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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Artes e Letras Relatório de Estágio Mafalda Isabel Monteiro Andrade Baltasar Farinha Relatório de estágio para obtenção do Grau de Mestre em Ensino do Português no 3º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário e de Espanhol nos Ensinos Básico e Secundário (2º ciclo de estudos) Orientadora: Profª. Doutora Carla Sofia Gomes Xavier Luís Covilhã, junho de 2013

Relatório de Estágio - ubibliorum.ubi.pt³rio de... · atenção que foram determinantes para chegar ao final desta etapa. ... en el desarrollo del aprendizaje de la escritura

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  • UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

    Artes e Letras

    Relatrio de Estgio

    Mafalda Isabel Monteiro Andrade Baltasar Farinha

    Relatrio de estgio para obteno do Grau de Mestre em

    Ensino do Portugus no 3 Ciclo do Ensino Bsico e Ensino Secundrio e de Espanhol nos Ensinos Bsico e Secundrio

    (2 ciclo de estudos)

    Orientadora: Prof. Doutora Carla Sofia Gomes Xavier Lus

    Covilh, junho de 2013

  • memria do meu pai que me ensinou que

    ser professor , acima de tudo, aprender a

    comunicar e a respeitar.

    ii

  • Agradecimentos

    Uma palavra de gratido para quem me acompanhou neste percurso e o tornou possvel e

    mais risonho:

    Ao Autor da Vida que d gratuitamente luz, sabedoria, inteligncia e bondade.

    minha familia, pelo apoio incondicional, em particular minha me pela pacincia e

    ateno que foram determinantes para chegar ao final desta etapa.

    Escola Gro Vasco que nos acolheu e onde nos sentimos perfeitamente integradas.

    s professoras cooperantes, DrPaula Figueiredo e DrAna da Piedade Pinheiro, pelo apoio

    constante ao longo de todo este processo e pela confiana que depositaram nas nossas

    capacidades, s vezes mais do que ns prprias.

    Aos alunos das turmas onde realizmos a prtica supervisionada sem os quais nada disto faria

    sentido.

    s colegas de estgio Adelaide Baptista e Snia Martins pelo companheirismo, apoio e pelo

    muito que aprendi com elas.

    Dr Ana Cao pelo incentivo e conselhos que foram valiosos para progredir no conhecimento

    da lngua espanhola.

    Prof Dr Carla Lus Xavier pela leitura crtica deste relatrio.

    Ao Jess, Pedro e Marco com quem partilhei casa durante estes meses e minimizaram a

    tristeza e a solido provocada pelos 240 KM que me separavam do meu lar.

    iii

    Gracias a la vida que me ha dado tanto.

    Me dio dos luceros que, cuando los abro,

    Perfecto distingo lo negro del blanco,

    Y en el alto cielo su fondo estrellado, ()

    Gracias a la vida que me ha dado tanto.

    Me ha dado el sonido y el abecedario,

    Con l las palabras que pienso y declaro:

    Madre, amigo, hermano, y luz alumbrando,()

    Me dio el corazn que agita su marco

    Cuando miro el fruto del cerebro humano;

    Cuando miro el bueno tan lejos del malo,

    Me ha dado la risa y me ha dado el llanto.

    As yo distingo dicha de quebranto,

    Los dos materiales que forman mi canto.

    Violeta Parra

  • Resumo

    O presente trabalho procura cumprir o desiderato de apresentar uma reflexo sobre o

    estgio pedaggico desenvolvido ao longo do ano letivo 2012/2013, na Escola Bsica Gro

    Vasco. Com efeito, apreciamos todo o labor desenvolvido na referida escola, que vai

    desde a caracterizao da escola e das turmas, s aulas assistidas e respetivas

    planificaes e materiais, passando pelas atividades extracurriculares, aes de formao

    e pela apreciao final sobre todo este percurso. Comulativamente, e tendo novamente

    em mente o facto de que o papel do professor no se esgota apenas na prtica letiva,

    procurmos, com o sentido formativo, e muito sumariamente, perceber como que o

    item escrita trabalhado nos programas em vigor e nos manuais adotados. Partindo de

    uma breve anlise aos citados documentos reguladores do proceso ensino-aprendizagem,

    programas, metas curriculares e nos livros escolares adotados, bem como de alguma

    bibliografia sobre esta temtica, destacamos a importncia da metodologia comunicativa e

    do trabalho por tarefas como facilitador da aprendizagem desta competncia.

    Palavras-chave Relatrio de Estgio, Metodologia comunicativa, Aprendizagem por tarefas, Oficina de

    escrita, Prtica Pedaggica, Reflexo.

    iv

  • Resumen

    El presente trabajo intenta cumplir el desidertum de presentar una reflexin sobre las

    prcticas pedaggicas desarrolladas a lo largo del curso lectivo 2012/2013, en la escuela Gro

    Vasco de Viseu. Por eso, incluye la caracterizacin de la escuela y de los grupos, las clases

    observadas y materiales correspondientes, actividades extracurriculares, acciones de

    formacin para el profesorado frecuentadas y una reflexin final sobre todo este trayecto.

    Adems, con una intencin formativa, ya que el papel del profesor no se agota en las clases

    impartidas, intentamos percibir como las tareas de expresin escrita son trabajadas en los

    manuales escolares y programas adoptados y en la investigacin terica. Subrayamos el papel

    del aprendizaje centrado en el alumno, el enfoque comunicativo y la enseanza basada en

    tareas, en el desarrollo del aprendizaje de la escritura como proceso facilitador de enseanza

    de las tareas de expresin escrita.

    Palabras-claves

    Informe de prcticas, Metodologa comunicativa, Aprendizaje por tareas, Taller de escritura,

    Prctica Pedaggica, Reflexin.

    v

  • ndice

    Dedicatria ii

    Agradecimentos iii

    Resumo iv

    Resumen v

    ndice de Siglas e Acrnimos viii

    ndice de Figuras ix

    ndice de Tabelas x

    Introduo 1

    Captulo I Contextualizao do Estgio 3

    1. Descrio da escola 3

    2. Caracterizao das turmas 3

    2.1. A turma de portugus 3

    2.2. As turmas de espanhol 5

    3. Anlise crtica dos materiais de trabalho 7

    3.1 Enquadramento terico da questo da Escrita 7

    3.2. Os Programas 9

    3.2.1. Os programas de portugus e a escrita 9

    3.2.2 O programa de espanhol e a escrita 13

    3.3. Os Manuais 14 3.3.1. O manual de portugus e a escrita 14

    3.3.2. Os manuais de espanhol e a escrita 18

    Captulo II

    Atividade letiva

    25

    1. Portugus 25

    1.1. Introduo 25

    1.2 Planificaes e respetivos materiais de aulas observadas 26

    1.3. Reflexo sobre as aulas 82

    2. Espanhol 85

    2.1. Introduo 85

    2.2. Planificaes e respetivos materiais de aulas observadas

    87

    2.3 Reflexo sobre as aulas 138

    vi

  • Captulo III

    Atividades Extracurriculares 144

    1. Atividades realizadas 144

    Captulo IV

    1. Aes de Formao 150

    Consideraes finais

    151

    Bibliografia 153

    vii

  • ndice de Acrnimos e Siglas

    DGIDC- Direo-Geral de Inovao de Desenvolvimento Curricular

    QECR - Quadro Europeu Comum de Referncia para as Lngua

    E/LE Espanhol lngua estrangeira

    LE Lngua estrangeira

    Nvel A1 Nvel de Iniciao (segundo o Quadro Europeu Comum de Referncia para as

    Lnguas) correspondente ao 7. e 10. Anos de Escolaridade

    Nvel B1 Nvel de Iniciao (segundo o Quadro Europeu Comum de Referncia para as

    Lnguas) correspondente ao 9 Ano de Escolaridade

    TIC Tecnologias da Informao e Comunicao

    DEB- Departamento de Educao Bsica

    GAVE- Gabinete de avaliao Educacional

    PCIC- Plan Curricular del Instituto Cervantes

    E.E.- Expresso escrita

    DT- Diretor de turma

    PCT- Projeto Curricular de Turma

    PAA- Plano Anual Atividades

    viii

  • ndice de Figuras

    Fig.1: Ptio da Escola Bsica Gro Vasco 3 Fig.2: Fig.2: Entrada da Escola Bsica Gro Vasco 3 Fig.3: Modelo representativo do processo de escrita (Flower e Hayes) citado por

    BARBEIRO,1999:59.

    8

    Fig.4: Excerto do ndice do manual Com todas as Letras 17 Fig.5: Exerccio do manual Espaol 3- nivel elemental III 19 Fig.6: Exerccio do manual Espaol 3- nivel elemental III 20 Fig.7: Exerccio do manual l Ahora Espaol!1 23 Fig.8: Exerccio do manual Ahora Espaol!1. 24 Fig.9 : Textualizao 1. A.A texto de opinio 83 Fig.10: Textualizao 3.A.A-texto de opinio 83 Fig.11 Textualizao 2.A.A- carta informal 83 Fig.12:Textualizao 2.A.B carta informal 83 Fig.13: Textualizao 1.A.B texto de opinio 84 Fig.14: Textualizao 3. A.B texto de opinio 84

    Fig.15: Nveis de escrita a atingir para o nvel A1.2 QECR: 55-56 140

    Fig.16: Textualizao 1. A.A 142 Fig.17: Textualizao 2. A.B 142 Fig.18: Textualizao 3. A.C 143 Fig.19: Textualizao 4. A.D 143

    Fig.20: Encontro com o escritor Pedro Seromenho 144 Fig.21: Leitura de textos aos alunos 144 Fig.22: Ida ao teatro com o 9ano. 144 Fig.23: Pea de teatro Auto da Barca do Inferno 144 Fig.24: Da de la hispanidad 145 Fig.26: Da del amor y la amistad 145 Fig.27: Navidad 145 Fig.28: Semana santa 145 Fig.29: Da del Libro 146 Fig.30: Venda de produtos tpicos 146 Fig.31: Chupa-chups 147 Fig.32: Caramelos, oleas 147 Fig.33: Alunos do 9E em Salamanca 148 Fig.34: Visita de estudo a Salamanca 148 Fig.36: Alunos do 9 F em Salamanca 148 Fig.35: Fig.35: Alunos do 9 F em Salamanca 149 Fig.37: Atividades feira do livro Viseu 149 Fig.38: Certificado de ao de formao de Espanhol 150 Fig.39: Certificado de ao de formao de Portugus 150

    ix

  • ndice de tabelas

    Tabela 1: Resultados esperados no domnio da escrita Novo programa de Portugus 11 Tabela 2: Caratersticas e material complementar do manual com todas as letras 14 Tabela 3: Caratersticas e material complementar do manual Espaol 3 nivel elemental 18 Tabela 4: Caratersticas e material complementar do manual Ahora Espaol!1 21 Tabela 5: Objetivos das tarefas das aulas de oficina de escrita 26 Tabela 6: Sntese das aulas de portugus de oficina de escrita, includas no relatrio 26 Tabela 7: Sntese das aulas supervisionadas de Espanhol, includas no relatrio 87

    x

  • Introduo

    A presente dissertao relata a prtica de ensino supervisionada realizada no ano

    letivo 2012/2013 na Escola Bsica Gro Vasco em Viseu. Assume, este labor acadmico a

    configurao de um relatrio que espelha uma concepo atual de processo de formao

    profissional do docente, onde teoria e prtica caminham de mos dadas. Com efeito uma

    formao terica que no se converta em prtica no passar de mera especulao e uma

    prtica que no se apoie em teorias depressa se tornar num barco deriva. Conseguir um

    bom equilbrio entre estas duas dimenses , por conseguinte, fundamental. E , exatamente

    neste sentido que assume aqui toda a pertinncia a reflexo sobre os programas e manuais

    em vigor para os nveis de ensino onde realizmos a atividade letiva supervisionada. Essa

    anlise crtica dos nossos instrumentos de trabalho, a caraterizao das turmas onde

    lecionmos e a descrio da escola do, assim, corpo ao primeiro captulo deste relatrio.

