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INFRAERO Página 1 RELATÓRIO DE INSTRUÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO DE: Comissão de Licitação PARA: Superintendente de Navegação Aérea/DONA ASSUNTO: Instrução de Recurso Administrativo - Fase de Habilitação REFERENTE: Concorrência Internacional nº 020/DALC/SEDE/2011 OBJETO: Fornecimento, instalação e colocação em operação de barômetros digitais com display, barômetros digitais com display e repetidores digitais, para 56 (cinquenta e seis) localidades. RECORRENTE: Consórcio Hobeco/Hobeco, formado pelas empresas Hobeco Sudamerica S.A e Sociedade Consignatária Hobeco Ltda - CNPJ/MF Nº 33.031.675/0001-57. RECORRIDA: Coastal Environmental Systems, representado pela Empresa Global Business Pro Consultoria; Senhor Superintendente de Navegação Aérea Trata-se de instrução de recurso administrativo interposto pela licitante acima relacionada contra o resultado atinente ao julgamento dos DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO, recebidos na segunda reunião pública constante do parecer técnico apenso a Ata de Julgamento da Comissão de Licitação, o qual publicado no Diário Oficial da União do dia 01/06/2012, seção 3, pág. 7. Esclarecemos que o recebimento dos Documentos de Habilitação INVOLUCRO I, se deu em duas sessões. A primeira ocorreu no dia dia 19 de abril de 2012, sendo o resultado de julgamento dos documentos de habilitação publicado no Diário Oficial da União do dia de 09/05/2012, Seção 3, no qual todas as licitantes foram inabilitadas, sendo as mesmas convocadas para nova sessão publica(segunda) no dia 21/05/2012, nos termos do §3º do Art. 99 do Regulamento de Licitações e Contratos da INFRAERO c/c o § 3º do Art. 48 da Lei nº 8.666/93, foi fixado o prazo de oito dias úteis, para apresentação de novos Documentos de Habilitação, escoimados das causas que as inabilitaram no certame.

RELATÓRIO DE INSTRUÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO DE ...licitacao.infraero.gov.br/arquivos_licitacao/2011/SEDE/020_DALC... · assinatura do contrato decorrente desta licitação,

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RELATÓRIO DE INSTRUÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO

DE: Comissão de Licitação

PARA: Superintendente de Navegação Aérea/DONA

ASSUNTO: Instrução de Recurso Administrativo - Fase de Habilitação

REFERENTE: Concorrência Internacional nº 020/DALC/SEDE/2011

OBJETO: Fornecimento, instalação e colocação em operação de barômetros digitais com display, barômetros digitais com display e repetidores digitais, para 56 (cinquenta e seis) localidades.

RECORRENTE: Consórcio Hobeco/Hobeco, formado pelas empresas Hobeco Sudamerica S.A e Sociedade Consignatária Hobeco Ltda - CNPJ/MF Nº 33.031.675/0001-57.

RECORRIDA:

Coastal Environmental Systems, representado pela Empresa Global Business Pro Consultoria;

Senhor Superintendente de Navegação Aérea

Trata-se de instrução de recurso administrativo interposto pela licitante acima

relacionada contra o resultado atinente ao julgamento dos DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO, recebidos na

segunda reunião pública constante do parecer técnico apenso a Ata de Julgamento da Comissão de

Licitação, o qual publicado no Diário Oficial da União do dia 01/06/2012, seção 3, pág. 7.

Esclarecemos que o recebimento dos Documentos de Habilitação –

INVOLUCRO I, se deu em duas sessões.

A primeira ocorreu no dia dia 19 de abril de 2012, sendo o resultado de

julgamento dos documentos de habilitação publicado no Diário Oficial da União do dia de 09/05/2012, Seção 3,

no qual todas as licitantes foram inabilitadas, sendo as mesmas convocadas para nova sessão publica(segunda)

no dia 21/05/2012, nos termos do §3º do Art. 99 do Regulamento de Licitações e Contratos da INFRAERO c/c o

§ 3º do Art. 48 da Lei nº 8.666/93, foi fixado o prazo de oito dias úteis, para apresentação de novos Documentos

de Habilitação, escoimados das causas que as inabilitaram no certame.

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Delineamos, ao longo deste relatório, o histórico, as argumentações

apresentadas pela RECORRENTE e RECORRIDA, o posicionamento da área técnica, bem como o exame e

opinião desta Comissão à luz das condições esculpidas no instrumento convocatório.

I - HISTÓRICO:

O Edital da Concorrência em epígrafe estabeleceu a necessidade de

atendimento dos seguintes requisitos para participação e habilitação, entre outros:

4.1 Respeitadas as demais condições normativas e as constantes deste Edital e seus Anexos, poderão participar desta Licitação:

a) qualquer empresa, nacional ou estrangeira e que atenda às exigências

deste Edital e seus Anexos;

a.1) a empresa estrangeira deverá atender a Resolução nº 444 de 14/04/2000 do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA.

b) consórcio de empresas:

b.1) será permitido o consórcio de empresas nacionais e estrangeiras, atendidas as condições previstas no Art. 33 da Lei 8.666/93, de 21/06/93, e aquelas estabelecidas neste Edital;

b.2) fica vedada a participação de empresa consorciada em mais de um consórcio ou isoladamente de profissional em mais de uma empresa, ou em mais de um consórcio;

b.3) [...]

b.8) os consorciados deverão comprometer-se a apresentar, antes da

assinatura do contrato decorrente desta licitação, o Instrumento de Constituição do Consórcio, aprovado por quem tenha competência em cada uma das empresas para autorizar a alienação de bens do ativo fixo e registrado no órgão competente. O Contrato de consórcio deverá observar, além dos dispositivos legais, as cláusulas deste Edital, especialmente as constantes deste subitem “4.1.b”;

“5. DA ORGANIZAÇÃO DOS DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO - EMPRESA BRASILEIRA

(...)

