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RELATÓRIO E CONTAS 2009 0
CAIXAECONÓMICADA MISERICÓRDIA
DE ANGRA DO HEROÍSMO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO // 24-03-2010
Relatório
e Contas 2009
CAIXA ECONÓMICA DA MISERICÓRDIA
RELATÓRIO E CONTAS 2010 1
relatório
e contas
2010
Apresentado pelo Conselho de Administração da CEMAH
Assembleia Geral de 23 de Março de 2011
CAIXA ECONÓMICA DA MISERICÓRDIA
RELATÓRIO E CONTAS 2010 2
índice
ÓRGÃOS SOCIAIS 3
MENSAGEM DO PRESIDENTE 4
REDE DE BALCÕES 6
RELACIONAMENTO INSTITUCIONAL 7 Enquadramento Económico e Financeiro 7
ACTIVIDADE COMERCIAL 12 Enquadramento Geral e Estratégia 12
Principais Acontecimentos em 2010 12
GESTÃO DE CARTEIRA DE OPERAÇÕES 13 Crédito 13 Depósitos 13 Produtos, Serviços e Canais 14 Presença Geográfica e Meios de Pagamento 14
RECURSOS HUMANOS 16 Estrutura Orgânica 16 Distribuição dos Activos 17 Perfil Etário e Habilitações 18 Política de Remunerações dos Órgãos Sociais 18 Formação 19
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 20
ORGANIZAÇÃO 22 Património e Obras 23
Conservação do Património 23 Equipamentos 23
GESTÃO DO RISCO 24
COMPLIANCE E GESTÃO DO RISCO 26
AUDITORIA INTERNA 27
RESULTADOS DA ACTIVIDADE 29 Depósitos 29 Crédito 30 Balanço 31 Conta de Exploração 33 Síntese 35 Proposta de Aplicação de Resultados do Exercício 36
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 37 Balanço em 31 de Dezembro de 2009 e 2010 38 Demonstração de Resultados dos Períodos Findos em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 39 Demonstração doRendimento Integral para o Período de 12 meses findo em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 40 Demonstração de Fluxos de Caixa Periódicos Findos em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 41 Demonstração de Alterações no Capital Próprio dos Períodos findos em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 42
RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO FISCAL 43
CERTIFICAÇÃO DE CONTAS 46
ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31
DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009 49
RELATÓRIO E CONTAS 2010 3
Órgãos sociais
A Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo
é propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Angra do
Heroísmo, cuja Mesa Administrativa, composta por sete
elementos, é presidida pelo Senhor Provedor António da
Fonseca Marcos.
A gestão da Caixa está entregue a um Conselho de
Administração (CA), composto por três membros,
trienalmente eleitos pela Assembleia Geral.
Os Órgãos Sociais da Instituição são a Mesa da
Assembleia Geral, o Conselho Fiscal e o Conselho de
Administração, cujas composições abaixo se indicam, para
o triénio 2008/2010:
MESA ASSEMBLEIA GERAL
João Maria Borges da Costa de Sousa Mendes
José Lima do Amaral Mendonça
Manuel Olim Perestrelo
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Carlos Manuel Brasil da Silva Raulino
José Mancebo Soares
Leonildo Garcia Vargas
CONSELHO FISCAL
Marco André Forjaz Rendeiro
José Humberto Farinha de Melo
Nuno Alberto Lopes Melo Alves
RELATÓRIO E CONTAS 2010 4
mensagem do presidente
Caros Irmãos da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo,
Vivemos nesta segunda década do século XXI
uma fase bastante atípica e prolongada de
instabilidade económica, financeira e social
resultante fundamentalmente do ajustamento nos
modelos de desenvolvimento escolhidos pelos
principais países responsáveis pelo crescimento
económico global, seja de forma individual ou
compartilhada em espaços de natureza
comunitária.
O registo histórico de taxas de crescimento do PIB
mundial na ordem dos 5% tende a ser tarefa de
difícil execução e só possível se imperarem, nas
decisões políticas, nacionais e internacionais,
estratégiasconcertadas objectivadas para a
produção e criação de emprego, norteadas por
princípios de razoabilidade e equilíbrio.
Os Estados Unidos da América, a União Europeia
e os BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China,
assegurando crescimentos positivos, embora de
forma desigual, conseguirammanter níveis
interessantes de actividade, suportando os efeitos
externos e relevando os seus factores de
competitividade. É facto que a dimensão é uma
grande vantagem, mas não é menos verdade que
o futuro passa sempre por um bom desenho
estratégico, independentemente das riquezas
naturais endógenas e do nível de qualificação das
populações.
O caminho da globalização percorrido em
processo acelerado de liberalização, sem
seracompanhado de um adequado quadro
regulamentar, motivou o descontrolo do mercado
financeiro e de capitais, colocando em evidência o
desajustamento entre poupança e concessão de
crédito, entre crédito concedido e cobertura de
garantias, o que, associado à criação de produtos
financeiros sofisticados, mal estruturados e muito
alavancados, tornou o sectorfinanceiro vulnerável
e com riscos acrescidos.
Naturalmente este ambiente favoreceu as
Instituições bem estruturadas, mas estimulou o
aparecimento ou incremento dos operadores
especulativos.
Foi neste contexto de difícil compreensão e
estimativa que Portugal sobreviveu envolvido
cumulativamente nos seus próprios problemas.
A vivência em contexto de PEC – Plano de
Estabilidade e Crescimento, objectivado para
reduções anuais progressivas e significativas do
défice das Contas Públicas, numa realidade de
endividamento consolidado bastante elevado,
condicionou sobremaneira a actividade bancária
em Portugal e implicitamente na Região Autónoma
dos Açores.
Níveis reduzidos de crescimento do PIB, com
tendência recessiva, desemprego a atingir valores
preocupantes, imposição fiscal progressiva e
endividamento desproporcionado do Estado, das
empresas, da banca e dos particulares, afectaram
os níveis de confiança, com efeito directo na
propensão para investir e consumir. A poupança
nacional manteve níveis inferiores à média
europeia.
Foi seguramente um dos anos mais difíceis para a
actividade bancária, obrigando a uma gestão
muito próxima do negócio.
As dificuldades de acesso ao financiamento
externo, aelevação do risco proveniente das
RELATÓRIO E CONTAS 2010 5
dificuldades económicas associadas às empresas
e particulares, as normas impostas de ajustamento
de capital social e as dificuldades de liquidez geral
dos mercados financeiros, obrigaram a banca
portuguesa a implementar políticas
contraccionistas de concessão de crédito e
motivaram uma nova forma de actuar na captação
de recursos, utilizando muitas vezes critérios
pouco prudenciais.
A nossa centenária Instituição, fruto de uma
estratégia persistente de conservadorismo, leu os
sinais do mercado e actuou no sentido de um
adequado ajustamento na remuneração dos
nossos depósitos e na execução de medidas
afinadas de controlo de crédito.
A proximidade com os clientes e a compreensão
das suas necessidades foi a principal alavanca do
nosso negócio.
Conseguimos manter uma carteira de depósitos
de cerca de 239 milhões de Euros, com um ligeiro
decréscimo anual de 2% e contraímos o crédito
concedido em 8,3%, em linha com o todo nacional.
Conforme se depreende a nossa gestão foi
norteada no sentido da solidez do Balanço,
mantendo-nos na actividade bancária pura, não
aplicando o seu excesso de liquidez em produtos
financeiros com sofisticação e risco, antes
privilegiando a segurança. A opção pela qualidade
do crédito e pela aplicação da liquidez sob a forma
de depósitos em instituições bancárias permitiu
uma rendibilidade interessante face à conjuntura e
a produção de um rácio de solvabilidade de 11,5%
(após distribuição dos resultados), que nos coloca
num patamar de conforto dentro da banca
portuguesa.
Elegemos a racionalidade como lema de 2010,
implementando medidas de controlo dos custos
operacionais e da contenção da massa salarial.
Desenvolvemos projectos na área da gestão
documental e do desenho de processos que
garantiram maior eficiência ao nível da qualidade
do serviço e da afectação de recursos humanos,
mantendo uma constante actualização de
conhecimentos através da execução do plano
anual de formação profissional.
Demos resposta eficaz às exigências da
supervisão prudencial e comportamental,
aperfeiçoando o controlo interno, a auditoria e o
compliance.
Em nosso entender cumprimos a nobre missão de
gerir os recursos financeiros colocados à nossa
confiança, financiámos a actividade económica
local nesta difícil conjuntura e valorizámos esta
instituição bancária, realizando um resultado
líquido de 1.036 milhões Euros, após deduzidas
todasas obrigações de provisionamento.
Privilegiámos um franco relacionamento com o
Banco de Portugal, Governo Regional dos Açores,
Entidades Públicas e Bancos operando no
mercado português com quem acompanhámos o
evoluir deste complicado ano económico.
O nosso sincero agradecimento aos Órgãos
Sociais, aos colaboradores e uma palavra muito
especial aos clientes, pela confiança demonstrada.
Continua presente e muito vivo o nosso objectivo
estratégico de crescermos de forma consolidada e
sustentada, já no próximo ano, e de obtermos o
estatuto de Instituição Regional.
Presidente do Conselho de Administração
________________________
Carlos Raulino
RELATÓRIO E CONTAS 2010 6
rede de balcões
Ilha Terceira – 5 Balcões
Rua Direita, 118
9700-066 Angra do Heroísmo
Rua da Sé, 13
9700- 191 Angra do Heroísmo
Rua Padre Rocha Sousa, 10 A
9760-509 Praia da Vitória
Rua de Santo António, 2
9700-587 São Mateus da Calheta
Caminho do Concelho, 137
9760-051 Biscoitos
São Jorge – 2 Balcões
Rua 25 de Abril
9850-032 Calheta
Rua Maestro Francisco Lacerda, 30
9800-551 Velas
Graciosa – 1 Balcão
Rua Dr. João de Deus Vieira
9880-379 Santa Cruz
Faial - 1 Balcão
Praça da República
9900-099 Horta
Pico – 1 Balcão
Rua Visconde Leite Perry
9950-341 Madalena
RELATÓRIO E CONTAS 2010 7
relacionamento institucional
ENQUADRAMENTO ECONÓMICO E FINANCEIRO
A crise financeira que emergiu a nível
internacional em 2007 veio tornar mais visível
um conjunto de desequilíbrios significativos, quer
à escala global quer a nível nacional.
De facto, a dimensão e o carácter recorrente que
a presente crise tem assumido deriva, em
alguma medida, do facto de a mesma ocorrer
após um período muito longo de condições
particularmente favoráveis nos mercados
financeiros internacionais, em que as crises que
entretanto foram surgindo (como a do default da
Rússia, da bolha tecnológica ou a derivada do 11
de Setembro) foram sendo resolvidas, criando
uma falsa ilusão de resistência a choques e, de
uma forma geral, de eficiência dos mercados
financeiros. Neste contexto, avolumaram-se
situações de assimetria de informação sobre a
distribuição dos riscos à escala global, conforme
o desenrolar da crise tem vindo a revelar.
Não obstante o carácter global da crise
financeira, o seu impacto sobre os diferentes
países e blocos económicos não foi homogéneo,
em termos de intensidade e persistência. Tal
facto derivou de diferentes situações de partida,
tanto em termos do sistema financeiro e da
posição financeira dos agentes económicos
como do enquadramento normativo das relações
entre os mesmos. Adicionalmente, terá também
derivado das diferentes respostas das
autoridades, dentro de um quadro, também
diferenciado, de instrumentos e políticas
disponíveis, e do potencial de crescimento
sustentado de cada economia. Porém, de forma
particularmente visível em 2010, essas respostas
tornaram-se em si mesmas parte do problema
num grupo de países da área do euro, com a
crise da dívida soberana a elevar com
preocupantes questões de liquidez e de
solvabilidade dos respectivos sectores públicos.
Esta deslocação do foco de instabilidade, com
significativos reflexos nas condições de
financiamento dos sistemas bancários nos
mercados internacionais, em termos de preços e
de quantidades, tem contribuído para que as
fragilidades intrínsecas dessas economias
acentuem os efeitos da crise sobre os restantes
sectores económicos.
No primeiro semestre de 2010 manteve-se a
recuperação, iniciada em meados de 2009, da
profunda recessão económica que foi
desencadeada pela crise financeira
internacional. Globalmente em linha com o
previsto, esta recuperação foi, no entanto,
bastante heterogénea em termos regionais, com
as economias emergentes a exibir considerável
dinamismo, enquanto num número significativo
de economias avançadas a recuperação denotou
um ritmo claramente mais reduzido, refletindoem
larga medida a dinâmica da componente
externa. Acresce que, em particular para estas
últimas economias, subsiste considerável
incerteza acerca da sustentabilidade dessa
recuperação. De facto, o crescimento da
actividade económica beneficiou da adopção de
RELATÓRIO E CONTAS 2010 8
fortes estímulos de política monetária e
orçamental desde o início da crise, surgindo os
mesmos agora condicionados pela necessidade
de ajustamento dos sistemas financeiros e dos
balanços dos agentes económicos, públicos e
privados. A fragilidade da trajectória da
recuperação nas economias avançadas tenderá
a repercutir-se nas economias de mercado
emergentes, dadas as intensas ligações reais e
financeiras existentes. Apesar da recuperação a
nível global, não se verificou, de forma
generalizada, uma diminuição evidente do
desemprego, em alguma medida reflectindo os
desfasamentos com a actividade económica,
mantendo-se assim níveis que configuram um
importante desafio económico e social, em
particular em algumas economias avançadas.
Nos EUA, o desemprego manteve-se nos 9,4%,
enquanto a média da zona euro terá ficado pelos
10%.
Realce-se que os riscos associados aos
desequilíbrios financeiros a nível global não
terão registado uma diminuição sensível face
aos observados antes da erupção da crise
financeira, na medida em que não se observou,
de forma clara, um ajustamento estrutural entre
rendimento e despesa. Assim, os desequilíbrios
que existiam nas grandes economias e entre
blocos económicos mantiveram-se globalmente
inalterados, tendo-se mesmo acentuado em
alguns casos. De facto, os fluxos de capitais com
origem nas economias de mercado emergentes
mantêm-se significativos, na linha do observado
desde 2009, apesar da quebra na primeira
metade de 2010 na sequência da turbulência nos
mercados de dívida soberana da área do euro.
Apesar de algum aumento na taxa de poupança
das famílias nos EUA, existe o risco de que esta
retome níveis semelhantes aos observados
antes da crise financeira, na medida em que a
situação nos mercados de habitação e
financeiros estabilize e a confiança dos
consumidores aumente. Em contraste, as
economias asiáticas parecem manter uma taxa
de poupança estruturalmente elevada.
O crescimento económico registou uma
recuperação acentuada nos EUA (2,8%), embora
evidenciando alguns sinais claros de
desaceleração. A actividade económica foi
sustentada pela procura interna, continuando as
exportações líquidas a apresentar um contributo
negativo. De facto, o desequilíbrio das contas
externas dos EUA acentuou-se no primeiro
semestre de 2010, sugerindo que a correcção
ligeira observada nos trimestres anteriores tenha
tido uma natureza essencialmente conjuntural,
reflectindo o abrandamento da actividade
económica. As contas públicas mantiveram um
défice muito elevado, estimando-se para 2010
um valor superior a 9 por cento do PIB e, para a
próxima década um aumento significativo da
dívida pública (de cerca de 53 por cento em
2009 para aproximadamente 70 por cento em
2020). Não obstante a dívida americana manter
ainda o seu estatuto de activo de refúgio, não
será de excluir que, num contexto de maior
incerteza, possa assistir-se a aumentos nas
taxas de rendibilidade exigidas pelos
investidores para deter dívida dos EUA. Tal
evolução poderia contagiar os mercados
financeiros a nível global, aumentando o custo
do financiamento por prazos mais longos e
originando significativas perdas de valor nas
carteiras de títulos de dívida a taxa fixa.
Na área do euro, a recuperação registada desde
o terceiro trimestre de 2009 foi irregular e o
RELATÓRIO E CONTAS 2010 9
crescimento da actividade económica reflectiu
em larga medida a dinâmica da componente
externa devendo situar-se nos 1,5%. O consumo
privado cresceu moderadamente em 2010, num
quadro em que os mercados de trabalho ainda
não evidenciaram uma recuperação significativa
e as taxas de poupança se mantêm nos níveis
mais elevados da última década. Apesar da
recuperação do investimento no segundo
trimestre de 2010 e da melhoria registada na
confiança dos agentes económicos, que poderá
indiciar alguma sustentação da recuperação, as
perspectivas de crescimento no futuro próximo
permanecem rodeadas de considerável
incerteza, com o balanço de riscos a manter-se
negativo.
Realce-se que a evolução da actividade
económica na área do euro não foi homogénea
entre os países e a recuperação deve continuar
diferenciada.
O surgimento da crise, primeiro financeira depois
também económica, veio evidenciar um conjunto
de desequilíbrios latentes em algumas
economias da área do euro, tendo-se observado
sucessivamente uma diferenciação do risco do
sector privado e do sector público. Esses
desequilíbrios compreenderam, por um lado,
situações de valorização excessiva nos
mercados de alguns activos (nomeadamente nos
mercados imobiliários, à semelhança do
observado nos EUA) e, por outro, embora de
forma não necessariamente exclusiva, a
inexistência de uma efectiva consolidação das
finanças públicas em alguns países e, de uma
forma mais geral, a insuficiência da poupança
interna. A crise que eclodiu em meados de 2007,
e que veio alterar de forma radical, o contexto
em que os agentes económicos satisfazem as
suas necessidades de financiamento, fez
emergir aquelas vulnerabilidades e tornar mais
urgente a sua correcção. A situação nos
mercados de activos continuará a constituir uma
restrição à recuperação da actividade
económica. De facto, apesar da recuperação dos
mercados accionistas em 2009, num contexto de
elevada volatilidade, os índices relativos à área
do euro continuavam a situar-se em 2010 em
cerca de 40 por cento abaixo dos máximos
verificados antes do eclodir da crise financeira.
Conforme já referido, a crise financeira veio
também tornar evidentes problemas de finanças
públicas em alguns países da área do euro.
O impacto orçamental da crise financeira e
económica e o desafio associado à sua
resolução têm-se revelado de dimensão
significativa, obrigando à adopção de medidas
substanciais, quer do lado da despesa, quer
através do aumento da carga fiscal, com os
inevitáveis custos económicos, sociais e políticos
no curto/médio prazo. A magnitude destes
custos, em termos de intensidade e duração, tem
potencialmente associados significativos riscos
quanto à sua prossecução.
Iniciada no final de 2009, a situação intensificou-
se no final de Abril de 2010, na sequência das
revisões em baixa da notação de crédito da
dívida pública grega e do contágio a outros
países europeus com elevados défices
orçamentais e fragilidades estruturais, em
particular Portugal, Irlanda e Espanha. Estes
países foram sujeitos a algumas revisões em
baixa das respectivas notações de crédito, o que
terá contribuído para o aumento da volatilidade
nos mercados financeiros internacionais. A
confiança dos investidores terá também sido
afectada pela incerteza quanto à recuperação
RELATÓRIO E CONTAS 2010 10
económica, nomeadamente quanto ao impacto
de factores temporários. Neste contexto, os
diferenciais das taxas de juro da dívida pública
dos países da área do euro face à Alemanha
alargaram-se e atingiram máximos desde o início
da fase III da União Económica e Monetária
(UEM). Até ao início de Maio de 2010, observou-
se um significativo aumento destes diferenciais e
o mercado de dívida soberana apresentou uma
elevada volatilidade, numa situação de
sucessivas revisões em alta do risco soberano e
de incerteza quanto à resposta das autoridades.
Neste quadro, as autoridades anunciaram várias
medidas, entre as quais planos de consolidação
orçamental por parte dos governos dos países
mais afectados e, no início de Maio, um plano
conjunto da União Europeia e do FMI de apoio à
Grécia. Paralelamente, o BCE anunciou medidas
visando restaurar a liquidez e a profundidade nos
segmentos de mercado disfuncionais, de forma a
repor o normal funcionamento do mecanismo de
transmissão da política monetária. As
perturbações nos mercados de dívida soberana
geram externalidades negativas sobre outros
sectores. No caso do sector bancário, tal ocorre
por vários canais. Em primeiro lugar, os bancos
constituem um dos principais investidores em
dívida pública, o que significa que quedas nos
preços e aumento da volatilidade, tanto na
carteira de dívida pública como na de dívida
privada, de emitentes financeiros e não
financeiros, geram perdas potenciais nas
carteiras de títulos dos bancos. Em segundo
lugar, o custo de financiamento dos bancos,
nomeadamente do financiamento obtido nos
mercados internacionais de financiamento por
grosso, tende a manter uma significativa
correlação com o custo de financiamento do
sector público, podendo inclusivamente traduzir-
se em restrições quantitativas no acesso a estes
mercados. Em terceiro lugar, o valor do colateral
e das garantias do Estado diminuem com o
aumento do risco soberano. Adicionalmente,
existe também um efeito indirecto da actuação
do Estado sobre a economia, que afecta a
situação dos bancos por via do aumento da
materialização do risco de crédito e do risco de
mercado.
Neste quadro, o financiamento tornou-se mais
difícil de obter para um conjunto significativo de
agentes. Essa maior dificuldade traduziu-se
numa penalização acrescida do risco de crédito
e de liquidez, reflectida num aumento dos
prémios de risco e mesmo, em algumas
situações, em restrições quantitativas. Esta
situação assume particular gravidade, dado o
significativo aumento das necessidades de
financiamento (e de refinanciamento) dos
sectores públicos em vários países. Nestes
termos, a par de uma diminuição da liquidez nos
mercados financeiros internacionais, tem-se
assistido a um acréscimo de procura, o que
propicia uma maior discriminação de preço entre
os mutuários e mesmo restrições quantitativas
para os que forem classificados como de maior
risco.
A situação portuguesa
Em 2010, o PIB cresceu 1,4%, o desemprego
atingiu 11,2% e a inflação ficou-se pelos 1,4%,
ligeiramente abaixo da zona euro (1,6%).Neste
quadro de análise, a situação portuguesa
afigura-se como difícil, dadas asvulnerabilidades
estruturais específicas. Em termos latos, existe
um conjunto de dimensões em que a economia
portuguesa revela as suas fragilidades. Em
particular, destacam-se o avolumar do
RELATÓRIO E CONTAS 2010 11
endividamento, público e privado, conforme
reflectido nos persistentes e significativos défices
externos e, consequentemente, na evolução da
posição de investimento internacional, assim
como a reduzida taxa de crescimento económico
tendencial na última década. Estas fragilidades
já eram observadas antes da eclosão da crise
financeira internacional. No entanto, assumiram
uma importância acrescida no contexto de
avaliação do risco soberano nos mercados
internacionais de dívida.
