181
P P r r o o j j e e t t o o d d e e u u r r b b a a n n i i z z a a ç ç ã ã o o d d a a p p r r a a ç ç a a d d a a B B a a r r r r a a d d o o M M u u n n d d a a ú ú e e c c o o n n s s t t r r u u ç ç ã ã o o d d o o c c a a l l ç ç a a d d ã ã o o d d e e p p e e d d e e s s t t r r e e M M U U N N D D A A Ú Ú T T R R A A I I R R I I / / C C E E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

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Page 1: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

PPrroojjeettoo ddee uurrbbaanniizzaaççããoo ddaa pprraaççaa ddaa BBaarrrraa ddoo MMuunnddaaúú ee ccoonnssttrruuççããoo ddoo

ccaallççaaddããoo ddee ppeeddeessttrree

MMUUNNDDAAÚÚ

TTRRAAIIRRII // CCEE

RELATÓRIO DE IMPACTO

AMBIENTAL

- RIMA -

Page 2: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL

PPRROOJJEETTOO DDEE UURRBBAANNIIZZAAÇÇÃÃOO DDAA PPRRAAÇÇAA DDAA BBAARRRRAA DDOO MMUUNNDDAAÚÚ EE CCOONNSSTTRRUUÇÇÃÃOO DDOO

CCAALLÇÇAADDÃÃOO DDEE PPEEDDEESSTTRREE

MUNDAÚ

TRAIRI/ CE

Elaboração: AMBIENTAL CONSULTORIA & PROJETOS

Razão Social: Ambiental Consultoria em Meio Ambiente LTDA.

CNPJ: 08.686.464/0001-05

FORTALEZA - CEARÁ

2016

Page 3: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

ii

APRESENTAÇÃO

O presente documento constitui o Relatório de Impacto ao Meio

Ambiente – RIMA, referente ao projeto de urbanização da praça da Barra

do Mundaú e construção do calçadão de pedestre, localizado na

comunidade de Mundaú, zona litorânea do município de Trairi, Litoral

Oeste do Estado do Ceará.

O Relatório de Impacto ao Meio Ambiente, visa cumprir o que

determina a Política Nacional do Meio Ambiente e demais dispositivos

legais pertinentes e se constitui em um elemento técnico-legal e

complementar à documentação necessária para a concessão do

licenciamento ambiental para implantação do projeto.

Este RIMA foi elaborado seguindo as diretrizes do Termo de

Referência 2879/2014 – DICOP/GECON emitido pela Superintendência do

Meio Ambiente do Estado do Ceará - SEMACE, órgão responsável pelo

licenciamento ambiental.

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iii

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ........................................................................... ii 1. ASPECTOS GERAIS .......................................................... 6 1.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR ................................ 6 1.2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................. 7 1.2.1. LOCALIZAÇÃO ................................................................. 7 1.3. CONSULTORIA RESPONSÁVEL PELO ESTUDO ...................... 8 1.4. JUSTIFICATIVAS SOCIOECONÔMICA E AMBIENTAL .............. 12 2. DADOS TÉCNICOS ........................................................... 14 2.1. DESCRIÇÃO GERAL .......................................................... 14 2.2. PARTIDO ARQUITETÔNICO E PAISAGÍSTICO ....................... 15 2.3. PROGRAMA DE NECESSIDADES......................................... 15 2.4. ESPECIFICAÇÕES GERAIS ................................................ 15 2.4.1. CONDIÇÕES GERAIS ........................................................ 15 2.4.2. MODIFICAÇÕES NO PROJETO ............................................ 16 2.4.3. ANÁLISE DOS PROJETOS E RESPONSABILIDADES ............... 16 2.5. ESPECIFICAÇÕES DOS SERVIÇOS E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO .............................................................................. 17 2.5.1. LOCAÇÃO E NIVELAMENTO ............................................... 17 2.5.2. MOVIMENTO DE TERRA .................................................... 17 2.5.3. MUROS DE ARRIMO E ENROCAMENTO ............................... 17 2.5.4. PAVIMENTAÇÃO DO CALÇADÃO E PRAÇA ........................... 18 2.5.5. PAVIMENTAÇÃO DE RAMPAS E ESCADAS ............................ 18 2.5.6. PAVIMENTAÇÃO DAS VIAS DE ACESSO E ESTACIONAMENTO 18 2.5.7. GUARDA-CORPO ............................................................. 18 2.5.8. PAISAGISMO .................................................................. 18 2.5.9. SINALIZAÇÃO TÁTIL ........................................................ 19 2.5.10. MOBILIÁRIO URBANO ...................................................... 19 2.5.11. PERGOLADOS EM MADEIRA .............................................. 19 2.6. QUIOSQUE E SANITÁRIOS ................................................ 19 2.6.1. COBERTURA ................................................................... 19 2.6.2. REVESTIMENTOS ............................................................. 19 2.6.3. PISOS, RODAPÉS, SOLEIRAS, PEITORIS E BANCADAS ......... 19 2.6.4. ESQUADRIAS .................................................................. 20 2.6.5. FERRAGENS .................................................................... 20 2.6.6. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ................................................ 20 2.6.7. INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS ................................... 20 2.6.8. LOUÇAS, METAIS E ACESSÓRIOS ...................................... 20 2.6.9. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ................................................ 21 2.7. RESUMO DA OBRA ........................................................... 21

Page 5: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

iv

2.8. ORÇAMENTO DA OBRA ..................................................... 21 3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE ................................................ 23 3.1. COMPETÊNCIAS .............................................................. 23 3.2. RELAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO DA LEGISLAÇÃO FEDERAL PERTINENTE ................................................................................ 32 3.2.1. CONSTITUIÇÃO ............................................................... 32 3.2.2. LEIS FEDERAIS ............................................................... 33 3.2.3. DECRETOS FEDERAIS ...................................................... 34 3.2.4. RESOLUÇÕES .................................................................. 35 3.2.5. PORTARIAS FEDERAIS ..................................................... 37 3.2.6. NORMAS REGULAMENTADORAS ........................................ 37 3.3. RELAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESTADUAL PERTINENTE ................................................................................ 38 3.3.1. CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO CEARÁ ............................... 38 3.3.2. LEIS ESTADUAIS ............................................................. 38 3.3.3. DECRETOS ESTADUAIS .................................................... 38 3.3.4. OUTRAS NORMAS ............................................................ 39 3.4. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL .................................................. 40 4. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO ESTUDO AMBIENTAL ................... 41 4.1. METODOLOGIA ............................................................... 43 5. CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL ................................... 45 5.1. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO .................................. 45 5.1.1. CLIMA ............................................................................ 45 5.1.2. GEOLOGIA ...................................................................... 46 5.1.3. GEOMORFOLOGIA ........................................................... 48 5.1.4. PEDOLOGIA .................................................................... 51 5.1.5. RECURSOS HÍDRICOS ...................................................... 56 5.1.6. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO .......................................... 60 5.1.7. ÁREAS PRIORITÁRIAS ...................................................... 62 5.2. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO BIÓTICO ................................ 64 5.2.1. FLORA REGIONAL (AII) .................................................... 64 5.2.1.1. COMPLEXO VEGETACIONAL DE ZONA LITORÂNEA ............... 65 5.2.1.2. FLORESTA PERENIFÓLIA PALUDOSA MARÍTIMA ................... 70 5.2.2. FLORA LOCAL (AID E ADA) ............................................... 71 5.2.3. FAUNA ........................................................................... 73 5.3. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO ANTRÓPICO ........................... 92 5.3.1. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS .............................................. 92 5.3.2. INFRAESTRUTURA SOCIAL................................................ 98 5.3.3. ECONOMIA ..................................................................... 101 5.3.4. SINOPSE SOCIOECONÔMICA DE MUNDAÚ .......................... 106 5.3.5. QUILOMBOLAS E ÁREAS INDÍGENAS ................................. 112 6. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ........................... 116 6.1. METODOLOGIA ADOTADA ................................................. 117 6.2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .................... 121 6.3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ........................... 124

Page 6: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

v

7. MEDIDAS MITIGADORAS .................................................. 128 7.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................ 128 7.2. FASE DE IMPLANTAÇÃO ................................................... 128 7.3. OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DO PROJETO ........................... 132 8. PLANOS E PROGRAMAS DE CONTROLE E MONITORAMENTOS TÉCNICOS E AMBIENTAIS .............................................................. 133 9. PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS CO-LOCALIZADOS......... 135 9.1. PROGRAMA DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO TURISMO NO NORDESTE - PRODETUR ....................................... 135 9.2. PROINFTUR - PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA TURÍSTICA DO LITORAL OESTE ........................... 136 9.3. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO COSTEIRO – GERCO ......... 136 9.4. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO E INTEGRAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS - PROGERIRH ............................................................... 137 9.5. PROGRAMA ÁGUA PARA TODOS ........................................ 137 9.6. PROJETO SÃO JOSÉ III .................................................... 138 9.7. SISTEMA INTEGRADO DE SANEAMENTO RURAL - SISAR ...... 138 9.8. SELO UNICEF MUNICÍPIO APROVADO ................................ 139 9.9. PRONAF ......................................................................... 139 9.10. PROGRAMA NACIONAL DE CRÉDITO FUNDIÁRIO - PNCF ....... 139 9.11. PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS ........................ 140 9.12. REVITALIZAÇÃO DO MERCADO DE MUNDAÚ ....................... 140 9.13. PROJOVEM TRABALHADOR ............................................... 140 9.14. GERAÇÃO DE ENERGIA .................................................... 140 9.15. PROGRAMA LUZ PARA TODOS ........................................... 141 9.16. GERENCIAMENTO DAS ÁGUAS DA BACIA DO LITORAL ......... 142 10. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................... 143 11. DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA ....................................... 151 12. GLOSSÁRIO .................................................................... 168 13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................ 169 14. EQUIPE TÉCNICA ............................................................. 397

Page 7: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 6

1. ASPECTOS GERAIS

1.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR

Nome: SECRETARIA DO TURISMO DO ESTADO DO CEARÁ - SETUR.

CNPJ: 00.671.077/0001-93.

Endereço: Av. Washington Soares, 999, Edson Queiroz, Centro de Eventos do Ceará – Pavilhão Leste – 2º mezanino, CEP: 60839-120, Fortaleza, Ceará.

Fone/Fax: (85) 3195-0283.

Responsável: Sr. Arialdo de Melo Pinho. Secretário do Turismo. Contato: Luiz Mauro Aragão Rosa. Coordenador – ProinfTur. [email protected]

A Secretaria do Turismo do Ceará – SETUR, foi criada em 1995 com a missão

de fortalecer o Estado do Ceará como destino turístico nacional e internacional, de

forma sustentável, com foco na geração de emprego e renda, na inclusão social e na

melhoria de vida do cearense. Além disto, a SETUR procura desenvolver o turismo

em harmonia com o crescimento econômico, a preservação ambiental, a

responsabilidade social e o fortalecimento da identidade e dos valores culturais.

A SETUR desenvolve ações de capacitação e qualificação dos segmentos

envolvidos na cadeia produtiva do setor e tem consolidado parcerias com setores

públicos e privados, captando negócios e investimentos para o desenvolvimento da

infraestrutura e o crescimento socioeconômico.

Proinftur

O Programa de Valorização da Infraestrutura Turística do Litoral Oeste –

Proinftur, é um programa da SETUR financiado pelo Banco Andino de Fomento –

CAF, que contempla, além da rodovia estadual CE-085, diferentes projetos de

melhoria urbana e de acessos a praias.

Os projetos buscam facilitar o acesso amplo e democrático da população aos

espaços públicos dos destinos turísticos da região, nos doze municípios do litoral

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 7

Oeste, tais como: São Gonçalo do Amarante, Paracuru, Paraipaba, Trairi, Itapipoca,

Acaraú, Itarema, Cruz, Jijoca de Jericoacoara, Camocim, Barroquinha e Amontada.

CAF

O Banco Andino de Fomento é um banco de desenvolvimento sediado na

cidade de Lima, no Peru, comprometido com a melhoria da qualidade de vida dos

povos latino-americanos e que promove o desenvolvimento sustentável e a

integração de uma região.

1.2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O projeto em questão consiste na urbanização da Praça da Barra do Mundaú

e na construção do calçadão de pedestre na comunidade de Mundaú, município de

Trairi, Estado do Ceará.

Termo de referência: 2879/2014 - DICOP/GECON

Processo SEMACE: 3846302/2014.

1.2.1. LOCALIZAÇÃO

O projeto de urbanização da Praça da Barra do Mundaú e na construção do

calçadão de pedestre, situa-se na comunidade de Mundaú, zona litorânea do

município de Trairi e localizada no Litoral Oeste do Estado do Ceará (Figuras 1-1 a

1-3).

O município de Trairi faz limite ao Norte com o município de Itapipoca e o

Oceano Atlântico; ao Sul com os municípios de Itapipoca, Tururu, Umirim, São Luís

do Curu, São Gonçalo do Amarante; ao Leste com os municípios de São Gonçalo do

Amarante, Paraipaba; e, ao Oeste com o município de Itapipoca.

A Sede do município de Trairi está distante aproximadamente 125 km de

Fortaleza, capital do Estado do Ceará, conforme dados do Departamento Estadual

de Rodovias - DER/CE. O melhor acesso é pela rodovia estadual CE-085 (Rodovia

Estruturante), percorrendo 115 km até a bifurcação que dá acesso a Sede de Trairi,

logo após a comunidade de Gualdrapas, percorrendo aproximadamente mais 11 km

pela rodovia estadual CE-163 até a Sede.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 8

A comunidade de Flecheiras fica localizada ao Norte do município de Trairi,

apresentando uma das praias mais visitadas do município.

O melhor acesso, a partir da Sede municipal, pode ser realizado pela rodovia

estadual CE-163, percorrendo aproximadamente 9 km até a bifurcação para as

comunidades de Flecheiras e Guajiru, entrando à direita e percorrendo

aproximadamente mais 3 km, pela rodovia CE-346, até Flecheiras.

1.3. CONSULTORIA RESPONSÁVEL PELO ESTUDO

EMPRESA AMBIENTAL CONSULTORIA & PROJETOS

CNPJ 08.686.464/0001-05

Endereço Rua Eduardo Garcia, nº 23, sala 12 e 13, Aldeota 60.150-100

Fortaleza, Ceará

Telefone (85) 3221-1400

E-mail [email protected]

Contato: José Alves

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 9

FIGURA 1-1– MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO PROJETO.

Fonte: IBGE, adaptado por Ambiental Consultoria.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 10

FIGURA 1-2– MAPA DE SITUAÇÃO CARTOGRÁFICA.

Fonte: SUDENE, adaptado por Ambiental Consultoria.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 11

FIGURA 1-3 - IMAGEM DE SATÉLITE DA ÁREA DO PROJETO.

Fonte: Google Earth, adaptado por Ambiental Consultoria.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 12

FIGURA 1-4 - ACESSO À COMUNIDADE DE MUNDAÚ.

Fonte: Bing Maps, adaptado por Ambiental Consultoria.

O projeto consiste na reforma da Praça do CTPA, construção de calçadão

paisagístico de extensão de 796,85 m, que interliga a Praça do CTPA à Praça da

Barra, e a construção de três pontos de acesso à praia através do calçadão

proposto.

O detalhamento do projeto será apresentado no Capítulo 2 – Dados Técnicos.

1.4. JUSTIFICATIVAS SOCIOECONÔMICA E AMBIENTAL

A área do projeto é um local de convergência dos moradores de Mundaú e dos

turistas que a visitam, em busca de saúde, lazer e entretenimento.

A área em questão está inserida em zona litorânea e vem sofrendo com o

avanço do mar, sendo necessário proteger a área de intervenção com enrocamento

de pedra no intuito de preservar o muro de contenção da ação das marés.

Atualmente a praça encontra-se em péssimo estado de conservação,

deteriorada pela ação do mar, necessitando assim uma reurbanização geral (Figura

1-5).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 13

FIGURA 1-5 – PRAÇA DO CTPA DANIFICADA.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

FIGURA 1-6 – PRAÇA DO CTPA DANIFICADA.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 14

2. DADOS TÉCNICOS

O objeto deste estudo refere-se a urbanização da Praça da Barra do Mundaú e

a construção do calçadão de pedestre, localizada na zona litorânea do município de

Trairi, Litoral Oeste do Estado do Ceará.

2.1. DESCRIÇÃO GERAL

O Projeto consiste na reforma da Praça do CTPA, construção de

calçadão paisagístico de extensão de 796,85m, que interliga a Praça do CTPA à

Praça da Barra, e construção de três pontos de acesso à praia através do calçadão

proposto.

A área praça existente conta com cerca de 11.095,40 m² e o calçadão a

ser construído terá 7423,84 m². A praça atual encontra-se subutilizada e mal

conservada, com mobiliário urbano e pisos deteriorados, o que a torna pouco

convidativa.

FIGURA 2-1 – ÁREA DO PROJETO QUE SOFRERÁ REFORMA.

Fonte: Ambiental Consultoria (Out/2015).

FIGURA 2-2 – ÁREA DO PROJETO ONDE ACONTECERÁ A CONSTRUÇÃO DO CALÇADÃO.

Fonte: Ambiental Consultoria (Out/2015).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 15

2.2. PARTIDO ARQUITETÔNICO E PAISAGÍSTICO

Os parâmetros norteadores principais para a intervenção foram:

• A valorização paisagística e ambiental do lugar, através de um traçado

que respeita a linha de preamar e dialoga com as edificações

existentes, de modo que a intervenção se insira de maneira sutil na

paisagem;

• A criação de um ambiente público de qualidade e de grande valor

cênico;

• Mitigar os impactos na paisagem gerados pela grande extensão

de enrocamento, através da adoção de mecanismos arquitetônicos

e paisagísticos;

• Ampliar a área pavimentada somente o necessário para não reduzir a

faixa de praia;

• Utilizar vegetação nativa e adaptada às condições climáticas,

objetivando uma menor manutenção.

2.3. PROGRAMA DE NECESSIDADES

Para evitar a utilização de grandes áreas e, consequentemente, a diminuição

da faixa de praia o programa de necessidades se restringe aos elementos essenciais

a seguir:

• Calçadão com largura de 5,0 m e extensão de 796,85 m, interligando

as praças existentes;

• Dois quiosques com sanitários acessíveis e chuveirões;

• Pergolados para área de mesas dos quiosques;

• Arquibancada para a quadra existente;

• Quadra de voleibol de areia com arquibancada e pérgolas de apoio;

• Anfiteatro; e,

• Acessibilidade universal.

2.4. ESPECIFICAÇÕES GERAIS

2.4.1. CONDIÇÕES GERAIS

As obras, referentes aos Projetos de Intervenção, deverão ser executadas

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 16

integral e rigorosamente em obediência às normas e especificações contidas neste

Memorial, no Caderno de Orçamento, nos Projetos Complementares de

Instalações, Drenagem e Cálculo Estrutural, bem como no projeto completo

apresentado, quanto à distribuição e dimensões, e ainda os detalhes técnicos e

arquitetônicos, em geral.

Deverão ser empregados nas obras materiais de primeira qualidade,

entendendo-se como material "equivalente" aos especificados, um mesmo material

que apresente – a critério da Fiscalização – as mesmas características de

forma, textura, cor, peso, resistência, etc.

A obra deverá ser executada de acordo com a boa técnica, as Normas

Brasileiras da ABNT, as posturas federais, estaduais, municipais e condições locais.

2.4.2. MODIFICAÇÕES NO PROJETO

Não serão toleradas modificações nos projetos, nos Memoriais Descritivos e

nas especificações de materiais sem a autorização, por escrito, dos respectivos

autores.

Na ocorrência desse fato a responsabilidade de autoria pelo projeto fica

passível de suspensão, bem como de processo cabível ao caso.

2.4.3. ANÁLISE DOS PROJETOS E RESPONSABILIDADES

Deverá ser fornecido projeto completo à construtora executora das obras, a

quem caberá a total responsabilidade pela estabilidade, segurança da construção,

acerto e esmero na execução de todos os detalhes, tanto arquitetônicos como

estruturais, de instalações e equipamentos, bem como, funcionamento, pelo que

deverá, obrigatoriamente, examinar, profunda e cuidadosamente, todas as peças

gráficas e escritas, apontando, por escrito, com a devida antecedência, bem antes

da aquisição de materiais e equipamentos ou do início de trabalhos gerais, ou

mesmo parciais, as partes não suficientemente claras, em discordância ou

imprecisas.

Qualquer obra, de qualquer natureza, deverá ser cercada de toda segurança e

garantia. Nenhum trabalho será iniciado sem prévio e profundo estudo e análise das

condições do solo, das construções vizinhas e da própria área; o mesmo com

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 17

relação aos projetos a serem executados.

Divergências entre obra e desenho, entre um desenho e outro, entre

especificações, memorial e desenho ou entre desenho e detalhe serão comunicadas

aos autores dos projetos respectivos e ao arquiteto, por escrito, com a necessária

antecedência, para efeito de interpretação ou compatibilização.

2.5. ESPECIFICAÇÕES DOS SERVIÇOS E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

2.5.1. LOCAÇÃO E NIVELAMENTO

As obras, caracterizadas nos projetos de urbanização deverão ser locadas

rigorosamente de acordo com as plantas apresentadas, observando os pontos

referenciais de locação, as cotas de nível e o sentido da drenagem superficial

indicada em planta.

2.5.2. MOVIMENTO DE TERRA

Serão feitos os movimentos de terra (cortes, aterros e taludes) rigorosamente

de acordo com o projeto urbanístico, suas cotas e seções, utilizando-se, para isso,

processos mecânicos. As escavações gerais ou para fundações serão devidamente

escoradas e executadas de modo a não comprometer a estabilidade do terreno, de

partes construídas ou de vias.

Os aterros deverão ser executados em camadas inferiores a 20 cm de

espessura e devidamente compactadas por equipamento mecânico apropriado.

2.5.3. MUROS DE ARRIMO E ENROCAMENTO

Deverão ser executados de acordo com os detalhes apresentados e as

exigências de estabilidade definidas pela boa técnica. Os muros de arrimo serão

executados em alvenaria de pedra, com granulometria variada de 25 cm a 50 cm,

argamassados com mistura de cimento e areia para preencher os vazios dos blocos

de pedras.

Será necessário implementar os dispositivos usuais de drenagem de muros

impermeáveis, tais como dreno de areia ou geossintético no tardoz e tubos barbacãs

para alívio de poropressões na estrutura de contenção.

O enrocamento deverá ser executado com rochas de granulometria variada,

conforme a dimensão do desnível, mas variando entre 0,5 ton a 1,0 ton. A

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 18

quantidade e perfil do enrocamento deverá seguir as especificações presentes no

Projeto Executivo.

Estrutural, mas sendo ajustado de acordo com as condições específicas da

topografia e comportamento das marés em cada local de intervenção.

2.5.4. PAVIMENTAÇÃO DO CALÇADÃO E PRAÇA

A pavimentação será executada em apenas dois materiais: a pedra cariri de

qualidade comprovada para o passeio e réguas de madeira ecológica para o piso

principal. A pedra cariri (50 x 50 x 2 cm) será aplicada sobre contra-piso

regularizado.

O assentamento da pedra será executado com argamassa mista, composta de

cimento, cal hidratada e areia. O rejuntamento deverá ser de acordo com o

orçamento. As réguas, (0,10 x 3,00 m) espessura de 2,5 cm, em madeira ecológica e

elaboradas com resíduos industriais e fibras naturais serão assentadas sobre

barrotes de mesmo material, que por sua vez serão fixos em contra-piso

regularizado, nivelado e com a devida inclinação em direção a calha de drenagem,

conforme Projeto.

2.5.5. PAVIMENTAÇÃO DE RAMPAS E ESCADAS

A pavimentação será executada em pedra cariri (50 x 50 x 2 cm) será aplicada

sobre contra-piso regularizado.

2.5.6. PAVIMENTAÇÃO DAS VIAS DE ACESSO E ESTACIONAMENTO

Quando houver reforma de vias e/ou estacionamento, a pavimentação será em

piso intertravado de concreto tipo 16 faces, (20 x 10 cm), espessura de 8 cm. Fck=

25 Mpa.

2.5.7. GUARDA-CORPO

Os guarda-corpos serão em toras de eucalipto autoclavado e tratado, conforme

Projeto Executivo.

2.5.8. PAISAGISMO

Para afirmar as características paisagísticas do ambiente litorâneo foram

escolhidas as espécies nativas e adaptadas a esse ecossistema, tais como:

Coqueiros (Cocos nucífera), Coco-babão (Syagrus cearensis e Syagrus coronata),

Tamarindo (Tamarus indica) e Brasileirinho (Erytrina variegata).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 19

Para forração, será utilizada a grama esmeralda (Zoysia japonica) em placas.

Todos os coqueiros existentes serão preservados, havendo a possibilidade de

transplantio quando necessário, após consultar o autor do projeto.

2.5.9. SINALIZAÇÃO TÁTIL

Para o piso tátil de alerta utilizaremos placas em concreto 40 x 40 cm na cor

grafite a serem aplicados nos rebaixos do meio-fio. No início das rampas e escadas

de acesso à praia, utilizaremos pinos de alerta em aço inox a serem fixados no piso

em madeira ecológica, conforme indicado em Projeto Executivo.

Para substituir o piso tátil direcional, utilizaremos, conforme NBR 9050/2004,

guias de balizamento, em placas de pedra cariri, instalado junto aos limites laterais

das superfícies de piso (jardineiras).

2.5.10. MOBILIÁRIO URBANO

Para o mobiliário urbano serão utilizados bancos com encosto (1,80 x 0,60 m) e

mesas piquenique (2,00 x 1,60 m) em madeira tratada e certificada a serem fixados

abaixo dos pergolados e lixeiras seletivas em madeira ecológica (0,50 x 0,50 m). Os

detalhes e a locação do mobiliário constam no Projeto Executivo.

2.5.11. PERGOLADOS EM MADEIRA

Os pergolados serão executados em madeira maçaranduba tratada e com

certificação FSC, conforme Projeto Estrutural.

2.6. QUIOSQUE E SANITÁRIOS

2.6.1. COBERTURA

A cobertura do quiosque será em telha de alumínio (7 mm) com inclinação de

5% sobre madeiramento.

2.6.2. REVESTIMENTOS

Os revestimentos externos serão em pastilha cerâmica 5 x 5 cm, cor Tibete,

referência SG11156 Atlas ou equivalente. Os revestimentos dos sanitários e cozinha

serão em porcelanato acetinado na cor branca, 50 x 50 cm, Eliane ou similar. O

rejunte será aplicado conforme manual do fabricante.

2.6.3. PISOS, RODAPÉS, SOLEIRAS, PEITORIS E BANCADAS

O piso, em todos os ambientes do quiosque, será em porcelanato acetinado na

Page 21: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 20

cor branca, 50 x 50 cm, Eliane ou similar. O rodapé será aplicado com o mesmo

revestimento do piso em placas 10 x 50 cm. O rejunte será aplicado conforme

manual do fabricante.

As soleiras e peitoris serão em granito Branco Ceará polido, aplicar conforme

Projeto Executivo. As bancadas serão em granito preto polido, aplicar conforme

Projeto Executivo.

2.6.4. ESQUADRIAS

As janelas serão em madeira e vidro e acionamento projetante (maximar). As

portas serão em madeira maciça certificada e tratada, conforme Projeto Executivo.

2.6.5. FERRAGENS

As ferragens serão nos tipos, modelos e acabamentos indicados no Projeto

Executivo de Urbanização.

2.6.6. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

As especificações relativas às instalações elétricas em geral constam no

Projeto Executivo de Instalações Elétricas.

2.6.7. INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

As especificações das instalações hidráulicas em geral, abrangendo água fria,

escoamento de águas pluviais (drenagem) e esgoto enocontram-se desenvolvidas

no Projeto de instalações Hidrossanitárias, que acompanham o Projeto Executivo.

2.6.8. LOUÇAS, METAIS E ACESSÓRIOS

Louças:

• Bacia convencional branca, Vogue plus, Deca, com válvula de descarga

HidraMax, Deca ou similar;

• Lavatório suspenso na cor branca linha Azaleia, Celite, ref. 91038 ou

equivalente; e,

• Tanque pequeno de louça Celite ou equivalente na cor branca, dimensões

(LxP): 50 x 38 cm, ref.: 51263.

Metais:

• Chuveiro Pressmatic Antivandalismo com válvula para chuveiro Pressmatic

Antivandalismo Docol, ou equivalente;

• Cuba para Cozinha em aço Inox (34x40cm), Tramontina ou equivalente;

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 21

• Torneira com alavanca, modelo Pressmatic Benefit da Docol ou equivalente;

• Torneira de parede para tanque, linha Standard, ref.: 1152c 39, Deca ou

equivalente;

• Torneira de parede para cozinha, linha Riva, Docol ou equivalente; e,

• Barra de apoio em aço inox para sanitário acessível (aplicar na porta e junto

ao sanitário).

Acessórios:

• Papeleira DECA com rolete plástico Cod. A48017 ou equivalente;

• Cabide simples DECA Cód. A 680 17 ou equivalente;

• Porta sabonete líquido em PS, Jofel ou equivalente; e,

• Porta papel toalha em PS, Jofel ou equivalente.

2.6.9. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

As especificações relativas às instalações elétricas em geral constam no

Projeto Executivo de Instalações Elétricas.

2.7. RESUMO DA OBRA

Conforme apresentado no Quadro 2-1, segue o resumo do projeto:

QUADRO 2-1 – RESUMO DO PROJETO. Característica Resultado

Área existente 11.095,40 m² Área de intervenção 18.841,73 m² Extensão da intervenção 796,85 m Tipo de intervenção Projeto de Urbanização Área a desapropriar Inexistente Fonte: CEARÁ (2014).

2.8. ORÇAMENTO DA OBRA

Conforme dados de 24 de novembro de 2015 do DAE (Departamento de

Arquitetura e Engenharia), o orçamento do projeto está avaliado em R$

12.054.540,23 (Doze milhões, cinquenta e quatro mil, quinhentos e quarenta reais e

vinte e três centavos), conforme apresentado no resumo a seguir (Tabela 2-1).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 22

TABELA 2-1 – RESUMO DO ORÇAMENTO DO PROJETO.