5.5. O INVÓLUCRO I deverá conter todos os documentos a seguir relacionados:

a) Carta de Apresentação dos DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO, assinada obrigatoriamente pelo representante legal da licitante, ou pela líder do consórcio, ... (Modelo - Anexo I):

[...] b) prova de inscrição ou registro da licitante individual ou das consorciadas e

dos seus Responsáveis Técnicos, junto ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), da localidade da sede da licitante, em vigor;

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c) [...] g) comprovação da licitante de possuir em seu quadro permanente, na data

prevista no subitem 2.1 deste Edital, profissional (is) de nível superior, ou outro (s) reconhecido (s) pelo CREA, detentor (es) de atestado (s) de capacidade técnica, devidamente registrado (s) no CREA da região onde os serviços foram executados, acompanhado (s) da (s) respectiva (s) Certidão (ões) de Acervo Técnico – CAT, expedida (s) por estes conselhos que comprove (m) ter o (s) profissional (is), executado, para órgão ou entidade da Administração Pública direta ou indireta, federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal ou ainda para empresa privada, obras/serviços de características técnicas similares às do objeto desta licitação, cujas parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo são as seguintes, não se admitindo atestado(s) comprobatórios de supervisão/fiscalização:

g.1) elaboração de Projeto executivo de Barômetro Digitais e Repetidores;

g.2) instalação de Barômetros Digitais com Display e Barômetros Digitais

com Display e Repetidores Digitais;”

“6 DA ORGANIZAÇÃO DOS DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO - EMPRESA ESTRANGEIRA

(...). 6.5. O INVÓLUCRO I deverá conter todos os documentos a seguir relacionados:

a) carta de apresentação dos DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO, assinada

obrigatoriamente pelo representante legal da licitante, com as seguintes informações (Modelo - Anexo I):

a.1) [...];

b) [...]

d) comprovação da licitante de possuir, em seu quadro permanente, pessoal técnico qualificado para a execução de obras/serviços, podendo ser apresentada certidão em nome da licitante, mediante declaração de autoridade com fé pública do local de execução das obras/serviços, na qual conste os nomes dos profissionais que executaram obras/serviços de características técnicas similares às do objeto desta licitação, cujas parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo são as seguintes, não se admitindo atestado(s) comprobatórios de supervisão/fiscalização:

d.1) elaboração de Projeto executivo de Barômetro Digitais e Repetidores;

d.2) instalação de Barômetros Digitais com Display e Barômetros Digitais

com Display e Repetidores Digitais;

[...]

6.7 Para a comprovação da habilitação, a licitante estrangeira deverá apresentar documentos equivalentes aos exigidos no subitem 6.5 deste Edital referentes a empresas brasileiras, devidamente documentados no CREA de acordo com a Resolução CONFEA Nº 444, de 14 de abril de 2000.

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No transcurso do prazo de publicidade do edital foram expedidos 07 (sete)

esclarecimentos de dúvidas contendo respostas a 18 (dezoito) perguntas de eventuais interessados no

certame, dentre as quais cabe destacar:

ESCLARECIMENTO DE DÚVIDAS Nº 007/LCLI/2012 –007/LCIC/2012 – 18/04/2012

15ª PERGUNTA O edital, através das condições de participação subitem 4.1 “a”, determinou que as empresas estrangeiras atendam a Resolução nº. 444 do CONFEA. Essa Resolução trata, em resumo, relativamente às empresas estrangeiras, do encaminhamento ao CREA de documentação para a avaliação da comprovação de aptidão técnica, da compatibilidade dos atestados que essas empresas detenham com os serviços licitados, das suas constituições sociais e do seu corpo técnico e dos comprovantes do acervo técnico dos profissionais, para fins de participação em licitação sob a condição de empresa estrangeira isolada (não consorciada). Nosso entendimento que o artigo 5º da resolução 444 do CONFEA que rege a participação de empresa estrangeira isolada (não consorciada), está correto nosso entendimento?

RESPOSTA

A RESOLUÇÃO Nº 444, DE 14 DE ABRIL DE 2000, dispõe sobre os procedimentos relativos ao consórcio de empresas, participação de empresas estrangeiras em licitações e acervo técnico de obras e serviços realizados no exterior.

16ª PERGUNTA

A análise do CREA pode ser diversa da Comissão de Licitação da INFRAERO, constituída na situação de habilitação no CREA e inabilitação na INFRAERO ou vice-versa. Neste caso, qual será o procedimento que adotará a INFRAERO? Com essa interferência não autorizada pela lei, em sede de licitação constituir-se á, o duplo juízo e a subordinação da Administração às decisões do CREA, o que é incompatível com os princípios fundamentais da licitação, sem óbice ainda à capacidade técnica e à soberania dos atos privativos praticados pela Comissão.

RESPOSTA

Deverá ser atendida a RESOLUÇÃO Nº 444, DE 14 DE ABRIL DE 2000 e o edital de referência.

Assim, a Comissão de Licitação de acordo com essas premissas, e

consubstanciada em parecer exarado pelos profissionais indicados pela área técnica requisitante, cujo mister

é a responsabilidade pela análise da documentação apresentada, realizou o julgamento dos documentos de

habilitação das licitantes que se candidataram ao certame.