O elevado défice externo da economia
portuguesa mantém-se num quadro de taxas de
poupança e de investimento que se situam em
mínimos históricos. Assim, o ajustamento deverá
ser baseado numa redução da despesa, que
permita uma recuperação da taxa de poupança e
uma diminuição da alavancagem excessiva em
que se encontram muitos agentes económicos.
Atendendo às externalidades geradas sobre os
restantes sectores económicos residentes, o
aumento da poupança do sector público constitui
uma prioridade, não obstante o inevitável
impacto contraccionista sobre a economia no
curto/médio prazo.
A situação dos bancos portugueses é agravada
pelas fragilidades específicas da economia
portuguesa, cujo carácter estrutural torna mais
difícil a sua superação, em termos de
intensidade e/ou duração. Neste contexto, a
avaliação externa dos bancos portugueses tem
sido muito penalizada pela evolução do risco
soberano do Estado português. Tal tem sido
ilustrado pelas reduções nas notações de rating
dos principais bancos portugueses, em linha com
o sucedido com o rating da República, e pelas
dificuldades na obtenção de recursos nos
mercados financeiros internacionais. Essas
dificuldades têm-se traduzido em custos
elevados, em maturidades reduzidas e mesmo
no surgimento de restrições quantitativas em
alguns segmentos e junto de contrapartes
habituais. Neste quadro, observou-se um recurso
acrescido ao financiamento junto do
Eurosistema. Deste modo, as medidas de
política não convencional do BCE têm sido
decisivas para garantir o financiamento da
economia portuguesa, tendo permitido conter,
em escala significativa, a repercussão das
dificuldades de financiamento dos bancos aos
seus clientes, assistindo-se mesmo a uma
expansão moderada do crédito ao financiamento
da economia.
Contudo, o ajustamento orçamental iniciado em
2010 continuará nos próximos anos, afectando
assim inevitavelmente o crescimento económico.
Para já, 2010 terminou com o crescimento acima
da expectativa, veremos o que vai acontecer em
2011, onde, provavelmente, se assistirá a uma
queda do produto, confirmando assim, a
tendência recessiva pré-anunciada pelas
autoridades monetárias nacionais e
internacionais. Há que conter o endividamento e
reconquistar a confiança dos mercados.
RELATÓRIO E CONTAS 2010 12
actividade comercial
ENQUADRAMENTO GERAL E ESTRATÉGIA
Nos últimos anos observou-se um
comportamento muito volátil nos mercados
financeiros. Se em 2008, as quedas das Bolsas
foram uma característica do mercado, no ano
seguinte recuperaram bastante terreno. Em
2010, as atenções centraram-se sobretudo nos
mercados das divisas e em torno da crise da
dívida soberana. Esta conjuntura marca a subida
gradual da Euribor, como se pode verificar no
quadro abaixo:
Evolução da Euribor a 6 meses - 2010
Com a actual inovação tecnológica na sociedade
e nos negócios, desenvolveram-se novas formas
de comunicação e relacionamento com os
clientes. A CEMAH, uma Instituição centenária,
deseja acompanhar a evolução tecnológica e
adaptar-se a esta nova realidade empresarial.
Neste âmbito, é incontornável o papel dos novos
sistemas de informação na relação com os
consumidores, dando assim respostas aos novos
hábitos e necessidades de interacção.
Neste sentido, as principais linhas estratégicas
da CEMAH passaram pelo desenvolvimento de
ferramentas e canais de comunicação, que
alavancassem a relação comercial com os
clientes, indo de encontro às suas necessidades
e desejos.
PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS EM 2010
A CEMAH continuou o seu forte relacionamento
com o Governo da Região Autónoma dos
Açores, assinando 2 Protocolos
designadamente, Aditamento à Linha de Crédito
Açores Investe e Linha de Crédito Açores
Empresas II, proporcionando, deste modo, às
empresas regionais a libertação de fundos para
reforçar a sua solidez económico-financeira.
Sendo que, relativamente aos Protocolos
assinados em 2009, a CEMAH continuou a
financiar empresas e empresários em nome
individual, nomeadamente empresários
agrícolas, no âmbito dos referidos Protocolos.
Constituindo o desenvolvimento tecnológico não
só um desafio, como uma exigência do sector,
em termos de relacionamento com o cliente,
foram criados Novos Canais Electrónicos, o site
institucional e a plataforma de Banca Online –
NetCEM.
Procedeu-se à remodelação do Balcão da
Calheta, na Ilha de São Jorge, num reforço da
imagem da Instituição, melhorando o espaço
0,977% 0,952% 1,012% 1,137%
1,251%
Jan Mar Jun Set Dez
RELATÓRIO E CONTAS 2010 13
físico, o que proporciona um maior conforto no
atendimento aos clientes.
Como aconteceu anteriormente, a gestão dos
patrocínios, apoios e publicidade da Caixa
Económica da Misericórdia foram direccionados
de forma criteriosa e distinta, através de uma
análise precisa de cada proposta e o seu retorno
para a imagem da Instituição, destacando-se os
apoios às Sanjoaninas e Festas da Praia da
Vitória.
gestão de carteira e operações
CRÉDITO
Apesar da instabilidade dos mercados
económico financeiros, na CEMAH, a carteira de
crédito concedido (não representado por valores
mobiliários)assinalou um decréscimo de apenas
1,42%, atingindo os 131.495 milhares de Euros
no final de 2010, como resultado de um ligeiro
aumento do crédito vincendo e de uma
recuperação acentuada do crédito vencido (que
decresceu cerca de 30%). O rácio de
transformação de depósitos em crédito fixou-se
nos 55%.
Privilegiou-se a transformação do crédito
concedido sob a forma de descoberto autorizado
em crédito estruturado, desenvolvendo-se uma
política restritiva de concessão deste produto
com medidas de acompanhamento e análise
criteriosa.
O sucesso deste conjunto de medidas foi
potenciado pela flexibilidade organizativa, o
trabalho de equipa e a rigorosa administração de
riscos pela CEMAH.
No âmbito da gestão do risco de crédito e das
provisões associadas, foi dada continuidade ao
relevante trabalho do Gabinete de Recuperação
de Crédito, determinante na mitigação da
percentagem deteriorada da carteira de crédito,
tendo também sido concentrados esforços no
sentido da contínua actualização das avaliações
dos colaterais reais de crédito, que para além do
impacto substancial no consumo dos fundos
próprios, permitem-nos ter sempre em
consideração os valores reais dos imóveis que
servem de garantias às operações de crédito
activas.
DEPÓSITOS
Em 31 de Dezembro de 2010, os recursos
captados ascenderam a 239.132 milhares de
Euros (244.142 milhares de Euros no final de
2009), assistindo-se, tal como em 2009, a uma
absorção da variação negativa ao nível dos
depósitos à vista e poupança pela evolução
favorável das aplicações a prazo.
Procurando reduzir a exposição da Instituição
face à actual volatilidade do mercado financeiro
e salvaguardar a taxa de intermediação
financeira, foi levada a cabo uma ponderada e
rigorosa gestão das taxas passivas, suportada
por revisões, em baixa e periódicas, do preçário,
conservadoras relativamente ao praticado pelo
restante sector.
RELATÓRIO E CONTAS 2010 14
PRODUTOS, SERVIÇOS E CANAIS
Ao longo do ano de 2010, a Caixa Económica da
Misericórdia desenvolveu a sua actividade
comercial pautada pela prudência e constante
observação do mercado. O resultado deste
acompanhamento traduziu-se numa revisão do
preçário em diversos momentos do ano,
adequando os nossos produtos aos praticados
pela concorrência, de acordo com os objectivos
da área comercial.
O serviço de prospecção, conhecido também por
Caixas Móveis, foi reestruturado após uma
análise profunda das rotas utilizadas e
rentabilidade do serviço prestado. Esta
reorganização permitiu reduzir os custos da
operação, bem como optimizar o transporte de
valores.
Com vista à satisfação do cliente, assumida
como um dos objectivos que orientam a
actividade da Caixa Económica da Misericórdia
e, enquadrando-se no programa de inovação
tecnológica em curso, foi criada e disponibilizada
a Banca Online – netCEM.
Este novo canal permitiu à Caixa Económica da
Misericórdia estar mais perto dos seus clientes e,
no conforto das suas casas ou locais de
trabalho, poderem efectuar várias operações
sobre as suas contas bancárias, obter
informações sobre as suas contas à ordem e
efectuar transferências interbancárias.
Toda esta informação foi criada a pensar no
perfil dos diversos clientes, utilizando uma
linguagem simples, rápida e intuitiva. Para apoio
técnico à utilização desta nova ferramenta, foi
disponibilizado uma Linha de Apoio aos Clientes
(nºazul 808), onde podem tirar todas as dúvidas
de adesão e uso deste novo canal.
Em conjunto com o lançamento do netCEM,
destacou-se também a reformulação do site da
CEMAH decorrente da necessidade de
modernização, tornando-se mais claro e
acessível a todos os possíveis interessados,
nomeadamente: clientes particulares, empresas,
jornalistas e outras instituições que necessitem
de informações sobre a Instituição. Tratou-se de
um projecto fundamental para a área comercial,
potencializando a criação de novos produtos e
serviços.
PRESENÇA GEOGRÁFICA E MEIOS DE
PAGAMENTO
Aprofundou-se a parceria estratégica com a
SIBS e UNICRE para a continuidade e
disponibilização dos serviços nas Caixas
Multibanco, Terminais de Pagamento Automático
e Cartões de Débito e Crédito.
No ano de 2010, deu-se continuidade à gestão
mais activa e permanente da rentabilidade das
Caixas Automáticas Multibanco, instalando mais
uma Caixa Multibanco na Ilha de São Jorge,
totalizando um parque de 40 equipamentos no
Grupo Central, equivalente a 24% de quota de
mercado. No seguimento do desenvolvimento
contínuo da imagem externa da Instituição,
foram instalados novos letreiros para as Caixas
Multibanco, identificando a Instituição,
proprietária dos equipamentos.
Os contratos de Terminais de Pagamento
Automático totalizaram 129. Sentiu-se uma
elevada concorrência neste sector, reduzindo
cerca de 14% no número de equipamentos
RELATÓRIO E CONTAS 2010 15
instalados pela Redunicre com a CEMAH como
banco de apoio.
Um factor importante a destacar em 2010, foi o
crescimento no número de cartões de Débito
Visa electron activos, registando-se um aumento
de 13% no número deste meio de pagamento, o
que revelou uma maior movimentação bancária
por parte dos clientes da CEMAH.
RELATÓRIO E CONTAS 2010 16
recursos humanos
ESTRUTURA ORGÂNICA
Durante o ano de 2010 procedeu-se a um
ajustamento do organigrama funcional da
Instituição tendo em conta a necessidade de
conferir-lhe melhor operacionalidade e
interligação. Assim foram autonomizadas as
funções do Gabinete Jurídico, Recursos
Humanos e Unidade de Risco, sob a
dependência da Direcção Geral e ficando a
Auditoria Interna e o Compliance e Risco
comrelacionamento directo ao Conselho de
Administração.
As direcções passaram a estar distribuídas por
quatro áreas nucleares – Comercial, Financeira,
Sistemas de Informação e Organização.
Este novo modelo ficou também melhor
adequado às orientações expressas no Comité
de Basileia.
RELATÓRIO E CONTAS 2010 17
DISTRIBUIÇÃO DOS ACTIVOS
QuadroGeral dos Recursos Humanos
No final de Dezembro de 2010, a CEMAH
contava com um total de 88 colaboradores
activos, tendo acrescido 3 unidades com
competências técnicas, considerando a
necessidade de dar resposta às necessidades
impostas pelo Regulador e à complexidade que
a actividade bancária actual exige.
A aposta na valorização, motivação de
colaboradores qualificados e na selecção de
perfis de competência alinhados com
osobjectivos estratégicos da Instituição,
manteve-se como linha orientadora, dando-se
seguimento à promoção da adequação dos
colaboradores à filosofia implementada de
“gestão por processos”, proporcionando
condições para o preenchimento das novas
funções e, eventual promoção.
Evolução do número de activos
Em 2010, as admissões foram justificadas pelas
necessidades sentidas a nível dos
Departamentos Comercial, de Sistemas de
Informação e de Organização.
Distribuição dosactivos pelos os balcões e serviços
BALCÕES/SERVIÇOS Homens Mulheres Total
Angra do Heroísmo 11 6 17
Calheta 5 0 5
Horta 5 1 6
Praia da Vitória 7 0 7
Graciosa 4* 1 5
Velas 5 0 5
São Mateus 5* 0 5
Biscoitos 2 0 2
Madalena 5** 1 6
Serviços Centrais 18 12*** 30
Total 67 21 88
*Inclui 1 deputado eleito em 11/2004, para a Assembleia Legislativa Regional
**Inclui 1 requisitado desde 7/2002, pelo Governo Regional *** Inclui 1 licença sem vencimento desde 02.2009
A distribuição dos recursos humanos,pelas áreas
funcionais, manteve-se dentro do critério de
adequabilidade do número de colaboradores
face às necessidades sentidas, em cada balcão
e serviço, considerando a optimização do seu
desempenho através da centralização da maioria
dos serviços administrativos e do recurso às
melhores práticas de gestão de processos e de
utilização das tecnologias de informação.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
64 65 65 65 66 67
14 14 14 16 19 21
78 79 79 81 85 88
Total
Mulheres
Homens
PESSOAL Homens Mulheres Total
Activos 67 21 88
Reformados 26 1 27
Pensionistas 2 15 17
Total 95 37 132
RELATÓRIO E CONTAS 2010 18
PERFIL ETÁRIO E HABILITAÇÕES
Perfil etário dos colaboradores
Em termos etários, manteve-se uma
predominância de homens com idades
compreendidas entre os 50 e 54 anos e das
mulheres entre os 35 e 39 anos, sendo que, em
termos de média global de idades, a dos homens
foi de 44 e a das mulheres 36, encontrando-se a
média nos 43 anos.
Distribuição do número de colaboradores por faixa etária
Habilitações literárias
Apesar do número crescente de colaboradores
licenciados, 20 num total de 88, representando
22,7%, o peso de colaboradores com ensino
secundário ainda é predominante (44,3%).
POLÍTICA DE REMUNERAÇÕES DOS
ORGÃOS SOCIAIS
A remuneração do Conselho de Administração
da CEMAH é definida segundo os art.º 9º e 30º,
(alínea d) dos seus Estatutos, na reunião
conjunta do Conselho de Administração,
Conselho Fiscal e Representante da Mesa
Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de
Angra do Heroísmo.
Os membros do Conselho Fiscal têm uma
remuneração sob a forma de senhas de
presença (art.º 13º dos estatutos).
Os valores aprovados para 2010 foram, para
cada membro do Conselho de Administração, de
2.858,65€ brutos mensais, correspondendo a
40.021,10€ anuais e do Conselho Fiscal de uma
senha de presença, por membro, de 199,52€
mensais correspondendo a 2.394,24€ anuais,
não existindo em qualquer um dos órgãos
remuneração variável.
até 29 anos;
12; 14%
de 30 a 39
anos; 25; …
de 40-49
anos; 16; …
Mais de 50 anos; 35; …
ESTRUTURA
ETÁRIA
Homens Mulheres Total
18-24 1 1 2
25-29 6 4 10
30-34 7 4 11
35-39 7 7 14
40-44 5 2 7
45-49 8 1 9
50-54 19 2 21
55-59 8 0 8
60-64 6 0 6
65 1 0 1
Total 67 21 88
HABILITAÇÕES
ACADÉMICAS
Homens Mulheres Total
Licenciatura 7 13 20
Bacharelato 1 1 2
Ensino
Secundário
35 4 39
Ensino Técnico 3 0 3
3º Ciclo do
Ensino Básico
14 1 15
2º Ciclo do
Ensino Básico
3 1 4
1º Ciclo do
Ensino Básico
4 1 5
RELATÓRIO E CONTAS 2010 19
FORMAÇÃO
O Plano de Formação para 2010 foi elaborado
com base nas necessidades individuais dos
colaboradores e nas necessidades, legais e
estratégicas, da CEMAH.
Foram ministradas um total de 914 horas de
formação (interna e externa), abrangendo
49colaboradores (55,7% do universo CEMAH). O
investimento global em formação ascendeu
assim, a cerca de 22.739,92 euros.
A formação interna foi realizada pelo Gabinete
de Recursos Humanos, perfazendo um total de
20 horas de formação, correspondendo à
formação inicial recebida pelas novas
admissões.
Em relação à formação externa, a CEMAH
recorreu a um leque variado de entidades
formadoras, sendo de realçar a importância do
Banco de Portugal e do Instituto de Formação
Bancária, no desenvolvimento das formações de
carácter obrigatório, Anti-
MoneyLaundering&Counter-TerrorismFinancing
(Branqueamento de Capitais) e Conhecimento
da Nota de Euro.
Formações Externas:
DESIGNAÇÃO DA FORMAÇÃO ENTIDADE FORMADORA Nº DE
HORAS
Nº DE
PARTICIPANTES
Conhecimento da Nota de Euro Banco de Portugal 8 2
Anti-Money Laundering & Counter-Terrorism
Financing
Instituto de Formação Bancária 238 34
Extracção de Dados IOS 196 2
CCNA Exploration CISCO 320 1
A Actividade das Comissões de Acompanhamento
dos Fundos de Pensões
Instituto de Seguros de Portugal 7 1
Higiene e Segurança no Trabalho Câmara do Comércio de Angra do
Heroísmo 30 1
Fiscalidade na Empresa Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo
30 1
Controlo Interno e Auditoria Interna PricewaterhouseCoopers 14 1
Introdução à Folha de Cálculo e à Apresentação
Digital de Projectos
Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo
30 1
Transferência a Crédito SEPA SIBS 7 1
Gestão e Recuperação de Crédito Instituto de Formação Bancária 14 1
Total 894 46
RELATÓRIO E CONTAS 2010 20
sistemas de informação
A Direcção de Sistemas de Informação
desenvolveu uma série de actividades, em 2010,
com vista a prosseguir os objectivos estratégicos
da CEMAH e a aumentar os níveis de
desempenho dos seus colaboradores e,
consequentemente, os serviços prestados aos
clientes, destacando as seguintes:
Segurança – contratação de serviços de
monitorização e detecção de
vulnerabilidades nos sistemas informáticos
para ajudar a prevenir e a minimizar os
perigos de eventuais intrusões e ataques à
rede informática da CEMAH;
e-Banking – sendo este um dos canais
preferenciais de comunicação dos clientes
com os bancos, revestiu-se de enorme
importância para a CEMAH a
disponibilização das operações bancárias, a
clientes particulares e a empresas, no canal
netCEM, através de uma solução de banca
electrónica moderna, funcional e segura;
Host-to-Host – foi adjudicado e iniciado, na
SIBS,o projecto de alargamento das
operações típicas do Multibanco ao canal de
e-banking, nomeadamente o Pagamento de
Serviços.
Gestão Documental e Workflow – foi
implementada a primeira fase do projecto de
Gestão Documental que visa o tratamento
adequado e atempado da documentação
que circula na Instituição eliminando a
dependência do papel e permitindo o arquivo
digital de documentos críticos para a
actividade da CEMAH;
BusinessIntelligence - é fundamental que a
CEMAH disponha de informação comercial e
de gestão em tempo útil para a tomada de
decisões, a nível da Administração e a nível
das Direcções, ficando capacitada para
desenvolver acções de marketing ede
estratégia de uma forma muito mais célere.
Foram consultadas algumas Empresas e
analisadas algumas soluções sobre esta
matéria, as quais se encontram em estudo;
Infra-estrutura de Balcão – procedeu-se à
adjudicação do equipamento a substituir nos
balcões, nomeadamente computadores,
impressoras, multifunções e leitores de
cartão do cidadão, o que permitirá reduções
nos custos operacionais e de manutenção e
o aumento da produtividade dos
colaboradores;
DisasterRecovery – foram analisadas
propostas de diversos fornecedores para
criação de umsite alternativo com vista a
albergar os sistemas críticos da CEMAH
abrangidos pelo Plano de Contingência e de
Recuperação em caso de desastre. Estando
a implementação do plano a decorrer;
SEPA DD e SEPA CT - a adesão à SEPA
(Single Euro PaymentsArea) veio permitir o
alargamento,ao espaço europeu, dos
serviços prestados pela CEMAH aos seus
clientes nas vertentes de Débitos Directos e
Transferências e a conformidade com as
normas europeias sobre matéria de
Sistemas e Meios de Pagamento;
RELATÓRIO E CONTAS 2010 21
Balcão de Ponta Delgada – preparação da
infra-estrutura necessária à abertura do novo
balcão em Ponta Delgada;
Core Business – face às limitações do actual
sistema, a diferentes níveis, a DSI
prosseguiu na análise e prospecção de
soluções de mercado que visassem
minimizar o impacto financeiro, técnico e de
aceitação da implementação de um sistema
de CORE, na CEMAH, concentrando-se no
estudo de soluções de mercado mais
vocacionadas e alinhadas com a realidade
actual do mercado bancário e com os
constrangimentos de negócio e de
conformidade da CEMAH.
Para além das actividades referidas, a DSI
desenvolveu e concentrou grande parte da
sua actividade em projectos de melhoria dos
seus sistemas aplicacionais por forma a dar
resposta às instruções do Banco de
Portugal, a nível de Compliance, de
transparência e de defesa do cliente
bancário, e em alinhar-se com os objectivos
comerciais da CEMAH permitindo a sua
concretização.
RELATÓRIO E CONTAS 2010 22
organização
A DO (Direcção de Organização) sofreu
alterações na sua estrutura no decorrer do ano
2010, integrando, devido à dissolução da
Direcção Administrativa e do Departamento de
Logística. Assim o seu âmbito de actuação
passou a incidir em duas vertentes distintas,
Qualidade e Logística, pressupondo, ainda, a
permanente componente de Gestão de Projectos
transversais à Instituição.
Resumem-se, seguidamente, as actividades da
Direcção Organização em 2010, nas áreas
consideradas mais relevantes para os processos
da CEMAH:
Foi iniciado e implementado em 2010, o projecto
de “Emissão de Extractos Digitais” que passou,
desde a planificação à sua execução, por
alterações à Aplicação Bancária, por uma vasta
campanha publicitária de motivação e por uma
gestão de controlo, sendo o seu objectivo uma
redução nos custos de consumíveis e a
libertação de mão-de-obra para tarefas de outra
índole.
Outro projecto de grande dimensão iniciado em
2010, foi a implementação de uma aplicação de
Gestão Documental que, no decorrer do ano,
passou pelo diagnóstico da situação existente,
levantamento de requisitos e concepção da
solução ideal, sendo a sua implementação
efectiva perspectivada para o primeiro trimestre
de 2011.
