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R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O

P R O F I S S I O N A L I

MARIANA CRISTINA DIAS SILVA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO DO CURSO DE FARMÁCIA 1º CICLO

Janeiro/2012

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE

INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA

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Relatório referente ao Estágio Profissional I,

realizado no âmbito do plano de estudos do 4ºAno, no 1º

Semestre da Licenciatura em Farmácia, do Instituto

Politécnico da Guarda, Escola Superior de Saúde.

Coordenação e Supervisão:

Docente Maria de Fátima dos Santos Marques Roque

Orientação:

Técnica de Farmácia Sónia Ferreira

Técnica de Farmácia Cristina Monteiro

INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE

CURSO DE FARMÁCIA 1º CICLO

4º Ano, 1º Semestre

Guarda

2012

Realizado por:

Mariana Cristina Dias Silva

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“Todo o conhecimento genuíno tem origem na experiência directa.”

(Mao Tse-Tung)

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Presto o meu agradecimento a todas as pessoas que, directa ou indirectamente

contribuíram para a realização deste Estágio. Especialmente, ao Centro

Hospitalar São João,EPE que disponibilizou as suas instalações,bem como, a toda

a equipa dos Serviços Farmacêuticos, que sempre se demonstrou disponível a

ajudar e todos eles foram um grande apoio no processo de integração e

aprendizagem neste estágio.

Quero agradecer, em particular, às Técnicas de Farmácia Sónia Ferreira e

Cristina Monteiro que orientaram o estágio e o tornaram muito enriquecedor, pois

sempre se empenharam na transmissão de informação e conhecimento.

Por fim, o meu agradecimento à coordenadora Maria de Fátima dos Santos

Marques Roque pela disponibilidade e atenção.

A todos o meu obrigado…

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ABREVIATURAS / SIGLAS

AO: Assistente Operacional

ADMT: Administrativo

CHNM: Código Hospitalar Nacional do Medicamento

DC: Distribuição Clássica

DCI: Denominação Comum Internacional

DID: Distribuição Individual Diária

DIDDU: Distribuição Individual Diária em Dose Unitária

DM: Distribuição Mista

DP: Distribuição Personalizada

DRSN: Distribuição por Reposição de Stocks Nivelados

FEFO: First Expire First Out

FH: Farmácia Hospitalar

FHNM: Formulário Hospitalar Nacional de Medicamentos

CHSJ, E.P.E.: Centro Hospitalar de São João, Entidade Pública Empresarial

UCPC: Unidade Centralizada de Preparação de Citotóxicos

RS: Reposição de Stock

SC: Serviço Clínico

SF: Serviços Farmacêuticos

TF: Técnico de Farmácia

UFA: Unidade de Farmácia de Ambulatório

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UFR: Unidade de Fraccionamento e Reembalamento

FDS : Fast Dispensing System;

INFARMED: Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P;

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ÍNDICE DE FIGURAS

Fig. 1-Centro Hospitalar São João, EPE................................................................................... 10

Fig. 2-Página principal do CPC HS .......................................................................................... 15

Fig. 3-KARDEX® Refrigerado ................................................................................................ 24

Fig.4- Balcão de Atendimento .................................................................................................. 29

Fig. 5- Stock da DIDDU ........................................................................................................... 33

Fig. 6-― Pyxis®‖ ....................................................................................................................... 38

Fig. 7-Carro de transporte da medicação para Pyxis® ............................................................. 40

Fig. 8- Zona de Fraccionamento ............................................................................................... 48

Fig. 9- Máquina Auto-print Grifols .......................................................................................... 48

Fig. 10- FDS® .......................................................................................................................... 49

Fig. 11- Cartões do sistema Kanban ......................................................................................... 51

Fig. 10- FDS® .......................................................................................................................... 49

Fig. 11- Cartões do sistema Kanban ......................................................................................... 51

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ÍNDICE DE ESQUEMAS/TABELAS

Esquema 1 – Estrutura Física da Farmácia; ............................................................................. 13

Esquema 2 – Sistema de Distribuição do CHSJ,EPE ............................................................. 26

Esquema 3 – Circuito da Distribuição Clássica........................................................................ 27

Esquema 4 – Sectores do Armazém da Distribuição ................................................................ 28

Esquema 5 – Circuito da DIDDU‖ .......................................................................................... 31

Esquema 6 – Distribuição das Tomas no Sistema de DIDDU ................................................. 33

Esquema 7 – Sistema de Segurança Pyxis................................................................................ 38

Esquema 8 – Vantagens e Desvantagens do Pyxis® ................................................................ 40

Esquema 9 – Sectores da Farmacotecnia .................................................................................. 46

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INDICE GERAL

INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 8

1. CENTRO HOSPITALAR SÃO JOÃO, EPE.......................................................... 10

2.CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOs ................................. 12

2.1.ESTRUTURA FÍSICA .............................................................................................. 13

2.2. RECURSOS HUMANOS ........................................................................................ 14

2.3.HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO ....................................................................... 15

2.4.SISTEMA INFORMÁTICO ..................................................................................... 15

3.APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE MEDICAMENTOS E PRODUTOS

FARMACÊUTICOS ......................................................................................................... 17

3.1.SELECÇÃO E AQUISIÇÃO .................................................................................... 17

3.2.RECEPÇÃO E CONFERÊNCIA DE ENCOMENDAS ........................................... 18

3.2.1. Recepção de Matérias – Primas ..................................................................... 20

3.2.2. Recepção de Medicamentos Hemoderivados ................................................ 20

3.2.3. Recepção de Medicamentos destinados a Ensaios Clínicos ......................... 20

3.2.4.Recepção de Medicamentos Citostáticos e Citotóxicos ................................. 21

3.2.5.Recepção de Medicamentos com destino à Unidade de Farmácia de

Ambulatório (UFA) ................................................................................................... 21

3.2.6.Recepção de Estupefacientes e Psicotrópicos ................................................. 21

3.2.7. Recepção de Medicamentos Termoláveis ...................................................... 21

3.3. ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS E/OU PRODUTOS

FARMACÊUTICOS ....................................................................................................... 22

3.3.1.Medicamentos de Frio ...................................................................................... 23

3.3.4.Estupefacientes e Psicotrópicos ....................................................................... 24

3.3.5. Citostáticos, Citotóxicos e Imunomodeladores ............................................. 24

4.DISTRIBUIÇÃO ............................................................................................................ 25

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4.1.DISTRIBUIÇÃO CLÁSSICA ................................................................................... 26

4.1.2.Balcão de Atendimento .................................................................................... 29

4.2.DISTRIBUIÇÃO INDIVIDUAL DIÁRIA EM DOSE UNITÁRIA (DIDDU) ........ 30

4.2.1. Alterações da Terapêutica .............................................................................. 35

4.2.2. Devoluções de Medicamentos ......................................................................... 35

4.2.3. Armários de Urgência ..................................................................................... 36

4.2.4. Carros de Urgência .......................................................................................... 36

4.3.DISTRIBUIÇÃO EM REPOSIÇÃO DE STOKS POR NÍVEIS .............................. 37

4.3.1.Sistema Pyxis® .................................................................................................. 37

4.4.CIRCUITOS ESPECIAIS DE DISTRIBUIÇÃO ...................................................... 41

4.4.1.Distribuição Personalizada .............................................................................. 41

4.4.2. Distribuição Mista ........................................................................................... 43

4.4.3. Medicamentos de Ensaio Clínico.................................................................... 44

4.5. DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS A DOENTES EM REGIME

AMBULATÓRIO ............................................................................................................ 44

5.FARMACOTECNIA ...................................................................................................... 46

5.1. UNIDADE DE REEMBALAGEM .......................................................................... 47

5.1.2.Reposição de Stocks .......................................................................................... 51

5.2. UNIDADE DE MANIPULAÇÃO CLÍNICA DE MEDICAMENTOS NÃO

ESTÉREIS ....................................................................................................................... 52

5.3.UNIDADE DE MANIPULAÇÃO CLÍNICA DE MEDICAMENTOS ESTÉREIS 55

5.4. UNIDADE CENTRALIZADA DE PREPARAÇÃO DE CITOTÓXICOS ............ 57

6. TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO/RELATORIO .................................................. 60

7.CONCLUSÃO E REFLEXÃO CRÍTICA ................................................................... 61

8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 63

ANEXOS............................................................................................................................. 64

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INTRODUÇÃO

O estágio é uma vertente muito importante da aprendizagem, uma vez que permite

ao aluno o contacto directo com a realidade profissional, complementando a sua

aprendizagem teórica com as práticas da sua profissão, podendo relacioná-las e conjugá-las

como um verdadeiro profissional.

Segundo a separata, do Boletim de Trabalho e Emprego, n.º 1, 28/01/2011, artigo

2º, um estágio profissional é “uma actividade desenvolvida pela pessoa beneficiária do

estágio que, em função do curso e nível de qualificação de que é detentora, se destina, através

de uma formação prática em contexto de trabalho, a complementar e aperfeiçoar as suas

competências, visando uma inserção ou reconversão para a vida activa de forma mais célere e

fácil ou a obtenção de uma formação técnico-profissional e deontológica legalmente

obrigatória para aceder ao exercício de determinada profissão”.

Assim, o presente relatório tem como objectivo principal descrever as actividades

referentes ao Estágio Profissional I, como uma unidade curricular obrigatória, realizada no

âmbito do plano de estudos do 4º ano, 1º semestre, do Curso de Licenciatura em Farmácia,

do Instituto Politécnico da Guarda – Escola Superior de Saúde.

O referido Estágio Profissional I foi realizado em Farmácia Hospitalar, nos

Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar São João, EPE.(CHSJ). O estágio decorreu

entre o dia 26 de Setembro de 2011 e o dia 13 de Janeiro de 2012. No período de 21 de

Novembro a 25 de Novembro ocorreu uma interrupção programada do mesmo, destinada a

orientação tutorial e realização da componente de Investigação. Houve ainda, uma segunda

interrupção para férias de Natal decorrente entre 19 a 30 de Dezembro. O horário aplicado

foi das 9 horas às 16 horas, sendo que a instituição tem como política um horário contínuo

em que o tempo de almoço não é contabilizado como uma pausa. Desta forma foram,

então, cumpridas as 455 horas programadas.

O Estágio Profissional I é subjacente a um regulamento específico e a sua

coordenação e supervisão ficou ao cargo da docente Maria de Fátima dos Santos Marques

Roque e pela orientação na instituição ficaram responsáveis as Técnicas de Farmácia Sónia

Ferreira e Cristina Monteiro.

Assim, pretendeu-se com este estágio cumprir os seguintes objectivos gerais:

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Desenvolver competências científicas e técnicas que permitam a realização de actividades

subjacentes à profissão do Técnico de Farmácia, no enquadramento das várias áreas de

intervenção profissional.

Aplicar os princípios éticos e deontológicos subjacentes à profissão;

Identificar, desenvolver e avaliar planos de intervenção adequadamente integrados numa

equipa multidisciplinar;

Responder aos desafios profissionais com inovação, criatividade e flexibilidade.

Além destes objectivos a atingir, no inicio do Estágio Profissional I, cada aluno ficou

responsável por elaborar o seu próprio Projecto de Estágio, definindo os objectivos gerais e

específicos, bem como as actividades a cumprir, de acordo com a instituição e em conjunto

com as orientadoras de estágio.

Assim, em conjunto com as orientadoras do CHSJ elaborei o meu Projecto de Estágio (Anexo

1), reflectindo sobre aquelas que seriam as metas a atingir no decorrer do estágio e

consciencializando quais as actividades que deveria cumprir, bem como, em que é que consistiam.

Desta forma, este relatório deverá permitir que qualquer pessoa, após a sua leitura,

consiga identificar onde foi realizado o estágio, a descrição do local, quais as tarefas

executadas e de que forma, quais as aprendizagens adquiridas e quais as dificuldades

encontradas.

A metodologia usada no relatório é a descritiva, com auxílio dos anexos, imagens ou

figuras necessárias para complementar a informação. A estrutura utilizada no relatório

pretende simplificar e clarificar tudo o que foi realizado e observado no estágio, da forma mais

explícita possível. Para isso, a divisão do mesmo vai consistir na caracterização do Centro

Hospitalar São João, EPE e dos Serviços Farmacêuticos, descrição de todo e Circuito do

Medicamento, bem como, das actividades realizadas.

Concluindo, é importante referir que os pontos descritos, não vão ser meramente uma

narração dos factos, mas também uma reflexão dos pontos positivos e negativos, e

experiência pessoal em cada um dos sectores, pois é também muito importante retirar uma

crítica construtiva de toda a aprendizagem.

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Centro Hospitalar São João, EPE

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1.CENTRO HOSPITALAR SÃO JOÃO, EPE

O Centro Hospitalar São João (CHSJ), EPE fica localizado na cidade do Porto e é o

maior hospital do Norte e o segundo maior

de Portugal. Trata-se de uma entidade

colectiva de direito público empresarial.

Além disto, é um hospital universitário

através da ligação que tem à Faculdade de

Medicina do Porto, partilhando o mesmo

edifício em regime de condomínio.

O CHSJ é uma instituição primordial

na sua região, uma vez que presta

assistência directa à população a uma grande parte da cidade do Porto (freguesias do

Bonfim, Paranhos, Campanhã e Aldoar), bem como, a concelhos limítrofes. Além disto

actua como centro de referência em vários distritos do Porto, nomeadamente Braga e Viana

do Castelo, abrangendo assim, uma grande área geográfica e uma população de cerca de 3

milhões de pessoas.

Em Dezembro de 2005, o HSJ passou a Entidade Pública Empresarial encetando num

processo de reorganização interna e de investimento em melhores condições hoteleiras

para os seus doentes, tendo em 2010, completado 50 anos de existência. Mais

recentemente, em Abril de 2011, o Hospital de São João e o Hospital Nossa Senhora da

Conceição de Valongo fundiram-se no Centro Hospitalar de São João, Entidade Pública

Empresarial (CHSJ, EPE). Esta união tem como resultado a reestruturação do parque

hospitalar numa lógica de complementaridade e concentração de recursos que pretende

melhorar a prestação de serviços de saúde, garantindo à população melhor acesso, maior

diversidade, qualidade e eficiência dos mesmos. Esta fusão traz várias vantagens

resultando numa redução da estrutura orgânica, administrativa e funcional das unidades de

saúde, reduzindo as estruturas de gestão e potenciando a organização integrada, que vai

tornar a gestão hospitalar mais eficiente.

Em relação à sua caracterização física, o CHSJ é constituído por 11 pisos, dois dos

quais se localizam no subsolo, e por um conjunto satélite de edifícios. No edifício principal

Figura 1 - Centro Hospitalar São João, EPE;

Fonte: http://www.hsjoao.min-saude.pt/

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albergam-se os serviços de Urgência, Internamento, Laboratórios e Imagiologia, bem

como, os serviços Hoteleiros e a globalidade dos Serviços Administrativos e de Gestão.