II. RECURSO INTERPOSTO PELO CONSÓRCIO HOBECO/HOBECO, FORMADO PELAS

EMPRESAS HOBECO SUDAMERICA S.A E SOCIEDADE CONSIGNATÁRIA HOBECO LTDA -

CNPJ/MF Nº 33.031.675/0001-57:

A recorrente inicia seus argumentos afirmando que a licitante Coastal

Environmental Systems, não atendeu integralmente as exigências editalicias, e que o julgamento deve ser

feito em estrita obediência ao principio da vinculação ao edital, que é a lei interna da licitação.

As alegações da recorrente foram divididas em 4 (quatro) partes, que a

mesma chama de fases, as quais transcrevemos a seguir:

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“1ª. Tese : A INFRAERO reconhece na 1ª. Análise , não atendimento ao artigo 7º. da Resolução n o. 444, de 14/04/2000 do CONFEA O edital 020/DALC/SEDE/2011, na página 26 , item 6.7 exige:

6.7. Para a comprovação da habilitação, a licitante estrangeira deverá apresentar documentos equivalentes aos exigidos no subitem 6.5 deste Edital referentes a empresas brasileiras, devidamente documentados no CREA de acordo com a Resolução CONFEA Nº 444, de 14 de abril de 2000

A INFRAERO , no parecer para julgamento dos Documentos de Habilitação emitido pela primeira reunião da Comissão de Licitação , em 30 de Abril de 2012, inabilitou a empresa Coastal Environmento Systems, conforme abaixo :

Reconhecendo o não atendimento as exigências da Resolução 444, a saber:

item 2.2 a) - O artigo 5º. Da Resolução no. 444 , de 14/04/2000 do CONFEA , determina exigências a serem cumpridas por empresas estrangeiras, para participarem em licitações, em nosso país; - O artigo 7º. desta Resolução informa as exigências para a anotação de obras e serviços desenvolvidos no exterior para a equivalência de acervo técnico no país.

A empresa Coastal Environmental System, apresentou Atestado Técnico , emitido pelo representante desta empresa no México. Conforme pode-se verificar em visita ao site www.bolonlahun.com

A certidão do CREA anexada ao processo por essa empresa , é clara em relação ao cumprimento das exigências contidas no artigo 5º da Resolução no. 444 , de 14/04/2000 do CONFEA .

Com relação ao artigo 7º. desta resolução nada foi anexado, portanto configurando descumprimento da Resolução 444 exigida no Edital deste certame

2ª. Tese : A Coastal não apresentou CAT exigido no artigo 7º. da Resolução 444 CONFEA

O edital deste certame exige no item 5.5g), que a empresa nacional comprove que possui em seu quadro técnico profissional de nível superior , detentor de atestado de capacidade técnica , registrado no CREA da região onde foram executados os serviços , acompanhados da respectiva certidão de Acervo Técnico - CAT, expedida por esse conselho, que comprove esta execução.

O consórcio HOBECO-HOBECO apresentou Atestado Técnico acompanhado de CAT,

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conforme exigido no edital.

Para o equilíbrio das exigências do Edital para empresas nacionais e estrangeiras e para o cumprimento do artigo 7º. Da resolução no. 444 de 14/04/2000 do CONFEA , que preconiza a equivalência do Acervo Técnico no país , a empresa estrangeira Coastal Environmental Systems estava obrigada a apresentar a anotação do CREA para os atestados Técnicos apresentados, o que não ocorreu.

3ª. Tese : Não apresentou Atestado Técnico Válido.

O Atestado apresentado não é válido , pois o item do edital 6.5d) exige que o atestado a ser apresentado seja emitido por “ autoridade de fé pública” do local de execução das obras/serviços. O único atestado apresentado foi emitido por um mero representante da Coastal Enviromental Systems de um fornecimento ocorrido a 5 anos atrás e nenhum atestado foi apresentado pelo usuário final, não sendo conhecido o grau de satisfação do usuário final. Este atestado apresentado não tem rastreabilidade e sequer identifica se a obra/serviço foi homologada pelo SENEAM-SCT, órgão que controla o espaço aéreo no México , ou por órgãos similares a INFRAERO e DECEA no Brasil.

4ª. Tese: Não apresentou atestado do país de origem do fabricante.

Não apresentou atestado válido no país de origem da Coastal Environmental Systems , no caso EUA e não apresentou atestado de qualquer entidade responsável pelo controle de tráfego aéreo em qualquer país.

O Barômetro é instrumento indispensável para as operações de pouso e decolagem desde EPTA até aeroportos categorizados com ILS. Seu uso é regulado pela ICAO, FAA e no país pelo DECEA, assim como em todos os países membros da ICAO. Não é possível que seja habilitada para fornecer para a INFRAERO, empresa sem experiência no seu país de origem e sem nenhum atestado válido emitido por representantes de países membros da ICAO.

Desta forma , vimos respeitosamente solicitar a esta Comissão de Licitação, que INABILITE a empresa estrangeira Coastal Environmental Systems , neste certame, por não atender ao artigo 7º. da resolução CONFEA no. 444 de 14 de Abril de 2000 e por não apresentar

atestado técnico válido.”

Finaliza seus argumentos requerendo a INABILITAÇÃO da licitante Coastal

Environmental Systems, pelo não atendimento da alínea a.1 do subitem 4.1 do edital, especificamente

quanto ao art. 7º da resolução nº 444 do CONFEA e ainda pela não validade do atestado apresentado.