    No obstante, o corao deste trabalho , por assim dizer, a atividade letiva que

    realizmos na Escola acima referida, logo, o segundo captulo preenchido com o relato da

    experincia ali vivida: aulas supervisionadas e reflexo sobre as mesmas. Num terceiro

    momento relatmos as atividades extracurriculares e as aes de formao frequentadas.

    Como j mencionmos, uma investigao sobre um tema terico, no era algo

    imperativo a este labor acadmico, contudo, pareceu-nos importante faz-lo no s numa

    perspetiva reflexiva, mas sobretudo, prtica, e, por isso, dedicmos ao ensino da escrita,

    parte da nossa ateno. Esta concretizou-se num conjunto de aulas supervisionadas que

    promoveram a aprendizagem dos processos de escrita. O material da atividade letiva que

    colocmos neste relatrio, j que muito outro ficou de fora, o que se refere a essas aulas.

    Com efeito, na reflexo que fizemos dos documentos programticos e manuais,

    centrmos a nossa ateno na escrita e na forma como os mesmos tratam esta

    competncia/domnio. O novo programa de portugus para o 3 ciclo (2009) conta com os

    contributos de uma larga reflexo terica, oriunda de diferentes estudos que, desde os anos

    90, marcaram a investigao sobre o ensino do portugus. Obviamente, tambm fazem parte

    desse contributo terico as metodologias do ensino da lngua estrangeira emanadas dos

    Programas de Lnguas Estrangeiras e do MCRl. Uma vez que o nosso estgio se realizava s

    duas disciplinas, portugus (LM) e espanhol (ELE), pareceu-nos importante estabelecer um elo

    de ligao entre estas que manifestasse o contributo que a ELE pode dar ao ensino da lngua

    materna.

    1

    Slo son educadas las personas que han aprendido cmo

    aprender, que han aprendido a adaptarse al cambio, que

    advirtieron que ningn conocimiento es firme, que slo el

    proceso de bsqueda del conocimiento da una base slida

    para la seguridad. (Carl Rogers, 1975)

  • E, assim, aplicmos duas metodologias da LE, a comunicativa, neste caso no mbito da

    produo escrita, e a aprendizagem por tarefas, no dominio da produo de duas tipologas

    textuais: carta e texto de opinio. Realizmos trs ciclos de escrita (planificao,

    textualizao e reformulao) com uma turma de Portugus do 9 ano e um com uma turma

    de Espanhol do 7 ano. No final da apresentao dos materiais de cada disciplina, colocmos

    alguns textos escritos pelos alunos acompanhadas por um breve comentrio. Pela natureza

    deste relatrio, no se enquadraria um trabalho extenso de investigao, apenas procurmos

    contribuir, na medida do possvel para o desenvolvimento da produo escrita, apoiados nas

    atuais diretrizes dos documentos programticos para o ensino desta competncia. Se tivermos

    contribudo para uma melhoria, por mais pequena que seja, da produo textual dos alunos

    com os quais trabalhmos ter, j valido a pena.

    Como bvio, em termos metodolgicos, no poderamos ter desenvolvido esta

    investigao sem uma fundamentao terica slida que acompanhou sempre a prtica

    supervisionada das aulas, neste caso, dedicadas oficina de escrita. Percorremos este

    caminho apoiados por especialistas que, ao longo de vrios anos, dedicaram ao ensino da

    escrita, a sua ateno e investigao didtico-pedaggica. Eis alguns: Flower e Hayes (1981),

    Barbeiro(2003), Silva (2008), Camps (2006), Amor (1993), Carvalho (1999),

    Barbeiro;Pereira(2007), Gonzlez (2005), Castro (1995), Fonseca (1992). Deles recolhemos

    linhas orientadoras que guiaram a nossa interveno pedaggica, que passamos muito

    sumariamente a destacar:

    a) a escrita uma atividade cognitiva complexa, mas passvel de ser ensinada e no um dom

    inato que coube em sorte a alguns;

    b) o desenvolvimento desta supe um treino sistemtico, trabalho continuado, exerccio

    intelectual, apropriao de certas tcnicas;

    c) o ensino eficaz desta passa pela realizao de um ciclo de escrita-planificao,

    textualizao e reviso dos textos;

    d) a reflexo progressiva sobre a aprendizagem construda durante o ciclo de escrita deve

    centrar-se no s no produto final, mas tambm no processo de construo textual.

    As metodologas manejadas so as habituais num relatrio de carter terico-pratico

    a saber: observao direta, os mtodos dedutivo-indutivo, comparativo e analtico.

    Em suma, com o presente trabalho procurmos no s refletir sobre a nossa

    experincia vivida na mencionada escola, mas tambm dar conta do trabalho realizada nos

    nveis de ensino que nos foram distribudos, bem como das atividades extracurriculares e

    aes de formao frequentadas que se revelaram muito teis no nosso crescimento.

    2

  • Captulo I

    Contextualizao do Estgio

    1. Descrio da escola

    A escola onde realizmos a prtica pedaggica possui uma larga histria, inaugurada

    em 13 de setembro de 1969, foi concebida para 1088 alunos-608 rapazes e 480 raparigas.

    Contudo, rapidamente ficou superlotada e logo no seu primeiro ano de existncia a populao

    escolar atinge os 1320 alunos, 5 contnuos e dois escriturrios de 2 classe. Este

    estabelecimento, inicialmente, criado para ser Liceu feminino foi adaptado a Escola

    Preparatria com duas sees: uma ala norte destinada s raparigas e uma ala sul para os

    rapazes, esta separao dos sexos no espao escolar foi extinta em 1973/1974. Esta

    configurao em alas ainda patente no edifcio escolar, atual, revelando-se um espao

    disperso. O edifcio aguarda por uma interveno para adequao e remodelao dos seus

    espaos. Possui salas de aulas, secretaria, direo, sala de alunos com bar, sala de

    professores, cantina, ginsio, campo desportivo, recreios, sala de informtica, uma biblioteca

    com um amplo espao para os alunos onde podem utilizar computadores, ver filmes, ler ou

    jogar. Esta biblioteca, ligada a rede escolar, dinamiza bastantes atividades convertendo-se,

    tambm, num espao de aprendizagens diversificadas.

    Fig.1: Ptio da Escola Bsica Gro Vasco Fig.2: Entrada da Escola Bsica Gro Vasco

    1

    A maior taxa de frequncia de alunos registou-se no ano letivo de 1980/1981. Nos

    ltimos quatro anos a escola tem vindo a diminuir o nmero de discentes.

    1 As informaes usadas para proceder a esta caracterizao sumaria da escola figuram no Projeto

    Educativo 2011-2014 dsponvel em

    http://portal.graovasco.net/images/stories/docs2/projectos/PEdu11_14.pdf [ltima consulta

    20/03/13].

    3

    http://portal.graovasco.net/images/stories/docs2/projectos/PEdu11_14.pdfhttp://www.google.pt/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&docid=u7mvuiKUwU_22M&tbnid=jhgQvXBe6z8ExM:&ved=0CAgQjRwwAA&url=http://www.panoramio.com/photo/54238131&ei=tX6sUb3hOJGy7AaSm4HwCQ&psig=AFQjCNGSF38jwja7Ksbq4HuCCFx-KbtWtw&ust=1370345525978015

  • Nos ltimos dados estatsticos disponveis a Escola Bsica Gro Vasco tinha 955 discentes, 117

    docentes e 43 funcionrios.

    Com a nova organizao das escolas, foi criado, no final do ano letivo 2002/2003, o

    Agrupamento de Escolas da Zona Urbana de Viseu Gro Vasco. Este constitudo por dois

    jardins de infncia, quatro escolas de 1 ciclo e por uma Escola Bsica do 2 e 3 ciclo. No

    total do agrupamento a populao escolar possui 1738 alunos, 189 docentes e 87 funcionrios.

    A sede deste ncleo de espaos escolares a Escola Bsica de 2 e 3 ciclo Gro Vasco, local

    onde desenvolvemos o nosso trabalho.

    O Agrupamento abarca trs freguesias da cidade de Viseu: S. Jos, St Maria e

    Corao de Jesus. A cidade de Viseu, localizada num planalto entre o Caramulo e a Estrela,

    possui umas boas vias de comunicao terrestre que levaram ao desenvolvimento da regio, o

    sector tercirio e o comrcio so as atividades econmicas mais importantes.

    Os alunos deste agrupamento provm, assim, de famlias que na sua maioria vivem do

    comrcio, e de uma pequena minoria que se dedica agricultura, de um grupo de etnia

    cigana que se dedica ao comrcio (feira) e de famlias da classe mdia alta.

    Existe tambm uma variedade de culturas e lnguas maternas diferenciadas, j que

    um grupo de alunos oriundo de famlias de imigrantes a viver em Portugal. Para estes alunos

    preciso encontrar uma proposta educativa diferenciada, que permita a sua integrao.