Nos edifícios externos estão localizados: o Centro de Ambulatório, que inclui as Consultas

Externas, Hospitais de Dia e a Unidade de Cirurgia do Ambulatório, e também o Serviço

de Instalações e Equipamentos.

Actualmente, o CHSJ dispõe de uma lotação oficial de 1124 camas e várias

especialidades médicas e cirúrgicas, apresentadas no Anexo 2 Além destas especialidades

possui também uma variedade de meios complementares de diagnóstico e terapêutica

como suporte à prestação de cuidados (descritos em Anexo 2).

Quanto ao serviço de Urgência, este é diferenciado em Pediatria e Adultos, mas em

algumas especialidades o atendimento urgente é efectuado num espaço físico externo à

área de Urgência, como é o caso de Estomatologia, Oftalmologia e Otorrinolaringologia.

Todos estes Serviços estão agrupados em 6 Unidades Autónomas de Gestão (UAG):

Medicina;

Cirurgia;

Mulher e Criança;

Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica;

Urgência e Cuidados Intensivos;

Saúde Mental.

Assim sendo, pode-se dizer que o Centro Hospitalar São João, EPE é uma instituição

de renome no nosso país e que todos os dias potencia o melhoramento da saúde pública,

sendo para muitas especialidades e áreas do saber médico a última instância no país em

termos de diagnóstico e tratamento1.

1 http://www.hsjoao.min-saude.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27542

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2.CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS

Os serviços farmacêuticos são uma parte fulcral do funcionamento de qualquer

hospital, pois os seus principais objectivos assentam em assegurar a terapêutica

medicamentosa aos doentes, a qualidade, eficácia e segurança dos medicamentos,

integrando as equipas de cuidados de saúde e promovendo acções de investigação

científica e de ensino. (1)

Segundo o Decreto-Lei n.º 44 204, de 2 de Fevereiro de 1962, Farmácia Hospitalar

(FH) designa o ―conjunto de actividades farmacêuticas exercidas em organismos hospitalares

ou serviços a eles ligados para colaborar nas funções de assistência que pertencem a esses

organismos e serviços e promover a acção de investigação científica e de ensino que lhes

couber‖.

Para colmatar todas estas responsabilidades e deveres são várias as funções

pertencentes aos serviços farmacêuticos. E são estas:

A selecção e aquisição de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos

médicos;

O aprovisionamento, armazenamento e distribuição dos medicamentos e produtos

farmacêuticos;

A produção de medicamentos;

A análise de matérias-primas e produtos acabados;

A distribuição de medicamentos e outros produtos de saúde;

A participação em Comissões Técnicas (Farmácia e Terapêutica, Infecção

Hospitalar, Higiene e outras);

A Farmácia Clínica, Farmacocinética, Farmacovigilância e a prestação de Cuidados

Farmacêuticos;

A colaboração na elaboração de protocolos terapêuticos;

A participação nos Ensaios Clínicos;

A colaboração na prescrição de Nutrição Parentérica e sua preparação;

A Informação de Medicamentos;

O desenvolvimento de acções de formação.2

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2.1.ESTRUTURA FÍSICA

Na impossibilidade de reunir todos os sectores numa mesma área, os serviços

farmacêuticos do CHSJ estão distribuídos por quatro pisos – 02, 01, 1 e 2 – o que se deve

em parte à dimensão do hospital, implicando a sua descentralização em unidades de

Farmácia Satélite e do armazém de Correctivos de Volémia, Soluções de Diálise e

Desinfectantes. Sendo assim, os serviços farmacêuticos estão distribuídos da seguinte

forma:

• Armazém de Grandes Volumes

Piso 02

•Armazém e Recepção de Encomendas

•Distribuição Clássica

•Balcão de Atendimento

•Centro de Validação Farmacêutica

•Unidade de Ensaios Clínicos

•Serviços Administrativos

•Distribuição Individual em Dose Unitária

• Distribuição de Reposição por Stocks Nivelados - Pyxis

• Unidade de Reembalagem

Piso 01

• Unidade de Manipulação Clínica de Medicamentos Estéreis e Não Estéreis

Piso 1

• Unidade Farmácia de Ambulatório (UFA)

• Unidade Centralizada de Preparação de Citotóxicos (UCPC).

Piso 2

Esquema 1 – Estrutura Física da Farmácia

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Apesar de não ser a ideal, esta foi a distribuição adoptada pelos serviços

farmacêuticos do CHSJ, de forma a solucionar algumas incapacidades e dar resposta a

todas as necessidades. Por exemplo, a Unidade de Farmácia de Ambulatório localiza-se no

piso dois, tendo em vista a proximidade com as Consultas Externas que se localizam no

mesmo piso, facilitando o acesso dos doentes ao serviço de Ambulatório e minimizando a

sua deslocação. Da mesma forma a Unidade Centralizada de Preparação de Citotóxicos

fica localizada no piso 2, de forma a ficar próxima das salas de tratamentos oncológicos.

Em relação ao Armazém de grandes volumes, a sua localização no piso 02 justifica-se pelo

facto de ficar próximo do cais de cargas e descargas. Em relação à Unidade de

Manipulação Clínica de Medicamentos, esta fica no piso 1, comprometendo ligeiramente a

deslocação dos recursos humanos.Porém esta resolvida com a existência de um elevador

que permite a comunicação com a Farmácia Central localizada no piso 01.

A farmácia está, então estruturada em diversos pisos e dividida por diversos

sectores. Ainda assim, na minha opinião a sua estrutura acaba por facilitar as suas funções

e principalmente facilita o acesso aos doentes, garantindo que o seu funcionamento seja o

mais organizado possível e dê resposta às diversas situações.

Por outro lado, o facto de a farmácia não ter acesso directo ao exterior dificulta, por

vezes, a entrega de encomendas de grandes dimensões. Tal como refere o Manual de

Farmácia Hospitalar, a estrutura física da recepção de medicamentos ―Deve ter acesso

directo ao exterior (cais exterior de acesso) e ter fácil acesso ao armazém dos

medicamentos e deve possuir área de manobra e estacionamento de carros de transporte e

possível instalação de tapete rolante, separado da circulação geral por cortina de borracha

(15 m2)‖. (1)

2.2. RECURSOS HUMANOS

Os serviços farmacêuticos do CHSJ têm ao seu dispor uma grande equipa

devidamente qualificada para as suas funções de forma a que o funcionamento da farmácia

flua da melhor forma em concordância com os horários de trabalho e com as limitações

dos trabalhadores e da instituição. No total a farmácia reúne 89 trabalhadores, dos quais 36

são Técnicos de Farmácia, 32 são Farmacêuticos, 14 são Assistentes Operacionais e 7

Administrativo.

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Uma vasta equipa ao dispor da instituição para que todos os medicamentos e

produtos farmacêuticos sejam distribuídos e geridos da melhor forma, e fundamentalmente

para garantir a adequada terapêutica de todos os doentes.

2.3.HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

No decorrer do Estágio Profissional I, o horário de funcionamento dos serviços

farmacêuticos sofreu alterações. Inicialmente o horário da farmácia era das 8h às 20h,

tendo passado a ter um funcionamento permanente de 24 h. Assim sendo, a farmácia está

permanentemente disponível, nomeadamente a qualquer alteração da terapêutica ou

situação de urgência. Ficando no horário da noite um Técnico de Farmácia e um

Farmacêutico disponíveis, em oposição ao regime de prevenção que existia anteriormente.

2.4.SISTEMA INFORMÁTICO

Nos Serviços Farmacêuticos do CHSJ o programa informático utilizado é o CPC

Health Solutions (CPC HS). Este programa possui várias potencialidades que facilitam a

execução de tarefas em todo o circuito do medicamento, desde gestão de stocks, interface

entre farmácia e serviços

clínicos ao nível da prescrição,

pedidos de reposição pela

enfermagem, conhecimento do

histórico de consumos e de

prescrição, execução de

devoluções, etc.(figura 2).

A CPC Informática

consiste numa indústria de

Software que desenvolve

soluções corporativas

optimizando a produtividade, Figura 2 - Print Screen da Página principal do CPC HS;

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reduzindo os custos e integrando informações das diferentes áreas de uma empresa, e uma

das suas criações é o CPC HS.2

Assim, de olhos postos nos hospitais públicos e privados, nos IPSS e nas clínicas

médicas, a CPC Health Solutions (CPC HS) disponibiliza um vasto leque de soluções que

incluem a base de dados relacional, com possibilidade de arquivo de texto e imagem, a

arquitectura da solução e a componente de computação móvel.3

Desta forma, os processos têm possibilidade de se desenvolverem com maior

rapidez, eficácia e segurança. Além disso, o TF, bem como os restantes profissionais de

saúde, podem dedicar-se com maior atenção às suas tarefas, perdendo menos tempo com

funções de carácter mais administrativo.

2http://www.cpcinformatica.com.br/

3 http://www.semanainformatica.xl.pt/693/esp/400.shtml

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3.APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE MEDICAMENTOS E PRODUTOS

FARMACÊUTICOS

De um modo geral, aprovisionamento organizado pode definir-se como a função

responsável pela aquisição de equipamento, mercadorias e serviços requeridos para cada

operação de produção, nomeadamente medicamentos e produtos farmacêuticos no caso da

Farmácia Hospitalar.

A gestão de medicamentos é o conjunto de procedimentos realizados pelos Serviços

Farmacêuticos Hospitalares, que garantem o bom uso e dispensa dos medicamentos em

perfeitas condições aos doentes do hospital (1).

Como tal, esta secção mais contabilística é também muito importante,

principalmente na redução de custos para o hospital e na conciliação de uma melhor gestão

de recursos económicos com o que é melhor para os utentes.

No CHSJ esta gestão é feita informaticamente sendo todos as entradas e saídas de

medicamentos registadas no programa informático CPC, já referido anteriormente.

É ainda importante referir que tendo-se tornado o CHSJ uma Entidade Pública

Empresarial (EPE), pode realizar as suas aquisições atendendo às ofertas que para si são mais

vantajosas e adequadas, ao contrário dos Hospitais do SNS que têm que realizar as suas

aquisições pelo Catálogo de Aprovisionamento Público da Saúde (CAPS) do Instituto de

Gestão Informática e Financeira da Saúde (IGIF).

Desta forma, é cada vez mais importante garantir uma gestão de medicamentos

rigorosa, que seja fácil de controlar e que se adapte ao circuito do medicamento e ao

próprio funcionamento do Hospital.

3.1.SELECÇÃO E AQUISIÇÃO

Numa Farmácia Hospitalar, a gestão correcta, passa também por saber seleccionar e

adquirir os medicamentos tendo em conta vários factores como a qualidade, as

necessidades do Hospital, os custos, a segurança e o controlo.

CIRCUITO DO MEDICAMENTO

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O objectivo principal da gestão, no que diz respeito à selecção e aquisição, é a

satisfação das necessidades terapêuticas dos doentes com a melhor utilização dos recursos

disponíveis. Como tal, todos os processos de selecção e aquisição de medicamentos têm

em vista uma utilização racional dos mesmos, de acordo com parâmetros de qualidade

farmacoterapêutica e económica.

A selecção de medicamentos para o hospital deve ter por base o Formulário

Hospitalar Nacional de Medicamentos (FHNM) e as necessidades terapêuticas dos doentes

do hospital (1).

No CHSJ, a selecção e aquisição de produtos é realizada com base num estudo que

permitiu o conhecimento dos consumos médios de cada medicamento. Através destes

dados, as encomendas são realizadas pelo Serviço de Aprovisionamento para meio ano. Os

laboratórios recebem estas encomendas informaticamente e vão mandando as encomendas

repartidas. Foram definidos pontos de encomenda para cada produto, e sempre que este

valor é atingido os laboratórios recebem o alerta e enviam a quantidade definida.

O único senão deste método de encomenda é que se as quantidades informáticas

estiverem muito diferentes das quantidades reais, os laboratórios não responderão

adequadamente às necessidades dos SF. Contudo, tenta-se ao máximo que estas situações não

aconteçam, sendo realizados inventários periodicamente das quantidades existentes.

Apenas os medicamentos e produtos com menor rotatividade são excepção deste

método de encomenda sendo feitas conforme a sua necessidade.

3.2.RECEPÇÃO E CONFERÊNCIA DE ENCOMENDAS

No CHSJ a área de recepção e conferência de encomendas fica na mesma sala do

armazém central, para que seja facilitado o posterior armazenamento. Embora as outras

áreas de armazenamento (referidas nos capítulos seguintes) fiquem distantes e esta seja

uma limitação desta secção.

Por esta área são responsáveis os seguintes profissionais: um Técnico de Farmácia,

três Assistentes Operacionais e um Administrativo.

Devido às suas grandes dimensões, a Farmácia Hospitalar recebe vastas

encomendas todos os dias e várias vezes no mesmo dia. Isto obriga a que constantemente

estas encomendas sejam conferidas, recepcionadas e posteriormente armazenadas e daí o

número de recursos humanos nesta área.

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Aquando da chegada de encomendas é fundamental que estas sejam acompanhadas

dos seguintes documentos:

Guia de transporte: serve como prova de entrega da encomenda, pelo transportador,

identificando o número de volumes transportados e respectivo peso, a procedência e o

destinatário (exemplo em Anexo 3).

Guia de Remessa ou Factura: estes documentos são da responsabilidade do laboratório

que fornece a encomenda, devendo identificar a Denominação Comum Internacional

(DCI) dos medicamentos fornecidos, a sua quantidade, número de lote e prazo de

validade. (Anexo 4). O original da factura não pode ser rasurado, uma vez que é o

documento usado para efectuar o pagamento dos produtos recepcionados, pelo Serviço

de Aprovisionamento. Quando alguma informação relevante não esteja identificada ou

correcta, nestes documentos, é necessário proceder à sua regularização, transcrevendo

os dados para o duplicado da guia de remessa ou da factura.

Nesta secção, as funções mais relevantes assentam principalmente na correcta

conferência de todos os documentos e sobretudo compará-los com a encomenda

correspondente e verificar se os dados coincidem com os produtos.

No CHSJ, a recepção e conferência é realizada por um TF seguindo os seguintes

procedimentos:

Confirmação se os produtos apresentam como destinatário os SF do CHSJ, de

modo a evitar a abertura de encomendas que se destinam a outras entidades;

Verificação do número de encomenda, nomeadamente se o mesmo se inicia pelo

algarismo número 4 (característico de encomendas destinadas aos SF do CHSJ).

Este aspecto é particularmente útil em situações em que o destinatário não esteja

bem definido.

Observação da denominação do produto. Se este estiver identificado pelo seu nome

comercial, o TF deve escrever no duplicado da guia de remessa ou factura a DCI,

de modo a facilitar a tarefa do Administrativo ao dar entrada do produto e para

diminuir possíveis erros;

Confirmação da dosagem e forma farmacêutica;

Verificação do número de unidades recepcionadas, sendo que no duplicado da

factura é colocado o número exacto de unidades para que não haja erros aquando da

entrada informática, pois algumas facturas referem o número de caixas ou outro

tipo de contabilização.