III CONTRARRAZÕES APRESENTADAS PELA LICITANTE COASTAL ENVIRONMENTAL

SYSTEMS:

Combate veemente o Recurso apresentado pelo Consórcio

HOBECO/HOBECO. Afirma ter atendido todas as exigências editalicias, para tanto, apresenta as alegações a

seguir transcritas:

01- “Referente à 1ª Tese, na qual o Consorcio HOBECO/HOBECO insinua que a

Empresa COASTAL ENVIRONMENTAL SYSTEMS não atendeu ao Artigo 7 da Resolução N˚ 444, de 14/04/2000, do CONFEA, temos a esclarecer preliminarmente

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que este Artigo da Resolução, não se enquadra nas exigências do Edital, no tocante a participação de Empresa Estrangeira nesta Concorrência, nos seus Itens 4.1 (a.1) e 6.7.

02- O único Artigo da Resolução N˚ 444, do CONFEA, que trata da participação de

Empresa Estrangeira em Licitações, é o Artigo 5, este inteiramente cumprido pela Empresa COASTAL ENVIRONMENTAL SYSTEMS, o que é reconhecido pelo próprio Consorcio HOBECO/HOBECO no seu recurso interposto.

03- Quanto ao Artigo 7º daquela Resolução, ele apenas orienta que, os profissionais

brasileiros e estrangeiros, registrados nos CREAs (grifo nosso), que tiverem desenvolvido atividades técnicas no exterior, para equivalência de acervo técnico no país, poderão (grifo nosso) requerer junto ao CREA respectivo a anotação de suas obras e serviços realizados no exterior.

04- Já o Artigo 6º da Resolução 444, supracitada, estabelece que:

“As empresas estrangeiras vencedoras de licitação no Brasil deverão antes de iniciadas as obras ou serviços, providenciar seus respectivos registros junto ao CREA da região onde será realizada a obra ou serviço, procedendo a indicação de profissionais legalmente habilitados para responsabilizarem-se tecnicamente por suas atividades”.

05- Analisando o Artigo acima, concluímos que os profissionais de empresas estrangeiras,

que é o nosso caso (grifo nosso), deverão ser registrados nos CREAs, somente no caso de nossa empresa estrangeira ser a vencedora da licitação no Brasil, antes de iniciadas as obras ou serviços. Portanto, só então poderão seguir as orientações estabelecidas no Artigo 7º da Resolução 444, do CONFEA, providenciando seus respectivos registros junto ao CREA da região onde será realizada a obra ou serviço.

06- Quanto a exigência relativa ao Item 6.7 do Edital, ratificamos ela que foi

completamente atendida pela Empresa COASTAL ENVIRONMENTAL SYSTEMS, quando os comprovantes relativos ao acervo técnico dos profissionais delas encarregados (devidamente traduzidos por tradutor público juramentado e autenticados pelo consulado brasileiro do país da sede da interessada, pelo menos trinta dias antes da data prevista para a realização da licitação), foram documentados no CREA de acordo com a Resolução CONFEA Nº 444, em seu Item I do Artigo 5º, o que gerou a emissão da Certidão do CREA anexada ao processo.

07- Conclusão sobre à 1ª Tese do Consorcio HOBECO/HOBECO: Tese equivocada e

sem fundamentos, que deve ser rechaçada, mantendo-se a habilitação da Empresa COASTAL ENVIRONMENTAL SYSTEMS.

08- Referente à 2ª Tese, na qual o Consorcio HOBECO/HOBECO alude que a Empresa

COASTAL ENVIRONMENTAL SYSTEMS não apresentou o CAT exigido no Artigo 7 º da Resolução CONFEA, temos a esclarecer preliminarmente que este Artigo da Resolução não traz nenhuma exigência quanto à apresentação de CAT para Empresas Estrangeiras e, conforme já explanado anteriormente, não condiz com nenhuma das exigências previstas no Edital.

09- O Artigo 7º da Resolução CONFEA, também conforme já aclarado acima, tão somente

traz rumos aos profissionais brasileiros e estrangeiros, registrados nos CREAs (grifo nosso), que tiverem desenvolvido atividades técnicas no exterior, para equivalência de acervo técnico no país, para (grifo nosso) requererem junto ao CREA respectivo a anotação de suas obras e serviços realizados no exterior.

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10- Ocorre que, como já dito antes neste documento, de acordo com o Artigo 6º da Resolução CONFEA, profissionais de empresas estrangeiras, deverão ser registrados nos CREAs, somente no caso da empresa estrangeira ser a vencedora da licitação no Brasil. Logo, só então poderão seguir o estabelecido no Artigo 7º da Resolução 444, do CONFEA, providenciando seus respectivos registros junto ao CREA da região onde será realizada a obra ou serviço.

11- Os comprovantes relativos ao acervo técnico dos profissionais da Empresa COASTAL

ENVIRONMENTAL SYSTEMS (devidamente traduzidos por tradutor público juramentado e autenticados pelo consulado brasileiro do país da sede da interessada, pelo menos trinta dias antes da data prevista para a realização da licitação), foram documentados no CREA de acordo com a Resolução CONFEA Nº 444, em seu Item I do Artigo 5º, o que gerou a emissão da Certidão do CREA anexada ao processo.

12- Conclusão sobre à 2ª Tese do Consorcio HOBECO/HOBECO: Tese equivocada e

sem fundamentos, que deve ser rechaçada, mantendo-se a habilitação da Empresa COASTAL ENVIRONMENTAL SYSTEMS.

13- Referente à 3ª Tese, na qual o Consorcio HOBECO/HOBECO acena que a Empresa

COASTAL ENVIRONMENTAL SYSTEMS não apresentou atestado válido, temos a esclarecer preliminarmente que o termo fé pública, denota um crédito a ser dado aos documentos emitidos por autoridades públicas ou por privados no exercício de suas funções e que gozam da presunção de que tais documentos são verdadeiros.

