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PPrroojjeettoo ddee uurrbbaanniizzaaççããoo ddaa pprraaççaa ddaa BBaarrrraa ddoo MMuunnddaaúú ee ccoonnssttrruuççããoo ddoo
ccaallççaaddããoo ddee ppeeddeessttrree
MMUUNNDDAAÚÚ
TTRRAAIIRRII // CCEE
RELATÓRIO DE IMPACTO
AMBIENTAL
- RIMA -
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL
PPRROOJJEETTOO DDEE UURRBBAANNIIZZAAÇÇÃÃOO DDAA PPRRAAÇÇAA DDAA BBAARRRRAA DDOO MMUUNNDDAAÚÚ EE CCOONNSSTTRRUUÇÇÃÃOO DDOO
CCAALLÇÇAADDÃÃOO DDEE PPEEDDEESSTTRREE
MUNDAÚ
TRAIRI/ CE
Elaboração: AMBIENTAL CONSULTORIA & PROJETOS
Razão Social: Ambiental Consultoria em Meio Ambiente LTDA.
CNPJ: 08.686.464/0001-05
FORTALEZA - CEARÁ
2016
ii
APRESENTAÇÃO
O presente documento constitui o Relatório de Impacto ao Meio
Ambiente – RIMA, referente ao projeto de urbanização da praça da Barra
do Mundaú e construção do calçadão de pedestre, localizado na
comunidade de Mundaú, zona litorânea do município de Trairi, Litoral
Oeste do Estado do Ceará.
O Relatório de Impacto ao Meio Ambiente, visa cumprir o que
determina a Política Nacional do Meio Ambiente e demais dispositivos
legais pertinentes e se constitui em um elemento técnico-legal e
complementar à documentação necessária para a concessão do
licenciamento ambiental para implantação do projeto.
Este RIMA foi elaborado seguindo as diretrizes do Termo de
Referência 2879/2014 – DICOP/GECON emitido pela Superintendência do
Meio Ambiente do Estado do Ceará - SEMACE, órgão responsável pelo
licenciamento ambiental.
iii
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ........................................................................... ii 1. ASPECTOS GERAIS .......................................................... 6 1.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR ................................ 6 1.2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................. 7 1.2.1. LOCALIZAÇÃO ................................................................. 7 1.3. CONSULTORIA RESPONSÁVEL PELO ESTUDO ...................... 8 1.4. JUSTIFICATIVAS SOCIOECONÔMICA E AMBIENTAL .............. 12 2. DADOS TÉCNICOS ........................................................... 14 2.1. DESCRIÇÃO GERAL .......................................................... 14 2.2. PARTIDO ARQUITETÔNICO E PAISAGÍSTICO ....................... 15 2.3. PROGRAMA DE NECESSIDADES......................................... 15 2.4. ESPECIFICAÇÕES GERAIS ................................................ 15 2.4.1. CONDIÇÕES GERAIS ........................................................ 15 2.4.2. MODIFICAÇÕES NO PROJETO ............................................ 16 2.4.3. ANÁLISE DOS PROJETOS E RESPONSABILIDADES ............... 16 2.5. ESPECIFICAÇÕES DOS SERVIÇOS E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO .............................................................................. 17 2.5.1. LOCAÇÃO E NIVELAMENTO ............................................... 17 2.5.2. MOVIMENTO DE TERRA .................................................... 17 2.5.3. MUROS DE ARRIMO E ENROCAMENTO ............................... 17 2.5.4. PAVIMENTAÇÃO DO CALÇADÃO E PRAÇA ........................... 18 2.5.5. PAVIMENTAÇÃO DE RAMPAS E ESCADAS ............................ 18 2.5.6. PAVIMENTAÇÃO DAS VIAS DE ACESSO E ESTACIONAMENTO 18 2.5.7. GUARDA-CORPO ............................................................. 18 2.5.8. PAISAGISMO .................................................................. 18 2.5.9. SINALIZAÇÃO TÁTIL ........................................................ 19 2.5.10. MOBILIÁRIO URBANO ...................................................... 19 2.5.11. PERGOLADOS EM MADEIRA .............................................. 19 2.6. QUIOSQUE E SANITÁRIOS ................................................ 19 2.6.1. COBERTURA ................................................................... 19 2.6.2. REVESTIMENTOS ............................................................. 19 2.6.3. PISOS, RODAPÉS, SOLEIRAS, PEITORIS E BANCADAS ......... 19 2.6.4. ESQUADRIAS .................................................................. 20 2.6.5. FERRAGENS .................................................................... 20 2.6.6. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ................................................ 20 2.6.7. INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS ................................... 20 2.6.8. LOUÇAS, METAIS E ACESSÓRIOS ...................................... 20 2.6.9. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ................................................ 21 2.7. RESUMO DA OBRA ........................................................... 21
iv
2.8. ORÇAMENTO DA OBRA ..................................................... 21 3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE ................................................ 23 3.1. COMPETÊNCIAS .............................................................. 23 3.2. RELAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO DA LEGISLAÇÃO FEDERAL PERTINENTE ................................................................................ 32 3.2.1. CONSTITUIÇÃO ............................................................... 32 3.2.2. LEIS FEDERAIS ............................................................... 33 3.2.3. DECRETOS FEDERAIS ...................................................... 34 3.2.4. RESOLUÇÕES .................................................................. 35 3.2.5. PORTARIAS FEDERAIS ..................................................... 37 3.2.6. NORMAS REGULAMENTADORAS ........................................ 37 3.3. RELAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESTADUAL PERTINENTE ................................................................................ 38 3.3.1. CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO CEARÁ ............................... 38 3.3.2. LEIS ESTADUAIS ............................................................. 38 3.3.3. DECRETOS ESTADUAIS .................................................... 38 3.3.4. OUTRAS NORMAS ............................................................ 39 3.4. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL .................................................. 40 4. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO ESTUDO AMBIENTAL ................... 41 4.1. METODOLOGIA ............................................................... 43 5. CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL ................................... 45 5.1. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO .................................. 45 5.1.1. CLIMA ............................................................................ 45 5.1.2. GEOLOGIA ...................................................................... 46 5.1.3. GEOMORFOLOGIA ........................................................... 48 5.1.4. PEDOLOGIA .................................................................... 51 5.1.5. RECURSOS HÍDRICOS ...................................................... 56 5.1.6. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO .......................................... 60 5.1.7. ÁREAS PRIORITÁRIAS ...................................................... 62 5.2. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO BIÓTICO ................................ 64 5.2.1. FLORA REGIONAL (AII) .................................................... 64 5.2.1.1. COMPLEXO VEGETACIONAL DE ZONA LITORÂNEA ............... 65 5.2.1.2. FLORESTA PERENIFÓLIA PALUDOSA MARÍTIMA ................... 70 5.2.2. FLORA LOCAL (AID E ADA) ............................................... 71 5.2.3. FAUNA ........................................................................... 73 5.3. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO ANTRÓPICO ........................... 92 5.3.1. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS .............................................. 92 5.3.2. INFRAESTRUTURA SOCIAL................................................ 98 5.3.3. ECONOMIA ..................................................................... 101 5.3.4. SINOPSE SOCIOECONÔMICA DE MUNDAÚ .......................... 106 5.3.5. QUILOMBOLAS E ÁREAS INDÍGENAS ................................. 112 6. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ........................... 116 6.1. METODOLOGIA ADOTADA ................................................. 117 6.2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .................... 121 6.3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ........................... 124
v
7. MEDIDAS MITIGADORAS .................................................. 128 7.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................ 128 7.2. FASE DE IMPLANTAÇÃO ................................................... 128 7.3. OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DO PROJETO ........................... 132 8. PLANOS E PROGRAMAS DE CONTROLE E MONITORAMENTOS TÉCNICOS E AMBIENTAIS .............................................................. 133 9. PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS CO-LOCALIZADOS......... 135 9.1. PROGRAMA DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO TURISMO NO NORDESTE - PRODETUR ....................................... 135 9.2. PROINFTUR - PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA TURÍSTICA DO LITORAL OESTE ........................... 136 9.3. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO COSTEIRO – GERCO ......... 136 9.4. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO E INTEGRAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS - PROGERIRH ............................................................... 137 9.5. PROGRAMA ÁGUA PARA TODOS ........................................ 137 9.6. PROJETO SÃO JOSÉ III .................................................... 138 9.7. SISTEMA INTEGRADO DE SANEAMENTO RURAL - SISAR ...... 138 9.8. SELO UNICEF MUNICÍPIO APROVADO ................................ 139 9.9. PRONAF ......................................................................... 139 9.10. PROGRAMA NACIONAL DE CRÉDITO FUNDIÁRIO - PNCF ....... 139 9.11. PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS ........................ 140 9.12. REVITALIZAÇÃO DO MERCADO DE MUNDAÚ ....................... 140 9.13. PROJOVEM TRABALHADOR ............................................... 140 9.14. GERAÇÃO DE ENERGIA .................................................... 140 9.15. PROGRAMA LUZ PARA TODOS ........................................... 141 9.16. GERENCIAMENTO DAS ÁGUAS DA BACIA DO LITORAL ......... 142 10. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................... 143 11. DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA ....................................... 151 12. GLOSSÁRIO .................................................................... 168 13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................ 169 14. EQUIPE TÉCNICA ............................................................. 397
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 6
1. ASPECTOS GERAIS
1.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR
Nome: SECRETARIA DO TURISMO DO ESTADO DO CEARÁ - SETUR.
CNPJ: 00.671.077/0001-93.
Endereço: Av. Washington Soares, 999, Edson Queiroz, Centro de Eventos do Ceará – Pavilhão Leste – 2º mezanino, CEP: 60839-120, Fortaleza, Ceará.
Fone/Fax: (85) 3195-0283.
Responsável: Sr. Arialdo de Melo Pinho. Secretário do Turismo. Contato: Luiz Mauro Aragão Rosa. Coordenador – ProinfTur. [email protected]
A Secretaria do Turismo do Ceará – SETUR, foi criada em 1995 com a missão
de fortalecer o Estado do Ceará como destino turístico nacional e internacional, de
forma sustentável, com foco na geração de emprego e renda, na inclusão social e na
melhoria de vida do cearense. Além disto, a SETUR procura desenvolver o turismo
em harmonia com o crescimento econômico, a preservação ambiental, a
responsabilidade social e o fortalecimento da identidade e dos valores culturais.
A SETUR desenvolve ações de capacitação e qualificação dos segmentos
envolvidos na cadeia produtiva do setor e tem consolidado parcerias com setores
públicos e privados, captando negócios e investimentos para o desenvolvimento da
infraestrutura e o crescimento socioeconômico.
Proinftur
O Programa de Valorização da Infraestrutura Turística do Litoral Oeste –
Proinftur, é um programa da SETUR financiado pelo Banco Andino de Fomento –
CAF, que contempla, além da rodovia estadual CE-085, diferentes projetos de
melhoria urbana e de acessos a praias.
Os projetos buscam facilitar o acesso amplo e democrático da população aos
espaços públicos dos destinos turísticos da região, nos doze municípios do litoral
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 7
Oeste, tais como: São Gonçalo do Amarante, Paracuru, Paraipaba, Trairi, Itapipoca,
Acaraú, Itarema, Cruz, Jijoca de Jericoacoara, Camocim, Barroquinha e Amontada.
CAF
O Banco Andino de Fomento é um banco de desenvolvimento sediado na
cidade de Lima, no Peru, comprometido com a melhoria da qualidade de vida dos
povos latino-americanos e que promove o desenvolvimento sustentável e a
integração de uma região.
1.2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
O projeto em questão consiste na urbanização da Praça da Barra do Mundaú
e na construção do calçadão de pedestre na comunidade de Mundaú, município de
Trairi, Estado do Ceará.
Termo de referência: 2879/2014 - DICOP/GECON
Processo SEMACE: 3846302/2014.
1.2.1. LOCALIZAÇÃO
O projeto de urbanização da Praça da Barra do Mundaú e na construção do
calçadão de pedestre, situa-se na comunidade de Mundaú, zona litorânea do
município de Trairi e localizada no Litoral Oeste do Estado do Ceará (Figuras 1-1 a
1-3).
O município de Trairi faz limite ao Norte com o município de Itapipoca e o
Oceano Atlântico; ao Sul com os municípios de Itapipoca, Tururu, Umirim, São Luís
do Curu, São Gonçalo do Amarante; ao Leste com os municípios de São Gonçalo do
Amarante, Paraipaba; e, ao Oeste com o município de Itapipoca.
A Sede do município de Trairi está distante aproximadamente 125 km de
Fortaleza, capital do Estado do Ceará, conforme dados do Departamento Estadual
de Rodovias - DER/CE. O melhor acesso é pela rodovia estadual CE-085 (Rodovia
Estruturante), percorrendo 115 km até a bifurcação que dá acesso a Sede de Trairi,
logo após a comunidade de Gualdrapas, percorrendo aproximadamente mais 11 km
pela rodovia estadual CE-163 até a Sede.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 8
A comunidade de Flecheiras fica localizada ao Norte do município de Trairi,
apresentando uma das praias mais visitadas do município.
O melhor acesso, a partir da Sede municipal, pode ser realizado pela rodovia
estadual CE-163, percorrendo aproximadamente 9 km até a bifurcação para as
comunidades de Flecheiras e Guajiru, entrando à direita e percorrendo
aproximadamente mais 3 km, pela rodovia CE-346, até Flecheiras.
1.3. CONSULTORIA RESPONSÁVEL PELO ESTUDO
EMPRESA AMBIENTAL CONSULTORIA & PROJETOS
CNPJ 08.686.464/0001-05
Endereço Rua Eduardo Garcia, nº 23, sala 12 e 13, Aldeota 60.150-100
Fortaleza, Ceará
Telefone (85) 3221-1400
E-mail [email protected]
Contato: José Alves
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 9
FIGURA 1-1– MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO PROJETO.
Fonte: IBGE, adaptado por Ambiental Consultoria.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 10
FIGURA 1-2– MAPA DE SITUAÇÃO CARTOGRÁFICA.
Fonte: SUDENE, adaptado por Ambiental Consultoria.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 11
FIGURA 1-3 - IMAGEM DE SATÉLITE DA ÁREA DO PROJETO.
Fonte: Google Earth, adaptado por Ambiental Consultoria.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 12
FIGURA 1-4 - ACESSO À COMUNIDADE DE MUNDAÚ.
Fonte: Bing Maps, adaptado por Ambiental Consultoria.
O projeto consiste na reforma da Praça do CTPA, construção de calçadão
paisagístico de extensão de 796,85 m, que interliga a Praça do CTPA à Praça da
Barra, e a construção de três pontos de acesso à praia através do calçadão
proposto.
O detalhamento do projeto será apresentado no Capítulo 2 – Dados Técnicos.
1.4. JUSTIFICATIVAS SOCIOECONÔMICA E AMBIENTAL
A área do projeto é um local de convergência dos moradores de Mundaú e dos
turistas que a visitam, em busca de saúde, lazer e entretenimento.
A área em questão está inserida em zona litorânea e vem sofrendo com o
avanço do mar, sendo necessário proteger a área de intervenção com enrocamento
de pedra no intuito de preservar o muro de contenção da ação das marés.
Atualmente a praça encontra-se em péssimo estado de conservação,
deteriorada pela ação do mar, necessitando assim uma reurbanização geral (Figura
1-5).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 13
FIGURA 1-5 – PRAÇA DO CTPA DANIFICADA.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
FIGURA 1-6 – PRAÇA DO CTPA DANIFICADA.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 14
2. DADOS TÉCNICOS
O objeto deste estudo refere-se a urbanização da Praça da Barra do Mundaú e
a construção do calçadão de pedestre, localizada na zona litorânea do município de
Trairi, Litoral Oeste do Estado do Ceará.
2.1. DESCRIÇÃO GERAL
O Projeto consiste na reforma da Praça do CTPA, construção de
calçadão paisagístico de extensão de 796,85m, que interliga a Praça do CTPA à
Praça da Barra, e construção de três pontos de acesso à praia através do calçadão
proposto.
A área praça existente conta com cerca de 11.095,40 m² e o calçadão a
ser construído terá 7423,84 m². A praça atual encontra-se subutilizada e mal
conservada, com mobiliário urbano e pisos deteriorados, o que a torna pouco
convidativa.
FIGURA 2-1 – ÁREA DO PROJETO QUE SOFRERÁ REFORMA.
Fonte: Ambiental Consultoria (Out/2015).
FIGURA 2-2 – ÁREA DO PROJETO ONDE ACONTECERÁ A CONSTRUÇÃO DO CALÇADÃO.
Fonte: Ambiental Consultoria (Out/2015).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 15
2.2. PARTIDO ARQUITETÔNICO E PAISAGÍSTICO
Os parâmetros norteadores principais para a intervenção foram:
• A valorização paisagística e ambiental do lugar, através de um traçado
que respeita a linha de preamar e dialoga com as edificações
existentes, de modo que a intervenção se insira de maneira sutil na
paisagem;
• A criação de um ambiente público de qualidade e de grande valor
cênico;
• Mitigar os impactos na paisagem gerados pela grande extensão
de enrocamento, através da adoção de mecanismos arquitetônicos
e paisagísticos;
• Ampliar a área pavimentada somente o necessário para não reduzir a
faixa de praia;
• Utilizar vegetação nativa e adaptada às condições climáticas,
objetivando uma menor manutenção.
2.3. PROGRAMA DE NECESSIDADES
Para evitar a utilização de grandes áreas e, consequentemente, a diminuição
da faixa de praia o programa de necessidades se restringe aos elementos essenciais
a seguir:
• Calçadão com largura de 5,0 m e extensão de 796,85 m, interligando
as praças existentes;
• Dois quiosques com sanitários acessíveis e chuveirões;
• Pergolados para área de mesas dos quiosques;
• Arquibancada para a quadra existente;
• Quadra de voleibol de areia com arquibancada e pérgolas de apoio;
• Anfiteatro; e,
• Acessibilidade universal.
2.4. ESPECIFICAÇÕES GERAIS
2.4.1. CONDIÇÕES GERAIS
As obras, referentes aos Projetos de Intervenção, deverão ser executadas
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 16
integral e rigorosamente em obediência às normas e especificações contidas neste
Memorial, no Caderno de Orçamento, nos Projetos Complementares de
Instalações, Drenagem e Cálculo Estrutural, bem como no projeto completo
apresentado, quanto à distribuição e dimensões, e ainda os detalhes técnicos e
arquitetônicos, em geral.
Deverão ser empregados nas obras materiais de primeira qualidade,
entendendo-se como material "equivalente" aos especificados, um mesmo material
que apresente – a critério da Fiscalização – as mesmas características de
forma, textura, cor, peso, resistência, etc.
A obra deverá ser executada de acordo com a boa técnica, as Normas
Brasileiras da ABNT, as posturas federais, estaduais, municipais e condições locais.
2.4.2. MODIFICAÇÕES NO PROJETO
Não serão toleradas modificações nos projetos, nos Memoriais Descritivos e
nas especificações de materiais sem a autorização, por escrito, dos respectivos
autores.
Na ocorrência desse fato a responsabilidade de autoria pelo projeto fica
passível de suspensão, bem como de processo cabível ao caso.
2.4.3. ANÁLISE DOS PROJETOS E RESPONSABILIDADES
Deverá ser fornecido projeto completo à construtora executora das obras, a
quem caberá a total responsabilidade pela estabilidade, segurança da construção,
acerto e esmero na execução de todos os detalhes, tanto arquitetônicos como
estruturais, de instalações e equipamentos, bem como, funcionamento, pelo que
deverá, obrigatoriamente, examinar, profunda e cuidadosamente, todas as peças
gráficas e escritas, apontando, por escrito, com a devida antecedência, bem antes
da aquisição de materiais e equipamentos ou do início de trabalhos gerais, ou
mesmo parciais, as partes não suficientemente claras, em discordância ou
imprecisas.
Qualquer obra, de qualquer natureza, deverá ser cercada de toda segurança e
garantia. Nenhum trabalho será iniciado sem prévio e profundo estudo e análise das
condições do solo, das construções vizinhas e da própria área; o mesmo com
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 17
relação aos projetos a serem executados.
Divergências entre obra e desenho, entre um desenho e outro, entre
especificações, memorial e desenho ou entre desenho e detalhe serão comunicadas
aos autores dos projetos respectivos e ao arquiteto, por escrito, com a necessária
antecedência, para efeito de interpretação ou compatibilização.
2.5. ESPECIFICAÇÕES DOS SERVIÇOS E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
2.5.1. LOCAÇÃO E NIVELAMENTO
As obras, caracterizadas nos projetos de urbanização deverão ser locadas
rigorosamente de acordo com as plantas apresentadas, observando os pontos
referenciais de locação, as cotas de nível e o sentido da drenagem superficial
indicada em planta.
2.5.2. MOVIMENTO DE TERRA
Serão feitos os movimentos de terra (cortes, aterros e taludes) rigorosamente
de acordo com o projeto urbanístico, suas cotas e seções, utilizando-se, para isso,
processos mecânicos. As escavações gerais ou para fundações serão devidamente
escoradas e executadas de modo a não comprometer a estabilidade do terreno, de
partes construídas ou de vias.
Os aterros deverão ser executados em camadas inferiores a 20 cm de
espessura e devidamente compactadas por equipamento mecânico apropriado.
2.5.3. MUROS DE ARRIMO E ENROCAMENTO
Deverão ser executados de acordo com os detalhes apresentados e as
exigências de estabilidade definidas pela boa técnica. Os muros de arrimo serão
executados em alvenaria de pedra, com granulometria variada de 25 cm a 50 cm,
argamassados com mistura de cimento e areia para preencher os vazios dos blocos
de pedras.
Será necessário implementar os dispositivos usuais de drenagem de muros
impermeáveis, tais como dreno de areia ou geossintético no tardoz e tubos barbacãs
para alívio de poropressões na estrutura de contenção.
O enrocamento deverá ser executado com rochas de granulometria variada,
conforme a dimensão do desnível, mas variando entre 0,5 ton a 1,0 ton. A
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 18
quantidade e perfil do enrocamento deverá seguir as especificações presentes no
Projeto Executivo.
Estrutural, mas sendo ajustado de acordo com as condições específicas da
topografia e comportamento das marés em cada local de intervenção.
2.5.4. PAVIMENTAÇÃO DO CALÇADÃO E PRAÇA
A pavimentação será executada em apenas dois materiais: a pedra cariri de
qualidade comprovada para o passeio e réguas de madeira ecológica para o piso
principal. A pedra cariri (50 x 50 x 2 cm) será aplicada sobre contra-piso
regularizado.
O assentamento da pedra será executado com argamassa mista, composta de
cimento, cal hidratada e areia. O rejuntamento deverá ser de acordo com o
orçamento. As réguas, (0,10 x 3,00 m) espessura de 2,5 cm, em madeira ecológica e
elaboradas com resíduos industriais e fibras naturais serão assentadas sobre
barrotes de mesmo material, que por sua vez serão fixos em contra-piso
regularizado, nivelado e com a devida inclinação em direção a calha de drenagem,
conforme Projeto.
2.5.5. PAVIMENTAÇÃO DE RAMPAS E ESCADAS
A pavimentação será executada em pedra cariri (50 x 50 x 2 cm) será aplicada
sobre contra-piso regularizado.
2.5.6. PAVIMENTAÇÃO DAS VIAS DE ACESSO E ESTACIONAMENTO
Quando houver reforma de vias e/ou estacionamento, a pavimentação será em
piso intertravado de concreto tipo 16 faces, (20 x 10 cm), espessura de 8 cm. Fck=
25 Mpa.
2.5.7. GUARDA-CORPO
Os guarda-corpos serão em toras de eucalipto autoclavado e tratado, conforme
Projeto Executivo.
2.5.8. PAISAGISMO
Para afirmar as características paisagísticas do ambiente litorâneo foram
escolhidas as espécies nativas e adaptadas a esse ecossistema, tais como:
Coqueiros (Cocos nucífera), Coco-babão (Syagrus cearensis e Syagrus coronata),
Tamarindo (Tamarus indica) e Brasileirinho (Erytrina variegata).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 19
Para forração, será utilizada a grama esmeralda (Zoysia japonica) em placas.
Todos os coqueiros existentes serão preservados, havendo a possibilidade de
transplantio quando necessário, após consultar o autor do projeto.
2.5.9. SINALIZAÇÃO TÁTIL
Para o piso tátil de alerta utilizaremos placas em concreto 40 x 40 cm na cor
grafite a serem aplicados nos rebaixos do meio-fio. No início das rampas e escadas
de acesso à praia, utilizaremos pinos de alerta em aço inox a serem fixados no piso
em madeira ecológica, conforme indicado em Projeto Executivo.
Para substituir o piso tátil direcional, utilizaremos, conforme NBR 9050/2004,
guias de balizamento, em placas de pedra cariri, instalado junto aos limites laterais
das superfícies de piso (jardineiras).
2.5.10. MOBILIÁRIO URBANO
Para o mobiliário urbano serão utilizados bancos com encosto (1,80 x 0,60 m) e
mesas piquenique (2,00 x 1,60 m) em madeira tratada e certificada a serem fixados
abaixo dos pergolados e lixeiras seletivas em madeira ecológica (0,50 x 0,50 m). Os
detalhes e a locação do mobiliário constam no Projeto Executivo.
2.5.11. PERGOLADOS EM MADEIRA
Os pergolados serão executados em madeira maçaranduba tratada e com
certificação FSC, conforme Projeto Estrutural.
2.6. QUIOSQUE E SANITÁRIOS
2.6.1. COBERTURA
A cobertura do quiosque será em telha de alumínio (7 mm) com inclinação de
5% sobre madeiramento.
2.6.2. REVESTIMENTOS
Os revestimentos externos serão em pastilha cerâmica 5 x 5 cm, cor Tibete,
referência SG11156 Atlas ou equivalente. Os revestimentos dos sanitários e cozinha
serão em porcelanato acetinado na cor branca, 50 x 50 cm, Eliane ou similar. O
rejunte será aplicado conforme manual do fabricante.
2.6.3. PISOS, RODAPÉS, SOLEIRAS, PEITORIS E BANCADAS
O piso, em todos os ambientes do quiosque, será em porcelanato acetinado na
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 20
cor branca, 50 x 50 cm, Eliane ou similar. O rodapé será aplicado com o mesmo
revestimento do piso em placas 10 x 50 cm. O rejunte será aplicado conforme
manual do fabricante.
As soleiras e peitoris serão em granito Branco Ceará polido, aplicar conforme
Projeto Executivo. As bancadas serão em granito preto polido, aplicar conforme
Projeto Executivo.
2.6.4. ESQUADRIAS
As janelas serão em madeira e vidro e acionamento projetante (maximar). As
portas serão em madeira maciça certificada e tratada, conforme Projeto Executivo.
2.6.5. FERRAGENS
As ferragens serão nos tipos, modelos e acabamentos indicados no Projeto
Executivo de Urbanização.
2.6.6. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
As especificações relativas às instalações elétricas em geral constam no
Projeto Executivo de Instalações Elétricas.
2.6.7. INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS
As especificações das instalações hidráulicas em geral, abrangendo água fria,
escoamento de águas pluviais (drenagem) e esgoto enocontram-se desenvolvidas
no Projeto de instalações Hidrossanitárias, que acompanham o Projeto Executivo.
2.6.8. LOUÇAS, METAIS E ACESSÓRIOS
Louças:
• Bacia convencional branca, Vogue plus, Deca, com válvula de descarga
HidraMax, Deca ou similar;
• Lavatório suspenso na cor branca linha Azaleia, Celite, ref. 91038 ou
equivalente; e,
• Tanque pequeno de louça Celite ou equivalente na cor branca, dimensões
(LxP): 50 x 38 cm, ref.: 51263.
Metais:
• Chuveiro Pressmatic Antivandalismo com válvula para chuveiro Pressmatic
Antivandalismo Docol, ou equivalente;
• Cuba para Cozinha em aço Inox (34x40cm), Tramontina ou equivalente;
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 21
• Torneira com alavanca, modelo Pressmatic Benefit da Docol ou equivalente;
• Torneira de parede para tanque, linha Standard, ref.: 1152c 39, Deca ou
equivalente;
• Torneira de parede para cozinha, linha Riva, Docol ou equivalente; e,
• Barra de apoio em aço inox para sanitário acessível (aplicar na porta e junto
ao sanitário).
Acessórios:
• Papeleira DECA com rolete plástico Cod. A48017 ou equivalente;
• Cabide simples DECA Cód. A 680 17 ou equivalente;
• Porta sabonete líquido em PS, Jofel ou equivalente; e,
• Porta papel toalha em PS, Jofel ou equivalente.
2.6.9. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
As especificações relativas às instalações elétricas em geral constam no
Projeto Executivo de Instalações Elétricas.
2.7. RESUMO DA OBRA
Conforme apresentado no Quadro 2-1, segue o resumo do projeto:
QUADRO 2-1 – RESUMO DO PROJETO. Característica Resultado
Área existente 11.095,40 m² Área de intervenção 18.841,73 m² Extensão da intervenção 796,85 m Tipo de intervenção Projeto de Urbanização Área a desapropriar Inexistente Fonte: CEARÁ (2014).
2.8. ORÇAMENTO DA OBRA
Conforme dados de 24 de novembro de 2015 do DAE (Departamento de
Arquitetura e Engenharia), o orçamento do projeto está avaliado em R$
12.054.540,23 (Doze milhões, cinquenta e quatro mil, quinhentos e quarenta reais e
vinte e três centavos), conforme apresentado no resumo a seguir (Tabela 2-1).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 22
TABELA 2-1 – RESUMO DO ORÇAMENTO DO PROJETO.
Descrição Valor Total (R$) % Administração da obra 955.193,00 7,92 Serviços preliminares 298.858,04 2,48
Urbanização 10.356.323,13 85,91 Quiosque 2X 226.328,48 1,88
Quadra 217.837,58 1,81 TOTAL 12.054.540,23 100
Fonte: SEINFRA/CE, 2015.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 23
3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE
O presente capítulo apresenta os principais aspectos legais relacionados com o
projeto de urbanização da Praça da Barra do Mundaú e na construção do calçadão
de pedestre em Mundaú, localizado na zona litorânea do município de Trairi, Estado
do Ceará.