    H, tambm, um nmero considervel de crianas e jovens vindas de ncleos

    familiares com graves carncias econmicas em que algumas destas famlias recebem o

    rendimento de insero social. Alm de um conjunto de crianas e jovens que vivem em

    vrias instituies sociais de acolhimento a menores em risco, situadas na zona do

    Agrupamento da Escola Gro Vasco, uma parte considervel dos discentes desta escola

    frequentam esses lares de crianas e jovens. Esta realidade reflete-se na escola, onde

    encontramos um conjunto de alunos com dificuldades do ponto de vista socioeconmico, mas

    tambm com graves carncias afetivas, provenientes de famlias desajustadas sem

    capacidade de as acompanhar no processo de ensino-aprendizagem, afetando, naturalmente,

    os seus resultados escolares. De tudo o que atrs foi dito se depreende que a pluralidade e a

    diversidade de necessidades, presente no agrupamento, exigem um esforo acrescido por

    parte de toda a comunidade educativa. Um corpo de docente estvel e uma preocupao real

    pelas necessidades dos alunos, bem como um empenho por parte de toda a comunidade

    educativa, levam a instituio a ultrapassar os mltiplos constrangimentos que possui e a

    atingir nveis muito satisfatrios a nvel da taxa de sucesso escolar dos alunos. Assim, nos

    resultados escolares, obtidos no ano passado, e referimo-nos ao nmero de transies e

    retenes, a mdia do aproveitamento escolar no Agrupamento atingiu os 94,3 %, acima at

    das metas estabelecidas no projeto educativo que eram a de alcanar uma taxa de 92%.

    4

  • No que se refere s provas de aferio verificou-se, igualmente, os bons resultados

    alcanados pelos alunos do agrupamento quando comparados com a mdia nacional.

    O excelente trabalho que a escola tem desenvolvido, foi reconhecido, na avaliao

    externa, do ano letivo de 2009/2010 ao obter a classificao de muito bom em todos os

    domnios analisados: resultados, prestao de servio educativo, organizao e gesto

    escolar, liderana e capacidade de autoregulao e melhoria. de salientar que entre

    300 escolas sujeitas a avaliao externa pela Inspeo-Geral de Educao, apenas 4

    obtiveram este resultado. Umas instalaes antigas e a necessitarem de remodelaes e

    adaptaes de espao, entre outras contingncias, no impedem esta escola de desenvolver

    um trabalho meritrio, num contextos socioeconmico nem sempre fcil.

    A escola recebeu o ncleo de estgio da Universidade da Beira Interior em ensino de

    Portugus/Espanhol no ano letivo 2012/2013 de uma forma calorosa o que permitiu a nossa

    fcil integrao, docentes, funcionrios, direo sempre se mostraram disponveis para nos

    ajudar e partilhar connosco a sua experincia.

    As duas professoras cooperantes, Dr Paula Figueiredo que orientou o estgio de

    portugus e a Dr Ana da Piedade Pinheiro que se ocupou da disciplina de Espanhol, desde o

    incio manifestaram a sua disponibilidade em colaborar connosco neste processo de formao,

    auxiliando-nos, confiando nas nossas capacidades e dando-nos o alento necessrio nos

    momentos mais difceis.

    A boa relao que se estabeleceu entre os elementos do ncleo de estgio permitiu-

    nos trocar experincias partilhar conhecimentos e criar um esprito de entre-ajuda que muito

    favoreceu e enriqueceu o trabalho desenvolvido.

    2. Caraterizao das turmas

    2.1. A turma de Portugus

    A primeira turma que passamos a caraterizar o 9 F, com a qual trabalhamos ao

    longo deste ano letivo. Na primeira reunio com a orientadora de portugus, ficou decidido

    que desenvolveramos toda a prtica pedaggica com este grupo. A turma formada por 24

    alunos, 12 rapazes e 12 raparigas; a mdia de idades dos discentes situa-se nos 14 anos. H

    uma aluna que possui graves dificuldades cognitivas e tem, por isso, um currculo prprio e

    no frequenta a disciplina. Existem outros dois alunos com necessidades educativas

    especiais2, possuindo adaptaes curriculares a portugus, que requerem por exemplo uma

    formulao de perguntas nas provas de avaliao mais simplificada.

    Note-se que estes discentes apresentam um comportamento instvel e algumas limitaes a

    nvel social e relacional, tudo isto se reflete na sua aprendizagem. H ainda trs discentes

    2 Estas informaes e todas a que se referem a dados pessoais e socioeconmicos fazem parte do PCT das respetivas e foram fornecidas pelo DT.

    5

  • repetentes com planos de acompanhamento, dois dos quais disciplina de portugus.

    A nvel socioeconmico o grupo enquadra-se no perfil traado aquando da

    caraterizao da escola. No campo das habilitaes acadmicas dos progenitores, a maioria

    tem o 12 ano de escolaridade e uma percentagem considervel possui estudos superiores,

    outro nmero elevado completou o 6ou o 9 anos. Um grupo de nove alunos tem apoio social

    escolar.

    O comportamento e os resultados da turma so satisfatrios, contudo, difcil

    encontrar um nvel de cinco neste grupo de alunos. Adotam uma atitude de pouca ambio e

    no parecem muito interessados em obter resultados escolares elevados. Cumprem o mnimo

    que lhes pedido e frequentemente era necessrio incentiv-los ao trabalho e a participarem

    com mais empenho nas atividades propostas. No obstante, uma turma bastante simptica

    com a qual foi possvel estabelecer, desde o incio, uma relao prxima e de respeito mtuo.

    2.2. As turmas de Espanhol

    No mbito da disciplina de espanhol, iniciamos a nossa prtica letiva com uma turma

    do 9 ano o grupo do 9E constitudo por 25 alunos, 12 rapazes e 13 raparigas com uma mdia

    de idade de 14 anos. A maioria dos discentes vive com os pais, s uma aluna mora com a av

    e outra com o padrinho. H 4 elementos que beneficiam de apoio escolar. Um aluno

    apresenta necessidades educativas especiais, embora no tenha um currculo prprio a

    disciplina.

    As disciplinas preferidas dos discentes so a educao fsica e as cincias da natureza,

    entre as que menos gostam e onde afirmam ter mais dificuldades contam-se a matemtica e a

    histria e ainda a lngua portuguesa. Vrios discentes frequentaram no ano letivo anterior de

    apoio pedaggico acrescido, 10 a matemtica, 9 a lngua portuguesa e 7 a ingls.

    No h casos de doenas ou situaes particulares a assinalar, mas um elemento do

    grupo sofre de hiperatividade e dfice de ateno, o seu comportamento instvel e por

    vezes um pouco perturbador.

    No campo das habilitaes literrias dos encarregados de educao a maioria tem

    uma formao mdia ou superior ou o 12 ano. Um nmero mais reduzido possui o 9ou o

    6ano.

    A turma tem na generalidade bom aproveitamento e um grande nmero de alunos

    apreende com muita facilidade os contedos lecionados. No que se refere ao comportamento

    o grupo agitado e barulhento, o que dificulta um pouco trabalho e prejudica o

    aproveitamento de alguns alunos que poderiam obter melhores resultados.

    No entanto, de um modo geral, revelam um interesse pela disciplina de Espanhol e

    um gosto por aprender vocabulrio e saber mais sobre a lngua e a cultura espanhola, apesar

    do comportamento s vezes um pouco perturbador, so a turma do 9 ano que obteve

    melhores resultados.

    6

  • A outra turma onde desenvolvemos a prtica pedaggica tem caratersticas muito

    diferentes uma turma do 7 ano com 26 alunos, 12 rapazes e 14 raparigas a maioria dos

    elementos da turma tem doze anos.

    H vrios alunos com grandes dificuldades de aprendizagem e com pouco interesse

    nas atividades escolares. Alguns alunos j repetentes deste grupo adotam um comportamento

    incorreto e uma atitude de confrontao e desafiadora em relao ao professor.

    A nvel socioeconmico, o grupo enquadra-se no perfil traado aquando da

    caraterizao da escola. A nvel das habilitaes acadmicas dos progenitores, a maioria tem

    o 12 ano de escolaridade, outro nmero elevado completou o 6ou o 9 anos. H alguns

    alunos que provm de meios familiares complicados e so acompanhados pela psicloga da

    escola.

    Uma das grandes dificuldades da turma concentrar-se nas atividades, devido

    constante agitao. Vrios elementos da turma apresentam dificuldades em apreender os

    contedos, os resultados escolares refletem essa realidade, em quase todas as disciplinas h

    bastantes nveis negativos.

    Ao incio, foi um pouco difcil trabalhar com esta turma, mas com o passar do tempo e

    um aumento do conhecimento do grupo, optmos por atividades motivadoras, curtas, variadas

    e simples que se adequavam as caratersticas do grupo.

    Gostaramos de salientar que uma ajuda importante consistiu na troca de ideias com

    a orientadora cooperante, as colegas de estgio que assistiam as nossas aulas e nos davam

    sugestes, bem como a participao, nas reunies de conselhos de turma.

    3. Anlise crtica dos materiais de trabalho

    3.1. Enquadramento terico da questo da escrita

    Desenvolver a competncia da escrita fundamental para a vida em sociedade e a

    escola constitui um lugar primordial do seu ensino. O sucesso ou insucesso escolar do aluno

    advm muito da capacidade escrevente que este possui ou que conseguir adquirir. De

    facto, em quase todas as disciplinas, a escrita ocupa um lugar determinante. Por isso mesmo,

    necessrio envolver todos os profesores, e no s o de lngua materna, na promoo do

    desenvolvimento desta competncia. Uma perspetiva integradora dos conhecimentos

    adquiridos nas vrias disciplinas e tambm do prprio meio onde a escola se insere, ser uma

    mais-valia para o desenvolvimento de uma competncia complexa que envolve distintas

    componentes.

    7

  • De facto, a investigao terica empreendida sobre a escrita sublinha este aspeto,

    mostrando que o ensino da mesma um processo complexo e que exige um enorme esforo

    de quem a aprende, mas tambm de quem a ensina. A diversidade de componentes e

    conhecimentos que esta pressupe , alis, sublinhada em diversos autores tais como: (Amor,

    1993; Barbeiro, 1999; Camps, 2006; Barbeiro; Pereira, 2007; Reis et al. 2009).

    No mbito da investigao terica da escrita, no poderamos deixar de referir o

    modelo de Flower e Hayes (1981) que to grandes contributos didticos trouxeram para o

    ensino desta competncia. Estes especialistas colocam definitivamente em evidncia a

    importncia do contexto de produo da escrita, salientando que o professor deve colocar o

    enfoque no processo da escrita e no s na avaliao textual final. Doravante, escrever,

    enquanto ato de ensino, deve ser encarado como um processo e no um produto inserido num

    contexto de produo, claramente definido, pois o aluno, deve saber a quem escreve

    (destinatrio) e para que escreve (objetivo).

    Fig. 3: Modelo representativo do processo de escrita (Flower e Hayes) citado, por Barbeiro 1999:59.

    A escrita um processo que engloba vrias fases, a saber, planificao textualizao

    e reviso. A planificao permite-nos organizar o saber e construir um plano; a textualizao

    a passagem do plano ao que converte as ideias em linguagem escrita visvel; a reviso

    consiste na comparao entre o texto produzido e aquele que era pretendido, levando a

    reformulaes.