Descrição Valor Total (R$) % Administração da obra 955.193,00 7,92 Serviços preliminares 298.858,04 2,48

Urbanização 10.356.323,13 85,91 Quiosque 2X 226.328,48 1,88

Quadra 217.837,58 1,81 TOTAL 12.054.540,23 100

Fonte: SEINFRA/CE, 2015.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 23

3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE

O presente capítulo apresenta os principais aspectos legais relacionados com o

projeto de urbanização da Praça da Barra do Mundaú e na construção do calçadão

de pedestre em Mundaú, localizado na zona litorânea do município de Trairi, Estado

do Ceará.

Compreende a discriminação e a análise das principais leis e normas

ambientais nos âmbitos federal, estadual e municipal relacionadas com a proposta

do projeto visando a orientar o pedido de licenciamento ambiental e a viabilizar a sua

implantação e operação em conformidade com a legislação vigente.

3.1. COMPETÊNCIAS

A Constituição Federal, no seu Art. 225 apresenta que todos têm direito ao

meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial

à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de

defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo

ecológico das espécies e ecossistemas;

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e

fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus

componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão

permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a

integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente

causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto

ambiental, a que se dará publicidade;

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos

e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio

ambiente;

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a

conscientização pública para a preservação do meio ambiente;

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 24

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que

coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou

submetam os animais a crueldade.

§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio

ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público

competente, na forma da lei.

§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente

sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e

administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o

Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua

utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a

preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por

ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização

definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

A Constituição Federal especifica os bens da União em seu Artigo 20, e os

pertencentes aos Estados no Artigo 26.

No tocante aos bens de propriedade da União, situados no litoral, destacam-se

os terrenos de marinha e seus acrescidos, cuja conceituação se encontra nos já

referidos artigos. 2.º e 3º, do Decreto-lei 9.760/46, que diz:

"Art. 2º - São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33

(trinta e três) metros, medidos horizontalmente, para a parte da

terra, da posição da linha do preamar médio de 1831:

a) os situados no continente, na costa marítima e nas margens

dos rios e lagoas, até onde se faça sentir a influência das

marés;

b) os que contornam as ilhas situadas em zonas onde se faça

sentir a influência das marés.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 25

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo a influência das

marés é caracterizada pela oscilação periódica de 5 (cinco)

centímetros pelo menos do nível das águas, que ocorra em

qualquer época do ano.

Art. 3º - São terrenos acrescidos de marinha os que se tiverem

formado, natural ou artificialmente, para o lado do mar ou dos

rios e lagoas, em seguimento aos terrenos de marinha."

A expressão “de marinha” na identificação desses imóveis está relacionada à

influência ou proximidade com o mar (oceano), não havendo qualquer vínculo com a

Marinha do Brasil, engano freqüente. Por outro lado, percebesse que os terrenos de

marinha são espaços cuja demarcação se verifica a partir de um marco referencial

fixo: a Linha de Preamar Média (LPM), de 1831.

Outros bens públicos relevantes encontram-se entre as áreas de uso comum

do povo, compreendidas pelas praias, mar territorial e recursos naturais da zona

econômica exclusiva e pela plataforma continental, correspondendo estas últimas à

faixa marinha do país. As praias têm sua definição legal fixada pela caracterização

do ecossistema conforme art. 10, § 3.º, da Lei 7.661/88, que diz:

"Entende-se por praia a área coberta e descoberta

periodicamente pelas águas, acrescida da faixa subseqüente

de material detrítico, tal como areias, cascalhos, seixos e

pedregulhos, até o limite onde se inicie a vegetação natural, ou,

em sua ausência, onde comece um outro ecossistema."

Embora os terrenos de marinha e seus acrescidos sejam, em princípio, bens

dominiais susceptíveis de utilização por particulares, na hipótese de se verificar que

tais terrenos sejam caracterizados como sendo áreas de praia veda-se a sua

destinação individual, pois não é admissível a utilização privativa de áreas de uso

comum do povo por expressa disposição legal, uma vez que não são bens

disponíveis para esse fim, devendo a sua utilização se destinar a toda coletividade.

De acordo com os ditames da Lei Federal Lei Nº 9.785/99, será considerado de

utilidade pública a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros

públicos; a execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 26

sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a

construção ou ampliação de distritos industriais.

O município como unidade política e administrativa, sede da intervenção local

das ações de gerenciamento costeiro, é fundamental para todo o processo de

implementação do programa, incorporando, suas diretrizes aos planos diretores

municipais e em outras legislações específicas que permitirão o ordenamento do uso

e ocupação do solo na faixa costeira.

Assim as responsabilidades são compartilhadas entre as três esferas de

governo, sendo necessária e desejável a ação conjunta para que os serviços

atendam a toda a população.

PLANO NACIONAL DE GERENCIAMENTO COSTEIRO (Lei Federal Nº 7.661/88)

O PNGC foi constituído pela Lei 7.661, de 16/05/88, cujos detalhamentos e

operacionalização foram objeto da Resolução Nº 01/90 da Comissão Interministerial

para os Recursos do Mar (CIRM), de 21/11/90, aprovada após audiência do

Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).

A própria Lei já previa mecanismos de atualização do PNGC, atualmente no

PNGC II, por meio do Grupo de Coordenação do Gerenciamento Costeiro

(COGERCO).

A Zona Costeira abriga um mosaico de ecossistemas de alta relevância

ambiental, cuja diversidade é marcada pela transição de ambientes terrestres e

marinhos, com interações que lhe conferem um caráter de fragilidade e que

requerem, por isso, atenção especial do poder público, conforme demonstra sua

inserção na Constituição brasileira como área de patrimônio nacional.

A sustentabilidade das atividades humanas nas zonas costeiras depende de

um meio marinho saudável e vice-versa.

O PNGC busca estabelecer as bases para a continuidade das ações, de forma

a consolidar os avanços obtidos, e possibilitar o seu aprimoramento, mantendo a

flexibilidade necessária para o atendimento da ampla diversidade de situações que

se apresentam ao longo da extensa zona costeira do Brasil, tendo como princípios

fundamentais:

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 27

• A observância da Política Nacional de Meio Ambiente e da Política Nacional

para os Recursos do Mar, de forma articulada e compatibilizada com as

demais políticas incidentes na sua área de abrangência e de atuação;

• A observância dos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil na

matéria;

• A observância dos direitos de liberdade de navegação, na forma da legislação

vigente;

• A utilização sustentável dos recursos costeiros em observância aos critérios

previstos em Lei e neste Plano;

• A gestão integrada dos ambientes terrestres e marinhos da Zona Costeira,

com a construção e manutenção de mecanismos transparentes e

participativos de tomada de decisões, baseada na melhor informação e

tecnologia disponível e na convergência e compatibilização das políticas

públicas, em todos os níveis da administração;

• A necessidade de ser considerada, na faixa marítima, a área de abrangência

localizada na plataforma continental interna, na qual os processos de

transporte sedimentar e modificação topográfica do fundo marinho constituem

parte integrante substancial dos processos costeiros, e ainda aquela porção

de mar onde o efeito dos aportes terrestres sobre os ecossistemas marinhos

é mais significativo;

• A não-fragmentação, na faixa terrestre, da unidade natural dos ecossistemas

costeiros, de forma a permitir a regulamentação da utilização de seus

recursos, respeitando sua integridade;

• A consideração, na faixa terrestre, das áreas marcadas por atividade sócio-

econômicocultural de características costeiras e sua área de influência

imediata, em função dos efeitos dessas atividades sobre a conformação do

território costeiro;

• A consideração dos limites municipais, dada a operacionalidade das

articulações necessárias ao processo de gestão;

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 28

• A preservação, conservação e controle de áreas que sejam representativas

dos ecossistemas da Zona Costeira, com recuperação e reabilitação das

áreas degradadas ou descaracterizadas;

• A aplicação do Princípio de Precaução tal como definido na Agenda 21,

adotando-se medidas eficazes para impedir ou minimizar a degradação do

meio ambiente, sempre que houver perigo de dano grave ou irreversível,

mesmo na falta de dados científicos completos e atualizados; e

• A execução em conformidade com o princípio da descentralização,

assegurando o comprometimento e a cooperação entre os níveis de governo,

e desses com a sociedade, no estabelecimento de políticas, planos e

programas estaduais e municipais.

Além dos instrumentos de gerenciamento ambiental previstos no artigo 9o da

Lei 6938/81, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente, serão considerados,

para o PNGC, os seguintes instrumentos de gestão: Plano Estadual de

Gerenciamento Costeiro; Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro; Sistema de

Informações do Gerenciamento Costeiro (SIGERCO); Sistema do Monitoramento

Ambiental da Zona Costeira (SMA-ZC); Zoneamento Ecológico-Econômico Costeiro

(ZEEC); Plano de Gestão da Zona Costeira (PGZC).

O elenco de ações, listadas a seguir, constitui a orientação sistemática para a

continuidade do Gerenciamento Costeiro, nos níveis Federal, Estadual e Municipal a

fim de serem alcançados os objetivos propostos, a partir do adequado detalhamento

operacional:

• Compatibilizar as ações do PNGC com as políticas públicas que incidam

sobre a Zona Costeira, entre outras, a industrial, de transportes, de

ordenamento territorial, dos recursos hídricos, de ocupação e de utilização

dos terrenos de marinha, seus acrescidos e outros de domínio da União, de

unidades de conservação, de turismo e de pesca, de modo a estabelecer

parcerias, visando a integração de ações e a otimização de resultados;

• Promover, de forma participativa, a elaboração e implantação dos Planos

Estaduais e Municipais de Gerenciamento e dos Planos de Gestão,

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 29

envolvendo ações de diagnóstico, monitoramento e controle ambiental,

visando integrar o poder público, a sociedade organizada e a iniciativa

privada;

• Consolidar o processo de Zoneamento Ecológico-Econômico Costeiro dos

Estados, promovendo a sua atualização, quando necessário;

• Dar continuidade à implantação e à operacionalização plena do Sistema de

Informações do Gerenciamento Costeiro (SIGERCO);

• Promover o fortalecimento das entidades diretamente envolvidas no

Gerenciamento Costeiro, com atenção especial para a capacitação dos

técnicos;

• Promover a integração entre as demandas do PNGC e as ações das agências

de fomento científico e tecnológico e das instituições de ensino e pesquisa;

• Compatibilizar e complementar as normas legais vigentes, que incidam sobre

a ocupação ou utilização de recursos ambientais da Zona Costeira; e,

• Implementar ações visando a manutenção e a valorização das atividades

econômicas sustentáveis nas comunidades tradicionais da Zona Costeira

O município de Trairi é abrangido pelo plano.

PROJETO DE GESTÃO INTEGRADA DA ORLA MARÍTIMA - PROJETO ORLA

Os espaços litorâneos aparecem, na atualidade, dotados de uma importância

estratégica ímpar, envolvendo aspectos econômicos, ecológicos e socioculturais.

O Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima – Projeto Orla, é uma ação no

âmbito do Governo Federal, conduzida pelo Ministério do Meio Ambiente - MMA, por

meio da Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos, e pela

Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Orçamento e

Gestão, na busca de implementar uma política nacional que harmonize e articule as

práticas patrimoniais e ambientais, com o planejamento de uso e ocupação desse

espaço que constitui a sustentação natural e econômica da Zona Costeira.

No início a meta era estabelecer uma nova prática governamental no

planejamento e uso do espaço imediato de contato entre os meios terrestre e

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 30

marinho, fundamentada na legislação vigente, que qualificava essas áreas como de

propriedade estatal e – em grande parte – de domínio público, sujeitas a restrições

de ocupação amparadas em normas ambientais. Ao identificar as demandas teóricas

do Projeto, ficou clara a necessidade de esforço de conceituação, pois tratava-se da

criação de outra figura de gestão, inexistente no conjunto de conceitos do

planejamento público brasileiro, uma vez que a orla não coincidia de imediato com

nenhuma das delimitações existentes.

A orla foi pensada como uma escala de planejamento e gestão, e mais, como

um detalhamento de espaços da Zona Costeira com foco em realidades espaciais

intra-municipais. A Zona Costeira, por sua vez, é definida no PNGC II como aquela

constituída pelos territórios dos municípios litorâneos, mais o mar territorial (de 12

milhas náuticas de largura), tendo como escalas adequadas de representação

cartográfica 1:50.000 a 1:100.000.

Conforme Moraes (1999 apud Projeto Orla, 2004), em termos naturais, a orla

serve de suporte para ecossistemas relevantes sob o aspecto ambiental, tais como

os manguezais, as matas de restinga e os recifes de coral, entre outros. No que toca

à vida social, o litoral aparece como área de grande atrativo para a ocupação, pois,

historicamente, a costa constitui região/espaço de adensamento populacional e de

difusão de fluxos povoadores.

Na atualidade, verifica-se forte pressão proveniente de atividades produtivas,

de transporte, do setor pretrolífero, de recreação e de serviços (com destaque para o

turismo); assim, a orla manifesta-se como espaços de multi-uso sujeitos a sérios

conflitos sociais de uso e ocupação, e que são objeto da metodologia do Projeto.

PLANO ESTADUAL DE GERENCIAMENTO COSTEIRO – GERCO

No Estado do Ceará vem sendo desenvolvido pela pela Conselho de Política e

Gestão do Meio Ambiente, através da sua vinculada - Superitendência Estadual do

Meio Ambiente - SEMACE.

É um programa do Governo Federal que tem como objetivo orientar e

disciplinar a utilização racional dos recursos ambientais da Zona Costeira de forma a

contribuir para a elevação da qualidade de vida da população, promovendo a

proteção de seu patrimônio natural, histórico, étnico e cultural.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 31

Está integrado ao Programa Nacional do Meio Ambiente II - PNMA II,

desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente - MMA.

O programa de gerenciamento costeiro atua em parcerias, com as prefeituras

municipais, ONG´s e a sociedade civil.

O Governo Federal tem o papel de coordenador, estabelecendo suas linhas

gerais e deixando aos estados a função de implementar e executar o programa. No

Estado do Ceará, o órgão responsável pelo Gerenciamento Costeiro é o Conselho

de Política e Gestão do Meio Ambiente, através da sua vinculada - Superitendência

Estadual do Meio Ambiente - SEMACE que executa este programa em parceria com

outras instituições, municípios, associações e comunidades.

O município como unidade política e administrativa, sede da intervenção local

das ações de gerenciamento costeiro, é fundamental para todo o processo de

implementação do programa, incorporando, suas diretrizes aos planos diretores

municipais e em outras legislações específicas que permitirão o ordenamento do uso

e ocupação do solo na faixa costeira.

O GERCO vem atuando no Estado do Ceará desde 1990, onde vêm sendo

executadas as seguintes atividades:

• Atividade 1- Macrozoneamento e Diagnóstico Socioambiental do Setor I -

Costa Leste e do Setor III - Costa Oeste;

• Atividade 2 - Macrozoneamento do litoral do Estado do Ceará (em fase de

publicação);

• Atividade 3- Elaboração de produtos cartográficos;

• Atividade 4- Planos de Gestão do Setor I - Costa Leste e Setor III - Costa

Oeste - versão preliminar; e,

• Atividade 5- Convênios de cooperação técnico-científica com Prefeituras

Municipais.

Para a implementação do GERCO são utilizados os seguntes instrumentos de

gestão:

• Diagnóstico Socioambiental – que consiste na realização de estudos e

levantamentos de dados de ocupação e identificação de vunerabilidades e

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 32

potencialidades da faixa costeira, no que se refere aos meios físico e

socioeconômico;

• Plano de Gestão - elaborado a patir de diagnóstico socioambiental que

sistematiza as informações para o conhecimento da dinâmica natural e dos

processos Socioeconômicos na faixa costeira. São planos feitos com

representantes de toda a sociedade de onde são determinadas as acões

prioritárias para controle e ordenamento da faixa costeira, os prazos, os

participantes e colaboradores, e as responsabilidades de cada um nessas

ações;

• Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) - tem como base de informações o

Diagnóstico Socioambiental e constitui a base técnica para a tomada de

decisão, estabelecendo o critério de ocupação e usos permitidos, resultando

em alternativas políticas de desenvolvimento e ao processo de licenciamento

e controle ambiental;

• Plano Estadual e Planos Municipais de Gerenciamento Costeiro -

correspondem a aplicação das diretrizes previstas no Zoneamento Ecológico

Econômico legitimados através de leis estaduais e municipais;

• Sistema de Monitoramento - tem como função o acompanhamento

sistemático das condições e das tranformações ambientais na zona costeira,

subsidiando a tomada de decisão para o ordenamento e uso dos recursos

naturais; e,

• Sistema de Informações de GerenciamentoCosteiro (SIGERCO) - Tem como

objetivo organizar uma base de dados e informações referentes à elaboração,

implantação e monitoramento das atividades do programa de gerenciamento

costeiro no processo de ordenamento territorial da faixa costeira.

3.2. RELAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO DA LEGISLAÇÃO FEDERAL PERTINENTE

3.2.1. CONSTITUIÇÃO

O Art. 24 da Constituição informa que compete à União, Unidades de

Federação e municípios legislar sobre florestas, defesa do solo, dos recursos

naturais e controle da poluição.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 33

O Art. 225 retrata a Lei 6.938/81 que comenta sobre a Política Nacional do

Meio Ambiente, e que tem como objetivo a compatibilização do desenvolvimento

econômico com a preservação do meio ambiente e equilíbrio ecológico.

3.2.2. LEIS FEDERAIS

• LEI N° 3.924, DE 26 DE JULHO DE 1961 - Dispõe sobre os monumentos

arqueológicos e pré-históricos;

• LEI N° 5.197, DE 03 DE JANEIRO DE 1967 - Dispõe sobre proteção à fauna e dá

outras providências;

• LEI N° 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981 - Dispõe sobre a Política Nacional do

Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras

providências;

• LEI N° 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985 - Disciplina a ação civil pública de

responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e

direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (VETADO) e

dá outras providências;

• LEI Nº 7.661, DE 16 DE MAIO DE 1988. - Institui o Plano Nacional de

Gerenciamento Costeiro e dá outras providências;

• LEI N° 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995 - Dispõe sobre o Regime de

Concessão e Permissão da Prestação de Serviços Públicos previstos no Art. 175

da Constituição Federal e dá outras providências;

• LEI N° 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998 - Dispõe sobre sanções penais e

administrativas derivadas de condutas lesivas ao meio ambiente e dá outras

providências;

• Lei 9.636, DE 15 DE MAIO DE 1998 - Dispõe sobre a regularização,

administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio da União,

altera dispositivos dos Decretos-Leis Nºs 9.760, de 5 de setembro de 1946, e

2.398, de 21 de dezembro de 1987, regulamenta o § 2º do art. 49 do Ato das

Disposições Constitucionais Transitórias, e dá outras providências.

• LEI N° 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999 – Dispõe sobre a educação ambiental,

institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências;

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 34

• LEI N° 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000 - Regulamenta o Art. 225, §1º, incisos I,

II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de

Conservação da Natureza – SNUC, e dá outras providências;

• LEI N° 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001 - Regulamenta os Arts. 182 e 183 da

Constituição Federal e estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras

providências;

• LEI N° 10.650, DE 16 DE ABRIL DE 2003 - Dispõe sobre o acesso público aos

dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA;

• LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012 - Dispõe sobre a proteção da vegetação

nativa; altera as leis Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, Nº 9.393, de 19 de

dezembro de 1996, e Nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as leis Nº

4.771, de 15 de setembro de 1965, e Nº 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida

Provisória Nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.

• LEI Nº 12.727, DE 17 DE OUTUBRO DE 2012 - Altera a Lei Nº 12.651, de 25 de

maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis Nº

6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de

22 de dezembro de 2006; e revoga as Leis Nº 4.771, de 15 de setembro de 1965,

e 7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória Nº 2.166-67, de 24 de agosto

de 2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei Nº 6.015, de 31 de dezembro de

1973, e o § 2º do Art. 4º da Lei Nº 12.651, de 25 de maio de 2012

3.2.3. DECRETOS FEDERAIS

• DECRETO-LEI N° 25, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1937 - Dispõe sobre a

proteção do patrimônio histórico e artístico nacional;

• DECRETO-LEI 9.760, DE 05 DE SETEMBRO DE 1946 - Dispõe sobre os bens

imóveis da União e dá outras providências;

• DECRETO-LEI 2.398, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1987 - Dispõe sobre foros,

laudêmios e taxas de ocupação relativos a imóveis de propriedade da União e dá

outras providências;

• DECRETO N° 99.193, DE 27 DE MARÇO DE 1990 - Dispõe sobre as atividades

relacionadas ao zoneamento ecológico - econômico e dá outras providências;

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 35

• DECRETO N° 99.274, DE 06 DE JUNHO DE 1990 - Regulamenta a Lei N° 6.902,

de 27 de abril de 1981 e a Lei N° 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe,

respectivamente, sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção

Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras

providências;

• Decreto 3.725, DE 10 DE JANEIRO DE 2001 - Regulamenta a Lei no 9.636, de

15 de maio de 1998, que dispõe sobre a regularização, administração, aforamento

e alienação de bens imóveis de domínio da União, e dá outras providências.

• DECRETO N° 4.340, DE 22 DE AGOSTO DE 2002 - Regulamenta artigos da Lei

N° 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o sistema Nacional das

Unidades de Conservação da Natureza, e dá outras providências;

• DECRETO Nº 5.300 DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004 - Regulamenta a Lei Nº

7.661, de 16 de maio de 1988, que institui o Plano Nacional de Gerenciamento

Costeiro - PNGC, dispõe sobre regras de uso e ocupação da zona costeira e

estabelece critérios de gestão da orla marítima, e dá outras providências;

• DECRETO N° 6.514, DE 22 DE JULHO DE 2008 – Dispõe sobre as infrações e

sanções administrativas ao meio ambiente e estabelece o processo administrativo

federal para apuração destas infrações, e dá outras providências; e,

• DECRETO Nº 7.217, DE 21 DE JUNHO DE 2010 - Regulamenta a Lei Federal Nº

11.445, de 05 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o

saneamento básico, e dá outras providências.

3.2.4. RESOLUÇÕES

• RESOLUÇÃO CONAMA N° 001, DE 23 DE JANEIRO DE 1986 - Estabelece as

definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para

uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos

instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente;

• RESOLUÇÃO CONAMA N° 006, DE 24 DE JANEIRO DE 1986 - Aprova os

modelos de publicações em periódicos de licenciamento em quaisquer de suas

modalidades, sua renovação e a respectiva concessão e aprova modelos para

publicação de licenças;

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 36

• RESOLUÇÃO CONAMA N° 020, DE 30 DE JULHO DE 1986 - Considerando ser

a classificação das águas doces, salobras e salinas essencial à defesa de seus

níveis de qualidade, avaliados por parâmetros e indicadores específicos, de modo

a assegurar seus usos preponderantes;

• RESOLUÇÃO CONAMA N° 001, DE 08 DE MARÇO DE 1990 - Dispõe sobre

critérios de padrões de emissão de ruídos decorrentes de quaisquer atividades

industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política;

• RESOLUÇÃO CONAMA N° 003, DE 28 DE JUNHO DE 1990 - Estabelece

padrões de qualidade do ar;

• RESOLUÇÃO CONAMA N° 008, DE 06 DE DEZEMBRO DE 1990 - Estabelece

limites máximos de emissão de poluentes do ar (padrões de emissão) em fontes

fixas de poluição;

• RESOLUÇÃO CONAMA N.° 237, DE 18 DE DEZEMBRO DE 1997 - Determina a

revisão dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental;

• RESOLUÇÃO CONAMA N° 281, DE 12 DE JULHO DE 2001 - Dispõe sobre

modelos de publicação de pedidos de licenciamento;

• RESOLUÇÃO CONAMA N° 307, DE 05 DE JUNHO DE 2002 - Estabelece

diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção

civil;

• RESOLUÇÃO CONAMA N° 357, DE 11 DE MARÇO DE 2005 – Dispõe sobre a

classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de

efluentes, e dá outras providências;

• RESOLUÇÃO CONAMA N° 369, DE 28 DE MARÇO DE 2006 - Determina os

casos em que é possível a intervenção ou supressão de vegetação em Área de

Preservação Permanente;

• RESOLUÇÃO CONAMA N° 420, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2009 – Dispõe

sobre os critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença

de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental

de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades

antrópicas; e,

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 37

• RESOLUÇÃO Nº 430, DE 13 DE MAIO DE 2011 - Dispõe sobre as condições e

padrões de lançamentos de efluentes, complementa e altera a Resolução Nº 357,

de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA.

3.2.5. PORTARIAS FEDERAIS

• PORTARIA MINTER N° 092, DE 19 DE JUNHO DE 1980 - Edita critérios e

padrões a serem obedecidos na emissão de sons e ruídos em decorrência de

quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive

programada;

• PORTARIA/IBAMA N° 96, DE 30 DE OUTUBRO DE 1996 - Estabelece critérios

para o funcionamento do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente

Poluidoras ou utilizadoras de recursos ambientais;

• PORTARIA Ministério da Saúde, Nº 518, DE 25 DE MARÇO DE 2004 -

Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e

vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de

potabilidade, e dá outras providências.

3.2.6. NORMAS REGULAMENTADORAS

• NORMA REGULAMENTADORA Nº 07 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO

DE SAÚDE OCUPACIONAL - estabelece a obrigatoriedade de elaboração e

implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam

trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do

conjunto dos seus trabalhadores; e,

• NORMA REGULAMENTADORA Nº 24 - CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE

CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO - Disciplina os preceitos de higiene e

de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no que se

refere a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável,

visando a higiene dos locais de trabalho e a proteção à saúde dos trabalhadores.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 38

3.3. RELAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESTADUAL PERTINENTE

3.3.1. CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO CEARÁ

O Capítulo VIII da Constituição Estadual dos Artigos 259 a 271 refere-se ao

meio ambiente, sobre os direitos e deveres de preservá-los e sobre os mecanismos

e formas de articulação do poder público e da coletividade, visando à preservação

de um ambiente equilibrado e uma qualidade de vida sadia para as futuras e

presentes gerações.

3.3.2. LEIS ESTADUAIS

• LEI N° 10.148, DE 02 DE DEZEMBRO DE 1977 - Dispõe sobre a preservação e

controle dos recursos hídricos existentes no Estado do Ceará e outras

providências;

• LEI N° 11.411, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1987 - Dispõe sobre a Política de Meio

Ambiente, cria o Conselho Estadual do Meio Ambiente - COEMA e a

Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE, além de estabelecer

outras providências;

• LEI N° 11.678, DE 23 DE MAIO DE 1990 - Acrescenta competência ao Conselho

Estadual do Meio Ambiente, estabelecida pela Constituição do Estado do Ceará e

pela Lei N° 11.564/89;

• LEI N° 12.488, DE 13 DE SETEMBRO DE 1995 - Dispõe sobre a Política

Florestal do Ceará e dá outras providências;

• LEI N° 12.521, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1995 - Define as áreas de interesse

especial do Estado do Ceará para efeito do exame e anuência prévia de projetos

de parcelamento do solo para fins urbanos na forma do Art. 13, inciso I da Lei

Federal N° 6.766, de 19 de dezembro de 1997, e dá outras providências; e,

• LEI N° 13.103, DE 24 DE JANEIRO DE 2001 - Dispõe sobre a Política Estadual

de Resíduos Sólidos e dá providências correlatas.

3.3.3. DECRETOS ESTADUAIS

• DECRETO N° 15.274, DE 26 DE MAIO DE 1982 - Dispõe sobre as faixas de

preservação de 1ª e 2ª categoria dos recursos hídricos;

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 39

• DECRETO N° 24.221, DE 12 DE SETEMBRO DE 1996 - Regulamenta a Lei N°

12.488, de 13 de setembro de 1995, que dispõe sobre a política florestal do

Estado do Ceará; e,

• DECRETO Nº 27.413, DE 30 DE MARÇO DE 2004 - Considerando a importância

de se promover a conservação da biodiversidade, do desenvolvimento

sustentável e do reconhecimento do valor histórico, cultural e paisagístico da

árvore denominada Carnaúba (Copernicia prunifera) natural da região do nordeste

brasileiro.

3.3.4. OUTRAS NORMAS

• PORTARIA/SEMACE N° 14, DE 22 DE NOVEMBRO DE 1989 - Estabelece

normas técnicas e administrativas do sistema de licenciamento de atividades

utilizadoras de recursos ambientais no Estado do Ceará;

• RESOLUÇÃO COEMA N° 20, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1998 - Estabelece

diretrizes para a cooperação técnica e administrativa com os órgãos municipais

de meio ambiente, visando ao licenciamento e à fiscalização de atividades de

impacto ambiental local e dá outras providências;

• PORTARIA/SEMACE N° 154, DE 22 DE JULHO DE 2002 - Dispõe sobre

padrões e condições para lançamento de efluentes líquidos gerados por fontes

poluidoras;

• PORTARIA Nº 151, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2002 - Dispõe sobre normas

técnicas e administrativas necessárias à execução e acompanhamento do

automonitoramento de efluentes líquidos industriais;

• RESOLUÇÃO COEMA N° 08, DE 15 DE ABRIL DE 2004 - Institui os critérios de

remuneração dos custos operacionais e de análise do licenciamento e

autorização ambiental de atividades modificadoras do meio ambiente no território

do Estado do Ceará; e,

• RESOLUÇÃO COEMA Nº 04, DE 12/04/2012 - Dispõe sobre a atualização dos

procedimentos, critérios, parâmetros e custos aplicados aos processos de

licenciamento e autorização ambiental no âmbito da Superintendência Estadual

do Meio Ambiente – SEMACE.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 40

3.4. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

• Lei Orgânica do município de Trairi.

• LEI Nº 457, DE 04 DE MAIO DE 2009 - Dispõe sobre o Plano Diretor Participativo

de Trairi – PDP de Trairi e dá outras providências;

• LEI Nº 458, DE 04 DE MAIO DE 2009 - Dispõe sobre a Organização Territorial e

estabelece novos limites para a zona urbana da Cidade de Trairi, do distrito de

Flecheiras, Mundaú, Canaã, Córrego Fundo, Gualdrapas e dá outras

providências;

• LEI Nº 460, DE 04 DE MAIO DE 2009 - Dispõe sobre o Parcelamento, Uso e

Ocupação do Solo no Município de Trairi e dá outras providências;

• LEI Nº 461, DE 04 DE MAIO DE 2009 - Institui o Código de Obras e Posturas do

município de Trairi e dá outras providências;

• LEI Nº 462, DE 04 DE MAIO DE 2009 - Institui o Código Ambiental do município

de Trairi e dá outras providências;

• LEI Nº 530, DE 21 DE SETEMBRO DE 2010 - Altera a redação do Art. 190 e 192

da Lei Nº 461/2009 e dá outras providências; e,

• LEI Nº 531, DE 27 DE SETEMBRO DE 2010 - Inclui um 3º parágrafo (§3º) no Art.

