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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MINAS GERAIS - UEMGFUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE DIVINÓPOLIS – FUNEDI
INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR E PESQUISA – INESP
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Cristal Beneficiamento Têxtil
FERNANDA COSTA MELO
Divinópolis, MG.Dezembro de 2009
FERNANDA COSTA MELO
ESTÁGIO SUPERVISIONADOSEGURANÇA DO TRABALHO
Atividade acadêmica apresentada a Professor Helton Gomes, responsável pela orientação de estágio realizado na área de Segurança do Trabalho da empresa Cristal Beneficiamento Têxtil, corrente no 8º período de Engenharia de Produção, como requisito para obtenção de crédito.
Divinópolis, MG.
2
Dezembro de 2009.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO NA EMPRESA CRISTAL
BENEFICIAMENTO TÊXTIL SITUADA À CIDADE DE DIVINÓPOLIS
NO ESTADO DE MINAS GERAIS
ÀUNIVESIDADE ESTADUAL DE MINAS GERAIS
DEFERNANDA COSTA MELO - 8º Período - Engenharia de Produção - Matutino
Professor Helton GomesOrientador Responsável à Disciplina de Estágio Supervisionado
Professor Douglas Rodrigues CabralCoordenador Responsável à Disciplina de Estágio Supervisionado
Professor Luiz Elpídio Melo MachadoCoordenador Responsável ao Curso de Engenharia de Produção da Universidade
Estadual de Minas Gerais – Fundação Educacional de Divinópolis
3
Divinópolis, MG.Dezembro de 2009.
Agradecimentos:
A todos da Cristal Beneficiamento Têxtil, em especial ao Leonardo que contribuiu para que esse trabalho fosse concluído, que me permitiu tomar contato com o tema Segurança do Trabalho em sua realidade, o que despertou em mim além do interesse, o compromisso social. Em especial ao meu orientador Helton Gomes que se dispôs com muito carinho a me ajudar e me acolheu nesta jornada. Ao coordenador de
4
estágio Douglas Rodrigues Cabral pelo apoio, compreensão e confiança.
“Você é aquilo que você faz continuamente, excelência não é uma eventualidade é um hábito.”
5
Aristóteles
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO 8
2 – OBJETIVOS 11
2.1 – Objetivo Geral 11
2.2 – Objetivos Específicos 11
3 – IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA 12
3.1 – Descrição da Empresa 9
4 – FATORES DE RISCO AO AMBIENTE DE TRABALHO 13
4.1 – Conceitos de Agente e Risco 13
4.2 – Exemplos de Riscos Ambientais e suas Conseqüências 14
5 – ERGONOMIA NO TRABALHO 16
5.1 – Ergonomia no Brasil 16
5.2 – Levantamento, Transporte e Descarga Individual 17
5.3 – Mobiliários e Equipamentos 18
5.4 – Condições Ambientais dos Postos de Trabalho 18
5.5 – Organização do Trabalho 19
5.6 – Prioridades no Controle dos Riscos 20
5.7 – Prevenção e Combate ao Fogo 20
6 – LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA 32
6.1 – Legislação Trabalhista – Ministério do Trabalho 32
6.2 – Acidente do Trabalho 37
6.3 – Acidente de Trabalho com Vítima 38
6.4 – Acidente de Trabalho sem Vitima 38
6
6.5 – CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho 39
6. 6 – Perfil Profissiográfico Previdenciário 39
7 – CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO 40
7.1 – Ato ou Condição Insegura 40
7.2 – Método de Espinha de Peixe 41
8 – PROCEDIMENTOS LEGAIS NOS ACIDENTES DE TRABALHO 43
8.1 – Fluxo do Registro 44
9 – INSPEÇÃO DE SEGURANÇA 45
9.1 – Etapas da Inspeção de Segurança 45
10 – MANUTENÇÃO PREVENTIVA 46
11 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL
EPI x EPC 46
12 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA) 46
12.1 – A CIPA terá por atribuição 50
12.2 – Mapa de Riscos 52
13 – CÓDIGOS E SÍMBOLOS ESPECÍFICOS DE SST 54
14 – Considerações Finais 56
15 – Referências Bibliográficas 57
7
1. INTRODUÇÃO
As atividades laborais surgiram juntamente com o homem. Por sua
capacidade de raciocínio e pelo seu instinto gregário, o homem conseguiu, através
da história, criar a tecnologia que possibilitasse sua existência no planeta.
Podemos partir da atividade predatória, evoluir para a agricultura e pastoreio,
alcançando a fase do artesanato e mais tarde a era industrial.
Até o advento da máquina a vapor poucas notícias têm-se sobre saúde
ocupacional.
A relação entre as doenças e as atividades de trabalho ficou ignorada até 250
anos atrás, mais ou menos.
No século 16, algumas esparsas observações surgiram relatando a
possibilidade de o trabalho ser gerador de doenças.
Em 1556 Georgius Agrícola, publicava seu livro “De ré metálica“, onde
eram estudados os diversos problemas relacionados com a extração mineral, como
prata, ouro e sua fundição. O último capítulo deste livro destaca os acidentes de
trabalho e as doenças mais comuns entre os trabalhadores, que era chamada de asma
dos mineiros, provocada pela poeira, que Georgius denominava corrosivas e que,
hoje é conhecida como silicose.
Em 1700, na Itália, Ramazzini publicou um livro descrevendo uma série de
doenças relacionadas com cerca de 50 profissões, por este motivo é com justiça
chamado de pai da Medicina do Trabalho, mas seu trabalho só foi reconhecido um
século mais tarde.
Entre 1760 e 1830, ocorreu na Inglaterra um movimento destinado a mudar
8
profundamente toda a história da humanidade: foi à revolução industrial, onde
surgiu a primeira máquina de fiar e fez com que as pessoas fossem trabalhar para os
capitalistas.
Para o funcionamento, essas máquinas precisavam de força motriz, que foi
encontrada na energia hidráulica, assim, as primeiras fábricas foram instaladas em
velhos moinhos.
Em 1781, a descoberta da máquina a vapor, por Watt, possibilitou que as
fábricas fossem instaladas em qualquer local. Neste momento surgiram problemas
relacionados com a segurança dos trabalhadores, por estas fábricas se instalarem em
galpões, estábulos e armazéns que rapidamente eram transformados em novas
indústrias, portanto em condições desfavoráveis para os trabalhadores.
A mão de obra era constituída principalmente por mulheres e crianças. Estas
fábricas não tinham limitação de horário de trabalho, resultando em números
elevados de acidentes de trabalho. As condições ambientais das fábricas eram muito
precárias, não havia proteção nas correias das máquinas, pouca iluminação, ruído
intenso, ventilação deficiente, o que contribui de maneira decisiva para que
houvesse muitos acidentes e muitas mortes, principalmente de crianças.
Além dos problemas relacionados com o trabalho, verificavam-se as doenças
infecto-contagiosas, principalmente entre crianças, onde era grande a ocorrência do
Tifo Europeu, que era conhecido como febre das fábricas, cuja disseminação era
facilitada pelas más condições dos ambientes de trabalho e pela grande
promiscuidade dos trabalhadores.
Devido estas condições, Sir Robert Peel, representou uma comissão junto ao
Parlamento Britânico, solicitando que fosse criada a primeira Lei de Saúde e Moral
dos Aprendizes. Essa Lei estabelecia o limite de 12 horas de trabalho por dia,
9
proibia o trabalho à noite e obrigava os empregadores a lavar as paredes das fábricas
duas vezes por ano e a ventilar suas fábricas.