Os objectivos da solução foram de cariz
estruturante, na medida em que consideraram,
não só o aumento da eficácia operacional e da
qualidade dos serviços e a normalização e
harmonização de normas e procedimentos,
como também, a própria reestruturação interna
de processos, tendo em conta a sua optimização
e minimização de riscos. Assim sendo, o âmbito
do projecto alargou-se para além do arquivo
digital (correspondência, assinaturas de clientes
e documentos contabilísticos) para a realização
workflows dos processos de “abertura de conta”,
“gestão de crédito” e “gestão do contencioso”,
onde se acautelou o cumprimento de todos os
passos necessários de uma forma automática e
controlada, garantindo a obrigatoriedade da
documentação considerada relevante.
No que se refere ao Ambiente de Controlo, que
se reveste de grande importância para a
Direcção de Organização, na medida em que
reflecte a atitude e os actos da instituição
perante o controlo interno, teve-se em especial
atenção:
- Relatório anual sobre a adequabilidade do
Sistema de Controlo Interno: à semelhança dos
anos anteriores, este relatório foi entregue ao
Banco de Portugal, na data e nos moldes
estabelecidos, tendo-se o cuidado, no decorrer
do ano, de desenvolver esforços no sentido de
implementar as medidas correctivas aí
constantes, promovendo-se reuniões periódicas
de controlo com os responsáveis das
deficiências reportadas;
- Estrutura organizacional: alterou-se a
estrutura, no sentido de a manter adequada à
dimensão e realidade da CEMAH;
-Plano de Contingências: foram implementadas
RELATÓRIO E CONTAS 2010 23
as fases de análise, estratégia, desenho e
implementação (implementação das acções de
operacionalização da estratégia de continuidade
e desenvolvimento e implementação da
ferramenta de monitorização de activos e
passivos - ALM), ficando a última etapa e as
fases de comunicação e testes para 2011.
- Compliance: continuou a assegurar-se a
devida divulgação dos normativos legais
aplicáveis à CEMAH pelos responsáveis e a
controlar a sua execução dentro dos prazos
previstos.
Na Qualidade, iniciou-se a planificação do
projecto (a decorrer em 2011) da revisão geral
de toda a documentação do modelo
organizacional com objectivo de proceder a
eventuais actualizações e analisar e implementar
as melhorias propostas e/ou detectadas. Foram
delineados objectivos, estabelecidas datas de
implementação e imputada a afectação de
recursos.
PATRIMÓNIO E OBRAS
No último semestre procedeu-se, ao início da
informatização dos processos de imóveis
recebidos em reembolso de crédito próprio,
nomeadamente nas seguintes vertentes:
- Processos Individuais: criou-se um cadastro
digital para cada imóvel com as informações
consideradas pertinentes e com os respectivos
documentos base associados, o que permitiu
uma pesquisa rápida de documentos e imagens
relacionadas com cada processo;
- Mapas de Gestão: elaborou-se mapas de
gestão relacionados com os diversos aspectos
dos processos de imóveis, para servir de apoio à
decisão fundamentada da Gestão de Topo;
-Projecto Imobiliário: foi tomado um conjunto de
medidas no sentido de gerir o processo das
vendas de Imóveis de uma forma corrente e
coordenada, nomeadamente; i) foi publicitada
regular e oportunamente a venda dos Imóveis; ii)
foi criado um registo de visitas e de propostas de
compra e iii) foi dado início ao desenvolvimento
de uma secção, no sítio da CEMAH, somente
direccionada para a venda de Imóveis
Também em 2010,tiveram início as obras para
construção da nova agência em S. Miguel, na
cidade de Ponta Delgada. O projecto seguiu o
seu curso, conforme planeamento, e prevê-se a
inauguração das instalações no segundo
trimestre de 2011com vista a permitir processo
de expansão definido na estratégia da CEMAH.
CONSERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO
Continuando a política que a CEMAH tem vindo
a desenvolver, no sentido de manter todos os
edifícios da Instituição em boas condições de
conservação e aparência e, acompanhando as
exigências de modernidade e funcionalidade,
procedeu-se a pequenas obras de conservação,
as quais tiveram igualmente presentes as actuais
exigências da Banca, designadamente normas
de segurança.
EQUIPAMENTOS
Manteve-se um cuidado especial sobre a
manutenção e acompanhamento de todos os
equipamentos, numa perspectiva de
prolongamento da sua vida útil.
RELATÓRIO E CONTAS 2010 24
gestão do risco
A actividade da Gestão do Risco no ano de 2010
passou pela implementação efectiva das
políticas que sustentam o perfil de risco da
Instituição, pondo em prática os processos de
identificação, avaliação, monitorização e
mitigação dos riscos considerados materiais para
a CEMAH (crédito, liquidez, taxa de juro e
operacional).
A gestão integrada do risco diluiu-se pelos
processos abaixo identificados:
Stress-testing
o Este processo pretende avaliar a
capacidade do capital interno na
absorção de choques, identificar
vulnerabilidades e definir e adoptar
medidas correctivas que lhes façam
face;
o O exercício de Stress-testing com
referência a 31-12-2010 consistiu na
realização de análises de
sensibilidade a cada risco, variando
apenas um factor de risco e na
realização de análises de cenários,
em que foram conjugadas variações
em vários factores de risco
simultaneamente;
o Foram apurados diversos impactos
materiais, quer no resultado do
exercício, quer em fundos próprios
nos testes aos riscos de fundo de
pensões, taxa de juro e de crédito,
incluindo o risco de concentração;
o No que diz respeito à análise de
cenários identificaram-se impactos
materiais tanto no resultado do
exercício como em fundos próprios;
o Não obstante, para todos os impactos
apurados, quer em resultados, quer
em capital interno, o nível de
solvabilidade da CEMAH foi suficiente
e excedente para absorção dos
choques aplicados, mantendo-se
sempre acima do mínimo
regulamentar.
ICAAP (Processo de Auto-Avaliação da
Adequação do Capital Interno)
o O ICAAP tem como fim assegurar
que o nível de fundos próprios é
apropriado ao perfil de risco da
instituição e apresentar os processos
que suportam, adequadamente, o
sistema de gestão do risco;
o No cálculo realizado no 1º semestre
de 2010 concluiu-se que as
metodologias adoptadas foram
adequadas, incorporando todas as
varáveis relevantes, e que a CEMAH
mantém níveis de solvabilidade
adequados, com um buffer de cerca
de 1,6 milhões de euros para
eventuais necessidades futuras de
capital.
Reporte Prudencial
o Potencia a criação de uma relação
estreita com a entidade de
Supervisão, bem como a
fundamentação da tomada de
RELATÓRIO E CONTAS 2010 25
decisão e das análises de exposição
ao risco a efectuar;
o À data de 31-12-2010, incluíam-se
neste processo 13 reportes ao Banco
de Portugal, com periodicidades
mensais, trimestrais, semestrais e
anuais, para comunicação de níveis
de liquidez, solvabilidade, provisões,
carteira de crédito, exposição aos
riscos de taxa de juro e de
concentração, entre outros.
Paralelamente à gestão integrada do risco, a
CEMAH implementou uma gestão individual de
cada risco, a qual se detalha de seguida:
Risco de Crédito (incluindo risco de
Concentração)
a. Emissão de pareceres sobre
propostas de crédito, avaliando o seu
impacto no valor de posições em
risco, em requisitos de capital, na
exposição ao risco de concentração e
na imparidade esperada;
b. Cálculo semestral da imparidade
esperada da carteira de crédito, em
que foi dividida a carteira de crédito
em deteriorada e não deteriorada e
estimada a perda esperada em cada
uma delas com base em dados
históricos. O cálculo com referência a
31-12-2010 permitiu apurar uma
imparidade total da carteira de crédito
de 2.789 milhares de euros, sendo o
nível de provisões estatutárias
superior (3.428 milhares de euros);
c. Emissão de relatório trimestral de
exposição ao risco de crédito, que
detalha as situações que requerem
maior atenção, com análises de
incumprimento, de evolução da
carteira, de garantias existentes,
concentração e de desvios dos níveis
de tolerância definidos.
Risco de Liquidez/Taxa de Juro
a. A gestão dos activos e passivos da
CEMAH, bem como dos riscos que
lhe estão inerentes (de liquidez e taxa
de juro), é feita sobretudo pela
Direcção Geral e pela Direcção
Financeira, mantendo-se uma
posição de prudência, a qual tem
permitido os históricos níveis de
liquidez elevados;
b. Em 2010 foi implementada uma
ferramenta de gestão de activos e
passivos, adquirida à consultora Ernst
&Young, a qual permite o
acompanhamento mensal, pela
gestão do risco, da situação de
liquidez, analisando o mismatch de
liquidez e os duration gaps de activos
e passivos. A ferramenta permite
ainda o acompanhamento mensal da
exposição ao risco de taxa de juro.
Pendente para conclusão do projecto
está a entrega de um plano de
contingência de liquidez, no âmbito
da conclusão do plano de
continuidade do negócio, no qual se
enquadra.
c. Com a implementação da referida
ferramenta de ALM iniciou-se a
emissão de relatórios trimestrais de
exposição aos riscos de liquidez e
taxa de juro, com análises de
mismatchs e gaps de liquidez,
RELATÓRIO E CONTAS 2010 26
remuneração de activos e passivos,
desvios dos níveis de tolerância
definidos, entre outros.
Risco Operacional (inclui riscos de
Compliance, Sistemas de Informação e
Reputação)
O ciclo de gestão do risco operacional carece
ainda de implementação efectiva, tendo o
propósito último de incutir a cultura do risco,
identificar os eventos de risco operacional e
quantificar as potenciais perdas financeiras daí
advindas.
compliance e gestão do risco
A actividade da função de Compliance no ano de
2010 consistiu na identificação de indícios de
incumprimento de normativos legais,
regulamentos internos ou de práticas de
relacionamento com os clientes, nos termos do
Aviso n.º 5/2008, na avaliação dos
procedimentos de prevenção de branqueamento
de capitais e financiamento do terrorismo,
informação que será reunida no relatório anual a
apresentar ao Conselho de Administração da
instituição até final de Maio de 2011 e que
integrará o relatório anual de Controlo Interno.
A actividade da função de Controlo da Gestão de
Riscos no ano de 2010, por sua vez, passou pela
identificação de deficiências relativamente à
adequação e eficácia do sistema de gestão de
riscos, nos termos do Aviso n.º 5/2008 e pela
avaliação de medidas correctivas tomadas para
supressão das referidas deficiências, que servirá
de suporte ao relatório anual a apresentar ao
Conselho de Administração da Instituição e que
também integrará o relatório anual de Controlo
Interno.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 27
auditoria interna
A função “Auditoria Interna” está formalmente
instituída na CEMAH, desde Fevereiro de 2006,
com a criação do Gabinete de Auditoria Interna,
hierarquicamente dependente do Conselho de
Administração.
A auditoria interna é uma actividade
independente, de avaliação objectiva e de
consultoria, destinada a acrescentar valor e a
melhorar as operações de uma organização.
Na execução dos seus deveres e
responsabilidades, “a gestão de topo tomará as
medidas necessárias no sentido de permitir que
a Instituição possa confiar a todo o tempo numa
função de auditoria interna apropriada à sua
dimensão e à natureza das suas operações”.
Para maior abrangência das suas actividades,
tendo em conta a dimensão da CEMAH e os
recursos humanos afectos à função de auditoria
interna, continuará a ser necessário o recurso ao
outsourcing.
As actividades da Auditoria Interna foram
pautadas pela competência, rigor e isenção, com
implementação das melhores práticas
profissionais, respeitando as orientações
estratégicas da nossa Governação, as directrizes
das Entidades Supervisoras e a Legislação em
vigor, sempre em conformidade com as Práticas
Profissionais de Auditoria Interna do IIA (The
Institute of Internal Auditors).
Das actividades desenvolvidas pela auditoria
interna, no decurso do ano 2010, destacam-se
as seguintes:
• Elaboração do Plano de Actividades
alinhado com a estratégia da Gestão.
• Elaboração de um Plano de Formação
orientado para as necessidades do
Auditor Interno.
• Controlos efectuados à Tesouraria
Central e a todos os Caixas nos Balcões
visitados.
• Análise dos Riscos e da Segurança nos
Transportes de Valores.
• Análise aos Procedimentos Internos -
verificação da existência e da
adequabilidade dos Controlos, nos
seguintes Processos:
- Crédito a Prestações.
- Branqueamento de Capitais.
- Reclamações Oficiais na n/Instituição.
- Balanços Mensais aos Caixas nos
nossos Balcões.
- Remessas de Valores em Trânsito
entre Balcões.
• Verificação do estado de conservação
dos Edifícios Sedes dos nossos Balcões,
e das viaturas utilizadas para serviços
externos.
• Processos de Circularização de Clientes
e de Entidades Relacionadas com a
nossa Instituição, numa parceria com os
nossos auditores externos da PwC -
PricewaterhouseCoopers.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 28
• Processo para fornecimento de
Informações Bancárias para Auditores
Externos.
• Participação activa na definição e
descrição de procedimentos internos, e
na melhoria funcional de algumas das
áreas de trabalho.
Outros Trabalhos
• Acções de Formação presenciais em
2010:
o Introdução à Apresentação Digital de
Projectos e à Folha de Cálculo
(Formação organizada pela CCAH –
Câmara de Comércio de Angra do
Heroísmo).
o Controlo Interno e Auditoria Interna
(Formação organizada pela PwC -
PricewaterhouseCoopers).
• Deslocação às nossas Agências na
Madalena (Ilha do Pico), nas Velas e na
Calheta (Ilha de São Jorge), para
trabalhos específicos do âmbito do
processo de controlo interno.
• Controlo à totalidade dos Produtos
Contas Ordenado e Emigrantes na
Agência da Sede (em Angra do
Heroísmo).
• Análise global ao Processo Lacarent
Renting – Viaturas em serviço na
CEMAH.
• Elaboração do “Questionário 2010”, com
aplicação a todos os nossos
funcionários, colaboradores no activo,
com o objectivo de sensibilizar e recolher
sugestões com vista à melhoria das
práticas profissionais.
• Elaboração do Mapa Reporte das
Incidências detectadas pela AI, a incluir
no Relatório Anual de Controlo Interno
da nossa Instituição.
• Colaboração directa com Auditores
Externos da PWC -
PriceWaterHouseCoopers,
nomeadamente, nos trabalhos ligados
aos processos de Controlo Interno e
Avaliação da Função Auditoria Interna
na nossa Instituição.
• Elaboração de Relatórios de todas as
actividades desenvolvidas pela Auditoria
Interna.
RELATÓRIO E CONTAS 2010 29
resultados da actividade
DEPÓSITOS
A 31 de Dezembro de 2010, os depósitos da
CEMAH totalizaram 239.132 milhares de euros,
registando um ligeiro decréscimo de 2,05%, face
ao período homólogo do ano anterior. O total de
depósitos decompõe-se em 52.945 milhares de
euros de depósitos à ordem e em 186.187
milhares de euros de depósitos a prazo e de
poupança, representando 22% e 78%,
respectivamente, do total.
Os depósitos registaram um decréscimo global
de 2,05%, sendo que a diminuição verificada nos
depósitos à ordem foi superior à registada nos
depósitos a prazo e poupança, os quais apenas
decresceram cerca de 1%, valor praticamente
desprezível, se atendermos à forte concorrência
da restante banca na captação de depósitos.
Aumento dos recursos da CEMAH nos últimos anos:
0
50.000.000
100.000.000
150.000.000
200.000.000
250.000.000
Depósitos àOrdem
Depósitos aPrazo e
Poupança
TotalDepósitos
2009
2010
Depósitos 2009 2010 Variação
Depósitos à Ordem 55.808.260 euros 52.944.527 euros -5.13%
Depósitos a Prazo e Poupança 188.333.440 euros 186.187.059 euros -1.14%
Total 244.141.700 euros 239.131.586 euros -2,05%
RELATÓRIO E CONTAS 2009 30
CRÉDITO
O montante global do crédito concedido em 31
de Dezembro último foi de 131.495 milhares de
euros, representando um decréscimo de 8,3%
em relação a 2009. No entanto, se excluirmos o
investimento de 10.000.000 de euros em
Obrigações do Metro Lisboa & Porto, classificado
em 2009 como outros créditos e valores a
receber, o decréscimo efectivo foi de apenas
1,42%. Este ligeiro decréscimo decorreu num
contexto de grande instabilidade dos mercados,
pautado por uma política generalizada de
restrição à concessão de crédito, no qual a
nossa Instituição se colocou novamente numa
posição de apoio à actividade económica
regional, assumindo um papel preponderante na
ajuda à dinamização do tecido empresarial.
Mantiveram-se, em 2010, as linhas orientadoras
na concessão de crédito, que privilegiam a
concretização de operações a particulares e
empresas comprovadamente sólidas, e com bom
património, capaz de minimizar o risco de tais
operações. A avaliação criteriosa da capacidade
de reembolso por parte dos clientes, permitiu
manter os níveis de cumprimento em valores
acima da média.
A análise dos factores de risco e de
concentração, na concessão de crédito,
mereceram um factor de ponderação elevado
nas decisões tomadas pela CEMAH. O
enquadramento e análise histórica do cliente,
pelos comités de crédito de cada balcão,
reforçam o carácter de proximidade que é
apanágio da Instituição.
A 31 de Dezembro de 2010, o saldo do crédito e
juros vencidos situou-se em 1.770 milhares de
euros, registando um decréscimo de cerca de
30% face ao mesmo período do ano anterior. A
rúbrica de crédito e juros vencidos representa
àquela data apenas1,35% do crédito global,
valor bastante equilibrado face à conjuntura
verificada e à média do sector bancário.
Atendendo à natureza das garantias que
suportaram tais operações, o montante de
crédito vencido acima referido, apresentou um
bom grau de cobrabilidade.
Manteve-se, como nos anos anteriores, a
observação permanente da carteira de crédito
por parte dos auditores externos, encontrando-se
em cumprimento as regras emitidas pelo Banco
de Portugal, no que concerne ao seu
provisionamento. O modelo de imparidade de
crédito foi continuamente aperfeiçoado e os
valores provisionados pelo modelo legal em vigor
ficam confortavelmente acima do que seria
exigido pelo respectivo modelo de imparidade.
Crédito 2009 2010 Variação
Crédito 143.384.386 € 131.494.525 € -8,29%
Crédito excepto outros créditos e valores a receber 133.384.386 € 131.494.525 € -1,42%
Evolução do Crédito
RELATÓRIO E CONTAS 2010 31
BALANÇO
Unidade: Milhares de euros
Evolução dos Principais Agregados do
Balanço
2009 2010
Valor % Valor %
1. Disponibilidades 12.839 4,7% 12.019 4,5%
2. Aplicações 246.124 89,4% 227.008 84,0%
2.1. Aplicaçõesem I.C. 96.563 35,1% 89.287 33,0%
2.2. Créditos a clienteslíquido 141.074 51,2% 129.885 48,1%
2.3. Activos financ. disp. p/venda 8.487 3,1% 7.836 2,9%
3. Investimentosdetidosatématuridade 0 0,0% 15.167 5,6%
4. Imobilizaçõeslíquidas 9.148 3,3% 9.307 3,4%
5. Outros activos 7.369 2,7% 6.732 2,5%
6. ActivoLiquido 275.480 100,0% 270.233 100,0%
7. Recursosalheios 245.529 89,1% 240.350 88,9%
7.1 Recursos de outras I.C. 36 0,0% 18 0,0%
7.2. Recursos de clientes 245.493 89,1% 240.332 88,9%
7.3. Passivossubordinados 0 0,0% 0 0,0%
8. Provisões 1.987 0,7% 1.926 0,7%
9.Outros passivos 5.548 2,0% 5.632 2,1%
10. Passivo 253.064 91,9% 247.908 91,7%
11. Capitaispróprios 22.417 8,1% 22.325 8,3%
11.1. Capital 14.901 5,4% 15.211 5,6%
11.2. Reservas de reavaliação 590 0,2% (228) -0,0%
11.3. Out. Res. eRes. Transitados 5.272 1,9% 5.890 2,2%
11.4. Resultado do Exercício 1.653 0,6% 1.452 0,5%
A estrutura do Balanço não sofreu alterações
significativas no exercício de 2010, mantendo-se
muito semelhante o peso relativo das grandes
rubricas que o constituem, conforme explícito no
mapa acima.
A 31 de Dezembro de 2010, o Activo Líquido
situou-se nos 270.233 milhares de euros,
representando uma diminuição de 1,9% em
relação ao idêntico período do ano anterior.
Estrutura do Balanço
RELATÓRIO E CONTAS 2010 32
O Crédito a Clientes, no montante 129.885
milhares de euros, representando 48,1% do
activo líquido, engloba todo o crédito, vincendo e
vencido, concedido pela Instituição e respectivos
proveitos a receber. A este foram deduzidas as
provisões associadas.
As Aplicações em Instituições de Crédito, que
ascenderam a 89.287 milhares de euros e
representavam 33,0% do activo líquido, incluem
8.200 milhares de euros de aplicações no
Mercado Monetário Interbancário e a colocação
de 80.290 milhares de euros em Depósitos a
prazo noutras instituições financeiras, de sólida
reputação. No seu conjunto, estas aplicações
proporcionaram um rendimento anual de 2.862
milhares de euros.
As Imobilizações Líquidas, cujo valor foi de
9.306.944 euros, incluem todo o património de
imóveis de serviço próprio da Instituição, bem
como o valor de 1.613.735 milhares euros,
referente a património recebido da SCMAH,
aquando do aumento de capital ocorrido em
1988 e que se refere a prédios rústicos.
Registou-se no Passivo um valor de 247.908
milhares de euros, assumindo a carteira de
depósitos da Instituição – Recursos de Clientes e
respectivos custos a pagar, 240.350 milhares de
euros.
Nos “Outros Passivos” estão contabilizadas as
responsabilidades com o Fundo de Pensões, a
mensualização de outros encargos a pagar e
outras operações a regularizar.
A Situação Líquida da CEMAH ascendeu a
22.325 milhares de euros, valor suficiente para
permitir a transformação desta Caixa Económica
em Banco, tendo em conta que o valor mínimo
para esse efeito é de 17.500 milhares de euros.
Apresentamos um Rácio de Solvabilidade de
10,7%, que passará para 11,5%, com a inclusão
dos resultados líquidos (deduzido o valor
distribuído à accionista), os quais só poderão ser
considerados após a respectiva Certificação
Legal das Contas, por parte dos auditores
externos.
