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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR
Artes e Letras
Relatrio de Estgio
Mafalda Isabel Monteiro Andrade Baltasar Farinha
Relatrio de estgio para obteno do Grau de Mestre em
Ensino do Portugus no 3 Ciclo do Ensino Bsico e Ensino Secundrio e de Espanhol nos Ensinos Bsico e Secundrio
(2 ciclo de estudos)
Orientadora: Prof. Doutora Carla Sofia Gomes Xavier Lus
Covilh, junho de 2013
memria do meu pai que me ensinou que
ser professor , acima de tudo, aprender a
comunicar e a respeitar.
ii
Agradecimentos
Uma palavra de gratido para quem me acompanhou neste percurso e o tornou possvel e
mais risonho:
Ao Autor da Vida que d gratuitamente luz, sabedoria, inteligncia e bondade.
minha familia, pelo apoio incondicional, em particular minha me pela pacincia e
ateno que foram determinantes para chegar ao final desta etapa.
Escola Gro Vasco que nos acolheu e onde nos sentimos perfeitamente integradas.
s professoras cooperantes, DrPaula Figueiredo e DrAna da Piedade Pinheiro, pelo apoio
constante ao longo de todo este processo e pela confiana que depositaram nas nossas
capacidades, s vezes mais do que ns prprias.
Aos alunos das turmas onde realizmos a prtica supervisionada sem os quais nada disto faria
sentido.
s colegas de estgio Adelaide Baptista e Snia Martins pelo companheirismo, apoio e pelo
muito que aprendi com elas.
Dr Ana Cao pelo incentivo e conselhos que foram valiosos para progredir no conhecimento
da lngua espanhola.
Prof Dr Carla Lus Xavier pela leitura crtica deste relatrio.
Ao Jess, Pedro e Marco com quem partilhei casa durante estes meses e minimizaram a
tristeza e a solido provocada pelos 240 KM que me separavam do meu lar.
iii
Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me dio dos luceros que, cuando los abro,
Perfecto distingo lo negro del blanco,
Y en el alto cielo su fondo estrellado, ()
Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado el sonido y el abecedario,
Con l las palabras que pienso y declaro:
Madre, amigo, hermano, y luz alumbrando,()
Me dio el corazn que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano;
Cuando miro el bueno tan lejos del malo,
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto.
As yo distingo dicha de quebranto,
Los dos materiales que forman mi canto.
Violeta Parra
Resumo
O presente trabalho procura cumprir o desiderato de apresentar uma reflexo sobre o
estgio pedaggico desenvolvido ao longo do ano letivo 2012/2013, na Escola Bsica Gro
Vasco. Com efeito, apreciamos todo o labor desenvolvido na referida escola, que vai
desde a caracterizao da escola e das turmas, s aulas assistidas e respetivas
planificaes e materiais, passando pelas atividades extracurriculares, aes de formao
e pela apreciao final sobre todo este percurso. Comulativamente, e tendo novamente
em mente o facto de que o papel do professor no se esgota apenas na prtica letiva,
procurmos, com o sentido formativo, e muito sumariamente, perceber como que o
item escrita trabalhado nos programas em vigor e nos manuais adotados. Partindo de
uma breve anlise aos citados documentos reguladores do proceso ensino-aprendizagem,
programas, metas curriculares e nos livros escolares adotados, bem como de alguma
bibliografia sobre esta temtica, destacamos a importncia da metodologia comunicativa e
do trabalho por tarefas como facilitador da aprendizagem desta competncia.
Palavras-chave Relatrio de Estgio, Metodologia comunicativa, Aprendizagem por tarefas, Oficina de
escrita, Prtica Pedaggica, Reflexo.
iv
Resumen
El presente trabajo intenta cumplir el desidertum de presentar una reflexin sobre las
prcticas pedaggicas desarrolladas a lo largo del curso lectivo 2012/2013, en la escuela Gro
Vasco de Viseu. Por eso, incluye la caracterizacin de la escuela y de los grupos, las clases
observadas y materiales correspondientes, actividades extracurriculares, acciones de
formacin para el profesorado frecuentadas y una reflexin final sobre todo este trayecto.
Adems, con una intencin formativa, ya que el papel del profesor no se agota en las clases
impartidas, intentamos percibir como las tareas de expresin escrita son trabajadas en los
manuales escolares y programas adoptados y en la investigacin terica. Subrayamos el papel
del aprendizaje centrado en el alumno, el enfoque comunicativo y la enseanza basada en
tareas, en el desarrollo del aprendizaje de la escritura como proceso facilitador de enseanza
de las tareas de expresin escrita.
Palabras-claves
Informe de prcticas, Metodologa comunicativa, Aprendizaje por tareas, Taller de escritura,
Prctica Pedaggica, Reflexin.
v
ndice
Dedicatria ii
Agradecimentos iii
Resumo iv
Resumen v
ndice de Siglas e Acrnimos viii
ndice de Figuras ix
ndice de Tabelas x
Introduo 1
Captulo I Contextualizao do Estgio 3
1. Descrio da escola 3
2. Caracterizao das turmas 3
2.1. A turma de portugus 3
2.2. As turmas de espanhol 5
3. Anlise crtica dos materiais de trabalho 7
3.1 Enquadramento terico da questo da Escrita 7
3.2. Os Programas 9
3.2.1. Os programas de portugus e a escrita 9
3.2.2 O programa de espanhol e a escrita 13
3.3. Os Manuais 14 3.3.1. O manual de portugus e a escrita 14
3.3.2. Os manuais de espanhol e a escrita 18
Captulo II
Atividade letiva
25
1. Portugus 25
1.1. Introduo 25
1.2 Planificaes e respetivos materiais de aulas observadas 26
1.3. Reflexo sobre as aulas 82
2. Espanhol 85
2.1. Introduo 85
2.2. Planificaes e respetivos materiais de aulas observadas
87
2.3 Reflexo sobre as aulas 138
vi
Captulo III
Atividades Extracurriculares 144
1. Atividades realizadas 144
Captulo IV
1. Aes de Formao 150
Consideraes finais
151
Bibliografia 153
vii
ndice de Acrnimos e Siglas
DGIDC- Direo-Geral de Inovao de Desenvolvimento Curricular
QECR - Quadro Europeu Comum de Referncia para as Lngua
E/LE Espanhol lngua estrangeira
LE Lngua estrangeira
Nvel A1 Nvel de Iniciao (segundo o Quadro Europeu Comum de Referncia para as
Lnguas) correspondente ao 7. e 10. Anos de Escolaridade
Nvel B1 Nvel de Iniciao (segundo o Quadro Europeu Comum de Referncia para as
Lnguas) correspondente ao 9 Ano de Escolaridade
TIC Tecnologias da Informao e Comunicao
DEB- Departamento de Educao Bsica
GAVE- Gabinete de avaliao Educacional
PCIC- Plan Curricular del Instituto Cervantes
E.E.- Expresso escrita
DT- Diretor de turma
PCT- Projeto Curricular de Turma
PAA- Plano Anual Atividades
viii
ndice de Figuras
Fig.1: Ptio da Escola Bsica Gro Vasco 3 Fig.2: Fig.2: Entrada da Escola Bsica Gro Vasco 3 Fig.3: Modelo representativo do processo de escrita (Flower e Hayes) citado por
BARBEIRO,1999:59.
8
Fig.4: Excerto do ndice do manual Com todas as Letras 17 Fig.5: Exerccio do manual Espaol 3- nivel elemental III 19 Fig.6: Exerccio do manual Espaol 3- nivel elemental III 20 Fig.7: Exerccio do manual l Ahora Espaol!1 23 Fig.8: Exerccio do manual Ahora Espaol!1. 24 Fig.9 : Textualizao 1. A.A texto de opinio 83 Fig.10: Textualizao 3.A.A-texto de opinio 83 Fig.11 Textualizao 2.A.A- carta informal 83 Fig.12:Textualizao 2.A.B carta informal 83 Fig.13: Textualizao 1.A.B texto de opinio 84 Fig.14: Textualizao 3. A.B texto de opinio 84
Fig.15: Nveis de escrita a atingir para o nvel A1.2 QECR: 55-56 140
Fig.16: Textualizao 1. A.A 142 Fig.17: Textualizao 2. A.B 142 Fig.18: Textualizao 3. A.C 143 Fig.19: Textualizao 4. A.D 143
Fig.20: Encontro com o escritor Pedro Seromenho 144 Fig.21: Leitura de textos aos alunos 144 Fig.22: Ida ao teatro com o 9ano. 144 Fig.23: Pea de teatro Auto da Barca do Inferno 144 Fig.24: Da de la hispanidad 145 Fig.26: Da del amor y la amistad 145 Fig.27: Navidad 145 Fig.28: Semana santa 145 Fig.29: Da del Libro 146 Fig.30: Venda de produtos tpicos 146 Fig.31: Chupa-chups 147 Fig.32: Caramelos, oleas 147 Fig.33: Alunos do 9E em Salamanca 148 Fig.34: Visita de estudo a Salamanca 148 Fig.36: Alunos do 9 F em Salamanca 148 Fig.35: Fig.35: Alunos do 9 F em Salamanca 149 Fig.37: Atividades feira do livro Viseu 149 Fig.38: Certificado de ao de formao de Espanhol 150 Fig.39: Certificado de ao de formao de Portugus 150
ix
ndice de tabelas
Tabela 1: Resultados esperados no domnio da escrita Novo programa de Portugus 11 Tabela 2: Caratersticas e material complementar do manual com todas as letras 14 Tabela 3: Caratersticas e material complementar do manual Espaol 3 nivel elemental 18 Tabela 4: Caratersticas e material complementar do manual Ahora Espaol!1 21 Tabela 5: Objetivos das tarefas das aulas de oficina de escrita 26 Tabela 6: Sntese das aulas de portugus de oficina de escrita, includas no relatrio 26 Tabela 7: Sntese das aulas supervisionadas de Espanhol, includas no relatrio 87
x
Introduo
A presente dissertao relata a prtica de ensino supervisionada realizada no ano
letivo 2012/2013 na Escola Bsica Gro Vasco em Viseu. Assume, este labor acadmico a
configurao de um relatrio que espelha uma concepo atual de processo de formao
profissional do docente, onde teoria e prtica caminham de mos dadas. Com efeito uma
formao terica que no se converta em prtica no passar de mera especulao e uma
prtica que no se apoie em teorias depressa se tornar num barco deriva. Conseguir um
bom equilbrio entre estas duas dimenses , por conseguinte, fundamental. E , exatamente
neste sentido que assume aqui toda a pertinncia a reflexo sobre os programas e manuais
em vigor para os nveis de ensino onde realizmos a atividade letiva supervisionada. Essa
anlise crtica dos nossos instrumentos de trabalho, a caraterizao das turmas onde
lecionmos e a descrio da escola do, assim, corpo ao primeiro captulo deste relatrio.