Em 1830 o proprietário de uma fábrica procurou Robert Baker, Médico
conhecedor da obra de Ramazzini e determinou que ele contratasse um Médico para
visitar sua fábrica. Este Médico fez uma análise crítica da empresa e afastou vários
funcionários com problemas de saúde. Com essa iniciativa do empregador, mostrou-
se à necessidade urgente de medidas de proteção aos trabalhadores. Para tanto, foi
criada em 1834, a Lei das fábricas, sendo atingidas todas as indústrias têxteis,
hidráulicas ou a vapor. Sendo ainda proibindo o trabalho noturno de menores de 18
anos, reduzindo a carga horária de trabalho dos menores para 12 horas por dia e
obrigando as fábricas a ter escolas freqüentadas por menores de 13 anos, a idade
mínima para trabalhar seria de nove anos e um Médico deveria atestar que o
desenvolvimento físico da criança correspondia a sua idade cronológica.
Em decorrência desses dispositivos legais Britânicos, verifica-se a partir de
então, o surgimento de ações semelhantes em outros países. Na França em 1862, é
criada a primeira Lei de segurança do trabalho.
Em 1919 foi criada a (OIT) Organização Internacional do Trabalho, que
estabelecia regras em nível internacional para proteger os trabalhadores e
uniformizar as questões trabalhistas.
10
2. OBJETIVO
2.1 - Objetivo Geral
Orientar a empresa Cristal Beneficiamento Têxtil através de revisão
bibliográfica a prevenir doenças e acidentes de trabalho. Observar as condições do
ambiente de trabalho dentro da empresa, fazer a análise dos riscos químicos,
ergonômicos e ocupacionais, bem como orientar na prevenção a incêndio, orientar sobre
uso e manejo de extintores, hidrantes, bem como a fiscalização do funcionamento e
validade dos mesmos.
A importância Saúde e Segurança do Trabalho para as empresas é grande, pois
onde funciona bem a produtividade é maior, pois não ter que pagar um funcionário
acidentado e afastado já é lucro, e diminui ações na justiça do Trabalho, ou até ações
indenizatórias na justiça comum.
2.2 - Objetivos Específicos
Analisar todas as dependências da empresa a fim de levantar o melhor conteúdo
bibliográfico adequado à realidade da organização para garantir a eficiência e eficácia
da informação para os funcionários. O presente trabalho será proposto como um
pequeno manual se segurança do trabalho para orientar a empresa Cristal
Beneficiamento Têxtil.
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3. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
Empreendedor: Cristal Beneficiamento Têxtil Ltda.
Empreendimento: Unidade Industrial.
Atividade: Lavanderia Industrial.
CNPJ: 86.554.037/0001-8
Inscrição Estadual: 223.902.611-0040
Endereço: Rua Pitangui, 300.
Bairro: Bom Pastor.
Cidade: Divinópolis, MG.
CEP: 35 502-070.
Telefone: (37) 3213 05 58.
Número de Funcionários: 59 empregados.
Produção Mensal: 26.000 peças beneficiadas.
3.1 – Descrição da Empresa
A empresa Cristal Beneficiamento Têxtil atua como lavanderia industrial e
comercial com lavagem, tingimento, amaciamento e outros acabamentos em roupas,
peças do vestuário e artefatos diversos de tecidos. Tem como principal cliente artefatos
jeans wear para beneficiamento.
Localizada em área urbana pertencente ao município de Divinópolis, MG, ocupa
uma área total de 1200 m². Sua capacidade nominal é de 1000 peças/dia. Opera com 59
funcionários revezados em 2 turnos.
12
Os equipamentos utilizados no processo são máquinas de lavar frontais,
máquinas de lavar horizontais, centrífuga, secadoras, lixadeiras e caldeira e tem como
principais insumos utilizados nos processos são desengomantes, sabão neutro, enzimas
neutras, hipoclorito, metabissulfito, amaciante, alvejantes, corantes sulfurosos e
reativos, barrilha (Na2CO3) e sal.
4. FATORES DE RISCO AO AMBIENTE DE TRABALHO
4.1 - Conceitos de Agente e Risco
Agentes Ambientais: Estão presentes nos ambientes de trabalho, porém devido à
sua natureza, concentração ou intensidade, suscetibilidade e tempo de exposição, não
apresentam perigo à saúde ou integridade física dos trabalhadores.
Riscos ambientais: São os agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e
de acidentes presentes nos ambientes de trabalho, que em função de sua natureza,
concentração ou intensidade, suscetibilidade e tempo de exposição, são capazes de
causar danos à saúde do trabalhador.
Exemplos:
Agente ambiental: Ruído
Risco ambiental: Ruído de 85dB, com exposição de 9 horas diárias (risco físico).
Agente ambiental: Cloro
Risco ambiental: Cloro (0,9 ppm limite de tolerância 0,8 ppm) (risco químico)
Agente ambiental: Ferramenta manual
Risco ambiental: Ferramenta manual com defeito (risco de acidentes)
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4.2 - Exemplos de Riscos Ambientais e suas conseqüências
1. Agentes Físicos
São diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores,
tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações
ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infra-som e ultra-som.
Agente Fonte Geradora Possíveis Conseqüências
RuídoMaquinas, ar comprimido etc.
Cansaço, irritação, perda auditiva, impotência sexual etc.
Calor Fornos, caldeira, fogão, autoclave, calandra,
secadora etc.
Taquicardia, choque térmico, hipertensão etc.
Radiação Ionizante Raios-X, hemodinâmica, tomografia etc.
Alteração celular, câncer, fadiga etc.
Frio Câmara frigorífica, veículos refrigerados etc.
Fenômenos vasculares periféricos, doenças respiratórias etc.
Umidade Higienização, lavagens em geral
Doenças do Aparelho respiratório, quedas, doenças de pele etc.
Radiação não Ionizante
Soldas, caldeira etc. Queimaduras, lesões nos olhos, na pele, problemas pulmonares etc.
Vibrações Obras, britadeira ou martelete etc.
Cansaço, irritação, dores nos membros superiores e inferiores, artrites etc.
1. Agentes Químicos
Substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via
respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores. Ou ainda
que pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo
organismo através da pele ou por ingestão.
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Formas de Penetração Fonte Geradora Possíveis Conseqüências
Via Respiratória – Inalação pelas Vias Aéreas
Produtos químicos, principalmente aromáticos.
Ação sobre o sistema nervoso etc.
Via Cutânea – Absorção pela Pele
Produtos químicos gerais Escamação da pele, dermatite etc.
Via Digestiva – Ingestão acidental
Produtos químicos geraisComida x Cigarro
Problemas digestivos, intoxicação, envenenamento.
2. Agentes Biológicos
São microorganismos presentes no ambiente de trabalho, tais como: bactérias,
fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros, presentes com freqüência em
áreas hospitalares.
Agente(Transmissão Por Contato)
Fonte Geradora Possíveis Conseqüências
Fluídos Corpóreos de pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas (Probabilidade)
US, contato com paciente contaminado...
Doenças infecto-contagiosas
Fezes, sangue, glândulas, vísceras de animais destinados ao preparo de vacinas/estudos
Laboratórios de Experimento Animal ou Abatedouros/Cobaias
Materiais destinados a análises clínicas e Histopatologia
Laboratório de Análises e de Patologia/ Material de Coleta
Trabalhos com esgotos e coleta de lixo urbano
Rede de Esgotos, lixo etc.
Agente(Transmissão Por Via Aérea)
Depende Possíveis Conseqüências
TuberculoseVaricelaSarampo
Contato/proximidadeVirulência do germe
Imunidade do hospedeiroÁrea de dispersão
Número de pessoas no localDemais fatores associados
ao ambiente
Doenças infecto-contagiosas
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3. Riscos de Acidentes
Estão associados ao ambiente de trabalho, Layout e ferramentas. São capazes de
causar incidentes e acidentes, podendo causar lesões ou perdas associadas à integridade
física dos trabalhadores, bem como causar danos materiais às máquinas e instalações da
instituição.
5. ERGONOMIA NO TRABALHO
ERGONOMIA = ERGON NOMOSERGON = FORÇA / TRABALHO NOMOS = REGRAS / LEIS
UMA DEFINIÇÃO: Estudo entre o homem e o seu trabalho, equipamentos e meio ambiente.
