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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Obras 3 RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO - SINTÉTICO TC 003.615/2012-0 Fiscalização 78/2012 DA FISCALIZAÇÃO Modalidade: conformidade Ato originário: Acórdão 2.382/2011 - Plenário Objeto da fiscalização: Construção do Residencial do Canal do Jordão Funcionais programáticas: • 17.512.2068.10S5.0020/2012 - Apoio a Empreendimentos de Saneamento Integrado em Municípios Com População Superior a 50 Mil Habitantes ou Municípios Integrantes de Regiões Metropolitanas ou de Regiões Integradas de Desenvolvimento - na Região Nordeste • 17.512.1128.006h.0113/2007 - Saneamento Integrado • 17.512.1128.10s5.0026/2008 - Saneamento Integrado • 17.512.1128.10s5.0026/2009 - Saneamento Integrado • 17.512.1128.10s5.0026/2010 - Saneamento Integrado • 17.512.1128.10s5.0026/2011 - Saneamento Integrado Tipo da obra: Infraestrutura Urbana Período abrangido pela fiscalização: 30/6/2011 a 28/3/2012 DO ÓRGÃO/ENTIDADE FISCALIZADO Órgão/entidade fiscalizado: Ministério das Cidades, Entidades/Órgãos do Governo do Estado de Pernambuco e Caixa Econômica Federal - MF Vinculação (ministério): Ministério das Cidades, Órgãos e Entidades Estaduais e Ministério da Fazenda Vinculação TCU (unidades técnicas): 6ª Secretaria de Controle Externo, 2ª Secretaria de Controle Externo e Secretaria de Controle Externo - PE Responsáveis pelo órgão/entidade: nome: Jorge Fontes Hereda cargo: PRESIDENTE DA CAIXA nome: Nilton da Mota Silveira Filho cargo: PRESIDENTE CEHAB - COMPANHIA ESTADUAL DE HABITAÇÃO E OBRAS nome: Alexandre Cordeiro Macedo cargo: Secretário Executivo do Ministério das Cidades 1

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Obras 3

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO - SINTÉTICO

TC 003.615/2012-0 Fiscalização 78/2012 DA FISCALIZAÇÃO Modalidade: conformidade Ato originário: Acórdão 2.382/2011 - Plenário Objeto da fiscalização: Construção do Residencial do Canal do Jordão Funcionais programáticas: • 17.512.2068.10S5.0020/2012 - Apoio a Empreendimentos de Saneamento Integrado em MunicípiosCom População Superior a 50 Mil Habitantes ou Municípios Integrantes de Regiões Metropolitanas oude Regiões Integradas de Desenvolvimento - na Região Nordeste • 17.512.1128.006h.0113/2007 - Saneamento Integrado • 17.512.1128.10s5.0026/2008 - Saneamento Integrado • 17.512.1128.10s5.0026/2009 - Saneamento Integrado • 17.512.1128.10s5.0026/2010 - Saneamento Integrado • 17.512.1128.10s5.0026/2011 - Saneamento Integrado Tipo da obra: Infraestrutura Urbana Período abrangido pela fiscalização: 30/6/2011 a 28/3/2012 DO ÓRGÃO/ENTIDADE FISCALIZADO Órgão/entidade fiscalizado: Ministério das Cidades, Entidades/Órgãos do Governo do Estado dePernambuco e Caixa Econômica Federal - MF Vinculação (ministério): Ministério das Cidades, Órgãos e Entidades Estaduais e Ministério daFazenda Vinculação TCU (unidades técnicas): 6ª Secretaria de Controle Externo, 2ª Secretaria de ControleExterno e Secretaria de Controle Externo - PE Responsáveis pelo órgão/entidade:

nome: Jorge Fontes Heredacargo: PRESIDENTE DA CAIXA

nome: Nilton da Mota Silveira Filhocargo: PRESIDENTE CEHAB - COMPANHIA ESTADUAL DE HABITAÇÃO EOBRAS

nome: Alexandre Cordeiro Macedocargo: Secretário Executivo do Ministério das Cidades

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Outros responsáveis: vide rol nas peças: Rol de responsáveisLISTA ROL DOS RESPONSÁVEIS

PROCESSO DE INTERESSE - TC 003.615/2012-0

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RESUMO Trata-se de auditoria realizada no Ministério das Cidades, Caixa Econômica Federal e

Governo do Estado de Pernambuco, no período compreendido entre 5/3/2012 e 4/4/2012.

A presente auditoria teve por objetivo fiscalizar a obra de construção do Residencial do Canal doJordão, em Jaboatão dos Guararapes/PE, cujo volume de recursos fiscalizados alcançou o montante deR$ 32.078.618,50.

A partir do objetivo do trabalho e a fim de avaliar em que medida os recursos estão sendo aplicadosde acordo com a legislação pertinente, foram analisados aspectos inerentes à previsão orçamentária, àviabilidade do empreendimento, ao licenciamento ambiental, à adequação do projeto básico e doorçamento base, à compatibilização dos preços de serviços definidos em orçamento com os preços demercado e à regularidade do processo licitatório.

Para a realização deste trabalho, foram seguidas normas de auditoria do TCU, sendo utilizadas asseguintes técnicas de auditoria: análise documental; pesquisa em sistemas informatizados; confrontode informações e documentos; comparação com a legislação, jurisprudência do TCU e doutrina; econferência de cálculos.

As principais constatações deste trabalho foram:

- Sobrepreço decorrente de preços excessivos frente ao mercado, que ensejou a proposta demedida cautelar e de oitiva do órgão; - Sobrepreço decorrente de quantitativo inadequado, órgão com proposta de oitiva do órgão; - Restrição à competitividade da licitação decorrente de critérios inadequados de habilitação ejulgamento, com proposta de dar ciência a órgão/entidade.

Entre os benefícios estimados desta fiscalização pode-se mencionar a identificação dos sobrepreçosdecorrentes de preços e quantitativos excessivos, além de melhorias no processo de licitação do órgãoauditado. O total dos benefícios quantificáveis desta auditoria, em se considerando os valores daproposta vencedora, é de R$ 2.337.961,71.

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S U M Á R I OTítulo Página1 - APRESENTAÇÃO 5

2 - INTRODUÇÃO 5

2.1 - Deliberação que originou o trabalho 5 2.2 - Visão geral do objeto 5 2.3 - Objetivo e questões de auditoria 6 2.4 - Metodologia Utilizada 6 2.5 - Volume de recursos fiscalizados 7 2.6 - Benefícios estimados da fiscalização 7

3 - ACHADOS DE AUDITORIA 7

3.1 - Sobrepreço decorrente de preços excessivos frente ao mercado. (IG-P) 7 3.2 - Sobrepreço decorrente de quantitativo inadequado. (IG-P) 18 3.3 - Restrição à competitividade da licitação decorrente de critériosinadequados de habilitação e julgamento. (OI)

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4 - CONCLUSÃO 31

5 - PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO 32

6 - ACHADOS RECLASSIFICADOS APÓS A CONCLUSÃO DAFISCALIZAÇÃO

34

6.1 - Achados desta fiscalização 34

7 - ANEXO 35

7.1 - Dados cadastrais 35 7.1.1 - Projeto básico 35 7.1.2 - Execução física e financeira 35 7.1.3 - Contratos de repasse 36 7.1.4 - Editais 37 7.1.5 - Histórico de fiscalizações 37 7.2 - Deliberações do TCU 38 7.3 - Relatório, Voto e Acórdão 1483/2012 - Plenário 41

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1 - APRESENTAÇÃO O presente trabalho faz parte do Fiscobras 2012, programa de fiscalizações realizadas na área de obraspúblicas. A auditoria foi pautada pela análise do Edital da Concorrência nº 09/2011, o qual prevê a execução dasobras de infraestrutura e a construção de 512 unidades habitacionais, divididas em 32 blocos deedifícios residenciais do conjunto habitacional do Canal do Jordão, com valor previsto de R$32.078.618,50 (data-base junho de 2011), referente ao remanejamento das famílias do Canal doJordão. Os recursos destinados à execução do empreendimento estão previstos em parte do Contrato deRepasse 0222.639-96/2007 (Siafi 597685), de 04/12/2007, vinculado a Termo de Compromisso doPAC, Programa de Aceleração do Crescimento, que aloca recursos tanto para o revestimento do Canaldo Jordão, quanto para o reassentamento das famílias, que tem como Contratante a União Federal, porintermédio do Ministério das Cidades, representado pela Caixa Econômica Federal, na condição deMandatária da União, tendo como Contratado o Estado de Pernambuco, e como Interveniente Executora Companhia Estadual de Habitação e Obras, realizado segundo os termos do ProgramaPPI/Intervenções em Favelas do Ministério das Cidades, que prevê aporte de recursos da União de R$37.464.000,00, e contrapartida do Contratado de R$ 15.884.608,22, totalizando o montante de R$53.348.608,22. Durante a fase de realização dos trabalhos, a licitação não estava concluída, porém, o julgamento depreços já havia sido publicado, tendo como vencedora, dentre as nove empresas habilitadas, aConstrutora Saint Enton Ltda., com proposta no valor de R$ 27.598.818,26 (data-base junho de 2011),a qual resultou num desconto de 13,97% em relação ao orçamento base.

Importância socioeconômica

O projeto irá beneficiar 512 famílias e contará ainda com creche para os moradores do condomínio e

da região, de modo permitir o remanejamento das famílias do Canal do Jordão, e contribuindo para

redução do déficit habitacional do município.

2 - INTRODUÇÃO 2.1 - Deliberação que originou o trabalho Em cumprimento ao Acórdão 2.382/2011 - Plenário, realizou-se auditoria no Ministério das Cidades ,Entidades/Órgãos do Governo do Estado de Pernambuco e Caixa Econômica Federal - MF, no períodocompreendido entre 5/3/2012 e 4/4/2012. As razões que motivaram esta auditoria foram a relevância dos valores e a situação inicial da obra emque ainda não há dispêndio de recursos.

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2.2 - Visão geral do objeto O Projeto do Residencial do Canal do Jordão, para as Famílias Remanejadas do Canal do Jordão,compreende a construção de 512 unidades habitacionais, além de uma creche, e uma edificação para aassociação de moradores, conforme definido no projeto arquitetônico. Os apartamentos estão distribuídos em 32 blocos de edificações de 4 pavimentos (térreo + 3), sendo 16unidades habitacionais em cada bloco. A área de construção de cada bloco de apartamentos é de762,68 m2, totalizando 24.405,76 m2 para os 32 blocos de apartamentos. A área de construção da Creche é de 610,82 m2, e a da Associação de Moradores é igual 282,54 m2. O conjunto contará ainda com vias de veículos pavimentadas em paralelepípedo granítico, vagas deestacionamento com piso permeável em brita, além de calçadas cimentadas para acesso de pedestresaos blocos de apartamentos, bem como a rede de abastecimento de água e esgoto para o condomínio. Todas o conjunto será construído em um terreno remembrado, denominado Granja 28-A2 da quadra"L" do loteamento Jardim Jordão, no Bairro de Prazeres, município de Jaboatão, Pernambuco. 2.3 - Objetivo e questões de auditoria A presente auditoria teve por objetivo fiscalizar a obra de construção do Residencial do Canal doJordão, em Jaboatão dos Guararapes/PE. A partir do objetivo do trabalho e a fim de avaliar em que medida os recursos estão sendo aplicados deacordo com a legislação pertinente, formularam-se as questões adiante indicadas: 1) A previsão orçamentária para a execução da obra é adequada? 2) A formalização e a execução do convênio (ou outros instrumentos congêneres) foram adequadas? 3) Existem estudos que comprovem a viabilidade técnica e econômico-financeira do empreendimento? 4) O tipo do empreendimento exige licença ambiental e realizou todas as etapas para esselicenciamento? 5) Há projeto básico/executivo adequado para a licitação/execução da obra? 6) Os quantitativos definidos no orçamento da obra são condizentes com os quantitativos apresentadosno projeto básico / executivo? 7) O orçamento da obra encontra-se devidamente detalhado (planilha de quantitativos e preçosunitários) e acompanhado das composições de todos os custos unitários de seus serviços? 8) Os preços dos serviços definidos no orçamento da obra são compatíveis com os valores demercado? 9) O procedimento licitatório foi regular? 2.4 - Metodologia utilizada

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Para a realização deste trabalho, foram seguidas as diretrizes do roteiro de auditoria de conformidade eas Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da União, sendo utilizadas as seguintes técnicas deauditoria: - análise documental; - pesquisa em sistemas informatizados; - confronto de informações e documentos; - comparação com a legislação, jurisprudência do TCU e doutrina; - conferência de cálculos. 2.5 - Volume de recursos fiscalizados O volume de recursos fiscalizados alcançou o montante de R$ 32.078.618,50. Valor referente ao Editalda Concorrência Nacional 009/2011. 2.6 - Benefícios estimados da fiscalização Entre os benefícios estimados desta fiscalização pode-se mencionar a possibilidade de redução dovalor da contratação em decorrência da eliminação do indícios de sobrepreço identificados,decorrentes de preços e quantitativos excessivos, além de melhorias no processo de licitação do órgãoauditado. O total dos benefícios quantificáveis desta auditoria é de R$ 2.337.961,71. 3 - ACHADOS DE AUDITORIA 3.1 - Sobrepreço decorrente de preços excessivos frente ao mercado. 3.1.1 - Tipificação do achado: Classificação - grave com recomendação de paralisação (IG-P) Justificativa de enquadramento (ou não) no conceito de IG-P da LDO - O valor de sobrepreçoencontrado na proposta vencedora é de R$ 1.935.961,46, ou seja, um sobrepreço de cerca de 7% emrelação ao total da proposta. Considerando os valores orçados no edital, o percentual de sobrepreço éde 17%. Tendo em vista que a licitação ainda não foi homologada, a situação presente enquadra-se noconceito de IG-P previsto no art. 91, §1°, inciso IV da Lei 12.465/2011. 3.1.2 - Situação encontrada: A partir da planilha orçamentária do edital, foi montada a curva ABC dos serviços e efetuada suacomparação com os preços do Sinapi para 80,77% do montante total da planilha. Verificou-se naanálise da curva ABC um indício de sobrepreço de R$ 5.509.419,16, que corresponde a 26,51%, emrelação aos preços referencias relativos à amostra analisada.

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Na elaboração do orçamento por parte da Cehab, além do Sinapi foram empregadas as tabelas depreços da Emlurb, empresa pública municipal do Recife/PE, ainda que existissem composiçõessemelhantes ou que fosse possível se adaptar a composição a partir do Sinapi. Não foi possívelaveriguar a justificativa para o fato e mesmo diante do questionamento feito durante a auditoria, aCehab limitou-se a apresentar as fontes que foram empregadas no orçamento sem esclarecer o quemotivou a adoção desse procedimento de elaboração do orçamento base. Nesta auditoria, para a análise do orçamento foram usados apenas os preços referenciais obtidos combase no Sinapi e quando este não possuía composições que refletissem o especificado para a obra,foram feitas as devidas adaptações conforme será relatado adiante. Na metodologia empregada, ospreços unitários foram limitados aos valores medianos do Sinapi, sendo os valores acima dessesconsiderados sobrepreço. Dessa forma, verificou-se que o indício de sobrepreço decorre principalmente dos serviços de concretoarmado, para os quais a Cehab empregou como referência as tabelas da Emlurb. No site da internethttp://www.recife.pe.gov.br/pr/servicospublicos/emlurb/eosei/tabela.php, somente é disponibilizada atabela de preços de forma sintética, não sendo possível avaliar os insumos e respectivos coeficientesque compõem os serviços. Na análise de preços realizada pela equipe de auditoria, considerou-se queos serviços de concreto armado seriam compostos das subcomposições de concreto bombeado naresistência (fck)especificada, de forma e de armação, todos oriundos do Sinapi, e os coeficientes foramcalculados de acordo com o memorial de cálculo de quantidades da planilha orçamentária, elaboradopela própria Cehab. As composições empregadas como referenciais podem ser verificadas na "Tabelade Composição" e o cálculo de seus coeficientes na planilha "Cálculo de taxas de forma e armação". Outros serviços também tiveram divergências e justificam o sobrepreço são: laje pré-moldada parapiso e forro, poços de visita, chapisco, ponto de tomada universal, bacia sanitária e grade de proteçãode ferro. Para tais serviços, a Cehab orçou com base nas composições da Emlurb cadastradas noSinapi. Neste caso é possível averiguar seus insumos e respectivos coeficientes, diferentemente dosserviços de concreto que apenas possuem tabela de preços cadastrada no site da Internet. Entretanto, osserviços em questão possuem composições na base do Sinapi Referencial e são adequados a obra.Comparando as composições, verifica-se que as composições da Emlurb possuem coeficientes de mãode obra maiores, sem justificativas aparente para tal, bem como possuem os preços unitários dosinsumos maiores que o do Sinapi, o que está em desacordo com o art. 125 da Lei 12.465/2011. Além da análise da planilha orçamentária do edital, foi avaliada também a proposta vencedora, umavez que já tinha sido divulgado seu valor do Diário Oficial da União. Com relação a essa proposta, osobrepreço estimado é de R$ 1.935.961,46, que representa cerca de 10%, em relação aos preçosreferenciais obtidos na amostra. Tendo em vista que essa proposta poderá se materializar no contratoda obra, considerou-se tal valor como sobrepreço. Verificou-se também que, no "Laudo de Análise Técnica de Engenharia - OGU", elaborado porempresa terceirizada da Caixa, é afirmado no campo 7.3 que a análise foi efetuada com base no Sinapi.Por sua vez, no campo 7.4 informa-se que foi utilizada como fonte a tabela da Emlurb, e concluindo nocampo 7.5 que os custos unitários estão compatíveis com as referências utilizadas. Como demonstradonos parágrafos anteriores, foram empregadas para serviços previstos no Sinapi as composições daEmlurb com coeficientes e preços unitários diferentes dos empregados no Sinapi, sendo este último a

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referência legal. Reforça-se a não apresentação de justificativas demonstrando que as composições daEmlurb fossem mais adequadas que as do Sinapi. Na verificação do serviço elaborado pela empresa terceirizada, foi elaborada uma comunicação doengenheiro da Caixa denominada "Verificação dos aspectos formais de peça técnica elaborada porcredenciado" na qual afirmou-se que foram verificados os aspectos formais do laudo e confirmaram-seas pendências apontadas nesse. Ainda que tenha sido feita uma simples verificação formal, seriaesperado que fosse questionado pelo engenheiro o motivo pelo qual a empresa terceirizada empregouuma fonte distinta do Sinapi para análise dos preços propostos pela Cehab, sendo que existiam osserviços na base do sistema mantido pela Caixa. Logo, seria esperado que o sobrepreço encontrado na análise da curva ABC realizada nesta auditoria,deveria ter sido encontrado na análise de preços efetuados pela Caixa e tendo em vista o item 9.2.2.2do Acórdão 402/2011-TCU-Plenário, seria esperado que a memória de verificação do laudopossibilitasse tal checagem.