RELATÓRIO E CONTAS 2010 33
CONTA DE EXPLORAÇÃO
Unidade: Milhares de euros
Mapa comparativo da evolução das principais rubricas 2009 2010
1. Juros e rendimentossimilares 11.409 10.130
2. Juros e encargossimilares (6.261) (4.699)
3. MargemFinanceira 5.148 5.431
4. Rendimentos de serviços e comissões 1.265 1.458
5. Encargos com serviços e comissões (143) (161)
6. Resultados de actividadefinanceira 92 99
7. Outros resultados de exploração (371) (228)
8. ProdutoBancário 6.006 6.619
9. Custos com pessoal (3.005) (3.044)
10. Gastosgeraisadministrativos (2.177) (1.923)
11. Amortizações do exercício (481) (511)
12. Provisões líquidas de reposições e anulações 178 (336)
13. Correcções de valor associadas a crédito a clientes 1.132 647
14. ResultadoLíquido do Exercício 1.653 1.452
Da análise dos valores da Conta de Exploração
relativos ao exercício de 2010, podemos
constatar os seguintes aspectos:
a) Margem Financeira:
A margem financeira passou de 5.148
milhares de euros em 2009 para 5.431
milhares de euros em 2010, registando
um crescimento de 5,5%, que se deveu
essencialmente ao decréscimo dos juros
e encargos similares em 24,9% face ao
ano 2009, motivados pelo decréscimo
das taxas de juro passivas,
acompanhando assim a descida
contínua e acentuada das taxas de
referência do mercado.
b) Produto Bancário:
O acréscimo de 613 milhares de euros
para 6.619 milhares de euros no Produto
Bancário, representando um aumento de
10,2%, foi superior ao registado na
margem financeira sobretudo devido ao
acréscimo positivo dos outros resultados
de exploração. Evidencia-se também
aqui, a contribuição positiva dos
Rendimentos de serviços e comissões
que registaram um crescimento de
15,3% face ao ano 2009.
RELATÓRIO E CONTAS 2010 34
c) Custos Operacionais:
Registou-se um aumento de 1,3% na
rubrica de custos com o pessoal, quando
comparado com o período homólogo, o
que reflecte o aumento do número de
trabalhadores verificado no período em
avaliação. Salienta-se a redução dos
gastos gerais administrativos em 11,7%,
resultado da política de contenção de
custos adoptada pela CEMAH.
d) Provisões líquidas de reposições e
anulações:
Esta rubrica registou em 2010 um
resultado negativo de 336 milhares de
euros face a um resultado positivo 178
milhares de euros em 2009.
e) Correcção de Valor de Crédito a
Clientes:
Esta rubrica (resultante da diferença
entre as provisões constituídas e as
provisões repostas para crédito a
clientes) registou um resultado positivo
de 647 milhares de euros, ainda que
inferior, em 42,9%, ao resultado do ano
anterior (1.133 milhares de euros).
f) Resultados:
Conforme já referenciado, a Margem
Financeira e o Produto Bancário
apresentaram um crescimento em 2010,
não obstante o Resultado Líquido do
Exercício ter sido inferior ao do ano
passado, o que se ficou a dever ao valor
contido na alínea e). Assim sendo,
temos um Resultado Líquido para 2010
de 1.036 milhares de euros.
g) Os Resultados Transitados, resultantes
de alterações de políticas contabilísticas,
mantiveram-se face a 2009.
Mapa da Evolução da Margem Financeira, Produto Bancário e Resultados
2009 2010
MargemFinanceira 5.148 5.431
ProdutoBancário 6.006 6.619
ResultadoLíquido do Exercício 1.653 1.452
Resultados Transitados resultantes de alteração de políticas contabilísticas (416) (416)
Resultado a Distribuir 1.237 1.036
Unidade: Milhares de euros
RELATÓRIO E CONTAS 2010 35
SÍNTESE
Concentrados numa gestão rigorosa, muito
focalizada para o negócio e para o
relacionamento com os clientes, conseguiu-se
apresentar no exercício em análise uma
estrutura de recursos e aplicações consolidada,
com remunerações ajustadas à conjuntura e que
permitiram apresentar uma Conta de Exploração
equilibrada.
Foi controlada de forma eficaz a evolução das
principais rubricas dos gastos de funcionamento,
com especial incidência nos custos relacionados
com a operação e recursos humanos,
contrariando apenas esta tendência os encargos
com consultadorias externas derivadas das
exigências inerentes ao acompanhamento dos
normativos regulamentares – ICAAP, Controlo
Interno, Stress Tests, Auditoria Interna e
Externa, Compliance e Certificação Legal das
Contas.
A opção por aplicarmos o excesso de liquidez
em instituições financeiras e a não necessidade
de recurso a empréstimos subordinados
qualificou o Balanço como isento de produtos de
risco, motivando a realização de um rácio de
solvabilidade e de um rácio de Tier I acima da
média do sector bancário português.
Efectuaram-se os provisionamentos exigidos e
aconselháveis, cumprindo a cobertura de
potenciais vulnerabilidades no reembolso da
carteira de crédito concedido, complementando
com uma valorização periódica dos colaterais
assumidos como garantia e comparando o
modelo contabilístico da determinação do
provisionamento com os critérios impostos pelo
método da imparidade.
Procedeu-se à dotação anual de provisão
relativa ao financiamento diferido dos serviços
passados do Fundo de Pensões CEMAH, valor
esse a deduzir ao Resultado Líquido.
Com este conjunto de formalizações, de
natureza técnica e prudencial, produziu-se um
resultado líquido de 1.036.446,70 Euros,
interessante na perspectiva da remuneração do
Capital Social e tendo em consideração que a
actuação comercial da Caixa está limitada ao
Grupo Central dos Açores e sem nenhuma
componente de negócio internacional ou de
carácter especulativo.
RELATÓRIO E CONTAS 2010 36
PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO
Após a constituição de provisões sobre o Crédito
Concedido, efectuadas as Amortizações Legais
e contabilizados os encargos referentes ao
Fundo de Pensões, propõe-se que o Resultado
Líquido do Exercício de 2010, no montante de
1.036.446,70 euros, tenha a seguinte aplicação:
Aplicação de Resultados Líquidos:
S.C.M.A.H ------------------------------ 259.111,68 euros (25%)
Capital Social -------------------------- 259.111,68 euros (25%)
Reserva Legal --------------------- 259.111,67 euros (25%)
Reserva Estatutária ------------ 259.111,67 euros (25%)
Aumento de Capital Social
Considerando as Reservas existentes, propõe-se um aumento de Capital Social através da incorporação
de Reserva Legal para o valor mínimo considerado para efeito de constituição de um Banco Comercial no
nosso País (17.500.000,00 euros).
Capital Social Actual ---------------------------------------------------------- 15.210.667,90 euros
Aumento de Capital por incorporação da Reserva Legal------------- 2.289.332,10 euros
Capital Social Futuro ----------------------------------------------------------- 17.500,000,00 euros
Angra do Heroísmo, 23 de Março de 2011
O Conselho de Administração
Carlos Manuel Brasil Silva Raulino
José Mancebo Soares Leonildo Garcia Vargas
RELATÓRIO E CONTAS 2010 37
demonstrações financeiras
RELATÓRIO E CONTAS 2010 38
BALANÇO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009
Unidade: Euro
31-Dez-10 31-Dez-09
Antes Prov. Prov. Imp. Valor Valor
Notas Imp. Amort. Amort. Líquido Líquido
Activo
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 6.1 10.353.125 10.353.125 10.639.830 Disponibilidades em out. inst. de crédito 6.2 1.665.608 1.665.608 2.199.201 Activos financeiros disponíveis para venda 6.4 7.836.463 7.836.463 8.486.540 Aplicações em outras instituições de crédito 6.3 89.286.874 89.286.874 96.562.891
Crédito a clientes 6.5 131.773.278 (1.887.893) 129.885.385 141.074.167 Investimentos detidos até à maturidade 6.6 15.167.029 15.167.029 0 Activos não correntes detidos para venda 6.7 4.908.180 (299.996) 4.608.184 4.882.484
Outros activos tangíveis 6.8 13.681.292 (4.436.702) 9.244.590 9.058.162
Activos intangíveis 6.9 1.802.769 (1.740.416) 62.353 90.229
Outros activos 6.10 2.123.669 - 2.123.669 2.486.798
Total do Activo 278.598.287 (8.365.007) 270.233.280 275.480.302
Passivo e Capital
Passivo: Recursos de outras instituições de crédito 6.12 18.201 35.530 Recursos de clientes e outros empréstimos 6.13 240.331.959 245.493.135
Provisões 6.11 1.925.515 1.986.583
Outros passivos subordinados 6.16 0 0
Outros passivos 6.14 5.632.295 5.548.377
Total do Passivo 247.907.970 253.063.625
Capital:
Capital 6.18 15.210.668 14.901.282
Reservas 6.18 -227.934 590.492 Outras reservas e resultados transitados 6.18 5.890.364 5.271.592
Resultado do exercício 1.452.212 1.653.311
Total do Capital 22.325.310 22.416.677
Total do Passivo e do Capital 270.233.280 275.480.302
RELATÓRIO E CONTAS 2010 39
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DOS PERÍODOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009
Unidade: Euro
Notas 31-Dez-10 31-Dez-09
Juros e rendimentos similares 6.19 10.130.211 11.409.190
Juros e encargos similares 6.19 (4.699.217) (6.261.051)
Margem financeira 5.430.994 5.148.139
Rendimentos de instrumentos de capital 6.20 19.761 15.221
Rendimentos de serviços e comissões 6.21 1.458.289 1.265.092
Encargos com serviços e comissões 6.21 (161.057) (143.206)
Resultados de activos financeiros disponíveis para venda (líquido) 6.22 - -
Resultados de reavaliação cambial (líquido) 6.22 98.992 92.000
Resultados de alienação de outros activos
Outros resultados de exploração 6.23 (228.396) (370.771)
Produto bancário 6.618.583 6.006.475
Custos com pessoal 6.24 (3.044.021) (3.005.497)
Gastos gerais administrativos 6.25 (1.922.766) (2.177.037)
Depreciações e amortizações 6.8 e 6.9 (510.690) (481.361)
Provisões líquidas de reposições e anulações 6.11 (335.759) 178.227
Correcções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber de
outros devedores (líquidas de reposições e anulações) 6.11 646.868 1.132.504
Resultado antes de impostos 1.452.212 1.653.311
Impostos correntes - -
Impostos diferidos - -
Resultado após impostos 1.452.212 1.653.311
Do qual: Resultado após impostos de operações descontinuadas - -
RELATÓRIO E CONTAS 2010 40
DEMONSTRAÇÃO DO RENDIMENTO INTEGRAL PARA O PERÍODO DE 12 MESES FINDO
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009
(euros)
Notas
2010
2009
Resultado Líquido do Período
1.452.212
1.653.311
Reserva de Justo Valor
Alterações de Justo Valor, liquidas de imposto
-818.426
117.127
Total de Rendimento Integral do Período
633.786
1.770.438
RELATÓRIO E CONTAS 2010 41
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA DOS PERÍODOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009
Unidade: Euro
Notas 31-Dez-10 31-Dez-09
Fluxos de caixa das actividades operacionais
Juros recebidos 9.263.970
11.407.429
Juros pagos (4.895.079)
(6.377.867)
Comissões recebidas 1.626.480
1.355.232
Comissões pagas (161.057)
(143.206)
Pagamentos (de caixa) a empregados e a fornecedores (5.277.490) (6.642.977)
Impostos pagos (6.679)
(1.648)
(Aumentos)/diminuições dos activos operacionais (líquido) Créditos e adiantamentos a instituições de crédito (20.098.889) -
Créditos e adiantamentos a clientes 11.889.862 (10.489.850)
Outros activos 543 1.601
Aumentos/(diminuições) dos passivos operacionais (líquido) Débitos para com instituições de crédito - à vista (17.329)
34.332
Débitos para com clientes - à vista (2.818.934)
(8.581.952)
Débitos para com clientes - a prazo (2.146.380)
19.373.610
Outros passivos 116.537 64.975
Fluxos de caixa líquidos das actividades operacionais (12.524.447)
(321)
Fluxos de caixa das actividades de investimento
Dividendos recebidos 19.761
15.221
Juros recebidos de activos financeiros 202.145 242.147
Venda de activos financeiros - -
Compra de activos financeiros (18.713.392) (2.336.589)
Vencimento de activos financeiros disponíveis para venda 3.619.998 200.000
Compra de outros activos tangíveis (560.702) (548.040)
Venda de outros activos tangíveis - -
Compra de activos intangíveis (28.166) (31.748)
Venda de activos intangíveis - -
Fluxos de caixa líquidos das actividades de investimento (15.460.358)
(2.459.009)
Fluxos de caixa das actividades de financiamento
Emissão de dívida subordinada -
-
Reembolso de dívida subordinada -
(4.000.000)
Juros de dívida subordinados -
(95.832)
Dividendos pagos (309.386)
(596.020)
Fluxos de caixa líquidos das actividades de financiamento (309.386) (4.691.852)
Aumento líquido em caixa e seus equivalentes (28.294.191) (7.151.182)
Caixa e seus equivalentes no início do período 6.15 109.401.916 116.461.098
Efeitos de alterações da taxa de câmbio em caixa e seus equivalentes 98.992 92.000
Caixa e seus equivalentes no fim do período 6.15 81.206.717 109.401.916
RELATÓRIO E CONTAS 2010 42
DEMONSTRAÇÕES DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO DOS PERÍODOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009
Unidade:
Euro
Reservas de
Outras
Resultados
Resultado do
Notas
Capital
Reavaliação
Reservas
transitados
exercício
Total
Saldos em 31 de Dezembro de 2008 6.17
14.305.262
473.365
4.495.319
(613.385)
2.997.464
21.658.025
Constituição de reservas:
-
Reserva legal
596.020
(596.020)
-
Reserva estatutária
596.020
(596.020)
-
Aumento de capital por incorporação de resultados
596.020
(596.020)
-
Distribuição de resultados
(596.020)
(596.020)
Aplicação de resultados
613.385
(613.385)
-
Alterações de política contabilística
-
Variação líquida em activos financeiros disponíveis para venda
117.127
117.127
Amortização do impacto do Aviso nº 12/2001 (Pensões de Reforma) 6.17
(415.767)
(415.767)
Resultado do exercício 6.17
1.653.311
1.653.311
Saldos em 31 de Dezembro de 2009
14.901.282
590.492
5.687.359 (415.767)
1.653.311
22.416.677
Constituição de reservas: Reserva legal 6.17
309.386
(309.386)
-
Reserva estatutária 6.17
309.386
(309.386)
-
Aumento de capital por incorporação de resultados 6.17
309.386
(309.386)
-
Distribuição de resultados 6.17
(309.386)
(309.386)
Aplicação de resultados
415.767 (415.767) Alterações de política contabilística 6.17
-
-
Variação líquida em activos financeiros disponíveis para venda 6.17
(818.426)
(818.426)
Amortização do impacto do Aviso nº 12/2001 (Pensões de Reforma) 6.17
(415.767)
(415.767)
Resultado do exercício
1.452.212
1.452.212
Saldos em 31 de Dezembro de 2010
15.210.668
(227.934)
6.306.131
(415.767)
1.452.212
22.325.311
RELATÓRIO E CONTAS 2010 43
relatório e parecer do conselho fiscal
RELATÓRIO E CONTAS 2010 44
RELATÓRIO E CONTAS 2010 45
RELATÓRIO E CONTAS 2010 46
certificação de contas
RELATÓRIO E CONTAS 2010 47
RELATÓRIO E CONTAS 2010 48
RELATÓRIO E CONTAS 2010 49
anexo às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2010 e 2009
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 50
1. Introdução
A Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo (“CEMAH” ou “Caixa”) é uma instituição de
crédito, tendo sido constituída em 26 de Abril de 1896. Está autorizada a operar no âmbito do disposto no
Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro, e do Decreto-Lei nº 136/79, de 18 de Maio, que regulamenta a
actividade das caixas económicas, estabelecendo algumas restrições à sua actividade.
A Caixa pode realizar operações bancárias mesmo para além das enunciadas nos seus Estatutos, desde que
genericamente autorizadas pelo Banco de Portugal.
Presentemente, opera através da sede, na cidade de Angra do Heroísmo, e de uma rede de 9 balcões
dispersa pelas ilhas da Terceira, Pico, S. Jorge, Faial e Graciosa.
A Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo é detentora da totalidade do capital da Caixa.
2. Bases de apresentação, comparabilidade da informação e principais políticas contabilísticas
2.1 Bases de apresentação
As demonstrações financeiras da CEMAH foram apresentadas no pressuposto da continuidade das
operações, com base nos livros e registos contabilísticos mantidos de acordo com os princípios consagrados
nas Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), nos termos do aviso n.º 1/2005, de 21 de Fevereiro, e das
Instruções n.º 23/2004 e n.º 9/2005, do Banco de Portugal.
As NCA traduzem-se na aplicação às demonstrações financeiras individuais das Normas Internacionais de
Relato Financeiro (“IFRS”) tal como adoptadas pela União Europeia, com excepção de algumas matérias
reguladas pelo Banco de Portugal, como a valorimetria e imparidade do crédito a clientes, o tratamento
contabilístico relativo ao reconhecimento em resultados transitados dos ajustamentos das responsabilidades
por pensões de reforma e sobrevivência apuradas na transição e a mensuração de activos tangíveis.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 51
Os IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo InternationalAccounting Standards Board (“IASB”) e
as interpretações emitidas pelo International Financial ReportingInterpretationCommitee (“IFRIC”), e pelos
respectivos órgãos antecessores.
Até 31Dezembro de 2010 foram publicadas um conjunto de normas e interpretações, tendo apenas parte
sido adoptada pela União Europeia até essa data. Estas normas contabilísticas e interpretações, que
resumimos de seguida, serão aplicáveis à Caixa a partir de 1 de Janeiro de 2011, tendo a Caixa optado por
não aplicar antecipadamente as mesmas com referência ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2010:
IAS 1 (Revista) - Apresentação de demonstrações financeiras
IAS 24 (Revista) - Divulgações de partes relacionadas
IAS 27 (Revista) – Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas
IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação
IAS 34 (Alterações) – Relato Financeiro Intercalar
IFRS 1 (Alterações) - Adopção pela primeira vez das normas internacionais de relato financeiro
IFRS 3 (Alterações) – Concentrações de actividades empresariais
IFRS 7 (Alterações) – Instrumentos Financeiros: Divulgações
IFRS 9 (Novo) – Instrumentos financeiros: Classificação e mensuração
IFRIC 13 (Alterações) – Programas de Fidelidade do Cliente
IFRIC 14 (Alterações): Pagamentos antecipados de requisitos de financiamento mínimos
IFRIC 19 (Novo) - Extinção de Passivos Financeiros através de Instrumentos de Capital
De entre estas salienta-se o IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitido pelo IASB em 12 de Novembro de
2009, mas ainda não adoptado pela União Europeia). Esta nova norma versa sobre a classificação e
mensuração dos activos financeiros e representa a primeira parte de um projecto de três fases que visa
substituir o IAS 39 sobre o mesmo tema, sendo aplicável a partir de 1 de Janeiro de 2013 (sendo no entanto
permitida a sua aplicação antecipada).
Os impactos da adopção desta nova norma estão ainda a ser estudados pela Caixa, sendo esperadas
alterações ao nível da classificação e mensuração dos activos financeiros.
Em relação às restantes normas, não foram adoptadas antecipadamente pela Caixa, não sendo esperados
no entanto impactos significativos nas suas demonstrações financeiras.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 52
As demonstrações financeiras agora apresentadas foram aprovadas pelo Conselho de Administração em 23
de Março de 2011.
As demonstrações financeiras são apresentadas em Euros.
2.2 Comparabilidade da informação
As demonstrações financeiras referentes ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2010 são comparáveis
em todos os aspectos materialmente relevantes com as demonstrações financeiras referentes a 31 de
Dezembro de 2009.
2.3 Principais políticas contabilísticas
As políticas contabilísticas mais relevantes utilizadas na preparação das demonstrações financeiras, foram as
seguintes:
2.3.1 Activos e passivos financeiros
Os activos e passivos financeiros são reconhecidos na data de negociação ou contratação, salvo se decorrer
de expressa estipulação contratual ou de regime legal ou regulamentar aplicável, que os direitos e
obrigações inerentes aos valores transaccionados se transferem em data diferente, casos em que será esta
última a data relevante.
No momento inicial, os activos e passivos financeiros são reconhecidos pelo justo valor acrescido de custos
de transacção directamente atribuíveis. Entende-se por justo valor o montante pelo qual um determinado
activo ou passivo pode ser transferido ou liquidado entre contrapartes de igual forma conhecedoras e
interessadas em efectuar essa transacção. Na data de contratação ou de início de uma operação o justo
valor é geralmente o valor da transacção.
Subsequentemente ao reconhecimento inicial, o justo valor dos activos financeiros é determinado com base
em:
Preços de um mercado activo,
Técnicas de valorização, incluindo modelos de desconto de fluxos de caixa conforme seja
apropriado; ou
Obtenção de preços junto de contraparte independente.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 53
Um mercado é considerado activo, e portanto líquido, se transacciona de uma forma regular.
Os activos financeiros são desreconhecidos quando expiram os direitos contratuais da Caixa ao recebimento
dos seus fluxos financeiros ou tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à
sua detenção.
2.3.1.1 Crédito e outros valores a receber
Os créditos e outros valores a receber compreendem os créditos concedidos a clientes (excluindo as
operações com instituições de crédito) e créditos titulados (obrigações emitidas por empresas ou instituições
financeiras) que não sejam transaccionados num mercado activo e para os quais não haja intenção de
venda.
Os créditos e outros valores a receber são inicialmente reconhecidos pelo justo valor, que em geral
corresponde ao valor da transacção e inclui comissões, taxas ou outros custos e proveitos associados às
operações de crédito.
Os juros, comissões e outros custos e proveitos que sejam considerados incrementais (associados à
operação de crédito) são periodificados ao longo da vida das operações de acordo com o método pró-rata
temporis, quando se tratem de operações que produzam fluxos de rédito ao longo de um período superior a
um mês, independentemente do momento em que são cobradas ou pagas.
As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis ou revogáveis são registados em
contas extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de comissões, juros ou outros proveitos
registados em contas de resultados ao longo da vida das operações.
Os créditos e outros valores a receber só são desreconhecidos do balanço quando expiram os direitos
contratuais da Caixa à sua recuperação ou forem transferidos substancialmente todos os riscos e benefícios
associados à sua detenção.
A Caixa classifica em crédito vencido as prestações vencidas de capital ou juros decorridos que sejam 30
dias após o seu vencimento. Nos créditos em contencioso são consideradas vencidas todas as prestações
de capital (vincendas e vencidas).
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 54
A CEMAH procede ao abate de créditos ao activo (write-offs) das operações que considera irrecuperáveis e
cujas provisões estejam constituídas pelo valor total do crédito no mês anterior ao do abate. Estes créditos
são registados em rubricas extrapatrimoniais até ao momento da extinção definitiva das responsabilidades de
cada operação de crédito, por liquidação ou por cessação formal do direito a receber nos termos legais
aplicáveis.
Os créditos a clientes cujos termos tenham sido renegociados, e que de outra forma seriam considerados
créditos vencidos, são, por indicação do Banco de Portugal, reclassificados e tratados como vencidos.