    8

    Planificao Reviso

    Tarefa de Escrita

    Tpico

    Auditrio

    Situao motivadora

    Texto Escrito

    (em produo)

    Enquadramento

    c

    o

    n

    c

    e

    o

    Organizao

    R

    e

    d

    a

    o

    Leitura

    Correo

    Controlo

    Contexto de produo

    Memria de longo

    prazo do redator

    -Conhecimento do

    tpico

    -Representaes

    sobre o auditrio

    -Esquemas-tipos

    dos textos

  • Os novos documentos reguladores do ensino que passamos, agora, a analisar tm uma

    clara influncia destes contributos tericos que salientmos.

    3.2. Os programas

    3.2.1. Os programas de Portugus e a escrita

    Realizar a prtica de ensino supervisionada numa turma de 9ano, como j referimos,

    gerou a necessidade de analisar o programa de portugus de 1991 e o de 2009 e ainda a

    recorrer s metas para a disciplina de portugus deste nvel de aprendizagem. Por isso,

    faremos uma breve anlise de cada um destes documentos, colocando a nossa ateno na

    competncia da escrita.

    Desde os anos 90 que o papel do aluno como construtor do processo de aprendizagem

    salientado, abrindo-se caminho a uma nova relao pedaggica entre docente e discente,

    que percorre todos os documentos reguladores da prtica pedaggica. Ao professor cabe,

    ento, promover a partilha de saberes e adequ-los ao contexto onde ensina; ao aluno,

    centro de todo este processo cabe-lhe um papel ativo e corresponsvel na prpria construo

    do conhecimento.

    O Programa de Portugus de 1991 para o 3 ciclo um marco visvel desta nova

    perspetiva que marcar todos os documentos reguladores do processo de ensino-

    aprendizagem que lhe seguem.

    O documento constitudo por dois volumes: Organizao Curricular e Programas de

    Lngua Portuguesa para o Ensino Bsico, vol. I e o Plano de organizao do ensino

    aprendizagem para o 3 ciclo, vol. II (DGEB, 1991).

    A primeira parte, prope um currculo em espiral que se repete e alarga

    progressivamente. As orientaes para os diferentes anos de escolaridade aparecem descritas

    em unidades separadas, em textos programticos distintos, independentes, embora se

    pressuponha a sua articulao, pensamos, no entanto, que a mesma difcil de conseguir,

    devido a um grande distanciamento entre os ciclos.

    Apresenta um conjunto de finalidades nas quais a aprendizagem ultrapassa

    largamente a fronteira do lingustico e confere ao ensino da Lngua Portuguesa um carcter

    transversal e generalista. De facto, como sublinham vrios autores, o programa pouco avana

    na individualizao da disciplina e privilegia, antes, uma formulao genrica de finalidades,

    que colocam o aluno no centro e destacam a necessidade de promover o seu progresso

    individual, a sua integrao plena na sociedade. Das setes finalidades enunciadas, verifica-se

    que seis partem da lngua para a abertura, a compreenso, a autonomia e que uma pretende

    consolidar valores morais (Cf.REIS; ADRAGO: 1992, CASTRO; SOUSA: 1992).

    9

  • Com efeito, o referido documento organiza-se em trs contedos nucleares:

    comunicao oral, leitura, escrita, que por sua vez se distribuem por trs domnios:

    Ouvir/Falar; Ler e Escrever.

    Os contedos nucleares, segundo as prprias palavras do programa, devem entender-

    se numa perspetiva funcional.

    O domnio da escrita divide-se em trs tpicos: expressiva e ldica, apropriao de

    modelos e tcnicas, aperfeioamento de texto.

    Um primeiro aspeto que gostaramos de salientar a separao que feita no

    documento entre a produo do texto e o seu aperfeioamento, esquecendo que o processo

    de escrita engloba a planificao, redao e a reformulao do texto. Por isso, Jos Brando

    (1991) afirma que os programas centram a ateno no produto e no no processo. Embora o

    documento saliente a importncia de atividades de aperfeioamento do texto que

    desenvolvam mecanismos de autocorreo e consciencializam o aluno de que um texto pode

    ser sempre melhorado (cf. DEGB, 1991b: 40).

    Outro aspeto que pode ser problemtico, a gesto do tempo desta competncia. A

    escrita expressiva e ldica tem mais tempo destinado do que os outros tipos de produo

    textual (Cf.DEGB, 1991b:56). No entanto, a ns, parece-nos excessivo o tempo que lhe

    conferido, em detrimento do aperfeioamento textual e da escrita para a apropriao de

    tcnicas e modelos e impe-se a seguinte questo: como se produz texto criativo, sem

    dominar as tcnicas de produo textual? No conduzir isto necessariamente e a um ensino

    da escrita que leva os discentes a colocarem-se diante de uma folha de papel em branco, sem

    saber o que escrever.

    O novo programa de portugus de 2009 representa o produto final de uma reflexo

    que, ao longo de um perodo de tempo, se fez e para a qual se consultaram vrios

    especialistas, investigadores, professores. O objetivo era elaborar um documento que se

    adequasse a nova realidade do ensino. De fato, vrios anos haviam j decorrido, novos

    conhecimentos tericos e realidades diferentes se impunham e, por isso, a necessidade de

    establecer orientaes programticas diferentes, no numa perspetiva de ruptura, mas de

    continuidade, como o salienta o prprio texto.

    As orientaes curriculares so agora organizadas por competncias e no por

    objetivos, so definidas para o 3 ciclo quatro competncias: oralidade, escrita, leitura e

    conhecimento explcito da lngua (CEL) e um descritor de desempenho que descreve o

    resultado esperado e o contedo de carter declarativo e procedimental. Ademais,

    acresce ainda dizer que: O desenho curricular do novo programa de portugus est

    concebido para trabalhar por ciclos e a aprendizagem constitui um movimento apoiado em

    aprendizagens anteriores; do mesmo modo, entende-se que o desenvolvimento do currculo

    um continuum em que o saber se alarga, se especializa, se complexifica e se sistematiza

    (REIS et al. 2009: 113).

    10

  • No que se refere escrita salienta-se que, neste nvel de ensino, se deve procurar um

    aprofundamento e reflexo sobre os mecanismos textuais, uma vez que os alunos ao longo dos

    anos anteriores j tiveram ocasio de observar, produzir, rever vrios formatos. O objetivo

    levar os alunos a apropriaram-se de mecanismos de produo textual mais complexos que lhes

    permitam utilizar a escrita para pensar, comunicar, construir conhecimento.

    A competncia da escrita definida da seguinte forma no documento: Entende-se

    por escrita o resultado, dotado de significado e conforme gramtica da lngua, de um

    processo de fixao lingustica que convoca o conhecimento do sistema de representao

    grfica adoptado, bem como processos cognitivos e translingusticos complexos (planeamento,

    textualizao, reviso, correo e reformulao do texto).(REIS et al.2009: 17).

    Define que o aluno deve atingir os seguintes resultados no domnio da escrita:

    Tabela 1: Resultados esperados no domnio da escrita novo programa de Portugus 3 ciclo

    11

    Escrever para responder a necesidades especficas da comunicao em diferentes contextos e

    como instrumento de apropriao e partilha de conhecimento.

    Recorrer autnomamente a tcnicas e procesos de planificao, textualizao e reviso,

    utilizando instrumentos diferentes de apoio, nomeadamente ferramentas informticas.

    Escrever com autonomia e fluncia diferentes tipos de textos adequados ao contexto, s

    finalidades, aos destinatrios e aos puportes de comunicao, adoptando as convenes prprias

    do gnero selecionado.

    Produzir textos em termos pessoais e criativos, para expor e representaes pontos de vista e

    mobilizando de forma criteriosa informao recolhida em fontes diversas.

    Produzir textos em portugus padro, recorrendo a vocabulrio diversificado e a estruturas

    gramaticais com complexidade sinttica, manifestando dominio de mecanismos de organizao,

    de articulao e de coeso textuais e aplicando corretamente regras de ortografa e pontuao.

    (REIS et al., 2009:117)

  • o novo programa de portugus em relao escrita, assenta j numa concepo diferente,

    entendendo-a como um processo que supe vrias fases e destaca o papel desta como

    construtora de conhecimento, salientando, tambm a importncia do contexto da produo

    que tem em conta a tipologia de texto e o destinatrio.

    A importncia das novas tecnologias e as inmeras possibilidades que estas trazem ao

    ensino so, vrias vezes, abordadas nos novos contedos programticos. Com efeito, referem

    que o docente dever explor-las no contexto da sala de aula. No domnio da escrita, o

    computador deve ser visto como um auxiliar e no um inimigo que afasta os alunos da

    produo textual. Na reformulao dos textos, a utilizao do processador de textos, os

    dicionrios e as gramticas disponveis na internet so um exemplo de uma aplicao prtica

    que podem contribuir, em muito, para uma autonomia do aluno e uma maior implicao do

    mesmo na processo de aprendizagem. O professor visto como agente do desenvolvimento

    curricular que deve adequar as orientaes curriculares ao seu contexto especfico.

    Um outro documento emanado do DGIDC em 2012, regula a prtica pedaggica e

    apresenta as metas curriculares para cada disciplina. No caso do portugus definido mais

    uma competncia que no estava presente no novo programa: a Educao Literria. No fundo,

    as metas definem os contedos fundamentais dos programas e esto definidas por ano de

    escolaridade, incidindo nos desempenhos, isto , naquilo que se espera que os alunos

    aprendam. Adite-se que estas tm um carter obrigatrio a partir do prximo ano letivo.

    Em suma, os dois documentos programticos centram o ensino no aluno e na

    necessidade de promover uma aprendizagem autonma. Estamos conscientes de que o

    conhecimento, atualmente, algo que se constri progressivamente. Por isso, a escola de

    hoje s pode ser aquela que prepara os seus alunos para a mudana, a aceitao da diferena

    num mundo cada vez mais plural e que os prepara para agir e atuar em mltiplos contextos.

    Nesse sentido, pensamos que o que marca o novo programa de portugus uma concepo

    mais oficinal do processo de ensino/aprendizagem visvel na organizao em competncias.

    A aula deve converter-se numa oficina onde o aprendente treina competncias e o

    professor as ensine, de facto, onde no se diga:- escreve, - l e depois se avalie o produto

    final, mas pelo contrrio, se ensine a faz-lo, acompanhando o aluno e fazendo com ele o

    caminho. evidente que isto no fcil com programas to extensos como os atuais, com a

    presso dos exames finais que obrigam a uma gesto dos contedos sem grandes margens para

    trabalho individualizado e com turmas cada vez maiores.

    12

  • 3.2.2. O programa de Espanhol e a escrita

    Ao refletir sobre os instrumentos de trabalho de espanhol, sejam eles o programa ou o

    manual, algo temos de ter claro priori a metodologia comunicativa que est subjacente ao

    ensino atual de uma lngua estrangeira, no nosso caso o Espanhol.