14- Além disso, considerando que o número do contrato assinado, anexado a nossa

proposta, diferente do que acusa o Consorcio HOBECO/HOBECO, permite um completo acompanhamento e conhecimento do processo.

15- Considerando, ainda, que o atestado apresentado pela Empresa COASTAL

ENVIRONMENTAL SYSTEMS, foi devidamente traduzidos por tradutor público juramentado, autenticados por consulado brasileiro e documentado junto ao CREA, tendo sido gerada a emissão da Certidão pelo CREA, anexada ao processo, o que comprova e concretiza a sua validade.

16- Considerar que o Atestado apresentado pela Empresa COASTAL ENVIRONMENTAL

SYSTEMS, é no mínimo uma afirmação completamente descabida, inoportuna e que visa tão somente tumultuar o processo licitatório.

17- Conclusão sobre à 3ª Tese do Consorcio HOBECO/HOBECO: Tese equivocada e

sem fundamentos, com objetivo de tirar conclusões para seu benefício, que deve ser rechaçada, mantendo-se a habilitação da Empresa COASTAL ENVIRONMENTAL.

18- Referente à 4ª Tese, na qual o Consorcio HOBECO/HOBECO aponta que a

Empresa COASTAL ENVIRONMENTAL SYSTEMS não apresentou atestado do país de origem do fabricante, temos a esclarecer preliminarmente que não existe qualquer

alusão a este tipo de exigência no Edital e nos seus anexos.”

Conclui, afirmando serem falsas as acusações de que a recorrida não possui

experiência na fabricação de equipamentos, para provar o contrario, lista varias empresas nos Estados

Unidos e Canadá, para as quais, segundo ela, possui milhares de equipamentos instalados.

Finaliza sua defesa, requerendo o não provimento do Recurso Administrativo

apresentado pelo Consórcio HOBECO/HOBECO, para que seja mantida a sua habilitação, por ter atendido

integralmente todas as exigências editalicias.

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IV TEMPESTIVIDADE DOS RECURSOS E CONTRARRAZÕES:

Ciente do resultado de julgamento proferido pela Comissão de Licitação, o

qual veiculado por meio da Imprensa Oficial, Diário Oficial da União do dia 01/06/2012, Seção 3, página 07,

os recursos administrativos interpostos foram endereçados à INFRAERO nos termos previstos (forma e

prazos) no subitem 10.4.1 do Edital e no Art. 109, Inc. I, da Lei nº 8.666/93.

De igual sorte, as contrarrazões interpostas foram apresentadas na forma e

prazos previstos no edital.

Portanto, TEMPESTIVAS as peças recursais e contrarrazões. Logo, esta

Comissão de Licitação CONHECE das mesmas, com fulcro no subitem 10.4.1 do Edital e no Art. 109, Inc. I,

da Lei n.º 8.666/93, ambos já mencionados.

V – ANÁLISE DOS ARGUMENTOS RECURSAIS:

Preliminarmente, cumpre-nos recordar que a lei 8.666/93 adota toda uma

sistemática de ausência total de discricionariedade da autoridade administrativa, já que a vincula aos

requisitos previstos no Edital.

Justamente para estabelecer um critério de igualdade entre os concorrentes,

a Lei proíbe que a Administração descumpra qualquer das normas e condições do Edital, ao qual se acha

estritamente vinculada.

Neste diapasão, em sua análise, a Comissão de licitação baseou-se nos

critérios conforme mandamento do instrumento convocatório, o qual foi e continua sendo senão o único, o

principal alicerce deste colegiado. Portanto, foi julgada em estrita conformidade com o princípio da

vinculação ao instrumento convocatório.

Segundo o princípio da legalidade, a vontade da Administração Pública é a

definida por leis que regem sua atividade não podendo a administração comportar-se de outra forma se não a

prevista na legislação.

Sobre o tema, Hely Lopes Meirelles, afirma:

“A legalidade, como principio de administração (CF, art. 37, caput), significa que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso.”

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O princípio da isonomia estabelece tratamento uniforme a todos os

interessados em um processo licitatório e é condição essencial para garantir a igualdade de competição em

uma licitação.

Tal princípio pressupõe a emanação da impessoalidade, a vinculação à lei e

ao ato convocatório, que definirá os critérios relevantes para a administração selecionar a proposta mais

vantajosa, vedando, destarte, as distinções entre os interessados.

Destaque para o que orienta o Tribunal de Contas da união:

“Atente para a necessária observância de princípios fundamentais da licitação, em especial da igualdade e impessoalidade, a fim de garantir, também, a obtenção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública, consoante preceitua o art. 3° da Lei de Licitações [...]. (Acordão 369/2005Plenário)”.

Quanto à natureza vinculada do ato convocatório, ensina Marçal Justen Filho:

"O instrumento convocatório cristaliza a competência discricionária da Administração, que se vincula a seus termos. Conjugando a regra do art. 41 com aquela do art. 4º, pode-se afirmar a estrita vinculação da Administração ao edital, seja quanto a regras de fundo quanto aquelas de procedimento. Sob um certo ângulo, o edital é o fundamento de validade dos atos praticados no curso da licitação, na acepção de que a desconformidade entre o edital e os atos administrativos praticados no curso da licitação se resolve pela invalidade destes últimos. Ao descumprir normas constantes do edital, a Administração Pública frustra a própria razão de ser da licitação. Viola os princípios norteadores da atividade administrativa, tais como a legalidade, a moralidade, a isonomia. (Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 11ª Edição, págs. 401/402)".