2.3.1.1.1 Provisões para crédito e juros vencidos, créditos e cobrança duvidosa e riscos gerais de
crédito
De acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, de 30 de Junho, e outras disposições emitidas pelo
Banco de Portugal, a Caixa constitui as seguintes provisões para riscos de crédito:
Provisão para crédito e juros vencidos
Esta provisão, apresentada no activo como dedução à rubrica Crédito a clientes, destina-se a fazer face
aos riscos de realização de créditos concedidos que apresentem prestações vencidas e não pagas, de
capital ou juros. Conforme disposto pelo Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal, o montante a provisionar é
crescente em função do período decorrido após o respectivo vencimento e da eventual existência de
garantias, excluindo os créditos concedidos ao Sector Público Administrativo.
Provisão para créditos de cobrança duvidosa
As provisões para créditos de cobrança duvidosa, são apresentadas no activo como dedução à rubrica
Créditos a clientes e destinam-se a fazer face aos riscos de realização do capital vincendo relativamente a
créditos daquela natureza que apresentem prestações vencidas e não pagas de capital ou juros. São
considerados nesta situação:
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 55
As prestações vincendas de uma mesma operação de crédito em que se verifique, relativamente às
respectivas prestações em mora de capital e juros, pelo menos uma das seguintes condições:
i) Excederem 25% do capital em dívida, acrescido de juros;
ii) Estarem em incumprimento há mais de:
- Seis meses, nas operações com prazo inferior a cinco anos;
- Doze meses, nas operações com prazo igual ou superior a cinco anos mas inferior a dez anos;
- Vinte e quatro meses, nas operações com prazo igual ou superior a dez anos.
Os créditos nestas condições são considerados vencidos apenas para efeitos da constituição de
provisões, sendo provisionados com base nas taxas aplicáveis ao crédito vencido dessas operações.
Os créditos vincendos sobre um mesmo cliente se, de acordo com a classificação acima definida, o
crédito e juros vencidos de todas as operações relativas a esse cliente excederem 25% do crédito total,
acrescido de juros. Os créditos nestas condições são provisionados com base em metade das taxas de
provisão aplicáveis aos créditos vencidos, com inicio de contagem de vencido na data de contaminação
do cliente.
Provisão para riscos gerais de crédito
A provisão para riscos gerais de créditoé de natureza geral e destina-se a fazer face a riscos de crédito
não identificados especificamente.Encontra-se registada no passivo, na rubrica "Provisões para riscos e
encargos - outras provisões" e é calculada por aplicação das seguintes percentagens genéricas à totalidade
do crédito não vencido:
0,5%relativamente ao crédito garantido por hipoteca sobre imóvel, ou operações de locação
financeira imobiliária, em ambos os casos quando o imóvel se destine a habitação do mutuário;
1,5% no caso de se tratar de crédito ao consumo; e
1% no que se refere ao restante crédito concedido.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 56
2.3.1.2 Activos financeiros disponíveis para venda
A rubrica Activos financeiros disponíveis para venda inclui:
• Títulos de rendimento fixo que não tenham sido classificados como carteira de negociação nem
como carteira de crédito;
• Títulos de rendimento variável disponíveis para venda; e
• Participações em outras empresas, que não sejam filiais, associadas e empreendimentos conjuntos.
Os activos financeiros disponíveis para venda são activos financeiros não derivados que: (i) a Caixa tem
intenção de manter por tempo indeterminado, (ii) são designados como disponíveis para venda no momento
do seu reconhecimento inicial ou (iii) não se classificam como: empréstimos concedidos ou contas a receber,
investimentos detidos até à maturidade ou activos financeiros ao justo valor através de resultados.
Os activos classificados como disponíveis para venda são avaliados ao justo valor, excepto no caso de
instrumentos de capital próprio não cotados num mercado activo e cujo justo valor não possa ser
determinado com fiabilidade, que permanecem registados ao custo.
Os ganhos e perdas resultantes de alterações no justo valor de activos financeiros disponíveis para venda
são reconhecidos directamente nos capitais próprios na rubrica Reservas de Reavaliação de Justo Valor,
excepto no caso de perdas por imparidade e de ganhos e perdas cambiais de activos monetários, até que o
activo seja vendido, momento em que o ganho ou perda anteriormente reconhecido no capital próprio é
registado em resultados.
Os juros corridos de obrigações e outros títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição
e o valor nominal (prémio ou desconto) são registados em resultados.
Os rendimentos de títulos de rendimento variável (dividendos no caso das acções) são registados em
resultados, na data em que são atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os dividendos
antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.
Em caso de evidência de imparidade, resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu
reconhecimento inicial, tais como: (i) para os títulos cotados, uma desvalorização continuada ou de valor
significativo na sua cotação, e (ii) para títulos não cotados, quando esse evento (ou eventos) tenha um
impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, que possa ser estimado com
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 57
razoabilidade, a perda potencial acumulada em reservas, correspondente à diferença entre o custo de
aquisição e o justo valor actual, deduzida de qualquer perda de imparidade no investimento anteriormente
reconhecida em resultados, é transferida para resultados. Se num período subsequente o montante da perda
de imparidade diminui, a perda de imparidade anteriormente reconhecida é revertida por contrapartida de
resultados do exercício até à reposição do custo de aquisição, excepto no que se refere a acções ou outros
instrumentos de capital, caso em que a reversão da imparidade é reconhecida em reservas.
2.3.1.3 Investimentos detidos até à maturidade
A rubrica Investimentos detidos até à maturidade inclui activos financeiros não derivados, com pagamentos
fixos ou determináveis, que possuam uma maturidade fixa, e relativamente aos quais seja intenção do
Concelho de Administração a sua manutenção até à respectiva data de vencimento.
Os activos classificados como detidos até à maturidade são mensurados ao custo amortizado.
Os juros corridos dos mesmos, e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou
desconto), são registados em resultados.
Em caso de evidência de imparidade, resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu
reconhecimento inicial, tais como: (i) para os títulos cotados, uma desvalorização continuada ou de valor
significativo na sua cotação, e (ii) para títulos não cotados, quando esse evento (ou eventos) tenha um
impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, que possa ser estimado com
razoabilidade, a perda é registada em resultados.
2.3.1.4 Caixa e equivalentes de caixa
Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores
registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de balanço, onde se incluem a
caixa, as disponibilidades e as aplicações em instituições de crédito.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 58
2.3.1.5 Outros passivos financeiros
Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação contratual da sua
liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da
sua forma legal.
Os Outros passivos financeiros incluem essencialmente recursos de instituições de crédito e de clientes.
Estes passivos financeiros são registados (i) inicialmente pelo seu justo valor deduzido dos custos de
transacção incorridos e (ii) subsequentemente ao custo amortizado.
2.3.2 Outros activos tangíveis
De acordo com o aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal, os outros activos tangíveis são valorizados ao custo
de aquisição, excepto quando se verifiquem reavaliações extraordinárias autorizadas. Ao valor de custo em
balanço são deduzidas as respectivas amortizações acumuladas. O custo inclui despesas que são
directamente atribuíveis à aquisição dos bens.
Os custos subsequentes com os activos tangíveis são reconhecidos apenas se for provável que deles
resultem benefícios económicos futuros para a Caixa. Todas as despesas com manutenção e reparação são
reconhecidas como custo, de acordo com o princípio da especialização dos exercícios.
As amortizações dos outros activos tangíveis são calculadas segundo o método das quotas constantes, às
seguintes taxas de amortização que reflectem a vida útil estimada dos bens (período em que se espera que o
activo esteja disponível para uso):
Número de anos %
Máquinas e mobiliário 8 12,5
Viaturas 4 25
Equipamento informático 3 33,33
Instalações interiores 10 10
Imóveis 50 2
Estes activos são sujeitos a testes de imparidade sempre que eventos ou circunstâncias indiciam que o valor
de balanço excede o seu valor realizável, sendo a diferença, caso exista, reconhecida em resultados. O valor
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 59
realizável é o maior de entre o valor de mercado do activo deduzido dos custos de venda e o seu valor de
uso.
2.3.3 Activos intangíveis
Os activos intangíveis referem-se essencialmente aos investimentos em software.
Os custos incorridos com a aquisição de software são capitalizados, assim como as despesas adicionais
suportadas pela Caixa necessárias à sua implementação. Estes custos são amortizados de forma linear ao
longo da vida útil esperada destes activos (entre 3 e 8 anos).
2.3.4 Aplicações por recuperação de créditos
Os activos (imóveis, equipamentos e outros bens) recebidos em dação por recuperação de créditos são
registados na rubrica de Activos não correntes detidos para venda. Estes activos são registados pelo valor
acordado no contrato de dação, o qual corresponde ao menor dos valores da dívida existente ou da
avaliação do imóvel, à data da dação em cumprimento do crédito. A política da Caixa para activos recebidos
por recuperação de crédito é proceder à sua alienação, no prazo mais curto em que tal seja praticável.
Estes imóveis são objecto de avaliações periódicas, e caso existam perdas não realizadas, estas são
registadas como perdas de imparidade por contrapartida de resultados do exercício. As mais-valias
potenciais em outros activos não são reconhecidas no balanço.
2.3.5. Reconhecimento de juros
Os resultados decorrentes de juros de instrumentos financeiros mensurados ao custo amortizado, são
reconhecidos nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e custos similares.
No caso de activos financeiros para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados
em resultados são determinados com base na taxa de juro utilizada na mensuração da perda por imparidade.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 60
2.3.6 Reconhecimento de rendimentos de serviços e comissões
Os rendimentos de serviços e comissões são reconhecidos em geral, de acordo com o princípio
contabilístico da especialização de exercícios, da seguinte forma:
rendimentos de serviços e comissões obtidos na execução de um acto significativo são reconhecidos
em resultados quando o acto significativo tiver sido concluído;
rendimentos de serviços e comissões obtidos à medida que os serviços são prestados são
reconhecidos em resultados no período a que se referem;
rendimentos de serviços e comissões que são considerados uma parte integrante da taxa de juro
efectiva de um instrumento financeiro são registados em resultados.
2.3.7 Benefícios a empregados
Pensões de reforma e outros benefícios
Em conformidade com o acordo de adesão celebrado com as estruturas sindicais do sector bancário, a Caixa
assumiu o compromisso de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias, prestações pecuniárias a
título de pensões de reforma por velhice, invalidez e pensões de sobrevivência. Estas prestações consistem
numa percentagem, crescente em função do número de anos de serviço do empregado, aplicada à tabela
salarial negociada anualmente para o pessoal no activo.
De acordo com os estatutos da Caixa os membros do Conselho de Administração não são abrangidos pelo
benefício descrito no parágrafo anterior.
As responsabilidades da Caixa com pensões de reforma são calculadas anualmente, na data de fecho das
contas por entidade independente, com base no método “ProjectedUnitCreditCost”. A taxa de desconto é
determinada com base em taxas de mercado de obrigações de empresas de baixo risco, com maturidade
semelhante ao da liquidação das responsabilidades. Os principais pressupostos actuariais (financeiros e
demográficos) utilizados no cálculo destas responsabilidades são apresentados na Nota 6.16.1.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 61
O valor das responsabilidades inclui, para além dos benefícios com pensões de reforma, os benefícios com
cuidados médicos pós-emprego (SAMS) e subsídio de morte na reforma.
Nos termos do Aviso do Banco de Portugal nº4/2005 e nº12/2005, o acréscimo de responsabilidades
resultante da aplicação do IAS 19 em 31 de Dezembro de 2005 (no valor de €4.703 milhares) foi reconhecido
na rubrica Outros activos – despesas com custo diferido. O reconhecimento em resultados transitados do
impacte ao nível das responsabilidades com pensões seria efectuado através da aplicação de um plano de
amortização de prestações uniformes por um prazo de 5 anos, prazo este alargado para 8 anos, a partir da
data de transição, com excepção da parte referente a responsabilidades relativas a cuidados médicos pós-
emprego e a alterações de pressupostos relativos à tábua de mortalidade, que teria inicialmente a duração
de 7 anos e presentemente de 10 anos.
Após a data de transição, o valor dos ganhos e perdas actuariais resultantes de alterações nos pressupostos
actuariais e financeiros e de diferenças entre os pressupostos actuariais e financeiros utilizados e os valores
efectivamente verificados são reconhecidos de acordo com o método do corredor e registados na rubrica
Outros activos ou Outros passivos – Desvios actuariais. São enquadráveis no corredor, os ganhos ou perdas
actuariais acumulados que não excedam 10% do valor das responsabilidades com serviços passados ou
10% do valor do Fundo de Pensões, dos dois o maior. Os valores que excedam o corredor são amortizados
em resultados pelo período de tempo médio até à idade esperada de reforma dos Colaboradores abrangidos
pelo plano.
O acréscimo de responsabilidades por serviços passados decorrente da passagem de Colaboradores à
situação de reforma antecipada é integralmente reconhecido como custo nos resultados do exercício.
Com referência a 31 de Dezembro de 2006, a CEMAH constituiu um fundo de pensões para assegurar a
cobertura das responsabilidades com serviços passados com pensões de reforma (benefícios pós-emprego).
A 31 de Dezembro de 2007 a cobertura das responsabilidades com serviços passados relativas a SAMS e
subsídio de morte, passou também a ser assegurada pelo fundo de pensões. O valor do Fundo de Pensões
corresponde ao justo valor dos seus activos à data do balanço.
O valor das responsabilidades com serviços passados por pensões de reforma líquido do valor do fundo de
pensões e dos desvios actuariais não reconhecíveis está registado na rubrica Outros Passivos.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 62
Anualmente, a Caixa reconhece como custo na sua demonstração de resultados o custo do serviço corrente
e o custo dos juros deduzidos do rendimento esperado dos activos do fundo e da amortização de desvios
actuariais ou de alterações de pressupostos fora do corredor.
As contribuições para o fundo são efectuadas anualmente de forma a assegurar a solvência do mesmo,
sendo que o financiamento mínimo das responsabilidades por pensões em pagamento é de 100% e das
responsabilidades por serviços passados de pessoal no activo, de 95%, excepto quanto às responsabilidades
ainda não amortizadas, que de acordo com o aviso nº4/2005 irão ser financiadas à medida que as
responsabilidades forem sendo amortizadas.
Prémios de antiguidade
No âmbito do acordo de adesão celebrado com as estruturas sindicais do sector bancário, a CEMAH
assumiu o compromisso de pagar aos seus colaboradores prémios de antiguidade, quando estes completam
15, 25 e 30 anos de serviço, correspondente a uma, duas e três vezes, respectivamente do salário mensal
recebido à data de pagamento dos prémios.
O valor actual dos benefícios com prémios de antiguidade, é determinado anualmente por uma entidade
independente, com base no método “ProjectedUnitCreditCost”. A taxa de desconto é determinada com base
em taxas de mercado de obrigações de empresas de baixo risco, com maturidade semelhante ao da
liquidação das responsabilidades. Os principais pressupostos actuariais (financeiros e demográficos)
utilizados no cálculo do valor actual destes benefícios são idênticos aos utilizados no cálculo das
responsabilidades com Pensões de reforma, os quais são apresentados na Nota 6.16.1.
As responsabilidades por prémios de antiguidade são registadas na rubrica Outros passivos. Anualmente, a
CEMAH reconhece como custo na sua demonstração de resultados o custo do serviço corrente e o custo dos
juros líquidos dos ganhos e perdas resultantes de desvios actuariais, resultantes de alterações de
pressupostos ou da alteração das condições dos benefícios.
2.3.8 Provisões
Esta rubrica inclui as provisões constituídas para fazer face a outros riscos específicos, nomeadamente
contingências fiscais, processos judiciais e outras perdas estimadas decorrentes da actividade da CEMAH.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 63
São reconhecidas provisões quando (i) a Caixa tem uma obrigação presente, legal ou construtiva, (ii) seja
provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do
valor dessa obrigação.
2.3.9 Imposto sobre lucros
A Caixa encontra-se isenta de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC), nos termos da
alínea b) do número 1 do artigo 9º do Código do IRC, tendo tal isenção sido reconhecida por Despacho de 17
de Março de 1999, do Secretário Regional da Presidência para as Finanças e Planeamento da Região
Autónoma dos Açores.
2.3.10 Capital
Um instrumento é classificado como instrumento de capital quando não existe uma obrigação contratual da
sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro,
independentemente da sua forma legal, evidenciando um interesse residual nos activos de uma entidade
após a dedução de todos os seus passivos.
Todos os custos directamente atribuíveis à emissão de capital são registados por contrapartida da rubrica de
capital como uma dedução ao valor da emissão.
2.3.11 Principais estimativas e incertezas associadas à aplicação das políticas contabilísticas
Na elaboração das demonstrações financeiras a Caixa efectuou estimativas e utilizou pressupostos que
afectam as quantias relatadas dos activos e passivos. Estas estimativas e pressupostos são apreciados
regularmente e baseiam-se em diversos factores incluindo expectativas acerca de eventos futuros que se
consideram razoáveis nas circunstâncias.
Utilizaram-se estimativas e pressupostos nomeadamente nas seguintes áreas significativas:
Pensões de reforma e sobrevivência
As responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência são estimadas com base em pressupostos e
estimativas, incluindo a utilização de projecções actuariais, rentabilidade estimada do fundo e outros factores
que podem ter impacto nos custos e responsabilidades com pensões.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 64
Imparidade do crédito
O valor da imparidade do crédito é determinado com base em estimativas do valor a recuperar. Estas
estimativas são efectuadas com base na utilização de determinados pressupostos. Eventuais diferenças
entre esses pressupostos e o comportamento futuro dos créditos têm impacto nas estimativas efectuadas.
Imparidade dos activos financeiros disponíveis para venda
A Caixa determina que existe imparidade nos seus activos financeiros disponíveis para venda quando existe
uma desvalorização contínua ou de valor significo no seu justo valor. Este procedimento requer julgamento,
que assenta entre outros factores na volatilidade normal do preço das acções e nos pressupostos utilizados
nos modelos de avaliação.
Justo valor de activos financeiros não cotados
Na valorização de instrumentos financeiros não negociados em mercados líquidos o justo valor dos
instrumentos financeiros não cotados é estimado com base em métodos de avaliação, assim como pela
obtenção de preços junto de contraparte independente
Imparidade das aplicações por recuperação de créditos
O valor da imparidade dos activos (imóveis, equipamentos e outros bens) recebidos em dação por
recuperação de créditos determinado com base nas estimativas dos avaliadores independentes sobre o valor
de líquido de realização dos activos. Estas estimativas são efectuadas com base na utilização de
determinados pressupostos. Eventuais diferenças entre esses pressupostos e o comportamento futuro dos
mercados imobiliários têm impacto nas estimativas efectuadas.
3. Gestão do risco financeiro
A actividade da CEMAH encontra-se sujeita a um conjunto de riscos financeiros, sendo os mais relevantes os
riscos de crédito e taxa de juro. A política de gestão de riscos da Caixa visa garantir a todo o momento, uma
adequada relação entre os seus capitais próprios e a actividade desenvolvida. Neste contexto, o controlo e
acompanhamento dos principais riscos a que a Caixa encontra exposta assume particular importância.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 65
Risco de crédito
O risco de crédito está associado ao grau de incerteza dos fluxos de caixa futuros, por incapacidade do
mutuário em cumprir com as obrigações assumidas nos contratos de crédito.
A CEMAH está exposta a risco de crédito essencialmente derivado de crédito a clientes, aplicações em
instituições de crédito e carteira de títulos, que representam cerca de 90% do activo.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 66
Estrutura interna
O Conselho de Administração procede, anualmente, à revisão da estratégia e das principais políticas de
crédito e princípios orientadores da concessão de crédito, tendo em conta os resultados alcançados e os
objectivos estabelecidos.
Em matéria de risco de crédito, a fixação de objectivos centra-se na indicação do mercado alvo e na
desagregação da carteira de acordo com critérios como a finalidade, o sector de actividade, as garantias
prestadas, maturidade e qualidade do crédito concedido.
O sistema de gestão do risco de crédito apresenta uma adequada segregação de funções, nomeadamente
no que respeita a: análise, aprovação e acompanhamento do crédito e pretende contribuir para a
identificação e correcção de eventuais desvios face aos objectivos e orientações estabelecidos.
No que respeita às responsabilidades específicas ao nível da gestão de risco de crédito, estas são:
Conselho de Administração e Direcção Geral:
O Conselho de Administração e Direcção Geral são responsáveis pela aprovação das políticas e
procedimentos (incluindo níveis de tolerância) relacionados com o risco de crédito e acompanhamento da
carteira de crédito, por forma a agir em caso de situações de maior grau de risco. De salientar que o
Conselho de Administração é ainda responsável pela aprovação de todos os créditos.
Direcção Comercial e Rede de Balcões:
A Direcção Comercial é genericamente responsável pela revisão das propostas de crédito e emissão de um
parecer, remetendo a informação sobre os processos para aprovação do Conselho de Administração.
Procede ainda a análises regulares da carteira de crédito vencido e acompanha a carteira de crédito,
reportando as situações mais críticas à Direcção Geral e Conselho de Administração. Adicionalmente revê as
propostas de recuperação de crédito propostas pela equipa de recuperação e acompanha as situações de
crédito reestruturado.
Ao nível da rede de balcões, as principais funções no que respeita à gestão de risco de crédito:
Recolher informação do cliente no âmbito do processo de aceitação de crédito e análise doscoring;
Proceder a uma análise de risco preliminar, emitindo parecer sobre o risco da operação, tendo em
consideração a situação patrimonial e financeira do cliente e garantias prestadas;
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RELATÓRIO E CONTAS 2010 67
Acompanhar a carteira de clientes;
Analisar a carteira do ponto de vista comercial (pontos críticos e oportunidades).
Direcção de Gestão do Risco:
As principais funções em matéria de gestão de risco são as seguintes:
Preparar e calibrar cenários de tolerância ao risco;
Definir/actualizar perfil de risco e/ou níveis de tolerância ao risco;
Comunicar directrizes aprovadas pelo Conselho de Administração em matéria de risco de crédito;
Elaborar os testes de esforço sobre a carteira de crédito;
Emitir parecer sobre as propostas de crédito;
Monitorar a exposição ao risco de crédito/concentração alertando a equipa de recuperação para o valor
de crédito em risco.
Direcção jurídica:
Composta pelo técnico jurídico e por técnicos do centro de atendimento a particulares, tem como principal
função negociar com os clientes em incumprimento alternativas de regularização da dívida.
A avaliação dos clientes conjuga aspectos de natureza quantitativa e qualitativa e indicadores de
comportamento, resultando assim da apreciação dos dados contabilísticos, historial de cumprimento dos
clientes e garantias, entre outros aspectos. Nessa mesma avaliação das operações tem particular incidência
na ponderação do grau de risco associado, a identificação clara da finalidade dos financiamentos,
capacidade de reembolso e contra garantias obtidas.