    O processo de ensino-aprendizagem dever estar centrado na ao, j que o

    aprendente visto como um ator social que utiliza a lngua para cumprir determinadas

    tarefas (lingusticas e extralingusticas) em determinadas circunstncias e ambientes num

    domnio de atuao especfico, tal como o define o QECR.

    O programa de espanhol constitudo por um s volume que contm o programa e a

    organizao curricular e define as aprendizagens para o 3ciclo 7, 8 e 9. Na introduo ao

    programa salientado que o professor deve adotar os contedos, adequando-os ao seu

    contexto e que estes devem ser entendidos com flexibilidade e abertura. Estes encontram-se

    divididos em trs campos: conceitos, procedimentos e atitudes foram definidos para cada um

    desses aspetos os seguintes domnios: compreenso oral, expresso oral, compreenso

    escrita, expresso escrita, reflexo sobre a lngua e a sua aprendizagem, aspetos

    socioculturais.

    Estes so entendidos numa linha progressiva ao longo do ciclo, por isso, nos dois

    quadros que integra um com os elementos gramaticais e o outro com os domnios, verficamos

    que a maioria abordada nos trs anos. Tornando-se fcil de estabelecer uma articulao

    entre os vrios nveis e traar um caminho de progresso e aprofundamento das

    aprendizagens.

    Apresenta um conjunto de objetivos gerais que dizem respeito lngua e ao seu

    conhecimento, mas tambm cultura do pas e sua diversidade, como sabemos no Espanhol

    devemos ter em ateno todo um mundo hispnico que no pode ser esquecido, e define

    ainda, objetivos que se referem ao desenvolvimento pessoal (cf. DEB, 1999:9).

    No domno da escrita, e no que se refere tambm produo do texto que sempre

    encarado num contexto comunicativo, como sublinha o prprio programa;

    algum escreve algo para algum com una finalidade (DEB,1999:30). Os contedos

    programticos referem a necessidade de criar situaes de comunicao real a nvel da

    escrita pode ser, por exemplo, a troca de correspondncia.

    As metodologias comunicativas que o programa apresenta como a aprendizagem por

    tarefas e os projetos cooperativos de ensino possibilitam, no domnio da escrita, a realizao

    de atividades mais duradouras que promovam verdadeiramente a aprendizagem centrada no

    processo feito de pequenos passos que conduzam ao produto final. Alm do carter social e

    comunicativo que preside todas as atividades do ensino da lngua estrangeira e conferem,

    naturalmente, um carter utilitrio a produo do texto.

    13

  • Escrever torna-se assim muito mais motivador para o aluno que encontra um sentido para

    aquilo que realiza.

    As metas da disciplina de espanhol que fazem uma sntese dos principais contedos a

    abordar definem, por exemplo para cada domnio metas intermdias e finais. No que se

    refere ao Nvel A1.2, onde realizamos a nossa oficina de escrita, referem que o aluno dever

    ser capaz de:

    Apresentar-se, descrever outras pessoas, hbitos, gostos, de preferncias, lugares e

    acontecimentos,

    Utilizar frases muito simples com estruturas gramaticias muito elementares

    Escrever textos muito simples e curtos (30-40 palavras)

    Era portanto neste patamar que nos situvamos para desenvolver o nosso trabalho

    com os alunos.

    3.3 Os manuais

    3.3.1. O manual de portugus e a escrita

    O manual adotado na escola segue ainda o programa antigo, ainda em vigor, para o 9

    ano; aguardamos com expectativa os novos que sairo no curso deste ano letivo.

    Apresentamos um quadro que contm as principais caratersticas do livro e o material

    complementar que o acompanha.

    Tabela 2: Caratersticas e material complementar do manual Com todas as letras

    Ttulo do Manual Autores Data Editor Material complementar

    Caratersticas fsicas

    Com todas as letras, lngua portuguesa -9 ano.

    Fernando

    Costa, Olga

    Magalhes

    Reimpr. 2012

    Porto Editora

    Livro oferta ao

    aluno: um fio de

    fumo nos confins

    de mar, Alice

    Vieira. Com

    proposta de

    leitura orientada

    no manual.

    Cd udio

    Manual do

    professor.

    Jogo didtico de

    lngua

    Dimenso

    195 x 269 x 26 mm

    Encardenao

    Capa mole Revisor:

    Antnio

    Moreno,

    Helena Couto

    Lopes, Joo

    Veloso

    N de pginas

    304

    Caderno de

    exerccios.

    N de pginas

    32

    14

    http://www.portoeditora.pt/sobrenos/autores/index/tema/autores?id=749http://www.portoeditora.pt/sobrenos/autores/index/tema/autores?id=749http://images.portoeditora.pt/getresourcesservlet/image?EBbDj3QnkSUjgBOkfaUbsKIiGhhTnv74wHCxfUMk1Oj7zJvja6XtneOQj7EutCJw&width=275

  • O livro encontra-se dividido em quatro unidades e a cada uma delas corresponde a

    uma tipologia textual. A iniciar o livro temos a unidade 0 intitulada: recomear onde

    encontramos umas atividades iniciais dirigidas ao aluno. No final do manual encontramos um

    um apndice gramatical e um banco de imagens.

    De seguida encontramos manual a unidade 1 Texto narrativo em prosa, unidade 2

    Texto dramtico, unidade 3 Texto narrativo em verso, unidade 4 Texto potico. A

    prpria unidade 0 apresenta logo como primeiro objeto de estudo a distino entre texto

    literrio e no literrio e a seguir coloca uma questo: o que vou estudar? E apresenta ao

    aluno, visto que a ele se dirige, um quadro incompleto que dever completar a partir da

    consulta do ndice geral e do remissivo. Ao alunos so apresentados textos de diferentes

    tipos - em primeiro lugar, literrios e em segundo, outros textos, que aparecem assim

    designados, de carter funcional ou utilitrio. Estes textos so englobados num quadro

    conjunto que vai desde a notcia, ao resumo e ao inqurito. evidente que a leitura de textos

    e a literatura so muito importantes, no entanto, a organizao deste instrumento de

    trabalho poder dar uma viso demasiado redutora da disciplina. Tantas vezes ao

    perguntarmos aos nossos alunos ou a crianas e jovens que nos so prximos:- o que que

    fizeste na aula de portugus? No ouvimos ns esta resposta-: sempre a mesma seca

    lmos um texto!

    Se observarmos o ndice geral encontramos, num plano horizontal, a tipologia textual

    e, na vertical, trs colunas: a primeira, texto/autor, a segunda outros textos, e a terceira,

    atividades/contedos/competncias. Em relao terceira coluna, so includos contedos,

    competncias e atividades, como se houvesse uma equivalncia entre estes trs termos. O

    maior nmero de exerccios propostos prendem-se com a leitura, sempre colocados em

    primeiro lugar e associados frequentemente compreenso textual: ler compreender. Este

    lugar preponderante da leitura ainda acentuado com outro item do manual, intitulado ler

    mais. Para mais nenhuma outra competncia isto proposto, seja o funcionamento da

    lngua, a oralidade ou a escrita.

    Em relao escrita o manual coloca-a sempre em ltimo lugar o que parece indicar

    uma concepo deste domnio da aprendizagem como o corolrio de todas os outros. Uma

    ideia de que se o aluno souber ler bem e compreender o texto, falar corretamente e conhecer

    a gramtica, saber escrever. Em nosso entender este um erro grave no ensino da escrita

    que exige treino e exerccio continuado. De facto, a aquisio e o domnio desta no so s

    fruto do desenvolvimento da oralidade, leitura e conhecimento da lngua, podem,

    certamente, facilit-la, mas no s deles, depende o sucesso ou insucesso da aprendizagem

    da escrita.

    15

  • O professor no pode julgar que, se o aluno l e compreende bem o texto e conhece as

    regras gramaticais das estruturas frsicas, imediatamente escrever de uma forma correta,

    deve antes proporcionar atividades especficas que desenvolvem esta competncia.

    Os exerccios de aplicao da escrita deste manual revelam-se, muitas vezes,

    imprecisos nas indicaes que do para a redao do texto. Veja-se o seguinte exemplo:

    depois da anlise da cena Corregedor e o Procurador do Auto da Barca do inferno,

    pedido ao aluno que escreva uma carta ao rei, expondo a injustia de que foram alvo e a

    reparo da situao. No se faz qualquer indicao quanto extenso da produo, nem se

    referem os elementos desta tipologia textual.

    Os modelos de texto que o manual contm so os de algumas produes utilitrias

    como a ata a convocatoria (cf 247) que so trabalhados desde h muito pelos alunos. Em

    relao ao texto de carter argumentativo/ opinio, nunca aparece um exemplo que destaca

    as partes constituintes desta tipologia textual. E, no entanto, sabemos como este texto deve

    ser trabalhado no 9ano. No excerto do ndice aqu colocado podemos comprovar o que foi

    dito.

    16

  • Fig.4: Excerto do ndice do manual Com todas as Letras

    17

  • 3.3.2. Os manuais de Espanhol e a escrita

    Na disciplina de espanhol trabalhmos com dois nveis de ensino e portanto

    analisaremos os dois manuais em causa. Apresentamos um quadro sntese com as principais

    caractersticas e o material complementar que os acompanha.

    Tabela 3: Caratersticas e material complementar do manual Espaol 3- nivel elemental III

    Ttulo Autores

    Data Editor Material

    Complementar

    Caratersticas fsicas

    Espaol 3- Nivel

    Elemental III

    Manuel del Pino Morgdez Lusa Moreira, Suzana Meira

    Edio/reimpresso:

    2013

    Porto

    Editora

    Cd udio Dimenses: 212x 275x 8 mm

    Encadernao: Capa mole

    N de pginas: 144

    Reviso

    cientfica e

    lingustica:

    Manuel del

    Pino

    Morgdez

    Caderno de exerccio N de pginas: 80

    O manual Espaol 3, da Porto Editora, segue as recomendaes metodolgicas

    estabelecidas pelo Marco Comm Europeo de Referncia (MCER).Tem 144 pginas e est

    dividido em 10 unidades, cada uma est estruturada em 5 partes. Inicia o seu percurso com

    Para empezar, onde dado a conhecer o tema que vai ser tratado. Aqui so apresentados

    diferentes tipos de exerccios de vocabulrio para que o aluno possa assimilar o lxico.

    Depois, temos o Consultorio gramatical, onde apresentado um tpico gramatical que se

    sistematiza atravs de vrios exerccios; a seguir surge Ahora dilo t, onde posta em prtica

    a competncia da oralidade. Em quarto lugar, h sempre um texto relacionado com o tema

    Leer para contar com diferentes tipos de exerccios de compreenso e tambm de

    alargamento de conhecimentos a vrios domnios. Para terminar, o aluno convidado a

    escrever Ahora escribe t com exerccios muito diferenciados. Como podemos constatar, as

    atividades de produo textual tambm so colocadas em ltimo lugar, da mesma forma que

    o fazia o manual de portugus.