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Além destes procedimentos é ainda importante verificar as condições de transporte e de

entrega dos produtos, nomeadamente se estes foram transportados sob as normas

específicas e se o seu estado de integridade está conforme.

Se algum dos produtos for entregue em não conformidade com os requisitos ou o

fornecimento não está em concordância com a Guia de Remessa ou Factura, ou até se a

encomenda não pertence a nenhum pedido de aquisição do CHSJ, elabora-se uma

devolução aos laboratórios fornecedores. As devoluções devem ser sempre acompanhadas

por uma guia de devolução elaborada por um administrativo, e são geralmente justificadas

nas situações já referidas ou outras mais especificas.

Além disto existem ainda produtos farmacêuticos a que se deve ter especial atenção

aquando da sua recepção, tal como matérias-primas, hemoderivados ou citotóxicos.

3.2.1. Recepção de Matérias – Primas

Todas as matérias-primas têm como destino a Unidade de Farmacotecnia, devendo

ser sempre acompanhadas de boletins de análise emitidos pelos laboratórios fornecedores.

Na recepção deve-se sempre verificar se os dados estão em correlação com o referido

produto, nomeadamente o lote e o prazo de validade.

3.2.2. Recepção de Medicamentos Hemoderivados

Os medicamentos derivados do plasma humano ou Hemoderivados devem estar

sempre acompanhados dos boletins de análise e certificados de aprovação emitidos pelo

INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P). E,

obviamente, devem estar sempre em concordância com o respectivo produto. O original

dos certificados é arquivado no centro de validação e uma cópia permanece junto ao seu

local de armazenamento.

3.2.3. Recepção de Medicamentos destinados a Ensaios Clínicos

Toda a medicação referente a Ensaios Clínicos é da responsabilidade do farmacêutico

ao encargo deste sector, sendo que, este tipo de encomendas são recepcionadas e conferidas

pelo mesmo. Tal facto deve-se à informação confidencial a que estes medicamentos estão

sujeitos, devendo o conhecimento dos seus procedimentos ser o mais restrito possível, para não

comprometer os resultados dos próprios Ensaios Clínicos.

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3.2.4.Recepção de Medicamentos Citostáticos e Citotóxicos

Na recepção de Citostáticos e Citotóxicos é essencial verificar se o contentor que os

transporta possui dístico de alerta para ―Risco Biológico‖ ou ―Manusear com cuidado‖.

Devem então ser manuseados com o devido cuidado e, idealmente, para o fazer deveria-se

usar equipamento de protecção, o que na prática não acontece.

3.2.5.Recepção de Medicamentos com destino à Unidade de Farmácia de Ambulatório

(UFA)

Todos estes medicamentos são da responsabilidade dos farmacêuticos da UFA.

Estes são recepcionados e conferidos no armazém central e posteriormente são entregues à

Unidade por um AO destacado para este serviço, devendo a encomenda ser acompanhada

por uma guia interna, gerada pelo administrativo responsável.

3.2.6. Recepção de Estupefacientes e Psicotrópicos

Os estupefacientes e psicotrópicos são recepcionados e conferidos, e posteriormente

são novamente conferidos por um TF responsável, devido ao rigoroso controlo a que este

tipo de medicamentos exige.

3.2.7. Recepção de Medicamentos Termoláveis

Nos produtos sujeitos a refrigeração deve-se averiguar se o transporte foi efectuado

nas condições de temperatura adequadas, ou seja, se houve transporte em malas térmicas

ou em caixas de esferovite com acumuladores térmicos, que mantiveram efectivamente o

produto refrigerado.

No CHSJ, estes produtos têm prioridade de recepção, sendo logo encaminhados

para a câmara frigorífica anexa ao KARDEX® refrigerado. Desta forma, enquanto não se

efectua o armazenamento estes são mantidos nas condições de temperatura adequadas. O

mesmo se aplica a produtos de congelação, sendo que, estes são armazenados num

congelador com as devidas temperaturas.

No decorrer do estágio, passei pelo sector de recepção e conferência durante uma

semana e realizei todas as tarefas. Recepcionei e conferi as encomendas com os devidos

procedimentos já referidos. Também tive a oportunidade de recepcionar os produtos que

exigem procedimentos mais específicos, tal como, hemoderivados, medicamentos de frio,

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medicamentos destinados à UFA, Citotóxicos e Citostáticos, etc.

Numa análise pessoal tenho a referir um aspecto que já foi sublinhado

anteriormente que é o facto de não existir acesso directo ao exterior, dificultando a entrega

das encomendas. Tenho ainda a acrescentar a logística do próprio espaço que não é a mais

adequada, uma vez que para efectuar parte do armazenamento é necessária a deslocação

aos outros sectores, nomeadamente ao armazém das especialidades. Esta deslocação tem

que ser feita repetidamente ao longo do mesmo dia, e por vezes as rupturas de stock não

são imediatamente repostas devido a este tempo de deslocação e ao facto de o armazém

não estar permanentemente aberto.

3.3. ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS E/OU PRODUTOS

FARMACÊUTICOS

Depois de se efectuar a devida recepção e conferência dos produtos, procede-se ao

armazenamento dos mesmos, tendo em conta várias condições, de forma a que estes

fiquem na sua total integridade, qualidade e segurança. Factores como o espaço, a luz, a

temperatura e a humidade são muito importantes e devem adaptar-se às características de

cada produto.

No que concerne às condições ambientais dos locais de armazenamento, é preconizado que

a temperatura máxima é de 25º C, a humidade inferior a 60% e os produtos devem estar

protegidos da luz solar directa (2). Nos SF do CHSJ, os produtos não estão sujeitos à luz solar

directa e periodicamente os valores de temperatura e humidade nos armazéns e nos

dispositivos que foram referidos são monitorizados e registados, de forma a que os seus valores

estejam dentro do intervalo de temperatura e humidade pré definidos, garantindo assim a

correcta conservação dos produtos.

Segundo o Manual de Farmácia Hospitalar, o armazenamento deve obedecer aos

seguintes critérios:

Os parâmetros de temperatura e humidade devem ser monitorizados continuamente

e registados;

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Os medicamentos devem ser arrumados nas prateleiras ou gavetas (nunca em

contacto directo com o chão), de modo a haver circulação de ar entre eles;

Todos os medicamentos devem estar devidamente rotulados (nas prateleiras ou

gavetas) e arrumados segundo a classificação do FHNM ou por ordem alfabética;

Os prazos de validade dos medicamentos devem estar devidamente verificados e

controlados, preferencialmente por via informática para permitir a sua

traceabilidade;

Os medicamentos deverão ser armazenadas segundo o princípio de ―primeiro

chegado – primeiro saído‖ ou pelo prazo de validade.

No CHSJ estes requisitos são correctamente respeitados. Em relação ao prazo de

validade, os medicamentos são arrumados seguindo o princípio FEFO (first expire - first

out), sendo que o armazenamento faz-se sempre pelo lado esquerdo com remoção pelo

lado direito de forma a haver uma rotação adequada dos stocks.

Em relação aos locais de armazenamento, no CHSJ os medicamentos/produtos

farmacêuticos encontram-se distribuídos por vários armazéns, sendo que a maioria das

diversas especialidades é armazenada no armazém destinado à ―Distribuição Clássica‖

sendo os excedentes guardados no pequeno armazém da zona de recepção, já referido

anteriormente. Neste armazém as estantes estão dispostas em ―S‖ e todos os produtos são

armazenados por ordem alfabética pelo seu DCI. Por sua vez, no armazém de grandes

volumes são armazenados Correctivos de Volémia, Soluções de Diálise e Desinfectantes.

Além destes, existem ainda os medicamentos e produtos farmacêuticos que exigem um

especial armazenamento. Sendo eles:

3.3.1.Medicamentos de Frio

Segundo o manual de Boas Práticas de Farmácia Hospitalar os produtos que

requerem refrigeração devem-se encontrar entre os 2º - 8º C. Além disto, o local deve ser

isento de condensação de humidade, passível de controlo da temperatura e deve possuir um

sistema de alarme automático (2). Nos SF do CHSJ os produtos que requerem refrigeração

estão armazenados no KARDEX® refrigerado (figura 3), permitindo um controlo da

temperatura e garantindo uma eficaz refrigeração.

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O KARDEX® de frio é um sistema semi-automático de dispensa, que tem a

particularidade de manter os produtos permanentemente refrigerados e de lançar um alerta

se as temperaturas estiverem em inconformidade, permitindo uma rápida detecção e

resolução do problema. Este dispositivo dispõe, ainda, de uma câmara frigorífica anexa na

qual são armazenados os seguintes

produtos (anexo 5): produtos de

quarentena, factores de sangue e

análogos; Hialuronato Visoelástico,

medicação que aguarda pela transferência

para a UFA, medicação que aguarda

reposição no próprio KARDEX®. A

reposição dos medicamentos neste

sistema automatizado é da

responsabilidade do TF do armazém.

3.3.4.Estupefacientes e Psicotrópicos

Este tipo de substâncias activas são armazenadas no Cofre existente no armazém da

Distribuição Clássica, cujo acesso é limitado e todas as movimentações são alvo de registo,

sendo um TF o responsável por todos os movimentos que ocorram no Cofre, nomeadamente o

armazenamento de produtos. Além disso, todos os dias é realizado um inventário dos produtos

existentes no Cofre, sendo feito pelo TF responsável e por uma Enfermeira Chefe destacada

para essa função.

3.3.5. Citostáticos, Citotóxicos e Imunomodeladores

No CHSJ este tipo de medicamentos encontra-se armazenado numa secção

específica para os mesmos, devido à sua toxidade e importância. Dentro da mesma secção

são ainda divididos os citotóxicos dos imonumodeladores. E, tal como refere o Manual de

Farmácia Hospitalar, existe no local um ―estojo de emergência em local visível e

assinalado‖ para ser usado em possíveis acidentes de derrame.

Além disto, os Citotóxicos são armazenados por cima de um papel específico que

absorve para o seu interior qualquer fuga que possa existir. Sendo muito permeável na sua

superfície superior e impermeável na superfície inferior.

Figura 3 - KARDEX® Refrigerado

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Além de todos estas especificidades no armazenamento, é também muito

importante o controlo da validade dos produtos. Desta forma, é realizado um registo

informático do prazo de validade das especialidades farmacêuticas aquando da entrada nos

produtos nos SF, o que permite que mensalmente sejam emitidas listagens com as

especialidades farmacêuticas, cujo prazo de validade expire nos três meses seguintes.

Deste modo, existe tempo para verificar a viabilidade de utilização desses produtos dentro

do respectivo prazo. Caso se determine, de imediato, que os produtos não são passíveis de

utilização no período de tempo previsto, os SF podem contactar o laboratório fornecedor

na tentativa de troca ou devolução.

As funções de armazenamento foram realizadas na mesma semana em que estive no

sector de recepção e conferência, já referidas anteriormente. No decorrer dessa semana tive

a oportunidade de armazenar os vários tipos de medicamentos, com as devidas precauções

e procedimentos.

4.DISTRIBUIÇÃO

A distribuição de medicamentos é um sector muito relevante em Farmácia Hospitalar

pois é a fase do circuito do medicamento que permite efectivamente que os medicamentos

e produtos farmacêuticos cheguem de forma adequada aos serviços médicos e

consequentemente aos utentes, que são os principais a ter em conta aquando da distribuição

para que a terapêutica seja cumprida da melhor forma e a saúde destes não seja

comprometida.

A distribuição pode ser definida como uma ―uma função da FH que, com metodologia e

circuitos próprios, que torna disponível o medicamento correcto, na quantidade e qualidade

certas, para o cumprimento da prescrição médica proposta, para cada doente e a todos os

doentes do hospital‖ (2).

Assim sendo, tem como principais objectivos:

Garantir o cumprimento da prescrição;

Racionalizar a distribuição dos medicamentos;

Garantir a administração correcta do medicamento;

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Esquema 2 – Sistema de Distribuição do CHSJ,EPE

Diminuir os erros relacionados com a medicação (administração de medicamentos

não prescritos, troca da via de administração, erros de doses, etc.);

Monitorizar a terapêutica;

Reduzir o tempo de enfermaria dedicado às tarefas administrativas e manipulação

dos medicamentos;

Racionalizar os custos com a terapêutica (1).

No CHSJ são vários os Sistemas de Distribuição de Medicamentos (SDM) aplicados

sendo esquematizados na tabela seguinte:

4.1.DISTRIBUIÇÃO CLÁSSICA

O sistema de Distribuição Clássica de medicamentos foi o primeiro a ser

implementado nas Unidades Hospitalares portuguesas. O sistema consiste em manter um

stock de medicamentos e produtos farmacêuticos nos Serviços Clínicos (SC) e consoante a

sua utilização estes vão sendo repostos.

No CHSJ cada unidade de internamento possui um stock restrito e pré-definido de

medicamentos, determinado por cada director de serviço, enfermeiro-chefe e pela Farmácia

Hospitalar. A escolha dos produtos farmacêuticos a constar no stock de um determinado

SC, e respectivas quantidades, baseia-se em aspectos como:

Medicamentos considerados de urgência, para esse SC. Cada SC possui medicação

em stock que mais nenhum serviço possui, constituindo, deste modo, um stock

centralizado dessa especialidade farmacêutica;

Sistemas de Distribuição de Medicamentos do Centro Hospitalar São João, EPE

Distribuição Clássica ou Tradicional (DC)

Distribuição Individual Diária em

Dose Unitária (DIDDU)

Distribuição por Reposição de Stocks

Nivelados ( RSN)

Circuitos Especiais de Distribuição (CE)

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Esquema 3 – Circuito da Distribuição Clássica

Hábitos de prescrição do SC;

Tratamentos habituais e respectiva duração.

Desta forma, à medida que os produtos vão sendo consumidos, o stock é reposto pela

Farmácia, mediante apresentação de uma requisição.

A existência de um stock definido nos Serviços permite a administração quase imediata

da medicação prescrita, caso esta conste do stock da enfermaria, o que é vantajoso para o

doente. Todavia, uma má ou inexistente gestão do stock pode originar uma acumulação

indevida de medicamentos na enfermaria, o que pode levar a um aumento dos custos, e o

controlo dos prazos de validade e das condições de armazenamento torna-se, igualmente,

mais difícil, sendo estas as principais desvantagens deste sistema de distribuição.

Ainda assim, a Distribuição Clássica resulta de um circuito organizado que permite

uma padronização dos procedimentos, de forma, a que todos os pedidos sejam

satisfeitos atempadamente. Estes procederes estão representados no seguinte esquema:

Médico faz a prescrição médica

Equipa de Enfermagem

prepara a medicação com recurso ao stock existente

Responsabiliza-se pela devida

administração da medicação

Elabora a requisição dos medicamentos consumidos aos SF

Após validação das requisições, o TF

dispensa a medicação solicitada, em doses

unitárias devidamente identificadas com DCI,

dose e prazo de validade.