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ANÁLISE DE PREÇOS - EQUIPE DE AUDITORIA

RESIDENCIAL JARDIM JORDÃO

CURVA ABC Data base: Junho/11 BDI 27,60%

Item Descrição dos ServiçosUnd

.Quant

Preço

UnitárioPreço Total %

%

Acum

P.

unitárioTotal C. unitário P. unitário Total*

%

CompaCódigo

0302

Concreto armado pronto, fck 25 Mpa,condição a

(NBR 12655), lançado em vigas e

adensado,inclusive forma, escoramento e

ferragem.**

m³ 1.295,07 2.136,56 2.766.994,76 8,74% 8,74% 1838,22 2.380.623,58 990,66 1.264,08 1.637.072,09 8,74% Comp1

0204

Concreto armado pronto, fck 25 Mpa condição a

(NBR 12655), lançado em fundações e

adensado, inclusive forma, escoramento e

ferragem.**

m³ 1.552,67 1.472,25 2.285.918,41 7,22% 15,95% 1266,67 1.966.720,51 744,78 950,34 1.475.564,41 7,22% Comp2

0601

Emboco paulista (massa única) traço 1:1:6

(cimento, cal e areia), espessura 2,0cm, preparo

manual

m² 110.353,85 18,90 2.085.687,77 6,58% 22,54% 16,26 1.794.353,60 15,12 19,29 2.085.687,77 6,58% 73927/006

0402

Alvenaria de tijolos de 8 furos, assentados e

rejuntados com argamassa de cimento e areia

no traço 1:6 - 1/2 vez

m² 61.076,44 33,53 2.047.893,03 6,46% 29,00% 28,85 1.762.055,29 25,22 32,18 1.965.439,84 6,46% 73982/001

0301

Concreto armado pronto, fck 25 Mpa,condição a

(NBR 12655), lançado em pilares e

adensado,inclusive forma, escoramento e

ferragem.

m³ 625,50 2.500,98 1.564.362,99 4,94% 33,94% 2151,75 1.345.919,63 729,91 931,37 582.571,94 4,94% Comp3

0307 Laje pre-moldada para piso m² 17.250,76 89,36 1.541.527,91 4,87% 38,81% 76,88 1.326.238,43 54,83 69,96 1.206.863,17 4,87% 74202/002

0303

Concreto armado pronto, fck 25 Mpa, condição

A (NBR 12655), lançado em qualquer tipo de

estrutura e adensado, inclusive forma,

escoramento e ferragem.

m³ 693,76 2.128,89 1.476.938,73 4,66% 43,47% 1831,62 1.270.704,69 729,91 931,37 646.147,25 4,66% Comp4

1 ADMINISTRAÇÃO LOCAL - HABITACIONAL mês 18,00 55.933,67 1.006.806,14 3,18% 46,65% 48.123,26 866.218,68 40.710,65 51.946,79 935.042,22 3,18% ADM-Hab

2.2

Execução de aterro abrangendo

espalhamento,homogeneização, umedecimento

e compactação mecânica em camadas de 20cm

de espessura, inclusive o fornecimento do barro

proveniente de jazida a uma distância máxima

de 12Km.

m³ 25023,61 36,8 920.868,85 2,91% 49,55% 31,66 792.247,49 - 920.868,85

4.1POCOS DE VISITA (PROF. ATE 2,00M E DN -

1,00M) COM TAMPAO E CAIXILHO

FORNECIDOS PELO CONTRATADO

un 500 1691,43 845.715,00 2,67% 52,22% 1455,24 727.620,00 1.035,98 1.321,91 660.955,00 2,67% 73963/010

1204Pintura látex acrílica ambientes

internos/externos, duas demãosm² 45.608,14 14,43 658.125,46 2,08% 54,30% 12,41 565.997,02 11,54 14,73 658.125,46 2,08% 73954/002

1203Pintura látex PVA ambientes internos, duas

demãosm² 82.282,91 7,93 652.503,48 2,06% 56,36% 6,82 561.169,45 6,34 8,09 652.503,48 2,06% 73750/001

0606Chapisco com argamassa de cimento e areia no

traço 1:3m² 110.612,13 5,80 641.550,35 2,03% 58,39% 4,99 551.954,53 3,24 4,13 456.828,10 2,03% 74161/001

0901

Esquadria de madeira para porta com grade em

madeira de lei e folha em compensado de

jequitibá para portas internas, inclusive

assentamento e ferragens

m² 3.089,61 192,20 593.823,04 1,87% 60,26% 165,36 510.897,91 248,54 317,14 593.823,04 1,87% 73813/001

3.1

Concreto armado pronto, FCK 30 Mpa,condição

a(NBR 12655),lançado em pilares e

adensado,inclusive forma, escoramento e

ferragem.

m3 229,08 2530,41 579.666,32 1,83% 62,09% 2177,07 498.723,20 1.111,70 1.418,53 324.956,85 1,83% Comp5

1001

Ponto de tomada universal, (2P+1T), Pial ou

similar, incluindo tubulação pvc rígido, fiação,

caixa 4x2", placa e demais acessórios, até o

ponto de luz ou quadro de distribuição.

pt 5.221,00 107,05 558.908,05 1,76% 63,86% 92,1 480.854,10 61,11 77,98 407.133,58 1,76% 74054/002

0804

Piso em cimentado c/ juntas de vidro formando

quadros de 1,0x1,0 m, c/ 2,0 cm de espessura e

com traço 1:3

m² 18.521,84 29,21 541.022,95 1,71% 65,56% 25,13 465.453,84 21,84 27,87 516.203,68 1,71% 73922/004

0306 Laje premoldada para forro m² 5.748,16 87,88 505.148,30 1,59% 67,16% 75,61 434.618,38 48,19 61,49 353.454,36 1,59% 74202/001

0902Janela de alumínio, tipo correr sem bandeira,

convencional, inclusive assentamentom² 1.480,56 333,09 493.159,73 1,56% 68,72% 286,58 424.298,88 259,07 330,57 489.428,72 1,56% 74067/001

0801 Concreto magro 1:4:8 c/ preparo manual m³ 1.375,19 344,28 473.450,41 1,49% 70,21% 296,21 407.345,03 275,42 351,44 473.450,41 1,49% 6047

0903Porta de correr em alumínio, perfil série 25, com

02 folhas para vidrom² 1.505,28 292,89 440.881,46 1,39% 71,60% 251,99 379.315,51 234,31 298,98 440.881,46 1,39% 68050

0502

Estrutura de madeira de lei 1a serrada não

aparelhada, para telhas onduladas, vãos de 7m

ate 10m

m² 4.780,80 77,96 372.711,17 1,18% 72,78% 67,07 320.648,26 62,37 79,58 372.711,17 1,18% 72082

1003

Ponto de luz em teto ou parede, incluindo caixa

4x4 pol. Tigreflex ou similar, tubulação PVC

rígido e fiação, ate o quadro de distribuição

pt 4.471,00 68,40 305.816,40 0,97% 73,74% 58,85 263.118,35 71,10 90,72 305.816,40 0,97% 74054/001

0602

Emboco paulista (massa única) em tetos traço

1:2:11 (cimento, cal e areia), espessura 1,5cm,

preparo mecânico.

m² 21.363,20 13,75 293.744,00 0,93% 74,67% 11,83 252.726,66 11,00 14,04 293.744,00 0,93% 5982

0906Guarda-corpo em tubo de aço galvanizado 1

1/2"m² 1.143,36 226,74 259.245,45 0,82% 75,49% 195,08 223.046,67 181,39 231,45 259.245,45 0,82% 73631

5.8

Concreto armado pronto, FCK 150 KGF/CM2,

controle B e FC28 241 KGF/CM2 lançado e

adensado, em qualquert ipo de estrutura,

inclusive forma, escoramento e ferragens

m³ 138,98 1827,39 253.970,66 0,80% 76,29% 1572,22 218.507,14 900,33 1.148,82 159.663,00 0,80% Comp6

0909 Vidro liso comum transparente, espessura 4mm m² 3.609,02 63,53 229.281,04 0,72% 77,01% 54,66 197.269,03 50,82 64,85 229.281,04 0,72% 72117

0501

Telhamento com telha de fibrocimento

ondulada, espessura 6mm, incluso juntas de

vedação e acessórios de fixação

m² 5.962,47 33,81 201.591,11 0,64% 77,65% 29,09 173.448,25 27,05 34,52 201.591,11 0,64% 74088/001

0904 Janela de alumíno, basculante, série 25 m² 637,00 313,88 199.941,56 0,63% 78,28% 270,05 172.021,85 254,59 324,86 199.941,56 0,63% 68052

1136 Hidrometro 10,0 m³/h DN 1" un 512,00 378,38 193.730,56 0,61% 78,89% 325,55 166.681,60 302,70 386,25 193.730,56 0,61% 12770

3.3

Concreto armado pronto, FCK 30 Mpa,condição

a(NBR 12655), lançado em lajes e adensado,

inclusive forma, escoramento e ferragem.

m3 104,13 1824,96 190.033,08 0,60% 79,49% 1570,12 163.496,60 863,08 1.101,29 114.677,33 0,60% Comp7

0503Rufo em concreto armado, largura de 0,40m e

espessura de 0,07mm 3.104,00 52,78 163.829,12 0,52% 80,01% 45,41 140.952,64 42,22 53,87 163.829,12 0,52% 68058

LICITAÇÃO PROPOSTA VENCEDORA REFERENCIA SINAPI

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Obras 3

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ANÁLISE DE PREÇOS - EQUIPE DE AUDITORIA

RESIDENCIAL JARDIM JORDÃO

CURVA ABC Data base: Junho/11 BDI 27,60%

Item Descrição dos ServiçosUnd

.Quant

Preço

UnitárioPreço Total %

%

Acum

P.

unitárioTotal C. unitário P. unitário Total*

%

CompaCódigo

LICITAÇÃO PROPOSTA VENCEDORA REFERENCIA SINAPI

1149

Fornecimento e assentamento de bacia sanitária

com caixa acoplada, louca branca, Celite, linha

saveiro ou similar, inclusive tampa e acessórios

correspondentes.

cj 536,00 302,71 162.252,56 0,51% 80,52% 260,44 139.595,84 185,71 236,97 127.015,92 0,51% 74193/001

4.1Impermeabilizacao, empregando argamassa de

cimento e areia grossa, no traco 1:3 com Sika 1 -

espessura de 3 cm

m² 5424,79 28,96 157.101,92 0,50% 81,02% 24,91 135.131,52 21,41 27,32 148.205,26 0,50% 5968

1144

Ponto de água, inclusive tubulações e conexões

de PVC rígido soldável e abertura de rasgos em

alvenaria, ate o registro geral do ambiente

pt 3.151,00 46,61 146.868,11 0,46% 81,48% 40,1 126.355,10 48,79 62,26 146.868,11 0,46% 73959/002

3.4

Pavimento com paralelepípedos graníticos

assentados sobre mistura de cimento e areia

com 6cm de espessura, e rejuntados com

argamassa de cimento e areia no traço 1:2.

m² 3142,16 46,31 145.513,43 0,46% 81,94% 39,85 125.215,08 33,93 43,29 136.024,11 0,46% 72799

0607Chapisco em tetos traço 1:3 (cimento e areia),

espessura 0,5cm, preparo mecânicom² 21.363,20 6,69 142.919,81 0,45% 82,39% 5,75 122.838,40 5,35 6,83 142.919,81 0,45% 5975

0605

Impermeabilização com argamassa de cimento

e areia grossa traço 1:3, com sika1, espessura

de 3cm

m² 4.842,66 28,96 140.243,43 0,44% 82,84% 24,91 120.630,66 27,88 35,57 140.243,43 0,44% 7400/001

1202

Pintura esmalte acetinado para madeira, duas

demãos, incluso aparelhamento com fundo

nivelador branco fosco

m² 7.724,03 17,80 137.487,73 0,43% 83,27% 15,31 118.254,90 14,24 18,17 137.487,73 0,43% 74065/002

0905Grade de proteção de ferro, inclusive

assentamentom² 167,28 775,49 129.723,97 0,41% 83,68% 667,21 111.610,89 194,62 248,34 41.542,32 0,41% 73932/001

SUBTOTAL (não foi somado o item 2.2) 25.586.089,40 22.012.631,70 20.076.670,24

31.676.618,00 27.253.350,52

SOBREPREÇO 5.509.419,16 1.935.961,46

% PERCENTUAL DE SOBREPREÇO 26,51% 9,32%

** OS QUANTITATIVOS DESSES SERVIÇOS FORAM REDUZIDOS PARA AS QUANTIDADES CALCULADAS PELA EQUIPE DE AUDITORIA, CONFORME EXPLICITADO NO ACHADO 3.2.

TOTAL(subtraindo o excesso de quantidade do achado 3.2)

80,77%

* PARA OS SERVIÇOS QUE APRESENTAVAM PREÇOS UNITÁRIOS INFERIORES AO SINAPI, FORAM CONSIDERADOS TAIS PREÇOS NA CÁLCULO DO SERVIÇO

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,, Descrição Unid Coef Custo unit Total

0302-

Comp1

Concreto armado pronto, fck 25

Mpa,condição a (NBR 12655), lançado em

vigas e adensado,inclusive forma,

escoramento e ferragem. m3 990,66

,. CONCRETO USINADO BOMBEADO

FCK=25MPA, INCLUSIVE COLOCAÇÃO,

ESPALHAMENTO m3 1,00 340,86 340,86

72831 FORMA EM CHAPA DE MADEIRA

COMPENSADA PLASTIFICADA 12MM,

PARA ESTRUTURA m2 18,40 21,31 392,06

74254/002 ARMACAO ACO CA-50, DIAM. 6,3 (1/4) À

12,5MM(1/2) -FORNECIMENTO/ CORTE( kg 41,50 6,21 257,74

Código Descrição Unid Coef Custo unit Total

0204 -

Comp2

Concreto armado pronto, fck 25 Mpa

condição a (NBR 12655), lançado em

fundações e adensado, inclusive forma,

escoramento e ferragem. m3 744,78

74138/003 CONCRETO USINADO BOMBEADO m3 1,00 340,86 340,86

72831 FORMA EM CHAPA DE MADEIRA

COMPENSADA PLASTIFICADA 12MM,

PARA ESTRUTURA m2 4,70 21,31 100,11

74254/002 ARMACAO ACO CA-50, DIAM. 6,3 (1/4) À

12,5MM(1/2) -FORNECIMENTO/ CORTE( kg 48,92 6,21 303,81

Código Descrição Unid Coef Custo unit Total

0301 -

Comp3

Concreto armado pronto, fck 25

Mpa,condição a (NBR 12655), lançado em

pilares e adensado,inclusive forma,

escoramento e ferragem. m3 1.479,04

74138/003 CONCRETO USINADO BOMBEADO

FCK=25MPA, INCLUSIVE COLOCAÇÃO,

ESPALHAMENTO m3 1,00 340,86 340,86

72831 FORMA EM CHAPA DE MADEIRA

COMPENSADA PLASTIFICADA 12MM,

PARA ESTRUTURA m2 19,24 21,31 409,98

74254/002 ARMACAO ACO CA-50, DIAM. 6,3 (1/4) À

12,5MM(1/2) -FORNECIMENTO/ CORTE( kg 117,26 6,21 728,20

Código Descrição Unid Coef Custo unit Total

0303-

Comp4

Concreto armado pronto, fck 25 Mpa,

condição A (NBR 12655), lançado em

qualquer tipo de estrutura e adensado,

inclusive forma, escoramento e ferragem. m3 729,91

74138/003 CONCRETO USINADO BOMBEADO

FCK=25MPA, INCLUSIVE COLOCAÇÃO,

ESPALHAMENTO m3 1,00 340,86 340,86

72831 FORMA EM CHAPA DE MADEIRA

COMPENSADA PLASTIFICADA 12MM,

PARA ESTRUTURA m2 3,46 21,31 73,68

COMPOSIÇÕES

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Obras 3

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COMPOSIÇÕES

74254/002 ARMACAO ACO CA-50, DIAM. 6,3 (1/4) À

12,5MM(1/2) -FORNECIMENTO/ CORTE( kg 50,78 6,21 315,37

Código Descrição Unid Coef Custo unit Total

3.1 -

Comp5

Concreto armado pronto, FCK 30 Mpa,condição

a(NBR 12655),lançado em pilares e

adensado,inclusive forma, escoramento e

ferragem. m3 1.111,70

74138/004 CONCRETO USINADO BOMBEADO

FCK=30MPA, INCLUSIVE COLOCAÇÃO,

ESPALHAMENTO m3 1,00 370,13 370,13

72831 FORMA EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA PLASTIFICADA 12MM, PARA ESTRUTURAm2 20,00 21,31 426,20