    No final do livro h um glossrio que os alunos podem consultar para alargar o seu

    vocabulrio e tambm um conto e um conjunto de canes.

    18

    http://images.portoeditora.pt/getresourcesservlet/image?EBbDj3QnkSUjgBOkfaUbsKIiGhhTnv74wHCxfUMk1OizI5npq5EEg24BMoN7MCRD&width=275

  • A incluso do conto parece indicar que os autores tm a conscincia de que o aluno

    portugus, dada a proximidade das duas lnguas, adquirir facilmente capacidades de leitura

    que lhe permitem tirar partido da leitura de um texto em lngua espanhola. O prprio ttulo

    que o item apresenta ler es un placer, parece confirm-lo. Alis, o texto escrito assume uma

    grande importncia neste manual que os tem em grande quantidade e de distintas tipologias

    textuais: literrios: pp. 33, 34,72, 85, textos utilitrios e outros retirados de publicaes

    jornalsticas desde entrevistas, opinio, temticos: pp.21, 23, 25,45, 55, 65, 73, 75, 85,

    95,105.

    Vrios aspetos nos desagradam neste manual e, por isso, a nossa opinio em relao

    ao mesmo, em termos gerais, negativa. O aspeto grfico no chama a ateno, as imagens e

    as cores escolhidas no so as mais atrativas, os exerccios gramaticais de aplicao so

    demasiado longos repetitivos. Frequentemente, os contedos gramaticais surgem fora de um

    contexto de comunicao que apoie o ensino desta competncia. No h uma

    contextualizao que suporte esse contedo gramatical.

    Os exerccios de escrita, como j referimos, aparecem sempre no final da unidade.

    Nos exerccios de aplicao desta competncia o carter comunicativo da mesma

    assinalado, pede-se ao aluno que escreva um texto, marca-se o contexto da produo e o

    destinatrio. Contudo, faltam alguns modelos para apoiar o aluno na construo do seu

    escrito. A ttulo de exemplo, colocmos alguns exerccios do manual.

    Fig. 5: Exerccio do manual Espaol 3- nivel elemental III

    19

  • Fig.6: Exerccio do manual Espaol3 - nivel elemental III

    20

  • O outro livro escolar que utilizmos bastante diferente do anterior, na tabela

    encontramos as caratersticas e o material que o constituem.

    Tabela 4: Caratersticas e material complementar do manual Ahora Espaol! 1

    Ttulo Autores Data Editor Material

    Complementar

    Caratersticas

    fsicas

    Ahora Espaol!1 Espanhol Nvel1 7. Ano

    Lusa Pacheco

    Maria Jos

    Barbosa

    Ano de edio:

    2013

    Areal

    Editores

    CD- udio CDROM Um caderno com atividades e jogos didticos.

    Dimenses: 215 x 283 x 10 mm

    Encadernao: Capa mole

    N de Pginas: 160 Reviso

    cientfica e lingustica: Paula Vilas Eiroa

    Caderno de exerccios

    Dimenses: 216 x 283 x 6 mm

    Encadernao: Capa mole

    N Pginas: 96

    O segundo manual, dirigido ao 7ano, mais recente, encontra-se certificado ao

    abrigo das novas normas para adoo de livros escolares (lei n 47/2006 e Dec.-Lei

    n261/2007).

    O aspeto grfico muito atrativo com cores bem escolhidas e imagens adequadas

    faixa etria em que se insere, por isso mesmo pensamos, que motivador para os alunos.

    Nota-se uma preocupao em aproximar os contedos aos interesses dos alunos, escolhendo

    figuras que possam fazer parte do seu universo de referncia como atores, desportistas e

    passo a referir alguns exemplos: Antonio Banderas, Rafael Nadal, Fernando Alonso e

    personagens de fio como Srek, Harry Potter, Simpson, Mafalda, Garfield.

    Este instrumento de trabalho possui uma metodologia centrada na ao e na

    comunicao e prope uma aprendizagem por tarefas, em conformidade com o programa em

    vigor e o QECRL Nvel A.1. A unidade 0, com que o livro inicia, intitulada-Bienvenidos! revela

    o entendimento atual de que ensinar uma lngua mais do que aprender a gramtica, a

    comunicar por escrito ou oralmente tambm conhecer a cultura do pas. Os contedos

    culturais vo sendo integrados ao longo do manual, perfeitamente contextualizados, e

    includos na unidade temtica a que pertencem. Vejamos a ttulo de exemplo: a unidade 7,

    dime lo que comes p. 89 do manual e a unidade 11, de vacaciones, p.134.

    21

    http://www.bertrand.pt/autores/autor?id=273

  • O livro est dividido em 11 unidades temticas, cada uma est dividida em seis

    seces.

    A primeira seco denominada As de Habla! pe a tnica na oralidade e em atividades que a

    promovam. A segunda, Lo has captado?, apresenta textos sobre o tema e tambm tarefas de

    compreenso escrita. A terceira, Todo claro?, apresenta contedos gramaticais que surgem

    en contexto e de uma forma bastante motivadora. A quarta, Lo entiendes?, contm

    exerccios de expresso oral, onde se destaca o recurso cano que normalmente agrada

    aos alunos.

    A quinta, Ahora t! prope uma tarefa final e atividades de produo escrita orientadas a

    partir de modelos e tpicos. A sexta, corresponde a um momento de autoavaliao que tem

    uma ficha de avaliao formativa.

    Em relao competncia da escrita, o manual apresenta boas propostas que

    promovem uma real aprendizagem desta competncia veja-se o exemplo da unidade 2,

    Quin eres? onde apresentado um texto em forma de e-mail e se leva o aluno a refletir

    sobre o contexto da produo, sujeito, destinatrio, contedo e, na seo da escrita, so

    dados dois textos como modelo e, depois, pede-se ao aluno que escreva uma mensagem. Pela

    atualidade dos formatos escolhidos, e-mail e mural do facebook, pela reflexo sobre o

    contexto de produo, pelo modelo que d ao aluno um exemplo e uma orientao, pela

    conscincia de que escrever um processo feito de passos que conduzem ao produto final

    (texto), parece-nos que este manual apresenta exerccios que proporcionam uma real

    aprendizagem desta competncia. A seguir colocmos as pginas do manual que se referem a

    estes exerccios.

    22

  • Fig.7: Exerccio do manual de Espanhol Ahora Espaol!1

    23

  • Fig. 8: Exerccio do manual de Espanhol Ahora Espaol!1

    24

  • Captulo II

    Atividade Letiva

    1.Portugus

    1.1. Introduo

    O trabalho de prtica supervisionada disciplina de portugus decorreu numa turma

    de 9ano. Acompanhmos, ao longo do ano letivo, esta turma de uma forma contnua,

    assistindo s aulas da orientadora. Toda a prtica supervisionada foi cuidadosamente

    preparada e para cada aula foi produzida uma fundamentao terica, um desenvolvimento

    descritivo das atividades propostas e um plano de aula. Na preparao das mesmas, tivemos

    em conta a planificao anual e a de perodo e as orientaes programticas.

    O facto de se tratar de uma turma do 9 ano e de estarmos em pleno perodo de

    transio de programas, de um antigo, de 1991, ainda em vigor, para um novo, de 2009, que

    entrar em vigor no prximo ano letivo levou-nos a ter de recorrer aos dois documentos

    aquando da planificao. E se, em termos de contedos, nos guiamos pelo documento

    orientador ainda em vigor (1991), j no que se refere s estratgias e as planificaes

    seguimos o novo programa (2009) e, por isso, estas refletem essa mesma realidade e so

    definidas competncias e descritores de desempenho. Alm disso, tivemos, tambm, de

    recorrer a outro documento emanado do Ministrio de Educao, as metas de aprendizagem

    de (2012), uma vez que as obras selecionadas para analisar com os alunos so as indicadas no

    referido documento. Tudo isto representou um trabalho acrescido, mas tambm muito

    enriquecedor e proporcionou uma reflexo alargada sobre o processo de

    ensino/aprendizagem. A observao das aulas possibilitou-nos adequar a nossa preparao das

    aulas supervisionadas turma. Lecionmos 6 tempos letivos em cada perodo.

    A turma do 9F muito acolhedora e foi fcil estabelecer uma relao de empatia

    com o grupo, assim, se no primeiro tempo letivo que lecionmos estvamos muito nervosas,

    a situao alterouse rapidamente e o clima da sala de aula era francamente agradvel,

    tendo-se estabelecido um ambiente de cumplicidade, respeito e de aprendizagem mtua.

    As aulas aqui colocadas so as que se referem s aulas de desenvolvimento da

    produo escrita. Elabormos os quadros que permitem uma melhor compreenso e

    sistematizao do trabalho desenvolvido.

    25

  • 1.2 Planificaes e respetivos materiais de aulas observadas

    Tabela 5: Objetivos das tarefas das aulas de oficina de escrita.

    Tarefas

    - Alunos escrevem um texto sobre um determinado tema.

    Objetivo pedaggico:

    - Aplicar conhecimentos sobre o processo de escrita.

    Objetivo de investigao:

    - Recolher dados para diagnosticar alguns processos de escrita de

    textos desenvolvidos pelos alunos.

    Tabela 6: Quadro sntese das aulas de portugus de oficina de escrita, includas no relatrio.

    Dia Tempo Unidade didtica Objetivo didtico/pedaggico

    5/12/12

    45

    Texto narrativo em verso Os Lusadas- Lus de Cames -contextualizao.

    Avaliao prvia dos conhecimentos dos alunos.

    Avaliar a capacidade dos alunos para recolher e sistematizar a informao com vista a desenvolver a 1 fase da atividade de oficina de escrita-planificao (leitura/esquema-sntese das ideias).

    11/03/ 13

    45

    Oficina de escrita- texto de opinio.

    Introduo aos processos de escrita.

    Planificao Textualizao Reformulao

    29/04/13

    90

    Texto Dramtico- Auto da Barca do inferno- Cena o Frade. Textualizao- carta informal.

    Planificar/mobilizar conhecimentos.

    Planificao Textualizao Reformulao

    21/05/13 90

    Texto Dramtico-Auto da Barca do Inferno- Gil Vicente- Cena Os Quatro Cavaleiros. Oficina de escrita- Planificao: texto de opinio.

    Mobilizao dos conhecimentos dos processos de escrita (reflexo metalingustica).

