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Relatório individual
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Escola Superior de Educação de Setúbal
Licenciatura em Comunicação Social Carteira de Competências
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Descrição da actividade
“A investigação continua a ser o factor de diferença do trabalho jornalístico.
Neste curso, irão ser partilhadas as técnicas fundamentais de investigação, bem como as
ferramentas, clássicas e contemporâneas, que podem ser utilizadas pelos jornalistas para
potenciar a capacidade de obter informação.”1
Entre os dias 16 de Maio de 2011 e 27 de Maio de 2011, frequentei o curso
profissional “Jornalismo de Investigação – Técnicas Fundamentais e Ferramentas
Essenciais” no Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas (CENJOR), em
Belém.
O curso teve a duração de 40 horas, subdivididas pelos seguintes temas: A história do
jornalismo de investigação; A selecção e o domínio do contexto de trabalho; A construção de
uma relação com os informadores, o tempo e a confiança; As fontes técnicas e académicas; A
investigação para imprensa e livro; A investigação para televisão, documentário e rádio; A
investigação para os novos mercados do texto e imagem e Realização do trabalho final, por
parte dos formandos.
O formador, José Vegar, promoveu as aprendizagens dos formandos, através de uma
metodologia teórico-prática, Ao longo do curso, para além da base teórica, o professor foi
expondo experiências pessoais vividas no âmbito de cada conceito que nos queria transmitir,
o que fez com que as aprendizagens se tornassem mais significativas, conseguindo, desta
forma, que mesmo os conceitos de maior dificuldade de assimilação, fossem melhor
apreendidos. Por outro lado, deu-nos sempre oportunidade de partilhar, também, experiências
nas áreas de cada um, o que veio enriquecer, ainda mais, o processo ensino-aprendizagem.
Para além do trabalho de pesquisa e recolha de dados, que fomos desenvolvendo
durante o curso (em casa), as duas últimas aulas foram dedicadas, exclusivamente, à aplicação
das bases teóricas, no nosso projecto individual. Este projecto consistia num Plano Real de
Investigação, ou seja, um plano de investigação que fosse de possível aplicação, devidamente
fundamentado.
1 In CENJOR – Programa de Formação do Curso Jornalismo de Investigação
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Competências para que a actividade contribuiu
COMPETÊNCIAS DA ESE
Competências instrumentais
Comunica de forma eficaz, usando a língua portuguesa para fins sociais, académicos e profissionais.
Mobiliza literacias múltiplas na compreensão dos fenómenos do mundo actual.
Gere eficazmente a informação relevante para a sua área académica e profissional.
Organiza e planeia o trabalho pessoal.
Competências interpessoais
Conhece-se a si próprio, reconhecendo as diferenças pessoais, sociais e culturais.
Comunica e interage com os outros promovendo ambientes de trabalho produtivo.
Compreende e exerce o seu papel como cidadão.
Compreende e regula a sua acção de acordo com os princípios éticos e deontológicos da sua profissão.
Competências sistémicas
Promove o seu próprio desenvolvimento pessoal e profissional numa perspectiva de aprendizagem ao longo da vida.
Revela autonomia na abordagem e na resolução de problemas.
Participa e/ou elabora actividades de investigação.
COMPETÊNCIAS DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Desenvolve actividades de investigação no domínio da comunicação.
Mobiliza conhecimentos metodológicos na realização de projectos de investigação
e na produção dos conteúdos informativos.
Compreende as questões morais, éticas, e legais que sustentam as boas práticas
no campo da comunicação.
Conhece e utiliza adequadamente os princípios técnicos que organizam
profissionalmente a actividade jornalística
Domina conhecimentos de várias áreas do saber que permitem a compreensão da
complexidade das sociedades e dos contextos e processos onde se inserem os
fenómenos comunicacionais.
Conhece e compreende os fenómenos e processos de comunicação nas suas
múltiplas dimensões.
Domina diferentes linguagens de comunicação que utiliza com adequação e
correcção.