Compreende a discriminação e a análise das principais leis e normas
ambientais nos âmbitos federal, estadual e municipal relacionadas com a proposta
do projeto visando a orientar o pedido de licenciamento ambiental e a viabilizar a sua
implantação e operação em conformidade com a legislação vigente.
3.1. COMPETÊNCIAS
A Constituição Federal, no seu Art. 225 apresenta que todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo
ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos
e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 24
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
submetam os animais a crueldade.
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público
competente, na forma da lei.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o
Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua
utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
A Constituição Federal especifica os bens da União em seu Artigo 20, e os
pertencentes aos Estados no Artigo 26.
No tocante aos bens de propriedade da União, situados no litoral, destacam-se
os terrenos de marinha e seus acrescidos, cuja conceituação se encontra nos já
referidos artigos. 2.º e 3º, do Decreto-lei 9.760/46, que diz:
"Art. 2º - São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33
(trinta e três) metros, medidos horizontalmente, para a parte da
terra, da posição da linha do preamar médio de 1831:
a) os situados no continente, na costa marítima e nas margens
dos rios e lagoas, até onde se faça sentir a influência das
marés;
b) os que contornam as ilhas situadas em zonas onde se faça
sentir a influência das marés.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 25
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo a influência das
marés é caracterizada pela oscilação periódica de 5 (cinco)
centímetros pelo menos do nível das águas, que ocorra em
qualquer época do ano.
Art. 3º - São terrenos acrescidos de marinha os que se tiverem
formado, natural ou artificialmente, para o lado do mar ou dos
rios e lagoas, em seguimento aos terrenos de marinha."
A expressão “de marinha” na identificação desses imóveis está relacionada à
influência ou proximidade com o mar (oceano), não havendo qualquer vínculo com a
Marinha do Brasil, engano freqüente. Por outro lado, percebesse que os terrenos de
marinha são espaços cuja demarcação se verifica a partir de um marco referencial
fixo: a Linha de Preamar Média (LPM), de 1831.
Outros bens públicos relevantes encontram-se entre as áreas de uso comum
do povo, compreendidas pelas praias, mar territorial e recursos naturais da zona
econômica exclusiva e pela plataforma continental, correspondendo estas últimas à
faixa marinha do país. As praias têm sua definição legal fixada pela caracterização
do ecossistema conforme art. 10, § 3.º, da Lei 7.661/88, que diz:
"Entende-se por praia a área coberta e descoberta
periodicamente pelas águas, acrescida da faixa subseqüente
de material detrítico, tal como areias, cascalhos, seixos e
pedregulhos, até o limite onde se inicie a vegetação natural, ou,
em sua ausência, onde comece um outro ecossistema."
Embora os terrenos de marinha e seus acrescidos sejam, em princípio, bens
dominiais susceptíveis de utilização por particulares, na hipótese de se verificar que
tais terrenos sejam caracterizados como sendo áreas de praia veda-se a sua
destinação individual, pois não é admissível a utilização privativa de áreas de uso
comum do povo por expressa disposição legal, uma vez que não são bens
disponíveis para esse fim, devendo a sua utilização se destinar a toda coletividade.
De acordo com os ditames da Lei Federal Lei Nº 9.785/99, será considerado de
utilidade pública a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros
públicos; a execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 26
sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a
construção ou ampliação de distritos industriais.
O município como unidade política e administrativa, sede da intervenção local
das ações de gerenciamento costeiro, é fundamental para todo o processo de
implementação do programa, incorporando, suas diretrizes aos planos diretores
municipais e em outras legislações específicas que permitirão o ordenamento do uso
e ocupação do solo na faixa costeira.
Assim as responsabilidades são compartilhadas entre as três esferas de
governo, sendo necessária e desejável a ação conjunta para que os serviços
atendam a toda a população.
PLANO NACIONAL DE GERENCIAMENTO COSTEIRO (Lei Federal Nº 7.661/88)
O PNGC foi constituído pela Lei 7.661, de 16/05/88, cujos detalhamentos e
operacionalização foram objeto da Resolução Nº 01/90 da Comissão Interministerial
para os Recursos do Mar (CIRM), de 21/11/90, aprovada após audiência do
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).
A própria Lei já previa mecanismos de atualização do PNGC, atualmente no
PNGC II, por meio do Grupo de Coordenação do Gerenciamento Costeiro
(COGERCO).
A Zona Costeira abriga um mosaico de ecossistemas de alta relevância
ambiental, cuja diversidade é marcada pela transição de ambientes terrestres e
marinhos, com interações que lhe conferem um caráter de fragilidade e que
requerem, por isso, atenção especial do poder público, conforme demonstra sua
inserção na Constituição brasileira como área de patrimônio nacional.
A sustentabilidade das atividades humanas nas zonas costeiras depende de
um meio marinho saudável e vice-versa.
O PNGC busca estabelecer as bases para a continuidade das ações, de forma
a consolidar os avanços obtidos, e possibilitar o seu aprimoramento, mantendo a
flexibilidade necessária para o atendimento da ampla diversidade de situações que
se apresentam ao longo da extensa zona costeira do Brasil, tendo como princípios
fundamentais:
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 27
• A observância da Política Nacional de Meio Ambiente e da Política Nacional
para os Recursos do Mar, de forma articulada e compatibilizada com as
demais políticas incidentes na sua área de abrangência e de atuação;
• A observância dos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil na
matéria;
• A observância dos direitos de liberdade de navegação, na forma da legislação
vigente;
• A utilização sustentável dos recursos costeiros em observância aos critérios
previstos em Lei e neste Plano;
• A gestão integrada dos ambientes terrestres e marinhos da Zona Costeira,
com a construção e manutenção de mecanismos transparentes e
participativos de tomada de decisões, baseada na melhor informação e
tecnologia disponível e na convergência e compatibilização das políticas
públicas, em todos os níveis da administração;
• A necessidade de ser considerada, na faixa marítima, a área de abrangência
localizada na plataforma continental interna, na qual os processos de
transporte sedimentar e modificação topográfica do fundo marinho constituem
parte integrante substancial dos processos costeiros, e ainda aquela porção
de mar onde o efeito dos aportes terrestres sobre os ecossistemas marinhos
é mais significativo;
• A não-fragmentação, na faixa terrestre, da unidade natural dos ecossistemas
costeiros, de forma a permitir a regulamentação da utilização de seus
recursos, respeitando sua integridade;
• A consideração, na faixa terrestre, das áreas marcadas por atividade sócio-
econômicocultural de características costeiras e sua área de influência
imediata, em função dos efeitos dessas atividades sobre a conformação do
território costeiro;
• A consideração dos limites municipais, dada a operacionalidade das
articulações necessárias ao processo de gestão;
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 28
• A preservação, conservação e controle de áreas que sejam representativas
dos ecossistemas da Zona Costeira, com recuperação e reabilitação das
áreas degradadas ou descaracterizadas;
• A aplicação do Princípio de Precaução tal como definido na Agenda 21,
adotando-se medidas eficazes para impedir ou minimizar a degradação do
meio ambiente, sempre que houver perigo de dano grave ou irreversível,
mesmo na falta de dados científicos completos e atualizados; e
• A execução em conformidade com o princípio da descentralização,
assegurando o comprometimento e a cooperação entre os níveis de governo,
e desses com a sociedade, no estabelecimento de políticas, planos e
programas estaduais e municipais.
Além dos instrumentos de gerenciamento ambiental previstos no artigo 9o da
Lei 6938/81, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente, serão considerados,
para o PNGC, os seguintes instrumentos de gestão: Plano Estadual de
Gerenciamento Costeiro; Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro; Sistema de
Informações do Gerenciamento Costeiro (SIGERCO); Sistema do Monitoramento
Ambiental da Zona Costeira (SMA-ZC); Zoneamento Ecológico-Econômico Costeiro
(ZEEC); Plano de Gestão da Zona Costeira (PGZC).
O elenco de ações, listadas a seguir, constitui a orientação sistemática para a
continuidade do Gerenciamento Costeiro, nos níveis Federal, Estadual e Municipal a
fim de serem alcançados os objetivos propostos, a partir do adequado detalhamento
operacional:
• Compatibilizar as ações do PNGC com as políticas públicas que incidam
sobre a Zona Costeira, entre outras, a industrial, de transportes, de
ordenamento territorial, dos recursos hídricos, de ocupação e de utilização
dos terrenos de marinha, seus acrescidos e outros de domínio da União, de
unidades de conservação, de turismo e de pesca, de modo a estabelecer
parcerias, visando a integração de ações e a otimização de resultados;
• Promover, de forma participativa, a elaboração e implantação dos Planos
Estaduais e Municipais de Gerenciamento e dos Planos de Gestão,
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 29
envolvendo ações de diagnóstico, monitoramento e controle ambiental,
visando integrar o poder público, a sociedade organizada e a iniciativa
privada;
• Consolidar o processo de Zoneamento Ecológico-Econômico Costeiro dos
Estados, promovendo a sua atualização, quando necessário;
• Dar continuidade à implantação e à operacionalização plena do Sistema de
Informações do Gerenciamento Costeiro (SIGERCO);
• Promover o fortalecimento das entidades diretamente envolvidas no
Gerenciamento Costeiro, com atenção especial para a capacitação dos
técnicos;
• Promover a integração entre as demandas do PNGC e as ações das agências
de fomento científico e tecnológico e das instituições de ensino e pesquisa;
• Compatibilizar e complementar as normas legais vigentes, que incidam sobre
a ocupação ou utilização de recursos ambientais da Zona Costeira; e,
• Implementar ações visando a manutenção e a valorização das atividades
econômicas sustentáveis nas comunidades tradicionais da Zona Costeira
O município de Trairi é abrangido pelo plano.
PROJETO DE GESTÃO INTEGRADA DA ORLA MARÍTIMA - PROJETO ORLA
Os espaços litorâneos aparecem, na atualidade, dotados de uma importância
estratégica ímpar, envolvendo aspectos econômicos, ecológicos e socioculturais.
O Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima – Projeto Orla, é uma ação no
âmbito do Governo Federal, conduzida pelo Ministério do Meio Ambiente - MMA, por
meio da Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos, e pela
Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão, na busca de implementar uma política nacional que harmonize e articule as
práticas patrimoniais e ambientais, com o planejamento de uso e ocupação desse
espaço que constitui a sustentação natural e econômica da Zona Costeira.
No início a meta era estabelecer uma nova prática governamental no
planejamento e uso do espaço imediato de contato entre os meios terrestre e
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 30
marinho, fundamentada na legislação vigente, que qualificava essas áreas como de
propriedade estatal e – em grande parte – de domínio público, sujeitas a restrições
de ocupação amparadas em normas ambientais. Ao identificar as demandas teóricas
do Projeto, ficou clara a necessidade de esforço de conceituação, pois tratava-se da
criação de outra figura de gestão, inexistente no conjunto de conceitos do
planejamento público brasileiro, uma vez que a orla não coincidia de imediato com
nenhuma das delimitações existentes.
A orla foi pensada como uma escala de planejamento e gestão, e mais, como
um detalhamento de espaços da Zona Costeira com foco em realidades espaciais
intra-municipais. A Zona Costeira, por sua vez, é definida no PNGC II como aquela
constituída pelos territórios dos municípios litorâneos, mais o mar territorial (de 12
milhas náuticas de largura), tendo como escalas adequadas de representação
cartográfica 1:50.000 a 1:100.000.
Conforme Moraes (1999 apud Projeto Orla, 2004), em termos naturais, a orla
serve de suporte para ecossistemas relevantes sob o aspecto ambiental, tais como
os manguezais, as matas de restinga e os recifes de coral, entre outros. No que toca
à vida social, o litoral aparece como área de grande atrativo para a ocupação, pois,
historicamente, a costa constitui região/espaço de adensamento populacional e de
difusão de fluxos povoadores.
Na atualidade, verifica-se forte pressão proveniente de atividades produtivas,
de transporte, do setor pretrolífero, de recreação e de serviços (com destaque para o
turismo); assim, a orla manifesta-se como espaços de multi-uso sujeitos a sérios
conflitos sociais de uso e ocupação, e que são objeto da metodologia do Projeto.
PLANO ESTADUAL DE GERENCIAMENTO COSTEIRO – GERCO
No Estado do Ceará vem sendo desenvolvido pela pela Conselho de Política e
Gestão do Meio Ambiente, através da sua vinculada - Superitendência Estadual do
Meio Ambiente - SEMACE.
É um programa do Governo Federal que tem como objetivo orientar e
disciplinar a utilização racional dos recursos ambientais da Zona Costeira de forma a
contribuir para a elevação da qualidade de vida da população, promovendo a
proteção de seu patrimônio natural, histórico, étnico e cultural.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 31
Está integrado ao Programa Nacional do Meio Ambiente II - PNMA II,
desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente - MMA.
O programa de gerenciamento costeiro atua em parcerias, com as prefeituras
municipais, ONG´s e a sociedade civil.
O Governo Federal tem o papel de coordenador, estabelecendo suas linhas
gerais e deixando aos estados a função de implementar e executar o programa. No
Estado do Ceará, o órgão responsável pelo Gerenciamento Costeiro é o Conselho
de Política e Gestão do Meio Ambiente, através da sua vinculada - Superitendência
Estadual do Meio Ambiente - SEMACE que executa este programa em parceria com
outras instituições, municípios, associações e comunidades.
O município como unidade política e administrativa, sede da intervenção local
das ações de gerenciamento costeiro, é fundamental para todo o processo de
implementação do programa, incorporando, suas diretrizes aos planos diretores
municipais e em outras legislações específicas que permitirão o ordenamento do uso
e ocupação do solo na faixa costeira.
O GERCO vem atuando no Estado do Ceará desde 1990, onde vêm sendo
executadas as seguintes atividades:
• Atividade 1- Macrozoneamento e Diagnóstico Socioambiental do Setor I -
Costa Leste e do Setor III - Costa Oeste;
• Atividade 2 - Macrozoneamento do litoral do Estado do Ceará (em fase de
publicação);
• Atividade 3- Elaboração de produtos cartográficos;
• Atividade 4- Planos de Gestão do Setor I - Costa Leste e Setor III - Costa
Oeste - versão preliminar; e,
• Atividade 5- Convênios de cooperação técnico-científica com Prefeituras
Municipais.
Para a implementação do GERCO são utilizados os seguntes instrumentos de
gestão:
• Diagnóstico Socioambiental – que consiste na realização de estudos e
levantamentos de dados de ocupação e identificação de vunerabilidades e
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 32
potencialidades da faixa costeira, no que se refere aos meios físico e
socioeconômico;
• Plano de Gestão - elaborado a patir de diagnóstico socioambiental que
sistematiza as informações para o conhecimento da dinâmica natural e dos
processos Socioeconômicos na faixa costeira. São planos feitos com
representantes de toda a sociedade de onde são determinadas as acões
prioritárias para controle e ordenamento da faixa costeira, os prazos, os
participantes e colaboradores, e as responsabilidades de cada um nessas
ações;
• Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) - tem como base de informações o
Diagnóstico Socioambiental e constitui a base técnica para a tomada de
decisão, estabelecendo o critério de ocupação e usos permitidos, resultando
em alternativas políticas de desenvolvimento e ao processo de licenciamento
e controle ambiental;
• Plano Estadual e Planos Municipais de Gerenciamento Costeiro -
correspondem a aplicação das diretrizes previstas no Zoneamento Ecológico
Econômico legitimados através de leis estaduais e municipais;
• Sistema de Monitoramento - tem como função o acompanhamento
sistemático das condições e das tranformações ambientais na zona costeira,
subsidiando a tomada de decisão para o ordenamento e uso dos recursos
naturais; e,
• Sistema de Informações de GerenciamentoCosteiro (SIGERCO) - Tem como
objetivo organizar uma base de dados e informações referentes à elaboração,
implantação e monitoramento das atividades do programa de gerenciamento
costeiro no processo de ordenamento territorial da faixa costeira.
3.2. RELAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO DA LEGISLAÇÃO FEDERAL PERTINENTE
3.2.1. CONSTITUIÇÃO
O Art. 24 da Constituição informa que compete à União, Unidades de
Federação e municípios legislar sobre florestas, defesa do solo, dos recursos
naturais e controle da poluição.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 33
O Art. 225 retrata a Lei 6.938/81 que comenta sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente, e que tem como objetivo a compatibilização do desenvolvimento
econômico com a preservação do meio ambiente e equilíbrio ecológico.
3.2.2. LEIS FEDERAIS
• LEI N° 3.924, DE 26 DE JULHO DE 1961 - Dispõe sobre os monumentos
arqueológicos e pré-históricos;
• LEI N° 5.197, DE 03 DE JANEIRO DE 1967 - Dispõe sobre proteção à fauna e dá
outras providências;
• LEI N° 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981 - Dispõe sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências;
• LEI N° 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985 - Disciplina a ação civil pública de
responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (VETADO) e
dá outras providências;
• LEI Nº 7.661, DE 16 DE MAIO DE 1988. - Institui o Plano Nacional de
Gerenciamento Costeiro e dá outras providências;
• LEI N° 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995 - Dispõe sobre o Regime de
Concessão e Permissão da Prestação de Serviços Públicos previstos no Art. 175
da Constituição Federal e dá outras providências;
• LEI N° 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998 - Dispõe sobre sanções penais e
administrativas derivadas de condutas lesivas ao meio ambiente e dá outras
providências;
• Lei 9.636, DE 15 DE MAIO DE 1998 - Dispõe sobre a regularização,
administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio da União,
altera dispositivos dos Decretos-Leis Nºs 9.760, de 5 de setembro de 1946, e
2.398, de 21 de dezembro de 1987, regulamenta o § 2º do art. 49 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, e dá outras providências.
• LEI N° 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999 – Dispõe sobre a educação ambiental,
institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências;
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 34
• LEI N° 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000 - Regulamenta o Art. 225, §1º, incisos I,
II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza – SNUC, e dá outras providências;
• LEI N° 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001 - Regulamenta os Arts. 182 e 183 da
Constituição Federal e estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras
providências;
• LEI N° 10.650, DE 16 DE ABRIL DE 2003 - Dispõe sobre o acesso público aos
dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA;
• LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012 - Dispõe sobre a proteção da vegetação
nativa; altera as leis Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, Nº 9.393, de 19 de
dezembro de 1996, e Nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as leis Nº
4.771, de 15 de setembro de 1965, e Nº 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida
Provisória Nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.
• LEI Nº 12.727, DE 17 DE OUTUBRO DE 2012 - Altera a Lei Nº 12.651, de 25 de
maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis Nº
6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de
22 de dezembro de 2006; e revoga as Leis Nº 4.771, de 15 de setembro de 1965,
e 7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória Nº 2.166-67, de 24 de agosto
de 2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei Nº 6.015, de 31 de dezembro de
1973, e o § 2º do Art. 4º da Lei Nº 12.651, de 25 de maio de 2012
3.2.3. DECRETOS FEDERAIS
• DECRETO-LEI N° 25, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1937 - Dispõe sobre a
proteção do patrimônio histórico e artístico nacional;
• DECRETO-LEI 9.760, DE 05 DE SETEMBRO DE 1946 - Dispõe sobre os bens
imóveis da União e dá outras providências;
• DECRETO-LEI 2.398, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1987 - Dispõe sobre foros,
laudêmios e taxas de ocupação relativos a imóveis de propriedade da União e dá
outras providências;
• DECRETO N° 99.193, DE 27 DE MARÇO DE 1990 - Dispõe sobre as atividades
relacionadas ao zoneamento ecológico - econômico e dá outras providências;
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 35
• DECRETO N° 99.274, DE 06 DE JUNHO DE 1990 - Regulamenta a Lei N° 6.902,
de 27 de abril de 1981 e a Lei N° 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe,
respectivamente, sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção
Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras
providências;
• Decreto 3.725, DE 10 DE JANEIRO DE 2001 - Regulamenta a Lei no 9.636, de
15 de maio de 1998, que dispõe sobre a regularização, administração, aforamento
e alienação de bens imóveis de domínio da União, e dá outras providências.
• DECRETO N° 4.340, DE 22 DE AGOSTO DE 2002 - Regulamenta artigos da Lei
N° 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o sistema Nacional das
Unidades de Conservação da Natureza, e dá outras providências;
• DECRETO Nº 5.300 DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004 - Regulamenta a Lei Nº
7.661, de 16 de maio de 1988, que institui o Plano Nacional de Gerenciamento
Costeiro - PNGC, dispõe sobre regras de uso e ocupação da zona costeira e
estabelece critérios de gestão da orla marítima, e dá outras providências;
• DECRETO N° 6.514, DE 22 DE JULHO DE 2008 – Dispõe sobre as infrações e
sanções administrativas ao meio ambiente e estabelece o processo administrativo
federal para apuração destas infrações, e dá outras providências; e,
• DECRETO Nº 7.217, DE 21 DE JUNHO DE 2010 - Regulamenta a Lei Federal Nº
11.445, de 05 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o
saneamento básico, e dá outras providências.
3.2.4. RESOLUÇÕES
• RESOLUÇÃO CONAMA N° 001, DE 23 DE JANEIRO DE 1986 - Estabelece as
definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para
uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente;
• RESOLUÇÃO CONAMA N° 006, DE 24 DE JANEIRO DE 1986 - Aprova os
modelos de publicações em periódicos de licenciamento em quaisquer de suas
modalidades, sua renovação e a respectiva concessão e aprova modelos para
publicação de licenças;
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 36
• RESOLUÇÃO CONAMA N° 020, DE 30 DE JULHO DE 1986 - Considerando ser
a classificação das águas doces, salobras e salinas essencial à defesa de seus
níveis de qualidade, avaliados por parâmetros e indicadores específicos, de modo
a assegurar seus usos preponderantes;
• RESOLUÇÃO CONAMA N° 001, DE 08 DE MARÇO DE 1990 - Dispõe sobre
critérios de padrões de emissão de ruídos decorrentes de quaisquer atividades
industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política;
• RESOLUÇÃO CONAMA N° 003, DE 28 DE JUNHO DE 1990 - Estabelece
padrões de qualidade do ar;
• RESOLUÇÃO CONAMA N° 008, DE 06 DE DEZEMBRO DE 1990 - Estabelece
limites máximos de emissão de poluentes do ar (padrões de emissão) em fontes
fixas de poluição;
• RESOLUÇÃO CONAMA N.° 237, DE 18 DE DEZEMBRO DE 1997 - Determina a
revisão dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental;
• RESOLUÇÃO CONAMA N° 281, DE 12 DE JULHO DE 2001 - Dispõe sobre
modelos de publicação de pedidos de licenciamento;
• RESOLUÇÃO CONAMA N° 307, DE 05 DE JUNHO DE 2002 - Estabelece
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção
civil;
• RESOLUÇÃO CONAMA N° 357, DE 11 DE MARÇO DE 2005 – Dispõe sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes, e dá outras providências;
• RESOLUÇÃO CONAMA N° 369, DE 28 DE MARÇO DE 2006 - Determina os
casos em que é possível a intervenção ou supressão de vegetação em Área de
Preservação Permanente;
• RESOLUÇÃO CONAMA N° 420, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2009 – Dispõe
sobre os critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença
de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental
de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades
antrópicas; e,
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 37
• RESOLUÇÃO Nº 430, DE 13 DE MAIO DE 2011 - Dispõe sobre as condições e
padrões de lançamentos de efluentes, complementa e altera a Resolução Nº 357,
de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA.
3.2.5. PORTARIAS FEDERAIS
• PORTARIA MINTER N° 092, DE 19 DE JUNHO DE 1980 - Edita critérios e
padrões a serem obedecidos na emissão de sons e ruídos em decorrência de
quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive
programada;
• PORTARIA/IBAMA N° 96, DE 30 DE OUTUBRO DE 1996 - Estabelece critérios
para o funcionamento do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente
Poluidoras ou utilizadoras de recursos ambientais;
• PORTARIA Ministério da Saúde, Nº 518, DE 25 DE MARÇO DE 2004 -
Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade, e dá outras providências.
3.2.6. NORMAS REGULAMENTADORAS
• NORMA REGULAMENTADORA Nº 07 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO
DE SAÚDE OCUPACIONAL - estabelece a obrigatoriedade de elaboração e
implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do
conjunto dos seus trabalhadores; e,
• NORMA REGULAMENTADORA Nº 24 - CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE
CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO - Disciplina os preceitos de higiene e
de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no que se
refere a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável,
visando a higiene dos locais de trabalho e a proteção à saúde dos trabalhadores.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 38
3.3. RELAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESTADUAL PERTINENTE
3.3.1. CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO CEARÁ
O Capítulo VIII da Constituição Estadual dos Artigos 259 a 271 refere-se ao
meio ambiente, sobre os direitos e deveres de preservá-los e sobre os mecanismos
e formas de articulação do poder público e da coletividade, visando à preservação
de um ambiente equilibrado e uma qualidade de vida sadia para as futuras e
presentes gerações.
3.3.2. LEIS ESTADUAIS
• LEI N° 10.148, DE 02 DE DEZEMBRO DE 1977 - Dispõe sobre a preservação e
controle dos recursos hídricos existentes no Estado do Ceará e outras
providências;
• LEI N° 11.411, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1987 - Dispõe sobre a Política de Meio
Ambiente, cria o Conselho Estadual do Meio Ambiente - COEMA e a
Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE, além de estabelecer
outras providências;
• LEI N° 11.678, DE 23 DE MAIO DE 1990 - Acrescenta competência ao Conselho
Estadual do Meio Ambiente, estabelecida pela Constituição do Estado do Ceará e
pela Lei N° 11.564/89;
• LEI N° 12.488, DE 13 DE SETEMBRO DE 1995 - Dispõe sobre a Política
Florestal do Ceará e dá outras providências;
• LEI N° 12.521, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1995 - Define as áreas de interesse
especial do Estado do Ceará para efeito do exame e anuência prévia de projetos
de parcelamento do solo para fins urbanos na forma do Art. 13, inciso I da Lei
Federal N° 6.766, de 19 de dezembro de 1997, e dá outras providências; e,
• LEI N° 13.103, DE 24 DE JANEIRO DE 2001 - Dispõe sobre a Política Estadual
de Resíduos Sólidos e dá providências correlatas.
3.3.3. DECRETOS ESTADUAIS
• DECRETO N° 15.274, DE 26 DE MAIO DE 1982 - Dispõe sobre as faixas de
preservação de 1ª e 2ª categoria dos recursos hídricos;
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 39
• DECRETO N° 24.221, DE 12 DE SETEMBRO DE 1996 - Regulamenta a Lei N°
12.488, de 13 de setembro de 1995, que dispõe sobre a política florestal do
Estado do Ceará; e,
• DECRETO Nº 27.413, DE 30 DE MARÇO DE 2004 - Considerando a importância
de se promover a conservação da biodiversidade, do desenvolvimento
sustentável e do reconhecimento do valor histórico, cultural e paisagístico da
árvore denominada Carnaúba (Copernicia prunifera) natural da região do nordeste
brasileiro.
3.3.4. OUTRAS NORMAS
• PORTARIA/SEMACE N° 14, DE 22 DE NOVEMBRO DE 1989 - Estabelece
normas técnicas e administrativas do sistema de licenciamento de atividades
utilizadoras de recursos ambientais no Estado do Ceará;
• RESOLUÇÃO COEMA N° 20, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1998 - Estabelece
diretrizes para a cooperação técnica e administrativa com os órgãos municipais
de meio ambiente, visando ao licenciamento e à fiscalização de atividades de
impacto ambiental local e dá outras providências;
• PORTARIA/SEMACE N° 154, DE 22 DE JULHO DE 2002 - Dispõe sobre
padrões e condições para lançamento de efluentes líquidos gerados por fontes
poluidoras;
• PORTARIA Nº 151, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2002 - Dispõe sobre normas
técnicas e administrativas necessárias à execução e acompanhamento do
automonitoramento de efluentes líquidos industriais;
• RESOLUÇÃO COEMA N° 08, DE 15 DE ABRIL DE 2004 - Institui os critérios de
remuneração dos custos operacionais e de análise do licenciamento e
autorização ambiental de atividades modificadoras do meio ambiente no território
do Estado do Ceará; e,
• RESOLUÇÃO COEMA Nº 04, DE 12/04/2012 - Dispõe sobre a atualização dos
procedimentos, critérios, parâmetros e custos aplicados aos processos de
licenciamento e autorização ambiental no âmbito da Superintendência Estadual
do Meio Ambiente – SEMACE.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 40
3.4. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
• Lei Orgânica do município de Trairi.
• LEI Nº 457, DE 04 DE MAIO DE 2009 - Dispõe sobre o Plano Diretor Participativo
de Trairi – PDP de Trairi e dá outras providências;
• LEI Nº 458, DE 04 DE MAIO DE 2009 - Dispõe sobre a Organização Territorial e
estabelece novos limites para a zona urbana da Cidade de Trairi, do distrito de
Flecheiras, Mundaú, Canaã, Córrego Fundo, Gualdrapas e dá outras
providências;
• LEI Nº 460, DE 04 DE MAIO DE 2009 - Dispõe sobre o Parcelamento, Uso e
Ocupação do Solo no Município de Trairi e dá outras providências;
• LEI Nº 461, DE 04 DE MAIO DE 2009 - Institui o Código de Obras e Posturas do
município de Trairi e dá outras providências;
• LEI Nº 462, DE 04 DE MAIO DE 2009 - Institui o Código Ambiental do município
de Trairi e dá outras providências;
• LEI Nº 530, DE 21 DE SETEMBRO DE 2010 - Altera a redação do Art. 190 e 192
da Lei Nº 461/2009 e dá outras providências; e,
• LEI Nº 531, DE 27 DE SETEMBRO DE 2010 - Inclui um 3º parágrafo (§3º) no Art.
2º, e altera a redação das observações constantes do anexo IX da Lei Nº
460/2009, com vistas a esclarecer e explicitar a utilização da área para o
desenvolvimento de atividade turística, constante do anexo I, e o limite vertical
das edificações no município de Trairi, e dá outras providências.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 41
4. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO ESTUDO AMBIENTAL
A delimitação das áreas de influência de um determinado projeto é um dos
requisitos legais, conforme Resolução CONAMA Nº 001/86, para avaliação de
impactos ambientais, constituindo-se em fator de grande importância para o
direcionamento da coleta de dados, voltada para o diagnóstico ambiental.