    Planificao Textualizao Reformulao

    26

  • AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ZONA URBANA DE VISEU

    ESCOLA BSICA GRO VASCO

    Ncleo de Estgio Pedaggico da UBI

    Mestrado em Ensino do Portugus e do Espanhol

    Disciplina: Portugus 9 ano

    Texto narrativo em verso: Os Lusadas- Lus de Cames

    Contextualizao

    27

  • Fundamentao aula de 5/12/12

    A aula possui um carter introdutrio ao estudo dos Lusadas. Como sabemos,

    absolutamente necessrio que os alunos conhecem o contexto sociocultural da poca para

    poderem aceder ao estudo da obra. Para esta contextualizao, recorremos a diferentes

    estratgias a saber: uma leitura do texto informativo do manual sobre a poca dos

    descobrimentos em Portugal. A leitura silenciosa que os alunos faro do texto vai ao encontro

    das diretrizes que definem o Novo Programa de Portugus que define a competncia/

    domnio: ler para construir conhecimento. O objetivo procurar que os nossos alunos se

    tornem leitores cada vez mais competentes. Ora, isto exige treino e esforo continuado e a

    aula de portugus tem de ser um espao onde se desenvolvam estas competncias.

    De seguida, os alunos aplicam esta informao recolhida, preenchendo um esquema

    presente no manual (anexo1). Aprender a selecionar e sistematizar a informao essencial

    para construir conhecimento. H uma clara opo por um trabalho autnomo nesta duas

    primeiras atividades, que ser acompanhando pelo professor, com a finalidade de perceber as

    dificuldades dos alunos em organizarem e sistematizarem a informao. Estas tarefas so

    essenciais para desenvolver a capacidade de escrita que se pretende trabalhar com os alunos

    de um modo oficinal, nos tempos letivos posteriores.

    28

  • 9F 9H10 9h55 05/12/2012 Lio n 60

    DESENVOLVIMENTO DA AULA

    Um aluno vir ao quadro escrever o sumrio da aula anterior. Atravs do dilogo

    interativo, far-se- a reviso dos contedos abordados, na ltima sesso. (5m)

    Os discentes abriro o manual na pgina 186 e 187 e faro uma leitura silenciosa do

    texto sobre o renascimento portugus. De imediato, e de forma individual, preenchero o

    esquema-sntese com as informaes extradas da sua leitura. Durante esta atividade a

    professora percorrer a sala de aula, de forma a verificar se a turma cumpre a tarefa

    proposta e para esclarecer dvidas. Posteriormente, proceder-se- correo do mesmo,

    alguns alunos lero as suas respostas. No final, projetar-se- o esquema resolvido para uma

    maior sistematizao dos conhecimentos e clareza dos registos escritos (25m) (anexo 1).

    A professora explica ento que a obra os Lusadas se insere no movimento

    renascentista que exalta os descobrimentos portugueses e o seu contributo para o mundo.

    Acrescenta ainda que o mesmo foi muito importante para uma mudana de mentalidade e

    implantar uma nova viso do homem. Com o apoio de um powerpoint explora esta temtica

    (15m) (anexo 2).

    Apesar de esta aula ser necessariamente mais expositiva, dadas as caractersticas dos

    contedos a abordar, a docente tentar sempre estabelecer um dilogo com a turma,

    partindo dos conhecimentos que os alunos possuem, para introduzir os novos conhecimentos.

    A professora terminar a aula despedindo-se dos alunos.

    29

  • Ncleo de Estgio Pedaggico da UBI

    Agrupamento de Escolas Zona Urbana Viseu

    Escola Bsica Gro Vasco Departamento Curricular de Lngua portuguesa

    Ano Letivo 2012/ 2013

    PLANO DE AULA LNGUA PORTUGUESA

    9 ano

    Portugus

    Lies n60

    Sumrio

    Sumrio: O Contexto sociocultural de Portugal na poca dos descobrimentos.

    A importncia do movimento do Renascimento na europa e a revoluo ideolgica e cultural do homem

    europeu no sculo XV e XVI.

    9 F

    Tempo 45

    05/12/12

    Estagiria: Mafalda Isabel Monteiro Andrade Baltasar Farinha 1 aula

    Competncias Descritores de

    desempenho

    Contedos Atividades/

    Metodologias

    Materiais/recursos Avaliao Tempo

    Expresso oral Falar para construir e expressar conhecimento. Participar em situaes de interao oral.

    Utilizar informao pertinente, mobilizando conhecimentos pessoais ou dados obtidos em diferentes fontes. Seguir dilogos, discusses ou exposies, intervindo oportunamente e construtivamente.

    Comunicao e interao discursiva.

    Dilogo Interativo Registo do sumrio. Dilogo interativo.

    Quadro /canetas Manual: Com Todas as Letras, Porto Editora

    Observao direta: Empenho Interesse Participao nas atividades.

    5

    30

  • Leitura Ler para construir conhecimento. Ler para apreciar textos variados. Escrita

    Reconhecer e refletir sobre as relaes que as obras estabelecem com o contexto social, histrico e cultural no qual foram escritas. Identificar temas e ideias principais. Explicitar o sentido global do texto. Fazer inferncias e dedues. Expressar, de forma fundamentada e sustentada, pontos de vista e apreciaes crticas suscitados pelos textos lidos em diferentes suportes. Reconhecer e refletir sobre os valores culturais, estticos, ticos, polticos e religiosos que perpassam nos textos. Recorrer escrita para assegurar o registo e o tratamento de informao ouvida ou lida.

    Contexto extraverbal: situacional, sociocultural, histrico. Tema. Sequncia discursiva. Processos interpretativos inferenciais. Contexto. Escrita. Enunciados.

    Registo de informao no quadro e nos cadernos. Dilogo interactivo para a sistematizao da informao lida. Registo da informao, preenchimento de um esquema-sntese. Visualizao de um powerpoint sobre o movimento renascentista europeu. Dilogo interativo para sistematizao da informao

    Quadro e caneta. Caderno e esferogrfica. Powerpoint (anexo 3)

    10 15 10

    31

  • Escrever para construir e expressar conhecimento.

    Conhecimento explcito da lngua. Plano discursivo e textual.

    Utilizar, com autonomia, estratgias de preparao e de planificao da escrita do texto. Reconhecer propriedades configuradoras de textualidade: coerncia, referncia, coeso.

    Plano do texto. Macroestruturas e microestrutras textuais. Progresso temtica. Conetores discursivos (aditivos,explicativos, Contrastivos).

    lida e escutada.

    32

  • Anexo 1

    Esquema do manual (p.187)

    33

  • Anexo 2 powerpoint (correo)

    Esquema do manual do aluno sobre os descobrimentos portugueses (p. 187).

    RENASCIMENTO EM PORTUGAL

    34

    Perodo que abrange

    Meados do sculo XV at aos fins do sculo XVI

    novas atividades

    Comrcio de novos produtos a

    agricultura, a salicultura, a

    indstria da pesca e a

    exportao de vinho, azeite,

    fruta, cortia, mel, cera,

    madeira, sal e peixe.

    (mantm-se).

    Reflexos da expanso ultramarina

    importncia da atividade

    comercial

    Surge uma burguesia

    comercial; Portugal torna-se a

    plataforma entre a Europa e a

    frica, o Oriente e o Brasil;

    surgem novos hbitos de vida.

    na lngua e literatura nas artes na sociedade

    Cria-se uma atitude

    crtica, com base na

    experincia, na observao

    direta.

    Representao do mar, da

    arte natica, dos povos,

    fauna e flora exticos, de

    acontecimentos histricos

    de relevo na pintura, na

    arquitetura, ourivesaria,

    porcelana, mobilirio e

    tapearia.

    Novos vocbulos africanos,

    brasileiros e sobretudo

    orientais.

    Novos temas na literatura.

  • Powerpoint Anexo (3)

    no Sculo XIV na

    Durante o Sculo XV e XVI espalha-se pelo resto da Europa.

    Movimento que se caracteriza por :

    uma renovao cultural que atinge as reas da literatura, arte, cincia, filosofia;

    uma eufrica confiana no homem e nas suas capacidades;

    um fascnio e estudo atento das obras da antiguidade clssica que conduziram imitao

    das mesmas;

    uma crena de que possvel alcanar uma harmonia entre o homem e a natureza.

    http://sol.sapo.pt/photos/olindagil3/images/1027372/591x480.aspx

    35

    RENASCIMENTO

  • Os humanistas colocam o homem no centro afirmando:

    O homem a medida de todas as coisas

    (Protgoras, sofista da Grcia antiga IV ac)

    http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQmLwYhXjRFjoHgQZYbVPWnz0wCIYK0IsH9Nn1S2jUvPudVHN2A

    A cultura humanista promove um conjunto de valores considerados de alcance universal.

    No domnio

    ideolgico

    No domnio da arte

    Busca uma formao integral

    do homem: Corpo, mente e

    esprito.

    Desenvolve o esprito

    cientfico baseado na

    observao direta e na

    experincia.

    Imitao dos modelos clssicos, da

    antiguidade grego latina.

    A arte verdadeira equilbrio: um

    contedo rico numa forma perfeita.

    A harmonia entre razo e sentimento.

    HUMANISMO CLASSICISMO

    36

  • AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ZONA URBANA DE VISEU

    ESCOLA BSICA GRO VASCO

    Ncleo de Estgio Pedaggico da UBI

    Mestrado em Ensino do Portugus e do Espanhol

    Disciplina: Portugus 9 ano

    Oficina de escrita - texto de opinio

    11/03/13

    37

    http://images.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=oficina+de+escrita&source=images&cd=&cad=rja&docid=1PCEVvP72id4eM&tbnid=idvb4g00bq4woM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.manualescolar2.0.sebenta.pt/projectos/pt7/posts/404&ei=2dNZUcdA0ZPRBZungMAM&bvm=bv.44442042,d.ZGU&psig=AFQjCNEWXpCrcup_dPpTwvx4rezHoyMXTQ&ust=1364927825180674

  • Fundamentao da aula supervisionada de 11 de maro de 2013

    Esta aula ter como objetivo principal trabalhar o domnio da escrita. O novo

    programa de portugus d diretrizes especficas para desenvolvermos esta competncia ao

    defini-la da seguinte forma: Entende-se por escrita o resultado, dotado de significado e

    conforme gramtica da lngua, de um processo de fixao lingustica que convoca o

    conhecimento do sistema de representao grfica adoptado, bem como processos cognitivos

    e translingusticos complexos (planeamento, textualizao, reviso, correo e reformulao

    do texto) (REIS et al., 2009:16).

    Ainda em relao ao texto escrito o mesmo documento estabelece orientaes

    prprias para o 3 ciclo, afirmando:

    Os alunos devem trabalhar um conjunto alargado de textos que permitam

    experimentar modos de comunicao mais formais e experimentar modos mais complexos de

    organizao do pensamento alm de chamar a ateno para a necessidade de proporcionar

    experincias em que estes desenvolvam a capacidade de produzir textos para narrar,

    descrever, expor, explicar, comentar ou argumentar. (REIS et al., 2009:140)

    Este tempo letivo a que nos reportamos refere-se s duas primeiras fases do labor a

    realizar: planeamento e produo do texto. Temos em conta que esta uma atividade de

    oficina de escrita que pressupe fases distintas (planificao, textualizao, correo,

    reformulao. Numa fase posterior, os textos sero entregues aos alunos com correes que

    lhe permitiro fazer uma reformulao da sua produo escrita. Note-se que, junto com o

    material da aula, anexamos a grelha que utilizamos para a avaliao da produo textual,

    construda a partir dos critrios do GAVE.