Controlo e políticas de mitigação
Aos responsáveis pela gestão de crédito cabe o controlo preventivo do risco e a detecção precoce de sinais
de deterioração da qualidade dos devedores. Para tal, estão implementados os seguintes procedimentos e
produção de informação:
Produção de listagens de limites de crédito a renovar no mês seguinte, sendo estas enviadas para os
balcões;
Acompanhamento do risco de crédito, por cliente e balcão, tendo como base o crédito vivo existente
(incluindo os descobertos em conta corrente) e as listagens de limites de crédito;
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(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 68
Análise quinzenal das posições de grupos económicos, o qual fornece o peso de cada um no total do
crédito, bem como nos requisitos de fundos próprios da CEMAH, sendo conferido o cumprimentos dos
limites;
Análise regular da exposição do risco de crédito, com base nas carteiras de crédito, aplicações e
investimentos, produzindo alguns cenários que suportarão a gestão do capital e o reporte prudencial;
Acompanhamento do crédito vencido: diariamente são acompanhadas as prestações em dívida,
apurando as respectivas razões para estas situações e semanalmente são analisados os créditos com
prestações vencidas, por tipo de crédito, antiguidade, contra garantias, perspectivas de regularização e
nível de aprovisionamento;
Análise das situações mais críticas ao nível da carteira de crédito de acordo com indicação dos
balcões, para reporte à Direcção Geral e Conselho de Administração;
Análise da exposição dos grupos económicos e de crédito vencido pelo Conselho de Administração,
com enfoque nas situações mais críticas, sendo definidas acções a tomar.
Processo de recuperação
Tendo por base um conjunto de indicadores de alerta (ex. créditos com 3 prestações vencidas) é
estabelecido um contacto com o cliente, negociando-se as possibilidades de regularização dos
pagamentos em atraso;
Caso exista uma proposta de reestruturação, são solicitados novos elementos;
Caso não exista sucesso na negociação por parte da Direcção Comercial, os processos são
encaminhados para o Conselho de Administração e Direcção Geral para definição de medidas de
prossecução/resolução (ex. envio para contencioso);
Aquando da passagem para Contencioso a Gestão de Riscos tem 5 dias para preparar o processo.
Políticas de mitigação
A Caixa utiliza uma diversidade de políticas e práticas de forma a mitigar o risco de crédito. A mais tradicional
é a obtenção de garantias colaterais aquando da concessão de crédito. A Caixa implementa orientações em
relação à aceitabilidade de classes específicas de colateral ou de mitigação do risco de crédito. Os principais
tipos de colateral para créditos e valores a receber são:
- Hipotecas sobre imóveis;
- Penhores de aplicações efectuadas na Caixa;
- Penhor de activos como instalações, inventários e contas a receber.
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(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 69
Financiamentos de longo prazo a entidades empresariais e individuais, são geralmente garantidos; créditos
individuais de baixo valor e recorrentes geralmente não têm garantia. Adicionalmente, com o intuito de
minimizar a perda, no momento em que existam indicadores de imparidade para os créditos e valores a
receber, a Caixa procura colaterais adicionais das contrapartes relevantes.
Compromissos de concessão de crédito
O principal objectivo deste tipo de instrumentos é assegurar que os fundos são disponibilizados a um cliente
à medida que este os requisite. Compromissos de extensão de crédito representam partes não utilizadas de
autorizações para estender o crédito na forma de empréstimos, garantias ou letras de crédito. Re lativamente
a risco de crédito associado a este produto, a Caixa está potencialmente exposta a uma perda num montante
igual ao total dos seus compromissos não utilizados. Neste âmbito, a Caixa monitoriza com especial atenção
os compromissos de crédito revogáveis, uma vez que apenas sobre estes tem poder de acção atempada.
Medição do risco
A Caixa não utiliza modelos internos para medição e cálculo dos requisitos de capital para o risco de crédito.
Os requisitos de capital são calculados de acordo com o método padrão, sendo efectuadas adicionalmente
análises de sensibilidade e cenário específicas.
Imparidade e políticas de provisionamento
A Caixa avalia semestralmente a existência de evidência objectiva de imparidade na sua
carteira de crédito, no âmbito do reporte para o Banco de Portugal.
A metodologia e os pressupostos utilizados para o cálculo da perda por imparidade são objecto de
apreciação semestral por parte do Conselho de Administração e dos Auditores externos, sendo os resultados
posteriormente reportados ao Banco de Portugal.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 70
A metodologia adoptada pela Caixa baseia-se num modelo de imparidade para a carteira de crédito.
Resumimos de seguida a metodologia do modelo que tem por base as seguintes etapas:
1. Segmentação da carteira de crédito;
2. Análise de evidência de imparidade;
3. Cálculo da perda por imparidade.
A Caixa constitui provisões de acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, de 30 de Junho, existindo a
31 de Dezembro de 2010 provisões adicionais às regulamentares por decisão do Conselho de Administração
no montante de €244 milhares. No caso das perdas por imparidade serem superiores às provisões registadas
em balanço de acordo com o Aviso acima referido, é efectuado um reforço das provisões em balanço pela
respectiva diferença.
Exposição ao risco de crédito
Resumimos de seguida a exposição máxima a risco de crédito em 31 de Dezembro de 2010 e 2009:
2010 2009
Disponibilidades em Bancos Centrais 4.976 5.022
Disponibilidades em outras instituições de crédito 1.666 2.199
Aplicações em instituições de crédito 89.287 96.563
Activos financeiros disponíveis para venda 7.836 8.487
Crédito a clientes 131.773 143.619
Investimentos detidos até à maturidade 15.167 0
Outros activos 309 306
Exposição risco crédito de exposições fora de balanço:
Garantias prestadas 5.308 4.505
Linhas de crédito irrevogáveis 17.549 19.605
Outros compromissos
Exposição máxima
Os valores acima não têm em consideração qualquer colateral detido ou outras formas de mitigação do risco
de crédito. Para os activos no balanço, a exposição acima é a quantia escriturada no Balanço.
A exposição ao risco de crédito da Caixa está concentrada geograficamente apenas na região autónoma dos
Açores.
Apresenta-sede seguida os valores de balanço dos activos sujeitos a risco de crédito, categorizados por
tipode indústria.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 71
Instituições
Financeiras
Sector
públicoImobiliário
Indústria
transformadoraServiços
Outras
indústriasParticulares Total
Disponibilidades em Bancos Centrais 4.976 0 0 0 0 0 0 4.976
Disponibilidades em outras instituições de crédito 1.666 0 0 0 0 0 0 1.666
Aplicações em instituições de crédito 89.287 0 0 0 0 0 0 89.287
Activos financeiros disponíveis para venda 105 4.036 0 0 0 3.695 0 7.836
Crédito a clientes 644 12 565 270 4.616 81.172 44.493 131.773
Investimentos detidos até à maturidade 0 15.167 0 0 0 0 0 15.167
Outros activos 0 36 0 0 3 19 251 309
96.678 19.252 565 270 4.619 84.886 44.744 251.014
Garantias Prestadas 0 0 0 0 763 4.545 0 5.308
Linhas de Crédito revogáveis 18 15 0 2 5 688 2.085 2.814
A 31 de Dezembro 2010 96.696 19.267 565 272 5.387 90.119 46.829 259.136
A 31 de Dezembro 2009 116.382 4.660 0 46 5.890 86.174 50.028 263.179
A segmentação da carteira de crédito determinada de acordo com diversos factores como o nível de
garantias reais associado e nível de incumprimento em 2010 e 2009 era a seguinte:
31-12-2010 31-12-2009
Prime 19,35% 14,37%
Standard monitoring 76,36% 77,55%
Special monitoring 0,68% 1,78%
Sub standard 3,61% 6,30%
As categorias apresentadas resultam da combinação de dois factores: i) registo de incumprimento e ii) nível
de cobertura dos empréstimos por garantias hipotecárias. Atendendo ao tipo de Clientes em questão,
particulares e pequenas empresas, não estão disponíveis classificações de rating externas.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 72
A exposição a risco de crédito das Disponibilidades e aplicações em instituições de crédito, activos
financeiros disponíveis para venda, e investimentos detidos até à maturidade, é apresentada como segue:
Disponibilidades e
aplicações em
Instituições de
crédito
Activos
financeiros
disponíveis para
venda
Créditos e
Outros valores
a Receber
Investimentos
detidos até à
maturidadeTotal
31-12-2010
AA- a AA+ 2 - - 1.239 1.241
A- a A+ 516 4.141 - 11.328 15.985
Menor que A- 48.699 - - 2.603 51.302
Sem rating 41.710 3.695 - - 45.405
Total 90.927 7.836 0 15.171 113.933
31-12-2009
AA- a AA+ 180 - - - 180
A- a A+ 20.669 4.703 - - 25.372
Menor que A- 56.079 - - - 56.079
Sem rating 21.834 3.783 10.025 - 35.642
Total 98.762 8.487 10.025 0 117.273
Risco de taxa de juro
O risco de taxa de juro é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados
ou no capital, devido a movimentos adversos nas taxas de juro, por via de desfasamentos de maturidades ou
de prazos de refixação das taxas de juro, da ausência de correlação perfeita entre as taxas recebidas e
pagas nos diferentes instrumentos, ou da existência de opções embutidas em instrumentos financeiros do
balanço ou elementos extra patrimoniais.
O risco de taxa de juro na Caixa advém essencialmente das aplicações em instituições financeiras, carteira
de crédito e carteira de títulos (cerca de 90% do activo).
A Administração da CEMAH, apoiada pelos diferentes departamentos, decide a sua política de taxa de juro
de uma forma bastante restritiva e cautelosa, assegurando sempre uma taxa de intermediação que suporte
confortavelmente as oscilações das taxas de juro registadas no mercado.
As operações activas estão indexadas a indicadores internos definidos pelo Conselho de Administração e a
indicadores externos com spread’s que sustentam a rentabilidade da Instituição face a variações no mercado.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 73
As operações passivas estão indexadas a taxas de referência internas e são majoradas consoante o seu
valor e prazo.
Periodicamente é analisada a liquidez da Instituição, evolução das maturidades médias dos activos e
passivos, taxas fixas versus taxas variáveis (e respectivos indexantes). Em função desta avaliação são
traçados os objectivos e orientações que são divulgados a toda a instituição.
O quadro seguinte resume a exposição da Caixa ao risco de taxa de juro, em 31 de Dezembro de 2010 e
2009. Estão incluídos no quadro os activos e passivos da Caixa, ao valor de balanço, categorizados pela
data mais recente entre a data de refixação de taxa de juro e a de maturidade.
31 de Dezembro de 2010 Até 1 mês 1-3 meses 3-12 meses 1-5 anos
Mais de 5
anos
Sem risco de
taxa de juro Total
Activos
Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 0 0 0 0 0 4.976 4.976
Disponibilidades em outras instituições de crédito 0 0 0 0 0 1.666 1.666
Aplicações em instituições de crédito 18.490 50.000 20.000 0 0 797 89.287
Activos financeiros disponíveis para venda 0 0 2.484 654 3.265 1.433 7.836
Crédito a clientes 49.845 49.712 14.592 8.425 7.365 1.834 131.773
Investimentos detidos até à maturidade 0 0 0 0 14.903 264 15.167
Outros activos 0 0 0 0 0 309 309
Total de activos 68.335 99.712 37.076 9.079 25.533 11.279 251.014
Passivos
Recursos de Bancos Centrais 0 0 0 0 0 0 0
Recursos de outras instituições de crédito 0 0 0 0 0 18 18
Depósitos de clientes 76.623 54.825 105.548 1.980 0 1.168 240.144
Passivos subordinados 0 0 0 0 0 0 0
Outros passivos 0 0 0 0 0 188 188
Total de passivos 76.623 54.825 105.548 1.980 0 1.374 240.350
Gap (8.288) 44.888 (68.472) 7.099 25.533
31 de Dezembro de 2009
Total de Activos 109.713 47.863 57.005 11.328 28.297 12.016 266.221
Total de Passivos 80.665 72.101 90.145 1.275 0 1.387 245.573
Gap 29.048 (24.238) (33.140) 10.053 28.297
Medição do risco
A Caixa desenvolve análises de sensibilidade que medem as alterações estimadas nos resultados e capitais
de um aumento ou diminuição imediata de 200 pontos base nas taxas de juro de mercadoaplicadas aos
instrumentos financeiros.A análise de sensibilidade é baseada nos seguintes pressupostos:
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 74
- Alterações nas taxas de juro do mercado afectam rendimentos ou despesas de juros de instrumentos
financeiros variáveis;
- Alterações nas taxas de juro de mercado apenas afectam os rendimentos ou despesas de juros em
relação a instrumentos financeiros com taxas de juro fixas se estes estiverem reconhecidos a justo
valor;
- Alterações nas taxas de juro de mercado afectam o justo valor de outros activos e passivos
financeiros;
- Alterações no justo valor de outros activos e passivos financeiros são estimados descontando os
fluxos de caixa futuros de valores actuais líquidos, utilizando taxas de mercado do final do ano.
Sob estes pressupostos, um aumento ou diminuição de 2% nas taxas de juro de mercado a 31 de Dezembro
de 2010 resultaria num aumento ou diminuição dos resultados da CEMAH de aproximadamente €29 m ilhares
(2009: €234 milhares) e capitais próprios de €-4.258 milhares (2009: €1.220 milhares).
Risco de mercado
O risco de mercado é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou
no capital, devido a movimentos desfavoráveis no preço de mercado dos instrumentos da carteira de
negociação, provocados por flutuações em cotações de acções, preços de mercadorias, taxas de juro, taxas
de câmbio. O risco de mercado está associado, principalmente, à detenção de posições de curto prazo em
títulos de dívida e de capital, em moedas, em mercadorias e em derivados.
A carteira de títulos é gerida na sua quase totalidade por entidades gestoras externas à instituição, embora
exista uma pequena quantidade de títulos geridos pela própria CEMAH e que se encontram custodiados em
instituições externas. Para o efeito, foram estabelecidos contratos de gestão discricionária com as referidas
entidades, onde se define um benchmark de investimento de acordo com o risco que se pretende assumir e a
rentabilidade desejada.
A referida carteira é valorizada mensalmente com base nas cotações obtidas por consulta da Bloomberg. À
falta destas, a CEMAH recorre aos relatórios enviados pelas entidades gestoras.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 75
No que respeita à gestão do risco de crédito e de mercado da carteira de títulos, a Instituição efectua os
seguintes controlos:
- são feitos contactos permanentes com as entidades gestoras, no sentido de se avaliar a evolução da
carteira;
- periodicamente, são elaborados relatórios de análise de risco pelas entidades gestoras, sendo efectuado a
respectiva análise; e
- são realizadas reuniões trimestrais com as entidades gestoras e, sempre que necessário, redefine-se o
perfil de risco associado, embora sempre numa óptica conservadora.
A exposição ao risco de preço a 31 de Dezembro de 2010 e 2009 era como se segue:
2010 2009
Acções 105 167
Obrigações 0 10.000
Exposição máxima
A variação registada ao nível das obrigações deve-se à alienação das obrigações do metro de Lisboa &
Porto.
Com base no montante registado em balanço a 31 de Dezembro de 2010 e considerando a cotação das
acções BES-NOM, uma potencial variação de 10% na cotação do instrumento de capital resultaria num
aumento ou diminuição dos capitais próprios de 11 milhares EUR (2009: 17 milhares EUR).
Risco de liquidez
O risco de liquidez é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou
no capital, decorrente da incapacidade da entidade cumprir com as suas obrigações financeiras à medida
que as mesmas se vencem, ou não conseguir assegurá-las em condições razoáveis.
Com referência a 31 de Dezembro de 2010, 48% dos activos da Caixa dizem respeito à carteira de crédito e
33% diz respeito a aplicações em instituições de crédito, sendo ambos integralmente financiados com
depósitos de clientes. Neste âmbito, a CEMAH considera a sua base de depósitos sólida, dada a
diversificação em termos de número e tipo de depositantes.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 76
A tesouraria da instituição é acompanhada numa base diária pelo Departamento Financeiro e pela Direcção
Geral. Para o efeito são elaborados mapas diários de controlo, onde são expressos os saldos existentes, e
com base nos quais são tomadas as decisões em termos de aplicações a realizar, por forma a assegurar que
são cumpridas as necessidades de liquidez.
Estruturalmente, a CEMAH é excedentária em liquidez, pelo que são feitas diariamente aplicações no
Mercado Monetário Interbancário (MMI), e periodicamente aplicações a prazos mais alargados (depósitos a
prazo). Ambos os tipos de aplicações são objecto de controlo por parte do Departamento Financeiro e da
Direcção Geral, sendo também periodicamente submetido ao Conselho de Administração um mapa com o
controlo da liquidez aplicada e respectiva remuneração.
A actividade corrente da clientela é fruto de análise, no sentido de se antecipar alguma situação susceptível
de vir a criar problemas de tesouraria. Para o efeito são monitorados igualmente os activos de médio prazo
não compensados por passivos, o grau e tipo de compromissos não activados, o uso de facilidades de
overdraft e o impacto de passivos contingentes como compromissos de crédito e garantias. Adicionalmente,
é efectuada a monitorização de rácios de liquidez tendo em conta os requisitos internos e os requisitos
externos impostos pelo Banco de Portugal.
A análise dos passivos financeiros por prazos de maturidade em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 é
apresentada como segue:
Até 3 meses 3 meses a 1 ano Entre 1 a 5 anos Mais de 5 anos Total
31 de Dezembro de 2010
Recursos de outras instituições de crédito 18 - - - 18
Recursos de clientes 132.804 107.068 460 - 240.332
31 de Dezembro de 2009
Recursos de outras instituições de crédito 36 - - - 36
Recursos de clientes 153.846 90.421 1.226 - 245.493
A tabela abaixo representa os fluxos de caixa das exposições fora de balanço, a pagar pela Caixa de acordo
com a sua maturidade residual contratual às datas de balanço. Os montantes apresentados na tabela são os
fluxos de caixa contratuais não descontados.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 77
31 de Dezembro de 2010
Linhas de crédito irrevogáveis 1.232 3.310 12.908 23 77 17.549
Linhas de crédito revogáveis 1.663 117 942 30 61 2.813
Total 2.894 3.427 13.850 53 138 20.362
Mais de 5
anos
TotalMenos de 1
mês
1-3 meses 3-12 meses 1-5 anos
31 de Dezembro de 2009
Linhas de crédito irrevogáveis 11.986 1.459 6.074 - 86 19.605
Linhas de crédito revogáveis 1.921 242 3.386 - 49 5.598
Total 13.907 1.701 9.460 - 135 25.203
Mais de 5
anos
TotalMenos de 1
mês
1-3 meses 3-12 meses 1-5 anos
A análise dos fluxos contratuais futuros dos passivos financeiros mais significativos é apresentada como
segue:
Até 3 meses 3 meses a 1 ano Entre 1 a 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado Total
31 de Dezembro de 2010
Recursos de clientes 78.659 107.068 460 - 53.133 239.320
Passivos subordinados - - - - - -
Outros Passivos 944 551 - - 17 1.512
31 de Dezembro de 2009
Recursos de clientes 98.004 90.329 - - 55.952 244.285
Passivos subordinados - - - - - 0
Outros Passivos 1.021 558 - - 17 1.596
Gestão do capital
Os objectivos da Caixa em relação à gestão de capital são os seguintes:
Cumprir os requisitos de capital estabelecidos pelo Supervisor;
Salvaguardar a capacidade da Caixa de continuar como a sua actividade e assim proporcionar
retorno para o accionista; e
Manter uma sólida estrutura de capital para apoiar o desenvolvimento do seu negócio.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 78
A adequação do capital é monitorizada diariamente pela gestão, empregando técnicas baseadas nos
princípios do Comité de Basileia e das directivas comunitárias europeias, implementadas pelo Banco de
Portugal para fins de supervisão. A informação requerida é entregue ao Banco de Portugal mensalmente.
A tabela seguinte apresenta a composição do capital regulatório e dos rácios da Caixa para os períodos os
exercícios de 2010 e 2009.
Fundos Próprios 2010 2009
Base (i)
Capital 15.211 14.901
Reservas e Resultados 5.704 5.147
Outros elementos -62 -90
20.853 19.958
Complementares
Upper Tier 2 569 635
Lower Tier 2 0 0
569 635
Deduções 1.722 1.664
19.700 18.930
Requisitos de Fundos Próprios 14.706 13.591
Activos ponderados pelo risco
No balanço 156.737 141.281
Fora do balanço 12.169 12.128
Rácio de Solvabilidade 10,7% 11,1%
(i) Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 os Fundos Próprios de Base não incluem qualquer Resultado Líquido
do próprio ano, uma vez que estes não se encontravam ainda auditados àquela data.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 79
4. Activos e passivos financeiros classificados de acordo com as categorias da IAS 39
2010
Activos
Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 10.353 - - - - 10.353
Disponibilidades em outras instituições de crédito 1.666 - - - - 1.666
Aplicações em instituições de crédito 89.287 - - - - 89.287
Activos financeiros disponíveis para venda - 7.836 - - - 7.836
Crédito a clientes 131.773 - - - - 131.773
Investimentos detidos até à maturidade - - 15.167 - - 15.167
Outros activos 309 - - - 22.207 22.516
Activos 233.388 7.836 15.167 0 22.207 278.598
Passivos
Recursos de Bancos Centrais - - - - - 0
Recursos de outras instituições de crédito - - - 18 - 18
Depósitos de clientes - - - 240.332 - 240.332
Passivos subordinados - - - - - 0
Outros passivos - - - - 7.557 7.557
Total Passivos 0 0 0 240.350 7.557 247.907
2009
Activos
Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 10.640 - - - - 10.640
Disponibilidades em outras instituições de crédito 2.199 - - - - 2.199
Aplicações em instituições de crédito 96.563 - - - - 96.563
Activos financeiros disponíveis para ve nda - 8.487 - - - 8.487
Crédito a clientes 143.619 - - - - 143.619
Investimentos detidos até à maturidade - - - - - 0
Outros activos 306 - - - 22.018 22.324
Activos 253.327 8.487 0 0 22.018 283.832
Passivos
Recursos de Bancos Centrais - - - - - 0
Recursos de outras instituições de crédito - - - 36 - 36
Depósitos de clientes - - - 245.493 - 245.493
Passivos subordinados - - - - - 0
Outros passivos - - - - 7.160 7.160
Total Passivos 0 0 0 245.529 7.160 252.689
Outros passivos
Financeiros
Activos/Passsivos
Não Financeiros
TotalCréditos e
valores a
receber
Activos
financeiros
disponíveis para
venda
Investimentos
detidos até à
maturidade
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 80
5. Justo valor dos activos e passivos financeiros
Em 31 de Dezembro de 2010 os valores contabilísticos dos activos e passivos financeiros comparam com o
respectivo justo valor conforme segue:
Valor Justo
contabilístico valor
Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais 10.353 10.353
Disponibilidades em outras IC's 1.666 1.666
Aplicações em instituições de crédito 89.287 89.287
Activos Financeiros Disponíveis para Venda 7.836 7.836
Crédito a clientes 129.885 129.885
Investimentos detidos até à maturidade 15.167 15.167
Total activos financeiros ao justo valor 254.194 254.194
Recursos de bancos centrais - -
Recursos de outras instituições de crédito 18 18
Depósitos de clientes 240.332 240.332
Passivos subordinados - -
Total passivos financeiros ao justo valor 240.350 240.350
As principais metodologias e pressupostos utilizados na estimativa do justo valor dos activos e passivos
financeiros mais significativos são analisados como segue:
Caixa e disponibilidades em bancos centrais, Disponibilidades a Aplicações em instituições de
crédito
Considerando o prazo associado a estes instrumentos financeiros (grande maioria até 3 meses) e ao facto de
serem negociados a taxas de mercado, considera-se que o seu valor de balanço é uma estimativa razoável
do respectivo justo valor.