As áreas de influência de um empreendimento correspondem aos espaços
físico, biótico e de relações sociais, políticas e econômicas passíveis de sofrer os
potenciais efeitos das atividades decorrentes de sua implantação nas três fases
consideradas: planejamento, implantação e operação.
A delimitação destas áreas ocorre a partir das características e a abrangência
do projeto, e com a diversidade e especificidade dos ambientes afetados,
compreendendo os locais e áreas sujeitas aos efeitos diretos e imediatos da fase de
implantação e fase de operação, e os locais e áreas cujos efeitos serão sentidos a
curto, a médio e a longo prazo.
São definidas três áreas de influência para elaboração do diagnóstico
ambiental:
• Área Diretamente Afetada - ADA;
• Área de Influência Direta - AID; e,
• Área de influência Indireta - AII.
Área Diretamente Afetada é a área que sofre diretamente as intervenções de
implantação e operação da atividade, considerando alterações físicas, biológicas,
socioeconômicas e das particularidades da atividade.
Área de Influência Direta é onde os impactos das ações das fases de
planejamento, implantação e operação do projeto incidem diretamente e de forma
primária sobre os elementos dos meios: físico (solo, água e ar); sócio econômico
(uso e ocupação do solo, aspectos sociais e econômicos, e aspectos arqueológicos);
e biótico (vegetação e fauna). Para este estudo, foi definido um raio de 500 m, em
torno da área do projeto.
A Área de Influência Indireta em geral são áreas amplas, de abrangência
territorial regional e da bacia hidrográfica no qual se insere o projeto, onde as ações
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 42
incidem de forma secundária e terciária (indireta) durante sua fase de operação.
Esta área tem como abrangência a Bacia Hidrográfica do Litoral.
Como a princípio um estudo ambiental deve tender para a análise de impactos
e como o diagnóstico ambiental é a sua base, a definição da área de influência da
permite uma análise interpretativa específica de parâmetros físicos, bióticos e
antrópicos afetados pelas ações de implantação, manutenção e operação.
De acordo com a atual tendência dos estudos ambientais, as áreas de
influência (diretas e indiretas) foram analisadas segundo conceitos temáticos que
pudessem produzir uma melhor avaliação dos impactos ambientais.
O conhecimento adotado permitiu que, dentro de cada setor temático estudado,
as áreas de influência fossem específicas, uma vez que a abrangência do
empreendimento poderia levar a uma dispersão desnecessária de esforços, pois
algumas informações poderiam ser importantes para um determinado estudo
temático, porém desnecessárias para outro.
Para um melhor entendimento, vamos tomar como exemplo os estudos
antrópicos que têm compromissos com a abrangência municipal enquanto que o
mesmo não ocorre no âmbito do estudo dos meios físico e biótico, que são regidos e
controlados por limites naturais.
Seguindo esta definição, as áreas de influências específicas foram definidas
conforme as seguintes diretrizes:
• Meio Físico: a área de influência foi definida em atendimento aos aspectos
de caracterização dos aspectos atmosféricos, caracterização geológica,
caracterização geomorfológica, pedológica, hidrogeológica e hidrológica. A
caracterização de cada componente do meio físico parte dos aspectos
regionais, utilizando-se definições já consagradas na literatura científica, a
nível de área de influência indireta, até um detalhamento destes componentes
na área de influência direta;
• Meio Biótico: a área de influência está relacionada com os diversos
ecossistemas encontrados dentro da área de influência física do projeto e
entorno mais próximo; e,
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 43
• Meio Antrópico: os aspectos de população, infraestrutura física e social, e
economia são relativos ao município de Trairi e, na comunidade presente -
Mundaú.
Os resultados obtidos permitem atender ao Termo de Referência Nº 2879/2014
DICOP/GECON emitido pela SEMACE e desenvolver adequadamente a avaliação
dos impactos ambientais nos ecossistemas identificados, o que resultará também na
proposição de medidas mitigadoras e planos de controle ambiental, viáveis e dentro
da realidade local diagnosticada.
4.1. METODOLOGIA
Os dados que constam neste estudo foram tomados de referências
bibliográficas, basicamente dos projetos regionais de pesquisa e trabalhos
realizados na área, a partir dos quais novos dados foram levantados, diretamente
em campo, por uma equipe composta de profissionais especializados da empresa
Ambiental Consultoria em Meio Ambiente LTDA, através de expedições técnicas
para levantamento detalhado dos componentes ambientais da área do estudo.
Na maioria das vezes, tem-se uma junção das metodologias, e não se fará
distinção entre elas na descrição, a menos que sejam pontos destacáveis de um ou
outro modo da pesquisa.
Neste Estudo de Impacto Ambiental será feita a descrição de cada componente
ambiental, onde se contemplará a área de influência funcional, seguindo-se com a
caracterização da área de influência direta, sempre que houver condições de
detalhamento do parâmetro in loco, posto que alguns parâmetros são mais
representativos no âmbito regional, destacando-se aí os parâmetros atmosféricos.
Para exemplificar a situação, não haverá melhor forma do que a leitura desse
estudo, mas pode-se antecipar que a informação de quando se tratar do meio físico
e biótico, a referência será sempre àquele meio afetado, benéfica ou adversamente
pela atividade, isto é, no caso, a área de influência direta, englobando um pouco
seus limites.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 44
Figura 4-1- Áreas de Influência.
Fonte: Ambiental Consultoria.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 45
5. CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL
5.1. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO
O meio físico compreende as áreas de interesse de três componentes maiores:
atmosfera, terra e água. Trata-se da parcela do meio ambiente que envolve os
estudos do clima, hidrologia, geologia, geomorfologia, pedologia e recursos hídricos.
Aspectos como qualidade e contaminação de solo e água, suscetibilidade e
riscos a ocorrência de erosões e assoreamentos, bem como detecção de influencias
externas às unidades como poluição e contaminação e que podem vir a causar
danos, também são abordadas, quando pertinentes.
5.1.1. CLIMA
A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) representa o principal sistema
sinóptico da região, responsável pelo estabelecimento da estação chuvosa no litoral
do Ceará.
Este sistema oscila meridionalmente, atingindo sua posição máxima ao sul do
hemisfério Sul em torno do equinócio outonal de 23 de março, exercendo influência
até o paralelo 10º Sul, retornando ao hemisfério Norte em maio, quando o período
chuvoso entra em declínio.
Atualmente, se concebe que o deslocamento da zona de convergência está
relacionado diretamente com a temperatura das águas do Oceano Atlântico e se
posiciona onde as águas se encontram mais quentes, mas também pode ser
relacionado indiretamente com todos os grandes elementos oceânicos e
atmosféricos a nível global, tais como: o fenômeno El Niño no Oceano Pacífico ou o
degelo irregular das calotas polares, este, por sua vez, em associação aos efeitos
diretos da queima de combustíveis fósseis, proporcionando o que se designou de
efeito estufa.
Segundo a classificação de Köppen, o tipo climático da área em estudo é AW’
(equatorial úmido e semi-úmido) – quente e úmido com chuvas no verão e até seis
meses de estiagem.
SINOPSE CLIMÁTICA DE TRAIRI
Segue resumo da situação climática presente no município de Trairi.
Precipitação média anual...................................................................1.144,48 mm; Meses mais chuvosos..................................................................Fevereiro a Maio;
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 46
Mês de maior índice pluviométrico...................................................................Abril; Mês de menor índice pluviométrico............................................................Outubro; Umidade relativa do ar................................................85% (nos meses chuvosos);
73% (nos meses mais secos); Temperatura média .....................................................................25,4 ºC a 27,2 ºC; Média das temperaturas máximas.............................................................. 30,1 ºC; Médias das temperaturas mínimas............................................................. 23,3 ºC; Insolação....................................................................................................2.819 hs; Evaporação..............................................................................................1.636 mm; Meses mais secos....................................................................Agosto a Novembro; Velocidade média dos ventos.......................................................................3,6 m/s; Velocidade máxima dos ventos....................................................................4,9 m/s; Direções predominantes.........................................................................SE e ESSE.
5.1.2. GEOLOGIA
A composição geológica local apresenta associações do Pré-Cambriano,
sedimentos detríticos areno-argilosos com níveis conglomeráticos do
Terciário/Quaternário e sedimentos arenosos inconsolidados do Quaternário.
O território do município de Trairi é composto essencialmente por terrenos
cenozóicos, representados pelos terrenos da Formação Barreiras, de idade inferida
do Plio-Pleistoceno e pelos sedimentos holocênicos de origem marinha.
Os constituintes geológicos mais recentes são controlados pelos processos
oceânicos e eólicos que mobilizam e depositam uma grande quantidade de material.
Nas regiões mais ao sul do município aparecem rochas mais antigas, do Pré-
Cambriano, expondo migmatitos, xistos, calcissilicáticas e outras rochas
metamórficas e mobilizadas pertencentes ao Complexo Nordestino.
A geologia da área do projeto é marcada pela dominância de unidades
sedimentares holocênicas, associadas à dinâmica litorânea, com faixa de terra que
recebe influência direta das ações marinha e eólica, que atuam modelando-a e
remodelando-a em períodos curto, médio e longo.
A ação mecânica das ondas, das correntes e das marés é fator modelador da
área do projeto, que atual continuamente.
A praia é predominantemente dissipativa associada ao macrocompartimento
das planícies de marés arenosas, em ambiente que se desenvolve no contato do
cordão litorâneo.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 47
FIGURA 5-1 – GEOLOGIA LOCAL.
Fonte: CPRM, adaptado por Ambiental Consultoria.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 48
5.1.3. GEOMORFOLOGIA
A dinâmica geomorfológica do município de Trairi está associada a dois
ambientes principais. Como área fonte, eles são representados à montante pela
dissecação residual do Planalto da Ibiapaba, e a jusante, também como área fonte,
pela acumulação marinha e a migração dos elementos dunares ao interior do
continente.
Como forma secundária, trabalhando os elementos locais, destacam-se os
processos flúvio-marinhos, que mobilizam e remobilizam sedimentos para fora da
área territorial do município de Trairi. Do outro lado da dinâmica encontra-se o
processo erosivo, onde a componente flúvio-marinha passa a agente principal,
secundando pelas ações antrópicas.
A maior parte do território do município de Trairi está inserida na faixa
sublitorânea das Áreas Dissecadas pertencentes à unidade geomorfológica
Superfície Sertaneja de Ab'Saber (1969). Esta unidade caracteriza-se por apresentar
amplas formas tabuliformes com altitudes de 50 m e um entalhe de drenagem muito
fraco, sobre argilas cobertas por uma camada arenosa de espessura variada,
pertencente à Formação Barreiras. A continuidade espacial destas formas tabulares
é interrompida pelas planícies fluviais (APF) ou planícies flúvio-marinhas (APFM),
devido às proximidades da costa.
Comumente, esta configuração geomorfológica é denominada de Superfície de
Tabuleiros ou Tabuleiros Pré-Litorâneos nos trabalhos mais recentes. Apresentam
uma topografia muito plana ou suavemente ondulada, terminando na costa, algumas
vezes de modo abrupto sob a forma de falésias. Trata-se de uma extensa superfície
de agradação ou, mais especificamente, de um "glacis" de acumulação ligeiramente
inclinado em direção à costa, em geral com menos de 5º de inclinação.
A planície litorânea compõe-se de formas de relevo caracterizadas pela
predominância da atuação dos processos de origem marinha, destacando-se entre
eles a planície praial (APP), a planície fluvio-marinha (APFM) e as dunas (AD),
elaboradas em sedimentos quaternários.
O relevo da área do projeto apresenta padrões bastante distintos decorrentes
do condicionamento geológico local, estando presente na Planície Litorânea, faixa
de terra paralela à costa que recebe influências diretas de ações eólicas e marinhas,
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 49
e modelando e remodelando a paisagem local, sendo esta constituída por faixa de
praia.
A praia é formada por sedimentos arenosos ou rochosos, restos de conchas e
cascalhos transportados pelas ondas e correntes marinhas. Sazonalmente, ocorrem
modificações em suas feições em consequência dos processos de deposição de
sedimentos arenosos causados mais intensamente na preamar, e dos processos
erosivos na baixa maré.
A praia assume largura considerável ao longo da área do projeto e fica situada
no trecho que é sujeito às influências das amplitudes de marés, ou seja, entre os
níveis de preamar e de baixa mar, onde há o fluxo e refluxo das ondas marinhas. Os
sedimentos arenosos que recobrem toda a superfície são diariamente levados, o
que conduz à compactação do material e inviabiliza sua mobilização pelos
processos eólicos. A praia fica posicionada de modo transacional entre a ante-praia,
também denominada de offshore e normalmente submersa, e a pós-praia, também
denominada de berma, e que fica localizada aproximadamente 1,0 metro acima da
praia e que geralmente sofre avanço nos períodos de maré alta e ressacas.
A cota altimétrica baixa contribui para o processo de acumulação de
sedimentos na linha de costa.
A desembocadura do Rio Mundaú também está presente na unidade
paisagística do sistema ambiental da planície litorânea da área do projeto.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 50
FIGURA 5-2 – GEOMORFOLOGIA LOCAL.
Fonte: IPECE, adaptado por Ambiental Consultoria
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 51
5.1.4. PEDOLOGIA
O município de Trairi compreende as seguintes tipologias pedológicas:
Neossolos Quartzarênicos Distróficos; Neossolos Quartzarênicos Marinhos;
Argissolos Vermelho-Amarelo Eutrófico; Gleissolos Sálicos, Latossolos e Neossolos
Regolíticos.
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS DISTRÓFICOS
Esta classe de solo ocorre em relevo plano ou suave ondulado, apresenta
textura arenosa ao longo do perfil e cor amarelada e uniforme abaixo do horizonte A,
que é ligeiramente escuro. Considerando-se o relevo de ocorrência, o processo
erosivo não é alto, porém, deve-se precaver com a erosão devido à textura ser
essencialmente arenosa.
Por serem profundos, não existe limitação física para o desenvolvimento
radicular em profundidade, mas a presença de caráter álico ou do caráter distrófico
limita o desenvolvimento radicular em profundidade, agravado devido a reduzida
quantidade de água disponível (textura essencialmente arenosa). Os teores de
matéria orgânica, fósforo e micronutrientes são muito baixos. A lixiviação de nitrato é
intensa devido à textura essencialmente arenosa.
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS
Esta classe pode ser seccionadas em dois subgrupos a partir da consideração
da maior atuação das condições geoambientais marinhas, sendo que, para as áreas
mais próximas à linha de costa, a identificação passa a ser de Neossolos
Quartzarênicos Marinhos e nas áreas de menor atuação direta dos agentes
marinhos, a identificação deste “pseudo-solo” passará a ser simplesmente de
Neossolos Quartzarênicos.
Os Neossolos Quartzarênicos Marinhos apresentam uma alta soma de sais e
possuem uma faixa de ocorrência limitada, junto ao mar. Descritivamente, estes
solos possuem uma pequena quantidade de bases, o que reflete no seu baixo
potencial agrícola. Não apresentam horizontes distinguíveis apesar de apresentarem
uma profundidade considerável. A mobilidade da superfície destes ambientes é o
outro fator que limita o desenvolvimento pedológico.
Os Neossolos Quartzarênicos constituem solos profundos ou muito profundos,
em grãos simples, sem reserva de minerais primários, excessivamente drenados,
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 52
com baixos teores de argila (menos de 15%), possuem baixa soma de bases e muito
baixa saturação de bases.
A utilização agrícola destes solos é muito limitada, principalmente devido à
baixa capacidade de retenção de água e nutrientes e à própria textura arenosa.
Estes solos têm sido usados com pecuária extensiva e também para a cultura do
cajueiro na zona litorânea.
Os Neossolos Quartzarênicos Marinhos compreendem as areias de origem
marinha depositadas mais próximo ao mar e sujeitas à ação das ondas e dos ventos.
São solos profundos, não hidromórficos e excessivamente drenados. Quanto às
características químicas, são solos ácidos e com fertilidade natural baixa. Estão
relacionados à classe do relevo plano.
LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELO
Estes solos detêm a mesma denominação utilizada pela EMBRAPA até 1999,
quando houve uma reformulação e a adoção de novas nomenclaturas.
Compreende solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B latossólico,
não hidromórficos. Suas cores variam entre o vermelho e o amarelo caracterizados
principalmente por serem muito profundos, de textura média e, às vezes, argilosa,
porosos, muito intemperizados, comumente situados nas áreas sedimentares.
Apresentam perfis com horizontes A, Bw e C pouco diferenciados, possuindo
teores de argila pouco variável ao longo do perfil, ou aumentando apenas levemente
no horizonte B em relação aos demais horizontes. Quimicamente, são solos ácidos e
pobres (distróficos), com baixo potencial de fertilidade natural.
A formação destes solos é basicamente influenciada por processos que
realizam a remoção de bases trocáveis (nutrientes) e sílica do perfil, que assim são
retiradas do solo por lixiviação.
Eles constituem os solos mais antigos e ocupam, de preferência, as superfícies
mais elevadas em relação às paisagens circundantes representadas pelas
depressões sertanejas. O relevo em sua quase totalidade é plano e suave ondulado.
ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELO EUTRÓFICO
São solos minerais, provenientes de desagregação direta da rocha sem
envolvimento de transporte para sua acumulação. Caracterizam-se como solos não
hidromórficos, apresentando horizonte B textural, argila de atividade baixa ou alta,
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 53
com média ou alta saturação de bases, baixa saturação com alumínio, baixa acidez
e quantidade significativa de minerais primários facilmente decomponíveis, os quais
constituem fontes de nutrientes para as plantas.
Muito utilizado com pecuária extensiva e diversas culturas como milho, e feijão,
sendo o uso condicionado também pela disponibilidade de águas e aspectos do
relevo. Estes solos estão relacionados ao relevo plano e suave ondulado.
GLEISSOLOS SÁLICOS
São solos predominantes dentro deste ambiente (manguezal) e caracterizam-
se por serem halomórficos, salinos, alagados e encontrados próximo à
desembocadura do rio Mundaú, sob a influência do movimento das marés, com uma
cobertura vegetal característica: os mangues. São solos não ou muito pouco
desenvolvidos, mal ou muito mal drenados, com alto teor de sais provenientes da
água do mar e de compostos de enxofre, formados nas áreas sedimentares, baixas
e alagadas, notadamente onde existe matéria orgânica. Geralmente não possuem
nítida diferenciação de horizontes, podendo apresentar um horizonte A nas partes
marginais e possuem textura que varia de argilosa a arenosa.
Agricolamente não são utilizados, em razão do excesso de sais e água, mas
atualmente estão sendo bastante aproveitados na carcinicultura.
NEOSSOLOS FLÚVICOS
Nas planícies fluviais tem-se a predominância da classe pedológica identificada
como Neossolos Flúvicos. São solos pouco desenvolvidos, cuja formação se deve a
deposições fluviais recentes e de natureza diversa, onde se individualizam na área
de influência dos rios e riachos.
Estes solos ocorrem acompanhando a morfologia das principais drenagens da
área. Possuem boa fertilidade natural e são importantes para o desenvolvimento de
atividades agropecuárias, desde que convenientemente enquadrados num
planejamento racional.
NEOSSOLOS REGOLÍTICOS
São solos pouco desenvolvidos, não hidromórficos e de textura normalmente
arenosa, apresentando alta erodibilidade principalmente em declives mais
acentuado.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 54
As culturas de subsistência como milho e feijão, além de extensos plantios de
tomate e pastagens são muito comuns nestas áreas.
Na área do projeto dominam os Neossolos Quartzarênicos Marinhos. Referente
ao uso e ocupação da área do projeto, já antropizada, ocorre a presença de
edificações e estruturas para fins residenciais e/ou comerciais. No extremo Oeste do
projeto ocorre a presença da Praça da Barra do Mundaú. Nas áreas que ocorrerão a
reforma, estas encontram-se em péssimo estado de conservação, devidos as ações
do mar e atos de vandalismo.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 55
FIGURA 5-3 – PEDOLOGIA LOCAL.
Fonte: EMBRAPA, adaptado por Ambiental Consultoria.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 56
5.1.5. RECURSOS HÍDRICOS
A análise das condições hidrológicas e hidrogeológicas do território em questão
é um requisito indispensável para a compreensão satisfatória do ambiente e do
aproveitamento adequado dos recursos naturais renováveis.
O município de Trairi tem a caracterização de suas águas condicionada aos
fatores geológicos, pedológicos, morfológicos, climáticos e à proximidade do litoral.
Tudo isso pode ser traduzido em termos de relacionamento eminentemente
local do meio, com pouca ou nenhuma participação de contribuição de montante.
O município de Trairi está inserido totalmente na Bacia Hidrográfica do Litoral.
Esta bacia apresenta uma abrangência em torno de 8.619 km², compreendendo
5,82% do território do Estado do Ceará.
A Bacia do Litoral tem como principal coletor de drenagem o rio Aracatiaçu.
Cursos d’água de menores dimensões se dispõem paralelamente ao Aracatiaçu.
Tratam-se dos rios Aracatimirim (Oeste) e do Cruxati, Mundaú e Trairi (Leste).
A rede de drenagem apresenta-se com padrão dendrítico em virtude desta
bacia estar em sua maior parte assentada sobre rochas cristalinas, onde o
escoamento superficial é bastante significativo. No seu baixo curso, a área é
drenada por sedimentos da Formação Barreiras, paleodunas e campos de dunas,
onde a drenagem é paralela e com baixa densidade.
De acordo com dados de 2008 da COGERH, a Bacia do Litoral apresenta
1.019 reservatórios, onde 290 apresentam área acima de 5 hectares. Os principais
reservatórios da Bacia do Litoral, de acordo com dados de 2009 da COGERH, são:
Santo Antônio de Aracatiaçu em Sobral (24,34 milhões m³), Mundaú em
Uruburetama (21,2 milhões m³), São Pedro Timbaúba em Miraíma (19,25 milhões
m³) e Poço Verde em Itapipoca (13,65 milhões m³).
De acordo com dados de Dez/2015 da Secretaria de Recursos Hídricos do
Estado do Ceará – SRH/CE, a bacia do Litoral apresenta uma capacidade total de
214,92 hm³, e atualmente está com volume de 57,13 hm³, respresentando 26,58%
do total. O açude Santo Antônio de Aracatiaçu apresenta 6,52% da capacidade total,
o açude Mundaú apresenta 22,4% da capacidade total, o açude São Pedro
Timbaúba apresenta 15,6% da capacidade total e Poço Verde apresenta 26,26% da
capacidade total.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 57
Referente ao município de Trairi, o rio Mundaú é a principal drenagem natural,
apresentando comprimento do talvegue do rio é de 95 km e perímetro é de 215 km.
O escoamento anual observado na foz do rio que dá nome à bacia é de 472 hm3.
Os principais tributários da bacia são os rios Cruxati e Mundaú, ambos
nascendo na serra de Itapipoca, o primeiro na vertente Noroeste da serra e o
segundo na vertente Leste.
Referente à bacia hidrográfica do Rio Mundaú, esta fica inserida a nordeste da
Bacia Hidrográfica do Litoral, compreendendo uma área aproximada de 985 km² e
abrangendo parte dos seguintes municípios: Trairi, Uruburetama, Itapipoca e Tururu.
Esta bacia drena apenas as Sedes dos municípios de Uruburetama e Tururu.
O município de Trairi tem como principais acidentes geográficos: os rios
Mundaú, Trairi e Curu; os riachos das Contendas e Calombi; a lagoa das
Almécegas; as fontes Manguinho e Mundo Novo; e as praias de Flecheiras, Mundaú,
Embuaca e Guajiru.
Entre as dunas, durante o inverno, é muito comum a formação de lagoas,
denominadas de lagoas interdunares, que acumulam água por uma boa parte do
ano e servem de suprimento para as comunidades e principalmente para a pecuária.
Mesmo não estando entre as dunas, outras pequenas lagoas podem surgir em
regiões planas e, favorecidas pelo nível freático elevado, apresentarem um estado
de perenização facilmente identificado pela flora que se desenvolve nestas lagoas.
Na Bacia Hidrográfica do Litoral, dois domínios hidrogeológicos distintos se
distinguem: o cristalino (fissuras) e o domínio sedimentar (poroso e sedimentar).
O primeiro domínio diz respeito às rochas ígneas e metamórficas, cujo
armazenamento de água subterrânea está relacionado ao grau de faturamento. O
segundo apresenta as dunas, os aluviões e a Formação Barreiras como principais
unidades hidrogeológicas. Em se considerando estes domínios, o potencial
hidrogeológico da bacia é tido como de fraco a médio.
Conforme Cordeiro et al. 2009, a bacia do Litoral apresenta 1.262 poços
cadastrados, sendo 1.253 poços tubulares e nove poços amazonas. No município de
Trairi estão cadastrados 87 poços tubulares.
O domínio cristalino é representado pelas rochas pertencentes ao Complexo
Nordestino e os seus mananciais de águas subterrâneas têm sua permeabilidade e
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 58
transmissividade controlados pelas fraturas das rochas. O potencial hidrogeológico
desta unidade é da ordem de 1,92 m3/h, distribuídos em uma área de 2.826 km2 com
uma camada saturada de apenas 1,8 metros.
O domínio representado pelos sedimentos da Formação Barreiras caracteriza-
se por uma expressiva variação faciológica, com intercalações de níveis mais e
menos permeáveis, o que lhe confere parâmetros hidrogeológicos variáveis de
acordo com o contexto local. Essas variações induzem potencialidades diferenciadas
quanto à produtividade de água subterrânea.
No município de Trairi, esses sedimentos apresentam uma boa potencialidade,
em função, principalmente, das espessuras apresentadas e, também, de suas
características litológicas. A recarga do aquífero é assegurada por infiltração das
precipitações pluviométricas.
A área do projeto não apresenta drenagens naturais, estando a mais próxima o
Rio Mundaú, no seu estuário.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 59
FIGURA 5-4 – RECURSOS HÍDRICOS – LOCAL.
Fonte: Ambiental Consultoria.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 60
5.1.6. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente – MMA, as Unidades de
Conservação são espaços territoriais, incluindo seus recursos ambientais, com
características naturais relevantes que têm a função de assegurar a
representatividade de amostras significativas e ecologicamente viáveis das
diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas
jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente.
A conservação de florestas em áreas públicas se dá através do Sistema
Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, criado pela Lei Federal Nº 9.985, de
18 de julho de 2000, que define Unidades de Conservação como espaço territorial e
seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características
naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de
conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se
aplicam garantias adequadas de proteção.
As Unidades de Conservação são divididas em dois grupos, tais como:
• Unidades de Proteção Integral; e,
• Unidades de Uso Sustentável.
Unidades de Proteção Integral
Unidades que têm como objetivo principal preservar a natureza, sendo admitido
apenas o uso indireto dos seus recursos naturais.
As categorias das Unidades de proteção integral são estação ecológica,
reserva biológica, parque, monumento natural e refúgio de vida silvestre.
Unidades de Uso Sustentável
Unidades que visam ompatibilizar a conservação da natureza com o uso
sustentável de parcela dos seus recursos naturais.
As categorias de uso sustentável são área de relevante interesse ecológico,
floresta nacional, reserva de fauna, reserva de desenvolvimento sustentável, reserva
extrativista, área de proteção ambiental (APA) e reserva particular do patrimônio
natural (RPPN).
Como pode ser observado na Figura 5-5, a área do projeto não está presente
em unidades de conservação, sendo que as mais próximas são a APA do Estuário
do Rio Mundaú (distante aproximadamente 90 m).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 61
FIGURA 5-5 – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO.
Fonte: MMA e SEMACE, adaptado por Ambiental Consultoria.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 62
5.1.7. ÁREAS PRIORITÁRIAS
Conforme definição do MMA, são áreas vistas para a conservação da
biodiversidade brasileira.
Para a identificação de Áreas Prioritárias na região do projeto utilizou-se o
mapa de áreas prioritárias referente ao Decreto Nº 5.092, de 21 de maio de 2004, e
instituídas pelas Portarias Nº 126, de 27 de maio de 2004, e Nº 09, de 23 de janeiro
de 2007, ambas do Ministério do Meio Ambiente.
A metodologia em questão está baseada no Mapa de Biomas do IBGE, que
incorporou os princípios de planejamento sistemático para conservação e seus
critérios básicos (representatividade, persistência e vulnerabilidade dos ambientes),
e priorizou o processo participativo de negociação e formação de consenso.
De acordo com Art. 2º da Portaria Nº 126, as ações identificadas desta
Portaria serão implementadas pelos órgãos e entidades responsáveis por elaborar e
implementar políticas e programas relacionados com a biodiversidade, consideradas
as seguintes classes de priorização, tais como:
• Alta.
• Muito alta; e
• Extremamente alta.
A AID do projeto não está inserida em Áreas Prioritárias, conforme
apresentado na Figura 5-6. As áreas prioritárias mais próximas do projeto são a
Litoral Trairi-Paracuru (CaZc203) e a APA do Estuário Rio Mundaú (CaZc290).
A área prioritária Litoral Trairi-Paracuru é de importância alta, de acordo com
dados do Ministério do Meio Ambiente, e tem dimensão de 306 km². Apresenta como
características: valor paisagístico; potencial ecoturístico; manguezais; aves
migratórias; riqueza de espécies de invertebrados; abrange as APAs Dunas do
Paracuru, Dunas da Lagoinha e Estuário do Rio Curu.
A área prioritária APA do Estuário Rio Mundaú é de importância muito alta, de
acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, e tem dimensão de 16 km²,
sendo uma Unidade de Conservação estadual de uso sustentável.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 63
FIGURA 5-6 – ÁREAS PRIORITÁRIAS.
Fonte: MMA, adaptado por Ambiental Consultoria.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 64
5.2. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO BIÓTICO
O Atlas do Ceará (IPECE, 2000), divide o Estado em 11(onze) unidades
fitoecológicas, baseadas nas diferenças litológicas, geológicas, topográficas,
climáticas e, principalmente, pedológicas.