74254/002 ARMACAO ACO CA-50, DIAM. 6,3 (1/4) À 12,5MM(1/2) -FORNECIMENTO/ CORTE(kg 50,78 6,21 315,37

Código Descrição Unid Coef Custo unit Total

5.8 -

Comp6

Concreto armado pronto, FCK 150

KGF/CM2, controle B e FC28 241

KGF/CM2 lançado e adensado, em

qualquert ipo de estrutura, inclusive

forma, escoramento e ferragens m3 900,33

74138/001 CONCRETO USINADO BOMBEADO

FCK=15MPA, INCLUSIVE COLOCAÇÃO,

ESPALHAMENTO m3 1,00 302,55 302,55

72831 FORMA EM CHAPA DE MADEIRA

COMPENSADA PLASTIFICADA 12MM,

PARA ESTRUTURA m2 11,54 21,31 245,88

74254/002 ARMACAO ACO CA-50, DIAM. 6,3 (1/4) À

12,5MM(1/2) -FORNECIMENTO/ CORTE( kg 56,67 6,21 351,90

Código Descrição Unid Coef Custo unit Total

3.3 -

Comp7

Concreto armado pronto, FCK 30 Mpa,condição

a(NBR 12655), lançado em lajes e adensado,

inclusive forma, escoramento e ferragem. m3 863,08

74138/004 CONCRETO USINADO BOMBEADO

FCK=30MPA, INCLUSIVE COLOCAÇÃO,

ESPALHAMENTO m3 1,00 370,13 370,13

72831 FORMA EM CHAPA DE MADEIRA

COMPENSADA PLASTIFICADA 12MM,

PARA ESTRUTURA m2 8,33 21,31 177,58

74254/002 ARMACAO ACO CA-50, DIAM. 6,3 (1/4) À

12,5MM(1/2) -FORNECIMENTO/ CORTE( kg 50,78 6,21 315,37

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Item :

Mão de Obra Quantidade

Valor Unitáro Hora com

Encargos ( 126,38%)Tabela Data Base Nº de Horas/ Mês

Valor Hora sem

encargos

Valor Unitáro Hora

com Encargos (

83,38%) - Mensalista

Valor Total

Engenheiro Civil Pleno ( Habitacional /

Infra) 1 86,31R$ SINAPI Insumos cod. 2707 jun/11 220 38,13R$ 69,92R$ 15.381,47R$

Tecnico de Segurança 1 20,13R$ SINAPI Insumos cod. 0528 jun/11 220 8,89R$ 16,31R$ 3.587,40R$

Tecnico de Edificações 1 20,13R$ SINAPI Insumos cod. 0528 jun/11 220 8,89R$ 16,31R$ 3.587,40R$

Almoxarife / Compras 1 8,28R$ SINAPI Insumos cod. 0253 jun/11 220 3,66R$ 6,71R$ 1.475,59R$

Apontador 8,33R$ SINAPI Insumos cod. 6122 jun/11 220 3,68R$ 6,75R$ -R$

Auxiliar de Escritório 1 7,32R$ SINAPI Insumos cod. 2350 jun/11 220 3,23R$ 5,93R$ 1.304,51R$

Tecnico de Laboratorio 10,41R$ SINAPI Insumos cod. 7153 jun/11 220 4,60R$ 8,43R$ -R$

Encarregado Oficina Mecânica 9,96R$ SINAPI Insumos cod. 4083 jun/11 220 4,40R$ 8,07R$ -R$

Mecânico 10,18R$ SINAPI Insumos cod. 4058 jun/11 220 4,50R$ 8,25R$ -R$

Serviços Gerais ( Limpeza) 6,24R$ SINAPI Insumos cod. 6111 jun/11 220 2,76R$ 5,05R$ -R$

5 25.336,38R$

Nº de Meses: 18

Total : 456.054,83R$

Mão de Obra Quantidade

Valor mensal com

Encargos ( 83,38%)Tabela Data Base Valor Total

Vigilâcia Diurno ( regime 8 h) 4 1.113,48R$ SINAPI Insumos cod. 6111 jun/11 -R$ 4.453,92R$

Vigilâcia Noturna ( Adicional Noturno )2 1.336,18R$ SINAPI Insumos cod. 6111 jun/11 -R$ 2.672,35R$

6 7.126,27R$

meses 18

Total : 128.272,90R$

Total 01 sem BDI: 584.327,73R$

Total 01 com BDI (25%): 730.409,66R$

Nº Equipe: 11

Despesas Gerais Quantidade Nº de dias Valor Unit Valor Total Tabela

Locação de veículo, tipo SEDAN, de

passeio, quatro portas, capacidade

para cinco pessoas, direção hidráulica,

ar condicionado, vidros e travas

elétricas, motor 1.8 ou superior, com

no mínimo 127 CV, bi-combustível e

kit gás com capacidade mínima de

15,0m3 1 1.970,00R$ 1.970,00R$

Pregão presencial -

008/2010 - Nº do

processo

046.2010.III.PP.008.S

AD

Material de Expediente 1 100,00R$ 100,00R$

Cartucho / Papel

Oficio/ Caneta /

Grampo / Crips

Material de Limpeza 1 100,00R$ 100,00R$

Para limpeza de todos

os Wc' do canteiro +

Escritorios + Obra

Refeições ( café da manhã / Almoço) 22 22 8,00R$ 3.872,00R$ (Equipex 02 x 22dias)

Vale Transporte ( exceto engenheiros) 21 22 3,00R$ 1.386,00R$

(Equipe x 02 x 22dias)

- Nº de engenheiros

Utilidades ( Água / Luz / Telefone /

Internet) 1 820,00R$ 820,00R$

Laboratório - -R$ -R$

Oficina - -R$ -R$

CIPA / PCMSO / PPRA 1 -R$ -R$

Taxas / Emolumentos 1 -R$ -R$

8.248,00R$

Nº de Meses: 18

Total sem BDI (25%): 148.464,00R$

Período Mês

Total 02 sem BDI: 732.791,73R$ 40.710,65R$

Total 02 com BDI (27,6% ) 935.042,25R$ 51.946,79R$

Administração Local - Habitacional

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Obras 3

14

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50,12

Sapata 38,41

Cintas 11,71

Projeto Estrututal CA 50 CA 60

Sapatas 1579 45

Cintas 513,6 314,4

Total armação p/ sapatas e cintas 48,92258579 kg/m3

Sapatas A B H0 Quantidade Forma

Sapata 1 1,25 1,4 0,15 3 2,385

Sapata 2 1,3 1,5 0,15 4 3,36

Sapata 3 1,9 2,25 0,15 2 2,49

Sapata 4 1,7 2 0,15 4 4,44

Sapata 5 1,5 1,8 0,15 4 3,96

Sapata 6 1,15 1,35 0,15 2 1,5

Sapata 7 2 2,4 0,2 2 3,52

Sapata 8 2,2 2,55 0,2 2 3,8

Sapata 9 2,45 2,8 0,2 2 4,2

Sapata 10 2,2 2,55 0,2 6 11,4

Total sapata

Cintas (12x60) 41,28

Cintas (12x30) 3,27

Cintas (12 x 20) 1,32

Total Cintas 1 apt 45,87

Total cintas 4 apt 183,48

Cintas comuns entre ap (12x30) 3,72

Cintas Área Comum (12x30) 2,88

Cintas Área Comum (15x30) 1,44

Cintas Área Comum (12x60) 2,88

Total Cintas

Total forma p/ sapatas e cintas 4,69782522 m2/m3

19,29

Projeto Estrututal CA 50 CA 60

pilares 1727 535

Total 117,2628305 kg/m3

Forma Altura Base Largura Quantidade Forma=(B+L)*2*A*Q

Pilares(13x30) 11,5 0,13 0,30 6,00 59,34

Pilares(13x50) 11,5 0,13 0,50 6,00 86,94

Pilares(13x40) 11,5 0,13 0,40 8,00 97,52

Pilares(15x50) 11,5 0,15 0,50 8,00 119,60

Pilares sob o reservatório(15x50) 1,00 0,15 0,50 4,00 5,20

Pilares do Reservatório (13x50) 1,00 0,13 0,50 2,00 2,52

Total 19,2389839 m2/m3

CÁLCULO DA TAXA DE ARMAÇÃO E FORMA

Forma

371,12

194,40

235,46

Concreto armado pronto, fck 25 Mpa,condição a (NBR 12655), lançado em pilares e adensado,inclusive forma, escoramento e ferragem.

2262

Armadura

Concreto armado pronto, fck 25 Mpa condição a (NBR 12655), lançado em fundações e adensado, inclusive forma, escoramento e ferragem.

Armadura

2452

Forma

41,055

[(2,40+2,40)x0,30x2]

[(2,40)x0,30x2]

[(2,40)x0,60x2]

[(5,80+4,1+4,25+2,5+5,95+7,30+1,50+3)x0,6x2]

[(3,05+2,40)x0,30x2]

[(1,85+1,45)x0,20x2)]

[(3,1x2)x0,3x2]

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Obras 3

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CÁLCULO DA TAXA DE ARMAÇÃO E FORMA

43,08

Projeto Estrututal CA 50 CA 60

vigas Teto 662 297

vigas cobertura 518 311

Total 41,50417827 kg/m3

Forma Comprimento Base Altura Quantidade Forma=(B+2*A)*C*Q

Vigas (12x60) para 1 apt 45,54

16 apt 728,64

Vigas paredes comuns 3,1 0,12 0,30 8,00 17,86

Vigas da área comum (12x60) 25,34

Vigas da área comum (15x30) 2,4 0,15 0,30 4,00 7,20

Vigas da área comum (12x30) 2,4 0,12 0,30 4,00 6,91

VE(12x40) 2,4 0,12 0,40 3,00 6,62

Total 18,3977716 m2/m3

21,68

Projeto Estrututal CA 50 CA 60

reversatorio 639 3

escada 320 139

Total 50,78413284 kg/m3

Forma Comprimento Altura Largura Quantidade Forma=(B+2*A)*C*Q

Escada:

Laje escada 2,16 1,20 6,00 15,55

Degraus 1,2 0,17 42,00 8,57

Laje Patamar 2,4 1,22 3,00 8,78

Reservatório Superior: 0,00

Laje de fundo 2,7 8,30 22,41

Paredes 2,7 1,25 2,00 6,75

8 1,25 2,00 20,00

Laje de tampa 2,7 8,30 22,41

Reservatório Inferior

Laje de fundo 4,3 2,80 12,04

Paredes 4,3 1,50 2,00 12,90

2,5 1,50 2,00 7,50

Laje de tampa 4,3 2,80 12,04

Total Concreto 3,45761374 m2/m3

RESUMO Total Taxa

Volume de concreto 134,17 m3

Armação 7603 56,66691511 kg/m3

Forma 1.548,11 11,53838414 m2/m3

Forma

148,95

[(5,80+4+4,20+3,25+2,50+5,95+1,40+7,40)x(0,12+2x0,60)]

[(2,40+2,40)x(0,12+2x0,60)x4]

792,58

Forma

Concreto armado pronto, fck 25 Mpa, condição A (NBR 12655), lançado em qualquer tipo de estrutura e adensado, inclusive forma, escoramento e

ferragem.

Armadura

1101

Concreto armado pronto, fck 25 Mpa,condição a (NBR 12655), lançado em vigas e adensado,inclusive forma, escoramento e ferragem.

Armadura

1788

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Obras 3

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Obras 3

3.1.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado: (IG-P) - Edital 009/2011, 21/10/2011, CONCORRÊNCIA, Construção de 512 unidades habitacionais,infraestrutura básica e de equipamentos comunitários no Residencial do Canal do Jordão, noMunicípio de Jaboatão dos Guararapes/PE. Estimativa do valor potencial de prejuízo ao erário: 1.935.961,46 Considerando o sobrepreço de quantitativos com o de preços, justifica-se o enquadramento da obracomo IG-P, de acordo com o art.91, §1, inciso IV da Lei 12.465/2011.

3.1.4 - Causas da ocorrência do achado: Não empregar a tabela de composições do SInapi na elaboração e/ou análise do orçamento. 3.1.5 - Efeitos/Conseqüências do achado: Contratação de serviços por preços maiores que o de mercado(efeito potencial) (efeito potencial) 3.1.6 - Critérios: Lei 12465/2011, art. 125 3.1.7 - Evidências: Orçamento licitação. Planilha orçamentária proposta vencedora. Composições CEHAB. Resposta ao Oficio 55/2012-TCU/SECOB-3 sobre levantamento de informações para futura auditoria. Comunicação responsáveis. CD DE ITENS NÃO DIGITALIZÁVEIS. Esclarecimentos Cehab acerca das composições. Resposta Caixa 1. 3.1.8 - Medidas corretivas:O presente achado ainda será objeto de manifestação preliminar do órgão/entidade responsável,conforme previsto no §9º do art. 91 da Lei 12.465/2011 (LDO/2012). A provável medida corretivapara esse achado será a revisão da planilha orçamentária, adotando as composições do Sinapi nosserviços de especificação idêntica e nos demais, que não possuem mesma especificação, que sejamutilizados como subcomposições e/ou insumos os preços do Sinapi, tal qual realizada na análise depreços elaborada pela equipe de auditoria. 3.1.9 - Conclusão da equipe: Na análise da curva ABC das planilhas orçamentária, tanto do edital quanto da proposta vencedora,foram verificados indícios de sobrepreço. Para averiguar a justificativa de tal sobrepreço, foramanalisadas as composições de preços da Emlurb que apresentaram coeficientes de insumos maiores queos mesmos serviços do Sinapi, bem como os preços unitários do insumo. Cabe destacar que seria

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Obras 3

esperado que tal sobrepreço tivesse sido identificado na analise de engenharia realizada pela CAIXA,entretanto foi empregada a tabela referencial da Emlurb sem efetuar nenhuma critica com relação aospreços do Sinapi. Dessa forma, não foi possível durante a auditoria averiguar justificativas aceitáveis para o sobrepreço,que na proposta vencedora corresponde a R$ 1.935.961,46. Tal valor poderá se constituir em prejuízoao erário caso venha a ser firmado o contrato nos valores ali propostos. Considerando a fase da licitação, na qual já foi divulgada a empresa vencedora do certame, mas aindanão houve homologação da licitação, propõem-se medida cautelar de forma a evitar um prejuízoiminente. Em virtude disso, uma vez caracterizado o potencial de dano ao erário, requer-se apenas seuenquadramento em dois princípios expressos em latim, consagrados pela práxis jurídica: fumus bonijuris e periculum in mora, traduzidos respectivamente como fumaça do bom direito e perigo nademora, conforme determina o art. 276 do Regimento Interno do Tribunal. Fumus Boni Juris A fumaça do bom direito, in casu, reside, essencialmente, no princípio constitucional da eficiência, umdos regedores da Administração Pública. Esse princípio pode ser entendido como o dever doadministrador de procurar realizar o máximo com os escassos recursos de que dispõe e ao menor custo. Em análise do caso concreto, constata-se que os indícios de irregularidade anteriormente elencados,caso não sejam corrigidos ou devidamente justificados, podem resultar em um superfaturamento nocontrato a ser efetivado de R$ 1.935.961,46, tendo como base os preços referencias do Sinapi, deacordo com o comando legal do art. 125 da Lei 12.465/2011. Periculum In Mora Conforme relatado anteriormente, o julgamento da proposta de preços foi divulgada no Diário Oficialda União em 29/2/12, estando atualmente aberto o prazo recursal. Caso tal proposta venha a serhomologada e efetivado o contrato, poderá haver grave prejuízo aos cofres públicos, já que asirregularidades apontadas indicam possível sobrepreço na proposta vencedora. Levando-se em conta que já decorreu um mês desde a divulgação da proposta vencedora, verifica-seque a adjudicação e a homologação da licitação podem ser realizadas a qualquer instante. Portanto,mostra-se razoável a adoção de medida cautelar sem oitiva prévia, conforme previsto no §3 do art.276, do Regimento Interno. Ante o exposto, será proposto adotar medida cautelar para a suspensão do certame, com posterioroitiva do dirigente da Cehab acerca da ocorrência de sobrepreço de R$ 5.509.419,16 na planilhaorçamentária do edital do processo licitatório 009/2011. No caso da oitiva não ser suficiente para elidiro indício de sobrepreço apontado, caberá ouvir em audiência os responsáveis pela elaboração,aprovação e análise do orçamento base com sobrepreço. 3.2 - Sobrepreço decorrente de quantitativo inadequado. 3.2.1 - Tipificação do achado:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Obras 3