2º, e altera a redação das observações constantes do anexo IX da Lei Nº

460/2009, com vistas a esclarecer e explicitar a utilização da área para o

desenvolvimento de atividade turística, constante do anexo I, e o limite vertical

das edificações no município de Trairi, e dá outras providências.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 41

4. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO ESTUDO AMBIENTAL

A delimitação das áreas de influência de um determinado projeto é um dos

requisitos legais, conforme Resolução CONAMA Nº 001/86, para avaliação de

impactos ambientais, constituindo-se em fator de grande importância para o

direcionamento da coleta de dados, voltada para o diagnóstico ambiental.

As áreas de influência de um empreendimento correspondem aos espaços

físico, biótico e de relações sociais, políticas e econômicas passíveis de sofrer os

potenciais efeitos das atividades decorrentes de sua implantação nas três fases

consideradas: planejamento, implantação e operação.

A delimitação destas áreas ocorre a partir das características e a abrangência

do projeto, e com a diversidade e especificidade dos ambientes afetados,

compreendendo os locais e áreas sujeitas aos efeitos diretos e imediatos da fase de

implantação e fase de operação, e os locais e áreas cujos efeitos serão sentidos a

curto, a médio e a longo prazo.

São definidas três áreas de influência para elaboração do diagnóstico

ambiental:

• Área Diretamente Afetada - ADA;

• Área de Influência Direta - AID; e,

• Área de influência Indireta - AII.

Área Diretamente Afetada é a área que sofre diretamente as intervenções de

implantação e operação da atividade, considerando alterações físicas, biológicas,

socioeconômicas e das particularidades da atividade.

Área de Influência Direta é onde os impactos das ações das fases de

planejamento, implantação e operação do projeto incidem diretamente e de forma

primária sobre os elementos dos meios: físico (solo, água e ar); sócio econômico

(uso e ocupação do solo, aspectos sociais e econômicos, e aspectos arqueológicos);

e biótico (vegetação e fauna). Para este estudo, foi definido um raio de 500 m, em

torno da área do projeto.

A Área de Influência Indireta em geral são áreas amplas, de abrangência

territorial regional e da bacia hidrográfica no qual se insere o projeto, onde as ações

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 42

incidem de forma secundária e terciária (indireta) durante sua fase de operação.

Esta área tem como abrangência a Bacia Hidrográfica do Litoral.

Como a princípio um estudo ambiental deve tender para a análise de impactos

e como o diagnóstico ambiental é a sua base, a definição da área de influência da

permite uma análise interpretativa específica de parâmetros físicos, bióticos e

antrópicos afetados pelas ações de implantação, manutenção e operação.

De acordo com a atual tendência dos estudos ambientais, as áreas de

influência (diretas e indiretas) foram analisadas segundo conceitos temáticos que

pudessem produzir uma melhor avaliação dos impactos ambientais.

O conhecimento adotado permitiu que, dentro de cada setor temático estudado,

as áreas de influência fossem específicas, uma vez que a abrangência do

empreendimento poderia levar a uma dispersão desnecessária de esforços, pois

algumas informações poderiam ser importantes para um determinado estudo

temático, porém desnecessárias para outro.

Para um melhor entendimento, vamos tomar como exemplo os estudos

antrópicos que têm compromissos com a abrangência municipal enquanto que o

mesmo não ocorre no âmbito do estudo dos meios físico e biótico, que são regidos e

controlados por limites naturais.

Seguindo esta definição, as áreas de influências específicas foram definidas

conforme as seguintes diretrizes:

• Meio Físico: a área de influência foi definida em atendimento aos aspectos

de caracterização dos aspectos atmosféricos, caracterização geológica,

caracterização geomorfológica, pedológica, hidrogeológica e hidrológica. A

caracterização de cada componente do meio físico parte dos aspectos

regionais, utilizando-se definições já consagradas na literatura científica, a

nível de área de influência indireta, até um detalhamento destes componentes

na área de influência direta;

• Meio Biótico: a área de influência está relacionada com os diversos

ecossistemas encontrados dentro da área de influência física do projeto e

entorno mais próximo; e,

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 43

• Meio Antrópico: os aspectos de população, infraestrutura física e social, e

economia são relativos ao município de Trairi e, na comunidade presente -

Mundaú.

Os resultados obtidos permitem atender ao Termo de Referência Nº 2879/2014

DICOP/GECON emitido pela SEMACE e desenvolver adequadamente a avaliação

dos impactos ambientais nos ecossistemas identificados, o que resultará também na

proposição de medidas mitigadoras e planos de controle ambiental, viáveis e dentro

da realidade local diagnosticada.

4.1. METODOLOGIA

Os dados que constam neste estudo foram tomados de referências

bibliográficas, basicamente dos projetos regionais de pesquisa e trabalhos

realizados na área, a partir dos quais novos dados foram levantados, diretamente

em campo, por uma equipe composta de profissionais especializados da empresa

Ambiental Consultoria em Meio Ambiente LTDA, através de expedições técnicas

para levantamento detalhado dos componentes ambientais da área do estudo.

Na maioria das vezes, tem-se uma junção das metodologias, e não se fará

distinção entre elas na descrição, a menos que sejam pontos destacáveis de um ou

outro modo da pesquisa.

Neste Estudo de Impacto Ambiental será feita a descrição de cada componente

ambiental, onde se contemplará a área de influência funcional, seguindo-se com a

caracterização da área de influência direta, sempre que houver condições de

detalhamento do parâmetro in loco, posto que alguns parâmetros são mais

representativos no âmbito regional, destacando-se aí os parâmetros atmosféricos.

Para exemplificar a situação, não haverá melhor forma do que a leitura desse

estudo, mas pode-se antecipar que a informação de quando se tratar do meio físico

e biótico, a referência será sempre àquele meio afetado, benéfica ou adversamente

pela atividade, isto é, no caso, a área de influência direta, englobando um pouco

seus limites.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 44

Figura 4-1- Áreas de Influência.

Fonte: Ambiental Consultoria.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 45

5. CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL

5.1. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO

O meio físico compreende as áreas de interesse de três componentes maiores:

atmosfera, terra e água. Trata-se da parcela do meio ambiente que envolve os

estudos do clima, hidrologia, geologia, geomorfologia, pedologia e recursos hídricos.

Aspectos como qualidade e contaminação de solo e água, suscetibilidade e

riscos a ocorrência de erosões e assoreamentos, bem como detecção de influencias

externas às unidades como poluição e contaminação e que podem vir a causar

danos, também são abordadas, quando pertinentes.

5.1.1. CLIMA

A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) representa o principal sistema

sinóptico da região, responsável pelo estabelecimento da estação chuvosa no litoral

do Ceará.

Este sistema oscila meridionalmente, atingindo sua posição máxima ao sul do

hemisfério Sul em torno do equinócio outonal de 23 de março, exercendo influência

até o paralelo 10º Sul, retornando ao hemisfério Norte em maio, quando o período

chuvoso entra em declínio.

Atualmente, se concebe que o deslocamento da zona de convergência está

relacionado diretamente com a temperatura das águas do Oceano Atlântico e se

posiciona onde as águas se encontram mais quentes, mas também pode ser

relacionado indiretamente com todos os grandes elementos oceânicos e

atmosféricos a nível global, tais como: o fenômeno El Niño no Oceano Pacífico ou o

degelo irregular das calotas polares, este, por sua vez, em associação aos efeitos

diretos da queima de combustíveis fósseis, proporcionando o que se designou de

efeito estufa.

Segundo a classificação de Köppen, o tipo climático da área em estudo é AW’

(equatorial úmido e semi-úmido) – quente e úmido com chuvas no verão e até seis

meses de estiagem.

SINOPSE CLIMÁTICA DE TRAIRI

Segue resumo da situação climática presente no município de Trairi.

Precipitação média anual...................................................................1.144,48 mm; Meses mais chuvosos..................................................................Fevereiro a Maio;

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 46

Mês de maior índice pluviométrico...................................................................Abril; Mês de menor índice pluviométrico............................................................Outubro; Umidade relativa do ar................................................85% (nos meses chuvosos);

73% (nos meses mais secos); Temperatura média .....................................................................25,4 ºC a 27,2 ºC; Média das temperaturas máximas.............................................................. 30,1 ºC; Médias das temperaturas mínimas............................................................. 23,3 ºC; Insolação....................................................................................................2.819 hs; Evaporação..............................................................................................1.636 mm; Meses mais secos....................................................................Agosto a Novembro; Velocidade média dos ventos.......................................................................3,6 m/s; Velocidade máxima dos ventos....................................................................4,9 m/s; Direções predominantes.........................................................................SE e ESSE.

5.1.2. GEOLOGIA

A composição geológica local apresenta associações do Pré-Cambriano,

sedimentos detríticos areno-argilosos com níveis conglomeráticos do

Terciário/Quaternário e sedimentos arenosos inconsolidados do Quaternário.

O território do município de Trairi é composto essencialmente por terrenos

cenozóicos, representados pelos terrenos da Formação Barreiras, de idade inferida

do Plio-Pleistoceno e pelos sedimentos holocênicos de origem marinha.

Os constituintes geológicos mais recentes são controlados pelos processos

oceânicos e eólicos que mobilizam e depositam uma grande quantidade de material.

Nas regiões mais ao sul do município aparecem rochas mais antigas, do Pré-

Cambriano, expondo migmatitos, xistos, calcissilicáticas e outras rochas

metamórficas e mobilizadas pertencentes ao Complexo Nordestino.

A geologia da área do projeto é marcada pela dominância de unidades

sedimentares holocênicas, associadas à dinâmica litorânea, com faixa de terra que

recebe influência direta das ações marinha e eólica, que atuam modelando-a e

remodelando-a em períodos curto, médio e longo.

A ação mecânica das ondas, das correntes e das marés é fator modelador da

área do projeto, que atual continuamente.

A praia é predominantemente dissipativa associada ao macrocompartimento

das planícies de marés arenosas, em ambiente que se desenvolve no contato do

cordão litorâneo.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 47

FIGURA 5-1 – GEOLOGIA LOCAL.

Fonte: CPRM, adaptado por Ambiental Consultoria.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 48

5.1.3. GEOMORFOLOGIA

A dinâmica geomorfológica do município de Trairi está associada a dois

ambientes principais. Como área fonte, eles são representados à montante pela

dissecação residual do Planalto da Ibiapaba, e a jusante, também como área fonte,

pela acumulação marinha e a migração dos elementos dunares ao interior do

continente.

Como forma secundária, trabalhando os elementos locais, destacam-se os

processos flúvio-marinhos, que mobilizam e remobilizam sedimentos para fora da

área territorial do município de Trairi. Do outro lado da dinâmica encontra-se o

processo erosivo, onde a componente flúvio-marinha passa a agente principal,

secundando pelas ações antrópicas.

A maior parte do território do município de Trairi está inserida na faixa

sublitorânea das Áreas Dissecadas pertencentes à unidade geomorfológica

Superfície Sertaneja de Ab'Saber (1969). Esta unidade caracteriza-se por apresentar

amplas formas tabuliformes com altitudes de 50 m e um entalhe de drenagem muito

fraco, sobre argilas cobertas por uma camada arenosa de espessura variada,

pertencente à Formação Barreiras. A continuidade espacial destas formas tabulares

é interrompida pelas planícies fluviais (APF) ou planícies flúvio-marinhas (APFM),

devido às proximidades da costa.

Comumente, esta configuração geomorfológica é denominada de Superfície de

Tabuleiros ou Tabuleiros Pré-Litorâneos nos trabalhos mais recentes. Apresentam

uma topografia muito plana ou suavemente ondulada, terminando na costa, algumas

vezes de modo abrupto sob a forma de falésias. Trata-se de uma extensa superfície

de agradação ou, mais especificamente, de um "glacis" de acumulação ligeiramente

inclinado em direção à costa, em geral com menos de 5º de inclinação.

A planície litorânea compõe-se de formas de relevo caracterizadas pela

predominância da atuação dos processos de origem marinha, destacando-se entre

eles a planície praial (APP), a planície fluvio-marinha (APFM) e as dunas (AD),

elaboradas em sedimentos quaternários.

O relevo da área do projeto apresenta padrões bastante distintos decorrentes

do condicionamento geológico local, estando presente na Planície Litorânea, faixa

de terra paralela à costa que recebe influências diretas de ações eólicas e marinhas,

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 49

e modelando e remodelando a paisagem local, sendo esta constituída por faixa de

praia.

A praia é formada por sedimentos arenosos ou rochosos, restos de conchas e

cascalhos transportados pelas ondas e correntes marinhas. Sazonalmente, ocorrem

modificações em suas feições em consequência dos processos de deposição de

sedimentos arenosos causados mais intensamente na preamar, e dos processos

erosivos na baixa maré.

A praia assume largura considerável ao longo da área do projeto e fica situada

no trecho que é sujeito às influências das amplitudes de marés, ou seja, entre os

níveis de preamar e de baixa mar, onde há o fluxo e refluxo das ondas marinhas. Os

sedimentos arenosos que recobrem toda a superfície são diariamente levados, o

que conduz à compactação do material e inviabiliza sua mobilização pelos

processos eólicos. A praia fica posicionada de modo transacional entre a ante-praia,

também denominada de offshore e normalmente submersa, e a pós-praia, também

denominada de berma, e que fica localizada aproximadamente 1,0 metro acima da

praia e que geralmente sofre avanço nos períodos de maré alta e ressacas.

A cota altimétrica baixa contribui para o processo de acumulação de

sedimentos na linha de costa.

A desembocadura do Rio Mundaú também está presente na unidade

paisagística do sistema ambiental da planície litorânea da área do projeto.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 50

FIGURA 5-2 – GEOMORFOLOGIA LOCAL.

Fonte: IPECE, adaptado por Ambiental Consultoria

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 51

5.1.4. PEDOLOGIA

O município de Trairi compreende as seguintes tipologias pedológicas:

Neossolos Quartzarênicos Distróficos; Neossolos Quartzarênicos Marinhos;

Argissolos Vermelho-Amarelo Eutrófico; Gleissolos Sálicos, Latossolos e Neossolos

Regolíticos.

NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS DISTRÓFICOS

Esta classe de solo ocorre em relevo plano ou suave ondulado, apresenta

textura arenosa ao longo do perfil e cor amarelada e uniforme abaixo do horizonte A,

que é ligeiramente escuro. Considerando-se o relevo de ocorrência, o processo

erosivo não é alto, porém, deve-se precaver com a erosão devido à textura ser

essencialmente arenosa.

Por serem profundos, não existe limitação física para o desenvolvimento

radicular em profundidade, mas a presença de caráter álico ou do caráter distrófico

limita o desenvolvimento radicular em profundidade, agravado devido a reduzida

quantidade de água disponível (textura essencialmente arenosa). Os teores de

matéria orgânica, fósforo e micronutrientes são muito baixos. A lixiviação de nitrato é

intensa devido à textura essencialmente arenosa.

NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS

Esta classe pode ser seccionadas em dois subgrupos a partir da consideração

da maior atuação das condições geoambientais marinhas, sendo que, para as áreas

mais próximas à linha de costa, a identificação passa a ser de Neossolos

Quartzarênicos Marinhos e nas áreas de menor atuação direta dos agentes

marinhos, a identificação deste “pseudo-solo” passará a ser simplesmente de

Neossolos Quartzarênicos.

Os Neossolos Quartzarênicos Marinhos apresentam uma alta soma de sais e

possuem uma faixa de ocorrência limitada, junto ao mar. Descritivamente, estes

solos possuem uma pequena quantidade de bases, o que reflete no seu baixo

potencial agrícola. Não apresentam horizontes distinguíveis apesar de apresentarem

uma profundidade considerável. A mobilidade da superfície destes ambientes é o

outro fator que limita o desenvolvimento pedológico.

Os Neossolos Quartzarênicos constituem solos profundos ou muito profundos,

em grãos simples, sem reserva de minerais primários, excessivamente drenados,

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 52

com baixos teores de argila (menos de 15%), possuem baixa soma de bases e muito

baixa saturação de bases.

A utilização agrícola destes solos é muito limitada, principalmente devido à

baixa capacidade de retenção de água e nutrientes e à própria textura arenosa.

Estes solos têm sido usados com pecuária extensiva e também para a cultura do

cajueiro na zona litorânea.

Os Neossolos Quartzarênicos Marinhos compreendem as areias de origem

marinha depositadas mais próximo ao mar e sujeitas à ação das ondas e dos ventos.

São solos profundos, não hidromórficos e excessivamente drenados. Quanto às

características químicas, são solos ácidos e com fertilidade natural baixa. Estão

relacionados à classe do relevo plano.

LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELO

Estes solos detêm a mesma denominação utilizada pela EMBRAPA até 1999,

quando houve uma reformulação e a adoção de novas nomenclaturas.

Compreende solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B latossólico,

não hidromórficos. Suas cores variam entre o vermelho e o amarelo caracterizados

principalmente por serem muito profundos, de textura média e, às vezes, argilosa,

porosos, muito intemperizados, comumente situados nas áreas sedimentares.

Apresentam perfis com horizontes A, Bw e C pouco diferenciados, possuindo

teores de argila pouco variável ao longo do perfil, ou aumentando apenas levemente

no horizonte B em relação aos demais horizontes. Quimicamente, são solos ácidos e

pobres (distróficos), com baixo potencial de fertilidade natural.

A formação destes solos é basicamente influenciada por processos que

realizam a remoção de bases trocáveis (nutrientes) e sílica do perfil, que assim são

retiradas do solo por lixiviação.

Eles constituem os solos mais antigos e ocupam, de preferência, as superfícies

mais elevadas em relação às paisagens circundantes representadas pelas

depressões sertanejas. O relevo em sua quase totalidade é plano e suave ondulado.

ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELO EUTRÓFICO

São solos minerais, provenientes de desagregação direta da rocha sem

envolvimento de transporte para sua acumulação. Caracterizam-se como solos não

hidromórficos, apresentando horizonte B textural, argila de atividade baixa ou alta,

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 53

com média ou alta saturação de bases, baixa saturação com alumínio, baixa acidez

e quantidade significativa de minerais primários facilmente decomponíveis, os quais

constituem fontes de nutrientes para as plantas.

Muito utilizado com pecuária extensiva e diversas culturas como milho, e feijão,

sendo o uso condicionado também pela disponibilidade de águas e aspectos do

relevo. Estes solos estão relacionados ao relevo plano e suave ondulado.

GLEISSOLOS SÁLICOS

São solos predominantes dentro deste ambiente (manguezal) e caracterizam-

se por serem halomórficos, salinos, alagados e encontrados próximo à

desembocadura do rio Mundaú, sob a influência do movimento das marés, com uma

cobertura vegetal característica: os mangues. São solos não ou muito pouco

desenvolvidos, mal ou muito mal drenados, com alto teor de sais provenientes da

água do mar e de compostos de enxofre, formados nas áreas sedimentares, baixas

e alagadas, notadamente onde existe matéria orgânica. Geralmente não possuem

nítida diferenciação de horizontes, podendo apresentar um horizonte A nas partes

marginais e possuem textura que varia de argilosa a arenosa.

Agricolamente não são utilizados, em razão do excesso de sais e água, mas

atualmente estão sendo bastante aproveitados na carcinicultura.

NEOSSOLOS FLÚVICOS

Nas planícies fluviais tem-se a predominância da classe pedológica identificada

como Neossolos Flúvicos. São solos pouco desenvolvidos, cuja formação se deve a

deposições fluviais recentes e de natureza diversa, onde se individualizam na área

de influência dos rios e riachos.

Estes solos ocorrem acompanhando a morfologia das principais drenagens da

área. Possuem boa fertilidade natural e são importantes para o desenvolvimento de

atividades agropecuárias, desde que convenientemente enquadrados num

planejamento racional.

NEOSSOLOS REGOLÍTICOS

São solos pouco desenvolvidos, não hidromórficos e de textura normalmente

arenosa, apresentando alta erodibilidade principalmente em declives mais

acentuado.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 54

As culturas de subsistência como milho e feijão, além de extensos plantios de

tomate e pastagens são muito comuns nestas áreas.

Na área do projeto dominam os Neossolos Quartzarênicos Marinhos. Referente

ao uso e ocupação da área do projeto, já antropizada, ocorre a presença de

edificações e estruturas para fins residenciais e/ou comerciais. No extremo Oeste do

projeto ocorre a presença da Praça da Barra do Mundaú. Nas áreas que ocorrerão a

reforma, estas encontram-se em péssimo estado de conservação, devidos as ações

do mar e atos de vandalismo.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 55

FIGURA 5-3 – PEDOLOGIA LOCAL.

Fonte: EMBRAPA, adaptado por Ambiental Consultoria.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 56

5.1.5. RECURSOS HÍDRICOS

A análise das condições hidrológicas e hidrogeológicas do território em questão

é um requisito indispensável para a compreensão satisfatória do ambiente e do

aproveitamento adequado dos recursos naturais renováveis.

O município de Trairi tem a caracterização de suas águas condicionada aos

fatores geológicos, pedológicos, morfológicos, climáticos e à proximidade do litoral.

Tudo isso pode ser traduzido em termos de relacionamento eminentemente

local do meio, com pouca ou nenhuma participação de contribuição de montante.

O município de Trairi está inserido totalmente na Bacia Hidrográfica do Litoral.

Esta bacia apresenta uma abrangência em torno de 8.619 km², compreendendo

5,82% do território do Estado do Ceará.

A Bacia do Litoral tem como principal coletor de drenagem o rio Aracatiaçu.

Cursos d’água de menores dimensões se dispõem paralelamente ao Aracatiaçu.

Tratam-se dos rios Aracatimirim (Oeste) e do Cruxati, Mundaú e Trairi (Leste).

A rede de drenagem apresenta-se com padrão dendrítico em virtude desta

bacia estar em sua maior parte assentada sobre rochas cristalinas, onde o

escoamento superficial é bastante significativo. No seu baixo curso, a área é

drenada por sedimentos da Formação Barreiras, paleodunas e campos de dunas,

onde a drenagem é paralela e com baixa densidade.

De acordo com dados de 2008 da COGERH, a Bacia do Litoral apresenta

1.019 reservatórios, onde 290 apresentam área acima de 5 hectares. Os principais

reservatórios da Bacia do Litoral, de acordo com dados de 2009 da COGERH, são:

Santo Antônio de Aracatiaçu em Sobral (24,34 milhões m³), Mundaú em

Uruburetama (21,2 milhões m³), São Pedro Timbaúba em Miraíma (19,25 milhões

m³) e Poço Verde em Itapipoca (13,65 milhões m³).

De acordo com dados de Dez/2015 da Secretaria de Recursos Hídricos do

Estado do Ceará – SRH/CE, a bacia do Litoral apresenta uma capacidade total de

214,92 hm³, e atualmente está com volume de 57,13 hm³, respresentando 26,58%

do total. O açude Santo Antônio de Aracatiaçu apresenta 6,52% da capacidade total,

o açude Mundaú apresenta 22,4% da capacidade total, o açude São Pedro

Timbaúba apresenta 15,6% da capacidade total e Poço Verde apresenta 26,26% da

capacidade total.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 57

Referente ao município de Trairi, o rio Mundaú é a principal drenagem natural,

apresentando comprimento do talvegue do rio é de 95 km e perímetro é de 215 km.

O escoamento anual observado na foz do rio que dá nome à bacia é de 472 hm3.

Os principais tributários da bacia são os rios Cruxati e Mundaú, ambos

nascendo na serra de Itapipoca, o primeiro na vertente Noroeste da serra e o

segundo na vertente Leste.

Referente à bacia hidrográfica do Rio Mundaú, esta fica inserida a nordeste da

Bacia Hidrográfica do Litoral, compreendendo uma área aproximada de 985 km² e

abrangendo parte dos seguintes municípios: Trairi, Uruburetama, Itapipoca e Tururu.

Esta bacia drena apenas as Sedes dos municípios de Uruburetama e Tururu.

O município de Trairi tem como principais acidentes geográficos: os rios

Mundaú, Trairi e Curu; os riachos das Contendas e Calombi; a lagoa das

Almécegas; as fontes Manguinho e Mundo Novo; e as praias de Flecheiras, Mundaú,

Embuaca e Guajiru.

Entre as dunas, durante o inverno, é muito comum a formação de lagoas,

denominadas de lagoas interdunares, que acumulam água por uma boa parte do

ano e servem de suprimento para as comunidades e principalmente para a pecuária.

Mesmo não estando entre as dunas, outras pequenas lagoas podem surgir em

regiões planas e, favorecidas pelo nível freático elevado, apresentarem um estado

de perenização facilmente identificado pela flora que se desenvolve nestas lagoas.

Na Bacia Hidrográfica do Litoral, dois domínios hidrogeológicos distintos se

distinguem: o cristalino (fissuras) e o domínio sedimentar (poroso e sedimentar).

O primeiro domínio diz respeito às rochas ígneas e metamórficas, cujo

armazenamento de água subterrânea está relacionado ao grau de faturamento. O

segundo apresenta as dunas, os aluviões e a Formação Barreiras como principais

unidades hidrogeológicas. Em se considerando estes domínios, o potencial

hidrogeológico da bacia é tido como de fraco a médio.

Conforme Cordeiro et al. 2009, a bacia do Litoral apresenta 1.262 poços

cadastrados, sendo 1.253 poços tubulares e nove poços amazonas. No município de

Trairi estão cadastrados 87 poços tubulares.

O domínio cristalino é representado pelas rochas pertencentes ao Complexo

Nordestino e os seus mananciais de águas subterrâneas têm sua permeabilidade e

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 58

transmissividade controlados pelas fraturas das rochas. O potencial hidrogeológico

desta unidade é da ordem de 1,92 m3/h, distribuídos em uma área de 2.826 km2 com

uma camada saturada de apenas 1,8 metros.

O domínio representado pelos sedimentos da Formação Barreiras caracteriza-

se por uma expressiva variação faciológica, com intercalações de níveis mais e

menos permeáveis, o que lhe confere parâmetros hidrogeológicos variáveis de

acordo com o contexto local. Essas variações induzem potencialidades diferenciadas

quanto à produtividade de água subterrânea.

No município de Trairi, esses sedimentos apresentam uma boa potencialidade,

em função, principalmente, das espessuras apresentadas e, também, de suas

características litológicas. A recarga do aquífero é assegurada por infiltração das

precipitações pluviométricas.

A área do projeto não apresenta drenagens naturais, estando a mais próxima o

Rio Mundaú, no seu estuário.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 59

FIGURA 5-4 – RECURSOS HÍDRICOS – LOCAL.

Fonte: Ambiental Consultoria.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 60

5.1.6. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente – MMA, as Unidades de

Conservação são espaços territoriais, incluindo seus recursos ambientais, com

características naturais relevantes que têm a função de assegurar a

representatividade de amostras significativas e ecologicamente viáveis das

diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas

jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente.

A conservação de florestas em áreas públicas se dá através do Sistema

Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, criado pela Lei Federal Nº 9.985, de

18 de julho de 2000, que define Unidades de Conservação como espaço territorial e

seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características

naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de

conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se

aplicam garantias adequadas de proteção.

As Unidades de Conservação são divididas em dois grupos, tais como:

• Unidades de Proteção Integral; e,

• Unidades de Uso Sustentável.

Unidades de Proteção Integral

Unidades que têm como objetivo principal preservar a natureza, sendo admitido

apenas o uso indireto dos seus recursos naturais.

As categorias das Unidades de proteção integral são estação ecológica,

reserva biológica, parque, monumento natural e refúgio de vida silvestre.

Unidades de Uso Sustentável

Unidades que visam ompatibilizar a conservação da natureza com o uso

sustentável de parcela dos seus recursos naturais.

As categorias de uso sustentável são área de relevante interesse ecológico,

floresta nacional, reserva de fauna, reserva de desenvolvimento sustentável, reserva

extrativista, área de proteção ambiental (APA) e reserva particular do patrimônio

natural (RPPN).

Como pode ser observado na Figura 5-5, a área do projeto não está presente

em unidades de conservação, sendo que as mais próximas são a APA do Estuário

do Rio Mundaú (distante aproximadamente 90 m).

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FIGURA 5-5 – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO.

Fonte: MMA e SEMACE, adaptado por Ambiental Consultoria.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 62

5.1.7. ÁREAS PRIORITÁRIAS

Conforme definição do MMA, são áreas vistas para a conservação da

biodiversidade brasileira.

Para a identificação de Áreas Prioritárias na região do projeto utilizou-se o

mapa de áreas prioritárias referente ao Decreto Nº 5.092, de 21 de maio de 2004, e

instituídas pelas Portarias Nº 126, de 27 de maio de 2004, e Nº 09, de 23 de janeiro

de 2007, ambas do Ministério do Meio Ambiente.

A metodologia em questão está baseada no Mapa de Biomas do IBGE, que

incorporou os princípios de planejamento sistemático para conservação e seus

critérios básicos (representatividade, persistência e vulnerabilidade dos ambientes),

e priorizou o processo participativo de negociação e formação de consenso.

De acordo com Art. 2º da Portaria Nº 126, as ações identificadas desta

Portaria serão implementadas pelos órgãos e entidades responsáveis por elaborar e

implementar políticas e programas relacionados com a biodiversidade, consideradas

as seguintes classes de priorização, tais como:

• Alta.

• Muito alta; e

• Extremamente alta.

A AID do projeto não está inserida em Áreas Prioritárias, conforme

apresentado na Figura 5-6. As áreas prioritárias mais próximas do projeto são a

Litoral Trairi-Paracuru (CaZc203) e a APA do Estuário Rio Mundaú (CaZc290).

A área prioritária Litoral Trairi-Paracuru é de importância alta, de acordo com

dados do Ministério do Meio Ambiente, e tem dimensão de 306 km². Apresenta como

características: valor paisagístico; potencial ecoturístico; manguezais; aves

migratórias; riqueza de espécies de invertebrados; abrange as APAs Dunas do

Paracuru, Dunas da Lagoinha e Estuário do Rio Curu.