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Esquema 4 – Sectores do Armazém da Distribuição

Clássica

No CHSJ, após as requisições dos Serviços Clínicos serem recepcionadas e

validadas, prossegue-se à sua preparação. Esta é feita pelos TF, através de uma guia de

―Satisfação de Pedido‖ (Anexo 6), constituída por um original e um duplicado e que

refere todos os produtos a serem pedidos, qual o SC requisitante, a quantidade pedida, a

quantidade servida, a quantidade pendente (no caso do pedido não ser totalmente

satisfeito), o preço de cada produto e o valor de movimentado para os serviços, entre

outras informações.

A medicação é preparada em caixas específicas para o efeito, podendo ser de

tamanho pequeno, médio ou grande, consoante o pedido. Estas são preparadas

recorrendo ao armazém existente na Distribuição Clássica já referido anteriormente,

também denominado por armazém das especialidades. Este é o local eleito para

armazenar a maioria dos medicamentos e produtos farmacêuticos, constituindo o

principal armazém dos SF.

Para uma melhor organização e facilidade em encontrar e armazenar os produtos,

neste armazém, existem vários sectores de armazenamento dos produtos,

nomeadamente:

Distribuição geral dos produtos (maioria do armazém)

Antineoplásicos e Imunomodeladores

Anti-infecciosos

Benzodiazepinas, estupefacientes, psicotrópicos e prostaglandinas - cofre

Colírios e outros produtos oftálmicos

Dietas lácteas

Material de penso

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Após a preparação dos pedidos, devidamente identificados e acondicionados nas

caixas de transporte, estas são fechadas e identificadas com o nome do Serviço Clínico a

que são destinadas, utilizando umas etiquetas verdes bem visíveis (Anexo 7). Além disso,

as malas podem conter medicação que requer uma atenção específica, como é caso dos

medicamentos que requerem refrigeração ou conservação em congelador. Estes casos são

sinalizados com umas etiquetas fluorescentes, cor de laranja e vermelhas, (Anexo 7) que

são aplicadas quer no duplicado de Satisfação do Pedido, quer nos sacos térmicos onde vão

ser transportados.

Medicação que requer refrigeração é retirada do KARDEX® refrigerado, ficando

armazenada no frigorífico presente no armazém da DC, num saco térmico devidamente

identificado com o nome do SC a que se destina. Medicação que requer congelação, após

preparação, tem que permanecer no congelador de origem, por ser o único existente na

Farmácia.

Seguidamente, após a devida identificação das caixas de transporte estas podem

prosseguir para os serviços, sendo transportadas por estafetas. Juntamente com a

medicação segue o original da guia de ―Satisfação do Pedido‖, permanecendo o duplicado

na sala de DC. Ambos os documentos são rubricados pelo responsável da preparação.

Estas guias possuem um código de barras, processado automaticamente ou inserido

manualmente, cuja leitura óptica, pelo estafeta responsável, serve como prova de que o

mesmo foi encarregue da entrega daquela medicação.

Para assegurar uma correcta execução de todas as tarefas, inerentes a este sector,

existe na sala de DC uma planificação que indica quais os SC’s que devem ser preparados,

por cada dia, Anexo 8.

4.1.2.Balcão de Atendimento

No mesmo sector da Distribuição

Clássica existe o Balcão de Atendimento dos SF

(Figura 4). É a partir deste espaço que qualquer

pessoa pode comunicar com a farmácia, sendo

muito utilizado por médicos, fornecedores e

auxiliares de acção médica.

Figura 4 - Balcão de Atendimento

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Em relação à ligação do balcão à Distribuição Clássica, é através deste que chegam alguns

pedidos, visto que, as requisições podem chegar a este sector segundo três vias: online, através

de estafetas, de auxiliares e, por vezes enfermeiros. Estes casos, são muitas vezes de situações

urgentes ou para satisfação de pedidos com produtos de menor rotatividade ou que não

pertencem ao stock habitual do SC, ou de medicação específica como é o caso dos

antibióticos, hemoderivados; citotóxicos; estupefacientes e algumas especialidades

farmacêuticas. Todos estes pedidos são feitos por doente e não por serviço.

Neste sector as requisições de situações urgentes, de soros, anti-sépticos,

desinfectantes, soluções de hemodiálise, dietas lácteas e as requisições dos Serviços Clínicos

(SC’s) são validadas pelos Técnicos de Farmácia responsáveis. As requisições de medicação

específica, referida anteriormente, são validadas pelos Farmacêuticos no Centro de Validação.

O sector do Balcão de Atendimento está, igualmente, responsável pelas devoluções de

medicação dos SC’s, que se encontram abrangidos pela DC, nas quais se deve atender à sua

quantidade, princípio activo, dosagem, forma farmacêutica, lote e prazo de validade. A

medicação é, posteriormente, armazenada, com as restantes especialidades, procedendo-se à

sua entrada no sistema informático, como parte do stock da Farmácia. Todas as funções

exercidas no balcão são registadas para futuros estudos, estando a folha de registo em Anexo 9.

No decorrer do estágio, estive durante na Distribuição Clássica. As tarefas

desempenhadas neste sector assentaram, essencialmente, na preparação de requisições dos

Serviços Clínicos. Dentro destes, tive a oportunidade de preparar medicação de frio, de

congelador, hemoderivados, estupefacientes e, também, anti-infecciosos. Todas estas

preparações eram posteriormente conferidas por um dos Técnicos de Farmácia.

Quanto ao balcão, ajudei nalgumas dispensas, mas o estágio foi mais observacional,

devido ao maior rigor, conhecimento e experiência a que esta função obriga.

4.2.DISTRIBUIÇÃO INDIVIDUAL DIÁRIA EM DOSE UNITÁRIA (DIDDU)

A distribuição de medicamentos em sistema de dose unitária é um sistema em

Farmácia Hospitalar muito importante trazendo como principais objectivos:

Aumentar a segurança no circuito do medicamento;

Conhecer melhor o perfil farmacoterapêutico dos doentes;

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Esquema 5 – Circuito da DIDDU

Diminuir os riscos de interacções;

Racionalizar melhor a terapêutica;

Os enfermeiros dedicarem mais tempo aos cuidados dos doentes e menos aos

aspectos de gestão relacionados com os medicamentos;

Atribuir mais correctamente os custos;

Reduzir os desperdícios (1).

A distribuição por dose unitária está abrangida na Lei, a partir do despacho de 30 de

Dezembro de 1991, publicado no Diário da República número vinte e três – segunda série

de 28 de Janeiro de 1992 que converte em imperativo legal o sistema de distribuição

individual diária em dose unitária.

Este sistema é regido por um circuito coordenado que começa na prescrição médica e

que a partir daí se dispensa a medicação para cada doente para as 24 horas seguintes,

envolvendo vários procederes descritos no seguinte esquema:

Equipa Médica avalia o doente e efectua a

prescrição

Farmacêutico interpreta e valida a prescrição

O Técnico de Farmácia dispensa a medicação

O Assistente Operacional faz o

transporte e a troca das malas nas enfermarias

Enfermeiro prepara e administra

O Enfermeiro regista a medicação

administrada

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Desta forma, a distribuição por dose unitária pretende aumentar a segurança no circuito do

medicamento, conhecer melhor o perfil farmacoterapêutico dos doentes, de modo a diminuir os

riscos de interacções e racionalizar melhor a terapêutica; atribuir mais correctamente os custos

e diminuir os desperdícios.

Segundo o Programa do Medicamento Hospitalar, é o sistema de distribuição que permite

o acompanhamento farmacoterapêutico do doente, diminuindo possíveis erros associados e

assegurando uma maior segurança e eficiência. Assim sendo, este sistema de distribuição

confere várias vantagens, em relação a outros sistemas, nomeadamente:

Interpretação da ordem médica por profissionais de Farmácia, permitindo o

seguimento dos tratamentos farmacológicos instituídos;

Possibilidade de rápida actualização do perfil farmacoterapêutico;

Integração dos profissionais de Farmácia na equipa assistencial;

Diminuição do stock existente nas enfermaria, com consequente diminuição

dos custos associados com a medicação;

Possibilidade de conhecimento dos custos da terapêutica por doente;

Garantir o cumprimento da prescrição médica;

Redução da incidência de erros de medicação;

Aumento da segurança e qualidade terapêutica.

Contudo, este sistema também possui algumas desvantagens, por exemplo:

Aumento dos recursos humanos e técnicos para a sua implementação;

Possível necessidade de aumentar o espaço físico;

Certas formas farmacêuticos têm que se reembalar e fraccionar;

Alegado aumento dos custos.

Nos SF do CHSJ são preparadas em Dose Unitária, aproximadamente, 1000 camas,

distribuídas em 32 serviços sendo preparadas consoante uma fora de saída definida (Anexo

10).

As prescrições médicas são recebidas por via Modem através do programa CPC HS.

Após a sua interpretação e validação destas pelos farmacêuticos, são recepcionadas nos

computadores da Farmácia.

A medicação é, então, preparada por doente, para um período de 24 horas, com

excepção dos Sábados e Feriados em que é preparada para 48 horas.

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Esquema 6 – Distribuição das Tomas no Sistema de DIDDU

Figura 5 – Stock da DIDDU

Esta distribuição faz-se através de malas, cada uma correspondente a um serviço,

que se encontram divididas em compartimentos individuais denominados por gavetas, que

correspondem a um doente.

Aquando a sua preparação o método utilizado não é o DIDDU, mas sim o DID,

uma vez que não é feita a separação por tomas. Esta opção foi implementada devido ao

grande número de serviços a preparar, de forma, a que os pedidos sejam satisfeitos com

maior rapidez, conseguindo dar resposta às necessidades do CHSJ tendo em conta os

recursos humanos disponíveis.

Os serviços de Psiquiatria e Hospital de Dia Psiquiatria são as únicas excepções,

efectuando-se nestes a separação da medicação por tomas, da seguinte forma:

É ainda importante referir que todas as gavetas são identificadas á frente com o

nome do doente, o serviço e o número da cama do doente, através de umas etiquetas

autocolantes e removíveis (Anexo 7).

A preparação das malas

faz-se através do recurso ao

stock existente neste sector

(Figura 5), sendo que os

produtos existentes nas gavetas

do stock estão em doses

individualizadas e devidamente

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identificados (DCI, dosagem, lote e prazo de validade).

Estas gavetas estão organizadas por ordem alfabética, e identificadas com o DCI e a

dosagem dos medicamentos que contêm. Além disso, cada etiqueta de identificação possui

uma cor que identifica o grupo Farmacoterapêutico do medicamento em questão, sendo que,

esta característica facilita o reconhecimento do tipo de medicação que está a ser

dispensada.

Existe também neste sector um pequeno stock de benzodiazepinas, anti-víricos,

citotóxicos e imunomodeladores separados da restante medicação, bem como um stock de

pensos, dietas e injectáveis de grande volume. Já os produtos que necessitam de refrigeração

estão contidos no KARDEX® de frio.

O processo de preparação dos medicamentos a distribuir pode ser totalmente

manual ou com o apoio de diverso equipamento semi-automático. Sempre que possível,

essa preparação é apoiada com equipamentos semi-automáticos, pois torna-se assim

possível: reduzir possíveis erros; reduzir o tempo destinado a esta tarefa; melhorar a

qualidade do trabalho executado e racionalizar os diversos stocks nas unidades de

distribuição. Os equipamentos de dispensa semi-automática mais utilizados são do tipo

KARDEX® e FDS (Fast Dispensing System), que será abordado mais detalhadamente no

capítulo referente à Unidade de Reembalagem,

Nesta situação, os Mapas de Distribuição são gerados e enviados informaticamente

para os dois sistemas, que dispensam a medicação. Após isto, são geradas duas listas, uma

de Incidências, Anexo 11, e outra de Produtos Externos, Anexo 12. A primeira refere-se a

medicamentos que, apesar de pertencerem ao KARDEX®, estão em falta, enquanto a

segunda engloba produtos que não estão disponíveis nos equipamentos. Com recurso a

estas listas, os TF’s recorrem ao stock existente, perfazendo a totalidade da medicação da

mala.

Quando se procede à dispensa e preparação da medicação de forma manual, o TF

após imprimir o perfil farmacoterapêutico prepara a medicação necessária recorrendo ao

stock da DU. O mapa terapêutico pode ser impresso por doente (anexo 13) ou por

medicamento (anexo 14), cabendo essa decisão ao TF que vai preparar a medicação do

serviço. Este processo é mais demorado, e poderá apresentar maior susceptibilidade para a

ocorrência de erros, no entanto permite analisar o perfil farmacoterapêutico do doente e

detectar mais facilmente possíveis erros de prescrição. Além disso, permite um melhor

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conhecimento dos valores da terapêutica em questão, bem como observações interessantes

de serem observadas.

A preparação de produtos de frio é realizada com recurso ao KARDEX®

refrigerado, sendo colocada a medicação num saco térmico com a devida sinalização de

conservação no frio. através de uma etiqueta, bem como, a identificação do serviço. Além

disto a medicação é colocada já com a devida individualização por doente, identificando o

mesmo, bem como, o número da cama e o SC.

4.2.1. Alterações da Terapêutica

Ao longo de cada dia, ocorrem alterações da prescrição de medicamentos de alguns

doentes, após serem reavaliados por parte dos médicos.

Estas alterações surgem como ―Mapa de Distribuição de Alteradas‖, Anexo 15, e

podem ser consequência de altas, entradas no SC, transferências de SC ou de cama, bem

como, mudança de medicação. Durante a preparação de ―Alteradas‖, os TF’s podem ter

que adicionar e/ou remover medicação.

Após as 17 horas, como as malas já se encontram nos SC’s, todas as ―Alteradas‖

que surjam são preparadas manualmente em envelopes, cada um respectivo a um doente, e

agrupadas por SC.

4.2.2. Devoluções de Medicamentos

As devoluções constituem, também, uma das várias funções do sector de Dose

Unitária. Estas consistem, basicamente, no registo de todos os medicamentos que foram

devolvidos pelos Serviços Clínicos, por motivos de alta do doente, pelo seu falecimento,

ou pela não administração da medicação. Desta forma, o TF através sistema informático

procede à devolução de toda a medicação devolvida por cada serviço, dando assim a

entrada dos medicamentos no stock da farmácia. Esta tarefa é geralmente realizada no final

da cada dia, pois é nessa altura que regressam dos serviços as malas que já foram

substituídas pelas do dia actual. Após o seu registo informático procede-se ao

armazenamento dos produtos no devido local.

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4.2.3. Armários de Urgência

Em cada Serviço Clínico existe um pequeno stock de produtos farmacêuticos,

destinado a ser usado em situações particulares, como por exemplo, situações de emergência

ou casos pontuais de diversas causas, complementando o serviço de Distribuição em Dose

Uintária.

Estes Armários de Urgência são característicos de cada serviço, uma vez que, os

seus produtos são limitados, em termos de quantidade e diversidade, atendendo às

características e necessidades do serviço. A definição da sua composição qualitativa e

quantitativa é da responsabilidade do Director de Serviço, Enfermeiro-Chefe e Director dos

SF.