No obstante, o corao deste trabalho , por assim dizer, a atividade letiva que
realizmos na Escola acima referida, logo, o segundo captulo preenchido com o relato da
experincia ali vivida: aulas supervisionadas e reflexo sobre as mesmas. Num terceiro
momento relatmos as atividades extracurriculares e as aes de formao frequentadas.
Como j mencionmos, uma investigao sobre um tema terico, no era algo
imperativo a este labor acadmico, contudo, pareceu-nos importante faz-lo no s numa
perspetiva reflexiva, mas sobretudo, prtica, e, por isso, dedicmos ao ensino da escrita,
parte da nossa ateno. Esta concretizou-se num conjunto de aulas supervisionadas que
promoveram a aprendizagem dos processos de escrita. O material da atividade letiva que
colocmos neste relatrio, j que muito outro ficou de fora, o que se refere a essas aulas.
Com efeito, na reflexo que fizemos dos documentos programticos e manuais,
centrmos a nossa ateno na escrita e na forma como os mesmos tratam esta
competncia/domnio. O novo programa de portugus para o 3 ciclo (2009) conta com os
contributos de uma larga reflexo terica, oriunda de diferentes estudos que, desde os anos
90, marcaram a investigao sobre o ensino do portugus. Obviamente, tambm fazem parte
desse contributo terico as metodologias do ensino da lngua estrangeira emanadas dos
Programas de Lnguas Estrangeiras e do MCRl. Uma vez que o nosso estgio se realizava s
duas disciplinas, portugus (LM) e espanhol (ELE), pareceu-nos importante estabelecer um elo
de ligao entre estas que manifestasse o contributo que a ELE pode dar ao ensino da lngua
materna.
1
Slo son educadas las personas que han aprendido cmo
aprender, que han aprendido a adaptarse al cambio, que
advirtieron que ningn conocimiento es firme, que slo el
proceso de bsqueda del conocimiento da una base slida
para la seguridad. (Carl Rogers, 1975)
E, assim, aplicmos duas metodologias da LE, a comunicativa, neste caso no mbito da
produo escrita, e a aprendizagem por tarefas, no dominio da produo de duas tipologas
textuais: carta e texto de opinio. Realizmos trs ciclos de escrita (planificao,
textualizao e reformulao) com uma turma de Portugus do 9 ano e um com uma turma
de Espanhol do 7 ano. No final da apresentao dos materiais de cada disciplina, colocmos
alguns textos escritos pelos alunos acompanhadas por um breve comentrio. Pela natureza
deste relatrio, no se enquadraria um trabalho extenso de investigao, apenas procurmos
contribuir, na medida do possvel para o desenvolvimento da produo escrita, apoiados nas
atuais diretrizes dos documentos programticos para o ensino desta competncia. Se tivermos
contribudo para uma melhoria, por mais pequena que seja, da produo textual dos alunos
com os quais trabalhmos ter, j valido a pena.
Como bvio, em termos metodolgicos, no poderamos ter desenvolvido esta
investigao sem uma fundamentao terica slida que acompanhou sempre a prtica
supervisionada das aulas, neste caso, dedicadas oficina de escrita. Percorremos este
caminho apoiados por especialistas que, ao longo de vrios anos, dedicaram ao ensino da
escrita, a sua ateno e investigao didtico-pedaggica. Eis alguns: Flower e Hayes (1981),
Barbeiro(2003), Silva (2008), Camps (2006), Amor (1993), Carvalho (1999),
Barbeiro;Pereira(2007), Gonzlez (2005), Castro (1995), Fonseca (1992). Deles recolhemos
linhas orientadoras que guiaram a nossa interveno pedaggica, que passamos muito
sumariamente a destacar:
a) a escrita uma atividade cognitiva complexa, mas passvel de ser ensinada e no um dom
inato que coube em sorte a alguns;
b) o desenvolvimento desta supe um treino sistemtico, trabalho continuado, exerccio
intelectual, apropriao de certas tcnicas;
c) o ensino eficaz desta passa pela realizao de um ciclo de escrita-planificao,
textualizao e reviso dos textos;
d) a reflexo progressiva sobre a aprendizagem construda durante o ciclo de escrita deve
centrar-se no s no produto final, mas tambm no processo de construo textual.
As metodologas manejadas so as habituais num relatrio de carter terico-pratico
a saber: observao direta, os mtodos dedutivo-indutivo, comparativo e analtico.
Em suma, com o presente trabalho procurmos no s refletir sobre a nossa
experincia vivida na mencionada escola, mas tambm dar conta do trabalho realizada nos
nveis de ensino que nos foram distribudos, bem como das atividades extracurriculares e
aes de formao frequentadas que se revelaram muito teis no nosso crescimento.
2
Captulo I
Contextualizao do Estgio
1. Descrio da escola
A escola onde realizmos a prtica pedaggica possui uma larga histria, inaugurada
em 13 de setembro de 1969, foi concebida para 1088 alunos-608 rapazes e 480 raparigas.
Contudo, rapidamente ficou superlotada e logo no seu primeiro ano de existncia a populao
escolar atinge os 1320 alunos, 5 contnuos e dois escriturrios de 2 classe. Este
estabelecimento, inicialmente, criado para ser Liceu feminino foi adaptado a Escola
Preparatria com duas sees: uma ala norte destinada s raparigas e uma ala sul para os
rapazes, esta separao dos sexos no espao escolar foi extinta em 1973/1974. Esta
configurao em alas ainda patente no edifcio escolar, atual, revelando-se um espao
disperso. O edifcio aguarda por uma interveno para adequao e remodelao dos seus
espaos. Possui salas de aulas, secretaria, direo, sala de alunos com bar, sala de
professores, cantina, ginsio, campo desportivo, recreios, sala de informtica, uma biblioteca
com um amplo espao para os alunos onde podem utilizar computadores, ver filmes, ler ou
jogar. Esta biblioteca, ligada a rede escolar, dinamiza bastantes atividades convertendo-se,
tambm, num espao de aprendizagens diversificadas.
Fig.1: Ptio da Escola Bsica Gro Vasco Fig.2: Entrada da Escola Bsica Gro Vasco
1
A maior taxa de frequncia de alunos registou-se no ano letivo de 1980/1981. Nos
ltimos quatro anos a escola tem vindo a diminuir o nmero de discentes.
1 As informaes usadas para proceder a esta caracterizao sumaria da escola figuram no Projeto
Educativo 2011-2014 dsponvel em
http://portal.graovasco.net/images/stories/docs2/projectos/PEdu11_14.pdf [ltima consulta
20/03/13].
3
http://portal.graovasco.net/images/stories/docs2/projectos/PEdu11_14.pdfhttp://www.google.pt/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&docid=u7mvuiKUwU_22M&tbnid=jhgQvXBe6z8ExM:&ved=0CAgQjRwwAA&url=http://www.panoramio.com/photo/54238131&ei=tX6sUb3hOJGy7AaSm4HwCQ&psig=AFQjCNGSF38jwja7Ksbq4HuCCFx-KbtWtw&ust=1370345525978015
Nos ltimos dados estatsticos disponveis a Escola Bsica Gro Vasco tinha 955 discentes, 117
docentes e 43 funcionrios.
Com a nova organizao das escolas, foi criado, no final do ano letivo 2002/2003, o
Agrupamento de Escolas da Zona Urbana de Viseu Gro Vasco. Este constitudo por dois
jardins de infncia, quatro escolas de 1 ciclo e por uma Escola Bsica do 2 e 3 ciclo. No
total do agrupamento a populao escolar possui 1738 alunos, 189 docentes e 87 funcionrios.
A sede deste ncleo de espaos escolares a Escola Bsica de 2 e 3 ciclo Gro Vasco, local
onde desenvolvemos o nosso trabalho.
O Agrupamento abarca trs freguesias da cidade de Viseu: S. Jos, St Maria e
Corao de Jesus. A cidade de Viseu, localizada num planalto entre o Caramulo e a Estrela,
possui umas boas vias de comunicao terrestre que levaram ao desenvolvimento da regio, o
sector tercirio e o comrcio so as atividades econmicas mais importantes.
Os alunos deste agrupamento provm, assim, de famlias que na sua maioria vivem do
comrcio, e de uma pequena minoria que se dedica agricultura, de um grupo de etnia
cigana que se dedica ao comrcio (feira) e de famlias da classe mdia alta.
Existe tambm uma variedade de culturas e lnguas maternas diferenciadas, j que
um grupo de alunos oriundo de famlias de imigrantes a viver em Portugal. Para estes alunos
preciso encontrar uma proposta educativa diferenciada, que permita a sua integrao.
H, tambm, um nmero considervel de crianas e jovens vindas de ncleos
familiares com graves carncias econmicas em que algumas destas famlias recebem o
rendimento de insero social. Alm de um conjunto de crianas e jovens que vivem em
vrias instituies sociais de acolhimento a menores em risco, situadas na zona do
Agrupamento da Escola Gro Vasco, uma parte considervel dos discentes desta escola
frequentam esses lares de crianas e jovens. Esta realidade reflete-se na escola, onde
encontramos um conjunto de alunos com dificuldades do ponto de vista socioeconmico, mas
tambm com graves carncias afetivas, provenientes de famlias desajustadas sem
capacidade de as acompanhar no processo de ensino-aprendizagem, afetando, naturalmente,
os seus resultados escolares. De tudo o que atrs foi dito se depreende que a pluralidade e a
diversidade de necessidades, presente no agrupamento, exigem um esforo acrescido por
parte de toda a comunidade educativa. Um corpo de docente estvel e uma preocupao real
pelas necessidades dos alunos, bem como um empenho por parte de toda a comunidade
educativa, levam a instituio a ultrapassar os mltiplos constrangimentos que possui e a
atingir nveis muito satisfatrios a nvel da taxa de sucesso escolar dos alunos. Assim, nos
resultados escolares, obtidos no ano passado, e referimo-nos ao nmero de transies e
retenes, a mdia do aproveitamento escolar no Agrupamento atingiu os 94,3 %, acima at
das metas estabelecidas no projeto educativo que eram a de alcanar uma taxa de 92%.