A área prioritária APA do Estuário Rio Mundaú é de importância muito alta, de

acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, e tem dimensão de 16 km²,

sendo uma Unidade de Conservação estadual de uso sustentável.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 63

FIGURA 5-6 – ÁREAS PRIORITÁRIAS.

Fonte: MMA, adaptado por Ambiental Consultoria.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 64

5.2. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO BIÓTICO

O Atlas do Ceará (IPECE, 2000), divide o Estado em 11(onze) unidades

fitoecológicas, baseadas nas diferenças litológicas, geológicas, topográficas,

climáticas e, principalmente, pedológicas.

Na área em estudo (Áreas de Influência Direta e de Influência Indireta) existem

duas unidades fitoecológicas representadas pelo Complexo Vegetacional da Zona

Litorânea e a Floresta Perenifólia Paludosa Marítima, sendo a primeira a unidade

dominante. O Complexo Vegetacional da Zona Litorânea se divide em vegetação

pioneira psamófila, floresta a retaguarda das dunas e vegetação de tabuleiros

litorâneos.

A biodiversidade do Complexo Vegetacional Litorâneo é bem representativa

apesar de certas condições físico-climáticas não serem favoráveis, levando deste

modo ao longo do tempo, a uma adaptação fisio-anatômica de boa parte de sua

biota.

Percebem-se nesses ambientes costeiros, uma forte dinâmica ambiental, tanto

por parte dos fatores físicos (eólicos, pluviosidade etc.) como bióticos (migração,

trofismo complexo, sucessão ecológica, dentre outros), levando assim a crer que

cada unidade ambiental mantém uma estreita relação com as demais biotas

circunvizinhas, chegando a certos casos ao longo do tempo, alterar toda sua

fitofisionomia.

5.2.1. FLORA REGIONAL (AII)

A flora do Município de Trairi é composta por espécies comuns ao litoral,

compreendendo as seguintes Unidades Fitoecológicas: Complexo Vegetacional da

Zona Litorânea e a Floresta Perenifólia Paludosa Marítima, conforme Figura 5-7.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 65

FIGURA 5-7 - UNIDADES FITOECOLÓGICAS PERTENCENTES À ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA.

Fonte: Ambiental Consultoria.

A flora do litoral se estende pela borda do mar, penetrando vários quilômetros

de terra a dentro e está representada pelo cajueiro (Anacardium occidentale), murici

(Byrsonima sp), guajirú (Chrisobalanus icaco), ubaia (Eugenia uniflora), batiputá

(Ourota parviflora), jataí (Hymeneae sp.), pau ferro (Caesalpinea ferrea) e

catingueira (Caesalpinea pyramidales).

A vegetação da região litorânea onde está inserida o Município de Trairi tem

uma peculiaridade que difere dos sertões e das serras úmidas, que pode ser

identificada como complexo vegetal litorâneo.

5.2.1.1. COMPLEXO VEGETACIONAL DE ZONA LITORÂNEA

O Complexo Vegetacional da Zona Litorânea compreende a vegetação pioneira

psamófila, vegetação de dunas e vegetação dos tabuleiros pré-litorâneos.

VEGETAÇÃO PIONEIRA PSAMÓFITA

Esta vegetação ocorre recobrindo alguns trechos da planície de deflação

acompanhando a linha de costa, de forma que se encontram em ambiente

submetido a alta salinidade e solos ácidos, sendo denominadas de psamófita-

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 66

halófitas justamente por tolerarem condições adversas como solos arenosos e

ácidos, ventos fortes e alta concentração de sais.

A densidade vegetal é variável, contudo, apresenta uma sucessão primária que

se inicia com o estabelecimento das pioneiras do tipo salsa de praia (Ipomoea pes-

caprae) e pinheirinho (Remirea maritima) seguindo com capim gengibre

(Cymbopogon martinii) e moitas de murici (Byrsonima sp.), iniciando logo acima da

linha de maré e se estendendo até a base das dunas estabilizadas, ocupando uma

faixa de largura variável. Esta vegetação nunca alcança um clímax por causa da

constante movimentação de areia pelos ventos, o que não permite o

estabelecimento de processos pedogenéticos

VEGETAÇÃO DAS DUNAS

A composição florística das dunas é dotada de um estrato herbáceo adaptado

ao elevado teor salino e à mobilidade do solo, destacando-se espécies como:

Ipomoea asarifolia (salsa), Remirea maritima (pinheirinho-da-praia), Richardia

grandiflora (barba-de-bode), Dactyloctenium aegyptium (capim-pé-de-galinha),

Heliotropium lanceolatum (crista-de-galo), Blutaparon portulacoides (bredo-da-praia),

Sesuvium portulacastrum (beldroega) e diversas leguminosas e gramíneas.

Quando as condições edáficas se tornam mais favoráveis, pequenos arbustos

como o murici (Byrsonima spp.) vão ocupando áreas da pós-praia e regiões

interdunares, dando início ao desenvolvimento de uma vegetação de porte arbustivo.

FIGURA 5-8 - VEGETAÇÃO FIXADORA DE DUNAS.

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 67

Esta vegetação apresenta-se sob forma de moitas abertas ou moitas fechadas,

com a presença Chrysobalanus icaco (guajiru) (Figura 5-9), Abrus precatorius

(jeriquiti), Byrsonima sp (murici) (Figura 5-10) e Anacardium occidentale (cajueiro)

(Figura 5-11).

FIGURA 5-9 - CHRYSOBALANUS ICACO (GUAJIRÚ).

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

FIGURA 5-10 - ABRUS PRECATORIUS (JERIQUITI).

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 68

FIGURA 11 - ANACARDIUM OCCIDENTALE (CAJUEIRO).

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

VEGETAÇÃO DE TABULEIROS PRÉ-LITORÂNEOS

Segundo FERNANDES (1998), Tabuleiro Litorâneo é um nome de significado

ainda pouco preciso, principalmente dentro da terminologia fitogeográfica brasileira.

Prefere-se adotar um sentido de natureza fisiográfica, constituindo-se em amplas

planícies arenosas levemente onduladas, por traz das dunas, marcada pela

paisagem formada sobre o areal justapraiano, com sua vegetação particular. Embora

que geologicamente estejam correlacionados com os depósitos terciários (Plio-

Plestoceno), conhecidos como Formação Barreiras, recobertos pela: areias

quaternárias denotam, entretanto, um significado diverso sobre a vegetação.

Assim, o Tabuleiro, mais comumente usado no Norte/Nordeste, é marcado por

um complexo florístico, dada a coparticipação de elementos da vegetação vizinha:

mata, caatinga e formações esclerófilas – cerrado e cerradão. Muitas vezes há

manchas de cerrados ou representantes desta formação vegetacional, ou mesmo

comunidades florestais semidecíduas, com acentuada esclerofilia de seus

componentes, constituindo as matas esclerofilas. Alcançam de 3-5 metros de altura,

normalmente deixando espaços entre seus componentes florísticos, os quais se

apresentam em veredas serpenteantes, forradas pela areia branca.

Podem ser encotradas espécies como Anacardium occidentale (Cajueiro),

Manguifera indica (Mangueira), Aspidosperma pyrifolium (Pereiro), Eugenia

pyriformis (Ubaia) (Figura 5-12), Tabebuia caraíba (Ipê amarelo), Caesalpinia

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 69

bracteosa (Catingueira), Caesalpinia ferrea (Jucazeiro), Hymenea coubaril (Jatobá),

Sterculia apetala (Xixá) (Figura 5-13), Tamarindus indica (Tamarindeiro), dentre

outras.

FIGURA 5-12 – EUGENIA PYRIFORMIS (UBAIA) EM PERÍODO DE FLORAÇÃO.

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

FIGURA 5-13– FRUTO DO XIXÁ (STERCULIA APETALA) LOCALIZADO NA AII.

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

A vegetação do Tabuleiro Pré-litorâneo por não encontrar castigada pelo clima

semiárido verificado na caatinga apresenta espécies pouco caducifólias ou xerófitas,

o que atrai diversas espécies da fauna da caatinga para o ambiente do tabuleiro,

particularmente durante o período seco (MAJOR, 2008)

Page 71: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 70

5.2.1.2. FLORESTA PERENIFÓLIA PALUDOSA MARÍTIMA

A zona costeira é uma região de transição ecológica que desempenha

importante função de ligação e trocas genéticas entre os ecossistemas terrestres e

marinhos, fato que a classifica como ambiente complexo, diversificado e de extrema

importância para a sustentação da vida no mar. A elevada concentração de

nutrientes e outras condições ambientais favoráveis, como os gradientes térmicos e

a salinidade variável e, ainda, as excepcionais condições de abrigo e suporte à

reprodução e à alimentação inicial da maioria das espécies que habitam os oceanos,

transformaram os ambientes costeiros num dos principais focos de atenção no que

diz respeito à conservação ambiental e à manutenção de sua biodiversidade.

Os ecossistemas da Zona Costeira de maior relevância são os estuários,

manguezais e lagoas costeiras, bem como os banhados e áreas úmidas costeiras.

Próximo ao estuário do rio Mundaú (situado na AID) pode-se visualizar a

formação de um manguezal (ver Figura 5-14).

FIGURA 5-14– MANGUEZAL SITUADO PRÓXIMO A FOZ DO RIO MUNDAÚ EM TRAIRI – CE.

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

A Resolução no. 303 do CONAMA de 20 de março de 2002, que estabelece

definições referentes às Áreas de Preservação Permanente, adota, no seu item IX, a

seguinte definição para manguezal:

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 71

”ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos

à ação das marés, formado por vasas lodosas recentes ou

arenosas, às quais se associa, predominantemente, a

vegetação natural conhecida como mangue, com influência

fluviomarinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e

com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre

os estados do Amapá e Santa Catarina;”

Algumas áreas de mangue do Estado vêm sendo transformadas ao longo do

tempo para darem lugar às salinas e deposição de lixo e de efluentes domésticos e

industriais.

A Vegetação Perenifólia Paludosa Marítima constitui a cobertura vegetal

natural que contribui efetivamente nos processos hidrodinâmicos, geomorfogênico e

pedogênico da planície fluviomarinha, protegendo as margens e terraços das ações

erosivas, favorecendo os processos de sedimentação e formação dos solos,

mantendo o nível do lençol freático e reduzindo o impacto das marés e cheias

fluviais, além de equilibrar o balanço sedimentar entre erosão e deposição.

O conjunto florístico do manguezal é constituído principalmente pelas espécies

de árvores, Rhizophora mangle (mangue vermelho), Avicennia germinans (mangue

preto), Avicennia schaveriana (mangue preto) e Conocarpus erecta (mangue botão)

e Laguncularia racemosa (Mangue-branco).

5.2.2. FLORA LOCAL (AID E ADA)

As áreas de influência direta e diretamente afetada estão inseridas no

Complexo Vegetacional da Zona Litorânea, sendo a maior parte das obras civis

projetadas para locais naturalmente sem vegetação ou áreas antropizadas.

A vegetação do entorno (AID) é composta em sua maioria por coqueiros

(Cocus nucifera) e espécies herbáceas.

A Figura 5-15 apresenta uma imagem de satélite da orla entre a Praça da Barra

do Mundaú e Praça do CTPA. Pode-se verificar na imagem o predomínio de

C.nucifera e a quase ausência de outras espécies arbóreas.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 72

FIGURA 5-15– AUSÊNCIA DE VEGETAÇÃO NA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA E PREDOMÍNIO DE

C. NUCIFERA NO ENTORNO.

Fonte: Google Earth.

O Quadro 5-1 abaixo apresenta as principais espécies presentes na AID

(observação direta através de caminhamentos pela área em estudo).

QUADRO 5-1 - PRINCIPAIS ESPÉCIES PRESENTES NA AID. FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR

ANACARDIACEAE Anacardium occidentalis Cajueiro

Manguifera indica Mangueira

APOCYNACEAE

Calotropis procera Flor de Seda

Hancornia speciosa Mangaba

Aspidosperma pyrifolium Pereiro Preto

ARECACEAE Cocos nucifera Coqueiro

BIGNONIACEAE Jacaranda jasminoides Guabiraba

BROMELIACEAE Bromelia plumieri Croatá

BURSERACEAE Bursera leptophloeos Imburana

CAESALPINIACEAE Caesalpinia bracteosa Catingueira

Copaifera luetzelburgii Pau D’Óleo

CELESTRACEAE Maytenus rigida Bom Nome

CHRYSOBALANACEAE Hirtella glandulosa Bosta de Cabra

COMBRETACEAE Combretum leprosum Mofumbo

Thiloa glaucocarpa Sipaúba\Vaqueta

EUPHORBIACEAE Cnidosculus vitifolius Cansanção

FABACEAE

Crotalaria sp. Mata Pasto

Luetzelburgia auriculata Angelim

Dioclea grandiflora Mucunã

Machaerium scleroxylon Pau Ferro

Luetzelburgia freire Sucupira

Machaerium acutifolium Violete

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 73

FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR

Enterolobium contortisiliquum Timbauba

LAMIACEAE Hyptis umbrosa Bamburral

MIMOSACEAE Piptadenia moliniformis Catanduva

MYRTACEAE Eugenia tapacumensis Goiabinha

NYCTAGINACEAE Guapira graciliflora João Mole

Pisonia grandis Pau Piranha

OPILIACEAE Agonandra brasiliensis Pau Marfim

POACEAE Braquiaria decumbens Capim braquiária

RUBIACEAE Guettarda angélica Angélica

RUTACEAE Balfourodentrun sp. Farinha Seca

Fonte: Ambiental Consultoria – Análise de campo.

5.2.3. FAUNA

A fauna, além de ser responsável pelo equilíbrio dos ecossistemas, contribui

com a propagação e a consolidação da cobertura vegetal nativa auxiliando a

dispersão de sementes. Além disso, certas espécies provêm bons indicadores

biológicos de qualidade ambiental (NUNES et al., 2008).

A composição faunística de uma região está diretamente correlacionada com

as características climáticas, fitofisionômicas e hídricas. Diversos componentes

biológicos naturais, como relações harmônicas e desarmônicas entre indivíduos,

também influenciam a ocorrência de espécies em um determinado local. No entanto,

atualmente, o fator antrópico é o maior agente de modificação do arranjo de

espécies dentro de uma comunidade biológica (FREITAS, 2010).

Os levantamentos de fauna acessam diretamente a diversidade de uma

localidade, em um determinado espaço e tempo. Desta forma, os dados primários

gerados pelos inventários faunísticos compõem uma das ferramentas mais

importantes na tomada de decisões a respeito do manejo de áreas naturais.

Portanto, faz-se necessário o reconhecimento das espécies animais habitantes

da área de interesse do empreendimento. Estes estudos de fauna auxiliarão no

diagnóstico da situação atual da Área de Influência Direta do empreendimento,

quanto à qualidade ambiental e à degradação antrópica. Desta forma, o diagnóstico

a seguir apresenta um levantamento da fauna de vertebrados terrestres da região de

interesse. Este conhecimento prévio, também, auxiliará o monitoramento e a

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 74

elaboração de planos de controle ambiental, a fim de mitigar o efeito adverso sobre

as populações naturais.

A presença da fauna como integrante do meio ambiente é vital para os

processos interativos de um ecossistema. Esta presença tem participação

imprescindível na polinização, frutificação, floração, decomposição de detritos e

consumo de vegetais, assim como na circulação mineral. Os animais transportam

sementes e influenciam sobre a rapidez e magnitude das modificações na

vegetação.

PRAIA

Em função do tempo de exposição durante a maré baixa, a faixa litorânea é

dividida em supra, médio e infralitoral, a topografia sendo extremamente importante,

pois dela depende a largura da faixa entre marés bem como a intromissão de

diferentes níveis. Para cada tipo de substrato na faixa entre marés existem

diferentes associações de animais, os quais podem indicar, devido suas exigências

e/ou tolerâncias ecológicas, as divisões da faixa onde habitam. As áreas com

substrato rochoso geralmente abrigam uma flora e fauna mais ricas do que as de

praias com areia. Muitos animais na faixa entre marés podem tolerar a subida e

descida da água e o bater das ondas, quando conseguem fixar-se firmemente a um

substrato estável.

A fauna bentônica é bastante diversificada, abrigando, praticamente,

representantes de todos os grupos animais. Os representantes da fauna podem ter

várias relações com o substrato, sendo classificados como epifauna ou endofauna.

A epifauna pode ser fixa, como a maioria das esponjas, as cracas, as ostras e

as ascídias, ou móveis. Entre os móveis, há os que têm movimentos limitados, como

as anêmonas, os moluscos poliplacóforos e os gastrópodes pateliformes (que vivem

aderidos, mas podem deslocar-se a curtas distâncias), os animais com movimentos

livres sobre o substrato, como os siris (ver Figura 5-16), os caranguejos, a maioria

dos gastrópodes, os poliquetas errantes, e os natantes como os peixes e algumas

lesmas marinhas (ver Figura 5-26).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 75

FIGURA 5-16– SIRI-AZUL (CALLINECTES SP) COMUMENTE ENCONTRADO NO MUNICÍPIO.

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

FIGURA 5-17– APLISIA SP (LESMA MARINHA) ENCONTRADA NA PRAIA DE EMBOACA.

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

A infauna é constituída pelos animais que vivem dentro do substrato

(consolidado ou inconsolidado). Alguns perfuram substrato duro, como os bivalves

litófagos e os teredinídeos, outros se enterram em fundos móveis, como a maioria

dos bivalves e poliquetas, ou ocupam locas ou frestas já existentes no substrato

duro, como é o caso do polvo, ouriços e peixes moreiformes.

O Ambiente Praiano Consolidado ou Rochoso formado por sedimentos de

areias quartzosas apresenta-se desnuda, sem representantes florísticos, no entanto

ocorrem algumas algas marinhas dispersas. Encontra-se recoberto por uma biota

bentônica bastante rica e diversificada, como moluscos (craca, ostra),

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 76

equinodermas, crustáceos, anelídeos (polichaetos) e cnidários como a anêmona-do-

mar (Bunodossoma cangicum) (ver Figura 5-18).

FIGURA 5-18– A ANÊMONA (BUNODOSOMA CANGICUM), ENCONTRADA EM ÁREA

PARCIALMENTE COBERTAS POR SEDIMENTO E FIXAS AO SUBSTRATO ROCHOSO NA PRAIA DA

EMBOACA, TRAIRI.

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

Num ambiente rochoso é característico o aparecimento de poças de marés.

Estas poças são um microcosmo da vida marinha encontrado na faixa entremarés e

facilmente acessíveis quando a maré está baixa (Figura 5-19).

FIGURA 5-19 – POÇA DE MARÉ LOCALIZADA PRÓXIMO À COMUNIDADE DE EMBOACA, TRAIRI.

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 77

Em levantamento recente realizado pela Ambiental Consultoria para o litoral de

Trairi foram identificadas 38 espécies de peixes, pertencentes a 22 famílias, sendo

Haemulidae, Lutjanidae e Sciaenidae as famílias com maior diversidade de espécies

(4 espécies cada), seguida de Ariidae e Scombridae com 3 espécies cada conforme

gráfico a seguir.

GRÁFICO 5-1– NÚMERO DE ESPÉCIES DE PEIXES POR FAMÍLIA

Fonte: Ambiental Consultoria.

A seguir, pode-se observar as principais espécies de peixes pescadas no

médio litoral para consumo interno.

FIGURA 5-20 – PRINCIPAIS ESPÉCIES DE PEIXES PESCADAS.

Carapicu (Eucinostomus melanopterus) Barbudo (Polydactylus virginicus)

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 78

Coró amarelo (Conodon nobilis) Curuca (Micropogonias furnieri)

Carapicu (Eucinostomus melanopterus) Tainha (Mugil brasiliensis)

Golosa (Genyatremus luteus) Judeus (Menticirrhus americanos)

Fonte: Ambiental Consultoria.

Algumas aves migratórias intercontinentais passam pela região rumo ao

extremo Sul do continente latino, fugindo do rigor do inverno boreal, merecendo

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 79

destaque os Charadriiformes em especial Charadriidae (maçaricos), Scolopacidae

(maçariquinhos) e Laridae (gaivotas).

FIGURA 5-21– CHARADRIUS COLLARIS (MAÇARICO-DE-COLAR) ESPÉCIE RESIDENTE NO

LITORAL DE TRAIRÍ.

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

O ambiente praiano não consolidado ou arenoso apresenta uma diversidade

insipiente mais importante no contexto da dinâmica de suas comunidades como os

crustáceos e moluscos: Ocypodes quadrata (espia maré), Ucides cordatus (uça),

Lygia exotica (barata da praia). A ação eólica é bem mais intensa neste ambiente

dificultando a fixação da vegetação herbácea.

BERMA

A fauna desse ambiente depende do fornecimento energético das herbáceas,

tanto para a pastagem foliar como para o consumo de frutos, sementes e néctar.

Normalmente os insetos (ortópteros, lepidópteros, coleópteros etc.), juntamente com

os mamíferos roedores e aves frugívoras/granívoras, constituem a base trófica

alimentar formada pelos consumidores primários, os quais fornecem nutrientes e

energia para os demais níveis tróficos, mostrando assim que o ambiente do berma

comumente recicla seus nutrientes sem a interferência direta dos demais ambientes

circunvizinhos.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 80

FIGURA 5-22– APIS MELIFERA (ABELHA).

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

CAMPOS DUNARES

O representante faunístico residente mais comum neste ambiente é a Athene

cunicularia (coruja-buraqueira) (Figura 5-23), capturando insetos, répteis e outras

aves como a Columbina talpacoti (Rolinha caldo-de-feijão).

FIGURA 5-23 – ATHENE CUNICULARIA (CORUJA-BURAQUEIRA) NA ENTRADA DE SUA TOCA.

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

A fauna dominante das dunas fixas são aves insetívoras e (ou) frugívoras

dentre as quais se destacam: Pitangus sulphuratus (bem-ti-vi), Tyrannus

melanocholicus (siriri), Caracara plancus (carcará), Rupornis magnirostris (gavião),

Mimus gilvus (sabiá-da-praia), Columbina talpacoti (rolinha-comum), Columbina

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 81

passerina (rolinha-da-praia), Forpus xantopterigius (papacu), Tangara sayaca

(sanhaço) etc.

Ocorrem também répteis como Tropidurus hispidus (Calango), Cnemidophorus

ocellifer (Tijubina), Tupinambis merianae (Teiú) e Iguana iguana (Iguana) (Figura 5-

24), Phillodryas nattereri (cobra corre-campo) (Figura 5-25), alguns mamíferos como

Euphactus sexcinctus (peba), Didelphis albiventris (cassaco), Cerdocyon thous

(raposa) e diversos quirópteros.

FIGURA 5-24– IGUANA IGUANA (IGUANA).

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

FIGURA 5-25– PHILLODRYAS NATTERERI (CORRE-CAMPO).

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 82

TABULEIROS PRÉ-LITORÂNEOS

A fauna do tabuleiro coincide em parte com a da vegetação de dunas fixas e

em virtude do clima mais ameno, propiciado pela boa ventilação e sombreamento

quase que total, apresenta uma fauna rica em espécies, em especial artrópodes e

aves insetívoras e frugívoras.

Frequentemente ocorre dentro do tabuleiro logo após o campo dunar ocorrem

as lagoas pós-dunares, as quais são perenes em decorrência do fluxo d’água

subterrânea dunar. Nesses locais sua fauna e flora são típicas de ambientes

paludícolas como o Rosthramus sociabilis (gavião caramujeiro).

FIGURA 5-26– ROSTHRAMUS SOCIABILIS (GAVIÃO CARAMUJEIRO).

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

Em um recente Resgate de Fauna realizado pela Ambiental Consultoria em

uma área no município de Trairi foram registradas quinze espécies da herpetofauna

em ambiente de tabuleiro pré-litorâneo, algumas das quais podem ser vistas na

Figura 5-27 a seguir.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 83

FIGURA 27– HERPETOFAUNA ENCONTRADA EM ÁREA DE TABULEIRO NO MUNICÍPIO DE

TRAIRÍ, CE. A: PHYSALAEMUS CUVIERI, B: ELACHISTOCLEIS PIAUIENSES, C: SCINAX X-SIGNATUS, D: AMEIVA AMEIVA, E: MABUYA HEATHI, F: COLEODACTYLUS MERIDIONALIS, G: MICRABLEPHARUS MAXIMILIANI, H: AMPHISBAENA POLYSTEGUM, I: TYPHLOPS

BRONGERSMIANUS, J: BOA CONSTRICTOR.

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 84

ESTUÁRIO E MANGUEZAL

Muito embora os bentos estuarinos incluam macro e meiobentos, os primeiros

caracterizam, conspicuamente, esses ambientes, sendo formados principalmente

por moluscos, crustáceos e poliquetas.

Os organismos da macrofauna bêntica (invertebrados > 0,5mm) exploram

todos os habitats proporcionados pelos ecossistemas em questão: os cursos d’água,

os solos, a flora aquática, as raízes, troncos e galhos das árvores de mangue, etc.

Também, podem ser fixos ou móveis, viver sobre o substrato (epifauna), enterrado,

cavando locas ou perfurando (infauna).

A Zona Intertidal que corresponde aos cursos d’água, tanto no estuário quanto

no interior do manguezal é habitada principalmente por espécies marinhas, existindo

um pequeno número de água doce, como os “camarões de água doce” ou “pitus”,

pertencentes aos gêneros Macrobrachium e Potimirim.

Representando a infauna, destacam-se os moluscos bivalves (Anomalocardia

brasiliana, Tagelus plebeius, Iphigenia brasiliana, Phacoides pectinatus, enterrados

em substratos móveis, e espécies de Teredinidae, em pedaços de madeira,

provavelmente, de árvore de mangue), crustáceo estomatópode (Squila dubia),

crustáceos isópodes, poliquetas e crustáceos decápodes (Alpheus haeterochaelis,

Callianassa jamaicensis), também em substratos móveis. Todas essas espécies são

de hábito alimentar predominantemente detritívoro, o que caracteriza a infauna

estuarina, pois com as condições em que se encontram esses habitats, os filtradores

são excluídos ou pouco adaptados (Oliveira et al, 1988).

A epifauna está representada principalmente pelos crustáceos decápodes

vágeis, como os camarões (Penaeus spp, Macrobrachium spp, Potimirim potimirim,

Palemon spp, Sicyonia spp), os paguros (Clibanarius spp), e os siris (Callinectes

spp). Os paguros ocupam conchas de gastrópodes dos gêneros Thais, Phallim e

Tegula.

A Zona Mediolitoral, que corresponde aos solos entre as preamares e baixa

marés médias, as raízes aéreas e a base dos troncos de mangues apresenta uma

fauna tipicamente estuarina, e sua distribuição depende unicamente da existência do

substrato adequado, estando condicionada à presença dos bosques de mangue e

crustáceos decápodes vágeis. Entre os mais comuns deste grupo estão os “aratus”

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 85

(Aratus pisonis, Goniopsis cruentata, Pachygrapsus transversus, vivendo tanto no

solo como nas árvores), o “caranguejo uçá” Ucides chordatus e os “chamas mare”

(Uca sp,) em locas no solo. Estes representantes são considerados como elementos

característicos da fauna bêntica dos estuários e manguezais do Nordeste, exercendo

papel fundamental na aeração do substrato.

Outro elemento desta fauna vágil, é o gastrópode pulmonado, Melamphus

coffeus, que vive no solo, geralmente em lugares de sombra densa, em quantidade

considerável. Além desta fauna vágil, existe uma epifauna fixa, formada

principalmente pelo bivalve Crassostrea rhyzophore e crustáceos cirrípedes, as

“cracas”, dos gêneros Chthamalus e Balanus, instalada nas raízes áreas dos

mangues.

Já a Zona Supralitoral corresponde aos troncos e ramos de mangues vivos e a

porção marginal do manguezal, situada acima do nível médio das preamares.

A fauna desta zona contém as espécies de crustáceos decápodes chamadas

semi terrestres, como o guaiamum (Cardisoma guanhumi) e o crauça (Ocypode

quadrata), em tocas no substrato mais arenoso. Alguns aratus, na baixa mar,

também invadem esses solos e os troncos das arvores. Algumas espécies

tipicamente terrestres, como ortópteros, coleóptero, lepidópteros, dípteros,

himenópteros, odonatas são observados com frequência no solo ou sobre a

vegetação.

Os peixes desempenham importante papel ecológico nos ambientes

estuarinos: transformam energia a partir de fontes primárias; conduzem energia,

ativamente, através da cadeia trófica; proporcionam troca de energia entre

ecossistemas vizinhos, através da importação e exportação; constituem uma forma

de armazenamento de energia dentro do ecossistema, através de seus

componentes residentes; funcionam como agentes de regulação energética, por se

tratar de populações que se deslocam, cíclica ou regularmente.

Há uma grande diversidade de espécies nesses ecossistemas, o que indica

complexa estratégias reprodutivas e alimentícias, padrões de migrações e uma

estreita relação peixe-habitat. As espécies de origem marinha são dominantes

(Oliveira, 1993) e, segundo Yáñez- Arancibia (1985), cerca de 80% das espécies

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 86

costeiras têm uma relação com esses ambientes. De um modo geral a ictiofauna

estuarina está representada pelos seguintes componentes:

1- Espécies marinhas, que obrigatoriamente utilizam os ambientes estuarinos,

seja por exigência de alimentação, seja para completar o ciclo reprodutivo.

Exemplos: “tainhas” Mugil spp, “carapebas” Diapterus spp, “carapicus”

Eucinostomus spp, “pescadas” Cynoscion spp, “camurim” Centropomus spp,

entre outras.

2 - Espécies marinhas, visitantes sem aparente exigência estuarina,

representados por indivíduos geralmente jovens que procuram abrigo.

Exemplos: “xaréus” Caranx spp, “pampos” Trachinotus spp, “cioba” Lutjanus

analis, “dentão” Lutjanus apodus e Lutjanus jocu, “garoupa” Micteroperca

bonaci, “ubarana” Elops saurus, entre outras.

3- Espécies residentes permanentes, de origem marinha ou de água doce, que

passam todo o seu ciclo de vida nos ambientes estuarinos. Exemplos:

“morés” Gobionellus spp, Gobioides broussonetti, Eleotris pisonis, Awaous

taiasica, “barrigudinho” Poecilia vivipara, entre outras.

4- Espécies de água doce, que passam todo o seu ciclo de vida na água doce,

visitando ocasionalmente as águas estuarinas. Exemplo: “cará” Geophagus

sp e Astianax bimaculatus.