À medida que o stock vai sendo consumido, vão sendo registados os respectivos

consumos, enviando-se uma requisição à Farmácia, em dias estipulados, para que seja feita

a sua reposição. Elabora-se então a Satisfação dos Pedidos (Anexo 16), pelos TF’s em

caixas ou malas, sendo o seu transporte realizado por estafetas até aos serviços.

4.2.4. Carros de Urgência

Os Carros de Urgência possuem todos os produtos farmacêuticos, eventualmente,

necessários numa situação de emergência, como seja numa reanimação. Os carros

encontram-se sempre selados e, após a sua abertura, o enfermeiro responsável faz o seu

registo e solicita reposição imediata do mesmo. Na Farmácia, procede-se à sua preparação

com a devida prioridade.

A minha experiência na Distribuição Individual em Dose Unitária, durante duas

semanas, foi muito cativante e enriquecedora.

Foi muito interessante e construtivo ter acesso directo aos Mapas Terapêuticos dos

doentes, podendo aprender muito sobre Farmacoterapia e Farmacologia. Nesta secção

realizei as seguintes tarefas:

Preparação de malas manualmente;

Preparação de malas recorrendo aos sistemas semi-automáticos;

Preparação através de DIDDU e DID;

Pesquisa, análise e reflexão de alguns Mapas Terapêuticos;

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Alterações da Terapêutica nas malas e em sacos individuais;

Preparação de Armários de Urgência;

Registo e armazenamento das Devoluções de medicação;

Elaboração de um Organograma que sintetiza todos os procedimentos envolventes

da DIDDU.

A preparação de Carros de Urgência não foi possível, pois não ocorreu nenhuma

requisição durante o período de estágio em DU.

4.3.DISTRIBUIÇÃO EM REPOSIÇÃO DE STOKS POR NÍVEIS

A reposição de stocks por níveis consiste em repor os produtos num stock, segundo

um nível estipulado para cada produto.

Os medicamentos e produtos farmacêuticos existem em stocks fixos de acordo como o

estabelecido com o Director do Serviço Clínico, Enfermeiro Chefe e Farmacêutico,

atendendo às características dos doentes atendidos na unidade. A reposição dos stocks é

feita de acordo com a periodicidade previamente definida pela Farmácia e o respectivo

Serviço. (1)

O stock é designado de nivelado, uma vez que a cada medicamento corresponde uma

determinada quantidade considerada óptima para esse SC. Esta quantidade é determinada

atendendo ao seu consumo médio, e pode ser ajustada, na tentativa de dar resposta às

novas exigências do serviço. Deste modo, à semelhança do que acontece na DC, cada SC

possui um stock de especialidades farmacêuticas específico, em termos de quantidade e

diversidade, atendendo às características do serviço em questão.

A principal diferença é o facto da reposição e controlo ser feito por um Técnico de

Farmácia que se desloca aos serviços e não pelo Enfermeiro – Chefe.

No CHSJ, a reposição de stocks por níveis não é realizada através do sistema Pyxis®

,

que será abobadado no subcapítulo seguinte.

4.3.1.Sistema Pyxis®

O Pyxis®

(figura 6) é um sistema automatizado semi-automático que permite a

gestão, armazenamento e dispensa de medicamentos e produtos farmacêuticos.

No CHSJ está implementado o Pyxis® MedStation 3500. Este é constituído por uma

consola central, localizada no Centro de Validação, e por 15 estações distribuídas por cada

serviço que optou a RSN.

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Figura 6 – Pyxis®

Esquema 7 – Sistema de Segurança Pyxis®

Cada estação funciona como um stock em cada serviço e

permite que a equipa de enfermagem tenha acesso aos

medicamentos prescritos a cada doente, sendo todas as entradas e

saídas registadas, na Consola Central.

Todas estas estações possuem gavetas, divididas em

diferentes secções, com os diferentes tipos de medicação,

correspondendo cada secção a um produto específico.

Estas gavetas possuem diferentes tamanhos e graus de

segurança consoante o tipo de medicamentos que detêm, tal como

demonstra o esquema seguinte:

Ou seja, as referidas gavetas variam entre:

Segurança Máxima: destina-se a medicamentos que requerem um controlo rigoroso,

como sejam estupefacientes e psicotrópicos. Nesta situação, apenas é aberto um

compartimento relativo a uma unidade do medicamento a administrar, o que permite

que haja uma correcta dispensa da quantidade a administrar;

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Segurança Média: as gavetas de cada prateleira possuem uma protecção, que

apenas é aberta se pertencer ao medicamento que vai ser dispensado. Assim, apenas

é possível retirar a especialidade farmacêutica prescrita. No entanto, não se

salvaguarda que a quantidade retirada é a correcta;

Segurança Mínima: a prateleira, onde se encontra a gaveta com a medicação que é

necessária, é aberta na totalidade, tendo-se acesso a todo tipo de medicação aí

existente.

A existência destes graus de segurança é uma vantagem significativa deste sistema,

relativamente aos sistemas de DRSN tradicionais, que para além de não permitirem um

registo de todas as movimentações, não dispensam a medicação por doente. A par disto,

para que algum profissional tenha acesso ao sistema, é necessária a introdução das suas

credenciais, bem como, a sua impressão digital, o que permite um maior controlo de quem

lida com os produtos farmacêuticos.

No que concerne ao circuito do medicamento, a grande diferença do Pyxis®

relativamente a outros sistemas de DRSN prende-se com o facto de não existirem dois

armários de medicação, um que permanece nos SC’s a ser utilizado e outro que está na

Farmácia a ser reposto.

Através da Consola Central é possível verificar os níveis de stock de cada estação,

sabendo rapidamente quais os medicamentos necessários e as suas respectivas quantidades.

Para além disto, a Consola permite processar relatórios, com informação relativa a

produtos cujo stock actual seja igual ou inferior ao stock mínimo estipulado, possibilitando

a reposição da estação a mínimos.

No CHSJ, a reposição a mínimos das estações é efectuada diariamente, excepto aos

domingos. Neste tipo de reposição, a quantidade a repor é o resultado entre o stock actual e

o stock máximo estipulado. Nas reposições a máximos, pouco frequente, são repostos

todos os medicamentos cujo stock seja inferior ao stock máximo.

Um dos inconvenientes que pode ocorrer neste sistema é existir um desfasamento

entre as quantidades reais e as quantidades existentes informaticamente, uma vez que nas

gavetas de segurança mínima e média não são salvaguardadas as unidades retiradas. Para

evitar esta situação, o TF responsável pela reposição, aquando desta tarefa, deve confirmar

se as quantidades existentes no sistema informático são concordantes com o stock real,

procedendo às rectificações necessárias. A par disto, a cada três meses são inventariadas as

estações.

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Figura 7 – Carro de transporte da

medicação para Pyxis®

Esquema 8 – Vantagens e Desvantagens do Pyxis®

Atendendo a que os produtos farmacêuticos ficam armazenados nas estações e são

dispensados por doente, é necessário garantir que todos se encontram em unidose,

devidamente identificados e que possuem prazos de

validade prolongados. Por este motivo, não existem

medicamentos fraccionados no Pyxis® .

Deste modo, um TF com recurso à ficha

processada pela Consola Central de reposição, Anexo 17,

prepara a medicação, que é acondicionada por

especialidade e por SC a que se destina, sendo

transportada num carro específico (Figura 7) para os

diversos serviços. Um outro TF, auxiliado por um AO,

desloca-se às estações procedendo à sua reposição. A

existência de dois TF neste circuito permite uma dupla

conferência dos medicamentos dispensados, por profissionais de Farmácia, diminuindo os

erros associados à distribuição de medicamentos.

Desta forma, o sistema de Reposição por Stocks Nivelados possui algumas vantagens e

desvantagens:

Vantagens

• Reposição dos stocks por Profissionais de Farmácia

• Inexistência de stocks duplos

• Diminuição da ocorrência de erros

• Maior segurança e controlo

• Medicação correctamente identificada

• Conhecimento de quem participa no circuito do medicamento, desde a reposição das estações à dispensa da medicação.

Desvantagens

• Elevado custo de investimento inicial;

• Reposição e limpeza da máquina;

• Possibilidade de avaria do sistema;

• Dificuldade no controlo dos prazos de validade.

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Por vezes os serviços necessitam de medicação que não se encontra nas estações do

Pyxis® ®, ou seja, trata-se de medicação Extra - Pyxis

®, como tal, esta é igualmente

preparada na Farmácia, por doente, sendo processada, pelo sistema informático, sob a forma

de Mapa de Distribuição Alteradas, ficando a sua validação à responsabilidade da equipa

farmacêutica. Esta medicação é depois entregue no SC correspondente, pelo TF responsável

pela reposição das estações.

Trimestralmente, é realizado um inventário a cada equipamento, de forma a

averiguar se o stock contido em cada Pyxis®, é o correcto, bem como os prazos de validade

dos produtos. Caso algum prazo de validade expire nos dois meses seguintes à data do

inventário, o produto em questão é substituído por outro com validade mais longa, sendo

este processo registado informaticamente no equipamento.

Durante o estágio, estive durante duas semanas no sector de reposição de stocks por

níveis. Tive a oportunidade de preparar as requisições dos vários serviços, colocá-los no carro

e de auxiliar na reposição das estações do Pyxis®.

4.4.CIRCUITOS ESPECIAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Os circuitos especiais surgem para colmatar a especial atenção que alguns dos

medicamentos exigem, como seja os medicamentos sujeitos a legislação restritiva, tal

como, os estupefacientes e psicotrópicos, hemoderivados, citotóxicos e imunomodeladores

e anti-infecciosos.

Para gerir os requisitos especiais a que estes medicamentos obrigam, surgem três

circuitos:

Distribuição Personalizada (DP);

Distribuição Mista (DM);

Outros (referentes aos Medicamentos de Ensaios Clínicos)

4.4.1.Distribuição Personalizada

Deste tipo de distribuição fazem parte os seguintes tipo de medicamentos:

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Estes grupos terapêuticos exigem uma distribuição personalizada dado as suas

características específicas, como sejam, a elevada toxicidade, o aparecimento de

resistências microbiológicas, perigo do risco de transmissão de doenças infecto-

contagiosas, obrigando a um controlo mais rigoroso do processo de distribuição.

Assim, neste tipo de distribuição, a medicação é fornecida por doente e para um

período de tempo igual ou superior a 24 horas, atendendo ao tempo que se prevê que dura

o tratamento, no caso dos hemoderivados e anti-infecciosos, ou ao período de tratamento

protocolado pelo SC, nas situações de ciclos de quimioterapia.

Devido ao rigor e à burocratização a que estes grupos de medicamentos exigem,

abrangidos pela DP, cada um deles possui características particulares, que vão diferenciar

os seus processos de dispensa:

Citotóxicos e Imunomodeladores: os citotóxicos são medicamentos utilizados no

tratamento de neoplasias malignas, como adjuvantes ou alternativa à cirurgia ou

radioterapia. Por sua vez, imunomodeladores são fármacos que podem alterar a resposta

imunitária do doente, utilizados nos doentes transplantados, no tratamento de doenças

auto-imunes, doenças neoplásicas, entre outros.

A grande maioria dos doentes a fazer esta medicação não requer internamento,

fazendo a mesma em regime de ambulatório. Assim, esta medicação é enviada em regime

de hospital de dia.

No CHSJ, a sua preparação é da responsabilidade de um TF destacado para este

sector, mediante a presença de uma requisição específica (Anexo 18). Diariamente estes

são preparados em unidose para o dia seguinte, sendo transportados no próprio dia, de

manhã, num carro específico, antes das consultas externas começarem, por um AO

destacado para o serviço

Anti-infecciosos: são medicamentos cuja dispensa é efectuada para um período

limitado de 7 dias, podendo ser mais curto consoante o tratamento implementado. No

Citotóxicos Imunomodeladores Hemoderivados Anti-infecciosos

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final deste período, a dispensa é interrompida e se o médico optar pela continuação do

tratamento terá que efectuar nova prescrição, Anexo 19.

Apesar dos Anti-infecciosos pertencerem à distribuição personalizada, no CHSJ estes

são preparados por serviço, sendo que a sua requisição de satisfação de pedidos venha por

doente. Ou seja, é realizada distribuição mista.

Hemoderivados: São regulados pelo Despacho do Ministro da Saúde n.º 5/95 de 25

de Janeiro (Aquisição de Produtos derivados do Plasma Humano).

Aquando a sua dispensa, devem ser efectuados registos obrigatórios previstos no

Despacho Conjunto n.º 1051/2000, de 14 de Setembro, 2.ª série, dos Ministérios da Defesa

Nacional e da Saúde. Todos os boletins analíticos e certificados de aprovação emitidos

pelo INFARMED, e que são exigidos em todas as aquisições, são arquivados de acordo

com a legislação (1).

Estes são medicamentos cuja distribuição só é passível de ser efectuada perante a

apresentação de um impresso oficializado, Anexo 20, que engloba a prescrição e a

justificação médica. Na preparação destes, este impresso deve ser devidamente preenchido

com o número do lote, número de certificado do Infarmed e laboratório.

4.4.2. Distribuição Mista

A Distribuição Mista engloba um grupo particular de fármacos:

estupefacientes e psicotrópicos Estes são utilizados no combate das doenças de perturbação

mental, tais como a ansiedade, depressão, angústia, insónia, agitação, etc. São também

denominados sedativos ou tranquilizantes, podendo gerar dependência física e/ou psíquica.

Devido a estas características, estão abrangidos por uma legislação própria e

específica que inclui o Decreto-Lei nº 15/93 de 22 de Janeiro de 1993 que estabelece o

―Regime Juridico do Tráfico e Consumo de Estupefacientes e Psicotrópicos‖; o Decreto-

Lei nº 45/96 de 22 de Janeiro de 1996 que altera o anterior; e o Decreto Regulamentar nº

61/94 de 3 de Setembro de 1994 e a Portaria nº 981/98 de 8 de Junho de 1998 sobre a

―Execução das medidas de controlo de estupefacientes e psicotrópicos‖.

Sendo assim, a prescrição médica é feita, obrigatoriamente, em impresso oficial,

Anexo 21, em que é registado a identificação do fármaco, do doente, a dose administrada,

o número de unidades e a data de administração.

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Este tipo de distribuição é denominado de ―Mista‖ uma vez que os medicamentos

são registados e solicitados por doente, mas a sua dispensa é feita por serviço de

internamento.

Os SF devem conservar o duplicado das requisições por um período de três anos,

ordenados por ordem de dispensa.

4.4.3. Medicamentos de Ensaio Clínico

A dispensa de Medicamentos de Ensaio Clínico deve assegurar um estrito

controlo, procedendo ao registo do número do ensaio, nome do doente,

nome do fármaco, dose enviada e demais aspectos, considerados pertinentes

No CHSJ, os Medicamentos de Ensaio Clínico são da total responsabilidade de uma

equipa farmacêutica particular.

No sector de Circuitos Especiais, encontrei-me apenas durante dois dias. Preparei

algumas requisições de hemoderivados, estupefacientes e anti-infecciosos, porém, este

estágio foi mais de carácter observacional, devido ao seu rigor e necessidade de

experiência, principalmente no sector dos citotóxicos.