Com relação ao mesmo tema, O Tribunal de Contas da União, no Acórdão n°

204/2008 Plenário:

“Zele para que não sejam adotados procedimentos que contrariem, direta ou indiretamente, o princípio básico da vinculação ao instrumento convocatório, de acordo com os arts. 3° e 41 da lei n° 8.666/93”.

Registros feitos, passamos a análise dos fatos de acordo com as

argumentações e contra-argumentações da RECORRENTE e RECORRIDA. Tendo em vista que tais

argumentos versam acerca de aspectos eminentemente técnicos definidos pela unidade organizacional

solicitante do objeto na fase de planejamento da licitação, bem como sobre o parecer técnico empregado por

ocasião do exame da documentação exigida, foram os mesmos submetidos à análise e manifestação da área

técnica requisitante do objeto, a qual se manifestou nos termos reproduzidos:

“(...)

2 ANÁLISE DOS ARGUMENTOS DO RECURSO ADMINISTRATIVO CONTRA A HABILITAÇÃO DA EMPRESA COASTAL ENVIRONMENTAL SYSTEMS, INTERPOSTO PELO CONSÓRCIO HOBECO/HOBECO

No corpo do Recurso ora analisado, o Consórcio Hobeco/Hobeco requer que a Empresa Coastal Environmental Systems seja declarada inabilitada, em razão dos argumentos indicados sinteticamente abaixo.

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Em seu Requerimento de Contra Razões, a Empresa Coastal Environmental Systems responde aos questionamentos feitos pelo Consórcio Hobeco/Hobeco, e solicita que seja mantida sua habilitação, em razão dos argumentos indicados sinteticamente abaixo. Tendo em vista os argumentos do Recurso Administrativo apresentado pelo Consórcio Hobeco/Hobeco, e considerando o Requerimento de Contra Razões apresentado pela Empresa Coastal Environmental Systems, a Gerência de Projetos de Navegação Aérea – EPNA elaborou as respostas que se seguem. ARGUMENTO 01 – CONSÓRCIO HOBECO/HOBECO O edital 020/DALC/SEDE/2011, item 6.7 exige: 6.7 Para a comprovação da habilitação, a licitante estrangeira deverá apresentar documentos equivalentes aos exigidos no subitem 6.5 deste Edital, referentes a empresas brasileiras, devidamente documentados no CREA de acordo com a Resolução CONFEA Nº 444, de 14 de abril de 2000. A INFRAERO, no parecer para julgamento dos Documentos de Habilitação emitido pela primeira reunião da Comissão de Licitação, em 30 de Abril de 2012, inabilitou a empresa Coastal Environmental Systems, reconhecendo o não atendimento às exigências da Resolução 444, a saber: - O artigo 5º da Resolução 444, de 14/04/2000 do CONFEA, determina exigências a serem cumpridas por empresas estrangeiras, para participarem em licitações em nosso país; - O artigo 7º desta Resolução informa as exigências para a anotação de obras e serviços desenvolvidos no exterior para a equivalência de acervo técnico no país. A certidão do CREA anexada ao processo por essa empresa é clara em relação ao cumprimento das exigências contidas no artigo 5º da Resolução nº 444, de 14/04/2000 do CONFEA. Com relação ao artigo 7º desta resolução nada foi anexado, portanto configurando descumprimento da Resolução 444 exigida no Edital deste certame. CONTRA RAZÃO AO ARGUMENTO 01 – EMPRESA COASTAL ENVIRONMENTAL SYSTEM O Artigo 7 da Resolução N˚ 444, de 14/04/2000, do CONFEA, não se enquadra nas exigências do Edital, no tocante a participação de Empresa Estrangeira nesta Concorrência, nos seus Itens 4.1 (a.1) e 6.7. Analisando o Artigo 6º da Resolução 444, concluímos que os profissionais de empresas estrangeiras deverão ser registrados nos CREAs, somente no caso de nossa empresa estrangeira ser a vencedora da licitação no Brasil, antes de iniciadas as obras ou serviços. Portanto, só então poderão seguir as orientações estabelecidas no Artigo 7º da Resolução 444, do CONFEA, providenciando seus respectivos registros junto ao CREA da região onde será realizada a obra ou serviço. Quanto à exigência relativa ao Item 6.7 do Edital, ratificamos ela que foi completamente atendida pela Empresa COASTAL ENVIRONMENTAL SYSTEMS, quando os comprovantes relativos ao acervo técnico dos profissionais delas encarregados foram documentados no CREA de acordo com a Resolução CONFEA Nº 444, em seu Item I do Artigo 5º, o que gerou a emissão da Certidão do CREA anexada ao processo. RESPOSTA AO ARGUMENTO 01 – EPNA Ao analisar o argumento do recorrente confirma-se que de fato, para atendimento ao item 6.7 do Edital de Licitação é necessário que a licitante estrangeira apresente documentação registrada no CREA.

- Edital, subitem 6.7: “6.7 Para a comprovação da habilitação, a licitante estrangeira deverá apresentar documentos equivalentes aos exigidos no subitem 6.5 deste Edital referentes a empresas brasileiras, devidamente documentados no CREA de acordo com a Resolução CONFEA Nº 444, de 14 de abril de 2000.”

Os Membros Técnicos analisaram a documentação e verificaram se a mesma foi submetida à análise e aprovação do CREA, onde se conclui que o atestado técnico apresentado pela licitante COASTAL não possui comprovação de reconhecimento pelo CREA. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia é o órgão indicado pelas leis brasileiras para opinar sobre a validade de tais documentos e determinar a equivalência de acervo técnico entre as atividades de engenharia desenvolvidas no exterior e as desenvolvidas no Brasil:

- Lei 8.666/93, Art. 30: Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a: I - registro ou inscrição na entidade profissional competente; II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;... § 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a:

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I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes,...