Activos financeiros disponíveis para venda
Os Activos financeiros disponíveis para venda são constituídos por instrumentos de dívida e instrumentos de
capital estando contabilizados ao justo valor. O justo valor tem como base os preços de cotação de mercado,
sempre que estes se encontrem disponíveis. Caso estes não existam, o justo valor é estimado através de
técnicas de desconto de cash-flows.
No caso de acções não cotadas, sempre que não exista disponível um valor de mercado e não seja possível
determinar com fiabilidade o seu justo valor, estas encontram-se reconhecidas ao custo histórico.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 81
Crédito a clientes
O Crédito a clientes é remunerado a taxas variáveis, que se aproximam das taxas em vigor no mercado para
este tipo de produto e para o risco inerente à carteira, pelo que o seu justo valor é próximo do valor
contabilístico.
Investimentos detidos até à maturidade
Os Investimentos detidos até à maturidade são constituídos por instrumentos de dívida mensurados ao custo
amortizado. Tendo em consideração as taxas de juro intrínsecas, considera-se que o seu valor não difere
significativamente do seu justo valor.
Recursos de outras instituições de crédito
Considerando o prazo associado a estes instrumentos financeiros e ao facto de serem negociados a taxas de
mercado, considera-se que o seu valor de balanço é uma estimativa razoável do respectivo justo valor.
Depósitos de clientes
Considerando que as taxas de juro aplicáveis são de natureza variável e o período de maturidade dos
depósitos é inferior a um ano, não existem diferenças quantificáveis no seu justo valor.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 82
6. Notas
6.1 Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais
2010-12-31 2009-12-31
Caixa 5.377 5.618
Depósitos à ordem no Banco de Portugal 4.976 5.022
10.353 10.640
A rubrica Depósitos à ordem no Banco de Portugal inclui os depósitos constituídos para satisfazer as
exigências do sistema de reservas mínimas do Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC). Estes
depósitos são remunerados à média das taxas marginais das operações principais de refinanciamento do
SEBC apuradas durante o período de manutenção considerado. Em 2010, estas taxas variaram entre
0,295% e 0,878% (2009 – 0,299% e 2,221%).
6.2 Disponibilidades em outras Instituições de Crédito
O saldo desta rubrica é composto como segue:
2010-12-31 2009-12-31
Disponibilidades sobre instituições de crédito no país
Depósitos à ordem 262 479
Cheques a cobrar 1.379 1.702
1.641 2.181
Disponibilidades sobre instituições de crédito no
estrangeiro
Cheques a cobrar 25 18
1.666 2.199
Os cheques a cobrar sobre instituições de crédito no país e no estrangeiro foram enviados para cobrança nos
primeiros dias úteis subsequentes à data de referência das demonstrações.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 83
6.3 Aplicações em instituições de crédito
Quanto à sua natureza, os créditos sobre instituições de crédito analisam-se como se segue:
2010-12-31 2009-12-31
Aplicações em instituições de crédito no país
Outras aplicações 88.490 96.223
Juros a Receber 797 340
89.287 96.563
No que respeita à sua duração residual, as aplicações em instituições de crédito decompõem-se como
segue:
2010-12-31 2009-12-31
Até três meses 69.188 96.563
De três meses a 12 meses 20.099 -
89.287 96.563
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 84
6.4 Activos financeiros disponíveis para venda
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
2010-12-31 2009-12-31
Instrumentos de dívida
Títulos cotados
Obrigações de emissores públicos nacionais - taxa fixa 4.036 4.536
Obrigações de outros emissores nacionais
Dívida não subordinada 2.484 2.573
6.520 7.109
Instrumentos de capital
Títulos cotados
Acções de emissores nacionais 105 167
Títulos não cotados
De emissores nacionais
Acções 1.211 1.211
1.316 1.378
7.835 8.487
Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 esta rubrica apresenta o seguinte detalhe:
31 de Dezembro de 2010 Quantidade
Valor
Nominal
Val.Balanço
Justo Valor
Valor
Aquisição Valias
Emitidos por Residentes
Instrumentos de dívida
De Dívida Publica Portuguesa
Obrigações do Tesouro
OT 3,35% 10/2015 72.250.000 723 659 722 (68)
OT 3,85% 04/2021 410.000.000 4.100 3.377 3.795 (547)
4.823 4.036 4.517 (615)
De Outros Residentes
Outros
Dívida não subordinada
Obrigações
OC 2011 - 1ª SÉRIE 1 2.500 2.484 2.500 4
2.500 2.484 2.500 4
Instrumentos de capital
Acções
BES 36.532 - 105 291 (186)
SIBS 10.000 - 1.211 1.211 -
- 1.316 1.502 (186)
7.323 7.836 8.519 (797)
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 85
31 de Dezembro de 2009 Quantidade
Valor
Nominal
Val.Balanço
Justo Valor
Valor
Aquisição Valias
Emitidos por Residentes
Instrumentos de dívida
De Dívida Publica Portuguesa
Obrigações do Tesouro
OT 3,35% 10/2015 71.000.000 710 716 709 2
OT 5,85% 05/10 361.999.800 3.620 3.820 3.813 28
4.330 4.536 4.522 30
De Outros Residentes
Outros
Dívida não subordinada
Obrigações
OC 2011 - 1ª SÉRIE 1 2.500 2.573 2.395 115
2.500 2.573 4.296 115
Instrumentos de capital
Acções
BES 36.532 - 167 291 (124)
SIBS 10.000 - 1.211 1.211 -
- 1.378 1.465 (124)
6.830 8.487 10.283 21
Em 31 de Dezembro de 2010 a carteira de activos financeiros disponíveis para venda não apresenta
imparidade.
Durante o período de 2010, a CEMAH procedeu à aquisição de 1.250.000 obrigações do tesouro à taxa de
3,35% com vencimento em Outubro de 2015, assim como à aquisição de 410.000.000obrigações do tesouro
à taxa de 3,85% com vencimento em Abril de 2021, para substituição das 361.999.800 obrigações do tesouro
à taxa de 5,85% que se venceram a 20 de Maio.
Parte das Obrigações de Dívida Pública Portuguesa (Obrigações do Tesouro – OT, inclusive as adquiridas
em 2010), encontram-se dadas como garantia a favor do Fundo de Garantia de Depósitos e Banco de
Portugal, para garantia das obrigações assumidas pela Caixa. Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o valor
dos penhores constituídos ascendia a €3.735 milhares e €4.083 milhares, respectivamente.
Os activos financeiros disponíveis para venda incluem instrumentos de capital não cotados (SIBS) cujo justo
valor não pode ser mensurado com fiabilidade e como tal estão reconhecidos ao custo no montante de
€1.211 milhares em 31 de Dezembro de 2010 (2009: €1.211 milhares). Dada a natureza deste investimento
(acesso à rede SIBS), a Caixa não pretende alienar esta participação.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 86
6.5 Crédito a clientes
A rubrica de Crédito a clientes decompõe-se como segue:
Crédito a Clientes 2010-12-31 2009-12-31
Créditos não representados por valores mobiliários
Crédito Interno
Empresas e Administrações Públicas
Desconto e outros créditos titulados por efeitos 7.540 3.146
Empréstimos 36.814 37.627
Créditos em conta corrente 1.560 1.927
Descobertos em depósitos à ordem 13.190 14.716
Outros créditos - -
59 104 57.416
Particulares
Habitação 20 234 21 627
Consumo 15 455 18 082
Outras finalidades
Desconto e outros créditos titulados por efeitos 1 656 1 657
Empréstimos 27 411 26 004
Crédito em conta corrente 223 229
Outros créditos 5.641 5.834
70.620 73.433
Outros créditos e valores a receber titulados
Emitidos por não residentes
Outros - 10.000
0 10.000
129.724 140.849
Juros e comissões a receber 279 235
Crédito e juros vencidos
Até 90 dias 71 82
Mais de 90 dias 1.699 2.454
1.770 2.536
Total Bruto 131.773 143.619
Menos:
Provisão para créditos de cobrança duvidosa 517 718
Provisão para crédito e juros vencidos 1.371 3.146
1.888 3.864
Total Líquido 129.885 139.756
O movimento ocorrido nas provisões durante o exercício de 2010 é apresentado na Nota 6.11.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 87
De salientar que, para além das provisões para créditos de cobrança duvidosa e crédito vencido, a Caixa tem
outras provisões, apresentadas no passivo, (ver nota 6.11) no montante de €1.551 milhares (2009 – €1.612
milhares) que também se destinam a cobrir riscos de crédito (Provisões para riscos gerais de crédito).
A rubrica de crédito interno inclui €1.404milhares de descobertos em depósitos à ordem, e €87milhares de
euros em crédito a prestações, da Santa Casa de Misericórdia de Angra do Heroísmo que, em 31 de
Dezembro de 2010, vencem juros a taxas correntes de mercado.
Os outros créditos e valores a receber titulados emitidos incluíam em 31 de Dezembro de 2009 obrigações
do rendimento Metro de Lisboa & Porto, no valor de €10 milhares, que foram alienadas no decorrer de 2010,
sem qualquer prejuízo para a Caixa.
O escalonamento dos créditos sobre clientes, em função da sua duração residual, é o seguinte:
Prazos 2010-12-31 2009-12-31
Até três meses 14.101 7.952
De três meses a um ano 13.527 14.559
De um a cinco anos 34.075 36.949
Mais de cinco anos 44.686 45.319
Duração indeterminada (*) 25.384 38.840
131.773 143.619
(*) Descobertos em Depósitos à ordem e Crédito e juros vencidos
A exposição a risco de crédito para contratos com valores vencidos mas sem imparidade, segmentada por
antiguidade de incumprimento é a seguinte:
31 de Dezembro de 2010
Inferior a 3 meses 291 18
3 a 6 meses 66 35
6 a 12 meses 58 68
Superior a 12 meses 1.284 1.524
Total 1.699 1.646
31 de Dezembro de 2009
Inferior a 3 meses 535 9
3 a 6 meses 325 49
6 a 12 meses 295 237
Superior a 12 meses 1.299 1.715
Total 2.454 2.010
Exposição Máxima Provisões para crédito
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 88
A exposição a risco de crédito para contratos com valores vencidos mas sem imparidade, segmentada por
antiguidade de incumprimento, desagregada por tipo de produto, apresenta-se conforme se segue:
Descobertos Letras e Livranças
Crédito a
Prestações Total
Inferior a 3 meses 295 322 4.013 4.630
3 a 6 meses 0 0 0 0
6 a 12 meses 0 0 0 0
Superior a 12 meses 0 0 0 0
Total 295 322 4.013 4.630
JV Colaterais 0 0 2.549 2.549
Diferença 295 322 1.464 2.081
No que se refere aos créditos mais significativos com imparidade em 31 de Dezembro 2010, estes
decompõem-se da seguinte forma:
DescobertoLetras e
Livranças
Crédito a
PrestaçõesDescoberto
Letras e
Livranças
Crédito a
PrestaçõesTotal
Exposição Total 26 - 1.785 363 - 874 3.048
Imparidade 34 - 1.043 280 - 430 1.787
Justo valor dos - - 1.221 - - 487 1.708
Colaterais
Particulares Empresas
Significativos
Salienta-se que o justo valor dos colaterais inclui as garantias reais (garantias hipotecárias), avaliadas por
entidades credenciadas e independentes durante 2010, e garantias reais avaliadas à data de concessão do
crédito.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 89
6.6 Investimentos detidos até à maturidade
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
2010-12-31 2009-12-31
Instrumentos de dívida
Instrumentos de dívida
De dívida pública portuguesa 11.206 -
De emissores públicos estrangeiros 3.697 -
14.903 -
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 90
Em 31 de Dezembro de 2010 esta rubrica apresenta o seguinte detalhe:
31 de Dezembro de 2010 Quantidade
Valor
Nominal Valor Títulos
Juros a
receber Valor Balanço
Valor
Aquisição
Emitidos por Residentes
Instrumentos de dívida
De Dívida Publica Portuguesa
OT 4,95% 25/10/2023 996.500.000 9.965 9.965 91 10.056 9.965
OT 4,8% 15/06/2020 115.800.000 1.158 1.231 30 1.271 1.242
11.123 11.196 121 11.327 11.207
Emitidos por não Residentes
Instrumentos de dívida
De Emissores Públicos Estrangeiros
France OAT 1.185.000 1.185 1.210 28 1.238 1.210
Hellenic Republic 2020/06/19 2.268 2.268 2.487 115 2.602 2.489
3.453 3.697 143 3.840 3.699
14.576 14.892 264 15.167 14.906
6.7 Activos não correntes detidos para venda
O saldo desta rubrica a 31 de Dezembro de 2010 analisa-se como segue:
Imóveis Total
Saldo em 31.12.2009
Valor bruto 4.943 4.943
Imparidade Acumulada -60 -60
Valor líquido 4.883 4.883
Movimento
Adições 1.546 1.546
Alienações -1.580 -1.580
Saldo em 31.12.2010
Valor bruto 4.908 4.908
Imparidade acumulada -300 -300
Valor líquido 4.608 4.608
O valor de adições registado no exercício de 2010 refere-se a imóveis recebidos no âmbito de processos de
recuperação de crédito.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 91
6.8 Outros activos tangíveis
Esta rubrica é analisada da seguinte forma:
Imóveis de
serviço
próprio Equipamento
Activos
tangíveis em
curso
Outros
activos
tangíveis Total
Saldo em 1 de Janeiro de 2009
Custo 7.934 2.711 439 1.633 12.717
Amortizações acumuladas (1.771) (2.030) - (3) (3.804)
Valor líquido 6.163 681 439 1.630 8.913
Movimentos no exercício de 2009
Saldo líquido de abertura 6.163 681 439 1.630 8.913
Adições - 298 234 14 546
Transferências - 182 (182) - -
Abates - (133) - (10) (143)
Amortizações acumuladas bens abatidos - 128 - - 128
Amortizações do exercício (157) (229) - (0) (386)
Saldo líquido de encerramento 6.006 927 491 1.634 9.058
Saldo em 31 de Dezembro de 2009
Custo 7.934 3.058 491 1.637 13.121
Amortizações acumuladas (1.928) (2.131) - (3) (4.062)
Valor líquido 6.006 927 491 1.634 9.058
Movimentos no exercício de 2010
Saldo líquido de abertura 6.006 927 491 1.634 9.058
Adições - 54 588 - 642
Transferências - 20 (20) - -
Abates - (81) - - (81)
Amortizações acumuladas bens abatidos - 80 - - 80
Amortizações do exercício (157) (297) - 0 (454)
Saldo líquido de encerramento 5.849 703 1.059 1.634 9.246
Saldo em 31 de Dezembro de 2010
Custo 7.934 3.051 1.059 1.637 13.682
Amortizações acumuladas (2.085) (2.348) - (3) (4.436)
Valor líquido 5.849 703 1.059 1.634 9.246
As aquisições de Equipamento efectuadas em 2010referem-se essencialmente a máquinas e ferramentas
diversas (€18 milhares) e equipamento informático (€23 milhares).
Os Equipamentos abatidos em 2010 dizem respeito a bens que se encontravam obsoletos, essencialmente,
computadores.
No exercício de 2010 as adições registadas na rubrica Activos tangíveis em curso dizem respeito às obras de
remodelação do imóvel em Ponta Delgada destinado à instalação do futuro balcão (€573 milhares), à
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 92
aquisição de estantes para o arquivo do sector da contabilidade (€10 milhares) e à instalação do sistema de
ar condicionado nos balcões de S. Mateus e Biscoitos (€5 milhares).
6.9 Activos intangíveis
O saldo desta rubrica em 31 de Dezembro analisa-se como segue:
Sistemas
tratamento
automático de
dados
Activos
intagíveis
em Curso Total
Saldo em 1 de Janeiro de 2009
Custo 1.728 16 1.743
Amortizações acumuladas (1.590) - (1.590)
Valor líquido 138 16 154
Movimentos no exercício de 2009
Saldo líquido de abertura 138 16 154
Adições 24 8 32
Transferências 7 (7) -
Amortizações do exercício (95) - (95)
Saldo líquido de encerramento 74 17 91
Saldo em 31 de Dezembro de 2009
Custo 1.759 17 1.775
Amortizações acumuladas (1.685) - (1.685)
Valor líquido 74 17 91
Movimentos no exercício de 2010
Saldo líquido de abertura 74 17 91
Adições 1 26 27
Transferências 26 (26) -
Amortizações do exercício (56) - (56)
Saldo líquido de encerramento 45 17 62
Saldo em 31 de Dezembro de 2010
Custo 1.786 17 1.803
Amortizações acumuladas (1.741) - (1.741)
Valor líquido 45 17 62
Os movimentos ocorridos em 2010, no que respeita ao sistema de tratamento automático de dados, referem-
se a aquisições de software, ao desenvolvimento do portal de Internet e do sistema Homebanking (€28
milhares). As adições ao activo intangível em curso (€26 milhares) compreendem o investimento efectuado
no sistema de Homebanking e no desenvolvimento do portal de Internet.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 93
6.10 Outros activos
A rubrica de Outros activos apresenta a seguinte decomposição:
2010-12-31 2009-12-31
Devedores e outras aplicações
Devedores por bonificações a receber 36 54
Outros devedores 270 246
306 300
Outros activos
Outras disponibilidades 3 5
Outros imóveis 100 100
Numismática e outros metais preciosos 11 10
114 115
Rendimentos a receber
Outros juros e rendimentos similares - 2
- 2
Despesas com encargo diferido
Outras despesas com encargo diferido 1.704 2.070
1.704 2.070
Outros activos 2.124 2.487
A 31 de Dezembro de 2010, a rubrica Outros devedores inclui valores a receber da Direcção Geral de
Contribuições e Impostos (€108 milhares) relativo à resolução de processos de crédito que se encontravam
em contencioso, do Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Justiça (€118 milhares), valores a receber
referentes à venda de livros “Genealogias dos Açores” (€25 milhares) e valores referentes a juros de
obrigações (€19 milhares) pagos a 31 de Dezembro, mas cuja liquidação financeira só ocorreu nos primeiros
dias de Janeiro 2011.
A rubrica Outras despesas com encargo diferido, diz respeito essencialmente ao acréscimo de
responsabilidades com pensões de reforma e outros benefícios resultante da transição para as IAS, que
ainda não foram amortizadas por contrapartida de resultados transitados (ver Nota 2.3.6).
A variação ocorrida no exercício diz respeito essencialmente ao valor da amortização anual, acima referida,
no valor de €416 milhares e ao aumento dos valores a mensualizar no próximo ano (€50 milhares), referentes
a custos com aluguer e manutenção de equipamentos, seguros, entre outros.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 94
6.11 Provisões e imparidades
Os movimentos registados nas provisões e imparidades da Caixa durante o exercício de 2010 resumem-
seconforme segue:
Movimentos em 2010
Saldo em Reposições/ Utilizações/ Saldo em
2009-12-31 Aumentos (Reversões) Transferências 2010-12-31
Provisões específicas p/ crédito a clientes
Provisões para crédito vencido 1.609 1.113 (1.320) (31) 1.371
Provisões para crédito de cobrança duvidosa 935 1.289 (1.668) (39) 517
Provisões para riscos gerais de crédito 1.612 693 (754) - 1.551
Outras Provisões 375 - - - 375
Imparidade em outros activos
Devedores, outras aplicações e outros activos 60 336 (1) (95) 301
4.592 3.431 (3.743) (165) 4.115
Movimentos em 2009
Saldo em Reposições/ Utilizações/ Saldo em
2008-12-31 Aumentos (Reversões) Transferências 2009-12-31
Provisões específicas p/ crédito a clientes
Provisões para crédito vencido 3.145 2.562 (3.885) (213) 1.609
Provisões para crédito de cobrança duvidosa 719 1.971 (1.751) (3) 935
Provisões para riscos gerais de crédito 1.642 932 (962) 1.612
Outras Provisões - 150 - 225 375
Imparidade em outros activos
Devedores, outras aplicações e outros activos 613 8 (336) (225) 60
6.119 5.623 (6.934) (216) 4.592
No que respeita ao movimento das provisões para crédito a clientes, destaca-se a redução líquida de cerca
de €418 milhares nas provisões para crédito de cobrança duvidosa e de cerca de €238 milhares no caso das
provisões para crédito vencido, resultado da recuperação de créditos em situação de incumprimento, da
reavaliação de garantias e da renegociação de créditos (que se traduziram igualmente no reforço de
garantias).
O aumento da provisão para imparidade em outros activos resultou da reavaliação de imóveis em carteira,
cujo impacto na provisão ascendeu a cerca de 336 milhares de euros.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 95
6.12 Recursos de outras instituições de crédito
Esta rubrica inclui os depósitos à ordem de outras instituições de crédito num montante global de €18
milhares.
6.13 Recursos de Clientes
O saldo desta rubrica é composto, quanto à sua natureza, como se segue:
2010-12-31 2009-12-31
Recursos de Residentes
Depósitos à ordem 52.945 55.808
Depósitos a prazo 123.075 114.181
Depósitos de poupança 63.112 74.153
Cheques e ordens a pagar 188 143
239.320 244.285
Juros a Pagar 1.012 1.208
240.332 245.493
Quanto à duração residual, estes recursos decompõem-se da seguinte forma:
Prazos
2010-12-31 2009-12-31
Exigível à vista 54.145 57.160
Exigível a prazo
Até 3 meses 78.659 97.091
De três meses a um ano 107.068 91.243
De um a cinco anos 460 0
186.187 188.333
240 332 245 493
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 96
6.14 Outros passivos
A rubrica de Outros passivos apresenta a seguinte decomposição:
2010-12-31 2009-12-31
Responsabilidade com Pensões e outros Benefícios
Responsabilidades totais (ver Nota 6.16) 15.140 14.469
Valor patrimonial do fundo (ver Nota 6.16) (12.540) (12.557)
Desvios actuariais (ver Nota 6.16) 1.520 2.040
4.120 3.952
Credores e outros recursos
Outros recursos 16 16
Sector público administrativo 126 166
Outros credores 80 233
222 415
Encargos a pagar
Gastos com pessoal 361 352
Responsabilidades com prémio de antiguidade (ver Nota 6.16) 190 206
551 558
Outras contas de regularização
Outras operações a regularizar 739 623
739 623
Outros Passivos 5.632 5.548
A 31 de Dezembro 2009, na rubrica Outros Credores está registado um donativo concedido à Santa Casa da
Misericórdia de Angra do Heroísmo, no valor de €204 milhares, que foi liquidado em 2010.