Na área em estudo (Áreas de Influência Direta e de Influência Indireta) existem
duas unidades fitoecológicas representadas pelo Complexo Vegetacional da Zona
Litorânea e a Floresta Perenifólia Paludosa Marítima, sendo a primeira a unidade
dominante. O Complexo Vegetacional da Zona Litorânea se divide em vegetação
pioneira psamófila, floresta a retaguarda das dunas e vegetação de tabuleiros
litorâneos.
A biodiversidade do Complexo Vegetacional Litorâneo é bem representativa
apesar de certas condições físico-climáticas não serem favoráveis, levando deste
modo ao longo do tempo, a uma adaptação fisio-anatômica de boa parte de sua
biota.
Percebem-se nesses ambientes costeiros, uma forte dinâmica ambiental, tanto
por parte dos fatores físicos (eólicos, pluviosidade etc.) como bióticos (migração,
trofismo complexo, sucessão ecológica, dentre outros), levando assim a crer que
cada unidade ambiental mantém uma estreita relação com as demais biotas
circunvizinhas, chegando a certos casos ao longo do tempo, alterar toda sua
fitofisionomia.
5.2.1. FLORA REGIONAL (AII)
A flora do Município de Trairi é composta por espécies comuns ao litoral,
compreendendo as seguintes Unidades Fitoecológicas: Complexo Vegetacional da
Zona Litorânea e a Floresta Perenifólia Paludosa Marítima, conforme Figura 5-7.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 65
FIGURA 5-7 - UNIDADES FITOECOLÓGICAS PERTENCENTES À ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA.
Fonte: Ambiental Consultoria.
A flora do litoral se estende pela borda do mar, penetrando vários quilômetros
de terra a dentro e está representada pelo cajueiro (Anacardium occidentale), murici
(Byrsonima sp), guajirú (Chrisobalanus icaco), ubaia (Eugenia uniflora), batiputá
(Ourota parviflora), jataí (Hymeneae sp.), pau ferro (Caesalpinea ferrea) e
catingueira (Caesalpinea pyramidales).
A vegetação da região litorânea onde está inserida o Município de Trairi tem
uma peculiaridade que difere dos sertões e das serras úmidas, que pode ser
identificada como complexo vegetal litorâneo.
5.2.1.1. COMPLEXO VEGETACIONAL DE ZONA LITORÂNEA
O Complexo Vegetacional da Zona Litorânea compreende a vegetação pioneira
psamófila, vegetação de dunas e vegetação dos tabuleiros pré-litorâneos.
VEGETAÇÃO PIONEIRA PSAMÓFITA
Esta vegetação ocorre recobrindo alguns trechos da planície de deflação
acompanhando a linha de costa, de forma que se encontram em ambiente
submetido a alta salinidade e solos ácidos, sendo denominadas de psamófita-
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 66
halófitas justamente por tolerarem condições adversas como solos arenosos e
ácidos, ventos fortes e alta concentração de sais.
A densidade vegetal é variável, contudo, apresenta uma sucessão primária que
se inicia com o estabelecimento das pioneiras do tipo salsa de praia (Ipomoea pes-
caprae) e pinheirinho (Remirea maritima) seguindo com capim gengibre
(Cymbopogon martinii) e moitas de murici (Byrsonima sp.), iniciando logo acima da
linha de maré e se estendendo até a base das dunas estabilizadas, ocupando uma
faixa de largura variável. Esta vegetação nunca alcança um clímax por causa da
constante movimentação de areia pelos ventos, o que não permite o
estabelecimento de processos pedogenéticos
VEGETAÇÃO DAS DUNAS
A composição florística das dunas é dotada de um estrato herbáceo adaptado
ao elevado teor salino e à mobilidade do solo, destacando-se espécies como:
Ipomoea asarifolia (salsa), Remirea maritima (pinheirinho-da-praia), Richardia
grandiflora (barba-de-bode), Dactyloctenium aegyptium (capim-pé-de-galinha),
Heliotropium lanceolatum (crista-de-galo), Blutaparon portulacoides (bredo-da-praia),
Sesuvium portulacastrum (beldroega) e diversas leguminosas e gramíneas.
Quando as condições edáficas se tornam mais favoráveis, pequenos arbustos
como o murici (Byrsonima spp.) vão ocupando áreas da pós-praia e regiões
interdunares, dando início ao desenvolvimento de uma vegetação de porte arbustivo.
FIGURA 5-8 - VEGETAÇÃO FIXADORA DE DUNAS.
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 67
Esta vegetação apresenta-se sob forma de moitas abertas ou moitas fechadas,
com a presença Chrysobalanus icaco (guajiru) (Figura 5-9), Abrus precatorius
(jeriquiti), Byrsonima sp (murici) (Figura 5-10) e Anacardium occidentale (cajueiro)
(Figura 5-11).
FIGURA 5-9 - CHRYSOBALANUS ICACO (GUAJIRÚ).
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
FIGURA 5-10 - ABRUS PRECATORIUS (JERIQUITI).
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 68
FIGURA 11 - ANACARDIUM OCCIDENTALE (CAJUEIRO).
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
VEGETAÇÃO DE TABULEIROS PRÉ-LITORÂNEOS
Segundo FERNANDES (1998), Tabuleiro Litorâneo é um nome de significado
ainda pouco preciso, principalmente dentro da terminologia fitogeográfica brasileira.
Prefere-se adotar um sentido de natureza fisiográfica, constituindo-se em amplas
planícies arenosas levemente onduladas, por traz das dunas, marcada pela
paisagem formada sobre o areal justapraiano, com sua vegetação particular. Embora
que geologicamente estejam correlacionados com os depósitos terciários (Plio-
Plestoceno), conhecidos como Formação Barreiras, recobertos pela: areias
quaternárias denotam, entretanto, um significado diverso sobre a vegetação.
Assim, o Tabuleiro, mais comumente usado no Norte/Nordeste, é marcado por
um complexo florístico, dada a coparticipação de elementos da vegetação vizinha:
mata, caatinga e formações esclerófilas – cerrado e cerradão. Muitas vezes há
manchas de cerrados ou representantes desta formação vegetacional, ou mesmo
comunidades florestais semidecíduas, com acentuada esclerofilia de seus
componentes, constituindo as matas esclerofilas. Alcançam de 3-5 metros de altura,
normalmente deixando espaços entre seus componentes florísticos, os quais se
apresentam em veredas serpenteantes, forradas pela areia branca.
Podem ser encotradas espécies como Anacardium occidentale (Cajueiro),
Manguifera indica (Mangueira), Aspidosperma pyrifolium (Pereiro), Eugenia
pyriformis (Ubaia) (Figura 5-12), Tabebuia caraíba (Ipê amarelo), Caesalpinia
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 69
bracteosa (Catingueira), Caesalpinia ferrea (Jucazeiro), Hymenea coubaril (Jatobá),
Sterculia apetala (Xixá) (Figura 5-13), Tamarindus indica (Tamarindeiro), dentre
outras.
FIGURA 5-12 – EUGENIA PYRIFORMIS (UBAIA) EM PERÍODO DE FLORAÇÃO.
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
FIGURA 5-13– FRUTO DO XIXÁ (STERCULIA APETALA) LOCALIZADO NA AII.
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
A vegetação do Tabuleiro Pré-litorâneo por não encontrar castigada pelo clima
semiárido verificado na caatinga apresenta espécies pouco caducifólias ou xerófitas,
o que atrai diversas espécies da fauna da caatinga para o ambiente do tabuleiro,
particularmente durante o período seco (MAJOR, 2008)
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 70
5.2.1.2. FLORESTA PERENIFÓLIA PALUDOSA MARÍTIMA
A zona costeira é uma região de transição ecológica que desempenha
importante função de ligação e trocas genéticas entre os ecossistemas terrestres e
marinhos, fato que a classifica como ambiente complexo, diversificado e de extrema
importância para a sustentação da vida no mar. A elevada concentração de
nutrientes e outras condições ambientais favoráveis, como os gradientes térmicos e
a salinidade variável e, ainda, as excepcionais condições de abrigo e suporte à
reprodução e à alimentação inicial da maioria das espécies que habitam os oceanos,
transformaram os ambientes costeiros num dos principais focos de atenção no que
diz respeito à conservação ambiental e à manutenção de sua biodiversidade.
Os ecossistemas da Zona Costeira de maior relevância são os estuários,
manguezais e lagoas costeiras, bem como os banhados e áreas úmidas costeiras.
Próximo ao estuário do rio Mundaú (situado na AID) pode-se visualizar a
formação de um manguezal (ver Figura 5-14).
FIGURA 5-14– MANGUEZAL SITUADO PRÓXIMO A FOZ DO RIO MUNDAÚ EM TRAIRI – CE.
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
A Resolução no. 303 do CONAMA de 20 de março de 2002, que estabelece
definições referentes às Áreas de Preservação Permanente, adota, no seu item IX, a
seguinte definição para manguezal:
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 71
”ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos
à ação das marés, formado por vasas lodosas recentes ou
arenosas, às quais se associa, predominantemente, a
vegetação natural conhecida como mangue, com influência
fluviomarinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e
com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre
os estados do Amapá e Santa Catarina;”
Algumas áreas de mangue do Estado vêm sendo transformadas ao longo do
tempo para darem lugar às salinas e deposição de lixo e de efluentes domésticos e
industriais.
A Vegetação Perenifólia Paludosa Marítima constitui a cobertura vegetal
natural que contribui efetivamente nos processos hidrodinâmicos, geomorfogênico e
pedogênico da planície fluviomarinha, protegendo as margens e terraços das ações
erosivas, favorecendo os processos de sedimentação e formação dos solos,
mantendo o nível do lençol freático e reduzindo o impacto das marés e cheias
fluviais, além de equilibrar o balanço sedimentar entre erosão e deposição.
O conjunto florístico do manguezal é constituído principalmente pelas espécies
de árvores, Rhizophora mangle (mangue vermelho), Avicennia germinans (mangue
preto), Avicennia schaveriana (mangue preto) e Conocarpus erecta (mangue botão)
e Laguncularia racemosa (Mangue-branco).
5.2.2. FLORA LOCAL (AID E ADA)
As áreas de influência direta e diretamente afetada estão inseridas no
Complexo Vegetacional da Zona Litorânea, sendo a maior parte das obras civis
projetadas para locais naturalmente sem vegetação ou áreas antropizadas.
A vegetação do entorno (AID) é composta em sua maioria por coqueiros
(Cocus nucifera) e espécies herbáceas.
A Figura 5-15 apresenta uma imagem de satélite da orla entre a Praça da Barra
do Mundaú e Praça do CTPA. Pode-se verificar na imagem o predomínio de
C.nucifera e a quase ausência de outras espécies arbóreas.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 72
FIGURA 5-15– AUSÊNCIA DE VEGETAÇÃO NA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA E PREDOMÍNIO DE
C. NUCIFERA NO ENTORNO.
Fonte: Google Earth.
O Quadro 5-1 abaixo apresenta as principais espécies presentes na AID
(observação direta através de caminhamentos pela área em estudo).
QUADRO 5-1 - PRINCIPAIS ESPÉCIES PRESENTES NA AID. FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR
ANACARDIACEAE Anacardium occidentalis Cajueiro
Manguifera indica Mangueira
APOCYNACEAE
Calotropis procera Flor de Seda
Hancornia speciosa Mangaba
Aspidosperma pyrifolium Pereiro Preto
ARECACEAE Cocos nucifera Coqueiro
BIGNONIACEAE Jacaranda jasminoides Guabiraba
BROMELIACEAE Bromelia plumieri Croatá
BURSERACEAE Bursera leptophloeos Imburana
CAESALPINIACEAE Caesalpinia bracteosa Catingueira
Copaifera luetzelburgii Pau D’Óleo
CELESTRACEAE Maytenus rigida Bom Nome
CHRYSOBALANACEAE Hirtella glandulosa Bosta de Cabra
COMBRETACEAE Combretum leprosum Mofumbo
Thiloa glaucocarpa Sipaúba\Vaqueta
EUPHORBIACEAE Cnidosculus vitifolius Cansanção
FABACEAE
Crotalaria sp. Mata Pasto
Luetzelburgia auriculata Angelim
Dioclea grandiflora Mucunã
Machaerium scleroxylon Pau Ferro
Luetzelburgia freire Sucupira
Machaerium acutifolium Violete
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 73
FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR
Enterolobium contortisiliquum Timbauba
LAMIACEAE Hyptis umbrosa Bamburral
MIMOSACEAE Piptadenia moliniformis Catanduva
MYRTACEAE Eugenia tapacumensis Goiabinha
NYCTAGINACEAE Guapira graciliflora João Mole
Pisonia grandis Pau Piranha
OPILIACEAE Agonandra brasiliensis Pau Marfim
POACEAE Braquiaria decumbens Capim braquiária
RUBIACEAE Guettarda angélica Angélica
RUTACEAE Balfourodentrun sp. Farinha Seca
Fonte: Ambiental Consultoria – Análise de campo.
5.2.3. FAUNA
A fauna, além de ser responsável pelo equilíbrio dos ecossistemas, contribui
com a propagação e a consolidação da cobertura vegetal nativa auxiliando a
dispersão de sementes. Além disso, certas espécies provêm bons indicadores
biológicos de qualidade ambiental (NUNES et al., 2008).
A composição faunística de uma região está diretamente correlacionada com
as características climáticas, fitofisionômicas e hídricas. Diversos componentes
biológicos naturais, como relações harmônicas e desarmônicas entre indivíduos,
também influenciam a ocorrência de espécies em um determinado local. No entanto,
atualmente, o fator antrópico é o maior agente de modificação do arranjo de
espécies dentro de uma comunidade biológica (FREITAS, 2010).
Os levantamentos de fauna acessam diretamente a diversidade de uma
localidade, em um determinado espaço e tempo. Desta forma, os dados primários
gerados pelos inventários faunísticos compõem uma das ferramentas mais
importantes na tomada de decisões a respeito do manejo de áreas naturais.
Portanto, faz-se necessário o reconhecimento das espécies animais habitantes
da área de interesse do empreendimento. Estes estudos de fauna auxiliarão no
diagnóstico da situação atual da Área de Influência Direta do empreendimento,
quanto à qualidade ambiental e à degradação antrópica. Desta forma, o diagnóstico
a seguir apresenta um levantamento da fauna de vertebrados terrestres da região de
interesse. Este conhecimento prévio, também, auxiliará o monitoramento e a
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 74
elaboração de planos de controle ambiental, a fim de mitigar o efeito adverso sobre
as populações naturais.
A presença da fauna como integrante do meio ambiente é vital para os
processos interativos de um ecossistema. Esta presença tem participação
imprescindível na polinização, frutificação, floração, decomposição de detritos e
consumo de vegetais, assim como na circulação mineral. Os animais transportam
sementes e influenciam sobre a rapidez e magnitude das modificações na
vegetação.
PRAIA
Em função do tempo de exposição durante a maré baixa, a faixa litorânea é
dividida em supra, médio e infralitoral, a topografia sendo extremamente importante,
pois dela depende a largura da faixa entre marés bem como a intromissão de
diferentes níveis. Para cada tipo de substrato na faixa entre marés existem
diferentes associações de animais, os quais podem indicar, devido suas exigências
e/ou tolerâncias ecológicas, as divisões da faixa onde habitam. As áreas com
substrato rochoso geralmente abrigam uma flora e fauna mais ricas do que as de
praias com areia. Muitos animais na faixa entre marés podem tolerar a subida e
descida da água e o bater das ondas, quando conseguem fixar-se firmemente a um
substrato estável.
A fauna bentônica é bastante diversificada, abrigando, praticamente,
representantes de todos os grupos animais. Os representantes da fauna podem ter
várias relações com o substrato, sendo classificados como epifauna ou endofauna.
A epifauna pode ser fixa, como a maioria das esponjas, as cracas, as ostras e
as ascídias, ou móveis. Entre os móveis, há os que têm movimentos limitados, como
as anêmonas, os moluscos poliplacóforos e os gastrópodes pateliformes (que vivem
aderidos, mas podem deslocar-se a curtas distâncias), os animais com movimentos
livres sobre o substrato, como os siris (ver Figura 5-16), os caranguejos, a maioria
dos gastrópodes, os poliquetas errantes, e os natantes como os peixes e algumas
lesmas marinhas (ver Figura 5-26).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 75
FIGURA 5-16– SIRI-AZUL (CALLINECTES SP) COMUMENTE ENCONTRADO NO MUNICÍPIO.
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
FIGURA 5-17– APLISIA SP (LESMA MARINHA) ENCONTRADA NA PRAIA DE EMBOACA.
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
A infauna é constituída pelos animais que vivem dentro do substrato
(consolidado ou inconsolidado). Alguns perfuram substrato duro, como os bivalves
litófagos e os teredinídeos, outros se enterram em fundos móveis, como a maioria
dos bivalves e poliquetas, ou ocupam locas ou frestas já existentes no substrato
duro, como é o caso do polvo, ouriços e peixes moreiformes.
O Ambiente Praiano Consolidado ou Rochoso formado por sedimentos de
areias quartzosas apresenta-se desnuda, sem representantes florísticos, no entanto
ocorrem algumas algas marinhas dispersas. Encontra-se recoberto por uma biota
bentônica bastante rica e diversificada, como moluscos (craca, ostra),
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 76
equinodermas, crustáceos, anelídeos (polichaetos) e cnidários como a anêmona-do-
mar (Bunodossoma cangicum) (ver Figura 5-18).
FIGURA 5-18– A ANÊMONA (BUNODOSOMA CANGICUM), ENCONTRADA EM ÁREA
PARCIALMENTE COBERTAS POR SEDIMENTO E FIXAS AO SUBSTRATO ROCHOSO NA PRAIA DA
EMBOACA, TRAIRI.
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
Num ambiente rochoso é característico o aparecimento de poças de marés.
Estas poças são um microcosmo da vida marinha encontrado na faixa entremarés e
facilmente acessíveis quando a maré está baixa (Figura 5-19).
FIGURA 5-19 – POÇA DE MARÉ LOCALIZADA PRÓXIMO À COMUNIDADE DE EMBOACA, TRAIRI.
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 77
Em levantamento recente realizado pela Ambiental Consultoria para o litoral de
Trairi foram identificadas 38 espécies de peixes, pertencentes a 22 famílias, sendo
Haemulidae, Lutjanidae e Sciaenidae as famílias com maior diversidade de espécies
(4 espécies cada), seguida de Ariidae e Scombridae com 3 espécies cada conforme
gráfico a seguir.
GRÁFICO 5-1– NÚMERO DE ESPÉCIES DE PEIXES POR FAMÍLIA
Fonte: Ambiental Consultoria.
A seguir, pode-se observar as principais espécies de peixes pescadas no
médio litoral para consumo interno.
FIGURA 5-20 – PRINCIPAIS ESPÉCIES DE PEIXES PESCADAS.
Carapicu (Eucinostomus melanopterus) Barbudo (Polydactylus virginicus)
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 78
Coró amarelo (Conodon nobilis) Curuca (Micropogonias furnieri)
Carapicu (Eucinostomus melanopterus) Tainha (Mugil brasiliensis)
Golosa (Genyatremus luteus) Judeus (Menticirrhus americanos)
Fonte: Ambiental Consultoria.
Algumas aves migratórias intercontinentais passam pela região rumo ao
extremo Sul do continente latino, fugindo do rigor do inverno boreal, merecendo
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 79
destaque os Charadriiformes em especial Charadriidae (maçaricos), Scolopacidae
(maçariquinhos) e Laridae (gaivotas).
FIGURA 5-21– CHARADRIUS COLLARIS (MAÇARICO-DE-COLAR) ESPÉCIE RESIDENTE NO
LITORAL DE TRAIRÍ.
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
O ambiente praiano não consolidado ou arenoso apresenta uma diversidade
insipiente mais importante no contexto da dinâmica de suas comunidades como os
crustáceos e moluscos: Ocypodes quadrata (espia maré), Ucides cordatus (uça),
Lygia exotica (barata da praia). A ação eólica é bem mais intensa neste ambiente
dificultando a fixação da vegetação herbácea.
BERMA
A fauna desse ambiente depende do fornecimento energético das herbáceas,
tanto para a pastagem foliar como para o consumo de frutos, sementes e néctar.
Normalmente os insetos (ortópteros, lepidópteros, coleópteros etc.), juntamente com
os mamíferos roedores e aves frugívoras/granívoras, constituem a base trófica
alimentar formada pelos consumidores primários, os quais fornecem nutrientes e
energia para os demais níveis tróficos, mostrando assim que o ambiente do berma
comumente recicla seus nutrientes sem a interferência direta dos demais ambientes
circunvizinhos.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 80
FIGURA 5-22– APIS MELIFERA (ABELHA).
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
CAMPOS DUNARES
O representante faunístico residente mais comum neste ambiente é a Athene
cunicularia (coruja-buraqueira) (Figura 5-23), capturando insetos, répteis e outras
aves como a Columbina talpacoti (Rolinha caldo-de-feijão).
FIGURA 5-23 – ATHENE CUNICULARIA (CORUJA-BURAQUEIRA) NA ENTRADA DE SUA TOCA.
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
A fauna dominante das dunas fixas são aves insetívoras e (ou) frugívoras
dentre as quais se destacam: Pitangus sulphuratus (bem-ti-vi), Tyrannus
melanocholicus (siriri), Caracara plancus (carcará), Rupornis magnirostris (gavião),
Mimus gilvus (sabiá-da-praia), Columbina talpacoti (rolinha-comum), Columbina
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 81
passerina (rolinha-da-praia), Forpus xantopterigius (papacu), Tangara sayaca
(sanhaço) etc.
Ocorrem também répteis como Tropidurus hispidus (Calango), Cnemidophorus
ocellifer (Tijubina), Tupinambis merianae (Teiú) e Iguana iguana (Iguana) (Figura 5-
24), Phillodryas nattereri (cobra corre-campo) (Figura 5-25), alguns mamíferos como
Euphactus sexcinctus (peba), Didelphis albiventris (cassaco), Cerdocyon thous
(raposa) e diversos quirópteros.
FIGURA 5-24– IGUANA IGUANA (IGUANA).
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
FIGURA 5-25– PHILLODRYAS NATTERERI (CORRE-CAMPO).
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 82
TABULEIROS PRÉ-LITORÂNEOS
A fauna do tabuleiro coincide em parte com a da vegetação de dunas fixas e
em virtude do clima mais ameno, propiciado pela boa ventilação e sombreamento
quase que total, apresenta uma fauna rica em espécies, em especial artrópodes e
aves insetívoras e frugívoras.
Frequentemente ocorre dentro do tabuleiro logo após o campo dunar ocorrem
as lagoas pós-dunares, as quais são perenes em decorrência do fluxo d’água
subterrânea dunar. Nesses locais sua fauna e flora são típicas de ambientes
paludícolas como o Rosthramus sociabilis (gavião caramujeiro).
FIGURA 5-26– ROSTHRAMUS SOCIABILIS (GAVIÃO CARAMUJEIRO).
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
Em um recente Resgate de Fauna realizado pela Ambiental Consultoria em
uma área no município de Trairi foram registradas quinze espécies da herpetofauna
em ambiente de tabuleiro pré-litorâneo, algumas das quais podem ser vistas na
Figura 5-27 a seguir.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 83
FIGURA 27– HERPETOFAUNA ENCONTRADA EM ÁREA DE TABULEIRO NO MUNICÍPIO DE
TRAIRÍ, CE. A: PHYSALAEMUS CUVIERI, B: ELACHISTOCLEIS PIAUIENSES, C: SCINAX X-SIGNATUS, D: AMEIVA AMEIVA, E: MABUYA HEATHI, F: COLEODACTYLUS MERIDIONALIS, G: MICRABLEPHARUS MAXIMILIANI, H: AMPHISBAENA POLYSTEGUM, I: TYPHLOPS
BRONGERSMIANUS, J: BOA CONSTRICTOR.
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 84
ESTUÁRIO E MANGUEZAL
Muito embora os bentos estuarinos incluam macro e meiobentos, os primeiros
caracterizam, conspicuamente, esses ambientes, sendo formados principalmente
por moluscos, crustáceos e poliquetas.
Os organismos da macrofauna bêntica (invertebrados > 0,5mm) exploram
todos os habitats proporcionados pelos ecossistemas em questão: os cursos d’água,
os solos, a flora aquática, as raízes, troncos e galhos das árvores de mangue, etc.
Também, podem ser fixos ou móveis, viver sobre o substrato (epifauna), enterrado,
cavando locas ou perfurando (infauna).
A Zona Intertidal que corresponde aos cursos d’água, tanto no estuário quanto
no interior do manguezal é habitada principalmente por espécies marinhas, existindo
um pequeno número de água doce, como os “camarões de água doce” ou “pitus”,
pertencentes aos gêneros Macrobrachium e Potimirim.
Representando a infauna, destacam-se os moluscos bivalves (Anomalocardia
brasiliana, Tagelus plebeius, Iphigenia brasiliana, Phacoides pectinatus, enterrados
em substratos móveis, e espécies de Teredinidae, em pedaços de madeira,
provavelmente, de árvore de mangue), crustáceo estomatópode (Squila dubia),
crustáceos isópodes, poliquetas e crustáceos decápodes (Alpheus haeterochaelis,
Callianassa jamaicensis), também em substratos móveis. Todas essas espécies são
de hábito alimentar predominantemente detritívoro, o que caracteriza a infauna
estuarina, pois com as condições em que se encontram esses habitats, os filtradores
são excluídos ou pouco adaptados (Oliveira et al, 1988).
A epifauna está representada principalmente pelos crustáceos decápodes
vágeis, como os camarões (Penaeus spp, Macrobrachium spp, Potimirim potimirim,
Palemon spp, Sicyonia spp), os paguros (Clibanarius spp), e os siris (Callinectes
spp). Os paguros ocupam conchas de gastrópodes dos gêneros Thais, Phallim e
Tegula.
A Zona Mediolitoral, que corresponde aos solos entre as preamares e baixa
marés médias, as raízes aéreas e a base dos troncos de mangues apresenta uma
fauna tipicamente estuarina, e sua distribuição depende unicamente da existência do
substrato adequado, estando condicionada à presença dos bosques de mangue e
crustáceos decápodes vágeis. Entre os mais comuns deste grupo estão os “aratus”
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 85
(Aratus pisonis, Goniopsis cruentata, Pachygrapsus transversus, vivendo tanto no
solo como nas árvores), o “caranguejo uçá” Ucides chordatus e os “chamas mare”
(Uca sp,) em locas no solo. Estes representantes são considerados como elementos
característicos da fauna bêntica dos estuários e manguezais do Nordeste, exercendo
papel fundamental na aeração do substrato.
Outro elemento desta fauna vágil, é o gastrópode pulmonado, Melamphus
coffeus, que vive no solo, geralmente em lugares de sombra densa, em quantidade
considerável. Além desta fauna vágil, existe uma epifauna fixa, formada
principalmente pelo bivalve Crassostrea rhyzophore e crustáceos cirrípedes, as
“cracas”, dos gêneros Chthamalus e Balanus, instalada nas raízes áreas dos
mangues.
Já a Zona Supralitoral corresponde aos troncos e ramos de mangues vivos e a
porção marginal do manguezal, situada acima do nível médio das preamares.
A fauna desta zona contém as espécies de crustáceos decápodes chamadas
semi terrestres, como o guaiamum (Cardisoma guanhumi) e o crauça (Ocypode
quadrata), em tocas no substrato mais arenoso. Alguns aratus, na baixa mar,
também invadem esses solos e os troncos das arvores. Algumas espécies
tipicamente terrestres, como ortópteros, coleóptero, lepidópteros, dípteros,
himenópteros, odonatas são observados com frequência no solo ou sobre a
vegetação.
Os peixes desempenham importante papel ecológico nos ambientes
estuarinos: transformam energia a partir de fontes primárias; conduzem energia,
ativamente, através da cadeia trófica; proporcionam troca de energia entre
ecossistemas vizinhos, através da importação e exportação; constituem uma forma
de armazenamento de energia dentro do ecossistema, através de seus
componentes residentes; funcionam como agentes de regulação energética, por se
tratar de populações que se deslocam, cíclica ou regularmente.
Há uma grande diversidade de espécies nesses ecossistemas, o que indica
complexa estratégias reprodutivas e alimentícias, padrões de migrações e uma
estreita relação peixe-habitat. As espécies de origem marinha são dominantes
(Oliveira, 1993) e, segundo Yáñez- Arancibia (1985), cerca de 80% das espécies
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 86
costeiras têm uma relação com esses ambientes. De um modo geral a ictiofauna
estuarina está representada pelos seguintes componentes:
1- Espécies marinhas, que obrigatoriamente utilizam os ambientes estuarinos,
seja por exigência de alimentação, seja para completar o ciclo reprodutivo.
Exemplos: “tainhas” Mugil spp, “carapebas” Diapterus spp, “carapicus”
Eucinostomus spp, “pescadas” Cynoscion spp, “camurim” Centropomus spp,
entre outras.
2 - Espécies marinhas, visitantes sem aparente exigência estuarina,
representados por indivíduos geralmente jovens que procuram abrigo.
Exemplos: “xaréus” Caranx spp, “pampos” Trachinotus spp, “cioba” Lutjanus
analis, “dentão” Lutjanus apodus e Lutjanus jocu, “garoupa” Micteroperca
bonaci, “ubarana” Elops saurus, entre outras.
3- Espécies residentes permanentes, de origem marinha ou de água doce, que
passam todo o seu ciclo de vida nos ambientes estuarinos. Exemplos:
“morés” Gobionellus spp, Gobioides broussonetti, Eleotris pisonis, Awaous
taiasica, “barrigudinho” Poecilia vivipara, entre outras.
4- Espécies de água doce, que passam todo o seu ciclo de vida na água doce,
visitando ocasionalmente as águas estuarinas. Exemplo: “cará” Geophagus
sp e Astianax bimaculatus.
A grande abundância de invertebrados e peixes nos estuários e manguezais
atrai muitas espécies de aves para se alimentarem. Além do mais, muitas encontram
aí condições ideais para nidificação, para proteção ou para pousada em suas rotas
de migração. As aves desempenham um papel ecológico acentuado nesses
ecossistemas, atuando como regulador das populações de peixes e de
invertebrados, transportando energia para o ecossistema terrestre, e, através de
seus dejetos, proporcionando um aumento da matéria orgânica. Frequentam essas
áreas as seguintes espécies: Garça branca (Egretta thula), socozinho (Butorides
striata), Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), martim pescador (Megaceryle torquata),
maçarico-de-bico-torto (Numenius hudsonicus) e saracura do mangue (Aramides
mangle).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 87
FIGURA 5-28– EGRETTA THULA (GARÇA-BRANCA-PEQUENA).