5.1 - Ergonomia no Brasil
Cabe ao empregador realizar a Análise Ergonômica do Trabalho, devendo a
mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho conforme estabelecido na NR 17
da Portaria 3214 / 78.
A Análise Ergonômica do Trabalho estabelece os Parâmetros Ergonômicos ou
Agentes Ergonômicos e visam à adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo em conforto,
segurança e desempenho eficientes.
Consideram-se, entre outros, os seguintes aspectos:
16
Levantamento, transporte e descarga;
Mobiliários e equipamentos;
Condições ambientais dos postos de trabalho;
Organização do trabalho.
A ausência de parâmetros ergonômicos pode ter como conseqüências:
Cansaço;
Dores musculares;
Problemas na coluna;
Baixo desempenho;
Úlceras etc.
5.2 - Levantamento, Transporte e Descarga Individual
Não deverá ser exigido, nem admitido o transporte manual de cargas, por um
trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança.
Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não
as leves, deve receber treinamento ou instruções de trabalho satisfatórias quanto aos
métodos de trabalho que deverá utilizar com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir
acidentes.
Quando mulheres e trabalhadores jovens designados para o transporte manual de
cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior aquele admitido
para os homens, para não comprometer a sua saúde ou sua segurança.
5.3 - Mobiliários e Equipamentos
17
Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de
trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.
Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas,
mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa
postura, visualização e operação.
Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes
requisitos mínimos de conforto, como por exemplo:
Altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;
Encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região
lombar.
Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser
colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os
trabalhadores durante as pausas.
Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar
adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho
a ser executado.
5.4 - Condições Ambientais dos Postos de Trabalho
As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou
artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.
18
Como regra geral, temperaturas confortáveis, para ambientes informatizados,
são entre 20oC e 22oC, no inverno e entre 25oC e 26oC no verão (com níveis de umidade
entre 40 a 60%).
Sempre que possível humanize o ambiente (plantas, quadros e ,quando possível,
som ambiente). Estimule a convivência social entre os funcionários. Muitas empresas
que estão adotando políticas neste sentido vêm obtendo um aumento significativo de
produtividade. Lembre-se que o processo de socialização é muito importante para a
saúde psíquica de quem irá trabalhar nele.
5.5 - Organização do Trabalho
A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas
dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, no
mínimo:
As normas de produção;
O modo operatório;
A exigência de tempo;
A determinação do conteúdo de tempo;
O ritmo de trabalho;
O conteúdo das tarefas.
19
Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço,
ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do
trabalho, deve ser observado o seguinte:
Para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em
consideração as repercussões sobre
Saúde dos trabalhadores;
Devem ser incluídas pausas para descanso;
Quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou
superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno
gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento.
5.6 - Prioridades no Controle dos Riscos
Eliminar o risco / Mudança de Processo, Tecnologia / Matéria-Prima;
Neutralizar / isolar o risco, através do uso de Equipamento de Proteção Coletiva;
Proteger o trabalhador através do uso de Equipamentos de Proteção Individua;
5. 7 - Prevenção e Combate ao Fogo
Você já pensou o que faria se durante o trabalho ocorresse uma explosão, seguida de um
incêndio em seu posto de trabalho que fica no 14º andar, ou no hospital onde os locais de saída estão
distantes de onde você se encontra? Ou se algum dia acordasse de madrugada e sua casa ou seu prédio
estivesse pegando fogo enquanto toda a sua família dorme? Extraído e adaptado da revista
Proteção Incêndio, março/2004.
20
Combustível: todo e qualquer material que possa ser consumido pelo fogo, apresentando diversas características. Ex: papel, madeira, óleo, gasolina, metais, gases, etc.Combutente: O oxigênio presente no ar que respiramos ou pode ser proveniente de outra fonte.
Aumento de Temperatura: normalmente responsável pelo início do fogo, pode ser uma faísca gerada por uma ferramenta, um “toco” de cigarro aceso, um palito de fósforo, um aparelho elétrico em curto, etc.
Uma das melhores maneiras de se ter um bom desempenho em situações como
acima descrita é estar preparado.
E o que é estar preparado? É difícil prever qual será a nossa reação diante de um
evento onde podem estar em jogo, vidas e patrimônio. Agrava esta situação a falta de
conhecimentos básicos sobre as características de um incêndio, bem como a ação
correta de combate a incêndio, proteção individual e fuga.
Portanto, considerando-se que em geral as pessoas não estão prontas
emocionalmente para enfrentar sinistros, a melhor definição de “estar preparado” é
conhecer os equipamentos, as classes de fogo, características do fogo e da fumaça,
combate a incêndio, evacuação etc.
Neste polígrafo estaremos retratando questões básicas sobre o fogo e sua
propagação, técnicas de combate ou contenção, técnicas de evacuação e dicas para
prevenção de sinistros no local de trabalho ou na residência.
Triângulo do Fogo
O Triângulo do Fogo representa a união de 03 (três) elementos básicos para que ocorra o fogo: o combustível, o oxigênio e o aumento de temperatura.
21
Atrito
Fontes Causadoras de Incêndio
Eletricidade: 23%. Esta é a causa principal de incêndios industriais. A maioria inicia-se nas instalações elétricas e motores.
Fumo (cigarro): 18%. Uma causa potencial de incêndios que ocorrem em todos os lugares. É uma questão de educação e controle. Devemos proibir terminantemente o cigarro em zonas perigosas, como são os locais onde existem líquidos
ou gases inflamáveis, poeiras e fibras combustíveis, armazenamento de materiais combustíveis, etc.
Atrito: 10%. Proveniente de defeitos e mau funcionamento de máquinas. Os riscos de princípio de incêndio podem ser evitados mediante um programa de inspeções regulares e um bom plano de manutenção corretiva e preventiva, bem como de lubrificação.
Superfícies Aquecidas: 7%. Proveniente de caldeiras, fornos, tubulações de vapor aquecido, lâmpadas elétricas, ferros de passar roupas, estufas elétricas, “rabos quente”, como também metais de processos aquecidos que incendeiam, líquidos inflamáveis e materiais combustíveis.Chamas de Queimadores: 7%. O uso indevido de lâmpadas portáteis (lampiões), de solda, defeito nos queimadores de caldeiras, secadores, fornos e aquecedores portáteis a gás (estufas).Faíscas de Queimadores: 5%. Ignição Espontânea: 4%.Cortes e Soldas: 4%.Exposição: 3%. Etc.
Fonte: NFPA – Referente a incêndios industriais.
Prevenção de Incêndios
22
Proibido Fumar
Quando não queremos que ocorra alguma situação ruim conosco ou com
terceiros, procuramos agir de forma preventiva, ou seja, analisar as chances do fato
ocorrer procurando de todas as maneiras evitá-lo. A isto podemos dar o nome de
POSTURA PREVENTIVA.
Com relação ao combate a incêndios a postura preventiva será aquela em que
possamos:
Para que possamos atingir este conceito, devemos nos valer dos seguintes
recursos: treinamentos, atenção à nossa volta, equipamentos adequados e planejamento
nas atividades.
Programas de Prevenção
Atualmente as empresas estão se adequando a um programa chamado PPCI
(Plano de Proteção e Combate a Incêndio).
Dentro deste programa estarão desenvolvidos todos os esforços que a empresa
deverá manter para prevenir, combater e controlar incêndios.
Dentro deste plano constarão os equipamentos que a empresa deverá possuir (ex:
extintores, hidrantes, alarmes de incêndio, detectores de fumaça ou de alta temperatura,
chuveiros sprinklers etc.), e os procedimentos (evacuação, rotas de fuga, saídas de
emergência, treinamentos, formação de uma Brigada de Incêndio, etc.).