Classificação - grave com recomendação de paralisação (IG-P) Justificativa de enquadramento (ou não) no conceito de IG-P da LDO - A pouca representatividade dasincorreções de quantitativos frente ao montante total dos serviços, e a possibilidade de correção dosquantitativos, tanto previamente, quanto na fase de execução das obras, por si só, não ensejariam aparalisação do objeto, entretanto, considerando o sobrepreço de quantitativos com o de preços,justifica-se o enquadramento da obra como IG-P de acordo com o art.91 §1°, inciso IV daLeis12465/2011. 3.2.2 - Situação encontrada: Na presente fiscalização foram analisados os quantitativos de alguns dos serviços mais relevantes emtermos de valores constantes no orçamento do empreendimento. Desse procedimento, constatou-se umpossível sobrepreço decorrente de quantitativos inadequados dos itens relativos à execução de concretoarmado em vigas e fundações, com acréscimos financeiros da ordem de R$ 402.000,25. No que se refere às fundações, constatou-se uma diferença a maior de 38,4 m³ na quantificação dasvigas cintas e de 48 m³ nas sapatas de fundação. Esta, decorre da quantificação de três sapatas isoladasa mais por bloco de apartamento, e aquela decorre da quantificação incorreta das dimensões das vigas,conforme se retira da memória de cálculo fornecida pela CEHAB, pelas plantas de forma dasfundações e pela memória de cálculo apresentada em anexo ao achado. Nas vigas de concreto armado, constatou-se uma diferença a maior de 128,64 m³, decorrente dequantificação inadequada das medidas das vigas em projeto, conforme se extrai da memória de cálculoem anexo, das plantas de forma do projeto estrutural e da memória de cálculo na planilha da CEHAB. Esses três itens em que se verificou o quantitativo inadequado estão contidos em dois serviços daplanilha orçamentária, sendo eles os apresentados a seguir: a) Fundações: item 0204 da planilha orçamentária - Ed. Residencial - 4 pavimentos - 32 blocos:"Concreto armado pronto, fck 25 Mpa condição a (NBR 12655), lançado em fundações e adensado,inclusive forma, escoramento e ferragem", com custo unitário de R$ 1.472,25, e quantitativo total de1.603,84 m³, referente ao concreto utilizado nas sapatas e nas vigas cintas da fundação, b) Estrutura: item 0302 da planilha orçamentária - Ed. Residencial - 4 pavimentos - 32 blocos: "Concreto armado pronto, fck 25 Mpa, condição a (NBR 12655), lançado em vigas e adensado,inclusive forma, escoramento e ferragem", com custo unitário de R$ 2.136,56, e quantitativo total de1.378,56 m³, referente ao concreto utilizado nas vigas do pavimento tipo. Somando-se os quantitativos a maior das sapatas e das vigas cinta das fundações presentes no item "a",chega-se ao montante de 86,4 m³, que atinge um percentual a maior de 5,38 %, e em valoresmonetários de R$ 127.202,40. Nas vigas de concreto armado do pavimento tipo, a que se refere o item "b", o montante a maior deconcreto de 128,64 m³ atinge o percentual de 9,32 % sobre o total previsto, e em valores monetáriosR$ 274.797,85.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Obras 3

Por fim, cabe ressaltar que os serviços em tela são um dos mais relevantes em termos de valores,conforme se extrai da curva abc retromencionada, e perfazem parte dos serviços em que se apontou osobrepreço, conforme exposto no item 3.1 do presente relatório.

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MEMÓRIA DE CÁLCULO

PLANILHAS

Vigas Cintas

Sapatas

Vigas Pavimento Tipo

PLANTAS DE FORMA - MEMÓRIA DE CÁLCULO

Vigas Cintas

Vigas Pavimento Tipo

Sapatas das Fundações

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Obras 3

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Obras 3

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Obras 3

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3.2.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado: (IG-P) - Edital 009/2011, 21/10/2011, CONCORRÊNCIA, Construção de 512 unidades habitacionais,infraestrutura básica e de equipamentos comunitários no Residencial do Canal do Jordão, noMunicípio de Jaboatão dos Guararapes/PE. Estimativa do valor potencial de prejuízo ao erário: 400.000,25 Considerando o sobrepreço de quantitativos com o de preços, justifica-se o enquadramento da obracomo IG-P de acordo com o art.91 §1°, inciso IV da Leis12465/2011

3.2.4 - Causas da ocorrência do achado: Quantificação incorreta dos serviços previstos para a execução das vigas cintas, sapatas de fundação evigas do pavimento tipo na planilha orçamentária. 3.2.5 - Efeitos/Conseqüências do achado: Prejuízos gerados por pagamentos indevidos (efeito potencial) 3.2.6 - Critérios: Lei 8666/1993, art. 3º; art. 6º, inciso IX; art. 6º, inciso X; art. 7º, § 2º, inciso II; art. 7º, § 4º; art. 12;art. 40, § 2º, inciso II; art. 55, inciso II; art. 55, inciso III; art. 55, inciso XI; art. 65, § 3º; art. 65,inciso I, alínea b 3.2.7 - Evidências: Memória de cálculo de quantitativo no orçamento Residencial MT16x, folhas 1/8. Orçamento licitação. Comunicação responsáveis. Memória calculo volume de concreto SI sapatas. PLANTA DE FORMA PROJETO. Projeto arquitetônico blocos residênciais. AE 099_007. AE 099_006. AE 099_005. CD DE ITENS NÃO DIGITALIZÁVEIS. Resposta Caixa 1. 3.2.8 - Medidas corretivas:O presente achado ainda será objeto de manifestação preliminar do órgão/entidade responsável,conforme previsto no §9º do art. 91 da Lei 12.465/2011 (LDO/2012). A provável medida corretivapara esse achado será a correção dos quantitativos inadequados.

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3.2.9 - Conclusão da equipe: Da análise realizada no projeto básico para verificação da adequação dos quantitativos na planilhaorçamentária, constatou-se um possível sobrepreço decorrente de quantificação inadequada dosserviços referentes à execução de concreto armado nas vigas cintas e sapatas de fundação, bem comonas vigas de concreto armado do pavimento tipo, resultando no potencial prejuízo ao erário, se adotadoos preços do orçamento da Administração, no valor de R$ 402.000,25. Como os serviços são medidos preliminarmente à efetivação dos pagamentos, a incorreção detectadanos quantitativos poderia, em tese, ser detectada durante a execução das obras. Entretanto, dado o erromaterial verificado na quantificação dos projetos e a possibilidade concreta da ocorrência desuperfaturamento na execução do empreendimento, conjuntamente ao sobrepreço decorrente de preçosexcessivos, propõe-se determinar a oitiva da Cehab e da Caixa acerca das irregularidades quejustificaram o enquadramento da obra como IG-P, incluindo nesse escopo a ocorrência de sobrepreçode R$ 402.000,25 na planilha orçamentária do edital do processo licitatório nº 009/2001, decorrente dequantificação incorreta dos quantitativos de concreto armado para a execução das vigas cintas, sapatasde fundação e vigas de concreto armado do pavimento tipo dos blocos residências. No caso da oitiva não ser suficiente para elidir o sobrepreço apontado, cabe ouvir em audiência osresponsáveis pela aprovação do orçamento em questão com sobrepreço de R$ 402.000,25. Aocontrário do achado anterior, no presente caso não cabe responsabilizar o engenheiro da Caixa, pois onormativo AE 099.006, que define o escopo de atuação dos profissionais de engenharia e arquiteturavigente naquele período, permite que no Laudo de Análise de Engenharia - LAE emitido por aqueleprofissional sejam aceitas variações de até 15% nos quantitativos dos serviços que tenham sidocontemplados na análise do projeto de engenharia. 3.3 - Restrição à competitividade da licitação decorrente de critérios inadequados de habilitaçãoe julgamento. 3.3.1 - Tipificação do achado: Classificação - outras irregularidades (OI) 3.3.2 - Situação encontrada: Constatou-se no edital da concorrência 009/2011 que as exigências de comprovação de capacitaçãotécnica (operacional e profissional) não estavam restritas, cumulativamente, às parcelas de maiorrelevância técnica e valor significativo, indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações,contrariando, dessa forma, a Súmula 263/2011. Entretanto, essa irregularidade, por si só, não trouxeprejuízo ao caráter competitivo do certame, pois, além de serem exigidos quantitativos mínimos depequeno montante para a qualificação técnica-operacional, são serviços de fácil comprovação pelasempresas participantes, visto que se trata de atividades usuais no âmbito da construção civil,caracterizando, assim, o caráter formal da irregularidade em apreço. Conforme se extrai do item III do edital, exigiu-se para fins de qualificação técnica-operacional acomprovação de que a empresa participante do certame comprovasse a execução de quantitativos

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mínimos de concreto armado, emboço, alvenaria de tijolos, aterro compactação mecânica, pintura emparedes, piso cimentado, estrutura metálica para cobertura e pavimentação em paralelepípedosgraníticos. Dos itens acima elencados, ainda que se deixe de questionar a relevância técnica, constata-se quealguns dos serviços possuem pequena representatividade de valor frente aos montantes totais previstos,tais como os referentes à estrutura metálica e à pavimentação em paralelepípedos graníticos. O valor previsto em projeto para a execução dos 662,40 m² da estrutura metálica atinge a cifra de R$61.927,78. Ou seja, trata-se de serviço que representa apenas 0,19 % do custo total doempreendimento. No edital, o quantitativo mínimo a ser comprovado pelas empresas é de 165,60 m²,ou 25 % da totalidade do serviço. Assim como no caso da estrutura metálica, o valor previsto para a execução de pavimentação emparalelepípedo perfaz um percentual não relevante em valores, no montante de R$ 145.513,43,atingindo 0,45 % do custo total das obras. No edital, exigiu-se a comprovação de execução de 51,30m² desse pavimento frente ao total previsto na planilha orçamentária na ordem de 3.146,16 m². Diante do exposto, como no caso concreto não se vislumbrou a ocorrência de restrição a carátercompetitivo do certame como decorrência da habilitação técnica, a emissão de Ciência à CEHABconfigura-se na medida mais adequada e razoável a ser adotada. 3.3.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado: (OI) - Edital 009/2011, 21/10/2011, CONCORRÊNCIA, Construção de 512 unidades habitacionais,infraestrutura básica e de equipamentos comunitários no Residencial do Canal do Jordão, noMunicípio de Jaboatão dos Guararapes/PE.

3.3.4 - Causas da ocorrência do achado: Causas não apuradas 3.3.5 - Critérios: Lei 8666/1993, art. 3º; art. 27; art. 30; art. 40, inciso VII; art. 44; art. 45; art. 48 Súmula 263/2011, TCU - Plenário 3.3.6 - Evidências: Edital. CD DE ITENS NÃO DIGITALIZÁVEIS. Publicações licitação. 3.3.7 - Conclusão da equipe: No edital da Concorrência 009/2011 constatou-se a inclusão de exigências referentes à habilitaçãotécnica em desacordo com a Súmula 263/2011, pois foi exigida a comprovação de execução dequantitativo mínimo para a qualificação técnica-operacional e de comprovação de experiência para ahabilitação técnica-profissional de serviços com valores poucos significativos, os quais representam

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0,19 % do custo total do empreendimento, no que se refere à cobertura em estrutura metálica, e 0,45 %para o serviço de execução de pavimentação em paralelepípedo. Entretanto, verificou-se que nenhuma das dez empresas participantes do certame foi desabilitada emfunção da qualificação técnica, e considerando a natureza comum dos serviços e a exigência decomprovação de pequenos percentuais de serviços executados, pode-se retirar que a irregularidade emtela se reveste de um caráter formal, ensejando, portanto, a emissão ciênia à CEHAB. 4 - CONCLUSÃO No que se refere ao sobrepreço decorrente de preços excessivos frente ao mercado (achado 3.1),constatou-se que a utilização de composições locais em detrimento das do Sinapi acarretou aocorrência de indício de sobrepreço de R$ 5.509.419,16 na planilha orçamentária do edital do processolicitatório 009/2011, e de R$ 1.935.961,46, caso seja utilizada a planilha da empresa que apresentou amelhor proposta para a execução da obra. Em razão disso, diante da alta probabilidade de lesão ao erário (fumus boni juris) e da iminência dehomologação da proposta vencedora com o sobrepreço apontado (periculum in mora), propõe-se adeterminação de medida cautelar à Cehab para que suspenda o processo licitatório até que o Tribunalse pronuncie sobre o mérito do indício de sobrepreço. Em complemento, propõe-se a oitiva tanto daCehab, órgão responsável pelo processo licitatório, quanto da Caixa, que realizou a análise deengenharia sobre o projeto e o orçamento para fins de pactuação do Contrato de Repasse, acerca dosindícios de sobrepreço apontados, que, em conjunto com o indício no subitem 3.2 (sobrepreço dequantitativos) justifica o enquadramento da obra como IG-P de acordo com o art. 91, §1°, inciso IV,da Lei 12.465/2011. Em se tratando do sobrepreço decorrente de quantitativos inadequados (3.2), identificaram-se nosserviços referentes à execução de concreto armado nas vigas cintas, nas sapatas de fundação e nasvigas do pavimento tipo, inadequações na quantificação desses serviços, que, em se utilizando osvalores dos custos unitários da planilha do orçamento base, teria o potencial de acarretar um prejuízoao erário no montante de R$ 402.000,25. Como se trata de contratação por preço unitário, e considerando a possibilidade da irregularidade emtela ser decorrente de falha material e de possível correção previamente, ou ainda na elaboração dosboletins de medição para fins de liberação dos pagamentos, para este caso não se considera que estejapresente o "periculum in mora", por isso não se propõe a medida cautelar. Entretanto, considerando osobrepreço de quantitativos com o de preços, justifica-se o enquadramento da obra como IG-P deacordo com o art. 91, §1°, inciso IV, da Lei 12.465/2011. Diante disso, propõe-se a oitiva da Cehab eda Caixa. Com relação à restrição à competitividade da licitação decorrente de critérios inadequados dehabilitação e julgamento (3.3), constatou-se no edital da concorrência 009/2011 que as exigências decomprovação de capacitação técnica (operacional e profissional) não estavam restritas,cumulativamente, às parcelas de maior relevância técnica e valor significativo, indispensáveis àgarantia do cumprimento das obrigações, contrariando, dessa forma, a Súmula 263/2011. Entretanto,essa irregularidade, por si só, não trouxe prejuízo ao caráter competitivo do certame, pois, além de

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serem exigidos quantitativos mínimos de pequeno montante para a qualificação técnica-operacional,são serviços de fácil comprovação pelas empresas participantes, visto que são usuais no âmbito daconstrução civil, caracterizando, assim, o caráter formal da irregularidade em apreço. Desse modo,propõe-se dar ciência à CEHAB sobre os apontamentos em tela. Entre os benefícios estimados desta fiscalização pode-se mencionar a possibilidade de redução dovalor da contratação em decorrência da eliminação do indícios de sobrepreço identificados,decorrentes de preços e quantitativos excessivos, além de melhorias no processo de licitação do órgãoauditado. O total dos benefícios quantificáveis desta auditoria é de R$ 2.337.961,71.

5 - PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

Proposta da equipe Ante todo o exposto, somos pelo encaminhamento dos autos ao Gabinete do Exmo. Sr. Ministro-Relator Weder de Oliveira, com as seguintes propostas: 6.1. Determinar à Cehab que, com fundamento no art. 276 do Regimento Interno do TCU, suspenda deimediato o processo licitatório referente à Concorrência Nacional 009/2011, cujo objeto é a construçãode 512 unidades habitacionais, infraestrutura básica e equipamentos comunitários no Residencial doCanal do Jordão, no município de Jaboatão dos Guararapes/PE, até que o Tribunal deliberedefinitivamente sobre o mérito dos indícios de sobrepreço detectados neste relatório de auditoria; (3.1) 6.2. Promover, com fulcro no art. 276, §3º, do Regimento Interno do TCU, a oitiva da Cehab e daCaixa para que, no prazo improrrogável de 15 (quinze) dias, se pronunciem a respeito dos indícios deirregularidade tratados nos item 3.1 deste relatório; (3.1) 6.3. Em cumprimento ao § 9º do art. 91 da Lei 12.465/2011 e com fulcro no item 9.6 do Acórdão2.382/2011-TCU-Plenário, colher a manifestação preliminar da Cehab e Caixa, para que estas, noprazo improrrogável de 15 (quinze) dias, se pronunciem a respeito dos indícios de irregularidade gravedo tipo IG-P (inciso IV do § 1º do art. 91 da Lei 12.465/2011 - LDO/2012), referentes a sobrepreço noorçamento base do edital de licitação nº09/2011, conforme tratado nos itens 3.1 e 3.2 deste relatório;(3.1 e 3.2) 6.4. Retornar os autos à Secob-3 a fim de que se analise a oitiva do órgão/entidade e adote as demaismedidas processuais que se fizerem necessárias; (3.1 e 3.2) 6.5. Dar Ciência à CEHAB sobre a seguinte impropriedade: inclusão de cláusulas referentes aoscritérios de habilitação técnica que não estavam restritas, cumulativamente, às parcelas de maiorrelevância técnica e valor significativo, indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações,identificadas no item 3.3 deste relatório, o que afronta a Súmula TCU 263/2011. (3.3) À consideração superior.

