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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
EIXO DAS TECNOLOGIAS
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
LABORATÓRIO DE MATERIAIS
Kamilla Rayane Brito Souza
Leanne Jakelliny Estevão de Melo Alves
Relatório de Experimento:
Blocos Cerâmicos.
Delmiro Gouveia – AL
Dezembro/2013
Kamilla Rayane Brito Souza
Leanne Jakelliny Estevão de Melo Alves
Relatório de Experimento:
Blocos Cerâmicos.
Trabalho apresentado pelas alunas Kamilla Rayane Brito
Souza e Leanne Jakelliny Estevão de Melo Alves do
curso de Engenharia de Produção, Eixo das Tecnologias,
à disciplina de Laboratório de Materiais, ministrada pelo
professor Alexandre Nascimento de Lima.
Delmiro Gouveia – AL
Dezembro/2013
INTRODUÇÃO
Foi realizado o experimento no laboratório, localizado no Campus do Sertão, onde
foram aferidas as medidas de 13 blocos cerâmicos para alvenaria de tipo vedação e,
utilizando-se como referência as normas NBR 15270-1 e NBR 15270-3 da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) a fim de que sejam sujeitados, os blocos, à
aprovação ou rejeição de acordo com as mesmas. O experimento foi conduzido pelo técnico
do laboratório e realizado pelas autoras em sua maioria contando com o auxílio dos monitores
da disciplina.
MATERIAIS UTILIZADOS
Para realização deste experimento foram utilizados os seguintes equipamentos:
13 Blocos cerâmicos para alvenaria de tipo vedação;
01 Paquímetro;
01 Esquadro.
01 Régua de plástico;
01 Balança digital;
01 Balde com água;
01 Tabela para anotação dos valores obtidos;
Conforme Figuras 01 e 02, abaixo:
Figura 01: Parte dos materiais utilizados no experimento.Fonte: As autoras.
Figura 02: Paquímetro utilizado no experimento.Fonte: As autoras.
DESENVOLVIMENTO
Os blocos cerâmicos são utilizados a cerca de 4 mil anos A.C., devido à sua
durabilidade e facilidade de fabricação, na construção civil como componentes básicos, seja
estruturalmente ou para vedação. Segundo sítio do INMETRO “os blocos de vedação são
aqueles destinados à execução de paredes que suportarão o peso próprio e pequenas cargas de
ocupação (armários, pias, lavatórios) e geralmente são utilizados com os furos na posição
horizontal” [3]. E sendo adotado o milheiro como unidade para fins de comercialização.
Neste ensaio, foram inspecionados blocos cerâmicos de vedação onde deverão constar
em sua identificação:
O bloco cerâmico de vedação deve trazer, obrigatoriamente, gravado em uma das suas faces externas, a identificação do fabricante e do bloco, em baixo relevo ou reentrância, com caracteres de no mínimo 5 mm de altura, sem que prejudique o seu uso. Nessa inscrição deve constar no mínimo o seguinte:a) identificação da empresa;b) dimensões de fabricação em centímetros, na sequencia largura (L), altura (H) e comprimento (C), na forma (L x H x C), podendo ser suprimida a inscrição da unidade de medida em centímetros. (NBR 15270-1, 2005, p. 09).
À partir dessas informações, o lote de blocos foi inspecionado onde as características
de identificação foram avaliadas em cada bloco individualmente e relatadas as discrepâncias
identificadas, sendo identificado o bloco de nº 05 não satisfazendo às exigências da NBR
15270-1:2005. Os dados estão descritos na Tabela 1, abaixo:
Tabela 01: Dados de identificação obtidos no experimento.
01 IDENTIFICAÇÃO
Bloco N° Situação Bloco N° Situação Bloco N° Situação Bloco N° Situação
01 OK 05 N. C 08 OK 11 OK
02 OK 06 OK 09 OK 12 OK
03 OK 07 OK 10 OK 13 OK
04 OK
UNC* 01 (nº 05)
Data: 05/12/2013 Técnico:
Fonte: As autoras.