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Reflexão
“A informação está na casa. Está fechada. O acto essencial é que alguém nos abra
a porta. Depois, no hall, nos abra a porta para o quarto e no quarto nos abra o cofre.” Esta,
segundo José Vegar, é a grande metáfora da investigação. O grande papel do investigador é
saber abrir todas as portas para que se faça chegar a informação aos outros.
Isto fez-me reflectir, sobretudo, acerca do papel do jornalista…
Todo o jornalismo devia ser de investigação. Essa para mim tornou-se a questão
primordial. Na verdade, com a velocidade que as nossas vidas estão a tomar, a verdade é que
não há tempo. E por não haver tempo, escolhemos o que é mais fácil e imediato. Então, a
maioria das publicações procura a notícia da agência Lusa e duplica-a. Porquê? Porque não
tem tempo para procurar, para investigar. Porquê? Porque a matéria tem que sair e não há
tempo para ir investigar a questão a fundo…
Os frequentes debates, durante a formação, permitiram-me o desenvolvimento de
competências comunicativas, não só para fins sociais, como académicos e profissionais.
Recordo-me que, numa das aulas proferi a palavra “intrínseco”, ao que o professor respondeu,
de imediato: “Oh dona Ana Lúcia, você não me vá escrever isso numa redacção nenhuma
que ninguém a vai perceber!” De facto, estes episódios, contribuíram para compreensão da
aplicação devida da língua portuguesa, adequando-a a cada contexto. Neste caso, ao
jornalismo.
Por outro lado, os fenómenos actuais foram, frequentemente, alvo de debate e
compreensão, adequando cada um ao Jornalismo de Investigação. Caber-nos-ia, então, neste
sentido, gerir toda a informação, organizando-a e adequando-a à área académica, para o
devido planeamento do trabalho individual.
As competências interpessoais, foram desenvolvidas durante toda a frequência no
curso. Para além do leque de profissões/ocupações distintas no grupo de formandos (alunos de
Comunicação Social, jornalistas, fotógrafos, alunos de Ciências Políticas, alunos de
Psicologia, etc.) ao mesmo tempo que salientavam as diferenças pessoais, sociais e culturais
de cada um, aproximavam-nos para um mesmo fim, através de todas as partilhas pessoais, e
para a promoção de um ambiente de trabalho, produtivo. A juntar a este facto, vinha, ainda, a
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importância de adequar todas estas experiencias ao objectivo do curso, regulando a acção de
cada um aos princípios éticos e deontológicos da profissão.
Este foi um processo que me enriqueceu, não só profissionalmente como
pessoalmente. Para além de ter tido a necessidade de criar estratégias de trabalho
autonomamente, forçou-me a desenvolver a capacidade de resolução de problemas. Isto
porquê? O objectivo final era a aptidão, por parte dos formandos, a exercer correctamente
jornalismo de investigação, sendo o objectivo primordial a realização do plano da nossa
própria investigação. Neste sentido, para além de o formador José Vegar nos ter transmitido
toda a teoria necessária ao desempenho correcto da investigação jornalística, no momento de
elaboração dos trabalhos deixou-nos sozinhos… Isto foi extremamente importante para que eu
conseguisse testar as possibilidades e, a partir daí, tomar as minhas próprias decisões sempre
com o intuito de criar as melhores estratégias durante a elaboração do meu trabalho
individual.
Se valeu a pena? Inquestionavelmente… A mais que não fosse para perceber que
não tenho perfil para me dedicar ao jornalismo de investigação. Principalmente pelos riscos
que se correm neste tipo de trabalho. Se, por um lado, temos investigadores judiciais que
trabalham com a devida protecção, por outro lado, temos os jornalistas investigadores que
não possuem qualquer protecção legal. Assusta um pouco… Porém, se não fossem factores
como este, estou certa de que é o jornalismo que mais gostaria de exercer…
“ O Jornalismo de Investigação, no seu melhor, é uma ciência fascinante que
reúne o saber académico, ao saber técnico e ao trabalho de campo.” J.V.