    Como salienta um dos documentos da DGIC de suporte ao novo programa de

    portugus, todos os domnios (oralidade, leitura, escrita, gramtica) devem ser desenvolvidos

    de uma forma equilibrada, na sala de aula, no entanto, o tempo dedicado escrita deve ser

    mais generoso por ser esta uma competncia cujos desempenhos implicam uma grande

    complexidade O mesmo refere ainda que o professor pode criar momentos especficos de

    oficina de escrita. (VV.AA.,2009:37-38)

    De facto, luz das novas perspetivas do processo ensino-aprendizagem, o espao da

    sala de aula deve converter-se numa verdadeira oficina um local onde se aprenda a

    escrever e no apenas se exija a escrita. Por isso, necessrio que nos centremos no processo

    (planeamento do texto) que nos permite chegar ao produto final desejado (texto escrito):

    redigir um texto de opinio formalmente correto.

    38

  • Como sublinha Fonseca:A atuao pedaggica exige "intencionalidade". Em consequncia, o

    desenvolvimento das competncias implicadas na prtica da lngua, neste caso da escrita

    exige mais do que o simples recurso sua prtica, antes passa pela consciencializao e o

    treino intencional. (FONSECA,1994:137).

    A opo por uma metodologia de trabalho coletivo na fase de planificao do texto

    parte da certeza de que a cooperao e a partilha de ideias nos levaro a produzir algo mais

    rico e que o confronto com perspetivas diferentes da nossa constituir um excelente meio de

    aprendizagem, em particular, neste caso em que o tipo de texto a produzir de opinio. Com

    efeito, o conhecimento constri-se atravs de experincias sociais e pessoais, num processo

    ativo que se processa ao longo da vida, assim a principal finalidade do ensino ser, ento, a

    de ajudar os alunos a tornaram-se independentes e responsveis pelo seu prprio processo de

    aprendizagem: o mais importante a ensinar aos nossos discentes aprender como aprender.

    (cf. ARENDS, 1995: 4-5).

    No entanto, temos conscincia de que a escrita uma atividade difcil e que, na

    maioria das vezes, no agrada aos nossos discentes; por isso, foi nossa preocupao escolher

    um tema que pensamos ser atual e de interesse para o nosso pblico-alvo: As TIC e as

    relaes interpessoais. Como atividade de motivao, projetar-se- uma imagem de um

    Cartoon, vencedor do 2 prmio do Portocartoon de David Vela Cervera, intitulado o primeiro

    beijo. Esta estratgia permite explorar diferentes aspetos, j que esta figura pelo seu tom

    humorstico: diverte; pela sua beleza esttica: desenvolve o sentido esttico; pelo seu

    carter informativo: gera ideias. Certos, tambm, de que aprender a ler uma imagem

    hoje essencial, num mundo onde estas possuem um papel preponderante que facilmente

    cativa os alunos, convertendo-se num poderoso aliado para desenvolver outras competncias

    comunicativas menos amadas pelos alunos, neste caso a produo escrita.

    A aula pretender assim, em primeiro lugar, ajudar a turma do 9 ano a preparar-se

    para o exerccio de escrita da prova final de ciclo, no fim do ano, e por isso mesmo

    utilizaremos as orientaes e os critrios de correo desse item da prova nas distintas fases

    desta atividade de oficina de escrita. Em segundo lugar, nossa finalidade consciencializar os

    alunos de que a atividade da escrita obedece a regras especficas, e um processo que se

    constri atravs de reformulaes, reflexo, esforo e empenho, que necessitam de treino

    contnuo, num processo inacabado que ultrapassa largamente tempo e o espao da sala de

    aula e se estende por toda nossa vida. Como dizia Antnio Lobo Antunes, um dos nossos

    consagrados escritores da atualidade, numa entrevista RTP em 2004:

    Quando estou a escrever, pareo uma criana a tropear, s escuras, num caminho que

    no conhece.

    39

  • 9F 10H15 10h55 11/03/2013 Lies n 106

    DESENVOLVIMENTO DA AULA

    Os alunos entram, sentam-se e comea a aula. Um aluno vir ao quadro escrever o

    sumrio da aula anterior.

    Como motivao a docente projetar uma imagem (anexo 1) e explorar a mesma com a

    turma. Os discentes vo exprimindo as suas ideias, a partir do que dito pelo grupo introduz-

    se temtica.

    AsTIC so uma fonte de afastamento interpessoal?

    Em seguida, ser explicado aos alunos que vo realizar uma atividade de oficina de escrita. O

    trabalho a efetuar, nesta aula, consistir nas duas primeiras fases da tarefa a desenvolver:

    planificao do texto (coletivo) e Textualizao de opinio (individual). Numa terceira fase,

    este ser corrigido pela docente, os critrios de correo sero os definidos pelo Gave para a

    prova final de Portugus do 9 ano. Uma vez que estes alunos a faro no final deste ano

    letivo, esta atividade ter um carter formativo de preparao para a prova acima referida.

    Por isso, os alunos devero ter uma especial ateno s indicaes fornecidas, nomeadamente

    no que se refere extenso do texto e a sua organizao. Numa quarta fase, os alunos devem

    reescrever o texto, tendo em conta as indicaes dadas pela professora.

    Introduo:

    As tecnologias de informao e comunicao so novas formas de comunicao do ser

    humano. No entanto, roubam espao ao contacto individual, presencial que insubstituvel

    nas relaes interpessoais.

    Tema a desenvolver.

    ORGANIZAO TEXTUAL:

    As TIC so uma fonte de afastamento interpessoal?

    Planificao do texto (registo no quadro construdo com os alunos)

    40

    http://images.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=oficina+de+escrita&source=images&cd=&cad=rja&docid=1PCEVvP72id4eM&tbnid=idvb4g00bq4woM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.manualescolar2.0.sebenta.pt/projectos/pt7/posts/404&ei=2dNZUcdA0ZPRBZungMAM&bvm=bv.44442042,d.ZGU&psig=AFQjCNEWXpCrcup_dPpTwvx4rezHoyMXTQ&ust=1364927825180674

  • Tipo de texto: texto de opinio.

    Extenso do texto: (180 a 240 palavras).

    Introduo:

    breve apresentao do assunto;

    deve ser curta e precisa.

    Desenvolvimento: retomar o assunto, posio, argumentos.

    Mostrar que se compreendeu o assunto;

    cada pargrafo deve desenvolver uma ideia;

    ordem cronolgica ou ordem lgica;

    Concluso: Sntese dos principais aspetos;

    Resumir a impresso geral.

    O homem no pode viver sem comunicar, desenvolve-se em contato com os outros.

    As duas formas de comunicao apresentam vantagens e desvantagens.

    As novas tecnologias trouxeram, sem dvida, uma mudana profunda na forma de

    comunicar (ex. Uma simples SMS numa rede social, permite-me obter rapidamente

    informaes de sobre uma imensidade de pessoas, estejam onde estiveram.

    Comunicao presencial:

    Os seus Mritos:

    Permite apreender a comunicao no-verbal, gestos, olhares, toques (ex: silncio

    tambm comunicao (ser que se pode exprimir distncia? Se sim, como?).

    Proximidade afetiva, expresso de sentimentos, contato fsico e visual.

    Corrigir erros de incompreenso de uma forma imediata, reformular questes,

    desfazer equvocos.

    41

    Esquema-sntese das ideias a desenvolver:

  • Reservas:

    Muito exigente, menos rpida, alcana um menor nmero de pessoas.

    Comunicao no presencial.41

    Os seus mritos:

    Menos exigente, rpida, evita o constrangimento (a minha imagem perante o outro).

    Reservas:

    Afastamento do outro

    Perca do contato fsico e visual.

    Dificuldade em exprimir sentimentos (a linguagem grfica no exprime tudo).

    Dificuldades em estabelecer relaes reais.

    Textualizao

    Depois de concludo o esquema do quadro, os alunos escrevero um texto de opinio,

    trabalho individual, durante este tempo a docente circular pela sala, apoiando os alunos e

    esclarecendo dvidas. (tempo estimado 30 m).

    A aula terminar com o toque de sada, a docente recolhe os textos e despede-se da turma.

    42

  • Ncleo de Estgio Pedaggico da UBI

    Agrupamento de Escolas Zona Urbana Viseu Escola Bsica Gro Vasco

    Departamento Curricular de Lngua portuguesa Ano Letivo 2012/ 2013

    PLANO DE AULA LNGUA PORTUGUESA 9 ano

    Portugus

    Lio n 106 Sumrio

    Oficina de escrita: - planificao de um texto de opinio (comunicao e as TIC); redao do texto.

    9 F Tempo 45 11/03/13

    Estagiria: Mafalda Isabel Monteiro Andrade Baltasar Farinha 1 aula

    Competncias/objetivos Descritores de desempenho

    Contedos Atividades/ Metodologias

    Materiais/recursos Avaliao Tempo

    Expresso oral

    Falar para construir e

    expressar conhecimento

    Participar em situaes de

    interao oral.

    Utilizar informao

    pertinente, mobilizando

    conhecimentos pessoais ou

    dados obtidos em diferentes

    fontes.

    Seguir dilogos, discusses

    ou exposies, intervindo

    oportunamente e

    construtivamente.

    Comunicao e

    interao discursiva.

    Dilogo

    Interativo

    Registo do

    sumrio.

    Dilogo

    interativo.

    Projetor de vdeo e

    computador

    Diapositivos

    Imagem (anexo 1)

    Observao

    direta:

    Empenho

    Interesse

    Participao nas

    atividades.

    5

    10

    43

  • Escrita

    Escrever para construir e

    expressar conhecimento.

    Recorrer escrita para

    assegurar o registo e o

    tratamento de informao

    ouvida ou lida.

    Produzir enunciados com

    diferentes graus de

    complexidade para

    responder com eficcia a

    instrues de trabalho.

    Redigir textos coerentes,

    selecionando registos e

    recursos verbais adequados:

    - ordenar e hierarquizar a

    informao, tendo em vista

    a continuidade de sentido,

    a progresso temtica e a

    coerncia global do texto.

    Texto

    Escrita

    Plano de texto.

    Esquema-

    sntese das

    ideias.

    Trabalho

    coletivo.

    Registo de

    informao no

    quadro e nos

    cadernos.

    Trabalho

    individual.

    Produo

    textual.

    Quadro e canetas

    30

    44

  • Conhecimento explcit