* Unidades Não Conformes.
Segundo a NBR 15270-1:2005, quanto às características visuais, o bloco cerâmico
“não deve apresentar defeitos sistemáticos, tais como quebras, superfícies irregulares ou
deformações que impeçam o seu emprego na função especificada”. Primeiramente foi
realizada a inspeção de modo a identificar quebras, trincas e deformações na superfície dos
blocos. Foram encontrados no lote, 4 (quatro) blocos que não atenderiam às especificações
requeridas. Sabendo que o limite de aceitação da amostra sendo de 02 (dois) blocos com
possíveis defeitos e de rejeição sendo o de 05 (cinco) blocos, não foi realizado uma nova
inspeção em outro lote, não havendo rejeição do lote inspecionado.
Os dados obtidos quanto às características visuais estão explícitos na tabela a seguir.
Tabela 02: Dados de características visuais obtidos no experimento.
02 CARACTERÍSTICAS VISUAIS
Bloco N° Situação Bloco N° Situação Bloco N° Situação Bloco N° Situação
01 OK 05 N. C 08 OK 11 OK
02 N. C 06 OK 09 OK 12 OK
03 OK 07 N. C 10 OK 13 N. C
04 OK
UNC* 04 (nº 02, 05, 07, 13)
Data: 05/12/2013 Técnico:
Fonte: As autoras.
* Unidades Não Conformes.
Em relação às características geométricas, a NBR 15270-1:2005 as medidas devem
obedecer à seguinte ordem de valores: largura (L) igual 90mm, altura (H) igual 140mm e
comprimento (C) como sendo 190mm e apresentar tolerância dimensionais efetivas e
individuais de ±5mm , e para a média das dimensões efetivas como sendo de ±3mm [1].
Assim, com o auxílio do paquímetro foram realizadas as medidas seguindo as instruções
presentes na terceira parte da NBR 15270:2005, medindo duas vezes cada bloco em faces
diversas e contrárias na altura média, como estabelecida na norma. As informações obtidas
estão presentes na tabela a seguir.
Tabela 03: Dados obtidos quanto às medidas das faces
03 MEDIDAS DAS FACES
Bloco
N°
Largura (mm) Altura (mm) Comprimento (mm)
L1 L2 LM H1 H2 HM C1 C2 CM
01 88,21 87,57 87,89 139,33 138,03 138,68 197,00 195,50 196,25*
02 86,97 85,69 86,33* 135,19 135,34135,27
*192,00 195,00 193,50*
03 88,12 87,42 87,77 137,51 139,16 138,34 195,00 197,00 196,00*
04 87,69 87,34 87,52 136,40 137,16136,78
*196,00 194,00 195,00*
05 83,63 81,68 82,66* 133,20 136,51134,86
*193,00 194,00 193,50*
06 88,28 86,86 87,57 139,20 139,61 139,41 195,00 194,00 194,50*
07 88,32 86,42 87,37 139,01 136,70 137,86 194,00 195,00 194,50*
08 88,71 86,86 87,79 135,39 133,95134,67
*193,00 192,00 192,50
09 90,15 87,56 88,86 138,25 138,45 138,35 196,00 197,00 196,50*
10 88,80 87,70 88,25 138,55 137,03 137,79 198,00 197,00 197,50*
11 85,75 86,60 86,18* 137,88 137,50 137,69 195,00 195,00 195,00*
12 84,14 86,52 85,33* 137,63 138,70 138,17 196,00 194,00 195,00*
13 83,30 84,82 84,06* 131,18 129,41130,30
*190,00 188,00 189,00
UNC* 05* - 05* - 11*
MÉDIA DAS
DIMENSÕES90 - 140 - 190
Data: 05/12/2013 Técnico:
Fonte: As autoras.
* Unidades Não Conformes.
Dessa maneira, foram identificados 05 (cinco) blocos que não atenderam às exigências
em relação à Largura e mais 05 (cinco) blocos que não corresponderam em relação à Altura,
assim como foram identificado 11 (onze) blocos que não atenderam às expectativas de
amostra em relação à Média do Comprimento resultando, então, na rejeição desse lote.