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
FIGURA 5-29– NUMENIUS HUDSONICUS (MAÇARICO-DE-BICO-TORTO).
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
Outros vertebrados citados pela população foram: Mamíferos - guaxinim
(Procyon cancrivorus) e raposa (Cerdocyon thous); e répteis como Boa constrictor,
Ameiva ameiva, Tupinambis merianae, Iguana iguana e o jacaré Paleosuchus
palpebrosum.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 88
FIGURA 5-30– PEGADAS DE PROCYON CANCRIVORUS (GUAXINIM).
Fonte: Ambiental Consultoria (Fev/2016).
Devido ao elevado grau de antropização, associado às características naturais
do ambiente de praia e berma da ADA e AID, não foram encontradas muitas
espécies de tetrápodes nas áreas do projeto e em suas adjacências.
A fauna encontrada na ADA e AID apresentam seus principais aspectos
biológicos descritos a seguir:
HERPETOFAUNA
Ameivula ocellifera
Assim como a espécie anterior, Ameiva ameiva, faz parte da família Teiidae. É
a de maior distribuição dentro do grupo ocellifer, ocorrendo no Cerrado, na Caatinga
e nas restingas ao longo da costa do nordeste brasileira (VANZOLINI et al. 1980;
DIAS; ROCHA, 2007). Menezes et al. (2011) em um estudo realizado em Morro do
Chapéu, Estado da Bahia, Nordeste do Brasil, mostrou que a dieta da população
estudada foi composta principalmente de artrópodes, como isópteros, ortópteros,
baratas e larvas (MENEZES et al., 2011).
Tropidurus hispidus (Spix, 1825)
Faz parte da família Tropiduridae caracterizada por lagartos de tamanho
pequeno a moderado, com cabeça facilmente distinguível do pescoço, membros e
dedos bem desenvolvidos e cauda com tamanho maior ou igual ao tamanho do
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 89
corpo (SILVA; ARAÚJO, 2008). A maioria do tropidurídeos tem escamas ásperas e
uns poucos são de aparência espinhosa, assim como Tropidurus hispidus.
AVES
As aves, além de representarem vários papéis biológicos, são reconhecidas
como os melhores bioindicadores da qualidade ambiental, por serem um grupo
relativamente fácil de estudar, pelo grande número de informações já conhecidas
sobre sua sistemática e por se distribuírem por todos os ecossistemas terrestres,
onde ocupam os mais variados nichos ecológicos e tróficos das florestas, desde o
piso até as copas das árvores (DÁRIO, 2000).
Foram identificadas 52 espécies de aves, pertencentes a 31 famílias, sendo
Thraupidae a família com maior diversidade de espécies (Coereba flaveola, Dacnis
cayanna, Paroaria dominicana, Sporophila albogularis e Tangara sayaca), seguida
de Cuculidae (Crotophaga ani, C. major, Guira guira, Piaya cayanna e Tapera
naevia) e Columbidae (Columbina passerina, C. squammata, C. talpacoti e
Patagioenas picazuro).
As espécies mais representativas da área foram Pitangus sulphuratus, sendo
encontrada em todas as unidades amostrais do empreendimento, seguidas de
Polioptila plumbea e Tyrannus melancholiccus.
Caracara plancus (Miller, 1777)
Ave de porte médio para grande, caracterizada pelo contraste entre a
coloração negra do alto da cabeça e do corpo com o pescoço, rabadilha e baixo
ventre amarelo-claro e pele da face nua e vermelha. Quando em voo, destaca-se a
mancha próxima à ponta da asa, peculiaridade que divide com o gavião-
carrapateiro. O jovem é semelhante ao adulto. É um parente dos falcões, adaptado
aos ambientes abertos, alimentando-se principalmente de carniça, insetos e
pequenos animais capturados no chão. Podem ser observados em bordas de
reflorestamento e outros ambientes, mesmo os modificados pelo homem.
Crotophaga ani Linnaeus, 1758
Frequenta normalmente os enclaves de vegetação rala e as margens dos
caminhos. É ave que vive no interior dos arbustos, das ervas e na orla da mata, à
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 90
procura de artrópodes e pequenos vertebrados. Caça em grupo. Altamente gregário,
tem reprodução comunitária, com várias fêmeas depositando seus ovos no mesmo
ninho e colaborando na criação dos filhotes. Caminha em grupo nos gramados em
busca de insetos, seu alimento principal. Sobe às costas do gado ou de cavalos para
capturar insetos espantados pelos animais em movimento. Cada grupo tem seu
próprio território, que defende de outros bandos.
Guira guira (Gmelin, 1788)
Até certo ponto são beneficiados pelo desaparecimento da mata alta, pois
vivem em campos, lavouras e ambientes mais abertos. Animais carnívoros em geral
são seus predadores naturais. Algumas espécies da família Columbidae como as
rolinhas se assustam com o aparecimento de anus-brancos. O anu-branco por sua
vez enxota o gavião-carijó (Rupornis magnirostris) quando estes pousam nas
imediações do seu ninho.
Mimus gilvus (Vieillot, 1807)
Aves típicas do litoral atlântico, arenoso, salino, de vegetação esparsa
(restinga), rica em cactos. O sabiá-da-praia (Mimus gilvus), está restrito basicamente
ao litoral e pode ser diferenciado do sabiá-do-campo (Mimus saturninus) por
apresentar as partes superiores com coloração cinza e as partes inferiores bem
claras, quase brancas. Os olhos dos indivíduos adultos da espécie são alaranjados.
Espécie sem dimorfismo sexual. A vocalização é notável pela maestria com que
imitam os cantos e chamados de outras aves.
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766)
Alimenta-se de uma vasta gama de víveres que vão desde artrópodes e filhotes
de outras aves, até peixes e frutas. O ninho tem a forma cilíndrica, feito nas árvores
com gravetos, palhas e outros materiais em alturas que variam de 3 a 12 metros. A
entrada é uma espécie de túnel, em posição lateral com saída em declive. É uma
das aves melhor adaptadas ao ambiente de jardins urbanos. Nas áreas rurais e
reservas, é encontrado em pomares e borda da mata ciliar.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 91
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788)
Espécie de amplitude ecológica grande, frequenta toda área, seja em voo, seja
pousado, normalmente nas árvores mais altas. Caça aves, répteis, roedores e
anfíbios.
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819
A partir do poleiro, realiza um voo de poucas até dezenas de metros, em todas
as direções, apanhando a presa no ar. Classicamente, retorna ao local de origem
para consumi-la, muitas vezes batendo fortemente no galho para matar ou estonteá-
la. Está em seu poleiro nas primeiras horas da manhã e muitas vezes permanece
todo o dia, apesar do sol e calor. Além de insetos, alimenta-se de frutos, esses
últimos muito consumidos por aves em migração. Costuma ficar pousado em
poleiros expostos, seja na parte alta da mata, seja em arbustos. Usa também fios,
cercas e estruturas criadas pela ação humana.
MAMÍFEROS
Callithrix jacchus (Linnaeus, 1758)
Esta espécie é endêmica do Brasil e ocorre nos biomas Caatinga e Mata
Atlântica. Os saguis são animais de pequeno porte e caracterizam-se pela presença
dos tufos circum-auriculares. São primatas arborícolas que habitam várias
fisionomias vegetais, podendo inclusive ocorrer em vegetação secundária,
perturbada e fragmentada (RYLANDS; FARIAS, 1993).
É uma espécie onívora, podendo se alimentar de frutos, insetos, néctar,
exsudados de plantas, sementes, ovos de aves, etc. Mesmo com a vasta dieta, a
área de vida dos saguis é influenciada pelos recursos alimentares, na qual varia de
0,5 a 3, hectares.
Didelphis albiventris (Lund, 1840)
Esta espécie também possui uma ampla distribuição na América latina, incluindo
porções leste e centro-oeste do Brasil, Paraguai, Uruguai, as regiões norte e central
da Argentina e sul da Bolívia (REIS, 2011). O gênero Didelphis apresenta ocorrência
para todos os biomas brasileiros.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 92
O timbu, cassaco ou mucura é uma espécie onívora (FONSECA et al., 1996) e
alimenta-se, principalmente, de frutos, insetos, pequenos roedores, rãs, cobras e
lagartos. É uma espécie solitária, mas pode ser encontrada aos pares na época
reprodutiva. Possui hábitos crepusculares e noturnos, buscando abrigos em ocos de
árvores, entre as raízes e troncos caídos.
5.3. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO ANTRÓPICO
5.3.1. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS
De acordo com os dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística - IBGE, o município de Trairi tem uma população total de 51.422
habitantes, sendo 51,41% de homens e 48,59% de mulheres, com uma taxa
geométrica de crescimento anual de 1,45%. Apresenta uma densidade demográfica
de 55,55 hab/km2.
Tomando-se os dados do Censo de 1991, havia um total de 36.344 habitantes
no município de Trairi, sendo 51,38% de homens e 48,62% de mulheres, com uma
taxa geométrica de crescimento anual de 1,79%. Observa-se que o crescimento
populacional entre os anos de 1991 a 2000 foi de 18,38%, tendo uma elevada taxa
geométrica anual, que passou de 1,79% para 2,28%. De 2000 a 2010, houve uma
queda na taxa geométrica de crescimento anual, passando para 1,45%. Em 2000
havia um total de 44.527 habitantes no município, sendo 51,52% de homens e
48,48% de mulheres. Em 2010 havia um total de 51.422 habitantes no município,
sendo 51,41% de homens e 48,59% de mulheres.
O Quadro 5-2 apresenta a evolução do crescimento populacional, de acordo
com os dados do IBGE de 1991, 2000 e 2010.
QUADRO 5-2 - POPULAÇÃO RESIDENTE NO MUNICÍPIO DE TRAIRI – 1991 A 2010.
Ano Homens Mulheres Total Taxa Geométrica de Crescimento Anual
1991 18.675 17.669 36.344 1,79
2000 22.942 21.585 44.527 2,28
2010 26.437 24.985 51.422 1,45
Fonte: IBGE – Censo Demográfico – 1991, 2000, 2010.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 93
Segundo o Censo de 2010, a população do município de Trairi por distritos
apresenta o distrito Sede em 1º lugar com 29,33% do total, em segundo Canaan
com 23,49%, em terceiro Mundaú com 14,73%, em quarto Gualdrapas com 14,24%,
em quinto Córrego Fundo com 10,47% e, por último, Fleicheiras com 7,75% da
população.
Diferente da Sede municipal, a população nos três distritos se concentra na
zona rural, Canaã com 82%, Flecheiras com 57% e Mundaú com 52% (Gráfico 5-4).
A distribuição da população, segundo o sexo, por situação do domicílio, mostra
certa igualdade. A Sede municipal apresenta 49,72% de seus habitantes do sexo
masculino e 50,28% do sexo feminino, Fleicheiras tem 51,26% do sexo masculino e
48,74% do sexo feminino, Canaan com 51,97% do sexo masculino e 48,03% de do
sexo feminino, Gualdrapas com 52,85% do sexo masculino e 47,15% de do sexo
feminino, Córrego Fundo com 52,6% do sexo masculino e 47,4% de do sexo
feminino, e Mundaú com 51,73% do sexo masculino e 48,27% de do sexo feminino.
Diferentemente dos outros distritos do município de Trairi, nota-se no distrito Sede a
maioria do sexo feminino.
As Tabelas 5-1 e 5-2 e seus respectivos gráficos apresentam a distribuição da
população do município por sexo, segundo o domicílio.
TABELA 5-1– DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE TRAIRI NA ZONA RURAL – 2010
(POR SEXO, SEGUNDO O DOMICÍLIO). Município e
distritos Total Homens Mulheres
Rural Total Homens Mulheres
Trairi (Sede) 15.080 7.498
(49,72%) 7.582
(50,28%) 4.925
2.567 (52,12%)
2.358 (47,88%)
Mundaú 7.572 3.917
(51,73%) 3.655
(48,27%) 4.080
2.165 (53,06%)
1.915 (46,94%)
Canaan 12.080 6.278
(51,97%) 5.802
(48,03%) 10.121
5.301 (52,38%)
4.820 (47,62%)
Flecheiras 3.984 2.042
(51,26%) 1.942
(48,74%) 2.544
1.326 (52,12%)
1.218 (47,88%)
Gualdrapas 7.322 3.870
(52,85%) 3.452
(47,15%) 6.098
3.250 (53,3%)
2.848 (46,7%)
Córrego Fundo
5.384 2.832
(52,6%) 2.552
(47,4%) 4.870
2.571 (52,79%)
2.299 (47,21%)
TOTAL 51.422 26.437 24.985 32.638 17.180 15.458 Fonte: IBGE, Censo 2010.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 94
TABELA 5-2– DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE TRAIRI NA ZONA URBANA –
2010 (POR SEXO, SEGUNDO O DOMICÍLIO). Município e
distritos Total Homens Mulheres
Urbana Total Homens Mulheres
Trairi (Sede) 15.080 7.498
(49,72%) 7.582
(50,28%) 10.155
4.931 (48,56%)
5.224 (51,44%)
Mundaú 7.572 3.917
(51,73%) 3.655
(48,27%) 3.492
1.752 (50,17%)
1.740 (49,83%)
Canaan 12.080 6.278
(51,97%) 5.802
(48,03%) 1.959
977 (49,87%)
982 (50,13%)
Flecheiras 3.984 2.042
(51,26%) 1.942
(48,74%) 1.440
716 (49,72%)
724 (50,28%)
Gualdrapas 7.322 3.870
(52,85%) 3.452
(47,15%) 1.224
620 (50,65%)
604 (49,35%)
Córrego Fundo
5.384 2.832
(52,6%) 2.552
(47,4%) 514
261 (50,78%)
253 (49,22%)
TOTAL 51.422 26.437 24.985 18.784 9.257 9.527 Fonte: IBGE, Censo 2010.
De acordo com os dados dos últimos três recenseamentos demográficos, o
município de Trairi caracteriza-se ainda como sendo um município rural.
Atualmente 63,47% dos habitantes do município de Trairi moram na zona rural
e 36,53% na zona urbana.
Quanto à composição por faixa etária, conforme Censo de 2010, Trairi
apresenta uma população predominantemente jovem, INFRAESTRUTURA FÍSICA
Com relação ao tipo de imóvel, tanto na Sede do município de Trairi como na
zona rural, ocorrem predominantemente domicílios de pequeno e médio porte,
construídas em alvenaria, cobertas por telhado de material argiloso e sem padrão
arquitetônico definido ou de destaque. Apenas os imóveis mais antigos guardam
uma diferenciação arquitetônica em comparação aos demais.
Na zona litorânea, a diferenciação arquitetônica dos imóveis é mais significativa
e diversificada, podendo-se agrupá-los em três categorias:
• a primeira mantida pelas comunidades litorâneas ou nativas, caracterizada
pelos imóveis rústicos e simples;
• a segunda categoria é decorrente da ocupação para o lazer e os imóveis,
sendo caracterizados pelo grande porte e maior suntuosidade. Eles são bem
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 95
vistos nas praias de Flecheiras e Guajiru, e pertencem a veranistas ou são
destinados ao aluguel a turistas; e,
• a terceira categoria, que tem como principal fim a acomodação coletiva de
turistas, são as pousadas e os hotéis.
O município como um todo, de acordo com o Censo do IBGE em 2010, possui
um número elevado de domicílios na área rural, com 62,22%, e na área urbana
apenas 37,78% de domicílios, com uma média de moradores por domicílio de 3,70 e
3,95 respectivamente.
O município de Trairi é beneficiado com energia elétrica fornecida pela CHESF
de Fortaleza e distribuída pela Companhia Energética do Estado do Ceará -
COELCE.
A rede de distribuição chega a Paraipaba com uma tensão de 69 kv de
potência, chegando à sede de Trairi com 13,8 kv. A potência instalada é de 20,0
MVA.
No município de Trairi ocorre a presença de centrais geradoras eólicas ou
parques eólicos, que transformam energia do vento em energia útil, utilizando
aerogeradores para produzir eletricidade. Existem diversos parque eólicos, tais
como: CGE Trairi, CGE Mundaú, CGE Fleixeiras I, CGE Guajiru, CGE Embuaca, etc.
Em 2013 no município de Trairi, de acordo com dados da COELCE, o total de
consumidores foi de 31.205, consumindo 18.256 MWh de energia, sendo que a
maior parte do consumo era da classe residencial (14.126 MWh), seguido da classe
rural (8.842 MWh), da classe público (3.814 MWh), da classe comercial (2.442
MWh), da classe industrial (1.933 MWh) e, por último, da classe próprio com 49
MWh de consumo total.
O município de Trairi, de acordo com dados dos Correios de 2015, conta com
nove agências, sendo uma central (na Sede) e oito comunitárias, presentes nas
comunidades Canaan, Córrego Fundo, Flecheiras, Guajiru, Gualdrapas, Mundaú,
Munguba e Campestre de Trairi. A agência da Sede conta com o serviço de banco
postal.
Referente a telefonia, o município de Trairi conta com os serviços de telefonia
fixa e móvel. Na telefonia fixa, segundo dados de 2013 da operadora, exitem 1.007
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 96
linhas telefônicas. Sobre a telefonia móvel, ocorre a presença de todas as
operadoras.
Quanto às comunicações de massa, além de receber a transmissão das
principais rádios da capital do Estado e dos municípios circunvizinhos a este, o
município de Trairi conta também com duas emissoras de rádios educativas
comunitárias, que dão assistência à população com informações sobre prevenção de
doenças, vagas para empregos e outras. São elas: a Rádio FM Comunitária
Fundação Sócio-educativa Celso Barroso – FM 90.1 e a Rádio Litorânea FM –
Associação Comunitária – 98.5 FM.
Os meios de transporte mais utilizados pela população local, tanto para se
locomover como para facilitar o escoamento de suas mercadorias são motocicletas,
automóveis, ônibus, caminhões, tendo-se ainda bicicletas cavalos, carroças e até o
típico transporte nordestino, que é o caminhão “pau de arara”, que transporta a
população de uma comunidade à outra. Para as atividades da pesca existem as
jangadas, os barcos lagosteiros e outros.
Para fazer passeio turístico pelas praias do município de Trairi, encontram-se à
disposição os buggys e os barcos que levam a um passeio no rio Mundaú. Tem-se
ainda uma balsa que faz a travessia da praia de Mundaú à praia da Baleia em
Itapipoca, os buggys e os carros de tração que optam pelo deslocamento pela praia.
Para o transporte aéreo há um campo de pouso para aeronaves de pequeno
porte, contando com uma pista de 1.200 m de extensão e largura de 20 metros. Mas
ele é raramente utilizado, a não ser como transporte de pessoas a serviço de
autoridades. Com relação a pistas de pouso oficiais, as mais próximas são de
Fortaleza (Aeroporto Pinto Martins), distante cerca de 100 km (em linha reta) e de
Sobral (Aeródromo de Sobral), distante 130 km (em linha reta).
O abastecimento de água na Sede municipal de Trairi é realizado pela
Companhia de Água e Esgoto do Ceará – CAGECE, onde esta água é captada do
reservatório da lagoa de Criancó, localizada a cerca de 3 km da Sede, para uma
caixa d'água clorada e distribuída por gravidade para a população. O tratamento da
água é feito por filtração e aplicação de hipocal, sendo recolhida uma amostra, que é
levada a cada 2 meses para análise. Os demais distritos são abastecidos por poços
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 97
profundos e/ou chafarizes públicos, todos sob orientação da CAGECE e
administração da Prefeitura Municipal.
A CAGECE adquiriu a outorga para exploração dos serviços de abastecimento
de água e esgotamento sanitário no município de Trairi, através da Lei Municipal Nº
501/2010. O prazo para a exploração dos serviços é de 30 anos, onde estão
incluídos os serviços de exploração, execução de obras, ampliações, melhorias no
sistema, além de implantar, fazer, ampliar, melhorar e administrá-lo com
exclusividade.
Para o controle de doenças transmitidas pela água contaminada, a população é
prevenida através de panfletos, distribuição de hipoclorito de sódio pelos agentes do
programa de saúde da família.
O Sistema de esgotamento sanitário é bastante insignificante, compreendendo
somente a Sede municipal de Trairi, contando com 480 ligações reais,
representando 26,96% da taxa de cobertura urbana. Todo o esgoto vai para a
Estação de Tratamento de Efluentes - ETE, quando depois lançado nas lagoas de
estabilização, onde se faz um tratamento final para logo serem lançados no rio Trairi.
Visto que o saneamento ambiental visa a proporcionar ao homem um ambiente
que garanta as condições adequadas para a promoção de sua saúde, a população é
afetada por não ter um adequado destino final para todos os seus efluentes. A opção
encontrada pelo restante da população é o uso de fossas sépticas, mas nem todos
utilizam esse processo, arriscando a própria saúde, utilizando-se de valas a céu
aberto ou simplesmente enterrando ou jogando em terrenos baldios, por falta de
informações e/ou de condições financeiras.
O sistema de escoamento das águas pluviais é feito somente por uma rede de
drenagem, localizada na rua principal da Sede do município, que também
desemboca no rio Trairi.
De acordo com dados do Censo de 2010, no município de Trairi apenas 14,6%
dos domicílios não apresentavam banheiros, 3,5% estavam ligados a rede geral ou
pluvial, 2,84% apresentavam fossa séptica 79,05% apresentavam outra fonte de
esgotamento sanitário.
O serviço de limpeza urbana fica a cargo da municipalidade, compreendendo
coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos, varrição e poda.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 98
O serviço de coleta na Sede municipal ocorre em dias alternados a cada 2 ou 3
dias por semana. As coletas são realizadas a partir de depósitos colocados
estrategicamente para acondicionamento provisório do lixo doméstico, sendo
transportado através de caminhões. Apesar disto, ainda se pode encontrar
deposição de resíduos sólidos às margens das estradas e drenagens da região,
evidenciando-se que ele é despejado aleatoriamente pela população sem os devidos
cuidados.
Os resíduos sólidos, domésticos e comerciais da Sede municipal e dos distritos
de Mundaú e Canaan são destinados a um vazadouro público, localizado em
Muribeca e distante aproximadamente 5 km da Sede municipal. Os das localidades
praianas são destinados em um lixão entre Canaan e Mundaú.
Esta é uma forma ambiental e sanitariamente incorreta, pois todo o lixo é
descarregado sobre o solo sem nenhuma medida de proteção ao meio ambiente e
para a saúde pública, proliferando os vetores de doenças (moscas, baratas, ratos,
etc.), gerando maus odores e poluição do solo e das águas superficiais e
subterrâneas pelo chorume. Toma-se apenas cuidado com o resíduo hospitalar, que
é de grave contaminação, sendo selecionado e depositado em outro local e em
seguida queimado. Alguns dos resíduos recicláveis são selecionados por catadores,
sob orientação municipal, que tiram com a venda desse material, um meio para sua
sobrevivência.
Na maioria das localidades há uma frequência regular de coleta de lixo, sendo
mais comum o uso de depósitos removíveis, distribuídos no centro das mesmas.
Existem também algumas localidades em que a população não tem onde colocar o
lixo, ficando assim em uma situação ainda mais difícil, tendo que enterrar, queimar
ou jogá-lo em terrenos baldios.
Ocorre a presença de catatodores para a realização do manejo dos resíduos
sólidos do vazadouro público.
5.3.2. INFRAESTRUTURA SOCIAL
Tratando-se do Sistema Público de Saúde, de acordo com dados de 2013 da
Secretaria de Saúde do Estado do Ceará – SESA, o município de Trairi é atendido
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 99
totalmente pela rede pública e conta com 20 unidades, e apresenta um quadro com
176 profissionais que atendem a população revezando-se nas unidades de saúde.
A Secretaria de Saúde do município de Trairi desenvolve o Programa de Saúde
da Família. Cada equipe é composta por um médico, uma enfermeira, uma
assistente de enfermagem e um agente de saúde, que fazem o acompanhamento
das famílias do município, com a periodicidade de uma visita por semana ou a cada
quinze dias. Eles levam informações sobre prevenção de doenças, sobre o período
de vacinação, aleitamento materno, sobre os remédios caseiros, como o soro para a
desidratação é usado e vários outros programas.
Em caso de doenças ou de emergências mais graves, o paciente é
encaminhado ao hospital do município mais próximo, Itapipoca, ou é levado à
Fortaleza, porque o hospital municipal não possui um quadro de médicos com
especialidades satisfatórias e nem há equipamentos necessários.
Os principais indicadores de saúde no ano de 2013 mostraram que nesta área
também há poucos leitos por cada mil habitantes. Em 2000, a taxa de mortalidade
infantil era de 21 para cada 1.000 nascidos vivos. Já em 2013, houve queda
representativa, passando para 10,23 para cada 1.000 nascidos vivos, abaixo do
índice do Estado do. Atribui-se isso ao programa de saúde da família, que está
mostrando melhora em seus resultados.
Em relação à cobertura vacinal em menores de 1 ano, a população é bem
assistida, com quase 100% de imunização. As doenças mais comuns registradas
são os casos de diarreia, desidratação, problemas respiratórios, AVC (doenças
vasculares), viroses e a dengue.
Na área da educação, de acordo com dados de 2013 da Secretaria da
Educação do Estado do Ceará – SEDUC, o município de Trairi contava com 54
estabelecimentos de ensino nos seguintes níveis: educação infantil, ensino
fundamental, ensino médio, ensino superior e o supletivo.
Com relação à dependência administrativa, 85,19% seriam de responsabidade
da administração municipal, 9,26% da administração estadual e 5,56% da
administração particular.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 100
GRÁFICO 5-2 - ESTABELECIMENTOS DE ENSINO POR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA NO
MUNICÍPIO DE TRAIRI – 2013.
Fonte: IPECE, 2014.
Referente ao nível de escolaridade do município de Trairi, de acordo com
dados de 2013 da Secretaria da Educação do Estado do Ceará – SEDUC, na
educação infantil existem 39 escolas, sendo 37 municipais e duas particulares.
Sobre o número de docentes existem 171, sendo 162 da rede municipal e nove na
rede particular. Com relação ao número de matrículas foram registradas 2.588,
sendo 2.428 na rede municipal e 160 na rede particular.
O município de Trairi, segundo dados de 2013 do Ministério do Trabalho e
Emprego – MTE, obteve o número de 2.820 empregos formais. Quanto ao número
de empregos formais por gênero, a população do sexo masculino ocupou 1.325
empregos, e a do sexo feminino 1.495 empregos.
Quanto ao número de empregos formais por atividade econômica, destacam-se
a administração pública que ocupa 1.859 vagas, seguido pelo setor de serviços com
333 vagas e pela indústria de transformação com 309 vagas. Dessa forma fica
caracterizado que o município de Trairi possui uma economia diversificada.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 101
GRÁFICO 5-3 – EMPREGOS FORMAIS NO MUNICÍPIO DE TRAIRI – 2013.
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego, RAIS, 2013.
GRÁFICO 5-4 – EMPREGOS FORMAIS, POR GÊNERO, NO MUNICÍPIO DE TRAIRI – 2013.
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego, RAIS, 2013.
5.3.3. ECONOMIA
A vocação econômica do município de Trairi é o setor terciário, constituído pelo
comércio e os serviços, com 59,83% em segundo o setor secundário com 25,54% e
o setor primário com 14,64% (IPECE, 2014).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 102
O Quadro 5-3 e o Gráfico 5-5 apresenta o Produto Interno Bruto do município
de Trairi no ano de 2011.
QUADRO 5-3 - PRODUTO INTERNO BRUTO – 2011 – TRAIRI. SETOR % Primário 14,64
Secundário 25,54 Terciário 59,83
Fonte: IPECE, 2014.
GRÁFICO 5-5 - PRODUTO INTERNO BRUTO – 2011 – TRAIRI.
Fonte: IPECE, 2014.
Nas principais comunidades do município, as atividades econômicas que se
destacam são a pesca da lagosta e o pescado em Mundaú; a plantação de cana-de-
açúcar, com a produção de rapadura em Canaan; e, a produção de coco, a pesca e
o turismo em Flecheiras e Guajiru. De modo especial, lazer e turismo apresentam-se
como mais uma possibilidade para o crescimento da economia local.
O município de Trairi tem como atividades prioritárias a cultura do caju de
sequeiro, da mandioca, da manga, e do melão e da melancia irrigados; a
agroindústria com a fabricação de conservas de caju, de outras frutas e hortaliças e
o extrativismo com a pesca artesanal.
Para as transações financeiras, o município de Trairi conta com a presença do
Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal, além dos serviços dos
postos de atendimentos, banco postal dos Correios e agências lotéricas.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 103
Na produção extrativa destacam-se a diatomita, o barro ou argila, utilizada na
fabricação artesanal de telhas e tijolos em olarias, o sal marinho, a lenha, a madeira
em torrões, a castanha e as algas marinhas.
Os principais produtos cultivados por produção são: coco da baía, mandioca,
cana-de-açúcar, castanha de caju, feijão e milho.
O Quadro 5-4 demonstra os principais produtos agrícolas produzidos nas
lavouras do município de Trairi, com o seu valor de produção no ano de 2013, de
acordo com dados do IBGE.
Na área do extrativismo vegetal, de acordo com dados de 2014 da Produção
Extrativa Vegetal realizado pelo IBGE, um dos grandes problemas deste setor é a
vasta exploração de lenha, que é usada como energia para fábricas e para uso
residencial, destruindo cada vez mais as grandes matas existentes nos tabuleiros
(Quadro 5-5).
QUADRO 5-4 - LAVOURAS PERMANENTES E TEMPORÁRIAS NO MUNICÍPIO DE TRAIRI - 2013.
Produto Área (ha) Quantidade produzida
Valor de produção (R$
mil) Banana 90 405 t 162 Batata-doce 20 100 t 100 Cana-de-açúcar 176 2.816 t 197 Castanha de caju 11.837 657 t 1.577 Coco-da-baía 6.789 19.637 mil frutos 14.146 Feijão (em grãos) 2.834 512 996 Mandioca 2.884 11.536 t 4.038 Manga 16 58 t 17 Milho (em grãos) 2.784 501 t 251 Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal, 2014.