As Outras operações a regularizar referem-se essencialmente a movimentos de compensação dos
levantamentos em caixas Multibanco por clientes da CEMAH e de débitos directos junto da SIBS.
6.15 Caixa e equivalentes de caixa
Para efeito das demonstrações de fluxos de caixa, caixa e equivalentes de caixa compreendem os seguintes
saldos com menos de 90 dias de maturidade.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 97
2010-12-31 2009-12-31
Caixa 5.377 5.618
Depósitos à ordem no Banco de Portugal 4.976 5.022
Disponibilidades à vista em outras IC's 1.666 2.199
Aplicações em IC's com prazos inferiores a 3 meses 69.188 96.563
81.207 109.402
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 98
6.16 Responsabilidades com Pensões e Outros Benefícios
6.16.1 Plano de Pensões, SAMS e Subsídio por Morte
As responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência, e com os encargos com o Serviço de
Assistência Médico-Social (SAMS), bem como as responsabilidades com o pagamento do subsidio por morte
após reforma, encontram-se asseguradas por um fundo de pensões e são calculadas em conformidade com
o estabelecido no IAS 19.
O BPI Pensões é a entidade responsável por efectuar as avaliações actuariais necessárias ao cálculo das
responsabilidades acima referidas e pela gestão do respectivo fundo de pensões. A avaliação actuarial tem
por base o método “Projected Credit Unit” e os seguintes pressupostos actuariais e financeiros:
31-Dez-10 31-Dez-09
Hipóteses financeiras
Taxa de desconto 5,25% 5,5%
Taxa de crescimento salarial 2,75% 3.0%
Taxa de crescimento das pensões 1,75% 2.0%
Taxa de rentabilidade do Fundo 2,4% 5.8%
Hipóteses demográficas
Tábua de mortalidade TV 88/90 TV 88/90
Tábua de invalidez 50% EKV 80 50% EKV 80
Tábua de saídas n.a. n.a.
Idade normal da reforma 65 anos 65 anos
Diferença de idades entre os cônjuges
Percentagem de Casados 80.0% 80.0%
Método de valorização actuarial
Pressupostos
Project Unit Credit Method
As mulheres são 3 anos mais novas que
os respectivos maridos
Em 31 de Dezembro de 2010a Caixa tem 116 participantes no Fundo de Pensões, dos quais 26 são
reformados, 16 são pensionistas e 10 são ex-trabalhadores.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 99
No que respeita à esperança média de vida dos participantes do fundo, esta apresentava a seguinte
decomposição:
31.12.2010 31.12.2009
Esperança média de vida (anos)
Activos 34.1 34.8
Reformados 17.6 18.3
Pensionistas 21.3 22.0
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 100
Em 31 de Dezembro de 2010, as responsabilidades por serviços passados com pensões de reforma e
sobrevivência, SAMS, Subsídio de Morte e respectiva cobertura do Fundo de Pensões resume-se como
segue:
31-Dez-10 31-Dez-09
Responsabilidades por serviços passados
Colaboradores no activo 7.974 7.514
Pensionistas, reformados e ex-trabalhadores 7.166 6.955
15.140 14.469
Situação patrimonial do fundo de pensões 12.540 12.557
Excesso/(Insuficiência) de cobertura (2.600) (1.912)
A evolução do valor actual das responsabilidades por serviços passados com pensões de reforma e
sobrevivência, SAMS e Subsídio por morte pode ser analisada como segue:
31-Dez-10 31-Dez-09
Responsabilidades no início do exercício 14.469 13.907
Custo do serviço corrente 234 247
Custo dos juros 797 769
Contribuição dos participantes 47 47
Pensões Pagas (538) (499)
Reembolso GRA 10 11
(Ganhos) e perdas actuariais 121 (14)
Responsabilidades no fim do exercício 15.140 14.469
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 101
O movimento ocorrido durante o exercício de 2010 relativo ao valor dos activos do Fundo de Pensões foi
como segue:
31-Dez-10 31-Dez-09
Valor do Fundo de Pensões no inicio do exercício 12.557 11.359
Contribuições 256 667
Pagamento de Pensões e SAMS (537) (502)
Pensão de invalidez - reembolso seguro - 4
Rendimento esperado dos activos 626 587
Ganhos e (perdas) actuariais (363) 442
Valor do Fundo de Pensões no final do exercício 12.540 12.557
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 102
Em 31 de Dezembro de 2010, os montantes reconhecidos na demonstração de resultados da CEMAH
relacionados com a cobertura de responsabilidades com pensões, SAMS e Subsídio de morte resumem-se
como segue:
31-Dez-10 31-Dez-09
Custo dos serviços correntes 234 247
Custo dos juros 797 769
Rendimento esperado dos activos e reembolsos (626) (587)
Amortização dos Ganhos fora do corredor (37) (12)
Total incluído em Custos com pessoal 368 417
Os desvios actuariais, que em 31 de Dezembro de 2010, resultam em ganhos ascendem a €1.520 milhares
(31.12.2009: €2.040 milhares), dos quais €1.514 milhares dentro do corredor e €6 milhares fora do corredor.
Em 31 de Dezembro de 2010, os montantes reconhecidos em balanço relacionados com responsabilidades
com pensões, SAMS, subsídio de morte e respectiva cobertura encontram-se reflectivos na Nota 6.14.
A 31 de Dezembro de 2010, os activos do Fundo apresentam a seguinte decomposição:
Valor Percentagem
Obrigações de taxa fixa 5.142 41,0%
Obrigações de taxa variável 891 7,1%
Acções 3.613 28,8%
Imobiliário 380 3,0%
Retorno Absoluto 361 2,9%
Liquidez 2.153 17,2%
Na sequência da publicação do Decreto Lei nº1-A/2011 de 3 de Janeiro, os trabalhadores abrangidos por um
regime de segurança social substitutivo, constante de instrumento de regulamentação colectiva de trabalho
(IRCT) no sector bancário, passaram com referência a 1 de Janeiro de 2011 a estar abrangidos pelo Regime
Geral da Segurança Social (RGSS).
Assim, a partir de 1 de Janeiro de 2011, os trabalhadores da CEMAH no activo, inscritos na Caixa de Abono
de Família dos Empregados Bancários (CAFEB) e abrangidos pelo actual Fundo de Pensões da CEMAH,
passaram a estar integrados no RGSS para efeitos de protecção nas eventualidades de parentalidade e
velhice. Mantém-se no entanto como responsabilidade do Fundo de Pensões após 1 de Janeiro de 2011, a
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 103
cobertura das responsabilidades por morte e invalidez, sobrevivência, bem como o complemento de velhice
de modo a equiparar a reforma dos participantes no Fundo de Pensões aos valores do actual plano de
pensões.
A Caixa seguindo as orientações constantes da nota emitida em 26 de Janeiro de 2011 pelo Conselho
Nacional de Supervisores Financeiros, manteve com referência a 31 de Dezembro de 2010 a metodologia de
mensuração e reconhecimento das responsabilidades por serviços passados dos funcionários no activo,
relativas às eventualidades transferidas para o RGSS, utilizada nos anos anteriores.
Nestas circunstâncias, os efeitos desta alteração, que afectam as responsabilidades com pensões de
reforma da Caixa, produzirão efeitos a partir do exercício de 2011.
6.16.2 Prémio de Antiguidade
O montante das responsabilidades com serviços passados relativas ao prémio de antiguidade a 31 de
Dezembro de 2010 e 2009 ascende a €190 milhares e €206 milhares, respectivamente. Os desvios actuariais
que em 2010 resultam em perda ascendem a €11milhares. Estas responsabilidades encontram-se registadas
na rubrica Outros passivos (ver Nota 6.14).
6.17 Capital, reserva de reavaliação, outras reservas e resultados transitados
Capital
O capital estatutário da Caixa é de €15.211 milhares encontrando-se totalmente realizado. A Caixa é detida a
100% pela Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo.
Conforme deliberação da Assembleia-geral de 24 de Março de 2010, o resultado líquido da Caixa referente
ao exercício de 2009, no montante de €1.237 milhares (após absorção dos resultados transitados negativos
no valor de €416 milhares), foi distribuído da seguinte forma: 25% para Capital; 25% para Reserva Legal,
25% para Reserva Estatutária e 25% para distribuir ao accionista.
Neste contexto, no decurso do exercício de 2010, o capital registou um aumento de cerca de €309 milhares.
De acordo com os seus Estatutos, o capital da Caixa deverá ser elevado anualmente com 25% do lucro
líquido anual, depois de deduzidos os valores a transferir para as reservas legal/geral, especial e distribuição
de lucros ao accionista.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 104
Reserva de reavaliação
Os saldos das contas de reserva de reavaliação decompõem-se da seguinte forma:
31-Dez-10 31-Dez-09
Reserva reavaliação
Reserva de justo valor (Ver nota 6.4) (797) 21
Reservas de reavaliação legal 569 569
(228) 590
A rubrica reserva de justo valor diz respeito à adequação ao justo valor dos títulos registados em activos
financeiros disponíveis para venda.
O saldo apresentado na rubrica Reserva de reavaliação legal em 31 de Dezembro de 2010, no montante de
€569 milhares, resulta da reavaliação efectuada em exercícios anteriores dos imóveis de serviço próprio, ao
abrigo do Decreto-Lei nº 31/98, de 11 de Fevereiro. Não foi efectuada qualquer reavaliação de activos
tangíveis durante o exercício de 2010.
A reserva de reavaliação legal apenas poderá ser movimentada quando se considerar realizada, total ou
parcialmente, e de acordo com a seguinte ordem de prioridades:
(i) para corrigir qualquer excedente que se verifique, à data da reavaliação, entre o valor líquido contabilístico
dos elementos reavaliados e o seu valor real actual;
(ii) para cobrir prejuízos acumulados até à data a que se reporta a reavaliação, inclusive; e
(iii) para incorporação no capital social, na parte remanescente.
Outras reservas e resultados transitados
Os saldos das contas de outras reservas e resultados transitados decompõem-se da seguinte forma:
31-Dez-10 31-Dez-09
Reserva legal 3.184 2.875
Reserva Especial 3.122 2.813
Resultados Transitados (416) (416)
5.890 5.272
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 105
Os movimentos ocorridos nas rubricas de reservas e resultados transitados foram os seguintes:
31-Dez-10 31-Dez-09
Reserva legal
Saldo em 1 de Janeiro 2.875 2.279
Transf. Resultados Transitados 309 596
Saldo em 31 de Dezembro 3.184 2.875
Reserva especial
Saldo em 1 de Janeiro 2.813 2.217
Transf. Resultados Transitados 309 596
Saldo em 31 de Dezembro 3.122 2.813
Resultados Transitados
Saldo em 1 de Janeiro (416) (613)
Resultado líquido ano anterior 1.653 2.997
Amortização do impacto IAS 19 - Aviso nº 12/2001 (416) (416)
Transf.p/ Capital (309) (596)
Distribuição dividendos (309) (596)
Transf.p/ reserva legal (309) (596)
Transf.p/ outras reservas (309) (596)
(416) (416)
5.890 5.272
A reserva legal destina-se a ocorrer a qualquer eventualidade e a cobrir prejuízos ou depreciações
extraordinárias (conforme a alínea a) do artigo 27º dos Estatutos da CEMAH). A legislação Portuguesa
aplicável às caixas económicas (artigos 26º e 27º do Decreto-Lei n.º 136/79, de 18 de Maio) exige que a
reserva legal seja anualmente creditada com pelo menos 20% do lucro líquido anual, até atingir pelo menos
25% da totalidade dos depósitos. De acordo com os Estatutos, o montante a creditar anualmente foi elevado
para 25% do lucro líquido anual. Durante o exercício de 2010 esta reserva registou um aumento de cerca de
€309 milhares.
A reserva especial só pode ser utilizada para cobrir prejuízos resultantes das actividades correntes. A
legislação Portuguesa aplicável às caixas económicas (artigos 26º e 27º do Decreto-Lei nº 136/79, de 18 de
Maio) exige que a reserva especial seja anualmente creditada com pelo menos 5% do lucro líquido anual. De
acordo com os Estatutos o montante a creditar anualmente foi elevado para 25% do lucro líquido anual.
Durante o exercício de 2010 esta reserva registou um aumento de cerca de €309 milhares.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 106
6.18 Contas extrapatrimoniais
As rubricas extrapatrimoniais apresentam a seguinte decomposição:
2010 2009
Passivos eventuais
Garantias e avales prestados 5.308 4.505
Activos dados em garantia (i) 3.735 4.083
9.043 8.588
Garantias recebidas
Garantias pessoais/institucionais
Garantias e avales - Residentes 66.260 65.739
Garantias reais (activos recebidos em garantia)
Créditos - Residentes 123.643 105.774
189.903 171.513
Compromissos perante terceiros
Linhas de crédito irrevogáveis
Crédito autorizado ao abrigo de contratos de mútuo,
não utilizado 17.549 19.605
Outros compromissos 865 859
Linhas de crédito revogáveis 4.918 5.598
23.332 26.062
Compromissos assumidos por terceiros
Por compromissos irrevogáveis
Por linhas de crédito irrevogáveis (ii) 2.509 2.509
2.509 2.509
Responsabilidades por prestação de serviços
De depósito e guarda de valores 9 -
De cobrança de valores 4.879 3.857
4.888 3.857
Serviços prestados por terceiros
Por depósito e guarda de valores - Activos sob gestão (iii) 4.321 4.928
4.321 4.928
Outras contas extrapatrimoniais
Créditos abatidos ao activo 1.122 1.024
Juros vencidos 70 86
Contas diversas (iv) 8.884 -
10.076 1.110
i) Diz respeito aos títulos dados em garantia ao Fundo de Garantia de Depósitos e ao Banco de Portugal no
valor de €3.735 milhares (2009: €4.083 milhares);
ii) Linha de crédito intradiária no Banco de Portugal;
iii) Inclui activos financeiros administrados por terceiros, representados por títulos, disponibilidades e
aplicações a prazo (carteira de títulos com contrato de gestão com o BPI).
iv) Inclui os valores de crédito vivo e vencido dos contratos renegociados.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 107
6.19 Margem Financeira
2010 2009
Juros e rendimentos similares
Disponibilidades s/ Bancos Centrais 48 62
Disponibilidades s/ OIC 0 0
Aplicações Instituições de Crédito
Mercado monetário interbancário 191 220
Depósitos 2.671 3.157
Crédito clientes
Empresas e Administrações Públicas
Descontos e out créd. titulados p/ efeitos 234 193
Empréstimos 1.357 1.391
Crédito conta corrente 87 101
Descobertos DO 974 1.208
Factoring - -
Particulares
Habitação 700 989
Consumo 1.389 1.715
Outras finalidades
Descontos e out créd. titulados p/ efeitos 87 132
Empréstimos 1.087 1.064
Crédito conta corrente 28 28
Descobertos DO 372 531
Outros créditos e valores a receber (titulados) 202 242
Crédito vencido 109 319
Devedores e outras aplicações 506 6
Comissões recebidas associadas a operações de crédito 88 50
10.130 11.409
Juros e encargos similares:
Recursos IC país 0 0
Depósitos à ordem 169 166
Depósitos a prazo do tipo promissória 2.998 3.606
Depósitos a prazo do tipo poupança 1.532 2.434
Empréstimos subordinados - 55
Outros juros e custos equiparados - -
Comissões pagas associadas a operações de crédito - -
4.699 6.261
Margem financeira 5.431 5.148
6.20 Rendimentos de instrumentos de Capital
A rubrica Rendimentos de instrumentos de capital inclui os dividendos recebidos da participação na SIBS
(€15 milhares) e de acções do BES (€5 milhares).
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 108
6.21 Comissões Líquidas
Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:
2010 2009
Outras comissões recebidas
Por serviços bancários prestados 136 129
Por garantias prestadas 133 107
Emissão de cheques 124 115
Comissões de processamento 453 386
Multibanco 211 187
Comissões de manutenção 23 31
Outras 378 310
1.458 1.265
Outras comissões pagas
Por operações realizadas por terceiros 2 3
Outras 159 140
161 143
1.297 1.122
6.22 Resultados líquidos em operações financeiras
Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:
2010 2009
Ganhos e perdas em operações ao justo valor
Ganhos e perdas em diferenças cambiais 99 92
99 92
Os resultados cambiais relacionam-se essencialmente com ganhos relacionados com o câmbio EUR/USD.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 109
6.23 Outros resultados de exploração
Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:
2010 2009
Rendimentos e receitas operacionais
Ganhos em outros activos tangíveis - 26
Outras receitas operacionais 89 43
89 69
Encargos e gastos operacionais
Quotizações e donativos (i) 100 278
Contribuições para o fundo de garantia de depósitos 56 54
Perdas em activos não financeiros 68 -
Outros gastos operacionais 87 106
Outros impostos 7 2
317 440
(228) (371)
(i) Em 31 de Dezembro de 2010, inclui €51 milhares, de donativos concedidos à SCMAH (2009: €204
milhares).
6.24 Custos com pessoal
Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:
2010 2009
Remunerações dos orgãos de gestão e fiscalização 136 136
Remunerações dos empregados 2.223 2.163
Encargos sociais obrigatórios 682 706
Outros custos com pessoal 3 0
3.044 3.005
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 110
Durante os exercícios de 2010 e 2009 o número médio de empregados e administradores executivos ao
serviço da CEMAH apresenta-se como segue:
2010 2009
Administradores executivos 3 3
Quadros superiores 11 11
Outros quadros 9 10
Admistrativos 7 7
Outros colaboradores 61 57
91 88
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 111
6.25 Gastos gerais administrativos
A rubrica apresenta a seguinte decomposição:
2010 2009
Gastos gerais administrativos
Com fornecimentos
Água, energia e combustíveis 71 69
Material de consumo corrente 63 56
Publicações 6 4
Material de higiene e limpeza 1 1
Outros fornecimentos de terceiros 174 197
Com serviços
Rendas e alugueres 109 109
Comunicações 229 239
Deslocações, estadas e representação 72 85
Publicidade e edição de publicações 65 102
Conservação e reparação 323 314
Formação de pessoal 23 9
Seguros 38 51
Serviços especializados 717 883
Outros serviços de terceiros 32 56
1.923 2.177
A necessidade de se proceder à manutenção e reparação contínua do património imobiliário da instituição,
tem exigido um esforço financeiro significativo à CEMAH, conforme se pode verificar pelo peso da respectiva
rubrica no total dos gastos gerais administrativos que, em 31 de Dezembro de 2010, ascende a €323
milhares. De salientar ainda o valor referente a Serviços especializados, que inclui essencialmente, a
prestação de serviços da SIBS e a contratação de serviços nas áreas de auditoria e consultoria,
representando em 2010 cerca de37% do total de gastos gerais administrativos.
Dando cumprimento à alínea b) do nº1 do artigo 66º-A do Código das Sociedades Comerciais, os montantes
totais pagos pelos serviços contratados durante o exercício de 2010 com a sociedade de revisores oficiais de
contas, PricewaterhouseCoopers & Associados resumem-se conforme:
2010 2009
Revisão legal de contas 51 53
Outros serviços de garantia e fiabilidade 98 238
149 291
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 112
6.26 Transacções com entidades relacionadas
Em 31 de Dezembro de 2010, as entidades relacionadas da Caixa são as seguintes:
Nome da entidade
AccionistaSanta Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo
Outras empresas relacionadasEVT - Empresa de Viação Terceirense, Lda.Escola de Condução Ilha 3, Lda.UNICOL - União Cooperativas Lacticínios Terceirense, UCRLPRONICOL - Produtos Lácteos, SASOMAR, Lda.
Membros do Conselho de Administração e Direcção GeralCarlos Manuel Brasil Silva RaulinoJosé Mancebo SoaresLeonildo Garcia VargasAntónio Gabriel Fraga Martins Maio
Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o montante global dos activos, passivos, custos e proveitos e
responsabilidades extrapatrimoniais relativos a operações realizadas com entidades relacionadas resume-se
como segue:
31 de Dezembro de 2010
AccionistaEntidades
relacionadas
Membros
do Conselho de
Administração e
Direcção Geral
Total
Activos
Crédito 1.491 4.427 23 5.941
1.491 4.427 23 5.941
Passivos
Depósitos 599 1.359 368 2.326
599 1.359 368 2.326
Proveitos
Juros e rendimentos similares 99 18 0 117
Comissões recebidas 0 7 - 7
99 25 0 124
Custos
Juros e encargos similares 12 - - 12
Donativos 51 - - 51
63 - - 63
Extrapatrimoniais
Garantias prestadas e outros passivos eventuais 0 165 - 165
0 165 - 165
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 113
31 de Dezembro de 2009
AccionistaEntidades
relacionadas
Membros
do Conselho de
Administração e
Direcção Geral
Total
Activos
Crédito 1.612 3.882 22 5.516
1.612 3.882 22 5.516
Passivos
Depósitos 304 823 519 1.646
304 823 519 1.646
Proveitos
Juros e rendimentos similares 36 191 2 229
Comissões recebidas 0 9 - 9
36 200 2 238
Custos
Juros e encargos similares 9 2 21 32
Donativos 204 - - 204
213 2 21 236
Extrapatrimoniais
Garantias prestadas e outros passivos eventuais 15 246 - 261
15 246 - 261
Não foram constituídas quaisquer provisões referentes a saldos com partes relacionadas.
De salientar que todas as operações passivas e activas com entidades relacionadas foram transaccionadas
de acordo com o preçário normal da Caixa.
Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009
(Valores expressos em milhares de euros)
RELATÓRIO E CONTAS 2010 114
O movimento no exercício de 2010 referente a crédito concedido e depósitos recebidos de entidades
relacionadas resume-se como segue:
2010 2009 2010 2009 2010
Empréstimos
Empréstimos em 1 de Janeiro 1.612 1.785 3.882 4.108 22 36
Empréstimos emitidos durante o ano - - 2.250 - 6 -
Empréstimos pagos durante o ano (121) (173) (1.706) (226) (5) (14)
Empréstimos em 31 de Dezembro 1.491 1.612 4.426 3.882 23 22
Rendimento de juros 99 36 18 191 0 2
Depósitos
Depósitos em 1 de Janeiro 304 160 663 663 519 391
Movimentos líquidos do ano 295 144 696 160 (151) 128
Depósitos em 31 de Dezembro 599 304 1.359 663 368 519
Custo de juros de depósitos 12 9 - 2 - 21
AccionistaEntidades
relacionadas
Membros do
Conselho de
Administração e
Direcção Geral
2009
6.27 Eventos subsequentes
Não foram identificados quaisquer factos relevantes ocorridos após 31 de Dezembro de 2010.
- : - : - : - : - : -
RELATÓRIO E CONTAS 2010 115
CAIXA ECONÓMICA
DA MISERICÓRDIA
RELATÓRIO E CONTAS 2010 116