A grande abundância de invertebrados e peixes nos estuários e manguezais

atrai muitas espécies de aves para se alimentarem. Além do mais, muitas encontram

aí condições ideais para nidificação, para proteção ou para pousada em suas rotas

de migração. As aves desempenham um papel ecológico acentuado nesses

ecossistemas, atuando como regulador das populações de peixes e de

invertebrados, transportando energia para o ecossistema terrestre, e, através de

seus dejetos, proporcionando um aumento da matéria orgânica. Frequentam essas

áreas as seguintes espécies: Garça branca (Egretta thula), socozinho (Butorides

striata), Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), martim pescador (Megaceryle torquata),

maçarico-de-bico-torto (Numenius hudsonicus) e saracura do mangue (Aramides

mangle).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 87

FIGURA 5-28– EGRETTA THULA (GARÇA-BRANCA-PEQUENA).

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

FIGURA 5-29– NUMENIUS HUDSONICUS (MAÇARICO-DE-BICO-TORTO).

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

Outros vertebrados citados pela população foram: Mamíferos - guaxinim

(Procyon cancrivorus) e raposa (Cerdocyon thous); e répteis como Boa constrictor,

Ameiva ameiva, Tupinambis merianae, Iguana iguana e o jacaré Paleosuchus

palpebrosum.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 88

FIGURA 5-30– PEGADAS DE PROCYON CANCRIVORUS (GUAXINIM).

Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).

Devido ao elevado grau de antropização, associado às características naturais

do ambiente de praia e berma da ADA e AID, não foram encontradas muitas

espécies de tetrápodes nas áreas do projeto e em suas adjacências.

A fauna encontrada na ADA e AID apresentam seus principais aspectos

biológicos descritos a seguir:

HERPETOFAUNA

Ameivula ocellifera

Assim como a espécie anterior, Ameiva ameiva, faz parte da família Teiidae. É

a de maior distribuição dentro do grupo ocellifer, ocorrendo no Cerrado, na Caatinga

e nas restingas ao longo da costa do nordeste brasileira (VANZOLINI et al. 1980;

DIAS; ROCHA, 2007). Menezes et al. (2011) em um estudo realizado em Morro do

Chapéu, Estado da Bahia, Nordeste do Brasil, mostrou que a dieta da população

estudada foi composta principalmente de artrópodes, como isópteros, ortópteros,

baratas e larvas (MENEZES et al., 2011).

Tropidurus hispidus (Spix, 1825)

Faz parte da família Tropiduridae caracterizada por lagartos de tamanho

pequeno a moderado, com cabeça facilmente distinguível do pescoço, membros e

dedos bem desenvolvidos e cauda com tamanho maior ou igual ao tamanho do

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 89

corpo (SILVA; ARAÚJO, 2008). A maioria do tropidurídeos tem escamas ásperas e

uns poucos são de aparência espinhosa, assim como Tropidurus hispidus.

AVES

As aves, além de representarem vários papéis biológicos, são reconhecidas

como os melhores bioindicadores da qualidade ambiental, por serem um grupo

relativamente fácil de estudar, pelo grande número de informações já conhecidas

sobre sua sistemática e por se distribuírem por todos os ecossistemas terrestres,

onde ocupam os mais variados nichos ecológicos e tróficos das florestas, desde o

piso até as copas das árvores (DÁRIO, 2000).

Foram identificadas 52 espécies de aves, pertencentes a 31 famílias, sendo

Thraupidae a família com maior diversidade de espécies (Coereba flaveola, Dacnis

cayanna, Paroaria dominicana, Sporophila albogularis e Tangara sayaca), seguida

de Cuculidae (Crotophaga ani, C. major, Guira guira, Piaya cayanna e Tapera

naevia) e Columbidae (Columbina passerina, C. squammata, C. talpacoti e

Patagioenas picazuro).

As espécies mais representativas da área foram Pitangus sulphuratus, sendo

encontrada em todas as unidades amostrais do empreendimento, seguidas de

Polioptila plumbea e Tyrannus melancholiccus.

Caracara plancus (Miller, 1777)

Ave de porte médio para grande, caracterizada pelo contraste entre a

coloração negra do alto da cabeça e do corpo com o pescoço, rabadilha e baixo

ventre amarelo-claro e pele da face nua e vermelha. Quando em voo, destaca-se a

mancha próxima à ponta da asa, peculiaridade que divide com o gavião-

carrapateiro. O jovem é semelhante ao adulto. É um parente dos falcões, adaptado

aos ambientes abertos, alimentando-se principalmente de carniça, insetos e

pequenos animais capturados no chão. Podem ser observados em bordas de

reflorestamento e outros ambientes, mesmo os modificados pelo homem.

Crotophaga ani Linnaeus, 1758

Frequenta normalmente os enclaves de vegetação rala e as margens dos

caminhos. É ave que vive no interior dos arbustos, das ervas e na orla da mata, à

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 90

procura de artrópodes e pequenos vertebrados. Caça em grupo. Altamente gregário,

tem reprodução comunitária, com várias fêmeas depositando seus ovos no mesmo

ninho e colaborando na criação dos filhotes. Caminha em grupo nos gramados em

busca de insetos, seu alimento principal. Sobe às costas do gado ou de cavalos para

capturar insetos espantados pelos animais em movimento. Cada grupo tem seu

próprio território, que defende de outros bandos.

Guira guira (Gmelin, 1788)

Até certo ponto são beneficiados pelo desaparecimento da mata alta, pois

vivem em campos, lavouras e ambientes mais abertos. Animais carnívoros em geral

são seus predadores naturais. Algumas espécies da família Columbidae como as

rolinhas se assustam com o aparecimento de anus-brancos. O anu-branco por sua

vez enxota o gavião-carijó (Rupornis magnirostris) quando estes pousam nas

imediações do seu ninho.

Mimus gilvus (Vieillot, 1807)

Aves típicas do litoral atlântico, arenoso, salino, de vegetação esparsa

(restinga), rica em cactos. O sabiá-da-praia (Mimus gilvus), está restrito basicamente

ao litoral e pode ser diferenciado do sabiá-do-campo (Mimus saturninus) por

apresentar as partes superiores com coloração cinza e as partes inferiores bem

claras, quase brancas. Os olhos dos indivíduos adultos da espécie são alaranjados.

Espécie sem dimorfismo sexual. A vocalização é notável pela maestria com que

imitam os cantos e chamados de outras aves.

Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766)

Alimenta-se de uma vasta gama de víveres que vão desde artrópodes e filhotes

de outras aves, até peixes e frutas. O ninho tem a forma cilíndrica, feito nas árvores

com gravetos, palhas e outros materiais em alturas que variam de 3 a 12 metros. A

entrada é uma espécie de túnel, em posição lateral com saída em declive. É uma

das aves melhor adaptadas ao ambiente de jardins urbanos. Nas áreas rurais e

reservas, é encontrado em pomares e borda da mata ciliar.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 91

Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788)

Espécie de amplitude ecológica grande, frequenta toda área, seja em voo, seja

pousado, normalmente nas árvores mais altas. Caça aves, répteis, roedores e

anfíbios.

Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819

A partir do poleiro, realiza um voo de poucas até dezenas de metros, em todas

as direções, apanhando a presa no ar. Classicamente, retorna ao local de origem

para consumi-la, muitas vezes batendo fortemente no galho para matar ou estonteá-

la. Está em seu poleiro nas primeiras horas da manhã e muitas vezes permanece

todo o dia, apesar do sol e calor. Além de insetos, alimenta-se de frutos, esses

últimos muito consumidos por aves em migração. Costuma ficar pousado em

poleiros expostos, seja na parte alta da mata, seja em arbustos. Usa também fios,

cercas e estruturas criadas pela ação humana.

MAMÍFEROS

Callithrix jacchus (Linnaeus, 1758)

Esta espécie é endêmica do Brasil e ocorre nos biomas Caatinga e Mata

Atlântica. Os saguis são animais de pequeno porte e caracterizam-se pela presença

dos tufos circum-auriculares. São primatas arborícolas que habitam várias

fisionomias vegetais, podendo inclusive ocorrer em vegetação secundária,

perturbada e fragmentada (RYLANDS; FARIAS, 1993).

É uma espécie onívora, podendo se alimentar de frutos, insetos, néctar,

exsudados de plantas, sementes, ovos de aves, etc. Mesmo com a vasta dieta, a

área de vida dos saguis é influenciada pelos recursos alimentares, na qual varia de

0,5 a 3, hectares.

Didelphis albiventris (Lund, 1840)

Esta espécie também possui uma ampla distribuição na América latina, incluindo

porções leste e centro-oeste do Brasil, Paraguai, Uruguai, as regiões norte e central

da Argentina e sul da Bolívia (REIS, 2011). O gênero Didelphis apresenta ocorrência

para todos os biomas brasileiros.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 92

O timbu, cassaco ou mucura é uma espécie onívora (FONSECA et al., 1996) e

alimenta-se, principalmente, de frutos, insetos, pequenos roedores, rãs, cobras e

lagartos. É uma espécie solitária, mas pode ser encontrada aos pares na época

reprodutiva. Possui hábitos crepusculares e noturnos, buscando abrigos em ocos de

árvores, entre as raízes e troncos caídos.

5.3. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO ANTRÓPICO

5.3.1. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

De acordo com os dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística - IBGE, o município de Trairi tem uma população total de 51.422

habitantes, sendo 51,41% de homens e 48,59% de mulheres, com uma taxa

geométrica de crescimento anual de 1,45%. Apresenta uma densidade demográfica

de 55,55 hab/km2.

Tomando-se os dados do Censo de 1991, havia um total de 36.344 habitantes

no município de Trairi, sendo 51,38% de homens e 48,62% de mulheres, com uma

taxa geométrica de crescimento anual de 1,79%. Observa-se que o crescimento

populacional entre os anos de 1991 a 2000 foi de 18,38%, tendo uma elevada taxa

geométrica anual, que passou de 1,79% para 2,28%. De 2000 a 2010, houve uma

queda na taxa geométrica de crescimento anual, passando para 1,45%. Em 2000

havia um total de 44.527 habitantes no município, sendo 51,52% de homens e

48,48% de mulheres. Em 2010 havia um total de 51.422 habitantes no município,

sendo 51,41% de homens e 48,59% de mulheres.

O Quadro 5-2 apresenta a evolução do crescimento populacional, de acordo

com os dados do IBGE de 1991, 2000 e 2010.

QUADRO 5-2 - POPULAÇÃO RESIDENTE NO MUNICÍPIO DE TRAIRI – 1991 A 2010.

Ano Homens Mulheres Total Taxa Geométrica de Crescimento Anual

1991 18.675 17.669 36.344 1,79

2000 22.942 21.585 44.527 2,28

2010 26.437 24.985 51.422 1,45

Fonte: IBGE – Censo Demográfico – 1991, 2000, 2010.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 93

Segundo o Censo de 2010, a população do município de Trairi por distritos

apresenta o distrito Sede em 1º lugar com 29,33% do total, em segundo Canaan

com 23,49%, em terceiro Mundaú com 14,73%, em quarto Gualdrapas com 14,24%,

em quinto Córrego Fundo com 10,47% e, por último, Fleicheiras com 7,75% da

população.

Diferente da Sede municipal, a população nos três distritos se concentra na

zona rural, Canaã com 82%, Flecheiras com 57% e Mundaú com 52% (Gráfico 5-4).

A distribuição da população, segundo o sexo, por situação do domicílio, mostra

certa igualdade. A Sede municipal apresenta 49,72% de seus habitantes do sexo

masculino e 50,28% do sexo feminino, Fleicheiras tem 51,26% do sexo masculino e

48,74% do sexo feminino, Canaan com 51,97% do sexo masculino e 48,03% de do

sexo feminino, Gualdrapas com 52,85% do sexo masculino e 47,15% de do sexo

feminino, Córrego Fundo com 52,6% do sexo masculino e 47,4% de do sexo

feminino, e Mundaú com 51,73% do sexo masculino e 48,27% de do sexo feminino.

Diferentemente dos outros distritos do município de Trairi, nota-se no distrito Sede a

maioria do sexo feminino.

As Tabelas 5-1 e 5-2 e seus respectivos gráficos apresentam a distribuição da

população do município por sexo, segundo o domicílio.

TABELA 5-1– DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE TRAIRI NA ZONA RURAL – 2010

(POR SEXO, SEGUNDO O DOMICÍLIO). Município e

distritos Total Homens Mulheres

Rural Total Homens Mulheres

Trairi (Sede) 15.080 7.498

(49,72%) 7.582

(50,28%) 4.925

2.567 (52,12%)

2.358 (47,88%)

Mundaú 7.572 3.917

(51,73%) 3.655

(48,27%) 4.080

2.165 (53,06%)

1.915 (46,94%)

Canaan 12.080 6.278

(51,97%) 5.802

(48,03%) 10.121

5.301 (52,38%)

4.820 (47,62%)

Flecheiras 3.984 2.042

(51,26%) 1.942

(48,74%) 2.544

1.326 (52,12%)

1.218 (47,88%)

Gualdrapas 7.322 3.870

(52,85%) 3.452

(47,15%) 6.098

3.250 (53,3%)

2.848 (46,7%)

Córrego Fundo

5.384 2.832

(52,6%) 2.552

(47,4%) 4.870

2.571 (52,79%)

2.299 (47,21%)

TOTAL 51.422 26.437 24.985 32.638 17.180 15.458 Fonte: IBGE, Censo 2010.

Page 95: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 94

TABELA 5-2– DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE TRAIRI NA ZONA URBANA –

2010 (POR SEXO, SEGUNDO O DOMICÍLIO). Município e

distritos Total Homens Mulheres

Urbana Total Homens Mulheres

Trairi (Sede) 15.080 7.498

(49,72%) 7.582

(50,28%) 10.155

4.931 (48,56%)

5.224 (51,44%)

Mundaú 7.572 3.917

(51,73%) 3.655

(48,27%) 3.492

1.752 (50,17%)

1.740 (49,83%)

Canaan 12.080 6.278

(51,97%) 5.802

(48,03%) 1.959

977 (49,87%)

982 (50,13%)

Flecheiras 3.984 2.042

(51,26%) 1.942

(48,74%) 1.440

716 (49,72%)

724 (50,28%)

Gualdrapas 7.322 3.870

(52,85%) 3.452

(47,15%) 1.224

620 (50,65%)

604 (49,35%)

Córrego Fundo

5.384 2.832

(52,6%) 2.552

(47,4%) 514

261 (50,78%)

253 (49,22%)

TOTAL 51.422 26.437 24.985 18.784 9.257 9.527 Fonte: IBGE, Censo 2010.

De acordo com os dados dos últimos três recenseamentos demográficos, o

município de Trairi caracteriza-se ainda como sendo um município rural.

Atualmente 63,47% dos habitantes do município de Trairi moram na zona rural

e 36,53% na zona urbana.

Quanto à composição por faixa etária, conforme Censo de 2010, Trairi

apresenta uma população predominantemente jovem, INFRAESTRUTURA FÍSICA

Com relação ao tipo de imóvel, tanto na Sede do município de Trairi como na

zona rural, ocorrem predominantemente domicílios de pequeno e médio porte,

construídas em alvenaria, cobertas por telhado de material argiloso e sem padrão

arquitetônico definido ou de destaque. Apenas os imóveis mais antigos guardam

uma diferenciação arquitetônica em comparação aos demais.

Na zona litorânea, a diferenciação arquitetônica dos imóveis é mais significativa

e diversificada, podendo-se agrupá-los em três categorias:

• a primeira mantida pelas comunidades litorâneas ou nativas, caracterizada

pelos imóveis rústicos e simples;

• a segunda categoria é decorrente da ocupação para o lazer e os imóveis,

sendo caracterizados pelo grande porte e maior suntuosidade. Eles são bem

Page 96: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 95

vistos nas praias de Flecheiras e Guajiru, e pertencem a veranistas ou são

destinados ao aluguel a turistas; e,

• a terceira categoria, que tem como principal fim a acomodação coletiva de

turistas, são as pousadas e os hotéis.

O município como um todo, de acordo com o Censo do IBGE em 2010, possui

um número elevado de domicílios na área rural, com 62,22%, e na área urbana

apenas 37,78% de domicílios, com uma média de moradores por domicílio de 3,70 e

3,95 respectivamente.

O município de Trairi é beneficiado com energia elétrica fornecida pela CHESF

de Fortaleza e distribuída pela Companhia Energética do Estado do Ceará -

COELCE.

A rede de distribuição chega a Paraipaba com uma tensão de 69 kv de

potência, chegando à sede de Trairi com 13,8 kv. A potência instalada é de 20,0

MVA.

No município de Trairi ocorre a presença de centrais geradoras eólicas ou

parques eólicos, que transformam energia do vento em energia útil, utilizando

aerogeradores para produzir eletricidade. Existem diversos parque eólicos, tais

como: CGE Trairi, CGE Mundaú, CGE Fleixeiras I, CGE Guajiru, CGE Embuaca, etc.

Em 2013 no município de Trairi, de acordo com dados da COELCE, o total de

consumidores foi de 31.205, consumindo 18.256 MWh de energia, sendo que a

maior parte do consumo era da classe residencial (14.126 MWh), seguido da classe

rural (8.842 MWh), da classe público (3.814 MWh), da classe comercial (2.442

MWh), da classe industrial (1.933 MWh) e, por último, da classe próprio com 49

MWh de consumo total.

O município de Trairi, de acordo com dados dos Correios de 2015, conta com

nove agências, sendo uma central (na Sede) e oito comunitárias, presentes nas

comunidades Canaan, Córrego Fundo, Flecheiras, Guajiru, Gualdrapas, Mundaú,

Munguba e Campestre de Trairi. A agência da Sede conta com o serviço de banco

postal.

Referente a telefonia, o município de Trairi conta com os serviços de telefonia

fixa e móvel. Na telefonia fixa, segundo dados de 2013 da operadora, exitem 1.007

Page 97: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 96

linhas telefônicas. Sobre a telefonia móvel, ocorre a presença de todas as

operadoras.

Quanto às comunicações de massa, além de receber a transmissão das

principais rádios da capital do Estado e dos municípios circunvizinhos a este, o

município de Trairi conta também com duas emissoras de rádios educativas

comunitárias, que dão assistência à população com informações sobre prevenção de

doenças, vagas para empregos e outras. São elas: a Rádio FM Comunitária

Fundação Sócio-educativa Celso Barroso – FM 90.1 e a Rádio Litorânea FM –

Associação Comunitária – 98.5 FM.

Os meios de transporte mais utilizados pela população local, tanto para se

locomover como para facilitar o escoamento de suas mercadorias são motocicletas,

automóveis, ônibus, caminhões, tendo-se ainda bicicletas cavalos, carroças e até o

típico transporte nordestino, que é o caminhão “pau de arara”, que transporta a

população de uma comunidade à outra. Para as atividades da pesca existem as

jangadas, os barcos lagosteiros e outros.

Para fazer passeio turístico pelas praias do município de Trairi, encontram-se à

disposição os buggys e os barcos que levam a um passeio no rio Mundaú. Tem-se

ainda uma balsa que faz a travessia da praia de Mundaú à praia da Baleia em

Itapipoca, os buggys e os carros de tração que optam pelo deslocamento pela praia.

Para o transporte aéreo há um campo de pouso para aeronaves de pequeno

porte, contando com uma pista de 1.200 m de extensão e largura de 20 metros. Mas

ele é raramente utilizado, a não ser como transporte de pessoas a serviço de

autoridades. Com relação a pistas de pouso oficiais, as mais próximas são de

Fortaleza (Aeroporto Pinto Martins), distante cerca de 100 km (em linha reta) e de

Sobral (Aeródromo de Sobral), distante 130 km (em linha reta).

O abastecimento de água na Sede municipal de Trairi é realizado pela

Companhia de Água e Esgoto do Ceará – CAGECE, onde esta água é captada do

reservatório da lagoa de Criancó, localizada a cerca de 3 km da Sede, para uma

caixa d'água clorada e distribuída por gravidade para a população. O tratamento da

água é feito por filtração e aplicação de hipocal, sendo recolhida uma amostra, que é

levada a cada 2 meses para análise. Os demais distritos são abastecidos por poços

Page 98: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 97

profundos e/ou chafarizes públicos, todos sob orientação da CAGECE e

administração da Prefeitura Municipal.

A CAGECE adquiriu a outorga para exploração dos serviços de abastecimento

de água e esgotamento sanitário no município de Trairi, através da Lei Municipal Nº

501/2010. O prazo para a exploração dos serviços é de 30 anos, onde estão

incluídos os serviços de exploração, execução de obras, ampliações, melhorias no

sistema, além de implantar, fazer, ampliar, melhorar e administrá-lo com

exclusividade.

Para o controle de doenças transmitidas pela água contaminada, a população é

prevenida através de panfletos, distribuição de hipoclorito de sódio pelos agentes do

programa de saúde da família.

O Sistema de esgotamento sanitário é bastante insignificante, compreendendo

somente a Sede municipal de Trairi, contando com 480 ligações reais,

representando 26,96% da taxa de cobertura urbana. Todo o esgoto vai para a

Estação de Tratamento de Efluentes - ETE, quando depois lançado nas lagoas de

estabilização, onde se faz um tratamento final para logo serem lançados no rio Trairi.

Visto que o saneamento ambiental visa a proporcionar ao homem um ambiente

que garanta as condições adequadas para a promoção de sua saúde, a população é

afetada por não ter um adequado destino final para todos os seus efluentes. A opção

encontrada pelo restante da população é o uso de fossas sépticas, mas nem todos

utilizam esse processo, arriscando a própria saúde, utilizando-se de valas a céu

aberto ou simplesmente enterrando ou jogando em terrenos baldios, por falta de

informações e/ou de condições financeiras.

O sistema de escoamento das águas pluviais é feito somente por uma rede de

drenagem, localizada na rua principal da Sede do município, que também

desemboca no rio Trairi.

De acordo com dados do Censo de 2010, no município de Trairi apenas 14,6%

dos domicílios não apresentavam banheiros, 3,5% estavam ligados a rede geral ou

pluvial, 2,84% apresentavam fossa séptica 79,05% apresentavam outra fonte de

esgotamento sanitário.

O serviço de limpeza urbana fica a cargo da municipalidade, compreendendo

coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos, varrição e poda.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 98

O serviço de coleta na Sede municipal ocorre em dias alternados a cada 2 ou 3

dias por semana. As coletas são realizadas a partir de depósitos colocados

estrategicamente para acondicionamento provisório do lixo doméstico, sendo

transportado através de caminhões. Apesar disto, ainda se pode encontrar

deposição de resíduos sólidos às margens das estradas e drenagens da região,

evidenciando-se que ele é despejado aleatoriamente pela população sem os devidos

cuidados.

Os resíduos sólidos, domésticos e comerciais da Sede municipal e dos distritos

de Mundaú e Canaan são destinados a um vazadouro público, localizado em

Muribeca e distante aproximadamente 5 km da Sede municipal. Os das localidades

praianas são destinados em um lixão entre Canaan e Mundaú.

Esta é uma forma ambiental e sanitariamente incorreta, pois todo o lixo é

descarregado sobre o solo sem nenhuma medida de proteção ao meio ambiente e

para a saúde pública, proliferando os vetores de doenças (moscas, baratas, ratos,

etc.), gerando maus odores e poluição do solo e das águas superficiais e

subterrâneas pelo chorume. Toma-se apenas cuidado com o resíduo hospitalar, que

é de grave contaminação, sendo selecionado e depositado em outro local e em

seguida queimado. Alguns dos resíduos recicláveis são selecionados por catadores,

sob orientação municipal, que tiram com a venda desse material, um meio para sua

sobrevivência.

Na maioria das localidades há uma frequência regular de coleta de lixo, sendo

mais comum o uso de depósitos removíveis, distribuídos no centro das mesmas.

Existem também algumas localidades em que a população não tem onde colocar o

lixo, ficando assim em uma situação ainda mais difícil, tendo que enterrar, queimar

ou jogá-lo em terrenos baldios.

Ocorre a presença de catatodores para a realização do manejo dos resíduos

sólidos do vazadouro público.

5.3.2. INFRAESTRUTURA SOCIAL

Tratando-se do Sistema Público de Saúde, de acordo com dados de 2013 da

Secretaria de Saúde do Estado do Ceará – SESA, o município de Trairi é atendido

Page 100: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 99

totalmente pela rede pública e conta com 20 unidades, e apresenta um quadro com

176 profissionais que atendem a população revezando-se nas unidades de saúde.

A Secretaria de Saúde do município de Trairi desenvolve o Programa de Saúde

da Família. Cada equipe é composta por um médico, uma enfermeira, uma

assistente de enfermagem e um agente de saúde, que fazem o acompanhamento

das famílias do município, com a periodicidade de uma visita por semana ou a cada

quinze dias. Eles levam informações sobre prevenção de doenças, sobre o período

de vacinação, aleitamento materno, sobre os remédios caseiros, como o soro para a

desidratação é usado e vários outros programas.

Em caso de doenças ou de emergências mais graves, o paciente é

encaminhado ao hospital do município mais próximo, Itapipoca, ou é levado à

Fortaleza, porque o hospital municipal não possui um quadro de médicos com

especialidades satisfatórias e nem há equipamentos necessários.

Os principais indicadores de saúde no ano de 2013 mostraram que nesta área

também há poucos leitos por cada mil habitantes. Em 2000, a taxa de mortalidade

infantil era de 21 para cada 1.000 nascidos vivos. Já em 2013, houve queda

representativa, passando para 10,23 para cada 1.000 nascidos vivos, abaixo do

índice do Estado do. Atribui-se isso ao programa de saúde da família, que está

mostrando melhora em seus resultados.

Em relação à cobertura vacinal em menores de 1 ano, a população é bem

assistida, com quase 100% de imunização. As doenças mais comuns registradas

são os casos de diarreia, desidratação, problemas respiratórios, AVC (doenças

vasculares), viroses e a dengue.

Na área da educação, de acordo com dados de 2013 da Secretaria da

Educação do Estado do Ceará – SEDUC, o município de Trairi contava com 54

estabelecimentos de ensino nos seguintes níveis: educação infantil, ensino

fundamental, ensino médio, ensino superior e o supletivo.

Com relação à dependência administrativa, 85,19% seriam de responsabidade

da administração municipal, 9,26% da administração estadual e 5,56% da

administração particular.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 100

GRÁFICO 5-2 - ESTABELECIMENTOS DE ENSINO POR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA NO

MUNICÍPIO DE TRAIRI – 2013.

Fonte: IPECE, 2014.

Referente ao nível de escolaridade do município de Trairi, de acordo com

dados de 2013 da Secretaria da Educação do Estado do Ceará – SEDUC, na

educação infantil existem 39 escolas, sendo 37 municipais e duas particulares.

Sobre o número de docentes existem 171, sendo 162 da rede municipal e nove na

rede particular. Com relação ao número de matrículas foram registradas 2.588,

sendo 2.428 na rede municipal e 160 na rede particular.

O município de Trairi, segundo dados de 2013 do Ministério do Trabalho e

Emprego – MTE, obteve o número de 2.820 empregos formais. Quanto ao número

de empregos formais por gênero, a população do sexo masculino ocupou 1.325

empregos, e a do sexo feminino 1.495 empregos.

Quanto ao número de empregos formais por atividade econômica, destacam-se

a administração pública que ocupa 1.859 vagas, seguido pelo setor de serviços com

333 vagas e pela indústria de transformação com 309 vagas. Dessa forma fica

caracterizado que o município de Trairi possui uma economia diversificada.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 101

GRÁFICO 5-3 – EMPREGOS FORMAIS NO MUNICÍPIO DE TRAIRI – 2013.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego, RAIS, 2013.

GRÁFICO 5-4 – EMPREGOS FORMAIS, POR GÊNERO, NO MUNICÍPIO DE TRAIRI – 2013.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego, RAIS, 2013.

5.3.3. ECONOMIA

A vocação econômica do município de Trairi é o setor terciário, constituído pelo

comércio e os serviços, com 59,83% em segundo o setor secundário com 25,54% e

o setor primário com 14,64% (IPECE, 2014).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 102

O Quadro 5-3 e o Gráfico 5-5 apresenta o Produto Interno Bruto do município

de Trairi no ano de 2011.

QUADRO 5-3 - PRODUTO INTERNO BRUTO – 2011 – TRAIRI. SETOR % Primário 14,64

Secundário 25,54 Terciário 59,83

Fonte: IPECE, 2014.

GRÁFICO 5-5 - PRODUTO INTERNO BRUTO – 2011 – TRAIRI.

Fonte: IPECE, 2014.

Nas principais comunidades do município, as atividades econômicas que se

destacam são a pesca da lagosta e o pescado em Mundaú; a plantação de cana-de-

açúcar, com a produção de rapadura em Canaan; e, a produção de coco, a pesca e

o turismo em Flecheiras e Guajiru. De modo especial, lazer e turismo apresentam-se

como mais uma possibilidade para o crescimento da economia local.

O município de Trairi tem como atividades prioritárias a cultura do caju de

sequeiro, da mandioca, da manga, e do melão e da melancia irrigados; a

agroindústria com a fabricação de conservas de caju, de outras frutas e hortaliças e

o extrativismo com a pesca artesanal.

Para as transações financeiras, o município de Trairi conta com a presença do

Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal, além dos serviços dos

postos de atendimentos, banco postal dos Correios e agências lotéricas.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 103

Na produção extrativa destacam-se a diatomita, o barro ou argila, utilizada na

fabricação artesanal de telhas e tijolos em olarias, o sal marinho, a lenha, a madeira

em torrões, a castanha e as algas marinhas.

Os principais produtos cultivados por produção são: coco da baía, mandioca,

cana-de-açúcar, castanha de caju, feijão e milho.

O Quadro 5-4 demonstra os principais produtos agrícolas produzidos nas

lavouras do município de Trairi, com o seu valor de produção no ano de 2013, de

acordo com dados do IBGE.

Na área do extrativismo vegetal, de acordo com dados de 2014 da Produção

Extrativa Vegetal realizado pelo IBGE, um dos grandes problemas deste setor é a

vasta exploração de lenha, que é usada como energia para fábricas e para uso

residencial, destruindo cada vez mais as grandes matas existentes nos tabuleiros

(Quadro 5-5).

QUADRO 5-4 - LAVOURAS PERMANENTES E TEMPORÁRIAS NO MUNICÍPIO DE TRAIRI - 2013.