QUADRO 5-5 – EXTRATIVISMO VEGETAL NO MUNICÍPIO DE TRAIRI - 2014.
Produto Quant. produzida Valor da produção (R$
mil) Carnaúba (fibra) 25 t 45 Carnaúba (pó) 43 t 272 Carvão vegetal 13 t 9 Lenha 25.200 t 189 Fonte: IBGE, Produção Extrativa Vegetal, 2014.
O extrativismo animal é representado pela pesca marinha, atividade econômica
de grande importância para o município de Trairi, principalmente nas comunidades
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 104
litorâneas, a qual é feita em barcos, canoas e manualmente com uso de tarrafas ou
de redes de pesca e realizada em alto mar em embarcações e currais para a captura
de pequenos peixes. Há presença de ancoradouros naturais.
Encontra-se uma rica variedade de peixes e mariscos, destacando a pesca de
lagosta, o caicó, a cavala e o camurupim, fornecendo uma fonte de lucro e de
sobrevivência paras as comunidades. Referente à piscicultura no município de Trairi
destaca-se a produção de 7 toneladas de tilápia e à carcinicultura foram
comercializadas 412 toneladas de camarão.
Na pecuária, a criação de galos, frangos, frangas e pintos tem a maior
quantidade de rebanho do município de Trairi, representanto 67,28% do total e em
seguida o de galinhas com 13,1%.
A indústria é o segundo setor em representatividade no município de Trairi,
onde 76 estabelecimentos estão ativos no município de Trairi, segundo dados de
2013 da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará - SEFAZ.
Deste total existem 03 empresas de extração mineral, 50 empresas da indústria
de transformação, 06 empresas da construção civil e 17 empresas de utilidade
pública.
Das 50 indústrias de transformação, estas compreendem os gêneros de
produtos alimentares, produtos minerais não metálicos, madeira e bebidas, isto
porque a sua matéria-prima vem principalmente das atividades agrícolas exercidas
na região.
A Tabela 5-3 apresenta o número de estabelecimentos de indústrias de
transformação por gênero de atividades.
TABELA 5-3- NÚMERO DE EMPRESAS DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO, POR GÊNERO DE
ATIVIDADES, NO MUNICÍPIO DE TRAIRI – 2013.
Discriminação Quantidade de
Estabelecimentos Minerais não metálicos 6 Metalurgia 3 Mecânica 1 Material elétrico, eletrônico de comunicação 2 Madeira 5 Mobiliário 3 Material plástico 1 Vestuário, calçados, artefatos de tecidos, couros e peles
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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 105
Discriminação Quantidade de
Estabelecimentos Produtos alimentares 14 Editorial e gráfica 1 Diversos 6 TOTAL 50
Fonte: SEFAZ/CE, 2013.
Outra atividade desempenhada no município Trairi é a indústria do sal marinho.
As condições naturais do local favorecem a sua produção, pois domina em toda
parte da costa um clima quente e seco favorecendo a evaporação. O número
reduzido de indústrias é devido à precária infraestrutura do local, como também à
falta de recursos financeiros e de matéria-prima ofertadas para essa região.
O setor terciário possui a maior porcentagem sobre o PIB municipal, tendo o
comércio varejista maior predominância no município.
A sede do município de Trairi é economicamente caracterizada pelo setor de
comércio e serviços.
O comércio varejista é representado por pequenos estabelecimentos bastante
diversificados, onde se podem encontrar desde gêneros alimentícios até joalherias,
óticas e material fotográfico. Existem também as feiras livres e de artesanato.
No setor de serviços podem ser incluídos os postos de combustíveis,
farmácias, oficinas mecânicas, lanchonetes, banco, escolas, postos de saúde,
correio, biblioteca e outros.
O turismo também é outro setor que vem a cada dia se destacando como uma
atividade econômica de grande importância, impulsionadora do desenvolvimento do
município de Trairi, gerando emprego e renda.
O município apresenta como atrativos naturais belas praias, enseadas,
lagamares, denso coqueiral, dunas móveis e fixas, ancoradouros de barcos e
jangadas, que apresentam um forte potencial turístico no contexto estadual. Em
virtude disso, o município de Trairi está inserido no Programa de Valorização da
Infraestrutura Turística do Litoral Oeste – Proinftur, onde municípios do Litoral Oeste
cearense estão recebendo investimentos para o desenvolvimento da infraestrutura
turística e preservação ambiental.
A área litorânea do município de Trairi compreende as praias de Mundaú
Flecheiras, Guajiru, Emboaca, etc., integrando a chamada “Costa do Sol Poente”.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 106
Em Mundaú pode-se apreciar grandes e móveis dunas brancas, que vez por
outra interditam a passagem, o encontro das águas do rio Mundaú com o mar.
Possui também uma Área de Preservação Ambiental do estuário do rio Mundaú,
conforme Decreto nº 25.414, de 29 de março de 1999, localizada na divisa dos
municípios de Itapipoca e Trairi.
Podem-se listar alguns atrativos culturais da região: festas juninas, festas
religiosas, como a festa da Padroeira Nossa Senhora do Livramento, a regata de
jangadas do Mundaú, o Festival das Algas em Flecheiras, o Festival do Camurupim
em Guajiru, e as vaquejadas. A hospedagem pode ser feita em hotéis ou em
pousadas encontradas em todas as praias do município.
Outro elemento dessa cadeia produtiva do setor terciário é o artesanato local,
que é uma atividade de grande importância para a região, pois além de gerar
emprego e renda para as famílias, mantém a tradição cultural de um povo passada
por várias gerações.
Por toda a vila de pescadores artesãs são encontradas facilmente, com suas
almofadas e bilros, produzindo peças de renda que caracterizam o artesanato local.
Além das rendas encontram-se trabalhos com bordados, labirintos, crochês,
cerâmicas e o cipó, que são vendidos em feiras, mercados e nas ruas do comércio.
5.3.4. SINOPSE SOCIOECONÔMICA DE MUNDAÚ
O núcleo urbano de Mundaú possui equipamentos urbanos tais como escolas
de ensino básico, médio e creches, posto dos correios, posto de saúde e de
remédios, atendimento de ambulatório e dentista, igrejas católicas e evangélicas,
cemitérios, praças públicas, pólo de lazer, entre outros equipamentos de
infraestrutura que beneficiam a comunidade local.
Em Mundaú, segundo dados do Censo de 2010, residem 7.572 habitantes
totalizando aproximadamente 1.500 famílias, com uma média de 5 pessoas por
família.
A tipologia das edificações habitacionais de Mundaú em sua grande maioria é
caracterizada por residências em alvenaria de pequeno e médio porte e em menor
quantidade casas construídas em taipa. Estão presentes as casas de veraneio que
foram construídas por pessoas que apreciam o lugar e que perfazem a população
flutuante dos finais de semana e feriados
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 107
A oferta de serviços públicos se resume com o fornecimento de energia elétrica
através da COELCE, a coleta de resíduos sólidos realizada Prefeitura Municipal de
Trairi, de segunda à sábado, auxiliada por lixeiras colocadas pela Prefeitura
Municipal na forma de tambores de metal, e a existência de um cemitério público.
O abastecimento de água é realizado através de poços ou bombas manuais,
construídos pela população, assim como as fossas sépticas, que substituem a rede
de esgoto. Existe infraestrutura de abastecimento de água da CAGECE, mas não
está funcionando. O sistema de esgotamento sanitário é realizado através da
destinação dos resíduos sólidos para fossas sépticas, muitas vezes construídas sem
nenhuma proteção e os dejetos são lançados diretamente no solo e a céu aberto.
O sistema de limpeza pública do distrito de Mundaú é realizado através da
coleta domiciliar diária de lixo apenas na área urbanizada através de um caminhão
coletor na Sede do distrito, sendo esse serviço de responsabilidade da Prefeitura
Municipal de Trairi. Verificam-se ainda algumas lixeiras espalhadas pela comunidade
para evitar que a população jogue o lixo nas ruas. Não há aterro sanitário.
Os representantes comunitários reforçaram a grande necessidade de
saneamento básico na comunidade.
A população de Mundaú é beneficiada pela existência dos Correios. A
comunidade conta com serviços de internet e lan houses. O serviço de telefoina fixa
é realizada pela operadora OI. As operadoras de telefonia móvel presentes são a
TIM, a CLARO, a OI e a VIVO.
Mundaú é servida por uma linha de ônibus da Viação Fretcar. A maioria dos
deslocamentos da população são realizados através de transportes informais,
topiques, vans e moto-táxis. Outro meio de transporte, muito comum em cidades do
interior, a carroça, é utilizada pelos agricultores para transportar ou comercializar
seus produtos.
Na área urbana, a maioria das vias são pavimentadas e a rodovia CE- é a
principal via de acesso.
Em Mundaú ocorre a existência de sete estabelecimentos de ensino, sendo
duas creches, três do ensino básico, mantido pela Prefeitura de Trairi e dois do
ensino médio, mantido pelo Governo do Estado do Ceará.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 108
Referente aos serviços de saúde é constatada a presença de um posto de
saúde, um posto de remédios e duas farmácias.
Duas agentes de saúde realizam as suas atividades em Mundaú. Um médico
realiza atendimento no posto de saúde. Para atendimento dentário, ocorre
atendimento no posto de saúde diariamente. Para atendimentos de urgência e
emergência, a população recorre a estes serviços na Sede municipal ou na capital.
As doenças mais comuns em Mundaú são verminoses (mais comum em
crianças), dengue, viroses, diabetes e hipertensão. As doenças respiratórias são
mais comuns na época dos ventos fortes.
Os serviços de partos são encaminhados para o hospital de Itapipoca.
Conforme entrevista com agente de saúde estão sendo programados a implantação
de mais dois postos de saúde na região.
Os serviços públicos básicos de segurança pública, como posto da polícia civil,
posto da polícia militar ou guarda municipal foram declarados inexistentes, em
Mundaú, pelos entrevistados. Existe um prédio da delegacia que não está em
operação. A falta de segurança durante eventos, quando existe maior afluência de
pessoas, é amenizada pela contratação de serviços de segurança particulares. No
entanto, foi notada a presença de viaturas estaduais da RONDA e do Corpo de
Bombeiros em alguns trechos da praia, próximos às pousadas da orla.
Referente à religião em Mundaú, existem templos evangélicos, a igreja católica
(Figura 5-48) e terreiros de umbanda. Todos são utilizados para a prática das várias
religiões às quais são filiados os moradores de Mundaú.
Além da ação de cunho espiritual, não são conhecidas as ações comunitárias
destas instituições religiosas junto à comunidade. Ali ainda sobrevive uma antiga
prática comum ao universo das crendices: rezadeiras realizam seus trabalhos junto à
população que habita a área rural.
Em Mundaú, as manifestações culturais são diversas, de origem,
principalmente, religiosas ou vinculadas ao meio de vida da comunidade.
A partir dos depoimentos dos entrevistados distinguem-se algumas destas
manifestações e festas da comunidade.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 109
As principais atividades econômicas de Mundaú são a pesca e o turismo, de
onde se volta o desenvolvimento de todas as outras atividades, como o comércio e
os serviços.
Uma das vocações de Mundaú é o turismo, com seus estabelecimentos de
hospedagem entre hotéis e pousadas, com 567 leitos disponíveis, e gerando 67
empregos diretos. Outra vocação do distrito de Mundaú é a pesca, com 21 lanchas,
213 embarcações à vela, e 765 pescadores.
A atividade pesqueira desenvolve-se principalmente através de pescadores
que possuem embarcações de pequeno porte e a produção capturada no mar é
basicamente para o consumo da família.
Os frutos do mar são uma especialidade em Mundaú, incluindo diversos pratos
à base de camarão e do peixe camurupim.
Também é interessante observar o trabalho de fabricação de embarcações à
beira-mar.
A presença de atividade agrícola no distrito de Mundaú é pequena, havendo
um direcionamento de produtores para a criação de algumas cabeças de gado,
voltada para a produção de subsistência e pequeno volume de produção destinada à
comercialização.
Dentre as ocupações vinculadas ao turismo o artesanato é a atividade que
mais se destaca predominando a produção de trabalhos manuais como a renda e o
bilro criadas pelas mulheres da comunidade, sendo a produção comercializada no
próprio município e na comunidade local.
O aluguel de buggys para o turismo é uma atividade importante. Abrange tanto
a locação de veículos, quanto à condução de passeios, e também o aluguel de
quadriciclos.
Segundo informações coletadas a partir da população local através de
reuniões, o setor comercial existente no distrito de Mundaú é formado por lan
houses, farmácias, bares, restaurantes, padarias, lojas, mercadinhos, barracas de
praia, entre outros.
Ocorre também na região a presença de Usinas Geradoras Eólica que
promovem a contratação de moradores da região, tanto na fase de implantação
quanto na fase de operação.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 110
A comunidade de Mundaú destaca-se por possuir uma das praias mais
visitadas do município de Trairi, recebendo um número elevado de turistas nacionais
e internacionais.
A praia de Mundaú é o segundo destino mais procurado do município de Trairi,
onde está localizado também a foz do Rio Mundaú.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 111
FIGURA 5-31 – USINAS GERADORAS EÓLICAS EM MUNDAÚ.
Fonte: Ambiental Consultoria. (Jan/2016).
FIGURA 5-32 – FOZ DO RIO MUNDAÚ.
Fonte: Ambiental Consultoria. (Jan/2016).
FIGURA 5-33 – EMBARCAÇÕES PESQUEIRAS PRESENTES EM MUNDAÚ.
Fonte: Ambiental Consultoria. (Jan/2016).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 112
A prática pesqueira no litoral brasileiro é fonte de renda e sustento de várias
famílias. A transformação socioeconômica, no entanto, fez com que o meio de
subsistência das famílias dos pescadores se tornasse uma atividade econômica.
A pesca artesanal nas zonas litorâneas apresenta limitadas condições de
expansão, seja pela falta de políticas públicas ou diminuição dos estoques naturais,
pobreza natural das águas sob pesca e poluição dos mananciais.
As políticas públicas para o setor pesqueiro foram relegadas durante um longo
período e ainda estão distantes de chegar a uma real eficácia. Assim, surge uma
necessidade imediata da fiscalização na zona costeira e do controle da produção
para evitar a extinção do produto através da pesca predatória.
Para as organizações dos pescadores, os principais problemas a serem
enfrentados na zona costeira do Estado do Ceará são a falta de políticas públicas, o
turismo de massa, a pesca predatória, a carcinicultura, a degradação do meio
ambiente e a especulação imobiliária.
Na comunidade de Mundaú, a realidade do setor pesqueiro não é muito
diferenciada.
5.3.5. QUILOMBOLAS E ÁREAS INDÍGENAS
QUILOMBOLAS
As comunidades quilombolas, de acordo com o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária – INCRA, são grupos étnicos predominantemente
constituídos pela população negra rural ou urbana, que se autodefinem a partir das
relações com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e
práticas culturais próprias. Estima-se que em todo o País existam mais de três mil
comunidades quilombolas.
De acordo com o Art. 68 da Constituição de 1988, foi determinado aos
remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras,
o reconhecimento da propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes títulos
respectivos.
Conforme Decreto Nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, compete ao INCRA,
a identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras
ocupadas pelos remanescentes das comunidades dos quilombos, sem prejuízo da
competência concorrente dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 113
No Estado do Ceará, de acordo com dados até 2014 da Fundação Palmares,
foram certificadas 45 comunidades quilombolas.
Referente aos quilombolas, o mais próximo da área do projeto, de acordo com
a Figura 5-41, são:
• Conceição dos Caetanos – comunidade de 53 famílias certificada desde
dez/2004 e com área de 381 hectares, localizada no município de Tururu e
distante 36 km do projeto.
ÁREAS INDÍGENAS
De acordo com o Art. 231 da Constituição de 1988, as áreas indígenas são
terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à
preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias
à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
Referente às Reservas indígenas, o Governo Federal poderá estabelecer, em
qualquer parte do território nacional, áreas destinadas a posse e ocupação pelos
povos indígenas, onde possam viver e obter meios de subsistência, com direito ao
usufruto e utilização das riquezas naturais, garantindo-se as condições de sua
reprodução física e cultural.
Para constituição das Reservas Indígenas, foram adotadas as seguintes
etapas do processo de regularização fundiária:
• Encaminhadas com Reserva Indígena (RI) - áreas que se encontram em
procedimento administrativo visando sua aquisição (compra direta,
desapropriação ou doação); e,
• Regularizadas - áreas adquiridas que possuem registro em Cartório em nome
da União e que se destinam a posse e usufruto exclusivos dos povos
indígenas, sendo incluídas a área Dominial.
Referente às áreas indígenas, a mais próxima da área do projeto do SES de
Flecheiras, de acordo com a Figura 5-42, é a Tremembé da Barra do Mundaú,
distante aproximadamente 600 m. Está localizada no município de Itapipoca,
ocupando área de 3.580 hectares. É uma comunidade tradicionalmente ocupada e
que foi declarada em 2015.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 114
FIGURA 5-34 – ÁREAS QUILOMBOLAS REGULAMENTADAS.
Fonte: INCRA / Fundação Palmares, adaptado por Ambiental Consultoria.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 115
FIGURA 5-35 – ÁREAS INDÍGENAS.
Fonte: FUNAI, adaptado por Ambiental Consultoria.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 116
6. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
A conservação do ambiente, entendida como uso dos recursos naturais de
forma sustentável ou com um bom nível de sustentabilidade, só é possível mediante
o planejamento do uso das terras e dos recursos naturais disponíveis no meio.
Esta medida pode ser implementada a nível nacional, regional e municipal,
levando-se em consideração as peculiaridades ecológicas, econômicas, sociais e
culturais de cada região. Neste contexto, a Avaliação de Impacto Ambiental assume
a condição de um instrumento ou ferramenta de Planejamento Estratégico
Ambiental.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a premissa fundamental do
licenciamento ambiental consiste na exigência de avaliação de impacto ambiental
para os empreendimentos e atividades passíveis de licenciamento, de forma a
prevenir e/ou mitigar os danos ambientais que venham a afetar o equilíbrio
ecológico e socioeconômico, comprometendo a qualidade ambiental de uma
determinada localidade, região ou país.
Conforme Resolução CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986, impacto
ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o
bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais.
A Avaliação de Impacto Ambiental deve ser compreendida como instrumento
de planejamento, isto é, como uma atividade técnico-científica que tenha por
finalidade identificar, prever e interpretar os efeitos de uma determinada ação
humana sobre o ambiente.
A avaliação de impactos ambientais permitirá a determinação da magnitude e
da importância dos impactos, identificando os indicadores de impacto adotados, os
critérios, os métodos e as técnicas utilizadas.
A síntese dos impactos ambientais, benéficos e adversos, previstos em cada
fase do projeto de urbanização da praça da Barra do Mundaú e construção do
calçadão de pedestre permitirá o prognóstico da qualidade ambiental na área de
influência direta e indireta.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 117
A identificação de impactos requer o cruzamento das informações relativas às
ações potencialmente impactantes, que ocorrem nas várias fases do
empreendimento, com as dos fatores ambientais afetados pelas obras, em termos
abiótico, biótico e antrópico.
6.1. METODOLOGIA ADOTADA
A identificação e avaliação dos impactos ambientais gerados e/ou previsíveis
nas áreas afetada do projeto de urbanização da praça da Barra do Mundaú e
construção do calçadão de pedestre serão feitas utilizando-se o método do
Checklist.
Para ordenamento desse método serão listadas todas as ações do projeto
segundo as fases de estudos e projetos, implantação e operação do projeto, onde
para cada ação serão identificados individualmente os impactos ambientais gerados
e/ou previsíveis.
A avaliação dos impactos ambientais será feita com base na mensuração de
valores atribuídos aos impactos ambientais, sendo que para o presente caso serão
utilizados os atributos: efeito, quanto à natureza, magnitude, duração,
importância, periodicidade, reversibilidade, ordem e escala.
O conceito dos atributos aqui utilizados para a caracterização dos impactos,
assim com a definição dos parâmetros usados para valoração destes atributos, será
apresentado a seguir:
• ATRIBUTO EFEITO:
Expressa a alteração ou modificação gerada por uma ação do
empreendimento sobre um dado componente ou fator ambiental por ela
afetado.
Parâmetros de avaliação:
BENÉFICO (+):
Quando o efeito gerado for positivo para o fator ambiental considerado.
ADVERSO (-):
Quando o efeito gerado for negativo para o fator ambiental considerado.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 118
• ATRIBUTO QUANTO A NATUREZA:
Expressa os impactos causados sobre o ar, a água, o solo, a flora, a fauna e
as comunidades.
Parâmetros de avaliação:
FÍSICO (Fi):
Impactos causados sobre o ar, a água e o solo. Por esse motivo, são normais
e necessárias análises e avaliações da região do empreendimento de ordem
climática, metereológica, geomorfológica, assim como sobre a qualidade da
água dos corpos hídricos afetáveis, do ar e do solo.
BIOLÓGICO (Bi):
Impactos ambientais causados sobre a flora e a fauna. Assim sendo, são
realizadas análises e avaliações da região do empreendimento segundo as
ordens limnológica, vegetacional, florística, botânica e faunística.
SOCIOECONÔMICO (Se):
Impactos também denominados de antrópicos e culturais. O fator ambiental
afetado é o ser humano e as análises e avaliações são realizadas através de
todas as suas manifestações demográficas, sociais, econômicas,
antropológicas, arqueológicas, infraestruturais, culturais e legais, dentre outras.
• ATRIBUTO MAGNITUDE:
Estabelece quantitativamente o grau de interferência do impacto, seja positivo
ou negativo.
Parâmetros de avaliação:
PEQUENA (P):
Quando a variação no valor dos indicadores for inexpressiva, não alterando o
fator ambiental considerado.
MÉDIA (M):
Quando a variação no valor dos indicadores for expressiva, porém sem
alcance para descaracterizar o fator ambiental considerado.
GRANDE (G):
Quando a variação no valor dos indicadores for de tal ordem que possa levar à
descaracterização do fator ambiental considerado.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 119
• ATRIBUTO DURAÇÃO:
É o registro de tempo de permanência do impacto após término da ação que o
gerou.
Parâmetros de avaliação:
CURTA (1):
Existe possibilidade de reversão das condições ambientais anteriores à ação
em um breve período de tempo, ou seja, imediatamente após a conclusão da
ação, o impacto gerado por ela deve ser neutralizado.
MÉDIA (2):
É necessário decorrer um período médio de tempo para que o impacto gerado
pela ação seja neutralizado.
LONGA (3):
Impacto permanece por um longo período após a conclusão da ação que o
gerou. Neste grau serão também incluídos impactos, cujo tempo de
permanência após a conclusão da ação geradora assume um caráter
definitivo.
• ATRIBUTO IMPORTÂNCIA:
Estabelece significância de um impacto em relação ao fator ambiental afetado
e a outros impactos.
Parâmetros de avaliação:
NÃO SIGNIFICATIVO (4):
A intensidade da interferência do impacto sobre o meio ambiente e em relação
aos demais impactos não implica em alteração da qualidade de vida.
MODERADO (5):
A intensidade do impacto sobre o meio ambiente e em relação aos outros
impactos assume dimensões recuperáveis, quando adverso, para a queda da
qualidade de vida, ou assume melhoria da qualidade de vida, quando benéfico.
SIGNIFICATIVO (6):
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 120
A intensidade da interferência do impacto sobre o meio ambiente e junto aos
demais impactos acarreta, como resposta, perda da qualidade de vida, quando
adverso, ou ganho, quando benéfico.
• ATRIBUTO PERIODICIDADE:
Expressa a extensão do impacto em um período de tempo.
Parâmetros de avaliação:
PERMANENTE (7):
Quando determinada ação se concretiza, sendo os efeitos manifestados por
um período não determinado.
TEMPORÁRIO (8):
Quando o efeito tem duração limitada.
CÍCLICO (9):
Quando não se tem conhecimento preciso do tempo que vai durar um
determinado efeito.
• ATRIBUTO REVERSIBILIDADE:
Delimita a reversibilidade do impacto ambiental em consequência dessa ação.
Parâmetros de avaliação:
REVERSÍVEL (A)
Quando cessada a ação que gerou a alteração, o meio afetado pode retornar
ao seu estado primitivo.
IRREVERSÍVEL (B):
Quando cessada a ação que gerou a alteração, o meio afetado não retornará
ao seu estado anterior.
• ATRIBUTO ORDEM:
Estabelece o grau de relação entre a ação impactante e o impacto gerado no
meio ambiente.
Parâmetros de avaliação:
DIRETO (D)
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 121
Resulta em uma simples relação de causa e efeito denominado impacto
primário.
INDIRETO (I)
Resulta em uma relação secundária de causa e efeito denominado impacto
secundário.
• ATRIBUTO ESCALA:
Estabelece a referência espacial entre a ação geradora do impacto e área
afetada, ou seja, estabelece a extensão da interferência considerando-se a
relação causa e efeito.
Parâmetros de avaliação:
LOCAL (L)
Quando o efeito gerado fica restrito a área de interferência da ação e ao seu
entorno mais próximo.
REGIONAL (R)
Quando o efeito gerado pela ação se propaga para além da área de influência
direta ou entorno mais próximo da ação impactante.
Para avaliação dos impactos ambientais gerados e/ou previsíveis pelo
empreendimento, serão utilizados os valores atribuídos a cada impacto identificado
no Checklist (Quadro 6-1).
6.2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
Segue a descrição dos impactos ambientais produzidos ou previsíveis do
projeto de urbanização da praça da Barra do Mundaú e construção do calçadão de
pedestre.
Quadro 6-2 – Checklist dos impactos ambientais previsíveis para o projeto.
Ações do empreendimento x Efeitos esperados Caracterização dos
Impactos
FASES DE ESTUDOS E PROJETOS Levantamento Topográfico
Arrecadação tributária +SeM258AIR
Constituição de acervo técnico +FiSeG367ADR
Aquisição de serviços especializados +SeP368ADR
Definição morfológica +FiP267ADL
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 122
Ações do empreendimento x Efeitos esperados Caracterização dos
Impactos Demarcação da área de interesse ambiental +FiBiSeP267ADR
Uso e ocupação de solo +SeP369ADL
Estudo de Viabilidade
Aquisição de serviços especializados +SeM268ADR
Arrecadação tributária +SeM258AIR
Oferta de alternativas +SeP169ADL
Uso e ocupação das áreas +FiBiSeG269BDL
Preservação das características ambientais +FiBiSeP367BDL
Proposta de desenvolvimento sustentável +FiBiSeP267ADL
Segurança e confiabilidade no projeto +FiBiSeG367ADL
Estudo de Impacto Ambiental
Aquisição de serviços especializados +SeM268ADR
Arrecadação tributária +SeM258AIR
Oferta de alternativa +SeP167BDL
Uso e ocupação das áreas +FiBiSeG269BDL
Preservação das características ambientais +FiBiSeP367BDL
Proposta de desenvolvimento sustentável +FiBiSeP267ADL
Segurança e confiabilidade no projeto +FiBiSeG367ADL
Estudos Geotécnicos e Hidrogeológicos
Arrecadação tributária +SeM258AIR
Caracterização dos aspectos hidrológicos da área +FiBiP267AIL
Caracterização das condições físicas do terreno +FiBiP267AIL
Aquisição de serviços especializados +SeM258AIR
Impacto visual -SeP158ADL
Riscos de Acidentes operacionais -FiBiSeP158ADL
Vibrações -FiBiSeP158ADL
Projeto Básico
Arrecadação tributária +SeM258AIR
Compartimentação planejada e adequada do terreno +FiBiSeG367AIL
Aquisição de serviços especializados +SeM268AIR
Estabilidade estrutural +FiBiSeM258ADL
Proposta de conforto ambiental +FiBiSeG267BDL
Segurança contra riscos de acidentes operacionais +SeG368BDL
Paisagismo local +SeM268ADL
Geração de expectativa
Aquisição de serviços especializados +SeM267ADR
Arrecadação tributária +SeM258AIR
Oferta de serviços +SeP368ADR
Uso e ocupação das áreas +SeG268BDL
Preservação das características ambientais +FiBiSeP367ADL
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 123
Ações do empreendimento x Efeitos esperados Caracterização dos
Impactos Proposta de desenvolvimento sustentável +FiBiSeG367ADL
Segurança e confiabilidade no projeto +FiBiSeG367ADL
FASE DE IMPLANTAÇÃO
Canteiro de Obras
Alteração paisagística -SeP158ADL
Afugentação da fauna nas áreas de entorno -BiP148ADL
Aquisição de serviços +SeM268AIR
Arrecadação tributária +SeM258AIR
Crescimento do comércio +SeP257AIR
Desconforto ambiental -FiBiSeP257ADL
Geração de ruídos e vibrações -BiSeP257ADL
Geração de emprego e renda +SeM267AIR
Geração de efluentes -FiBiSeP157ADL
Geração de resíduos sólidos -FiBiSeP157ADL
Impacto visual -SeP157ADL
Lançamento de poeiras -BiSeP157ADL
Risco de contaminação do solo -FiBiSeP367BDL
Risco de acidentes do trabalho -SeP159ADL
Impactos em comunidades bentônicas -BiP349ADL
Uso de jazidas de rochas graníticas -FiG367BIR
Alterações nos padrões de uso e ocupação do solo da ADA e da AID -SeG369ADL
Risco de destruição de vestígios arqueológicos -SeP148ADL
Interferência com Atividades de Comércio e Serviços +SeP158ADL
Desmonte do canteiro de obras +FiBiSeP168ADL
Riscos de acidentes ambientais -FiBiSeP159ADL
Trânsito local
Alteração paisagística -SeM168ADL
Interferência com Atividades de Comércio e Serviços -SeP268ADL
Lançamento de poeiras -BiSeP158ADL
Geração de ruídos e vibrações -BiSeP158ADL
Deterioração do pavimento de vias públicas utilizadas por veículos pesados a serviço das obras
-FiSeM268ADL
Riscos de acidentes ambientais -FiBiSeP158ADL
Riscos de acidentes do trabalho -SeP158ADL
Lentidão provisória do tráfego e remanejamento de fluxos nas vias de acesso às frentes de obra
-SeP268ADL
FASE DE OPERAÇÃO / USO
Acréscimo de cobertura vegetal em áreas não vegetadas +BiSeM267ADL
Melhoria no padrão de acessibilidade viária da AID e da orla +SeG367ADL
Valorização imobiliária +SeG369ADL
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 124
Ações do empreendimento x Efeitos esperados Caracterização dos
Impactos Alteração paisagística +FiBiSeG367ADL
Geração de emprego e renda +SeG369ADL
Oferta de lazer e áreas verdes para a população +SeG367ADL
Impactos em comunidades bentônicas -BiP349ADL
Atração turística +SeG367AIR
Arrecadação tributária +SeM367AIR
Limitação da expansão da planície de maré -FiM367ADL
Riscos de rupturas do muro de contenção -FiSeG369ADL
Alteração dos níveis de investimento municipal +SeG369ADL
Restrição de acesso à área da praia -SeP357ADL
Possibilidade de implantação de projetos turísticos +SeG369ADL
Transporte de sedimentos para áreas adjacentes -FiBiSeM367AIR
Educação ambiental para a população de Mundaú +SeG369ADL
6.3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS O Checklist empregado para a área de influência funcional do projeto de
urbanização da praça da Barra do Mundaú e construção do calçadão de pedestre
perfaz um total de 86 impactos ambientais.