4.5. DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS A DOENTES EM REGIME

AMBULATÓRIO

Doentes ambulatórios são todos os doentes assistidos em qualquer Estabelecimento

de Saúde Hospitalar, com diferentes níveis de especialização, que podem efectuar a sua

medicação no domicílio, não necessitando de permanecer internados nesse Hospital

prescrita.

A evolução da tecnologia do medicamento permitiu que um número significativo

de doentes possa fazer os seus tratamentos em regime de ambulatório, tendo, entre outras,

as seguintes vantagens:

Redução dos custos relacionados com o internamento hospitalar;

Redução dos riscos inerentes a um internamento (por exemplo infecções

nosocomiais);

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A possibilidade do doente continuar o tratamento no seu ambiente familiar.

(1)

No CHSJ este tipo de distribuição é realizado na Unidade de Farmácia de

Ambulatório (UFA), tendo esta unidade um armazém próprio que vai sendo reposto a

partir do armazém de Distribuição Clássica. Todo este sector é da responsabilidade de uma

equipa de farmacêuticos.

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Esquema 9 – Sectores da Farmacotecnia

5.FARMACOTECNIA

A Farmacotecnia é a área de Farmácia Hospitalar que permite dar resposta a todas

as dosagens e formas farmacêuticas que não são comercializadas mas que determinados

utentes necessitam para a sua correcta terapêutica.

As preparações que se fazem actualmente, destinam-se essencialmente a:

Doentes individuais e específicos (fórmulas pediátricas por exemplo);

Reembalagem de doses unitárias sólidas;

Preparações assépticas (soluções e diluições de desinfectantes);

Preparações estéreis ou citotóxicas individualizadas. (1)

Assim sendo, no CHSJ a unidade de Farmacotecnia está divida em vários sectores, que

se podem observar no seguinte esquema:

Farmacotecnia Unidade de

Manipulação Clínica

Unidade de Reembalagem

Unidade de Manipulação Clínica

de Não Estéreis

Unidade de Manipulação Clínica

de Estéreis

Unidade Centralizada de Preparação de

Citotóxicos

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5.1. UNIDADE DE REEMBALAGEM

A reembalagem e rotulagem de medicamentos deve ser efectuada de maneira a

assegurar a segurança e qualidade do medicamento.

Esta área dos serviços farmacêuticos, quando devidamente equipada, consegue

cumprir os seus objectivos principais, que são:

Permitir aos Serviços Farmacêuticos disporem do medicamento, na dose prescrita,

de forma individualizada (dose unitária – dose de medicamento que não necessita

de mais manipulações para ser administrada aos doentes), permitindo assim, reduzir

o tempo de enfermagem dedicado à preparação da medicação a administrar,

Reduzir os riscos de contaminação do medicamento;

Reduzir os erros de administração e uma maior economia;

Garantir a identificação do medicamento reembalado (nome genérico, dose, lote,

prazo de validade);

Proteger o medicamento reembalado dos agentes ambientais;

Assegurar que o medicamento reembalado pode ser utilizado com segurança,

rapidez e comodidade. (1)

No CHSJ, os processos de fraccionamento e reembalamento destinam-se a formas orais

sólidas, sendo efectuados numa área contígua à sala da DIDDU designada de Unidade de

Fraccionamento e Reembalamento (UFR). Apesar de ser uma unidade pertencente à

Farmacotecnia, a sua localização actual é a mais adequada, uma vez que o fraccionamento

pretende responder às necessidades da DID e o reembalamento è transversal aos diferentes

tipos de distribuição praticadas pelos SF. Esta unidade está dividida em três zonas:

Zona suja: corresponde à área situada entre a sala da DIDDU e a área de

reembalagem. Nesta zona procede-se à preparação da medicação para reposição

de stock da sala contígua e delimita-se o acesso às áreas seguintes, de modo a

diminuir a contaminação a que estão sujeitas.

Zona intermédia: engloba a área onde se encontram o FDS®, a máquina de

reembalagem Grifols®, o pequeno stock de formas orais sólidas para

reembalamento e a uma bancada de trabalho.

Zona limpa: é constituída, unicamente, por uma pequena bancada de trabalho,

onde se procede, exclusivamente, ao fraccionamento de formas orais sólidas

(Figura 8).

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Figura 8 – Zona de Fraccionamento

Figura 9 – Máquina Auto-print Grifols®

Todos os dias o Assistente Operacional limpa as

secções e bancadas com álcool a 70o. e durante os

procedimentos de fraccionamento e de reembalagem

esta tarefa é repetida continuamente, para manter o mais

possível um ambiente asséptico.

No que concerne ao fraccionamento, cada

especialidade farmacêutica é fraccionada isoladamente,

procedendo-se à sua imediata reembalagem, de modo a

evitar contaminações cruzadas e a garantir que a

estabilidade do medicamento seja assegurada.

No que diz respeito à reembalagem, os SF

possuem dois equipamentos semi-automáticos

distintos: FDS ® e a máquina Auto-print Grifols

®.

A máquina Auto-print Grifols®

(Figura 9) é uma impressora térmica, controlada por

um computador, que possibilita o reembalamento de:

Medicamentos fraccionados;

Medicamentos que ainda se encontram no seu blister, cuja embalagem não

possua informações suficientes para serem dispensados em unidose;

Fármacos que não se encontram parametrizados para o FDS.

Para além disto, possibilita o reembalamento de fármacos fotossensíveis, uma vez

que, é constituído por um papel fotoprotector.

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Figura 10 – FDS®

FDS® designa Fast Dispensing System, que tal como o nome indica possibilita a

rápida dispensa de medicamentos. O seu funcionamento baseia-se na reembalagem semi-

automatizada de formas orais sólidas, que permite que a cada invólucro processado seja

atribuído um código de barras.

O FDS® do CHSJ (figura 10) apresenta 520 cassetes, parametrizadas para diferentes

medicamentos, pelo seu produtor, Baxter, e o seu sistema está padronizado para reembalar

um medicamento por invólucro, embora haja possibilidade de cada invólucro possuir até 9

formas orais sólidas.

Este equipamento assenta nos seguintes princípios: rapidez, eficácia, eficiência,

qualidade e segurança.

A sua velocidade de reembalamento e de 40 comprimidos por minuto, e além disso

a segurança dos seus procedimentos, verificam-se pela tripla conferência aplicada, visto

que, durante a reposição das cassetes, procede-se à leitura de 3 códigos de barras: da

embalagem do produto, da gaveta que vai receber o medicamento e da posição da gaveta,

garantindo que o fármaco é o correcto, na dosagem correcta e que a sua reposição é no local

adequado.

Sendo assim, a implementação do FDS®

nas Unidades Hospitalares traz muitas

vantagens tais como:

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Distribuição mais rápida e segura de formas orais sólidas;

Reembalagem de formas orais sólidas mais rápida;

Diminuição dos erros associados à reembalagem, através da confirmação tripla de

códigos de barras;

Identificação completa dos medicamentos, com atribuição de prazo de validade e

de um código de barras;

Controlo mais rigoroso dos prazos de validade;

Permite a elaboração de relatórios das formas orais sólidas reembaladas;

Permite reembalar formas orais sólidas não parametrizadas, através do ―Detachable

Tablet Adapter‖ (DTA).

Porém, também apresenta alguns inconvenientes, tais como:

Elevado investimento inicial;

Necessidade de formação adequada para conhecer o funcionamento e

particularidades do equipamento;

Possibilidade de avarias;

Todos os medicamentos entram na mesma calha, antes de serem reembalados;

Diminuição significativa dos prazos de validade, das formas orais sólidas, por

terem sido retiradas da embalagem de origem;

A reembalagem de formas orais não parametrizadas implica que cada unidade seja

colocada, manualmente, numa divisão do DTA, o que é um processo demoroso,

comparativamente, com a reembalagem dos produtos padronizados.

Assim, qualquer medicamento que seja manipulado no sector de Reembalagem está

apto a ser administrado ao doente na dose prescrita pelo médico, assegurando uma

identificação completa e fácil do medicamento, em recipiente pronto a administrar, sem

necessidade de manipulações adicionais.

Da Unidade de Reembalagem, faz parte uma subunidade, também muito importante

que é Reposição de Stocks, que irá ser abordada no subcapítulo seguinte.

Durante o Estágio Profissional I estive no sector de Reembalagem durante duas

semanas. Desta forma, tive a oportunidade de exercer todas as funções, nomeadamente,

fraccionamento de formas orais sólidas, reembalagem quer na Grifols®

quer no FDS®

,

aplicando, sempre as práticas de higiene e segurança que são devidas.

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Figura 11 – Cartões do sistema Kanban

5.1.2.Reposição de Stocks

A reposição de Stocks surge em complementaridade à Unidade de Reembalagem, e

tem como principal objectivo restabelecer e manter os stocks de apoio à DID, ao sistema

de preparação de Pyxis®

e no Kardex®.

A importância desta secção está directamente relacionada com a necessidade de

dispensar medicamentos em unidose, com a sua clara, correcta e completa identificação,

garantindo que as suas condições especiais de armazenamento são asseguradas. Assim,

cabe à equipa de RS proceder à individualização, identificação e protecção da luz dos

produtos farmacêuticos, que o requerem. Estas funções passam por descartonar, elastificar,

colocação de rótulos, etc.

Todas as actividades aqui desempenhadas, são alvo de registo, num documento

normalizado, Anexo 22 – Registo Diário de Preparação de Stocks, que é, posteriormente,

verificado pelo TF responsável. Este registo é muito importante visto que permite ter um

controlo dos movimentos dos produtos manipulados, bem como, permite que a instituição

possa estudar a sua própria produção.

O sector de Reposição de Stocks é,

igualmente, responsável pela gestão de stocks

da sala da DIDDU. Neste sentido, para

auxiliar esta tarefa, foi implementado o

sistema Kanban, nalguns produtos

farmacêuticos. Fazem parte das suas

informações: DCI, dosagem, forma

farmacêutica, CHNM, stock mínimo e

condições especiais de armazenamento e

protecção, no seu verso (figura 11).

Este sistema consiste na existência de cartões que identificam o produto em questão

e a quantidade mínima de stock, e quando essa quantidade mínima é atingida, o cartão

identificador é posto num quadro de reposição para que o TF reponha o stock necessário.

Existem três tipos de cartões identificadores: verdes para os medicamentos sem

manipulação, azuis para os medicamentos provenientes da Unidade de Reembalagem, e os

cartões roxos para os medicamentos de grandes volumes e que têm uma rotação muito

grande.

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Assim, cada vez que um saco com um cartão Kanban é aberto, começa-se

imediatamente a preparar outro permitindo que não haja ruptura de stocks e que haja uma

maior controlo sobre as quantidades movimentadas e a sua necessidade.

Uma outra função deste sector é a reposição do sistema semi-automático Kardex®

.

Todas as manhãs procede-se à sua reposição, a mínimos, Anexo 23, excepto à quinta-feira,

que a reposição é a máximos (anexo 24) para assegurar a distribuição durante o fim-de-

semana. Estes valores de mínimos e máximos foram estipulados pela instituição através de

um estudo de meios ano.

Neste sector, realizei as actividades durante três dias, nos quais tive a oportunidade

de realizar todas as tarefas descritas, nomeadamente a reposição de stocks a partir do

sistema Kanban e a reposição do Kardex®.

5.2. UNIDADE DE MANIPULAÇÃO CLÍNICA DE MEDICAMENTOS NÃO

ESTÉREIS

A preparação de manipulados é uma prática pouco ocorrente nos dias de hoje, no

entanto é uma realidade e a sua utilização torna-se imprescindível, principalmente em

medicamentos destinados à aplicação cutânea, medicamentos preparados com vista à

adequação de uma dose destinada a uso pediátrico e ainda medicamentos manipulados

dirigidos a grupos de doentes em que as condições de administração ou de farmacocinética

se encontrem alteradas.

Segundo o Decreto-lei nº. 95/2004 de Abril, medicamento manipulado pode ser

definido como ―qualquer fórmula magistral ou preparado oficinal preparado e dispensado

sob a responsabilidade de um farmacêutico‖.

Os medicamentos manipulados podem ser oficinais e magistrais e o farmacêutico fica

responsável pela sua manipulação, bem como pela sua garantia de qualidade.

O mesmo decreto-lei define como fórmula magistral ―o medicamento preparado em

farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos hospitalares segundo receita médica que

especifica o doente a quem o medicamento se destina‖, e fórmula oficinal é definida por

―qualquer medicamento preparado segundo as indicações compendiais, de uma

farmacopeia ou de um formulário, em farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos

hospitalares, destinado a ser dispensado directamente aos doentes assistidos por essa

farmácia ou serviço‖.

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Na preparação de manipulados a qualidade, rigor e higiene são primordiais. Para

isto é necessário o cumprimento de determinadas regras, atendendo por exemplo, às

matérias-primas utilizadas, que devem possuir boletim de análise que comprove a sua

qualidade, devendo também estar devidamente armazenadas em recipientes apropriados,

de acordo com a sua natureza. Além disto os materiais devem também estar devidamente

limpos e arrumados, bem como, os frascos de acondicionamento.

No CHSJ, a Unidade de Manipulação Clínica de Preparações Não Estéries é

responsável por estas preparações. Assim, todos os profissionais que trabalham nesta

unidade, sempre que iniciam o seu trabalho, trocam a sua roupa exterior, por um fato,

constituído por calças e camisola, protegendo o seu calçado com protectores plásticos. A

substituição deste fato é realizada regularmente e sempre que necessário, como

preconizado pela ―Portaria n.º 594/2004, de 2 de Junho‖.

A par disto, os profissionais usam, também, uma touca, durante todo o período que

se encontram na unidade e utilizam uma máscara aquando da preparação das formulações.

O uso de luvas é obrigatório, sendo que a sua troca é efectuada entre diferentes

preparações. Antes e após se efectuar qualquer manipulação, procede-se à limpeza da

bancada de trabalho com álcool a 70º, bem como, sempre que é terminada uma preparação,

todo o material utilizado é prontamente retirado da bancada.

Todos estes cuidados pretendem evitar possíveis contaminações do medicamento

manipulado.

As formulações mais preparadas são soluções, suspensões e papéis

medicamentosos, embora se possam igualmente efectuar cápsulas, pomadas e pérolas.

Todas as manipulações são alvo de registo no ―Registo Diário de Produção‖, o que

permite, por um lado, um controlo das actividades desempenhadas e, por outro, prever

quando determinado doente virá buscar medicação, quando se tratam de tratamentos

específicos.

A preparação das formulações é realizada segundo uma Ficha Técnica de

Preparação, Anexo 25, previamente validada pela equipa de farmacêuticos responsável, na

qual estão incluídos todos os materiais e reagentes necessários, bem como os passos a

seguir. A indicação destas informações possibilita que, aquando, do inicio da preparação

tudo o que seja necessário esteja presente, evitando interrupções, que podem condicionar

erros ou, eventualmente, contaminação, por haver contacto das luvas com locais

contaminados.