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6 - ACHADOS RECLASSIFICADOS APÓS A CONCLUSÃO DA FISCALIZAÇÃO 6.1 - Achados desta fiscalização 6.1.1 - (IG-C confirmado) Sobrepreço decorrente de preços excessivos frente ao mercado. Objeto: Edital 009/2011, 21/10/2011, CONCORRÊNCIA, Construção de 512 unidades habitacionais,infraestrutura básica e de equipamentos comunitários no Residencial do Canal do Jordão, noMunicípio de Jaboatão dos Guararapes/PE. Este achado foi tratado no processo 003.615/2012-0 e foi considerado confirmado conforme AC-1.483-22/2012-PL.

O item 9.3 do Acórdão 1.483/2012 - Plenário determinou a reclassificação deste achado de IG-P para

IG-C. 6.1.2 - (IG-C confirmado) Sobrepreço decorrente de quantitativo inadequado. Objeto: Edital 009/2011, 21/10/2011, CONCORRÊNCIA, Construção de 512 unidades habitacionais,infraestrutura básica e de equipamentos comunitários no Residencial do Canal do Jordão, noMunicípio de Jaboatão dos Guararapes/PE. Este achado foi tratado no processo 003.615/2012-0 e foi considerado confirmado conforme AC-1.483-22/2012-PL.

O item 9.3 do Acórdão 1.483/2012 - Plenário determinou a reclassificação deste achado de IG-P para

IG-C.

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7 - ANEXO 7.1 - Dados cadastrais Obra bloqueada na LOA deste ano: Não 7.1.1 - Projeto básico Informações gerais

Projeto(s) Básico(s) abrange(m) toda obra? Sim

Foram observadas divergências significativas entre o projeto básico/executivo e aconstrução, gerando prejuízo técnico ou financeiro ao empreendimento?

Não

Exige licença ambiental? Sim

Possui licença ambiental? Sim

Está sujeita ao EIA(Estudo de Impacto Ambiental)? Sim

As medidas mitigadoras estabelecidas pelo EIA estão sendo implementadastempestivamente?

Não

A obra está legalmente obrigada a cumprir requisitos de acessibilidade? Sim

A obra implementa esses requisitos? Parcialmente Observações:No laudo de análise de engenharia elaborado pela Caixa Econômica consta comopendente o atendimento aos requisitos de acessibilidade. Questionado pela equipe de auditoria a Cehabafirmou que os projetos estavam sendo adequados para atendimento aos requisitos de acessibilidade. 7.1.2 - Execução física e financeira Execução física

Data da vistoria: 4/4/2012 Percentual executado: 0

Data do início da obra: 7/5/2012 Data prevista para conclusão: 6/3/2014

Situação na data da vistoria: Não iniciado.

Descrição da execução realizada até a data da vistoria: Não foi iniciado a obra, ainda está em fasede licitação. Observações: Não foi realizada vistoria, visto que a obra não havia sido iniciada. Execução financeira/orçamentária

Primeira dotação: 07/2008

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Valor estimado para conclusão: R$ 32.078.618,50

Valor estimado global da obra: R$ 32.078.618,50

Data base estimativa: Desembolso Funcional programática: 17.512.1128.10s5.0026/2011 - Saneamento Integrado

Origem Ano Valor orçado Valor liquidado Créditosautorizados

Moeda

União 2011 4.077.804,06 0,00 4.077.804,06 Real

União 2010 1.471.679,55 453.314,41 1.471.679,55 Real

União 2009 8.770.076,37 8.742.506,71 8.770.076,37 Real

União 2008 6.010.001,69 6.010.001,69 6.010.001,69 Real Funcional programática: 17.512.1128.006h.0113/2007 - Saneamento Integrado

Origem Ano Valor orçado Valor liquidado Créditosautorizados

Moeda

União 2008 5.848.945,20 5.848.945,20 5.848.945,20 Real Observações: Como os PT 17.512.1128.006h.0113, 17.512.1128.10s5.0026 e 17.512.2068.10s5.0020 são do tipoguarda chuva, as informações orçamentárias referem-se exclusivamente aos recursos federaisdestinados ao Contrato de Repasse 0222.639-96/2007.Fez-se:Primeira dotação = primeiro empenho;Valor orçado/créditos autorizados = valores empenhados;Valor liquidado = valor das ordens bancárias emitidas.Os valores depositados na conta vinculada ao Contrato de Repasse, através da emissão de OrdemBancária, não representam necessariamente valores recebidos pelo Tomador dos Recursos, pois ficambloqueados no caso de pendências jurídicas e/ou técnicas (obras/serviços). 7.1.3 - Contratos de repasse

Nº do SIAFI: 597685

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Objeto: Contrato de Repasse celebrado entre o União Federal, por intermédio do Ministério dasCidades, representada pela Caixa Econômica Federal, e o Estado de Pernambuco, tendo a CompanhiaEstadual de Habitação e Obras como Interveniente Executor, para execução das obras de revestimentodo Canal do Jordão e de Construção do Habitacional do Canal do Jordão previsto para oremanejamento das famílias.

Data assinatura: 4/12/2007 Vigência atual: 4/12/2007 a 28/1/2013

Data rescisão/suspensão: Situação atual: Em andamento.

Concedente: 00.360.305/0001-04 Caixa Econômica Federal - MF

Convenente: 10.571.982/0001-25 Entidades/Órgãos do Governo do Estado de Pernambuco

Valor atual: R$ 53.348.608,22 Observações: Interveniente Executor - Companhia Estadual de Habitação e Obras - CEHAB. CNPJ03.206.056/0001-95. 7.1.4 - Editais

Nº do edital: 009/2011

Objeto: Construção de 512 unidades habitacionais, infraestrutura básica e de equipamentoscomunitários no Residencial do Canal do Jordão, no Município de Jaboatão dos Guararapes/PE.

UASG: Modalidade de licitação: Concorrência

Data da publicação: 21/10/2011 Tipo de licitação: Menor Preço

Data da abertura da documentação: 19/1/2011 Valor estimado: R$ 32.078.618,50

Data da adjudicação:

Quantidade de propostas classificadas: 9 Observações: Já houve julgamento de preço. Empresa vencedora: Construtora Saint Enton LTDA, com o valor de R$ 27.598.818,26. Durante o período da fiscalização ainda não havia ocorrido a adjudicação do objeto. 7.1.5 - Histórico de fiscalizações A classe da irregularidade listada é referente àquela vigente em 30 de novembro do ano dafiscalização.

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2009 2010 2011

Obra já fiscalizada pelo TCU (no âmbito doFiscobras)?

Não Não Não

Foram observados indícios de irregularidades graves? Não Não Não

Processos correlatos (inclusive de interesse) 3615/2012-0

7.2 - Deliberações do TCU Processo de interesse (Deliberações até a data de início da auditoria) Não há deliberação para este Processo de Interesse.

Processo de interesse (Deliberações após a data de início da auditoria) Processo: 003.615/2012-0 Deliberação: Despacho do Min. Weder de Oliveira Data: 26/4/2012 Diligência a Órgão/Entidade: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - MF: a) com fundamento no art.276, § 2º, do Regimento Interno do TCU, promova a oitiva da Cehab e da Caixa para que, no prazoimprorrogável de 15 (quinze) dias, se pronunciem a respeito dos indícios de irregularidade tratados nositens 3.1 e 3.2 do relatório de fiscalização 78/2012 encaminhado em anexo; PRAZO PARAATENDIMENTO: 15 DIAS.

Processo: 003.615/2012-0 Deliberação: Despacho do Min. Weder de Oliveira Data: 26/4/2012 Diligência a Responsável: COMPANHIA ESTADUAL DE HABITAÇÃO E OBRAS-CEHAB: a)com fundamento no art. 276, § 2º, do Regimento Interno do TCU, promova a oitiva da Cehab e daCaixa para que, no prazo improrrogável de 15 (quinze) dias, se pronunciem a respeito dos indícios deirregularidade tratados nos itens 3.1 e 3.2 do relatório de fiscalização 78/2012 encaminhado em anexo;PRAZO PARA ATENDIMENTO: 15 DIAS.

Processo: 003.615/2012-0 Deliberação: Despacho do Min. Weder de Oliveira Data: 26/4/2012 Diligência a Responsável: CAIXA ECONOMICA FEDERAL: b) com fundamento no art. 91, § 9º, daLei 12.465/2011, no art. 36, §4º, da Lei 12.465/2011 (LDO/2012) e no item 9.6 do Acórdão2.382/2011-TCU-Plenário, colha a manifestação preliminar da Cehab e da Caixa, para que, no prazoimprorrogável de 15 (quinze) dias, se pronunciem a respeito dos indícios de irregularidade grave dotipo IG-P (inciso IV do § 1º do art. 91 da Lei 12.465/2011 - LDO/2012), referentes a sobrepreço noorçamento base do edital de licitação 9/2011, conforme tratado nos itens 3.1 e 3.2 do relatório defiscalização 78/2012 encaminhado em anexo; PRAZO PARA ATENDIMENTO: 15 DIAS.

Processo: 003.615/2012-0 Deliberação: Despacho do Min. Weder de Oliveira Data: 26/4/2012

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Diligência a Responsável: COMPANHIA ESTADUAL DE HABITAÇÃO E OBRAS-CEHAB: b)com fundamento no art. 91, § 9º, da Lei 12.465/2011, no art. 36, §4º, da Lei 12.465/2011 (LDO/2012)e no item 9.6 do Acórdão 2.382/2011-TCU-Plenário, colha a manifestação preliminar da Cehab e daCaixa, para que, no prazo improrrogável de 15 (quinze) dias, se pronunciem a respeito dos indícios deirregularidade grave do tipo IG-P (inciso IV do § 1º do art. 91 da Lei 12.465/2011 - LDO/2012),referentes a sobrepreço no orçamento base do edital de licitação 9/2011, conforme tratado nos itens 3.1e 3.2 do relatório de fiscalização 78/2012 encaminhado em anexo; PRAZO PARA ATENDIMENTO:15 DIAS.

Processo: 003.615/2012-0 Deliberação: Despacho do Min. Weder de Oliveira Data: 26/4/2012 Diligência a Responsável: CONSTRUTORA SAINT ENTON LTDA: c) promova oitiva daConstrutora Saint Enton Ltda, vencedora da concorrência 9/2011, para que, no prazo de 15 (quinze)dias, caso queira, manifeste-se a respeito dos indícios de irregularidade tratados nos itens 3.1 e 3.2 dorelatório de fiscalização 78/2012 encaminhado em anexo; PRAZO PARA ATENDIMENTO: 15DIAS.

Processo: 003.615/2012-0 Deliberação: Despacho do Min. Weder de Oliveira Data: 26/4/2012 Determinação de Providências Internas ao TCU: Secretaria de Fiscalização de Obras 3: d) dar ciência àCehab acerca das impropriedades identificadas no item 3.3 do relatório de fiscalização 78/2012encaminhado em anexo, bem como do teor da Súmula TCU 263/2011: "Para a comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes, e desde que limitada,simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, élegal a exigência de comprovação da execução de quantitativos mínimos em obras ou serviços comcaracterísticas semelhantes, devendo essa exigência guardar proporção com a dimensão e acomplexidade do objeto a ser executado."

Processo: 003.615/2012-0 Deliberação: AC-1.483-22/2012-PL Data: 13/6/2012 Determinação a Órgão/Entidade: ENTIDADES/ÓRGÃOS DO GOVERNO DO ESTADO DEPERNAMBUCO - Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) : 9.1.determinar à CompanhiaEstadual de Habitação e Obras (Cehab) que apresente, no prazo de 30 (trinta) dias, as providênciasadotadas para sanar as irregularidades constatadas no contrato firmado com a Construtora Saint EntonLtda., decorrente da concorrência 9/2011, referentes a: 9.1.1. sobrepreço no valor de R$ 869.762,78 (oitocentos e sessenta e nove mil, setecentos e sessenta edois reais e setenta e oito centavos), oriundos dos serviços de concreto armado e chapisco; e 9.1.2. sobrepreço no valor de R$ 410.993,38 (quatrocentos e dez mil, novecentos e noventa e três reaise trinta e oito centavos), em relação aos demais serviços relacionados nos autos (item I.3 do relatório). PRAZO PARA CUMPRIMENTO: 30 DIAS.

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Processo: 003.615/2012-0 Deliberação: AC-1.483-22/2012-PL Data: 13/6/2012 Determinação de Realização de Fiscalização: UNIDADES INCUMBIDAS: Secretaria de Fiscalizaçãode Obras 3: 9.2.determinar à Secob-3 que efetue o monitoramento da determinação exarada no subitem9.1. supra;

Processo: 003.615/2012-0 Deliberação: AC-1.483-22/2012-PL Data: 13/6/2012 Determinação a Órgão/Entidade: Cientificação a Órgão/Entidade AO ÓRGÃO: CONGRESSONACIONAL - Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização: 9.4. dar ciência destadeliberação à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional.PRAZO PARA CUMPRIMENTO: *********

Processo: 003.615/2012-0 Deliberação: AC-1.483-22/2012-PL Data: 13/6/2012 Determinação de Providências Internas ao TCU: Secretaria de Fiscalização de Obras 1: 9.3. determinarao Siob/Secob-1 que reclassifique no sistema Fiscalis os achados (3.1) sobrepreço decorrente depreços excessivos frente ao mercado e (3.2) sobrepreço decorrente de quantitativo inadequado, de IG-Ppara IG-C. NÚMERO DE DIAS PARA ATENDIMENTO: 0

Processo: 003.615/2012-0 Deliberação: AC-2.139-31/2012-PL Data: 15/8/2012 Prorrogação de Prazo de Deliberação: Prorrogar por 45 dias (a partir da ciência) o prazo do item 9.1.da deliberação constante na apreciação de 13/6/2012 do documento do Colegiado: AC-1.483-22/2012-PL

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GRUPO I - CLASSE V - Plenário TC 003.615/2012-0 Natureza: Relatório de Auditoria Entidade: Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) Responsáveis: Caixa Econômica Federal (00.360.305/0003-63); Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) (03.206.056/0001-95); Construtora Saint Enton Ltda. (11.561.313/0002-16) Interessado: Congresso Nacional Advogado constituído nos autos: não há

SUMÁRIO: RELATÓRIO DE AUDITORIA. FISCOBRAS 2012. INDÍCIOS DE SOBREPREÇO. PROPOSTA DE MEDIDA CAUTELAR. CLASSIFICAÇÃO DE ACHADOS COMO IG-P. OITIVA PRÉVIA DAS ENTIDADES ENVOLVIDAS. REDUÇÃO DO SOBREPREÇO. BAIXA MATERIALIDADE. RECLASIFICAÇÃO PARA IG-C. DETERMINAÇÃO CORRETIVA. MONITORAMENTO. CIÊNCIA AO CONGRESSO NACIONAL.

Relatório

Adoto como relatório a instrução elaborada pela Secob-3 (peça 62):

"INTRODUÇÃO

Trata-se de Inspeção para análise da manifestação preliminar dos gestores, em razão da constatação de indícios de irregularidades graves com recomendação de paralisação- IG-P no relatório de fiscalização n. 78/2012, nos termos do art. 91 § 9º da Lei 12.465 (Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO 2012) e também da Portaria Segecex n. 4, de 31 de janeiro de 2012.

HISTÓRICO

2. A auditoria em questão foi pautada pela análise do Edital da Concorrência nº 09/2011, o qual prevê a execução das obras de infraestrutura e a construção de 512 unidades habitacionais, divididas em 32 blocos de edifícios residenciais do conjunto habitacional do Canal do Jordão, em Jaboatão dos Guarapes/PE, com valor previsto de R$ 32.078.618,50 (data-base junho de 2011).

3. Os recursos destinados à execução do empreendimento estão previstos em parte do Contrato de Repasse 0222.639-96/2007 (Siafi 597685), de 04/12/2007, vinculado a Termo de Compromisso do PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, que aloca recursos tanto para o revestimento do Canal do Jordão, quanto para o reassentamento das famílias. O mencionado Contrato de Repasse tem como Contratante a União Federal, por intermédio do Ministério das Cidades, representado pela Caixa Econômica Federal - Caixa, na condição de Mandatária da União, e como contratado o Estado de Pernambuco, sendo Interveniente Executor a Companhia Estadual de Habitação e Obras – Cehab.

4. O Contrato de Repasse foi firmado segundo termos do Programa PPI/Intervenções em Favelas, do Ministério das Cidades, e prevê aporte de recursos da União de R$ 37.464.000,00 e contrapartida do Contratado de R$ 15.884.608,22, totalizando o montante de R$ 53.348.608,22.