4
No que se refere s provas de aferio verificou-se, igualmente, os bons resultados
alcanados pelos alunos do agrupamento quando comparados com a mdia nacional.
O excelente trabalho que a escola tem desenvolvido, foi reconhecido, na avaliao
externa, do ano letivo de 2009/2010 ao obter a classificao de muito bom em todos os
domnios analisados: resultados, prestao de servio educativo, organizao e gesto
escolar, liderana e capacidade de autoregulao e melhoria. de salientar que entre
300 escolas sujeitas a avaliao externa pela Inspeo-Geral de Educao, apenas 4
obtiveram este resultado. Umas instalaes antigas e a necessitarem de remodelaes e
adaptaes de espao, entre outras contingncias, no impedem esta escola de desenvolver
um trabalho meritrio, num contextos socioeconmico nem sempre fcil.
A escola recebeu o ncleo de estgio da Universidade da Beira Interior em ensino de
Portugus/Espanhol no ano letivo 2012/2013 de uma forma calorosa o que permitiu a nossa
fcil integrao, docentes, funcionrios, direo sempre se mostraram disponveis para nos
ajudar e partilhar connosco a sua experincia.
As duas professoras cooperantes, Dr Paula Figueiredo que orientou o estgio de
portugus e a Dr Ana da Piedade Pinheiro que se ocupou da disciplina de Espanhol, desde o
incio manifestaram a sua disponibilidade em colaborar connosco neste processo de formao,
auxiliando-nos, confiando nas nossas capacidades e dando-nos o alento necessrio nos
momentos mais difceis.
A boa relao que se estabeleceu entre os elementos do ncleo de estgio permitiu-
nos trocar experincias partilhar conhecimentos e criar um esprito de entre-ajuda que muito
favoreceu e enriqueceu o trabalho desenvolvido.
2. Caraterizao das turmas
2.1. A turma de Portugus
A primeira turma que passamos a caraterizar o 9 F, com a qual trabalhamos ao
longo deste ano letivo. Na primeira reunio com a orientadora de portugus, ficou decidido
que desenvolveramos toda a prtica pedaggica com este grupo. A turma formada por 24
alunos, 12 rapazes e 12 raparigas; a mdia de idades dos discentes situa-se nos 14 anos. H
uma aluna que possui graves dificuldades cognitivas e tem, por isso, um currculo prprio e
no frequenta a disciplina. Existem outros dois alunos com necessidades educativas
especiais2, possuindo adaptaes curriculares a portugus, que requerem por exemplo uma
formulao de perguntas nas provas de avaliao mais simplificada.
Note-se que estes discentes apresentam um comportamento instvel e algumas limitaes a
nvel social e relacional, tudo isto se reflete na sua aprendizagem. H ainda trs discentes
2 Estas informaes e todas a que se referem a dados pessoais e socioeconmicos fazem parte do PCT das respetivas e foram fornecidas pelo DT.
5
repetentes com planos de acompanhamento, dois dos quais disciplina de portugus.
A nvel socioeconmico o grupo enquadra-se no perfil traado aquando da
caraterizao da escola. No campo das habilitaes acadmicas dos progenitores, a maioria
tem o 12 ano de escolaridade e uma percentagem considervel possui estudos superiores,
outro nmero elevado completou o 6ou o 9 anos. Um grupo de nove alunos tem apoio social
escolar.
O comportamento e os resultados da turma so satisfatrios, contudo, difcil
encontrar um nvel de cinco neste grupo de alunos. Adotam uma atitude de pouca ambio e
no parecem muito interessados em obter resultados escolares elevados. Cumprem o mnimo
que lhes pedido e frequentemente era necessrio incentiv-los ao trabalho e a participarem
com mais empenho nas atividades propostas. No obstante, uma turma bastante simptica
com a qual foi possvel estabelecer, desde o incio, uma relao prxima e de respeito mtuo.
2.2. As turmas de Espanhol
No mbito da disciplina de espanhol, iniciamos a nossa prtica letiva com uma turma
do 9 ano o grupo do 9E constitudo por 25 alunos, 12 rapazes e 13 raparigas com uma mdia
de idade de 14 anos. A maioria dos discentes vive com os pais, s uma aluna mora com a av
e outra com o padrinho. H 4 elementos que beneficiam de apoio escolar. Um aluno
apresenta necessidades educativas especiais, embora no tenha um currculo prprio a
disciplina.
As disciplinas preferidas dos discentes so a educao fsica e as cincias da natureza,
entre as que menos gostam e onde afirmam ter mais dificuldades contam-se a matemtica e a
histria e ainda a lngua portuguesa. Vrios discentes frequentaram no ano letivo anterior de
apoio pedaggico acrescido, 10 a matemtica, 9 a lngua portuguesa e 7 a ingls.
No h casos de doenas ou situaes particulares a assinalar, mas um elemento do
grupo sofre de hiperatividade e dfice de ateno, o seu comportamento instvel e por
vezes um pouco perturbador.
No campo das habilitaes literrias dos encarregados de educao a maioria tem
uma formao mdia ou superior ou o 12 ano. Um nmero mais reduzido possui o 9ou o
6ano.
A turma tem na generalidade bom aproveitamento e um grande nmero de alunos
apreende com muita facilidade os contedos lecionados. No que se refere ao comportamento
o grupo agitado e barulhento, o que dificulta um pouco trabalho e prejudica o
aproveitamento de alguns alunos que poderiam obter melhores resultados.
No entanto, de um modo geral, revelam um interesse pela disciplina de Espanhol e
um gosto por aprender vocabulrio e saber mais sobre a lngua e a cultura espanhola, apesar
do comportamento s vezes um pouco perturbador, so a turma do 9 ano que obteve
melhores resultados.
6
A outra turma onde desenvolvemos a prtica pedaggica tem caratersticas muito
diferentes uma turma do 7 ano com 26 alunos, 12 rapazes e 14 raparigas a maioria dos
elementos da turma tem doze anos.
H vrios alunos com grandes dificuldades de aprendizagem e com pouco interesse
nas atividades escolares. Alguns alunos j repetentes deste grupo adotam um comportamento
incorreto e uma atitude de confrontao e desafiadora em relao ao professor.
A nvel socioeconmico, o grupo enquadra-se no perfil traado aquando da
caraterizao da escola. A nvel das habilitaes acadmicas dos progenitores, a maioria tem
o 12 ano de escolaridade, outro nmero elevado completou o 6ou o 9 anos. H alguns
alunos que provm de meios familiares complicados e so acompanhados pela psicloga da
escola.
Uma das grandes dificuldades da turma concentrar-se nas atividades, devido
constante agitao. Vrios elementos da turma apresentam dificuldades em apreender os
contedos, os resultados escolares refletem essa realidade, em quase todas as disciplinas h
bastantes nveis negativos.
Ao incio, foi um pouco difcil trabalhar com esta turma, mas com o passar do tempo e
um aumento do conhecimento do grupo, optmos por atividades motivadoras, curtas, variadas
e simples que se adequavam as caratersticas do grupo.
Gostaramos de salientar que uma ajuda importante consistiu na troca de ideias com
a orientadora cooperante, as colegas de estgio que assistiam as nossas aulas e nos davam
sugestes, bem como a participao, nas reunies de conselhos de turma.
3. Anlise crtica dos materiais de trabalho
3.1. Enquadramento terico da questo da escrita
Desenvolver a competncia da escrita fundamental para a vida em sociedade e a
escola constitui um lugar primordial do seu ensino. O sucesso ou insucesso escolar do aluno
advm muito da capacidade escrevente que este possui ou que conseguir adquirir. De
facto, em quase todas as disciplinas, a escrita ocupa um lugar determinante. Por isso mesmo,
necessrio envolver todos os profesores, e no s o de lngua materna, na promoo do
desenvolvimento desta competncia. Uma perspetiva integradora dos conhecimentos
adquiridos nas vrias disciplinas e tambm do prprio meio onde a escola se insere, ser uma
mais-valia para o desenvolvimento de uma competncia complexa que envolve distintas
componentes.
7
De facto, a investigao terica empreendida sobre a escrita sublinha este aspeto,
mostrando que o ensino da mesma um processo complexo e que exige um enorme esforo
de quem a aprende, mas tambm de quem a ensina. A diversidade de componentes e
conhecimentos que esta pressupe , alis, sublinhada em diversos autores tais como: (Amor,
1993; Barbeiro, 1999; Camps, 2006; Barbeiro; Pereira, 2007; Reis et al. 2009).
No mbito da investigao terica da escrita, no poderamos deixar de referir o
modelo de Flower e Hayes (1981) que to grandes contributos didticos trouxeram para o
ensino desta competncia. Estes especialistas colocam definitivamente em evidncia a
importncia do contexto de produo da escrita, salientando que o professor deve colocar o
enfoque no processo da escrita e no s na avaliao textual final. Doravante, escrever,
enquanto ato de ensino, deve ser encarado como um processo e no um produto inserido num
contexto de produo, claramente definido, pois o aluno, deve saber a quem escreve
(destinatrio) e para que escreve (objetivo).
Fig. 3: Modelo representativo do processo de escrita (Flower e Hayes) citado, por Barbeiro 1999:59.
A escrita um processo que engloba vrias fases, a saber, planificao textualizao
e reviso. A planificao permite-nos organizar o saber e construir um plano; a textualizao
a passagem do plano ao que converte as ideias em linguagem escrita visvel; a reviso
consiste na comparao entre o texto produzido e aquele que era pretendido, levando a
reformulaes.
8
Planificao Reviso
Tarefa de Escrita
Tpico
Auditrio
Situao motivadora
Texto Escrito
(em produo)
Enquadramento
c
o
n
c
e
o
Organizao
R
e
d
a
o
Leitura
Correo
Controlo
Contexto de produo
Memria de longo
prazo do redator
-Conhecimento do
tpico
-Representaes
sobre o auditrio
-Esquemas-tipos
dos textos
Os novos documentos reguladores do ensino que passamos, agora, a analisar tm uma
clara influncia destes contributos tericos que salientmos.