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Após a preparação, rotula-se a embalagem de acondicionamento do manipulado,

colando-se um rótulo igual no verso sua técnica de preparação, de modo a ficar um registo

do que foi dispensado para o doente. Fazem parte do rótulo (Anexo 26) as informações

requeridas pela ―Portaria n.º 594/2004, de 2 de Junho‖:

Nome do doente (no caso de se tratar de uma fórmula magistral);

Fórmula do medicamento manipulado prescrita pelo médico;

Número do lote atribuído ao medicamento preparado;

Prazo de utilização do medicamento preparado;

Condições de conservação do medicamento preparado;

Instruções especiais, eventualmente indispensáveis para a utilização do

medicamento, como, por exemplo, «agite antes de usar», «uso externo»;

Via de administração;

Posologia;

Identificação da farmácia;

Identificação do Farmacêutico Director Técnico.

A par disto, após terminada a manipulação, um farmacêutico verifica as informações

transcritas para a Ficha Técnica de Preparação, constituindo mais uma medida para

assegurar qualidade e segurança no processo.

Os reagentes e matérias-primas necessários a estas preparações encontram-se

aprovisionados em armários, organizados alfabeticamente por DCI e pela ordem FEFO

(First Expired – First Out), de modo a haver uma correcta organização dos produtos e a

evitar que produtos com prazos de validade mais curto sejam utilizados posteriormente aos

de prazo de validade mais prolongado.

A existência de uma hotte permite que a segurança dos manipuladores seja

salvaguardada, nas situações em que é necessário manipular substâncias que libertem gases

ou poeiras tóxicas ou que coloquem perigo a saúde.

Existe, também, uma sala de pesagens contendo uma balança de precisão para pesar os

pesos inferiores a 500mg e uma balança analítica utilizada para pesar pesos superiores a

500mg, ambas suportadas por mesas anti-vibração.

Nesta sala, efectua-se principalmente a pesagem de papéis medicamentosos. que

permitem, sobretudo suprimir e ajustar as doses a administrar, e preparação de formas

farmacêuticas mais adequadas para administração em Pediatria, face ao número reduzido

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de especialidades farmacêuticas disponíveis para uso pediátrico. No entanto, o recurso à

preparação de papéis medicamentosos envolve a realização de inúmeras pesagens de

matérias-primas, constituindo um grande volume de trabalho, que além de ser susceptível

de ocasionar erros, não assegura o rigor posológico, devido à elevada possibilidade de

ocorrerem perdas de substância activa no decurso do processo administração.

Durante duas semanas estive na Unidade de Manipulação de Medicamentos Não

Estéreis. Todos os dias eram muitos os manipulados e papéis medicamentosos requiridos,

constituindo, assim, uma experiência muito gratificante, pois foi-me possível aprender

muito sobre preparação de manipulados.

Além disso, tive a oportunidade de preparar papéis medicamentosos e, também,

manipulados de várias formas farmacêuticas, nomeadamente pomadas, xaropes,

suspensões, pérolas e lápis. Alguns exemplos das preparações que manipulei são:

Vaselina Salicilada;

Pasta de Cocaína;

Hidrato de Cloral;

Nitrato de Prata Pérolas;

Nitrato de Prata Lápis;

Ácido Acetilsalicílico Suspensão Oral

5.3.UNIDADE DE MANIPULAÇÃO CLÍNICA DE MEDICAMENTOS ESTÉREIS

Esta unidade permite que aqui se preparem manipulados em condições de ambiente

estéril. Nesta secção são preparados essencialmente pedidos de Nutrição Parentérica e

Colírios.

Nutrição Parentérica (NP) designa um tipo de nutrição artificial, que permite o

fornecimento de macro e micronutrientes, consoante as necessidades do doente em causa,

quando o tubo digestivo não é passível de utilização ou é ineficiente na absorção. A sua

administração é feita através de uma veia periférica ou central, pelo que as condições de

esterilidade durante a sua preparação têm que ser garantidas.

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No CHSJ, a Nutrição Parentérica é preparada na Unidade de Manipulação Clínica.

requerendo condições de esterilidade, o que implica a existência de três zonas, de auxílio à

preparação: zona preta, zona cinzenta e zona branca.

Devido à natureza das preparações efectuadas nesta sala, esta tem que possuir

determinadas condições, similares à unidade de manipulação de citotóxicos, isto é, acesso

condicionado a pessoal autorizado, um ambiente limpo e com o mínimo de turbulência

bem como instalações totalmente isoladas e constituídas por duas salas. Na zona escura

está armazenado todo o material clínico de apoio. Na zona cinzenta é efectuada a lavagem

das mãos e é onde os manipuladores se equipam devidamente. Já a zona branca é onde se

encontra a Câmara de Fluxo de Ar Laminar Horizontal, classe I (CFALH), cujo fluxo de ar

opõe-se à entrada de ar exterior, protegendo o produto da contaminação externa. O

operador não é protegido, mas estas preparações não acarretam risco para o mesmo.

No CHSJ, existe, ainda, uma sala de apoio a que está a manipular, dotado de uma

zona de transferência, que apenas permite a abertura de uma porta de cada vez. Nesta zona

há a descontaminação do material que entra na zona limpa, e serve de recurso, para

situações em que seja necessário algum material extra. Neste local procede-se, ainda, há

rotulagem das bolsas, após a sua preparação.

A preparação das bolsas é efectuada segundo uma Ficha Técnica de Preparação,

Anexo 27, e o seu enchimento pode ser por método semi-automático ou com recurso a um

equipamento de vácuo, sendo esta realizada por um Técnico de Farmácia e um

Farmacêutico na Câmara de Fluxo Laminar, um TF a auxiliar e outro TF na sala de apoio.

Assim, os profissionais envolvidos na preparação e auxílio deverão usar vestuário

apropriado, luvas, touca, máscara, realizar a preparação de acordo com as indicações

específicas e de acordo com as técnicas farmacêuticas apropriadas a cada preparação, com

todas as condições higiénicas exigidas, usando sempre material esterilizado.

Após a preparação das mesmas estas devem ser devidamente rotuladas com a

devida informação: identificação do serviço onde se encontra o doente; identificação do

doente; descrição qualitativa e quantitativa dos componentes da bolsa de nutrição

parentérica; data e hora de preparação; prazo de utilização e condições de conservação e

rubrica do operador (Anexo 28).

No final da preparação são verificadas as características organolépticas e o rótulo

previamente elaborado, registando estes dados na folha de elaboração. Visto que as bolsas

de NP são soluções sensíveis à luz, deverão ser envoltas em sacos de alumínio

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fotoprotectores. A câmara de fluxo laminar horizontal é então limpa com álcool a 70%, (tal

como foi limpa antes do início da preparação), e cinco a dez minutos depois, pode ser

desligada.

Uma vez que é importante garantir sempre a qualidade das preparações e do próprio

serviço, em cada cinco preparações de bolsas parentéricas efectuadas, é enviado para o

laboratório de microbiologia uma amostra de 4 a 5 mL, da preparação final.

Nesta unidade estive apenas a observar durante um dia os procedimentos

efectuados, através da sala de apoio. Desta forma, tive a oportunidade de aprender mais

acerca da preparação de Bolsas de NP, bem como, ter conhecimento e sensibilização para

com as técnicas e os procedimentos de qualidade, esterilidade e segurança necessários.

5.4. UNIDADE CENTRALIZADA DE PREPARAÇÃO DE CITOTÓXICOS

Esta é a Unidade responsável pelas Preparações Individuais de Citotóxicos. Esta

secção é muito importante pois permite dar respostas a doenças do foro Oncológico, sendo

estas cada vez mais frequentes na nossa sociedade.

Como se sabe, os citotóxicos tem um grau muito elevado de toxicidade e a sua

manipulação e administração requer muitos cuidados. Estes visão, essencialmente, garantir

a protecção do doente, do manipulador, do ambiente circundante, do profissional

responsável pela administração e do próprio medicamento.

Assim, a UCPC, possui assim algumas vantagens, principalmente:

Melhores condições de trabalho e de assepsia, que garantem a esterilidade das

preparações, a qualidade físico-química do produto preparado e a protecção do

manipulador;

Melhor aproveitamento das doses comercializadas, através de uma racionalização

na utilização de medicamentos e material;

Maior rigor nas doses a administrar;

Limite e selecção do número de profissionais envolvidos na preparação, de modo a

facilitar o seu treino e a conseguir uma vigilância médica mais eficaz e periódica;

Diminuição dos custos com a medicação, por não existirem stocks nas enfermarias.

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A principal desvantagem das UCPC é o seu custo inicial, atendendo às instalações,

materiais e equipamentos que requerem.

No CHSJ, esta Unidade Centralizada para a Preparação de Citotóxicos (UCPC) é o

local onde são preparados todos os citotóxicos injectáveis para serem administrados, sendo

localizada junto do Hospital de dia de Quimioterapia, de forma a facilitar o acesso aos

utentes.

As instalações de uma UCPC devem ser constituídas por três zonas: zona suja, zona

intermédia e zona limpa.

Zona suja: também designada de zona preta, destina-se à preparação do vestuário

do manipulador, devendo estar separada da zona intermédia, por um banco corrido.

Esta zona deve ser provida de tapete, à entrada, que retenha partículas agarradas ao

calçado, e de cacifos para colocar a roupa, calçado e adornos, uma vez que, o

manipulador deve trocar a sua roupa exterior por um fato, como o usado no bloco

de operações. No banco corrido, calça protectores plásticos do calçado, tendo o

cuidado que os mesmos apenas toquem no chão da zona intermédia.

Zona intermédia: é considerada uma zona cinzenta, que é a ponte entre a zona suja

e a zona limpa. Deve ser provida de um lavatório, accionado mediante pedal, para a

lavagem e desinfecção das mãos, bem como de chuveiro e lava-olhos, para

situações de acidente. A presença de armários, para a armazenar vestuário e

material necessário à preparação, deve igualmente ser tido em conta. Nesta zona, o

manipulador, após lavagem e desinfecção das mãos e braços, até ao cotovelo, calça

um par de luvas descartáveis.

Zona limpa: igualmente denominada de zona branca, corresponde à sala de

preparação, onde se encontra uma Câmara de Fluxo de Ar Laminar Vertical

(CFALV), de modo a garantir condições de assepsia. A câmara deve ser instalada

longe da porta, para minimizar turbulência. Esta sala deve, ainda, possuir uma zona

de transferência, com uma porta interior e outra exterior, que apenas possibilita a

abertura de uma única porta, de cada vez. É por esta área que se efectua a

transferência de material e das preparações. No interior da CFALV, o manipulador

calça o segundo par de luvas.

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No CHSJ, são preparados, diariamente, imensos citotóxicos, tendo por base as

prescrições médicas. Cada prescrição é preferencialmente recebida de véspera para

protocolos agendados, ou no próprio dia após a autorização da realização da quimioterapia.

A equipa de farmacêuticos é responsável por analisar e validar a mesma, elaborando a

ordem de preparação bem como o rótulo da preparação a efectuar. Posteriormente, os

manipuladores preparam os citotóxicos e as soluções de diluição a utilizar e dão entrada

destes na sala limpa.

Após a preparação, os citotóxicos são transferidos para o exterior através do ―transfer‖,

sendo novamente conferida rotulada e validada por um farmacêutico.

Devido aos riscos ocupacionais que podem surgir da exposição a que os profissionais

de saúde envolvidos na preparação deste tipo de medicamentos estão sujeitos, estes devem

estar devidamente conscientes dos riscos de manipulação, e desta forma ter medidas

especiais de precaução, sendo até sujeitos a um acompanhamento regular pela consulta de

medicina no trabalho.

Nesta área, estive durante em dia a observar a preparação de citotóxicos. Desta forma,

foi-me possível estar em contacto com as precauções a ter aquando a preparação, bem

como, as técnicas a utilizar na sua manipulação.

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6. TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO/RELATORIO

No decorrer do Estágio Profissional I, foi dada aos estagiários a oportunidade de

realizarem um trabalho de investigação relacionado com os SF do CHSJ. Foi

disponibilizada uma semana a cada um para a realização do mesmo e para apoio tutorial na

realização do relatório de estágio.

Relativamente ao meu trabalho de investigação, este intitulava-se de “Utilização de

uma ferramenta informática na determinação e avaliação da gravidade de interacções

medicamentosas num Medicina Interna.”

O seu objectivo era avaliar todas as interacções medicamentosas que ocorriam num

serviço de Medicina, e esta avaliação foi feita a partir do programa ―Drug Interaction

Checker‖, permitindo retirar muitas conclusões interessantes, particularmente viradas para

o facto de a Medicina dar mais atenção às interacções que determinadas prescrições podem

originar, sendo que os dados são apenas publicados com autorização da instituição

hospitalar.

A realização deste trabalho foi muito gratificante pois foi o meu contacto directo

com um trabalho de investigação da ordem da Farmacologia e Farmacoterapêutica. Foi

muito enriquecedor a nível de experiência a realizar este tipo de trabalhos, bem como, na

aquisição e aplicação de conhecimentos teóricos, complementando de forma muito

harmoniosa as minhas funções como Técnica de Farmácia.

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7.DISCUSSÃO/CONCLUSÃO

Após a descrição de todas as actividades e procedimentos desenvolvidos no Centro

Hospitalar São João, bem como, da minha experiência pessoal em cada um dos sectores,

posso então proceder a uma conclusão de toda esta experiência, realizada no âmbito do 4º

ano de Farmácia, como Estágio Profissional I.

Assim, ao longo destes meses foram desenvolvidas muitas actividades envolventes

de todo o Circuito do Medicamento numa Farmácia Hospitalar, desde recepção e

armazenamento, distribuição clássica, distribuição em dose unitária, reembalamento e

fraccionamento de formas orais sólidas, preparação de manipulados não estéreis, etc.

Dentro deste circuito, algumas actividades foram apenas de carácter observacional,

como é o caso da preparação de citotótoxicos, preparação de manipulados estéreis,

atendimento do balcão da farmácia e preparação das requisições dos circuitos especiais de

distribuição, nomeadamente, requisições de citotóxicos.

Além destas funções envolventes do circuito do medicamento, tive ainda a

oportunidade de realizar um organograma representante da DIDDU (anexo 29), que os SF

resolveram acolher juntando-o ao seu manual de integração no sector de distribuição em

dose unitária. Realizei, ainda, um trabalho de investigação sobre interacções

medicamentosas e, por fim, pude fazer uma avaliação de vários mapas terapêuticos

reflectindo sobre os medicamentos prescritos de cada doente.

Todas estas actividades foram orientadas e conferidas não só pelas orientadoras,

mas também pelos vários Técnicos de Farmácia de cada secção.

Assim, esta foi uma experiência muito enriquecedora e, sobretudo, de grande

aprendizagem. A escolha do estágio para esta Unidade Hospitalar foi, sem dúvida, uma

opção que, depois de concluída, me dotou de uma grande aprendizagem que me vai ser útil

para a minha vida profissional, e também para a minha vida pessoal.