Produto Área (ha) Quantidade produzida

Valor de produção (R$

mil) Banana 90 405 t 162 Batata-doce 20 100 t 100 Cana-de-açúcar 176 2.816 t 197 Castanha de caju 11.837 657 t 1.577 Coco-da-baía 6.789 19.637 mil frutos 14.146 Feijão (em grãos) 2.834 512 996 Mandioca 2.884 11.536 t 4.038 Manga 16 58 t 17 Milho (em grãos) 2.784 501 t 251 Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal, 2014.

QUADRO 5-5 – EXTRATIVISMO VEGETAL NO MUNICÍPIO DE TRAIRI - 2014.

Produto Quant. produzida Valor da produção (R$

mil) Carnaúba (fibra) 25 t 45 Carnaúba (pó) 43 t 272 Carvão vegetal 13 t 9 Lenha 25.200 t 189 Fonte: IBGE, Produção Extrativa Vegetal, 2014.

O extrativismo animal é representado pela pesca marinha, atividade econômica

de grande importância para o município de Trairi, principalmente nas comunidades

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 104

litorâneas, a qual é feita em barcos, canoas e manualmente com uso de tarrafas ou

de redes de pesca e realizada em alto mar em embarcações e currais para a captura

de pequenos peixes. Há presença de ancoradouros naturais.

Encontra-se uma rica variedade de peixes e mariscos, destacando a pesca de

lagosta, o caicó, a cavala e o camurupim, fornecendo uma fonte de lucro e de

sobrevivência paras as comunidades. Referente à piscicultura no município de Trairi

destaca-se a produção de 7 toneladas de tilápia e à carcinicultura foram

comercializadas 412 toneladas de camarão.

Na pecuária, a criação de galos, frangos, frangas e pintos tem a maior

quantidade de rebanho do município de Trairi, representanto 67,28% do total e em

seguida o de galinhas com 13,1%.

A indústria é o segundo setor em representatividade no município de Trairi,

onde 76 estabelecimentos estão ativos no município de Trairi, segundo dados de

2013 da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará - SEFAZ.

Deste total existem 03 empresas de extração mineral, 50 empresas da indústria

de transformação, 06 empresas da construção civil e 17 empresas de utilidade

pública.

Das 50 indústrias de transformação, estas compreendem os gêneros de

produtos alimentares, produtos minerais não metálicos, madeira e bebidas, isto

porque a sua matéria-prima vem principalmente das atividades agrícolas exercidas

na região.

A Tabela 5-3 apresenta o número de estabelecimentos de indústrias de

transformação por gênero de atividades.

TABELA 5-3- NÚMERO DE EMPRESAS DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO, POR GÊNERO DE

ATIVIDADES, NO MUNICÍPIO DE TRAIRI – 2013.

Discriminação Quantidade de

Estabelecimentos Minerais não metálicos 6 Metalurgia 3 Mecânica 1 Material elétrico, eletrônico de comunicação 2 Madeira 5 Mobiliário 3 Material plástico 1 Vestuário, calçados, artefatos de tecidos, couros e peles

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 105

Discriminação Quantidade de

Estabelecimentos Produtos alimentares 14 Editorial e gráfica 1 Diversos 6 TOTAL 50

Fonte: SEFAZ/CE, 2013.

Outra atividade desempenhada no município Trairi é a indústria do sal marinho.

As condições naturais do local favorecem a sua produção, pois domina em toda

parte da costa um clima quente e seco favorecendo a evaporação. O número

reduzido de indústrias é devido à precária infraestrutura do local, como também à

falta de recursos financeiros e de matéria-prima ofertadas para essa região.

O setor terciário possui a maior porcentagem sobre o PIB municipal, tendo o

comércio varejista maior predominância no município.

A sede do município de Trairi é economicamente caracterizada pelo setor de

comércio e serviços.

O comércio varejista é representado por pequenos estabelecimentos bastante

diversificados, onde se podem encontrar desde gêneros alimentícios até joalherias,

óticas e material fotográfico. Existem também as feiras livres e de artesanato.

No setor de serviços podem ser incluídos os postos de combustíveis,

farmácias, oficinas mecânicas, lanchonetes, banco, escolas, postos de saúde,

correio, biblioteca e outros.

O turismo também é outro setor que vem a cada dia se destacando como uma

atividade econômica de grande importância, impulsionadora do desenvolvimento do

município de Trairi, gerando emprego e renda.

O município apresenta como atrativos naturais belas praias, enseadas,

lagamares, denso coqueiral, dunas móveis e fixas, ancoradouros de barcos e

jangadas, que apresentam um forte potencial turístico no contexto estadual. Em

virtude disso, o município de Trairi está inserido no Programa de Valorização da

Infraestrutura Turística do Litoral Oeste – Proinftur, onde municípios do Litoral Oeste

cearense estão recebendo investimentos para o desenvolvimento da infraestrutura

turística e preservação ambiental.

A área litorânea do município de Trairi compreende as praias de Mundaú

Flecheiras, Guajiru, Emboaca, etc., integrando a chamada “Costa do Sol Poente”.

Page 107: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 106

Em Mundaú pode-se apreciar grandes e móveis dunas brancas, que vez por

outra interditam a passagem, o encontro das águas do rio Mundaú com o mar.

Possui também uma Área de Preservação Ambiental do estuário do rio Mundaú,

conforme Decreto nº 25.414, de 29 de março de 1999, localizada na divisa dos

municípios de Itapipoca e Trairi.

Podem-se listar alguns atrativos culturais da região: festas juninas, festas

religiosas, como a festa da Padroeira Nossa Senhora do Livramento, a regata de

jangadas do Mundaú, o Festival das Algas em Flecheiras, o Festival do Camurupim

em Guajiru, e as vaquejadas. A hospedagem pode ser feita em hotéis ou em

pousadas encontradas em todas as praias do município.

Outro elemento dessa cadeia produtiva do setor terciário é o artesanato local,

que é uma atividade de grande importância para a região, pois além de gerar

emprego e renda para as famílias, mantém a tradição cultural de um povo passada

por várias gerações.

Por toda a vila de pescadores artesãs são encontradas facilmente, com suas

almofadas e bilros, produzindo peças de renda que caracterizam o artesanato local.

Além das rendas encontram-se trabalhos com bordados, labirintos, crochês,

cerâmicas e o cipó, que são vendidos em feiras, mercados e nas ruas do comércio.

5.3.4. SINOPSE SOCIOECONÔMICA DE MUNDAÚ

O núcleo urbano de Mundaú possui equipamentos urbanos tais como escolas

de ensino básico, médio e creches, posto dos correios, posto de saúde e de

remédios, atendimento de ambulatório e dentista, igrejas católicas e evangélicas,

cemitérios, praças públicas, pólo de lazer, entre outros equipamentos de

infraestrutura que beneficiam a comunidade local.

Em Mundaú, segundo dados do Censo de 2010, residem 7.572 habitantes

totalizando aproximadamente 1.500 famílias, com uma média de 5 pessoas por

família.

A tipologia das edificações habitacionais de Mundaú em sua grande maioria é

caracterizada por residências em alvenaria de pequeno e médio porte e em menor

quantidade casas construídas em taipa. Estão presentes as casas de veraneio que

foram construídas por pessoas que apreciam o lugar e que perfazem a população

flutuante dos finais de semana e feriados

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 107

A oferta de serviços públicos se resume com o fornecimento de energia elétrica

através da COELCE, a coleta de resíduos sólidos realizada Prefeitura Municipal de

Trairi, de segunda à sábado, auxiliada por lixeiras colocadas pela Prefeitura

Municipal na forma de tambores de metal, e a existência de um cemitério público.

O abastecimento de água é realizado através de poços ou bombas manuais,

construídos pela população, assim como as fossas sépticas, que substituem a rede

de esgoto. Existe infraestrutura de abastecimento de água da CAGECE, mas não

está funcionando. O sistema de esgotamento sanitário é realizado através da

destinação dos resíduos sólidos para fossas sépticas, muitas vezes construídas sem

nenhuma proteção e os dejetos são lançados diretamente no solo e a céu aberto.

O sistema de limpeza pública do distrito de Mundaú é realizado através da

coleta domiciliar diária de lixo apenas na área urbanizada através de um caminhão

coletor na Sede do distrito, sendo esse serviço de responsabilidade da Prefeitura

Municipal de Trairi. Verificam-se ainda algumas lixeiras espalhadas pela comunidade

para evitar que a população jogue o lixo nas ruas. Não há aterro sanitário.

Os representantes comunitários reforçaram a grande necessidade de

saneamento básico na comunidade.

A população de Mundaú é beneficiada pela existência dos Correios. A

comunidade conta com serviços de internet e lan houses. O serviço de telefoina fixa

é realizada pela operadora OI. As operadoras de telefonia móvel presentes são a

TIM, a CLARO, a OI e a VIVO.

Mundaú é servida por uma linha de ônibus da Viação Fretcar. A maioria dos

deslocamentos da população são realizados através de transportes informais,

topiques, vans e moto-táxis. Outro meio de transporte, muito comum em cidades do

interior, a carroça, é utilizada pelos agricultores para transportar ou comercializar

seus produtos.

Na área urbana, a maioria das vias são pavimentadas e a rodovia CE- é a

principal via de acesso.

Em Mundaú ocorre a existência de sete estabelecimentos de ensino, sendo

duas creches, três do ensino básico, mantido pela Prefeitura de Trairi e dois do

ensino médio, mantido pelo Governo do Estado do Ceará.

Page 109: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 108

Referente aos serviços de saúde é constatada a presença de um posto de

saúde, um posto de remédios e duas farmácias.

Duas agentes de saúde realizam as suas atividades em Mundaú. Um médico

realiza atendimento no posto de saúde. Para atendimento dentário, ocorre

atendimento no posto de saúde diariamente. Para atendimentos de urgência e

emergência, a população recorre a estes serviços na Sede municipal ou na capital.

As doenças mais comuns em Mundaú são verminoses (mais comum em

crianças), dengue, viroses, diabetes e hipertensão. As doenças respiratórias são

mais comuns na época dos ventos fortes.

Os serviços de partos são encaminhados para o hospital de Itapipoca.

Conforme entrevista com agente de saúde estão sendo programados a implantação

de mais dois postos de saúde na região.

Os serviços públicos básicos de segurança pública, como posto da polícia civil,

posto da polícia militar ou guarda municipal foram declarados inexistentes, em

Mundaú, pelos entrevistados. Existe um prédio da delegacia que não está em

operação. A falta de segurança durante eventos, quando existe maior afluência de

pessoas, é amenizada pela contratação de serviços de segurança particulares. No

entanto, foi notada a presença de viaturas estaduais da RONDA e do Corpo de

Bombeiros em alguns trechos da praia, próximos às pousadas da orla.

Referente à religião em Mundaú, existem templos evangélicos, a igreja católica

(Figura 5-48) e terreiros de umbanda. Todos são utilizados para a prática das várias

religiões às quais são filiados os moradores de Mundaú.

Além da ação de cunho espiritual, não são conhecidas as ações comunitárias

destas instituições religiosas junto à comunidade. Ali ainda sobrevive uma antiga

prática comum ao universo das crendices: rezadeiras realizam seus trabalhos junto à

população que habita a área rural.

Em Mundaú, as manifestações culturais são diversas, de origem,

principalmente, religiosas ou vinculadas ao meio de vida da comunidade.

A partir dos depoimentos dos entrevistados distinguem-se algumas destas

manifestações e festas da comunidade.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 109

As principais atividades econômicas de Mundaú são a pesca e o turismo, de

onde se volta o desenvolvimento de todas as outras atividades, como o comércio e

os serviços.

Uma das vocações de Mundaú é o turismo, com seus estabelecimentos de

hospedagem entre hotéis e pousadas, com 567 leitos disponíveis, e gerando 67

empregos diretos. Outra vocação do distrito de Mundaú é a pesca, com 21 lanchas,

213 embarcações à vela, e 765 pescadores.

A atividade pesqueira desenvolve-se principalmente através de pescadores

que possuem embarcações de pequeno porte e a produção capturada no mar é

basicamente para o consumo da família.

Os frutos do mar são uma especialidade em Mundaú, incluindo diversos pratos

à base de camarão e do peixe camurupim.

Também é interessante observar o trabalho de fabricação de embarcações à

beira-mar.

A presença de atividade agrícola no distrito de Mundaú é pequena, havendo

um direcionamento de produtores para a criação de algumas cabeças de gado,

voltada para a produção de subsistência e pequeno volume de produção destinada à

comercialização.

Dentre as ocupações vinculadas ao turismo o artesanato é a atividade que

mais se destaca predominando a produção de trabalhos manuais como a renda e o

bilro criadas pelas mulheres da comunidade, sendo a produção comercializada no

próprio município e na comunidade local.

O aluguel de buggys para o turismo é uma atividade importante. Abrange tanto

a locação de veículos, quanto à condução de passeios, e também o aluguel de

quadriciclos.

Segundo informações coletadas a partir da população local através de

reuniões, o setor comercial existente no distrito de Mundaú é formado por lan

houses, farmácias, bares, restaurantes, padarias, lojas, mercadinhos, barracas de

praia, entre outros.

Ocorre também na região a presença de Usinas Geradoras Eólica que

promovem a contratação de moradores da região, tanto na fase de implantação

quanto na fase de operação.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 110

A comunidade de Mundaú destaca-se por possuir uma das praias mais

visitadas do município de Trairi, recebendo um número elevado de turistas nacionais

e internacionais.

A praia de Mundaú é o segundo destino mais procurado do município de Trairi,

onde está localizado também a foz do Rio Mundaú.

Page 112: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 111

FIGURA 5-31 – USINAS GERADORAS EÓLICAS EM MUNDAÚ.

Fonte: Ambiental Consultoria. (Jan/2016).

FIGURA 5-32 – FOZ DO RIO MUNDAÚ.

Fonte: Ambiental Consultoria. (Jan/2016).

FIGURA 5-33 – EMBARCAÇÕES PESQUEIRAS PRESENTES EM MUNDAÚ.

Fonte: Ambiental Consultoria. (Jan/2016).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 112

A prática pesqueira no litoral brasileiro é fonte de renda e sustento de várias

famílias. A transformação socioeconômica, no entanto, fez com que o meio de

subsistência das famílias dos pescadores se tornasse uma atividade econômica.

A pesca artesanal nas zonas litorâneas apresenta limitadas condições de

expansão, seja pela falta de políticas públicas ou diminuição dos estoques naturais,

pobreza natural das águas sob pesca e poluição dos mananciais.

As políticas públicas para o setor pesqueiro foram relegadas durante um longo

período e ainda estão distantes de chegar a uma real eficácia. Assim, surge uma

necessidade imediata da fiscalização na zona costeira e do controle da produção

para evitar a extinção do produto através da pesca predatória.

Para as organizações dos pescadores, os principais problemas a serem

enfrentados na zona costeira do Estado do Ceará são a falta de políticas públicas, o

turismo de massa, a pesca predatória, a carcinicultura, a degradação do meio

ambiente e a especulação imobiliária.

Na comunidade de Mundaú, a realidade do setor pesqueiro não é muito

diferenciada.

5.3.5. QUILOMBOLAS E ÁREAS INDÍGENAS

QUILOMBOLAS

As comunidades quilombolas, de acordo com o Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária – INCRA, são grupos étnicos predominantemente

constituídos pela população negra rural ou urbana, que se autodefinem a partir das

relações com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e

práticas culturais próprias. Estima-se que em todo o País existam mais de três mil

comunidades quilombolas.

De acordo com o Art. 68 da Constituição de 1988, foi determinado aos

remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras,

o reconhecimento da propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes títulos

respectivos.

Conforme Decreto Nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, compete ao INCRA,

a identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras

ocupadas pelos remanescentes das comunidades dos quilombos, sem prejuízo da

competência concorrente dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 113

No Estado do Ceará, de acordo com dados até 2014 da Fundação Palmares,

foram certificadas 45 comunidades quilombolas.

Referente aos quilombolas, o mais próximo da área do projeto, de acordo com

a Figura 5-41, são:

• Conceição dos Caetanos – comunidade de 53 famílias certificada desde

dez/2004 e com área de 381 hectares, localizada no município de Tururu e

distante 36 km do projeto.

ÁREAS INDÍGENAS

De acordo com o Art. 231 da Constituição de 1988, as áreas indígenas são

terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter

permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à

preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias

à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.

Referente às Reservas indígenas, o Governo Federal poderá estabelecer, em

qualquer parte do território nacional, áreas destinadas a posse e ocupação pelos

povos indígenas, onde possam viver e obter meios de subsistência, com direito ao

usufruto e utilização das riquezas naturais, garantindo-se as condições de sua

reprodução física e cultural.

Para constituição das Reservas Indígenas, foram adotadas as seguintes

etapas do processo de regularização fundiária:

• Encaminhadas com Reserva Indígena (RI) - áreas que se encontram em

procedimento administrativo visando sua aquisição (compra direta,

desapropriação ou doação); e,

• Regularizadas - áreas adquiridas que possuem registro em Cartório em nome

da União e que se destinam a posse e usufruto exclusivos dos povos

indígenas, sendo incluídas a área Dominial.

Referente às áreas indígenas, a mais próxima da área do projeto do SES de

Flecheiras, de acordo com a Figura 5-42, é a Tremembé da Barra do Mundaú,

distante aproximadamente 600 m. Está localizada no município de Itapipoca,

ocupando área de 3.580 hectares. É uma comunidade tradicionalmente ocupada e

que foi declarada em 2015.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 114

FIGURA 5-34 – ÁREAS QUILOMBOLAS REGULAMENTADAS.

Fonte: INCRA / Fundação Palmares, adaptado por Ambiental Consultoria.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 115

FIGURA 5-35 – ÁREAS INDÍGENAS.

Fonte: FUNAI, adaptado por Ambiental Consultoria.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 116

6. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

A conservação do ambiente, entendida como uso dos recursos naturais de

forma sustentável ou com um bom nível de sustentabilidade, só é possível mediante

o planejamento do uso das terras e dos recursos naturais disponíveis no meio.

Esta medida pode ser implementada a nível nacional, regional e municipal,

levando-se em consideração as peculiaridades ecológicas, econômicas, sociais e

culturais de cada região. Neste contexto, a Avaliação de Impacto Ambiental assume

a condição de um instrumento ou ferramenta de Planejamento Estratégico

Ambiental.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a premissa fundamental do

licenciamento ambiental consiste na exigência de avaliação de impacto ambiental

para os empreendimentos e atividades passíveis de licenciamento, de forma a

prevenir e/ou mitigar os danos ambientais que venham a afetar o equilíbrio

ecológico e socioeconômico, comprometendo a qualidade ambiental de uma

determinada localidade, região ou país.

Conforme Resolução CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986, impacto

ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do

meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das

atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o

bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições

estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais.

A Avaliação de Impacto Ambiental deve ser compreendida como instrumento

de planejamento, isto é, como uma atividade técnico-científica que tenha por

finalidade identificar, prever e interpretar os efeitos de uma determinada ação

humana sobre o ambiente.

A avaliação de impactos ambientais permitirá a determinação da magnitude e

da importância dos impactos, identificando os indicadores de impacto adotados, os

critérios, os métodos e as técnicas utilizadas.

A síntese dos impactos ambientais, benéficos e adversos, previstos em cada

fase do projeto de urbanização da praça da Barra do Mundaú e construção do

calçadão de pedestre permitirá o prognóstico da qualidade ambiental na área de

influência direta e indireta.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 117

A identificação de impactos requer o cruzamento das informações relativas às

ações potencialmente impactantes, que ocorrem nas várias fases do

empreendimento, com as dos fatores ambientais afetados pelas obras, em termos

abiótico, biótico e antrópico.

6.1. METODOLOGIA ADOTADA

A identificação e avaliação dos impactos ambientais gerados e/ou previsíveis

nas áreas afetada do projeto de urbanização da praça da Barra do Mundaú e

construção do calçadão de pedestre serão feitas utilizando-se o método do

Checklist.

Para ordenamento desse método serão listadas todas as ações do projeto

segundo as fases de estudos e projetos, implantação e operação do projeto, onde

para cada ação serão identificados individualmente os impactos ambientais gerados

e/ou previsíveis.

A avaliação dos impactos ambientais será feita com base na mensuração de

valores atribuídos aos impactos ambientais, sendo que para o presente caso serão

utilizados os atributos: efeito, quanto à natureza, magnitude, duração,

importância, periodicidade, reversibilidade, ordem e escala.

O conceito dos atributos aqui utilizados para a caracterização dos impactos,

assim com a definição dos parâmetros usados para valoração destes atributos, será

apresentado a seguir:

• ATRIBUTO EFEITO:

Expressa a alteração ou modificação gerada por uma ação do

empreendimento sobre um dado componente ou fator ambiental por ela

afetado.

Parâmetros de avaliação:

BENÉFICO (+):

Quando o efeito gerado for positivo para o fator ambiental considerado.

ADVERSO (-):

Quando o efeito gerado for negativo para o fator ambiental considerado.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 118

• ATRIBUTO QUANTO A NATUREZA:

Expressa os impactos causados sobre o ar, a água, o solo, a flora, a fauna e

as comunidades.

Parâmetros de avaliação:

FÍSICO (Fi):

Impactos causados sobre o ar, a água e o solo. Por esse motivo, são normais

e necessárias análises e avaliações da região do empreendimento de ordem

climática, metereológica, geomorfológica, assim como sobre a qualidade da

água dos corpos hídricos afetáveis, do ar e do solo.

BIOLÓGICO (Bi):

Impactos ambientais causados sobre a flora e a fauna. Assim sendo, são

realizadas análises e avaliações da região do empreendimento segundo as

ordens limnológica, vegetacional, florística, botânica e faunística.

SOCIOECONÔMICO (Se):

Impactos também denominados de antrópicos e culturais. O fator ambiental

afetado é o ser humano e as análises e avaliações são realizadas através de

todas as suas manifestações demográficas, sociais, econômicas,

antropológicas, arqueológicas, infraestruturais, culturais e legais, dentre outras.

• ATRIBUTO MAGNITUDE:

Estabelece quantitativamente o grau de interferência do impacto, seja positivo

ou negativo.

Parâmetros de avaliação:

PEQUENA (P):

Quando a variação no valor dos indicadores for inexpressiva, não alterando o

fator ambiental considerado.

MÉDIA (M):

Quando a variação no valor dos indicadores for expressiva, porém sem

alcance para descaracterizar o fator ambiental considerado.

GRANDE (G):

Quando a variação no valor dos indicadores for de tal ordem que possa levar à

descaracterização do fator ambiental considerado.

Page 120: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 119

• ATRIBUTO DURAÇÃO:

É o registro de tempo de permanência do impacto após término da ação que o

gerou.

Parâmetros de avaliação:

CURTA (1):

Existe possibilidade de reversão das condições ambientais anteriores à ação

em um breve período de tempo, ou seja, imediatamente após a conclusão da

ação, o impacto gerado por ela deve ser neutralizado.

MÉDIA (2):

É necessário decorrer um período médio de tempo para que o impacto gerado

pela ação seja neutralizado.

LONGA (3):

Impacto permanece por um longo período após a conclusão da ação que o

gerou. Neste grau serão também incluídos impactos, cujo tempo de

permanência após a conclusão da ação geradora assume um caráter

definitivo.

• ATRIBUTO IMPORTÂNCIA:

Estabelece significância de um impacto em relação ao fator ambiental afetado

e a outros impactos.

Parâmetros de avaliação:

NÃO SIGNIFICATIVO (4):

A intensidade da interferência do impacto sobre o meio ambiente e em relação

aos demais impactos não implica em alteração da qualidade de vida.

MODERADO (5):

A intensidade do impacto sobre o meio ambiente e em relação aos outros

impactos assume dimensões recuperáveis, quando adverso, para a queda da

qualidade de vida, ou assume melhoria da qualidade de vida, quando benéfico.

SIGNIFICATIVO (6):

Page 121: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 120

A intensidade da interferência do impacto sobre o meio ambiente e junto aos

demais impactos acarreta, como resposta, perda da qualidade de vida, quando

adverso, ou ganho, quando benéfico.

• ATRIBUTO PERIODICIDADE:

Expressa a extensão do impacto em um período de tempo.

Parâmetros de avaliação:

PERMANENTE (7):

Quando determinada ação se concretiza, sendo os efeitos manifestados por

um período não determinado.

TEMPORÁRIO (8):

Quando o efeito tem duração limitada.

CÍCLICO (9):

Quando não se tem conhecimento preciso do tempo que vai durar um

determinado efeito.

• ATRIBUTO REVERSIBILIDADE:

Delimita a reversibilidade do impacto ambiental em consequência dessa ação.

Parâmetros de avaliação:

REVERSÍVEL (A)

Quando cessada a ação que gerou a alteração, o meio afetado pode retornar

ao seu estado primitivo.

IRREVERSÍVEL (B):

Quando cessada a ação que gerou a alteração, o meio afetado não retornará

ao seu estado anterior.

• ATRIBUTO ORDEM:

Estabelece o grau de relação entre a ação impactante e o impacto gerado no

meio ambiente.

Parâmetros de avaliação:

DIRETO (D)

Page 122: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 121

Resulta em uma simples relação de causa e efeito denominado impacto

primário.

INDIRETO (I)

Resulta em uma relação secundária de causa e efeito denominado impacto

secundário.

• ATRIBUTO ESCALA:

Estabelece a referência espacial entre a ação geradora do impacto e área

afetada, ou seja, estabelece a extensão da interferência considerando-se a

relação causa e efeito.

Parâmetros de avaliação:

LOCAL (L)

Quando o efeito gerado fica restrito a área de interferência da ação e ao seu

entorno mais próximo.

REGIONAL (R)

Quando o efeito gerado pela ação se propaga para além da área de influência

direta ou entorno mais próximo da ação impactante.

Para avaliação dos impactos ambientais gerados e/ou previsíveis pelo

empreendimento, serão utilizados os valores atribuídos a cada impacto identificado

no Checklist (Quadro 6-1).

6.2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Segue a descrição dos impactos ambientais produzidos ou previsíveis do

projeto de urbanização da praça da Barra do Mundaú e construção do calçadão de

pedestre.

Quadro 6-2 – Checklist dos impactos ambientais previsíveis para o projeto.

Ações do empreendimento x Efeitos esperados Caracterização dos

Impactos

FASES DE ESTUDOS E PROJETOS Levantamento Topográfico

Arrecadação tributária +SeM258AIR

Constituição de acervo técnico +FiSeG367ADR

Aquisição de serviços especializados +SeP368ADR

Definição morfológica +FiP267ADL

Page 123: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 122

Ações do empreendimento x Efeitos esperados Caracterização dos

Impactos Demarcação da área de interesse ambiental +FiBiSeP267ADR

Uso e ocupação de solo +SeP369ADL

Estudo de Viabilidade

Aquisição de serviços especializados +SeM268ADR

Arrecadação tributária +SeM258AIR

Oferta de alternativas +SeP169ADL

Uso e ocupação das áreas +FiBiSeG269BDL

Preservação das características ambientais +FiBiSeP367BDL

Proposta de desenvolvimento sustentável +FiBiSeP267ADL

Segurança e confiabilidade no projeto +FiBiSeG367ADL

Estudo de Impacto Ambiental

Aquisição de serviços especializados +SeM268ADR

Arrecadação tributária +SeM258AIR

Oferta de alternativa +SeP167BDL

Uso e ocupação das áreas +FiBiSeG269BDL

Preservação das características ambientais +FiBiSeP367BDL

Proposta de desenvolvimento sustentável +FiBiSeP267ADL

Segurança e confiabilidade no projeto +FiBiSeG367ADL

Estudos Geotécnicos e Hidrogeológicos

Arrecadação tributária +SeM258AIR

Caracterização dos aspectos hidrológicos da área +FiBiP267AIL

Caracterização das condições físicas do terreno +FiBiP267AIL

Aquisição de serviços especializados +SeM258AIR

Impacto visual -SeP158ADL

Riscos de Acidentes operacionais -FiBiSeP158ADL

Vibrações -FiBiSeP158ADL

Projeto Básico

Arrecadação tributária +SeM258AIR

Compartimentação planejada e adequada do terreno +FiBiSeG367AIL

Aquisição de serviços especializados +SeM268AIR

Estabilidade estrutural +FiBiSeM258ADL

Proposta de conforto ambiental +FiBiSeG267BDL

Segurança contra riscos de acidentes operacionais +SeG368BDL

Paisagismo local +SeM268ADL

Geração de expectativa

Aquisição de serviços especializados +SeM267ADR

Arrecadação tributária +SeM258AIR

Oferta de serviços +SeP368ADR

Uso e ocupação das áreas +SeG268BDL

Preservação das características ambientais +FiBiSeP367ADL

Page 124: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 123

Ações do empreendimento x Efeitos esperados Caracterização dos

Impactos Proposta de desenvolvimento sustentável +FiBiSeG367ADL

Segurança e confiabilidade no projeto +FiBiSeG367ADL

FASE DE IMPLANTAÇÃO

Canteiro de Obras

Alteração paisagística -SeP158ADL

Afugentação da fauna nas áreas de entorno -BiP148ADL

Aquisição de serviços +SeM268AIR

Arrecadação tributária +SeM258AIR

Crescimento do comércio +SeP257AIR

Desconforto ambiental -FiBiSeP257ADL

Geração de ruídos e vibrações -BiSeP257ADL

Geração de emprego e renda +SeM267AIR

Geração de efluentes -FiBiSeP157ADL

Geração de resíduos sólidos -FiBiSeP157ADL

Impacto visual -SeP157ADL

Lançamento de poeiras -BiSeP157ADL

Risco de contaminação do solo -FiBiSeP367BDL

Risco de acidentes do trabalho -SeP159ADL

Impactos em comunidades bentônicas -BiP349ADL

Uso de jazidas de rochas graníticas -FiG367BIR

Alterações nos padrões de uso e ocupação do solo da ADA e da AID -SeG369ADL

Risco de destruição de vestígios arqueológicos -SeP148ADL

Interferência com Atividades de Comércio e Serviços +SeP158ADL

Desmonte do canteiro de obras +FiBiSeP168ADL

Riscos de acidentes ambientais -FiBiSeP159ADL

Trânsito local

Alteração paisagística -SeM168ADL

Interferência com Atividades de Comércio e Serviços -SeP268ADL

Lançamento de poeiras -BiSeP158ADL

Geração de ruídos e vibrações -BiSeP158ADL

Deterioração do pavimento de vias públicas utilizadas por veículos pesados a serviço das obras

-FiSeM268ADL

Riscos de acidentes ambientais -FiBiSeP158ADL

Riscos de acidentes do trabalho -SeP158ADL

Lentidão provisória do tráfego e remanejamento de fluxos nas vias de acesso às frentes de obra

-SeP268ADL

FASE DE OPERAÇÃO / USO

Acréscimo de cobertura vegetal em áreas não vegetadas +BiSeM267ADL

Melhoria no padrão de acessibilidade viária da AID e da orla +SeG367ADL

Valorização imobiliária +SeG369ADL

Page 125: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 124

Ações do empreendimento x Efeitos esperados Caracterização dos

Impactos Alteração paisagística +FiBiSeG367ADL

Geração de emprego e renda +SeG369ADL

Oferta de lazer e áreas verdes para a população +SeG367ADL

Impactos em comunidades bentônicas -BiP349ADL

Atração turística +SeG367AIR

Arrecadação tributária +SeM367AIR

Limitação da expansão da planície de maré -FiM367ADL

Riscos de rupturas do muro de contenção -FiSeG369ADL

Alteração dos níveis de investimento municipal +SeG369ADL

Restrição de acesso à área da praia -SeP357ADL

Possibilidade de implantação de projetos turísticos +SeG369ADL

Transporte de sedimentos para áreas adjacentes -FiBiSeM367AIR

Educação ambiental para a população de Mundaú +SeG369ADL

6.3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS O Checklist empregado para a área de influência funcional do projeto de

urbanização da praça da Barra do Mundaú e construção do calçadão de pedestre

perfaz um total de 86 impactos ambientais.