3.2. Os programas
3.2.1. Os programas de Portugus e a escrita
Realizar a prtica de ensino supervisionada numa turma de 9ano, como j referimos,
gerou a necessidade de analisar o programa de portugus de 1991 e o de 2009 e ainda a
recorrer s metas para a disciplina de portugus deste nvel de aprendizagem. Por isso,
faremos uma breve anlise de cada um destes documentos, colocando a nossa ateno na
competncia da escrita.
Desde os anos 90 que o papel do aluno como construtor do processo de aprendizagem
salientado, abrindo-se caminho a uma nova relao pedaggica entre docente e discente,
que percorre todos os documentos reguladores da prtica pedaggica. Ao professor cabe,
ento, promover a partilha de saberes e adequ-los ao contexto onde ensina; ao aluno,
centro de todo este processo cabe-lhe um papel ativo e corresponsvel na prpria construo
do conhecimento.
O Programa de Portugus de 1991 para o 3 ciclo um marco visvel desta nova
perspetiva que marcar todos os documentos reguladores do processo de ensino-
aprendizagem que lhe seguem.
O documento constitudo por dois volumes: Organizao Curricular e Programas de
Lngua Portuguesa para o Ensino Bsico, vol. I e o Plano de organizao do ensino
aprendizagem para o 3 ciclo, vol. II (DGEB, 1991).
A primeira parte, prope um currculo em espiral que se repete e alarga
progressivamente. As orientaes para os diferentes anos de escolaridade aparecem descritas
em unidades separadas, em textos programticos distintos, independentes, embora se
pressuponha a sua articulao, pensamos, no entanto, que a mesma difcil de conseguir,
devido a um grande distanciamento entre os ciclos.
Apresenta um conjunto de finalidades nas quais a aprendizagem ultrapassa
largamente a fronteira do lingustico e confere ao ensino da Lngua Portuguesa um carcter
transversal e generalista. De facto, como sublinham vrios autores, o programa pouco avana
na individualizao da disciplina e privilegia, antes, uma formulao genrica de finalidades,
que colocam o aluno no centro e destacam a necessidade de promover o seu progresso
individual, a sua integrao plena na sociedade. Das setes finalidades enunciadas, verifica-se
que seis partem da lngua para a abertura, a compreenso, a autonomia e que uma pretende
consolidar valores morais (Cf.REIS; ADRAGO: 1992, CASTRO; SOUSA: 1992).
9
Com efeito, o referido documento organiza-se em trs contedos nucleares:
comunicao oral, leitura, escrita, que por sua vez se distribuem por trs domnios:
Ouvir/Falar; Ler e Escrever.
Os contedos nucleares, segundo as prprias palavras do programa, devem entender-
se numa perspetiva funcional.
O domnio da escrita divide-se em trs tpicos: expressiva e ldica, apropriao de
modelos e tcnicas, aperfeioamento de texto.
Um primeiro aspeto que gostaramos de salientar a separao que feita no
documento entre a produo do texto e o seu aperfeioamento, esquecendo que o processo
de escrita engloba a planificao, redao e a reformulao do texto. Por isso, Jos Brando
(1991) afirma que os programas centram a ateno no produto e no no processo. Embora o
documento saliente a importncia de atividades de aperfeioamento do texto que
desenvolvam mecanismos de autocorreo e consciencializam o aluno de que um texto pode
ser sempre melhorado (cf. DEGB, 1991b: 40).
Outro aspeto que pode ser problemtico, a gesto do tempo desta competncia. A
escrita expressiva e ldica tem mais tempo destinado do que os outros tipos de produo
textual (Cf.DEGB, 1991b:56). No entanto, a ns, parece-nos excessivo o tempo que lhe
conferido, em detrimento do aperfeioamento textual e da escrita para a apropriao de
tcnicas e modelos e impe-se a seguinte questo: como se produz texto criativo, sem
dominar as tcnicas de produo textual? No conduzir isto necessariamente e a um ensino
da escrita que leva os discentes a colocarem-se diante de uma folha de papel em branco, sem
saber o que escrever.
O novo programa de portugus de 2009 representa o produto final de uma reflexo
que, ao longo de um perodo de tempo, se fez e para a qual se consultaram vrios
especialistas, investigadores, professores. O objetivo era elaborar um documento que se
adequasse a nova realidade do ensino. De fato, vrios anos haviam j decorrido, novos
conhecimentos tericos e realidades diferentes se impunham e, por isso, a necessidade de
establecer orientaes programticas diferentes, no numa perspetiva de ruptura, mas de
continuidade, como o salienta o prprio texto.
As orientaes curriculares so agora organizadas por competncias e no por
objetivos, so definidas para o 3 ciclo quatro competncias: oralidade, escrita, leitura e
conhecimento explcito da lngua (CEL) e um descritor de desempenho que descreve o
resultado esperado e o contedo de carter declarativo e procedimental. Ademais,
acresce ainda dizer que: O desenho curricular do novo programa de portugus est
concebido para trabalhar por ciclos e a aprendizagem constitui um movimento apoiado em
aprendizagens anteriores; do mesmo modo, entende-se que o desenvolvimento do currculo
um continuum em que o saber se alarga, se especializa, se complexifica e se sistematiza
(REIS et al. 2009: 113).
10
No que se refere escrita salienta-se que, neste nvel de ensino, se deve procurar um
aprofundamento e reflexo sobre os mecanismos textuais, uma vez que os alunos ao longo dos
anos anteriores j tiveram ocasio de observar, produzir, rever vrios formatos. O objetivo
levar os alunos a apropriaram-se de mecanismos de produo textual mais complexos que lhes
permitam utilizar a escrita para pensar, comunicar, construir conhecimento.
A competncia da escrita definida da seguinte forma no documento: Entende-se
por escrita o resultado, dotado de significado e conforme gramtica da lngua, de um
processo de fixao lingustica que convoca o conhecimento do sistema de representao
grfica adoptado, bem como processos cognitivos e translingusticos complexos (planeamento,
textualizao, reviso, correo e reformulao do texto).(REIS et al.2009: 17).
Define que o aluno deve atingir os seguintes resultados no domnio da escrita:
Tabela 1: Resultados esperados no domnio da escrita novo programa de Portugus 3 ciclo
11
Escrever para responder a necesidades especficas da comunicao em diferentes contextos e
como instrumento de apropriao e partilha de conhecimento.
Recorrer autnomamente a tcnicas e procesos de planificao, textualizao e reviso,
utilizando instrumentos diferentes de apoio, nomeadamente ferramentas informticas.
Escrever com autonomia e fluncia diferentes tipos de textos adequados ao contexto, s
finalidades, aos destinatrios e aos puportes de comunicao, adoptando as convenes prprias
do gnero selecionado.
Produzir textos em termos pessoais e criativos, para expor e representaes pontos de vista e
mobilizando de forma criteriosa informao recolhida em fontes diversas.
Produzir textos em portugus padro, recorrendo a vocabulrio diversificado e a estruturas
gramaticais com complexidade sinttica, manifestando dominio de mecanismos de organizao,
de articulao e de coeso textuais e aplicando corretamente regras de ortografa e pontuao.
(REIS et al., 2009:117)
o novo programa de portugus em relao escrita, assenta j numa concepo diferente,
entendendo-a como um processo que supe vrias fases e destaca o papel desta como
construtora de conhecimento, salientando, tambm a importncia do contexto da produo
que tem em conta a tipologia de texto e o destinatrio.
A importncia das novas tecnologias e as inmeras possibilidades que estas trazem ao
ensino so, vrias vezes, abordadas nos novos contedos programticos. Com efeito, referem
que o docente dever explor-las no contexto da sala de aula. No domnio da escrita, o
computador deve ser visto como um auxiliar e no um inimigo que afasta os alunos da
produo textual. Na reformulao dos textos, a utilizao do processador de textos, os
dicionrios e as gramticas disponveis na internet so um exemplo de uma aplicao prtica
que podem contribuir, em muito, para uma autonomia do aluno e uma maior implicao do
mesmo na processo de aprendizagem. O professor visto como agente do desenvolvimento
curricular que deve adequar as orientaes curriculares ao seu contexto especfico.
Um outro documento emanado do DGIDC em 2012, regula a prtica pedaggica e
apresenta as metas curriculares para cada disciplina. No caso do portugus definido mais
uma competncia que no estava presente no novo programa: a Educao Literria. No fundo,
as metas definem os contedos fundamentais dos programas e esto definidas por ano de
escolaridade, incidindo nos desempenhos, isto , naquilo que se espera que os alunos
aprendam. Adite-se que estas tm um carter obrigatrio a partir do prximo ano letivo.
Em suma, os dois documentos programticos centram o ensino no aluno e na
necessidade de promover uma aprendizagem autonma. Estamos conscientes de que o
conhecimento, atualmente, algo que se constri progressivamente. Por isso, a escola de
hoje s pode ser aquela que prepara os seus alunos para a mudana, a aceitao da diferena
num mundo cada vez mais plural e que os prepara para agir e atuar em mltiplos contextos.
Nesse sentido, pensamos que o que marca o novo programa de portugus uma concepo
mais oficinal do processo de ensino/aprendizagem visvel na organizao em competncias.
A aula deve converter-se numa oficina onde o aprendente treina competncias e o
professor as ensine, de facto, onde no se diga:- escreve, - l e depois se avalie o produto
final, mas pelo contrrio, se ensine a faz-lo, acompanhando o aluno e fazendo com ele o
caminho. evidente que isto no fcil com programas to extensos como os atuais, com a
presso dos exames finais que obrigam a uma gesto dos contedos sem grandes margens para
trabalho individualizado e com turmas cada vez maiores.
12
3.2.2. O programa de Espanhol e a escrita
Ao refletir sobre os instrumentos de trabalho de espanhol, sejam eles o programa ou o
manual, algo temos de ter claro priori a metodologia comunicativa que est subjacente ao
ensino atual de uma lngua estrangeira, no nosso caso o Espanhol.
O processo de ensino-aprendizagem dever estar centrado na ao, j que o
aprendente visto como um ator social que utiliza a lngua para cumprir determinadas
tarefas (lingusticas e extralingusticas) em determinadas circunstncias e ambientes num
domnio de atuao especfico, tal como o define o QECR.