Nos Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar São João, EPE encontrei uma

numerosa equipa, muito acolhedora, sempre preocupada em transmitir o seu conhecimento

e em ajudar-nos nas tarefas. Farmacêuticos, Técnicos de Farmácia e Assistentes

Operacionais foram responsáveis pela minha aprendizagem, procurando sempre orientar-

nos para o melhor caminho e para os devidos comportamentos éticos e deontológicos a ter

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no local de trabalho.

Desta forma, este estágio foi muito gratificante e permitiu-me ter acesso directo a

uma realidade hospitalar de dimensões que desconhecia. Foi muito bom poder experiênciar

na prática as actividades de uma Farmácia Hospitalar e perceber o quanto são importantes

os Serviços Farmacêuticos numa unidade hospitalar, bem como, a importância dos

Técnicos de Farmácia em toda a distribuição e gestão do medicamento, e principalmente,

no melhoramento do acesso dos doentes à medicação, contribuindo de forma activa na

saúde pública.

Em suma, este tipo de estágios é muito importante, pois permite que o aluno se

prepare para o mercado de trabalho, e constitui um grande contributo no seu conhecimento,

visto que, há determinadas coisas que sem a prática eram impossíveis de aprender e de

adquirir, sendo então um grande meio que nos deixa mais preparados para a realidade do

que efectivamente vai ser a nossa profissão.

Para terminar tenho apenas a acrescentar que foi uma grande experiência de

aprendizagem a todos os níveis, e este Estágio Profissional I vai ficar recordado com um

balanço positivo e com uma grande vontade de embargar nesta minha futura profissão,

como Técnica de Farmácia.

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8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Concelho Executivo da Farmácia Hospitalar. Manual da Farmácia Hospitalar. s.l. :

Ministério da Saúde, 2005.

2. CONSELHO DO COLÉGIO DA ESPECIALIDADE EM FARMÁCIA

HOSPITALAR. Boas Práticas de Farmácia Hospitalar. 1ª edição. s.l. : Ordem dos

Farmacêuticos, 1999.

3. ©, Copyright. CPC Informática. [Online] 2006. http://www.cpcinformatica.com.br/.

4. —. Semana Informática. [Online] 2004.

http://www.semanainformatica.xl.pt/693/esp/400.shtml.

5. João, Centro Hospitalar São. SÃO JOÃO. [Online] 2006. http://www.hsjoao.min-

saude.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27542.

6.ESSG, Guia de Elaboração e Apresentação de Trabalhos Escritos, Guarda 2010;

7.HOSPITAL DE SÃO JOÃO. Manual de Integração no Sector de Recepção de

Encomendas.

8.HOSPITAL DE SÃO JOÃO. Manual de Integração no Sector Distribuição em Dose

Unitária;

9.HOSPITAL DE SÃO JOÃO. Manual de Integração no Sector Distribuição automatizada

―Pyxis‖

10.INFARMED, Legislação Farmacêutica Compilada.

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ANEXOS

Anexos

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Anexo 1

PLANO DE ACTIVIDADES DE ESTÁGIO – SERVIÇOS FARMACÊUTICOS

DO CENTRO HOSPITALAR S. JOÃO, E.P.E

OBJECTIVOS GERAIS

O presente estágio tem como objectivo fundamental, capacitar os futuros

Técnicos de Farmácia para a prática da Farmácia Hospitalar, fornecendo-lhes

conhecimentos, competências e atitudes necessárias à sua integração na equipa

multidisciplinar de saúde que presta assistência ao paciente.

Também se pretende que o futuro Técnico de Farmácia esteja preparado para dar

resposta às necessidades da instituição, no que diz respeito à preparação, controlo,

dispensa e informação de medicamentos, quer aos pacientes, quer aos profissionais de

saúde, de forma ética e responsável.

Assim, no final do estágio, o estudante deverá ser capaz de:

1. Desenvolver e aprofundar saberes e práticas próprias da área de

intervenção do Técnico de Farmácia;

2. Demonstrar capacidade de autonomia e rigor na execução técnica;

3. Revelar atitudes ético-deontológicas próprias da profissão;

4. Organizar o tempo e os recursos disponíveis de forma a planear,

programar, executar e avaliar eficaz e eficientemente as técnicas e

métodos necessários a todo o processo do circuito do medicamento;

5. Integrar as equipas de trabalho, de acordo com as respectivas

competências e atribuições;

6. Contribuir para o bem-estar da equipa de trabalho em que está integrado,

assim como para a rentabilidade efectiva do trabalho;

7. Demonstrar atitudes de relação com os profissionais, conducentes à

relação social necessária ao exercício da profissão;

8. Aplicar normas de higiene e limpeza, de acordo com as boas práticas

profissionais;

9. Elaborar de forma precisa, um relatório de toda a actividade prática

desenvolvida e eventuais trabalhos de pesquisa no âmbito do estágio.

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OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

Recepção e Armazenamento de Encomendas

Conhecer o circuito de recepção e conferência de medicamentos, dispositivos

médicos e outros produtos farmacêuticos (conferência guia de remessa/nota de

encomenda, quantidade/qualidade do produto farmacêutico);

Reconhecer a importância de verificar lotes e prazos de validade e fazer o registo

das entradas dos produtos, assim como de confirmar a recepção da documentação

técnica, como por exemplo, os certificados de cedência de lote pelo INFARMED,

bem como os boletins de análise;

Reconhecer a importância de verificar o modo de acondicionamento dos

produtos, bem como, a sua correcta sinalização (frigorífico, citotóxico, etc.) na

manutenção do circuito do medicamento – no caso de um citotóxico o aluno

deverá estar sensibilizado para as técnicas a proceder em caso de acidente;

Reconhecer a importância de acondicionar os medicamentos e produtos

farmacêuticos recepcionados de acordo com as normas estabelecidas,

considerando as suas condições especiais de armazenamento e segurança, tal

como: as características do medicamento tendo em conta o circuito especial de

distribuição, o prazo de validade e lotes de acordo com a regra FEFO, a

necessidade de refrigeração, entre outros.

Distribuição Individual Diária / Distribuição Individual Diária Dose Unitária

(DID/DIDDU)

Compreender o circuito de prescrição, validação e posterior dispensa de

medicamentos na DID/ DIDDU;

Conseguir proceder à interpretação e preparação dos mapas de distribuição de

medicamentos dos diferentes serviços clínicos implementados neste sistema

distribuição de medicamentos;

Reconhecer a preparação de mapas de distribuição alterados como ponto fulcral

na actualização da medicação e produtos farmacêuticos a dispensar aos serviços

clínicos;

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Conseguir proceder à preparação da terapêutica em DID/DIDDU através do

siatema manual e pelo sistema semi-automático Kardex e FDS, reconhecendo as

diferenças entre si;

Compreender as vantagens e desvantagens deste sistema de distribuição de

medicamentos, assim como, dos sistemas semi-automáticos utilizados na

instituição;

Compreender a importância da existência de armários de urgência e carros de

emergência nos serviços clínicos;

Proceder à preparação de armários de urgência e carros de urgência através de

guias de satisfação de pedidos;

Compreender a importância da manutenção da cadeia de frio na distribuição de

medicamentos de refrigeração e congelação;

Reconhecer as diferenças entre utilização de mapas de distribuição de

medicamentos agrupados por cama ou medicamento, na preparação de diferentes

serviços clínicos, bem como, saber utilizar os dois tipos de mapas;

Compreender as causas de revertencia aos serviços farmacêuticos de

medicamentos, sabendo efectuar a sua devolução à farmácia a nível informático;

Saber recorrer aos diversos manuais terapêuticos (Prontuário, Índice, Mapa na

interpretação das prescrições médicas;

Aprofundar os conhecimentos sobre os medicamentos e produtos farmacêuticos,

tendo noções sobre interacções medicamentosas e posologias.

Distribuição Clássica

Compreender o circuito de distribuição dos correctivos de volémia,

desinfectantes e soluções de diluição existentes na instituição;

Reconhecer os diferentes tipos de guias existentes, consoante o tipo de

medicamentos a preparar, sabendo proceder à sua preparação:

Proceder à dispensa da medicação para os diversos serviços, de acordo com os

diferentes circuitos de distribuição;

Compreender a importância de colaborar no registo das faltas das especialidades

farmacêuticas;

Saber reconhecer os parâmetros das requisições dos diversos serviços que devem

estar correctamente preenchidos e identificados;

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Reconhecer as diferentes requisições existentes na instituição compreendendo a

sua triagem pelos vários sectores que compõem os serviços farmacêuticos;

Perceber as utilidades do balcão de atendimento como zona de recepção de todos

os produtos que chegam em formato de papel, local de dispensa de pedidos

urgentes, atendimentos de dispensa de medicação a profissionais dos serviços

clínicos (médicos, enfermeiros, …) empréstimos, ensaios clínicos, etc.

Participar na organização da distribuição da medicação de cada serviço;

Compreender o circuito de estafetas existente na instituição

Reconhecer as vantagens e desvantagens deste sistema de distribuição.

Reposição de Stocks Nivelados - Pyxis

Compreender o funcionamento do circuito da reposição de stocks nivelados na

instituição;

Reconhecer a importância do sistema semi-automático – Pyxis – bem como

saber utiliza-lo e compreender o seu funcionamento;

Compreender as suas vantagens e desvantagens;

Proceder à correcta reposição de acordo com os níveis estipulados a cada

serviço, e obedecendo as correctas normas de preparação e organização;

Reconhecer a importância dos equipamentos utilizados de protecção individual,

bem como das normas assépticas a ter em conta na deslocação a determinados

serviços;

Apreender a importância do controlo sobre os medicamentos e produtos

farmacêuticos em cada serviço, que este sistema semi-automático permite;

Circuitos especiais de distribuição

Conhecer os diferentes circuitos especiais reconhecendo os medicamentos a eles

associados;

Unidade de Manipulação Clínica de Medicamentos Não Estéreis (UMCMNE)

Compreender o funcionamento da UMCMNE na instituição;

Proceder à interpretação das formulações magistrais prescritas;

Reconhecer a importância de existir uma estrutura física adequada ao fabrico das

diferentes preparações clínicas de medicamentos não estéreis;

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Distinguir as diferentes formas farmacêuticas tendo presente as bases teóricas a

elas relacionadas e os prodecimentos a ter em conta na sua preparação;

Dominar as principais técnicas de preparação, conservação e rotulagem de

formas farmacêuticas;

Proceder à interpretação de prescrições para doseamento de formas farmacêuticas

orais sólidas, bem como a execução das mesmas (dobragem de papéis

pediátricos), rotulagem e embalamento;

Ter conhecimento sobre técnicas assépticas bem como das boas práticas de

execução dos manipulados.

Reconhecer e saber manusear os diferentes equipamentos existentes na

UMCMNE.

Unidade de Manipulação Clínica de Medicamentos Estéreis (UMCME) -

observacional

Compreender o funcionamento da UMCME na instituição;

Reconhecer a importância da existência de instalações adequadas à manipulação

clínica de medicamentos estéreis;

Reconhecer a importância da utilização de equipamento de protecção individual;

Apreender a necessidade das técnicas assépticas nesta unidade;

Ter conhecimento da forma como se encontra estruturada a unidade,

relativamente ao espaço físico e aos procedimentos inerentes;

Unidade de Reembalagem

Compreender o funcionamento da Unidade de Reembalagem na instituição;

Reconhecer a importância da existência de instalações e equipamentos adequados

ao procedimento de reembalagem e aprender a manuseá-los, tendo em conta as

condições assépticas necessárias em cada zona;

Conhecer e aprender a utilizar os diferentes sistemas semiautomáticos existentes,

nomeadamente, Grifols e FDS;

Reconhecer a importância da utilização de equipamento de protecção individual;

Apreender a necessidade das técnicas assépticas nesta unidade;

Ter conhecimento da forma como se encontra estruturada a unidade,

relativamente ao espaço físico e aos procedimentos inerentes;

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Reconhecer a importância dos procedimentos inerentes à zona de

individualização de reposição de stocks, nomeadamente o controlo dos prazos de

validade e o registo de cada procedimento;

Unidade Clínica de Preparação de Citotóxicos (observacional)

Compreender a importância da localização da unidade de citotóxicos ser o mais

próximo possível do Hospital Dia de Quimioterapia;

Apreender a necessidade das técnicas assépticas nesta unidade;

Reconhecer a importância da utilização de equipamento de protecção individual;

Ter conhecimento da forma como se encontra estruturada a unidade,

relativamente ao espaço físico e aos procedimentos inerentes;

Avaliar a importância de uma dupla validação tendo em conta que as preparações

irão ser imediatamente administradas o doente.

Unidade de Ambulatório (observacional)

Reconhecer a importância do fornecimento de medicação a doentes externos

segundo a devida legislação;

Compreender a importância das instalações adequadas a um atendimento

confidencial;

Associar a sua localização próxima das consultas externas sendo esta uma zona

de circulação dos doentes;

Compreender a importância do sistema semi-automático existente, contribuindo

na melhoria do circuito de dispensa de medicação prescrita em ambulatório.

Trabalho de investigação e relatório

Compreender e desenvolver um trabalho de investigação de forma a elucidar

determinados conceitos relacionados com o estágio;

Desenvolver a capacidade de pesquisa e elaboração de um artigo, alargando os

interesses do aluno, e abrangendo a experiência do estágio profissional de forma

diferente na aplicação de conhecimentos teóricos;

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Especialidades médicas e cirúrgicas

• Anestesiologia

• Cardiologia

• Cardiologia Pediátrica

• Cirurgia Geral

• Cirurgia Pediátrica

• Cirurgia Plástica e Maxilo-Facial

• Cirurgia Torácica

• Cirurgia Vascular

• Cuidados Intensivos

• Cuidados Paliativos

• Dermatologia

• Doenças Infecciosas~

• Endocrinologia

• Estomatologia

• Gastrenterologia

• Ginecologia e Obstetrícia

• Hematologia Clínica

• Hematologia e Oncologia Pediátrica

• Imuno-alergologia

• Medicina Interna

• Nefrologia

• Neonatologia

• Neurocirurgia

• Neurologia

• Oftalmologia

• Oncologia

• Ortopedia e Traumatologia

• Otorrinolaringologia

• Pediatria Médica

• Pneumologia

• Psiquiatria

• Reumatologia

• Urologia

Meios complementares de diagnóstico e terapêutica

• Patologia Clínica

• Imunohemoterapia

• Radioterapia

• Radiologia

• Medicina Nuclear

• Medicina Física e Reabilitação

• Neurorradiologia

• Neurofisiologia

Anexo 2

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Anexo 3

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Anexo 4

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Anexo 5

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Anexo 6

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Anexo 7

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Anexo 8

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Anexo 9

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Anexo 10

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Anexo 11

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Anexo 12

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Anexo 13

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Anexo 14

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Anexo 15

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Anexo 16

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Anexo 17

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Anexo 18

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Anexo 19

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Anexo 20

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Anexo 21

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Anexo 22

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Anexo 23

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Anexo 24

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Anexo 25

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Anexo 26

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Anexo 27

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Anexo 28

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Anexo 29