5. Durante a fase de realização dos trabalhos de auditoria, a licitação não estava concluída, porém, o julgamento de preços já havia sido publicado, tendo como vencedora, dentre as nove empresas habilitadas, a Construtora Saint Entôn Ltda., com proposta no valor de

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7.3 - Relatório, Voto e Acórdão 1483/2012 - Plenário

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R$ 27.598.818,26 (data-base junho de 2011), a qual resultou num desconto de 13,97% em relação ao orçamento base da Administração.

6. Na auditoria realizada no âmbito do Fiscobras 2012 , registro Fiscalis n. 78/2012, foram encontradas os seguintes indícios de irregularidades:

- sobrepreço decorrente de preços excessivos frente ao mercado, que ensejou a proposta de medida cautelar e de oitiva do órgão;

- sobrepreço decorrente de quantitativo inadequado, com proposta de oitiva do órgão;

- restrição à competitividade da licitação decorrente de critérios inadequados de habilitação e julgamento, com proposta de dar ciência a órgão/entidade.

7. O valor do indício de sobrepreço identificado na proposta vencedora foi de R$ 2.281.806,58 (R$ 1.935.961,46 referente ao sobrepreço dos preços unitários excessivos frente ao mercado e R$ 345.845,12 referente aos quantitativos inadequados, ambos na planilha da proposta vencedora), representando 8,27% em relação ao valor total da proposta. Considerando os valores orçados no edital, o percentual de sobrepreço representa cerca de 18%.

8 Tendo em vista que por ocasião da realização da fiscalização a licitação ainda não havia sido homologada, a situação foi enquadrada no conceito previsto no art. 91, §1°, inciso IV da Lei 12.465/2011 (LDO 2012).

9. Desse modo, os indícios de sobrepreço por preços excessivos frente ao mercado e quantitativo inadequado fizeram a equipe de auditoria propor o enquadramento da obra com IGP, além de encaminhar pela adoção de medida cautelar, sem oitiva prévia, para suspensão dos procedimentos licitatórios, considerando tratar-se de fiscalização de edital.

10. Tendo em vista que quando da análise da solicitação da medida cautelar o contrato já havia sido firmado e em execução, ainda que incipiente, e o percentual de sobrepreço com relação a esse era de 8%, o ministro-relator se manifestou, mediante despacho, para que se procedesse à oitiva prévia da Cehab, da Caixa e da Construtora Saint Entôn Ltda para fins de formação de juízo acerca de adoção de medida cautelar e também a manifestação preliminar dos gestores (Caixa e Cehab) quanto à possível recomendação ao Congresso Nacional acerca do enquadramento do achado de sobrepreço como IGP.

11. As oitivas foram realizadas, havendo manifestações da Cehab, da Caixa e da Construtora Saint Entôn, as quais são os objetos de análise da presente instrução.

EXAME TÉCNICO

12. A presente análise tem como objetivo verificar a permanência da obra com a classificação de IGP, bem como aferir se persistem os indícios de sobrepreço que ensejaram a proposta de medida cautelar. Nesse sentido, serão analisadas as oitivas da Cehab, da Caixa e da Construtora Saint Entôn, principalmente no que se refere aos preços dos serviços apontados como responsáveis pelo sobrepreço identificado no relatório de fiscalização, e dos quantitativos identificados como inadequados.

I. Oitiva da Cehab

13. A Cehab apresentou manifestação acerca das irregularidades referentes aos sobrepreços decorrentes de preços excessivos (item 3.1 do relatório de auditoria) e de quantitativos inadequados (item 3.2 do relatório de fiscalização). Visando uma estruturação mais clara, a oitiva da Cehab será apresentada e analisada, primeiro em relação ao sobrepreço decorrente de preços excessivos, para na sequência, abordar o sobrepreço decorrente de quantitativos inadequados.

I.1 Argumentos acerca do sobrepreço decorrente de preços excessivos, item 3.1 do relatório de fiscalização n.78/2012

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14. A Cehab alega que o orçamento da obra foi elaborado conforme o art. 125 da Lei 12.465/2011 (LDO 2012), o qual permite que os custos sejam apurados mediante pesquisa de mercado, uma vez que os itens não foram encontrados na tabela do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - Sinapi. Para o caso em questão, foi empregada a tabela da Emlurb, empresa pública do município do Recife.

15. Em seguida, apresenta ajustes nas composições de preço utilizadas pela equipe de auditoria para os serviços de concreto armado presentes nas fundações, vigas, pilares e lajes, nos quais, além de alterar a composição empregada para o serviço de forma de madeira (peça 60, p. 10-13), ajustou as taxas de armação (aço) e de forma de madeira pelos valores fornecidos pelo projetista de estruturas, conforme quadro 1 comparativo abaixo apresentado.

(...)

16. Além dos ajustes nas composições, também são apresentados ajustes para os valores dos quantitativos das estruturas de concreto armado, conforme cálculo apresentado pelo projetista, que será apresentado em detalhes nos itens I.4 e I.5 desta instrução.

17. Diante de tais considerações, a Cehab calcula o valor de R$ 527.193,63 para o sobrepreço dos serviços de concreto armado na proposta vencedora da licitação e de R$ 1.186.960,39 em relação ao orçamento constante no edital (peça 60, p. 16).

18. Para os demais serviços com indícios de sobrepreço, foi apresentada, no anexo IV ao ofício encaminhado pela Cehab (peça 60, p. 16-17), contestação para cada composição empregada na análise elaborada pela equipe de auditoria no relatório de fiscalização n. 78/2012, buscando explicitar a inadequação delas para a obra em questão. Entretanto, admitiu o uso inadequado, por parte da Cehab, da composição empregada para o serviço de chapisco, reconhecendo, por conseguinte, um sobrepreço de R$ 103.975,40 na proposta vencedora (peça 60, p. 18).

I.2 Análise do sobrepreço nos Serviços de Concreto Armado e Chapisco

19. Com relação à alegação de que a Cehab teria elaborado o orçamento conforme o estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias, cabe, inicialmente, transcrever o art. 125 da Lei 12465/11 (LDO 2012), e ilustrar o correto entendimento:

Art. 125. O custo global de obras e serviços de engenharia contratados e executados com recursos dos orçamentos da União será obtido a partir de composições de custos unitários, previstas no projeto, menores ou iguais à mediana de seus correspondentes no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI, mantido e divulgado, na internet, pela Caixa Econômica Federal e pelo IBGE, e, no caso de obras e serviços rodoviários, à tabela do Sistema de Custos de Obras Rodoviárias - SICRO, excetuados os itens caracterizados como montagem industrial ou que não possam ser considerados como de construção civil.

§ 2º Nos casos de itens não constantes dos sistemas de referência mencionados neste artigo, o custo será apurado por meio de pesquisa de mercado, ajustado às especificidades do projeto e justificado pela Administração. (grifos nossos)

20. Ciente do comando legal, cabe o confronto ao caso em questão entre os preços da proposta vencedora e os referenciais calculados com base no Sinapi, admitida a pesquisa de mercado nos casos de itens não constantes dos sistemas de referência.

21. No caso concreto, os serviços de concreto armado com fck (resistência) de 25 e 30 Mpa com as taxas de armadura e forma exatamente iguais aos especificados para a obra do Residencial Canal do Jordão não constam no Sinapi, assim como os serviços de concreto armado de quase a totalidade das obras e dos editais existentes hoje no Brasil.

22. Entretanto, não se pode esperar que um sistema de referência de preços possua exatamente as mesmas especificações para a diversidade de obras existentes na construção civil. O sistema de referência possui composições genéricas, apresentadas tanto na forma sintética e

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analítica, que permitem com pequenas modificações e adequações nos insumos e seus coeficientes, o emprego nos diferentes tipos de obra.

23. Por essa razão, no Inciso III, do §5º do art. 125 da LDO 2012, admite-se que, em condições especiais, os preços unitários possam exceder os custos unitários do Sinapi. O que se justifica no caso de ajustar os coeficientes de consumo de material e índices de produtividade às especificidades do projeto ou às condições de trabalho, desde que devidamente demonstrado em relatório circunstanciado.

§ 5º Ressalvado o regime de empreitada por preço global de que trata o art. 6º, inciso VIII, alínea 'a', da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993:

(...)

III - somente em condições especiais, devidamente justificadas em relatório técnico circunstanciado, elaborado por profissional habilitado e aprovado pelo órgão gestor dos recursos ou seu mandatário, poderão os custos unitários do orçamento-base da licitação exceder o limite fixado no caput e § 1o deste artigo, sem prejuízo da avaliação dos órgãos de controle interno e externo.

24. No sistema de referência empregado pela Cehab (tabela da Emlurb), apenas é possível visualizar que o concreto possui o mesmo fck do especificado, já as especificações das taxas de forma e armação empregadas são desconhecidas, como admitido pelo próprio órgão em sua defesa: 'não temos a mesma disponível de forma analítica' (peça 60, p. 6). Logo, não é possível afirmar, sem conhecimento das premissas adotadas, que tal composição da Emlurb é adequada à obra em questão.

25. No caso do concreto armado (serviço composto de concreto, forma de madeira e armação), o Sinapi dispõe de todos os subserviços necessários para sua execução, com idêntica especificação, de tal maneira que é possível, por exemplo, se obter o serviço de concreto armado de resistência 25 Mpa para os pilares dos edifícios do Residencial Canal Jordão. Tal procedimento inclusive foi o empregado pela equipe de auditoria para análise de preços, em consonância com o comando legal do caput do art. 125 transcrito anteriormente.

26. Supondo-se que a resistência à compressão (fck) especificada para o concreto dos pilares da obra fosse de 50Mpa, não existiria nem insumo, tampouco composição equivalente no Sinapi, permitindo, assim, o enquadramento da situação ao previsto no § 2º do art. 125 da lei 12.465/2011. Nesse caso, para obter-se o valor do concreto armado de 50 Mpa para os pilares da obra, poderia ser usada pesquisa de mercado para o insumo do concreto de 50 Mpa, realizando a substituição do insumo em uma composição de concreto do Sinapi com fck diferente do especificado. Para os serviços de forma e armação seriam empregados os custos unitários dos insumos previstos nas composições do Sinapi, com os coeficientes específicos ajustados conforme o projeto em questão, tudo de acordo com o art. 125 da Lei 12.465/2011.

27. Diante disso, fica afastada a alegação da Cehab de que elaborou o orçamento base conforme o art. 125 da Lei 12.465/2011.

28. Em relação à modificação empregada pela Cehab para definir a subcomposição da forma de madeira nos serviços de concreto armado, extraída dentre várias possíveis no Sinapi, verifica-se que o número de reutilizações das formas proposto pela Cehab (3x) é incompatível com o uso de chapa de madeirite resinada, que permite até 6 reutilizações, segundo sites dos diversos fabricantes, bem como, com a tipologia e cronograma da obra, pois, a existência de pavimentos tipos, que se repetem inúmeras vezes, demanda um cronograma que necessita de um reduzido número de jogos de forma para execução da estrutura.

29. Além disso, analisando os insumos que compõem a composição do concreto armado, tem-se um quantitativo de madeiramento para escoramento em patamares elevados, compatível com o lastro e escoramento de forma de lajes moldadas no local, sendo que na obra em questão, com exceção dos reservatórios, em sua maior parte as lajes são pré-moldadas.

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30. Quanto às taxas de armação e forma de madeira apresentadas pelo projetista, utilizadas para o cálculo do quantitativo destes materiais, os valores são muito próximos ao encontrado pela equipe de auditoria. A única exceção refere-se à armadura das vigas, para a qual, no relatório de auditoria, foi empregada a quantidade apresentada no quadro resumo de aço, o qual não estava multiplicado pela repetição de lajes. Dessa forma, acatam-se as taxas de forma de madeira e armação (aço) propostas pela Cehab.

31. Ainda que tenham sido detectadas inadequações em itens das composições de custos apresentadas pela Cehab, especialmente em relação ao número de reutilização de formas e ao quantitativo especificado de madeira necessária ao escoramento, de modo a proceder a uma análise mais conservadora, em prol da Cehab, acata-se a modificação proposta pela justificante, pois, a diversidade de composições para forma, associada à falta de um projeto executivo que detalhe as formas de madeira, de modo a permitir o correto dimensionamento e estabelecimento do consumo desses insumos, não fornecem elementos suficientes para se determinar exatamente qual, dentre as diversas composições do Sinapi, se mostra a mais fidedigna à situação posta.

32. Ante ao exposto, acata-se o cálculo de sobrepreço para o concreto armado apresentados no anexo III da manifestação da Cehab (peça 60, p. 15), que totaliza o montante de R$ 517.193,63.

33. Além do sobrepreço de concreto armado, a Cehab admite também o sobrepreço no serviço de chapisco, fruto de erro material, no valor de R$ 103.975,40, valor consistente com encontrado pela equipe de auditoria do TCU.

I.3 Argumentos acerca do sobrepreço em outros serviços

34. Para os demais serviços, nos quais a Cehab se manifestou pela inadequação das composições do Sinapi utilizadas no relatório de fiscalização, foram feitos ajustes nos que estavam com valor referenciado abaixo do valor da proposta vencedora, nos moldes indicados pela própria Cehab quando acatadas as justificativas para as composições apresentada, conforme exposto na sequência. A fim de facilitar a leitura, nesse caso, cada argumento apresentado será seguido da análise correspondente.

a) Laje pré-moldada para piso: foi feita a substituição da malha de distribuição em aço CA-60 por aço CA-50. Acata-se a modificação proposta, pois resta demonstrada a conformidade com a especificação de projeto;

b) Poços de visita (prof. até 2,00m e DN - 1,00m) com tampão e caixilho fornecidos pelo contratado: alega a Cehab que o poço utilizado na composição Sinapi 73963/001 possui diâmetro de 60cm, menor que o definido em projeto. Entretanto, explicita-se que não foi essa a composição empregada no relatório de fiscalização, mas sim a composição Sinapi 73963/010, cujo poço possui o diâmetro de 1,10m. Como tal composição possui diâmetro maior do especificado em projeto, o consumo dos insumos de materiais e mão de obra é maior, portanto a situação adotada é favorável à Cehab. Em razão disso, será mantido o preço da composição Sinapi 73963/010;

c) Ponto de tomada universal, (2P+1T), Pial ou similar, incluindo tubulação pvc rígido, fiação, caixa 4x2, placa e demais acessórios, até o ponto de luz ou quadro de distribuição: a Cehab alega que no projeto é especificado tomada 2P+T, entretanto tal representação se dá apenas na legenda da simbologia empregada no projeto, uma vez que na planta baixa que ilustra a distribuição dos condutores não existe nenhuma tomada que possui o condutor de aterramento. Dessa forma, a composição é adequada ao projeto apresentado;

d) Laje pré-moldada para forro: foi feita a substituição da malha de distribuição em aço CA-60 por aço CA-50. Acata-se a modificação proposta, pois resta demonstrada a conformidade com a especificação de projeto;

e) Fornecimento e assentamento de bacia sanitária com caixa acoplada, louca branca, Celite, linha saveiro ou similar, inclusive tampa e acessórios correspondentes: foram incluídos os itens de tubo de ligação, anéis de vedação e assento plástico e respectiva mão de obra para

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instalação. Acata-se a modificação proposta, pois resta demonstrada a conformidade com a especificação de projeto; e

f) grade de proteção de ferro, inclusive assentamento: a Cehab alega que a composição empregada pela equipe de auditoria contempla grade ferro em barra chata 3/16 e não oferece a resistência necessária para o gradil de proteção de entrada de cada conjunto habitacional, sendo necessário o emprego de barra redonda. Entretanto, no documento intitulado 'Memorial Descritivo do Conjunto Habitacional Jardim Jordão', no item '2. Unidades Habitacionais', 'Especificações da Tipologia', 'Esquadrias' (peça 24, CD itens não digitalizáveis) tem-se a seguinte especificação: ' Porta de acesso aos blocos (térreo) em grades de ferro (barras chata) pintadas com esmalte sintético, duas demãos, sobre uma demão de zarcão'. Além disso, no mesmo documento no item '3. Edifício da Creche', 'Esquadrias', tem a seguinte especificação: 'Grade de ferro em barra chata 3/16', no acesso externo da área de serviço'. Diante disso, como a descrição da planilha é insuficiente para caracterizar o serviço deve ser exigido da contratada que execute os serviços de acordo com as especificações (Condições Gerais de Contratação, 2º. Obrigações da Contratada, item 2.12 - peça 27, p. 19). Considera-se, pois, que a composição empregada está adequada, mantendo-se inalterado a análise anteriormente realizada.

35. Efetuando tais ajustes nas composições acima mencionadas, conforme anexo 1 da presente instrução, remanescem indícios de sobrepreço de R$ 410.993,38 em relação ao valor da proposta vencedora. Para detalhamento dos ajustes nas composições ver anexo 2 da presente instrução.

36. Com isso, além do sobrepreço já admitido pela Cehab, na proposta vencedora (R$ 517.193,63 nos serviços de concreto armado + R$ 103.975,40 dos serviços de chapisco), soma-se o anterior, totalizando R$ 1.042.162,41.