O programa de espanhol constitudo por um s volume que contm o programa e a
organizao curricular e define as aprendizagens para o 3ciclo 7, 8 e 9. Na introduo ao
programa salientado que o professor deve adotar os contedos, adequando-os ao seu
contexto e que estes devem ser entendidos com flexibilidade e abertura. Estes encontram-se
divididos em trs campos: conceitos, procedimentos e atitudes foram definidos para cada um
desses aspetos os seguintes domnios: compreenso oral, expresso oral, compreenso
escrita, expresso escrita, reflexo sobre a lngua e a sua aprendizagem, aspetos
socioculturais.
Estes so entendidos numa linha progressiva ao longo do ciclo, por isso, nos dois
quadros que integra um com os elementos gramaticais e o outro com os domnios, verficamos
que a maioria abordada nos trs anos. Tornando-se fcil de estabelecer uma articulao
entre os vrios nveis e traar um caminho de progresso e aprofundamento das
aprendizagens.
Apresenta um conjunto de objetivos gerais que dizem respeito lngua e ao seu
conhecimento, mas tambm cultura do pas e sua diversidade, como sabemos no Espanhol
devemos ter em ateno todo um mundo hispnico que no pode ser esquecido, e define
ainda, objetivos que se referem ao desenvolvimento pessoal (cf. DEB, 1999:9).
No domno da escrita, e no que se refere tambm produo do texto que sempre
encarado num contexto comunicativo, como sublinha o prprio programa;
algum escreve algo para algum com una finalidade (DEB,1999:30). Os contedos
programticos referem a necessidade de criar situaes de comunicao real a nvel da
escrita pode ser, por exemplo, a troca de correspondncia.
As metodologias comunicativas que o programa apresenta como a aprendizagem por
tarefas e os projetos cooperativos de ensino possibilitam, no domnio da escrita, a realizao
de atividades mais duradouras que promovam verdadeiramente a aprendizagem centrada no
processo feito de pequenos passos que conduzam ao produto final. Alm do carter social e
comunicativo que preside todas as atividades do ensino da lngua estrangeira e conferem,
naturalmente, um carter utilitrio a produo do texto.
13
Escrever torna-se assim muito mais motivador para o aluno que encontra um sentido para
aquilo que realiza.
As metas da disciplina de espanhol que fazem uma sntese dos principais contedos a
abordar definem, por exemplo para cada domnio metas intermdias e finais. No que se
refere ao Nvel A1.2, onde realizamos a nossa oficina de escrita, referem que o aluno dever
ser capaz de:
Apresentar-se, descrever outras pessoas, hbitos, gostos, de preferncias, lugares e
acontecimentos,
Utilizar frases muito simples com estruturas gramaticias muito elementares
Escrever textos muito simples e curtos (30-40 palavras)
Era portanto neste patamar que nos situvamos para desenvolver o nosso trabalho
com os alunos.
3.3 Os manuais
3.3.1. O manual de portugus e a escrita
O manual adotado na escola segue ainda o programa antigo, ainda em vigor, para o 9
ano; aguardamos com expectativa os novos que sairo no curso deste ano letivo.
Apresentamos um quadro que contm as principais caratersticas do livro e o material
complementar que o acompanha.
Tabela 2: Caratersticas e material complementar do manual Com todas as letras
Ttulo do Manual Autores Data Editor Material complementar
Caratersticas fsicas
Com todas as letras, lngua portuguesa -9 ano.
Fernando
Costa, Olga
Magalhes
Reimpr. 2012
Porto Editora
Livro oferta ao
aluno: um fio de
fumo nos confins
de mar, Alice
Vieira. Com
proposta de
leitura orientada
no manual.
Cd udio
Manual do
professor.
Jogo didtico de
lngua
Dimenso
195 x 269 x 26 mm
Encardenao
Capa mole Revisor:
Antnio
Moreno,
Helena Couto
Lopes, Joo
Veloso
N de pginas
304
Caderno de
exerccios.
N de pginas
32
14
http://www.portoeditora.pt/sobrenos/autores/index/tema/autores?id=749http://www.portoeditora.pt/sobrenos/autores/index/tema/autores?id=749http://images.portoeditora.pt/getresourcesservlet/image?EBbDj3QnkSUjgBOkfaUbsKIiGhhTnv74wHCxfUMk1Oj7zJvja6XtneOQj7EutCJw&width=275
O livro encontra-se dividido em quatro unidades e a cada uma delas corresponde a
uma tipologia textual. A iniciar o livro temos a unidade 0 intitulada: recomear onde
encontramos umas atividades iniciais dirigidas ao aluno. No final do manual encontramos um
um apndice gramatical e um banco de imagens.
De seguida encontramos manual a unidade 1 Texto narrativo em prosa, unidade 2
Texto dramtico, unidade 3 Texto narrativo em verso, unidade 4 Texto potico. A
prpria unidade 0 apresenta logo como primeiro objeto de estudo a distino entre texto
literrio e no literrio e a seguir coloca uma questo: o que vou estudar? E apresenta ao
aluno, visto que a ele se dirige, um quadro incompleto que dever completar a partir da
consulta do ndice geral e do remissivo. Ao alunos so apresentados textos de diferentes
tipos - em primeiro lugar, literrios e em segundo, outros textos, que aparecem assim
designados, de carter funcional ou utilitrio. Estes textos so englobados num quadro
conjunto que vai desde a notcia, ao resumo e ao inqurito. evidente que a leitura de textos
e a literatura so muito importantes, no entanto, a organizao deste instrumento de
trabalho poder dar uma viso demasiado redutora da disciplina. Tantas vezes ao
perguntarmos aos nossos alunos ou a crianas e jovens que nos so prximos:- o que que
fizeste na aula de portugus? No ouvimos ns esta resposta-: sempre a mesma seca
lmos um texto!
Se observarmos o ndice geral encontramos, num plano horizontal, a tipologia textual
e, na vertical, trs colunas: a primeira, texto/autor, a segunda outros textos, e a terceira,
atividades/contedos/competncias. Em relao terceira coluna, so includos contedos,
competncias e atividades, como se houvesse uma equivalncia entre estes trs termos. O
maior nmero de exerccios propostos prendem-se com a leitura, sempre colocados em
primeiro lugar e associados frequentemente compreenso textual: ler compreender. Este
lugar preponderante da leitura ainda acentuado com outro item do manual, intitulado ler
mais. Para mais nenhuma outra competncia isto proposto, seja o funcionamento da
lngua, a oralidade ou a escrita.
Em relao escrita o manual coloca-a sempre em ltimo lugar o que parece indicar
uma concepo deste domnio da aprendizagem como o corolrio de todas os outros. Uma
ideia de que se o aluno souber ler bem e compreender o texto, falar corretamente e conhecer
a gramtica, saber escrever. Em nosso entender este um erro grave no ensino da escrita
que exige treino e exerccio continuado. De facto, a aquisio e o domnio desta no so s
fruto do desenvolvimento da oralidade, leitura e conhecimento da lngua, podem,
certamente, facilit-la, mas no s deles, depende o sucesso ou insucesso da aprendizagem
da escrita.
15
O professor no pode julgar que, se o aluno l e compreende bem o texto e conhece as
regras gramaticais das estruturas frsicas, imediatamente escrever de uma forma correta,
deve antes proporcionar atividades especficas que desenvolvem esta competncia.
Os exerccios de aplicao da escrita deste manual revelam-se, muitas vezes,
imprecisos nas indicaes que do para a redao do texto. Veja-se o seguinte exemplo:
depois da anlise da cena Corregedor e o Procurador do Auto da Barca do inferno,
pedido ao aluno que escreva uma carta ao rei, expondo a injustia de que foram alvo e a
reparo da situao. No se faz qualquer indicao quanto extenso da produo, nem se
referem os elementos desta tipologia textual.
Os modelos de texto que o manual contm so os de algumas produes utilitrias
como a ata a convocatoria (cf 247) que so trabalhados desde h muito pelos alunos. Em
relao ao texto de carter argumentativo/ opinio, nunca aparece um exemplo que destaca
as partes constituintes desta tipologia textual. E, no entanto, sabemos como este texto deve
ser trabalhado no 9ano. No excerto do ndice aqu colocado podemos comprovar o que foi
dito.
16
Fig.4: Excerto do ndice do manual Com todas as Letras
17
3.3.2. Os manuais de Espanhol e a escrita
Na disciplina de espanhol trabalhmos com dois nveis de ensino e portanto
analisaremos os dois manuais em causa. Apresentamos um quadro sntese com as principais
caractersticas e o material complementar que os acompanha.
Tabela 3: Caratersticas e material complementar do manual Espaol 3- nivel elemental III
Ttulo Autores
Data Editor Material
Complementar
Caratersticas fsicas
Espaol 3- Nivel
Elemental III
Manuel del Pino Morgdez Lusa Moreira, Suzana Meira
Edio/reimpresso:
2013
Porto
Editora
Cd udio Dimenses: 212x 275x 8 mm
Encadernao: Capa mole
N de pginas: 144
Reviso
cientfica e
lingustica:
Manuel del
Pino
Morgdez
Caderno de exerccio N de pginas: 80
O manual Espaol 3, da Porto Editora, segue as recomendaes metodolgicas
estabelecidas pelo Marco Comm Europeo de Referncia (MCER).Tem 144 pginas e est
dividido em 10 unidades, cada uma est estruturada em 5 partes. Inicia o seu percurso com
Para empezar, onde dado a conhecer o tema que vai ser tratado. Aqui so apresentados
diferentes tipos de exerccios de vocabulrio para que o aluno possa assimilar o lxico.
Depois, temos o Consultorio gramatical, onde apresentado um tpico gramatical que se
sistematiza atravs de vrios exerccios; a seguir surge Ahora dilo t, onde posta em prtica
a competncia da oralidade. Em quarto lugar, h sempre um texto relacionado com o tema
Leer para contar com diferentes tipos de exerccios de compreenso e tambm de
alargamento de conhecimentos a vrios domnios. Para terminar, o aluno convidado a
escrever Ahora escribe t com exerccios muito diferenciados. Como podemos constatar, as
atividades de produo textual tambm so colocadas em ltimo lugar, da mesma forma que
o fazia o manual de portugus.