- A entidade profissional competente neste caso para o registro de documentos é o CREA, conforme o art. 24 da Lei nº 5.194/1966 que regula o exercício da profissão de Engenheiro no Brasil:

“Art. 24. A aplicação do que dispõe esta lei, a verificação e fiscalização do exercício e atividades das profissões nela reguladas serão exercidas por um Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA) e Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), organizados de forma a assegurarem unidade de ação.”

E para que não restassem dúvidas a respeito consultamos ainda o seguinte julgado: - PROCESSO 2008.34.00.023487-2/SJDF: “...da apresentação de atestados de capacidade técnico-profissional para equipamentos ... Afirmam que tal exigência de que os profissionais a operarem os ditos scanners sejam registrados no CREA impede a participação dos licitantes estrangeiros... Por outro lado, a ausência de registro no CREA dos atestados de qualificação técnica exigidos no edital já foi considerada pelo Superior Tribunal de Justiça como motivo ensejador da exclusão de empresa do processo licitatório... Não se verifica, portanto, à primeira vista, nenhuma ilegalidade no procedimento adotado pela autoridade impetrada, que não represente senão a cautela recomendada e esperada em qualquer licitação...

Ressalte-se que tanto a Resolução nº444/CONFEA quanto a Lei nº 8.666/93, art. 3º, § 1º, atendem, entre outros, ao princípio da isonomia, que determina a proibição de tratamento diferenciado entre empresas brasileiras e estrangeiras:

“Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) (Regulamento) § 1º É vedado aos agentes públicos: I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.”

Ou seja, no caso das exigências para habilitação na presente licitação, se para a empresa brasileira comprovar qualificação técnica deve se submeter à análise e validação da entidade competente, o CREA, o mesmo tratamento deve ser dado às empresas estrangeiras interessadas em participar da licitação (conforme solicitado pelo subitem 6.7 do edital). E ainda, compete privativamente a esse conselho analisar e validar documentos de acervo técnico estrangeiro a fim de determinar sua equivalência para o desempenho de atividades de engenharia no Brasil. Na ocasião do julgamento dos documentos apresentados na Segunda Reunião Pública da Comissão de Licitação, os Membros Técnicos aceitaram a Certidão 086/2012 – GRAT emitida pelo CREA-RJ em favor empresa estrangeira Coastal Environmental Systems, para fins de comprovação de atendimento tanto ao artigo 5º quanto ao artigo 7º da Resolução 444/ CONFEA. No entanto, no presente Parecer Técnico, os Membros Técnicos da Comissão de Licitação revisam a sua posição considerando que:

1. Para obter a Certidão referente ao artigo 5º a licitante Coastal Environmental Systems alega ter apresentado ao CREA comprovantes relativos ao acervo técnico dos profissionais dela encarregados. Porém, a Certidão 086/2012 – GRAT emitida pelo CREA-RJ descreve que foi atendido o artigo 5º da resolução, mas não indica: - quais os profissionais a que se refere o acervo técnico apresentado; - se foi feita análise da qualificação técnica dos profissionais; - quais foram os serviços a que se refere o acervo técnico apresentado; - se esse(s) profissional(is) tem competência perante ao CONFEA/CREA para executar esse tipo de serviço.

2. Portanto, para comprovação de capacitação técnico-profissional (pessoal técnico qualificado) deveria ter sido apresentado

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pela licitante estrangeira documentação específica referente à análise e validação do CREA. Por fim, não pode ser alegado, com base no artigo 6º da Resolução 444/CONFEA, que à empresa estrangeira seria permitido atender ao artigo 7º somente após vencer a licitação. Isto porque a Lei 8.666 no artigo 27 estabelece que:

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a: II - qualificação técnica;