“A espessura dos septos dos blocos cerâmicos de vedação deve ser no mínimo 6 mm e
a das paredes externas no mínimo 7 mm” [1]. “As medições das espessuras dos septos devem
ser obtidas na região central destes, utilizando no mínimo quatro medições, buscando os
septos de menor espessura” [2]. Nessa parte do processo, foram aferidas as medidas de ambas
as faces sendo escolhidos quatro pontos das paredes externas e dois pontos para os septos.
Desse modo, foram aferidos os pontos e registrados na Tabela 04 e como pode ser visualizado
na Figura 03, abaixo:
Tabela 04: Dados obtidos em relação às Paredes Externas e Septos
04 PAREDES E SEPTOS
Bloco N° Paredes (mm) Septos (mm)
e1 e2 e3 e4 e1 e2
01 7,85 7,93 5,41 5,37* 7,18 7,71
02 5,24* 6,12 5,64 6,83 8,18 7,02
03 6,75* 6,95 10,35 10,28 6,53 8,12
04 5,67* 5,76 5,92 6,53 8,19 9,00
05 7,12 7,00 6,43 5,46* 7,46 7,58
06 5,90* 5,87 7,35 7,05 7,66 7,37
07 6,17* 8,20 7,78 8,95 8,54 7,72
08 6,11* 6,75 6,24 7,27 8,08 7,04
09 8,10 7,32 6,34* 6,57 6,20 7,73
10 6,37* 7,14 7,81 6,93 7,10 6,96
11 5,41* 6,20 6,77 7,70 7,19 7,14
12 6,56 6,47 5,63* 5,73 7,29 8,10
Figura 03: Medida da parede externa.Fonte: As autoras.
13 8,14 8,68 7,16 7,17 7,46 7,11
UNC* 13
Data: 05/12/2013 Técnico:
Fonte: As autoras.
* Unidades Não Conformes.
Dessa maneira, e atendendo a NBR 15270 partes 1 e 3, todos os corpos de provas
foram rejeitados devido à menor espessura das paredes externas apresentarem valo abaixo do
mínimo considero aceitável (7 mm).
Em relação ao desvio em relação ao esquadro a flecha deverá ser de no máximo 3 mm
[1]. Assim, de acordo com o estabelecido na NBR 15270-3:2005, seguindo às instruções da
Figura 04, os treze blocos tiveram suas medidas realizadas e anotadas na Tabela 05, onde três
corpos de provas obtiveram medidas excedentes ao mínimo requerido e, também, atingindo o
limite de tolerância para rejeição do lote (três).
Tabela 05: Dados obtidos referentes ao Desvio em Relação ao Esquadro
05 DESVIO EM RELAÇÃO AO ESQUADRO
Bloco N° Desvio
(mm)
Bloco N° Desvio
(mm)
Bloco N° Desvio
(mm)
Bloco N° Desvio
(mm)
01 2 05 1 08 5* 11 1
02 5* 06 4* 09 1 12 3
03 1 07 1 10 2 13 3
Figura 04: Representação esquemática – Desvio em relação ao esquadro.Fonte: ABNT – NBR 15270-3, p. 11.
04 1
UNC* 03(Nº 02, 06, 08)
Data: 05/12/2013 Técnico:
Fonte: As autoras.
* Unidades Não Conformes.
Na Tabela 06 estão identificadas as medidas obtidas no ensaio em relação à Planeza
das Faces, onde, segundo a NBR 15270-1, a flecha deve ser de no máximo 3 mm quando se
apresentar. Assim, de acordo com as medidas realizadas através da descrição do processo
estabelecido pela NBR 15270-3:2005, todos os trezes blocos cerâmicos atendem às
especificidades exigidas na norma.