Deste total de impactos ambientais identificados ou previsíveis para o projeto
do projeto, 56 (65,12%) correspondem aos impactos de efeito benéfico e 30
(34,88%) são impactos de efeito adverso.
Dos 56 impactos benéficos, quanto à natureza existem 21 impactos
relacionados com o meio físico, 20 com o meio biológico e 51 com o meio
socioeconômico. Com relação ao atributo magnitude 18 (32,14%) são de pequena
magnitude, 18 (32,14%) de média magnitude e 20 (35,71%) são impactos de grande
magnitude. Já em relação ao atributo duração, 04 (7,14%) são impactos de curta
duração, 28 (50,0%) de média e 24 (42,86%) de longa duração. Quanto ao atributo
importância não há impactos não significativos, 11 (19,64%) de importância
moderada e 45 (80,36%) de importância significativa. No atributo periodicidade, 27
(48,21%) são permanentes, 20 (35,71%) são temporários e 09 (16,07%) são
cíclicos. No atributo reversibilidade, 48 (85,71%) são reversíveis e 08 (14,29%) são
irreversíveis. No atributo ordem, 39 (69,64%) são impactos diretos e 17 (30,36%)
são indiretos. Com referência à escala, 34 (60,71%) terão uma abrangência local e
22 (39,29%) terão uma escala de abrangência regional.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 125
Dos 30 impactos adversos, quanto à natureza existem 13 impactos
relacionados com o meio físico, 16 com o meio biológico e 24 com o meio
socioeconômico. Com relação ao atributo magnitude 23 (76,67%) são de pequena
magnitude, 04 (13,33%) de média magnitude e 03 (10,0%) de grande magnitude. Já
em relação ao atributo duração, 17 (56,67%) são impactos de curta duração, 05
(16,67%) de média e 08 (26,67%) de longa duração. Quanto ao atributo importância
há 04 (13,33%) impactos não significativos, 16 (53,33%) de importância moderada e
10 (33,34%) de importância significativa. No atributo periodicidade, 10 (33,33%) são
permanentes, 14 (46,67%) são temporários e 06 (20,0%) são cíclicos. No atributo
reversibilidade, 28 (93,33%) são reversíveis e 02 (6,67%) são irreversíveis. No
atributo ordem, 28 (93,33%) são impactos diretos e 02 (6,67%) são impactos
indiretos. Com referência à escala, 28 (93,33%) terão uma abrangência local e 02
(6,67%) terão uma escala de abrangência regional.
Completada esta análise, é apresentado um resumo de avaliação dos
impactos ambientais identificados, considerando-se os atributos descritos (Quadro
6-3), que permite mostrar a relação existente entre estes atributos, onde toma-se
como base o percentual de impactos benéficos e adversos.
Quadro 6-3 – Quadro de Avaliação dos Impactos Ambientais.
Atributos Benéficos Adversos Efeito 56 (65,12%) 30 (34,88%)
Quanto à natureza Físico 21 13 Biológico 20 16 Socioeconômico 51 24
Magnitude Pequena 18 (32,14%) 23 (76,67%) Média 18 (32,14%) 04 (13,33%) Grande 20 (35,71%) 03 (10%)
Duração Curta 04 (7,14%) 17 (56,67%) Média 28 (50%) 05 (16,67%) Longa 24 (42,86%) 08 (26,67%)
Importância Não significativo ** 04 (13,33%) Moderada 11 (19,64%) 16 (53,33%) Significativo 45 (80,36%) 10 (33,34%)
Periodicidade Permanentes 27 (48,21%) 10 (33,33%) Temporários 20 (35,71%) 14 (46,67%) Cíclicos 09 (16,07%) 06 (20%)
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 126
Atributos Benéficos Adversos Reversibilidade
Reversível 48 (85,71%) 28 (93,33%) Irreversível 08 (14,29%) 02 (6,67%)
Ordem Direto 39 (69,64%) 28 (93,33%) Indireto 17 (30,36%) 02 (6,67%)
Escala Local 34 (60,71%) 28 (93,33%) Regional 22 (39,29%) 02 (6,67%)
Fonte: Ambiental Consultoria.
Os gráficos 6-1, 6-2 e 6-3, exibem as comparações dos parâmetros de efeito,
magnitude e importância, respectivamente, em relação aos 86 impactos analisados.
GRÁFICO 6-1 – COMPARAÇÃO DE EFEITO DOS IMPACTOS POR CARÁTER.
Fonte: Ambiental Consultoria.
GRÁFICO 6-2 – COMPARAÇÃO DE EFEITO DOS IMPACTOS POR MAGNITUDE.
Fonte: Ambiental Consultoria.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 127
Gráfico 6-3 – Comparação de efeito por duração.
Fonte: Ambiental Consultoria.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre
128
7. MEDIDAS MITIGADORAS
7.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
As medidas mitigadoras para o projeto de urbanização da praça da Barra do
Mundaú e construção do calçadão de pedestre são propostas em uma sequência,
levando-se em consideração as ações dos componentes do projeto relativos às fases
de implantação e operação, já que na fase de estudos e projetos, as ações pouco irão
interferir no geoecossistema.
O projeto foi concebido obedecendo a critérios técnicos, biológicos, sanitários e
ambientais, bem como às normas estabelecidas na legislação para uso e ocupação
da área.
Durante a implantação projeto, devidamente registrado junto ao Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará – CREA/CE, a SEMACE, a Prefeitura
Municipal de Trairi e outros órgãos competentes, serão observadas as normas de
segurança do ambiente de trabalho e de proteção aos trabalhadores, de saneamento
do meio ambiente a ser ocupado e de controle da qualidade ambiental da área do
projeto e entorno mais próximo.
Durantes as fases de implantação e de operação, este EIA propõe a adoção de
planos e programas de controle e monitoramentos técnicos e ambientais específicos
a serem adotados em caráter temporário ou permanente, os quais serão apresentados
no Capítulo 8 - Planos e Programas de Controle e Monitoramentos Técnicos e
Ambientais.
Torna-se relevante esclarecer que a viabilidade ambiental do projeto depende
da adoção de medidas mitigadoras, uma vez que as intervenções antropogênicas
serão compensadas e/ou atenuadas através da busca de métodos e materiais
alternativos que gerem impactos mais brandos ou que possam minimizá-los, ou até
mesmo que possam torná-los nulos.
7.2. FASE DE IMPLANTAÇÃO
Durante a fase de implantação do projeto, deverão ser consideradas as
seguintes medidas:
• Os trabalhadores do canteiro de obras deverão, obrigatoriamente, utilizar os
EPIs necessários para operar o sistema ao qual estiver submetido;
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre
129
• Aspersão de água, quando necessária, visando minimizar as partículas em
suspensão;
• Na contratação de mão de obra, priorizar a população local;
• Nas ocasiões em que for necessária a compra de produtos para serem
utilizados, priorizar o distrito ou localidades próximas, para favorecer o
crescimento do comércio de Mundaú e do município de Trairi;
• Implantação de infraestrutura sanitária (esgotamento sanitário, abastecimento
regular com água potável e procedimento regular e periódico no sentido de
armazenar em local previamente escolhido todo resíduo sólido degradável
para posterior recolhimento pelos caminhões de coleta de lixo da Prefeitura
Municipal de Trairi;
• O local de manutenção dos equipamentos (lavagem, troca de óleo, etc.)
deverá ser dotado de um sistema de proteção quanto a possível
contaminação de drenagens;
• Realizar manutenção preventiva dos equipamentos utilizados em todo o
projeto;
• Utilizar equipamentos e veículos que emitam o menor ruído possível;
• O alojamento deverá dispor de materiais de primeiros socorros;
• As medidas adotadas quando da implantação do canteiro de obras objetivarão
a maior proteção do meio ambiente, proporcionando também uma maior
segurança aos operários e transeuntes. Isto se faz com o monitoramento da
direção da fuligem, a diminuição da poeira, prevenção de vazamentos de
líquidos, cercas de proteção adequadas e uma sinalização padronizada por
todo o trecho da obra;
• Manutenção periódica dos equipamentos para que não apresentem
vazamentos, bem como uma higienização nas instalações da oficina evitando
que os líquidos contaminantes sejam despejados diretamente nos solos ou na
drenagem;
• Implantar placas indicando o licenciamento e os responsáveis pelo canteiro
de obras do projeto em sintonia e harmonia com a conservação do meio
ambiente (Figura 7-1);
• Executar o Plano de Educação Ambiental para os funcionários e moradores.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre
130
FIGURA 7-1 – MODELO DE PLACA DE LICENCIAMENTO DA SEMACE.
Fonte: SEMACE.
• Para segurança dos operários, o canteiro de obras deverá contar com uma
comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA), segundo a NR-05 (DRT),
além disso deverá contar com caixa de primeiros socorros devidamente
equipada;
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre
131
• Quando da desativação do canteiro de obras deverão ser efetuadas as
seguintes operações: retiradas de entulho, retirada de estruturas concretadas
além da revegetação nos locais necessários;
• Adotar um programa de educação para os funcionários que trabalharão na
obra;
• Promover a capacitação profissional da mão de obra;
• Implantar sinalização horizontal e vertical convencional e adequada a obras
deste porte;
• Promoção de programas de acompanhamento social aos frequentadores da
praia, com vistas a prevenção contra a influência da prostituição infanto-juvenil
e o uso de drogas;
• Implantar sistemas contra incêndios e brigada de bombeiros;
MEDIDAS PARA EVITAR A POLUIÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS • Realizar periodicamente a análise das águas superficiais e subterrâneas no
entorno da área do projeto de urbanização da praça da Barra do Mundaú e
construção do calçadão de pedestre;
• Evitar assoreamento nas margens dos corpos hídricos;
• Elaborar o Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos, para que não
sejam depositados de forma inadequada;
• Fazer manutenção preventiva nos equipamentos e veículos em local
apropriado; e,
• Implantar banheiros químicos no canteiro de obras, através de empresa
especializada.
MEDIDAS PARA EVITAR A POLUIÇÃO DO SOLO
• Realizar monitoramento com análises laboratoriais, em pontos estratégicos,
semestralmente;
• Vazamentos que venham a ocorrer, a área afetada deverá ser prontamente
coberta por areia e posteriormente removida para o aterro sanitário. Para
vazamentos de maiores proporções o material deverá ser barrado por diques
de contenção que evitem a contaminação de áreas maiores;
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre
132
• Não adotar a prática de queimadas quando for necessária a supressão
vegetal; e,
• Elaborar o Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos - PGRS, para que
não sejam depositados de forma inadequada.
MEDIDAS PARA EVITAR A POLUIÇÃO DO AR
• Utilização de lonas plásticas sobre os caminhões que venham a carregar
materiais particulados;
• Controlar a velocidade dos veículos a serem utilizados; e,
• Realizar manutenção preventiva nos veículos.
MEDIDAS PARA EVITAR PERTURBAÇÃO E AFUGENTAMENTO DA AVIFAUNA
• Realizar reconhecimento e localização de ninhos, antes da realização do
transplante de árvores, evitando-se a destruição dos mesmos;
• Utilizar equipamentos abafadores para trabalhos que gerarem fortes ruídos
para evitar o afugentamento dos animais; e,
• Realizar Plano de Educação Ambiental com os funcionários informando da
importância de não caçar animais.
7.3. OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DO PROJETO
Durante a fase de operação do projeto de urbanização da praça da Barra do
Mundaú e construção do calçadão de pedestre estará em atividade toda a
infraestrutura já implantada, e que será acompanhada com os planos e programas de
controle e monitoramentos técnicos e ambientais.
• Realizar manutenção preventiva dos equipamentos utilizados em todo o
projeto; e,
• Deverão ser priorizadas na arborização, espécies próprias de ambientes
praianos. Recomenda-se que esta ação seja realizada por profissionais
qualificados, conhecedores de todo o processo de desenvolvimento das
espécies e que sejam realizadas irrigação permanente, no intuito de garantir
o desenvolvimento da vegetação a ser implantada;
• Executar os Planos e Programas de Controle e Monitoramentos Técnicos e
Ambientais propostos neste EIA.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 133
8. PLANOS E PROGRAMAS DE CONTROLE E
MONITORAMENTOS TÉCNICOS E AMBIENTAIS
Estes planos irão atenuar e mesmo compensar os impactos ambientais
adversos que irão ocorrer com o projeto de urbanização da praça da Barra do
Mundaú e construção do calçadão de pedestre. É evidente que pela natureza do
projeto estes impactos são em sua origem de pequena intensidade, e que trará
benefícios diretos de ordem ambiental e turística para a comunidade de Mundaú,
zona litorânea do município de Trairi.
Porém, mesmo assim, os Planos e Programas de Controle e Monitoramentos
Técnicos e Ambientais são necessários e serão implementados, principalmente,
porque este é um projeto de grande importância para Mundaú, pois atrairá novos
investimentos no setor terciário, principal setor econômico da comunidade, e
consequentemente mais investimentos sociais.
São os seguintes, os planos e programas de controle e monitoramentos
técnicos e ambientais, que serão relatados e implantados no projeto de urbanização
da praça da Barra do Mundaú e construção do calçadão de pedestre:
• Plano de Monitoramento da Qualidade das Águas;
• Plano de Monitoramento da Qualidade do Solo;
• Plano de Monitoramento dos Níveis de Ruídos e Vibrações;
• Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD;
• Plano de Proteção ao Trabalhador e Segurança do Ambiente de Trabalho;
• Programa de Auditoria Ambiental;
• Programa de Gerenciamento de Riscos;
• Plano de Ação de Emergências – PAE;
• Plano de Comunicação para as comunidades circunvizinhas ao
empreendimento;
• Plano de Desmatamento Racional – PDR;
• Plano de Conservação Paisagística;
• Plano de Monitoramento da Fauna;
• Plano de Proteção e Recuperação do Ambiente Público;
• Programa de Educação Ambiental;
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 134
• Plano de Eventual Desativação do Empreendimento compreendendo a
retirada de estruturas e recuperação das áreas impactadas;
• Plano de Resgate de Achados do Patrimônio Histórico, Arqueológico e
Cultural; e,
• Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
A execução dos planos e programas propostos será de responsabilidade do
empreendedor, que deverá providenciar os projetos executivos para cada plano
proposto, e deverão ser atualizados pelo menos a cada doze meses.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 135
9. PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS CO-LOCALIZADOS
Os programas governamentais e projeto co-localizados, através de provisões
dos governos federal, estadual e municipal, independentes ou em parcerias, com
influência sobre o município de Trairi incluem os seguintes:
A área de influência direta do projeto de urbanização da praça da Barra do
Mundaú e construção do calçadão de pedestre está localizada em área urbanizada
do ambiente litorâneo, onde a infraestrutura local é composta por estrada de acesso,
ruas, rede de eletrificação, cobertura de telefonia celular, estabelecimentos
comerciais e de serviços, edificações públicas, etc.
A estrada de acesso imediato à Mundaú é pavimentada, sinalizada e está em
bom estado de conservação. Para a área do projeto é pavimentada com calçamento.
A estrutura de apoio social de maior porte, logístico e financeiro poderá ser
obtida na Sede de Trairi, onde existem estabelecimentos de saúde, comerciais, de
serviços e financeiros.
9.1. PROGRAMA DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO TURISMO NO NORDESTE - PRODETUR
O Programa de Ação para o Desenvolvimento Integrado do Turismo no
Nordeste - PRODETUR - cuja execução está a cargo da Secretaria de Turismo –
SETUR, sob a condução do Banco do Nordeste – BNB, tem como objetivo básico o
desenvolvimento econômico do Estado do Ceará, elevando o nível de emprego e
renda da população a partir da organização da infraestrutura, possibilitando o
fomento dos investimentos na indústria do turismo, na agroindústria e no setor de
serviços.
O PRODETUR II é um programa tem como principais objetivos dar
sustentabilidade ao turismo no Pólo Turístico Costa do Sol, contribuindo para a
melhoria da qualidade de vida dos municípios beneficiados na primeira fase do
Programa (Fortaleza, Caucaia, São Gonçalo do Amarante, Paracuru, Paraipaba,
Trairi, Itapipoca,) e nos Municípios de Aquiraz, Jijoca de Jericoacoara e Camocim,
que deverão ser beneficiados nesta segunda fase, por terem sido impactados pelas
ações desenvolvidas no PRODETUR I. Abaixo, listam-se alguns projetos que serão
desenvolvidos pelo PRODETUR/CE:
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 136
• Meio Ambiente e Proteção Ambiental;
• Interligações entre as Localidades Turísticas; e,
• Saneamento Básico.
9.2. PROINFTUR - PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA TURÍSTICA DO LITORAL OESTE
O programa tem como objetivo principal promover uma estratégia de
desenvolvimento econômico, social e turístico na zona de influência de doze
municípios localizados ao longo de 350 quilômetros do Litoral Oeste do Estado do
Ceará.
As estratégias previstas estão relacionadas ao desenvolvimento econômico,
formação de capital social e fortalecimento institucional para o turismo; urbanismo,
implantação e ampliação do saneamento básico; infraestrutura turística; gestão do
programa; comissão de financiamento e custos de avaliação do programa e
imprevistos.
O projeto para o calçadão que vai da praça da Barra do Mundaú ao Polo de
Lazer CPTA, objeto deste estudo, visa melhorar a estruturação e qualificação
turística local.
9.3. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO COSTEIRO – GERCO
O Programa de Gerenciamento Costeiro – GERCO, tem como objetivo orientar
e disciplinar a utilização racional dos recursos ambientais da Zona Costeira de forma
a contribuir para a elevação da qualidade de vida da população, promovendo a
proteção de seu patrimônio natural, histórico, étnico e cultural. O Programa está
integrado ao Programa Nacional do Meio Ambiente II, desenvolvido pelo Ministério
do Meio Ambiente e desenvolvido pelo Estado do Ceará por meio da Secretaria da
Ouvidoria Geral e do Meio Ambiente – SOMA, através da SEMACE. Também atua
em parceria com as prefeituras municipais, ONGs e a sociedade civil.
O GERCO divide os 573 km de faixa costeira cearense em quatro setores,
compreendendo 33 municípios e 20.120 km² de área total. O município de Trairi está
no Setor III, denominado Costa Oeste, conforme a Figura 9-1.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 137
FIGURA 9-1 – PROGRAMA DE GERENCIAMENTO COSTEIRO NO ESTADO DO CEARÁ.
Fonte: GERCO.
9.4. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO E INTEGRAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS - PROGERIRH
O Programa de Gerenciamento e Integração de Recursos Hídricos –
PROGERIRH, prevê a construção de açudes e interligação de bacias. Os recursos
alocados são provenientes do Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento - BIRD - com a participação dos governos Federal e Estadual.
9.5. PROGRAMA ÁGUA PARA TODOS
Programa de ação do Governo Federal que foi instituído pelo Decreto Nº 7.535,
de 26 de julho de 2011, mantendo-se em consonância com as diretrizes e objetivos
do Plano Brasil sem Miséria (BSM, criado pelo Decreto Nº 7.492, de 02 de junho de
2011), que o precedeu.
No Plano Plurianual 2012-2015, os objetivos e metas do Programa estão
associados ao Programa 2069 - Segurança Alimentar e Nutricional.
O Programa Água para Todos teve início na região semiárida do Brasil e tem
priorizado essa área, onde se concentra o maior número de famílias que vivem em
situação de vulnerabilidade social.
Dos objetivos do Programa:
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 138
• Elevação da renda familiar per capita da população em situação de extrema
pobreza;
• Ampliação do acesso dessa população aos serviços públicos; e,
• Oportunidades de ocupação e renda, por meio de ações de inclusão
produtiva.
9.6. PROJETO SÃO JOSÉ II I
O Projeto São José III tem como objetivo geral desencadear o processo de
erradicação da pobreza, reduzir os índices de desemprego e garantir o atendimento
das necessidades básicas, promovendo uma melhoria na distribuição de renda, nas
condições de vida e bem-estar da população dos pequenos produtores do Estado do
Ceará.
O Projeto São José III é responsável por pequenas obras hídricas, como
sistemas de abastecimento de água domiciliar nas comunidades com até 70 famílias
do interior do Estado. A SOHIDRA, através desse projeto, analisa, aprova e
acompanha a execução de obras de pequeno porte.
9.7. SISTEMA INTEGRADO DE SANEAMENTO RURAL - SISAR
Programa de ação do Governo do Estado do Ceará que surgiu como uma
alternativa de gestão para garantir a continuidade e a qualidade dos sistemas de
abastecimento de água em localidades rurais do Estado do Ceará.
Tem como público alvo a população residente em comunidades rurais. É uma
organização não governamental, sem fins econômicos, formada pelas associações
das comunidades atendidas com saneamento rural.
O primeiro SISAR surgiu no município de Sobral e atualmente o Estado do
Ceará conta com oito unidades, distribuído entre as onze bacias hidrográficas do
Estado do Ceará. Todos juridicamente independentes, compartilhando da mesma
filosofia.
Na Gestão do Meio Ambiente, trabalha com vistas na:
• Promoção de ações educativas sobre o uso racional da água;
• Promoção de práticas voltadas à preservação dos mananciais;
• Realização de ações de Educação Sanitária e Ambiental;
• Preservação e conservação do meio ambiente; e,
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 139
• Implementação de Programa de Educação em Saúde.
9.8. SELO UNICEF MUNICÍPIO APROVADO
O Selo UNICEF Município Aprovado é um reconhecimento internacional
concedido a municípios brasileiros do Semiárido e da Amazônia Legal que
alcançarem importantes melhorias na qualidade de vida de crianças e adolescentes.
O município de Trairi realiza encontros com a comunidade com o objetivo de
analisar os indicadores e traçar metas e propostas para que o município seja
contemplado com as ações do Unicef.
Nas oportunidades, são discutidas as implantações de políticas públicas
voltadas para crianças e adolescentes, com o intuito de melhorar os indicadores
sociais.
9.9. PRONAF
O Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF, tem por
objetivo fortalecer atividades do agricultor familiar, integrá-lo à cadeia do
agronegócio, aumentar sua renda, melhorar o uso da mão de obra familiar e agregar
valor ao produto e à propriedade.
Atualmente o Programa conta com o sub-programa de Assistência Técnica e
Extensão Rural - ATER, que busca fomentar a geração de renda pela agroindústria,
turismo rural, biocombustíveis, plantas medicinais, cadeia produtiva, seguro agrícola,
seguro de preço e seguro contra calamidade por seca na Região Nordeste.
9.10. PROGRAMA NACIONAL DE CRÉDITO FUNDIÁRIO - PNCF
Programa que oferece condições para que os agricultores sem terra ou com
pouca terra possam comprar um imóvel rural por meio de um financiamento. O
recurso ainda é usado na estruturação da infraestrutura necessária para a produção
e assistência técnica e extensão rural.
Além da terra, o agricultor pode construir sua casa, preparar o solo, comprar
implementos, ter acompanhamento técnico e o que mais for necessário para se
desenvolver de forma independente e autônoma.
O financiamento pode tanto ser individual quanto coletivo.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 140
9.11. PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS
Programa da CONAB realizado em parcerias com agricultores e Prefeitura
Municipal de Trairi, que visa fortalecer a comercialização dos produtos da agricultura
familiar melhorando e aumentando a qualidade da merenda escolar no município de
Trairi.
9.12. REVITALIZAÇÃO DO MERCADO DE MUNDAÚ
Plano realizado pela Prefeitura Municipal de Trairi onde mercado público
ganhou uma importante obra de saneamento, acabando de vez com o mau cheiro
no local, o que proporcionou também uma completa revitalização do local,
contrastando com a paisagem litortânea do local.
9.13. PROJOVEM TRABALHADOR
Programa de ação do Governo Federal que visa reparar o jovem para o
mercado de trabalho e para ocupações alternativas geradoras de renda são os
principais objetivos do Projovem Trabalhador. Podem participar do Programa os
jovens desempregados com idades entre 18 e 29 anos, e que sejam membros de
famílias com renda per capta de até um salário mínimo.
O Projovem Trabalhador unificou as ações: Consórcio Social da Juventude,
Empreendedorismo Juvenil, Juventude Cidadã e Escola de Fábrica. Os participantes
receberão bolsa auxílio e em até seis parcelas, mediante comprovação de 75% de
frequência as aulas. Os cursos de qualificação serão de 350 horas/aula, sendo 100
horas/aula de qualificação social e 250 horas/aula de qualificação profissional.
O Programa é desenvolvido em parceria com municípios e governos estaduais.
O objetivo da ação de qualificação é estimular e fomentar a geração de
oportunidades de trabalho, negócios, inserção social, bem como promover a visão
empreendedora, com posterior inserção no mercado de trabalho de 30% dos jovens
qualificados.
9.14. GERAÇÃO DE ENERGIA
Existem atualmente vários projetos de geração de energia eólica no Estado do
Ceará e consequentemente no município de Trairi, muitos já em fase de operação,
outros em fase de estudo ou licenciamento. Segue abaixo uma listagem de
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 141
empreendimentos de geração de energia eólica no município de Trairi instalados, em
fase de instalação ou em estudo de viabilidade:
• Central Eólica Mundaú;
• Central Eólica Embuaca;
• Central Eólica Trari;
• Central Eólica Fleixeiras I;
• Central Eólica Guajiru;
• Central Eólica Estrela; etc.
9.15. PROGRAMA LUZ PARA TODOS
Programa concebido pelo Governo Federal com base no mapa da exclusão
elétrica no país, elaborado em 2003. De acordo com o Ministério de Minas e Energia
- MME, esse mapa revela que as famílias sem acesso à energia estão
majoritariamente nas localidades de menor Índice de Desenvolvimento Humano -
IDH. Cerca de 90% dessas famílias têm renda inferior a três salários mínimos, e
80% vivem no meio rural. Visto que 50% das famílias pobres e sem acesso à
energia estão no Nordeste, é de se esperar que a maior parte das ligações de novos
consumidores decorrentes do Programa Luz para Todos seja aplicada na referida
região.
No caso do Estado do Ceará, algumas empresas geradoras de energia
patrocinam programas sociais para a população de baixa renda, em especial a
Companhia de Energia Elétrica do Ceará (COELCE).
A seguir listam-se alguns destes programas ou projetos sociais:
• Ecoelce: projeto socioambiental que troca lixo reciclável por bônus na conta
de energia;
• Troca Eficiente: projeto social focado no uso eficiente da energia elétrica,
que troca geladeiras antigas da população inserida no programa Baixa
Renda, por modelos que possuem baixo consumo de energia;
• Energia Social: o projeto visa propiciar geração de renda às famílias que
vivem em comunidades de baixo desenvolvimento socioeconômico. Prevê
acapacitação para produção e comercialização de produtos artesanais.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 142
9.16. GERENCIAMENTO DAS ÁGUAS DA BACIA DO LITORAL
Plano elaborado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos –
COGERH, visando o planejamento na área de recursos hídricos com a inserção dos
usuários em todo o processo, organizado em quatro eixos temáticos: balanço
hídrico; aspectos institucionais; interferências com o meio ambiente; e, identificação
de conflitos.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 143
10. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Este Estudo de Impacto Ambiental levantou as condições ambientais, os
prováveis impactos do projeto, quantificando-os e avaliando suas consequências,
apontando medidas de proteção ambiental que possam minimizar ou mesmo evitar
os impactos negativos da obra e maximizar os impactos positivos dela decorrentes,
destacando-se principalmente a melhoria da qualidade de vida e a manutenção da
qualidade ambiental.
Como faixa de contato entre a terra e o mar, a área de influência direta do
projeto de urbanização da Praça da Barra do Mundaú e construção do calçadão de
pedestre abriga atividades antrópicas características, tais como: turismo, práticas de
pesca comercial e recreativa, esportes aquáticos, entre outras. Por tudo isso, a zona
costeira se caracteriza pela complexidade das atividades que abriga e pela
sensibilidade dos seus ecossistemas.
A orla de Mundaú apresenta paisagens naturais de grande valor cênico,
compostas por dunas fixas e móveis e o estuário do Rio Mundaú. É um dos destinos
mais procurados pelos turistas no Litoral Oeste do Estado do Ceará. Na época de
férias, em alta temporada, a população de Mundaú aumenta bastante. Há, ainda, a
presença de comunidades tradicionais de pescadores e de rendeiras.
Na concepção de urbanização da Praça da Barra do Mundaú e construção do
calçadão de pedestre, procedeu-se a um amplo estudo de todas as diretrizes e
parâmetros necessários e suficientes para a completa caracterização da
infraestrutura projetada. O projeto foi concebido em consonância com as legislações
pertinentes, nas esferas de nível federal, estadual e municipal, destacando o Art.
225 da Constituição Federal; a Lei Federal Lei Nº 9.785/99; a Lei Federal Nº
7.661/88 (Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro); o Plano Estadual de
Gerenciamento Costeiro; a Lei Federal Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012; e, a Lei
Federal Nº 12.727, DE 17 DE OUTUBRO DE 2012 (Novo Código Florestal).