I.4 Argumentos acerca do sobrepreço decorrente de quantitativos inadequados, item 3.2 do relatório de fiscalização n.78/2012

37. A equipe de auditoria detectou inconsistências nos quantitativos de concreto armado, conforme detalhado na tabela a seguir, as quais resultaram em indícios de sobrepreço na proposta vencedora de R$ 345.845,12.

Quadro 2 -Sobrepreço por quantitativo inadequado apontado no relatório de fiscalização:

Item da Planilha

Quantitativo a maior m³

P. Unit Orçamento

base do Edital

Sobrepreço Quantitativo Orçamento

Base

P. Unit Proposta

Vencedora

Sobrepreço Quantitativo Orçamento Construtora P.Unit TCU

Sobrepreço Quantitativo -

com Preço Unitário TCU.

vigas (0302) 128,61 R$ 2.136,56 R$ 274.782,98 R$ 1.838,22 R$ 236.413,47 R$ 1.264,08 R$ 162.573,33

fund. (0204) 86,40 R$ 1.472,25 R$ 127.202,40 R$ 1.266,57 R$ 109.431,65 R$ 950,34 R$ 82.109,38

pilar (0301)

R$ 2.500,98

R$ 2.151,75

R$ 931,37 lajes (0303)

R$ 2.128,89

R$ 1.831,62

R$ 931,37

R$ 401.985,38

R$ 345.845,12

R$ 244.682,70

38. Para justificar as diferenças apontadas no relatório de fiscalização, a Cehab apresentou as justificativas que se seguem.

39. Com relação ao erro apontado na quantificação das sapatas (tipo de fundação), a Cehab, reconhecendo a inadequação dos quantitativos apontada no relatório de fiscalização, informou que houve erro de digitação do quantitativo da sapata 02.

40. Para a diferença verificada nas vigas, informou que o quantitativo foi levantado tendo por base a medida eixo-eixo, e que, para dirimir eventuais diferenças decorrentes das medições manuais, apresentou no Anexo II de sua manifestação (peça 60, p. 14), uma planilha corrigida pelo calculista, a qual teria sido elaborada tendo por base os quantitativos levantados em software específico para este fim, resultando nos seguintes valores:

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Quadro 3 - Sobrepreço por Quantitativo Inadequado Ajustados após manifestação da Cehab:

Planilha orçamentária Custo Unitário proposto pela

Cehab na manifestação preliminar.

(1) Quantitativo

orçado a maior - análise Relatório 78/2012

Valor do sobrepreço de

quantitativos. (1)

(2) Quantitativo a maior segundo

revisão apresentada pela

Cehab/Projetista.

Valor do sobrepreço de

quantitativos (2)

0302 - Concreto armado pronto, fck 25 Mpa, condição a (NBR 12655), lançado em vigas e adensado, inclusive forma, escoramento e ferragem.

R$ 1.838,22 128,61m3 R$ 236.395,09 26,99 m3 R$ 49.613,56

0204 -Concreto armado pronto, fck 25 Mpa condição a (NBR 12655), lançado em fundações e adensado, inclusive forma, escoramento e ferragem'

R$ 1.174,87 86,40 m3 R$ 101.508,77 100,51 m3 R$ 118.086,18

0301 - Concreto armado pronto, fck 25 Mpa,condição a (NBR 12655), lançado em pilares e adensado,inclusive forma, escoramento e ferragem.

R$ 2.151,75 13,02 m3 R$ 28.015,79

303 - Concreto armado pronto, fck 25 Mpa, condição A (NBR 12655), lançado em qualquer tipo de estrutura e adensado, inclusive forma, escoramento e ferragem.

R$ 1.831,62 23,41 m3 R$ 42.878,22

Total R$ 337.903,86 R$ 238.593,75 Diferença Remanescente (1) - (2) R$ 99.310,11

41. Por fim, a Cehab informa que as correções nos quantitativos seriam feitas no decorrer das obras, identificadas nos respectivos boletins de medição.

I.5 Análise sobrepreço decorrente de quantitativos inadequados

42. Preliminarmente, cabe ressaltar que não foram apresentadas as memórias de cálculo utilizadas pelo projetista, em que se pudesse se verificar a discrepância dos valores apurados frente aos valores constantes do relatório de fiscalização.

43. A título de exemplo, não foi explicitado exatamente onde se encontraria a diferença verificada no serviço 0302 (vigas), em que a análise do relatório apontou um valor de 128,61 m³ a maior, enquanto que o material fornecido pela Cehab apontou uma diferença de apenas 26,99 m³. A justificativa de que a Cehab teria medido 'eixo a eixo', e não por trecho de viga, como na memória de cálculo da equipe de auditoria, não prospera, pois o resultado, em tese, não deveria ser diferente, desde que ambos os métodos, por exemplo, descontassem os trechos referentes à intersecção das vigas com os pilares previstos em projeto.

44. Por outro lado, a Cehab apontou a necessidade de correção de dois itens da planilha (0301-pilares e 0303-lajes) que não foram questionados pela análise do relatório, e do item 0204-fundações, em patamares maiores que o indicado no relatório.

45. Com os ajustes efetuados nos quantitativos, em se considerando a adequação dos valores dos serviços propostos no item anterior, o levantamento feito pela Cehab reduziria o valor da obra em R$ 238.593,75, frente ao montante estimado de R$ 337.903,86 se fossem utilizados os quantitativos apontados no relatório de fiscalização n. 78/2012 para a mesma situação, resultando uma diferença de R$ 99.310,11 entre as duas análises.

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46. Embora a proposta de adequação dos quantitativos não tenha sido apresentada com os respectivos memoriais de cálculo, a diferença remanescente é de pequena expressão frente aos totais em discussão, podendo ser demonstrada conjuntamente à apresentação posterior das medidas adotadas para sanear as irregularidades pendentes.

47. Por outro lado, proceder às correções nos quantitativos no decorrer das obras, identificado-as nos respectivos boletins de medição, não se mostra adequado à situação de fato, pois, as alterações a realizar são decorrentes de erros ou omissões de orçamentos e projetos, devendo ser adequadamente formalizadas no contrato da obra antes da execução dos serviços, para inclusive definir de forma adequada os parâmetros a se adotar nos boletins de medição.

48. Por isso, ainda que se proponha a retirada da proposta de medida cautelar e da classificação da obra como IGP, nos termos das análises retroelaboradas, persiste a necessidade de a Cehab demonstrar a formalização das correções das irregularidades que ainda persistem.

II. Oitiva da Caixa

II.1 Argumentos

49. A Caixa apresentou manifestação quanto aos itens 3.1 (sobrepreço por preços excessivos) e 3.2 (sobrepreço por quantitativos inadequados) do relatório de auditoria (peça 57).

50. Com relação ao item 3.1, alegou que o sobrepreço apontado pela equipe de auditoria fora obtido ao se adaptar serviços que haviam sido referenciados pelos custos das tabelas da Emlurb aos coeficientes de serviços e de custos de insumos do Sinapi.

51. Ocorre que a análise de orçamento realizada pela Caixa à época não previa tais procedimentos. Conforme orientação do normativo interno AE 099 versão 005, que estava vigente naquele período e especifica como deveria ser procedida a análise dos custos pelo setor de engenharia da Caixa, quando determinado serviço ou insumo da peça orçamentária não possuísse correspondente no Sinapi, a orientação era de utilizar tabela de referência formalmente aprovada por entidade ou órgão da administração pública federal e, na falta deste, utilizar informação publicada por entidade oficial ou pesquisa direta no mercado local.

52. Assim, concluiu que a análise a cargo do setor de engenharia, a qual não apontou sobrepreço nos itens referenciados nas tabelas da Emlurb, realizada pela empresa terceirizada e supervisionada pelo engenheiro da Caixa, fora elaborada estritamente de acordo com a previsão contida no normativo interno da própria instituição vigente naquele período.

53. Cabe ressaltar que a manifestação da Caixa não contestou o sobrepreço apontado pela equipe de auditoria, restringindo-se a elucidar a conformidade da atuação de seus profissionais em seguir os normativos que vinculam e determinam o escopo dos trabalhos realizados na avaliação da adequação orçamentária.

54. Com relação ao item 3.2 (sobrepreço por quantitativos inadequados), também não houve questionamentos sobre o apontamento do relatório de fiscalização, mas ponderou-se a pequena representatividade dos quantitativos inadequados. Além disso, explicitou que a responsabilidade primeira pela adequação dos quantitativos seria de quem elaborou o orçamento e emitiu a respectiva anotação de responsabilidade técnica - ART, correspondente, e que o escopo da análise de orçamento feita pela Caixa deveria abranger os seguintes aspectos (AE 099 versão 005):

i. Que todas as etapas necessárias à conclusão do objeto da operação estejam previstas e incidam adequadamente sobre os custos apresentados;

ii. Que exista compatibilidade entre a evolução física da obra e as incidências das etapas indicadas no orçamento;

iii. Que os valores indicados estejam compatíveis com o praticado de forma a evitar o sobrepreço;

iv. Que as obras possam ser concluídas com o orçamento proposto.

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II. 2 Análise

55. Conforme se extrai da manifestação da Caixa, não foram apresentados elementos que busquem elidir ou justificar as irregularidades apontadas, para fins de análise quanto ao mérito da presente instrução (manutenção ou não a classificação das obras como IGP), pois a manifestação da Caixa ficou restrita em afirmar que os profissionais responsáveis pela elaboração do laudo de engenharia atuaram em conformidade com os normativos da instituição.

56. De acordo com o exposto na manifestação da Caixa, o normativo vigente naquele período propunha como metodologia utilizar informação publicada por entidade oficial ou pesquisa direta no mercado local quando determinado serviço não constasse no Sinapi. Embora possa ser questionada a adoção de tal procedimento, uma vez que, nos termos da análise proferida no item anterior, o Sinapi permite a aferição dos custos do concreto armado utilizado no projeto frente aos seus referenciais, desde que adaptados às composições em que se apontou o sobrepreço unitário, a imputação de responsabilização aos seus profissionais pode restar prejudicada, pois não há como se alegar que as análises não tenham sido feitas em consonância com as demandas presentes no normativo vigente naquele período.

57. Conforme se extrai no normativo da Caixa mais recente, AE 099 Versão 006 e AE 099 versão 007, com vigência, respectivamente, de 01/08/2011 e 13/10/2011, foram estabelecidos critérios mais rigorosos para se aceitar custos que não estejam previstos no Sinapi:

3.3.10.2.5 No que concerne a data base, aceitação de preços licitados, aceite de novos serviços aditados em CTEF, as orientações neste MN amparam-se na diretriz definida na LDO vigente que visa limitar os custos unitários de serviços e materiais contratados aos referenciais informados no SINAPI e no SICRO, salvo em situações especiais justificadas de acordo com aquela Lei.

(...)

3.3.10.7.4.1 A pesquisa apura no mínimo 3 informações de mercado, indica necessariamente as fontes de consulta (com no mínimo nome da empresa, CNPJ, telefone, nome do contato e data da cotação) e adota como referência a mediana entre os valores.

3.3.10.7.4.2 São admitidas, como fontes de informação de mercado, consultas a fornecedores, tabelas publicadas por entidades oficiais ou por periódicos especializados e documentos fiscais de intervenções realizadas.

3.3.10.7.5 Em situações excepcionais, especialmente nos casos de fornecedor único, quando outras fontes de informação de mercado estiverem prejudicadas, na análise do custo unitário do serviço é suficiente a verificação dos procedimentos e das fontes adotados na elaboração do orçamento pelo proponente/tomador e a confirmação, com base nas informações disponíveis, da coerência técnica das composições e dos valores adotados.

3.3.10.7.6 Nos locais em que não é realizada pesquisa de preços de insumos pelo SINAPI ou pelo SICRO (por exemplo, no interior em localidades distantes das capitais) e para os quais resta constatada a inadequação dos valores informados por esses sistemas, ou quando o item não consta destes sistemas, são admitidas referências locais de custos para insumos e composições.

3.3.10.7.6.1 Essas referências locais são orientadas por pesquisa periódica, que tem atualização no mínimo semestral, e é registrada por meio de Parecer ou Nota Técnica da unidade

3.3.10.7.6.2 Caso adotada a referência local na análise do orçamento, o Parecer ou Nota Técnica é referenciada como fonte complementar na peça técnica.

3.3.10.7.6.3 Quando possível, as informações do Parecer ou Nota Técnica são inseridas no banco regional do SINAPI.

3.3.10.7.7 Sempre que for realizada verificação de orçamento, é indispensável planilha comparativa de custos unitários significativos, com a respectiva numeração da composição do serviço do SINAPI utilizada na análise ou outra fonte adotada, anexada ao LAE, à Verificação

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do Resultado do Processo Licitatório ou ao Parecer de Reprogramação, conforme fase da operação de repasse.

58. Diante do exposto, deixa-se de propor a audiência dos engenheiros da Caixa, e, uma vez que os normativos atuais já estabelecem critérios mais rigorosos para aceitar valores com base em outros sistemas de custos que não os do Sinapi e do Sicro, torna-se desnecessária a emissão de alerta ou de determinação de providências à Caixa nesse sentido.

II. Oitiva da licitante vencedora

II.1 Argumentos

59. De modo similar à manifestação da Caixa, a Construtora Saint Entôn não se manifestou sobre os custos unitários dos serviços que ensejaram o apontamento referente ao sobrepreço, tampouco houve manifestação sobre a inadequação dos quantitativos.

60. A manifestação da construtora (peça 61) foi pautada pela alegação de que teria agido dentro da legalidade. Para tanto, explicitou que o edital possui a prerrogativa da presunção de legalidade, e que teria agido em observância ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório, pois teria sido habilitada dentro dos critérios estabelecidos em edital, e teria apresentado proposta orçamentária inferior ao orçamento base, o qual, por sua vez, não teria apresentado ilegalidade grosseira, pois o orçamento teria sido elaborado com base em tabela da Emlurb para alguns serviços.

61. Com relação aos quantitativos inadequados, esclareceu que o mesmo entendimento sobre a legalidade da atuação da licitante deveria ser observado, pois teria agido em atendimento às especificações do instrumento convocatório, presumivelmente legal.

62. Explicitou ainda que não compete às licitantes exercer o controle externo dos atos da Administração, atribuição exercida pelos tribunais de contas, e que não teria participado da elaboração dos projetos, orçamentos e demais especificações técnicas do objeto da Concorrência 09/2011 - Cehab.

63. Diante das manifestações apresentadas, termina requerendo a sua exclusão dos autos do processo TC 003.615/2012-0, pois a ela não poderiam ser atribuídas nenhuma das irregularidades apontadas nos itens 3.1 e 3.2 do relatório de auditoria (peça 61, p. 3).

II. 2 Análise

64. A manifestação da construtora não trouxe novos elementos aos autos sobre os índicos de sobrepreço decorrente de preços superiores aos do Sinapi, tampouco abordou a inadequação dos quantitativos.

65. Cabe ressaltar que não foi questionado no relatório de auditoria eventual atuação irregular da construtora no presente processo licitatório, ou que ela não tenha agido em conformidade com o ato convocatório. Também não foi apontado que a licitante deveria ter agido no sentido de atuar no controle externo, de modo a fiscalizar a Administração.

66. A oitiva em tela busca oportunizar à licitante que se manifeste sobre o sobrepreço apontado no relatório de auditoria e sobre a adequação dos custos para a execução da obra, uma vez que, na condição de vencedora do certame licitatório, poderia ter o seu contrato para a execução das obras impactado. Em razão disso, também não deve ser acatada o requerimento de se retirar a Construtora Saint Entôn LTDA do TC 003.615/2012-0.

CONCLUSÃO

67. Nas oitivas analisadas, apenas a Cehab trouxe argumentos quanto aos indícios de irregularidades. A Caixa e Construtora Saint Entôn Ltda. abordaram apenas a questão da responsabilização dos achados de auditoria.

68. Quanto aos indícios de sobrepreço, foram acatados parcialmente os argumentos trazidos pela Cehab. Com isso, os serviços de concreto armado e chapisco apresentam um

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sobrepreço de R$ 631.169,03 em relação ao preço da proposta vencedora, já reconhecido pela Cehab em sua manifestação.

69. Quanto aos demais serviços com indícios de sobrepreço, foram efetuados os ajustes nos insumos de acordo com os argumentos trazidos nas oitivas e ainda assim permanecem indícios de sobrepreço no valor de R$ 410.993,38, também em relação à proposta vencedora.

70. Em relação aos indícios de sobrepreço por erros no quantitativo, foram acatados parcialmente os argumentos trazidos pela Cehab, uma vez que não foi apresentada a memória de cálculo efetuada nos ajustes propostos. Dada a pequena diferença entre o apontado pelo relatório de fiscalização e o proposto pela Cehab, os valores dos quantitativos apresentados foram aceitos, o que representa um sobrepreço de R$ 238.593,75, ficando a pendência da comprovação de sua correção para que seja considerada elidida a irregularidade.