Tabela 06: Medidas obtidas em relação à Planeza das Faces
06 PLANEZA DAS FACES
Bloco N° Flecha Bloco N° Flecha Bloco N° Flecha Bloco N° Flecha
01 1 05 1 08 1 11 2
02 2 06 1 09 1 12 1
03 1 07 2 10 3 13 1
04 2
UNC*
Data: 05/12/2013 Técnico:
Fonte: As autoras.
* Unidades Não Conformes.
Finalizando o ensaio, e como “a determinação da área bruta é aplicável para o bloco de
vedação e estrutural e a determinação da área líquida exclusivamente para bloco estrutural”
[2]. E, sabendo que “o índice de absorção d´água não deve ser inferior a 8% nem superior a
22%”, calculamos através de (1) os valores percentuais de absorção da água à partir das
medidas anotadas em laboratório . Então, realizado o processo de acordo com o disposto na
NBR 15270-3 para determinação do índice de absorção de água e determinação da massa seca
dos blocos, onde estão expressos na Tabela 07 os valores referentes à esta parte do
experimento. Tal processo requer o uso de apenas 06 (seis) blocos cerâmicos de alvenaria.
AA(% )=(mu−msms×100)(1)
Assim, obtidos os valores percentuais em relação às massas secas e úmidas baseados
nos dados expressos na Tabela 07, a seguir:
Tabela 07: Dados Obtidos em relação à Massa Seca e o Índice de Absorção
07 MASSA SECA E ÍNDICE DE ABSORÇÃO
Bloco
N°
Massa Seca (g) Massa Úmida (g) Índice de Absorção (%)
01 1.768 1.944 10
02 1.733 1.990 15
03 1.761 1.976 12
04 1.781 1.998 12
05 1.833 2.068 13
06 1.796 2.028 13
UNC*
Data: 05/12/2013 Técnico:
Fonte: As autoras.
* Unidades Não Conformes.
Verificamos, então, que todas as amostras atendem às exigências das normas, pois
apresentam índices de absorção dentro do estabelecido pela NBR 15270-1.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseados no exposto em sala de aula e de acordo com a NBR 15270 (partes 1 e 3),
verificamos a qualidade dos blocos cerâmicos para alvenaria de vedação destinado à
utilização em construção civil na prática, à despeito das dificuldades encontradas durante a
realização do processo, tais como o excesso de alunos no ambiente onde resultou na não
realização completa do experimento no dia da aula, sendo realizada as aferições referentes às
tabelas 05 e 06 em outra data, o experimento transcorreu de forma tranquila. E com o auxílio
da bibliografia consultada, além das anotações em sala de aula, pôde-se verificar o nível de
qualidade da amostra de blocos cerâmicos a fim de que se submetam à aprovação ou rejeição
dos lotes.
Assim, de acordo com pesquisa realizada e resultado disposto no sítio do INMETRO
(2001) “[...] concluímos que a tendência da qualidade dos blocos cerâmicos existentes no
mercado é não atenderem aos parâmetros vigentes, tanto no que se refere aos requisitos
estabelecidos pela norma brasileira, quanto aos relacionados à Portaria Inmetro para
verificação da conformidade metrológica para produtos desta natureza”, verificou-se uma
quantidade considerável de amostras rejeitadas, talvez por não haver uma cobrança efetiva do
cumprimento das exigências normativas por parte dos pontos de venda dos blocos cerâmicos,
bem como por não haver exigência de controle de qualidade por parte do consumidor desse
produto importante e necessário para atender e acompanhar o desenvolvimento econômico do
país.
REFERÊNCIAS
[1] Normatização Brasileira para Blocos Cerâmicos: NBR 15270-1:2005. Componentes cerâmicos. Parte 1: Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação — Terminologia e requisitos;[2] Normatização Brasileira para Blocos Cerâmicos: NBR 15270-3:2005. Componentes cerâmicos. Parte 3: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação — Métodos de ensaio;[3] <http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/tijolo.asp#laboratorio> Acesso em
10/12/2013 às 21hr35min;
[4] Notas de sala de aula do Professor Alexandre Nascimento de Lima.