provenientes de um processo de
fermentação aeróbica em meio líquido. O resíduo líquido da fermentação é utilizado na
fertirrigação, podendo ser utilizado como adubo foliar por ser rico em micronutrientes.
O biofertilizante também pode ser usado como defensivo natural pois é um meio de
crescimento de bactérias benéficas como Bacillus subtilis, que atua inibindo o
crescimento de fungos e bactérias (Santos, 2009).
A elaboração de calda é uma técnica usada freqüentemente no Sítio Capororoca.
A função do “Bio” como é chamada no Sítio, é adubar as plantas, aumentando seu
potencial produtivo, e também é usado para repelir insetos. O biofertilizante do sítio
Capororoca era feito com restos culturais (capim, e resíduos triturados) e água. Este
ficava fermentando em um tonel por aproximadamente 30 dias, até ficar no ponto de
aplicação. Sendo a aplicação é feita diretamente no solo. No mês de fevereiro não foi
21
preparado o “bio”, mas foi aplicado na entre linha dos tomateiros (aproximadamente
100 ml por planta), disponibilizando nutrientes e assim ampliando o período de
produção, sendo utilizado como forma de manejo alternativo para formigas.
3.3.4 Colheita de frutas e hortaliças
No sítio Capororoca são cultivados ameixeiras e pessegueiros, que estão
plantados entre os canteiros de hortaliças e outras árvores. As cultivares de ameixeiras
são „Pluma sete‟, „sanguinea‟ e „amarelinha‟. O tomate produzido no sítio entre os anos
de 2010 e 2011 destinados a comercialização foram o tipo „cereja‟, que tem grande
procura na feira, e é resistente a inúmeras doenças e muito produtivo.
No mês de fevereiro, a colheita do pessegueiro já havia passado, assim foi
realizada a colheita de ameixas e tomates. A colheita é semanal, sempre na sexta-feira
para garantir a oferta de um produto fresco nas feiras de sábado de manhã.
O cultivo de alface estava sendo retomado no mês de fevereiro assim não
tínhamos o produto para oferecer na feira, realizando apenas o plantio.
3.3.5 Processamento de produtos (berinjela, ameixa, abóbora, melancia de porco,
picão-preto)
Entre as atividades diárias de manejo das culturas era realizado o
processamentos dos produtos. Entre diversos produtos foram feitos pastas de berinjela e
abóbora, geléia de melancia e refrigerante de picão-preto e lírio-do-brejo.
Este setor não foi muito explorado no período do estágio, focando nas
atividades de produção e manejo das culturas. No entanto acompanhou-se a elaboração
do refrigerante de picão-preto. Para produzir 10 L de refrigerante são utilizados os
seguintes ingredientes: 10 L de água, 1 kg de açúcar, 250 g de picão-preto e 1/2 copo de
suco de limão. O preparo consiste em ferver o picão-preto por 15 min, deixar esfriar e
acrescentar açúcar e o suco de limão. Após misturar bem, deixar em repouso por 24h,
coar e engarrafar em garrafas pets, retirar bem o ar e fechar bem. O acréscimo do açúcar
e do limão irá resultar na fermentação anaeróbia que dá origem ao gás do refrigerante.
Após uma semana o refrigerante está pronto para o consumo.
3.3.6 Manejo da Amora-preta (Rubus sp)
No manejo da amora-preta ‘Rubus. sp’ foi realizado uma capina e uma poda. No
sítio, a amora-preta é conduzida apoiada em palanques com 3 fios a uma altura de 30,
60 e 90 cm. A poda consiste na retirada dos ramos que produziram, e os ramos do ano
22
com crescimento muito vigoroso são reduzidos a uma altura de 80 cm e amarados. A
amora preta produz em ramos do ano sobre ramos de ano, assim o ramo que foi
amarrado irá ter mais um crescimento vegetativo e este irá florescer e produzir.
3.3.7 Participação na comercialização dos produtos nas feiras.
Todos os sábados de manhã, os produtos do sítio Capororoca são expostos em duas
feiras ecológicas de Porto alegre: feira da Tristeza, em frente à Igreja Nossa Senhora das
Dores e na feira da rua José Bonifácio, próximo a Redenção. Além da comercialização
nas feiras, o sítio recebe encomendas e realiza a venda direta para visitantes dos
Caminhos Rurais de Porto Alegre.
23
4 CONCLUSÕES
O monitoramento de pragas e doenças vem sendo cada vez mais utilizado e
seguido por grandes produtores de frutas, principalmente por ser uma exigência dos
grandes mercados e das entidades certificadoras. A presença de um agrônomo para a
realização destas atividades é fundamental, pois somente com uma avaliação criteriosa
será possível reduzir o número de aplicações de produtos químicos reduzindo gastos e
aumentando a receita.
Na AGROSPE, o uso de produtos químicos ainda é alto, pois falta o uso de
técnicas de suporte que reduzam a incidência de pragas, como o uso de controle
biológico, a liberação massal de Neoseiulus californicus para o controle do Ácaro
Vermelho, liberação de Diachasmimorpha longicaudata para o controle da mosca das
frutas e o uso da pasta Splat Bona/Grafo da empresa Isca, que libera o feromônio do
acasalamento para o manejo da grafolita, diminuindo a população da praga no pomar.
Com o uso da pasta é possível reduzir significativamente o número de pulverizações.
Durante o estágio convivi com um grande número de profissionais (Engenheiros
Agrônomos) que trabalham na região e com isso pude ter uma idéia da importância do
conhecimento agronômico, pois muitos passam a atuar simplesmente como vendedores
de produtos agrícolas.
Produtores organizados normalmente conseguem alcançar um melhor espaço no
mercado e isso vale para todos os segmentos e setores agrícolas. O associativismo
normalmente abre caminhos, e é isso que está acontecendo com os produtores
orgânicos. Através dos grupos, os produtores estão conseguindo certificar seus produtos
através da certificação participativa, que tem um custo muito reduzido em comparação
com as outras certificadoras.
A produção orgânica vem crescendo no Estado e no Brasil, e com isso vem
aumentando a demanda por pesquisa na área. Muitas técnicas usadas, na prática
aprovada pelos produtores, não foram testadas em centros de pesquisa, havendo assim
uma falta de orientação de base científica para dar suporte aos profissionais que atuam
na extensão rural.
A diversidade de plantas e animais encontrada no sítio Capororoca mostra que o
ambiente está entrando em equilíbrio. E comprova que é possível realizar uma
agricultura com baixo impacto ao ambiente em pequenas propriedades.
Há técnicas de manejo que auxiliam a produção, no entanto os produtores ainda
apresentam dificuldades para apresentar seus produtos e buscar mercados para os
24
mesmos. Projetos como 'Caminhos Rurais' do município de Porto Alegre tem ajudado o
grupo de produtores a escoar seus produtos, no entanto ainda não são suficientes para
garantir uma renda estável, assim faltando uma organização mais ativa e políticas
públicas para desenvolver esse setor.
Realizar o estágio em dois locais distintos foi muito válido, pois além de
proporcionar uma vivência diferente, possibilitou a construção de um conhecimento
mais amplo das atividades agrícolas, o que tem grande importância quando estivermos
realizando extensão diante de diferentes produtores rurais. Conhecer os objetivos
pessoais de cada empresa ou propriedade é fundamental para definir os manejos a serem
realizados.
25
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