71. Após a análise das oitivas os indícios de sobrepreço foram reduzidos de R$ 2.281.806,58 (R$ 1.935.961,46 referente ao sobrepreço dos preços unitários excessivos frente ao mercado e R$ 345.845,12 referente aos quantitativos inadequados, ambos na planilha da proposta vencedora) para R$ 1.280.756,16 (R$ 1.042.162,41 referente ao sobrepreço nas composições, e R$ 238.593,75 referente aos quantitativos inadequados). Deste total, R$ 869.762,78 já foram reconhecidos pela Cehab em sua manifestação, correspondendo ao sobrepreço nos itens de concreto armado e chapisco, e do excesso de quantitativo do concreto armado.

72. Tendo em vista que a maior parte dos valores foi admitida pelo próprio órgão como sobrepreço, entende-se que ele pode usar da autotutela para sanar tais irregularidades.

73. Ante o exposto, considerando que o percentual máximo do sobrepreço (R$ 1.280.756,16) no valor da proposta vencedora (R$ 27.598.818,26), e já com contrato firmado, é de apenas 4,64% não sendo, portanto, materialmente relevante, entende-se que a obra em questão já não mais se enquadra no conceito de IG-P do art. 91, §1°, inciso IV da Lei 12.465/2011. Também, já não persistem os motivos pelos quais foi proposta a medida cautelar, uma vez que a licitação já foi encerrada e existe um contrato vigente, sendo que as irregularidades apontadas devem ser sanadas no decorrer do contrato.

74. Além dos argumentos apresentados nas oitivas quanto aos indícios de irregularidades, foram apresentadas pela Caixa questões acerca da responsabilização dos envolvidos, no caso de empregados daquela instituição, sendo que tais argumentos foram acatados, pois os normativos da própria instituição previam que os seus profissionais acatassem outras referencias derivadas de tabelas de oficiais antes de se adequarem os custos às composições do Sinapi. Verificou-se também que os normativos atuais já estabelecem critérios mais rigorosos para serem aceitos valores com base em outros sistemas de custos que não os do Sinapi e do Sicro, tornando infrutífera, ou mesmo desnecessária a emissão de alerta ou de a determinação de providências à Caixa.

75. Assim como na manifestação da Caixa, a Construtora Saint Entôn não apresentou novos elementos sobre o sobrepreço apontado, restringindo-se a alegar a adequação de sua atuação no processo, uma vez que teria agido em consonância com as obrigações extraídas do instrumento convocatório. Em função disso, requereu a sua retirada dos autos do processo, situação que se mostra inviável, uma vez que as possíveis alterações decorrentes das irregularidades afetam a sua própria relação contratual já estabelecida com o órgão contratante.

76. Quanto às demais responsabilizações do relatório de fiscalização, permanecem inalteradas, uma vez que não foram trazidos novos elementos. Entretanto, entende-se que não deve ser proposta audiências para os responsáveis no presente momento, deixando para fazê-lo, se for o caso, após o atendimento à determinação proposta, uma vez que a própria administração reconheceu parte das irregularidades e pode sana-las por iniciativa própria.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

77. Ante o exposto, encaminham-se os autos à consideração superior, propondo:

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78.1 Determinar a Companhia Estadual de Habitação e Obras - Cehab que apresente ao TCU, no prazo de 30 (trinta) dias, as providências adotadas para sanar as irregularidades no contrato decorrente da Concorrência 009/2011, referentes a:

78.1.1 Sobrepreço no valor de R$ 869.762,78, oriundos dos serviços de concreto armado e chapisco, já reconhecido pelo próprio órgão; e

78.1.2 Indícios de sobrepreço no valor de R$ 410.993,38, em relação aos demais serviços relacionados nos autos do TC 003.615/2012-0.

78.2. Determinar a Secob-3 que efetue o monitoramento da determinação do item 78.1 acima, para averiguar se foram sanadas todas as irregularidades apontadas, verificando, por oportuno, se persiste a necessidade de se realizar as audiências apontadas no relatório de fiscalização;

78.3 Determinar ao Siob/Secob-1 que, em relação à obra de construção do Residencial do Canal do Jordão, em Jaboatão dos Guararapes/PE, reclassifique, no sistema Fiscalis, os achados: sobrepreço decorrente de preços excessivos frente ao mercado (3.1) e sobrepreço decorrente de quantitativo inadequado (3.2), referentes ao objeto Edital da Concorrência 009/2011, o qual teve sua classificação no âmbito do TCU alterada de IGP para IGC, em função dos esclarecimentos prestados pelo gestor."

É o relatório.

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Proposta de Deliberação

Trata-se de auditoria realizada no âmbito do Fiscobras 2012 com o objetivo de examinar o edital de concorrência 9/2011 relativo à construção do conjunto habitacional do Canal do Jordão, em Jaboatão dos Guararapes/PE. Os recursos federais portados nessa obra são da ordem de R$ 32.078.618,50. A contrapartida do Estado de Pernambuco está estipulada em R$ 15.884.608,22.

2. As principais constatações da fiscalização realizada pelo Tribunal são as seguintes:

§ sobrepreço decorrente de preços excessivos frente ao mercado, que ensejou proposta de medida cautelar e de oitiva do órgão;

§ sobrepreço decorrente de quantitativo inadequado, com proposta de oitiva do órgão;

§ restrição à competitividade da licitação decorrente de critérios inadequados de habilitação e julgamento, com proposta de dar ciência a órgão/entidade.

3. Por meio de despacho, teci as seguintes considerações:

"Estou de acordo com o exame realizado pela Secob-3 e entendo necessária a realização de oitiva dos responsáveis quanto às irregularidades detectadas.

No entanto, considerando a possibilidade de existência de justificativas razoáveis para a utilização das tabelas de preços da Emlurb em detrimento do Sinapi para alguns itens do orçamento, fato que deu origem à quase totalidade do sobrepreço apurado nos autos, considerando a materialidade do sobrepreço (7% em relação ao valor contratual) e que o contrato já está em execução, ainda em seu início, conforme apurou minha assessoria, e, ainda, considerando que a medida cautelar implicaria a suspensão da execução das obras, entendo ser mais adequado, no momento, promover a oitiva prévia sem adoção de medida acautelatória.

Dessa forma, restituo os autos à Secob-3 para a adoção das seguintes providências:

a) com fundamento no art. 276, § 2º, do Regimento Interno do TCU, promova a oitiva da Cehab e da Caixa para que, no prazo improrrogável de 15 (quinze) dias, se pronunciem a respeito dos indícios de irregularidade tratados nos itens 3.1 e 3.2 do relatório de fiscalização 78/2012 encaminhado em anexo;

b) com fundamento no art. 91, § 9º, da Lei 12.465/2011, no art. 36, §4º, da Lei 12.465/2011 (LDO/2012) e no item 9.6 do Acórdão 2382/2011-TCU-Plenário, colha a manifestação preliminar da Cehab e da Caixa, para que, no prazo improrrogável de 15 (quinze) dias, se pronunciem a respeito dos indícios de irregularidade grave do tipo IG-P (inciso IV do § 1º do art. 91 da Lei 12.465/2011 - LDO/2012), referentes a sobrepreço no orçamento base do edital de licitação 9/2011, conforme tratado nos itens 3.1 e 3.2 do relatório de fiscalização 78/2012 encaminhado em anexo;

c) promova oitiva da Construtora Saint Enton Ltda, vencedora da concorrência 9/2011, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, caso queira, manifeste-se a respeito dos indícios de irregularidade tratados nos itens 3.1 e 3.2 do relatório de fiscalização 78/2012 encaminhado em anexo;

d) dar ciência à Cehab acerca das impropriedades identificadas no item 3.3 do relatório de fiscalização 78/2012 encaminhado em anexo, bem como do teor da Súmula TCU 263/2011:

'Para a comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes, e desde que limitada, simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, é legal a exigência de comprovação da execução de quantitativos mínimos em obras ou serviços com características semelhantes, devendo essa exigência guardar proporção com a dimensão e a complexidade do objeto a ser executado.'

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Cópia do relatório de fiscalização 78/2012 deve ser encaminhada juntamente com as oitivas."

4. Realizadas as oitivas mencionadas acima, a unidade técnica analisou as respostas encaminhadas ao Tribunal e finalizou a instrução nos seguintes termos:

"CONCLUSÃO

(...)

71. Após a análise das oitivas os indícios de sobrepreço foram reduzidos de R$ 2.281.806,58 (R$ 1.935.961,46 referente ao sobrepreço dos preços unitários excessivos frente ao mercado e R$ 345.845,12 referente aos quantitativos inadequados, ambos na planilha da proposta vencedora) para R$ 1.280.756,16 (R$ 1.042.162,41 referente ao sobrepreço nas composições, e R$ 238.593,75 referente aos quantitativos inadequados). Deste total, R$ 869.762,78 já foram reconhecidos pela Cehab em sua manifestação, correspondendo ao sobrepreço nos itens de concreto armado e chapisco, e do excesso de quantitativo do concreto armado.

72. Tendo em vista que a maior parte dos valores foi admitida pelo próprio órgão como sobrepreço, entende-se que ele pode usar da autotutela para sanar tais irregularidades.

73. Ante o exposto, considerando que o percentual máximo do sobrepreço (R$ 1.280.756,16) no valor da proposta vencedora (R$ 27.598.818,26), e já com contrato firmado, é de apenas 4,64% não sendo, portanto, materialmente relevante, entende-se que a obra em questão já não mais se enquadra no conceito de IG-P do art. 91, §1°, inciso IV da Lei 12.465/2011. Também, já não persistem os motivos pelos quais foi proposta a medida cautelar, uma vez que a licitação já foi encerrada e existe um contrato vigente, sendo que as irregularidades apontadas devem ser sanadas no decorrer do contrato.

74. Além dos argumentos apresentados nas oitivas quanto aos indícios de irregularidades, foram apresentadas pela Caixa questões acerca da responsabilização dos envolvidos, no caso de empregados daquela instituição, sendo que tais argumentos foram acatados, pois os normativos da própria instituição previam que os seus profissionais acatassem outras referencias derivadas de tabelas de oficiais antes de se adequarem os custos às composições do Sinapi. Verificou-se também que os normativos atuais já estabelecem critérios mais rigorosos para serem aceitos valores com base em outros sistemas de custos que não os do Sinapi e do Sicro, tornando infrutífera, ou mesmo desnecessária a emissão de alerta ou de a determinação de providências à Caixa.

75. Assim como na manifestação da Caixa, a Construtora Saint Entôn não apresentou novos elementos sobre o sobrepreço apontado, restringindo-se a alegar a adequação de sua atuação no processo, uma vez que teria agido em consonância com as obrigações extraídas do instrumento convocatório. Em função disso, requereu a sua retirada dos autos do processo, situação que se mostra inviável, uma vez que as possíveis alterações decorrentes das irregularidades afetam a sua própria relação contratual já estabelecida com o órgão contratante.

76. Quanto às demais responsabilizações do relatório de fiscalização, permanecem inalteradas, uma vez que não foram trazidos novos elementos. Entretanto, entende-se que não deve ser proposta audiências para os responsáveis no presente momento, deixando para fazê-lo, se for o caso, após o atendimento à determinação proposta, uma vez que a própria administração reconheceu parte das irregularidades e pode sana-las por iniciativa própria.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

77. Ante o exposto, encaminham-se os autos à consideração superior, propondo:

78.1 Determinar a Companhia Estadual de Habitação e Obras - Cehab que apresente ao TCU, no prazo de 30 (trinta) dias, as providências adotadas para sanar as irregularidades no contrato decorrente da Concorrência 009/2011, referentes a:

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3

78.1.1 Sobrepreço no valor de R$ 869.762,78, oriundos dos serviços de concreto armado e chapisco, já reconhecido pelo próprio órgão; e

78.1.2 Indícios de sobrepreço no valor de R$ 410.993,38, em relação aos demais serviços relacionados nos autos do TC 003.615/2012-0.

78.2. Determinar a Secob-3 que efetue o monitoramento da determinação do item 78.1 acima, para averiguar se foram sanadas todas as irregularidades apontadas, verificando, por oportuno, se persiste a necessidade de se realizar as audiências apontadas no relatório de fiscalização;

78.3 Determinar ao Siob/Secob-1 que, em relação à obra de construção do Residencial do Canal do Jordão, em Jaboatão dos Guararapes/PE, reclassifique, no sistema Fiscalis, os achados: sobrepreço decorrente de preços excessivos frente ao mercado (3.1) e sobrepreço decorrente de quantitativo inadequado (3.2), referentes ao objeto Edital da Concorrência 009/2011, o qual teve sua classificação no âmbito do TCU alterada de IGP para IGC, em função dos esclarecimentos prestados pelo gestor."

II

5. Após analisadas as justificativas apresentadas pela Cehab, a Secob-3 concluiu que o sobrepreço inicialmente apontado, no montante de R$ 2.281.806,58, reduz-se a R$ 1.280.756,16, sendo que, deste valor final de sobrepreço, a Companhia de Habitação e Obras do Estado de Pernambuco (Cehab) reconhece o valor de R$ 869.762,78, relativo aos itens de concreto armado e chapisco.

6. Diante desse quadro fático, a unidade técnica propõe a reclassificação dos achados referentes a sobrepreço de IG-P para IG-C, tendo em vista a baixa materialidade do valor remanescente e a possibilidade de ajuste no decorrer da execução contratual.

7. Adicionalmente, sugere a expedição de determinação à Cehab para que apresente, no prazo de trinta dias, as providências adotadas para sanar as irregularidades concernentes a ocorrência de sobrepreço.

8. No tocante à possível responsabilização de gestores da Caixa por eventuais falhas no controle do orçamento elaborado pela Cehab em desconformidade com a Lei 12.465/2011 (LDO de 2012), a Secob-3 informa que "os normativos da própria instituição previam que os seus profissionais acatassem outras referencias derivadas de tabelas oficiais antes de se adequarem os custos às composições do Sinapi."

9. Em razão disso e tendo em vista que os normativos atuais já estabelecem critérios mais rigorosos para aceitação de valores com base em outros sistemas de custos que não os do Sinapi e do Sicro, a unidade técnica não propõe a adoção de providências relacionadas à atuação da Caixa neste caso concreto.

10. Assim, considerando a detalhada e acurada análise realizada pela Secob-3 sobre os esclarecimentos prestados pela Cehab, em que concluiu pela elisão de parte do sobrepreço inicialmente identificado e pela confirmação da ocorrência da parte restante, da ordem de 4,6% do valor da proposta vencedora, acolho a proposta formulada pela unidade técnica.

Diante do exposto, manifesto-me pela aprovação do acórdão que ora submeto à apreciação deste Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 13 de junho de 2012.

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WEDER DE OLIVEIRA

Relator

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ACÓRDÃO Nº 1483/2012 – TCU – Plenário

1. Processo nº TC 003.615/2012-0 2. Grupo I - Classe V - Assunto: Relatório de Auditoria 3. Interessado/Responsáveis: 3.1. Interessado: Congresso Nacional 3.2. Responsáveis: Caixa Econômica Federal (00.360.305/0003-63); Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) (03.206.056/0001-95); Construtora Saint Enton Ltda. (11.561.313/0002-16). 4. Entidade: Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab). 5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira. 6. Representante do Ministério Público: não atuou. 7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Obras 3 (Secob-3). 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de levantamento de auditoria realizado no âmbito do Fiscobras 2012 com o objetivo de examinar o edital de concorrência 9/2011 relativo à construção do conjunto habitacional do Canal do Jordão, em Jaboatão dos Guararapes/PE.

ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão do Plenário, diante das razões expostas pelo relator, em:

9.1. determinar à Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) que apresente, no prazo de 30 (trinta) dias, as providências adotadas para sanar as irregularidades constatadas no contrato firmado com a Construtora Saint Enton Ltda., decorrente da concorrência 9/2011, referentes a:

9.1.1. sobrepreço no valor de R$ 869.762,78 (oitocentos e sessenta e nove mil, setecentos e sessenta e dois reais e setenta e oito centavos), oriundos dos serviços de concreto armado e chapisco; e

9.1.2. sobrepreço no valor de R$ 410.993,38 (quatrocentos e dez mil, novecentos e noventa e três reais e trinta e oito centavos), em relação aos demais serviços relacionados nos autos (item I.3 do relatório).

9.2. determinar à Secob-3 que efetue o monitoramento da determinação exarada no subitem 9.1. supra;

9.3. determinar ao Siob/Secob-1 que reclassifique no sistema Fiscalis os achados (3.1) sobrepreço decorrente de preços excessivos frente ao mercado e (3.2) sobrepreço decorrente de quantitativo inadequado, de IG-P para IG-C.

9.4. dar ciência desta deliberação à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional.

10. Ata n° 22/2012 – Plenário. 11. Data da Sessão: 13/6/2012 – Ordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1483-22/12-P. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Augusto Nardes (na Presidência), Valmir Campelo, Aroldo Cedraz, Raimundo Carreiro, José Jorge e Ana Arraes. 13.2. Ministra que alegou impedimento na Sessão: Ana Arraes. 13.3. Ministro-Substituto convocado: Augusto Sherman Cavalcanti.

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13.4. Ministros-Substitutos presentes: Marcos Bemquerer Costa, André Luís de Carvalho e Weder de Oliveira (Relator).

(Assinado Eletronicamente) AUGUSTO NARDES

(Assinado Eletronicamente) WEDER DE OLIVEIRA

Vice-Presidente, no exercício da Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) PAULO SOARES BUGARIN Procurador-Geral, em exercício

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