No final do livro h um glossrio que os alunos podem consultar para alargar o seu
vocabulrio e tambm um conto e um conjunto de canes.
18
http://images.portoeditora.pt/getresourcesservlet/image?EBbDj3QnkSUjgBOkfaUbsKIiGhhTnv74wHCxfUMk1OizI5npq5EEg24BMoN7MCRD&width=275
A incluso do conto parece indicar que os autores tm a conscincia de que o aluno
portugus, dada a proximidade das duas lnguas, adquirir facilmente capacidades de leitura
que lhe permitem tirar partido da leitura de um texto em lngua espanhola. O prprio ttulo
que o item apresenta ler es un placer, parece confirm-lo. Alis, o texto escrito assume uma
grande importncia neste manual que os tem em grande quantidade e de distintas tipologias
textuais: literrios: pp. 33, 34,72, 85, textos utilitrios e outros retirados de publicaes
jornalsticas desde entrevistas, opinio, temticos: pp.21, 23, 25,45, 55, 65, 73, 75, 85,
95,105.
Vrios aspetos nos desagradam neste manual e, por isso, a nossa opinio em relao
ao mesmo, em termos gerais, negativa. O aspeto grfico no chama a ateno, as imagens e
as cores escolhidas no so as mais atrativas, os exerccios gramaticais de aplicao so
demasiado longos repetitivos. Frequentemente, os contedos gramaticais surgem fora de um
contexto de comunicao que apoie o ensino desta competncia. No h uma
contextualizao que suporte esse contedo gramatical.
Os exerccios de escrita, como j referimos, aparecem sempre no final da unidade.
Nos exerccios de aplicao desta competncia o carter comunicativo da mesma
assinalado, pede-se ao aluno que escreva um texto, marca-se o contexto da produo e o
destinatrio. Contudo, faltam alguns modelos para apoiar o aluno na construo do seu
escrito. A ttulo de exemplo, colocmos alguns exerccios do manual.
Fig. 5: Exerccio do manual Espaol 3- nivel elemental III
19
Fig.6: Exerccio do manual Espaol3 - nivel elemental III
20
O outro livro escolar que utilizmos bastante diferente do anterior, na tabela
encontramos as caratersticas e o material que o constituem.
Tabela 4: Caratersticas e material complementar do manual Ahora Espaol! 1
Ttulo Autores Data Editor Material
Complementar
Caratersticas
fsicas
Ahora Espaol!1 Espanhol Nvel1 7. Ano
Lusa Pacheco
Maria Jos
Barbosa
Ano de edio:
2013
Areal
Editores
CD- udio CDROM Um caderno com atividades e jogos didticos.
Dimenses: 215 x 283 x 10 mm
Encadernao: Capa mole
N de Pginas: 160 Reviso
cientfica e lingustica: Paula Vilas Eiroa
Caderno de exerccios
Dimenses: 216 x 283 x 6 mm
Encadernao: Capa mole
N Pginas: 96
O segundo manual, dirigido ao 7ano, mais recente, encontra-se certificado ao
abrigo das novas normas para adoo de livros escolares (lei n 47/2006 e Dec.-Lei
n261/2007).
O aspeto grfico muito atrativo com cores bem escolhidas e imagens adequadas
faixa etria em que se insere, por isso mesmo pensamos, que motivador para os alunos.
Nota-se uma preocupao em aproximar os contedos aos interesses dos alunos, escolhendo
figuras que possam fazer parte do seu universo de referncia como atores, desportistas e
passo a referir alguns exemplos: Antonio Banderas, Rafael Nadal, Fernando Alonso e
personagens de fio como Srek, Harry Potter, Simpson, Mafalda, Garfield.
Este instrumento de trabalho possui uma metodologia centrada na ao e na
comunicao e prope uma aprendizagem por tarefas, em conformidade com o programa em
vigor e o QECRL Nvel A.1. A unidade 0, com que o livro inicia, intitulada-Bienvenidos! revela
o entendimento atual de que ensinar uma lngua mais do que aprender a gramtica, a
comunicar por escrito ou oralmente tambm conhecer a cultura do pas. Os contedos
culturais vo sendo integrados ao longo do manual, perfeitamente contextualizados, e
includos na unidade temtica a que pertencem. Vejamos a ttulo de exemplo: a unidade 7,
dime lo que comes p. 89 do manual e a unidade 11, de vacaciones, p.134.
21
http://www.bertrand.pt/autores/autor?id=273
O livro est dividido em 11 unidades temticas, cada uma est dividida em seis
seces.
A primeira seco denominada As de Habla! pe a tnica na oralidade e em atividades que a
promovam. A segunda, Lo has captado?, apresenta textos sobre o tema e tambm tarefas de
compreenso escrita. A terceira, Todo claro?, apresenta contedos gramaticais que surgem
en contexto e de uma forma bastante motivadora. A quarta, Lo entiendes?, contm
exerccios de expresso oral, onde se destaca o recurso cano que normalmente agrada
aos alunos.
A quinta, Ahora t! prope uma tarefa final e atividades de produo escrita orientadas a
partir de modelos e tpicos. A sexta, corresponde a um momento de autoavaliao que tem
uma ficha de avaliao formativa.
Em relao competncia da escrita, o manual apresenta boas propostas que
promovem uma real aprendizagem desta competncia veja-se o exemplo da unidade 2,
Quin eres? onde apresentado um texto em forma de e-mail e se leva o aluno a refletir
sobre o contexto da produo, sujeito, destinatrio, contedo e, na seo da escrita, so
dados dois textos como modelo e, depois, pede-se ao aluno que escreva uma mensagem. Pela
atualidade dos formatos escolhidos, e-mail e mural do facebook, pela reflexo sobre o
contexto de produo, pelo modelo que d ao aluno um exemplo e uma orientao, pela
conscincia de que escrever um processo feito de passos que conduzem ao produto final
(texto), parece-nos que este manual apresenta exerccios que proporcionam uma real
aprendizagem desta competncia. A seguir colocmos as pginas do manual que se referem a
estes exerccios.
22
Fig.7: Exerccio do manual de Espanhol Ahora Espaol!1
23
Fig. 8: Exerccio do manual de Espanhol Ahora Espaol!1
24
Captulo II
Atividade Letiva
1.Portugus
1.1. Introduo
O trabalho de prtica supervisionada disciplina de portugus decorreu numa turma
de 9ano. Acompanhmos, ao longo do ano letivo, esta turma de uma forma contnua,
assistindo s aulas da orientadora. Toda a prtica supervisionada foi cuidadosamente
preparada e para cada aula foi produzida uma fundamentao terica, um desenvolvimento
descritivo das atividades propostas e um plano de aula. Na preparao das mesmas, tivemos
em conta a planificao anual e a de perodo e as orientaes programticas.
O facto de se tratar de uma turma do 9 ano e de estarmos em pleno perodo de
transio de programas, de um antigo, de 1991, ainda em vigor, para um novo, de 2009, que
entrar em vigor no prximo ano letivo levou-nos a ter de recorrer aos dois documentos
aquando da planificao. E se, em termos de contedos, nos guiamos pelo documento
orientador ainda em vigor (1991), j no que se refere s estratgias e as planificaes
seguimos o novo programa (2009) e, por isso, estas refletem essa mesma realidade e so
definidas competncias e descritores de desempenho. Alm disso, tivemos, tambm, de
recorrer a outro documento emanado do Ministrio de Educao, as metas de aprendizagem
de (2012), uma vez que as obras selecionadas para analisar com os alunos so as indicadas no
referido documento. Tudo isto representou um trabalho acrescido, mas tambm muito
enriquecedor e proporcionou uma reflexo alargada sobre o processo de
ensino/aprendizagem. A observao das aulas possibilitou-nos adequar a nossa preparao das
aulas supervisionadas turma. Lecionmos 6 tempos letivos em cada perodo.
A turma do 9F muito acolhedora e foi fcil estabelecer uma relao de empatia
com o grupo, assim, se no primeiro tempo letivo que lecionmos estvamos muito nervosas,
a situao alterouse rapidamente e o clima da sala de aula era francamente agradvel,
tendo-se estabelecido um ambiente de cumplicidade, respeito e de aprendizagem mtua.
As aulas aqui colocadas so as que se referem s aulas de desenvolvimento da
produo escrita. Elabormos os quadros que permitem uma melhor compreenso e
sistematizao do trabalho desenvolvido.
25
1.2 Planificaes e respetivos materiais de aulas observadas
Tabela 5: Objetivos das tarefas das aulas de oficina de escrita.
Tarefas
- Alunos escrevem um texto sobre um determinado tema.
Objetivo pedaggico:
- Aplicar conhecimentos sobre o processo de escrita.
Objetivo de investigao:
- Recolher dados para diagnosticar alguns processos de escrita de
textos desenvolvidos pelos alunos.
Tabela 6: Quadro sntese das aulas de portugus de oficina de escrita, includas no relatrio.
Dia Tempo Unidade didtica Objetivo didtico/pedaggico
5/12/12
45
Texto narrativo em verso Os Lusadas- Lus de Cames -contextualizao.
Avaliao prvia dos conhecimentos dos alunos.
Avaliar a capacidade dos alunos para recolher e sistematizar a informao com vista a desenvolver a 1 fase da atividade de oficina de escrita-planificao (leitura/esquema-sntese das ideias).
11/03/ 13
45
Oficina de escrita- texto de opinio.
Introduo aos processos de escrita.
Planificao Textualizao Reformulao
29/04/13
90
Texto Dramtico- Auto da Barca do inferno- Cena o Frade. Textualizao- carta informal.
Planificar/mobilizar conhecimentos.
Planificao Textualizao Reformulao
21/05/13 90
Texto Dramtico-Auto da Barca do Inferno- Gil Vicente- Cena Os Quatro Cavaleiros. Oficina de escrita- Planificao: texto de opinio.
Mobilizao dos conhecimentos dos processos de escrita (reflexo metalingustica).