23
Analisar os Riscos
(saber as possibilidades de incêndio nas áreas da Instituição)
+
Conhecer os Equipamentos
(saber onde estão e como utilizar)
+
Alarme de Incêndio
Treinamento Constante
O programa deverá ser executado por um profissional habilitado e submetido à
aprovação dos Bombeiros.
Brigada de Incêndio
Grupo de funcionários da empresa que receberão treinamento constante para
estarem sempre aptos a atuarem nos casos de sinistros, orientando em combate de
incêndios, retirando com segurança as pessoas que se encontrarem próximas aos locais
afetados e prestando primeiros socorros às vítimas.
As atribuições básicas da Brigada de incêndio são:
1- Combater o fogo no seu início;
2- Ter conhecimento das probabilidades de incêndio nas diversas
áreas da empresa;
3- Conhecer as condições de risco de fogo.
É importante que numa Brigada de Incêndio tenha a participação de funcionários
dos setores de Manutenção e Segurança Interna, devido à peculiaridade da atividade e
tempo de permanência na empresa.
24
Rotas de Fuga
Classes de Fogo
Cada material tem características próprias de inflamabilidade, de teor
combustível (poder calorífico) e de liberação de produtos ao queimar (fumaça e gases).
A classificação dos combustíveis visa agrupar aqueles que apresentam
comportamento similar durante a combustão, de forma a disciplinar a aplicação de
técnicas e agentes extintores para obter uma extinção eficiente e rápida do fogo.
De acordo com a Norma NR 23 do Ministério do Trabalho e Emprego – (MTE)
há no Brasil as seguintes classes de fogo:
Classe A – Materiais sólidos de fácil combustão, que queimam em superfície e
em profundidade, deixando resíduos e armazenando alta temperatura. Exemplos:
madeira, tecidos, papel, fibras, borracha, plásticos, etc.
Combate
Principal: água, espuma ou pós especiais.
Outros: pó químico BC (extingue somente a chama podendo haver uma volta do
fogo, devido à alta temperatura mantida no interior do material) e o CO2 somente para
pequenos focos na fase inicial.
Classe B – Materiais denominados de líquidos “inflamáveis” e “combustíveis”
queimam somente na superfície, sem deixar resíduos. Exemplos: Óleos, graxas, tintas,
vernizes, gasolina, querosene, etc.
Combate
Principal: pó químico BC, espuma, CO2, pós especiais.
Outros: água (somente em forma de neblina)
25
Classe C – Fogo originado em equipamentos ou sistemas elétricos energizados,
tais como: redes, motores, equipamentos eletrônicos (equipamentos hospitalares),
computadores, máquinas de calcular, quadros de comando e controle, etc.
Combate
Principal: CO2, pó químico BC, pós especiais.
Classe D – Fogo em metais, também denominados de metais pirofóricos, tais
como, magnésio, zircônio, titânio, pó de alumínio, sódio, potássio, zinco.
Combate
Principal: pó químico D
Agentes Extintores
ÁGUA
A ação da água para extinguir o fogo é de natureza física e se deve a sua grande
capacidade de absorver temperaturas elevadas, ou seja, atua por resfriamento. A
aplicação de água em um incêndio deve ser feita em volume suficiente para absorver a
temperatura elevada com maior rapidez do que esta é liberada pela combustão.
A água pode ser aplicada em jato sólido ou neblina.
Jato Sólido: Produz um maior alcance (maior distância);
Exige-se maior volume de água;
Superfície de ação limitada.
Neblina: Alcance limitado;
Menor exigência de volume de água;
26
Deixa exposta uma superfície maior da água para absorver a temperatura
elevada do incêndio e vaporizar, provocando uma ação mais rápida de resfriamento.
ESPUMA MECÂNICA
A ação extintora é física, e se dá pelo isolamento entre a superfície do
combustível em chamas e o ar ambiente, ou seja, atua por abafamento. A massa de
espuma também provoca resfriamento e sela (isola) à emissão de vapores inflamáveis a
partir da superfície do combustível.
A espuma mecânica contém componentes que formam uma massa volumosa de
baixa densidade que aumenta de 7 a 10 vezes sua carga, devido a sua expansão.
GÁS CARBÔNICO
A ação extintora do CO2 (Gás Carbônico) é física, pois atua por abafamento,
formando uma atmosfera inerte sobre a superfície em chamas.
O CO2 é um agente extintor específico para equipamentos eletrônicos, devido a
sua propriedade de não danificá-los.
O CO2 não é tóxico, mas é asfixiante, pois sua densidade é mais pesada que o ar
e ao ser liberado irá deslocá-lo deixando o ambiente sem ar respirável. Portanto
devemos ter cuidado no emprego deste agente extintor em locais fechados.
PÓ QUÍMICO
Agente extintor que atua eliminando a reação química do fogo. Também elimina
o oxigênio da combustão.
27
Nenhum pó químico pode conter produtos tóxicos ao usuário. Todos os pós são
misturas de sais que recebem tratamento especial.
Não é recomendado o uso do pó químico em aparelhos eletrônicos, devido a sua
possibilidade de danificar as peças internas do equipamento. É lógico que o controle do
incêndio vem em primeiro lugar, porém um combate a incêndio é mais eficiente quando
o fogo é controlado e as perdas forem mínimas.
Utilização dos Extintores
Procedimentos Básicos
Escolher corretamente o extintor a partir da classe de incêndio detectada,
conforme especificação no cilindro do aparelho;
Romper o lacre girando a trava de segurança;
Retirar a trava;
Empunhar a mangueira e dirigi-la para o fogo;
Acionar o gatilho.
Para extintores de água o jato deverá ser dirigido para a base do fogo;
Para extintores de espuma o jato deverá ser dirigido para a base do fogo, quando
estiver sendo combatido incêndio de classe “A” (materiais sólidos). Para os
incêndios de classe “B” (líquidos inflamáveis), é importante utilizar um anteparo
para que tenhamos um maior aproveitamento da propriedade de expansão da
espuma.
Para extintores de CO2 é importante que o operador empunhe a mangueira
somente pela manopla - peça de plástico que fica entre a mangueira e o bocal de
28
saída (difusor) – pois quando o extintor é acionado, cria-se uma camada de gelo
seco no difusor que pode machucar a mão do operador. Quando se aproximar do
fogo o operador deverá fazer movimentos em leque sobre as chamas.
Para extintores de pó químico procurar direcionar a mangueira para toda a área
atingida, com movimentação rápida da mão.
Procedimentos Básicos em Caso de Incêndios
Acionar o alarme (caso o local não seja dotado deste sistema, devemos utilizar
outros meios para avisar o início do incêndio);
Após avaliação e constatada a necessidade, chamar os bombeiros;
Desligar rede, máquinas e equipamentos elétricos, sempre que possível;
Evacuar a área;
Atacar o fogo com os meios adequados.
Tipos de extintores mais comuns e aplicações indicadas
Classes de Incêndio Gás CarbônicoPó Químico Seco
Espuma Mecânica
Água
Classe A
(Madeiras, tecidos e papéis).
SIM SIM SIM SIM
SEM GRANDE EFICIÊNCIAQUALQUER EXTINTOR DE
ÁGUA É EFICIENTE
29
Classe B
(Líquidos inflamáveis, graxas, óleos, álcool)
SIM SIM SIM NÃO
COM GRANDE EFICIÊNCIA
NÃO UTILIZAR, POIS
AUMENTARÁ O VOLUME DE
COMBUSTÍVEL
Classe C
(Aparelhos elétricos energizados)
SIM SIM NÃO NÃO
COM GRANDE EFICIÊNCIA.
O CO2 É IDEAL PARA EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS.
NUNCA UTILIZAR EM EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS ENERGIZADOS (a água é condutora)
Classe D
(Metais combustíveis)
NÃO SIM NÃO NÃO
SOMENTE A CLASSE D
PODEM OCORRER EXPLOSÕES OU AUMENTO DO FOGO
Plano de Abandono
A seguir estaremos demonstrando exemplos de ações e atitudes que deverão ser
observadas durante um incêndio. Estas ações formam o Plano de Abandono devendo as
pessoas assumi-las, com o intuito de aumentar suas chances de abandonar os locais com
o mínimo de danos para sua saúde e integridade.