Portanto, para qualificação técnica todas as licitantes, inclusive as estrangeiras, devem apresentar comprovantes na fase de habilitação da licitação, obedecendo ao princípio constitucional da isonomia e vinculação ao instrumento convocatório em conformidade com o subitem 6.7 do edital. ARGUMENTO 02 – CONSÓRCIO HOBECO/HOBECO A Coastal não apresentou CAT exigido no artigo 7º da Resolução 444 CONFEA. Para o equilíbrio das exigências do Edital para empresas nacionais e estrangeiras e para cumprimento do artigo 7º da resolução 444 de 14/04/2000 do CONFEA, que preconiza a equivalência do Acervo Técnico no país, a empresa Coastal Environmetal Systems estava obrigada a apresentar a anotação do CREA para Atestados Técnicos apresentados, o que não ocorreu. CONTRA RAZÃO AO ARGUMENTO 02 – EMPRESA COASTAL ENVIRONMENTAL SYSTEM O Artigo 7º da Resolução CONFEA da Resolução não traz nenhuma exigência quanto à apresentação de CAT para Empresas Estrangeiras e, conforme já explanado anteriormente, não condiz com nenhuma das exigências previstas no Edital. RESPOSTA AO ARGUMENTO 02 – EPNA Ao analisar o argumento do recorrente verifica-se que não foi exigido das empresas estrangeiras, no subitem 6.5 d) do Edital, que apresentassem CAT. No entanto, conforme resposta elaborada para o ARGUMENTO 01, atendendo à exigência do item 6.7 do Edital de Licitação, para comprovação de capacitação técnico-profissional deveria ter sido apresentado pela licitante estrangeira documentação específica referente à análise e validação do CREA. ARGUMENTO 03– CONSÓRCIO HOBECO/HOBECO O Atestado Técnico apresentado não é válido, pois o item 6.5d) exige que o atestado a ser apresentado seja emitido por “autoridade de fé publica” do local de execução das obras/serviços. CONTRA RAZÃO AO ARGUMENTO 03 – EMPRESA COASTAL ENVIRONMENTAL SYSTEM O termo fé pública, denota um crédito a ser dado aos documentos emitidos por autoridades públicas ou por privados no exercício de suas funções e que gozam da presunção de que tais documentos são verdadeiros. O número do contrato assinado, anexado a nossa proposta, permite um completo acompanhamento e conhecimento do processo. O atestado apresentado foi devidamente traduzido por tradutor público juramentado, autenticados por consulado brasileiro e documentado junto ao CREA, tendo sido gerada a emissão da Certidão pelo CREA, anexada ao processo, o que comprova e concretiza a sua validade. RESPOSTA AO ARGUMENTO 03 – EPNA Conforme resposta elaborada para o ARGUMENTO 01, atendendo à exigência do item 6.7 do Edital de Licitação, para comprovação de capacitação técnico-profissional deveria ter sido apresentado pela licitante estrangeira documentação específica referente à análise e validação do CREA. ARGUMENTO 04– CONSÓRCIO HOBECO/HOBECO Não apresentou atestado válido no país de origem da Coastal Environmental System, no caso EUA, e não apresentou atestado de qualquer entidade responsável pelo controle de tráfego aéreo em qualquer país. CONTRA RAZÃO AO ARGUMENTO 04 – EMPRESA COASTAL ENVIRONMENTAL SYSTEM Não existe qualquer alusão a este tipo de exigência no Edital e nos seus anexos. RESPOSTA AO ARGUMENTO 04 – EPNA Ao analisar o argumento do recorrente verifica-se que o Edital não traz nenhuma exigência sobre a apresentação de atestado válido do país de origem da licitante, ou sobre a apresentação de atestado de qualquer entidade responsável pelo controle de tráfego aéreo em qualquer país.

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3 - CONCLUSÃO Por todo o exposto na análise dos argumentos e razões apresentados nos citados Recurso Administrativo e Requerimento de Contra Razões, foi reavaliada a documentação apresentada pela licitante Coastal Environmental Systems por ocasião da Segunda Reunião Pública da Comissão de Licitação. Após esta análise, revimos a decisão definida anteriormente no Parecer para Julgamento dos Documentos de Habilitação e, de acordo com o subitem 8.5 do edital, estamos “INABILITANDO” a licitante Coastal Environmental Systems para a próxima fase, por não ter atendido a todas as exigências contidas no Edital da Licitação, na parte tocante a apresentação dos “Documentos de Habilitação”.”

Isto posto, a Comissão de Licitação acolhe o mencionado parecer técnico por

considerar que se encontra devidamente fundamentado.

VI – CONCLUSÃO:

Ante o exposto, esta Comissão de Licitação, consubstanciada no teor do

parecer produzido pela área técnica e na análise empregada no CAPÍTULO V desta instrução e, pela

faculdade adstrita ao subitem 10.4.2 do Edital, submete o assunto à consideração de V.Sªs. opinando, desde

já, pelo que segue:

a) PROVIMENTO ao recurso interposto pela licitante: Consórcio HOBECO/HOBECO, formado pelas

empresas HOBECO SUDAMERICA S.A E SOCIEDADE CONSIGNATÁRIA HOBECO LTDA -

CNPJ/MF Nº 33.031.675/0001-57, com a consequente INABILITAÇÃO da licitante COASTAL

ENVIRONMENTAL SYSTEMS.

b) PUBLICAR a alteração do resultado no Diário Oficial da União e disponibilizar o presente relatório no

site da INFRAERO, http://www.infraero.gov.br/portal_licitacao/, nos termos do Edital.

A consideração de Vossa Senhoria.

Brasília-(DF), 02 de julho de 2012.

FRANCISCO IVANI M. SOARES Presidente da Comissão de Licitação

JONATAS MADALENO RODRIGUES MESSIAS ANAIN ALMEIDA FARIA Membro Técnico Membro Técnico

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DO: Superintendente de Navegação Aérea PARA: Comissão de Licitação ASSUNTO: Instrução de Recurso Administrativo - Fase de Habilitação REF.: Concorrência Internacional nº 020/DALC/SEDE/2011 OBJETO: Fornecimento, instalação e colocação em operação de barômetros digitais com display,

barômetros digitais com display e repetidores digitais, para 56 (cinquenta e seis) localidades.

Consubstanciado nas informações contidas no Relatório de Instrução de

Recurso Administrativo – fase de julgamento de Documentos de Habilitação - expedido pela Comissão de

Licitação e nos termos do subitem 10.4.2 do Edital da licitação em referência, delibero pelo que segue:

a) PROVIMENTO ao recurso interposto pela licitante: Consórcio HOBECO/HOBECO, formado pelas

empresas HOBECO SUDAMERICA S.A E SOCIEDADE CONSIGNATÁRIA HOBECO LTDA -

CNPJ/MF Nº 33.031.675/0001-57, com a consequente INABILITAÇÃO da licitante COASTAL

ENVIRONMENTAL SYSTEMS.

b) AUTORIZO a divulgação da alteração do resultado de julgamento, nos termos da classificação final

mencionada no capitulo V do relatório da Comissão de Licitação.

Brasília/DF, 02 de julho de 2012

WILL WILSON FURTADO Superintendente de Navegação Aérea