Planificao Textualizao Reformulao
26
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ZONA URBANA DE VISEU
ESCOLA BSICA GRO VASCO
Ncleo de Estgio Pedaggico da UBI
Mestrado em Ensino do Portugus e do Espanhol
Disciplina: Portugus 9 ano
Texto narrativo em verso: Os Lusadas- Lus de Cames
Contextualizao
27
Fundamentao aula de 5/12/12
A aula possui um carter introdutrio ao estudo dos Lusadas. Como sabemos,
absolutamente necessrio que os alunos conhecem o contexto sociocultural da poca para
poderem aceder ao estudo da obra. Para esta contextualizao, recorremos a diferentes
estratgias a saber: uma leitura do texto informativo do manual sobre a poca dos
descobrimentos em Portugal. A leitura silenciosa que os alunos faro do texto vai ao encontro
das diretrizes que definem o Novo Programa de Portugus que define a competncia/
domnio: ler para construir conhecimento. O objetivo procurar que os nossos alunos se
tornem leitores cada vez mais competentes. Ora, isto exige treino e esforo continuado e a
aula de portugus tem de ser um espao onde se desenvolvam estas competncias.
De seguida, os alunos aplicam esta informao recolhida, preenchendo um esquema
presente no manual (anexo1). Aprender a selecionar e sistematizar a informao essencial
para construir conhecimento. H uma clara opo por um trabalho autnomo nesta duas
primeiras atividades, que ser acompanhando pelo professor, com a finalidade de perceber as
dificuldades dos alunos em organizarem e sistematizarem a informao. Estas tarefas so
essenciais para desenvolver a capacidade de escrita que se pretende trabalhar com os alunos
de um modo oficinal, nos tempos letivos posteriores.
28
9F 9H10 9h55 05/12/2012 Lio n 60
DESENVOLVIMENTO DA AULA
Um aluno vir ao quadro escrever o sumrio da aula anterior. Atravs do dilogo
interativo, far-se- a reviso dos contedos abordados, na ltima sesso. (5m)
Os discentes abriro o manual na pgina 186 e 187 e faro uma leitura silenciosa do
texto sobre o renascimento portugus. De imediato, e de forma individual, preenchero o
esquema-sntese com as informaes extradas da sua leitura. Durante esta atividade a
professora percorrer a sala de aula, de forma a verificar se a turma cumpre a tarefa
proposta e para esclarecer dvidas. Posteriormente, proceder-se- correo do mesmo,
alguns alunos lero as suas respostas. No final, projetar-se- o esquema resolvido para uma
maior sistematizao dos conhecimentos e clareza dos registos escritos (25m) (anexo 1).
A professora explica ento que a obra os Lusadas se insere no movimento
renascentista que exalta os descobrimentos portugueses e o seu contributo para o mundo.
Acrescenta ainda que o mesmo foi muito importante para uma mudana de mentalidade e
implantar uma nova viso do homem. Com o apoio de um powerpoint explora esta temtica
(15m) (anexo 2).
Apesar de esta aula ser necessariamente mais expositiva, dadas as caractersticas dos
contedos a abordar, a docente tentar sempre estabelecer um dilogo com a turma,
partindo dos conhecimentos que os alunos possuem, para introduzir os novos conhecimentos.
A professora terminar a aula despedindo-se dos alunos.
29
Ncleo de Estgio Pedaggico da UBI
Agrupamento de Escolas Zona Urbana Viseu
Escola Bsica Gro Vasco Departamento Curricular de Lngua portuguesa
Ano Letivo 2012/ 2013
PLANO DE AULA LNGUA PORTUGUESA
9 ano
Portugus
Lies n60
Sumrio
Sumrio: O Contexto sociocultural de Portugal na poca dos descobrimentos.
A importncia do movimento do Renascimento na europa e a revoluo ideolgica e cultural do homem
europeu no sculo XV e XVI.
9 F
Tempo 45
05/12/12
Estagiria: Mafalda Isabel Monteiro Andrade Baltasar Farinha 1 aula
Competncias Descritores de
desempenho
Contedos Atividades/
Metodologias
Materiais/recursos Avaliao Tempo
Expresso oral Falar para construir e expressar conhecimento. Participar em situaes de interao oral.
Utilizar informao pertinente, mobilizando conhecimentos pessoais ou dados obtidos em diferentes fontes. Seguir dilogos, discusses ou exposies, intervindo oportunamente e construtivamente.
Comunicao e interao discursiva.
Dilogo Interativo Registo do sumrio. Dilogo interativo.
Quadro /canetas Manual: Com Todas as Letras, Porto Editora
Observao direta: Empenho Interesse Participao nas atividades.
5
30
Leitura Ler para construir conhecimento. Ler para apreciar textos variados. Escrita
Reconhecer e refletir sobre as relaes que as obras estabelecem com o contexto social, histrico e cultural no qual foram escritas. Identificar temas e ideias principais. Explicitar o sentido global do texto. Fazer inferncias e dedues. Expressar, de forma fundamentada e sustentada, pontos de vista e apreciaes crticas suscitados pelos textos lidos em diferentes suportes. Reconhecer e refletir sobre os valores culturais, estticos, ticos, polticos e religiosos que perpassam nos textos. Recorrer escrita para assegurar o registo e o tratamento de informao ouvida ou lida.
Contexto extraverbal: situacional, sociocultural, histrico. Tema. Sequncia discursiva. Processos interpretativos inferenciais. Contexto. Escrita. Enunciados.
Registo de informao no quadro e nos cadernos. Dilogo interactivo para a sistematizao da informao lida. Registo da informao, preenchimento de um esquema-sntese. Visualizao de um powerpoint sobre o movimento renascentista europeu. Dilogo interativo para sistematizao da informao
Quadro e caneta. Caderno e esferogrfica. Powerpoint (anexo 3)
10 15 10
31
Escrever para construir e expressar conhecimento.
Conhecimento explcito da lngua. Plano discursivo e textual.
Utilizar, com autonomia, estratgias de preparao e de planificao da escrita do texto. Reconhecer propriedades configuradoras de textualidade: coerncia, referncia, coeso.
Plano do texto. Macroestruturas e microestrutras textuais. Progresso temtica. Conetores discursivos (aditivos,explicativos, Contrastivos).
lida e escutada.
32
Anexo 1
Esquema do manual (p.187)
33
Anexo 2 powerpoint (correo)
Esquema do manual do aluno sobre os descobrimentos portugueses (p. 187).
RENASCIMENTO EM PORTUGAL
34
Perodo que abrange
Meados do sculo XV at aos fins do sculo XVI
novas atividades
Comrcio de novos produtos a
agricultura, a salicultura, a
indstria da pesca e a
exportao de vinho, azeite,
fruta, cortia, mel, cera,
madeira, sal e peixe.
(mantm-se).
Reflexos da expanso ultramarina
importncia da atividade
comercial
Surge uma burguesia
comercial; Portugal torna-se a
plataforma entre a Europa e a
frica, o Oriente e o Brasil;
surgem novos hbitos de vida.
na lngua e literatura nas artes na sociedade
Cria-se uma atitude
crtica, com base na
experincia, na observao
direta.
Representao do mar, da
arte natica, dos povos,
fauna e flora exticos, de
acontecimentos histricos
de relevo na pintura, na
arquitetura, ourivesaria,
porcelana, mobilirio e
tapearia.
Novos vocbulos africanos,
brasileiros e sobretudo
orientais.
Novos temas na literatura.
Powerpoint Anexo (3)
no Sculo XIV na
Durante o Sculo XV e XVI espalha-se pelo resto da Europa.
Movimento que se caracteriza por :
uma renovao cultural que atinge as reas da literatura, arte, cincia, filosofia;
uma eufrica confiana no homem e nas suas capacidades;
um fascnio e estudo atento das obras da antiguidade clssica que conduziram imitao
das mesmas;
uma crena de que possvel alcanar uma harmonia entre o homem e a natureza.
http://sol.sapo.pt/photos/olindagil3/images/1027372/591x480.aspx
35
RENASCIMENTO
Os humanistas colocam o homem no centro afirmando:
O homem a medida de todas as coisas
(Protgoras, sofista da Grcia antiga IV ac)
http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQmLwYhXjRFjoHgQZYbVPWnz0wCIYK0IsH9Nn1S2jUvPudVHN2A
A cultura humanista promove um conjunto de valores considerados de alcance universal.
No domnio
ideolgico
No domnio da arte
Busca uma formao integral
do homem: Corpo, mente e
esprito.
Desenvolve o esprito
cientfico baseado na
observao direta e na
experincia.
Imitao dos modelos clssicos, da
antiguidade grego latina.
A arte verdadeira equilbrio: um
contedo rico numa forma perfeita.
A harmonia entre razo e sentimento.
HUMANISMO CLASSICISMO
36
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ZONA URBANA DE VISEU
ESCOLA BSICA GRO VASCO
Ncleo de Estgio Pedaggico da UBI
Mestrado em Ensino do Portugus e do Espanhol
Disciplina: Portugus 9 ano
Oficina de escrita - texto de opinio
11/03/13
37
http://images.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=oficina+de+escrita&source=images&cd=&cad=rja&docid=1PCEVvP72id4eM&tbnid=idvb4g00bq4woM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.manualescolar2.0.sebenta.pt/projectos/pt7/posts/404&ei=2dNZUcdA0ZPRBZungMAM&bvm=bv.44442042,d.ZGU&psig=AFQjCNEWXpCrcup_dPpTwvx4rezHoyMXTQ&ust=1364927825180674
Fundamentao da aula supervisionada de 11 de maro de 2013
Esta aula ter como objetivo principal trabalhar o domnio da escrita. O novo
programa de portugus d diretrizes especficas para desenvolvermos esta competncia ao
defini-la da seguinte forma: Entende-se por escrita o resultado, dotado de significado e
conforme gramtica da lngua, de um processo de fixao lingustica que convoca o
conhecimento do sistema de representao grfica adoptado, bem como processos cognitivos
e translingusticos complexos (planeamento, textualizao, reviso, correo e reformulao
do texto) (REIS et al., 2009:16).
Ainda em relao ao texto escrito o mesmo documento estabelece orientaes
prprias para o 3 ciclo, afirmando:
Os alunos devem trabalhar um conjunto alargado de textos que permitam
experimentar modos de comunicao mais formais e experimentar modos mais complexos de
organizao do pensamento alm de chamar a ateno para a necessidade de proporcionar
experincias em que estes desenvolvam a capacidade de produzir textos para narrar,
descrever, expor, explicar, comentar ou argumentar. (REIS et al., 2009:140)
Este tempo letivo a que nos reportamos refere-se s duas primeiras fases do labor a
realizar: planeamento e produo do texto. Temos em conta que esta uma atividade de
oficina de escrita que pressupe fases distintas (planificao, textualizao, correo,
reformulao. Numa fase posterior, os textos sero entregues aos alunos com correes que
lhe permitiro fazer uma reformulao da sua produo escrita. Note-se que, junto com o
material da aula, anexamos a grelha que utilizamos para a avaliao da produo textual,
construda a partir dos critrios do GAVE.