O abandono de um edifício em chamas deve ser feito pelas escadas, com calma,
sem afobamentos.
Nunca use o elevador para sair de um prédio onde há um incêndio, exceto se houver autorização dos bombeiros ou da Brigada de incêndio de sua empresa.
Após tomar conhecimento do alarme de incêndio, saia imediatamente. Muitas pessoas morrem por não acreditarem que um incêndio pode se alastrar com rapidez.
30
Se você ficar preso em meio à fumaça, respire pelo nariz, em rápidas inalações. Se possível, molhe um lenço e utilize-o como máscara improvisada. Procure rastejar para a saída, pois o ar é sempre melhor junto ao chão.
Use as escadas - nunca o elevador. Um incêndio razoável pode determinar o corte de energia para os elevadores. Feche todas as portas que ficarem atrás de você, assim retardará a propagação do fogo
Se você ficar preso em uma sala cheia de fumaça, fique junto ao piso, onde o ar é sempre melhor. Se possível, fique perto de uma janela, de onde poderá chamar por socorro.
Toque a porta com sua mão. Se estiver quente, não abra. Se estiver fria, faça este teste: abra vagarosamente e fique atrás da porta. Se sentir calor ou pressão vindo através da abertura, mantenha-a fechada.
Se você não puder sair, mantenha-se atrás de uma porta fechada. Qualquer porta serve como couraça. Procure um lugar perto de janelas, e abra-as em cima e embaixo. Calor e fumaça devem sair por cima. Você poderá respirar pela abertura inferior.
Procure conhecer o equipamento de combate a incêndio para utilizá-lo com eficiência em caso de emergência.
Um prédio pode lhe dar várias opções de salvamento. Conheça-as previamente. NÂO salte do prédio. Muitas pessoas morrem sem imaginar que o socorro pode chegar em poucos minutos.
Se houver pânico na saída principal, mantenha-se afastado da multidão. Procure outra saída. Uma vez que você tenha conseguido escapar, NÃO RETORNE. Chame o Corpo de Bombeiros imediatamente.
]
6. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA
6.1 - Legislação Trabalhista – Ministério do Trabalho
31
Estabelecida pela Portaria N.º3.214 , de 08 de Junho de 1978 que aprova as
Normas Regulamentadoras (NRs) - extraído da Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho.
As NRs são Normas que estabelecem critérios para SST – Saúde e Segurança do
Trabalhador.
Devem ser cumpridas sob pena de o estabelecimento ser autuado pelo MTE
regional.
Atualmente são 30NRs, existindo mais duas em fase de aprovação.
Abaixo citamos algumas NRs e alguns de seus tópicos:
NR 4 – SESMT (SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO)
QUEM DEVE TER? As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da
administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
QUAL FINALIDADE? Promover a saúde e proteger a integridade do
trabalhador no local de trabalho. SESMT de acordo com a característica da
empresa contará com os seguintes profissionais:
Técnicos de Segurança do Trabalho
Engenheiro de Segurança do Trabalho
Auxiliar de Enfermagem do Trabalho
Enfermeiro do Trabalho
Médico do Trabalho
Algumas atribuições do SESMT são:
32
Promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação
dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de programas de duração
permanente;
Registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças
ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos
descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI,
devendo a empresa encaminhar um mapa contendo avaliação anual dos mesmos
dados à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho até o dia 31 de janeiro,
através do órgão regional do MTE;
O SESMT deverá manter entrosamento permanente com a CIPA, dela valendo-
se como agente multiplicador, e deverão estudar suas observações e solicitações,
propondo soluções corretivas e preventivas, conforme o disposto no subitem
5.14.1. da NR 5.
NR 5 – CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
DE TRABALHO
QUEM DEVE TER? Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la
em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia
mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações
recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores
como empregados.
33
QUAL FINALIDADE? A prevenção de acidentes e doenças decorrentes do
trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação
da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
NR 6 – EPI - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora – NR, considera-se
Equipamento de Proteção Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de uso
individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
NR 7 – PCMSO - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE
OCUPACIONAL
Objetivo: Promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.
O que consta: Exames admissionais, periódicos, troca de função, retorno,
demissão.
É o histórico da saúde laboral do funcionário com revisão periódica.
Compete ao empregador:
a) elaborar, implementar;
b) custear;
c) indicar, dentre os médicos do SESMT, um coordenador responsável.
Compete ao Médico responsável:
Para cada exame, emitir o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em 2 (duas)
vias.
34
NR 9 – PPRA - PROGRAMA DE PREVENÇÃ0 DE RISCOS AMBIENTAIS
Visa preservar a Saúde e Segurança do Trabalhador, através da:
Antecipação
Reconhecimento
Avaliação
Controle de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de
trabalho
Métodos:
Planejamento com metodologia de ação e periódica avaliação
Registrar as ações
Considerar PCMSO
Divulgar
Quem desenvolve:
SESMT
Com revisão anualNR 15 – INSALUBRIDADE Classifica as
Atividade e Operações Insalubres.Quais são elas? Aquelas prejudiciais à
saúde.Acima dos LT (Limites de Tolerância) previstos nos anexos desta NR –
comprovadas por laudo de inspeção (concentração, intensidade e tempo de
exposição). Baseado neste laudo é assegurado adicional sobre o salário mínimo
(10%-mínimo, 20% -médio, 40% - máximo).É direito à empresa ou sindicato requererem
as DRT’s – Delegacias Regionais do Trabalho – a realização de perícia, com o objetivo de
caracterizar e classificar ou determinar a atividade de insalubre.Item importante: a
eliminação/neutralização cessa o pagamento do adicional. NR 16 –
PERICULOSIDADE Classifica as Atividades e Operações PerigosasQuais são elas?
35
Aquelas que são PERIGOSAS (apresenta risco a vida dos
trabalhadores).Basicamente: trabalho com explosivos, alta tensão e radiação
ionizante.É assegurado adicional sobre o salário base do funcionário (30%).É
direito à empresa ou sindicato requererem as DRT’s – Delegacias Regionais do
Trabalho – a realização de perícia, com o objetivo de caracterizar e classificar ou
determinar a atividade de perigosa.Item importante: Eliminação/Neutralização
cessa o pagamento do adicional.Procedimentos Internos São padronizações das
atividades rotineiras, ou seja, definir a maneira de realizar as tarefas iguais a todos,
descrevendo etapas de sua realização. É muito importante que a empresa estabeleça
estes procedimentos e que os trabalhadores os cumpram, visto que são estes que
indicam a melhor maneira de desenvolver o trabalho.Os procedimentos levam em
conta a eficiência produtiva, o consumo de materiais, as normas de segurança, entre
outros aspectos, padronizando o resultado final da atividade. Se ganha em
qualidade, rendimento e prevenção de acidentes e/ou doenças tornando mais fácil a
detecção de problemas.Importante conhecer, entender, cumprir e sugerir melhorias
nos procedimentos das atividades do dia-a-dia;A falta do cumprimento dos
procedimentos pode gerar muitos transtornos ao funcionário e inclusive acidentes
de trabalho;Além do descumprimento de procedimentos, outros fatores também
podem causar acidentes como: condições inadequadas, personalidade do
trabalhador (desligado/desatento, brincalhão, nervoso,...), fadiga ou stress
(parâmetros ergonômicos,...).O procedimento deve estar descrito de forma clara e
completa de modo que não dê margem para duplo entendimento, para que se
obtenha o resultado esperado de maneira segura.Exemplo de procedimento que
contempla Segurança no Trabalho: aqueles que prevêem a utilização de EPI dentro
das atividades.6.2 - Acidente do TrabalhoConceito Legal: A lei 8.213/91, Art. 19
36
diz: “Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no Inciso VII do Art.