Este projeto consiste na reforma da Praça do CTPA, construção de calçadão
paisagístico de extensão de 796,85 m, que interliga a Praça do CTPA à Praça da
Barra, e construção de três pontos de acesso à praia através do calçadão proposto.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 144
A praça atual encontra-se subutilizada e mal conservada, com mobiliário
urbano e pisos deteriorados, o que a torna pouco convidativa para os moradores da
comunidade e os turistas.
Os parâmetros que nortearam para a implantação deste projeto foram: a
valorização paisagística e ambiental do lugar, através de um traçado que respeita a
linha de preamar e dialoga com as edificações existentes; a criação de um ambiente
público de qualidade e de grande valor cênico; mitigar os impactos na paisagem
gerados pela grande extensão de enrocamento, através da adoção de mecanismos
arquitetônicos e paisagísticos; ampliar a área pavimentada somente o necessário
para não reduzir a faixa de praia; e, utilizar vegetação nativa e adaptada às
condições climáticas.
A comunidade de Mundaú apresenta um padrão heterogêneo nas edificações,
caracterizadas em residenciais e comerciais, sendo o setor de serviços o que
impulsiona a localidade. Não ocorre a presença de atividades industriais.
O ambiente da área de implantação projeto está geologicamente inserido na
unidade litoestatigráfica Depósitos Litorâneos, que corresponde a presença de
sedimentos praiais. O relevo da área do projeto apresenta padrões bastante distintos
decorrentes do condicionamento geológico local, estando presente na Planície
Litorânea e sendo constituída por faixa de praia. A classe de solo presente é
denominada de Neossolos Quarzarênicos Marinhos.
Referente à flora, a AII do projeto encontra-se inserida no ambiente do
Complexo Litorâneo. As áreas de influência direta e diretamente afetada estão
inseridas no Complexo Vegetacional da Zona Litorânea, sendo a maior parte das
obras civis projetadas para locais naturalmente sem vegetação ou áreas
antropizadas. A vegetação do entorno (AID) é composta em sua maioria por
coqueiros (Cocus nucifera) e espécies herbáceas.
Referente à fauna, Devido ao elevado grau de antropização, associado às
características naturais do ambiente de praia e berma da ADA e AID, não foram
encontradas muitas espécies de tetrápodes nas áreas do projeto e em suas
adjacências.
Todas as espécies registradas não se encontram ameaçadas de extinção de
acordo com a Lista Vermelha da International Union for Conservation of Nature.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 145
Conclui-se, portanto, que a área amostrada apresenta considerável diversidade
de espécies da fauna terrestre. Dessa forma, visando um controle dos impactos
negativos gerados pelo crescimento urbano, ações de preservação dos ambientes
menos alterados são de extrema importância para a manutenção dos processos
ecológicos mantidos pelas espécies residentes.
A área do projeto não está inserida em unidades de conservação e áreas
prioritárias, sendo a mais próxima a Unidade de Conservação APA do Estuário do
Rio Mundaú.
A área do projeto apresenta de médio a alto adensamento de construções e
populações residentes, com paisagem antropizada, multiplicidade de usos e alto
potencial de poluição sanitária, sonora e estética.
Partindo-se do princípio de que toda intervenção no ambiente gera efeitos
benéficos e/ou adversos, e em diferentes graus de magnitude e duração, o projeto
resultará em impactos ambientais, os quais são prognosticados considerando-se
uma relação de causas e efeitos, conforme apresentado no Capítulo 6 deste estudo.
Do total de impactos ambientais identificados ou previsíveis para a área de
influência funcional do projeto, foram identificados 86 impactos, sendo 56 (65,12%)
que correspondem aos impactos de efeito benéfico e 30 (34,88%) que são impactos
de efeito adverso. O maior número de impactos ocorrerá durante a fase de
implantação, onde foram contabilizados 29 impactos ambientais, sendo 06 impactos
benéficos e 23 impactos adversos, e maioria de pequena magnitude e curta
duração. Estes impactos estão relacionados com a implantação do canteiro de
obras, interdição das vias de acesso, lançamento de poeiras, emissão de gases e de
ruídos, etc. Na fase de operação foram identificados 16 impactos ambientais, sendo
12 impactos benéficos e 04 impactos adversos, onde os benéficos estão
relacionados à benefícios à população local (emprego e renda), implantação de
novos projetos para a comunidade, educação ambiental, valorização imobiliária, etc.
Referente aos estudos arqueológicos, foi dada entrada do processo junto ao
IPHAN.
Conclui-se, portanto que o projeto de urbanização da Praça da Barra do
Mundaú e construção do calçadão de pedestre a ser implantado em Mundaú é viável
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 146
em termos legais, técnico, ambiental, social e econômico, recomendando-se que
sejam observadas as seguintes condições:
• Executar o projeto conforme o apresentado para elaboração deste Estudo de
Impacto Ambiental;
• Informar para a SEMACE qualquer alteração no projeto original;
• Adotar as medidas mitigadoras e os planos e programas de monitoramento
técnico e ambiental, propostos para cada ação do projeto; e,
• Cumprir rigorosamente o que determina a legislação ambiental vigente, seja
no âmbito municipal, estadual e federal.
Este projeto a ser implantado na comunidade de Mundaú será um promotor do
desenvolvimento local, pois trará impactos diretos na valorização do turismo, na
qualidade de vida da população de Mundaú e um meio ambiente equilibrado.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 147
11. DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA
01 – VIA DE ACESSO À ÁREA DO PROJETO.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
02 – PRAÇA DO CTPA QUE PASSARÁ POR REFORMA.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
03 – PRAÇA DO CTPA.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 148
04 – ESTADO DE CONSERVAÇÃO DA PRAÇA DO CTPA.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
05 – PRAÇA DO CTPA.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
06 – ÁREA DIRETAMENTE AFETADA DO PROJETO.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 149
07 – ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO CALÇADÃO.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
08 – PRAIA DE MUNDAÚ – ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
09 – MURO DE CONTENÇÃO IMPLANTADO POR MORADOR LOCAL.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 150
10 – ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO CALÇADÃO.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
11 – ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO,
NO ENCONTRO DA PRAÇA DA BARRA DO MUNDAÚ.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
12 – ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA DO PROJETO – PRAÇA DA BARRA DO MUNDAÚ.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 151
13 – COMUNIDADE DE MUNDAÚ.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
14 – ESTUÁRIO DO RIO MUNDAÚ.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
15 – ÁREA URBANA DE MUNDAÚ.
Fonte: Ambiental Consultoria (Jan/2016).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 152
12. GLOSSÁRIO
Abrigo de resíduos
Local apropriado para armazenar temporariamente os resíduos, e recipientes de
acondicionamento.
Absorção da água
Quando as gotas de água das chuvas ficam retidas na camada superior do solo. Se
o solo e o subsolo são porosos a água passa a infiltrar-se por efeito da gravidade.
Acondicionamento
Consistem no ato de embalar corretamente os resíduos segregados, de acordo com
as características, em sacos e/ou recipientes impermeáveis, resistentes à punctura,
ruptura e vazamentos.
Adensamento (em Pedologia)
Redução natural do espaço poroso e o consequente aumento da densidade de
camadas ou horizontes do solo, por dissecação ou precipitação química. Quando
resultante da ação antrópica é denominado compactação.
Aeróbica
Condição de que depende a vida do organismo ou em que se desenvolve na
presença de oxigênio livre em condições subaéreas ou subaquáticas.
Aerossol
Mistura de substâncias líquidas com gás em uma lata, onde o gás impulsiona o
líquido para fora quando um mecanismo é ativado.
Aflorante
Que aflora, que emerge.
Afluente
Curso de água que deságua em outro curso de água, considerado principal, ou em
um lago, contribuindo para o aumento de volume dos mesmos.
Água lêntica
Denominação genérica para indicar toda água parada, como a dos lagos.
Água lótica
Denominação utilizada para as águas correntes, como a dos rios.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 153
Água salobra
Água contendo minerais dissolvidos em quantidades que excedem os padrões
normalmente aceitos para usos municipal, doméstico e de irrigação. Água contendo
de 1000 a 4000 ppm de Sólidos Dissolvidos Totais (SDT).
Agenda 21
Protocolo contendo uma lista de compromissos e ações, entre os quais os de
reestruturar a economia, assegurando a sobrevivência humana digna, preservando a
saúde e os recursos naturais do planeta, objetivando o Desenvolvimento
Sustentável. O protocolo foi assinado por mais de uma centena de países, incluindo
o Brasil, durante a Conferência de Cúpula da Organização das Nações Unidas,
ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1992 - a Rio 92.
Águas residuais ou residuárias
São todas as águas descartadas que resultam da utilização para diversos
processos.
Ambiental
Relativo ao meio ambiente, que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas.
Ambiente
Sistema constituído por fatores naturais, culturais e sociais, inter-relacionados entre
si, que condicionam a vida do homem e que por sua vez são constantemente
modificados e condicionados por este. Tudo aquilo que cerca ou envolve os seres
vivos ou as coisas. O ambiente pode ser favorável ou desfavorável ao
desenvolvimento dos seres vivos na terra.
Amostra
Porção representativa de água, ar, qualquer tipo de efluentes ou emissão
atmosférica ou qualquer substância ou produto, tomada para fins de análise de seus
componentes e suas propriedades.
Ancoradouros
Lugar próprio para a ancoragem segura de navios ou outras embarcações.
Área urbana
Área de uma cidade definida pelo perímetro urbano.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 154
Arenoso
Termo aplicado a algumas classes texturais do solo, que apresentam grande
quantidade de areia, com menos de 15% de argila.
Argissolo
Denominação aplicada a solos constituídos por material, que apresentam como
características diferenciais argila de atividade baixa e horizonte B textural (Bt)
imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte superficial, exceto o horizonte
hístico.
Arrimo
Encosto, amparo, proteção; tudo que se utiliza para dar apoio ou suporte a alguma
coisa
Aterro sanitário
Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos a
saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais. Utiliza
princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e
reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na
conclusão de cada jornada.
Bacia hidrográfica
Superfície limitada por divisores de água que são drenados por um curso d’água,
como um rio e seus tributários, às vezes formando um lago. Área contribuinte,
normalmente expressa em km². O mesmo que bacia de drenagem.
Biodegradável
Substância que pode ser decomposta por processos biológicos naturais.
Bombona
Reservatório plástico resistente, revestido pelas laterais com ferro, usado para
armazenamento de produtos químicos e resíduos sólidos.
Calçadão
Calçada ou passeio de grande largura e extensão, com elementos paisagísticos.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 155
Cascalho
Denominação utilizada para fragmentos grossos com diâmetros compreendidos
entre 0,2 cm e 2 cm.
Cenozóico
Era do tempo geológico desde o final da Era Mesozóica (65 milhões de anos atrás)
até o presente. Compreende os Períodos e épocas em milhões de anos: Quaternário
- Época Pleistoceno - 1,6 milhões de anos até o presente Terciário Épocas: Plioceno
- 5,2 a 1,6; Mioceno - 23,3 a 5,2; Oligoceno - 35,4 a 23,3; Eoceno - 56,5 a 35,4; e,
Paleoceno - 65 a 56,5.
Chorume
Líquido poluente, de cor escura e odor nauseante, originado de processos
biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos.
Coleta e Transporte
Consistem na remoção dos resíduos sólidos da unidade até o local de tratamento ou
destinação final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação da integridade
física do pessoal, da população e do meio ambiente (Adaptado da RDC 306/2004).
Coleta seletiva
Processo que consiste na separação e recolhimento dos resíduos descartados por
empresas e pessoas. Desta forma, os materiais que podem ser reciclados são
separados do lixo orgânico (restos de carne, frutas, verduras e outros tipos de
alimentos). Este último tipo de lixo é descartado em aterros sanitários ou usado para
a fabricação de adubos orgânicos (Adaptado: LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE
2010).
Contaminação
Ação ou efeito de corromper ou infectar por contato. Termo usado, muitas vezes,
como sinônimo de poluição, porém quase sempre empregado em relação direta a
efeitos sobre a saúde do homem. Significa a existência de microorganismos
patogênicos em um meio qualquer.
Coordenadas
Valores lineares ou angulares que indicam a posição ocupada por um ponto em uma
estrutura ou sistema de referência.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 156
Cota
Número que exprime, em metros ou noutra unidade de comprimento, a distância
vertical de um ponto a uma superfície horizontal de referência.
Curva de nível
Linha que se apresenta em um mapa ou carta, destinada a retratar
matematicamente uma forma de relevo, unindo todos os pontos de igual altitude,
situados acima ou abaixo de uma superfície de referência, em geral o nível médio do
mar. Curvas de nível muito juntas indicam terreno muito íngreme, abrupto; o
afastamento de uma para a outra indica região pouco íngreme.
Decibelímetro
Aparelho que mede os níveis de intensidade sonora, de barulho, ruídos.
Desapropriar
Fazer com que uma propriedade particular se torne um bem público.
Desenvolvimento sustentável
Paradigma de desenvolvimento surgido a partir das discussões das décadas de
1970 e 1980, sobre os limites ao crescimento da população humana, da economia e
da utilização dos recursos naturais.
Destinação final
Conjunto de técnicas e tecnologias que buscam propiciar as melhores condições
sanitárias, estéticas, sociais, econômicas e energéticas, de acordo com os padrões
de cada comunidade, para o tratamento e disposição de resíduos.
Distrófico
Solo que apresenta saturação por bases e saturação por alumínio inferiores a 50%.
Domínio morfoestrutural
Grandes conjuntos estruturais, que geram arranjos regionais de relevo, guardando
relação de causa entre si.
Drenagem
Feição linear negativa, produzida por água superficial de escorrência, e que modela
a topografia de uma região.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 157
Ecologia
Ciência que estuda todas as relações entre os organismos atuais e os ambientes
envolventes, a distribuição dos organismos nestes ambientes, bem como a natureza
das suas interações.
Ecossistema
Conjunto de uma comunidade de organismos e seu meio ambiente funcionando
como uma unidade ecológica na natureza.
Efluentes
São produtos líquidos e gasosos resultantes de diversas ações do homem. Em sua
maioria, estão subdivididos em efluentes industriais e domésticos, porém existem
outras divisões desses resíduos.
El Niño
Fenômeno climático, de caráter atmosférico-oceânico, em que ocorre o aquecimento
fora do normal das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico
Equatorial. Este fenômeno costuma alterar vários fatores climáticos regionais e
globais como os índices pluviométricos (em regiões tropicais de latitudes médias),
padrões de vento e deslocamento de massas de ar. O período de duração do El
Niño varia entre 10 e 18 meses e ele acontece de forma irregular (em intervalos de 2
a 7 anos).
Endêmica
Próprio a uma região ou população específica (Geografia). Doença que está sempre
presente numa determinada área (Medicina).
Enrocamento
Base de blocos de rocha natural ou artificial, assente no fundo das águas para
sustentar uma construção e protegê-la contra o embate das águas.
Esgotamento
Ação de retirar completamente o líquido de; secamento
Espécie extinta
Espécie animal ou vegetal de cuja existência não se tem mais conhecimento por um
período superior a 50 anos.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 158
Espécie nativa
Espécie vegetal ou animal que, suposta ou comprovadamente, é originária da área
geográfica em que atualmente ocorre.
Espécie pioneira
Espécie vegetal que inicia a ocupação de áreas desprovidas de plantas, em razão
da atuação do homem ou de agentes naturais.
Espécie rara
Espécie vegetal ou animal que não está ameaçada e nem é vulnerável, porém corre
um certo risco, pelo fato de apresentar distribuição geográfica restrita, ou habitat
pequeno, ou ainda baixa densidade na natureza.
Estação de Tratamento de Esgoto
Unidade de um SES provida de bombas hidráulicas e tanques que elevam e
aumentam a pressão do líquido em um sistema de captação ou distribuição da água
limpa ou residuária (efluentes e esgotos).
Estratigrafia
Ciência que estuda a sucessão original e a idade das rochas estratificadas, assim
como as suas formas, distribuição, composição litológica, conteúdo paleontológico,
propriedades geofísicas e geoquímicas, ou seja, de todos os caracteres,
propriedades e atributos das mesmas como estratos, buscando inferir os seus
ambientes de origem e sua história geológica.
Eutrófico
Solo que apresenta em uma seção de controle de 1m de profundidade, contado a
partir dos 25cm superficiais, ou menos quando ocorrer contato lítico ou litóide antes
dos 125cm, e saturação por bases com valor V igual ou superior a 50%, determinada
a pH 7,0.
Evapotranspiração
Soma de todas as perdas de água, devidas à sua transformação em vapor,
quaisquer que sejam os fatores postos em jogo.
Exorréica
Que drena para o mar.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 159
Extrativismo
Atividade que consiste em extrair da natureza quaisquer produtos que possam ser
cultivados para fins comerciais ou industriais.
Fáceis
Termo que significa aspecto geral de uma rocha, no que se refere ao seu aspecto
litológico, biológico, estrutural, e mesmo metamórfico, bem com aspectos que
refletem o ambiente no qual a rocha foi formada.
Fatores climáticos
Condições físicas ou geográficas que condicionam o clima interagindo nas
condições atmosféricas, tais como a latitude, altitude, as correntes marítimas, a
distribuição das terras e mares, a topografia, a cobertura vegetal etc.
Filo
Categoria taxionômica mais elevada do reino animal, e que corresponde a um grupo
de animais que obedecem a um plano similar de organização, resultante de uma
ascendência comum. Em Botânica, sua congênere é a divisão.
Filtração
Processo físico adotado para o tratamento da água que é destinada ao
abastecimento, e que consiste na utilização de um leito artificial, usualmente de areia
e pedra, sobre o qual a água bruta ou a água decantada é distribuída, havendo a
retenção de partículas finas e/ou flocos na passagem por esse meio filtrante.
Fitoecologia
Ramo da ecologia voltado ao estudo das relações entre os vegetais e o ambiente ou
entre as diferentes espécies de uma comunidade sem referência ao ambiente.
Flora
Conjunto de entidades taxonômicas vegetais (espécies, gêneros etc.) que compõe a
vegetação de um território de dimensões consideráveis.
Formação (em Geologia)
Unidade fundamental da classificação litoestratigráfica. Trata-se de um corpo
rochoso caracterizado pela relativa homogeneidade litológica, forma comumente
tabular, geralmente com continuidade lateral e mapeável na superfície terrestre ou
em sub-superfície.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 160
Fossa rudimentar
Escavação sem revestimento interno, na qual os dejetos caem no terreno, sendo
que parte se infiltra e parte sofre decomposição no fundo. Não existe nenhum
deflúvio, mostrando-se como um dispositivo perigoso, e que somente deve ser
utilizado em última instância.
Fossa séptica
Tanque de sedimentação e digestão, no qual é depositado o lodo constituído pelas
matérias insolúveis das águas residuárias que passam pelos mesmos, sofrendo
decomposição pela ação de bactérias anaeróbicas.
Geoecossistema
Unidade da paisagem que se individualiza por apresentar características a nível
biótico, abiótico e humano que lhes conferem uma unidade. É configurado por uma
estrutura, função e dinâmica, variáveis no tempo e no espaço, e produzidas
historicamente sob a ação de forças naturais e humanas.
Geográfica
Relativo à geografia – ciência que estuda a distribuição dos aspectos físicos e
humanos da superfície terrestre, onde os localiza, descreve, explica e inter-
relaciona.
Geologia
Ciência que estuda o globo terrestre desde o momento em que as rochas se
formaram até o presente.
Geomorfologia
Ciência que estuda o relevo da superfície terrestre, sua classificação, descrição,
natureza, origem e evolução, incluindo a análise dos processos formadores da
paisagem.
Geossistema
Classe peculiar de sistemas dinâmicos, flexíveis, abertos e hierarquicamente
organizados, com estágios de evolução temporal, e que apresentam mobilidade
cada vez maior devido a atuação do homem.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 161
Hectare
Unidade de área equivalente a um quadrado com 100 m de lado e perfazendo,
portanto, 10 000 m².
Herpetofauna
Conjunto das espécies de répteis e anfíbios que vivem em uma determinada região.
Hidráulica
Ciência e técnica que tratam das leis que regem o movimento dos líquidos e dos
problemas suscitados pela utilização da água
Hidrogeologia
Ciência que trata da ocorrência, distribuição e do movimento das águas
subterrâneas, levando em consideração suas propriedades físicas e químicas, suas
interações com os meios físicos e biológico e suas reações à ação do homem.
Horizonte (Pedologia)
Seção à superfície ou paralela a esta, de constituição mineral ou orgânica, resultante
da atuação de processos pedogenéticos.
Índice pluviométrico
Medida em milímetros, resultado do somatório da quantidade da precipitação de
água (chuva, neve, granizo) num determinado local durante um dado período de
tempo.
Infiltração
Fluxo da água da superfície do solo para o subsolo, ou de um meio poroso para um
canal, dreno, reservatório ou conduto.
Inflamabilidade
Aqueles que podem entrar em ignição quando em contato com oxigênio ou com
outros oxidantes, através de choques mecânicos, aumento de temperatura e
reações químicas (Cód. D001 - Adaptado a NBR10004/2004).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 162
La Niña
Fenômeno oposto ao El Niño, ou seja, um fenômeno que ocorre nas águas do
pacífico equatorial e altera as condições climáticas de algumas regiões do mundo.
Legislação ambiental
Conjunto de regulamentos jurídicos destinados especificamente às atividades que
afetam a qualidade do meio ambiente.
Litoestatigrafia
Subdivisão da estratigrafia, ciência geológica associada ao estudo dos estratos ou
camadas rochosas.
Litoral
Termo que designa a faixa de terra junto à costa marítima que engloba cerca de 50
km para o interior, dependendo da legislação de cada país.
Lixo
Restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis,
indesejáveis ou descartáveis.
Lodo
Denominação utilizada para os sólidos acumulados e separados dos líquidos - água
ou água residuária - durante um processo de tratamento, ou depositados no fundo
dos rios ou outros cursos d’água.
Manejo
Consiste no conjunto de ações voltadas ao gerenciamento dos resíduos gerados,
com foco nos aspectos intra e extra estabelecimento, de acordo com as etapas de
segregação, acondicionamento, coleta, transporte e destinação final.
Mastofauna
Conjunto das espécies de mamíferos que vivem em uma determinada região.
Meridiano
Linha de referência norte - sul, em particular o círculo máximo que passa através dos
polos geográficos da Terra, de onde as longitudes e os azimutes são determinados.
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Microclima
Condição climática de uma pequena área resultante da modificação das condições
climáticas gerais, por diferenças locais em elevação ou exposição.
Mineral
Elemento ou composto químico de ocorrência natural formado como produto de
processos inorgânicos.
Morfoestrutura
Feição em que a forma de relevo e a drenagem estão estreitamente relacionados à
estrutura geológica, seja ela de caráter dobrado, falhado ou lineagênico, podendo
apresentar feição positiva ou negativa, ou ainda estar à superfície ou então inumada
por espessa sequência sedimentar.
Nascente
Ponto no solo ou numa rocha de onde a água flui naturalmente para a superfície do
terreno ou para um corpo d’água. O mesmo que fonte.
Neossolos
Solos constituídos por material mineral ou por material orgânico pouco espesso, com
insuficiência de manifestação dos atributos que caracterizam como solos pouco
evoluídos e sem a presença de horizonte no diagnóstico.
Orográfico
Relativo à orografia - estudo das nuances do relevo de uma região.
Paisagismo
Processo de preparação e realização de paisagens.
Paisagístico
Relativo a paisagem.
Pedologia
Ciência que trata da origem, morfologia, distribuição, mapeamento e classificação
dos solos.
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Pergolado
Tipo de galeria coberta por peças de madeira, geralmente ornada por trepadeiras
(barrotes), assentadas em pilares
Perenifólia
Planta ou comunidade vegetal em que o processo de queda de folhas se dá de
forma paulatina, na mesma proporção do surgimento de folhas novas, nunca ficando
totalmente desprovida de folhagem.
pH
Parâmetro químico que indica a concentração de íons de hidrogênio em uma
solução aquosa; variando de 0 a 14, sendo 7 o neutro. Valores abaixo de 7, indicam
uma solução ácida (corrosiva) e acima, básica (incrustante).
Piso intertravado
Pavimento de blocos de concreto pré-fabricados, assentados sobre colchão de
areia, travados através de contenção lateral e por atrito entre as peças.
Planície
Termo genérico referente a qualquer área plana ou suavemente ondulada de
dimensões variadas que ocorre mais frequentemente em áreas de baixa altitude, e
onde são predominantes os processos de deposição e acumulação de sedimentos.
Planialtimétrico
Junção da palavra plani com a palavra altimetria. Plani significa mapa que
representa toda superfície terrestre em um plano retangular; e, altimetria significa a
operação que mede as altitudes de pontos em um terreno. Diante disso, representa
as informações planimétricas e altimétricas em uma única planta, carta ou mapa.
Poço Artesiano
Poço que capta a água de um aquífero confinado, sendo que o nível da água, no
poço, eleva-se além do topo da formação aquífera.
Poluentes
Substância, compostos ou elementos causadores de poluição.
Poluição
Degradação da qualidade ambiental resultante das atividades que direta ou
indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, criem
condições adversas às atividades sociais e econômicas, afetem desfavoravelmente
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 165
a bota, afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente, e lancem
materiais ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
População
Conjunto de indivíduos da mesma espécie vivendo em um determinado local.
Quaternário
Período mais recente da Era Cenozóica, e que se estende desde aproximadamente
1,75 milhões de anos até os dias atuais.
Quiosque
Abrigo montado para venda de alimentos, jornais, flores e outros objetos na via
pública.
Recurso natural
Denominação aplicada a todas as matéria-prima, tanto aquelas renováveis como as
não renováveis, obtidas diretamente da natureza, e aproveitáveis pelo homem.
Recursos hídricos
Quantidade das águas superficiais e/ou subterrâneas, presentes em uma região ou
bacia, disponíveis para qualquer tipo de uso.
Resíduos sólidos
São resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição. Ficam incluídos também os lodos provenientes de sistemas de tratamento
de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição,
bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso
soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia
disponível.
Revestimento
Matéria ou substância (tinta, argamassa, madeira) que estendemos sobre a
superfície de um corpo, para protegê-lo, orná-lo, dar-lhe melhor aparência
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 166
Rio intermitente
Curso d’água que circula em certas épocas do ano, sendo alimentado por água de
nascentes, por águas superficiais ou até mesmo pela fusão da neve. Comum em
regiões semiáridas.
Rocha
Agregado natural de substância minerais, resultantes de um processo geológico
determinado e que constitui parte essencial da litosfera.
Ruído
Som ou conjunto de sons, frequentemente desagradáveis ao ouvido; rumor contínuo
e prolongado.
Salubridade
Qualidade, estado ou condição do que é salubre.
Saneamento
Conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições do meio
ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorar a
qualidade de vida da população e à produtividade do indivíduo e facilitar a atividade
econômica.
Sanitário
Relativo à conservação da saúde pública ou individual.
Sedimentação
Deposição de material sob a forma sólida em condições físico-químicas normais na
superfície terrestre.
Segregação
Consiste na separação do resíduo no momento e local de geração, de acordo com
as características físicas e químicas.
Soleira
Parte inferior do vão da porta, ao nível do piso, constituída por pedra, mármore ou
peça de madeira quadrilonga
Sustentável
Origem no latim sustentare, que significa sustentar, apoiar, conservar. O conceito
está normalmente relacionado com uma mentalidade, atitude ou estratégia que é
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 167
ecologicamente correta, e viável no âmbito econômico, socialmente justa e com uma
diversificação cultural.
Tátil
Que se pode tocar ou tatear: aspereza, rugosidade tátil.
Tardoz
Lado tosco de uma pedra de cantaria que fica para dentro da parede.
Tectônica
Estudo dos movimentos contínuos e descontínuos da crosta terrestre devido a
esforços de tensões e deformações.
Topografia
Descrição detalhada e precisa de um lugar, um terreno, etc. Modo de representação
gráfico das particularidades e formas de um terreno, contendo seus acidentes
naturais e artificiais.
Toxicidade
Aqueles que, quando absorvidos pelos organismos (via ingestão, via inalação ou via
pele e mucosa), causam distúrbios fisiológicos podendo conduzir a morte.
Turismo
Atividade que as pessoas realizam durante suas viagens e permanência em lugares
distintos dos que vivem, por um período de tempo inferior a um ano consecutivo,
com fins de lazer, negócios e outros.
Umidade relativa
Razão entre o conteúdo real de umidade de uma amostra de ar e a quantidade de
umidade que o mesmo volume de ar pode conservar na mesma temperatura e
pressão quando saturado. Geralmente é expressa na forma de porcentagem.
Unidade de Conservação
Espaço territorial e seus componentes, incluindo as águas jurisdicionais, com
características naturais relevantes, legalmente instituído pelo poder público, com
objetivos de preservação e/ou conservação e limites definidos, sob regime especial
de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
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Urbanização
Ato ou efeito de urbanizar
Vazadouro
Local onde são depositados os resíduos sólidos, sem que sejam adotadas medidas
de proteção ao meio ambiente.
Vetores
Que ou o que é capaz de transmitir um parasita entre hospedeiros (diz-se de
animal).
Zona Litorânea
Área do fundo marinho compreendida entre a preamar e a baixamar, rica em
oxigênio dissolvido, com movimentação da água e presença da luz solar.
Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE)
Instrumento de racionalização da ocupação dos espaços e de redirecionamento das
atividades econômicas. O ZEE serve como subsídio a estratégias e ações para a
elaboração e execução de planos regionais de busca do desenvolvimento
sustentável.
Zoneamento Geoambiental
Integração sistemática e interdisciplinar da análise ambiental ao planejamento dos
usos do solo, com o objetivo de definir a melhor gestão dos recursos ambientais
identificados.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 169
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
Urbanização da Praça da Barra do Mundaú e Construção do Calçadão de Pedestre 180
14. EQUIPE TÉCNICA
Fortaleza, março de 2016.
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RESPONSÁVEL TÉCNICO Cléber Roza de Oliveira
ENGENHEIRO AGRÔNOMO CREA REG. NAC. 0607350920