Deste total de impactos ambientais identificados ou previsíveis para o projeto

do projeto, 56 (65,12%) correspondem aos impactos de efeito benéfico e 30

(34,88%) são impactos de efeito adverso.

Dos 56 impactos benéficos, quanto à natureza existem 21 impactos

relacionados com o meio físico, 20 com o meio biológico e 51 com o meio

socioeconômico. Com relação ao atributo magnitude 18 (32,14%) são de pequena

magnitude, 18 (32,14%) de média magnitude e 20 (35,71%) são impactos de grande

magnitude. Já em relação ao atributo duração, 04 (7,14%) são impactos de curta

duração, 28 (50,0%) de média e 24 (42,86%) de longa duração. Quanto ao atributo

importância não há impactos não significativos, 11 (19,64%) de importância

moderada e 45 (80,36%) de importância significativa. No atributo periodicidade, 27

(48,21%) são permanentes, 20 (35,71%) são temporários e 09 (16,07%) são

cíclicos. No atributo reversibilidade, 48 (85,71%) são reversíveis e 08 (14,29%) são

irreversíveis. No atributo ordem, 39 (69,64%) são impactos diretos e 17 (30,36%)

são indiretos. Com referência à escala, 34 (60,71%) terão uma abrangência local e

22 (39,29%) terão uma escala de abrangência regional.

Page 126: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 125

Dos 30 impactos adversos, quanto à natureza existem 13 impactos

relacionados com o meio físico, 16 com o meio biológico e 24 com o meio

socioeconômico. Com relação ao atributo magnitude 23 (76,67%) são de pequena

magnitude, 04 (13,33%) de média magnitude e 03 (10,0%) de grande magnitude. Já

em relação ao atributo duração, 17 (56,67%) são impactos de curta duração, 05

(16,67%) de média e 08 (26,67%) de longa duração. Quanto ao atributo importância

há 04 (13,33%) impactos não significativos, 16 (53,33%) de importância moderada e

10 (33,34%) de importância significativa. No atributo periodicidade, 10 (33,33%) são

permanentes, 14 (46,67%) são temporários e 06 (20,0%) são cíclicos. No atributo

reversibilidade, 28 (93,33%) são reversíveis e 02 (6,67%) são irreversíveis. No

atributo ordem, 28 (93,33%) são impactos diretos e 02 (6,67%) são impactos

indiretos. Com referência à escala, 28 (93,33%) terão uma abrangência local e 02

(6,67%) terão uma escala de abrangência regional.

Completada esta análise, é apresentado um resumo de avaliação dos

impactos ambientais identificados, considerando-se os atributos descritos (Quadro

6-3), que permite mostrar a relação existente entre estes atributos, onde toma-se

como base o percentual de impactos benéficos e adversos.

Quadro 6-3 – Quadro de Avaliação dos Impactos Ambientais.

Atributos Benéficos Adversos Efeito 56 (65,12%) 30 (34,88%)

Quanto à natureza Físico 21 13 Biológico 20 16 Socioeconômico 51 24

Magnitude Pequena 18 (32,14%) 23 (76,67%) Média 18 (32,14%) 04 (13,33%) Grande 20 (35,71%) 03 (10%)

Duração Curta 04 (7,14%) 17 (56,67%) Média 28 (50%) 05 (16,67%) Longa 24 (42,86%) 08 (26,67%)

Importância Não significativo ** 04 (13,33%) Moderada 11 (19,64%) 16 (53,33%) Significativo 45 (80,36%) 10 (33,34%)

Periodicidade Permanentes 27 (48,21%) 10 (33,33%) Temporários 20 (35,71%) 14 (46,67%) Cíclicos 09 (16,07%) 06 (20%)

Page 127: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 126

Atributos Benéficos Adversos Reversibilidade

Reversível 48 (85,71%) 28 (93,33%) Irreversível 08 (14,29%) 02 (6,67%)

Ordem Direto 39 (69,64%) 28 (93,33%) Indireto 17 (30,36%) 02 (6,67%)

Escala Local 34 (60,71%) 28 (93,33%) Regional 22 (39,29%) 02 (6,67%)

Fonte: Ambiental Consultoria.

Os gráficos 6-1, 6-2 e 6-3, exibem as comparações dos parâmetros de efeito,

magnitude e importância, respectivamente, em relação aos 86 impactos analisados.

GRÁFICO 6-1 – COMPARAÇÃO DE EFEITO DOS IMPACTOS POR CARÁTER.

Fonte: Ambiental Consultoria.

GRÁFICO 6-2 – COMPARAÇÃO DE EFEITO DOS IMPACTOS POR MAGNITUDE.

Fonte: Ambiental Consultoria.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 127

Gráfico 6-3 – Comparação de efeito por duração.

Fonte: Ambiental Consultoria.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre

128

7. MEDIDAS MITIGADORAS

7.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

As medidas mitigadoras para o projeto de urbanização da praça da Barra do

Mundaú e construção do calçadão de pedestre são propostas em uma sequência,

levando-se em consideração as ações dos componentes do projeto relativos às fases

de implantação e operação, já que na fase de estudos e projetos, as ações pouco irão

interferir no geoecossistema.

O projeto foi concebido obedecendo a critérios técnicos, biológicos, sanitários e

ambientais, bem como às normas estabelecidas na legislação para uso e ocupação

da área.

Durante a implantação projeto, devidamente registrado junto ao Conselho

Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará – CREA/CE, a SEMACE, a Prefeitura

Municipal de Trairi e outros órgãos competentes, serão observadas as normas de

segurança do ambiente de trabalho e de proteção aos trabalhadores, de saneamento

do meio ambiente a ser ocupado e de controle da qualidade ambiental da área do

projeto e entorno mais próximo.

Durantes as fases de implantação e de operação, este EIA propõe a adoção de

planos e programas de controle e monitoramentos técnicos e ambientais específicos

a serem adotados em caráter temporário ou permanente, os quais serão apresentados

no Capítulo 8 - Planos e Programas de Controle e Monitoramentos Técnicos e

Ambientais.

Torna-se relevante esclarecer que a viabilidade ambiental do projeto depende

da adoção de medidas mitigadoras, uma vez que as intervenções antropogênicas

serão compensadas e/ou atenuadas através da busca de métodos e materiais

alternativos que gerem impactos mais brandos ou que possam minimizá-los, ou até

mesmo que possam torná-los nulos.

7.2. FASE DE IMPLANTAÇÃO

Durante a fase de implantação do projeto, deverão ser consideradas as

seguintes medidas:

• Os trabalhadores do canteiro de obras deverão, obrigatoriamente, utilizar os

EPIs necessários para operar o sistema ao qual estiver submetido;

Page 130: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre

129

• Aspersão de água, quando necessária, visando minimizar as partículas em

suspensão;

• Na contratação de mão de obra, priorizar a população local;

• Nas ocasiões em que for necessária a compra de produtos para serem

utilizados, priorizar o distrito ou localidades próximas, para favorecer o

crescimento do comércio de Mundaú e do município de Trairi;

• Implantação de infraestrutura sanitária (esgotamento sanitário, abastecimento

regular com água potável e procedimento regular e periódico no sentido de

armazenar em local previamente escolhido todo resíduo sólido degradável

para posterior recolhimento pelos caminhões de coleta de lixo da Prefeitura

Municipal de Trairi;

• O local de manutenção dos equipamentos (lavagem, troca de óleo, etc.)

deverá ser dotado de um sistema de proteção quanto a possível

contaminação de drenagens;

• Realizar manutenção preventiva dos equipamentos utilizados em todo o

projeto;

• Utilizar equipamentos e veículos que emitam o menor ruído possível;

• O alojamento deverá dispor de materiais de primeiros socorros;

• As medidas adotadas quando da implantação do canteiro de obras objetivarão

a maior proteção do meio ambiente, proporcionando também uma maior

segurança aos operários e transeuntes. Isto se faz com o monitoramento da

direção da fuligem, a diminuição da poeira, prevenção de vazamentos de

líquidos, cercas de proteção adequadas e uma sinalização padronizada por

todo o trecho da obra;

• Manutenção periódica dos equipamentos para que não apresentem

vazamentos, bem como uma higienização nas instalações da oficina evitando

que os líquidos contaminantes sejam despejados diretamente nos solos ou na

drenagem;

• Implantar placas indicando o licenciamento e os responsáveis pelo canteiro

de obras do projeto em sintonia e harmonia com a conservação do meio

ambiente (Figura 7-1);

• Executar o Plano de Educação Ambiental para os funcionários e moradores.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre

130

FIGURA 7-1 – MODELO DE PLACA DE LICENCIAMENTO DA SEMACE.

Fonte: SEMACE.

• Para segurança dos operários, o canteiro de obras deverá contar com uma

comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA), segundo a NR-05 (DRT),

além disso deverá contar com caixa de primeiros socorros devidamente

equipada;

Page 132: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre

131

• Quando da desativação do canteiro de obras deverão ser efetuadas as

seguintes operações: retiradas de entulho, retirada de estruturas concretadas

além da revegetação nos locais necessários;

• Adotar um programa de educação para os funcionários que trabalharão na

obra;

• Promover a capacitação profissional da mão de obra;

• Implantar sinalização horizontal e vertical convencional e adequada a obras

deste porte;

• Promoção de programas de acompanhamento social aos frequentadores da

praia, com vistas a prevenção contra a influência da prostituição infanto-juvenil

e o uso de drogas;

• Implantar sistemas contra incêndios e brigada de bombeiros;

MEDIDAS PARA EVITAR A POLUIÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS • Realizar periodicamente a análise das águas superficiais e subterrâneas no

entorno da área do projeto de urbanização da praça da Barra do Mundaú e

construção do calçadão de pedestre;

• Evitar assoreamento nas margens dos corpos hídricos;

• Elaborar o Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos, para que não

sejam depositados de forma inadequada;

• Fazer manutenção preventiva nos equipamentos e veículos em local

apropriado; e,

• Implantar banheiros químicos no canteiro de obras, através de empresa

especializada.

MEDIDAS PARA EVITAR A POLUIÇÃO DO SOLO

• Realizar monitoramento com análises laboratoriais, em pontos estratégicos,

semestralmente;

• Vazamentos que venham a ocorrer, a área afetada deverá ser prontamente

coberta por areia e posteriormente removida para o aterro sanitário. Para

vazamentos de maiores proporções o material deverá ser barrado por diques

de contenção que evitem a contaminação de áreas maiores;

Page 133: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre

132

• Não adotar a prática de queimadas quando for necessária a supressão

vegetal; e,

• Elaborar o Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos - PGRS, para que

não sejam depositados de forma inadequada.

MEDIDAS PARA EVITAR A POLUIÇÃO DO AR

• Utilização de lonas plásticas sobre os caminhões que venham a carregar

materiais particulados;

• Controlar a velocidade dos veículos a serem utilizados; e,

• Realizar manutenção preventiva nos veículos.

MEDIDAS PARA EVITAR PERTURBAÇÃO E AFUGENTAMENTO DA AVIFAUNA

• Realizar reconhecimento e localização de ninhos, antes da realização do

transplante de árvores, evitando-se a destruição dos mesmos;

• Utilizar equipamentos abafadores para trabalhos que gerarem fortes ruídos

para evitar o afugentamento dos animais; e,

• Realizar Plano de Educação Ambiental com os funcionários informando da

importância de não caçar animais.

7.3. OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DO PROJETO

Durante a fase de operação do projeto de urbanização da praça da Barra do

Mundaú e construção do calçadão de pedestre estará em atividade toda a

infraestrutura já implantada, e que será acompanhada com os planos e programas de

controle e monitoramentos técnicos e ambientais.

• Realizar manutenção preventiva dos equipamentos utilizados em todo o

projeto; e,

• Deverão ser priorizadas na arborização, espécies próprias de ambientes

praianos. Recomenda-se que esta ação seja realizada por profissionais

qualificados, conhecedores de todo o processo de desenvolvimento das

espécies e que sejam realizadas irrigação permanente, no intuito de garantir

o desenvolvimento da vegetação a ser implantada;

• Executar os Planos e Programas de Controle e Monitoramentos Técnicos e

Ambientais propostos neste EIA.

Page 134: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 133

8. PLANOS E PROGRAMAS DE CONTROLE E

MONITORAMENTOS TÉCNICOS E AMBIENTAIS

Estes planos irão atenuar e mesmo compensar os impactos ambientais

adversos que irão ocorrer com o projeto de urbanização da praça da Barra do

Mundaú e construção do calçadão de pedestre. É evidente que pela natureza do

projeto estes impactos são em sua origem de pequena intensidade, e que trará

benefícios diretos de ordem ambiental e turística para a comunidade de Mundaú,

zona litorânea do município de Trairi.

Porém, mesmo assim, os Planos e Programas de Controle e Monitoramentos

Técnicos e Ambientais são necessários e serão implementados, principalmente,

porque este é um projeto de grande importância para Mundaú, pois atrairá novos

investimentos no setor terciário, principal setor econômico da comunidade, e

consequentemente mais investimentos sociais.

São os seguintes, os planos e programas de controle e monitoramentos

técnicos e ambientais, que serão relatados e implantados no projeto de urbanização

da praça da Barra do Mundaú e construção do calçadão de pedestre:

• Plano de Monitoramento da Qualidade das Águas;

• Plano de Monitoramento da Qualidade do Solo;

• Plano de Monitoramento dos Níveis de Ruídos e Vibrações;

• Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD;

• Plano de Proteção ao Trabalhador e Segurança do Ambiente de Trabalho;

• Programa de Auditoria Ambiental;

• Programa de Gerenciamento de Riscos;

• Plano de Ação de Emergências – PAE;

• Plano de Comunicação para as comunidades circunvizinhas ao

empreendimento;

• Plano de Desmatamento Racional – PDR;

• Plano de Conservação Paisagística;

• Plano de Monitoramento da Fauna;

• Plano de Proteção e Recuperação do Ambiente Público;

• Programa de Educação Ambiental;

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 134

• Plano de Eventual Desativação do Empreendimento compreendendo a

retirada de estruturas e recuperação das áreas impactadas;

• Plano de Resgate de Achados do Patrimônio Histórico, Arqueológico e

Cultural; e,

• Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

A execução dos planos e programas propostos será de responsabilidade do

empreendedor, que deverá providenciar os projetos executivos para cada plano

proposto, e deverão ser atualizados pelo menos a cada doze meses.

Page 136: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 135

9. PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS CO-LOCALIZADOS

Os programas governamentais e projeto co-localizados, através de provisões

dos governos federal, estadual e municipal, independentes ou em parcerias, com

influência sobre o município de Trairi incluem os seguintes:

A área de influência direta do projeto de urbanização da praça da Barra do

Mundaú e construção do calçadão de pedestre está localizada em área urbanizada

do ambiente litorâneo, onde a infraestrutura local é composta por estrada de acesso,

ruas, rede de eletrificação, cobertura de telefonia celular, estabelecimentos

comerciais e de serviços, edificações públicas, etc.

A estrada de acesso imediato à Mundaú é pavimentada, sinalizada e está em

bom estado de conservação. Para a área do projeto é pavimentada com calçamento.

A estrutura de apoio social de maior porte, logístico e financeiro poderá ser

obtida na Sede de Trairi, onde existem estabelecimentos de saúde, comerciais, de

serviços e financeiros.

9.1. PROGRAMA DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO TURISMO NO NORDESTE - PRODETUR

O Programa de Ação para o Desenvolvimento Integrado do Turismo no

Nordeste - PRODETUR - cuja execução está a cargo da Secretaria de Turismo –

SETUR, sob a condução do Banco do Nordeste – BNB, tem como objetivo básico o

desenvolvimento econômico do Estado do Ceará, elevando o nível de emprego e

renda da população a partir da organização da infraestrutura, possibilitando o

fomento dos investimentos na indústria do turismo, na agroindústria e no setor de

serviços.

O PRODETUR II é um programa tem como principais objetivos dar

sustentabilidade ao turismo no Pólo Turístico Costa do Sol, contribuindo para a

melhoria da qualidade de vida dos municípios beneficiados na primeira fase do

Programa (Fortaleza, Caucaia, São Gonçalo do Amarante, Paracuru, Paraipaba,

Trairi, Itapipoca,) e nos Municípios de Aquiraz, Jijoca de Jericoacoara e Camocim,

que deverão ser beneficiados nesta segunda fase, por terem sido impactados pelas

ações desenvolvidas no PRODETUR I. Abaixo, listam-se alguns projetos que serão

desenvolvidos pelo PRODETUR/CE:

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 136

• Meio Ambiente e Proteção Ambiental;

• Interligações entre as Localidades Turísticas; e,

• Saneamento Básico.

9.2. PROINFTUR - PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA TURÍSTICA DO LITORAL OESTE

O programa tem como objetivo principal promover uma estratégia de

desenvolvimento econômico, social e turístico na zona de influência de doze

municípios localizados ao longo de 350 quilômetros do Litoral Oeste do Estado do

Ceará.

As estratégias previstas estão relacionadas ao desenvolvimento econômico,

formação de capital social e fortalecimento institucional para o turismo; urbanismo,

implantação e ampliação do saneamento básico; infraestrutura turística; gestão do

programa; comissão de financiamento e custos de avaliação do programa e

imprevistos.

O projeto para o calçadão que vai da praça da Barra do Mundaú ao Polo de

Lazer CPTA, objeto deste estudo, visa melhorar a estruturação e qualificação

turística local.

9.3. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO COSTEIRO – GERCO

O Programa de Gerenciamento Costeiro – GERCO, tem como objetivo orientar

e disciplinar a utilização racional dos recursos ambientais da Zona Costeira de forma

a contribuir para a elevação da qualidade de vida da população, promovendo a

proteção de seu patrimônio natural, histórico, étnico e cultural. O Programa está

integrado ao Programa Nacional do Meio Ambiente II, desenvolvido pelo Ministério

do Meio Ambiente e desenvolvido pelo Estado do Ceará por meio da Secretaria da

Ouvidoria Geral e do Meio Ambiente – SOMA, através da SEMACE. Também atua

em parceria com as prefeituras municipais, ONGs e a sociedade civil.

O GERCO divide os 573 km de faixa costeira cearense em quatro setores,

compreendendo 33 municípios e 20.120 km² de área total. O município de Trairi está

no Setor III, denominado Costa Oeste, conforme a Figura 9-1.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 137

FIGURA 9-1 – PROGRAMA DE GERENCIAMENTO COSTEIRO NO ESTADO DO CEARÁ.

Fonte: GERCO.

9.4. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO E INTEGRAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS - PROGERIRH

O Programa de Gerenciamento e Integração de Recursos Hídricos –

PROGERIRH, prevê a construção de açudes e interligação de bacias. Os recursos

alocados são provenientes do Banco Internacional para Reconstrução e

Desenvolvimento - BIRD - com a participação dos governos Federal e Estadual.

9.5. PROGRAMA ÁGUA PARA TODOS

Programa de ação do Governo Federal que foi instituído pelo Decreto Nº 7.535,

de 26 de julho de 2011, mantendo-se em consonância com as diretrizes e objetivos

do Plano Brasil sem Miséria (BSM, criado pelo Decreto Nº 7.492, de 02 de junho de

2011), que o precedeu.

No Plano Plurianual 2012-2015, os objetivos e metas do Programa estão

associados ao Programa 2069 - Segurança Alimentar e Nutricional.

O Programa Água para Todos teve início na região semiárida do Brasil e tem

priorizado essa área, onde se concentra o maior número de famílias que vivem em

situação de vulnerabilidade social.

Dos objetivos do Programa:

Page 139: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 138

• Elevação da renda familiar per capita da população em situação de extrema

pobreza;

• Ampliação do acesso dessa população aos serviços públicos; e,

• Oportunidades de ocupação e renda, por meio de ações de inclusão

produtiva.

9.6. PROJETO SÃO JOSÉ II I

O Projeto São José III tem como objetivo geral desencadear o processo de

erradicação da pobreza, reduzir os índices de desemprego e garantir o atendimento

das necessidades básicas, promovendo uma melhoria na distribuição de renda, nas

condições de vida e bem-estar da população dos pequenos produtores do Estado do

Ceará.

O Projeto São José III é responsável por pequenas obras hídricas, como

sistemas de abastecimento de água domiciliar nas comunidades com até 70 famílias

do interior do Estado. A SOHIDRA, através desse projeto, analisa, aprova e

acompanha a execução de obras de pequeno porte.

9.7. SISTEMA INTEGRADO DE SANEAMENTO RURAL - SISAR

Programa de ação do Governo do Estado do Ceará que surgiu como uma

alternativa de gestão para garantir a continuidade e a qualidade dos sistemas de

abastecimento de água em localidades rurais do Estado do Ceará.

Tem como público alvo a população residente em comunidades rurais. É uma

organização não governamental, sem fins econômicos, formada pelas associações

das comunidades atendidas com saneamento rural.

O primeiro SISAR surgiu no município de Sobral e atualmente o Estado do

Ceará conta com oito unidades, distribuído entre as onze bacias hidrográficas do

Estado do Ceará. Todos juridicamente independentes, compartilhando da mesma

filosofia.

Na Gestão do Meio Ambiente, trabalha com vistas na:

• Promoção de ações educativas sobre o uso racional da água;

• Promoção de práticas voltadas à preservação dos mananciais;

• Realização de ações de Educação Sanitária e Ambiental;

• Preservação e conservação do meio ambiente; e,

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 139

• Implementação de Programa de Educação em Saúde.

9.8. SELO UNICEF MUNICÍPIO APROVADO

O Selo UNICEF Município Aprovado é um reconhecimento internacional

concedido a municípios brasileiros do Semiárido e da Amazônia Legal que

alcançarem importantes melhorias na qualidade de vida de crianças e adolescentes.

O município de Trairi realiza encontros com a comunidade com o objetivo de

analisar os indicadores e traçar metas e propostas para que o município seja

contemplado com as ações do Unicef.

Nas oportunidades, são discutidas as implantações de políticas públicas

voltadas para crianças e adolescentes, com o intuito de melhorar os indicadores

sociais.

9.9. PRONAF

O Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF, tem por

objetivo fortalecer atividades do agricultor familiar, integrá-lo à cadeia do

agronegócio, aumentar sua renda, melhorar o uso da mão de obra familiar e agregar

valor ao produto e à propriedade.

Atualmente o Programa conta com o sub-programa de Assistência Técnica e

Extensão Rural - ATER, que busca fomentar a geração de renda pela agroindústria,

turismo rural, biocombustíveis, plantas medicinais, cadeia produtiva, seguro agrícola,

seguro de preço e seguro contra calamidade por seca na Região Nordeste.

9.10. PROGRAMA NACIONAL DE CRÉDITO FUNDIÁRIO - PNCF

Programa que oferece condições para que os agricultores sem terra ou com

pouca terra possam comprar um imóvel rural por meio de um financiamento. O

recurso ainda é usado na estruturação da infraestrutura necessária para a produção

e assistência técnica e extensão rural.

Além da terra, o agricultor pode construir sua casa, preparar o solo, comprar

implementos, ter acompanhamento técnico e o que mais for necessário para se

desenvolver de forma independente e autônoma.

O financiamento pode tanto ser individual quanto coletivo.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 140

9.11. PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS

Programa da CONAB realizado em parcerias com agricultores e Prefeitura

Municipal de Trairi, que visa fortalecer a comercialização dos produtos da agricultura

familiar melhorando e aumentando a qualidade da merenda escolar no município de

Trairi.

9.12. REVITALIZAÇÃO DO MERCADO DE MUNDAÚ

Plano realizado pela Prefeitura Municipal de Trairi onde mercado público

ganhou uma importante obra de saneamento, acabando de vez com o mau cheiro

no local, o que proporcionou também uma completa revitalização do local,

contrastando com a paisagem litortânea do local.

9.13. PROJOVEM TRABALHADOR

Programa de ação do Governo Federal que visa reparar o jovem para o

mercado de trabalho e para ocupações alternativas geradoras de renda são os

principais objetivos do Projovem Trabalhador. Podem participar do Programa os

jovens desempregados com idades entre 18 e 29 anos, e que sejam membros de

famílias com renda per capta de até um salário mínimo.

O Projovem Trabalhador unificou as ações: Consórcio Social da Juventude,

Empreendedorismo Juvenil, Juventude Cidadã e Escola de Fábrica. Os participantes

receberão bolsa auxílio e em até seis parcelas, mediante comprovação de 75% de

frequência as aulas. Os cursos de qualificação serão de 350 horas/aula, sendo 100

horas/aula de qualificação social e 250 horas/aula de qualificação profissional.

O Programa é desenvolvido em parceria com municípios e governos estaduais.

O objetivo da ação de qualificação é estimular e fomentar a geração de

oportunidades de trabalho, negócios, inserção social, bem como promover a visão

empreendedora, com posterior inserção no mercado de trabalho de 30% dos jovens

qualificados.

9.14. GERAÇÃO DE ENERGIA

Existem atualmente vários projetos de geração de energia eólica no Estado do

Ceará e consequentemente no município de Trairi, muitos já em fase de operação,

outros em fase de estudo ou licenciamento. Segue abaixo uma listagem de

Page 142: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 141

empreendimentos de geração de energia eólica no município de Trairi instalados, em

fase de instalação ou em estudo de viabilidade:

• Central Eólica Mundaú;

• Central Eólica Embuaca;

• Central Eólica Trari;

• Central Eólica Fleixeiras I;

• Central Eólica Guajiru;

• Central Eólica Estrela; etc.

9.15. PROGRAMA LUZ PARA TODOS

Programa concebido pelo Governo Federal com base no mapa da exclusão

elétrica no país, elaborado em 2003. De acordo com o Ministério de Minas e Energia

- MME, esse mapa revela que as famílias sem acesso à energia estão

majoritariamente nas localidades de menor Índice de Desenvolvimento Humano -

IDH. Cerca de 90% dessas famílias têm renda inferior a três salários mínimos, e

80% vivem no meio rural. Visto que 50% das famílias pobres e sem acesso à

energia estão no Nordeste, é de se esperar que a maior parte das ligações de novos

consumidores decorrentes do Programa Luz para Todos seja aplicada na referida

região.

No caso do Estado do Ceará, algumas empresas geradoras de energia

patrocinam programas sociais para a população de baixa renda, em especial a

Companhia de Energia Elétrica do Ceará (COELCE).

A seguir listam-se alguns destes programas ou projetos sociais:

• Ecoelce: projeto socioambiental que troca lixo reciclável por bônus na conta

de energia;

• Troca Eficiente: projeto social focado no uso eficiente da energia elétrica,

que troca geladeiras antigas da população inserida no programa Baixa

Renda, por modelos que possuem baixo consumo de energia;

• Energia Social: o projeto visa propiciar geração de renda às famílias que

vivem em comunidades de baixo desenvolvimento socioeconômico. Prevê

acapacitação para produção e comercialização de produtos artesanais.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 142

9.16. GERENCIAMENTO DAS ÁGUAS DA BACIA DO LITORAL

Plano elaborado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos –

COGERH, visando o planejamento na área de recursos hídricos com a inserção dos

usuários em todo o processo, organizado em quatro eixos temáticos: balanço

hídrico; aspectos institucionais; interferências com o meio ambiente; e, identificação

de conflitos.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 143

10. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Este Estudo de Impacto Ambiental levantou as condições ambientais, os

prováveis impactos do projeto, quantificando-os e avaliando suas consequências,

apontando medidas de proteção ambiental que possam minimizar ou mesmo evitar

os impactos negativos da obra e maximizar os impactos positivos dela decorrentes,

destacando-se principalmente a melhoria da qualidade de vida e a manutenção da

qualidade ambiental.

Como faixa de contato entre a terra e o mar, a área de influência direta do

projeto de urbanização da Praça da Barra do Mundaú e construção do calçadão de

pedestre abriga atividades antrópicas características, tais como: turismo, práticas de

pesca comercial e recreativa, esportes aquáticos, entre outras. Por tudo isso, a zona

costeira se caracteriza pela complexidade das atividades que abriga e pela

sensibilidade dos seus ecossistemas.

A orla de Mundaú apresenta paisagens naturais de grande valor cênico,

compostas por dunas fixas e móveis e o estuário do Rio Mundaú. É um dos destinos

mais procurados pelos turistas no Litoral Oeste do Estado do Ceará. Na época de

férias, em alta temporada, a população de Mundaú aumenta bastante. Há, ainda, a

presença de comunidades tradicionais de pescadores e de rendeiras.

Na concepção de urbanização da Praça da Barra do Mundaú e construção do

calçadão de pedestre, procedeu-se a um amplo estudo de todas as diretrizes e

parâmetros necessários e suficientes para a completa caracterização da

infraestrutura projetada. O projeto foi concebido em consonância com as legislações

pertinentes, nas esferas de nível federal, estadual e municipal, destacando o Art.