11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte
ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.
Conceito Prevencionista: São ocorrências indesejáveis, que interrompem o trabalho
e causam, ou tem potencial para causar ferimentos em alguém ou algum tipo de
perda à empresa ou ambos ao mesmo tempo.Acidente do Trabalho –
Caracterização: 6.3 - Acidente de Trabalho com VítimaTípico: Aquele que ocorre
no local e no horário normal de trabalho.Típico Biológico: Aquele que ocorre no
local e no horário normal de trabalho com o envolvimento de material biológico
(fluídos corpóreos, sangue, secreções etc.).Trajeto: Aquele que ocorre durante o
trajeto da casa para o serviço, ou do serviço para casa, desde que no horário e
trajeto habitual.Doença Ocupacional: São doenças que comprovadamente são
geradas pelo exercício da atividade no ambiente de trabalho. É necessário
estabelecer a perfeita relação entre a doença e a atividade laboral (nexo
causal).OBS.: Outros exemplos poderão ser caracterizados como acidente do
trabalho de acordo com as definições da Lei 8.213/91.6.4 - Acidente de Trabalho
sem VitimaConforme o conceito prevencionista são aqueles acidentes sem lesão,
mas que devem devem devem devem ser registrados e analisados para evitar outros
acidentes (PREVENÇÃO).6.5 - CAT - Comunicação de Acidente de
TrabalhoDocumento que a empresa deve enviar à Previdência Social para registrar
o acidente do trabalho. De acordo com a legislação, todo acidente de trabalho deve
ser imediatamente comunicado à empresa pelo acidentado ou por qualquer pessoa
que dele tiver conhecimento.Em caso de morte, é obrigatória a comunicação à
37
autoridade policial.O registro deve ser realizado
IMEDIATAMENTE.BENEFÍCIOS
São seguradas obrigatórias da Previdência Social as pessoas físicas que possuem
vínculo empregatício.
Alguns dos benefícios são:
Primeiros quinze dias de salário são pagos pela empresa, os demais são pela
Previdência Social;
Estabilidade de 1 ano após o retorno ao trabalho para os funcionários que devido
A.T. se afastarem mais de 15dias;
Reabilitação funcional.
6.6 - Perfil Profissiográfico Previdenciário
A Instrução Normativa nº. 100 (IN 100) de autoria da Previdência Social, criou
o chamado Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP, que consiste em diversas
informações da vida profissional do trabalhador, principalmente o contato com agentes
agressivos à sua saúde (riscos ambientais), visando classificar com maior facilidade os
segurados que possuem direito a Aposentadoria Especial.
A Aposentadoria Especial é a redução do tempo obrigatório de trabalho em
função das atividades insalubres realizadas durante a vida profissional de um
trabalhador. A lei assegura um menor tempo de trabalho aos trabalhadores que
desenvolvem suas atividades com exposição a riscos ambientais.
7. CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO
38
7.1 - Ato ou Condição Insegura
Esta metodologia leva a concluir que os acidentes possuem uma única causa, ou
seja, um Ato Inseguro ou uma Condição Insegura.
O Ato Inseguro está relacionado diretamente ao trabalhador.
A Condição Insegura está relacionada com o ambiente de trabalho, máquinas
etc.
O referido método acabou por se tornar uma barreira nas investigações de
acidentes de trabalho, visto que as empresas, na sua grande maioria, simplesmente
apontavam como causa de acidente uma atitude incorreta do trabalhador, não se
preocupando em analisar mais profundamente as causas de tais atitudes e, portanto não
atuando com eficiência nos problemas.
Onde surgiu?
A legislação (Portaria 3214/78 – NR 5) trazia o modelo de investigação de
Acidente de Trabalho contendo os campos “Ato Inseguro” e “Condições Inseguras”.
Por que se usa até hoje?
Desatualização dos profissionais;
Dificuldade em mudanças de cultura;
Interesse das empresas;
Teoria da culpabilidade (“houve acidente, alguém é culpado”).
OBS.: Nesta metodologia 90% das causas de acidentes de trabalho são atribuídas
aos trabalhadores – Ato Inseguro. 5% são Atos e Condições Inseguras e 5% são
somente Condições Inseguras. (Informação não oficial, dados meramente empíricos).
A partir da evolução nas ações dos profissionais de Saúde e Segurança do
Trabalho, aliando-se aos processos de qualidade das empresas, identificou-se a
39
necessidade de aprofundar as investigações dos Acidentes de Trabalho, inclusive
considerando-se que as ações de prevenção e a redução destes acidentes estão
diretamente ligadas à produção.
Aprofundar uma Investigação de Acidentes analisando todo o seu
comportamento representa uma possibilidade maior de identificar as causas reais
atacando-as em sua origem, tornando as ações de SST mais eficientes. A partir deste
avanço as Investigações de Acidentes passam a considerar uma Abordagem Sistêmica e
Multicausal dos Acidentes de Trabalho. A seguir comentaremos duas metodologias de
Análise de Acidentes que abordam os acidentes de maneira Sistêmica e Multicausal.
7.2 - Método de Espinha de Peixe
Surgiu na década de 60 no Japão
No Brasil década de 70
Como funciona?
Deve-se reunir um grupo de pessoas envolvidas na situação a ser analisada;
Todos se manifestam opinando com relação à causa do problema a ser analisado;
Estas opiniões serão direcionadas conforme os “grupos de causas” pré-definidas,
os 6 M’s (Métodos, Mão-de-Obra, Meio Ambiente, Material, Medida,
Máquina);
Procura-se analisar as causas utilizando-se o método dos “Por Quês”;
Analisar as causas levantadas desconsiderando aqueles que não auxiliam no
objetivo principal;
40
Após definir as causas realmente relevantes, o grupo passará a discutir como
atuará no combate aos problemas.
7.3 - Método de Árvore de Causas
Surgiu na década de 70 na França
No Brasil lentamente as empresas começam a praticá-lo
Como funciona?
Muito semelhante ao método de Espinha de Peixe, porém utilizam-se apenas 4
grupos de causas pré-definidas (Indivíduos, Tarefas, Ambiente de Trabalho e
Materiais).
41
Problema
Métodos
Mão-de-Obra
Meio Ambiente
Material Medida Máquina
ProblemaProblema
Métodos
Mão-de-Obra
Meio Ambiente
Material Medida Máquina
Métodos
Mão-de-Obra
Meio Ambiente
Material Medida Máquina
TarefasIndivíduos
MateriaisAmbiente de Trabalho
TarefasIndivíduos
MateriaisAmbiente de Trabalho
É fundamental entender que estes métodos visam o estudo das causas dos
acidentes, não devendo ser feito “juízo de valor” (julgar) e sim registrar os fatos para
atingir suas reais causas.
8. PROCEDIMENTOS LEGAIS NOS ACIDENTES DE TRABALHO
Sempre que ocorrer um Acidente de Trabalho, é necessário que sejam tomadas
as seguintes medidas:
A empresa deverá preencher a Comunicação do Acidente de Trabalho – CAT e
encaminhar ao posto do Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS em no
máximo 24 horas após o Acidente para protocolar;
Registro policial em caso de morte (neste caso comunicar imediatamente à
Previdência Social);
Existe a possibilidade de Emissão da CAT por parte dos sindicatos ou qualquer
outra pessoa da parte do acidentado, bem como o próprio. Caso o sindicato ou
outra pessoa emita a CAT e protocole no INSS, ainda assim a empresa fica na
responsabilidade de emissão desta;
Quando da necessidade de reencaminhamento do acidentado, a empresa deverá
fazê-lo utilizando os dados da CAT inicial;
É permitida a emissão da CAT via Internet;
Em todos os casos a empresa deverá entregar cópias ao trabalhador e sindicato
da categoria;
Caso o trabalhador necessite permanecer afastado por mais de 15 dias, o INSS
irá arcar com o salário do mesmo a partir do 16º até o último dia do afastamento
42
(O cálculo do salário consiste na média das últimas 60 contribuições pagas ao
INSS);
8.1 - Fluxo do Registro
As empresas devem ter definida a maneira de registrar e acompanhar os
Acidentes de Trabalho e um formulário de registro dos mesmos, como por exemplo:
FIA – Ficha de Investigação de Acidente do Trabalho
Documento interno para registrar e analisar o acidente de trabalho.