Como salienta um dos documentos da DGIC de suporte ao novo programa de
portugus, todos os domnios (oralidade, leitura, escrita, gramtica) devem ser desenvolvidos
de uma forma equilibrada, na sala de aula, no entanto, o tempo dedicado escrita deve ser
mais generoso por ser esta uma competncia cujos desempenhos implicam uma grande
complexidade O mesmo refere ainda que o professor pode criar momentos especficos de
oficina de escrita. (VV.AA.,2009:37-38)
De facto, luz das novas perspetivas do processo ensino-aprendizagem, o espao da
sala de aula deve converter-se numa verdadeira oficina um local onde se aprenda a
escrever e no apenas se exija a escrita. Por isso, necessrio que nos centremos no processo
(planeamento do texto) que nos permite chegar ao produto final desejado (texto escrito):
redigir um texto de opinio formalmente correto.
38
Como sublinha Fonseca:A atuao pedaggica exige "intencionalidade". Em consequncia, o
desenvolvimento das competncias implicadas na prtica da lngua, neste caso da escrita
exige mais do que o simples recurso sua prtica, antes passa pela consciencializao e o
treino intencional. (FONSECA,1994:137).
A opo por uma metodologia de trabalho coletivo na fase de planificao do texto
parte da certeza de que a cooperao e a partilha de ideias nos levaro a produzir algo mais
rico e que o confronto com perspetivas diferentes da nossa constituir um excelente meio de
aprendizagem, em particular, neste caso em que o tipo de texto a produzir de opinio. Com
efeito, o conhecimento constri-se atravs de experincias sociais e pessoais, num processo
ativo que se processa ao longo da vida, assim a principal finalidade do ensino ser, ento, a
de ajudar os alunos a tornaram-se independentes e responsveis pelo seu prprio processo de
aprendizagem: o mais importante a ensinar aos nossos discentes aprender como aprender.
(cf. ARENDS, 1995: 4-5).
No entanto, temos conscincia de que a escrita uma atividade difcil e que, na
maioria das vezes, no agrada aos nossos discentes; por isso, foi nossa preocupao escolher
um tema que pensamos ser atual e de interesse para o nosso pblico-alvo: As TIC e as
relaes interpessoais. Como atividade de motivao, projetar-se- uma imagem de um
Cartoon, vencedor do 2 prmio do Portocartoon de David Vela Cervera, intitulado o primeiro
beijo. Esta estratgia permite explorar diferentes aspetos, j que esta figura pelo seu tom
humorstico: diverte; pela sua beleza esttica: desenvolve o sentido esttico; pelo seu
carter informativo: gera ideias. Certos, tambm, de que aprender a ler uma imagem
hoje essencial, num mundo onde estas possuem um papel preponderante que facilmente
cativa os alunos, convertendo-se num poderoso aliado para desenvolver outras competncias
comunicativas menos amadas pelos alunos, neste caso a produo escrita.
A aula pretender assim, em primeiro lugar, ajudar a turma do 9 ano a preparar-se
para o exerccio de escrita da prova final de ciclo, no fim do ano, e por isso mesmo
utilizaremos as orientaes e os critrios de correo desse item da prova nas distintas fases
desta atividade de oficina de escrita. Em segundo lugar, nossa finalidade consciencializar os
alunos de que a atividade da escrita obedece a regras especficas, e um processo que se
constri atravs de reformulaes, reflexo, esforo e empenho, que necessitam de treino
contnuo, num processo inacabado que ultrapassa largamente tempo e o espao da sala de
aula e se estende por toda nossa vida. Como dizia Antnio Lobo Antunes, um dos nossos
consagrados escritores da atualidade, numa entrevista RTP em 2004:
Quando estou a escrever, pareo uma criana a tropear, s escuras, num caminho que
no conhece.
39
9F 10H15 10h55 11/03/2013 Lies n 106
DESENVOLVIMENTO DA AULA
Os alunos entram, sentam-se e comea a aula. Um aluno vir ao quadro escrever o
sumrio da aula anterior.
Como motivao a docente projetar uma imagem (anexo 1) e explorar a mesma com a
turma. Os discentes vo exprimindo as suas ideias, a partir do que dito pelo grupo introduz-
se temtica.
AsTIC so uma fonte de afastamento interpessoal?
Em seguida, ser explicado aos alunos que vo realizar uma atividade de oficina de escrita. O
trabalho a efetuar, nesta aula, consistir nas duas primeiras fases da tarefa a desenvolver:
planificao do texto (coletivo) e Textualizao de opinio (individual). Numa terceira fase,
este ser corrigido pela docente, os critrios de correo sero os definidos pelo Gave para a
prova final de Portugus do 9 ano. Uma vez que estes alunos a faro no final deste ano
letivo, esta atividade ter um carter formativo de preparao para a prova acima referida.
Por isso, os alunos devero ter uma especial ateno s indicaes fornecidas, nomeadamente
no que se refere extenso do texto e a sua organizao. Numa quarta fase, os alunos devem
reescrever o texto, tendo em conta as indicaes dadas pela professora.
Introduo:
As tecnologias de informao e comunicao so novas formas de comunicao do ser
humano. No entanto, roubam espao ao contacto individual, presencial que insubstituvel
nas relaes interpessoais.
Tema a desenvolver.
ORGANIZAO TEXTUAL:
As TIC so uma fonte de afastamento interpessoal?
Planificao do texto (registo no quadro construdo com os alunos)
40
http://images.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=oficina+de+escrita&source=images&cd=&cad=rja&docid=1PCEVvP72id4eM&tbnid=idvb4g00bq4woM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.manualescolar2.0.sebenta.pt/projectos/pt7/posts/404&ei=2dNZUcdA0ZPRBZungMAM&bvm=bv.44442042,d.ZGU&psig=AFQjCNEWXpCrcup_dPpTwvx4rezHoyMXTQ&ust=1364927825180674
Tipo de texto: texto de opinio.
Extenso do texto: (180 a 240 palavras).
Introduo:
breve apresentao do assunto;
deve ser curta e precisa.
Desenvolvimento: retomar o assunto, posio, argumentos.
Mostrar que se compreendeu o assunto;
cada pargrafo deve desenvolver uma ideia;
ordem cronolgica ou ordem lgica;
Concluso: Sntese dos principais aspetos;
Resumir a impresso geral.
O homem no pode viver sem comunicar, desenvolve-se em contato com os outros.
As duas formas de comunicao apresentam vantagens e desvantagens.
As novas tecnologias trouxeram, sem dvida, uma mudana profunda na forma de
comunicar (ex. Uma simples SMS numa rede social, permite-me obter rapidamente
informaes de sobre uma imensidade de pessoas, estejam onde estiveram.
Comunicao presencial:
Os seus Mritos:
Permite apreender a comunicao no-verbal, gestos, olhares, toques (ex: silncio
tambm comunicao (ser que se pode exprimir distncia? Se sim, como?).
Proximidade afetiva, expresso de sentimentos, contato fsico e visual.
Corrigir erros de incompreenso de uma forma imediata, reformular questes,
desfazer equvocos.
41
Esquema-sntese das ideias a desenvolver:
Reservas:
Muito exigente, menos rpida, alcana um menor nmero de pessoas.
Comunicao no presencial.41
Os seus mritos:
Menos exigente, rpida, evita o constrangimento (a minha imagem perante o outro).
Reservas:
Afastamento do outro
Perca do contato fsico e visual.
Dificuldade em exprimir sentimentos (a linguagem grfica no exprime tudo).
Dificuldades em estabelecer relaes reais.
Textualizao
Depois de concludo o esquema do quadro, os alunos escrevero um texto de opinio,
trabalho individual, durante este tempo a docente circular pela sala, apoiando os alunos e
esclarecendo dvidas. (tempo estimado 30 m).
A aula terminar com o toque de sada, a docente recolhe os textos e despede-se da turma.
42
Ncleo de Estgio Pedaggico da UBI
Agrupamento de Escolas Zona Urbana Viseu Escola Bsica Gro Vasco
Departamento Curricular de Lngua portuguesa Ano Letivo 2012/ 2013
PLANO DE AULA LNGUA PORTUGUESA 9 ano
Portugus
Lio n 106 Sumrio
Oficina de escrita: - planificao de um texto de opinio (comunicao e as TIC); redao do texto.
9 F Tempo 45 11/03/13
Estagiria: Mafalda Isabel Monteiro Andrade Baltasar Farinha 1 aula
Competncias/objetivos Descritores de desempenho
Contedos Atividades/ Metodologias
Materiais/recursos Avaliao Tempo
Expresso oral
Falar para construir e
expressar conhecimento
Participar em situaes de
interao oral.
Utilizar informao
pertinente, mobilizando
conhecimentos pessoais ou
dados obtidos em diferentes
fontes.
Seguir dilogos, discusses
ou exposies, intervindo
oportunamente e
construtivamente.
Comunicao e
interao discursiva.
Dilogo
Interativo
Registo do
sumrio.
Dilogo
interativo.
Projetor de vdeo e
computador
Diapositivos
Imagem (anexo 1)
Observao
direta:
Empenho
Interesse
Participao nas
atividades.
5
10
43
Escrita
Escrever para construir e
expressar conhecimento.
Recorrer escrita para
assegurar o registo e o
tratamento de informao
ouvida ou lida.
Produzir enunciados com
diferentes graus de
complexidade para
responder com eficcia a
instrues de trabalho.
Redigir textos coerentes,
selecionando registos e
recursos verbais adequados:
- ordenar e hierarquizar a
informao, tendo em vista
a continuidade de sentido,
a progresso temtica e a
coerncia global do texto.
Texto
Escrita
Plano de texto.
Esquema-
sntese das
ideias.
Trabalho
coletivo.
Registo de
informao no
quadro e nos
cadernos.
Trabalho
individual.
Produo
textual.
Quadro e canetas
30
44
Conhecimento explcit