225 da Constituição Federal; a Lei Federal Lei Nº 9.785/99; a Lei Federal Nº

7.661/88 (Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro); o Plano Estadual de

Gerenciamento Costeiro; a Lei Federal Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012; e, a Lei

Federal Nº 12.727, DE 17 DE OUTUBRO DE 2012 (Novo Código Florestal).

Este projeto consiste na reforma da Praça do CTPA, construção de calçadão

paisagístico de extensão de 796,85 m, que interliga a Praça do CTPA à Praça da

Barra, e construção de três pontos de acesso à praia através do calçadão proposto.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 144

A praça atual encontra-se subutilizada e mal conservada, com mobiliário

urbano e pisos deteriorados, o que a torna pouco convidativa para os moradores da

comunidade e os turistas.

Os parâmetros que nortearam para a implantação deste projeto foram: a

valorização paisagística e ambiental do lugar, através de um traçado que respeita a

linha de preamar e dialoga com as edificações existentes; a criação de um ambiente

público de qualidade e de grande valor cênico; mitigar os impactos na paisagem

gerados pela grande extensão de enrocamento, através da adoção de mecanismos

arquitetônicos e paisagísticos; ampliar a área pavimentada somente o necessário

para não reduzir a faixa de praia; e, utilizar vegetação nativa e adaptada às

condições climáticas.

A comunidade de Mundaú apresenta um padrão heterogêneo nas edificações,

caracterizadas em residenciais e comerciais, sendo o setor de serviços o que

impulsiona a localidade. Não ocorre a presença de atividades industriais.

O ambiente da área de implantação projeto está geologicamente inserido na

unidade litoestatigráfica Depósitos Litorâneos, que corresponde a presença de

sedimentos praiais. O relevo da área do projeto apresenta padrões bastante distintos

decorrentes do condicionamento geológico local, estando presente na Planície

Litorânea e sendo constituída por faixa de praia. A classe de solo presente é

denominada de Neossolos Quarzarênicos Marinhos.

Referente à flora, a AII do projeto encontra-se inserida no ambiente do

Complexo Litorâneo. As áreas de influência direta e diretamente afetada estão

inseridas no Complexo Vegetacional da Zona Litorânea, sendo a maior parte das

obras civis projetadas para locais naturalmente sem vegetação ou áreas

antropizadas. A vegetação do entorno (AID) é composta em sua maioria por

coqueiros (Cocus nucifera) e espécies herbáceas.

Referente à fauna, Devido ao elevado grau de antropização, associado às

características naturais do ambiente de praia e berma da ADA e AID, não foram

encontradas muitas espécies de tetrápodes nas áreas do projeto e em suas

adjacências.

Todas as espécies registradas não se encontram ameaçadas de extinção de

acordo com a Lista Vermelha da International Union for Conservation of Nature.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 145

Conclui-se, portanto, que a área amostrada apresenta considerável diversidade

de espécies da fauna terrestre. Dessa forma, visando um controle dos impactos

negativos gerados pelo crescimento urbano, ações de preservação dos ambientes

menos alterados são de extrema importância para a manutenção dos processos

ecológicos mantidos pelas espécies residentes.

A área do projeto não está inserida em unidades de conservação e áreas

prioritárias, sendo a mais próxima a Unidade de Conservação APA do Estuário do

Rio Mundaú.

A área do projeto apresenta de médio a alto adensamento de construções e

populações residentes, com paisagem antropizada, multiplicidade de usos e alto

potencial de poluição sanitária, sonora e estética.

Partindo-se do princípio de que toda intervenção no ambiente gera efeitos

benéficos e/ou adversos, e em diferentes graus de magnitude e duração, o projeto

resultará em impactos ambientais, os quais são prognosticados considerando-se

uma relação de causas e efeitos, conforme apresentado no Capítulo 6 deste estudo.

Do total de impactos ambientais identificados ou previsíveis para a área de

influência funcional do projeto, foram identificados 86 impactos, sendo 56 (65,12%)

que correspondem aos impactos de efeito benéfico e 30 (34,88%) que são impactos

de efeito adverso. O maior número de impactos ocorrerá durante a fase de

implantação, onde foram contabilizados 29 impactos ambientais, sendo 06 impactos

benéficos e 23 impactos adversos, e maioria de pequena magnitude e curta

duração. Estes impactos estão relacionados com a implantação do canteiro de

obras, interdição das vias de acesso, lançamento de poeiras, emissão de gases e de

ruídos, etc. Na fase de operação foram identificados 16 impactos ambientais, sendo

12 impactos benéficos e 04 impactos adversos, onde os benéficos estão

relacionados à benefícios à população local (emprego e renda), implantação de

novos projetos para a comunidade, educação ambiental, valorização imobiliária, etc.

Referente aos estudos arqueológicos, foi dada entrada do processo junto ao

IPHAN.

Conclui-se, portanto que o projeto de urbanização da Praça da Barra do

Mundaú e construção do calçadão de pedestre a ser implantado em Mundaú é viável

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 146

em termos legais, técnico, ambiental, social e econômico, recomendando-se que

sejam observadas as seguintes condições:

• Executar o projeto conforme o apresentado para elaboração deste Estudo de

Impacto Ambiental;

• Informar para a SEMACE qualquer alteração no projeto original;

• Adotar as medidas mitigadoras e os planos e programas de monitoramento

técnico e ambiental, propostos para cada ação do projeto; e,

• Cumprir rigorosamente o que determina a legislação ambiental vigente, seja

no âmbito municipal, estadual e federal.

Este projeto a ser implantado na comunidade de Mundaú será um promotor do

desenvolvimento local, pois trará impactos diretos na valorização do turismo, na

qualidade de vida da população de Mundaú e um meio ambiente equilibrado.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 147

11. DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

01 – VIA DE ACESSO À ÁREA DO PROJETO.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

02 – PRAÇA DO CTPA QUE PASSARÁ POR REFORMA.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

03 – PRAÇA DO CTPA.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 148

04 – ESTADO DE CONSERVAÇÃO DA PRAÇA DO CTPA.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

05 – PRAÇA DO CTPA.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

06 – ÁREA DIRETAMENTE AFETADA DO PROJETO.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 149

07 – ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO CALÇADÃO.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

08 – PRAIA DE MUNDAÚ – ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

09 – MURO DE CONTENÇÃO IMPLANTADO POR MORADOR LOCAL.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 150

10 – ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO CALÇADÃO.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

11 – ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO,

NO ENCONTRO DA PRAÇA DA BARRA DO MUNDAÚ.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

12 – ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA DO PROJETO – PRAÇA DA BARRA DO MUNDAÚ.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 151

13 – COMUNIDADE DE MUNDAÚ.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

14 – ESTUÁRIO DO RIO MUNDAÚ.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

15 – ÁREA URBANA DE MUNDAÚ.

Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 152

12. GLOSSÁRIO

Abrigo de resíduos

Local apropriado para armazenar temporariamente os resíduos, e recipientes de

acondicionamento.

Absorção da água

Quando as gotas de água das chuvas ficam retidas na camada superior do solo. Se

o solo e o subsolo são porosos a água passa a infiltrar-se por efeito da gravidade.

Acondicionamento

Consistem no ato de embalar corretamente os resíduos segregados, de acordo com

as características, em sacos e/ou recipientes impermeáveis, resistentes à punctura,

ruptura e vazamentos.

Adensamento (em Pedologia)

Redução natural do espaço poroso e o consequente aumento da densidade de

camadas ou horizontes do solo, por dissecação ou precipitação química. Quando

resultante da ação antrópica é denominado compactação.

Aeróbica

Condição de que depende a vida do organismo ou em que se desenvolve na

presença de oxigênio livre em condições subaéreas ou subaquáticas.

Aerossol

Mistura de substâncias líquidas com gás em uma lata, onde o gás impulsiona o

líquido para fora quando um mecanismo é ativado.

Aflorante

Que aflora, que emerge.

Afluente

Curso de água que deságua em outro curso de água, considerado principal, ou em

um lago, contribuindo para o aumento de volume dos mesmos.

Água lêntica

Denominação genérica para indicar toda água parada, como a dos lagos.

Água lótica

Denominação utilizada para as águas correntes, como a dos rios.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 153

Água salobra

Água contendo minerais dissolvidos em quantidades que excedem os padrões

normalmente aceitos para usos municipal, doméstico e de irrigação. Água contendo

de 1000 a 4000 ppm de Sólidos Dissolvidos Totais (SDT).

Agenda 21

Protocolo contendo uma lista de compromissos e ações, entre os quais os de

reestruturar a economia, assegurando a sobrevivência humana digna, preservando a

saúde e os recursos naturais do planeta, objetivando o Desenvolvimento

Sustentável. O protocolo foi assinado por mais de uma centena de países, incluindo

o Brasil, durante a Conferência de Cúpula da Organização das Nações Unidas,

ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1992 - a Rio 92.

Águas residuais ou residuárias

São todas as águas descartadas que resultam da utilização para diversos

processos.

Ambiental

Relativo ao meio ambiente, que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas.

Ambiente

Sistema constituído por fatores naturais, culturais e sociais, inter-relacionados entre

si, que condicionam a vida do homem e que por sua vez são constantemente

modificados e condicionados por este. Tudo aquilo que cerca ou envolve os seres

vivos ou as coisas. O ambiente pode ser favorável ou desfavorável ao

desenvolvimento dos seres vivos na terra.

Amostra

Porção representativa de água, ar, qualquer tipo de efluentes ou emissão

atmosférica ou qualquer substância ou produto, tomada para fins de análise de seus

componentes e suas propriedades.

Ancoradouros

Lugar próprio para a ancoragem segura de navios ou outras embarcações.

Área urbana

Área de uma cidade definida pelo perímetro urbano.

Page 155: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 154

Arenoso

Termo aplicado a algumas classes texturais do solo, que apresentam grande

quantidade de areia, com menos de 15% de argila.

Argissolo

Denominação aplicada a solos constituídos por material, que apresentam como

características diferenciais argila de atividade baixa e horizonte B textural (Bt)

imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte superficial, exceto o horizonte

hístico.

Arrimo

Encosto, amparo, proteção; tudo que se utiliza para dar apoio ou suporte a alguma

coisa

Aterro sanitário

Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos a

saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais. Utiliza

princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e

reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na

conclusão de cada jornada.

Bacia hidrográfica

Superfície limitada por divisores de água que são drenados por um curso d’água,

como um rio e seus tributários, às vezes formando um lago. Área contribuinte,

normalmente expressa em km². O mesmo que bacia de drenagem.

Biodegradável

Substância que pode ser decomposta por processos biológicos naturais.

Bombona

Reservatório plástico resistente, revestido pelas laterais com ferro, usado para

armazenamento de produtos químicos e resíduos sólidos.

Calçadão

Calçada ou passeio de grande largura e extensão, com elementos paisagísticos.

Page 156: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA -

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 155

Cascalho

Denominação utilizada para fragmentos grossos com diâmetros compreendidos

entre 0,2 cm e 2 cm.

Cenozóico

Era do tempo geológico desde o final da Era Mesozóica (65 milhões de anos atrás)

até o presente. Compreende os Períodos e épocas em milhões de anos: Quaternário

- Época Pleistoceno - 1,6 milhões de anos até o presente Terciário Épocas: Plioceno

- 5,2 a 1,6; Mioceno - 23,3 a 5,2; Oligoceno - 35,4 a 23,3; Eoceno - 56,5 a 35,4; e,

Paleoceno - 65 a 56,5.

Chorume

Líquido poluente, de cor escura e odor nauseante, originado de processos

biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos.

Coleta e Transporte

Consistem na remoção dos resíduos sólidos da unidade até o local de tratamento ou

destinação final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação da integridade

física do pessoal, da população e do meio ambiente (Adaptado da RDC 306/2004).

Coleta seletiva

Processo que consiste na separação e recolhimento dos resíduos descartados por

empresas e pessoas. Desta forma, os materiais que podem ser reciclados são

separados do lixo orgânico (restos de carne, frutas, verduras e outros tipos de

alimentos). Este último tipo de lixo é descartado em aterros sanitários ou usado para

a fabricação de adubos orgânicos (Adaptado: LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE

2010).

Contaminação

Ação ou efeito de corromper ou infectar por contato. Termo usado, muitas vezes,

como sinônimo de poluição, porém quase sempre empregado em relação direta a

efeitos sobre a saúde do homem. Significa a existência de microorganismos

patogênicos em um meio qualquer.

Coordenadas

Valores lineares ou angulares que indicam a posição ocupada por um ponto em uma

estrutura ou sistema de referência.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 156

Cota

Número que exprime, em metros ou noutra unidade de comprimento, a distância

vertical de um ponto a uma superfície horizontal de referência.

Curva de nível

Linha que se apresenta em um mapa ou carta, destinada a retratar

matematicamente uma forma de relevo, unindo todos os pontos de igual altitude,

situados acima ou abaixo de uma superfície de referência, em geral o nível médio do

mar. Curvas de nível muito juntas indicam terreno muito íngreme, abrupto; o

afastamento de uma para a outra indica região pouco íngreme.

Decibelímetro

Aparelho que mede os níveis de intensidade sonora, de barulho, ruídos.

Desapropriar

Fazer com que uma propriedade particular se torne um bem público.

Desenvolvimento sustentável

Paradigma de desenvolvimento surgido a partir das discussões das décadas de

1970 e 1980, sobre os limites ao crescimento da população humana, da economia e

da utilização dos recursos naturais.

Destinação final

Conjunto de técnicas e tecnologias que buscam propiciar as melhores condições

sanitárias, estéticas, sociais, econômicas e energéticas, de acordo com os padrões

de cada comunidade, para o tratamento e disposição de resíduos.

Distrófico

Solo que apresenta saturação por bases e saturação por alumínio inferiores a 50%.

Domínio morfoestrutural

Grandes conjuntos estruturais, que geram arranjos regionais de relevo, guardando

relação de causa entre si.

Drenagem

Feição linear negativa, produzida por água superficial de escorrência, e que modela

a topografia de uma região.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 157

Ecologia

Ciência que estuda todas as relações entre os organismos atuais e os ambientes

envolventes, a distribuição dos organismos nestes ambientes, bem como a natureza

das suas interações.

Ecossistema

Conjunto de uma comunidade de organismos e seu meio ambiente funcionando

como uma unidade ecológica na natureza.

Efluentes

São produtos líquidos e gasosos resultantes de diversas ações do homem. Em sua

maioria, estão subdivididos em efluentes industriais e domésticos, porém existem

outras divisões desses resíduos.

El Niño

Fenômeno climático, de caráter atmosférico-oceânico, em que ocorre o aquecimento

fora do normal das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico

Equatorial. Este fenômeno costuma alterar vários fatores climáticos regionais e

globais como os índices pluviométricos (em regiões tropicais de latitudes médias),

padrões de vento e deslocamento de massas de ar. O período de duração do El

Niño varia entre 10 e 18 meses e ele acontece de forma irregular (em intervalos de 2

a 7 anos).

Endêmica

Próprio a uma região ou população específica (Geografia). Doença que está sempre

presente numa determinada área (Medicina).

Enrocamento

Base de blocos de rocha natural ou artificial, assente no fundo das águas para

sustentar uma construção e protegê-la contra o embate das águas.

Esgotamento

Ação de retirar completamente o líquido de; secamento

Espécie extinta

Espécie animal ou vegetal de cuja existência não se tem mais conhecimento por um

período superior a 50 anos.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 158

Espécie nativa

Espécie vegetal ou animal que, suposta ou comprovadamente, é originária da área

geográfica em que atualmente ocorre.

Espécie pioneira

Espécie vegetal que inicia a ocupação de áreas desprovidas de plantas, em razão

da atuação do homem ou de agentes naturais.

Espécie rara

Espécie vegetal ou animal que não está ameaçada e nem é vulnerável, porém corre

um certo risco, pelo fato de apresentar distribuição geográfica restrita, ou habitat

pequeno, ou ainda baixa densidade na natureza.

Estação de Tratamento de Esgoto

Unidade de um SES provida de bombas hidráulicas e tanques que elevam e

aumentam a pressão do líquido em um sistema de captação ou distribuição da água

limpa ou residuária (efluentes e esgotos).

Estratigrafia

Ciência que estuda a sucessão original e a idade das rochas estratificadas, assim

como as suas formas, distribuição, composição litológica, conteúdo paleontológico,

propriedades geofísicas e geoquímicas, ou seja, de todos os caracteres,

propriedades e atributos das mesmas como estratos, buscando inferir os seus

ambientes de origem e sua história geológica.

Eutrófico

Solo que apresenta em uma seção de controle de 1m de profundidade, contado a

partir dos 25cm superficiais, ou menos quando ocorrer contato lítico ou litóide antes

dos 125cm, e saturação por bases com valor V igual ou superior a 50%, determinada

a pH 7,0.

Evapotranspiração

Soma de todas as perdas de água, devidas à sua transformação em vapor,

quaisquer que sejam os fatores postos em jogo.

Exorréica

Que drena para o mar.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 159

Extrativismo

Atividade que consiste em extrair da natureza quaisquer produtos que possam ser

cultivados para fins comerciais ou industriais.

Fáceis

Termo que significa aspecto geral de uma rocha, no que se refere ao seu aspecto

litológico, biológico, estrutural, e mesmo metamórfico, bem com aspectos que

refletem o ambiente no qual a rocha foi formada.

Fatores climáticos

Condições físicas ou geográficas que condicionam o clima interagindo nas

condições atmosféricas, tais como a latitude, altitude, as correntes marítimas, a

distribuição das terras e mares, a topografia, a cobertura vegetal etc.

Filo

Categoria taxionômica mais elevada do reino animal, e que corresponde a um grupo

de animais que obedecem a um plano similar de organização, resultante de uma

ascendência comum. Em Botânica, sua congênere é a divisão.

Filtração

Processo físico adotado para o tratamento da água que é destinada ao

abastecimento, e que consiste na utilização de um leito artificial, usualmente de areia

e pedra, sobre o qual a água bruta ou a água decantada é distribuída, havendo a

retenção de partículas finas e/ou flocos na passagem por esse meio filtrante.

Fitoecologia

Ramo da ecologia voltado ao estudo das relações entre os vegetais e o ambiente ou

entre as diferentes espécies de uma comunidade sem referência ao ambiente.

Flora

Conjunto de entidades taxonômicas vegetais (espécies, gêneros etc.) que compõe a

vegetação de um território de dimensões consideráveis.

Formação (em Geologia)

Unidade fundamental da classificação litoestratigráfica. Trata-se de um corpo

rochoso caracterizado pela relativa homogeneidade litológica, forma comumente

tabular, geralmente com continuidade lateral e mapeável na superfície terrestre ou

em sub-superfície.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 160

Fossa rudimentar

Escavação sem revestimento interno, na qual os dejetos caem no terreno, sendo

que parte se infiltra e parte sofre decomposição no fundo. Não existe nenhum

deflúvio, mostrando-se como um dispositivo perigoso, e que somente deve ser

utilizado em última instância.

Fossa séptica

Tanque de sedimentação e digestão, no qual é depositado o lodo constituído pelas

matérias insolúveis das águas residuárias que passam pelos mesmos, sofrendo

decomposição pela ação de bactérias anaeróbicas.

Geoecossistema

Unidade da paisagem que se individualiza por apresentar características a nível

biótico, abiótico e humano que lhes conferem uma unidade. É configurado por uma

estrutura, função e dinâmica, variáveis no tempo e no espaço, e produzidas

historicamente sob a ação de forças naturais e humanas.

Geográfica

Relativo à geografia – ciência que estuda a distribuição dos aspectos físicos e

humanos da superfície terrestre, onde os localiza, descreve, explica e inter-

relaciona.

Geologia

Ciência que estuda o globo terrestre desde o momento em que as rochas se

formaram até o presente.

Geomorfologia

Ciência que estuda o relevo da superfície terrestre, sua classificação, descrição,

natureza, origem e evolução, incluindo a análise dos processos formadores da

paisagem.

Geossistema

Classe peculiar de sistemas dinâmicos, flexíveis, abertos e hierarquicamente

organizados, com estágios de evolução temporal, e que apresentam mobilidade

cada vez maior devido a atuação do homem.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 161

Hectare

Unidade de área equivalente a um quadrado com 100 m de lado e perfazendo,

portanto, 10 000 m².

Herpetofauna

Conjunto das espécies de répteis e anfíbios que vivem em uma determinada região.

Hidráulica

Ciência e técnica que tratam das leis que regem o movimento dos líquidos e dos

problemas suscitados pela utilização da água

Hidrogeologia

Ciência que trata da ocorrência, distribuição e do movimento das águas

subterrâneas, levando em consideração suas propriedades físicas e químicas, suas

interações com os meios físicos e biológico e suas reações à ação do homem.

Horizonte (Pedologia)

Seção à superfície ou paralela a esta, de constituição mineral ou orgânica, resultante

da atuação de processos pedogenéticos.

Índice pluviométrico

Medida em milímetros, resultado do somatório da quantidade da precipitação de

água (chuva, neve, granizo) num determinado local durante um dado período de

tempo.

Infiltração

Fluxo da água da superfície do solo para o subsolo, ou de um meio poroso para um

canal, dreno, reservatório ou conduto.

Inflamabilidade

Aqueles que podem entrar em ignição quando em contato com oxigênio ou com

outros oxidantes, através de choques mecânicos, aumento de temperatura e

reações químicas (Cód. D001 - Adaptado a NBR10004/2004).

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 162

La Niña

Fenômeno oposto ao El Niño, ou seja, um fenômeno que ocorre nas águas do

pacífico equatorial e altera as condições climáticas de algumas regiões do mundo.

Legislação ambiental

Conjunto de regulamentos jurídicos destinados especificamente às atividades que

afetam a qualidade do meio ambiente.

Litoestatigrafia

Subdivisão da estratigrafia, ciência geológica associada ao estudo dos estratos ou

camadas rochosas.

Litoral

Termo que designa a faixa de terra junto à costa marítima que engloba cerca de 50

km para o interior, dependendo da legislação de cada país.

Lixo

Restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis,

indesejáveis ou descartáveis.

Lodo

Denominação utilizada para os sólidos acumulados e separados dos líquidos - água

ou água residuária - durante um processo de tratamento, ou depositados no fundo

dos rios ou outros cursos d’água.

Manejo

Consiste no conjunto de ações voltadas ao gerenciamento dos resíduos gerados,

com foco nos aspectos intra e extra estabelecimento, de acordo com as etapas de

segregação, acondicionamento, coleta, transporte e destinação final.

Mastofauna

Conjunto das espécies de mamíferos que vivem em uma determinada região.

Meridiano

Linha de referência norte - sul, em particular o círculo máximo que passa através dos

polos geográficos da Terra, de onde as longitudes e os azimutes são determinados.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 163

Microclima

Condição climática de uma pequena área resultante da modificação das condições

climáticas gerais, por diferenças locais em elevação ou exposição.

Mineral

Elemento ou composto químico de ocorrência natural formado como produto de

processos inorgânicos.

Morfoestrutura

Feição em que a forma de relevo e a drenagem estão estreitamente relacionados à

estrutura geológica, seja ela de caráter dobrado, falhado ou lineagênico, podendo

apresentar feição positiva ou negativa, ou ainda estar à superfície ou então inumada

por espessa sequência sedimentar.

Nascente

Ponto no solo ou numa rocha de onde a água flui naturalmente para a superfície do

terreno ou para um corpo d’água. O mesmo que fonte.

Neossolos

Solos constituídos por material mineral ou por material orgânico pouco espesso, com

insuficiência de manifestação dos atributos que caracterizam como solos pouco

evoluídos e sem a presença de horizonte no diagnóstico.

Orográfico

Relativo à orografia - estudo das nuances do relevo de uma região.

Paisagismo

Processo de preparação e realização de paisagens.

Paisagístico

Relativo a paisagem.

Pedologia

Ciência que trata da origem, morfologia, distribuição, mapeamento e classificação

dos solos.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 164

Pergolado

Tipo de galeria coberta por peças de madeira, geralmente ornada por trepadeiras

(barrotes), assentadas em pilares

Perenifólia

Planta ou comunidade vegetal em que o processo de queda de folhas se dá de

forma paulatina, na mesma proporção do surgimento de folhas novas, nunca ficando

totalmente desprovida de folhagem.

pH

Parâmetro químico que indica a concentração de íons de hidrogênio em uma

solução aquosa; variando de 0 a 14, sendo 7 o neutro. Valores abaixo de 7, indicam

uma solução ácida (corrosiva) e acima, básica (incrustante).

Piso intertravado

Pavimento de blocos de concreto pré-fabricados, assentados sobre colchão de

areia, travados através de contenção lateral e por atrito entre as peças.

Planície

Termo genérico referente a qualquer área plana ou suavemente ondulada de

dimensões variadas que ocorre mais frequentemente em áreas de baixa altitude, e

onde são predominantes os processos de deposição e acumulação de sedimentos.

Planialtimétrico

Junção da palavra plani com a palavra altimetria. Plani significa mapa que

representa toda superfície terrestre em um plano retangular; e, altimetria significa a

operação que mede as altitudes de pontos em um terreno. Diante disso, representa

as informações planimétricas e altimétricas em uma única planta, carta ou mapa.

Poço Artesiano

Poço que capta a água de um aquífero confinado, sendo que o nível da água, no

poço, eleva-se além do topo da formação aquífera.

Poluentes

Substância, compostos ou elementos causadores de poluição.

Poluição

Degradação da qualidade ambiental resultante das atividades que direta ou

indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, criem

condições adversas às atividades sociais e econômicas, afetem desfavoravelmente

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 165

a bota, afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente, e lancem

materiais ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.

População

Conjunto de indivíduos da mesma espécie vivendo em um determinado local.

Quaternário

Período mais recente da Era Cenozóica, e que se estende desde aproximadamente

1,75 milhões de anos até os dias atuais.

Quiosque

Abrigo montado para venda de alimentos, jornais, flores e outros objetos na via

pública.

Recurso natural

Denominação aplicada a todas as matéria-prima, tanto aquelas renováveis como as

não renováveis, obtidas diretamente da natureza, e aproveitáveis pelo homem.

Recursos hídricos

Quantidade das águas superficiais e/ou subterrâneas, presentes em uma região ou

bacia, disponíveis para qualquer tipo de uso.

Resíduos sólidos

São resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de

origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de

varrição. Ficam incluídos também os lodos provenientes de sistemas de tratamento

de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição,

bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu

lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso

soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia

disponível.

Revestimento

Matéria ou substância (tinta, argamassa, madeira) que estendemos sobre a

superfície de um corpo, para protegê-lo, orná-lo, dar-lhe melhor aparência

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 166

Rio intermitente

Curso d’água que circula em certas épocas do ano, sendo alimentado por água de

nascentes, por águas superficiais ou até mesmo pela fusão da neve. Comum em

regiões semiáridas.

Rocha

Agregado natural de substância minerais, resultantes de um processo geológico

determinado e que constitui parte essencial da litosfera.

Ruído

Som ou conjunto de sons, frequentemente desagradáveis ao ouvido; rumor contínuo

e prolongado.

Salubridade

Qualidade, estado ou condição do que é salubre.

Saneamento

Conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições do meio

ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorar a

qualidade de vida da população e à produtividade do indivíduo e facilitar a atividade

econômica.

Sanitário

Relativo à conservação da saúde pública ou individual.

Sedimentação

Deposição de material sob a forma sólida em condições físico-químicas normais na

superfície terrestre.

Segregação

Consiste na separação do resíduo no momento e local de geração, de acordo com

as características físicas e químicas.

Soleira

Parte inferior do vão da porta, ao nível do piso, constituída por pedra, mármore ou

peça de madeira quadrilonga

Sustentável

Origem no latim sustentare, que significa sustentar, apoiar, conservar. O conceito

está normalmente relacionado com uma mentalidade, atitude ou estratégia que é

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 167

ecologicamente correta, e viável no âmbito econômico, socialmente justa e com uma

diversificação cultural.

Tátil

Que se pode tocar ou tatear: aspereza, rugosidade tátil.

Tardoz

Lado tosco de uma pedra de cantaria que fica para dentro da parede.

Tectônica

Estudo dos movimentos contínuos e descontínuos da crosta terrestre devido a

esforços de tensões e deformações.

Topografia

Descrição detalhada e precisa de um lugar, um terreno, etc. Modo de representação

gráfico das particularidades e formas de um terreno, contendo seus acidentes

naturais e artificiais.

Toxicidade

Aqueles que, quando absorvidos pelos organismos (via ingestão, via inalação ou via

pele e mucosa), causam distúrbios fisiológicos podendo conduzir a morte.

Turismo

Atividade que as pessoas realizam durante suas viagens e permanência em lugares

distintos dos que vivem, por um período de tempo inferior a um ano consecutivo,

com fins de lazer, negócios e outros.

Umidade relativa

Razão entre o conteúdo real de umidade de uma amostra de ar e a quantidade de

umidade que o mesmo volume de ar pode conservar na mesma temperatura e

pressão quando saturado. Geralmente é expressa na forma de porcentagem.

Unidade de Conservação

Espaço territorial e seus componentes, incluindo as águas jurisdicionais, com

características naturais relevantes, legalmente instituído pelo poder público, com

objetivos de preservação e/ou conservação e limites definidos, sob regime especial

de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 168

Urbanização

Ato ou efeito de urbanizar

Vazadouro

Local onde são depositados os resíduos sólidos, sem que sejam adotadas medidas

de proteção ao meio ambiente.

Vetores

Que ou o que é capaz de transmitir um parasita entre hospedeiros (diz-se de

animal).

Zona Litorânea

Área do fundo marinho compreendida entre a preamar e a baixamar, rica em

oxigênio dissolvido, com movimentação da água e presença da luz solar.

Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE)

Instrumento de racionalização da ocupação dos espaços e de redirecionamento das

atividades econômicas. O ZEE serve como subsídio a estratégias e ações para a

elaboração e execução de planos regionais de busca do desenvolvimento

sustentável.

Zoneamento Geoambiental

Integração sistemática e interdisciplinar da análise ambiental ao planejamento dos

usos do solo, com o objetivo de definir a melhor gestão dos recursos ambientais

identificados.

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 169

13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA

Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 180

14. EQUIPE TÉCNICA

Fortaleza, março de 2016.

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RESPONSÁVEL TÉCNICO Cléber Roza de Oliveira

ENGENHEIRO AGRÔNOMO CREA REG. NAC. 0607350920