O acidentado comunica à chefia que preenche a FIA
Em casos de acidentes de maior porte o acidentado deve receber atendimento
médico imediato
A chefia encaminha o acidentado ao Ambulatório de Medicina do Trabalho para
atendimento e confecção da CAT, caso a empresa não disponha de Ambulatório
próprio o acidentado deverá ser encaminhado ao serviço de emergência mais
próximo da empresa.
Após receber atendimento do Médico do Trabalho o acidentado é encaminhado
ao setor de Segurança do Trabalho da empresa para iniciar a análise do acidente
O registro deve ser de acordo com as orientações que serão descritas no verso da
FIA.
Obs.: Em Acidente com material biológico (fluidos corpóreos) o mesmo deve ser comunicado em no máximo 1 hora.
43
9. INSPEÇÃO DE SEGURANÇA
Conceito:
Define-se Inspeção de Segurança como o conjunto de ações que objetivam a
detecção de riscos que possam causar acidentes do trabalho e doenças profissionais,
possibilitando assim, a determinação de medidas preventivas.
9.1 - Etapas da Inspeção de Segurança
Observação: A visualização crítica dos riscos existentes, buscando detalhes e
informações de todo o processo de trabalho, além da investigação visual.
Informação: Toda a situação de risco, se possível deve ser discutida na hora,
junto com a Gerência, líderes e representantes da CIPA, principalmente quando o
problema é grave, buscando solução antes da ocorrência, isto é, no ato da detecção,
antecipação aqui é a palavra chave.
Registro: Os itens levantados devem ser anotados com clareza, relatando os
problemas, descrevendo os perigos e sugerindo medidas preventivo-corretivas.
Encaminhamento: As recomendações devem ser enviadas aos setores
competentes para as medidas cabíveis.
Acompanhamento: As propostas para a solução dos problemas devem ser
acompanhadas até sua execução e acompanhamento da sua eficácia.
É importante que sejam concedidos prazos para execução das propostas
10. MANUTENÇÃO PREVENTIVA
44
Entende-se por manutenção todas as ações e medidas necessárias para restaurar,
manter ou conservar itens (edificações, instalações, máquinas etc.) em condições de uso
durante o maior tempo possível, com máxima eficiência. Inclui lubrificações, limpeza,
ajustes, inspeção, revisão, avaliação de estado ou condição, reparos etc. A manutenção
preventiva é aquela realizada de modo programado/rotineiro buscando garantir a
conservação e o perfeito funcionamento dos componentes do sistema. Inclui atividades
de limpeza, lubrificação, ajustes, troca de componentes, etc. Usualmente descrita como
a manutenção preventiva, realizada de modo programado com base em estimativa de
vida útil (tempo, número de utilizações, etc.) de componentes do sistema,
independentemente da existência de sinais de desgaste ou falhas. Inclui avaliações
visando detectar indícios da necessidade de manutenção preventiva.
A manutenção preventiva eficiente e sistemática é a solução para eliminar a maioria dos riscos de acidentes.
11. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL
EPI x EPC
Uma outra medida de controle de riscos é a adoção de proteção, individual ou
coletiva, para os trabalhadores.
Quando se toma uma medida visando modificar as condições de trabalho em um
determinado ambiente, temos uma proteção coletiva, uma vez que esta medida protege o
conjunto (o coletivo) de trabalhadores de um determinado setor. Portanto os
equipamentos utilizados para que estas medidas sejam empregadas são conhecidos pela
sigla EPC (Equipamentos de Proteção Coletiva).
45
Quando, ao invés de modificar as condições de trabalho de um ambiente, se
fornece um equipamento de proteção individual ao trabalhador, temos uma proteção
individual, pois apenas os empregados que os estiverem utilizando estarão sendo
protegidos.
“Estas duas alternativas, proteção individual ou coletiva, surgem com freqüência
no momento de se tomar medidas preventivas. Existem situações, entretanto, nas quais é
necessário que tanto a proteção individual, quanto à coletiva sejam adotadas ao mesmo
tempo”.
“Do ponto de vista de proteção aos trabalhadores, às medidas de proteção
coletiva são sempre mais eficientes que os equipamentos de proteção individual”. A
NR-6 reforça a adoção de medidas preventivas coletivas quando diz que “a empresa é
obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito
estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias”:
Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou
não, oferecerem completa proteção contra riscos de acidentes do trabalho e/ou
de doenças profissionais e do trabalho;
Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
- Para atender a situações de emergência.
Apesar de a medida preventiva coletiva ser recomendada em relação à
individual, adota-se mais a segunda, pois normalmente, em curto prazo, os EPIs têm
custos mais baixos que as mudanças nos ambientes de trabalho. Porém, em longo prazo,
os custos com a manutenção de EPIs podem se tornar mais elevados que as medidas de
ordem ambiental e coletiva.
46
Além do fator custo, outro ponto que deve ser levado em consideração são as
limitações dos equipamentos de proteção individual (EPI), mesmo quando de boa
qualidade. Entre outras coisas, eles podem provocar:
Desconforto aos trabalhadores;
Dificuldades que acarretam para a realização das tarefas;
Problemas médicos acarretados pelo uso de EPIs, como alergias, lesões de pele,
inflamações, etc.;
Inadaptação, pelo menos de parte dos trabalhadores, ao uso de EPI.
Apesar das limitações dos EPIs, existem situações nas quais se justifica
plenamente a adoção dos mesmos. A NR-6 considera equipamento de proteção
individual (EPI) “todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a integridade
física do trabalhador".
Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional e esgotadas as
medidas de prevenção coletiva, o empregador deve fornecer os seguintes EPIs aos
trabalhadores:
Proteção para a cabeça
Protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face;
Óculos de segurança;
Máscara para soldadores;
Capacetes de segurança;
Proteção para os membros superiores
Luvas e/ou mangas de proteção;
Proteção para membros inferiores
Calcados de proteção;
Calçados impermeáveis.
47
Proteção contra quedas com diferença de nível
Cinto de segurança;
Proteção auditiva
Protetores auriculares;
Proteção respiratória
Respiradores;
Proteção do tronco
Aventais, jaquetas, capas e outras vestimentas especiais de proteção;
Proteção de corpo inteiro
Aparelhos de isolamento (autônomos ou de indução de ar);
Atenção: Além de fornecer gratuitamente o EPI, o empregador tem outras
obrigações:
- Adquirir o tipo adequado à atividade do empregado;
- Fornecer ao empregado somente EPI aprovado pelo Ministério do
Trabalho (com o devido Certificado de Aprovação - CA);
- Treinar o trabalhador para o seu uso adequado;
- Tornar obrigatório seu uso;
- Substituí-lo imediatamente quando danificado ou extraviado;
- Responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica;
- Comunicar ao Ministério do Trabalho qualquer irregularidade
observada no EPI adquiri-lo.
Além do empregador, os empregados também têm obrigações quanto ao EPI:
- Usá-los apenas para a finalidade a que se destina;
- Responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
48
- Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio
para uso.
12. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA)
Das Atribuições
12.1 - A CIPA terá por atribuição:
a) Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de
riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do
SESMT, onde houver;
b) Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na
solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;
c) Participar da implementação e do controle da qualidade das
medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de
ação nos locais de trabalho;
d) Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições
de trabalho visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para
a segurança e saúde dos trabalhadores;
e) Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas
fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram
identificadas;
49
f) Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e
saúde no trabalho;
g) Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas
pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo
de trabalho relacionado à segurança e saúde dos trabalhadores;
h) Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a
paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à
segurança e saúde dos trabalhadores;
i) Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e
PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
j) Divulgar e promover o cumprimento das Normas
Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de
trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;
k) Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o
empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor
medidas de solução dos problemas identificados;
l) Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões
que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;
50
m) Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;
n) Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver a
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;
o) Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas
de Prevenção da AIDS.
12.2 - Mapa de Riscos
Definição
O mapa de riscos consiste na “representação gráfica do reconhecimento dos
riscos existentes nos diversos locais de trabalho e visa à conscientização e informação
dos trabalhadores através da fácil visualização dos riscos existentes na empresa”. Ele
deve ser afixado em local visível, permitindo que os trabalhadores do local, os
representantes do SESMT e a administração da empresa saibam, apenas com uma
olhada, os principais riscos de cada setor.
Assim, o mapa de riscos tem como principais objetivos:
Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de
segurança e saúde no trabalho na empresa;
Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e a divulgação de informações
entre os empregados, bem como estimular sua participação nas atividades de
prevenção.
O mapa de riscos será executado pela CIPA, através de seus membros, depois
de ouvidos os trabalhadores de todos os setores produtivos da empresa, e com a
colaboração do SESMT da empresa, quando houver. A cada nova gestão da CIPA, o
51
mapa de riscos será refeito, conforme cronograma elaborado na gestão anterior,
visando o controle da eliminação dos riscos apontados.
Quadro de Riscos
GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5
FÍSICOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS ERGONÔMICOS ACIDENTES
Ruído
Calor
Frio
Umidade
Radiações Ionizantes
Pressões Anormais
Radiações não
Ionizantes
Poeiras
Fumos
Gases
Vapores
Névoas
Produtos Químicos em
Geral
Vírus
Bactérias
Fungos
Parasitas
Bacilos
Esforço FísicoIntenso
Levantamento eTransporte
Manual de Peso
Monotonia
Repetitividade
Trabalho emTurno/Noturno
Máquina eEquipamentos sem Proteção
FerramentasInadequadas
EletricidadeArmazenamento
Inadequado
Arranjo FísicoInadequado
VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL
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13. CÓDIGOS E SÍMBOLOS ESPECÍFICOS DE SST
Para dar uma informação de segurança rápida utiliza-se SINALIZAÇÃO DE
SEGURANÇA. A sinalização de segurança está definida na NR 26 da Portaria 3214/78
estipulando entre outras coisas, as cores na Segurança do Trabalho e a Rotulagem
Preventiva. A sinalização através de pictogramas (figuras com mensagens) também é
muito utilizada nos ambientes de trabalhos, normalmente tem os seguintes significados:
SINAIS DE OBRIGAÇÃO
Forma circular, fundo azul e pictograma a branco.
SINAIS DE PERIGO
Forma triangular, o contorno e pictograma a preto e o fundo amarelo.
SINAIS DE AVISO
Forma circular, o contorno vermelho, pictograma a preto e o fundo branco.
SINAIS DE EMERGÊNCIA
Forma retangular, fundo verde e pictograma a branco.
SINAIS DE OBRIGAÇÃO indicam comportamentos ou ações específicas e a
obrigação de utilizar equipamento de proteção individual. São utilizados em instalações,
acessos, aparelhos, instruções e procedimentos etc.
1 Proteção obrigatória: olhos/vias respiratórias.
2 Proteção obrigatória do corpo.
3 Obrigatório lavar as mãos. 4 Proteção obrigatória dos olhos.
Os SINAIS DE AVISO indicam situações de atenção, precaução ou
verificação.
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São utilizados em instalações, acessos, aparelhos, instruções e
procedimentos etc.
1 Perigo de eletrocussão. 2 Perigo de incêndio.
3 Perigo - altas temperaturas. 4 Perigo - raios Laser.
5 Risco biológico.
Os SINAIS DE PROIBIÇÃO indicam atitudes perigosas.
São utilizados em instalações, acessos, aparelhos, instruções,
procedimentos etc.
1 Proibido comer ou beber. 2 Proibido beber água.
3 Proibido fazer fogo. 4 Proibido apagar com água.
Os SINAIS DE EMERGÊNCIA indicam direções de fuga, saídas de
emergência ou localização de equipamento de segurança.
São utilizados em instalações, acessos e junto de equipamento de
segurança.
1 Lava-Olhos de Emergência.
2 Saída de Emergência à esquerda
3 Posto de Primeiros Socorros.
4 Direção de evacuação.
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14. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com essa revisão bibliográfica procuramos evidenciar os problemas específicos
que afetam os trabalhadores de uma lavanderia de beneficiamento têxtil, no que se
refere à saúde e segurança. Investigando o processo de trabalho, as características
ambientais, analisando a atividade que é desenvolvida, reunindo dados clínicos
ocupacionais, considerando vida e trabalho como uma unidade inseparável e
conjugando a visão dos trabalhadores, podemos afirmar o que se segue.
A saúde e a segurança dos trabalhadores, sob o ponto de vista coletivo, é
atingida, não só pelas condições materiais inadequadas, que os expõem a riscos
particulares, mas também por um conjunto de fatores ligados à organização do trabalho,
que os colocam numa posição desfavorecida, precária, com menos controle sobre sua
saúde e proteção.
Esse estudo mostra o que ocorre com um pequeno universo de trabalhadores, em
que condições são admitidos e em que condições são demitidos. São admitidos como
trabalhadores desqualificados, sendo treinados para exercerem suas funções.
Configuram-se como inexperientes no início do exercício de suas funções e não
entendem a gravidade do setor em que trabalham, sendo que convivem a todo o
momento com diversos tipos de produtos químicos. Seus problemas específicos, suas
dificuldades e riscos são valorizados, porém não existe um plano de segurança efetivo
que visa garantir a completa segurança e saúde dos colaboradores.
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15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Trabalho. Relatório de Pesquisa, Rio de Janeiro: Cesteh/Fiocruz. (Mimeo.)
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MTb (Ministério do Trabalho), 1993. Normas Regulamentadoras em Segurança e Medicina do Trabalho – Portaria 3214 de 08/06/78 MTb. São Paulo: Atlas.
SUDS (Serviço Unificado e Descentralizado de Saúde)/ INAMPS-SP (Instituto Nacional de Assistência e Previdência Social) 1991. Critérios para caracterização do Nexo Ocupacional e do Diagnóstico de Intoxicação pelo Mercúrio Metálico. Resolução SS-307 de 14.08.91. São Paulo: INAMPS/SP. (Mimeo.).
A MÃO na consciência. Revista Proteção, Novo Hamburgo, v.02, n. 08, p.104-105, 1990.
BARREIRA C, T.H. Um Enfoque ergonômico para as posturas de trabalho. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v.17, n.67, p.61-71, 1989.
BERNE e LEVY. Controle de movimento e postura. In: Fisiologia, Guanabara: Koogan, cap.18, p. 195, 1990.
CAMARDELLA, A. Manual de insalubridade: causas, conseqüências e avaliação. Rio de Janeiro: CNI/DAMPI, 1989.
DAVIES,D.R, SHACKLETON,V.J. Psicologia e trabalho. Rio de Janeiro: Zahar, 1977, p.156.
FISCHER, F.M e PARAGUAY, A.B.B. A Ergonomia como instrumento de pesquisa e melhoria das condições de vida e trabalho. In: TÓPICOS de saúde do trabalhador. São Paulo: Hucitec, 1989.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Blücher, 1990.
MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. São Paulo: Atlas, 1992, v.16.
SAAD, E.G. Introdução à engenharia de segurança do trabalho. São Paulo, FUNDACENTRO, 1981.
CARDOSO, Olga R. Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho. Apostila de aula do curso de Engenharia de Segurança do Trabalho. Florianópolis: FEESC, 1994.
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